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DARTEL FERARI DE LIMA
Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no
Distrito Federal um estudo transversal
Tese apresentada agrave Faculdade de Medicina
da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo
do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias
Programa de Medicina Preventiva
Orientadora Profa Dra Olinda do Carmo Luiz
Coorientadora Profa Dra Renata Bertazzi Levy
Satildeo Paulo 2014
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo (CIP)
Preparada pela Biblioteca da
Faculdade de Medicina da Universidade de Satildeo Paulo
reproduccedilatildeo autorizada pelo autor
Lima Dartel Ferrari de
Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal um estudo
transversal Dartel Ferrari de Lima -- Satildeo Paulo 2014
Tese(doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de Satildeo Paulo
Programa de Medicina Preventiva
Orientador Olinda do Carmo Luiz
Coorientador Renata Bertazzi Levy
Descritores 1Estilo de vida sedentaacuterio 2Doenccedila crocircnica 3Vigilacircncia em sauacutede
puacuteblica 4Promoccedilatildeo da sauacutede 5Inqueacuteritos epidemioloacutegicos 6Exerciacutecio
7Condicionamento fiacutesico humano 8Atividade motora
USPFMDBD-22514
DEDICATOacuteRIA
Dedico este Trabalho a Rene e Lohran Anguera Lima meus amados filhos e a meus
amados pais Helena e Ameacutelio (in memorian)
AGRADECIMENTOS
Incansavelmente reforccedilo minha gratidatildeo agrave Profa Dra Olinda do Carmo Luiz pela
orientaccedilatildeo deste trabalho cuja beleza dos gestos amigaacuteveis representou o ldquosimrdquo para
este Jogo que insiste dizer ldquonatildeordquo
Minha gratidatildeo agrave Dra Renata Bertazzi Levy pela coorientaccedilatildeo deste trabalho
Aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo do Departamento de
Medicina Preventiva da USP pela partilha das informaccedilotildees em especial agrave Lilian
Santos de Godoy Prado pela amizade e a Miriam Regina de Souza pela
normatizaccedilatildeo do texto
Ao professor Dr Joatildeo Carlos Catellan pelo retoque do texto e adequaccedilatildeo linguiacutestica
Agrave Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute em especial ao campus de Marechal
Cacircndido Rondon pela liberaccedilatildeo de minhas atividades acadecircmicas
E a vocecirc meu amado Golden Retriver por todos nossos momentos Eu sinto tanto a
sua falta
Este trabalho recebeu
Bolsa do Programa de Demanda Social da
Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo
Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio
Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico
Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias
Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET
Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET
Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos
corporais
Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash
distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no
sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina
Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento
Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em
qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem
repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)
Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas
e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares
durante o exerciacutecio
Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos
combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e
sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular
Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa
(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo
com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)
Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada
Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida
sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial
Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para
suplantar a necessidade metaboacutelica
Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)
Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute
associada a lipiacutedeos
MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin
em repouso
Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando
aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas
Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida
Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a
temperatura de 1 litro de aacutegua
Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o
periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste
orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional
Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela
duraccedilatildeo do esforccedilo
LISTA DE ABREVIATURAS
ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
AF atividade fiacutesica
AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
AVD Atividade de vida diaacuteria
BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo
CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas
DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel
DP desvio padratildeo
EU Uniatildeo Europeia
FC frequecircncia cardiacuteaca
HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica
HDL proteiacutenas de alta densidade
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IF inatividade fiacutesica
kcal quilocaloria
LDL proteiacutenas de baixa densidade
MET equivalente metaboacutelico
NAF niacutevel de atividade fiacutesica
NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede
OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAS pressatildeo arterial sistecircmica
PS Promoccedilatildeo da Sauacutede
RR risco relativo
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos
USP Universidade de Satildeo Paulo
VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito
Telefocircnico
VS Vigilacircncia em Sauacutede
WHA Assembleia Mundial da Sauacutede
WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47
Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes
recomendaccedilotildees 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito
Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em
minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade
segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth
et al em 2000 44
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006 50
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18
anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 53
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 55
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 57
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 59
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 61
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 66
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de
diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 67
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 69
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo
arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e
niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 71
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes
segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 75
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 77
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 79
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF
nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 84
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes
a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico
meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo
da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88
SUMAacuteRIO
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
APRESENTACcedilAtildeO
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2
111 Doenccedila cardiovascular 5
112 Doenccedila cerebrovascular 5
113 Dislipidemia 6
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6
115 Diabetes tipo 2 7
116 Osteoporose 7
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 17
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel
pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 19
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA 21
171 Frequencia semanal 21
172 Intensidade do esforccedilo 23
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24
174 Dose de atividade fiacutesica 24
175 Minorias populacionais 27
176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28
177 Exerciacutecios especiacuteficos 29
1771 Musculaccedilatildeo 29
1772 Flexionamento 30
1773 Aquecimento e desaquecimento 30
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31
179 Concordacircncias nas diretrizes 31
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33
19 SISTEMA VIGITEL 35
2 OBJETIVOS 37
3 METODOLOGIA 38
31 TIPO DE ESTUDO 38
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42
331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42
333 Deslocamento ativo 42
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43
335 Intensidade do esforccedilo 43
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45
337 Variaacuteveis de comportamento individual 45
338 Diagnoacutestico de DCNT 46
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46
34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48
4 RESULTADOS 49
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 54
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 56
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS
NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA 68
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83
5 DISCUSSAtildeO 89
51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89
52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica 94
5321 Sexo 94
5322 - Idade 95
5323 Escolaridade 97
5324 Etniacor 99
5325 Estado conjugal 101
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102
5327 Variaccedilotildees regionais 104
5328 Consumo de tabaco 105
5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106
53210 Estado de sauacutede 107
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis 113
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113
5342 Dislipidemia 115
5343 Diabetes 116
5344 Osteoporose 119
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121
54 Consideraccedilotildees finais 122
6 BIBLIOGRAFIA 124
RESUMO
Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal
um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de
Satildeo Paulo 2014
INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos
residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e
agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada
uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo
da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF
Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se
relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos
portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os
participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia
de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para
as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e
proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo
515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da
AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees
de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF
Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor
de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia
miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90
da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve
diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da
recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se
exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se
exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo
foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos
maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez
Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e
entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a
dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O
tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas
alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais
frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas
proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica
destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos
portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF
CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a
AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo
AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente
ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o
que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem
a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos
insuficientemente ativos
Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica
promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico
humano atividade motora
ABSTRACT
Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal
District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina
Universidade de Satildeo Paulo 2014
INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical
activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the
capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the
prevalence of PA according to each of the main international guidelines that
recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also
the concordances of the PA level classification We also evaluated the association
between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA
More specifically we focused on how the main components of the PA relates to
themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in
patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY
Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors
Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for
the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective
factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal
District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515
classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the
main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session
frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA
degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the
lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume
without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA
As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities
ranged in different distinguishing rankings according to the adopted
recommendation About 90 of the active population performed sessions which
lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no
significant difference between the group which achieved the recommended PA and
the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost
all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels
exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal
exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the
most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher
prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks
and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age
decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed
Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and
among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting
and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants
Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol
consumption occurred among those that were active Physically active people
frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes
Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants
suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD
did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA
levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of
the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for
ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the
chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise
duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA
insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly
frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently
active population
Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health
promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity
APRESENTACcedilAtildeO
A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da
histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente
de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade
da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao
sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo
procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma
de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das
taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser
efetivado
Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias
governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a
recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma
quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim
observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes
nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a
exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de
verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas
recomendadas
Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou
seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se
apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os
conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da
AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da
inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica
de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em
seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas
e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a
concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das
suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e
potencialidades
A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso
do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para
Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise
permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra
probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do
Distrito Federal
A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em
tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)
diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as
consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que
possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis
de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica
A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas
pela Banca Examinadora
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da
morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e
aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos
fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade
fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade
fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia
de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na
prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa
tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal
2012)
Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a
atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al
2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus
benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que
apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria
estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a
conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois
campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida
(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)
Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o
perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros
urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo
dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem
recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo
participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF
recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as
propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo
2
alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos
e qual eacute o seu niacutevel de AF
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE
Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras
investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo
resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam
em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de
ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair
Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou
e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas
cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)
Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees
fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de
doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade
de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira
busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas
encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as
oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da
vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o
envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais
cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a
inatividade fiacutesica
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto
fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)
Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de
doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10
de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de
53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade
3
fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas
a cada ano no mundo
No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das
recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da
praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008
por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das
mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)
A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo
Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas
poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam
maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)
Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e
mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de
natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e
reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca
tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade
oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o
aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel
com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser
revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)
Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre
as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de
vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede
puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a
aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas
vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO
2009)
Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos
para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de
que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da
4
Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da
Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e
sauacutede (OMS 2009)
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF
para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam
(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica
Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias
Menor risco de doenccedila cardiovascular
Menor risco de AVC
Menor risco de morte prematura
Menor risco de lipidemias
Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta
hipocaloacuterica)
Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica
Menor risco de diabetes tipo 2
Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica
Menor risco de cacircncer de coacutelon
Menor risco de cacircncer de mama
Menor risco de cacircncer de pulmatildeo
Menor risco de cacircncer endometrial
Menor risco de quedas nos idosos
Aumento da densidade oacutessea (idosos)
Prevenccedilatildeo da osteoporose
Melhor funcionamento cardiopulmonar
Melhor bem-estar geral
Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)
Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal
Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras
Melhora das funccedilotildees cognitivas
Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia
Absentismo laboral (baixas por doenccedila)
Niacutevel de estresse
Qualidade do sono autoimagem e autoestima
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada
Forte
Moderada
Forte
Forte
Moderada a forte
Moderada a forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada a forte
Moderada a forte
FONTE USDHHS1 2008b
1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a
principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as
orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover
a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas
5
111 Doenccedila cardiovascular
Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF
regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises
indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos
ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos
disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF
regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular
daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)
analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12
meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi
introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou
que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria
quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico
Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF
moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos
adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin
2006)
Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e
homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de
mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas
Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em
Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)
112 Doenccedila cerebrovascular
Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com
a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas
cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF
para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo
inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma
relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um
6
niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A
AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de
proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada
parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao
et al 2009)
113 Dislipidemia
A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos
vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo
fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute
fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias
(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol
de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta
densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de
impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo
intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de
resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo
contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo
positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como
terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo
apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez
et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu
somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial
sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo
treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de
30 a 60 minutos
7
115 Diabetes tipo 2
O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave
potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)
mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a
sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo
Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O
mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do
glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et
al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos
natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em
contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da
intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)
Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios
anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece
que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a
maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo
menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)
Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que
envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os
niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo
energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados
116 Osteoporose
A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e
deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao
aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e
eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa
2006)
A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da
massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica
8
na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que
aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005
Suominen 2006)
De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode
prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa
imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e
determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel
que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que
outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade
cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e
Warburton 2009)
Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados
pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se
a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum
usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes
conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas
definiccedilotildees
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser
entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos
muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima
do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12
A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)
1) Atividade desportiva (performance)
2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)
3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)
4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)
5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)
1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
9
O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado
de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora
todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio
fiacutesico (USDHHS 2008b)
O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que
descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)
a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
b) Frequecircncia semanal (dias)
c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)
A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias
1) Leve (16 a 29 MET23
)
2) Moderada (3 a 6 MET)
3) Vigorosa (gt 6 MET)
O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma
atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel
de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)
Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees
completamente opostas do comportamento do movimento
Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de
energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa
(Figura 1)
FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004
Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica
Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia
(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como
reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade
21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin
10
composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo
relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia
mecacircnica (Ainsworth et al 2000)
A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na
avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)
mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados
para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os
meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos
Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do
trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade
e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem
ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc
ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria
monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida
Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou
questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado
Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes
magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um
domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do
entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard
e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular
situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos
de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos
participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e
elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de
grandes populaccedilotildees
A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da
quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos
aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede
11
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA
A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode
assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et
al 2010)
A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar
benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no
contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem
correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees
orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito
possiacutevel
A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos
devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados
mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado
poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute
teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs
diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch
2010)
Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga
elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos
evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em
exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade
(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o
exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles
tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho
de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)
12
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede
O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear
inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das
taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo
2 e cacircnceres
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede
13
A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo
eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se
que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de
intensidade mais elevada (Figura 4)
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede
Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede
geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia
de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade
cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e
Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150
kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o
risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada
com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na
incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para
vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase
dobrou (21) (Helmrich et al 1991)
14
Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o
aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo
necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a
sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do
esforccedilo de alta intensidade
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-
funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada
intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos
efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)
Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees
muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa
causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os
riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e
superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer
disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado
nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e
colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65
anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por
100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila
cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram
quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido
adquiridas (Talbot et al 2007)
Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos
adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de
medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as
caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo
15
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE
FIacuteSICA
A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a
escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel
de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas
para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem
apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al
(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo
socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro
polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo
escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que
crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para
Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos
em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a
taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio
de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual
(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)
associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o
tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda
tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo
no tocante agrave temaacutetica
A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia
com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos
estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte
quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta
Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o
aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)
Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com
o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as
categorias (USDHHS 2008c)
16
A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes
de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a
proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a
discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais
para a sauacutede geral
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas
em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca
destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados
substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de
ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais
eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e
de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras
recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em
geral
O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos
pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975
das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines
for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees
posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et
al 2007)
Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a
mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator
secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que
tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede
(USDHHS 2008b)
1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo
hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para
desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete
tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)
17
Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e
orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico
em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam
benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que
a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da
vida e que eles suplantam os riscos
Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte
semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que
culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito
Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e
semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma
organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar
uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo
de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF
necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas
O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007
passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo
relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada
(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo
cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de
intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as
atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem
ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado
minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al
2007)
18
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato
de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees
de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo
e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande
influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina
de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de
Cardiologia (AHA 2011)
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ
Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente
comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia
reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um
instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ
Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005
recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos
trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade
vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana
atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou
mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde
que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo
desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo
respectivamente (IPAQ 2005)
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de
Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO
2008)
19
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo
governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de
sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional
de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a
diretriz federal dos Estados Unidos
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos
paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que
preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para
ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos
por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos
entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA
2010)
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia
Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um
sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros
e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado
o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas
foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da
sauacutede
Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)
constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da
Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-
Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de
ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30
minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)
20
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo
congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo
de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial
O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade
Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes
para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi
fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em
Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito
global
As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas
em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos
ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por
semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de
pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem
aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das
atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma
combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para
crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da
quantidade de tempo dos adultos
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a
consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e
Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de
Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua
adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)
21
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA
No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante
para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica
Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em
geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos
substanciais para a sauacutede geral
Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees
atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais
recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos
foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull
2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)
dentre outras
Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter
mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15
sem determinar a frequecircncia
semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance
a mesma meta de vaacuterias maneiras
A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas
que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais
caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)
exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por
idade (crianccedilas e jovens)
171 Frequencia semanal
Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas
morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo
1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos
de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por
semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa
22
funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave
medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)
(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu
principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico
(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a
realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-
se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo
(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da
supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)
A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as
atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo
aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a
praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de
uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode
induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica
sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)
FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga
23
172 Intensidade do esforccedilo
Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade
vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua
mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada
Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da
Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias
governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda
Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a
orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)
Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo
O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em
que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo
possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada
equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a
8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da
possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo
significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves
atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio
uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos
metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)
A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque
aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas
e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades
podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a
superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica
subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem
significado equivalente (CDC 2010)
Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam
desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo
fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor
24
tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do
esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos
adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as
recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade
de exerciacutecio ou esporte praticado
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo
As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para
sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que
podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A
princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser
Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de
10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias
para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema
em debate
Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de
sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais
substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de
AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta
miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas
recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e
vigoroso
174 Dose de atividade fiacutesica
Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de
AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior
detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave
sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima
O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de
AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o
25
gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)
Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral
devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente
metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado
Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores
normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no
ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo
padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e
moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos
para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas
A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela
das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode
conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de
esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com
funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem
AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as
diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e
frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser
somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do
esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo
(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)
De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose
de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e
afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo
submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses
que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo
informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE
pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo
Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para
ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE
26
recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as
recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana
Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo
da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis
Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais
que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos
estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais
diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo
intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF
Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o
USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos
esclarecedores
Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente
estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a
estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo
Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em
maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos
resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior
de benefiacutecio
Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos
adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede
Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis
intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si
perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees
curtas e fragmentadas
27
Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de
atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos
de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana
(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede
175 Minorias populacionais
Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a
carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato
socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo
de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF
2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura
destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em
recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas
as populaccedilotildees
Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as
diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de
implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano
poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais
Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da
AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas
interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo
as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren
2001)
Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica
mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios
da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir
adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a
seguranccedila deveria ser comunicada claramente
A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa
incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e
28
entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos
deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo
(USDHHS 2008a)
Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute
crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os
Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a
quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade
(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo
menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com
o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o
controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou
mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o
volume-teto maacuteximo
Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees
endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do
que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes
deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a
meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios
importantes para a sauacutede
A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso
corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma
vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o
foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado
o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave
AF
176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens
No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17
anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-
se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias
Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade
29
Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade
precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em
relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo
estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao
desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar
arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5
anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos
de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos
(DHAA 2005a DHAA 2005b)
Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o
limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu
como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana
As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar
explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por
semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute
clara
177 Exerciacutecios especiacuteficos
1771 Musculaccedilatildeo
A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de
2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de
exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a
abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os
principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e
com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada
exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo
contaraacute para o alcance da meta
Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo
USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute
30
necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o
metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o
entendimento da exigecircncia anaeroacutebia
ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o
ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo
(USDHHS 2008a pg A-6)
Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as
do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de
musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio
estaacute presente
1772 Flexionamento
Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade
natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua
importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de
frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou
dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os
exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto
agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem
estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para
a obtenccedilatildeo da meta
1773 Aquecimento e desaquecimento
Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes
aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo
gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o
cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com
intensidade moderada
31
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees
Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem
resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem
inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na
quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2
a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A
adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial
do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos
deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as
recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados
Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a
meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de
eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6
ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF
As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral
e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que
portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas
pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se
considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo
geral natildeo ocorre
Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios
de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O
mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de
que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos
179 Concordacircncias nas diretrizes
Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao
modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo
dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais
consensos
32
A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os
iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso
crocircnico
A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF
As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e
quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave
sauacutede
Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de
maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo
entre elas
Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os
sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que
praticada dentro de limites de seguranccedila
A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se
possa obter resultado em longo prazo
As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos
problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam
atendimento especiacutefico
Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a
quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos
Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos
limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica
As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da
AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo
comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu
texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas
de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando
programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF
tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo
para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem
33
o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia
que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no
transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo
Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade
desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando
a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo
Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios
morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam
estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008
preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e
familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo
fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem
fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para
elas
A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de
forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das
diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da
AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica
estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir
diversas barreiras
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a
criaccedilatildeo de poliacuteticas que
Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para
promover a sauacutede
Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a
escola ou trabalho
34
Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a
criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc
Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc
Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques
quadras pistas de corrida trilhas etc
O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a
Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste
sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS
2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da
Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a
promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos
qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)
No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em
onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo
da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede
3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia
em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na
construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou
programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e
lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida
mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos
alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de
redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar
as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de
alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar
e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo
social (MS 2012)
Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam
claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de
Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais
35
que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a
populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as
diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita
Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de
sauacutede puacuteblica
Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos
para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional
Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento
de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF
Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF
Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF
Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas
em torno de um mesmo objetivo
Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes
interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos
Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo
para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo
O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos
brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre
Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de
AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)
que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas
26 capitais dos estados e no Distrito Federal
19 SISTEMA VIGITEL
O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes
com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais
fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O
Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e
36
aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em
Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o
sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)
Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o
conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle
contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria
para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as
principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas
de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede
puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos
saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais
fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)
37
2 OBJETIVOS
Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais
diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF
Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo
pelas diferentes diretrizes
Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF
Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na
determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual
Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis
38
3 METODOLOGIA
31 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS
Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do
sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o
uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e
de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de
adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e
cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa
O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser
acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise
do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da
federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para
cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e
divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de
linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em
reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente
a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas
residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000
entrevistas
No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas
fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis
redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso
39
do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os
moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados
eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para
responder a entrevista
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no
Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)
Capitais DF Nordm linhas
sorteadas
Nordm linhas
elegiacuteveis
Nordm entrevistas
realizadas
Aracaju 3400 3022 2031
Beleacutem 3400 2876 2021
Belo Horizonte 3200 2812 2016
Boa Vista 3600 2832 2017
Campo Grande 4600 2919 2012
Cuiabaacute 4800 2756 2013
Curitiba 4400 2824 2011
Florianoacutepolis 4600 2896 2010
Fortaleza 3400 2881 2017
Goiacircnia 4200 2523 2013
Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014
Macapaacute 4000 2746 2012
Maceioacute 3600 2784 2017
Manaus 3600 2817 2013
Natal 3400 2742 2013
Palmas 4800 2479 2009
Porto Alegre 5000 3120 2010
Porto Velho 4400 2582 2014
Recife 3400 2751 2014
Rio Branco 4600 2720 2017
Rio de Janeiro 4000 3094 2012
Salvador 3600 2935 2010
Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011
Satildeo Paulo 4200 3073 2012
Teresina 3400 2800 2011
Vitoacuteria 3800 2817 2011
Distrito Federal 4600 2938 2008
Total 107200 76330 54369
FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007
40
Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve
entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial
(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a
impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias
tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)
Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das
linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema
VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)
As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e
envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS
2007)
O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto
por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do
questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de
escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos
alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo
frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo
nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de
bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a
diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)
Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais
brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso
final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir
possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos
participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser
selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para
a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a
composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da
41
populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a
frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria
procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos
pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede
de telefonia fixa (MS 2007)
A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a
proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra
VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas
27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955
de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no
Distrito Federal (MS 2007)
Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL
contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das
entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas
imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente
com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo
supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de
cada semana (MS 2007)
Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais
de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa
VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369
participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham
indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma
modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a
duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779
participantes
42
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS
3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica
Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados
somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o
inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando
separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional
(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da
casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre
AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos
participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de
2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal
desses domiacutenios
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio
Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube
aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na
seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -
corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica
8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol
13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros
333 Deslocamento ativo
Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento
ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o
trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da
entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a
respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto
43
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica
A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo
do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo
foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60
minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro
agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana
335 Intensidade do esforccedilo
A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo
do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo
na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade
Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo
moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge
a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso
igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica
ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi
considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante
musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e
outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa
O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de
cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia
proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir
44
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo
(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada
modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
Ainsworth et al em 2000
Atividade
Tempo em minutos
1019 20-29 30-39 45-59 60
MET MET MET MET MET
1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198
2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198
3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540
4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540
5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390
6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240
7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240
8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420
9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600
10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240
11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420
12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360
13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180
14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420
1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave
velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso
corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica
aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa
intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo
12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo
(simples)
MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin
Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam
a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave
meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do
moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75
minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito
sobre a sauacutede
Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve
razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para
a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior
parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
45
Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta
com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas
Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos
de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca
preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal
(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da
entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais
dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os
domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e
Sul)
Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em
relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o
agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis
intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a
escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo
337 Variaacuteveis de comportamento individual
Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram
utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente
bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)
consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os
participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa
pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica
observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com
resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da
semana que eles costumavam ingerir
Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas
O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais
46
cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos
ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente
338 Diagnoacutestico de DCNT
Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de
cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC
dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum
momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta
diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou
doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante
responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim
facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica
Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a
prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na
introduccedilatildeo deste trabalho
Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis
sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a
mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees
A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e
freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o
trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez
determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a
classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo
para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas
informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente
47
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica
Grupo Criteacuterio
1- Inativo
2- Ativo insuficiente
3- Ativo
4- Muito ativo
nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo
realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo
atinge a recomendaccedilatildeo
ultrapassa a recomendaccedilatildeo
Classe Criteacuterio
A - AF suficiente
B - AF insuficiente
alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)
natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)
34 ANAacuteLISE DOS DADOS
Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento
individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os
portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do
esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-
se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi
avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados
foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de
significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados
com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes
recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de
verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a
variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem
a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =
baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta
concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para
o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se
com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg
(ver 110 e Microsoftreg Excel ver
100)
48
Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e
frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do
presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees
Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade
adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os
participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por
semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os
selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees
semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel
de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel
determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF
O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original
dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na
duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem
sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de
AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do
niacutevel miacutenimo de AF
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS
O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208
Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da
Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511
49
4 RESULTADOS
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA
Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres
Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade
igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9
anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e
morenos (53)
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em
quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco
diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e
IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo
A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes
analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que
apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de
casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra
Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de
AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs
categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)
A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada
recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com
maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os
atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor
dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram
50
Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o
segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto
fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo
miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou
mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna
mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5
N N N N N
25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202
Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191
Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92
52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL
AF suficiente
N
12512 232
N
7347 156
N
15308 279
N
20178 345
N
15520 283
AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717
TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100
1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia
2 Instituto de Medicina dos EUA
3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de
Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes
houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi
estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de
concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM
e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito
ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o
grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos
51
praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e
muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os
que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram
(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre
moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =
041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge
18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
CATEGORIA
IOM ACSM OMS IPAQ
(k) (k) (k) (k)
Inativo
UE
1 1 1 1
IOM
1 1 1
ACSM
1 1
OMS
1
Ativo Insuficiente
074 081 047 079 UE
IOM
059 049 075
ACSM
058 098
OMS
059
Ativo
UE 081 085 08 036
IOM
069 096 044
ACSM
068 031
OMS
045
UE 029 072 056 052
IOM
021 016 055
ACSM
078 037
OMS
029 UE =
Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IOM = Instituto de Medicina dos EUA
ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash
039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia
08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)
52
A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as
diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes
que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar
ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as
cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma
quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106
(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo
concordante por todas as diretrizes analisadas
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia
A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O
rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e
menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)
e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes
encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na
Regiatildeo Norte
Grupo
Inativo
Ativo
Total (N) 25837
26942
subgrupo
insuficiente suficiente muito ativo
Coincidecircncia
N 25837 6688 2867 2439
100 248 106 91
53
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)
Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)
Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)
Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)
Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)
Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)
Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)
Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)
Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)
Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)
Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)
Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)
Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)
Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)
Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)
Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)
Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)
Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)
Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)
Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)
Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)
Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)
Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)
Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)
Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)
Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)
Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)
Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)
Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)
Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)
Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)
Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
54
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia
com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM
apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em
Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais
ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais
ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo
segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste
e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um
menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na
Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram
55
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)
Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)
Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)
Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)
Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)
Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)
Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)
Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)
Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)
Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)
Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)
Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)
Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)
Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)
Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)
Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)
Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)
Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)
Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)
Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)
Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)
Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)
Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)
Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)
Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)
Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)
Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)
Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)
Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)
Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)
Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)
Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
56
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi
superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e
352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em
Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em
Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as
regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306
(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste
57
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)
Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)
Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)
Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)
Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)
Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)
Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)
Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)
Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)
Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)
Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)
Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)
Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)
Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)
Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)
Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)
Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)
Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)
Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)
Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)
Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)
Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)
Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)
Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)
Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)
Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)
Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)
Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)
Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)
Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)
Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)
Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
58
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as
capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)
em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e
menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e
menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul
59
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)
Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)
Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)
Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)
Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)
Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)
Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)
Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)
Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)
Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)
Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)
Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)
Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)
Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)
Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)
Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)
Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)
Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)
Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)
Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)
Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)
Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)
Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)
Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)
Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)
Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)
Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)
Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)
Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)
Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)
Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)
Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
60
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz
do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do
ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos
em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e
menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro
Oeste
61
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)
Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)
Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)
Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)
Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)
Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)
Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)
Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)
Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)
Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)
Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)
Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)
Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)
Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)
Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)
Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)
Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)
Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)
Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)
Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)
Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)
Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)
Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)
Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)
Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)
Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)
Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)
Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)
Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)
Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)
Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)
Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
62
A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias
regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da
prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves
recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a
quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na
classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS
Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da
AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada
pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
bull1ordm Norte
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Nordeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
UE
bull1ordm Norte
bull2ordm Nordeste
bull3ordm Centro Oeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
IOM
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
ACSM
bull1ordm Sul
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Norte
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
OMS
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
IPAQ
63
Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O
percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)
para elas
Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente
significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de
pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de
negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x
517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente
(343 x 346 respectivamente) (p=007)
O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com
65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com
menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44
- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante
para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)
A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de
AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o
aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os
menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais
escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior
escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada
pela OMS
A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou
que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos
(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os
casados (p=0001)
Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo
apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi
mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os
participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a
presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela
11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF
64
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis
sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006
Variaacuteveis
sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p
IC95 IC95 IC95 IC95
SEXO
lt0001
masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)
feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)
CORETNIA
lt0001
branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)
negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)
pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)
amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)
vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)
IDADE
lt0001
18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)
25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)
35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)
45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)
55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)
65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)
ESCOLARIDADE
lt0001
0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)
9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)
12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)
ESTADO CIVIL
001
solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)
casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)
viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)
separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)
LOCAL PARA AF
lt0001
sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)
natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)
TOTAL DA
AMOSTRA () 515
141
96
249
Segundo diretriz OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo
insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
65
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL
A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de
acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo
subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre
os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham
percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os
ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi
mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi
mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles
com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica
aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como
maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)
66
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
Segundo diretriz da OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS
CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS
A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT
(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente
vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel
de AF1
embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas
Caracteriacutesticas
Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p
Estado sauacutede lt0001
excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)
bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)
578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)
ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)
lt0001
sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)
528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)
Desl ativo lt0001
sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)
natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)
Tabagismo 002
sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)
natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)
Cigarro quant
1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001
20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)
40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)
Ex-fumante
sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007
natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)
Consumo aacutelcool
sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001
natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)
Frequecircnciadia
diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)
3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)
1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)
ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)
Total da amostra ( ) 515 141 96 249
Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo
Dieta hipocaloacuterica
67
foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a
cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
acometeram mulheres inativas
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico
de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e
Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson
DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia
ou osteoporose
DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo
IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p
HIPERTENSAtildeO
Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001
Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001
Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009
DIABETE
Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001
Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003
Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001
INFARTO eou AVC
Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001
Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006
Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001
DISLIPIDEMIA
Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002
Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001
Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033
OSTEOPOROSE
Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001
Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026
Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001
68
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA
A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o
futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior
ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas
(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico
ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens
insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
69
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Conjunto
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513
2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23
3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31
4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04
5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40
7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68
8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92
9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35
10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007
11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49
12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56
13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02
14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58
15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05
16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131
70
A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial
sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando
a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT
incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e
ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia
foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral
Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para
esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da
praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
71
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
HIPERTENSAtildeO
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667
2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28
3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32
4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01
5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31
7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143
8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94
9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38
10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91
12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12
13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -
14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41
15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05
16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
72
A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre
16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os
sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da
amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)
das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou
em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo
ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como
basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha
destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
73
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Diabetes AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733
2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07
3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79
4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -
5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11
6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05
7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262
8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143
9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013
10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -
11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09
12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -
16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
74
A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM
eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo
da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes
com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada
livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente
ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
75
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
2 Infarto agudo do miocaacuterdio e
3 Acidente vascular cerebral
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
IAM2 ou AVC3 AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino
(IC
95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867
2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11
3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11
4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -
5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100
6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77
7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166
8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64
9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20
10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56
12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -
15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -
16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91
76
A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico
meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os
participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A
caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram
as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
77
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais
dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quarado de Pearson p lt0001
Dislipidemia AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642
2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24
3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33
4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -
5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23
7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123
8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100
9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46
10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51
12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09
13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -
14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21
15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01
16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134
78
A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por
uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a
mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja
maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como
segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para
aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta
preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes
(plt0001)
79
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
Osteoporose AF Suficiente
AF Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519
2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11
3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07
4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -
5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66
6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46
7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254
8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196
9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47
10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105
12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -
14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -
16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198
80
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades
separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das
modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta
sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo
foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria
(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente
apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na
modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por
semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
81
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
continua
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213
5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178
3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112
1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875
CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _
5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02
3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02
1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000
CORRIDA IC95 IC95
GIN
GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _
5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _
3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _
1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _
82
continuaccedilatildeo
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
4 Corrida na esteira rolante
5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais
6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _
5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _
3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02
1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _
5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _
3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _
1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _
OUTROS611 IC95 IC95
CONJUNTO IC95 IC95
todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36
5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242
3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365
1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943
83
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees
das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no
conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes
referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para
as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525
(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no
conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase
a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo
recomendado pela maioria das diretrizes
84
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros
e Distrito Federal 2006
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95
GIN
AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96
10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390
20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164
30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181
45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139
60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543
CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -
10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21
20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08
30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71
45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79
60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901
CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0
10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26
30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314
45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23
60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072
continua
85
continuaccedilatildeo
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10
20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0
30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88
45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211
60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
-10 _ _ 07 06-21 -10 _
_ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _
_ _ 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _
_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27
30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44
45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155
60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035
OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95
-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08
10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80
20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50
30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144
45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97
60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
86
A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na
duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia
semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se
passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu
Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente
outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi
acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram
esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo
60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864
participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)
foram promovidos
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e
apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo
do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais
Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de
duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo
Ativos Insuficientes
Frequecircncia
(sessotildeessemana)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
01-02 6233 -
03-04
05-06
279
76
823
76
Diaacuteria 100 100
Total 6588 999
Duraccedilatildeo do esforccedilo
(minutos)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
-10 69 -
1119 346 -
20-29 394 -
30-39 902 -
45-59 635 -
60 ou + 4342 5864
Total 6588 5864
87
A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em
minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de
ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com
frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens
com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -
IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de
AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem
predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor
frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma
tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao
conjunto da amostra
88
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e
duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001
hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose
AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE
HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER
(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)
Frequecircncia
todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)
5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)
3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)
1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)
Duraccedilatildeo
-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -
10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -
20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)
30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)
45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)
60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)
AF INSUF
Frequecircncia
todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)
5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)
3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)
1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)
Duraccedilatildeo
-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)
10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)
20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)
30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)
45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)
60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)
89
5 DISCUSSAtildeO
51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS
Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou
a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de
cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque
desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos
natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o
trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade
miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto
divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes
considerados fisicamente ativos
A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a
determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam
uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente
Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a
frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada
Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior
prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto
de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a
consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta
hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo
foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu
entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram
conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades
90
Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a
60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que
natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes
que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo
alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana
A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada
A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os
participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo
arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67
daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No
conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo
miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada
52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO
O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas
gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados
simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo
portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo
de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um
determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo
uma amostra numerosa e ampla
A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por
entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem
telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido
nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento
econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar
esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda
que parcialmente a representatividade da amostra
91
Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo
sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada
cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos
sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de
resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma
generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a
populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente
89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)
Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito
semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de
resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810
desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda
segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada
superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como
desenvolvidos
Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto
prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores
agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave
mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por
meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela
populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia
de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL
estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos
metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a
validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram
realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice
de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de
sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados
Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer
ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre
duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente
92
coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as
diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees
dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na
definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas
devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior
Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico
preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores
podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo
arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar
subestimadas nesta pesquisa
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS
A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro
eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes
internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias
e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos
ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam
na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil
da AF praticada pelos portadores de DCNT
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica
Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees
e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo
que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel
observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos
pronunciados no grau de atividade entre os participantes
93
Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o
niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto
significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora
como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser
considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como
pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes
podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam
ser instados a manter o que ainda natildeo era
Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto
energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade
especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para
atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de
modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas
A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir
negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados
antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por
programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os
anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em
2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da
OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio
adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia
semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano
para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez
capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor
prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o
percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano
anterior com 224
As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no
rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de
suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a
94
penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste
(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da
amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS
O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por
Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do
niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)
Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave
diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes
comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute
revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida
de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24
horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por
homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas
metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos
resultados esteja de acordo
As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso
cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco
se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e
frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas
futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo
compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior
seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica
5321 Sexo
A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em
mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres
apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que
referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de
95
AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados
encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al
2009 Pan et al 2009)
Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo
de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com
deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com
materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de
familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A
autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF
natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da
AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema
Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente
domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres
neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois
natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a
sauacutede (Hallal 2011)
Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das
mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais
de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS
5322 - Idade
Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a
idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)
se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)
Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade
estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS
2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de
DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na
dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de
vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias
96
reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade
funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas
A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010
aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo
de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave
melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico
regular (Paterson e Warburton 2009)
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de
vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do
que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE
2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute
alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam
repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um
lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma
maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo
tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas
Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o
envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade
Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente
a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao
fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)
quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade
aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo
quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de
queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos
devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de
aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas
condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura
Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de
envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e
Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade
97
de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da
idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade
em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico
Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de
trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os
niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)
5323 Escolaridade
Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu
ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)
estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre
os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF
Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees
miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade
Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com
os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados
serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al
(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os
mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e
campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior
atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de
educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795
portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF
pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto
jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade
meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios
de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do
grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as
mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte
Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que
envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns
98
estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda
(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)
mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma
possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente
Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes
(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que
existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a
prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et
al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos
desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278
nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de
vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico
mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF
de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior
era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de
AF
Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as
pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior
acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF
no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior
tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF
no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se
consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da
permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar
Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como
um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade
de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais
como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para
com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida
Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os
niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final
99
agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos
epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave
educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre
grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)
Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as
diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo
5324 Etniacor
Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele
Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e
vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles
que tecircm ancestrais entre brancos e negros
Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)
satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra
cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor
percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento
composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante
sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)
Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a
relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos
Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem
diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o
niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos
raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios
americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas
significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os
brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)
Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo
da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os
resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e
100
eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na
estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada
Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com
os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os
mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as
DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto
devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos
serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de
sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da
populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe
ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila
Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos
outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do
campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que
vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de
grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF
em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e
observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado
influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem
apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para
centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)
Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com
fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades
de tamanho populacional diferente
As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo
claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante
queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena
proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das
observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos
segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos
grupos minoritaacuterios
101
Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees
definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia
geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o
comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves
condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida
5325 Estado conjugal
A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos
(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os
solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees
Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado
civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a
situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil
com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute
esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais
velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo
podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)
acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros
Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e
menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)
apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com
outras pessoas fora do ambiente domiciliar
Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com
filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para
a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se
transforma necessariamente em accedilatildeo
102
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica
O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a
praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores
facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)
Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de
ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves
suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico
Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de
locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa
(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos
Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar
mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais
preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as
influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis
nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica
conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o
ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores
mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico
na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de
veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e
idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores
portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica
escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a
substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos
A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a
praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da
contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo
urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF
Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano
deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o
multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com
103
seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade
da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial
o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a
caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o
gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres
na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias
para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS
(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)
Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses
residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda
de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos
equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e
Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na
qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros
de distacircncia das instalaccedilotildees para AF
Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o
ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste
sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram
oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras
Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para
a praacutetica de AF
Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de
ruas
Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico
Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado
Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de
locais de traacutefego intenso
Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a
AF
Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas
Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis
104
Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF
5327 Variaccedilotildees regionais
Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de
AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de
ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do
NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste
apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade
de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor
percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a
variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a
determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades
investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em
aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos
Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros
relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos
demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da
federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos
anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o
deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e
natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de
Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)
Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o
deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente
algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em
2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de
ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com
o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)
Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte
do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo
Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno
105
porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de
AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional
5328 Consumo de tabaco
Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF
para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam
insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa
Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga
2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na
abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et
al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o
tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em
eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo
no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos
homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor
escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com
dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses
demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos
principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos
fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de
tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de
Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)
A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco
de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e
problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das
consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de
esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir
para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo
desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o
crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da
AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)
106
5329 Consumo de bebida alcooacutelica
Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo
diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das
mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De
modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente
Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a
praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de
aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais
bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de
drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o
consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O
Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de
estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas
as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF
maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20
anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos
Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram
consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620
alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do
alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de
AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento
Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida
como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis
como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia
parece natildeo se confirmar
O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser
explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF
devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser
uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas
aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia
2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que
107
bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para
compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar
os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool
Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo
de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem
acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre
consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave
AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas
condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos
circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um
papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o
mecanismo de recompensa interage e se manifesta
53210 Estado de sauacutede
Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado
de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de
sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual
cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico
cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi
mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos
Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de
sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada
conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009
encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de
AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram
idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para
idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40
consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o
estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado
Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de
causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como
108
boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF
aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo
entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais
segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da
sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da
accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que
a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos
combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea
et al 2011)
Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede
apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante
para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem
se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso
de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de
outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de
sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo
nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e
muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo
(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado
Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo
satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que
a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao
indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica
Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a
intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no
niacutevel de AF
109
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo
Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais
ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior
grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos
estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os
estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia
de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e
capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo
De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos
ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que
alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim
observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi
semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por
sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e
insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de
ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado
pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa
o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e
morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a
6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo
alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica
demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do
esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica
Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia
semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF
insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos
110
participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de
as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se
mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal
Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um
comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia
semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da
meta miacutenima da AF
Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3
sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees
entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689
participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de
85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia
semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um
participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada
ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o
volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam
necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia
semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo
Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo
do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo
inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo
apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que
o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado
menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)
A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo
encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em
2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao
definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias
para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS
orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal
111
A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos
benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana
Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de
sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa
geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao
longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com
programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e
intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados
A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a
preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a
intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS
2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada
pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua
magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos
(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a
distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as
pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que
pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al
2007)
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico
Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta
sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua
conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica
proposto por Ainsworth et al(2000)
As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da
amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que
se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo
fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as
mulheres e pessoas de mais idade
112
A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo
brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa
praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da
deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12
e tem se apresentado como a
escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se
exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que
apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente
ativos (Bull 2010)
O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente
ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)
principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua
frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os
niacuteveis miacutenimos de AF
Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira
modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a
oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo
envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de
musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a
praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo
conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se
que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa
deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante
da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a
1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa
ser classificado como inativo
12
Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido
pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper
113
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis
Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio
de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as
recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila
No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou
subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A
possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT
tambeacutem foi considerada
Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de
AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a
intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal
guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente
entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30
minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o
futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual
diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no
conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos
Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF
Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio
da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em
meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em
indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim
eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do
que a aqui encontrada
114
Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres
com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do
climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em
parte o maior conhecimento do diagnoacutestico
Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a
hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa
entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica
O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a
inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13
Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da
diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo
obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora
natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)
Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi
e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo
envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos
em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis
foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o
consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os
estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos
ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)
Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando
caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade
do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente
hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se
efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos
fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas
recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de
Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo
deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com
13
Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem
alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo
115
intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo
medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de
base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada
a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular
devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares
devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)
Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior
parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas
principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo
arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos
moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos
5342 Dislipidemia
Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de
diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres
aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O
percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos
Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD
Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de
risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a
AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia
de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de
lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al
2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas
podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados
disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a
magnitude desta associaccedilatildeo
Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma
uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e
reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24
horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo
116
entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e
Paffenbarger 2001)
A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima
lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas
de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de
trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-
exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)
Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de
DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2
vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para
uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo
com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos
Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos
lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede
natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam
tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para
o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em
pessoas entre 20 e 40 anos de idade
O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge
45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25
anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do
climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)
5343 Diabetes
Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora
se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do
inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto
consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que
apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC
2010)
117
Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto
para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido
(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a
sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas
modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do
exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a
sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente
trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em
termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos
inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de
alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante
do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)
Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo
da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte
acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e
envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma
relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise
apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo
quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees
incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF
(Kesaniemi et al2010)
Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles
aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo
para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de
AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que
confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos
A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente
25 da preferecircncia
O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes
mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as
118
caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute
alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)
A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por
aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado
ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo
de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no
entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de
seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer
outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser
consideradas
A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de
futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo
aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo
da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em
aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino
A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos
Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30
minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85
dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se
alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as
recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)
realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a
frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece
promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da
suficiecircncia da AF em portadores de DPDM
Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua
pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores
taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)
Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de
sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica
119
Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o
diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases
mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo
perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode
reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma
perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado
agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave
praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo
contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees
Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com
maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute
menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam
pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica
5344 Osteoporose
Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham
diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste
(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de
DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-
climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em
ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade
principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica
(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e
perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010
Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF
com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al
(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou
que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou
insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com
risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria
120
dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de
osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo
oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos
podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si
mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das
quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010
sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha
a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da
osteoporose
Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou
somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias
crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo
Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica
A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios
estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar
dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a
raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea
similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)
Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo
como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais
em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria
A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres
perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase
raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase
raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso
cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da
massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta
(Kemmler et al 2004)
A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus
mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens
121
tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres
Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas
(Shibata et al 2003)
Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo
da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte
ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as
mulheres ganha dimensotildees maiores
Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada
sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede
brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60
minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A
frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes
com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que
natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees
entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um
episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a
meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior
frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade
igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores
niacuteveis de AF
Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a
ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa
(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau
de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das
limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de
exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de
122
energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a
diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores
54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito
entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo
harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada
Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do
rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de
um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante
de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma
boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica
suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida
Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas
lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF
frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute
inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos
segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos
socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto
cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar
poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute
necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de
diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes
A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de
prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF
recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino
de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local
apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na
regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo
123
Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja
possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as
accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando
planejadas de forma integrada
O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta
dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS
Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente
ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma
predisposiccedilatildeo para este domiacutenio
A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura
previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de
exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol
Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada
sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a
baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3
dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos
A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo
foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas
de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo
rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de
alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa
ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel
Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema
puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica
de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e
especialmente junto aos portadores de DCNT
124
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Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico Brasiacutelia (DF) Ministeacuterio
da Sauacutede 2007
Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Vigitel - Brasil 2007 Vigilacircncia de Fatores de Risco E
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico Brasiacutelia (DF) Ministeacuterio
da Sauacutede 2008
Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Vigitel - Brasil 2008 Vigilacircncia de Fatores de Risco E
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico Brasiacutelia (DF) Ministeacuterio
da Sauacutede 2009
Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Vigitel - Brasil 2009 Vigilacircncia de Fatores de Risco E
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico Brasiacutelia (DF) Ministeacuterio
da Sauacutede 2010
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Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo (CIP)
Preparada pela Biblioteca da
Faculdade de Medicina da Universidade de Satildeo Paulo
reproduccedilatildeo autorizada pelo autor
Lima Dartel Ferrari de
Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal um estudo
transversal Dartel Ferrari de Lima -- Satildeo Paulo 2014
Tese(doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de Satildeo Paulo
Programa de Medicina Preventiva
Orientador Olinda do Carmo Luiz
Coorientador Renata Bertazzi Levy
Descritores 1Estilo de vida sedentaacuterio 2Doenccedila crocircnica 3Vigilacircncia em sauacutede
puacuteblica 4Promoccedilatildeo da sauacutede 5Inqueacuteritos epidemioloacutegicos 6Exerciacutecio
7Condicionamento fiacutesico humano 8Atividade motora
USPFMDBD-22514
DEDICATOacuteRIA
Dedico este Trabalho a Rene e Lohran Anguera Lima meus amados filhos e a meus
amados pais Helena e Ameacutelio (in memorian)
AGRADECIMENTOS
Incansavelmente reforccedilo minha gratidatildeo agrave Profa Dra Olinda do Carmo Luiz pela
orientaccedilatildeo deste trabalho cuja beleza dos gestos amigaacuteveis representou o ldquosimrdquo para
este Jogo que insiste dizer ldquonatildeordquo
Minha gratidatildeo agrave Dra Renata Bertazzi Levy pela coorientaccedilatildeo deste trabalho
Aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo do Departamento de
Medicina Preventiva da USP pela partilha das informaccedilotildees em especial agrave Lilian
Santos de Godoy Prado pela amizade e a Miriam Regina de Souza pela
normatizaccedilatildeo do texto
Ao professor Dr Joatildeo Carlos Catellan pelo retoque do texto e adequaccedilatildeo linguiacutestica
Agrave Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute em especial ao campus de Marechal
Cacircndido Rondon pela liberaccedilatildeo de minhas atividades acadecircmicas
E a vocecirc meu amado Golden Retriver por todos nossos momentos Eu sinto tanto a
sua falta
Este trabalho recebeu
Bolsa do Programa de Demanda Social da
Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo
Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio
Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico
Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias
Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET
Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET
Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos
corporais
Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash
distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no
sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina
Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento
Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em
qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem
repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)
Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas
e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares
durante o exerciacutecio
Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos
combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e
sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular
Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa
(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo
com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)
Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada
Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida
sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial
Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para
suplantar a necessidade metaboacutelica
Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)
Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute
associada a lipiacutedeos
MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin
em repouso
Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando
aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas
Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida
Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a
temperatura de 1 litro de aacutegua
Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o
periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste
orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional
Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela
duraccedilatildeo do esforccedilo
LISTA DE ABREVIATURAS
ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
AF atividade fiacutesica
AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
AVD Atividade de vida diaacuteria
BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo
CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas
DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel
DP desvio padratildeo
EU Uniatildeo Europeia
FC frequecircncia cardiacuteaca
HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica
HDL proteiacutenas de alta densidade
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IF inatividade fiacutesica
kcal quilocaloria
LDL proteiacutenas de baixa densidade
MET equivalente metaboacutelico
NAF niacutevel de atividade fiacutesica
NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede
OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAS pressatildeo arterial sistecircmica
PS Promoccedilatildeo da Sauacutede
RR risco relativo
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos
USP Universidade de Satildeo Paulo
VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito
Telefocircnico
VS Vigilacircncia em Sauacutede
WHA Assembleia Mundial da Sauacutede
WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47
Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes
recomendaccedilotildees 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito
Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em
minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade
segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth
et al em 2000 44
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006 50
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18
anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 53
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 55
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 57
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 59
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 61
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 66
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de
diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 67
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 69
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo
arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e
niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 71
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes
segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 75
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 77
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 79
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF
nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 84
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes
a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico
meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo
da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88
SUMAacuteRIO
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
APRESENTACcedilAtildeO
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2
111 Doenccedila cardiovascular 5
112 Doenccedila cerebrovascular 5
113 Dislipidemia 6
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6
115 Diabetes tipo 2 7
116 Osteoporose 7
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 17
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel
pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 19
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA 21
171 Frequencia semanal 21
172 Intensidade do esforccedilo 23
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24
174 Dose de atividade fiacutesica 24
175 Minorias populacionais 27
176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28
177 Exerciacutecios especiacuteficos 29
1771 Musculaccedilatildeo 29
1772 Flexionamento 30
1773 Aquecimento e desaquecimento 30
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31
179 Concordacircncias nas diretrizes 31
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33
19 SISTEMA VIGITEL 35
2 OBJETIVOS 37
3 METODOLOGIA 38
31 TIPO DE ESTUDO 38
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42
331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42
333 Deslocamento ativo 42
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43
335 Intensidade do esforccedilo 43
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45
337 Variaacuteveis de comportamento individual 45
338 Diagnoacutestico de DCNT 46
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46
34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48
4 RESULTADOS 49
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 54
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 56
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS
NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA 68
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83
5 DISCUSSAtildeO 89
51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89
52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica 94
5321 Sexo 94
5322 - Idade 95
5323 Escolaridade 97
5324 Etniacor 99
5325 Estado conjugal 101
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102
5327 Variaccedilotildees regionais 104
5328 Consumo de tabaco 105
5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106
53210 Estado de sauacutede 107
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis 113
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113
5342 Dislipidemia 115
5343 Diabetes 116
5344 Osteoporose 119
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121
54 Consideraccedilotildees finais 122
6 BIBLIOGRAFIA 124
RESUMO
Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal
um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de
Satildeo Paulo 2014
INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos
residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e
agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada
uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo
da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF
Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se
relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos
portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os
participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia
de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para
as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e
proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo
515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da
AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees
de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF
Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor
de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia
miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90
da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve
diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da
recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se
exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se
exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo
foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos
maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez
Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e
entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a
dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O
tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas
alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais
frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas
proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica
destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos
portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF
CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a
AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo
AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente
ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o
que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem
a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos
insuficientemente ativos
Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica
promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico
humano atividade motora
ABSTRACT
Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal
District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina
Universidade de Satildeo Paulo 2014
INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical
activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the
capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the
prevalence of PA according to each of the main international guidelines that
recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also
the concordances of the PA level classification We also evaluated the association
between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA
More specifically we focused on how the main components of the PA relates to
themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in
patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY
Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors
Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for
the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective
factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal
District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515
classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the
main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session
frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA
degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the
lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume
without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA
As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities
ranged in different distinguishing rankings according to the adopted
recommendation About 90 of the active population performed sessions which
lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no
significant difference between the group which achieved the recommended PA and
the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost
all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels
exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal
exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the
most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher
prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks
and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age
decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed
Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and
among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting
and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants
Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol
consumption occurred among those that were active Physically active people
frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes
Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants
suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD
did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA
levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of
the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for
ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the
chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise
duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA
insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly
frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently
active population
Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health
promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity
APRESENTACcedilAtildeO
A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da
histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente
de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade
da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao
sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo
procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma
de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das
taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser
efetivado
Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias
governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a
recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma
quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim
observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes
nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a
exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de
verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas
recomendadas
Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou
seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se
apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os
conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da
AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da
inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica
de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em
seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas
e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a
concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das
suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e
potencialidades
A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso
do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para
Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise
permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra
probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do
Distrito Federal
A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em
tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)
diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as
consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que
possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis
de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica
A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas
pela Banca Examinadora
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da
morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e
aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos
fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade
fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade
fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia
de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na
prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa
tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal
2012)
Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a
atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al
2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus
benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que
apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria
estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a
conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois
campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida
(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)
Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o
perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros
urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo
dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem
recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo
participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF
recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as
propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo
2
alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos
e qual eacute o seu niacutevel de AF
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE
Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras
investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo
resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam
em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de
ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair
Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou
e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas
cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)
Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees
fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de
doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade
de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira
busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas
encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as
oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da
vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o
envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais
cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a
inatividade fiacutesica
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto
fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)
Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de
doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10
de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de
53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade
3
fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas
a cada ano no mundo
No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das
recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da
praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008
por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das
mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)
A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo
Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas
poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam
maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)
Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e
mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de
natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e
reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca
tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade
oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o
aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel
com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser
revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)
Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre
as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de
vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede
puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a
aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas
vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO
2009)
Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos
para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de
que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da
4
Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da
Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e
sauacutede (OMS 2009)
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF
para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam
(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica
Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias
Menor risco de doenccedila cardiovascular
Menor risco de AVC
Menor risco de morte prematura
Menor risco de lipidemias
Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta
hipocaloacuterica)
Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica
Menor risco de diabetes tipo 2
Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica
Menor risco de cacircncer de coacutelon
Menor risco de cacircncer de mama
Menor risco de cacircncer de pulmatildeo
Menor risco de cacircncer endometrial
Menor risco de quedas nos idosos
Aumento da densidade oacutessea (idosos)
Prevenccedilatildeo da osteoporose
Melhor funcionamento cardiopulmonar
Melhor bem-estar geral
Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)
Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal
Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras
Melhora das funccedilotildees cognitivas
Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia
Absentismo laboral (baixas por doenccedila)
Niacutevel de estresse
Qualidade do sono autoimagem e autoestima
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada
Forte
Moderada
Forte
Forte
Moderada a forte
Moderada a forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada a forte
Moderada a forte
FONTE USDHHS1 2008b
1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a
principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as
orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover
a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas
5
111 Doenccedila cardiovascular
Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF
regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises
indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos
ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos
disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF
regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular
daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)
analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12
meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi
introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou
que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria
quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico
Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF
moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos
adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin
2006)
Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e
homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de
mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas
Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em
Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)
112 Doenccedila cerebrovascular
Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com
a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas
cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF
para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo
inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma
relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um
6
niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A
AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de
proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada
parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao
et al 2009)
113 Dislipidemia
A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos
vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo
fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute
fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias
(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol
de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta
densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de
impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo
intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de
resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo
contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo
positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como
terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo
apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez
et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu
somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial
sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo
treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de
30 a 60 minutos
7
115 Diabetes tipo 2
O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave
potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)
mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a
sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo
Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O
mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do
glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et
al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos
natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em
contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da
intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)
Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios
anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece
que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a
maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo
menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)
Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que
envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os
niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo
energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados
116 Osteoporose
A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e
deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao
aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e
eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa
2006)
A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da
massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica
8
na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que
aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005
Suominen 2006)
De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode
prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa
imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e
determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel
que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que
outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade
cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e
Warburton 2009)
Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados
pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se
a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum
usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes
conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas
definiccedilotildees
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser
entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos
muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima
do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12
A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)
1) Atividade desportiva (performance)
2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)
3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)
4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)
5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)
1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
9
O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado
de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora
todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio
fiacutesico (USDHHS 2008b)
O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que
descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)
a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
b) Frequecircncia semanal (dias)
c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)
A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias
1) Leve (16 a 29 MET23
)
2) Moderada (3 a 6 MET)
3) Vigorosa (gt 6 MET)
O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma
atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel
de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)
Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees
completamente opostas do comportamento do movimento
Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de
energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa
(Figura 1)
FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004
Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica
Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia
(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como
reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade
21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin
10
composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo
relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia
mecacircnica (Ainsworth et al 2000)
A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na
avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)
mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados
para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os
meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos
Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do
trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade
e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem
ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc
ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria
monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida
Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou
questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado
Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes
magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um
domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do
entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard
e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular
situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos
de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos
participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e
elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de
grandes populaccedilotildees
A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da
quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos
aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede
11
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA
A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode
assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et
al 2010)
A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar
benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no
contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem
correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees
orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito
possiacutevel
A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos
devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados
mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado
poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute
teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs
diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch
2010)
Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga
elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos
evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em
exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade
(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o
exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles
tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho
de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)
12
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede
O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear
inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das
taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo
2 e cacircnceres
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede
13
A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo
eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se
que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de
intensidade mais elevada (Figura 4)
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede
Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede
geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia
de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade
cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e
Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150
kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o
risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada
com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na
incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para
vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase
dobrou (21) (Helmrich et al 1991)
14
Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o
aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo
necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a
sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do
esforccedilo de alta intensidade
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-
funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada
intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos
efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)
Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees
muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa
causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os
riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e
superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer
disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado
nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e
colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65
anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por
100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila
cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram
quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido
adquiridas (Talbot et al 2007)
Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos
adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de
medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as
caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo
15
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE
FIacuteSICA
A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a
escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel
de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas
para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem
apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al
(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo
socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro
polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo
escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que
crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para
Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos
em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a
taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio
de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual
(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)
associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o
tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda
tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo
no tocante agrave temaacutetica
A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia
com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos
estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte
quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta
Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o
aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)
Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com
o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as
categorias (USDHHS 2008c)
16
A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes
de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a
proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a
discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais
para a sauacutede geral
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas
em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca
destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados
substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de
ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais
eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e
de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras
recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em
geral
O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos
pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975
das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines
for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees
posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et
al 2007)
Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a
mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator
secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que
tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede
(USDHHS 2008b)
1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo
hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para
desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete
tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)
17
Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e
orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico
em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam
benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que
a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da
vida e que eles suplantam os riscos
Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte
semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que
culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito
Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e
semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma
organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar
uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo
de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF
necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas
O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007
passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo
relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada
(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo
cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de
intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as
atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem
ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado
minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al
2007)
18
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato
de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees
de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo
e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande
influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina
de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de
Cardiologia (AHA 2011)
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ
Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente
comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia
reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um
instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ
Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005
recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos
trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade
vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana
atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou
mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde
que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo
desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo
respectivamente (IPAQ 2005)
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de
Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO
2008)
19
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo
governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de
sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional
de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a
diretriz federal dos Estados Unidos
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos
paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que
preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para
ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos
por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos
entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA
2010)
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia
Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um
sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros
e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado
o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas
foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da
sauacutede
Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)
constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da
Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-
Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de
ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30
minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)
20
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo
congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo
de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial
O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade
Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes
para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi
fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em
Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito
global
As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas
em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos
ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por
semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de
pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem
aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das
atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma
combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para
crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da
quantidade de tempo dos adultos
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a
consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e
Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de
Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua
adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)
21
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA
No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante
para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica
Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em
geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos
substanciais para a sauacutede geral
Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees
atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais
recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos
foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull
2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)
dentre outras
Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter
mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15
sem determinar a frequecircncia
semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance
a mesma meta de vaacuterias maneiras
A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas
que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais
caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)
exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por
idade (crianccedilas e jovens)
171 Frequencia semanal
Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas
morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo
1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos
de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por
semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa
22
funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave
medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)
(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu
principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico
(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a
realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-
se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo
(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da
supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)
A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as
atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo
aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a
praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de
uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode
induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica
sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)
FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga
23
172 Intensidade do esforccedilo
Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade
vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua
mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada
Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da
Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias
governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda
Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a
orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)
Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo
O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em
que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo
possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada
equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a
8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da
possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo
significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves
atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio
uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos
metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)
A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque
aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas
e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades
podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a
superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica
subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem
significado equivalente (CDC 2010)
Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam
desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo
fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor
24
tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do
esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos
adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as
recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade
de exerciacutecio ou esporte praticado
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo
As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para
sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que
podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A
princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser
Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de
10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias
para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema
em debate
Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de
sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais
substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de
AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta
miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas
recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e
vigoroso
174 Dose de atividade fiacutesica
Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de
AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior
detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave
sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima
O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de
AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o
25
gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)
Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral
devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente
metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado
Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores
normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no
ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo
padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e
moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos
para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas
A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela
das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode
conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de
esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com
funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem
AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as
diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e
frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser
somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do
esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo
(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)
De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose
de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e
afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo
submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses
que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo
informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE
pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo
Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para
ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE
26
recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as
recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana
Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo
da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis
Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais
que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos
estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais
diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo
intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF
Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o
USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos
esclarecedores
Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente
estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a
estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo
Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em
maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos
resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior
de benefiacutecio
Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos
adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede
Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis
intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si
perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees
curtas e fragmentadas
27
Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de
atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos
de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana
(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede
175 Minorias populacionais
Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a
carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato
socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo
de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF
2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura
destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em
recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas
as populaccedilotildees
Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as
diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de
implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano
poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais
Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da
AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas
interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo
as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren
2001)
Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica
mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios
da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir
adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a
seguranccedila deveria ser comunicada claramente
A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa
incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e
28
entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos
deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo
(USDHHS 2008a)
Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute
crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os
Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a
quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade
(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo
menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com
o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o
controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou
mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o
volume-teto maacuteximo
Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees
endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do
que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes
deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a
meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios
importantes para a sauacutede
A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso
corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma
vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o
foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado
o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave
AF
176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens
No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17
anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-
se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias
Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade
29
Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade
precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em
relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo
estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao
desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar
arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5
anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos
de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos
(DHAA 2005a DHAA 2005b)
Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o
limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu
como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana
As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar
explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por
semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute
clara
177 Exerciacutecios especiacuteficos
1771 Musculaccedilatildeo
A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de
2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de
exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a
abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os
principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e
com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada
exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo
contaraacute para o alcance da meta
Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo
USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute
30
necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o
metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o
entendimento da exigecircncia anaeroacutebia
ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o
ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo
(USDHHS 2008a pg A-6)
Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as
do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de
musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio
estaacute presente
1772 Flexionamento
Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade
natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua
importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de
frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou
dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os
exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto
agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem
estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para
a obtenccedilatildeo da meta
1773 Aquecimento e desaquecimento
Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes
aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo
gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o
cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com
intensidade moderada
31
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees
Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem
resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem
inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na
quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2
a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A
adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial
do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos
deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as
recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados
Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a
meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de
eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6
ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF
As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral
e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que
portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas
pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se
considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo
geral natildeo ocorre
Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios
de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O
mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de
que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos
179 Concordacircncias nas diretrizes
Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao
modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo
dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais
consensos
32
A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os
iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso
crocircnico
A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF
As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e
quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave
sauacutede
Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de
maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo
entre elas
Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os
sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que
praticada dentro de limites de seguranccedila
A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se
possa obter resultado em longo prazo
As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos
problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam
atendimento especiacutefico
Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a
quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos
Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos
limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica
As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da
AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo
comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu
texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas
de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando
programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF
tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo
para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem
33
o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia
que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no
transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo
Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade
desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando
a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo
Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios
morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam
estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008
preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e
familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo
fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem
fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para
elas
A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de
forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das
diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da
AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica
estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir
diversas barreiras
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a
criaccedilatildeo de poliacuteticas que
Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para
promover a sauacutede
Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a
escola ou trabalho
34
Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a
criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc
Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc
Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques
quadras pistas de corrida trilhas etc
O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a
Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste
sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS
2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da
Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a
promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos
qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)
No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em
onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo
da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede
3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia
em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na
construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou
programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e
lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida
mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos
alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de
redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar
as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de
alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar
e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo
social (MS 2012)
Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam
claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de
Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais
35
que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a
populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as
diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita
Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de
sauacutede puacuteblica
Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos
para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional
Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento
de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF
Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF
Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF
Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas
em torno de um mesmo objetivo
Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes
interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos
Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo
para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo
O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos
brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre
Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de
AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)
que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas
26 capitais dos estados e no Distrito Federal
19 SISTEMA VIGITEL
O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes
com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais
fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O
Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e
36
aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em
Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o
sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)
Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o
conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle
contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria
para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as
principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas
de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede
puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos
saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais
fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)
37
2 OBJETIVOS
Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais
diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF
Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo
pelas diferentes diretrizes
Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF
Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na
determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual
Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis
38
3 METODOLOGIA
31 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS
Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do
sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o
uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e
de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de
adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e
cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa
O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser
acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise
do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da
federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para
cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e
divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de
linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em
reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente
a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas
residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000
entrevistas
No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas
fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis
redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso
39
do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os
moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados
eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para
responder a entrevista
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no
Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)
Capitais DF Nordm linhas
sorteadas
Nordm linhas
elegiacuteveis
Nordm entrevistas
realizadas
Aracaju 3400 3022 2031
Beleacutem 3400 2876 2021
Belo Horizonte 3200 2812 2016
Boa Vista 3600 2832 2017
Campo Grande 4600 2919 2012
Cuiabaacute 4800 2756 2013
Curitiba 4400 2824 2011
Florianoacutepolis 4600 2896 2010
Fortaleza 3400 2881 2017
Goiacircnia 4200 2523 2013
Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014
Macapaacute 4000 2746 2012
Maceioacute 3600 2784 2017
Manaus 3600 2817 2013
Natal 3400 2742 2013
Palmas 4800 2479 2009
Porto Alegre 5000 3120 2010
Porto Velho 4400 2582 2014
Recife 3400 2751 2014
Rio Branco 4600 2720 2017
Rio de Janeiro 4000 3094 2012
Salvador 3600 2935 2010
Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011
Satildeo Paulo 4200 3073 2012
Teresina 3400 2800 2011
Vitoacuteria 3800 2817 2011
Distrito Federal 4600 2938 2008
Total 107200 76330 54369
FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007
40
Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve
entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial
(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a
impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias
tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)
Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das
linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema
VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)
As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e
envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS
2007)
O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto
por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do
questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de
escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos
alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo
frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo
nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de
bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a
diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)
Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais
brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso
final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir
possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos
participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser
selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para
a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a
composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da
41
populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a
frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria
procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos
pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede
de telefonia fixa (MS 2007)
A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a
proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra
VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas
27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955
de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no
Distrito Federal (MS 2007)
Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL
contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das
entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas
imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente
com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo
supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de
cada semana (MS 2007)
Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais
de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa
VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369
participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham
indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma
modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a
duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779
participantes
42
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS
3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica
Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados
somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o
inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando
separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional
(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da
casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre
AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos
participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de
2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal
desses domiacutenios
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio
Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube
aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na
seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -
corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica
8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol
13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros
333 Deslocamento ativo
Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento
ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o
trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da
entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a
respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto
43
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica
A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo
do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo
foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60
minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro
agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana
335 Intensidade do esforccedilo
A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo
do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo
na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade
Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo
moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge
a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso
igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica
ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi
considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante
musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e
outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa
O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de
cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia
proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir
44
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo
(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada
modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
Ainsworth et al em 2000
Atividade
Tempo em minutos
1019 20-29 30-39 45-59 60
MET MET MET MET MET
1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198
2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198
3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540
4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540
5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390
6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240
7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240
8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420
9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600
10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240
11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420
12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360
13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180
14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420
1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave
velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso
corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica
aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa
intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo
12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo
(simples)
MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin
Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam
a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave
meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do
moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75
minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito
sobre a sauacutede
Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve
razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para
a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior
parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
45
Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta
com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas
Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos
de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca
preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal
(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da
entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais
dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os
domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e
Sul)
Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em
relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o
agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis
intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a
escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo
337 Variaacuteveis de comportamento individual
Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram
utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente
bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)
consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os
participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa
pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica
observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com
resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da
semana que eles costumavam ingerir
Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas
O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais
46
cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos
ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente
338 Diagnoacutestico de DCNT
Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de
cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC
dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum
momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta
diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou
doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante
responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim
facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica
Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a
prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na
introduccedilatildeo deste trabalho
Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis
sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a
mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees
A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e
freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o
trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez
determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a
classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo
para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas
informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente
47
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica
Grupo Criteacuterio
1- Inativo
2- Ativo insuficiente
3- Ativo
4- Muito ativo
nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo
realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo
atinge a recomendaccedilatildeo
ultrapassa a recomendaccedilatildeo
Classe Criteacuterio
A - AF suficiente
B - AF insuficiente
alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)
natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)
34 ANAacuteLISE DOS DADOS
Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento
individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os
portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do
esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-
se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi
avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados
foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de
significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados
com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes
recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de
verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a
variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem
a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =
baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta
concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para
o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se
com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg
(ver 110 e Microsoftreg Excel ver
100)
48
Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e
frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do
presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees
Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade
adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os
participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por
semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os
selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees
semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel
de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel
determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF
O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original
dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na
duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem
sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de
AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do
niacutevel miacutenimo de AF
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS
O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208
Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da
Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511
49
4 RESULTADOS
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA
Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres
Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade
igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9
anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e
morenos (53)
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em
quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco
diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e
IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo
A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes
analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que
apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de
casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra
Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de
AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs
categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)
A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada
recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com
maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os
atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor
dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram
50
Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o
segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto
fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo
miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou
mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna
mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5
N N N N N
25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202
Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191
Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92
52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL
AF suficiente
N
12512 232
N
7347 156
N
15308 279
N
20178 345
N
15520 283
AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717
TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100
1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia
2 Instituto de Medicina dos EUA
3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de
Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes
houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi
estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de
concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM
e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito
ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o
grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos
51
praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e
muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os
que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram
(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre
moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =
041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge
18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
CATEGORIA
IOM ACSM OMS IPAQ
(k) (k) (k) (k)
Inativo
UE
1 1 1 1
IOM
1 1 1
ACSM
1 1
OMS
1
Ativo Insuficiente
074 081 047 079 UE
IOM
059 049 075
ACSM
058 098
OMS
059
Ativo
UE 081 085 08 036
IOM
069 096 044
ACSM
068 031
OMS
045
UE 029 072 056 052
IOM
021 016 055
ACSM
078 037
OMS
029 UE =
Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IOM = Instituto de Medicina dos EUA
ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash
039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia
08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)
52
A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as
diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes
que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar
ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as
cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma
quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106
(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo
concordante por todas as diretrizes analisadas
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia
A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O
rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e
menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)
e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes
encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na
Regiatildeo Norte
Grupo
Inativo
Ativo
Total (N) 25837
26942
subgrupo
insuficiente suficiente muito ativo
Coincidecircncia
N 25837 6688 2867 2439
100 248 106 91
53
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)
Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)
Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)
Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)
Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)
Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)
Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)
Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)
Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)
Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)
Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)
Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)
Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)
Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)
Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)
Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)
Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)
Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)
Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)
Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)
Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)
Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)
Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)
Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)
Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)
Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)
Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)
Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)
Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)
Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)
Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)
Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
54
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia
com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM
apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em
Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais
ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais
ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo
segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste
e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um
menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na
Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram
55
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)
Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)
Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)
Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)
Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)
Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)
Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)
Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)
Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)
Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)
Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)
Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)
Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)
Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)
Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)
Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)
Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)
Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)
Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)
Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)
Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)
Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)
Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)
Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)
Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)
Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)
Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)
Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)
Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)
Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)
Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)
Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
56
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi
superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e
352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em
Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em
Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as
regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306
(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste
57
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)
Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)
Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)
Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)
Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)
Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)
Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)
Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)
Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)
Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)
Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)
Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)
Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)
Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)
Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)
Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)
Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)
Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)
Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)
Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)
Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)
Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)
Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)
Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)
Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)
Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)
Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)
Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)
Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)
Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)
Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)
Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
58
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as
capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)
em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e
menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e
menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul
59
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)
Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)
Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)
Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)
Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)
Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)
Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)
Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)
Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)
Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)
Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)
Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)
Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)
Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)
Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)
Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)
Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)
Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)
Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)
Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)
Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)
Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)
Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)
Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)
Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)
Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)
Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)
Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)
Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)
Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)
Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)
Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
60
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz
do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do
ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos
em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e
menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro
Oeste
61
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)
Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)
Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)
Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)
Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)
Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)
Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)
Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)
Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)
Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)
Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)
Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)
Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)
Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)
Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)
Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)
Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)
Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)
Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)
Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)
Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)
Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)
Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)
Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)
Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)
Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)
Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)
Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)
Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)
Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)
Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)
Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
62
A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias
regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da
prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves
recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a
quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na
classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS
Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da
AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada
pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
bull1ordm Norte
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Nordeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
UE
bull1ordm Norte
bull2ordm Nordeste
bull3ordm Centro Oeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
IOM
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
ACSM
bull1ordm Sul
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Norte
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
OMS
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
IPAQ
63
Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O
percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)
para elas
Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente
significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de
pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de
negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x
517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente
(343 x 346 respectivamente) (p=007)
O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com
65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com
menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44
- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante
para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)
A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de
AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o
aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os
menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais
escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior
escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada
pela OMS
A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou
que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos
(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os
casados (p=0001)
Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo
apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi
mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os
participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a
presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela
11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF
64
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis
sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006
Variaacuteveis
sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p
IC95 IC95 IC95 IC95
SEXO
lt0001
masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)
feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)
CORETNIA
lt0001
branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)
negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)
pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)
amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)
vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)
IDADE
lt0001
18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)
25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)
35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)
45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)
55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)
65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)
ESCOLARIDADE
lt0001
0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)
9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)
12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)
ESTADO CIVIL
001
solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)
casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)
viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)
separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)
LOCAL PARA AF
lt0001
sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)
natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)
TOTAL DA
AMOSTRA () 515
141
96
249
Segundo diretriz OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo
insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
65
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL
A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de
acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo
subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre
os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham
percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os
ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi
mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi
mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles
com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica
aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como
maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)
66
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
Segundo diretriz da OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS
CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS
A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT
(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente
vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel
de AF1
embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas
Caracteriacutesticas
Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p
Estado sauacutede lt0001
excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)
bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)
578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)
ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)
lt0001
sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)
528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)
Desl ativo lt0001
sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)
natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)
Tabagismo 002
sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)
natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)
Cigarro quant
1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001
20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)
40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)
Ex-fumante
sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007
natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)
Consumo aacutelcool
sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001
natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)
Frequecircnciadia
diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)
3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)
1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)
ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)
Total da amostra ( ) 515 141 96 249
Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo
Dieta hipocaloacuterica
67
foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a
cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
acometeram mulheres inativas
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico
de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e
Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson
DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia
ou osteoporose
DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo
IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p
HIPERTENSAtildeO
Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001
Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001
Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009
DIABETE
Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001
Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003
Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001
INFARTO eou AVC
Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001
Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006
Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001
DISLIPIDEMIA
Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002
Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001
Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033
OSTEOPOROSE
Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001
Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026
Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001
68
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA
A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o
futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior
ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas
(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico
ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens
insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
69
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Conjunto
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513
2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23
3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31
4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04
5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40
7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68
8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92
9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35
10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007
11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49
12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56
13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02
14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58
15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05
16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131
70
A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial
sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando
a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT
incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e
ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia
foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral
Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para
esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da
praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
71
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
HIPERTENSAtildeO
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667
2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28
3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32
4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01
5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31
7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143
8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94
9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38
10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91
12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12
13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -
14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41
15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05
16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
72
A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre
16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os
sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da
amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)
das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou
em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo
ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como
basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha
destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
73
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Diabetes AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733
2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07
3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79
4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -
5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11
6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05
7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262
8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143
9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013
10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -
11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09
12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -
16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
74
A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM
eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo
da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes
com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada
livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente
ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
75
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
2 Infarto agudo do miocaacuterdio e
3 Acidente vascular cerebral
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
IAM2 ou AVC3 AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino
(IC
95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867
2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11
3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11
4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -
5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100
6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77
7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166
8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64
9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20
10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56
12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -
15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -
16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91
76
A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico
meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os
participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A
caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram
as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
77
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais
dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quarado de Pearson p lt0001
Dislipidemia AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642
2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24
3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33
4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -
5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23
7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123
8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100
9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46
10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51
12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09
13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -
14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21
15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01
16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134
78
A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por
uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a
mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja
maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como
segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para
aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta
preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes
(plt0001)
79
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
Osteoporose AF Suficiente
AF Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519
2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11
3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07
4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -
5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66
6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46
7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254
8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196
9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47
10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105
12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -
14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -
16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198
80
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades
separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das
modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta
sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo
foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria
(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente
apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na
modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por
semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
81
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
continua
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213
5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178
3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112
1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875
CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _
5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02
3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02
1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000
CORRIDA IC95 IC95
GIN
GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _
5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _
3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _
1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _
82
continuaccedilatildeo
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
4 Corrida na esteira rolante
5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais
6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _
5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _
3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02
1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _
5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _
3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _
1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _
OUTROS611 IC95 IC95
CONJUNTO IC95 IC95
todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36
5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242
3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365
1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943
83
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees
das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no
conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes
referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para
as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525
(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no
conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase
a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo
recomendado pela maioria das diretrizes
84
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros
e Distrito Federal 2006
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95
GIN
AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96
10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390
20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164
30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181
45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139
60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543
CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -
10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21
20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08
30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71
45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79
60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901
CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0
10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26
30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314
45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23
60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072
continua
85
continuaccedilatildeo
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10
20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0
30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88
45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211
60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
-10 _ _ 07 06-21 -10 _
_ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _
_ _ 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _
_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27
30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44
45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155
60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035
OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95
-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08
10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80
20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50
30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144
45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97
60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
86
A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na
duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia
semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se
passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu
Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente
outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi
acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram
esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo
60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864
participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)
foram promovidos
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e
apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo
do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais
Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de
duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo
Ativos Insuficientes
Frequecircncia
(sessotildeessemana)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
01-02 6233 -
03-04
05-06
279
76
823
76
Diaacuteria 100 100
Total 6588 999
Duraccedilatildeo do esforccedilo
(minutos)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
-10 69 -
1119 346 -
20-29 394 -
30-39 902 -
45-59 635 -
60 ou + 4342 5864
Total 6588 5864
87
A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em
minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de
ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com
frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens
com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -
IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de
AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem
predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor
frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma
tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao
conjunto da amostra
88
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e
duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001
hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose
AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE
HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER
(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)
Frequecircncia
todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)
5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)
3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)
1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)
Duraccedilatildeo
-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -
10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -
20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)
30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)
45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)
60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)
AF INSUF
Frequecircncia
todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)
5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)
3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)
1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)
Duraccedilatildeo
-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)
10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)
20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)
30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)
45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)
60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)
89
5 DISCUSSAtildeO
51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS
Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou
a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de
cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque
desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos
natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o
trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade
miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto
divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes
considerados fisicamente ativos
A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a
determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam
uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente
Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a
frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada
Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior
prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto
de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a
consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta
hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo
foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu
entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram
conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades
90
Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a
60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que
natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes
que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo
alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana
A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada
A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os
participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo
arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67
daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No
conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo
miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada
52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO
O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas
gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados
simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo
portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo
de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um
determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo
uma amostra numerosa e ampla
A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por
entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem
telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido
nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento
econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar
esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda
que parcialmente a representatividade da amostra
91
Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo
sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada
cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos
sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de
resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma
generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a
populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente
89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)
Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito
semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de
resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810
desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda
segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada
superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como
desenvolvidos
Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto
prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores
agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave
mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por
meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela
populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia
de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL
estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos
metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a
validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram
realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice
de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de
sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados
Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer
ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre
duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente
92
coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as
diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees
dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na
definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas
devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior
Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico
preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores
podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo
arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar
subestimadas nesta pesquisa
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS
A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro
eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes
internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias
e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos
ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam
na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil
da AF praticada pelos portadores de DCNT
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica
Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees
e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo
que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel
observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos
pronunciados no grau de atividade entre os participantes
93
Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o
niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto
significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora
como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser
considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como
pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes
podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam
ser instados a manter o que ainda natildeo era
Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto
energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade
especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para
atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de
modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas
A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir
negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados
antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por
programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os
anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em
2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da
OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio
adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia
semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano
para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez
capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor
prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o
percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano
anterior com 224
As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no
rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de
suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a
94
penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste
(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da
amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS
O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por
Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do
niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)
Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave
diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes
comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute
revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida
de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24
horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por
homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas
metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos
resultados esteja de acordo
As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso
cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco
se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e
frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas
futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo
compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior
seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica
5321 Sexo
A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em
mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres
apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que
referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de
95
AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados
encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al
2009 Pan et al 2009)
Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo
de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com
deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com
materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de
familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A
autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF
natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da
AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema
Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente
domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres
neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois
natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a
sauacutede (Hallal 2011)
Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das
mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais
de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS
5322 - Idade
Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a
idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)
se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)
Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade
estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS
2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de
DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na
dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de
vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias
96
reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade
funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas
A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010
aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo
de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave
melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico
regular (Paterson e Warburton 2009)
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de
vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do
que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE
2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute
alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam
repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um
lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma
maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo
tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas
Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o
envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade
Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente
a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao
fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)
quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade
aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo
quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de
queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos
devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de
aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas
condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura
Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de
envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e
Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade
97
de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da
idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade
em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico
Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de
trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os
niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)
5323 Escolaridade
Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu
ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)
estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre
os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF
Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees
miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade
Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com
os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados
serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al
(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os
mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e
campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior
atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de
educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795
portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF
pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto
jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade
meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios
de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do
grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as
mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte
Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que
envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns
98
estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda
(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)
mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma
possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente
Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes
(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que
existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a
prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et
al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos
desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278
nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de
vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico
mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF
de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior
era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de
AF
Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as
pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior
acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF
no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior
tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF
no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se
consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da
permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar
Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como
um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade
de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais
como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para
com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida
Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os
niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final
99
agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos
epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave
educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre
grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)
Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as
diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo
5324 Etniacor
Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele
Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e
vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles
que tecircm ancestrais entre brancos e negros
Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)
satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra
cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor
percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento
composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante
sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)
Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a
relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos
Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem
diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o
niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos
raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios
americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas
significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os
brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)
Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo
da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os
resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e
100
eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na
estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada
Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com
os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os
mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as
DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto
devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos
serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de
sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da
populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe
ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila
Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos
outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do
campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que
vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de
grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF
em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e
observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado
influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem
apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para
centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)
Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com
fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades
de tamanho populacional diferente
As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo
claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante
queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena
proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das
observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos
segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos
grupos minoritaacuterios
101
Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees
definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia
geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o
comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves
condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida
5325 Estado conjugal
A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos
(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os
solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees
Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado
civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a
situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil
com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute
esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais
velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo
podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)
acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros
Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e
menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)
apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com
outras pessoas fora do ambiente domiciliar
Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com
filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para
a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se
transforma necessariamente em accedilatildeo
102
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica
O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a
praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores
facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)
Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de
ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves
suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico
Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de
locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa
(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos
Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar
mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais
preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as
influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis
nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica
conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o
ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores
mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico
na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de
veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e
idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores
portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica
escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a
substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos
A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a
praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da
contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo
urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF
Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano
deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o
multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com
103
seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade
da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial
o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a
caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o
gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres
na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias
para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS
(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)
Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses
residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda
de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos
equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e
Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na
qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros
de distacircncia das instalaccedilotildees para AF
Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o
ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste
sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram
oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras
Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para
a praacutetica de AF
Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de
ruas
Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico
Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado
Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de
locais de traacutefego intenso
Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a
AF
Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas
Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis
104
Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF
5327 Variaccedilotildees regionais
Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de
AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de
ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do
NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste
apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade
de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor
percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a
variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a
determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades
investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em
aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos
Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros
relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos
demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da
federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos
anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o
deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e
natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de
Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)
Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o
deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente
algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em
2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de
ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com
o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)
Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte
do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo
Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno
105
porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de
AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional
5328 Consumo de tabaco
Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF
para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam
insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa
Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga
2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na
abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et
al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o
tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em
eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo
no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos
homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor
escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com
dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses
demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos
principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos
fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de
tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de
Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)
A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco
de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e
problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das
consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de
esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir
para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo
desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o
crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da
AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)
106
5329 Consumo de bebida alcooacutelica
Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo
diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das
mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De
modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente
Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a
praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de
aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais
bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de
drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o
consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O
Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de
estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas
as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF
maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20
anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos
Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram
consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620
alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do
alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de
AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento
Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida
como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis
como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia
parece natildeo se confirmar
O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser
explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF
devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser
uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas
aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia
2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que
107
bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para
compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar
os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool
Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo
de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem
acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre
consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave
AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas
condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos
circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um
papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o
mecanismo de recompensa interage e se manifesta
53210 Estado de sauacutede
Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado
de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de
sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual
cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico
cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi
mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos
Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de
sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada
conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009
encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de
AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram
idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para
idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40
consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o
estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado
Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de
causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como
108
boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF
aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo
entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais
segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da
sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da
accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que
a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos
combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea
et al 2011)
Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede
apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante
para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem
se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso
de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de
outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de
sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo
nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e
muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo
(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado
Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo
satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que
a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao
indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica
Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a
intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no
niacutevel de AF
109
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo
Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais
ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior
grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos
estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os
estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia
de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e
capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo
De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos
ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que
alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim
observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi
semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por
sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e
insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de
ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado
pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa
o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e
morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a
6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo
alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica
demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do
esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica
Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia
semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF
insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos
110
participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de
as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se
mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal
Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um
comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia
semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da
meta miacutenima da AF
Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3
sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees
entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689
participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de
85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia
semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um
participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada
ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o
volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam
necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia
semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo
Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo
do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo
inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo
apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que
o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado
menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)
A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo
encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em
2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao
definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias
para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS
orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal
111
A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos
benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana
Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de
sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa
geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao
longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com
programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e
intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados
A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a
preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a
intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS
2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada
pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua
magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos
(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a
distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as
pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que
pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al
2007)
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico
Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta
sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua
conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica
proposto por Ainsworth et al(2000)
As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da
amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que
se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo
fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as
mulheres e pessoas de mais idade
112
A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo
brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa
praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da
deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12
e tem se apresentado como a
escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se
exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que
apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente
ativos (Bull 2010)
O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente
ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)
principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua
frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os
niacuteveis miacutenimos de AF
Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira
modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a
oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo
envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de
musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a
praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo
conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se
que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa
deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante
da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a
1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa
ser classificado como inativo
12
Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido
pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper
113
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis
Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio
de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as
recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila
No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou
subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A
possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT
tambeacutem foi considerada
Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de
AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a
intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal
guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente
entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30
minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o
futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual
diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no
conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos
Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF
Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio
da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em
meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em
indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim
eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do
que a aqui encontrada
114
Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres
com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do
climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em
parte o maior conhecimento do diagnoacutestico
Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a
hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa
entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica
O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a
inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13
Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da
diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo
obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora
natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)
Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi
e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo
envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos
em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis
foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o
consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os
estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos
ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)
Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando
caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade
do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente
hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se
efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos
fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas
recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de
Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo
deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com
13
Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem
alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo
115
intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo
medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de
base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada
a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular
devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares
devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)
Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior
parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas
principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo
arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos
moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos
5342 Dislipidemia
Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de
diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres
aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O
percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos
Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD
Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de
risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a
AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia
de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de
lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al
2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas
podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados
disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a
magnitude desta associaccedilatildeo
Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma
uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e
reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24
horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo
116
entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e
Paffenbarger 2001)
A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima
lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas
de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de
trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-
exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)
Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de
DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2
vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para
uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo
com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos
Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos
lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede
natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam
tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para
o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em
pessoas entre 20 e 40 anos de idade
O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge
45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25
anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do
climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)
5343 Diabetes
Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora
se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do
inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto
consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que
apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC
2010)
117
Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto
para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido
(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a
sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas
modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do
exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a
sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente
trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em
termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos
inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de
alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante
do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)
Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo
da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte
acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e
envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma
relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise
apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo
quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees
incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF
(Kesaniemi et al2010)
Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles
aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo
para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de
AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que
confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos
A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente
25 da preferecircncia
O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes
mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as
118
caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute
alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)
A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por
aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado
ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo
de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no
entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de
seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer
outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser
consideradas
A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de
futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo
aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo
da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em
aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino
A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos
Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30
minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85
dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se
alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as
recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)
realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a
frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece
promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da
suficiecircncia da AF em portadores de DPDM
Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua
pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores
taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)
Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de
sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica
119
Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o
diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases
mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo
perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode
reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma
perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado
agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave
praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo
contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees
Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com
maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute
menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam
pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica
5344 Osteoporose
Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham
diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste
(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de
DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-
climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em
ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade
principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica
(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e
perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010
Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF
com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al
(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou
que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou
insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com
risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria
120
dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de
osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo
oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos
podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si
mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das
quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010
sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha
a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da
osteoporose
Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou
somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias
crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo
Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica
A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios
estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar
dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a
raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea
similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)
Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo
como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais
em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria
A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres
perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase
raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase
raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso
cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da
massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta
(Kemmler et al 2004)
A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus
mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens
121
tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres
Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas
(Shibata et al 2003)
Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo
da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte
ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as
mulheres ganha dimensotildees maiores
Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada
sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede
brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60
minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A
frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes
com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que
natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees
entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um
episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a
meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior
frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade
igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores
niacuteveis de AF
Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a
ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa
(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau
de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das
limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de
exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de
122
energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a
diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores
54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito
entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo
harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada
Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do
rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de
um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante
de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma
boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica
suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida
Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas
lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF
frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute
inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos
segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos
socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto
cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar
poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute
necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de
diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes
A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de
prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF
recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino
de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local
apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na
regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo
123
Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja
possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as
accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando
planejadas de forma integrada
O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta
dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS
Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente
ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma
predisposiccedilatildeo para este domiacutenio
A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura
previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de
exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol
Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada
sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a
baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3
dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos
A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo
foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas
de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo
rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de
alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa
ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel
Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema
puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica
de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e
especialmente junto aos portadores de DCNT
124
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DEDICATOacuteRIA
Dedico este Trabalho a Rene e Lohran Anguera Lima meus amados filhos e a meus
amados pais Helena e Ameacutelio (in memorian)
AGRADECIMENTOS
Incansavelmente reforccedilo minha gratidatildeo agrave Profa Dra Olinda do Carmo Luiz pela
orientaccedilatildeo deste trabalho cuja beleza dos gestos amigaacuteveis representou o ldquosimrdquo para
este Jogo que insiste dizer ldquonatildeordquo
Minha gratidatildeo agrave Dra Renata Bertazzi Levy pela coorientaccedilatildeo deste trabalho
Aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo do Departamento de
Medicina Preventiva da USP pela partilha das informaccedilotildees em especial agrave Lilian
Santos de Godoy Prado pela amizade e a Miriam Regina de Souza pela
normatizaccedilatildeo do texto
Ao professor Dr Joatildeo Carlos Catellan pelo retoque do texto e adequaccedilatildeo linguiacutestica
Agrave Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute em especial ao campus de Marechal
Cacircndido Rondon pela liberaccedilatildeo de minhas atividades acadecircmicas
E a vocecirc meu amado Golden Retriver por todos nossos momentos Eu sinto tanto a
sua falta
Este trabalho recebeu
Bolsa do Programa de Demanda Social da
Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo
Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio
Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico
Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias
Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET
Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET
Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos
corporais
Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash
distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no
sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina
Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento
Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em
qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem
repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)
Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas
e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares
durante o exerciacutecio
Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos
combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e
sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular
Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa
(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo
com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)
Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada
Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida
sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial
Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para
suplantar a necessidade metaboacutelica
Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)
Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute
associada a lipiacutedeos
MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin
em repouso
Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando
aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas
Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida
Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a
temperatura de 1 litro de aacutegua
Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o
periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste
orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional
Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela
duraccedilatildeo do esforccedilo
LISTA DE ABREVIATURAS
ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
AF atividade fiacutesica
AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
AVD Atividade de vida diaacuteria
BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo
CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas
DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel
DP desvio padratildeo
EU Uniatildeo Europeia
FC frequecircncia cardiacuteaca
HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica
HDL proteiacutenas de alta densidade
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IF inatividade fiacutesica
kcal quilocaloria
LDL proteiacutenas de baixa densidade
MET equivalente metaboacutelico
NAF niacutevel de atividade fiacutesica
NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede
OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAS pressatildeo arterial sistecircmica
PS Promoccedilatildeo da Sauacutede
RR risco relativo
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos
USP Universidade de Satildeo Paulo
VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito
Telefocircnico
VS Vigilacircncia em Sauacutede
WHA Assembleia Mundial da Sauacutede
WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47
Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes
recomendaccedilotildees 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito
Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em
minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade
segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth
et al em 2000 44
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006 50
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18
anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 53
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 55
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 57
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 59
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 61
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 66
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de
diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 67
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 69
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo
arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e
niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 71
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes
segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 75
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 77
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 79
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF
nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 84
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes
a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico
meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo
da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88
SUMAacuteRIO
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
APRESENTACcedilAtildeO
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2
111 Doenccedila cardiovascular 5
112 Doenccedila cerebrovascular 5
113 Dislipidemia 6
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6
115 Diabetes tipo 2 7
116 Osteoporose 7
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 17
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel
pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 19
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA 21
171 Frequencia semanal 21
172 Intensidade do esforccedilo 23
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24
174 Dose de atividade fiacutesica 24
175 Minorias populacionais 27
176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28
177 Exerciacutecios especiacuteficos 29
1771 Musculaccedilatildeo 29
1772 Flexionamento 30
1773 Aquecimento e desaquecimento 30
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31
179 Concordacircncias nas diretrizes 31
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33
19 SISTEMA VIGITEL 35
2 OBJETIVOS 37
3 METODOLOGIA 38
31 TIPO DE ESTUDO 38
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42
331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42
333 Deslocamento ativo 42
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43
335 Intensidade do esforccedilo 43
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45
337 Variaacuteveis de comportamento individual 45
338 Diagnoacutestico de DCNT 46
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46
34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48
4 RESULTADOS 49
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 54
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 56
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS
NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA 68
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83
5 DISCUSSAtildeO 89
51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89
52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica 94
5321 Sexo 94
5322 - Idade 95
5323 Escolaridade 97
5324 Etniacor 99
5325 Estado conjugal 101
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102
5327 Variaccedilotildees regionais 104
5328 Consumo de tabaco 105
5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106
53210 Estado de sauacutede 107
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis 113
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113
5342 Dislipidemia 115
5343 Diabetes 116
5344 Osteoporose 119
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121
54 Consideraccedilotildees finais 122
6 BIBLIOGRAFIA 124
RESUMO
Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal
um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de
Satildeo Paulo 2014
INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos
residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e
agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada
uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo
da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF
Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se
relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos
portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os
participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia
de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para
as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e
proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo
515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da
AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees
de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF
Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor
de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia
miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90
da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve
diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da
recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se
exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se
exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo
foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos
maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez
Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e
entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a
dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O
tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas
alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais
frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas
proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica
destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos
portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF
CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a
AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo
AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente
ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o
que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem
a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos
insuficientemente ativos
Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica
promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico
humano atividade motora
ABSTRACT
Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal
District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina
Universidade de Satildeo Paulo 2014
INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical
activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the
capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the
prevalence of PA according to each of the main international guidelines that
recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also
the concordances of the PA level classification We also evaluated the association
between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA
More specifically we focused on how the main components of the PA relates to
themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in
patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY
Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors
Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for
the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective
factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal
District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515
classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the
main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session
frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA
degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the
lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume
without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA
As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities
ranged in different distinguishing rankings according to the adopted
recommendation About 90 of the active population performed sessions which
lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no
significant difference between the group which achieved the recommended PA and
the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost
all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels
exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal
exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the
most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher
prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks
and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age
decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed
Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and
among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting
and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants
Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol
consumption occurred among those that were active Physically active people
frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes
Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants
suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD
did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA
levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of
the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for
ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the
chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise
duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA
insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly
frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently
active population
Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health
promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity
APRESENTACcedilAtildeO
A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da
histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente
de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade
da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao
sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo
procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma
de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das
taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser
efetivado
Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias
governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a
recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma
quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim
observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes
nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a
exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de
verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas
recomendadas
Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou
seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se
apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os
conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da
AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da
inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica
de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em
seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas
e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a
concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das
suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e
potencialidades
A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso
do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para
Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise
permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra
probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do
Distrito Federal
A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em
tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)
diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as
consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que
possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis
de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica
A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas
pela Banca Examinadora
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da
morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e
aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos
fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade
fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade
fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia
de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na
prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa
tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal
2012)
Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a
atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al
2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus
benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que
apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria
estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a
conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois
campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida
(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)
Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o
perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros
urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo
dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem
recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo
participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF
recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as
propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo
2
alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos
e qual eacute o seu niacutevel de AF
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE
Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras
investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo
resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam
em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de
ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair
Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou
e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas
cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)
Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees
fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de
doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade
de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira
busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas
encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as
oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da
vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o
envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais
cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a
inatividade fiacutesica
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto
fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)
Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de
doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10
de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de
53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade
3
fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas
a cada ano no mundo
No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das
recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da
praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008
por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das
mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)
A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo
Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas
poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam
maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)
Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e
mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de
natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e
reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca
tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade
oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o
aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel
com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser
revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)
Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre
as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de
vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede
puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a
aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas
vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO
2009)
Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos
para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de
que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da
4
Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da
Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e
sauacutede (OMS 2009)
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF
para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam
(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica
Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias
Menor risco de doenccedila cardiovascular
Menor risco de AVC
Menor risco de morte prematura
Menor risco de lipidemias
Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta
hipocaloacuterica)
Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica
Menor risco de diabetes tipo 2
Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica
Menor risco de cacircncer de coacutelon
Menor risco de cacircncer de mama
Menor risco de cacircncer de pulmatildeo
Menor risco de cacircncer endometrial
Menor risco de quedas nos idosos
Aumento da densidade oacutessea (idosos)
Prevenccedilatildeo da osteoporose
Melhor funcionamento cardiopulmonar
Melhor bem-estar geral
Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)
Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal
Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras
Melhora das funccedilotildees cognitivas
Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia
Absentismo laboral (baixas por doenccedila)
Niacutevel de estresse
Qualidade do sono autoimagem e autoestima
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada
Forte
Moderada
Forte
Forte
Moderada a forte
Moderada a forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada a forte
Moderada a forte
FONTE USDHHS1 2008b
1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a
principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as
orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover
a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas
5
111 Doenccedila cardiovascular
Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF
regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises
indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos
ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos
disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF
regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular
daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)
analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12
meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi
introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou
que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria
quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico
Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF
moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos
adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin
2006)
Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e
homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de
mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas
Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em
Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)
112 Doenccedila cerebrovascular
Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com
a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas
cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF
para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo
inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma
relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um
6
niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A
AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de
proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada
parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao
et al 2009)
113 Dislipidemia
A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos
vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo
fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute
fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias
(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol
de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta
densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de
impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo
intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de
resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo
contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo
positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como
terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo
apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez
et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu
somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial
sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo
treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de
30 a 60 minutos
7
115 Diabetes tipo 2
O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave
potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)
mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a
sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo
Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O
mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do
glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et
al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos
natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em
contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da
intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)
Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios
anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece
que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a
maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo
menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)
Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que
envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os
niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo
energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados
116 Osteoporose
A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e
deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao
aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e
eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa
2006)
A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da
massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica
8
na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que
aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005
Suominen 2006)
De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode
prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa
imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e
determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel
que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que
outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade
cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e
Warburton 2009)
Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados
pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se
a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum
usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes
conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas
definiccedilotildees
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser
entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos
muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima
do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12
A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)
1) Atividade desportiva (performance)
2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)
3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)
4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)
5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)
1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
9
O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado
de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora
todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio
fiacutesico (USDHHS 2008b)
O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que
descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)
a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
b) Frequecircncia semanal (dias)
c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)
A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias
1) Leve (16 a 29 MET23
)
2) Moderada (3 a 6 MET)
3) Vigorosa (gt 6 MET)
O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma
atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel
de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)
Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees
completamente opostas do comportamento do movimento
Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de
energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa
(Figura 1)
FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004
Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica
Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia
(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como
reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade
21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin
10
composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo
relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia
mecacircnica (Ainsworth et al 2000)
A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na
avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)
mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados
para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os
meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos
Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do
trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade
e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem
ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc
ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria
monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida
Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou
questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado
Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes
magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um
domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do
entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard
e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular
situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos
de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos
participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e
elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de
grandes populaccedilotildees
A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da
quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos
aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede
11
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA
A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode
assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et
al 2010)
A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar
benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no
contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem
correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees
orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito
possiacutevel
A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos
devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados
mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado
poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute
teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs
diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch
2010)
Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga
elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos
evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em
exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade
(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o
exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles
tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho
de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)
12
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede
O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear
inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das
taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo
2 e cacircnceres
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede
13
A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo
eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se
que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de
intensidade mais elevada (Figura 4)
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede
Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede
geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia
de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade
cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e
Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150
kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o
risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada
com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na
incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para
vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase
dobrou (21) (Helmrich et al 1991)
14
Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o
aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo
necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a
sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do
esforccedilo de alta intensidade
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-
funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada
intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos
efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)
Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees
muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa
causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os
riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e
superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer
disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado
nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e
colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65
anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por
100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila
cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram
quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido
adquiridas (Talbot et al 2007)
Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos
adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de
medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as
caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo
15
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE
FIacuteSICA
A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a
escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel
de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas
para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem
apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al
(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo
socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro
polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo
escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que
crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para
Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos
em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a
taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio
de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual
(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)
associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o
tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda
tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo
no tocante agrave temaacutetica
A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia
com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos
estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte
quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta
Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o
aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)
Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com
o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as
categorias (USDHHS 2008c)
16
A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes
de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a
proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a
discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais
para a sauacutede geral
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas
em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca
destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados
substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de
ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais
eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e
de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras
recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em
geral
O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos
pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975
das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines
for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees
posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et
al 2007)
Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a
mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator
secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que
tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede
(USDHHS 2008b)
1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo
hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para
desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete
tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)
17
Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e
orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico
em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam
benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que
a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da
vida e que eles suplantam os riscos
Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte
semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que
culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito
Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e
semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma
organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar
uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo
de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF
necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas
O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007
passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo
relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada
(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo
cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de
intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as
atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem
ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado
minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al
2007)
18
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato
de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees
de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo
e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande
influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina
de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de
Cardiologia (AHA 2011)
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ
Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente
comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia
reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um
instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ
Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005
recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos
trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade
vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana
atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou
mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde
que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo
desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo
respectivamente (IPAQ 2005)
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de
Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO
2008)
19
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo
governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de
sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional
de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a
diretriz federal dos Estados Unidos
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos
paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que
preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para
ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos
por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos
entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA
2010)
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia
Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um
sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros
e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado
o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas
foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da
sauacutede
Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)
constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da
Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-
Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de
ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30
minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)
20
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo
congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo
de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial
O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade
Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes
para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi
fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em
Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito
global
As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas
em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos
ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por
semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de
pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem
aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das
atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma
combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para
crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da
quantidade de tempo dos adultos
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a
consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e
Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de
Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua
adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)
21
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA
No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante
para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica
Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em
geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos
substanciais para a sauacutede geral
Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees
atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais
recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos
foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull
2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)
dentre outras
Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter
mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15
sem determinar a frequecircncia
semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance
a mesma meta de vaacuterias maneiras
A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas
que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais
caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)
exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por
idade (crianccedilas e jovens)
171 Frequencia semanal
Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas
morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo
1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos
de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por
semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa
22
funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave
medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)
(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu
principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico
(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a
realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-
se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo
(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da
supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)
A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as
atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo
aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a
praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de
uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode
induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica
sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)
FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga
23
172 Intensidade do esforccedilo
Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade
vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua
mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada
Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da
Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias
governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda
Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a
orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)
Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo
O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em
que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo
possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada
equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a
8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da
possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo
significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves
atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio
uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos
metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)
A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque
aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas
e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades
podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a
superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica
subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem
significado equivalente (CDC 2010)
Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam
desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo
fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor
24
tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do
esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos
adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as
recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade
de exerciacutecio ou esporte praticado
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo
As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para
sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que
podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A
princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser
Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de
10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias
para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema
em debate
Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de
sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais
substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de
AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta
miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas
recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e
vigoroso
174 Dose de atividade fiacutesica
Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de
AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior
detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave
sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima
O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de
AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o
25
gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)
Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral
devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente
metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado
Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores
normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no
ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo
padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e
moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos
para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas
A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela
das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode
conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de
esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com
funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem
AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as
diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e
frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser
somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do
esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo
(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)
De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose
de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e
afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo
submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses
que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo
informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE
pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo
Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para
ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE
26
recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as
recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana
Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo
da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis
Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais
que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos
estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais
diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo
intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF
Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o
USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos
esclarecedores
Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente
estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a
estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo
Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em
maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos
resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior
de benefiacutecio
Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos
adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede
Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis
intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si
perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees
curtas e fragmentadas
27
Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de
atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos
de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana
(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede
175 Minorias populacionais
Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a
carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato
socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo
de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF
2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura
destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em
recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas
as populaccedilotildees
Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as
diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de
implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano
poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais
Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da
AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas
interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo
as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren
2001)
Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica
mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios
da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir
adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a
seguranccedila deveria ser comunicada claramente
A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa
incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e
28
entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos
deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo
(USDHHS 2008a)
Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute
crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os
Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a
quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade
(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo
menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com
o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o
controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou
mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o
volume-teto maacuteximo
Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees
endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do
que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes
deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a
meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios
importantes para a sauacutede
A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso
corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma
vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o
foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado
o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave
AF
176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens
No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17
anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-
se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias
Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade
29
Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade
precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em
relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo
estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao
desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar
arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5
anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos
de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos
(DHAA 2005a DHAA 2005b)
Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o
limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu
como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana
As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar
explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por
semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute
clara
177 Exerciacutecios especiacuteficos
1771 Musculaccedilatildeo
A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de
2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de
exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a
abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os
principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e
com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada
exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo
contaraacute para o alcance da meta
Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo
USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute
30
necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o
metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o
entendimento da exigecircncia anaeroacutebia
ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o
ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo
(USDHHS 2008a pg A-6)
Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as
do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de
musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio
estaacute presente
1772 Flexionamento
Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade
natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua
importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de
frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou
dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os
exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto
agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem
estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para
a obtenccedilatildeo da meta
1773 Aquecimento e desaquecimento
Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes
aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo
gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o
cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com
intensidade moderada
31
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees
Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem
resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem
inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na
quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2
a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A
adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial
do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos
deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as
recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados
Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a
meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de
eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6
ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF
As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral
e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que
portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas
pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se
considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo
geral natildeo ocorre
Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios
de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O
mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de
que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos
179 Concordacircncias nas diretrizes
Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao
modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo
dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais
consensos
32
A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os
iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso
crocircnico
A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF
As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e
quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave
sauacutede
Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de
maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo
entre elas
Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os
sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que
praticada dentro de limites de seguranccedila
A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se
possa obter resultado em longo prazo
As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos
problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam
atendimento especiacutefico
Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a
quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos
Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos
limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica
As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da
AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo
comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu
texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas
de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando
programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF
tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo
para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem
33
o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia
que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no
transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo
Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade
desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando
a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo
Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios
morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam
estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008
preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e
familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo
fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem
fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para
elas
A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de
forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das
diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da
AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica
estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir
diversas barreiras
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a
criaccedilatildeo de poliacuteticas que
Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para
promover a sauacutede
Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a
escola ou trabalho
34
Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a
criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc
Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc
Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques
quadras pistas de corrida trilhas etc
O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a
Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste
sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS
2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da
Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a
promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos
qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)
No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em
onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo
da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede
3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia
em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na
construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou
programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e
lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida
mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos
alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de
redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar
as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de
alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar
e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo
social (MS 2012)
Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam
claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de
Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais
35
que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a
populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as
diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita
Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de
sauacutede puacuteblica
Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos
para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional
Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento
de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF
Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF
Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF
Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas
em torno de um mesmo objetivo
Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes
interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos
Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo
para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo
O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos
brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre
Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de
AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)
que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas
26 capitais dos estados e no Distrito Federal
19 SISTEMA VIGITEL
O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes
com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais
fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O
Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e
36
aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em
Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o
sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)
Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o
conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle
contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria
para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as
principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas
de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede
puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos
saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais
fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)
37
2 OBJETIVOS
Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais
diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF
Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo
pelas diferentes diretrizes
Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF
Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na
determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual
Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis
38
3 METODOLOGIA
31 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS
Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do
sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o
uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e
de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de
adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e
cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa
O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser
acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise
do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da
federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para
cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e
divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de
linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em
reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente
a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas
residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000
entrevistas
No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas
fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis
redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso
39
do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os
moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados
eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para
responder a entrevista
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no
Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)
Capitais DF Nordm linhas
sorteadas
Nordm linhas
elegiacuteveis
Nordm entrevistas
realizadas
Aracaju 3400 3022 2031
Beleacutem 3400 2876 2021
Belo Horizonte 3200 2812 2016
Boa Vista 3600 2832 2017
Campo Grande 4600 2919 2012
Cuiabaacute 4800 2756 2013
Curitiba 4400 2824 2011
Florianoacutepolis 4600 2896 2010
Fortaleza 3400 2881 2017
Goiacircnia 4200 2523 2013
Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014
Macapaacute 4000 2746 2012
Maceioacute 3600 2784 2017
Manaus 3600 2817 2013
Natal 3400 2742 2013
Palmas 4800 2479 2009
Porto Alegre 5000 3120 2010
Porto Velho 4400 2582 2014
Recife 3400 2751 2014
Rio Branco 4600 2720 2017
Rio de Janeiro 4000 3094 2012
Salvador 3600 2935 2010
Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011
Satildeo Paulo 4200 3073 2012
Teresina 3400 2800 2011
Vitoacuteria 3800 2817 2011
Distrito Federal 4600 2938 2008
Total 107200 76330 54369
FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007
40
Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve
entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial
(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a
impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias
tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)
Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das
linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema
VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)
As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e
envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS
2007)
O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto
por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do
questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de
escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos
alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo
frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo
nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de
bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a
diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)
Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais
brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso
final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir
possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos
participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser
selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para
a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a
composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da
41
populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a
frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria
procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos
pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede
de telefonia fixa (MS 2007)
A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a
proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra
VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas
27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955
de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no
Distrito Federal (MS 2007)
Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL
contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das
entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas
imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente
com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo
supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de
cada semana (MS 2007)
Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais
de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa
VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369
participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham
indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma
modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a
duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779
participantes
42
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS
3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica
Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados
somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o
inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando
separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional
(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da
casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre
AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos
participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de
2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal
desses domiacutenios
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio
Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube
aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na
seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -
corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica
8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol
13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros
333 Deslocamento ativo
Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento
ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o
trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da
entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a
respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto
43
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica
A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo
do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo
foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60
minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro
agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana
335 Intensidade do esforccedilo
A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo
do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo
na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade
Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo
moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge
a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso
igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica
ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi
considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante
musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e
outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa
O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de
cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia
proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir
44
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo
(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada
modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
Ainsworth et al em 2000
Atividade
Tempo em minutos
1019 20-29 30-39 45-59 60
MET MET MET MET MET
1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198
2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198
3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540
4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540
5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390
6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240
7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240
8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420
9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600
10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240
11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420
12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360
13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180
14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420
1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave
velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso
corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica
aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa
intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo
12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo
(simples)
MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin
Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam
a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave
meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do
moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75
minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito
sobre a sauacutede
Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve
razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para
a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior
parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
45
Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta
com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas
Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos
de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca
preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal
(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da
entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais
dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os
domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e
Sul)
Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em
relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o
agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis
intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a
escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo
337 Variaacuteveis de comportamento individual
Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram
utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente
bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)
consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os
participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa
pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica
observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com
resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da
semana que eles costumavam ingerir
Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas
O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais
46
cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos
ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente
338 Diagnoacutestico de DCNT
Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de
cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC
dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum
momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta
diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou
doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante
responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim
facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica
Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a
prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na
introduccedilatildeo deste trabalho
Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis
sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a
mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees
A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e
freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o
trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez
determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a
classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo
para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas
informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente
47
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica
Grupo Criteacuterio
1- Inativo
2- Ativo insuficiente
3- Ativo
4- Muito ativo
nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo
realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo
atinge a recomendaccedilatildeo
ultrapassa a recomendaccedilatildeo
Classe Criteacuterio
A - AF suficiente
B - AF insuficiente
alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)
natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)
34 ANAacuteLISE DOS DADOS
Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento
individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os
portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do
esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-
se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi
avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados
foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de
significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados
com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes
recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de
verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a
variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem
a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =
baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta
concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para
o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se
com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg
(ver 110 e Microsoftreg Excel ver
100)
48
Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e
frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do
presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees
Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade
adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os
participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por
semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os
selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees
semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel
de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel
determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF
O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original
dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na
duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem
sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de
AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do
niacutevel miacutenimo de AF
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS
O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208
Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da
Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511
49
4 RESULTADOS
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA
Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres
Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade
igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9
anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e
morenos (53)
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em
quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco
diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e
IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo
A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes
analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que
apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de
casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra
Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de
AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs
categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)
A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada
recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com
maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os
atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor
dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram
50
Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o
segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto
fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo
miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou
mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna
mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5
N N N N N
25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202
Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191
Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92
52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL
AF suficiente
N
12512 232
N
7347 156
N
15308 279
N
20178 345
N
15520 283
AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717
TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100
1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia
2 Instituto de Medicina dos EUA
3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de
Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes
houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi
estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de
concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM
e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito
ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o
grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos
51
praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e
muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os
que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram
(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre
moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =
041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge
18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
CATEGORIA
IOM ACSM OMS IPAQ
(k) (k) (k) (k)
Inativo
UE
1 1 1 1
IOM
1 1 1
ACSM
1 1
OMS
1
Ativo Insuficiente
074 081 047 079 UE
IOM
059 049 075
ACSM
058 098
OMS
059
Ativo
UE 081 085 08 036
IOM
069 096 044
ACSM
068 031
OMS
045
UE 029 072 056 052
IOM
021 016 055
ACSM
078 037
OMS
029 UE =
Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IOM = Instituto de Medicina dos EUA
ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash
039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia
08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)
52
A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as
diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes
que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar
ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as
cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma
quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106
(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo
concordante por todas as diretrizes analisadas
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia
A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O
rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e
menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)
e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes
encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na
Regiatildeo Norte
Grupo
Inativo
Ativo
Total (N) 25837
26942
subgrupo
insuficiente suficiente muito ativo
Coincidecircncia
N 25837 6688 2867 2439
100 248 106 91
53
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)
Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)
Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)
Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)
Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)
Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)
Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)
Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)
Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)
Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)
Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)
Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)
Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)
Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)
Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)
Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)
Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)
Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)
Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)
Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)
Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)
Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)
Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)
Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)
Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)
Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)
Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)
Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)
Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)
Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)
Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)
Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
54
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia
com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM
apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em
Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais
ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais
ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo
segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste
e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um
menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na
Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram
55
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)
Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)
Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)
Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)
Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)
Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)
Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)
Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)
Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)
Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)
Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)
Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)
Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)
Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)
Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)
Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)
Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)
Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)
Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)
Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)
Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)
Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)
Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)
Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)
Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)
Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)
Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)
Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)
Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)
Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)
Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)
Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
56
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi
superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e
352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em
Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em
Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as
regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306
(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste
57
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)
Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)
Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)
Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)
Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)
Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)
Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)
Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)
Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)
Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)
Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)
Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)
Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)
Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)
Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)
Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)
Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)
Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)
Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)
Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)
Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)
Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)
Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)
Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)
Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)
Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)
Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)
Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)
Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)
Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)
Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)
Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
58
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as
capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)
em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e
menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e
menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul
59
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)
Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)
Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)
Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)
Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)
Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)
Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)
Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)
Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)
Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)
Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)
Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)
Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)
Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)
Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)
Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)
Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)
Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)
Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)
Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)
Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)
Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)
Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)
Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)
Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)
Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)
Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)
Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)
Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)
Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)
Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)
Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
60
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz
do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do
ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos
em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e
menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro
Oeste
61
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)
Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)
Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)
Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)
Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)
Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)
Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)
Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)
Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)
Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)
Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)
Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)
Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)
Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)
Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)
Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)
Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)
Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)
Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)
Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)
Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)
Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)
Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)
Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)
Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)
Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)
Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)
Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)
Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)
Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)
Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)
Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
62
A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias
regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da
prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves
recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a
quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na
classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS
Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da
AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada
pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
bull1ordm Norte
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Nordeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
UE
bull1ordm Norte
bull2ordm Nordeste
bull3ordm Centro Oeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
IOM
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
ACSM
bull1ordm Sul
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Norte
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
OMS
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
IPAQ
63
Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O
percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)
para elas
Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente
significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de
pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de
negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x
517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente
(343 x 346 respectivamente) (p=007)
O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com
65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com
menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44
- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante
para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)
A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de
AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o
aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os
menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais
escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior
escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada
pela OMS
A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou
que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos
(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os
casados (p=0001)
Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo
apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi
mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os
participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a
presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela
11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF
64
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis
sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006
Variaacuteveis
sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p
IC95 IC95 IC95 IC95
SEXO
lt0001
masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)
feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)
CORETNIA
lt0001
branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)
negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)
pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)
amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)
vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)
IDADE
lt0001
18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)
25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)
35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)
45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)
55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)
65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)
ESCOLARIDADE
lt0001
0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)
9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)
12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)
ESTADO CIVIL
001
solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)
casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)
viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)
separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)
LOCAL PARA AF
lt0001
sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)
natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)
TOTAL DA
AMOSTRA () 515
141
96
249
Segundo diretriz OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo
insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
65
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL
A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de
acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo
subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre
os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham
percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os
ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi
mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi
mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles
com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica
aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como
maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)
66
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
Segundo diretriz da OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS
CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS
A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT
(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente
vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel
de AF1
embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas
Caracteriacutesticas
Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p
Estado sauacutede lt0001
excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)
bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)
578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)
ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)
lt0001
sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)
528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)
Desl ativo lt0001
sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)
natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)
Tabagismo 002
sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)
natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)
Cigarro quant
1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001
20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)
40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)
Ex-fumante
sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007
natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)
Consumo aacutelcool
sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001
natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)
Frequecircnciadia
diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)
3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)
1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)
ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)
Total da amostra ( ) 515 141 96 249
Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo
Dieta hipocaloacuterica
67
foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a
cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
acometeram mulheres inativas
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico
de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e
Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson
DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia
ou osteoporose
DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo
IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p
HIPERTENSAtildeO
Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001
Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001
Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009
DIABETE
Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001
Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003
Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001
INFARTO eou AVC
Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001
Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006
Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001
DISLIPIDEMIA
Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002
Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001
Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033
OSTEOPOROSE
Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001
Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026
Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001
68
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA
A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o
futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior
ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas
(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico
ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens
insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
69
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Conjunto
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513
2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23
3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31
4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04
5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40
7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68
8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92
9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35
10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007
11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49
12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56
13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02
14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58
15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05
16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131
70
A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial
sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando
a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT
incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e
ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia
foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral
Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para
esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da
praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
71
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
HIPERTENSAtildeO
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667
2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28
3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32
4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01
5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31
7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143
8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94
9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38
10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91
12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12
13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -
14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41
15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05
16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
72
A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre
16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os
sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da
amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)
das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou
em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo
ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como
basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha
destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
73
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Diabetes AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733
2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07
3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79
4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -
5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11
6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05
7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262
8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143
9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013
10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -
11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09
12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -
16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
74
A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM
eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo
da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes
com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada
livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente
ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
75
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
2 Infarto agudo do miocaacuterdio e
3 Acidente vascular cerebral
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
IAM2 ou AVC3 AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino
(IC
95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867
2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11
3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11
4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -
5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100
6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77
7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166
8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64
9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20
10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56
12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -
15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -
16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91
76
A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico
meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os
participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A
caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram
as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
77
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais
dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quarado de Pearson p lt0001
Dislipidemia AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642
2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24
3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33
4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -
5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23
7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123
8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100
9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46
10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51
12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09
13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -
14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21
15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01
16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134
78
A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por
uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a
mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja
maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como
segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para
aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta
preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes
(plt0001)
79
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
Osteoporose AF Suficiente
AF Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519
2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11
3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07
4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -
5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66
6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46
7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254
8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196
9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47
10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105
12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -
14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -
16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198
80
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades
separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das
modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta
sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo
foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria
(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente
apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na
modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por
semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
81
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
continua
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213
5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178
3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112
1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875
CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _
5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02
3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02
1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000
CORRIDA IC95 IC95
GIN
GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _
5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _
3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _
1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _
82
continuaccedilatildeo
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
4 Corrida na esteira rolante
5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais
6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _
5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _
3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02
1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _
5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _
3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _
1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _
OUTROS611 IC95 IC95
CONJUNTO IC95 IC95
todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36
5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242
3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365
1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943
83
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees
das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no
conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes
referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para
as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525
(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no
conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase
a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo
recomendado pela maioria das diretrizes
84
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros
e Distrito Federal 2006
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95
GIN
AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96
10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390
20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164
30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181
45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139
60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543
CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -
10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21
20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08
30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71
45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79
60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901
CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0
10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26
30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314
45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23
60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072
continua
85
continuaccedilatildeo
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10
20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0
30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88
45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211
60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
-10 _ _ 07 06-21 -10 _
_ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _
_ _ 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _
_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27
30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44
45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155
60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035
OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95
-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08
10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80
20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50
30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144
45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97
60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
86
A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na
duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia
semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se
passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu
Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente
outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi
acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram
esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo
60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864
participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)
foram promovidos
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e
apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo
do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais
Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de
duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo
Ativos Insuficientes
Frequecircncia
(sessotildeessemana)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
01-02 6233 -
03-04
05-06
279
76
823
76
Diaacuteria 100 100
Total 6588 999
Duraccedilatildeo do esforccedilo
(minutos)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
-10 69 -
1119 346 -
20-29 394 -
30-39 902 -
45-59 635 -
60 ou + 4342 5864
Total 6588 5864
87
A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em
minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de
ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com
frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens
com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -
IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de
AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem
predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor
frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma
tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao
conjunto da amostra
88
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e
duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001
hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose
AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE
HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER
(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)
Frequecircncia
todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)
5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)
3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)
1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)
Duraccedilatildeo
-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -
10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -
20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)
30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)
45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)
60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)
AF INSUF
Frequecircncia
todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)
5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)
3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)
1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)
Duraccedilatildeo
-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)
10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)
20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)
30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)
45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)
60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)
89
5 DISCUSSAtildeO
51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS
Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou
a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de
cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque
desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos
natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o
trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade
miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto
divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes
considerados fisicamente ativos
A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a
determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam
uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente
Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a
frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada
Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior
prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto
de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a
consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta
hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo
foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu
entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram
conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades
90
Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a
60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que
natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes
que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo
alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana
A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada
A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os
participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo
arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67
daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No
conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo
miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada
52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO
O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas
gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados
simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo
portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo
de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um
determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo
uma amostra numerosa e ampla
A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por
entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem
telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido
nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento
econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar
esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda
que parcialmente a representatividade da amostra
91
Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo
sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada
cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos
sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de
resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma
generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a
populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente
89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)
Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito
semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de
resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810
desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda
segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada
superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como
desenvolvidos
Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto
prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores
agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave
mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por
meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela
populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia
de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL
estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos
metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a
validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram
realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice
de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de
sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados
Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer
ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre
duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente
92
coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as
diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees
dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na
definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas
devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior
Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico
preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores
podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo
arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar
subestimadas nesta pesquisa
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS
A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro
eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes
internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias
e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos
ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam
na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil
da AF praticada pelos portadores de DCNT
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica
Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees
e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo
que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel
observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos
pronunciados no grau de atividade entre os participantes
93
Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o
niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto
significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora
como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser
considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como
pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes
podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam
ser instados a manter o que ainda natildeo era
Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto
energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade
especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para
atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de
modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas
A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir
negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados
antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por
programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os
anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em
2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da
OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio
adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia
semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano
para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez
capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor
prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o
percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano
anterior com 224
As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no
rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de
suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a
94
penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste
(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da
amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS
O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por
Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do
niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)
Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave
diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes
comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute
revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida
de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24
horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por
homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas
metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos
resultados esteja de acordo
As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso
cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco
se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e
frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas
futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo
compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior
seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica
5321 Sexo
A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em
mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres
apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que
referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de
95
AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados
encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al
2009 Pan et al 2009)
Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo
de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com
deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com
materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de
familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A
autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF
natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da
AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema
Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente
domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres
neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois
natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a
sauacutede (Hallal 2011)
Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das
mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais
de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS
5322 - Idade
Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a
idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)
se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)
Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade
estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS
2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de
DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na
dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de
vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias
96
reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade
funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas
A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010
aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo
de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave
melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico
regular (Paterson e Warburton 2009)
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de
vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do
que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE
2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute
alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam
repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um
lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma
maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo
tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas
Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o
envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade
Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente
a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao
fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)
quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade
aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo
quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de
queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos
devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de
aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas
condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura
Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de
envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e
Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade
97
de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da
idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade
em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico
Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de
trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os
niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)
5323 Escolaridade
Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu
ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)
estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre
os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF
Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees
miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade
Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com
os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados
serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al
(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os
mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e
campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior
atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de
educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795
portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF
pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto
jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade
meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios
de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do
grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as
mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte
Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que
envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns
98
estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda
(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)
mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma
possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente
Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes
(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que
existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a
prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et
al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos
desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278
nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de
vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico
mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF
de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior
era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de
AF
Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as
pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior
acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF
no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior
tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF
no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se
consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da
permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar
Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como
um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade
de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais
como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para
com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida
Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os
niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final
99
agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos
epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave
educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre
grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)
Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as
diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo
5324 Etniacor
Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele
Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e
vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles
que tecircm ancestrais entre brancos e negros
Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)
satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra
cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor
percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento
composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante
sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)
Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a
relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos
Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem
diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o
niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos
raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios
americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas
significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os
brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)
Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo
da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os
resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e
100
eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na
estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada
Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com
os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os
mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as
DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto
devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos
serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de
sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da
populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe
ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila
Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos
outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do
campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que
vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de
grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF
em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e
observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado
influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem
apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para
centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)
Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com
fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades
de tamanho populacional diferente
As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo
claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante
queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena
proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das
observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos
segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos
grupos minoritaacuterios
101
Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees
definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia
geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o
comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves
condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida
5325 Estado conjugal
A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos
(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os
solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees
Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado
civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a
situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil
com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute
esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais
velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo
podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)
acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros
Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e
menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)
apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com
outras pessoas fora do ambiente domiciliar
Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com
filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para
a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se
transforma necessariamente em accedilatildeo
102
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica
O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a
praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores
facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)
Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de
ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves
suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico
Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de
locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa
(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos
Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar
mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais
preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as
influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis
nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica
conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o
ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores
mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico
na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de
veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e
idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores
portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica
escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a
substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos
A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a
praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da
contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo
urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF
Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano
deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o
multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com
103
seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade
da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial
o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a
caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o
gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres
na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias
para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS
(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)
Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses
residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda
de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos
equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e
Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na
qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros
de distacircncia das instalaccedilotildees para AF
Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o
ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste
sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram
oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras
Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para
a praacutetica de AF
Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de
ruas
Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico
Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado
Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de
locais de traacutefego intenso
Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a
AF
Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas
Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis
104
Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF
5327 Variaccedilotildees regionais
Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de
AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de
ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do
NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste
apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade
de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor
percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a
variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a
determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades
investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em
aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos
Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros
relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos
demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da
federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos
anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o
deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e
natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de
Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)
Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o
deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente
algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em
2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de
ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com
o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)
Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte
do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo
Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno
105
porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de
AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional
5328 Consumo de tabaco
Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF
para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam
insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa
Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga
2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na
abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et
al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o
tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em
eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo
no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos
homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor
escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com
dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses
demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos
principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos
fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de
tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de
Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)
A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco
de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e
problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das
consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de
esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir
para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo
desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o
crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da
AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)
106
5329 Consumo de bebida alcooacutelica
Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo
diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das
mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De
modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente
Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a
praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de
aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais
bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de
drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o
consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O
Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de
estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas
as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF
maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20
anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos
Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram
consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620
alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do
alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de
AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento
Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida
como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis
como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia
parece natildeo se confirmar
O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser
explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF
devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser
uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas
aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia
2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que
107
bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para
compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar
os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool
Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo
de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem
acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre
consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave
AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas
condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos
circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um
papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o
mecanismo de recompensa interage e se manifesta
53210 Estado de sauacutede
Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado
de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de
sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual
cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico
cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi
mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos
Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de
sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada
conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009
encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de
AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram
idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para
idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40
consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o
estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado
Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de
causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como
108
boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF
aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo
entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais
segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da
sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da
accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que
a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos
combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea
et al 2011)
Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede
apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante
para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem
se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso
de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de
outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de
sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo
nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e
muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo
(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado
Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo
satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que
a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao
indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica
Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a
intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no
niacutevel de AF
109
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo
Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais
ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior
grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos
estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os
estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia
de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e
capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo
De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos
ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que
alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim
observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi
semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por
sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e
insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de
ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado
pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa
o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e
morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a
6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo
alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica
demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do
esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica
Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia
semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF
insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos
110
participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de
as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se
mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal
Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um
comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia
semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da
meta miacutenima da AF
Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3
sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees
entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689
participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de
85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia
semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um
participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada
ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o
volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam
necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia
semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo
Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo
do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo
inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo
apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que
o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado
menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)
A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo
encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em
2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao
definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias
para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS
orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal
111
A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos
benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana
Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de
sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa
geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao
longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com
programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e
intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados
A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a
preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a
intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS
2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada
pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua
magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos
(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a
distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as
pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que
pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al
2007)
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico
Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta
sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua
conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica
proposto por Ainsworth et al(2000)
As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da
amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que
se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo
fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as
mulheres e pessoas de mais idade
112
A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo
brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa
praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da
deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12
e tem se apresentado como a
escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se
exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que
apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente
ativos (Bull 2010)
O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente
ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)
principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua
frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os
niacuteveis miacutenimos de AF
Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira
modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a
oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo
envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de
musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a
praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo
conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se
que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa
deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante
da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a
1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa
ser classificado como inativo
12
Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido
pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper
113
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis
Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio
de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as
recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila
No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou
subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A
possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT
tambeacutem foi considerada
Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de
AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a
intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal
guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente
entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30
minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o
futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual
diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no
conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos
Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF
Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio
da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em
meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em
indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim
eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do
que a aqui encontrada
114
Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres
com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do
climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em
parte o maior conhecimento do diagnoacutestico
Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a
hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa
entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica
O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a
inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13
Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da
diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo
obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora
natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)
Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi
e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo
envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos
em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis
foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o
consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os
estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos
ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)
Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando
caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade
do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente
hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se
efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos
fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas
recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de
Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo
deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com
13
Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem
alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo
115
intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo
medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de
base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada
a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular
devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares
devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)
Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior
parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas
principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo
arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos
moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos
5342 Dislipidemia
Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de
diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres
aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O
percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos
Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD
Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de
risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a
AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia
de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de
lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al
2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas
podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados
disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a
magnitude desta associaccedilatildeo
Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma
uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e
reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24
horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo
116
entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e
Paffenbarger 2001)
A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima
lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas
de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de
trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-
exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)
Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de
DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2
vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para
uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo
com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos
Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos
lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede
natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam
tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para
o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em
pessoas entre 20 e 40 anos de idade
O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge
45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25
anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do
climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)
5343 Diabetes
Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora
se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do
inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto
consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que
apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC
2010)
117
Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto
para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido
(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a
sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas
modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do
exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a
sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente
trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em
termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos
inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de
alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante
do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)
Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo
da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte
acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e
envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma
relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise
apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo
quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees
incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF
(Kesaniemi et al2010)
Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles
aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo
para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de
AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que
confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos
A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente
25 da preferecircncia
O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes
mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as
118
caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute
alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)
A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por
aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado
ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo
de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no
entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de
seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer
outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser
consideradas
A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de
futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo
aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo
da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em
aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino
A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos
Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30
minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85
dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se
alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as
recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)
realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a
frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece
promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da
suficiecircncia da AF em portadores de DPDM
Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua
pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores
taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)
Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de
sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica
119
Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o
diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases
mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo
perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode
reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma
perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado
agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave
praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo
contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees
Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com
maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute
menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam
pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica
5344 Osteoporose
Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham
diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste
(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de
DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-
climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em
ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade
principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica
(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e
perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010
Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF
com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al
(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou
que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou
insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com
risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria
120
dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de
osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo
oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos
podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si
mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das
quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010
sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha
a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da
osteoporose
Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou
somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias
crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo
Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica
A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios
estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar
dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a
raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea
similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)
Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo
como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais
em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria
A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres
perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase
raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase
raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso
cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da
massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta
(Kemmler et al 2004)
A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus
mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens
121
tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres
Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas
(Shibata et al 2003)
Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo
da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte
ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as
mulheres ganha dimensotildees maiores
Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada
sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede
brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60
minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A
frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes
com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que
natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees
entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um
episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a
meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior
frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade
igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores
niacuteveis de AF
Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a
ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa
(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau
de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das
limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de
exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de
122
energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a
diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores
54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito
entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo
harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada
Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do
rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de
um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante
de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma
boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica
suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida
Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas
lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF
frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute
inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos
segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos
socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto
cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar
poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute
necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de
diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes
A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de
prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF
recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino
de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local
apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na
regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo
123
Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja
possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as
accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando
planejadas de forma integrada
O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta
dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS
Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente
ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma
predisposiccedilatildeo para este domiacutenio
A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura
previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de
exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol
Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada
sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a
baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3
dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos
A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo
foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas
de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo
rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de
alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa
ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel
Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema
puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica
de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e
especialmente junto aos portadores de DCNT
124
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AGRADECIMENTOS
Incansavelmente reforccedilo minha gratidatildeo agrave Profa Dra Olinda do Carmo Luiz pela
orientaccedilatildeo deste trabalho cuja beleza dos gestos amigaacuteveis representou o ldquosimrdquo para
este Jogo que insiste dizer ldquonatildeordquo
Minha gratidatildeo agrave Dra Renata Bertazzi Levy pela coorientaccedilatildeo deste trabalho
Aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo do Departamento de
Medicina Preventiva da USP pela partilha das informaccedilotildees em especial agrave Lilian
Santos de Godoy Prado pela amizade e a Miriam Regina de Souza pela
normatizaccedilatildeo do texto
Ao professor Dr Joatildeo Carlos Catellan pelo retoque do texto e adequaccedilatildeo linguiacutestica
Agrave Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute em especial ao campus de Marechal
Cacircndido Rondon pela liberaccedilatildeo de minhas atividades acadecircmicas
E a vocecirc meu amado Golden Retriver por todos nossos momentos Eu sinto tanto a
sua falta
Este trabalho recebeu
Bolsa do Programa de Demanda Social da
Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo
Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio
Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico
Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias
Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET
Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET
Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos
corporais
Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash
distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no
sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina
Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento
Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em
qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem
repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)
Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas
e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares
durante o exerciacutecio
Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos
combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e
sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular
Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa
(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo
com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)
Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada
Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida
sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial
Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para
suplantar a necessidade metaboacutelica
Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)
Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute
associada a lipiacutedeos
MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin
em repouso
Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando
aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas
Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida
Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a
temperatura de 1 litro de aacutegua
Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o
periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste
orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional
Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela
duraccedilatildeo do esforccedilo
LISTA DE ABREVIATURAS
ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
AF atividade fiacutesica
AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
AVD Atividade de vida diaacuteria
BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo
CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas
DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel
DP desvio padratildeo
EU Uniatildeo Europeia
FC frequecircncia cardiacuteaca
HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica
HDL proteiacutenas de alta densidade
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IF inatividade fiacutesica
kcal quilocaloria
LDL proteiacutenas de baixa densidade
MET equivalente metaboacutelico
NAF niacutevel de atividade fiacutesica
NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede
OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAS pressatildeo arterial sistecircmica
PS Promoccedilatildeo da Sauacutede
RR risco relativo
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos
USP Universidade de Satildeo Paulo
VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito
Telefocircnico
VS Vigilacircncia em Sauacutede
WHA Assembleia Mundial da Sauacutede
WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47
Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes
recomendaccedilotildees 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito
Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em
minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade
segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth
et al em 2000 44
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006 50
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18
anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 53
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 55
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 57
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 59
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 61
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 66
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de
diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 67
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 69
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo
arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e
niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 71
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes
segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 75
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 77
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 79
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF
nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 84
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes
a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico
meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo
da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88
SUMAacuteRIO
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
APRESENTACcedilAtildeO
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2
111 Doenccedila cardiovascular 5
112 Doenccedila cerebrovascular 5
113 Dislipidemia 6
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6
115 Diabetes tipo 2 7
116 Osteoporose 7
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 17
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel
pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 19
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA 21
171 Frequencia semanal 21
172 Intensidade do esforccedilo 23
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24
174 Dose de atividade fiacutesica 24
175 Minorias populacionais 27
176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28
177 Exerciacutecios especiacuteficos 29
1771 Musculaccedilatildeo 29
1772 Flexionamento 30
1773 Aquecimento e desaquecimento 30
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31
179 Concordacircncias nas diretrizes 31
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33
19 SISTEMA VIGITEL 35
2 OBJETIVOS 37
3 METODOLOGIA 38
31 TIPO DE ESTUDO 38
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42
331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42
333 Deslocamento ativo 42
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43
335 Intensidade do esforccedilo 43
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45
337 Variaacuteveis de comportamento individual 45
338 Diagnoacutestico de DCNT 46
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46
34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48
4 RESULTADOS 49
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 54
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 56
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS
NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA 68
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83
5 DISCUSSAtildeO 89
51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89
52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica 94
5321 Sexo 94
5322 - Idade 95
5323 Escolaridade 97
5324 Etniacor 99
5325 Estado conjugal 101
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102
5327 Variaccedilotildees regionais 104
5328 Consumo de tabaco 105
5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106
53210 Estado de sauacutede 107
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis 113
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113
5342 Dislipidemia 115
5343 Diabetes 116
5344 Osteoporose 119
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121
54 Consideraccedilotildees finais 122
6 BIBLIOGRAFIA 124
RESUMO
Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal
um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de
Satildeo Paulo 2014
INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos
residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e
agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada
uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo
da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF
Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se
relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos
portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os
participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia
de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para
as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e
proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo
515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da
AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees
de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF
Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor
de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia
miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90
da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve
diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da
recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se
exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se
exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo
foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos
maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez
Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e
entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a
dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O
tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas
alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais
frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas
proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica
destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos
portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF
CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a
AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo
AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente
ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o
que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem
a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos
insuficientemente ativos
Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica
promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico
humano atividade motora
ABSTRACT
Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal
District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina
Universidade de Satildeo Paulo 2014
INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical
activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the
capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the
prevalence of PA according to each of the main international guidelines that
recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also
the concordances of the PA level classification We also evaluated the association
between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA
More specifically we focused on how the main components of the PA relates to
themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in
patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY
Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors
Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for
the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective
factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal
District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515
classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the
main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session
frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA
degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the
lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume
without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA
As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities
ranged in different distinguishing rankings according to the adopted
recommendation About 90 of the active population performed sessions which
lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no
significant difference between the group which achieved the recommended PA and
the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost
all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels
exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal
exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the
most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher
prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks
and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age
decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed
Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and
among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting
and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants
Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol
consumption occurred among those that were active Physically active people
frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes
Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants
suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD
did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA
levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of
the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for
ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the
chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise
duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA
insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly
frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently
active population
Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health
promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity
APRESENTACcedilAtildeO
A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da
histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente
de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade
da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao
sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo
procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma
de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das
taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser
efetivado
Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias
governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a
recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma
quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim
observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes
nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a
exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de
verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas
recomendadas
Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou
seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se
apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os
conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da
AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da
inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica
de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em
seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas
e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a
concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das
suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e
potencialidades
A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso
do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para
Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise
permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra
probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do
Distrito Federal
A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em
tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)
diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as
consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que
possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis
de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica
A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas
pela Banca Examinadora
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da
morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e
aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos
fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade
fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade
fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia
de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na
prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa
tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal
2012)
Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a
atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al
2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus
benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que
apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria
estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a
conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois
campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida
(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)
Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o
perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros
urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo
dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem
recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo
participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF
recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as
propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo
2
alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos
e qual eacute o seu niacutevel de AF
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE
Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras
investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo
resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam
em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de
ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair
Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou
e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas
cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)
Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees
fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de
doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade
de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira
busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas
encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as
oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da
vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o
envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais
cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a
inatividade fiacutesica
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto
fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)
Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de
doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10
de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de
53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade
3
fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas
a cada ano no mundo
No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das
recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da
praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008
por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das
mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)
A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo
Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas
poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam
maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)
Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e
mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de
natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e
reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca
tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade
oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o
aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel
com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser
revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)
Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre
as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de
vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede
puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a
aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas
vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO
2009)
Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos
para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de
que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da
4
Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da
Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e
sauacutede (OMS 2009)
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF
para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam
(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica
Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias
Menor risco de doenccedila cardiovascular
Menor risco de AVC
Menor risco de morte prematura
Menor risco de lipidemias
Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta
hipocaloacuterica)
Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica
Menor risco de diabetes tipo 2
Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica
Menor risco de cacircncer de coacutelon
Menor risco de cacircncer de mama
Menor risco de cacircncer de pulmatildeo
Menor risco de cacircncer endometrial
Menor risco de quedas nos idosos
Aumento da densidade oacutessea (idosos)
Prevenccedilatildeo da osteoporose
Melhor funcionamento cardiopulmonar
Melhor bem-estar geral
Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)
Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal
Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras
Melhora das funccedilotildees cognitivas
Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia
Absentismo laboral (baixas por doenccedila)
Niacutevel de estresse
Qualidade do sono autoimagem e autoestima
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada
Forte
Moderada
Forte
Forte
Moderada a forte
Moderada a forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada a forte
Moderada a forte
FONTE USDHHS1 2008b
1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a
principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as
orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover
a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas
5
111 Doenccedila cardiovascular
Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF
regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises
indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos
ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos
disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF
regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular
daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)
analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12
meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi
introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou
que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria
quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico
Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF
moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos
adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin
2006)
Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e
homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de
mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas
Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em
Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)
112 Doenccedila cerebrovascular
Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com
a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas
cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF
para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo
inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma
relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um
6
niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A
AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de
proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada
parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao
et al 2009)
113 Dislipidemia
A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos
vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo
fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute
fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias
(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol
de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta
densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de
impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo
intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de
resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo
contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo
positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como
terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo
apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez
et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu
somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial
sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo
treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de
30 a 60 minutos
7
115 Diabetes tipo 2
O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave
potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)
mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a
sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo
Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O
mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do
glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et
al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos
natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em
contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da
intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)
Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios
anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece
que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a
maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo
menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)
Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que
envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os
niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo
energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados
116 Osteoporose
A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e
deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao
aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e
eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa
2006)
A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da
massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica
8
na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que
aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005
Suominen 2006)
De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode
prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa
imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e
determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel
que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que
outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade
cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e
Warburton 2009)
Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados
pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se
a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum
usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes
conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas
definiccedilotildees
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser
entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos
muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima
do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12
A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)
1) Atividade desportiva (performance)
2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)
3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)
4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)
5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)
1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
9
O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado
de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora
todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio
fiacutesico (USDHHS 2008b)
O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que
descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)
a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
b) Frequecircncia semanal (dias)
c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)
A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias
1) Leve (16 a 29 MET23
)
2) Moderada (3 a 6 MET)
3) Vigorosa (gt 6 MET)
O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma
atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel
de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)
Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees
completamente opostas do comportamento do movimento
Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de
energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa
(Figura 1)
FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004
Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica
Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia
(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como
reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade
21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin
10
composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo
relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia
mecacircnica (Ainsworth et al 2000)
A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na
avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)
mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados
para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os
meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos
Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do
trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade
e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem
ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc
ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria
monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida
Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou
questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado
Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes
magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um
domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do
entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard
e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular
situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos
de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos
participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e
elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de
grandes populaccedilotildees
A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da
quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos
aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede
11
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA
A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode
assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et
al 2010)
A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar
benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no
contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem
correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees
orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito
possiacutevel
A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos
devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados
mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado
poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute
teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs
diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch
2010)
Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga
elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos
evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em
exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade
(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o
exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles
tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho
de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)
12
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede
O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear
inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das
taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo
2 e cacircnceres
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede
13
A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo
eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se
que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de
intensidade mais elevada (Figura 4)
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede
Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede
geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia
de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade
cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e
Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150
kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o
risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada
com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na
incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para
vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase
dobrou (21) (Helmrich et al 1991)
14
Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o
aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo
necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a
sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do
esforccedilo de alta intensidade
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-
funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada
intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos
efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)
Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees
muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa
causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os
riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e
superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer
disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado
nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e
colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65
anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por
100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila
cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram
quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido
adquiridas (Talbot et al 2007)
Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos
adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de
medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as
caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo
15
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE
FIacuteSICA
A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a
escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel
de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas
para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem
apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al
(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo
socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro
polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo
escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que
crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para
Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos
em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a
taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio
de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual
(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)
associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o
tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda
tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo
no tocante agrave temaacutetica
A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia
com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos
estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte
quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta
Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o
aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)
Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com
o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as
categorias (USDHHS 2008c)
16
A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes
de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a
proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a
discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais
para a sauacutede geral
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas
em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca
destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados
substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de
ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais
eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e
de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras
recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em
geral
O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos
pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975
das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines
for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees
posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et
al 2007)
Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a
mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator
secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que
tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede
(USDHHS 2008b)
1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo
hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para
desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete
tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)
17
Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e
orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico
em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam
benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que
a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da
vida e que eles suplantam os riscos
Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte
semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que
culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito
Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e
semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma
organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar
uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo
de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF
necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas
O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007
passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo
relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada
(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo
cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de
intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as
atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem
ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado
minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al
2007)
18
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato
de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees
de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo
e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande
influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina
de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de
Cardiologia (AHA 2011)
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ
Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente
comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia
reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um
instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ
Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005
recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos
trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade
vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana
atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou
mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde
que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo
desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo
respectivamente (IPAQ 2005)
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de
Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO
2008)
19
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo
governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de
sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional
de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a
diretriz federal dos Estados Unidos
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos
paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que
preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para
ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos
por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos
entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA
2010)
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia
Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um
sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros
e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado
o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas
foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da
sauacutede
Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)
constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da
Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-
Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de
ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30
minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)
20
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo
congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo
de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial
O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade
Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes
para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi
fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em
Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito
global
As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas
em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos
ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por
semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de
pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem
aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das
atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma
combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para
crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da
quantidade de tempo dos adultos
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a
consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e
Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de
Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua
adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)
21
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA
No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante
para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica
Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em
geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos
substanciais para a sauacutede geral
Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees
atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais
recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos
foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull
2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)
dentre outras
Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter
mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15
sem determinar a frequecircncia
semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance
a mesma meta de vaacuterias maneiras
A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas
que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais
caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)
exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por
idade (crianccedilas e jovens)
171 Frequencia semanal
Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas
morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo
1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos
de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por
semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa
22
funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave
medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)
(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu
principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico
(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a
realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-
se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo
(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da
supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)
A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as
atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo
aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a
praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de
uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode
induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica
sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)
FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga
23
172 Intensidade do esforccedilo
Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade
vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua
mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada
Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da
Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias
governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda
Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a
orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)
Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo
O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em
que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo
possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada
equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a
8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da
possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo
significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves
atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio
uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos
metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)
A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque
aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas
e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades
podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a
superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica
subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem
significado equivalente (CDC 2010)
Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam
desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo
fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor
24
tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do
esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos
adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as
recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade
de exerciacutecio ou esporte praticado
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo
As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para
sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que
podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A
princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser
Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de
10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias
para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema
em debate
Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de
sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais
substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de
AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta
miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas
recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e
vigoroso
174 Dose de atividade fiacutesica
Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de
AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior
detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave
sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima
O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de
AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o
25
gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)
Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral
devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente
metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado
Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores
normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no
ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo
padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e
moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos
para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas
A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela
das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode
conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de
esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com
funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem
AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as
diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e
frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser
somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do
esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo
(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)
De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose
de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e
afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo
submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses
que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo
informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE
pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo
Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para
ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE
26
recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as
recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana
Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo
da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis
Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais
que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos
estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais
diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo
intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF
Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o
USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos
esclarecedores
Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente
estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a
estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo
Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em
maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos
resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior
de benefiacutecio
Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos
adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede
Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis
intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si
perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees
curtas e fragmentadas
27
Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de
atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos
de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana
(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede
175 Minorias populacionais
Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a
carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato
socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo
de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF
2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura
destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em
recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas
as populaccedilotildees
Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as
diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de
implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano
poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais
Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da
AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas
interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo
as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren
2001)
Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica
mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios
da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir
adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a
seguranccedila deveria ser comunicada claramente
A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa
incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e
28
entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos
deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo
(USDHHS 2008a)
Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute
crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os
Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a
quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade
(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo
menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com
o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o
controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou
mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o
volume-teto maacuteximo
Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees
endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do
que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes
deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a
meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios
importantes para a sauacutede
A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso
corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma
vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o
foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado
o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave
AF
176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens
No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17
anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-
se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias
Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade
29
Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade
precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em
relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo
estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao
desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar
arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5
anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos
de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos
(DHAA 2005a DHAA 2005b)
Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o
limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu
como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana
As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar
explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por
semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute
clara
177 Exerciacutecios especiacuteficos
1771 Musculaccedilatildeo
A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de
2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de
exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a
abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os
principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e
com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada
exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo
contaraacute para o alcance da meta
Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo
USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute
30
necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o
metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o
entendimento da exigecircncia anaeroacutebia
ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o
ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo
(USDHHS 2008a pg A-6)
Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as
do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de
musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio
estaacute presente
1772 Flexionamento
Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade
natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua
importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de
frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou
dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os
exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto
agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem
estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para
a obtenccedilatildeo da meta
1773 Aquecimento e desaquecimento
Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes
aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo
gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o
cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com
intensidade moderada
31
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees
Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem
resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem
inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na
quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2
a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A
adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial
do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos
deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as
recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados
Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a
meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de
eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6
ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF
As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral
e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que
portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas
pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se
considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo
geral natildeo ocorre
Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios
de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O
mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de
que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos
179 Concordacircncias nas diretrizes
Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao
modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo
dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais
consensos
32
A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os
iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso
crocircnico
A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF
As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e
quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave
sauacutede
Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de
maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo
entre elas
Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os
sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que
praticada dentro de limites de seguranccedila
A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se
possa obter resultado em longo prazo
As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos
problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam
atendimento especiacutefico
Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a
quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos
Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos
limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica
As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da
AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo
comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu
texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas
de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando
programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF
tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo
para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem
33
o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia
que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no
transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo
Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade
desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando
a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo
Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios
morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam
estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008
preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e
familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo
fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem
fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para
elas
A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de
forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das
diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da
AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica
estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir
diversas barreiras
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a
criaccedilatildeo de poliacuteticas que
Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para
promover a sauacutede
Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a
escola ou trabalho
34
Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a
criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc
Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc
Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques
quadras pistas de corrida trilhas etc
O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a
Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste
sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS
2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da
Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a
promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos
qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)
No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em
onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo
da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede
3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia
em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na
construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou
programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e
lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida
mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos
alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de
redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar
as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de
alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar
e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo
social (MS 2012)
Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam
claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de
Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais
35
que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a
populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as
diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita
Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de
sauacutede puacuteblica
Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos
para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional
Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento
de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF
Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF
Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF
Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas
em torno de um mesmo objetivo
Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes
interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos
Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo
para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo
O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos
brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre
Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de
AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)
que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas
26 capitais dos estados e no Distrito Federal
19 SISTEMA VIGITEL
O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes
com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais
fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O
Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e
36
aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em
Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o
sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)
Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o
conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle
contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria
para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as
principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas
de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede
puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos
saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais
fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)
37
2 OBJETIVOS
Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais
diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF
Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo
pelas diferentes diretrizes
Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF
Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na
determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual
Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis
38
3 METODOLOGIA
31 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS
Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do
sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o
uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e
de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de
adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e
cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa
O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser
acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise
do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da
federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para
cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e
divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de
linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em
reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente
a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas
residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000
entrevistas
No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas
fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis
redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso
39
do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os
moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados
eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para
responder a entrevista
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no
Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)
Capitais DF Nordm linhas
sorteadas
Nordm linhas
elegiacuteveis
Nordm entrevistas
realizadas
Aracaju 3400 3022 2031
Beleacutem 3400 2876 2021
Belo Horizonte 3200 2812 2016
Boa Vista 3600 2832 2017
Campo Grande 4600 2919 2012
Cuiabaacute 4800 2756 2013
Curitiba 4400 2824 2011
Florianoacutepolis 4600 2896 2010
Fortaleza 3400 2881 2017
Goiacircnia 4200 2523 2013
Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014
Macapaacute 4000 2746 2012
Maceioacute 3600 2784 2017
Manaus 3600 2817 2013
Natal 3400 2742 2013
Palmas 4800 2479 2009
Porto Alegre 5000 3120 2010
Porto Velho 4400 2582 2014
Recife 3400 2751 2014
Rio Branco 4600 2720 2017
Rio de Janeiro 4000 3094 2012
Salvador 3600 2935 2010
Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011
Satildeo Paulo 4200 3073 2012
Teresina 3400 2800 2011
Vitoacuteria 3800 2817 2011
Distrito Federal 4600 2938 2008
Total 107200 76330 54369
FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007
40
Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve
entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial
(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a
impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias
tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)
Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das
linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema
VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)
As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e
envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS
2007)
O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto
por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do
questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de
escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos
alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo
frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo
nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de
bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a
diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)
Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais
brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso
final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir
possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos
participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser
selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para
a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a
composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da
41
populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a
frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria
procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos
pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede
de telefonia fixa (MS 2007)
A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a
proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra
VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas
27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955
de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no
Distrito Federal (MS 2007)
Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL
contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das
entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas
imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente
com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo
supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de
cada semana (MS 2007)
Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais
de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa
VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369
participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham
indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma
modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a
duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779
participantes
42
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS
3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica
Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados
somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o
inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando
separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional
(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da
casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre
AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos
participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de
2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal
desses domiacutenios
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio
Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube
aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na
seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -
corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica
8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol
13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros
333 Deslocamento ativo
Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento
ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o
trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da
entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a
respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto
43
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica
A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo
do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo
foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60
minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro
agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana
335 Intensidade do esforccedilo
A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo
do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo
na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade
Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo
moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge
a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso
igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica
ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi
considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante
musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e
outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa
O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de
cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia
proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir
44
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo
(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada
modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
Ainsworth et al em 2000
Atividade
Tempo em minutos
1019 20-29 30-39 45-59 60
MET MET MET MET MET
1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198
2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198
3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540
4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540
5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390
6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240
7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240
8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420
9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600
10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240
11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420
12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360
13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180
14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420
1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave
velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso
corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica
aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa
intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo
12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo
(simples)
MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin
Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam
a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave
meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do
moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75
minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito
sobre a sauacutede
Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve
razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para
a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior
parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
45
Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta
com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas
Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos
de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca
preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal
(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da
entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais
dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os
domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e
Sul)
Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em
relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o
agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis
intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a
escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo
337 Variaacuteveis de comportamento individual
Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram
utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente
bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)
consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os
participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa
pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica
observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com
resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da
semana que eles costumavam ingerir
Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas
O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais
46
cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos
ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente
338 Diagnoacutestico de DCNT
Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de
cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC
dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum
momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta
diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou
doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante
responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim
facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica
Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a
prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na
introduccedilatildeo deste trabalho
Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis
sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a
mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees
A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e
freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o
trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez
determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a
classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo
para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas
informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente
47
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica
Grupo Criteacuterio
1- Inativo
2- Ativo insuficiente
3- Ativo
4- Muito ativo
nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo
realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo
atinge a recomendaccedilatildeo
ultrapassa a recomendaccedilatildeo
Classe Criteacuterio
A - AF suficiente
B - AF insuficiente
alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)
natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)
34 ANAacuteLISE DOS DADOS
Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento
individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os
portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do
esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-
se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi
avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados
foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de
significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados
com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes
recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de
verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a
variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem
a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =
baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta
concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para
o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se
com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg
(ver 110 e Microsoftreg Excel ver
100)
48
Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e
frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do
presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees
Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade
adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os
participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por
semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os
selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees
semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel
de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel
determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF
O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original
dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na
duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem
sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de
AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do
niacutevel miacutenimo de AF
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS
O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208
Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da
Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511
49
4 RESULTADOS
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA
Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres
Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade
igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9
anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e
morenos (53)
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em
quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco
diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e
IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo
A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes
analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que
apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de
casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra
Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de
AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs
categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)
A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada
recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com
maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os
atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor
dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram
50
Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o
segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto
fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo
miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou
mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna
mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5
N N N N N
25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202
Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191
Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92
52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL
AF suficiente
N
12512 232
N
7347 156
N
15308 279
N
20178 345
N
15520 283
AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717
TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100
1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia
2 Instituto de Medicina dos EUA
3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de
Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes
houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi
estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de
concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM
e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito
ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o
grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos
51
praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e
muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os
que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram
(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre
moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =
041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge
18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
CATEGORIA
IOM ACSM OMS IPAQ
(k) (k) (k) (k)
Inativo
UE
1 1 1 1
IOM
1 1 1
ACSM
1 1
OMS
1
Ativo Insuficiente
074 081 047 079 UE
IOM
059 049 075
ACSM
058 098
OMS
059
Ativo
UE 081 085 08 036
IOM
069 096 044
ACSM
068 031
OMS
045
UE 029 072 056 052
IOM
021 016 055
ACSM
078 037
OMS
029 UE =
Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IOM = Instituto de Medicina dos EUA
ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash
039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia
08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)
52
A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as
diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes
que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar
ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as
cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma
quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106
(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo
concordante por todas as diretrizes analisadas
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia
A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O
rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e
menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)
e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes
encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na
Regiatildeo Norte
Grupo
Inativo
Ativo
Total (N) 25837
26942
subgrupo
insuficiente suficiente muito ativo
Coincidecircncia
N 25837 6688 2867 2439
100 248 106 91
53
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)
Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)
Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)
Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)
Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)
Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)
Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)
Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)
Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)
Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)
Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)
Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)
Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)
Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)
Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)
Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)
Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)
Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)
Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)
Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)
Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)
Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)
Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)
Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)
Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)
Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)
Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)
Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)
Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)
Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)
Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)
Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
54
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia
com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM
apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em
Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais
ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais
ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo
segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste
e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um
menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na
Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram
55
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)
Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)
Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)
Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)
Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)
Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)
Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)
Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)
Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)
Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)
Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)
Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)
Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)
Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)
Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)
Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)
Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)
Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)
Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)
Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)
Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)
Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)
Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)
Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)
Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)
Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)
Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)
Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)
Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)
Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)
Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)
Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
56
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi
superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e
352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em
Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em
Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as
regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306
(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste
57
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)
Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)
Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)
Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)
Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)
Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)
Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)
Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)
Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)
Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)
Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)
Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)
Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)
Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)
Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)
Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)
Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)
Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)
Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)
Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)
Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)
Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)
Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)
Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)
Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)
Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)
Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)
Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)
Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)
Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)
Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)
Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
58
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as
capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)
em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e
menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e
menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul
59
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)
Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)
Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)
Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)
Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)
Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)
Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)
Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)
Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)
Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)
Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)
Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)
Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)
Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)
Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)
Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)
Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)
Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)
Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)
Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)
Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)
Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)
Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)
Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)
Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)
Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)
Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)
Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)
Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)
Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)
Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)
Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
60
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz
do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do
ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos
em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e
menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro
Oeste
61
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)
Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)
Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)
Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)
Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)
Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)
Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)
Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)
Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)
Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)
Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)
Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)
Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)
Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)
Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)
Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)
Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)
Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)
Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)
Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)
Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)
Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)
Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)
Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)
Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)
Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)
Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)
Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)
Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)
Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)
Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)
Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
62
A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias
regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da
prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves
recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a
quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na
classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS
Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da
AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada
pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
bull1ordm Norte
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Nordeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
UE
bull1ordm Norte
bull2ordm Nordeste
bull3ordm Centro Oeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
IOM
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
ACSM
bull1ordm Sul
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Norte
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
OMS
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
IPAQ
63
Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O
percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)
para elas
Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente
significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de
pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de
negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x
517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente
(343 x 346 respectivamente) (p=007)
O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com
65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com
menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44
- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante
para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)
A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de
AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o
aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os
menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais
escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior
escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada
pela OMS
A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou
que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos
(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os
casados (p=0001)
Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo
apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi
mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os
participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a
presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela
11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF
64
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis
sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006
Variaacuteveis
sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p
IC95 IC95 IC95 IC95
SEXO
lt0001
masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)
feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)
CORETNIA
lt0001
branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)
negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)
pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)
amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)
vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)
IDADE
lt0001
18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)
25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)
35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)
45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)
55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)
65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)
ESCOLARIDADE
lt0001
0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)
9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)
12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)
ESTADO CIVIL
001
solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)
casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)
viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)
separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)
LOCAL PARA AF
lt0001
sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)
natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)
TOTAL DA
AMOSTRA () 515
141
96
249
Segundo diretriz OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo
insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
65
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL
A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de
acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo
subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre
os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham
percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os
ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi
mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi
mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles
com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica
aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como
maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)
66
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
Segundo diretriz da OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS
CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS
A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT
(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente
vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel
de AF1
embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas
Caracteriacutesticas
Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p
Estado sauacutede lt0001
excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)
bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)
578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)
ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)
lt0001
sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)
528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)
Desl ativo lt0001
sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)
natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)
Tabagismo 002
sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)
natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)
Cigarro quant
1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001
20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)
40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)
Ex-fumante
sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007
natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)
Consumo aacutelcool
sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001
natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)
Frequecircnciadia
diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)
3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)
1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)
ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)
Total da amostra ( ) 515 141 96 249
Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo
Dieta hipocaloacuterica
67
foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a
cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
acometeram mulheres inativas
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico
de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e
Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson
DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia
ou osteoporose
DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo
IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p
HIPERTENSAtildeO
Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001
Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001
Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009
DIABETE
Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001
Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003
Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001
INFARTO eou AVC
Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001
Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006
Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001
DISLIPIDEMIA
Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002
Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001
Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033
OSTEOPOROSE
Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001
Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026
Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001
68
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA
A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o
futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior
ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas
(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico
ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens
insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
69
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Conjunto
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513
2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23
3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31
4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04
5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40
7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68
8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92
9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35
10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007
11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49
12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56
13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02
14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58
15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05
16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131
70
A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial
sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando
a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT
incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e
ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia
foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral
Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para
esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da
praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
71
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
HIPERTENSAtildeO
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667
2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28
3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32
4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01
5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31
7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143
8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94
9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38
10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91
12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12
13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -
14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41
15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05
16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
72
A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre
16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os
sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da
amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)
das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou
em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo
ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como
basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha
destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
73
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Diabetes AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733
2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07
3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79
4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -
5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11
6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05
7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262
8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143
9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013
10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -
11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09
12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -
16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
74
A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM
eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo
da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes
com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada
livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente
ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
75
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
2 Infarto agudo do miocaacuterdio e
3 Acidente vascular cerebral
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
IAM2 ou AVC3 AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino
(IC
95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867
2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11
3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11
4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -
5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100
6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77
7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166
8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64
9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20
10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56
12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -
15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -
16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91
76
A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico
meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os
participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A
caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram
as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
77
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais
dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quarado de Pearson p lt0001
Dislipidemia AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642
2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24
3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33
4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -
5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23
7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123
8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100
9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46
10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51
12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09
13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -
14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21
15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01
16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134
78
A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por
uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a
mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja
maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como
segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para
aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta
preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes
(plt0001)
79
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
Osteoporose AF Suficiente
AF Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519
2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11
3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07
4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -
5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66
6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46
7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254
8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196
9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47
10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105
12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -
14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -
16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198
80
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades
separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das
modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta
sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo
foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria
(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente
apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na
modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por
semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
81
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
continua
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213
5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178
3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112
1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875
CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _
5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02
3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02
1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000
CORRIDA IC95 IC95
GIN
GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _
5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _
3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _
1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _
82
continuaccedilatildeo
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
4 Corrida na esteira rolante
5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais
6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _
5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _
3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02
1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _
5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _
3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _
1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _
OUTROS611 IC95 IC95
CONJUNTO IC95 IC95
todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36
5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242
3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365
1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943
83
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees
das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no
conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes
referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para
as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525
(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no
conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase
a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo
recomendado pela maioria das diretrizes
84
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros
e Distrito Federal 2006
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95
GIN
AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96
10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390
20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164
30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181
45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139
60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543
CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -
10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21
20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08
30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71
45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79
60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901
CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0
10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26
30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314
45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23
60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072
continua
85
continuaccedilatildeo
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10
20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0
30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88
45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211
60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
-10 _ _ 07 06-21 -10 _
_ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _
_ _ 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _
_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27
30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44
45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155
60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035
OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95
-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08
10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80
20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50
30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144
45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97
60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
86
A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na
duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia
semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se
passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu
Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente
outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi
acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram
esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo
60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864
participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)
foram promovidos
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e
apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo
do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais
Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de
duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo
Ativos Insuficientes
Frequecircncia
(sessotildeessemana)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
01-02 6233 -
03-04
05-06
279
76
823
76
Diaacuteria 100 100
Total 6588 999
Duraccedilatildeo do esforccedilo
(minutos)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
-10 69 -
1119 346 -
20-29 394 -
30-39 902 -
45-59 635 -
60 ou + 4342 5864
Total 6588 5864
87
A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em
minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de
ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com
frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens
com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -
IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de
AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem
predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor
frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma
tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao
conjunto da amostra
88
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e
duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001
hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose
AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE
HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER
(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)
Frequecircncia
todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)
5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)
3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)
1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)
Duraccedilatildeo
-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -
10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -
20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)
30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)
45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)
60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)
AF INSUF
Frequecircncia
todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)
5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)
3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)
1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)
Duraccedilatildeo
-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)
10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)
20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)
30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)
45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)
60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)
89
5 DISCUSSAtildeO
51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS
Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou
a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de
cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque
desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos
natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o
trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade
miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto
divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes
considerados fisicamente ativos
A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a
determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam
uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente
Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a
frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada
Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior
prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto
de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a
consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta
hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo
foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu
entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram
conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades
90
Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a
60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que
natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes
que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo
alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana
A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada
A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os
participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo
arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67
daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No
conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo
miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada
52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO
O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas
gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados
simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo
portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo
de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um
determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo
uma amostra numerosa e ampla
A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por
entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem
telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido
nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento
econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar
esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda
que parcialmente a representatividade da amostra
91
Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo
sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada
cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos
sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de
resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma
generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a
populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente
89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)
Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito
semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de
resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810
desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda
segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada
superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como
desenvolvidos
Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto
prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores
agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave
mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por
meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela
populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia
de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL
estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos
metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a
validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram
realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice
de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de
sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados
Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer
ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre
duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente
92
coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as
diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees
dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na
definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas
devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior
Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico
preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores
podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo
arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar
subestimadas nesta pesquisa
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS
A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro
eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes
internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias
e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos
ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam
na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil
da AF praticada pelos portadores de DCNT
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica
Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees
e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo
que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel
observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos
pronunciados no grau de atividade entre os participantes
93
Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o
niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto
significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora
como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser
considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como
pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes
podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam
ser instados a manter o que ainda natildeo era
Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto
energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade
especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para
atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de
modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas
A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir
negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados
antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por
programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os
anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em
2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da
OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio
adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia
semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano
para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez
capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor
prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o
percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano
anterior com 224
As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no
rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de
suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a
94
penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste
(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da
amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS
O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por
Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do
niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)
Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave
diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes
comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute
revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida
de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24
horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por
homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas
metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos
resultados esteja de acordo
As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso
cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco
se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e
frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas
futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo
compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior
seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica
5321 Sexo
A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em
mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres
apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que
referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de
95
AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados
encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al
2009 Pan et al 2009)
Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo
de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com
deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com
materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de
familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A
autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF
natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da
AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema
Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente
domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres
neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois
natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a
sauacutede (Hallal 2011)
Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das
mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais
de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS
5322 - Idade
Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a
idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)
se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)
Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade
estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS
2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de
DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na
dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de
vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias
96
reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade
funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas
A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010
aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo
de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave
melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico
regular (Paterson e Warburton 2009)
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de
vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do
que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE
2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute
alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam
repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um
lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma
maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo
tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas
Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o
envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade
Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente
a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao
fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)
quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade
aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo
quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de
queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos
devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de
aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas
condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura
Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de
envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e
Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade
97
de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da
idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade
em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico
Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de
trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os
niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)
5323 Escolaridade
Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu
ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)
estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre
os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF
Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees
miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade
Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com
os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados
serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al
(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os
mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e
campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior
atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de
educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795
portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF
pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto
jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade
meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios
de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do
grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as
mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte
Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que
envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns
98
estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda
(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)
mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma
possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente
Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes
(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que
existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a
prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et
al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos
desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278
nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de
vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico
mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF
de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior
era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de
AF
Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as
pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior
acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF
no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior
tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF
no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se
consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da
permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar
Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como
um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade
de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais
como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para
com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida
Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os
niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final
99
agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos
epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave
educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre
grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)
Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as
diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo
5324 Etniacor
Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele
Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e
vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles
que tecircm ancestrais entre brancos e negros
Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)
satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra
cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor
percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento
composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante
sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)
Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a
relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos
Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem
diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o
niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos
raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios
americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas
significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os
brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)
Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo
da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os
resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e
100
eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na
estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada
Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com
os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os
mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as
DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto
devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos
serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de
sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da
populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe
ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila
Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos
outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do
campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que
vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de
grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF
em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e
observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado
influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem
apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para
centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)
Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com
fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades
de tamanho populacional diferente
As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo
claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante
queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena
proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das
observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos
segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos
grupos minoritaacuterios
101
Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees
definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia
geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o
comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves
condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida
5325 Estado conjugal
A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos
(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os
solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees
Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado
civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a
situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil
com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute
esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais
velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo
podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)
acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros
Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e
menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)
apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com
outras pessoas fora do ambiente domiciliar
Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com
filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para
a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se
transforma necessariamente em accedilatildeo
102
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica
O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a
praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores
facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)
Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de
ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves
suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico
Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de
locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa
(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos
Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar
mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais
preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as
influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis
nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica
conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o
ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores
mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico
na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de
veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e
idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores
portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica
escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a
substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos
A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a
praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da
contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo
urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF
Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano
deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o
multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com
103
seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade
da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial
o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a
caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o
gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres
na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias
para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS
(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)
Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses
residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda
de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos
equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e
Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na
qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros
de distacircncia das instalaccedilotildees para AF
Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o
ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste
sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram
oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras
Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para
a praacutetica de AF
Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de
ruas
Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico
Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado
Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de
locais de traacutefego intenso
Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a
AF
Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas
Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis
104
Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF
5327 Variaccedilotildees regionais
Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de
AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de
ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do
NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste
apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade
de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor
percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a
variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a
determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades
investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em
aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos
Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros
relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos
demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da
federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos
anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o
deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e
natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de
Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)
Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o
deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente
algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em
2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de
ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com
o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)
Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte
do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo
Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno
105
porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de
AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional
5328 Consumo de tabaco
Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF
para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam
insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa
Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga
2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na
abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et
al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o
tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em
eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo
no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos
homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor
escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com
dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses
demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos
principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos
fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de
tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de
Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)
A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco
de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e
problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das
consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de
esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir
para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo
desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o
crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da
AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)
106
5329 Consumo de bebida alcooacutelica
Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo
diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das
mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De
modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente
Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a
praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de
aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais
bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de
drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o
consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O
Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de
estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas
as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF
maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20
anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos
Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram
consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620
alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do
alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de
AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento
Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida
como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis
como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia
parece natildeo se confirmar
O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser
explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF
devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser
uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas
aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia
2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que
107
bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para
compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar
os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool
Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo
de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem
acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre
consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave
AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas
condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos
circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um
papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o
mecanismo de recompensa interage e se manifesta
53210 Estado de sauacutede
Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado
de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de
sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual
cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico
cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi
mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos
Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de
sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada
conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009
encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de
AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram
idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para
idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40
consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o
estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado
Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de
causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como
108
boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF
aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo
entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais
segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da
sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da
accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que
a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos
combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea
et al 2011)
Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede
apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante
para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem
se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso
de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de
outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de
sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo
nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e
muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo
(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado
Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo
satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que
a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao
indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica
Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a
intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no
niacutevel de AF
109
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo
Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais
ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior
grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos
estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os
estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia
de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e
capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo
De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos
ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que
alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim
observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi
semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por
sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e
insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de
ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado
pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa
o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e
morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a
6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo
alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica
demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do
esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica
Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia
semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF
insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos
110
participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de
as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se
mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal
Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um
comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia
semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da
meta miacutenima da AF
Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3
sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees
entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689
participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de
85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia
semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um
participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada
ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o
volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam
necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia
semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo
Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo
do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo
inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo
apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que
o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado
menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)
A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo
encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em
2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao
definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias
para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS
orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal
111
A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos
benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana
Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de
sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa
geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao
longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com
programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e
intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados
A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a
preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a
intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS
2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada
pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua
magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos
(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a
distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as
pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que
pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al
2007)
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico
Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta
sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua
conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica
proposto por Ainsworth et al(2000)
As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da
amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que
se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo
fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as
mulheres e pessoas de mais idade
112
A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo
brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa
praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da
deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12
e tem se apresentado como a
escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se
exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que
apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente
ativos (Bull 2010)
O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente
ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)
principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua
frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os
niacuteveis miacutenimos de AF
Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira
modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a
oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo
envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de
musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a
praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo
conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se
que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa
deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante
da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a
1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa
ser classificado como inativo
12
Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido
pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper
113
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis
Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio
de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as
recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila
No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou
subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A
possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT
tambeacutem foi considerada
Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de
AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a
intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal
guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente
entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30
minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o
futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual
diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no
conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos
Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF
Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio
da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em
meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em
indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim
eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do
que a aqui encontrada
114
Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres
com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do
climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em
parte o maior conhecimento do diagnoacutestico
Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a
hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa
entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica
O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a
inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13
Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da
diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo
obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora
natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)
Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi
e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo
envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos
em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis
foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o
consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os
estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos
ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)
Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando
caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade
do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente
hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se
efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos
fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas
recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de
Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo
deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com
13
Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem
alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo
115
intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo
medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de
base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada
a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular
devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares
devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)
Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior
parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas
principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo
arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos
moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos
5342 Dislipidemia
Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de
diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres
aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O
percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos
Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD
Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de
risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a
AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia
de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de
lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al
2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas
podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados
disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a
magnitude desta associaccedilatildeo
Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma
uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e
reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24
horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo
116
entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e
Paffenbarger 2001)
A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima
lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas
de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de
trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-
exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)
Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de
DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2
vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para
uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo
com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos
Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos
lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede
natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam
tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para
o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em
pessoas entre 20 e 40 anos de idade
O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge
45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25
anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do
climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)
5343 Diabetes
Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora
se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do
inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto
consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que
apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC
2010)
117
Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto
para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido
(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a
sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas
modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do
exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a
sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente
trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em
termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos
inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de
alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante
do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)
Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo
da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte
acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e
envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma
relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise
apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo
quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees
incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF
(Kesaniemi et al2010)
Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles
aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo
para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de
AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que
confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos
A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente
25 da preferecircncia
O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes
mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as
118
caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute
alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)
A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por
aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado
ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo
de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no
entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de
seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer
outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser
consideradas
A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de
futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo
aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo
da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em
aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino
A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos
Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30
minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85
dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se
alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as
recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)
realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a
frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece
promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da
suficiecircncia da AF em portadores de DPDM
Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua
pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores
taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)
Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de
sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica
119
Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o
diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases
mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo
perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode
reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma
perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado
agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave
praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo
contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees
Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com
maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute
menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam
pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica
5344 Osteoporose
Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham
diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste
(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de
DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-
climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em
ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade
principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica
(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e
perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010
Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF
com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al
(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou
que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou
insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com
risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria
120
dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de
osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo
oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos
podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si
mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das
quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010
sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha
a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da
osteoporose
Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou
somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias
crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo
Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica
A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios
estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar
dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a
raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea
similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)
Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo
como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais
em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria
A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres
perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase
raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase
raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso
cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da
massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta
(Kemmler et al 2004)
A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus
mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens
121
tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres
Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas
(Shibata et al 2003)
Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo
da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte
ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as
mulheres ganha dimensotildees maiores
Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada
sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede
brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60
minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A
frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes
com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que
natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees
entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um
episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a
meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior
frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade
igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores
niacuteveis de AF
Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a
ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa
(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau
de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das
limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de
exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de
122
energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a
diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores
54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito
entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo
harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada
Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do
rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de
um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante
de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma
boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica
suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida
Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas
lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF
frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute
inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos
segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos
socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto
cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar
poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute
necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de
diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes
A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de
prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF
recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino
de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local
apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na
regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo
123
Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja
possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as
accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando
planejadas de forma integrada
O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta
dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS
Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente
ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma
predisposiccedilatildeo para este domiacutenio
A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura
previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de
exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol
Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada
sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a
baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3
dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos
A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo
foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas
de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo
rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de
alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa
ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel
Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema
puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica
de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e
especialmente junto aos portadores de DCNT
124
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Este trabalho recebeu
Bolsa do Programa de Demanda Social da
Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES) do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo
Houzzeacute Houzzeacute Houzzeacute
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio
Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico
Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias
Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET
Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET
Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos
corporais
Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash
distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no
sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina
Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento
Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em
qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem
repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)
Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas
e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares
durante o exerciacutecio
Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos
combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e
sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular
Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa
(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo
com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)
Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada
Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida
sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial
Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para
suplantar a necessidade metaboacutelica
Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)
Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute
associada a lipiacutedeos
MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin
em repouso
Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando
aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas
Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida
Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a
temperatura de 1 litro de aacutegua
Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o
periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste
orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional
Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela
duraccedilatildeo do esforccedilo
LISTA DE ABREVIATURAS
ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
AF atividade fiacutesica
AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
AVD Atividade de vida diaacuteria
BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo
CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas
DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel
DP desvio padratildeo
EU Uniatildeo Europeia
FC frequecircncia cardiacuteaca
HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica
HDL proteiacutenas de alta densidade
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IF inatividade fiacutesica
kcal quilocaloria
LDL proteiacutenas de baixa densidade
MET equivalente metaboacutelico
NAF niacutevel de atividade fiacutesica
NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede
OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAS pressatildeo arterial sistecircmica
PS Promoccedilatildeo da Sauacutede
RR risco relativo
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos
USP Universidade de Satildeo Paulo
VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito
Telefocircnico
VS Vigilacircncia em Sauacutede
WHA Assembleia Mundial da Sauacutede
WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47
Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes
recomendaccedilotildees 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito
Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em
minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade
segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth
et al em 2000 44
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006 50
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18
anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 53
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 55
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 57
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 59
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 61
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 66
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de
diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 67
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 69
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo
arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e
niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 71
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes
segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 75
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 77
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 79
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF
nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 84
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes
a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico
meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo
da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88
SUMAacuteRIO
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
APRESENTACcedilAtildeO
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2
111 Doenccedila cardiovascular 5
112 Doenccedila cerebrovascular 5
113 Dislipidemia 6
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6
115 Diabetes tipo 2 7
116 Osteoporose 7
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 17
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel
pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 19
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA 21
171 Frequencia semanal 21
172 Intensidade do esforccedilo 23
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24
174 Dose de atividade fiacutesica 24
175 Minorias populacionais 27
176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28
177 Exerciacutecios especiacuteficos 29
1771 Musculaccedilatildeo 29
1772 Flexionamento 30
1773 Aquecimento e desaquecimento 30
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31
179 Concordacircncias nas diretrizes 31
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33
19 SISTEMA VIGITEL 35
2 OBJETIVOS 37
3 METODOLOGIA 38
31 TIPO DE ESTUDO 38
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42
331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42
333 Deslocamento ativo 42
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43
335 Intensidade do esforccedilo 43
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45
337 Variaacuteveis de comportamento individual 45
338 Diagnoacutestico de DCNT 46
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46
34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48
4 RESULTADOS 49
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 54
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 56
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS
NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA 68
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83
5 DISCUSSAtildeO 89
51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89
52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica 94
5321 Sexo 94
5322 - Idade 95
5323 Escolaridade 97
5324 Etniacor 99
5325 Estado conjugal 101
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102
5327 Variaccedilotildees regionais 104
5328 Consumo de tabaco 105
5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106
53210 Estado de sauacutede 107
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis 113
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113
5342 Dislipidemia 115
5343 Diabetes 116
5344 Osteoporose 119
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121
54 Consideraccedilotildees finais 122
6 BIBLIOGRAFIA 124
RESUMO
Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal
um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de
Satildeo Paulo 2014
INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos
residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e
agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada
uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo
da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF
Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se
relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos
portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os
participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia
de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para
as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e
proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo
515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da
AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees
de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF
Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor
de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia
miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90
da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve
diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da
recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se
exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se
exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo
foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos
maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez
Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e
entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a
dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O
tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas
alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais
frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas
proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica
destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos
portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF
CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a
AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo
AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente
ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o
que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem
a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos
insuficientemente ativos
Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica
promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico
humano atividade motora
ABSTRACT
Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal
District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina
Universidade de Satildeo Paulo 2014
INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical
activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the
capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the
prevalence of PA according to each of the main international guidelines that
recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also
the concordances of the PA level classification We also evaluated the association
between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA
More specifically we focused on how the main components of the PA relates to
themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in
patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY
Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors
Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for
the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective
factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal
District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515
classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the
main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session
frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA
degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the
lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume
without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA
As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities
ranged in different distinguishing rankings according to the adopted
recommendation About 90 of the active population performed sessions which
lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no
significant difference between the group which achieved the recommended PA and
the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost
all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels
exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal
exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the
most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher
prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks
and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age
decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed
Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and
among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting
and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants
Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol
consumption occurred among those that were active Physically active people
frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes
Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants
suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD
did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA
levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of
the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for
ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the
chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise
duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA
insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly
frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently
active population
Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health
promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity
APRESENTACcedilAtildeO
A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da
histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente
de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade
da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao
sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo
procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma
de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das
taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser
efetivado
Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias
governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a
recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma
quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim
observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes
nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a
exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de
verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas
recomendadas
Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou
seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se
apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os
conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da
AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da
inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica
de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em
seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas
e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a
concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das
suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e
potencialidades
A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso
do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para
Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise
permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra
probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do
Distrito Federal
A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em
tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)
diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as
consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que
possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis
de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica
A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas
pela Banca Examinadora
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da
morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e
aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos
fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade
fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade
fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia
de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na
prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa
tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal
2012)
Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a
atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al
2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus
benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que
apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria
estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a
conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois
campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida
(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)
Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o
perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros
urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo
dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem
recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo
participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF
recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as
propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo
2
alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos
e qual eacute o seu niacutevel de AF
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE
Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras
investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo
resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam
em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de
ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair
Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou
e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas
cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)
Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees
fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de
doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade
de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira
busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas
encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as
oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da
vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o
envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais
cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a
inatividade fiacutesica
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto
fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)
Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de
doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10
de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de
53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade
3
fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas
a cada ano no mundo
No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das
recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da
praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008
por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das
mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)
A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo
Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas
poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam
maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)
Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e
mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de
natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e
reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca
tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade
oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o
aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel
com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser
revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)
Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre
as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de
vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede
puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a
aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas
vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO
2009)
Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos
para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de
que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da
4
Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da
Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e
sauacutede (OMS 2009)
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF
para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam
(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica
Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias
Menor risco de doenccedila cardiovascular
Menor risco de AVC
Menor risco de morte prematura
Menor risco de lipidemias
Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta
hipocaloacuterica)
Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica
Menor risco de diabetes tipo 2
Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica
Menor risco de cacircncer de coacutelon
Menor risco de cacircncer de mama
Menor risco de cacircncer de pulmatildeo
Menor risco de cacircncer endometrial
Menor risco de quedas nos idosos
Aumento da densidade oacutessea (idosos)
Prevenccedilatildeo da osteoporose
Melhor funcionamento cardiopulmonar
Melhor bem-estar geral
Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)
Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal
Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras
Melhora das funccedilotildees cognitivas
Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia
Absentismo laboral (baixas por doenccedila)
Niacutevel de estresse
Qualidade do sono autoimagem e autoestima
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada
Forte
Moderada
Forte
Forte
Moderada a forte
Moderada a forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada a forte
Moderada a forte
FONTE USDHHS1 2008b
1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a
principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as
orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover
a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas
5
111 Doenccedila cardiovascular
Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF
regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises
indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos
ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos
disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF
regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular
daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)
analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12
meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi
introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou
que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria
quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico
Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF
moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos
adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin
2006)
Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e
homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de
mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas
Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em
Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)
112 Doenccedila cerebrovascular
Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com
a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas
cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF
para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo
inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma
relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um
6
niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A
AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de
proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada
parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao
et al 2009)
113 Dislipidemia
A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos
vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo
fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute
fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias
(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol
de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta
densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de
impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo
intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de
resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo
contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo
positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como
terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo
apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez
et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu
somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial
sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo
treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de
30 a 60 minutos
7
115 Diabetes tipo 2
O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave
potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)
mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a
sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo
Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O
mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do
glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et
al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos
natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em
contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da
intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)
Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios
anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece
que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a
maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo
menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)
Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que
envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os
niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo
energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados
116 Osteoporose
A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e
deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao
aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e
eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa
2006)
A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da
massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica
8
na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que
aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005
Suominen 2006)
De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode
prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa
imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e
determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel
que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que
outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade
cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e
Warburton 2009)
Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados
pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se
a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum
usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes
conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas
definiccedilotildees
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser
entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos
muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima
do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12
A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)
1) Atividade desportiva (performance)
2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)
3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)
4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)
5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)
1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
9
O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado
de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora
todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio
fiacutesico (USDHHS 2008b)
O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que
descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)
a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
b) Frequecircncia semanal (dias)
c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)
A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias
1) Leve (16 a 29 MET23
)
2) Moderada (3 a 6 MET)
3) Vigorosa (gt 6 MET)
O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma
atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel
de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)
Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees
completamente opostas do comportamento do movimento
Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de
energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa
(Figura 1)
FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004
Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica
Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia
(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como
reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade
21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin
10
composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo
relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia
mecacircnica (Ainsworth et al 2000)
A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na
avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)
mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados
para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os
meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos
Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do
trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade
e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem
ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc
ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria
monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida
Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou
questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado
Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes
magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um
domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do
entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard
e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular
situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos
de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos
participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e
elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de
grandes populaccedilotildees
A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da
quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos
aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede
11
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA
A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode
assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et
al 2010)
A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar
benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no
contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem
correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees
orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito
possiacutevel
A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos
devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados
mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado
poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute
teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs
diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch
2010)
Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga
elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos
evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em
exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade
(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o
exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles
tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho
de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)
12
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede
O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear
inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das
taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo
2 e cacircnceres
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede
13
A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo
eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se
que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de
intensidade mais elevada (Figura 4)
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede
Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede
geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia
de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade
cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e
Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150
kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o
risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada
com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na
incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para
vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase
dobrou (21) (Helmrich et al 1991)
14
Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o
aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo
necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a
sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do
esforccedilo de alta intensidade
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-
funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada
intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos
efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)
Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees
muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa
causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os
riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e
superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer
disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado
nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e
colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65
anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por
100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila
cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram
quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido
adquiridas (Talbot et al 2007)
Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos
adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de
medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as
caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo
15
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE
FIacuteSICA
A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a
escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel
de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas
para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem
apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al
(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo
socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro
polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo
escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que
crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para
Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos
em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a
taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio
de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual
(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)
associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o
tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda
tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo
no tocante agrave temaacutetica
A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia
com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos
estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte
quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta
Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o
aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)
Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com
o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as
categorias (USDHHS 2008c)
16
A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes
de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a
proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a
discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais
para a sauacutede geral
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas
em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca
destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados
substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de
ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais
eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e
de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras
recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em
geral
O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos
pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975
das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines
for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees
posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et
al 2007)
Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a
mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator
secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que
tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede
(USDHHS 2008b)
1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo
hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para
desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete
tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)
17
Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e
orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico
em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam
benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que
a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da
vida e que eles suplantam os riscos
Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte
semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que
culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito
Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e
semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma
organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar
uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo
de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF
necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas
O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007
passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo
relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada
(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo
cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de
intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as
atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem
ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado
minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al
2007)
18
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato
de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees
de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo
e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande
influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina
de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de
Cardiologia (AHA 2011)
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ
Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente
comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia
reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um
instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ
Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005
recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos
trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade
vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana
atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou
mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde
que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo
desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo
respectivamente (IPAQ 2005)
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de
Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO
2008)
19
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo
governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de
sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional
de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a
diretriz federal dos Estados Unidos
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos
paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que
preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para
ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos
por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos
entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA
2010)
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia
Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um
sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros
e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado
o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas
foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da
sauacutede
Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)
constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da
Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-
Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de
ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30
minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)
20
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo
congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo
de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial
O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade
Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes
para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi
fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em
Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito
global
As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas
em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos
ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por
semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de
pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem
aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das
atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma
combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para
crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da
quantidade de tempo dos adultos
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a
consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e
Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de
Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua
adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)
21
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA
No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante
para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica
Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em
geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos
substanciais para a sauacutede geral
Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees
atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais
recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos
foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull
2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)
dentre outras
Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter
mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15
sem determinar a frequecircncia
semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance
a mesma meta de vaacuterias maneiras
A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas
que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais
caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)
exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por
idade (crianccedilas e jovens)
171 Frequencia semanal
Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas
morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo
1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos
de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por
semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa
22
funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave
medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)
(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu
principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico
(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a
realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-
se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo
(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da
supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)
A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as
atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo
aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a
praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de
uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode
induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica
sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)
FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga
23
172 Intensidade do esforccedilo
Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade
vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua
mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada
Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da
Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias
governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda
Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a
orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)
Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo
O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em
que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo
possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada
equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a
8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da
possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo
significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves
atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio
uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos
metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)
A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque
aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas
e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades
podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a
superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica
subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem
significado equivalente (CDC 2010)
Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam
desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo
fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor
24
tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do
esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos
adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as
recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade
de exerciacutecio ou esporte praticado
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo
As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para
sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que
podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A
princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser
Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de
10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias
para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema
em debate
Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de
sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais
substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de
AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta
miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas
recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e
vigoroso
174 Dose de atividade fiacutesica
Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de
AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior
detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave
sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima
O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de
AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o
25
gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)
Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral
devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente
metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado
Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores
normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no
ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo
padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e
moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos
para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas
A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela
das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode
conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de
esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com
funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem
AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as
diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e
frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser
somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do
esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo
(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)
De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose
de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e
afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo
submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses
que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo
informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE
pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo
Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para
ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE
26
recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as
recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana
Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo
da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis
Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais
que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos
estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais
diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo
intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF
Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o
USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos
esclarecedores
Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente
estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a
estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo
Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em
maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos
resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior
de benefiacutecio
Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos
adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede
Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis
intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si
perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees
curtas e fragmentadas
27
Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de
atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos
de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana
(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede
175 Minorias populacionais
Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a
carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato
socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo
de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF
2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura
destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em
recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas
as populaccedilotildees
Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as
diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de
implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano
poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais
Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da
AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas
interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo
as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren
2001)
Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica
mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios
da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir
adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a
seguranccedila deveria ser comunicada claramente
A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa
incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e
28
entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos
deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo
(USDHHS 2008a)
Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute
crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os
Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a
quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade
(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo
menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com
o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o
controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou
mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o
volume-teto maacuteximo
Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees
endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do
que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes
deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a
meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios
importantes para a sauacutede
A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso
corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma
vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o
foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado
o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave
AF
176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens
No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17
anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-
se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias
Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade
29
Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade
precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em
relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo
estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao
desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar
arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5
anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos
de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos
(DHAA 2005a DHAA 2005b)
Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o
limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu
como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana
As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar
explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por
semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute
clara
177 Exerciacutecios especiacuteficos
1771 Musculaccedilatildeo
A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de
2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de
exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a
abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os
principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e
com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada
exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo
contaraacute para o alcance da meta
Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo
USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute
30
necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o
metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o
entendimento da exigecircncia anaeroacutebia
ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o
ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo
(USDHHS 2008a pg A-6)
Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as
do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de
musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio
estaacute presente
1772 Flexionamento
Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade
natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua
importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de
frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou
dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os
exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto
agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem
estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para
a obtenccedilatildeo da meta
1773 Aquecimento e desaquecimento
Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes
aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo
gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o
cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com
intensidade moderada
31
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees
Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem
resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem
inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na
quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2
a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A
adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial
do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos
deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as
recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados
Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a
meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de
eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6
ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF
As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral
e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que
portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas
pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se
considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo
geral natildeo ocorre
Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios
de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O
mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de
que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos
179 Concordacircncias nas diretrizes
Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao
modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo
dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais
consensos
32
A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os
iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso
crocircnico
A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF
As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e
quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave
sauacutede
Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de
maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo
entre elas
Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os
sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que
praticada dentro de limites de seguranccedila
A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se
possa obter resultado em longo prazo
As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos
problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam
atendimento especiacutefico
Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a
quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos
Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos
limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica
As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da
AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo
comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu
texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas
de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando
programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF
tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo
para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem
33
o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia
que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no
transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo
Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade
desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando
a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo
Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios
morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam
estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008
preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e
familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo
fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem
fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para
elas
A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de
forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das
diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da
AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica
estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir
diversas barreiras
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a
criaccedilatildeo de poliacuteticas que
Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para
promover a sauacutede
Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a
escola ou trabalho
34
Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a
criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc
Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc
Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques
quadras pistas de corrida trilhas etc
O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a
Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste
sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS
2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da
Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a
promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos
qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)
No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em
onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo
da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede
3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia
em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na
construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou
programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e
lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida
mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos
alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de
redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar
as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de
alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar
e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo
social (MS 2012)
Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam
claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de
Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais
35
que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a
populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as
diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita
Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de
sauacutede puacuteblica
Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos
para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional
Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento
de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF
Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF
Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF
Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas
em torno de um mesmo objetivo
Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes
interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos
Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo
para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo
O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos
brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre
Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de
AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)
que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas
26 capitais dos estados e no Distrito Federal
19 SISTEMA VIGITEL
O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes
com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais
fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O
Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e
36
aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em
Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o
sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)
Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o
conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle
contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria
para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as
principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas
de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede
puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos
saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais
fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)
37
2 OBJETIVOS
Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais
diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF
Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo
pelas diferentes diretrizes
Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF
Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na
determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual
Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis
38
3 METODOLOGIA
31 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS
Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do
sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o
uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e
de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de
adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e
cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa
O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser
acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise
do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da
federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para
cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e
divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de
linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em
reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente
a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas
residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000
entrevistas
No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas
fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis
redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso
39
do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os
moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados
eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para
responder a entrevista
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no
Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)
Capitais DF Nordm linhas
sorteadas
Nordm linhas
elegiacuteveis
Nordm entrevistas
realizadas
Aracaju 3400 3022 2031
Beleacutem 3400 2876 2021
Belo Horizonte 3200 2812 2016
Boa Vista 3600 2832 2017
Campo Grande 4600 2919 2012
Cuiabaacute 4800 2756 2013
Curitiba 4400 2824 2011
Florianoacutepolis 4600 2896 2010
Fortaleza 3400 2881 2017
Goiacircnia 4200 2523 2013
Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014
Macapaacute 4000 2746 2012
Maceioacute 3600 2784 2017
Manaus 3600 2817 2013
Natal 3400 2742 2013
Palmas 4800 2479 2009
Porto Alegre 5000 3120 2010
Porto Velho 4400 2582 2014
Recife 3400 2751 2014
Rio Branco 4600 2720 2017
Rio de Janeiro 4000 3094 2012
Salvador 3600 2935 2010
Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011
Satildeo Paulo 4200 3073 2012
Teresina 3400 2800 2011
Vitoacuteria 3800 2817 2011
Distrito Federal 4600 2938 2008
Total 107200 76330 54369
FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007
40
Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve
entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial
(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a
impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias
tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)
Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das
linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema
VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)
As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e
envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS
2007)
O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto
por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do
questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de
escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos
alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo
frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo
nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de
bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a
diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)
Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais
brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso
final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir
possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos
participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser
selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para
a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a
composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da
41
populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a
frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria
procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos
pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede
de telefonia fixa (MS 2007)
A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a
proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra
VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas
27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955
de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no
Distrito Federal (MS 2007)
Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL
contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das
entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas
imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente
com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo
supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de
cada semana (MS 2007)
Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais
de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa
VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369
participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham
indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma
modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a
duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779
participantes
42
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS
3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica
Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados
somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o
inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando
separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional
(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da
casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre
AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos
participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de
2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal
desses domiacutenios
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio
Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube
aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na
seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -
corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica
8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol
13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros
333 Deslocamento ativo
Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento
ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o
trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da
entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a
respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto
43
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica
A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo
do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo
foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60
minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro
agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana
335 Intensidade do esforccedilo
A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo
do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo
na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade
Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo
moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge
a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso
igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica
ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi
considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante
musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e
outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa
O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de
cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia
proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir
44
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo
(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada
modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
Ainsworth et al em 2000
Atividade
Tempo em minutos
1019 20-29 30-39 45-59 60
MET MET MET MET MET
1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198
2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198
3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540
4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540
5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390
6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240
7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240
8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420
9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600
10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240
11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420
12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360
13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180
14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420
1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave
velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso
corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica
aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa
intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo
12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo
(simples)
MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin
Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam
a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave
meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do
moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75
minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito
sobre a sauacutede
Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve
razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para
a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior
parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
45
Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta
com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas
Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos
de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca
preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal
(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da
entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais
dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os
domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e
Sul)
Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em
relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o
agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis
intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a
escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo
337 Variaacuteveis de comportamento individual
Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram
utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente
bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)
consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os
participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa
pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica
observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com
resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da
semana que eles costumavam ingerir
Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas
O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais
46
cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos
ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente
338 Diagnoacutestico de DCNT
Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de
cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC
dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum
momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta
diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou
doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante
responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim
facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica
Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a
prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na
introduccedilatildeo deste trabalho
Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis
sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a
mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees
A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e
freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o
trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez
determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a
classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo
para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas
informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente
47
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica
Grupo Criteacuterio
1- Inativo
2- Ativo insuficiente
3- Ativo
4- Muito ativo
nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo
realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo
atinge a recomendaccedilatildeo
ultrapassa a recomendaccedilatildeo
Classe Criteacuterio
A - AF suficiente
B - AF insuficiente
alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)
natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)
34 ANAacuteLISE DOS DADOS
Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento
individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os
portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do
esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-
se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi
avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados
foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de
significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados
com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes
recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de
verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a
variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem
a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =
baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta
concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para
o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se
com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg
(ver 110 e Microsoftreg Excel ver
100)
48
Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e
frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do
presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees
Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade
adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os
participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por
semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os
selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees
semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel
de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel
determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF
O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original
dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na
duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem
sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de
AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do
niacutevel miacutenimo de AF
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS
O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208
Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da
Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511
49
4 RESULTADOS
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA
Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres
Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade
igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9
anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e
morenos (53)
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em
quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco
diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e
IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo
A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes
analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que
apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de
casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra
Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de
AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs
categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)
A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada
recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com
maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os
atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor
dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram
50
Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o
segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto
fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo
miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou
mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna
mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5
N N N N N
25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202
Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191
Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92
52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL
AF suficiente
N
12512 232
N
7347 156
N
15308 279
N
20178 345
N
15520 283
AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717
TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100
1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia
2 Instituto de Medicina dos EUA
3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de
Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes
houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi
estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de
concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM
e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito
ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o
grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos
51
praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e
muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os
que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram
(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre
moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =
041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge
18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
CATEGORIA
IOM ACSM OMS IPAQ
(k) (k) (k) (k)
Inativo
UE
1 1 1 1
IOM
1 1 1
ACSM
1 1
OMS
1
Ativo Insuficiente
074 081 047 079 UE
IOM
059 049 075
ACSM
058 098
OMS
059
Ativo
UE 081 085 08 036
IOM
069 096 044
ACSM
068 031
OMS
045
UE 029 072 056 052
IOM
021 016 055
ACSM
078 037
OMS
029 UE =
Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IOM = Instituto de Medicina dos EUA
ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash
039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia
08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)
52
A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as
diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes
que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar
ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as
cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma
quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106
(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo
concordante por todas as diretrizes analisadas
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia
A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O
rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e
menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)
e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes
encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na
Regiatildeo Norte
Grupo
Inativo
Ativo
Total (N) 25837
26942
subgrupo
insuficiente suficiente muito ativo
Coincidecircncia
N 25837 6688 2867 2439
100 248 106 91
53
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)
Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)
Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)
Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)
Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)
Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)
Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)
Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)
Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)
Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)
Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)
Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)
Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)
Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)
Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)
Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)
Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)
Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)
Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)
Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)
Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)
Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)
Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)
Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)
Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)
Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)
Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)
Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)
Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)
Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)
Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)
Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
54
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia
com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM
apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em
Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais
ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais
ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo
segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste
e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um
menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na
Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram
55
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)
Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)
Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)
Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)
Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)
Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)
Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)
Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)
Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)
Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)
Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)
Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)
Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)
Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)
Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)
Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)
Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)
Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)
Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)
Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)
Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)
Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)
Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)
Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)
Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)
Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)
Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)
Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)
Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)
Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)
Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)
Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
56
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi
superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e
352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em
Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em
Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as
regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306
(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste
57
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)
Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)
Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)
Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)
Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)
Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)
Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)
Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)
Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)
Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)
Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)
Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)
Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)
Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)
Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)
Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)
Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)
Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)
Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)
Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)
Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)
Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)
Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)
Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)
Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)
Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)
Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)
Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)
Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)
Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)
Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)
Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
58
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as
capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)
em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e
menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e
menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul
59
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)
Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)
Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)
Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)
Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)
Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)
Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)
Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)
Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)
Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)
Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)
Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)
Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)
Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)
Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)
Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)
Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)
Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)
Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)
Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)
Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)
Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)
Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)
Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)
Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)
Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)
Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)
Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)
Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)
Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)
Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)
Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
60
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz
do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do
ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos
em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e
menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro
Oeste
61
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)
Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)
Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)
Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)
Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)
Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)
Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)
Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)
Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)
Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)
Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)
Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)
Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)
Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)
Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)
Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)
Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)
Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)
Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)
Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)
Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)
Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)
Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)
Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)
Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)
Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)
Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)
Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)
Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)
Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)
Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)
Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
62
A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias
regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da
prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves
recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a
quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na
classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS
Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da
AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada
pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
bull1ordm Norte
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Nordeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
UE
bull1ordm Norte
bull2ordm Nordeste
bull3ordm Centro Oeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
IOM
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
ACSM
bull1ordm Sul
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Norte
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
OMS
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
IPAQ
63
Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O
percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)
para elas
Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente
significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de
pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de
negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x
517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente
(343 x 346 respectivamente) (p=007)
O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com
65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com
menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44
- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante
para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)
A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de
AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o
aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os
menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais
escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior
escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada
pela OMS
A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou
que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos
(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os
casados (p=0001)
Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo
apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi
mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os
participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a
presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela
11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF
64
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis
sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006
Variaacuteveis
sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p
IC95 IC95 IC95 IC95
SEXO
lt0001
masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)
feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)
CORETNIA
lt0001
branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)
negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)
pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)
amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)
vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)
IDADE
lt0001
18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)
25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)
35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)
45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)
55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)
65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)
ESCOLARIDADE
lt0001
0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)
9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)
12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)
ESTADO CIVIL
001
solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)
casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)
viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)
separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)
LOCAL PARA AF
lt0001
sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)
natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)
TOTAL DA
AMOSTRA () 515
141
96
249
Segundo diretriz OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo
insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
65
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL
A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de
acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo
subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre
os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham
percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os
ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi
mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi
mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles
com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica
aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como
maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)
66
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
Segundo diretriz da OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS
CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS
A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT
(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente
vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel
de AF1
embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas
Caracteriacutesticas
Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p
Estado sauacutede lt0001
excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)
bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)
578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)
ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)
lt0001
sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)
528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)
Desl ativo lt0001
sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)
natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)
Tabagismo 002
sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)
natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)
Cigarro quant
1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001
20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)
40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)
Ex-fumante
sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007
natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)
Consumo aacutelcool
sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001
natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)
Frequecircnciadia
diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)
3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)
1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)
ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)
Total da amostra ( ) 515 141 96 249
Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo
Dieta hipocaloacuterica
67
foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a
cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
acometeram mulheres inativas
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico
de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e
Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson
DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia
ou osteoporose
DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo
IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p
HIPERTENSAtildeO
Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001
Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001
Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009
DIABETE
Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001
Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003
Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001
INFARTO eou AVC
Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001
Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006
Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001
DISLIPIDEMIA
Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002
Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001
Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033
OSTEOPOROSE
Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001
Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026
Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001
68
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA
A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o
futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior
ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas
(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico
ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens
insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
69
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Conjunto
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513
2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23
3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31
4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04
5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40
7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68
8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92
9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35
10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007
11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49
12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56
13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02
14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58
15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05
16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131
70
A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial
sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando
a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT
incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e
ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia
foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral
Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para
esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da
praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
71
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
HIPERTENSAtildeO
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667
2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28
3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32
4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01
5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31
7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143
8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94
9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38
10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91
12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12
13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -
14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41
15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05
16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
72
A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre
16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os
sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da
amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)
das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou
em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo
ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como
basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha
destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
73
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Diabetes AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733
2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07
3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79
4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -
5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11
6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05
7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262
8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143
9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013
10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -
11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09
12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -
16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
74
A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM
eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo
da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes
com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada
livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente
ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
75
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
2 Infarto agudo do miocaacuterdio e
3 Acidente vascular cerebral
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
IAM2 ou AVC3 AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino
(IC
95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867
2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11
3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11
4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -
5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100
6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77
7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166
8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64
9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20
10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56
12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -
15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -
16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91
76
A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico
meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os
participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A
caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram
as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
77
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais
dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quarado de Pearson p lt0001
Dislipidemia AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642
2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24
3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33
4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -
5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23
7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123
8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100
9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46
10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51
12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09
13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -
14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21
15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01
16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134
78
A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por
uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a
mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja
maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como
segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para
aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta
preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes
(plt0001)
79
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
Osteoporose AF Suficiente
AF Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519
2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11
3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07
4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -
5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66
6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46
7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254
8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196
9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47
10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105
12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -
14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -
16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198
80
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades
separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das
modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta
sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo
foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria
(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente
apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na
modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por
semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
81
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
continua
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213
5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178
3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112
1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875
CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _
5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02
3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02
1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000
CORRIDA IC95 IC95
GIN
GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _
5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _
3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _
1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _
82
continuaccedilatildeo
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
4 Corrida na esteira rolante
5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais
6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _
5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _
3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02
1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _
5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _
3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _
1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _
OUTROS611 IC95 IC95
CONJUNTO IC95 IC95
todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36
5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242
3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365
1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943
83
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees
das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no
conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes
referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para
as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525
(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no
conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase
a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo
recomendado pela maioria das diretrizes
84
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros
e Distrito Federal 2006
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95
GIN
AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96
10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390
20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164
30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181
45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139
60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543
CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -
10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21
20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08
30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71
45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79
60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901
CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0
10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26
30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314
45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23
60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072
continua
85
continuaccedilatildeo
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10
20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0
30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88
45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211
60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
-10 _ _ 07 06-21 -10 _
_ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _
_ _ 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _
_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27
30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44
45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155
60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035
OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95
-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08
10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80
20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50
30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144
45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97
60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
86
A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na
duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia
semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se
passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu
Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente
outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi
acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram
esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo
60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864
participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)
foram promovidos
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e
apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo
do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais
Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de
duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo
Ativos Insuficientes
Frequecircncia
(sessotildeessemana)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
01-02 6233 -
03-04
05-06
279
76
823
76
Diaacuteria 100 100
Total 6588 999
Duraccedilatildeo do esforccedilo
(minutos)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
-10 69 -
1119 346 -
20-29 394 -
30-39 902 -
45-59 635 -
60 ou + 4342 5864
Total 6588 5864
87
A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em
minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de
ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com
frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens
com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -
IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de
AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem
predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor
frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma
tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao
conjunto da amostra
88
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e
duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001
hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose
AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE
HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER
(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)
Frequecircncia
todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)
5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)
3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)
1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)
Duraccedilatildeo
-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -
10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -
20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)
30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)
45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)
60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)
AF INSUF
Frequecircncia
todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)
5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)
3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)
1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)
Duraccedilatildeo
-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)
10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)
20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)
30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)
45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)
60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)
89
5 DISCUSSAtildeO
51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS
Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou
a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de
cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque
desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos
natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o
trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade
miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto
divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes
considerados fisicamente ativos
A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a
determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam
uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente
Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a
frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada
Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior
prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto
de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a
consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta
hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo
foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu
entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram
conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades
90
Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a
60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que
natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes
que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo
alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana
A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada
A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os
participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo
arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67
daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No
conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo
miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada
52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO
O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas
gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados
simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo
portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo
de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um
determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo
uma amostra numerosa e ampla
A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por
entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem
telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido
nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento
econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar
esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda
que parcialmente a representatividade da amostra
91
Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo
sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada
cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos
sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de
resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma
generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a
populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente
89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)
Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito
semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de
resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810
desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda
segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada
superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como
desenvolvidos
Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto
prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores
agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave
mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por
meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela
populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia
de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL
estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos
metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a
validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram
realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice
de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de
sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados
Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer
ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre
duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente
92
coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as
diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees
dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na
definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas
devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior
Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico
preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores
podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo
arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar
subestimadas nesta pesquisa
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS
A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro
eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes
internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias
e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos
ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam
na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil
da AF praticada pelos portadores de DCNT
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica
Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees
e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo
que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel
observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos
pronunciados no grau de atividade entre os participantes
93
Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o
niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto
significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora
como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser
considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como
pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes
podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam
ser instados a manter o que ainda natildeo era
Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto
energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade
especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para
atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de
modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas
A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir
negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados
antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por
programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os
anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em
2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da
OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio
adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia
semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano
para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez
capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor
prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o
percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano
anterior com 224
As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no
rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de
suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a
94
penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste
(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da
amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS
O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por
Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do
niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)
Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave
diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes
comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute
revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida
de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24
horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por
homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas
metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos
resultados esteja de acordo
As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso
cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco
se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e
frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas
futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo
compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior
seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica
5321 Sexo
A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em
mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres
apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que
referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de
95
AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados
encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al
2009 Pan et al 2009)
Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo
de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com
deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com
materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de
familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A
autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF
natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da
AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema
Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente
domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres
neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois
natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a
sauacutede (Hallal 2011)
Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das
mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais
de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS
5322 - Idade
Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a
idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)
se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)
Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade
estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS
2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de
DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na
dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de
vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias
96
reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade
funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas
A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010
aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo
de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave
melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico
regular (Paterson e Warburton 2009)
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de
vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do
que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE
2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute
alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam
repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um
lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma
maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo
tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas
Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o
envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade
Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente
a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao
fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)
quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade
aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo
quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de
queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos
devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de
aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas
condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura
Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de
envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e
Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade
97
de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da
idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade
em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico
Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de
trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os
niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)
5323 Escolaridade
Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu
ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)
estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre
os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF
Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees
miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade
Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com
os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados
serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al
(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os
mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e
campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior
atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de
educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795
portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF
pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto
jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade
meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios
de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do
grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as
mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte
Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que
envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns
98
estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda
(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)
mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma
possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente
Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes
(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que
existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a
prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et
al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos
desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278
nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de
vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico
mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF
de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior
era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de
AF
Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as
pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior
acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF
no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior
tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF
no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se
consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da
permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar
Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como
um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade
de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais
como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para
com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida
Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os
niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final
99
agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos
epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave
educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre
grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)
Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as
diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo
5324 Etniacor
Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele
Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e
vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles
que tecircm ancestrais entre brancos e negros
Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)
satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra
cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor
percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento
composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante
sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)
Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a
relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos
Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem
diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o
niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos
raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios
americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas
significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os
brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)
Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo
da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os
resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e
100
eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na
estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada
Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com
os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os
mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as
DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto
devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos
serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de
sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da
populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe
ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila
Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos
outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do
campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que
vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de
grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF
em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e
observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado
influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem
apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para
centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)
Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com
fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades
de tamanho populacional diferente
As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo
claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante
queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena
proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das
observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos
segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos
grupos minoritaacuterios
101
Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees
definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia
geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o
comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves
condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida
5325 Estado conjugal
A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos
(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os
solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees
Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado
civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a
situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil
com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute
esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais
velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo
podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)
acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros
Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e
menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)
apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com
outras pessoas fora do ambiente domiciliar
Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com
filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para
a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se
transforma necessariamente em accedilatildeo
102
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica
O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a
praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores
facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)
Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de
ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves
suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico
Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de
locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa
(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos
Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar
mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais
preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as
influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis
nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica
conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o
ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores
mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico
na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de
veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e
idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores
portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica
escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a
substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos
A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a
praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da
contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo
urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF
Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano
deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o
multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com
103
seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade
da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial
o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a
caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o
gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres
na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias
para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS
(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)
Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses
residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda
de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos
equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e
Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na
qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros
de distacircncia das instalaccedilotildees para AF
Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o
ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste
sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram
oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras
Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para
a praacutetica de AF
Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de
ruas
Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico
Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado
Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de
locais de traacutefego intenso
Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a
AF
Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas
Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis
104
Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF
5327 Variaccedilotildees regionais
Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de
AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de
ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do
NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste
apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade
de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor
percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a
variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a
determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades
investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em
aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos
Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros
relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos
demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da
federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos
anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o
deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e
natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de
Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)
Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o
deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente
algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em
2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de
ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com
o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)
Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte
do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo
Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno
105
porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de
AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional
5328 Consumo de tabaco
Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF
para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam
insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa
Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga
2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na
abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et
al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o
tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em
eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo
no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos
homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor
escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com
dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses
demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos
principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos
fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de
tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de
Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)
A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco
de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e
problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das
consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de
esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir
para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo
desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o
crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da
AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)
106
5329 Consumo de bebida alcooacutelica
Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo
diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das
mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De
modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente
Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a
praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de
aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais
bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de
drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o
consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O
Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de
estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas
as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF
maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20
anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos
Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram
consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620
alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do
alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de
AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento
Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida
como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis
como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia
parece natildeo se confirmar
O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser
explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF
devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser
uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas
aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia
2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que
107
bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para
compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar
os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool
Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo
de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem
acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre
consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave
AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas
condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos
circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um
papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o
mecanismo de recompensa interage e se manifesta
53210 Estado de sauacutede
Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado
de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de
sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual
cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico
cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi
mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos
Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de
sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada
conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009
encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de
AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram
idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para
idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40
consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o
estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado
Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de
causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como
108
boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF
aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo
entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais
segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da
sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da
accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que
a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos
combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea
et al 2011)
Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede
apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante
para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem
se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso
de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de
outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de
sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo
nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e
muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo
(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado
Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo
satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que
a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao
indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica
Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a
intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no
niacutevel de AF
109
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo
Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais
ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior
grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos
estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os
estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia
de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e
capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo
De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos
ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que
alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim
observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi
semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por
sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e
insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de
ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado
pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa
o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e
morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a
6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo
alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica
demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do
esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica
Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia
semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF
insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos
110
participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de
as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se
mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal
Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um
comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia
semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da
meta miacutenima da AF
Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3
sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees
entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689
participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de
85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia
semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um
participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada
ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o
volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam
necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia
semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo
Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo
do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo
inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo
apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que
o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado
menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)
A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo
encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em
2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao
definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias
para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS
orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal
111
A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos
benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana
Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de
sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa
geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao
longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com
programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e
intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados
A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a
preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a
intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS
2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada
pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua
magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos
(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a
distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as
pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que
pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al
2007)
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico
Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta
sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua
conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica
proposto por Ainsworth et al(2000)
As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da
amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que
se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo
fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as
mulheres e pessoas de mais idade
112
A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo
brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa
praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da
deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12
e tem se apresentado como a
escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se
exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que
apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente
ativos (Bull 2010)
O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente
ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)
principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua
frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os
niacuteveis miacutenimos de AF
Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira
modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a
oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo
envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de
musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a
praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo
conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se
que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa
deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante
da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a
1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa
ser classificado como inativo
12
Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido
pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper
113
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis
Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio
de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as
recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila
No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou
subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A
possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT
tambeacutem foi considerada
Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de
AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a
intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal
guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente
entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30
minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o
futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual
diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no
conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos
Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF
Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio
da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em
meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em
indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim
eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do
que a aqui encontrada
114
Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres
com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do
climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em
parte o maior conhecimento do diagnoacutestico
Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a
hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa
entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica
O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a
inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13
Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da
diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo
obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora
natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)
Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi
e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo
envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos
em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis
foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o
consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os
estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos
ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)
Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando
caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade
do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente
hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se
efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos
fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas
recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de
Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo
deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com
13
Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem
alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo
115
intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo
medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de
base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada
a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular
devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares
devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)
Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior
parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas
principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo
arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos
moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos
5342 Dislipidemia
Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de
diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres
aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O
percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos
Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD
Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de
risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a
AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia
de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de
lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al
2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas
podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados
disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a
magnitude desta associaccedilatildeo
Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma
uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e
reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24
horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo
116
entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e
Paffenbarger 2001)
A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima
lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas
de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de
trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-
exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)
Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de
DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2
vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para
uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo
com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos
Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos
lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede
natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam
tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para
o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em
pessoas entre 20 e 40 anos de idade
O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge
45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25
anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do
climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)
5343 Diabetes
Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora
se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do
inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto
consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que
apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC
2010)
117
Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto
para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido
(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a
sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas
modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do
exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a
sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente
trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em
termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos
inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de
alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante
do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)
Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo
da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte
acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e
envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma
relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise
apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo
quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees
incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF
(Kesaniemi et al2010)
Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles
aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo
para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de
AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que
confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos
A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente
25 da preferecircncia
O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes
mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as
118
caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute
alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)
A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por
aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado
ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo
de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no
entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de
seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer
outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser
consideradas
A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de
futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo
aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo
da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em
aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino
A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos
Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30
minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85
dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se
alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as
recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)
realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a
frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece
promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da
suficiecircncia da AF em portadores de DPDM
Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua
pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores
taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)
Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de
sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica
119
Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o
diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases
mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo
perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode
reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma
perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado
agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave
praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo
contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees
Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com
maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute
menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam
pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica
5344 Osteoporose
Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham
diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste
(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de
DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-
climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em
ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade
principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica
(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e
perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010
Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF
com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al
(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou
que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou
insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com
risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria
120
dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de
osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo
oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos
podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si
mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das
quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010
sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha
a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da
osteoporose
Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou
somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias
crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo
Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica
A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios
estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar
dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a
raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea
similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)
Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo
como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais
em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria
A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres
perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase
raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase
raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso
cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da
massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta
(Kemmler et al 2004)
A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus
mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens
121
tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres
Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas
(Shibata et al 2003)
Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo
da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte
ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as
mulheres ganha dimensotildees maiores
Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada
sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede
brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60
minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A
frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes
com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que
natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees
entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um
episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a
meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior
frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade
igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores
niacuteveis de AF
Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a
ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa
(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau
de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das
limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de
exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de
122
energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a
diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores
54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito
entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo
harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada
Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do
rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de
um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante
de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma
boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica
suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida
Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas
lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF
frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute
inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos
segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos
socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto
cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar
poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute
necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de
diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes
A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de
prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF
recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino
de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local
apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na
regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo
123
Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja
possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as
accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando
planejadas de forma integrada
O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta
dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS
Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente
ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma
predisposiccedilatildeo para este domiacutenio
A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura
previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de
exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol
Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada
sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a
baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3
dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos
A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo
foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas
de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo
rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de
alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa
ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel
Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema
puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica
de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e
especialmente junto aos portadores de DCNT
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LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
Angina pectoris dor toraacutecica ocasionada por isquemia transitoacuteria do miocaacuterdio
Aptidatildeo fiacutesica capacidade de suportar de esforccedilo fiacutesico
Aterosclerose acuacutemulo de material gorduroso nas paredes das arteacuterias
Atividade moderada atividade fiacutesica com gasto de energia gt 6 MET
Atividade vigorosa atividade fiacutesia com gasto de energia entre 3 a 6 MET
Cinesioterapia terapia fiacutesica realizada mediante a utilizaccedilatildeo de movimentos
corporais
Diabete tipo 2 diabetes mellitus natildeo insulino dependente ou diabetes tardia ndash
distuacuterbio metaboacutelico caracterizado pelo elevado niacutevel de glicose no
sangue pela insuficiecircncia relativa de insulina
Dieta hipocaloacuterica regime alimentar para emagrecimento
Dislipidemia alteraccedilotildees metaboacutelicas lipiacutedicas decorrentes de distuacuterbios em
qualquer fase do metabolismo lipiacutedico que ocasionem
repercussotildees nos niacuteveis seacutericos de lipoproteiacutenas (LP)
Ergoespirometria teste que possibilita determinar variaacuteveis respiratoacuterias metaboacutelicas
e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares
durante o exerciacutecio
Esforccedilo aeroacutebio esforccedilo sustentado pela oxidaccedilatildeo (intramitocondral) dos
combustiacuteveis geralmente de baixa intensidade e longa duraccedilatildeo e
sem produccedilatildeo de aacutecido laacutetico muscular
Esforccedilo anaeroacutebio esforccedilo sustentado pela produccedilatildeo de energia por via natildeo oxidativa
(extramitocondral) geralmente de alta intensidade e curta duraccedilatildeo
com a produccedilatildeo de aacutecido laacutetico (quando por via laacutetica)
Frequecircncia semanal quantidade de vezes por semana que a atividade fiacutesica eacute realizada
Hipertensatildeo arterial pressatildeo igual ou maior que 90140 mmHg exercida
sistecircmica sistematicamente nas paredes das arterial
Insulinopecircnico p com capacidade secretoacuteria residual de insulina inadequada para
suplantar a necessidade metaboacutelica
Intensidade reflete a grandeza do esforccedilo (moderado ou vigoroso)
Lipoproteiacutenas composto orgacircnico constituiacutedo por uma proteiacutena cuja moleacutecula estaacute
associada a lipiacutedeos
MET medida energeacutetica que equivale ao consumo de 35 ml O2kgmin
em repouso
Osteoporose doenccedila que reduz a densidade e a massa dos ossos provocando
aumento da fragilidade oacutessea e maior risco de fraturas
Pedometria contagem dos passos indica a distacircncia percorrida
Quilocaloria (kcal) quantidade de energia necessaacuteria para elevar 1 grau Celsius a
temperatura de 1 litro de aacutegua
Supercompensaccedilatildeo fase da teoria do princiacutepio da sobrecarga que ocorre durante o
periacuteodo de recuperaccedilatildeo ideal do esforccedilo fiacutesico na qual a desgaste
orgacircnico eacute recomposto com um ganho adicional
Volume quantidade de AF resultante do produto da frequecircncia semanal pela
duraccedilatildeo do esforccedilo
LISTA DE ABREVIATURAS
ACSM Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
AF atividade fiacutesica
AHA Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia
APS Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede
AVD Atividade de vida diaacuteria
BHF Fundaccedilatildeo Inglesa do Coraccedilatildeo
CDC Centro de Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas
DCNT doenccedila crocircnica natildeo transmissiacutevel
DP desvio padratildeo
EU Uniatildeo Europeia
FC frequecircncia cardiacuteaca
HAS hipertensatildeo arterial sistecircmica
HDL proteiacutenas de alta densidade
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IF inatividade fiacutesica
kcal quilocaloria
LDL proteiacutenas de baixa densidade
MET equivalente metaboacutelico
NAF niacutevel de atividade fiacutesica
NUPENS Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em Nutriccedilatildeo e Sauacutede
OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAS pressatildeo arterial sistecircmica
PS Promoccedilatildeo da Sauacutede
RR risco relativo
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede
USDHHS Departamento de Sauacutede e Serviccedilos Sociais dos Estados Unidos
USP Universidade de Satildeo Paulo
VIGITEL Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito
Telefocircnico
VS Vigilacircncia em Sauacutede
WHA Assembleia Mundial da Sauacutede
WHO Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica 4
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica 47
Figura 1 O continuum da atividade fiacutesica 9
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede 12
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede 13
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga 22
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes
recomendaccedilotildees 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito
Federal VIGITEL 2006 (MS 2007) 39
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo (em
minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada modalidade
segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por Ainsworth
et al em 2000 44
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006 50
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge 18
anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 51
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 52
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 53
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 55
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 57
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 59
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo a
diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 61
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis sociodemograacuteficas
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 64
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006 66
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico de
diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 67
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 69
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo
arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e
niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 71
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes
segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 73
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 75
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 77
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados
brasileiros e Distrito Federal 2006 79
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF
nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 81
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal 2006 84
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e apoacutes
a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo do esforccedilo
nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006 86
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico
meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e duraccedilatildeo
da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006 88
SUMAacuteRIO
LISTA DE DEFINICcedilAtildeO DE TERMOS
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
APRESENTACcedilAtildeO
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE 2
111 Doenccedila cardiovascular 5
112 Doenccedila cerebrovascular 5
113 Dislipidemia 6
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 6
115 Diabetes tipo 2 7
116 Osteoporose 7
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 8
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA 11
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 14
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA 15
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA 16
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 17
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel
pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ 18
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 19
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia 19
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 20
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA 21
171 Frequencia semanal 21
172 Intensidade do esforccedilo 23
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo 24
174 Dose de atividade fiacutesica 24
175 Minorias populacionais 27
176 Recomendaccedilotildees crianccedilas e jovens 28
177 Exerciacutecios especiacuteficos 29
1771 Musculaccedilatildeo 29
1772 Flexionamento 30
1773 Aquecimento e desaquecimento 30
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees 31
179 Concordacircncias nas diretrizes 31
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica 32
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA 33
19 SISTEMA VIGITEL 35
2 OBJETIVOS 37
3 METODOLOGIA 38
31 TIPO DE ESTUDO 38
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS 38
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS 42
331 Domiacutenios da atividade fiacutesica 42
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte 42
333 Deslocamento ativo 42
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica 43
335 Intensidade do esforccedilo 43
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas 45
337 Variaacuteveis de comportamento individual 45
338 Diagnoacutestico de DCNT 46
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica 46
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees 46
34 ANAacuteLISE DOS DADOS 47
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS 48
4 RESULTADOS 49
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA 49
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA 49
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia 52
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos 54
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva 56
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede 58
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica 60
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS 62
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 65
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS CROcircNICAS
NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS 66
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA 68
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA 80
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA 83
5 DISCUSSAtildeO 89
51 SIacuteNTESE DOS RESULTADOS 89
52 LIMITACcedilAtildeO DO ESTUDO 90
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS 92
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica 92
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica 94
5321 Sexo 94
5322 - Idade 95
5323 Escolaridade 97
5324 Etniacor 99
5325 Estado conjugal 101
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica 102
5327 Variaccedilotildees regionais 104
5328 Consumo de tabaco 105
5329 Consumo de bebida alcooacutelica 106
53210 Estado de sauacutede 107
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica 108
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo 109
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica 109
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico 111
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis 113
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica 113
5342 Dislipidemia 115
5343 Diabetes 116
5344 Osteoporose 119
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral 121
54 Consideraccedilotildees finais 122
6 BIBLIOGRAFIA 124
RESUMO
Lima DF Atividade fiacutesica de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal
um estudo transversal [tese] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina Universidade de
Satildeo Paulo 2014
INTRODUCcedilAtildeO Existem duacutevidas em relaccedilatildeo agrave atividade fiacutesica (AF) de adultos
residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal no que tange agrave organizaccedilatildeo e
agrave execuccedilatildeo desta praacutetica Neste estudo avaliamos a prevalecircncia de AF segundo cada
uma das principais diretrizes internacionais que recomendam a AF para a promoccedilatildeo
da sauacutede e exploramos as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF
Avaliamos tambeacutem a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF como os principais componentes da AF se
relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual e descrevemos o padratildeo nos
portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) METODOLOGIA Os
participantes foram selecionados a partir de dados preacutevios do Sistema de Vigilacircncia
de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico para
as estimativas sobre frequecircncia e distribuiccedilatildeo sociodemograacutefica de fatores de risco e
proteccedilatildeo para doenccedilas crocircnicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal em 2006 RESULTADOS Foram elegiacuteveis 54369 participantes sendo
515 classificados como inativos Houve divergecircncias importantes na graduaccedilatildeo da
AF pelas principais diretrizes entre os ativos (Kappa = 04) A frequecircncia das sessotildees
de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a determinaccedilatildeo do grau de AF
Recomendaccedilatildeo que orienta a frequecircncia diaacuteria resultou em uma prevalecircncia menor
de AF suficiente As que orientam volume semanal sem determinar frequecircncia
miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Como decorrecircncia dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades abordadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada Cerca de 90
da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo entre 30 a 60 minutos e natildeo houve
diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que natildeo alcanccedilou a meta da
recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes que alcanccedilou a meta se
exercitava trecircs ou mais vezes na semana e 80 dos que natildeo alcanccedilaram a meta se
exercitavam entre 1 a 2 vezes na semana A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo
foram as modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte mais frequentes Encontramos
maior prevalecircncia de AF em homens Negros e amarelos foram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com menor escolaridade e com viuvez
Aproximadamente 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e
entre os que a consideraram ruim a maioria estava inativa O deslocamento ativo e a
dieta hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O
tabagismo foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas
alcooacutelicas ocorreu entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais
frequentemente conheciam instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas
proximidades de suas moradias A inatividade fiacutesica (62) foi uma caracteriacutestica
destacada entre os participantes portadores de DCNT No conjunto 70 dos
portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo miacutenima de AF
CONCLUSOtildeES O niacutevel de AF variou muito entre as diretrizes que recomendam a
AF Para uma boa parte desta populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo
AF suficiente para a minha sauacutede Pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida Dentre os insuficientemente
ativos a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos o
que tornou a AF insuficiente foi a baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem
a frequecircncia semanal para 2 a 3 dias pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos
insuficientemente ativos
Descritores estilo de vida sedentaacuterio doenccedila crocircnica vigilacircncia em sauacutede puacuteblica
promoccedilatildeo da sauacutede inqueacuteritos epidemioloacutegicos exerciacutecio condicionamento fiacutesico
humano atividade motora
ABSTRACT
Lima DF Physical activity in adults in the brazilian capitals and in the Federal
District a cross-sectional study [these] Satildeo Paulo Faculdade de Medicina
Universidade de Satildeo Paulo 2014
INTRODUCTION In regards to the organization and implementation of physical
activity (PA) there are many doubts related to the PA in adults residing in the
capitals of the federation and in the Federal District This study evaluated the
prevalence of PA according to each of the main international guidelines that
recommends the practice of PA for good health explores its divergences and also
the concordances of the PA level classification We also evaluated the association
between the sociodemographic and behavioral characteristics to the practice of PA
More specifically we focused on how the main components of the PA relates to
themselves to determine the level of individual PA and which patterns are present in
patients with chronic non-communicable diseases (CNCD) METHODOLOGY
Participants were selected from previous data that the System of Risk Factors
Surveillance and Chronic Diseases Protection Telephone Survey which was used for
the estimation of frequency and sociodemographic distribution of risk and protective
factors for chronic diseases in the 26 Brazilian state capitals and in the Federal
District in 2006 RESULTS There were 54369 eligible participants of which 515
classified as inactive There were important divergences in the PA graduation by the
main guidelines among the active participants (Kappa = 04) The PA session
frequency was the main reason that most contributed to the determination of the PA
degree The recommendation which guides the daily frequency resulted in the
lowest prevalence of enough PA The recommendations that guide weekly volume
without determining minimum frequency had the highest prevalence of enough PA
As a result of this divergence the prevalence of enough PA in the addressed cities
ranged in different distinguishing rankings according to the adopted
recommendation About 90 of the active population performed sessions which
lasted between 30 to 60 minutes From this data it was evident that there was no
significant difference between the group which achieved the recommended PA and
the the group which did not achieve the goal of the recommended PA level Almost
all of the participants (90) who achieved the goal of recommended PA levels
exercised three or more times a week and 80 of those who did not reach the goal
exercised between 1 to 2 times a week Trekking soccer and weightlifting were the
most frequent physical exercise modalities or sports performed We found a higher
prevalence of PA in men than in women Furthermore the study showed that Blacks
and Yellows were more physically active The amount PA level decreased with age
decreased amongst those with less education and amongst those who were widowed
Approximately 65 of the population considered their health good or excellent and
among those who considered it bad the majority were inactive Active commuting
and hypocaloric diets are predominant characteristics of the active participants
Smoking was more common among the inactive participants but higher alcohol
consumption occurred among those that were active Physically active people
frequently knew more suitable facilities for the PA practice near their homes
Physical inactivity (62) was a prominent characteristic among the participants
suffering from CNCD Overall 70 of the participants suffering from any CNCD
did not attain the minimum recommendations of PA CONCLUSIONS The PA
levels varied widely among the guidelines that recommend PA For a large portion of
the population the answer to the question of whether one is doing enough PA for
ones health can simultaneously be yes and no depending on the criterion of the
chosen recommendation Among the insufficiently active population the exercise
duration in each session was adequate enough in most reports but what made the PA
insufficient was the low frequency Thinking about strategies to increase the weekly
frequency for 2 to 3 days can raise the level of PA for 90 of the insufficiently
active population
Descriptors sedentary lifestyle chronic disease public health surveillance health
promotion health surveys exercise physical conditioning human motor activity
APRESENTACcedilAtildeO
A definiccedilatildeo do termo sauacutede mudou consideravelmente no decorrer da
histoacuteria Hoje seu entendimento eacute mais do que somente ausecircncia de doenccedila A
Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede propocircs a partir de 1946 uma definiccedilatildeo abrangente
de sauacutede onde sauacutede eacute vista como um recurso para a vida e natildeo como uma finalidade
da vida (WHO 2010) Em outras palavras a promoccedilatildeo da sauacutede eacute o processo que daacute ao
sujeito maneiras de garantir maior controle sobre sua proacutepria sauacutede Assim este processo
procura propor mudanccedilas para estilos de vida na promoccedilatildeo do bem-estar Eacute nesta forma
de compreensatildeo que a promoccedilatildeo dos niacuteveis de atividade fiacutesica (AF) e a diminuiccedilatildeo das
taxas de inatividade fiacutesica assumem um relevante papel para que tal processo possa ser
efetivado
Nesta pauta observa-se que diferentes organizaccedilotildees e agecircncias
governamentais muito embora persigam os mesmos objetivos propotildeem-se a
recomendar a praacutetica de AF de modos diferentes ou seja recomendam uma
quantidade miacutenima de AF que resulte em efeitos substanciais para a sauacutede Assim
observaccedilotildees informais sobre dados existentes da praacutetica de AF de adultos residentes
nas capitais dos Estados e no Distrito Federal despertaram o interesse de ampliar a
exploraccedilatildeo das informaccedilotildees sobre como esta populaccedilatildeo organiza a praacutetica de AF e de
verificar indiacutecios de causas que possam contribuir para o alcance ou natildeo das metas
recomendadas
Eacute com esta problemaacutetica sendo transformada em objeto de estudo ou
seja sendo usada para a construccedilatildeo de uma Tese que este estudo se constroacutei e se
apresenta como um caminho a ser perseguido Nela a primeira seccedilatildeo desenvolve os
conceitos e as definiccedilotildees baacutesicas do tema central objetivando relacionar a praacutetica da
AF com a sauacutede puacuteblica destacar a promoccedilatildeo da AF e os riscos decorrentes da
inatividade fiacutesica as estrateacutegias brasileiras para a orientaccedilatildeo e a supervisatildeo da praacutetica
de AF e o sistema de monitoramento e acompanhamento destas estrateacutegias Em
seguida apresenta a seleccedilatildeo das organizaccedilotildees e agecircncias governamentais destacadas
e remete agraves suas recomendaccedilotildees para a AF Foram elas que serviram de base para a
concordacircncia (ou natildeo) com a sua classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para o destaque das
suas diferenccedilas e semelhanccedilas e para a procura de identificaccedilatildeo das suas lacunas e
potencialidades
A segunda seccedilatildeo apresenta os aspectos metodoloacutegicos destacando o uso
do banco de dados do Sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para
Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL de 2006 cuja anaacutelise
permitiu verificar o padratildeo de organizaccedilatildeo da praacutetica de AF de uma amostra
probabiliacutestica representativa da populaccedilatildeo brasileira de adultos de 26 capitais e do
Distrito Federal
A terceira seccedilatildeo apresenta a descriccedilatildeo dos resultados organizados em
tabelas A quarta seccedilatildeo discute os resultados em quatro eixos 1) variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais 2) componentes da atividade fiacutesica 3)
diferentes formas de recomendar AF e 4) AF em portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis (DCNT) Na quinta e uacuteltima seccedilatildeo apresentam-se as conclusotildees e as
consideraccedilotildees finais do estudo com o objetivo de produzir mais informaccedilotildees que
possam de alguma forma aumentar o diaacutelogo em direccedilatildeo do crescimento dos niacuteveis
de AF e da diminuiccedilatildeo da inatividade fiacutesica
A versatildeo apresentada nesta Tese natildeo inclui as modificaccedilotildees sugeridas
pela Banca Examinadora
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
As uacuteltimas deacutecadas apresentaram uma inversatildeo no perfil da
morbimortalidade global com diminuiccedilatildeo da prevalecircncia das doenccedilas infecciosas e
aumento das doenccedilas crocircnicas Este novo perfil da sauacutede fez crescer o interesse pelos
fatores associados agraves doenccedilas crocircnicas O baixo niacutevel populacional de atividade
fiacutesica (AF) eacute um desafio atual em sauacutede puacuteblica considerando que a inatividade
fiacutesica eacute um fator modificaacutevel que tem se mostrado associado a uma maior frequecircncia
de doenccedilas crocircnicas e degenerativas a praacutetica regular de AF eacute recomendada na
prevenccedilatildeo e tratamento destas doenccedilas e que a prevalecircncia da praacutetica de AF eacute baixa
tanto em paiacuteses de economia central quanto naqueles de economia perifeacuterica (Hallal
2012)
Assim numerosos estudos epidemioloacutegicos tecircm demonstrado que a
atividade fiacutesica (AF) regular eacute beneacutefica para a promoccedilatildeo da sauacutede (Morimoto et al
2006 USDHHS 2008a Boyle et al 2010) Os dados que comprovam os seus
benefiacutecios foram produzidos principalmente a partir de estudos independentes que
apresentam iacutendices consistentes e com pouca ou nenhuma evidecircncia contraacuteria
estabelecendo uma robusta solidez em termos de dose-resposta e reforccedilando a
conclusatildeo de um nexo de causalidade convincente (CDC 2008) entre os dois
campos embora a natureza dessa associaccedilatildeo natildeo seja completamente compreendida
(McAuley et al 2006 White Warren et al 2009)
Neste sentido esta tese foi conduzida com o objetivo de identificar o
perfil da AF no cotidiano de brasileiros adultos residentes em grandes centros
urbanos e de responder a algumas questotildees Qual eacute o padratildeo da AF na organizaccedilatildeo
dos exerciacutecios fiacutesicos ou dos esportes praticados Diferentes diretrizes podem
recomendar a praacutetica de AF e classificar diferentemente o niacutevel de um mesmo
participante diante das mesmas informaccedilotildees Quais satildeo as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas da populaccedilatildeo que ainda natildeo alcanccedilou a meta miacutenima de AF
recomendada Onde residem os brasileiros mais e menos ativos Quais satildeo as
propriedades que diferenciam os praticantes de AF que alcanccedilam a meta e os que natildeo
2
alcanccedilam Como os portadores de doenccedilas crocircnicas estruturam os exerciacutecios fiacutesicos
e qual eacute o seu niacutevel de AF
11 EFEITOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA NA SAUacuteDE
Ao meacutedico inglecircs Jeremy Morris em 1953 eacute creditado agraves primeiras
investigaccedilotildees sobre os perigos de sauacutede associados ao estilo de vida pouco ativo cujo
resultado foi o maior risco de doenccedilas coronaacuterias em profissionais que trabalhavam
em serviccedilos fisicamente menos exigentes ao comparar motoristas com cobradores de
ocircnibus no Reino Unido e escrituraacuterios com carteiros nos Estados Unidos (Blair
Monte e Nichaman 2004) Desde entatildeo consideraacutevel volume de pesquisa confirmou
e ampliou a teoria de que a AF reduz significativamente o risco de doenccedilas
cardiovasculares Cite-se por exemplo o estudo de Kohl et al(2012)
Estes primeiros estudos foram importantes por levantarem trecircs questotildees
fundamentais a primeira trata do desempenho fiacutesico e da reduccedilatildeo da incidecircncia de
doenccedilas cardiovasculares como eventos associados a segunda indica a necessidade
de investigar a relaccedilatildeo da praacutetica de AF como agente promotor de sauacutede e a terceira
busca determinar se os diferentes modos de organizar a AF afetam as respostas
encontradas Como resultado desse movimento os estudos tecircm demonstrado que as
oportunidades e as condiccedilotildees para ser fisicamente ativo tendem a diminuir a partir da
vida adulta Em acircmbito mundial trecircs explicaccedilotildees justificam essa tendecircncia o
envelhecimento da populaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo natildeo planejada e as mudanccedilas sociais
cada uma delas contribui com comportamentos que criam caminhos para a
inatividade fiacutesica
Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede a inatividade fiacutesica eacute o quarto
fator de risco mais importante para a mortalidade por todas as causas (WHO 2010)
Estima-se que a inatividade fiacutesica seja responsaacutevel por 6 da carga de doenccedila de
doenccedila cardiacuteaca coronaacuteria 7 de diabetes do tipo 2 10 de cacircncer de mama e 10
de cacircncer de coacutelon A inatividade provocou 9 da mortalidade prematura (mais de
53 milhotildees) das 57 milhotildees de mortes ocorridas no mundo em 2008 Se inatividade
3
fiacutesica fosse diminuiacuteda em 25 mais de 13 milhotildees de mortes poderiam ser evitadas
a cada ano no mundo
No Brasil cerca de 60 a 70 da populaccedilatildeo se encontra abaixo das
recomendaccedilotildees globais de AF A prevalecircncia elevada da inatividade fiacutesica ou da
praacutetica insuficiente de AF foi considerada responsaacutevel por 53673 mortes em 2008
por 3 a 5 das principais doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis e por 531 das
mortes por todas as causas (Rezende et al 2014)
A OMS e outras agecircncias governamentais como exemplo a Uniatildeo
Europeia recomendam em suas diretrizes que a AF seja tratada com prioridade pelas
poliacuteticas de sauacutede puacuteblica com abordagens amplas e sustentaacuteveis que garantam
maior visibilidade agrave AF (Idesporto 2009)
Por outro lado os estudos tambeacutem tecircm tematizado a inatividade fiacutesica e
mostram seu impacto em algumas alteraccedilotildees fisioloacutegicas particularmente as de
natureza circulatoacuteria como reduccedilatildeo do volume de sangue hipotensatildeo ortostaacutetica e
reduccedilatildeo da absorccedilatildeo maacutexima de oxigecircnio dentre outras A falta de AF provoca
tambeacutem alteraccedilotildees metaboacutelicas significativas como a reduccedilatildeo da capacidade
oxidativa a toleracircncia diminuiacuteda da glicose o desenvolvimento de lipidemias e o
aumento da excreccedilatildeo urinaacuteria de caacutelcio A atrofia muscular por fim eacute detectaacutevel
com certa facilidade As mudanccedilas relacionadas a ela satildeo reprodutiacuteveis e podem ser
revertidas com a praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos (CDC 2010)
Outra influecircncia da AF muito tematizada na literatura cientiacutefica eacute sobre
as doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) As DCNT ameaccedilam a qualidade de
vida de milhotildees de pessoas e apresentam grande impacto no financiamento da sauacutede
puacuteblica principalmente nos paiacuteses de economia perifeacuterica A Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) estima que o nuacutemero total de mortes por doenccedilas crocircnicas tenderaacute a
aumentar 17 na proacutexima deacutecada e que a taxa de mortalidade por DCNT seraacute duas
vezes maior (ou mais) que a taxa de mortalidade por doenccedilas infecciosas (WHO
2009)
Dado este cenaacuterio a OMS propocircs aos Estados-Membros compromissos
para a reduccedilatildeo das taxas de morbimortalidade por DCNT partindo da premissa de
que essas afecccedilotildees satildeo potencialmente evitaacuteveis A 57ordf Assembleia Mundial da
4
Sauacutede propocircs entre outras medidas a adoccedilatildeo de estilo de vida ativo por meio da
Resoluccedilatildeo WHA 5717 ndash Estrateacutegia Global para a alimentaccedilatildeo atividade fiacutesica e
sauacutede (OMS 2009)
No Quadro 1 eacute apresentada uma siacutentese dos principais benefiacutecios da AF
para a sauacutede juntamente com a respectiva forccedila das evidecircncias que os comprovam
(USDHHS 2008b Aoyagi et al 2010)
Quadro 1 Principais benefiacutecios atribuiacutedos agrave atividade fiacutesica
Doenccedila Condiccedilatildeo Evidecircncias
Menor risco de doenccedila cardiovascular
Menor risco de AVC
Menor risco de morte prematura
Menor risco de lipidemias
Controle do excesso de pesoobesidade (sem dieta
hipocaloacuterica)
Perda de peso associada agrave dieta hipocaloacuterica
Menor risco de diabetes tipo 2
Menor risco de hipertensatildeo arterial sistecircmica
Menor risco de cacircncer de coacutelon
Menor risco de cacircncer de mama
Menor risco de cacircncer de pulmatildeo
Menor risco de cacircncer endometrial
Menor risco de quedas nos idosos
Aumento da densidade oacutessea (idosos)
Prevenccedilatildeo da osteoporose
Melhor funcionamento cardiopulmonar
Melhor bem-estar geral
Estado de sauacutede (sensaccedilatildeo subjetiva)
Digestatildeo e regulaccedilatildeo do tracircnsito intestinal
Manutenccedilatildeo das funccedilotildees motoras
Melhora das funccedilotildees cognitivas
Reduccedilatildeo da depressatildeo e da demecircncia
Absentismo laboral (baixas por doenccedila)
Niacutevel de estresse
Qualidade do sono autoimagem e autoestima
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada
Forte
Moderada
Forte
Forte
Moderada a forte
Moderada a forte
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Moderada a forte
Moderada a forte
FONTE USDHHS1 2008b
1 O Departamento Nacional de Sauacutede e Serviccedilos Humanos dos EUA (USDHHS) eacute a
principal agecircncia de sauacutede do governo dos Estados Unidos Em 2008 renovou as
orientaccedilotildees e recomendaccedilotildees sobre a importacircncia de ser fisicamente ativo promover
a sauacutede e reduzir o risco de doenccedilas crocircnicas
5
111 Doenccedila cardiovascular
Os benefiacutecios para a sauacutede cardiovascular mediante a realizaccedilatildeo de AF
regular tecircm sido documentados por vaacuterios estudos Resultados de metanaacutelises
indicam que o risco de doenccedilas cardiacuteaco-coronaacuterias dobra em participantes menos
ativos quando eles satildeo comparados com participantes mais ativos Os estudos
disponiacuteveis indicam que haacute uma relaccedilatildeo dose-resposta inversa entre a praacutetica de AF
regular e o risco de morte e de eventos cardiovasculares em geral e em particular
daqueles causados por insuficiecircncia coronaacuteria O estudo de Schuler et al (1992)
analisou aproximadamente 3 mil pacientes com relato de angina pectori duranter 12
meses Em relaccedilatildeo ao grupo de intervenccedilatildeo aleacutem do tratamento cliacutenico de rotina foi
introduzido AF moderada de 30 minutos por dia O controle angiograacutefico mostrou
que neste houve a diminuiccedilatildeo meacutedia de 32 no grau da insuficiecircncia coronaacuteria
quando comparado ao grupo de controle que soacute recebeu o tratamento cliacutenico
Outro estudo ainda mostrou que os pacientes que realizaram AF
moderada apresentaram um risco 11 menor de desenvolver eventos cardiacuteacos
adversos ao ser cotizado com grupo com AF de alta intensidade (Swain e Franklin
2006)
Homens e mulheres japoneses fisicamente ativos que residiam no Japatildeo e
homens mais velhos (japoneses) residentes no Havaiacute apresentaram menores taxas de
mortalidade por doenccedila cardiovascular do que as suas contrapartes menos ativas
Resultados semelhantes foram relatados para mulheres chinesas que vivem em
Xangai e homens e mulheres chineses que vivem em Hong Kong (CDC 2010)
112 Doenccedila cerebrovascular
Os dados sobre doenccedilas cerebrovasculares (AVC) e a sua associaccedilatildeo com
a praacutetica de AF satildeo menos numerosos e conclusivos quando comparados agraves doenccedilas
cardiovasculares Haacute no entanto evidecircncias que mostram o efeito protetor da AF
para as lesotildees vasculares no ceacuterebro Haskell et al (2009) evidenciaram uma relaccedilatildeo
inversa entre o grau do condicionamento fiacutesico e a incidecircncia de AVC A mesma
relaccedilatildeo pode ser observada entre um grupo de intervenccedilatildeo que se exercitava em um
6
niacutevel de esforccedilo moderado em comparaccedilatildeo com um grupo de pessoas sedentaacuterias A
AF com esforccedilo de maior intensidade parece natildeo trazer benefiacutecios adicionais de
proteccedilatildeo quando comparado ao esforccedilo moderado A regularidade da AF moderada
parece ser o fator de maior proteccedilatildeo em relaccedilatildeo ao risco de ocorrecircncia de AVC (Liao
et al 2009)
113 Dislipidemia
A aterosclerose eacute um dos principais fatores da mecacircnica obstrutiva dos
vasos coronarianos ao longo do tempo Os niacuteveis de colesterol e trigliceriacutedios estatildeo
fortemente associados agrave gecircnese do ateroma na parede arterial Nesta perspectiva haacute
fortes evidecircncias de que a AF com gasto de energia entre 1200 e 2200 quilocalorias
(kcal) por semana pode contribuir para reduzir a taxa total de colesterol e o colesterol
de baixa densidade (LDL) assim como para aumentar a taxa de colesterol de alta
densidade (HDL) e diminuir a taxa seacuterica de trigliceriacutedios (Leon e Sanches 2001)
114 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
A pressatildeo arterial sistecircmica quando estaacute elevada representa um fator de
impacto fisioloacutegico sobre o sistema hemodinacircmico arterial Durante o esforccedilo
intenso a pressatildeo arterial sistecircmica tende a aumentar paralelamente ao aumento de
resultados adversos agudos por causas circulatoacuterias (Churilla e Ford 2010) De modo
contraacuterio a AF regular moderada e de longa duraccedilatildeo parece se associar de modo
positivo agrave reduccedilatildeo da pressatildeo arterial sistecircmica e quase sempre eacute indicada como
terapia coadjuvante no controle da pressatildeo arterial sistecircmica Estas conclusotildees satildeo
apoiadas por vaacuterios estudos (Rafferty et al 2002 Tully et al 2007 Caban-Martinez
et al 2010) Natildeo obstante a metanaacutelise realizada por Fagard (2001) (que reuniu
somente ensaios cliacutenicos) mostrou uma diminuiccedilatildeo significativa da pressatildeo arterial
sistoacutelica e diastoacutelica (34 e 24 mmHg respectivamente (plt0001)) ocasionada pelo
treinamento com exerciacutecios repetidos entre 3 e 5 vezes por semana com duraccedilatildeo de
30 a 60 minutos
7
115 Diabetes tipo 2
O exerciacutecio fiacutesico tem efeito hipoglicecircmico agudo devido agrave
potencializaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de insulina no plasma Cauza et al (2006)
mostraram que o exerciacutecio fiacutesico diminui a glicemia sanguiacutenea em jejum e aumenta a
sensibilidade agrave insulina perifeacuterica e hepaacutetica entre 12 e 16 horas apoacutes o esforccedilo
Assim o exerciacutecio fiacutesico pode ajudar no controle dos niacuteveis de accediluacutecar no sangue O
mecanismo fisioloacutegico que suporta esta tese indica o aumento da siacutentese do
glicogecircnio e o aumento e ativaccedilatildeo do nuacutemero de transportadores de glicose (Sigal et
al 2007) No entanto o tipo da diabete deve ser considerado Os insulinopecircnicos
natildeo respondem em proporccedilatildeo igual aos benefiacutecios especiacuteficos da AF postos em
contraste com os portadores de hiperglicemia moderada e com a fase inicial da
intoleracircncia aos carboidratos (Eriksson et al 1997)
Outro fator a considerar eacute a resposta agrave intensidade do esforccedilo Exerciacutecios
anaeroacutebios produzem um efeito miacutenimo na melhora da toleracircncia agrave glicose Parece
que os efeitos beneacuteficos da AF satildeo atribuiacutedos essencialmente ao esforccedilo aeroacutebio e a
maior eficaacutecia no controle glicecircmico enfatiza a necessidade de sessotildees repetidas pelo
menos 3 vezes por semana (Riddel e Burr 2011)
Recentemente Bull et al (2010) mostraram que programas que
envolvem resistecircncia (pesos) ao esforccedilo muscular reduzem significativamente os
niacuteveis de glicose sanguiacutenea desde que os processos oxidativos do metabolismo
energeacutetico sejam tambeacutem fortemente ativados
116 Osteoporose
A osteoporose se caracteriza pela diminuiccedilatildeo do caacutelcio oacutesseo e
deterioraccedilatildeo da massa estrutural do tecido oacutesseo levando agrave fragilidade dos ossos e ao
aumento da susceptibilidade agraves fraturas Ela afeta principalmente as pessoas idosas e
eacute mais comum entre as mulheres principalmente apoacutes o climateacuterio (Vainionpaa
2006)
A AF pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da
massa oacutessea durante a infacircncia e a adolescecircncia na manutenccedilatildeo da massa esqueleacutetica
8
na idade adulta e na desaceleraccedilatildeo da reduccedilatildeo na densidade mineral oacutessea que
aparecem com o envelhecimento o repouso ou a imobilidade (Koike 2005
Suominen 2006)
De particular interesse para a sauacutede puacuteblica a praacutetica de AF pode
prevenir ou retardar a perda de massa oacutessea ao longo da vida A resistecircncia externa
imposta aos muacutesculos e o grau do impacto oacutesseo parecem ser fatores cruciais e
determinantes para estimular e manter a massa oacutessea saudaacutevel Assim eacute provaacutevel
que exerciacutecio com estas caracteriacutesticas possam ter efeitos mais pronunciados do que
outros Poreacutem embora este princiacutepio mostre uma forte aceitaccedilatildeo pela comunidade
cientiacutefica ele ainda natildeo estaacute inequivocamente estabelecido (OMS 2004 Pattersen e
Warburton 2009)
Os principais benefiacutecios da AF para a sauacutede estatildeo claramente delineados
pela literatura cientiacutefica no entanto eacute importante sublinhar que muitas vezes usa-se
a noccedilatildeo de AF como sinocircnimo de praacutetica de exerciacutecios fiacutesicos assim como eacute comum
usar a inatividade fiacutesica para definir comportamento sedentaacuterio Embora estes
conceitos mantenham relaccedilotildees de semelhanccedila entre si haacute nuances em suas
definiccedilotildees
12 DEFINICcedilAtildeO E CARACTERIacuteSTICAS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A AF eacute um comportamento complexo e multidimensional que pode ser
entendido como todo movimento corporal produzido pelo acionamento dos
muacutesculos esqueleacuteticos resultando em aumento substancial do gasto energeacutetico acima
do metabolismo de repouso (Kenneth e Christenson 1985)12
A AF pode ser dividida em diferentes domiacutenios(USDHHS 2010a)
1) Atividade desportiva (performance)
2) Atividade no tempo de lazer (tempo livre)
3) Atividades laborais (no trabalho formal e no lar)
4) Atividade no transporte ativo (deslocamento a peacute ou de bicicleta)
5) Atividade fiacutesica para reabilitaccedilatildeo (cinesioterapia)
1Esta definiccedilatildeo de AF eacute atualmente adotada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
9
O exerciacutecio fiacutesico eacute um subconjunto da AF especializado e organizado
de forma planejada repetida e executada com objetivos especiacuteficos Assim embora
todo o exerciacutecio fiacutesico seja uma AF nem toda AF eacute necessariamente um exerciacutecio
fiacutesico (USDHHS 2008b)
O exerciacutecio fiacutesico de um modo geral apresenta trecircs componentes que
descrevem a sua estrutura (Matveacuteev 2001)
a) Duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos)
b) Frequecircncia semanal (dias)
c) Intensidade do esforccedilo (expressa o gasto energeacutetico)
A Intensidade do esforccedilo costuma ser separada em trecircs categorias
1) Leve (16 a 29 MET23
)
2) Moderada (3 a 6 MET)
3) Vigorosa (gt 6 MET)
O comportamento sedentaacuterio por seu turno eacute definido como uma
atividade que natildeo aumenta substancialmente as despesas de energia acima do niacutevel
de repouso (equivalente a 1 MET x minuto)
Assim a AF e o sedentarismo constituem duas dimensotildees
completamente opostas do comportamento do movimento
Em siacutentese a AF eacute o avanccedilo continuado do aumento de despesas de
energia que parte do comportamento sedentaacuterio e ruma em direccedilatildeo agrave AF vigorosa
(Figura 1)
FONTE Blair SN Monte MJ Nichaman MZ 2004
Figura 1 - O continuum da atividade fiacutesica
Outra dimensatildeo da intensidade da AF eacute medida pelo gasto de energia
(kcal) No entanto o gasto demandado pela praacutetica de uma determinada AF como
reflexo da intensidade do esforccedilo eacute influenciado por determinantes como sexo idade
21 MET eacute equivalente ao consumo de 35 ml de O2kgmin
10
composiccedilatildeo corporal gravidez e niacutevel de aptidatildeo fiacutesica do praticante aspectos natildeo
relacionados ao tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte duraccedilatildeo do esforccedilo ou eficiecircncia
mecacircnica (Ainsworth et al 2000)
A mensuraccedilatildeo do volume do esforccedilo ainda eacute um aspecto desafiador na
avaliaccedilatildeo da AF Um estudo claacutessico de LaPorte et al (1985) apud Hallal (2005)
mostrou que - na metade dos anos 80 - existiam mais de 30 meacutetodos sendo utilizados
para avaliar a AF onde natildeo se define um ser superior ao outro Habitualmente os
meacutetodos satildeo classificados como objetivos e subjetivos
Meacutetodos objetivos Eles se referem a medidas relativas ao resultado do
trabalho propriamente dito Apresentam niacuteveis considerados satisfatoacuterios de validade
e reprodutibilidade mas possuem limitaccedilotildees em termos de logiacutestica e custo Podem
ser realizados por via direta ndash pex ergoespirometria gasometria acelerocircmetria etc
ndash ou por via indireta utilizando tabelas de conversatildeo ndash pex pedometria
monitoramento da frequecircncia cardiacuteaca e teste de corrida
Meacutetodos subjetivos Oriundos de inqueacuteritos entrevistas ou
questionaacuterios em geral eles satildeo medidas que dependem da memoacuteria do avaliado
Eles satildeo praacuteticas de baixo custo proacuteprias para avaliar populaccedilotildees de grandes
magnitudes e permitem com algumas variaccedilotildees mensurar a AF em mais de um
domiacutenio e por diferentes periacuteodos de tempo A interpretaccedilatildeo e a resposta do
entrevistado no entanto podem ser influenciadas por questotildees subjetivas (Shephard
e Vuillemin 2003) Entretanto Hallal et al (2010) verificaram em uma particular
situaccedilatildeo que apesar de natildeo existir concordacircncia entre os escores contiacutenuos oriundos
de questionaacuterios e aqueles obtidos por medidas de acelerocircmetro a categorizaccedilatildeo dos
participantes em grupos de atividade fiacutesica apresenta concordacircncia entre moderada e
elevada o que justifica a utilizaccedilatildeo de questionaacuterios em pesquisas representativas de
grandes populaccedilotildees
A mensuraccedilatildeo da AF estaacute diretamente relacionada a questatildeo da
quantidade de AF (dose) e a sua consequecircncia para a sauacutede (resposta) um dos
aspectos mais desafiadores no que se refere agrave discussatildeo da AF e sauacutede
11
13 RELACcedilAtildeO DOSE-RESPOSTA
A relaccedilatildeo entre a quantidade e a consequencia para a sauacutede da AF pode
assumir muitas formas sendo a mais comum a natildeo-linear (Dietz 1996 Kesaniemi et
al 2010)
A questatildeo crucial que se coloca eacute quanta AF eacute necessaacuteria para alcanccedilar
benefiacutecios substanciais para a sauacutede Esta eacute a pergunta mais comum feita no
contexto da interrelaccedilatildeo entre AF e sauacutede e remete diretamente agrave questatildeo da dosagem
correta Eacute fundamental que um estiacutemulo de estresse fiacutesico proporcione adaptaccedilotildees
orgacircnicas com a menor agressatildeo possiacutevel (por seguranccedila) e obtenha o maior efeito
possiacutevel
A influecircncia positiva da AF foi detectada em estudos epidemioloacutegicos
devido agrave ocorrecircncia de menores taxas de morbidade ou mortalidade tendo resultados
mistos em termos de dosagem Dependendo do determinante da sauacutede o resultado
poderaacute ser influenciado num caso por efeitos de esforccedilo moderado e no outro soacute
teraacute sucesso com cargas mais vigorosas Desta perspectiva um modelo com trecircs
diferentes curvas resume as respectivas relaccedilotildees de dose-resposta (Neilson e Lynch
2010)
Um efeito positivo da carga de leve a moderada comparada agrave carga
elevada ocorre por exemplo em relaccedilatildeo agrave pressatildeo arterial Vaacuterios estudos
evidenciam reduccedilotildees iguais ou ateacute mesmo mais elevadas de pressatildeo arterial em
exerciacutecios de intensidade moderada quando comparados com os de alta intensidade
(que tendem a aumentar a tensatildeo arterial) Isto eacute de particular importacircncia porque o
exerciacutecio de alta intensidade aumenta ainda mais a tensatildeo vascular arterial Eles
tambeacutem mostram que a curva eacute o resultado das investigaccedilotildees que sugerem que ganho
de sauacutede satildeo alcanccedilados ateacute mesmo com AF de baixa intensidade (Figura 2)
12
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 2 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade do esforccedilo e
benefiacutecios para a sauacutede
O graacutefico a seguir mostra os efeitos de proteccedilatildeo com relaccedilatildeo linear
inversa entre o volume total de AF e os efeitos esperados como a diminuiccedilatildeo das
taxas de risco para mortalidade total e de doenccedilas cardiovasculares diabetes do tipo
2 e cacircnceres
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 3 Resposta linear inversa ao volume de AF e benefiacutecios para a sauacutede
13
A adaptaccedilatildeo do sistema locomotor passivo (sistema oacutesseo) por exemplo
eacute evidenciada em exerciacutecios resistidos com intensidade elevada Assim presume-se
que uma possiacutevel proteccedilatildeo contra a osteoporose eacute conseguida com exerciacutecio de
intensidade mais elevada (Figura 4)
FONTE Neilson e Lynch (2010)
Figura 4 Modelo de curva de dose-resposta para a intensidade crescente de
esforccedilo e benefiacutecios para a sauacutede
Nessa linha ainda natildeo haacute uma resposta conclusiva a respeito da
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais para a sauacutede
geral No entanto estudos mostram que participantes com gasto adicional de energia
de 73 - 143 kcaldia em AF regular apresentam menores taxas de mortalidade
cardiovascular se comparados com os participantes fisicamente inativos (Yoo e
Franke 2010) Leon e colaboradores mostraram que o gasto de energia de 150
kcaldia reduziu em 36 o risco de morrer de doenccedila cardiovascular e em 27 o
risco de morte por qualquer causa (Leon et al 2001) Aleacutem disso a AF moderada
com gasto de energia entre 140 - 215 kcaldia foi associada agrave reduccedilatildeo de 13 na
incidecircncia de diabetes de tipo 2 Quando a AF foi modificada de moderada para
vigorosa (mantendo o mesmo gasto energeacutetico) a reduccedilatildeo da incidecircncia quase
dobrou (21) (Helmrich et al 1991)
14
Parece claro na literatura que os benefiacutecios para a sauacutede aumentam com o
aumento da quantidade de AF a despeito da falta de consenso sobre o miacutenimo
necessaacuterio Mas ao mesmo tempo em que a praacutetica de AF promove benefiacutecios para a
sauacutede alguns efeitos indesejaacuteveis podem ocorrer especialmente como resultado do
esforccedilo de alta intensidade
14 EFEITOS ADVERSOS DA ATIVIDADE FIacuteSICA
De modo geral o risco de ser envolvido em qualquer complicaccedilatildeo fiacutesico-
funcional eacute pequeno para a maioria dos tipos de exerciacutecios de baixa a moderada
intensidade e de modo geral os benefiacutecios normalmente suplantam os riscos dos
efeitos adversos (Blair et al 1989 Lee et al 2000)
Os efeitos adversos mais comuns decorrentes da AF satildeo as lesotildees
muacutesculo-esqueleacuteticas principalmente as de origem inflamatoacuteria e degenerativa
causadas por esforccedilo fiacutesico demasiado (USDHHS 2008a) Menos comuns satildeo os
riscos de transtornos metaboacutelicos agudos (hipoglicemia desidrataccedilatildeo e
superaquecimento) e as alteraccedilotildees hemodinacircmicas O risco de uma pessoa sofrer
disfunccedilatildeo cardiacuteaca durante ou imediatamente apoacutes o esforccedilo deve ser considerado
nas pessoas com comprometimento cardiacuteaco preacutevio Estudos conduzidos por Talbot e
colaboradores mostraram que a incidecircncia de morte suacutebita em corredores de 30 a 65
anos de idade do sexo masculino no periacuteodo de um ano foi de 13 mortes por
100000 corredores Metade dos corredores que morreram tinha doenccedila
cardiovascular conhecida e entre os mais jovens os casos de morte suacutebita foram
quase sempre relacionados a anormalidades congecircnitas ou que tenham sido
adquiridas (Talbot et al 2007)
Os benefiacutecios da AF portanto superam marcadamente os efeitos
adversos na sauacutede e natildeo haacute duacutevida nos textos cientiacuteficos sobre a necessidade de
medidas de incentivo de sua praacutetica Para tanto um primeiro passo eacute conhecer as
caracteriacutesticas da AF na populaccedilatildeo
15
15 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA ATIVIDADE
FIacuteSICA
A influecircncia de determinantes sociais diferentes provavelmente afeta a
escolha de estilos de vida distintos Assim a renda a categoria profissional e o niacutevel
de educaccedilatildeo dentre outras caracteriacutesticas satildeo variaacuteveis frequentemente utilizadas
para definir o status econocircmico e a sua associaccedilatildeo com a AF Esta associaccedilatildeo tem
apresentado resultados controversos Por um lado estudos como o de Nelson et al
(2006) apontaram que adolescentes de aacutereas rurais com menor condiccedilatildeo
socioeconocircmica satildeo mais ativos do que seus pares com maior condiccedilatildeo No outro
polo da controveacutersia estudo conduzido por Guedes et al (2001) envolvendo
escolares adolescentes de um municiacutepio do interior do Estado do Paranaacute mostrou que
crianccedilas de baixo niacutevel socioeconocircmico satildeo menos ativas e mais sedentaacuterias Para
Lindstrom Hanson e Ostergren (2001) famiacutelias de renda baixa se envolvem menos
em esportes recreativos do que famiacutelias com renda alta Estudo transversal avaliou a
taxa de sedentarismo urbano em Portugal e mostrou que de modo geral o dispecircndio
de energia no tempo livre tendia a ser maior entre aqueles com maior renda anual
(Gal Santos e Barros 2005) O estudo conduzido por Burton e Turrell (2000)
associou entre trabalhadores ativos dos Estados Unidos as horas trabalhadas com o
tempo dedicado agrave AF no lazer Concluiacuteram que trabalhadores de maior renda
tenderam a ser mais ativos nas horas de lazer Assim o debate continua inconclusivo
no tocante agrave temaacutetica
A associaccedilatildeo da idade do sexo da etnia da cor e do local da residecircncia
com a praacutetica de AF habitualmente apresenta menor discordacircncia A maior parte dos
estudos aponta maior niacutevel de AF em habitantes de cidades de pequeno porte
quando comparados com residentes de cidades de meacutedio e grande porte (Baretta
Baretta e Peres 2007) A prevalecircncia da AF eacute maior entre homens e decresce com o
aumento da idade em ambos os sexos (Hallal et al 2011)
Satildeo poucos os estudos que investigam a associaccedilatildeo entre raccedila e cor com
o niacutevel de AF e seus resultados natildeo apontam diferenccedilas significativas entre as
categorias (USDHHS 2008c)
16
A literatura cientiacutefica mostra que existem quantidades e formas diferentes
de praticar AF de acordo com as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas mas para a
proposta de accedilotildees de promoccedilatildeo da AF ainda se faz necessaacuterio compreender a
discussatildeo sobre a quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar benefiacutecios substanciais
para a sauacutede geral
16 DIRETRIZES E RECOMENDACcedilOtildeES DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Recomendaccedilotildees para a praacutetica de AF na deacutecada de 60 foram associadas
em grande parte com o esporte de desempenho As recomendaccedilotildees da eacutepoca
destacavam a necessidade de cumprir um alto niacutevel de esforccedilo para obter resultados
substanciais de aptidatildeo fiacutesica Dados crescentes de informaccedilotildees apoiaram o valor de
ser fisicamente ativo mas natildeo havia consenso sobre quais seriam os programas mais
eficazes e seguros Foi a combinaccedilatildeo da necessidade de promover a praacutetica de AF e
de minimizar os riscos de eventos adversos que precipitou a elaboraccedilatildeo das primeiras
recomendaccedilotildees de AF para os profissionais da aacuterea da sauacutede e para o puacuteblico em
geral
O Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) foi um dos
pioneiros nas recomendaccedilotildees de exerciacutecios para a populaccedilatildeo A publicaccedilatildeo em 1975
das Diretrizes para Teste de Esforccedilo e Prescriccedilatildeo Graduada de Exerciacutecio (Guidelines
for Graded Exercise Testing and Exercise Prescription) e as suas revisotildees
posteriores tiveram grande influecircncia na prescriccedilatildeo de exerciacutecios fiacutesicos (Haskell et
al 2007)
Em 1992 a Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia (AHA) sugeriu a
mudanccedila de classificaccedilatildeo do risco da inatividade fiacutesica passando-o de fator
secundaacuterio para primaacuterio14Isto reforccedilou a mobilizaccedilatildeo de outras organizaccedilotildees que
tambeacutem modificaram as suas recomendaccedilotildees de AF para promover a sauacutede
(USDHHS 2008b)
1 Os fatores de risco primaacuterios (pressatildeo arterial sistecircmica tabagismo
hipercolisteremia sedentarismo) satildeo potencialmente mais perigosos para
desenvolver doenccedilas do que os secundaacuterios (estresse idade hereditariedade diabete
tipo II obesidade e sexo) (AHA 2010)
17
Neste sentido as recomendaccedilotildees foram projetadas para informar e
orientar os profissionais que aconselham e prescrevem a praacutetica da AF e o puacuteblico
em geral sobre os tipos e a quantidade miacutenima de exerciacutecios que proporcionam
benefiacutecios substanciais agrave sauacutede O objetivo principal por detraacutes das orientaccedilotildees eacute que
a AF regular ao longo do tempo pode produzir benefiacutecios para a sauacutede ao longo da
vida e que eles suplantam os riscos
Existem vaacuterias recomendaccedilotildees e agrave primeira vista parece haver forte
semelhanccedila entre elas Inspeccedilatildeo mais acurada no entanto revela ambiguidades que
culminam na possibilidade de mais de um entendimento para um mesmo propoacutesito
Procurar-se-a a seguir comparar as principais diretrizes destacando diferenccedilas e
semelhanccedilas e identificando suas lacunas e potencialidades
161 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
O ACSM fundado em 1954 com sede em Indianaacutepolis (EUA) eacute uma
organizaccedilatildeo de medicina esportiva e de ciecircncia do exerciacutecio dedicada a incentivar
uma maior AF dos americanos de todas as idades valendo-se para tanto da emissatildeo
de uma recomendaccedilatildeo de sauacutede puacuteblica sobre os tipos e quantidades de AF
necessaacuterios para a promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo de doenccedilas
O ACSM acompanhado pela AHA na uacuteltima revisatildeo no ano de 2007
passou a recomendar que adultos saudaacuteveis e em condiccedilotildees crocircnicas natildeo
relacionadas agrave AF acumulem 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada
(em geral equivalente a uma caminhada raacutepida e com visiacutevel aceleraccedilatildeo do ritmo
cardiacuteaco) repetindo-a pelo menos em 5 dias da semana ou 20 minutos de AF de
intensidade vigorosa em pelo menos em 3 dias da semana mantendo aleacutem disso as
atividades de vida diaacuteria Combinaccedilotildees de atividades moderadas e vigorosas podem
ser realizadas para atender agrave recomendaccedilatildeo O esforccedilo pode ainda ser acumulado
minuto a minuto com sessotildees de no miacutenimo 10 minutos de duraccedilatildeo (Haskell et al
2007)
18
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo para esta anaacutelise levou em conta o fato
de o ACSM ser uma das organizaccedilotildees pioneiras no fornecimento de recomendaccedilotildees
de exerciacutecios especiacuteficos A publicaccedilatildeo em 1975 das Diretrizes para Teste de Esforccedilo
e Prescriccedilatildeo de Exerciacutecio e suas subsequentes ediccedilotildees revistas tiveram grande
influecircncia sobre os campos da ciecircncia do exerciacutecio da cliacutenica meacutedica e da medicina
de reabilitaccedilatildeo no acircmbito global e eacute avalizado pela Associaccedilatildeo Americana de
Cardiologia (AHA 2011)
162 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica ndash IPAQ
Em face das dificuldades para obter medidas de AF internacionalmente
comparaacuteveis a OMS o CDC dos Estados Unidos e o Instituto Karolinska da Sueacutecia
reuniram um Comitecirc Executivo com o objetivo de desenvolver e testar um
instrumento de medidas da AF para uso internacional O comitecirc propocircs o IPAQ
Questionaacuterio Internacional de Atividades Fiacutesicas (em diferentes versotildees) e em 2005
recomendou que para atender agrave classificaccedilatildeo de ativa a pessoa deve cumprir um dos
trecircs criteacuterios a) realizar em 3 ou mais dias da semana atividade de intensidade
vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia b) fazer em 5 ou mais dias por semana
atividade de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos por dia c) em 5 ou
mais dias por semana efetuar qualquer combinaccedilatildeo de intensidade de esforccedilo desde
que atinja o miacutenimo de 600 MET x minutossemana Os valores acima ou abaixo
desses criteacuterios satildeo classificados como ldquomuito ativordquo e ldquopouco ativordquo
respectivamente (IPAQ 2005)
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
importacircncia no cenaacuterio mundial jaacute que eacute a referecircncia adotada pelo Observatoacuterio de
Sauacutede Global da OMS para a avaliaccedilatildeo do niacutevel de AF da populaccedilatildeo mundial (GHO
2008)
19
163 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pelo Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
O Instituto de Medicina dos EUA (IOM) eacute uma organizaccedilatildeo natildeo
governamental e independente que trabalha para aconselhar meacutedicos e gestores de
sauacutede puacuteblica Fundado em 1970 o IOM eacute uma das extensotildees da Academia Nacional
de Ciecircncias dos Estados Unidos e portanto as suas recomendaccedilotildees natildeo constituem a
diretriz federal dos Estados Unidos
A inclusatildeo desta recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia no aconselhamento para a tomada de decisotildees da comunidade meacutedica nos
paiacuteses da Ameacuterica do Norte Aleacutem disso foi o Comitecirc Executivo do IOM que
preconizou a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF moderada todos os dias da semana para
ambos os sexos e se posicionou contra recomendaccedilotildees vigentes na eacutepoca (30 minutos
por dia) Esta posiccedilatildeo contraacuteria motivou a publicaccedilatildeo de vaacuterios estudos comparativos
entre as recomendaccedilotildees vigentes e as do Instituto (IOM 2005 CDC 2010 AHA
2010)
164 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica pela Uniatildeo Europeia
Estabelecida em 1993 a Uniatildeo Europeia (UE) opera atraveacutes de um
sistema de decisotildees intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-Membros
e abrange diversas aacutereas dentre elas a sauacutede Nesta perspectiva em 2007 foi criado
o ldquoPrograma Juntos para a sauacutederdquo Neste programa uma das metas estabelecidas
foram as accedilotildees recomendadas para apoiar a praacutetica de AF visando agrave promoccedilatildeo da
sauacutede
Em conformidade com o Comitecirc de especialistas (22 membros)
constituiacutedo pela Unidade do Desporto da Direccedilatildeo-Geral da Educaccedilatildeo e da Cultura da
Comissatildeo Europeia em outubro de 2008 ficou estabelecido que os Estados-
Membros da UE devem recomendar respectivamente para as crianccedilas e jovens de
ambos os sexos e para os adultos (incluindo os idosos) um miacutenimo de 60 e de 30
minutos diaacuterios de AF de intensidade moderada (Idesporto 2009)
20
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise considerou que a organizaccedilatildeo
congrega 27 estados europeus independentes e abrange diretamente uma populaccedilatildeo
de mais de 500 milhotildees de habitantes o que representa 73 da populaccedilatildeo mundial
O documento se tornou a base para as diretrizes do Centro Nacional de Atividade
Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo Britacircnica do Coraccedilatildeo (Bull 2010) e para as diretrizes
para os paiacuteses Noacuterdicos (Kallings 2010)
165 Recomendaccedilotildees de atividade fiacutesica da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) agecircncia internacional foi
fundada em 1948 sendo subordinada agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas sediada em
Genebra na Suiacuteccedila e tem como principal objetivo desenvolver a sauacutede no acircmbito
global
As recomendaccedilotildees da OMS para a promoccedilatildeo da AF foram atualizadas
em 2010 e tecircm revisatildeo prevista para o ano de 2015 Elas indicam para os adultos
ainda jovens (18 a 64 anos de idade) a praacutetica de pelo menos 150 minutos por
semana de AF moderada ou 75 minutos por semana de AF vigorosa em sessotildees de
pelo menos 10 minutos de duraccedilatildeo Para benefiacutecios adicionais os adultos devem
aumentar a duraccedilatildeo das atividades moderadas para 300 minutos por semana ou das
atividades vigorosas para 150 minutos por semana ou ainda efetuarem uma
combinaccedilatildeo equivalente de atividade moderada e vigorosa (WHO 2010) Para
crianccedilas e jovens (menores de 18 anos) a recomendaccedilatildeo prevecirc o dobro da
quantidade de tempo dos adultos
A inclusatildeo dessa recomendaccedilatildeo na anaacutelise levou em conta a sua
influecircncia sobre 193 Estados-Membros filiados agrave Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas a
consonacircncia com as atuais recomendaccedilotildees do Departamento Nacional de Sauacutede e
Serviccedilos Humanos dos Estados Unidos (USDHHS 2008) o endosso do Centro de
Controle e Prevenccedilatildeo de Doenccedilas (CDC) dos Estados Unidos (CDC 2008) e a sua
adoccedilatildeo pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil (MS 2012)
21
17 CONTROVEacuteRSIAS E CONSENSOS NAS RECOMENDACcedilOtildeES DE
ATIVIDADE FIacuteSICA
No conjunto as diretrizes concordam que a AF eacute componente importante
para uma vida saudaacutevel e buscam mudanccedilas para as altas taxas de inatividade fiacutesica
Assim entendem que eacute essencial informar os profissionais da sauacutede e o puacuteblico em
geral sobre a quantidade miacutenima de AF necessaacuteria para a obtenccedilatildeo de efeitos
substanciais para a sauacutede geral
Os Estados Unidos lideraram o caminho para fornecer recomendaccedilotildees
atualizadas Antes pelo ACSM em 2007 (Haskell et al 2007) e mais
recentemente pelo Departamento de Sauacutede dos EUA (USDHHS 2008) Ambos
foram posteriormente seguidos por outras organizaccedilotildees como a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (WHO 2010) o Departamento de Sauacutede do Reino Unido (Bull
2010) e o Departamento Nacional de Sauacutede do Canadaacute (Kesaniemi et al 2010)
dentre outras
Destaca-se o fato de o Comitecirc Consultivo do USDHHS em 2008 ter
mudado o foco da instruccedilatildeo do volume total de AF15
sem determinar a frequecircncia
semanal Como resultado essas novas orientaccedilotildees permitem que uma pessoa alcance
a mesma meta de vaacuterias maneiras
A seguir seraacute apresentada a comparaccedilatildeo segundo as categorias analiacuteticas
que emergiram na apreciaccedilatildeo das recomendaccedilotildees e que representam suas principais
caracteriacutesticas elementos da AF (frequencia semanal intensidade duraccedilatildeo e dose)
exerciacutecios especiacuteficos eventos adversos populaccedilotildees especiacuteficas consideraccedilotildees por
idade (crianccedilas e jovens)
171 Frequencia semanal
Sobre este ponto eacute importante salientar que a maioria das mudanccedilas
morfofuncionais do organismo ocorre mediada pelos processos de adaptaccedilatildeo
1Recomendaccedilatildeo atual acumulaccedilatildeo de 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos
de AF vigorosa por semana Recomendaccedilatildeo anterior 30 minutos em 5 vezes por
semana de AF moderada ou 20 minutos em 3 vezes por semana para AF vigorosa
22
funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua magnitude diminui ou se desfaz agrave
medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos (cada sessatildeo de esforccedilo fiacutesico)
(Aoyagi et al 2010) A figura 5 esboccedila o princiacutepio teoacuterico da sobrecarga O seu
principal objetivo eacute obter um ganho extra na compensaccedilatildeo do esforccedilo fiacutesico
(supercompensaccedilatildeo) para que se elevem os niacuteveis de preacute-esforccedilo O ideal para a
realizaccedilatildeo de um novo esforccedilo ocorre no pico maacuteximo da supercompensaccedilatildeo Nota-
se que quando o segmento B ndash C eacute alongado ou seja agrave medida que um estiacutemulo
(sessatildeo de esforccedilo) se distancia do outro perde-se progressivamente o efeito da
supercompensaccedilatildeo (Matveacuteev 2001)
A diretriz oficial dos EUA de 2008 fornece declaraccedilatildeo sobre espalhar as
atividades por toda a semana sem especificar ou determinar um padratildeo Mesmo
aceitando grande parte dos estudos tendem a obterem melhor resultados com a
praacutetica de AF em trecircs dias na semana aceita como alcance da meta a realizaccedilatildeo de
uma uacutenica sessatildeo por semana desde que se atinja a duraccedilatildeo recomendada Isto pode
induzir pessoas a se esforccedilarem demasiadamente para alcanccedilar a meta em uma uacutenica
sessatildeo o que pode aumentar o risco de eventos adversos (USDHHS 2008)
FONTE Adaptado de Bompa TO e Haff G (2009)
Figura 5 Princiacutepio da sobrecarga
23
172 Intensidade do esforccedilo
Algumas atualizaccedilotildees passam a recomendar tambeacutem AF com intensidade
vigorosa Isso contrasta com muitas diretrizes que ateacute entatildeo haviam indicado na sua
mensagem principal recomendaccedilatildeo somente para esforccedilo de intensidade moderada
Esta atualizaccedilatildeo foi seguida por diretrizes oficiais de diversos paiacuteses como as da
Ruacutessia Reino Unido Canadaacute entre outros e adotada como recomendaccedilatildeo pela
Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede Outras organizaccedilotildees profissionais e agecircncias
governamentais como a da Uniatildeo Europeia Noruega Dinamarca Holanda
Finlacircndia e Sueacutecia dentre outras se mantiveram conservadoras mantendo a
orientaccedilatildeo anterior (AF com intensidade moderada)
Vaacuterias diretrizes dedicaram espaccedilo para definir a intensidade do esforccedilo
O USDHHS de 2008 por exemplo utilizou escala subjetiva de esforccedilo de 0 a 10 em
que 0 corresponde agrave ausecircncia de atividade e 10 corresponde ao maior esforccedilo
possiacutevel de ser alcanccedilado Por seu turno as atividades de intensidade moderada
equivalem agrave escala entre o niacutevel 5 a 6 e as atividades de intensidade vigorosa de 7 a
8 A este respeito deve haver cuidado na interpretaccedilatildeo dessa premissa diante da
possibilidade de considerar (incorretamente) que ldquoatividade vigorosardquo tem o mesmo
significado de ldquoatividade anaeroacutebiardquo Na diretriz a intensidade vigorosa se refere agraves
atividades mais intensas maacutes que se conserve o predomiacuteno do metabolismo aeroacutebio
uma vez que a maior parte dos benefiacutecios para a sauacutede satildeo resultantes dos precessos
metaboacutelicos oxidativos (Riddell e Burr 2011)
A atividade vigorosa tem a metade da duraccedilatildeo da moderada porque
aproximadamente produz o dobro do gasto de energia Por isso atividades vigorosas
e moderadas foram tomadas como equivalentes e a combinaccedilatildeo entre as intensidades
podem ser somadas tendo em vista a meta A maioria das diretrizes natildeo aponta a
superioridade da combinaccedilatildeo entre a AF vigorosa e a moderada Tambeacutem fica
subentendido que o aumento do esforccedilo pela duraccedilatildeo ou pela intensidade tem
significado equivalente (CDC 2010)
Se por um lado as atividades de intensidade vigorosa representam
desafios de difiacutecil alcance e adesatildeo principalmente entre pessoas de menor aptidatildeo
fiacutesica por outro parte da populaccedilatildeo pode preferir esta proposta por necessitar menor
24
tempo de execuccedilatildeo Deve-se destacar que o aumento progressivo da intensidade do
esforccedilo (o vigor) estaacute associado ao aumento progressivo de riscos de eventos
adversos (Murphy Blair e Murtagh 2009) Isto deveria estar expliacutecito em todas as
recomendaccedilotildees para objetivar a seguranccedila e mediar a escolha do tipo de modalidade
de exerciacutecio ou esporte praticado
173 Duraccedilatildeo do esforccedilo
As diretrizes para AF mostraram maior atenccedilatildeo sobre os benefiacutecios para
sessotildees de curta duraccedilatildeo Sessotildees curtas satildeo mais faacuteceis para muitas pessoas que
podem assim com o acumulo de esforccedilo ajudar a alcanccedilar as metas estabelecidas A
princiacutepio houve incertezas a respeito de quatildeo curto os episoacutedios poderiam ser
Agora de modo consistente e claro estabeleceu-se o tempo miacutenimo de duraccedilatildeo de
10 minutos (Haskell et al 2007) Muito embora as diretrizes apresentem evidecircncias
para fundamentar esta posiccedilatildeo o conceito de acumulaccedilatildeo de esforccedilo ainda eacute um tema
em debate
Sobre isto o Conselho Consultivo do IOM pocircs em duacutevida a eficiecircncia de
sessotildees com 10 minutos de duraccedilatildeo para promover alteraccedilotildees morfofuncionais
substanciais e declarou ainda como inadequada a recomendaccedilatildeo de 30 minutos de
AF por dia para atingir todos os benefiacutecios de sauacutede O IOM recomenda como meta
miacutenima a realizaccedilatildeo de 60 minutos de AF diaacuteria (IOM 2005) Nestas
recomendaccedilotildees natildeo explicitou tratamento diferenciado para esforccedilo moderado e
vigoroso
174 Dose de atividade fiacutesica
Apesar do empenho das diretrizes para estipular a quantidade miacutenima de
AF substancial agrave sauacutede a recomendaccedilatildeo de doses ideais ou maacuteximas carece de maior
detalhamento Normalmente elas se restringem a informar que efeitos adicionais agrave
sauacutede se incorporam com o aumento da dose miacutenima
O ACSM de 2007 se adiantou neste sentido e propocircs uma faixa ideal de
AF Estabeleceu para aleacutem do gasto energeacutetico cotidiano como limite inferior o
25
gasto de 450 METminsem e superior de 750 METminsem (Pollock et al 1998)
Esta comunicaccedilatildeo do ACSM natildeo se apresentou de modo praacutetico ao puacuteblico em geral
devido agrave necessidade do uso de tabelas de conversatildeo para conhecer o equivalente
metaboacutelico do tipo de esforccedilo fiacutesico realizado
Para efetuar o caacutelculo do equivalente metaboacutelico a conversatildeo dos valores
normalmente eacute reportada ao compecircndio de Ainsworth e colaboradores elaborado no
ano 2000 (Ainsworth et al 2000) O compecircndio tem sido muito uacutetil na atribuiccedilatildeo
padronizada das despensas de energia e para nortear a intensidade (vigorosa e
moderada) do esforccedilo mas carece ser atualizado e expandido para ambos os sexos
para as extremidades da faixa etaacuteria e para os portadores de limitaccedilotildees crocircnicas
A dose da AF recomendada pelas diretrizes eacute sempre adicional agravequela
das atividades de vida diaacuteria (AVD) A natildeo clareza do termo lsquoadicionalrsquo pode
conduzir agrave interpretaccedilatildeo (equivocada) de que as diretrizes indicam um montante de
esforccedilo a ser cumprido durante a semana O engano pode levar indiviacuteduos com
funccedilotildees laborais ativas a natildeo praticarem AF adicional por entenderem que jaacute fazem
AF suficiente no trabalho Para evitar essa consequecircncia (natildeo intencional) as
diretrizes deveriam deixar claro como os criteacuterios (tipo duraccedilatildeo intensidade e
frequecircncia) atribuiacutedos ao trabalho formal e agraves atividades domeacutesticas devem ser
somados para a obtenccedilatildeo do cumprimento da meta miacutenima de AF A conversatildeo do
esforccedilo desempenhado no tempo livre (lazer) e no deslocamento ativo
(trabalhoestudo) jaacute estaacute estabelecido (USDHHS 2008)
De modo geral a desarmonia entre diferentes diretrizes de como a dose
de AF deve ser desenvolvida pode em algum momento gerar duacutebio entendimento e
afetar a interpretaccedilatildeo do que eacute efetivamente necessaacuterio Alguns paiacuteses satildeo
submetidos a diversas recomendaccedilotildees simultacircneas de AF Como exemplo os paiacuteses
que compotildeem o Reino Unido (Inglaterra Gales Irlanda do Norte e Escoacutecia) satildeo
informados pelas recomendaccedilotildees globais da OMS pelas recomendaccedilotildees da UE
pelas recomendaccedilotildees do Centro Nacional para Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Fundaccedilatildeo
Britacircnica do Coraccedilatildeo (BHFNC) e pelas recomendaccedilotildees nacionais de cada paiacutes Para
ilustrar a diretriz da OMS natildeo estipula frequecircncia semanal a diretriz da UE
26
recomenda AF diariamente a diretriz do BHFNC recomenda 5 dias na semana e as
recomendaccedilotildees nacionais da Escoacutecia estipulam frequecircncia de 4 dias por semana
Ainda sobre este aspecto um dos fatores limitantes para a determinaccedilatildeo
da dose-resposta repousa na quantidade e na qualidade das informaccedilotildees disponiacuteveis
Os Comitecircs Cientiacuteficos das organizaccedilotildees apontam escassez de estudos experimentais
que possuam dimensatildeo global com amostra relativamente grande A maior parte dos
estudos tem utilizado intervenccedilotildees com doses iguais agraves recomendadas pelas atuais
diretrizes limitando informaccedilotildees que podem ser criadas pela variaccedilatildeo do tipo
intensidade frequecircncia duraccedilatildeo e volume da AF
Para que se priorize o aperfeiccediloamento de resposta para esta questatildeo o
USDHHS em 2008 se adiantou em algumas recomendaccedilotildees para estudos
esclarecedores
Incluir doses diferentes de AF usada na intervenccedilatildeo das que atualmente
estatildeo indicadas pelas recomendaccedilotildees a fim de avaliar o impacto e a
estabilidade no comportamento da praacutetica de AF ao longo do tempo
Buscar dados para definir tanto a forma da curva dose-resposta em
maiores quantidades e intensidades de atividade para a maioria dos
resultados de sauacutede e para determinar a existecircncia de um limite superior
de benefiacutecio
Esclarecer a quantidade de AF necessaacuteria para obter efeitos positivos
adicionais em diferentes desfechos relacionados agrave sauacutede
Projetar a realizaccedilatildeo de estudos que avaliem como as variaacuteveis
intensidade frequecircncia e duraccedilatildeo do esforccedilo se relacionam entre si
perante variadas forma de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Investigar benefiacutecios muacutesculo-esqueleacuteticos da AF acumulada em sessotildees
curtas e fragmentadas
27
Realizar estudos experimentais para estender o efeito de periacuteodos de
atividade com diferentes duraccedilotildees especialmente daqueles com menos
de 10 minutos bem como o efeito de alguns ataques longos por semana
(p ex 2 x 75 minutos) sobre diversos desfechos de sauacutede
175 Minorias populacionais
Organizaccedilotildees profissionais e agecircncias governamentais apontam a
carecircncia de estudos envolvendo minorias populacionais e grupos de estrato
socioeconocircmico menos favorecido e a falta de indicaccedilotildees capazes de dar orientaccedilatildeo
de AF diferenciada para grupos minoritaacuterios (USDHHS 2008a CDC 2010 BHF
2010) A atual diretriz oficial dos EUA de 2008 dedica uma seccedilatildeo inteira agrave procura
destas evidecircncias poreacutem sem conclusotildees definitivas o que resultou inclusive em
recomendaccedilatildeo de AF do tipo ldquodose uacutenicardquo ou seja um mesmo tratamento para todas
as populaccedilotildees
Apesar de adotar tratamento igual para diferentes populaccedilotildees as
diretrizes deveriam explicitar que as estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e os planos de
implementaccedilatildeo de programas e poliacuteticas destinados a aumentar a AF no cotidiano
poderiam ser tratados diferenciadamente para diferentes grupos populacionais
Embora seja ainda incerta a ocorrecircncia de diferenccedilas morfofuncionais resultantes da
AF em diferentes populaccedilotildees o modo como as informaccedilotildees satildeo recebidas
interpretadas e executadas podem acabar produzindo diferenccedilas nos grupos segundo
as suas caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais (Lindstrom Hanson e Ostergren
2001)
Para os portadores de necessidades especiais (com deficiecircncia fiacutesica
mental emocional ou cognitiva) aleacutem de as informaccedilotildees destacarem os benefiacutecios
da AF diretrizes deveriam explicitar que alguns tipos de atividade podem exigir
adaptaccedilatildeo agraves necessidades e agraves habilidades individuais A preocupaccedilatildeo com a
seguranccedila deveria ser comunicada claramente
A heterogeneidade entre e dentro dos grupos de deficiecircncia e a baixa
incidecircncia de muitas delas tornam difiacutecil a obtenccedilatildeo de uma amostra adequada e
28
entatildeo recruta-se a partir de um uacutenico estudo Portanto estudos multicecircntricos
deveriam ser estimulados para alcanccedilar evidecircncias capazes de generalizaccedilatildeo
(USDHHS 2008a)
Dado o aumento de sobrepeso e a obesidade na populaccedilatildeo mundial haacute
crescente interesse no efeito da AF sobre a manutenccedilatildeo do peso saudaacutevel Os
Comitecircs Consultivos que elaboram as diretrizes de AF ainda natildeo se fixaram a
quantidade necessaacuteria de AF para evitar o ganho de peso corporal e a obesidade
(Franz et al 2007) Sobre isto o IOM em 2004 recomendou a praacutetica de pelo
menos 60 minutos diaacuterios de AF e acrescentou que efeitos maiores ocorreriam com
o aumento progressivo da duraccedilatildeo do esforccedilo Esta indicaccedilatildeo sugere que para o
controle de peso e da obesidade o volume de AF deve ser muito maior (o dobro ou
mais) do que recomenda a maior parte das diretrizes No entanto o IOM natildeo fixou o
volume-teto maacuteximo
Neste aspecto parece ser mais recomendaacutevel que as orientaccedilotildees
endossem a importacircncia da AF na realizaccedilatildeo de um balanccedilo de energia saudaacutevel do
que estipulem uma meta desanimadora (grande volume de AF) As diretrizes
deveriam indicar claramente que pessoas com sobrepeso ou obesidade que atingem a
meta de AF mesmo na ausecircncia de reduccedilatildeo do peso corporal obteratildeo benefiacutecios
importantes para a sauacutede
A abordagem viaacutevel para a comunicaccedilatildeo da gestatildeo do controle do peso
corporal eacute recomendar que antes objetive-se o alcance da meta miacutenima de AF Uma
vez que essa meta seja alcanccedilada se o peso corporal estiver na faixa desejaacutevel o
foco deveria estar na manutenccedilatildeo do programa se o peso corporal natildeo for adequado
o foco deveria ocorrer no sentido de associar um programa de dieta hipocaloacuterica agrave
AF
176 Recomendaccedilotildees para crianccedilas e jovens
No conjunto as diretrizes recomendam AF para crianccedilas e jovens (6 a 17
anos de idade) em quantidade duas vezes maior agrave recomendada para adultos Notou-
se diferenccedila no escopo das redaccedilotildees no que tange ao detalhamento das faixas etaacuterias
Conveacutem ressaltar que a AF apropriada para as crianccedilas e jovens varia com a idade
29
Normalmente haacute ausecircncia natildeo justificada de orientaccedilotildees para grupo de idade
precoce A diretriz oficial da Austraacutelia eacute uma das raras exceccedilotildees que progrediu em
relaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees de AF para as idades iniciais Para crianccedilas de 0 a 1 ano natildeo
estipula duraccedilatildeo mas recomenda que seja diaacuteria com exerciacutecios proacuteprios ao
desenvolvimento psicomotor da crianccedila (puxar pegar sentar rolar engatinhar
arrastar levantar) Ela indica ainda 180 minutos de AF diaacuteria para crianccedilas de 1 a 5
anos de idade e a partir dos 5 anos segue as demais diretrizes ou seja 60 minutos
de AF todos os dias apoacutes os 18 anos de idade todos satildeo tratados como adultos
(DHAA 2005a DHAA 2005b)
Em geral as diretrizes natildeo se ocupam com comunicar ou estabelecer o
limite maacuteximo para AF em crianccedilas mas a diretriz oficial canadense estabeleceu
como teto para crianccedilas e jovens 90 minutos de AF por dia ao longo da semana
As diretrizes de AF para crianccedilas e jovens deveriam tambeacutem adicionar
explicitamente declaraccedilatildeo de que a AF adicional para aleacutem de 300 minutos por
semana confere benefiacutecios adicionais de sauacutede Para adultos esta informaccedilatildeo estaacute
clara
177 Exerciacutecios especiacuteficos
1771 Musculaccedilatildeo
A musculaccedilatildeo estaacute indicada com destaque na diretriz do USDHHS de
2008 Nenhum tempo foi recomendado para a duraccedilatildeo desta modalidade de
exerciacutecio Houve recomendaccedilatildeo clara quanto agrave frequecircncia semanal ao volume e a
abrangecircncia Foram recomendados de 8 a 10 diferentes exerciacutecios envolvendo os
principais grupos musculares dois dias ou mais por semana (natildeo consecutivos) e
com resistecircncia (peso) que permita a realizaccedilatildeo de 8 a 12 repeticcedilotildees para cada
exerciacutecio Nesta diretriz ficou expliacutecito que o tempo gasto para esta atividade natildeo
contaraacute para o alcance da meta
Sobre isto supotildee-se que a exclusatildeo deste tipo de exerciacutecio pelo
USDHHS em direccedilatildeo agrave meta se sustenta no fato de que a musculaccedilatildeo natildeo eacute
30
necessariamente um exerciacutecio aeroacutebio e portanto apresenta pouco efeito sobre o
metabolismo Descriccedilatildeo no texto sobre a dosagem do esforccedilo implicita o
entendimento da exigecircncia anaeroacutebia
ldquoos exerciacutecios de fortalecimento muscular devem ser realizados ateacute o
ponto em que seria difiacutecil fazer outra repeticcedilatildeo sem ajuda externardquo
(USDHHS 2008a pg A-6)
Por fim algumas diretrizes anteriores agraves do USDHHS de 2008 como as
do Reino Unido de 2004 natildeo continham orientaccedilotildees claras para atividade de
musculaccedilatildeo Na atual diretriz do Reino Unido de 2010 esta modalidade de exerciacutecio
estaacute presente
1772 Flexionamento
Os benefiacutecios de sauacutede geral resultantes de atividades de flexibilidade
natildeo estatildeo expressos como conclusivos mas nenhuma das diretrizes negou sua
importacircncia ou desaconselhou sua praacutetica Em algumas diretrizes haacute sugestatildeo de
frequecircncia de dois ou mais dias por semana com execuccedilatildeo de exerciacutecios estaacuteticos ou
dinacircmicos Natildeo haacute referecircncia sobre diferenccedilas de eficiecircncia e de seguranccedila entre os
exerciacutecios estaacuteticos e os dinacircmicos Tambeacutem natildeo se observou recomendaccedilatildeo quanto
agrave duraccedilatildeo de cada sessatildeo nem sobre o intervalo de uma sessatildeo para outra Poreacutem
estaacute bem definido que o tempo gasto nesta modalidade de exerciacutecios natildeo somaraacute para
a obtenccedilatildeo da meta
1773 Aquecimento e desaquecimento
Exerciacutecios realizados para aquecimento e desaquecimento satildeo partes
aceitaacuteveis do plano de AF Na diretriz oficial dos Estados Unidos de 2008 o tempo
gasto para realizar o aquecimento e o desaquecimento pode somar para o
cumprimento da meta desde que a atividade seja realizada no miacutenimo com
intensidade moderada
31
178 Eventos adversos nas recomendaccedilotildees
Excessos de AF em participantes natildeo adaptados ao esforccedilo fiacutesico podem
resultar em agravos agrave sauacutede e a maioria das diretrizes satildeo vagas quanto agrave dosagem
inicial do treinamento (Bull 2010) Eacute comum se sugerir um aumento de 10 na
quantidade de AF por semana para os jovens e adultos jovens em um intervalo de 2
a 4 semanas mas existem poucas evidecircncias que sustentem essas sugestotildees A
adoccedilatildeo de medidas de seguranccedila para a praacutetica de AF principalmente na fase inicial
do treinamento e para pessoas de baixa aptidatildeo fiacutesica ou que desconheccedilam os riscos
deve ter destaque nas diretrizes e ser informada sublinhadamente Quando as
recomendaccedilotildees natildeo determinam a frequecircncia semanal como as do Canadaacute Estados
Unidos Reino Unido Ruacutessia e as Globais da OMS pessoas podem tentar vencer a
meta estabelecida em eventos uacutenicos de longa duraccedilatildeo aumentando o risco de
eventos adversos As diretrizes oficiais dos Estados Unidos apresentam o capiacutetulo 6
ldquoAtivo e Segurordquo com o objetivo de mitigar as adversidades da praacutetica da AF
As recomendaccedilotildees das diretrizes de AF se destinam ao puacuteblico em geral
e aos portadores ou natildeo de acometimentos crocircnicos de sauacutede Eacute consenso que
portadores desses acometimentos de sauacutede usufruem dos benefiacutecios da AF mas
pertencem a um grupo mais susceptiacutevel aos riscos de efeitos adversos entatildeo pode-se
considerar que pessoas vulneraacuteveis necessitam instruccedilotildees especiais o que de modo
geral natildeo ocorre
Sobre este ponto eacute corrente entre as diretrizes destacar que os benefiacutecios
de sauacutede provenientes da AF tecircm sido sistematicamente bem documentados O
mesmo natildeo ocorre com os riscos adversos Mesmo assim parece consenso a ideia de
que os benefiacutecios da AF superam os riscos de eventos adversos
179 Concordacircncias nas diretrizes
Embora se admitam divergecircncias entre diferentes diretrizes quanto ao
modo de obter o volume final do esforccedilo observou-se cooperaccedilatildeo na harmonizaccedilatildeo
dos conceitos fundamentais da praacutetica da AF Entre eles listam-se os principais
consensos
32
A AF contribui fortemente para a promoccedilatildeo da sauacutede e diminui os
iacutendices de morbimortalidade principalmente nas doenccedilas de curso
crocircnico
A praacutetica de alguma AF eacute mais desejaacutevel do que nenhuma AF
As orientaccedilotildees satildeo projetadas para fornecer orientaccedilotildees sobre os tipos e
quantidades miacutenimas de AF que proporcionam benefiacutecios substanciais agrave
sauacutede
Benefiacutecios adicionais ocorrem com o aumento da quantidade de AF de
maior intensidade maior frequecircncia maior duraccedilatildeo ou pela combinaccedilatildeo
entre elas
Os benefiacutecios de sauacutede ocorrem em todas as faixas etaacuterias em ambos os
sexos e em todos os grupos raciais e eacutetnicos estudados desde que
praticada dentro de limites de seguranccedila
A AF deve ser praticada regularmente ao longo da vida para que se
possa obter resultado em longo prazo
As recomendaccedilotildees satildeo generalizaccedilotildees para atender agrave maioria dos
problemas relativos agrave sauacutede Problemas especiacuteficos necessitam
atendimento especiacutefico
Crianccedilas a partir de 6 anos de idade e adolescentes devem dobrar a
quantidade miacutenima de AF recomendada para os adultos
Idosos devem realizar a mesma quantidade de AF que adultos
limitados agrave condiccedilatildeo funcional individual
1710 Adesatildeo agrave atividade fiacutesica
As diretrizes tecircm demonstrado preocupaccedilatildeo com a adesatildeo agrave praacutetica da
AF Vaacuterias delas incluiacuteram caminhos para a conscientizaccedilatildeo e participaccedilatildeo
comunitaacuteria Para contemplar este objetivo a diretriz da UE de 2008 traz no seu
texto um toacutepico denominado ldquoExemplos de Boas Praacuteticasrdquo Nele cita as iniciativas
de alguns governos para a sensibilizaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da praacutetica de AF destacando
programas como o ldquoPortas Abertasrdquo e o ldquoLuarrdquo da Hungria que visa a oferecer AF
tambeacutem nos finais de semana e no periacuteodo da noite o ldquoSelo de qualidade desportivo
para a sauacutederdquoda Alemanha que estabelece criteacuterios para os clubes privados obterem
33
o selo o ldquoHEPArdquo (Atividade Fiacutesica Melhorando a Sauacutede em inglecircs) da Eslovecircnia
que sustenta seu programa em trecircs pilares mais AF no lazer na escola e no
transporte Haacute ainda outras iniciativas na Inglaterra Franccedila Aacuteustria Luxemburgo
Sueacutecia Dinamarca e Finlacircndia E natildeo se perde de vista que cada localidade
desenvolve estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para as recomendaccedilotildees da AF considerando
a diversidade eacutetnica cultural e social da regiatildeo
Embora as orientaccedilotildees para a praacutetica de AF foquem os benefiacutecios
morfofuncionais eles natildeo constituem a uacutenica razatildeo pela qual as pessoas deveriam
estar ativas Algumas diretrizes como a oficial dos Estados Unidos de 2008
preconizam que a AF pode proporcionar diversatildeo convivecircncia com amigos e
familiares desfrute do meio ambiente melhora da aparecircncia pessoal e da condiccedilatildeo
fiacutesica dentre outras Neste sentido as orientaccedilotildees encorajam as pessoas a serem
fisicamente ativas por toda e qualquer fundamentaccedilatildeo que seja significativa para
elas
A identificaccedilatildeo e a anaacutelise dos obstaacuteculos para a integraccedilatildeo da AF de
forma regular no cotidiano podem diferir no tempo e no espaccedilo Apesar das
diferenccedilas culturais a elaboraccedilatildeo de poliacuteticas de sauacutede de incentivo e promoccedilatildeo da
AF deveriam levar em conta os problemas de ordem individual (condiccedilatildeo fiacutesica
estado de sauacutede dentre outras) e de caraacuteter socioambiental que podem constituir
diversas barreiras
18 PROMOCcedilAtildeO DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A promoccedilatildeo de AF moderada e regular eacute objetivo da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2010) que recomenda aos seus Estados Membros a
criaccedilatildeo de poliacuteticas que
Desenvolvam e ponham em praacutetica diretrizes nacionais de AF para
promover a sauacutede
Introduzam poliacuteticas de estiacutemulo ao deslocamento ativo e seguro para a
escola ou trabalho
34
Adaptem as estruturas fiacutesicas urbanas para facilitar a praacutetica de AF com a
criaccedilatildeo de ciclovias faixas de pedestre calccedilamento regular etc
Estabeleccedilam condiccedilotildees de seguranccedila como iluminaccedilatildeo policiamento etc
Criem espaccedilos destinados agrave AF recreativa com a criaccedilatildeo de parques
quadras pistas de corrida trilhas etc
O Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro alinhado agrave Estrateacutegia Global para a
Dieta Atividade Fiacutesica e Sauacutede preconizada pela OMS procura estimular accedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede combatendo os baixos niacuteveis de AF da populaccedilatildeo Neste
sentido instituiu no ano de 2006 a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede (MS
2010) Nesta perspectiva no ano de 2011 foi criado o ldquoPrograma Academia da
Sauacutederdquo no acircmbito do Sistema Uacutenico de Sauacutede cujo objetivo eacute contribuir para a
promoccedilatildeo da sauacutede da populaccedilatildeo em geral a partir da implantaccedilatildeo de polos puacuteblicos
qualificados para a orientaccedilatildeo e supervisatildeo da praacutetica de AF (MS 2012)
No caso do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo ele estaacute estruturado em
onze estrateacutegias 1) ampliar o acesso da populaccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas de promoccedilatildeo
da sauacutede 2) fortalecer a promoccedilatildeo da sauacutede como estrateacutegia de produccedilatildeo de sauacutede
3) potencializar as accedilotildees nos acircmbitos da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede da Vigilacircncia
em Sauacutede e da Promoccedilatildeo da Sauacutede 4) promover a integraccedilatildeo multiprofissional na
construccedilatildeo e execuccedilatildeo das accedilotildees 5) promover a convergecircncia de projetos ou
programas nos acircmbitos da sauacutede educaccedilatildeo cultura assistecircncia social esporte e
lazer 6) ampliar a autonomia dos indiviacuteduos sobre as escolhas de modos de vida
mais saudaacuteveis 7) aumentar o niacutevel de AF na populaccedilatildeo 8) estimular haacutebitos
alimentares saudaacuteveis 9) promover mobilizaccedilatildeo comunitaacuteria com a constituiccedilatildeo de
redes sociais de apoio e ambientes de convivecircncia e solidariedade 10) potencializar
as manifestaccedilotildees culturais locais e o conhecimento popular na construccedilatildeo de
alternativas individuais e coletivas que favoreccedilam a promoccedilatildeo da sauacutede e 11) ampliar
e valorizar a utilizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos de lazer como proposta de inclusatildeo
social (MS 2012)
Embora as estrateacutegias do ldquoPrograma Academia da Sauacutederdquo sejam
claramente explicitadas o Ministeacuterio da Sauacutede ainda natildeo reuniu uma Comissatildeo de
Especialistas ndash procedimento adotado pelas organizaccedilotildees e agecircncias governamentais
35
que elaboram diretrizes de AF ndash para a elaboraccedilatildeo de diretrizes proacuteprias de AF para a
populaccedilatildeo brasileira Como recomendaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro segue as
diretrizes da OMS atualizadas em 2010 O objetivo perseguido possibilita
Fundamentar as poliacuteticas nacionais sobre a AF e outras intervenccedilotildees de
sauacutede puacuteblica
Determinar um ponto de partida para a definiccedilatildeo de metas e objetivos
para a promoccedilatildeo da sauacutede e da AF no acircmbito nacional
Fomentar a colaboraccedilatildeo intersetorial e contribuir para o estabelecimento
de metas e objetivos nacionais da promoccedilatildeo da AF
Fixar as bases para a adoccedilatildeo de iniciativas de promoccedilatildeo da AF
Justificar a destinaccedilatildeo de recursos para intervenccedilotildees na promoccedilatildeo da AF
Criar um marco de accedilatildeo comum que reuacutena todas as partes interessadas
em torno de um mesmo objetivo
Dispor de um documento baseado em evidecircncia que permita agraves partes
interessadas implantar poliacuteticas com destinaccedilatildeo apropriada de recursos
Facilitar a criaccedilatildeo de mecanismos nacionais de vigilacircncia e monitoraccedilatildeo
para fazer evoluir a praacutetica da AF na populaccedilatildeo
O monitoramento e a vigilacircncia da praacutetica da AF no cotidiano dos
brasileiros tecircm sido realizados por 2 inqueacuteritos nacionais a Pesquisa Nacional sobre
Sauacutede do Escolar (PeNSE) que observa dentre outros fatores de risco a ausecircncia de
AF dos adolescentes (IBGE 2013) e o sistema de Vigilacircncia de Fatores de Risco e
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico ndash VIGITEL (MS 2007)
que avalia fatores de risco para doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis em adultos nas
26 capitais dos estados e no Distrito Federal
19 SISTEMA VIGITEL
O sistema VIGITEL foi criado como parte do objetivo de dotar o paiacutes
com instrumentos eficazes para monitorar a frequecircncia e a distribuiccedilatildeo dos principais
fatores de risco determinantes das doenccedilas crocircnicas natildeo transmissiacuteveis (DCNT) O
Programa apresenta uma metodologia proacutepria de inqueacuterito telefocircnico desenvolvida e
36
aperfeiccediloada desde o ano de 2003 pelo Nuacutecleo de Pesquisas Epidemioloacutegicas em
Nutriccedilatildeo e Sauacutede da Universidade de Satildeo Paulo ndash NUPENSUSP No ano de 2006 o
sistema foi vinculado definitivamente ao Ministeacuterio da Sauacutede (Moura et al 2008)
Entre os objetivos principais do sistema figuram aumentar o
conhecimento sobre as DCNT e as possibilidades de prevenccedilatildeo e de controle
contribuir para o fortalecimento dos sistemas de sauacutede incluindo a atenccedilatildeo primaacuteria
para a integraccedilatildeo de prevenccedilatildeo e controle das doenccedilas crocircnicas perceber as
principais intervenccedilotildees para prevenir e controlar essas doenccedilas dentro de estimativas
de custo incentivar o diaacutelogo com o setor privado para auxiacutelio na melhoria da sauacutede
puacuteblica manter o interesse da miacutedia e incentivaacute-la a defender os comportamentos
saudaacuteveis para a defesa de planos de accedilatildeo na luta contra elas e reduzir os principais
fatores de risco determinantes destas doenccedilas (MS 2008a)
37
2 OBJETIVOS
Verificar a prevalecircncia de atividade fiacutesica segundo cada uma das principais
diretrizes internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF
Explorar as divergecircncias e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo
pelas diferentes diretrizes
Avaliar a associaccedilatildeo entre caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
comportamentais com a praacutetica da AF
Verificar como os principais componentes da AF (modalidades de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte intensidade duraccedilatildeo e frequecircncia) se relacionam na
determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual
Descrever o padratildeo de AF nos portadores de doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis
38
3 METODOLOGIA
31 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo epidemioloacutegico do tipo observacional transversal
32 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS
Os dados utilizados neste estudo satildeo provenientes do banco de dados do
sistema VIGITEL de 2006 Esses dados foram obtidos por meio de inqueacuterito com o
uso de entrevista telefocircnica e de questionaacuterio contendo perguntas sobre
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas socioeconocircmicas de comportamento individual e
de informaccedilotildees relacionadas com a praacutetica da AF para uma amostra probabiliacutestica de
adultos brasileiros com idade ge 18 anos residentes nas 27 capitais da federaccedilatildeo e
cujas moradias apresentavam linha telefocircnica fixa
O sistema VIGITEL apresenta uma metodologia proacutepria que pode ser
acessada em publicaccedilotildees preacutevias (Moura et al 2008) Em siacutentese a partir da anaacutelise
do cadastro eletrocircnico das linhas telefocircnicas residenciais fixas de cada capital da
federaccedilatildeo foram sorteadas (de modo sistemaacutetico e estratificado) 5000 linhas para
cada cidade A seguir as linhas sorteadas em cada cidade foram ressorteadas e
divididas em reacuteplicas de 200 linhas cada reacuteplica reproduzindo a mesma proporccedilatildeo de
linhas por regiatildeo da cidade ou prefixo telefocircnico A divisatildeo da amostra integral em
reacuteplicas eacute feita essencialmente em funccedilatildeo da dificuldade em se estimar previamente
a proporccedilatildeo das linhas do cadastro que seratildeo elegiacuteveis para o sistema (linhas
residenciais ativas) e portanto o total de linhas a ser sorteado para se chegar a 2000
entrevistas
No conjunto ocorreram ligaccedilotildees para perto de 127000 linhas telefocircnicas
fixas distribuiacutedas em 633 reacuteplicas As ligaccedilotildees feitas para as 76330 linhas elegiacuteveis
redundaram em 54369 entrevistas completas o que indica a taxa meacutedia de sucesso
39
do sistema em 711 (Tabela 1) Havendo anuecircncia apoacutes primeiro contato todos os
moradores adultos com idade maior ou igual a 18 anos foram listados e organizados
eletronicamente em ordem decrescente de idade sendo um deles sorteado para
responder a entrevista
Tabela 1 Nuacutemero de linhas telefocircnicas sorteadas linhas telefocircnicas elegiacuteveis e
entrevistas realizadas nas capitais dos estados brasileiros e no
Distrito Federal VIGITEL 2006 (MS 2007)
Capitais DF Nordm linhas
sorteadas
Nordm linhas
elegiacuteveis
Nordm entrevistas
realizadas
Aracaju 3400 3022 2031
Beleacutem 3400 2876 2021
Belo Horizonte 3200 2812 2016
Boa Vista 3600 2832 2017
Campo Grande 4600 2919 2012
Cuiabaacute 4800 2756 2013
Curitiba 4400 2824 2011
Florianoacutepolis 4600 2896 2010
Fortaleza 3400 2881 2017
Goiacircnia 4200 2523 2013
Joatildeo Pessoa 3600 2836 2014
Macapaacute 4000 2746 2012
Maceioacute 3600 2784 2017
Manaus 3600 2817 2013
Natal 3400 2742 2013
Palmas 4800 2479 2009
Porto Alegre 5000 3120 2010
Porto Velho 4400 2582 2014
Recife 3400 2751 2014
Rio Branco 4600 2720 2017
Rio de Janeiro 4000 3094 2012
Salvador 3600 2935 2010
Satildeo Luiacutes 3600 2755 2011
Satildeo Paulo 4200 3073 2012
Teresina 3400 2800 2011
Vitoacuteria 3800 2817 2011
Distrito Federal 4600 2938 2008
Total 107200 76330 54369
FONTE Ministeacuterio da Sauacutede 2007
40
Cerca de dois terccedilos das linhas elegiacuteveis para as quais natildeo houve
entrevista correspondeu a situaccedilotildees de impossibilidade de contato telefocircnico inicial
(linhas sempre ocupadas com sinal de fax ou conectadas agrave secretaacuteria eletrocircnica) ou a
impossibilidade de encontrar o indiviacuteduo sorteado no domiciacutelio mesmo apoacutes vaacuterias
tentativas de aprazamento (ateacute dez ligaccedilotildees feitas em dias e horaacuterios variados)
Recusas a participar no sistema de monitoramento foram observadas em 91 das
linhas elegiacuteveis A duraccedilatildeo meacutedia das 54369 entrevistas realizadas pelo sistema
VIGITEL foi de 74 minutos (DP plusmn 33 minutos) para cada uma (MS 2007)
As entrevistas telefocircnicas ocorreram entre agosto e dezembro de 2006 e
envolveram sessenta entrevistadores quatro supervisores e um coordenador (MS
2007)
O questionaacuterio utilizado pelo sistema VIGITEL em 2006 foi composto
por 82 questotildees com categorias preacute-estabelecidas de respostas As perguntas do
questionaacuterio abordaram em particular a) caracteriacutesticas sociodemograacuteficas e
socioeconocircmicas dos indiviacuteduos (idade sexo estado civil coretnia niacutevel de
escolaridade) b) padratildeo de alimentaccedilatildeo (tipo e frequecircncia do consumo de certos
alimentos) e de Atividade Fiacutesica (modalidade preferida duraccedilatildeo do esforccedilo
frequecircncia semanal deslocamento ativo de casa para o trabalho) c) Avaliaccedilatildeo
nutricional (peso e altura) d) frequecircncia e intensidade do consumo de cigarros e de
bebidas alcooacutelicas e e) autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede gravidez e referecircncia a
diagnoacutestico meacutedico para algumas DCNT (MS 2007)
Para ajustar a populaccedilatildeo estudada agrave populaccedilatildeo residente nas capitais
brasileiras alguns cuidados foram necessaacuterios entatildeo o sistema empregou um peso
final para cada participante com a aplicaccedilatildeo de fatores de ponderaccedilatildeo para corrigir
possiacuteveis vieses determinados pelas diferentes possibilidades de os indiviacuteduos
participarem da amostra O primeiro fator buscava corrigir a maior chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios com mais de uma linha telefocircnica tinham de ser
selecionados para a amostra O segundo procurava corrigir a menor chance que
indiviacuteduos de domiciacutelios habitados por mais pessoas tinham de ser selecionados para
a amostra O terceiro denominado peso poacutes-estratificaccedilatildeo procurava igualar a
composiccedilatildeo sociodemograacutefica da amostra agrave composiccedilatildeo sociodemograacutefica da
41
populaccedilatildeo de cada cidade pelo Censo Demograacutefico de 2000 A razatildeo entre a
frequecircncia relativa de indiviacuteduos da amostra VIGITEL e da amostra censitaacuteria
procurava a correccedilatildeo da sub ou superrepresentaccedilatildeo dos estratos sociodemograacuteficos
pelo sistema VIGITEL que poderia ocorrer dada a cobertura natildeo universal da rede
de telefonia fixa (MS 2007)
A multiplicaccedilatildeo destes trecircs fatores por um quarto (razatildeo entre a
proporccedilatildeo de adultos de uma dada cidade pela proporccedilatildeo de adultos da amostra
VIGITEL na mesma cidade) representa o total de adultos estudados pelo sistema nas
27 cidades Assim a populaccedilatildeo total estimada para este estudo abrange 69899955
de brasileiros adultos de ambos os sexos residentes nas 26 capitais estaduais e no
Distrito Federal (MS 2007)
Para asegurar a qualidade das informaccedilotildees obtidas o sistema VIGITEL
contou com um controle de qualidade que previa o acompanhamento aleatoacuterio das
entrevistas por um supervisor Em torno de 10 das chamadas foram avaliadas
imediatamente pela supervisatildeo que entre vaacuterias accedilotildees confirmava dados diretamente
com o participante Cerca de 3 das entrevistas diaacuterias foram auditadas pelo
supervisor Por fim foram realizadas anaacutelises de consistecircncia dos dados ao final de
cada semana (MS 2007)
Adultos de ambos os sexos com 18 anos ou mais residentes nas capitais
de estado brasileiras e no Distrito Federal cujas respostas ao questionaacuterio da pesquisa
VIGITEL de 2006 permitiram a quantificaccedilatildeo da AF Assim entre os 54369
participantes do inqueacuterito foram excluiacutedos 1590 participantes que embora tenham
indicado a realizaccedilatildeo de transporte ativo para o trabalho ou praacutetica de uma
modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte deixaram de informar a frequecircncia ou a
duraccedilatildeo do esforccedilo Assim a base de caacutelculo foi conduzida com 52779
participantes
42
33 DESCRICcedilAtildeO DE VARIAacuteVEIS
3 31 Domiacutenios da atividade fiacutesica
Para a anaacutelise da praacutetica de AF no cotidiano foram considerados
somente os trecircs uacuteltimos meses anteriores agrave data da entrevista Originalmente o
inqueacuterito do sistema VIGITEL avaliou a categoria lsquoAtividade Fiacutesicarsquo abordando
separadamente quatro domiacutenios AF no lazer (tempo livre) AF ocupacional
(trabalho) AF no acircmbito residencial (faxina domeacutestica) e AF no deslocamento da
casa para o trabalho (a peacute ou de bicicleta) Neste estudo apenas as informaccedilotildees sobre
AF no lazer e no deslocamento foram aplicadas para definir o niacutevel de AF dos
participantes AF em casa e no trabalho natildeo foi considerada pois o questionaacuterio de
2006 do VIGITEL natildeo previu a quantificaccedilatildeo da duraccedilatildeo e da frequecircncia semanal
desses domiacutenios
332 Modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Para a determinaccedilatildeo da principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte mais praticado foram utilizadas as respostas agrave pergunta 45 do questionaacuterio
Qual o tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte que o(a) sr (a) praticou Coube
aos participantes uma uacutenica opccedilatildeo entre 16 diferentes modalidades apresentadas na
seguinte sequecircncia 1 - caminhada 2 - caminhada em esteira rolante 3 - corrida 4 -
corrida em esteira rolante 5 - musculaccedilatildeo 6 - ginaacutestica aeroacutebica 7 - hidroginaacutestica
8 - ginaacutestica geral 9 - nataccedilatildeo 10 - artes marciais e lutas 11 - bicicleta 12 - futebol
13 - basquetebol 14 - voleibol 15 - tecircnis 16 - outros
333 Deslocamento ativo
Para o ano de 2006 o sistema VIGITEL considerou como deslocamento
ativo somente o esforccedilo para cumprir o percurso de ida e volta de casa para o
trabalho realizado a peacute ou de bicicleta e ocorrido nos trecircs meses anteriores agrave data da
entrevista Para este domiacutenio diante de resposta afirmativa houve questionamento a
respeito da duraccedilatildeo do tempo gasto em minutos para vencer o trajeto
43
334 Duraccedilatildeo e frequecircncia da atividade fiacutesica
A frequecircncia das atividades foi expressa em dias por semana e a duraccedilatildeo
do esforccedilo foi expressa em minutos As opccedilotildees de respostas para duraccedilatildeo do esforccedilo
foram divididas em seis agrupamentos lt 10 10 ndash 19 20 ndash 29 30 ndash 39 45 ndash 59 ge 60
minutos As opccedilotildees de respostas para frequecircncia semanal foram divididas em quatro
agrupamentos todos os dias 5 ndash 6 3 ndash 4 1 ndash 2 dias por semana
335 Intensidade do esforccedilo
A classificaccedilatildeo da intensidade do esforccedilo foi determinada pela conversatildeo
do tipo principal de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticado pelo participante do estudo
na atribuiccedilatildeo do gasto energeacutetico ao esforccedilo referido pelo Compecircndio de Atividade
Fiacutesica proposto por Ainsworth et al em 2000 Baseado na proposta de que esforccedilo
moderado equivale ao consumo lt 6 MET e esforccedilo vigoroso equivale ao consumo ge
a 6 MET assumiu-se que 1 MET representa o consumo de oxigecircnio em repouso
igual a 35 mlkgmin Quando a opccedilatildeo pela escolha do tipo principal de exerciacutecio
fiacutesico ou esporte foi caminhada caminhada na esteira rolante hidroginaacutestica
ginaacutestica geral nataccedilatildeo ciclismo ou voleibol a intensidade do esforccedilo foi
considerada como moderada Quando a opccedilatildeo foi corrida corrida em esteira rolante
musculaccedilatildeo ginaacutestica aeroacutebia artes marciaislutas futebol basquetebol tecircnis e
outras modalidades a intensidade do esforccedilo foi considerada vigorosa
O gasto energeacutetico foi obtido pelo produto do gasto meacutedio de energia de
cada modalidade frente ao esforccedilo expresso em minutos O valor do gasto de energia
proposto para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte eacute apresentado a seguir
44
Tabela 2 Gasto energeacutetico para cada modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
expresso em METmin obtido pelo produto da duraccedilatildeo do esforccedilo
(em minutos) com a meacutedia do gasto energeacutetico para cada
modalidade segundo o Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
Ainsworth et al em 2000
Atividade
Tempo em minutos
1019 20-29 30-39 45-59 60
MET MET MET MET MET
1 Caminhada 33-63 66-96 99-129 149-195 198
2 Caminhada na esteira 33-63 66-96 99-129 149-195 198
3 Corrida 90-171 180-261 270-351 405-531 540
4 Corrida na esteira 90-171 180-261 270-351 405-531 540
5 Ginaacutestica aeroacutebia 65-124 130-189 195-254 293-384 390
6 Hidroginaacutestica 40-76 80-156 120-156 180-236 240
7 Ginaacutestica geral 40-76 80-156 120-156 180-236 240
8 Nataccedilatildeo 70-133 140-203 270-273 315-413 420
9 Artes marciais e lutas 100-190 200-290 300-390 450-590 600
10 Ciclismo 40-75 80-116 120-156 180-236 240
11 Futebol 70-133 140-203 270-273 315-413 420
12 Basquetebol 60-114 120-174 180-234 270-354 360
13 Voleibol 30-57 60-87 90-117 135-177 180
14 Tecircnis 70-133 140-203 270-273 315-413 420
1- somente o peso corporal agrave velocidade de 48 kmh 2 ndash somente o peso corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave
velocidade de 48 kmh 3 ndash somente o peso corporal agrave velocidade de 8 a 9 kmh 4 ndash somente o peso
corporal e sem inclinaccedilatildeo agrave velocidade de 8 a 9 kmh 5 - sem uso de step 6- com caracteriacutestica
aeroacutebia eou calistecircnica 7- com caracteriacutestica calistecircnica 8 - estilo livre de moderada a baixa
intensidade 9 - esforccedilo medido durante o combate 10 ndash velocidade ateacute 16 kmh 11- natildeo competitivo
12- natildeo competitivo 13 - natildeo competitivo com 6 a 9 jogadores por lado 14 - natildeo competitivo
(simples)
MET Uma unidade equivale ao consumo de 35ml de O2kgmin
Para o criteacuterio de equivalecircncia de esforccedilo as diretrizes que recomendam
a possibilidade de mesclar AF com intensidade moderada e vigorosa em direccedilatildeo agrave
meta assumem a equivalecircncia entre o esforccedilo vigoroso e a metade da duraccedilatildeo do
moderado em concordacircncia com as recomendaccedilotildees da OMS que afirma que 75
minutos de AF vigorosa ou 150 minutos de AF moderada apresentam o mesmo efeito
sobre a sauacutede
Para o conceito lsquooutras modalidadesrsquo como o termo eacute indefinido e houve
razoaacutevel frequecircncia para a escolha (N= 1347 ndash 53) optou-se por consideraacute-lo para
a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF A decisatildeo foi por vigorosa observando que a maior
parte das modalidades contidas no Compecircndio de Atividade Fiacutesica proposto por
45
Ainsworth e colaboradores que natildeo foram nominadas no questionaacuterio se apresenta
com gasto energeacutetico meacutedio ge a 6 MET (Ainsworth et al2000)
336 Variaacuteveis sociodemograacuteficas
Para a tipologia das variaacuteveis sociodemograacuteficas foram utilizados anos
de escolaridade sexo e faixa etaacuteria A etnia foi determinada pela cor da pele (branca
preta parda ou morena amarela vermelha) e o estado civil pela situaccedilatildeo conjugal
(solteiro casado ou juntado viuacutevo separado ou divorciado) no momento da
entrevista A distribuiccedilatildeo geograacutefica dos domiciacutelios foi separada por cidades (capitais
dos estados e Distrito Federal) e mediante o caacutelculo da meacutedia ponderada os
domiciacutelios foram agrupadas por regiatildeo (Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste e
Sul)
Para a anaacutelise do comportamento das variaacuteveis idade e escolaridade em
relaccedilatildeo ao conceito dado pela classificaccedilatildeo do niacutevel de AF procedeu-se conforme o
agrupamento sugerido pelo sistema VIGITEL Assim a idade foi agrupada em seis
intervalos 18 - 24 25 - 34 35 - 44 45 - 54 55 - 64 e 65 ou mais anos de idade e a
escolaridade em trecircs intervalos 0 - lt 9 9 a lt 12 e 12 anos ou mais de estudo
337 Variaacuteveis de comportamento individual
Para a caracterizaccedilatildeo das variaacuteveis de comportamento individual foram
utilizadas informaccedilotildees sobre a percepccedilatildeo do estado de sauacutede podendo ser excelente
bom regular ou ruim Sobre a realizaccedilatildeo de dietas hipocaloacutericas (simnatildeo)
consideraram-se os doze meses anteriores agrave entrevista Sobre o tabagismo para os
participantes com resposta afirmativa a carga foi considerada como sendo expressa
pelo nuacutemero de cigarros consumidos por dia Sobre o consumo de bebida alcooacutelica
observaram-se os 30 dias anteriores agrave data da entrevista para os participantes com
resposta afirmativa a frequecircncia semanal do consumo foi considerada em dias da
semana que eles costumavam ingerir
Para facilitar a anaacutelise algumas variaacuteveis quantitativas foram agrupadas
O consumo de cigarro foi agrupado em trecircs intervalos 1 ndash 19 20 ndash 39 e 40 ou mais
46
cigarros por dia e o consumo de aacutelcool foi dividido em quatro intervalos
ocasionalmente 1 ndash 2 3 ndash 6 vezes por semana e diariamente
338 Diagnoacutestico de DCNT
Foram utilizadas informaccedilotildees sobre o conhecimento de ocorrecircncia de
cinco tipos de DCNT hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes IAM eou AVC
dislipidemia e osteoporose Para tanto foi perguntado aos participantes se em algum
momento foram informados por algum meacutedico se eram portadores de pressatildeo alta
diabetes infarto ou derrame cerebral colesterol ou trigliceacuterides elevado ou
doenccedilafraqueza dos ossos O questionaacuterio possibilitou a um mesmo participante
responder (simnatildeonatildeo lembro) separadamente para cada uma das doenccedilas Assim
facultou-se que um participante pudesse reportar mais de um tipo de doenccedila
339 Determinaccedilatildeo do niacutevel da atividade fiacutesica
Para verificar o grau de concordacircncia entre as diversas recomendaccedilotildees a
prevalecircncia de AF foi calculada segundo cada uma das diretrizes apresentadas na
introduccedilatildeo deste trabalho
Para verificar a prevalecircncia da AF segundo as variaacuteveis
sociodemograacuteficas utilizou-se a recomendaccedilccedilao da OMS de 2010 por ser ela a
mesma adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil
3310 Comparaccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees
A anaacutelise das informaccedilotildees sobre duraccedilatildeo intensidade do esforccedilo e
freuqecircncia semanal nas ativi dade no tempo de lazer e no deslocamento para o
trabalho permitiram quantificar o volume de AF semanal dos participantes Uma vez
determinado individualmente o volume semanal da AF foi determinada a
classificaccedilatildeo dos participantes em inativo ativo insuficiente ativo ou muito ativo
para cada uma das cinco recomendaccedilotildees Um segundo agrupamento das mesmas
informaccedilotildees permitiu a categorizaccedilatildeo em AF suficiente ou AF insuficiente
47
Quadro 2 Classificaccedilatildeo do niacutevel de atividade fiacutesica
Grupo Criteacuterio
1- Inativo
2- Ativo insuficiente
3- Ativo
4- Muito ativo
nega a praacutetica de AF no lazer ou transporte ativo
realiza exerciacutecio fiacutesico ou esporte abaixo da recomendaccedilatildeo
atinge a recomendaccedilatildeo
ultrapassa a recomendaccedilatildeo
Classe Criteacuterio
A - AF suficiente
B - AF insuficiente
alcanccedila a meta (grupo ativo + grupo muito ativo)
natildeo alcanccedila a meta (grupo inativo + grupo ativo insuficiente)
34 ANAacuteLISE DOS DADOS
Todas as estimativas de variaacuteveis sociodemograacuteficas de comportamento
individual de preferecircncia por um tipo de AF de classificaccedilatildeo do niacutevel de AF para os
portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de frequecircncia semanal e de duraccedilatildeo do
esforccedilo foram obtidas para o total de participantes com algum grau de AF levando-
se em conta os fatores de ponderaccedilatildeo O significado estatiacutestico das diferenccedilas foi
avaliado por meio do teste do qui-quadrado (X2) de Pearson Todos os resultados
foram considerados com intervalo de confianccedila de 95 ou seja com niacutevel de
significacircncia de 005 Os resultados com p menor do que 005 foram considerados
com diferenccedila estatisticamente significante Para comparar as diferentes
recomendaccedilotildees foi realizada a Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa com o objetivo de
verificar a coincidecircncia entre as prevalecircncias do niacutevel de AF considerando a
variaccedilatildeo existente no intervalo que vai de zero a uma unidade cujos valores possuem
a seguinte relaccedilatildeo 0 = natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash 039 =
baixa concordacircncia 04 ndash 059 = moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta
concordacircncia 08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia Para
o processamento dos dados e anaacutelises estatiacutesticas divulgadas nesse estudo contou-se
com o auxiacutelio dos programas estatiacutesticos Statareg
(ver 110 e Microsoftreg Excel ver
100)
48
Para verificar como os principais componentes da AF (duraccedilatildeo e
frequecircncia) se relacionam na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual objetivo 4 do
presente trabalho foram realizadas duas simulaccedilotildees
Para avaliar a contribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal na quantidade
adequada de AF a frequecircncia semanal foi artificialmente aumentada para todos os
participantes insuficientemente ativos que referiram realizar AF 1 a 2 vezes por
semana de tal modo que sem modificar as demais informaccedilotildees todos os
selecionados com estas caracteriacutesticas culminaram com pelo menos trecircs sessotildees
semanais A seguir avaliou-se nessa nova situaccedilatildeo simulada se a adequaccedilatildeo do niacutevel
de AF sofreu alteraccedilotildees indicando se a pouca frequecircncia semanal tem papel
determinante no alcance do niacutevel miacutenimo de AF
O mesmo foi realziado com a duraccedilatildeo das sessotildees Com a base original
dos dados sem alterar as demais informaccedilotildees foi simulado acreacutescimo de tempo na
duraccedilatildeo do esforccedilo dos participantes pouco ativos de forma que todos realizassem
sessotildees de pelo menos 60 minutos Verificou-se entatildeo a nova adequaccedilatildeo do niacutevel de
AF procurando identificar se o aumento da duraccedilatildeo contribuiria com o alcance do
niacutevel miacutenimo de AF
35 QUESTOtildeES EacuteTICAS
O sistema VIGITEL foi aprovado pelo Comitecirc Nacional de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos sob o nuacutemero de registro 13081208
Este estudo foi aprovado em 14122011 pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da CAPPesq da Faculdade de Medicina da
Universidade de Satildeo Paulo sob o protocolo nordm 50511
49
4 RESULTADOS
41 CARACTERIacuteSTICAS SOCIODEMOGRAacuteFICAS DA AMOSTRA
Neste estudo foram incluiacutedos 52779 participantes 61 eram mulheres
Ambos os sexos foram distribuiacutedos em seis faixas etaacuterias e 68 apresentaram idade
igual ou inferior a 44 anos A maior parte (54) dos entrevistados referiram ter ateacute 9
anos de escolaridade eram casados ou juntados (53) com predomiacutenio de pardos e
morenos (53)
42 CLASSIFICACcedilAtildeO DO NIacuteVEL DE ATIVIDADE FIacuteSICA
Os 52779 participantes tiveram seu rendimento fiacutesico classificado em
quatro niacuteveis de AF (inativo ativo insuficiente ativo e muito ativo) e cinco
diferentes diretrizes que recomendam a praacutetica de AF (UE IOM ACSM OMS e
IPAQ) considerando os domiacutenios de AF no tempo livre e no deslocamento ativo
A classificaccedilatildeo de inativo foi coincidente em todas as diretrizes
analisadas O criteacuterio para este conceito foi uacutenico ou seja entraram nele todos os que
apresentaram resposta negativa para as perguntas 44 - o(a) sr(a)praticou algum tipo
de exerciacutecio fiacutesico ou esporte) e - 53 o(a) sr(a) costuma ir a peacute ou de bicicleta de
casa para o trabalho Isto resultou em 515 (N=25837) de inativos para a amostra
Os 485 (N=26942) de participantes que referiram praticar alguma quantidade de
AF no lazer ou no deslocamento foram classificados em uma das outras trecircs
categorias (ativo insuficiente ativo ou muito ativo)
A Tabela 3 mostra a distribuiccedilatildeo dos participantes para cada
recomendaccedilatildeo em observacircncia agrave classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
No conjunto o IOM apresentou os criteacuterios de suficiecircncia de AF com
maior dificuldade de alcanccedilar apenas 156 (N=7347) dos participantes os
atingiram Por outro lado os criteacuterios estabelecidos pela OMS apresentaram a menor
dificuldade de serem alcanccedilados 345 (N=20178) dos participantes os atingiram
50
Embora a OMS e o ACSM recomendem o mesmo volume de AF o
segundo entende que ela seja distribuiacuteda sistematicamente ao longo da semana Isto
fez com que aproximadamente 4800 participantes (13) que atingiram o tempo
miacutenimo de 150 minutos por semana natildeo tivessem cumprido a frequecircncia de 5 ou
mais dias por semana ficando aqueacutem da meta do ACSM Essa discrepacircncia se torna
mais pronunciada quando se comparam a OMS e o IOM
Tabela 3 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta e porcentagem segundo o niacutevel de
AF e diferentes diretrizes de AF nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
CATEGORIA UE1 IOM2 ACSM3 OMS4 IPAQ5
N N N N N
25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 25837 515 Inativo Ativo Insuficiente 14430 253 19598 329 11634 206 6764 141 11422 202
Ativo 3962 81 4908 97 3387 71 4983 96 11113 191
Muito Ativo 8550 151 2436 59 11921 208 15195 249 4407 92
52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 TOTAL
AF suficiente
N
12512 232
N
7347 156
N
15308 279
N
20178 345
N
15520 283
AF insuficiente 40267 768 45432 844 37471 721 32601 655 37259 717
TOTAL 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100 52779 100
1 Centro Nacional de Atividade Fiacutesica da Uniatildeo Europeia
2 Instituto de Medicina dos EUA
3 Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
4 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
5 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
Excluiacutedos 1590 participantes sem classificaccedilatildeo do niacutevel de AF
A Tabela 4 mostra o resultado da aplicaccedilatildeo do Teste de Concordacircncia de
Kappa (k) para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Entre as cinco diferentes diretrizes
houve concordacircncia perfeita para o estabelecimento da inatividade (k = 1) jaacute que foi
estipulado um uacutenico criteacuterio para o grupo No conjunto observou-se variaccedilatildeo de
concordacircncia entre pobre a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre o IOM
e a OMS (k = 016) para o grupo muito ativo Em termos praacuteticos o que eacute muito
ativo para um parece natildeo ser para o outro A maior concordacircncia ocorreu para o
grupo de ativos insuficientes entre o IPAQ e o ACSM (k = 098) Em termos
51
praacuteticos para este grupo as exigecircncias se equivalem Para os demais grupos (ativo e
muito ativo) a concordacircncia foi pobre (k = 031 e 037 respectivamente) Entre os
que alcanccedilaram a meta (ativos e muito ativos) e os que natildeo a alcanccedilaram
(insuficientemente ativos e inativos) houve variaccedilatildeo de concordacircncia entre
moderada a excelente A menor concordacircncia aconteceu entre a OMS e o IOM (k =
041) A maior concordacircncia oconteceu entre o IPAQ e o ACSM (k = 099)
Tabela 4 Teste de Concordacircncia de Kappa para o cruzamento do niacutevel de AF
mediante diferentes diretrizes para a populaccedilatildeo adulta com idade ge
18 anos nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
CATEGORIA
IOM ACSM OMS IPAQ
(k) (k) (k) (k)
Inativo
UE
1 1 1 1
IOM
1 1 1
ACSM
1 1
OMS
1
Ativo Insuficiente
074 081 047 079 UE
IOM
059 049 075
ACSM
058 098
OMS
059
Ativo
UE 081 085 08 036
IOM
069 096 044
ACSM
068 031
OMS
045
UE 029 072 056 052
IOM
021 016 055
ACSM
078 037
OMS
029 UE =
Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IOM = Instituto de Medicina dos EUA
ACSM = Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
OMS = Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IPAQ = Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
Anaacutelise de Concordacircncia de Kappa (0= natildeo concordacircncia 0 ndash 19 = pobre concordacircncia 02 ndash
039 = baixa concordacircncia 04 ndash 059= moderada concordacircncia 06 ndash 079 = alta concordacircncia
08 ndash 099 = excelente concordacircncia 10 = perfeita concordacircncia)
52
A Tabela 5 apresenta os resultados que foram concordantes entre todas as
diretrizes de AF avaliadas para a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF Todos os participantes
que negaram praticar algum tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte ou se deslocar
ativamente para o trabalho (N= 25837) foram conceituados como inativos perante as
cinco recomendaccedilotildees Entre os 26942 participantes que referiram praticar uma
quantidade de AF observou-se 248 (N=6688) de ativos insuficientes 106
(N=2867) de ativos e 91 (N=2439) de muito ativos foram classificados de modo
concordante por todas as diretrizes analisadas
Tabela 5 Frequecircncia da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos segundo o
niacutevel de AF coincidente para as recomendaccedilotildees do UE IOM ACSM
OMS IPAQ nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
421 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Uniatildeo Europeia
A Tabela 6 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da UE O
rendimento variou entre 20 (IC95 17-22) em Satildeo Paulo e 315 (IC5 28-34)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Porto Velho (402) e
menos em Satildeo Paulo (223) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (248)
e menos em Teresina (168) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes
encontraram-se 215 (IC5 19-23) na Regiatildeo Sudeste e 255 (IC5 24-27) na
Regiatildeo Norte
Grupo
Inativo
Ativo
Total (N) 25837
26942
subgrupo
insuficiente suficiente muito ativo
Coincidecircncia
N 25837 6688 2867 2439
100 248 106 91
53
Tabela 6 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
a diretriz da UE1 por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 255 (241-270) 314 (290-339) 202 (185-218)
Beleacutem 26 (233-287) 317 (272-262) 210 (178-242)
Boa Vista 303 (268-337) 388 (328-437) 224 (185-263)
Macapaacute 303 (271-335) 391 (340-443) 218 (180-256)
Manaus 218 (190-245) 264 (218-311) 175 (146-204)
Palmas 252 (214-290) 286 (230-341) 219 (167-271)
Porto Velho 315 (282-349) 402 (351-452) 229 (188-271)
Rio Branco 292 (257-326) 357 (303-410) 232 (187-277)
Nordeste 246 (235-257) 309 (290-328) 195 (182-208)
Aracaju 243 (212-274) 323 (265-382) 179 (152-206)
Fortaleza 28 (248-312) 335 (282-387) 236 (197-275)
Joatildeo Pessoa 218 (192-243) 262 (219-305) 182 (154-211)
Maceioacute 236 (207-265) 272 (228-317) 206 (169-244)
Natal 217 (191-243) 239 (194-283) 199 (169-229)
Recife 256 (227-284) 348 (296-399) 184 (154-213)
Salvador 224 (198-249) 273 (229-317) 183 (154-211)
Satildeo Luis 251 (220-280) 346 (292-400) 174 (146-202)
Teresina 262 (231-292) 377 (322-432) 168 (138-199)
Centro Oeste 249 (229-268) 266 (233-300) 234 (212-256)
Brasiacutelia 242 (206-278) 239 (176-302) 246 (206-285)
Campo Grande 277 (245-307) 324 (274-375) 234 (198-269)
Cuiabaacute 269 (234-302) 307 (250-364) 233 (195-271)
Goiacircnia 237 (208-265) 263 (215-311) 215 (181-247)
Sudeste 215 (199-230) 239 (214-265) 194 (175-213)
Belo Horizonte 246 (219-273) 283 (236-329) 216 (187-245)
Rio de Janeiro 226 (198-253) 247 (203-291) 208 (173-242)
Satildeo Paulo 20 (177-222) 223 (186-260) 180 (151-208)
Vitoacuteria 27 (243-296) 309 (264-355) 237 (207-267)
Sul 234 (215-252) 274 (242-307) 200 (182-219)
Curitiba 231 (203-257) 274 (227-321) 194 (164-223)
Florianoacutepolis 264 (235-291) 281 (236-324) 248 (212-284)
Porto Alegre 231 (200-261) 273 (216-330) 196 (168-224)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1Centro Nacional de Atividade Fiacutesica e Sauacutede da Uniatildeo Europeia
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
54
422 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Instituto de Medicina dos Estados
Unidos
A Tabela 7 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos em consonacircncia
com as recomendaccedilotildees do IOM Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o IOM
apresentou menor rendimento em todas as capitais variando entre 119 (97-14) em
Natal e 249 (IC95 21-28) em Porto Velho No conjunto homens foram mais
ativos em Porto Velho (338) e menos em Brasiacutelia (147) Mulheres foram mais
ativas em Florianoacutepolis (18) e menos em Joatildeo Pessoa (82) Na avaliaccedilatildeo
segundo as regiotildees do paiacutes encontraram-se 145 (IC95 13-15) na Regiatildeo Sudeste
e 187 (IC95 17-20) na Regiatildeo Norte No acircmbito regional embora apresente um
menor percentual de participantes com AF suficiente a menor prevalecircncia da AF na
Regiatildeo Sudeste e a maior na Regiatildeo Norte se mantiveram
55
Tabela 7 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF segundo
diretriz do IOM por sexo nas capitais brasileiras e Distrito Federal
ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 187 (174-201) 248 (225-271) 132 (117-146)
Beleacutem 194 (169-219) 256 (213-298) 140 (112-168)
Boa Vista 236 (202-270) 311 (257-366) 162 (124-199)
Macapaacute 226 (196-256) 307 (259-355) 148 (112-183)
Manaus 147 (123-172) 193 (150-237) 105 (81-129)
Palmas 172 (139-204) 217 (163-270) 127 (93-161)
Porto Velho 249 (217-282) 338 (288-389) 161 (121-201)
Rio Branco 233 (200-266) 310 (257-363) 162 (123-202)
Nordeste 163 (152-173) 220 (203-237) 117 (106-128)
Aracaju 156 (128-185) 237 (181-293) 92 (71-113)
Fortaleza 184 (156-212) 232 (186-279) 145 (111-178)
Joatildeo Pessoa 126 (104-147) 180 (142-218) 82 (59-104)
Maceioacute 154 (127-181) 185 (144-227) 128 (93-162)
Natal 119 (97-142) 157 (115-198) 88 (67-109)
Recife 174 (147-200) 250 (206-298) 113 (87-140)
Salvador 148 (125-171) 192 (152-233) 111 (87-135)
Satildeo Luis 179 (151-206) 241 (191-292) 128 (102-154)
Teresina 203 (173-233) 315 (261-369) 112 (84-139)
Centro Oeste 155 (138-172) 180 (150-210) 134 (115-152)
Brasiacutelia 144 (112-176) 147 (92-202) 140 2 (107-176)
Campo Grande 179 (151-206) 234 (186-282) 128 (100-157)
Cuiabaacute 179 (145-213) 216 (159-274) 145 (110-180)
Goiacircnia 151 (125-178) 190 (144-237) 118 (91-146)
Sudeste 145 (131-159) 163 (140-186) 130 (113-148)
Belo Horizonte 164 (139-189) 203 (158-246) 131 (106-156)
Rio de Janeiro 143 (118-169) 155 (115-196) 133 (101-165)
Satildeo Paulo 141 (121-162) 157 (124-189) 128 (102-154)
Vitoacuteria 181 (157-205) 220 (177-263) 149 (123-174)
Sul 151 (135-166) 184 (156-2130 122 (107-137)
Curitiba 151 (129-173) 181 (143-220) 125 (100-149)
Florianoacutepolis 182 (156-208) 184 (145-223) 180 (146-215)
Porto Alegre 142 (116-169) 188 (136-240) 104 (84-125)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Instituto de Medicina dos EUA
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
56
423 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Coleacutegio Americano de Medicina
Esportiva
A Tabela 8 mostra a prevalecircncia de AF segundo a diretriz do ACSM Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes o percentual meacutedio da suficiecircncia de AF foi
superior agrave da OMS e do IOM variando entre 235 (IC95 21-25) em Satildeo Paulo e
352 (IC95 32-38) em Macapaacute No conjunto homens foram mais ativos em
Macapaacute (478) e menos em Satildeo Paulo (267) Mulheres foram mais ativas em
Florianoacutepolis (304) e menos em Teresina (193) Na avaliaccedilatildeo segundo as
regiotildees do paiacutes encontraram-se 258 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 306
(IC5 28-32) na Regiatildeo Centro Oeste
57
Tabela 8 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo diretriz do ACSM por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 305 (289-321) 394 (368-420) 224 (206-241)
Beleacutem 319 (291-348) 412 (365-459) 239 (206-273)
Boa Vista 333 (298-368) 432 (378-487) 235 (195-274)
Macapaacute 352 (320-386) 478 (426-530) 233 (195-271)
Manaus 263 (233-293) 338 (286-390) 193 (163-223)
Palmas 305 (265-345) 362 (303-421) 248 (196-301)
Porto Velho 354 (320-388) 458 (407-509) 252 (209-294)
Rio Branco 329 (294-365) 422 (367-476) 245 (200-290)
Nordeste 288 (277-300) 371 (351-390) 221 (208-234)
Aracaju 289 (257-320) 387 (328-446) 210 (182-239)
Fortaleza 321 (288-353) 389 (335-442) 265 (226-305)
Joatildeo Pessoa 254 (227-280) 307 (262-352) 210 (180-240)
Maceioacute 289 (257-320) 371 (320-421) 219 (181-257)
Natal 26 (232-288) 304 (256-353) 223 (192-254)
Recife 297 (268-327) 407 (354-459) 211 (180-241)
Salvador 265 (238-292) 332 (286-377) 210 (179-240)
Satildeo Luis 293 (262-324) 413 (359-467) 196 (167-225)
Teresina 301 (269-333) 436 (379-492) 193 (161-224)
Centro Oeste 306 (286-327) 344 (309-379) 274 (250-297)
Brasiacutelia 32 (281-359) 339 (272-406) 304 (260-347)
Campo Grande 308 (277-339) 365 (314-416) 256 (220-292)
Cuiabaacute 30 (265-334) 353 (296-401) 251 (213-289)
Goiacircnia 285 (255-315) 336 (285-386) 241 (207-275)
Sudeste 258 (241-274) 299 (271-326) 222 (203-242)
Belo Horizonte 295 (267-323) 35 (302-399) 248 (218-278)
Rio de Janeiro 279 (250-308) 329 (283-376) 236 (201-271)
Satildeo Paulo 235 (211-259) 267 (227-307) 208 (179-237)
Vitoacuteria 317 (290-345) 378 (330-426) 267 (236-298)
Sul 30 (281-319) 364 (332-397) 246 (226-266)
Curitiba 295 (267-323) 362 (314-401) 238 (207-269)
Florianoacutepolis 328 (299-357) 356 (310-402) 304 (267-340)
Porto Alegre 30 (268-331) 37 (314-426) 241 (211-271)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 3Coleacutegio Americano de Medicina Esportiva
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
58
424 Atividade fiacutesica segundo a diretriz da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
A Tabela 9 mostra a prevalecircncia da AF segundo a diretriz da OMS Na
comparaccedilatildeo com as outras diretrizes apresentaram maior prevalecircncia em todas as
capitais variando entre 284 (IC95 25-31) em Satildeo Paulo e 439 (IC95 40-47)
em Florianoacutepolis No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (509) e
menos em Satildeo Paulo (305) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (431) e
menos em Manaus (254) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
317 (IC95 30-33) na Regiatildeo Sudeste e 391 (IC95 37-41) na Regiatildeo Sul
59
Tabela 9 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz da OMS por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 365 (348-381) 442 (416-468) 294 (275-313)
Beleacutem 389 (359-419) 463 (415-512) 324 (287-362)
Boa Vista 387 (352-422) 473 (419-527) 301 (260-343)
Macapaacute 398 (364-431) 509 (457-561) 291 (251-330)
Manaus 318 (287-350) 389 (336-441) 254 (220-288)
Palmas 381 (340-422) 439 (378-500) 324 (269-379)
Porto Velho 404 (370-439) 492 (441-542) 317 (274-361)
Rio Branco 376 (341-412) 463 (409-518) 297 (252-342)
Nordeste 354 (342-366) 432 (412-452) 291 (277-305)
Aracaju 437 (378-497) 437 (378-497) 311 (277-345)
Fortaleza 380 (347-413) 440 (386-494) 331 (291-371)
Joatildeo Pessoa 341 (312-371) 380 (332-427) 310 (272-348)
Maceioacute 363 (330-396) 437 (386-488) 301 (259-342)
Natal 329 (299-358) 373 (322-424) 292 (258-325)
Recife 359 (329-390) 470 (416-523) 272 (239-305)
Salvador 338 (309-367) 415 (367-462) 274 (241-308)
Satildeo Luis 343 (312-374) 452 (398-505) 256 (224-287)
Teresina 352 (319-384) 462 (405-518) 263 (228-297)
Centro Oeste 389 (367-411) 413 (377-449) 368 (343-393)
Brasiacutelia 404 (336-472) 404 (336-472) 399 (351-446)
Campo Grande 398 (366-430) 440 (388-491) 361 (322-400)
Cuiabaacute 366 (331-400) 401 (345-457) 333 (293-374)
Goiacircnia 373 (341-404) 417 (366-469) 334 (298-371)
Sudeste 317 (300-334) 347 (319-376) 291 (270-312)
Belo Horizonte 375 (346-404) 426 (378-474) 332 (298-365)
Rio de Janeiro 347 (318-376) 386 (339-433) 313 (277-349)
Satildeo Paulo 284 (259-310) 305 (264-347) 267 (236-298)
Vitoacuteria 398 (369-427) 432 (384-481) 370 (336-404)
Sul 391 (371-410) 432 (400-465) 355 (333-378)
Curitiba 367 (338-396) 419 (371-467) 322 (289-355)
Florianoacutepolis 439 (408-470) 448 (398-498) 431 (393-469)
Porto Alegre 406 (374-468) 444 (388-500) 374 (338-411)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
60
425 Atividade fiacutesica segundo a diretriz do Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo
Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
A Tabela 10 mostra a prevalecircncia da AF entre adultos segundo a diretriz
do IPAQ Na comparaccedilatildeo com as outras diretrizes se assemelhou agrave diretriz do
ACSM variando entre 272 (IC95 21-26) em Satildeo Paulo e 356 (IC95 32-39)
em Porto Velho No conjunto homens foram mais ativos em Macapaacute (48) e menos
em Satildeo Paulo (272) Mulheres foram mais ativas em Florianoacutepolis (307) e
menos em Teresina (194) Na avaliaccedilatildeo segundo as regiotildees do paiacutes encontrou-se
263 (IC95 24-27) na Regiatildeo Sudeste e 309 (IC95 28-33) na Regiatildeo Centro
Oeste
61
Tabela 10 Percentual da populaccedilatildeo adulta que alcanccedilou a meta de AF
segundo a diretriz do IPAQ por sexo nas capitais brasileiras e
Distrito Federal ndash 2006
Lazer + deslocamento
AF suficiente
IC95 IC95 IC95
Total Masculino Feminino
Norte 31 (294-326) 398 (372-424) 230 (212-248)
Beleacutem 325 (296-354) 413 (365-460) 249 (214-284)
Boa Vista 337 (302-372) 434 (380-489) 241 (201-281)
Macapaacute 355 (322-388) 48 (428-532) 235 (196-273)
Manaus 269 (239-300) 348 (296-400) 197 (167-227)
Palmas 312 (271-352) 364 (305-423) 259 (205-313)
Porto Velho 356 (322-390) 458 (407-509) 255 (213-297)
Rio Branco 333 (298-369) 427 (373-482) 248 (203-293)
Nordeste 293 (282-305) 377 (358-397) 224 (211-238)
Aracaju 294 (263-326) 393 (334-452) 215 (187-244)
Fortaleza 327 (294-359) 397 (343-451) 270 (231-309)
Joatildeo Pessoa 267 (239-295) 317 (271-363) 226 (193-260)
Maceioacute 298 (266-330) 383 (332-433) 227 (188-266)
Natal 263 (235-291) 308 (259-356) 225 (194-256)
Recife 299 (269-328) 41 (357-463) 211 (180-241)
Salvador 27 (243-297) 341 (295-388) 211 (180-241)
Satildeo Luis 295 (264-326) 414 (360-468) 199 (170-228)
Teresina 303 (271-335) 437 (381-494) 194 (162-226)
Centro Oeste 309 (288-330) 347 (311-382) 276 (253-299)
Brasiacutelia 322 (283-361) 341 (274-408) 305 (261-349)
Campo Grande 31 (279-342) 367 (316-418) 259 (223-295)
Cuiabaacute 303 (269-338) 357 (300-413) 254 (216-293)
Goiacircnia 288 (258-318) 34 (290-390) 244 (210-27-8)
Sudeste 263 (246-279) 303 (276-3310 229 (209-249)
Belo Horizonte 30 (271-327) 357 (309-406) 250 (219-280)
Rio de Janeiro 283 (254-311) 333 (286-379) 240 (205-275)
Satildeo Paulo 242 (218-266) 272 (232-312) 216 (186-246)
Vitoacuteria 318 (290-346) 378 (330-426) 268 (237-299)
Sul 303 (284-322) 367 (334-400) 248 (228-268)
Curitiba 296 (268-325) 362 (314-410) 240 (209-271)
Florianoacutepolis 331 (302-360) 356 (310-402) 307 (271-344)
Porto Alegre 304 (272-335) 377 (321-433) 243 (213-273)
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada
cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Comitecirc Executivo responsaacutevel pelo Questionaacuterio Internacional de Atividade Fiacutesica
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
62
A classificaccedilatildeo do niacutevel de AF tambeacutem apresentou divergecircncias
regionais A Figura 6 mostra a comparaccedilatildeo entre as regiotildees segundo o ranking da
prevalecircncia de AF A Regiatildeo Sul obteve a maior meacutedia de AF suficiente frente agraves
recomendaccedilotildees da OMS mas segundo as recomendaccedilotildees da UE e do IOM obteve a
quarta maior meacutedia do total de cinco A uacutenica unanimidade observada na
classificaccedilatildeo regional foi a Regiatildeo Sudeste com a menor meacutedia nacional
Figura 6 Classificaccedilatildeo regional do niacutevel de AF por diferentes recomendaccedilotildees
43 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO VARIAacuteVEIS SOCIODEMOGRAacuteFICAS
Para tornar possiacutevel a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas sociodemograacuteficas da
AF dentre as diversas recomendaccedilotildees foi escolhida a da OMS por ser esta a adotada
pelas poliacuteticas de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
bull1ordm Norte
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Nordeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
UE
bull1ordm Norte
bull2ordm Nordeste
bull3ordm Centro Oeste
bull4ordm Sul
bull5ordm Sudeste
IOM
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
ACSM
bull1ordm Sul
bull2ordm Centro Oeste
bull3ordm Norte
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
OMS
bull1ordm Centro Oeste
bull2ordm Norte
bull3ordm Sul
bull4ordm Nordeste
bull5ordm Sudeste
IPAQ
63
Os homens se mostraram mais ativos que as mulheres (ple0001) O
percentual de AF para eles foi de 598 (IC95 57-63) e de 389 (IC95 36-42)
para elas
Em relaccedilatildeo ao traccedilo coretnia foi notada uma diferenccedila estatisticamente
significante Os de pele amarela foram os mais ativos (355 - IC95 32-37) e os de
pele vermelha os mais inativos (529 - IC 95 51-53) (ple0001) O grupo de
negros pardos e morenos apresentou prevalecircncia semelhante aos brancos (511 x
517 respectivamente) tanto para inatividade fiacutesica quanto para AF suficiente
(343 x 346 respectivamente) (p=007)
O niacutevel de AF decresceu com o aumento da idade Os participantes com
65 anos ou mais foram os mais inativos (66 - IC95 - 65-68) Naqueles com
menos idade (18 ndash 24 anos) o percentual de inatividade observado foi o menor (44
- IC95 42-46) Foi observada ainda uma diferenccedila estatisticamente significante
para a relaccedilatildeo entre a praacutetica de AF com a idade (ple0001)
A comparaccedilatildeo do grau de escolaridade dos participantes com o niacutevel de
AF apresentou diferenccedilas significantes (ple0001) e o niacutevel de AF cresceu com o
aumento da escolaridade Assim a inatividade fiacutesica eacute mais prevalente entre os
menos escolarizados 61 (IC95 58-63) e menos prevalente entre os mais
escolarizados 39 (IC95 36-40) Tambeacutem 46 dos participantes com maior
escolaridade e 30 com menor escolaridade alcanccedilaram a meta de AF recomendada
pela OMS
A relaccedilatildeo da praacutetica da AF com o estado civil dos participantes apontou
que os solteiros satildeo mais ativos (279 - IC95 25-29) e os viuacutevos satildeo mais inativos
(669 - IC95 64-68) Separados e divorciados tenderam a ser mais inativos que os
casados (p=0001)
Quando perguntado aos entrevistados se conheciam local ou instalaccedilatildeo
apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos agrave sua residecircncia a resposta afirmativa foi
mais frequente entre os participantes que referiram praticar AF Entre os
participantes que responderam negativamente agrave questatildeo ou seja que desconheciam a
presenccedila de tais instalaccedilotildees 617 (IC95 59-63) se mostraram inativos A Tabela
11 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis sociodemograacuteficas em relaccedilatildeo ao niacutevel de AF
64
Tabela 11 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo variaacuteveis
sociodemograacuteficas nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash
2006
Variaacuteveis
sociodemograacutefica Inativo ativo insuf ativo muito ativo p
IC95 IC95 IC95 IC95
SEXO
lt0001
masculino 402 (381-423) 205 (181-22) 103 (85-119) 290 (271-321)
feminino 611 (583-634) 86 (64-107) 88 (63-104) 215 (198-235)
CORETNIA
lt0001
branca 512 (499-528) 144 (132-60) 87 (73-97) 257 (241-269)
negra 487 (465-498) 132 (118-51) 125 (112-143) 256 (242-273)
pardamorena 521 (513-532) 140 (129-58) 98 (86-108) 241 (226-265)
amarela 479 (459-496) 89 (77-97) 77 (63-91) 355 (328-379)
vermelha 529 (511-539) 128 (112-14) 104 (91-114) 239 (219-245)
IDADE
lt0001
18 ndash 24 443 (426-465) 189 (165-99) 101 (84-122) 267 (245-291)
25 ndash 34 479 (453-498) 156 (143-74) 93 (79-118) 272 (252-305)
35 ndash 44 524 (498-543) 135 (119-47) 94 (91-105) 247 (222-273)
45 -54 558 (529-584) 104 (88-12) 100 (92-111) 238 (209-253)
55-64 557 (536-585) 109 (98-118) 89 (77-96) 245 (229-265)
65 ou + 661 (651-684) 86 (71-98) 90 (82-111) 163 (156-189)
ESCOLARIDADE
lt0001
0 a 8 607 (589-637) 93 (89-107) 101 (91-116) 199 (188-211)
9 a 11 472 (446-499) 138 (118-49) 98 (91-105) 292 (274-326)
12 e mais 386 (365-406) 153 (143-76) 82 (69-93) 379 (348-411)
ESTADO CIVIL
001
solteiro 451 (432-489) 174 (161-85) 96 (91-106) 279 (259-294)
casado 537 (518-555) 127 (119-37) 97 (89-104) 239 (221-251)
viuacutevo 669 (648-685) 83 (74-98) 77 (71-89) 171 (164-186)
separadodivorciado 582 (568-631) 102 (91-12) 100 (9-117) 216 (205-229)
LOCAL PARA AF
lt0001
sim 482 (468-499) 152 (143-161) 95 (91-106) 266 (248-273)
natildeo 617 (597-632) 105 (93-11) 89 (81-97) 189 (175-199)
TOTAL DA
AMOSTRA () 515
141
96
249
Segundo diretriz OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p-valor para determinar a diferenccedila entre os escore das variaacuteveis para os niacutevel de AF (inativo ativo
insuficiente ativo e muito ativo) calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
65
44 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL
A Tabela 12 mostra a distribuiccedilatildeo do niacutevel de AF dos participantes de
acordo com algumas caracteriacutesticas do comportamento individual A avaliaccedilatildeo
subjetiva do estado de sauacutede mostrou distribuiccedilatildeo significativamente diferente entre
os grupos (plt0001) Embora aproximadamente 80 dos participantes tenham
percebido sua sauacutede como boaregular houve maior impressatildeo positiva entre os
ativos e negativa entre os inativos O deslocamento ativo de casa para o trabalho foi
mais frequente agrave medida que aumentava o niacutevel de AF Por sua vez ser inativo foi
mais comum entre tabagistas (58 - IC95 57-59) principalmente entre aqueles
com maior consumo diaacuterio de cigarros Em relaccedilatildeo ao consumo de bebida alcooacutelica
aqueles que declararam realizar alguma quantidade de AF se apresentaram como
maiores consumidores (553 - IC95 54-56) (plt0001)
66
Tabela 12 Niacutevel de AF da populaccedilatildeo adulta segundo caracteriacutesticas de
comportamento individual nas capitais brasileiras e Distrito
Federal ndash 2006
Segundo diretriz da OMS
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
p valor calculado pelo Teste Qui quadrado de Pearson
45 ATIVIDADE FIacuteSICA SEGUNDO DIAGNOacuteSTICO DE DOENCcedilAS
CROcircNICAS NAtildeO TRANSMISSIacuteVEIS
A Tabela 13 mostra a prevalecircncia de diagnoacutestico meacutedico de DCNT
(hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente
vascular cerebral dislipidemia e osteoporose) em adultos e a sua relaccedilatildeo com o niacutevel
de AF1
embasado nas diretrizes da OMS A prevalecircncia para as doenccedilas pesquisadas
Caracteriacutesticas
Gerais (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) (IC95 ) p
Estado sauacutede lt0001
excelente 35 (342-264) 147 (131-158) 91 (84 - 99) 412 (402-430)
bom 454 (445-464) 14 (130-157) 95 (87-103) 311 (304-323)
578 (566-587) 11 (104-119) 98 (89-106) 214 (204-229)
ruim 721 (714-739) 73 ( 65 - 80) 72 (67 - 79) 134 (125-147)
lt0001
sim 432 (419-447) 132 (122-141) 105 (95-112) 331 (322-341)
528 (513-532) 142 (134-153) 94 (87-101) 236 (228-244)
Desl ativo lt0001
sim 229 (214-236) 73 ( 67 - 81) 325 (317-336) 373 (364-381)
natildeo 562 (551-574) 191 (183-202) 276 (266-284) 219 (203-226)
Tabagismo 002
sim 582 (571-592) 123 (115-134) 95 (89-103) 20 (191-209)
natildeo 505 (495-520) 143 (133-156) 95 (85-104) 256 (244-263)
Cigarro quant
1-19dia 529 (514-538) 14 (131-149) 104 (94-111) 228 (214-233) 001
20-39dia 656 (648-666) 91 ( 84 -101) 86 (76 - 93) 167 (151-176)
40 ou mais 647 (635-658) 121 (113-132) 57 (46 - 65) 175 (162-182)
Ex-fumante
sim 521 (512-533) 129 (117-134) 10 (94-109) 250 (241-262) 007
natildeo 50 (489-511) 149 (133-155) 93 (89 - 99) 259 (244-266)
Consumo aacutelcool
sim 447 (433-456) 177 (166-184) 99 (91-106) 276 (264-286) lt0001
natildeo 558 (544-566) 119 (107-128) 93 (85-101) 23 (221-243)
Frequecircnciadia
diaacuteria 481 (47-492) 116 (108-127) 132 (123-146) 271 (266-283)
3 a 6 dias 469 (459-478) 176 (164-184) 113 (107-126) 238 (226-244)
1 a 2 dias 417 (403-428) 203 (191-216) 98 (91-107) 282 (278-295)
ocasionalmente 501 (487-5120 13 (120-139) 91 (89-101) 278 (264-287)
Total da amostra ( ) 515 141 96 249
Inativo ativo insuficiente ativo muito ativo
Dieta hipocaloacuterica
67
foi maior entre os inativos principalmente entre mulheres inativas (plt0001) Trecircs a
cada quatro episoacutedios de infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
acometeram mulheres inativas
Tabela 13 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos com histoacuterico
de diagnoacutestico meacutedico de DCNT por sexo segundo o niacutevel de AF
determinado pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e
Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da
populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
X 2 = Teste Qui quadrado de Pearson
DCNT - hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto agudo do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia
ou osteoporose
DCNT Inativo Ativo Insuficiente Ativo Muito ativo
IC 95 IC 95 IC 95 IC 95 p
HIPERTENSAtildeO
Total (217) 595 578-610 101 88-122 88 71-95 216 197-233 lt0001
Homens (185) 513 486-534 135 113-143 54 40-63 243 228-263 lt0001
Mulheres (244) 643 621-669 78 66-91 78 63-86 201 189-229 0009
DIABETE
Total (52) 634 617-668 78 55-91 78 53-96 212 197-233 0001
Homens (44) 522 480-568 114 93-130 91 77-115 273 258-292 003
Mulheres (59) 678 658-702 68 49-83 68 50-85 186 164-212 0001
INFARTO eou AVC
Total (27) 663 638-691 81 71-101 85 69-93 181 165-194 lt0001
Homens (28) 571 542-606 143 129-165 89 75-103 217 194-227 0006
Mulheres (27) 741 727-767 44 34-59 71 63-89 144 131-164 0001
DISLIPIDEMIA
Total (162) 54 521-568 123 114-138 99 86-111 238 224-257 002
Homens (143) 457 446-478 162 151-173 114 106-130 267 245-288 0001
Mulheres (178) 596 563-614 96 81-106 88 79-93 22 206-248 033
OSTEOPOROSE
Total (44) 64 559-669 114 106-134 91 80-100 159 146-166 lt0001
Homens (13) 538 521-541 154 144-165 154 145-166 154 145-165 026
Mulheres (70) 643 628-662 10 93-115 86 77-99 171 166-184 001
68
46 MODALIDADES PREFERIDAS PARA A PRAacuteTICA DE ATIVIDADE
FIacuteSICA
A Tabela 14 lista a escolha principal dos participantes por uma entre 16
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A caminhada livre a musculaccedilatildeo e o
futebol foram os mais populares Enquanto a caminhada livre apresentou maior
ocorrecircncia entre mulheres principalmente entre aquelas suficientemente ativas
(579 - IC95 56-60) o futebol se confirmou como modalidade de exerciacutecio fiacutesico
ou esporte predominantemente masculino e foi o mais preferido entre os homens
insuficientemente ativos (609 - IC95 57-64) As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
69
Tabela 14 Percentual da populaccedilatildeo adulta distribuiacuteda segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Conjunto
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 427 413-443 297 276-318 579 560-600 269 247-289 152 130-174 479 445-513
2 = caminhada esteira 29 24-34 39 31-48 17 12-22 23 16-30 27 17-37 16 09-23
3 = corrida livre 37 31-42 48 39-56 25 18-31 23 17-30 24 16-32 22 13-31
4 = corrida esteira 05 003-07 04 01-07 06 03-09 04 009-07 05 005-09 02 0002-04
5 = musculaccedilatildeo 154 142-166 174 155-193 131 117-144 43 34-51 30 21-40 64 48-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 21 17-25 04 02-06 40 32-49 11 07-15 02 005-03 29 18-40
7 = hidroginaacutestica 20 16-23 06 02-09 37 30-43 21 16-26 03 01-05 53 39-68
8 = ginaacutestica geral 33 28-38 13 09-17 57 47-66 34 27-41 12 07-17 75 58-92
9 = nataccedilatildeo 17 13-20 18 14-22 15 09-20 26 19-33 26 16-36 26 17-35
10 = artes marciais 15 11-19 22 16-29 06 01-10 03 01-05 03 02-05 03 0004-007
11 = ciclismo 48 41-55 63 53-75 29 22-36 40 31-50 43 31-55 36 22-49
12 = futebol 140 127-152 252 230-273 10 07-13 408 378-437 609 573-643 42 28-56
13 = basquetebol 02 007-03 03 01-05 002 0004-004 02 003-05 03 001-06 01 001-02
14 = voleibol 08 05-10 06 04-08 09 05-14 23 17-29 12 07-16 44 30-58
15 = tecircnis 02 002-04 05 02-07 005 002-009 06 02-10 08 02-14 03 004-05
16 = outros 42 36-48 46 36-55 38 31-45 64 52-76 41 30-53 105 78-131
70
A Tabela 15 mostra a preferecircncia dos portadores de hipertensatildeo arterial
sistecircmica por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Comparando
a proporccedilatildeo com o conjunto da amostra foi notado entre os portadores dessa DCNT
incremento da praacutetica de caminhada livre em ambos os grupos (ativo suficiente e
ativo insuficiente) e sexos Entre os hipertensos suficientemente ativos a frequecircncia
foi de 68 (IC95 64-70) contra 43 (IC95 41-44) para a populaccedilatildeo em geral
Os hipertensos insuficientemente ativos apresentaram incremento mais modesto para
esta modalidade (448 - IC95 39-49) Tambeacutem ficou destacada a diminuiccedilatildeo da
praacutetica de futebol para este grupo As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
71
Tabela 15 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de hipertensatildeo arterial sistecircmica segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
HIPERTENSAtildeO
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 679 648-708 604 553-654 737 704-75 448 399-497 312 251-373 599 530-667
2 = caminhada esteira 19 12-26 26 14-38 14 06-22 16 05-27 18 001-35 15 02-28
3 = corrida livre 27 17-37 39 19-58 18 09-26 20 08-31 23 06-40 15 008-32
4 = corrida esteira 03 005-06 06 001-12 01 004-13 04 01-08 06 03-16 004 005-01
5 = musculaccedilatildeo 63 46-78 75 48-102 52 34-71 29 07-51 37 01-75 20 02-38
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 10-30 07 002-14 30 13-47 13 06-19 06 005-13 19 08-31
7 = hidroginaacutestica 37 25-48 11 03-21 57 38-76 54 31-77 15 02-28 98 53-143
8 = ginaacutestica geral 26 18-33 13 05-20 36 23-49 46 30-62 27 09-45 67 41-94
9 = nataccedilatildeo 09 04-14 11 03-19 07 0005-14 23 10-36 26 06-45 20 03-38
10 = artes marciais 03 002-05 06 003-12 02 0001-005 03 003-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 32 24-41 44 30-58 23 12-33 50 24-77 54 24-84 50 03-91
12 = futebol 47 31-63 105 70-139 005 0004-01 222 174-270 416 341-491 06 02-12
13 = basquetebol 01 001-03 02 003-05 001 0007-002 0005 0005-002 001 0001-003 - -
14 = voleibol 02 005-05 04 002-11 006 0005-001 10 02-23 06 007-10 15 11-41
15 = tecircnis 01 001-002 03 001-05 008 001-01 03 004-06 04 002-08 02 01-05
16 = outros 31 18-44 44 19-68 21 08-34 59 38-80 47 15-79 72 56-100
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
72
A Tabela 16 mostra a preferecircncia de portadores de diabete por uma entre
16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Para ambos os grupos e ambos os
sexos a procura pela caminhada livre quase dobrou em relaccedilatildeo ao conjunto da
amostra (427x 746) sendo esta modalidade a preferida de 77 (IC95 69-84)
das mulheres suficientemente ativas A preferecircncia pela praacutetica do futebol aumentou
em aproximadamente cinco vezes para o grupo que natildeo alcanccedilou a meta em relaccedilatildeo
ao conjunto da amostra O somatoacuterio de modalidades esportivas de quadra como
basquete vocirclei e tecircnis natildeo alcanccedilou 05 da preferecircncia e demonstrou a natildeo escolha
destas modalidades pelo puacuteblico feminino As diferenccedilas estabelecidas foram
estatisticamente significantes (plt0001)
73
Tabela 16 Percentual da populaccedilatildeo adulta com diagnoacutestico meacutedico de diabetes segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Diabetes AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
Total
(IC95)
Masculino
(IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 746 687-803 718 623-812 770 697-842 558 450-661 504 326-681 595 456-733
2 = caminhada esteira 30 122-48 34 02-66 27 08-45 07 0005-14 14 02-30 02 01-07
3 = corrida livre 16 04-28 10 01-20 21 005-42 27 04-58 24 08-55 29 02-79
4 = corrida em esteira 02 0002-05 02 01-05 03 008-07 11 10-32 26 24-76 0 -
5 = musculaccedilatildeo 25 06-44 39 009-78 12 01-23 12 01-25 22 08-52 05 02-11
6 = ginaacutestica aeroacutebia 13 0001-26 21 06-48 06 0004-12 07 04-18 13 13-39 02 006-05
7 = hidroginaacutestica 50 18-82 22 09-53 75 22-128 93 18-167 30 01-61 139 162-262
8 = ginaacutestica em geral 31 14-48 15 17-31 45 18-73 46 03-89 11 03-26 71 009-143
9 = nataccedilatildeo 09 0005-19 11 0 5-28 07 04-18 08 0004-17 11 06-29 06 0006-013
10 = artes marciais 02 001-006 05 02-13 00 - 03 03-10 08 08-24 0 -
11 = ciclismo 26 11-41 50 18-81 05 007-10 07 11-136 11 02-23 04 01-09
12 = futebol 20 008-32 42 16-69 0 - 93 50-136 219 111-326 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 0004-002 0004 0003-001 01 0008-02 0008 004-02 02 01-05 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 - 0 -- 001 009-03 02 02-07 0 -
16 = outros 29 26-56 31 04-65 28 12-69 128 54-202 103 17-205 146 43-250
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
74
A Tabela 17 mostra a preferecircncia dos participantes com histoacuterico de IAM
eou AVC por uma das 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte A distribuiccedilatildeo
da escolha do tipo de atividade principal se assemelhou agrave escolha dos participantes
com diagnoacutestico preacutevio de diabetes ou seja indicou forte participaccedilatildeo em caminhada
livre Ela esteve presente entre 781 (IC95 76-88) das mulheres suficientemente
ativas e 734 (IC95 60-86) entre as insuficientemente ativas As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
75
Tabela 17 Percentual da populaccedilatildeo adulta com IAM eou AVC segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas
capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
2 Infarto agudo do miocaacuterdio e
3 Acidente vascular cerebral
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
IAM2 ou AVC3 AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades
Total
(IC 95) Masculino (IC 95) Feminino
(IC
95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 706 621-91 653 534-73 781 763-88 494 342-645 382 197-571 734 600-867
2 = caminhada em esteira 45 08-81 74 12-135 03 02-08 06 02-13 07 04-18 04 03-11
3 = corrida livre 12 01-24 07 02-16 20 04-44 35 31-102 50 47-147 03 03-11
4 = corrida em esteira 02 01-05 04 02-09 0 - 24 17-65 35 25-95 0 -
5 = musculaccedilatildeo 80 15-145 90 03-18 63 20-149 64 27-155 76 54-207 38 24-100
6 = ginaacutestica aeroacutebia 15 05-35 18 15-51 10 02-22 10 05-24 0 - 31 15-77
7 = hidroginaacutestica 28 09-48 11 08-29 53 13-93 50 07-92 36 12-83 80 05-166
8 = ginaacutestica em geral 24 05-43 16 04-35 36 002-71 20 02-37 14 06-34 32 001-64
9 = nataccedilatildeo 10 04-25 06 05-17 17 15-48 24 01-48 32 02-66 08 03-20
10 = artes marciais e luta 01 01-03 02 01-05 00 00 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 16 04-31 23 03-49 05 005-11 57 08-122 74 20-169 20 16-56
12 = futebol 25 05-45 42 07-75 0 - 154 30-312 225 06-443 01 01-03
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
14 = voleibol 01 005-03 004 0003-1 02 001-05 005 004-01 01 008-02 0 -
15 = tecircnis 02 01-05 03 003-08 0 - 0 - 0 - 0 -
16 = outros 34 03-70 51 10-112 10 03-22 62 15-139 68 43-179 49 07-91
76
A Tabela 18 mostra a preferecircncia entre participantes com histoacuterico
meacutedico de dislipidemia por uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte
Caminhada livre musculaccedilatildeo e futebol foram as modalidades preferidas entre os
participantes suficientemente ativos 644 79 e 59 respectivamente A
caminhada livre o futebol e o ciclismo (431 22 e 58 respectivamente) foram
as modalidades preferidas entre participantes insuficientemente ativos As diferenccedilas
estabelecidas foram estatisticamente significantes (plt0001)
77
Tabela 18 Percentual da populaccedilatildeo adulta com dislipidemia segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais
dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quarado de Pearson p lt0001
Dislipidemia AF Suficiente
AF
Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95) Feminino (IC 95)
1 = caminhada livre 644 612-676 556 500-612 723 686-757 431 377-483 298 229-366 579 510-642
2 = caminhada em esteira 18 11-24 24 12-37 11 04-19 16 06-27 18 002-36 14 03-24
3 = corrida livre 26 17-34 44 27-61 09 04-15 17 06-28 17 01-33 17 004-33
4 = corrida em esteira 07 01-13 11 01-22 03 03-07 10 06-26 19 12-49 0 -
5 = musculaccedilatildeo 79 62-96 93 65-121 68 46-88 30 16-45 11 03-18 51 22-81
6 = ginaacutestica aeroacutebia 20 14-29 07 05-15 31 15-47 08 02-13 03 01-07 14 04-23
7 = hidroginaacutestica 39 28-50 15 04-25 60 42-78 50 31-69 17 02-31 86 51-123
8 = ginaacutestica em geral 23 16-30 12 03-20 34 21-44 42 25-58 18 05-30 68 36-100
9 = nataccedilatildeo 13 07-19 16 06-26 09 02-17 43 18-68 59 16-102 25 04-46
10 = artes marciais e luta 04 004-07 08 08-15 0001 0001-0004 03 002-06 03 01-08 02 02-06
11 = ciclismo 35 24-45 52 33-72 19 10-28 58 34-82 83 41-125 30 08-51
12 = futebol 59 40-78 123 83-163 02 0002-04 220 165-274 414 328-499 05 001-09
13 = basquetebol 006 0006-01 01 001-02 0 - 003 003-009 005 005-01 0 -
14 = voleibol 003 005-04 01 001-06 02 01-06 09 03-14 007 02-12 11 01-21
15 = tecircnis 001 004-03 03 007-06 0002 0002-008 04 008-07 006 01-12 003 003-01
16 = outros 32 20-43 34 16-52 29 15-44 57 40-80 25 06-44 98 62-134
78
A Tabela 19 mostra a preferecircncia entre portadores de osteoporose por
uma entre 16 modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte Os resultados mostraram a
mesma tendecircncia observada entre os portadores dos outros tipos de DCNT ou seja
maior preferecircncia pela caminhada livre Aqui destaca-se a hidroginaacutestica como
segunda opccedilatildeo de AF A procura pela hidroginaacutestica foi maior em mulheres Para
aquelas que natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima 174 (IC95 9-25) relataram esta
preferecircncia As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente significantes
(plt0001)
79
Tabela 19 Percentual da populaccedilatildeo adulta com osteoporose segundo modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e niacutevel de AF nas capitais dos
estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
Osteoporose AF Suficiente
AF Insuficiente
Modalidades Total (IC 95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95) Total (IC95) Masculino (IC 95)
Feminino
(IC 95)
1 = caminhada livre 670 607-732 502 313-691 705 645-769 413 322-502 371 128-612 424 327-519
2 = caminhada em esteira 14 03-25 43 08-93 07 0003-14 07 001-15 15 15-46 05 003-11
3 = corrida livre 14 01-27 20 07-48 13 01-27 03 001-06 02 02-06 03 005-07
4 = corrida em esteira 03 02-09 0 - 04 02-11 0001 001-004 007 008-02 0 -
5 = musculaccedilatildeo 60 24-94 106 19-230 49 17-81 52 03-108 132 104-368 33 005-66
6 = ginaacutestica aeroacutebia 24 009-47 01 0009-02 29 10-57 26 06-46 28 29-84 25 04-46
7 = hidroginaacutestica 87 54-122 0 - 108 67-149 154 83-222 66 63-194 174 94-254
8 = ginaacutestica em geral 39 17-59 03 02-08 46 21-72 105 49-160 10 11-32 128 60-196
9 = nataccedilatildeo 02 004-04 0 - 02 004-04 19 008-37 0 - 24 001-47
10 = artes marciais e luta 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - 0 -
11 = ciclismo 36 006-73 172 09-355 06 007-10 78 20-136 171 35-38 55 05-105
12 = futebol 22 04-39 120 23-217 003 003-01 32 04-61 164 18-31 0 -
13 = basquetebol 0 - 0 - 0 - 0 - 00 - 0 -
14 = voleibol 0001 0001-003 0 - 0001 0001-003 0 - 00 - 0 -
15 = tecircnis 0 - 0 -- 0 - 0 - 00 - 0 -
16 = outros 29 08-49 33 06-72 27 03-52 111 54-168 41 02-83 129 59-198
80
47 PERIODICIDADE SEMANAL DA ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 20 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal das atividades
separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pelo conjunto das
modalidades segundo o niacutevel de AF Entre os participantes que alcanccedilaram a meta
sobressaiu a frequecircncia de atividades entre 3 a 4 dias na semana O fenocircmeno soacute natildeo
foi observado para a praacutetica do ciclismo onde predominou a frequecircncia diaacuteria
(485 - IC 95 408-559) A maioria dos participantes com AF insuficiente
apresentou frequecircncia de 1 a 2 dias por semana A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu na
modalidade de basquetebol em que predominou a frequecircncia de 3 a 4 dias por
semana (532 - IC95 21-85) As diferenccedilas estabelecidas foram estatisticamente
significantes (plt0001)
81
Tabela 20 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo periodicidade e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
continua
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
1 GIN AER = ginaacutestica aeroacutebia
2 todos = (todos os dias) frequecircncia diaacuteria da atividade
3 Caminhada na esteira rolante
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95 GIN16 AER IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
Todos27 278 255-300 25 13-36 todos 120 64-175 76 06-145 todos 485 408-559 103 07-213
5 a 6 296 274-317 27 12-41 5 a 6 376 269-481 22 21-66 5 a 6 184 114-254 83 10-178
3 a 4 406 383-427 77 54-100 3 a 4 492 390-594 56 18-130 3 a 4 301 234-369 69 26-112
1 a 2 20 15-25 871 842-899 1 a 2 12 02-25 846 738-953 1 a 2 30 10-49 745 613-875
CAMINHADA38 IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
todos 260 178-342 89 42-221 todos 45 17-71 _ _ todos 138 98-177 _ _
5 a 6 202 140-263 50 43-144 5 a 6 145 73-216 _ _ 5 a 6 106 72-140 01 001-02
3 a 4 455 365-545 92 14-168 3 a 4 801 726-876 01 001-02 3 a 4 453 394-509 01 001-02
1 a 2 83 16-148 769 61926 1 a 2 09 01-17 999 998-1000 1 a 2 303 249-356 998 997-1000
CORRIDA IC95 IC95
GIN
GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
todos 163 111-214 04 03-13 todos 156 102-209 94 38-148 todos 300 73-672 _ _
5 a 6 288 212-362 46 10-101 5 a 6 285 211-358 80 15-145 5 a 6 101 30-232 _ _
3 a 4 518 439-596 11 01-23 3 a 4 545 467-624 62 26-97 3 a 4 532 214-850 _ _
1 a 2 31 06-56 939 881-997 1 a 2 14 01-26 764 677-850 1 a 2 67 32-165 100 _
82
continuaccedilatildeo
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
4 Corrida na esteira rolante
5 Engloba qualquer das modalidades de artes marciais
6 Conjunto de modalidades natildeo nominadas na entrevista
Nuacutemero de
sessotildees semanais AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente AF
Suficiente AF
Insuficiente
CORRIDA49 IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
todos 255 105-404 13 18-45 todos 134 45-223 05 04-159 todos 164 67-259 _ _
5 a 6 331 135-526 258 133-648 5 a 6 65 34-96 _ _ 5 a 6 164 56-270 _ _
3 a 4 386 171-602 - - 3 a 4 758 662-851 _ _ 3 a 4 556 401-712 01 001-02
1 a 2 28 27-82 729 332-1126 1 a 2 43 05-80 945 84-1049 1 a 2 116 37-193 999 998-1000
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA510 IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
todos 143 105-181 08 01-18 todos 211 90-330 _ _ todos 193 35-421 _ _
5 a 6 411 367-454 01 001-09 5 a 6 130 58-201 _ _ 5 a 6 163 34-290 _ _
3 a 4 437 394-477 34 22-91 3 a 4 590 452-728 _ _ 3 a 4 637 405-868 _ _
1 a 2 09 03-15 957 900-1014 1 a 2 689 01-138 100 _ 1 a 2 07 06-22 100 _
OUTROS611 IC95 IC95
CONJUNTO IC95 IC95
todos 295 215-374 96 36-229 todos 228 213-243 24 12-36
5 a 6 182 123-239 20 02-38 5 a 6 269 254-283 175 109-242
3 a 4 468 392-541 18 06-29 3 a 4 445 428-460 296 226-365
1 a 2 55 27-84 866 735-995 1 a 2 58 49-66 925 911-943
83
48 DURACcedilAtildeO DA SESSAtildeO DE ATIVIDADE FIacuteSICA
A Tabela 21 mostra a distribuiccedilatildeo da duraccedilatildeo (em minutos) das sessotildees
das atividades separadas por modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e no
conjunto das modalidades Para todas as modalidades a maioria dos participantes
referiu praticaacute-las com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais A uacutenica exceccedilatildeo ocorreu para
as corridas na esteira rolante pelos participantes insuficientemente ativos 525
(IC95 38-105) optaram por realizaacute-las de 30 a 39 minutos Destaca-se que no
conjunto aproximadamente 90 dos participantes praticaram alguma modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte com duraccedilatildeo igual ou superior a 30 minutos Assim quase
a totalidade dos participantes atendeu ao indicador lsquoduraccedilatildeo do esforccedilorsquo
recomendado pela maioria das diretrizes
84
Tabela 21 Percentual da populaccedilatildeo adulta segundo duraccedilatildeo do esforccedilo (minutos) e niacutevel de AF nas capitais dos estados brasileiros
e Distrito Federal 2006
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CAMINHADA IC95 IC95
GIN
AEROacuteBIA IC95 IC95 CICLISMO IC95 IC95
-10 01 001-09 03 01-05 -10 _ _ 99 07-189 -10 09 08-27 46 03-96
10 a 19 02 01-07 81 58-104 10 a 19 14 13-41 83 13-154 10 a 19 13 04-25 258 125-390
20 a 29 32 23-40 102 79-126 20 a 29 35 06-75 06 03-15 20 a 29 57 24-89 104 43-164
30 a 39 224 205-242 269 225-313 30 a 39 37 139-60 224 39-410 30 a 39 20 143-256 107 33-181
45 a 59 143 127-158 108 80-136 45 a 59 39 15-63 106 32-245 45 a 59 153 84-220 62 16-139
60 ou mais 598 575-621 437 392-491 60 ou mais 875 816-932 482 312-649 60 ou mais 568 492-644 423 302-543
CAMINHADA IC95 IC95 HIDROGIN IC95 IC95 FUTEBOL IC95 IC95
-10 0 0 08 07-24 -10 _ _ _ _ -10 - - - -
10 a 19 33 28-93 214 51-377 10 a 19 01 001-02 01 001-02 10 a 19 01 001-02 11 09-21
20 a 29 30 05-65 143 38-247 20 a 29 01 01-02 07 03-19 20 a 29 03 001-07 06 02-08
30 a 39 21 140-279 225 111-339 30 a 39 68 31-106 71 04-145 30 a 39 68 37-98 53 34-71
45 a 59 242 43-156 37 18-91 45 a 59 302 222-383 374 232-515 45 a 59 48 29-65 58 37-79
60 ou mais 485 456-395 373 215-531 60 ou mais 628 543-714 547 406-689 60 ou mais 88 845-916 872 841-901
CORRIDA IC95 IC95 GIN GERAL IC95 IC95 BASQUETE IC95 IC95
-10 - - - - -10 01 001-03 28 01-54 -10 _ _ 0 0
10 a 19 - - 109 - 10 a 19 03 001-07 234 144-324 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 46 13-78 79 17-140 20 a 29 25 03-46 45 13-75 20 a 29 _ _ 08 01-26
30 a 39 316 235-396 267 116-416 30 a 39 108 68-147 105 51-158 30 a 39 31 29-82 116 81-314
45 a 59 151 106-195 111 21-201 45 a 59 28 136-43 40 11-67 45 a 59 17 10-44 07 06-23
60 ou mais 487 397-565) 434 285-583 60 ou mais 835 788-882 548 442-657 60 ou mais 952 891-1011 869 665-1072
continua
85
continuaccedilatildeo
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
AF
Suficiente
AF
Insuficiente
CORRIDA IC95 IC95 NATACcedilAtildeO IC95 IC95 VOLEI IC95 IC95
-10 _ _ 44 61-149 -10 _ _ _ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 281 121-683 10 a 19 _ _ 58 46-161 10 a 19 _ _ 03 02-10
20 a 29 74 03-152 14 20-47 20 a 29 04 01-12 14 06-34 20 a 29 _ _ 0 0
30 a 39 186 05-314 526 08-1059 30 a 39 100 34-165 103 19-186 30 a 39 52 37-142 49 09-88
45 a 59 242 31-453 129 129-387 45 a 59 217 123-310 257 134-379 45 a 59 14 13-42 104 01-211
60 ou mais 498 289-706 06 009-22 60 ou mais 679 576-782 568 414-723 60 ou mais 934 840-1026 842 732-951
MUSCULACcedilAtildeO IC95 IC95 LUTA IC95 IC95 TEcircNIS IC95 IC95
-10 _ _ 07 06-21 -10 _
_ _ -10 _ _ 0 0
10 a 19 _ _ 62 03-127 10 a 19 _
_ _ 10 a 19 _ _ 0 0
20 a 29 17 11-45 49 01-111 20 a 29 _
_ _ 20 a 29 _ _ 08 07-27
30 a 39 31 19-41 74 21-126 30 a 39 07 02-16 _ _ 30 a 39 _ _ 17 10-44
45 a 59 72 50-94 74 01-146 45 a 59 24 20-68 _ _ 45 a 59 _ _ 52 52-155
60 ou mais 880 844-915 734 621-846 60 ou mais 969 923-1013 1 _ 60 ou mais 100 _ 923 809-1035
OUTROS IC95 IC95 CONJUNTO IC95 IC95
-10 03 01-07 11 03-18 -10 01 0001-02 06 03-08
10 a 19 06 03-16 133 02-264 10 a 19 04 0003-06 65 49-80
20 a 29 22 11-33 19 05-42 20 a 29 26 19-32 42 34-50
30 a 39 10 52-146 85 42-127 30 a 39 152 142-166 127 109-144
45 a 59 107 47-166 33 07-59 45 a 59 117 107-126 84 69-97
60 ou mais 762 692-832 719 597-840 60 ou mais 700 682-712 676 649-703
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95
Qui quadrado de Pearson p lt0001
86
A Tabela 22 mostra a simulaccedilatildeo de aumento na frequecircncia semanal e na
duraccedilatildeo do esforccedilo Para os participantes ativos insuficientes com frequecircncia
semanal de 1 a 2 sessotildees de AF foi simulado o acreacutescimo na sua frequecircncia e se
passou a computar 3 sessotildees semanais Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu
Apoacutes a simulaccedilatildeo somente 999 participantes continuaram com AF insuficiente
outros 5589 (85) que natildeo alcanccedilavam a meta passaram a alcanccedilaacute-la Tambeacutem foi
acrescentado tempo para os participantes insuficientemente ativos que referiram
esforccedilo com duraccedilatildeo menor que 60 minutos Agora toda atividade dura no miacutenimo
60 minutos Nenhuma outra alteraccedilatildeo dos dados ocorreu Apoacutes a simulaccedilatildeo 5864
participantes permaneceram sem promoccedilatildeo do niacutevel de AF e somente 724 (11)
foram promovidos
Tabela 22 Distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo adulta insuficientemente ativa antes e
apoacutes a simulaccedilatildeo de aumento da frequecircncia semanal e da duraccedilatildeo
do esforccedilo nas capitais brasileiras e Distrito Federal ndash 2006
Classificaccedilatildeo do niacutevel de AF dada pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
Simulaccedilatildeo da frequecircncia permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 3 sessotildees semanais
Simulaccedilatildeo da duraccedilatildeo do esforccedilo permitiu os ativos insuficientes terem no miacutenimo 60 minutos de
duraccedilatildeo para cada sessatildeo de esforccedilo
Ativos Insuficientes
Frequecircncia
(sessotildeessemana)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
01-02 6233 -
03-04
05-06
279
76
823
76
Diaacuteria 100 100
Total 6588 999
Duraccedilatildeo do esforccedilo
(minutos)
Antes simulaccedilatildeo
(N)
Apoacutes simulaccedilatildeo
(N)
-10 69 -
1119 346 -
20-29 394 -
30-39 902 -
45-59 635 -
60 ou + 4342 5864
Total 6588 5864
87
A Tabela 23 mostra a distribuiccedilatildeo da frequecircncia semanal e duraccedilatildeo em
minutos das sessotildees de AF entre os participantes que referiram diagnoacutestico meacutedico
preacutevio de DCNT A maior parte dos portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT de
ambos os sexos e suficientemente ativos se concentrou em praacuteticas de AF com
frequecircncia entre 3 a 4 dias por semana Uma exceccedilatildeo foi observada entre homens
com referecircncia a IAM eou AVC que apresentaram alta frequecircncia diaacuteria (413 -
IC95 27-54) e percentual elevado para as atividades com duraccedilatildeo das sessotildees de
AF de 60 minutos ou mais (595 IC95 47-71) Em relaccedilatildeo aos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de DCNT insuficientemente ativos em ambos os sexos tambeacutem
predominaram as sessotildees com duraccedilatildeo de 60 minutos ou mais poreacutem com menor
frequecircncia semanal (1 a 2 dias) Assim portadores de DCNT apresentaram mesma
tendecircncia de frequecircncia semanal e duraccedilatildeo do esforccedilo quando comparados ao
conjunto da amostra
88
Tabela 23 Percentual da populaccedilatildeo adulta com idade ge 18 anos e diagnoacutestico meacutedico referido para DCNT por sexo para a periodicidade e
duraccedilatildeo da AF segundo a recomendaccedilatildeo de AF determinada pela OMS1 nas capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal 2006
Percentual ponderado para ajustar a distribuiccedilatildeo da amostra VIGITEL-2006 agrave distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo de cada cidade no Censo Demograacutefico de 2000 1 Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
IC 95 - Intervalo de Confianccedila de 95 Qui quadrado de Pearson p lt0001
hipertensatildeo arterial sistecircmica diabetes infarto do miocaacuterdio eou AVC dislipidemia e osteoporose
AF SUF HIPERTENSAtildeO DIABETES IAM eouAVC DISLIPIDEMIA OSTEOPOROSE
HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER HOMEM MULHER
(IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95) (IC95)
Frequecircncia
todos 298 (242-354) 227 (188-266) 395 (249-546) 257 (179-335) 413 (279-547) 355 (175-536) 239 (176-302) 204 (172-236) 318 (119-516) 213 (153-274)
5 a 6 252 (204-300) 331 (291-371) 193 (112-273) 355 (264-445) 279 (168-389) 249 (115-383) 246 (196-296) 319 (280-359) 223 (73-372) 327 (259-395)
3 a 4 395 (344-445) 431 (389-473) 397 (269-521) 374 (282-465) 270 (172-368) 388 (236-541) 478 (417-538) 460 (419-500) 402 (206-600) 452 (382-521)
1 a 2 55 (32-77) 11 (02-19) 15 (03-26) 14 (07-37) 38 (07-77) 08 (06-22) 37 (17-57) 17 (07-27) 57 (05-113) 08 (03-20)
Duraccedilatildeo
-10 002(001-006) 001 (0001-0002) - - - - 680 (61-197) -
10 a 19 - 006 (002-01) 05 (02-12) - - - 02 (01-07) - -
20 a 29 34 (15-52) 30 (19-42) 15 (02-27) 20 (07-33) 49 (01-98) 17 (02-31) 09 (04-14) 24 (12-36) 22 (04-48) 47 (11-82)
30 a 39 201 (16-24) 188 (159-217) 249 (131-367) 229 (158-300) 199 (103-296) 318 (135-501) 227 (171-282) 197 (166-228) 232 (38-425) 233 (175-291)
45 a 59 149 (113-185) 144 (114-175) 125 (49-200) 147 (71-221) 157 (77-236 141 (39-242) 141 (100-181) 153 (123-182) 100 (12-188) 158 (111-205)
60 ou mais 616 (564-668) 637 (597-676) 606 (477-737) 604 (514-695) 595 (474-716) 524 (353-694) 623 (563-684) 624 (585-663) 576 (375-779) 562 (492-631)
AF INSUF
Frequecircncia
todos 18 (02-34) 37 (10-63) 26 (02-49) 51 (35-138) 34 (01-70) 42 (03-86) 41 (03-83) 23 (05-40) 25 (10-61) 70 (19-122)
5 a 6 28 (08-47) 59 (02-115) 41 (20-103) 47 (15-110) 61 (20-142) 47 (13-107) 10 (04-24) 32 (05-59) - 40 (07-88)
3 a 4 61 (24-97) 42 (24-60) 165 (25-306) 86 (22-149) 77 (21-175) 170 (23-316) 31 (04-57) 57 (32-82) 425 (127-722) 121 (49-192)
1 a 2 893 (850-937) 862 (800-923) 768 (616-919) 816 (700-932) 828 (695-960) 741 (579-905) 918 (868-968) 888 (849-928) 550 (260-841) 769 (677-860)
Duraccedilatildeo
-10 26 (02-50) 06 (01-12) 01 (001-03) 09 (008-20) 16 (07-39) 12 (11-36) 24 (08-50) 04 (01-08) - 11 (05-21)
10 a 19 101 (47-156) 124 (63-185) 166 (23-309) 130 (20-239) 309 (58-558) 200 (57-343) 88 (26-151) 90 (53-126) 464 (176-751) 138 (67-209)
20 a 29 57 (28-87) 76 (44-107) 92 (25-158) 100 (29-170) 83 (05-161) 206 (49-462) 41 (13-69) 77 (39-115) 10 (05-32) 138 (55-220)
30 a 39 167 (109-224) 243 (177-307) 50 (03-96) 223 (122-324) 224 (39-409) 129 (26-231) 196 (121-271) 192 (138-245) 93 (08-177) 172 (82-262)
45 a 59 68 (39-97) 122 (66-177) 50 (03-96) 138 (07-283) 24 (05-53) 82 (01-165) 70 (34-106) 98 (51-143) 09 (009-27) 124 (53-194)
60 ou mais 581 (502-657) 429 (354-504) 641 (478-812) 400 (252-547) 344 (157-534) 371 (184-559) 581 (488-672) 539 (466-612) 424 (160-688) 417 (317-518)
89
5 DISCUSSAtildeO
51 SIacuteNTESES DOS RESULTADOS
Neste trabalho avaliamos os dados do sistema VIGITEL que entrevistou
a populaccedilatildeo adulta residente em domiciacutelios conectados agrave rede de telefonia fixa de
cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal O enfoque
desta tese incidiu sobre a prevalecircncia de AF e se observou que 515 dos adultos
natildeo praticam qualquer tipo de AF durante o lazer ou durante o deslocamento para o
trabalho Todas as diretrizes e recomendaccedilotildees internacionais para a quantidade
miacutenima de AF classificaram de modo uniforme e idecircntico os inativos No entanto
divergecircncias importantes ocorreram na graduaccedilatildeo da AF dos participantes
considerados fisicamente ativos
A frequecircncia das sessotildees de AF foi o aspecto que mais contribuiu para a
determinaccedilatildeo do grau dessa atividade Notou-se que as recomendaccedilotildees que orientam
uma frequecircncia semanal miacutenima indicaram uma prevalecircncia menor de AF suficiente
Por outro lado recomendaccedilotildees que orientam uma duraccedilatildeo total semanal sem fixar a
frequecircncia miacutenima tiveram as maiores prevalecircncias de AF suficiente Em face dessa
divergecircncia a prevalecircncia de AF suficiente nas cidades observadas variou
distinguindo diferentes rankings conforme a recomendaccedilatildeo adotada
Tendo como referecircncia a recomendaccedilatildeo da OMS encontramos maior
prevalecircncia de AF em homens Os de etnia negra e asiaacutetica eram fisicamente mais
ativos e a AF diminuiu com a idade com a menor escolaridade e com a viuvez Perto
de 65 da populaccedilatildeo consideraram a sua sauacutede boa ou excelente e entre os que a
consideraram ruim a maioria era de inativos O deslocamento ativo e a dieta
hipocaloacuterica satildeo caracteriacutesticas predominantes dos participantes ativos O tabagismo
foi mais frequente entre os inativos e o maior consumo de bebidas alcooacutelicas ocorreu
entre os ativos As pessoas fisicamente ativas mais frequentemente mostram
conhecer instalaccedilotildees proacuteprias para a praacutetica de AF nas suas proximidades
90
Cerca de 90 da populaccedilatildeo ativa realizava sessotildees com duraccedilatildeo de 30 a
60 minutos e natildeo houve diferenccedila significante entre o grupo que alcanccedilou e o que
natildeo alcanccedilou a meta da recomendaccedilatildeo A quase totalidade (90) dos participantes
que alcanccedilou a meta se exercitava trecircs ou mais vezes por semana e 80 dos que natildeo
alcanccedilaram a meta se exercitavam de 1 a 2 vezes por semana
A caminhada o futebol e a musculaccedilatildeo figuraram entre as principais
modalidades de exerciacutecio fiacutesico ou esporte praticada
A inatividade fiacutesica foi uma caracteriacutestica que se destacou entre os
participantes portadores de DCNT Eram inativos 60 dos portadores de hipertensatildeo
arterial sistecircmica 53 dos portadores de dislipidemia 64 dos diabeacuteticos 67
daqueles com histoacuterico de IAMAVC e 64 dos portadores de osteoporose No
conjunto 70 dos portadores de alguma DCNT natildeo alcanccedilaram a recomendaccedilatildeo
miacutenima de AF ou seja estavam inativos ou com AF abaixo da meta recomendada
52 LIMITACcedilOtildeES DO ESTUDO
O estudo transversal tem como propriedade apresentar as caracteriacutesticas
gerais da populaccedilatildeo estudada Como exposiccedilatildeo e desfecho satildeo coletados
simultaneamente natildeo eacute possiacutevel identificar a precedecircncia temporal natildeo havendo
portanto como estabelecer conclusotildees de caraacuteter causal Em contrapartida esse tipo
de estudo fornece informaccedilotildees sobre a prevalecircncia da praacutetica de AF em um
determinado periacuteodo e lugar com rapidez baixo custo e principalmente envolvendo
uma amostra numerosa e ampla
A principal limitaccedilatildeo do VIGITEL e de todo o sistema de vigilacircncia por
entrevistas telefocircnicas estaacute na exclusatildeo de pessoas que moram em domiciacutelios sem
telefone fixo Embora a cobertura da rede de telefonia fixa no Brasil tenha crescido
nos uacuteltimos anos ela ainda pode ser menor em cidades com menor desenvolvimento
econocircmico e nos grupos populacionais de menor poder aquisitivo Para contornar
esse problema pesos poacutes-estratificaccedilatildeo foram aplicados de forma a corrigir ainda
que parcialmente a representatividade da amostra
91
Os pesos satildeo fatores de ponderaccedilatildeo que aproximam a composiccedilatildeo
sociodemograacutefica da amostra daquela observada no Censo Demograacutefico em cada
cidade Essa estrateacutegia atenua problemas decorrentes de diferenccedilas entre os estratos
sociodemograacuteficos tanto na cobertura da rede telefocircnica quanto nas taxas de
resposta e de recusas das entrevistas (Moura et al 2008) Ela permite portanto uma
generalizaccedilatildeo ao fornecer estimativas aproximadas do que seria esperado para a
populaccedilatildeo das metroacutepoles brasileiras que em 2010 correspondia a aproximadamente
89 milhotildees de pessoas (IBGE 2013 Ferreira et al 2008)
Outros aspectos que influenciam a qualidade das estimativas de inqueacuterito
semelhantes ao VIGITEL satildeo as taxa de resposta e de recusas Em 2006 a taxa de
resposta para o VIGITEL foi de 711 com a taxa oscilando entre 644 e 810
desempenho melhor que sistemas americanos semelhantes (Moura et al 2008) Ainda
segundo os autores a qualidade dos cadastros telefocircnicos tambeacutem foi considerada
superior agravequela encontrada em sistemas equivalentes existentes em paiacuteses tidos como
desenvolvidos
Para minimizar os efeitos negativos provocados pela memoacuteria de curto
prazo as perguntas referentes agrave praacutetica da AF se limitaram aos trecircs meses anteriores
agrave data da entrevista Aleacutem dessa outra limitaccedilatildeo que pode ser mencionada se refere agrave
mensuraccedilatildeo do niacutevel de AF e do esforccedilo requerido sem comprovaccedilatildeo objetiva por
meio do uso de acelerocircmetro ou de outro instrumento Como a AF eacute concebida pela
populaccedilatildeo como praacutetica desejaacutevel deve-se considerar a possibilidade de relutacircncia
de ela se declarar inativa Para minimizar esta possibilidade o sistema VIGITEL
estabeleceu o Controle de Qualidade das informaccedilotildees descrito nos aspectos
metodoloacutegicos Aleacutem disso Monteiro et al (2008) avaliaram a reprodutibilidade e a
validade dos indicadores de AF e sedentarismo obtidos pelo sistema Para isso foram
realizadas diversas anaacutelises de reprodutibilidade e validade encontrando um iacutendice
de especificidade de 80 ou mais e concluindo que os indicadores de AF e de
sedentarismo tendem fortemente a ser reprodutiacuteveis e acurados
Na ediccedilatildeo de 2006 o VIGITEL abordou a AF em quatro domiacutenios lazer
ocupacional residencial e deslocamento para o trabalho No entanto os dados sobre
duraccedilatildeo e frequecircncia da AF no domiciacutelio e no trabalho natildeo foram originalmente
92
coletados pelo sistema impossibilitando a verificaccedilatildeo do grau de AF total segundo as
diferentes recomendaccedilotildees miacutenimas Assim para este estudo somente as informaccedilotildees
dos domiacutenios lazer e deslocamento ativo para o trabalho foram aplicados na
definiccedilatildeo do niacutevel de AF portanto as estimativas apresentadas estatildeo subestimadas
devendo-se esperar que a real prevalecircncia de AF suficiente seja maior
Outra limitaccedilatildeo se refere agrave informaccedilatildeo sobre as doenccedilas crocircnicas natildeo
transmissiacuteveis O VIGITEL objetivou detectar a morbidade relativa a diagnoacutestico
preacutevio No entanto as DCNT muitas vezes satildeo assintomaacuteticas e seus portadores
podem natildeo conhecer sua real condiccedilatildeo Deste modo a prevalecircncia de hipertensatildeo
arterial diabetes mellitus osteoporose dislipidemia AVC eou IAM podem estar
subestimadas nesta pesquisa
53 INTERPRETACcedilAtildeO DOS RESULTADOS
A partir deste ponto a discussatildeo do estudo estaacute estruturada em quatro
eixos O primeiro explora a prevalecircncia de AF segundo as principais diretrizes
internacionais que recomendam quantidade miacutenima de AF e explorar as divergecircncias
e consensos na classificaccedilatildeo do niacutevel da AF miacutenimo O segundo analisa variaacuteveis
sociodemograacuteficas e comportamentais O terceiro identifica e compara os elementos
ldquoduraccedilatildeo intensidade e frequecircnciardquo buscando explorar a forma como se relacionam
na determinaccedilatildeo do niacutevel da AF individual Por fim o quarto eixo identifica o perfil
da AF praticada pelos portadores de DCNT
531 Eixo I ndash Diferentes formas de recomendar atividade fiacutesica
Neste estudo foi encontrada baixa concordacircncia entre as recomendaccedilotildees
e diretrizes miacutenimas de AF Portanto existe mais de um entendimento sobre a
quantidade miacutenima necessaacuteria para alcanccedilar efeitos substanciais para a sauacutede mesmo
que em linhas gerais todas as diretrizes persigam os mesmos objetivos Foi possiacutevel
observar que pequenas diferenccedilas entre as recomendaccedilotildees exerceram efeitos
pronunciados no grau de atividade entre os participantes
93
Apenas 45 dos entrevistados ativos obtiveram por unanimidade o
niacutevel de AF classificado como adequado no conjunto das recomendaccedilotildees Isto
significa que os outros 55 foram classificados ora como suficientemente ativos ora
como insuficientemente ativos Portanto parcela consideraacutevel da populaccedilatildeo pode ser
considerada como sendo beneficiada de modo substancial pelos efeitos da AF como
pode ocorrer o contraacuterio Dependendo da recomendaccedilatildeo escolhida participantes
podiam ser aconselhados a aumentar o que jaacute era suficiente enquanto outros podiam
ser instados a manter o que ainda natildeo era
Enquanto alguns participantes tenham realizado AF com duraccedilatildeo e gasto
energeacutetico suficiente para atender agraves diretrizes que recomendam uma quantidade
especiacutefica de AF sem determinar a frequecircncia semanal isso natildeo foi suficiente para
atender agraves outras que determinam a mesma quantidade poreacutem com distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana Vale ressaltar que um grande volume de AF natildeo foi de
modo geral necessariamente um indicador para o alcance das metas recomendadas
A divergecircncia na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF pode tambeacutem repercutir
negativamente nas poliacuteticas de sauacutede voltadas para a promoccedilatildeo da AF Resultados
antagocircnicos deixam duacutevidas e podem prejudicar objetivos e metas pactuados por
programas de sauacutede puacuteblica O monitoramento da AF pelo sistema VIGITEL para os
anos de 2010 e 2011 ilustra o efeito desta contradiccedilatildeo entre as recomendaccedilotildees Em
2010 os dados foram sistematizados segundo a versatildeo anterior da recomendaccedilatildeo da
OMS de 30 minutos por dia em 5 sessotildees semanais A partir de 2011 o relatoacuterio
adotou a nova recomendaccedilatildeo de 150 minutos por dia sem considerar a frequecircncia
semanal (MS 2011 MS 2012) Com esta troca de criteacuterio de anaacutelise de um ano
para outro o percentual de participantes ativos com maior taxa de AF em dez
capitais praticamente dobrou Assim a cidade de Rio Branco que obteve a menor
prevalecircncia de ativos em 2010 (113) com a troca da referecircncia elevou o
percentual de ativos para 301 valor superior agrave Brasiacutelia primeira colocada no ano
anterior com 224
As divergecircncias na classificaccedilatildeo do niacutevel de AF repercutiram tambeacutem no
rankig regional A Regiatildeo Sul segundo a diretriz da OMS obteve a maior meacutedia de
suficiecircncia de AF enquanto por referecircncia agraves diretrizes da UE e do IOM foi a
94
penuacuteltima colocada Unanimidade de classificaccedilatildeo soacute ocorreu para a Regiatildeo Sudeste
(menor prevalecircncia de ativos suficientes) No geral observou-se que perto de frac14 da
amostra apresentou rendimento suficiente para o IOM e frac34 para a OMS
O percentual de discordacircncia deste estudo ficou aqueacutem do observado por
Thompson e colaboradores que em 2009 encontraram variaccedilatildeo na classificaccedilatildeo do
niacutevel de AF em 90 ao comparar diferentes diretrizes (Thompson et al 2009)
Poreacutem a comparaccedilatildeo direta entre os estudos deve ser realizada com cautela devido agrave
diferenccedila na metodologia empregada Naquele estudo a quantidade de diretrizes
comparadas foi maior envolvendo doze recomendaccedilotildees entre elas algumas jaacute
revogadas na eacutepoca como a do ACSM de 1995 Por outro lado o meacutetodo de medida
de esforccedilo ocorreu por meio de avaliaccedilatildeo objetiva com o uso de acelerocircmetro nas 24
horas do dia e envolveu uma amostra menor (N=90) exclusivamente composta por
homens britacircnicos com idade entre 45 e 64 anos Assim eacute possiacutevel que as diferenccedilas
metodoloacutegicas tenham causado a diferenccedila das proporccedilotildees embora a tendecircncia dos
resultados esteja de acordo
As controveacutersias aqui encontradas satildeo produto da ausecircncia de consenso
cientiacutefico a respeito dos mecanismos envolvidos na accedilatildeo da AF sobre a sauacutede Pouco
se sabe sobre a dose miacutenima necessaacuteria em termos de ldquoduraccedilatildeo intensidade e
frequecircnciardquo de exerciacutecios fiacutesicos necessaacuterios para uma vida saudaacutevel Pesquisas
futuras com adequado arsenal teoacuterico e metodoloacutegico devem ter por objetivo
compreender o efeito e a dose-resposta da AF sobre a sauacutede garantindo maior
seguranccedila para a elaboraccedilatildeo de diretrizes e recomendaccedilotildees
532 Eixo II ndash Variaacuteveis sociodemograacuteficas e comportamentais na praacutetica da
atividade fiacutesica
5321 Sexo
A praacutetica de AF se revelou mais comum em homens do que em
mulheres particularmente em homens mais jovens Neste estudo as mulheres
apresentaram menor prevalecircncia (40) do que os homens (60) e entre aquelas que
referiram alguma AF a suficiecircncia tambeacutem foi menor As diferenccedilas de praacutetica de
95
AF em face da diferenccedila de gecircnero de modo geral coincidem com os resultados
encontrados na literatura brasileira e mundial (Goacutemez et al 2005 Santos et al
2009 Pan et al 2009)
Maples (2009) identificou fatores sociais que provocam o sedentarismo
de mulheres falta de tempo em face de dupla jornada de trabalho despesas com
deslocamento despesas com mensalidades de clubes esportivos despesas com
materiais esportivos dedicaccedilatildeo do tempo livre para o cuidado dos filhos e de
familiares sensaccedilatildeo de fadiga medo de eventos adversos e inseguranccedila urbana A
autora afirma no entanto que a menor participaccedilatildeo de mulheres na praacutetica de AF
natildeo estaacute relacionada com a falta de informaccedilotildees e de conhecimento dos benefiacutecios da
AF e destaca a importacircncia da continuidade das investigaccedilotildees deste tema
Embora este estudo natildeo tenha considerado a AF executada no ambiente
domeacutestico eacute possiacutevel observar no relatoacuterio do VIGITEL o predomiacutenio de mulheres
neste espaccedilo embora a interpretaccedilatildeo dos resultados nesse caso seja complexa pois
natildeo existem estudos suficientes que mostrem os benefiacutecios da AF domeacutestica sobre a
sauacutede (Hallal 2011)
Entender melhor os fenocircmenos que causam a maior inatividade fiacutesica das
mulheres pode se tornar estrateacutegico para a promoccedilatildeo da AF considerando que mais
de 70 delas ficaram aqueacutem da quantidade miacutenima recomendada pela OMS
5322 - Idade
Este estudo detectou a possibilidade de associaccedilatildeo entre o niacutevel de AF e a
idade para ambos os sexos Enquanto 44 dos mais jovens (18 a 24 anos de idade)
se apresentavam inativos a inatividade ficou em 66 nos mais idosos (ge 65 anos)
Os resultados encontrados na literatura sobre o niacutevel de AF e a idade
estatildeo de acordo com este estudo e revelam consenso sobre este fenocircmeno (USDHHS
2008a CDC 2010 UE 2010 WHO 2010) Uma das explicaccedilotildees eacute o aumento de
DCNT nos mais velhos que repercute no aumento das limitaccedilotildees funcionais na
dependecircncia fiacutesica e na necessidade de cuidados para a execuccedilatildeo de atividades de
vida diaacuteria (WHO 2010) criando um ciacuterculo vicioso as doenccedilas e as deficiecircncias
96
reduzem o niacutevel de AF que por sua vez tem efeitos adversos sobre a capacidade
funcional e agrava as deficiecircncias causadas pelas doenccedilas crocircnicas
A revisatildeo realizada para atualizar a diretriz oficial do Canadaacute de 2010
aponta que a AF eacute eficaz na prevenccedilatildeo das incapacidades da idade Houve reduccedilatildeo
de risco de quedas entre as pessoas com mais idade na meacutedia de 30 devido agrave
melhora do equiliacutebrio e do fortalecimento muscular decorrentes do treinamento fiacutesico
regular (Paterson e Warburton 2009)
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica a expectativa de
vida meacutedia do brasileiro eacute atualmente de 719 anos sendo maior nas mulheres do
que nos homens (758 e 682 respectivamente) e sua tendecircncia eacute a elevaccedilatildeo (IBGE
2005) Alinhada ao cenaacuterio de envelhecimento da populaccedilatildeo global a OMS jaacute
alertava em meados do ano de 2000 que as adversidades pela falta de AF iriam
repercutir sobretudo no grupo dos adultos de mais idade (OMS 2010) Se por um
lado a expectativa de vida no Brasil tende a aumentar e as mulheres tendem a uma
maior longevidade as taxas de prevalecircncia de DCNT na populaccedilatildeo feminina deveratildeo
tender a ser ainda mais significativas nas proacuteximas deacutecadas
Nesta perspectiva a OMS alinhada com o seu programa de sauacutede para o
envelhecimento publicou uma diretriz de AF intitulada ldquoA Regra da Atividade
Fiacutesica no Envelhecimento Saudaacutevelrdquo em que recomenda e orienta especificamente
a praacutetica de AF para as pessoas de maior idade (WHO 2003) Tambeacutem atento ao
fato o USDHHS de 2008 explicitou sua preocupaccedilatildeo fixando quatro diretrizes 1)
quando o idoso natildeo pode fazer 150 minutos de intensidade moderada de atividade
aeroacutebia por semana por causa de doenccedilas crocircnicas deve ser tatildeo fisicamente ativo
quanto as suas capacidades e as condiccedilotildees permitam 2) os idosos com risco de
queda devem fazer exerciacutecios que mantenham ou melhorem o equiliacutebrio 3) os idosos
devem determinar o seu niacutevel de esforccedilo para a AF em relaccedilatildeo ao seu niacutevel de
aptidatildeo fiacutesica 4) os idosos com doenccedilas crocircnicas devem entender como as suas
condiccedilotildees de doenccedila afetam a sua capacidade de fazer AF regular de forma segura
Os mecanismos baacutesicos de caraacuteter bioloacutegico envolvidos no processo de
envelhecimento permanecem desconhecidos Alguns teoacutericos como Janssen e
Leblanc (2009) argumentam que os indiviacuteduos nascem com determinada capacidade
97
de sustentar a vida mas ocorre a perda contiacutenua desta capacidade com o avanccedilo da
idade o que eacute influenciado fortemente por fatores ambientais No entanto a idade
em si natildeo eacute necessariamente um impedimento para a praacutetica de exerciacutecio fiacutesico
Acredita-se que o processo educacional a renda estilos de vida tipo e condiccedilotildees de
trabalho condiccedilotildees de habitaccedilatildeo e oportunidades em geral podem influenciar os
niacuteveis de AF nos idosos (Paterson e Warburton 2009)
5323 Escolaridade
Neste estudo a maior parte (53) dos participantes entrevistados referiu
ter ateacute 9 anos de escolaridade e mais da metade dos com menor escolaridade (61)
estavam inativos Esta porcentagem diminuiu com o aumento da escolaridade Entre
os participantes de maior escolarizaccedilatildeo foi encontrado o maior rendimento de AF
Aproximadamente 38 dos participantes que referiram AF aleacutem das recomendaccedilotildees
miacutenimas tinham 12 anos ou mais de escolaridade
Os estudos encontrados na literatura que relacionam a praacutetica de AF com
os niacuteveis de escolaridade mostram a tendecircncia de os participantes mais escolarizados
serem fisicamente mais ativos nos momentos de lazer Na Austraacutelia Eakin et al
(1995) entrevistou 1818 pessoas por telefone e verificou maior niacutevel de AF entre os
mais escolarizados independentemente do local de residecircncia (cidade subuacuterbio e
campo) Na Holanda Prins (2012) mostrou que os participantes com ensino superior
atendiam mais agraves recomendaccedilotildees nacionais e as pessoas com menor niacutevel de
educaccedilatildeo na maioria das vezes eram inativas Pereira (1995) avaliou 795
portugueses de ambos os sexos e verificou que jovens com baixo niacutevel de AF
pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade meacutedia ou baixa enquanto
jovens com alto niacutevel de AF pertenciam a famiacutelias cujos pais possuiacuteam escolaridade
meacutedia ou elevada No Brasil Salle-Costa et al (2003) avaliaram 4030 funcionaacuterios
de uma universidade na cidade do Rio de Janeiro e destacaram a menor chance do
grupo de menor escolaridade se engajar em AF com maior gasto energeacutetico entre as
mulheres a associaccedilatildeo foi ainda mais forte
Por outro lado quando eacute considerada a faixa de renda e aspectos que
envolvem a ocupaccedilatildeo laboral e o local onde o trabalho eacute desenvolvido alguns
98
estudos natildeo estatildeo de acordo com esses resultados e mostram que a maior renda
(maior escolaridade) tende a menor niacutevel de AF Os estudos de Hallal (2006)
mostram que a alta renda familiar no momento do nascimento representa uma
possibilidade maior de estilo de vida sedentaacuterio para o jovem Recentemente
Beacutelanger Townsend e Foster (2011) avaliaram aproximadamente 300000 residentes
(com mais de 15 anos de idade) em mais de 70 diferentes paiacuteses e perceberam que
existe uma relaccedilatildeo direta entre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a
prevalecircncia da inatividade fiacutesica Estes resultados foram confirmados por Dumith et
al (2011) apoacutes anaacutelise de dados de 76 paiacuteses mostrando que paiacuteses menos
desenvolvidos apresentaram prevalecircncia de 187 de inatividade fiacutesica contra 278
nos paiacuteses mais desenvolvidos Na China investigaccedilatildeo envolvendo 824 residentes de
vaacuterias proviacutencias mostrou maior niacutevel de AF nas pessoas de niacutevel socioeconocircmico
mais baixo (Shi et al 2006) Tambeacutem Saacutevio et al (2008) analisaram o niacutevel de AF
de trabalhadores no Distrito Federal e observaram que de modo geral quanto maior
era a faixa de renda e o grau de escolaridade do trabalhador menor era o seu niacutevel de
AF
Aqui considera-se que a maior escolaridade pode significar que as
pessoas mais bem instruiacutedas apresentem remuneraccedilatildeo mais elevada e por isso maior
acessibilidade a um maior nuacutemero de locais serviccedilos e materiais para a praacutetica de AF
no lazer aleacutem de apreentarem maior niacutevel de conhecimento e de informaccedilatildeo e maior
tendecircncia de residir em contextos espaciais e ambientais favoraacuteveis agrave praacutetica de AF
no lazer Assim o ensinamento importante desta relaccedilatildeo eacute a indicaccedilatildeo de que se
consigam aumentar os niacuteveis de AF por meio do aumento do acesso e da
permanecircncia do indiviacuteduo no sistema escolar
Assim a inclusatildeo social dos menos escolarizados passa a ser vista como
um fator importante para aumentar a praacutetica de AF no paiacutes Talvez a oportunidade
de ampliaccedilatildeo da construccedilatildeo cultural por meio do maior acesso agraves atividades culturais
como teatro cinema e museus possa predispor a uma atitude mais favoraacutevel para
com os haacutebitos saudaacuteveis que poderiam ser atualizados com o decorrer da vida
Por fim o grau de escolaridade influencia direta ou indiretamente os
niacuteveis potenciais do capital humano e em decorrecircncia disso tambeacutem o produto final
99
agregado seja na renda no capital ou na educaccedilatildeo Nesta perspectiva os estudos
epidemioloacutegicos tecircm mostrado que os estilos de vida saudaacutevel se devem em parte agrave
educaccedilatildeo Ela fixa o domiacutenio social (fator importante das disparidades da sauacutede entre
grupos populacionais) e ao mesmo tempo eacute determinada por ele (Savio 2008)
Assim a escala educacional permite entender mellhor como estatildeo distribuiacutedas as
diferenccedilas de comportamento para com a AF entre os estratos sociais da populaccedilatildeo
5324 Etniacor
Neste estudo a etnia foi determinada por associaccedilatildeo com a cor da pele
Resumidamente amarelos satildeo aqueles que tecircm ancestrais de origem asiaacutetica e
vermelhos aqueles que tecircm ancestrais indiacutegenas Morenos eou pardos satildeo aqueles
que tecircm ancestrais entre brancos e negros
Este estudo mostra que amarelos e negros (52 e 51 respectivamente)
satildeo mais ativos quando comparados aos participantes que se declararam de outra
cor Por outro lado os que se autodeclararam vermelhos apresentaram o menor
percentual de AF (47) Quando se comparou os brancos com um agrupamento
composto de negros pardos e morenos o percentual de AF entre eles foi semelhante
sem diferenccedilas estatisticamente significativas (p=007)
Mesmo com nuacutemero limitado de estudos que investigaram diretamente a
relaccedilatildeo entre a AF e os resultados de sauacutede em variadas etnias a diretriz oficial dos
Estados Unidos de 2008 assumiu que natildeo haacute evidecircncias suficientes que indiquem
diferenccedilas do efeito da AF na sauacutede de diferentes grupos eacutetnicos mas esclarece que o
niacutevel de AF o risco e a carga de doenccedilas crocircnicas no paiacutes satildeo maiores nos grupos
raciais e eacutetnicos de comunidades minoritaacuterias Americanos negros e asiaacuteticos iacutendios
americanos nativos do Alasca latinos e nativos das ilhas do paciacutefico tecircm diferenccedilas
significativamente menores de AF e maiores niacuteveis de inatividade fiacutesica do que os
brancos natildeo-hispacircnicos (USDHHS 2008a)
Assim as diretrizes chamam a atenccedilatildeo para a necessidade de promoccedilatildeo
da AF entre os grupos minoritaacuterios Por outro lado a resposta da dose da AF sobre os
resultados de sauacutede pode ser semelhante entre as diferentes populaccedilotildees raciais e
100
eacutetnicas enquanto fatores culturais e contextuais podem conduzir a diferenccedilas na
estrateacutegia de implantaccedilatildeo da AF ou na avaliaccedilatildeo da dose ministrada
Este estudo mostrou alguns resultados a princiacutepio natildeo consonantes com
os apresentados pelo USDHHS em 2008 Os amarelos foram ao mesmo tempo os
mais ativos fisicamente e os que mais apresentaram diagnoacutestico preacutevio para todas as
DCNT estudadas com exceccedilatildeo da osteoporose As conclusotildees sobre este ponto
devem considerar a possibilidade de os amarelos terem tido maior acesso aos
serviccedilos de sauacutede e consequentemente maior conhecimento do seu real estado de
sauacutede ou condiccedilatildeo de doenccedila uma vez que segundo a OMS (2010) a maior parte da
populaccedilatildeo mundial devido agrave dificuldade de acesso aos serviccedilos de sauacutede soacute percebe
ser portador de DCNT nas fases mais avanccediladas da doenccedila
Em relaccedilatildeo ao menor percentual de AF entre vermelhos comparados aos
outros subgrupos a explicaccedilatildeo em parte pode ser dada pelo processo migratoacuterio do
campo para a cidade jaacute que a pesquisa entrevistou pessoas de origem indiacutegenas que
vivem em capitais de estado e no Distrito Federal em geral cidades consideradas de
grande porte Sobre isto Souza (2008) no Brasil investigou o perfil do niacutevel de AF
em indiacutegenas de uma tribo (Guanaacutes) no Mato Grasso do Sul que vive no campo e
observou a prevalecircncia de grupos ativos e muito ativos entre os indiacutegenas resultado
influenciado pelo transporte ativo Estudo canadense verificou que nativos tambeacutem
apresentaram elevado niacutevel de AF vivendo no campo A migraccedilatildeo do campo para
centros urbanos no entanto reduziu drasticamente os niacuteveis de AF (Droga 2010)
Desta forma parece importante checar o impacto da praacutetica da AF por relaccedilatildeo com
fatores comportamentais como a migraccedilatildeo e as mudanccedilas de domiciacutelio entre cidades
de tamanho populacional diferente
As causas desta diferenciaccedilatildeo racial e eacutetnica no niacutevel de AF natildeo estatildeo
claras Tanto aspetos bioloacutegicos como culturais satildeo considerados Natildeo obstante
queixam-se os Comitecircs Consultivos que renovam as diretrizes de AF que a pequena
proporccedilatildeo de populaccedilotildees minoritaacuterias nas amostras dificulta a interpretaccedilatildeo das
observaccedilotildees para diferenccedilas raciais e eacutetnicas A distorccedilatildeo nos diferentes estudos
segundo eles tem tornado difiacutecil examinar a influecircncia da AF sobre a sauacutede dos
grupos minoritaacuterios
101
Parece pois que poucos resultados estatildeo disponiacuteveis para conclusotildees
definitivas nenhum estudo conhecido afirmou categoricamente haver influecircncia
geneacutetica sobre um comportamento mais ou menos ativo Eacute plausiacutevel afirmar que o
comportamento distinto observado entre as diferentes etnias esteja vinculado agraves
condiccedilotildees sociais em que vivem e pelas experiecircncias no decorrer da vida
5325 Estado conjugal
A situaccedilatildeo conjugal mostrou que viuacutevos e separados satildeo menos ativos
(67) que solteiros (45) e 76 natildeo alcanccedilaram a meta recomendada Entre os
solteiros aproximadamente 28 praticaram AF acima das recomendaccedilotildees
Em relaccedilatildeo aos estudos que investigam a relaccedilatildeo da AF com o estado
civil Proper e Hildebrandt (2006) natildeo demonstraram associaccedilatildeo significativa entre a
situaccedilatildeo conjugal e o niacutevel de AF Segundo os autores a comparaccedilatildeo do estado civil
com a participaccedilatildeo em eventos fiacutesicos deve levar em conta o fator idade Assim eacute
esperado natildeo necessariamente que solteiros sejam mais jovens e viuacutevos sejam mais
velhos A condiccedilatildeo fiacutesica favoraacutevel dos jovens e a maior disponibilidade de tempo
podem amparar ainda melhor a justificativa Mensink Loose e Oomen (1997)
acrescentaram a estes quesitos o menor compromisso financeiro com terceiros
Aquino (1996) observou que as mulheres solteiras tecircm menos afazeres no lar e
menores responsabilidades com outros familiares dependentes Dias et al (2007)
apresentaram a AF como um meio de solteiros mais jovens se relacionarem com
outras pessoas fora do ambiente domiciliar
Finalmente embora mulheres casadas (ou vivendo em uniatildeo) e com
filhos apresentem maior percepccedilatildeo sobre a importacircncia da praacutetica de exerciacutecios para
a sauacutede Branigan e OrsquoBrien-Cousins (1995) apontam que esta percepccedilatildeo natildeo se
transforma necessariamente em accedilatildeo
102
5326 Conhecimento sobre local para atividade fiacutesica
O ambiente fiacutesico pode influenciar o comportamento individual para a
praacutetica da AF Algumas caracteriacutesticas ambientais podem ser tratadas como fatores
facilitadores da AF outros satildeo entendidos como obstaacuteculos (Roux et al 2008)
Este estudo mostrou que nas capitais cerca de 80 dos participantes de
ambos os sexos tinham conhecimento de locais apropriados para agrave AF proacuteximos agraves
suas residecircncias e que aproximadamente 90 destes locais eram de acesso puacuteblico
Tambeacutem se observou que a maioria dos participantes que desconhecia a existecircncia de
locais apropriados para a praacutetica de AF proacuteximos de suas moradias estava inativa
(62) enquanto que dos que afirmaram conhecer 48 estavam inativos
Deve-se ressaltar que as pessoas que praticam AF tendem a se lembrar
mais frequentemente dos locais apropriados do que os inativos pois estatildeo mais
preocupados e atentos para a praacutetica Existem diversos estudos que abordam as
influecircncias do ambiente fiacutesico na praacutetica de AF e mostram que mudanccedilas favoraacuteveis
nele favorecem o aumento da praacutetica de AF A primeira revisatildeo sistemaacutetica
conhecida que apresenta resultados das intervenccedilotildees destinadas a promover o
ambiente para melhorar a praacutetica de AF eacute a de Foster e Hillsdon (2004) Os autores
mencionaram em primeiro lugar as causas gerais que explicam o decliacutenio dramaacutetico
na AF na sociedade contemporacircnea a reduccedilatildeo de ocupaccedilotildees ativas a utilizaccedilatildeo de
veiacuteculos o decliacutenio do transporte ativo (especialmente em crianccedilas mulheres e
idosos) as alteraccedilotildees fiacutesicas nos espaccedilos puacuteblicos (escadas rolantes elevadores
portas automaacuteticas) a reduccedilatildeo do tempo destinado agrave praacutetica da educaccedilatildeo fiacutesica
escolar a violecircncia urbana a inseguranccedila das crianccedilas em praacuteticas esportivas e a
substituiccedilatildeo de recreaccedilatildeo fisicamente ativa por passatempos passivos
A falta de percepccedilatildeo da potencialidade de espaccedilos possiacuteveis para a
praacutetica de AF constitui um obstaacuteculo Esta abordagem realccedila a importacircncia da
contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos dado que a relaccedilatildeo entre a AF e o espaccedilo
urbano natildeo se confina apenas aos locais especialmente destinados agrave praacutetica de AF
Seguindo a teoria da contextualizaccedilatildeo territorial dos espaccedilos todo o espaccedilo urbano
deve ser avaliado de modo a propiciar a funcionalidade do territoacuterio tornando-o
multifuncional permitindo que a populaccedilatildeo possa se deslocar ativamente e com
103
seguranccedila de um local para outro a peacute ou de bicicleta e aumentando a acessibilidade
da populaccedilatildeo com pouca mobilidade Como exemplo desta funcionalidade territorial
o estudo de Cruciani et al (2002) demonstrou que o gasto energeacutetico com a
caminhada de ida e volta para os locais destinados agrave praacutetica de AF foi maior do que o
gasto energeacutetico durante as atividades naquele local principalmente entre mulheres
na faixa etaacuteria de 52 a 72 anos A utilizaccedilatildeo do ambiente fiacutesico eacute uma das estrateacutegias
para o aumento da praacutetica da AF na maior parte das diretrizes Citem-se USDHHS
(2008a) OMS (2010) CDC (2010) MS Ruacutessia (2012)
Sobre isto Pereira (1995) ao investigar uma amostra de portugueses
residentes na cidade do Porto (426 mulheres e 369 homens) notou a forte demanda
de um puacuteblico que residia num raio de aproximadamente 1 km de distacircncia dos
equipamentos e instalaccedilotildees Resultados semelhantes foram obtidos por Jago e
Baranowski (2006) ao avaliarem 210 participantes na cidade de Houston (EUA) na
qual os participantes mais ativos moravam num raio de aproximadamente 800 metros
de distacircncia das instalaccedilotildees para AF
Ao se ater aos resultados da maioria dos estudos percebe-se que o
ambiente fiacutesico pode ser um fator favoraacutevel ou contraacuterio agrave praacutetica de AF Neste
sentido intervenccedilotildees destinadas a promover um ambiente favoraacutevel se mostram
oportunas e tambeacutem eacute possiacutevel indicar algumas estrateacutegias facilitadoras
Adequar o ambiente fiacutesico nas proximidades de aacutereas residenciais para
a praacutetica de AF
Criar ambiente seguro para pedestres nas calccediladas e nas travessias de
ruas
Criar bicicletaacuterios em locais de acesso puacuteblico
Reduzir a velocidade do tracircnsito motorizado
Concentrar locais de acessos puacuteblicos para a praacutetica de AF longe de
locais de traacutefego intenso
Adotar estrateacutegias de policiamento preventivo nas aacutereas destinadas a
AF
Alongar o horaacuterio de funcionamento das instalaccedilotildees fiacutesicas
Criar ambientes esteticamente agradaacuteveis
104
Divulgar a existecircncia dos pontos apropriados para a praacutetica de AF
5327 Variaccedilotildees regionais
Neste estudo natildeo se detectou a existecircncia de gradiente de prevalecircncia de
AF entre as regiotildees localizadas no CentroSul e NorteNordeste A taxa meacutedia de
ativos nas regiotildees do CentroSul (365) foi muito proacutexima agrave da regiotildees do
NorteNordeste (36) No entanto as capitais das regiotildees Norte e Nordeste
apresentaram percentuais de ativos maiores que capitais da regiatildeo Sudeste A cidade
de Satildeo Paulo considerada a maior economia da federaccedilatildeo apresentou o menor
percentual de ativos (284) entre todas as capitais brasileiras Nesta situaccedilatildeo a
variaacutevel econocircmica foi superada por todas as outras O que natildeo ficou claro foi a
determinaccedilatildeo das variaacuteveis que interferiram nestes resultados Em todas as cidades
investigadas para ambos os sexos o deslocamento ativo para o trabalho elevou em
aproximadamente duas vezes a taxa de prevalecircncia para o grupo de ativos
Dentro do paiacutes estes dados soacute podem ser comparados com os outros
relatoacuterios publicados pelo sistema VIGITEL referentes aos anos seguintes a ele Nos
demais estudos encontrados a amostra se limitou a um estado ou a uma regiatildeo da
federaccedilatildeo Como os relatoacuterios do VIGITEL referentes ao monitoramento relativo aos
anos de 2007 e 2008 (MS 2008b MS 2009) natildeo apresentaram informaccedilotildees para o
deslocamento ativo as informaccedilotildees satildeo restritas agrave AF realizada no tempo de lazer e
natildeo mostram grandes alteraccedilotildees em relaccedilatildeo ao relatoacuterio de 2006 em que a cidade de
Satildeo Paulo permaneceu com o menor percentual (113 e 115 respectivamente)
Nos relatoacuterios dos anos de 2009 e 2010 (MS 2010 MS 2011) informaccedilotildees sobre o
deslocamento ativo adicionado ao tempo de lazer aparecem e modificam fortemente
algumas posiccedilotildees recuam o percentual de ativos da cidade de Curitiba de 367 (em
2006) para 27 (em 2010) posicionando-a como a capital com menor percentual de
ativos do paiacutes e elevam os percentuais da cidade de Satildeo Paulo em 14 posiccedilotildees com
o percentual de ativos subindo de 284 (em 2006) para 48 (em 2010)
Finalmente eacute importante destacar que cidades de pequeno e meacutedio porte
do interior podem apresentar comportamentos distintos dos constatados neste estudo
Baretta Baretta e Perez (2007) mostraram maior niacutevel de AF em cidades de pequeno
105
porte frente a cidades maiores Assim as estrateacutegias incentivadoras para a praacutetica de
AF poderiam ser pensadas considerando o porte populacional
5328 Consumo de tabaco
Este estudo encontrou relaccedilatildeo inversa entre o tabagismo e o niacutevel de AF
para ambos os sexos aproximadamente 75 dos tabagistas estavam
insuficientemente ativos e a maior parte dos tabagistas (61) era inativa
Os estudos existentes na literatura envolvendo tabagismo e AF (Poortinga
2007) apresentam resultados que corroboram este estudo mostrando diferenccedilas na
abstinecircncia do fumo entre grupos de indiviacuteduos fisicamente ativos e inativos Lolio et
al (1990) avaliaram 1199 participantes de 15 a 74 anos de idade e verificaram que o
tabagismo diminuiacutea com o aumento da escolaridade e com a maior participaccedilatildeo em
eventos ativos no tempo de lazer Malta (2008) examinou a prevalecircncia de tabagismo
no Brasil usando o relatoacuterio do sistema VIGITEL de 2008 e apontou que 161 dos
homens e 124 das mulheres eram tabagistas com predomiacutenio na faixa de menor
escolaridade exatamente o grupo de menor niacutevel de AF Jago et al (2006) com
dados obtidos ao longo de 5 anos (2003 a 2007) em uma amostra de estadunidenses
demonstraram que 231 da populaccedilatildeo eram fumantes de cigarros ou charutos
principalmente os participantes negros baixa renda baixa escolaridade inativos
fisicamente ou com AF reduzida Miranda et al (2009) avaliaram a prevalecircncia de
tabagismo em universitaacuterios brasileiros e apontaram que os acadecircmicos do curso de
Educaccedilatildeo Fiacutesica apareceram com a menor prevalecircncia de tabagismo (8)
A preocupaccedilatildeo com a cessaccedilatildeo do tabagismo reside no aumento do risco
de morbimortalidade por doenccedilas de causas arteriais (IAM AVC HAS) cacircnceres e
problemas respiratoacuterios (bronquite enfisema) Eacute importante destacar que uma das
consequecircncias negativas do tabagismo envolve o conflito com a capacidade de
esforccedilo O tabagismo eacute um fator limitante do desempenho fiacutesico e pode contribuir
para que pessoas inativas ou pouco ativas assim permaneccedilam A sensaccedilatildeo
desagradaacutevel provocada pela fadiga eacute antecipada pelo tabagismo (principalmente o
crocircnico) e constitui um dos fatores importantes que desmotiva a adesatildeo agrave praacutetica da
AF em ambos os sexos (Aoyagi et al 2010)
106
5329 Consumo de bebida alcooacutelica
Este estudo mostra que haacute relaccedilatildeo direta entre o niacutevel de AF e o consumo
diaacuterio de bebida alcooacutelica em ambos os sexos cerca de 27 dos homens e 12 das
mulheres muito ativos e insuficientemente ativos consumiram aacutelcool diariamente De
modo geral 55 dos ativos consumiram aacutelcool regularmente
Os estudos encontrados na literatura envolvendo o consumo de aacutelcool e a
praacutetica de AF indicam uma relaccedilatildeo positiva entre o niacutevel de AF e o consumo de
aacutelcool Poucas pesquisas investigaram os motivos para que os ativos sejam mais
bebedores que os inativos O estudo de Cavalcante (2010) avaliou o consumo de
drogas entre universitaacuterios ativos de um curso de Educaccedilatildeo Fiacutesica e observou o
consumo excessivo de aacutelcool em 42 nos acadecircmicos e 29 nas acadecircmicas O
Centro de Informaccedilotildees sobre Sauacutede e Aacutelcool (CISA 2008) divulgou resultado de
estudo envolvendo 26685 universitaacuterios provenientes de 40 universidades de todas
as regiotildees dos Estados Unidos e mostrou que quanto maior o niacutevel da praacutetica de AF
maior eacute a propensatildeo de beber abusivamente Gordia (2008) avaliou jovens de 14 a 20
anos de idade 77 eram muito ativos 21 eram ativos e 2 eram pouco ativos
Deles 13 eram abstecircmios 63 eram consumidores moderados e 246 eram
consumidores abusivos Kendzor et al (2008) avaliaram a influecircncia da AF entre 620
alcoolistas veteranos inscritos em programas de tratamento e acompanhamento do
alcoolismo A anaacutelise de regressatildeo natildeo revelou relaccedilatildeo significativa entre a praacutetica de
AF e o consumo de aacutelcool entre os 6 e os 12 meses de acompanhamento
Pode-se assim supor que pessoas com comportamentos saudaacuteveis de vida
como a praacutetica de AF sejam tambeacutem propensas a outros comportamentos saudaacuteveis
como o consumo reduzido de aacutelcool Especificamente neste estudo esta tendecircncia
parece natildeo se confirmar
O maior consumo de bebida alcooacutelica entre os fisicamente ativos pode ser
explicado em parte por questotildees comportamentais Pessoas ativas procuram a AF
devido ao seu comportamento ser mais ativo e este maior grau de atividade pode ser
uma das causas de maior atividade social em que em face das normas e condutas
aceitas frequentemente se apresentam bebidas alcooacutelicas para o consumo (Gordia
2008) Tambeacutem para alguns indiviacuteduos (principalmente os mais escolarizados) que
107
bebem muito realizar exerciacutecios fiacutesicos frequentes pode ser um modo para
compensar o consumo extra de energia proveniente da bebida ou para contrabalanccedilar
os efeitos negativos agrave sauacutede promovidos pelo consumo excessivo de aacutelcool
Embora a influecircncia do comportamento psicossocial pese para o consumo
de bebida alcooacutelica experimentos com cobaias tecircm mostrado resultados que podem
acrescentar outros fatores aleacutem dos comportamentos sociais para a relaccedilatildeo entre
consumo de bebida alcooacutelica e AF Em experimento controlado cobaias expostas agrave
AF foram mais atraiacutedas ao consumo de aacutelcool do que cobaias sedentaacuterias em mesmas
condiccedilotildees de habitat (Leasure e Nixon 2010) Especula-se que alteraccedilotildees nos
circuitos cerebrais supostamente desencadeados pela AF podem desempenhar um
papel estimulante para o consumo de aacutelcool poreacutem natildeo estaacute claro como o
mecanismo de recompensa interage e se manifesta
53210 Estado de sauacutede
Este estudo mostrou que no conjunto da populaccedilatildeo a percepccedilatildeo do estado
de sauacutede negativa foi maior entre os inativos Enquanto que para a percepccedilatildeo de
sauacutede conceituada como excelente havia 35 de inativos para a ruim o percentual
cresceu para 72 Por outro lado agrave medida que aumentava o rendimento fiacutesico
cresciam os percentuais para a percepccedilatildeo de sauacutede positiva A avaliaccedilatildeo negativa foi
mais frequente entre os mais velhos para ambos os sexos
Os estudos encontrados na literatura envolvendo a relaccedilatildeo do estado de
sauacutede com a praacutetica de AF estatildeo de acordo com este estudo Anaacutelise sistematizada
conduzida por Vancea et al (2011) em estudos publicados entre 2005 a 2009
encontrou em 14 dos 16 estudos analisados uma associaccedilatildeo direta entre a praacutetica de
AF e uma percepccedilatildeo positiva do estado de sauacutede Cardoso et al (2008) avaliaram
idosos com idade meacutedia de 70 anos participantes de um grupo de convivecircncia para
idosos sendo 89 deles muito ativos e apenas 11 pouco ativos Entre eles 40
consideraram a sauacutede moderada 48 boa e 12 ruim O grau de satisfaccedilatildeo com o
estado de sauacutede era maior para aqueles com rendimento fiacutesico mais elevado
Por tratar-se de estudo transversal natildeo se pode esquecer a possibilidade de
causalidade reversa nessa associaccedilatildeo ou seja aqueles que avaliam sua sauacutede como
108
boa podem tecircr maior disposiccedilatildeo para praacutetica de AF e natildeo o seu inverso a AF
aumenta a percepccedilatildeo da sauacutede como boa No entanto a plausibilidade da associaccedilatildeo
entre estes fatores vem sendo explicada por abordagens fisioloacutegicas e psicossociais
segundo as quais os diferentes tipos e doses de AF podem influenciar a percepccedilatildeo da
sauacutede Do ponto de vista fisioloacutegico acredita-se que esta associaccedilatildeo eacute decorrente da
accedilatildeo de neurotransmissores cerebrais Do ponto de vista psicossocial acredita-se que
a praacutetica de AF produza efeito positivo sobre a autoimagem e estes efeitos
combinados seriam capazes de gerar uma percepccedilatildeo de sauacutede mais positiva (Vancea
et al 2011)
Para o Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede
apesar de ser uma avaliaccedilatildeo subjetiva eacute considerada um indicador vaacutelido e relevante
para a percepccedilatildeo do estado de sauacutede do indiviacuteduo e da populaccedilatildeo Este indicador tem
se revelado fortemente correlacionado com medidas objetivas de morbidade e de uso
de serviccedilos de sauacutede sendo um preditor de mortalidade independentemente de
outros fatores (MS 2011) Eacute importante destacar que a autopercepccedilatildeo do estado de
sauacutede pode variar de acordo com as experiecircncias sociais e culturais do indiviacuteduo
nem sempre contemplando a percepccedilatildeo dos muacuteltiplos aspectos que a conformam e
muitas vezes (quase sempre) a autoavaliaccedilatildeo focaliza o componente ldquodoenccedilardquo
(presenccedila ou natildeo) como o determinante do seu estado
Percebe-se que a autoavaliaccedilatildeo do estado de sauacutede e a praacutetica de AF natildeo
satildeo variaacuteveis (necessariamente) diretamente proporcionais mas parece plausiacutevel que
a conquista de elementos que melhoram a autopercepccedilatildeo da sauacutede possibilita ao
indiviacuteduo ser mais ativo e vice-versa
533 Eixo III ndash Componentes da atividade fiacutesica
Esta seccedilatildeo aborda a estrutura da AF a duraccedilatildeo a frequecircncia semanal e a
intensidade do esforccedilo procurando conhecer como sua combinaccedilatildeo repercute no
niacutevel de AF
109
5331Duraccedilatildeo do esforccedilo
Os resultados aqui apresentados mostram que homens aleacutem de mais
ativos tambeacutem se exercitaram mais demoradamente (acima de 60 minutos) O maior
grau de aptidatildeo fiacutesica dos homens eacute constatado como destaque na maior parte dos
estudos que associam a capacidade de suportar esforccedilo entre os sexos Citam-se os
estudos conduzidos por Beacutelanger et al (2011) Entatildeo eacute possiacutevel admitir a existecircncia
de um processo de retroalimentaccedilatildeo positiva entre a praacutetica de AF aptidatildeo fiacutesica e
capacidade de resistir mais demoradamente ao esforccedilo
De modo geral os participantes se ocuparam com sessotildees de 30 minutos
ou mais de duraccedilatildeo Esta duraccedilatildeo foi relatada por 95 dos participantes que
alcanccedilaram a meta e 90 dos participantes que natildeo alcanccedilaram a meta Assim
observa-se que o tempo despendido para cada sessatildeo de AF entre as duas classes foi
semelhante (p=009) Para as atividades com duraccedilatildeo entre 30 e 60 minutos por
sessatildeo tambeacutem natildeo se observou diferenccedila significativa entre ativos suficientes e
insuficientes (p=008) Estes resultados mostram que a maioria dos participantes de
ambos os sexos atendeu satisfatoriamente ao quesito duraccedilatildeo do esforccedilo preconizado
pela maioria das diretrizes e se encontram de acordo com o que eacute recomendado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro
Aleacutem do maior percentual de homens para esforccedilos de duraccedilatildeo mais longa
o perfil se completou com solteiros jovens com idade entre 18 a 24 anos pardos e
morenos com baixa escolaridade (ateacute 8 anos) natildeo fumantes e com frequecircncia de 3 a
6 vezes por semana (plt0001) Somente 78 participantes (03) dos que natildeo
alcanccedilaram a meta relataram a praacutetica de AF com duraccedilatildeo inferior a 10 minutos Fica
demonstrado com isto que o tempo miacutenimo inferior a 10 minutos de duraccedilatildeo do
esforccedilo natildeo constitui um fator relevante para o natildeo alcance da meta
5332 Frequecircncia da atividade fiacutesica
Os participantes que alcanccedilaram a meta apresentaram maior frequecircncia
semanal Assim enquanto aproximadamente 95 dos participantes com AF
insuficiente referiram frequecircncia entre 1 e 2 vezes por semana cerca de 70 dos
110
participantes com AF suficiente a realizava em 3 ou mais vezes (plt0001) Apesar de
as mulheres terem sido menos ativas as que referiram a pratica de alguma AF se
mostraram mais assiacuteduas com maior frequecircncia semanal
Como os dois grupos (suficientes e insuficientes) relataram um
comportamento proacuteximo para a duraccedilatildeo do esforccedilo e oposto para a frequecircncia
semanal a frequecircncia semanal se mostra como um importante fator para o alcance da
meta miacutenima da AF
Em simulaccedilatildeo ao aumentar a frequecircncia semanal artificialmente para 3
sessotildees entre os 6233 participantes ativos insuficientes que referiram realizar sessotildees
entre 1 a 2 vezes por semana sem alterar qualquer outra informaccedilatildeo 5689
participantes obtiveram promoccedilatildeo em seu niacutevel de AF que resultou na passagem de
85 dos ativos insuficientes para suficientes Portanto o aumento da frequecircncia
semanal aumentou automaticamente o volume de esforccedilo semanal acumulado Um
participante que realiza duas sessotildees por semana com duraccedilatildeo de 50 minutos cada
ao final da semana cumpriu 100 minutos O acreacutescimo de uma sessatildeo aumentou o
volume para 150 minutos Embora as recomendaccedilotildees da OMS natildeo exijam
necessariamente frequecircncia distribuiacuteda ao longo da semana o aumento da frequecircncia
semanal contribuiu de modo importante para o volume final do esforccedilo
Em outra simulaccedilatildeo para os ativos insuficientes foi aumentada a duraccedilatildeo
do esforccedilo sem modificar a frequecircncia semanal e cada sessatildeo passou a ser natildeo
inferior a 60 minutos Entre os 6588 participantes pertencentes a esta classificaccedilatildeo
apenas 724 (11) obtiveram elevaccedilatildeo do niacutevel de AF Assim haacute de se ressaltar que
o aumento da duraccedilatildeo do esforccedilo de um uacutenico episoacutedio em face da distribuiccedilatildeo do
esforccedilo ao longo da semana para aumentar o niacutevel da AF aleacutem de ter se apresentado
menos eficiente tambeacutem pode aumentar o risco de lesotildees (Talbot et al 2007)
A determinaccedilatildeo ideal da frequecircncia semanal ainda natildeo eacute uma discussatildeo
encerrada pela maioria das diretrizes de AF O Comitecirc Consultivo do USDHHS em
2008 entendeu que as orientaccedilotildees do ACSM de 2007 satildeo muito especiacuteficas ao
definir a frequecircncia miacutenima de 5 dias por semana para atividades moderadas e 3 dias
para intensidades vigorosas Como resultado as atuais orientaccedilotildees da USDHHS
orientam que se possa acumular AF sem uma determinada frequecircncia semanal
111
A este respeito eacute limitado o nuacutemero de publicaccedilotildees em que avaliamos
benefiacutecios da AF para a sauacutede em resposta a diferentes frequecircncias por semana
Muitos estudos experimentais desde 1995 tecircm demonstrado efeitos beneacuteficos de
sessotildees de 120 a 150 minutos por semanade de atividade moderada ou vigorosa
geralmente realizadas de 3 a 5 vezespor semana indicando que a AF distribuiacuteda ao
longo da semana eacute eficaz e segura Estudos que avaliam benefiacutecios para a sauacutede com
programas de AF realizados em apenas 1 ou 2 sessotildees por semana com volume e
intensidade de esforccedilo satildeo ainda limitados
A diretriz oficial dos EUA de 2008 a OMS e o CDC sugerem que a
preocupaccedilatildeo com a frequecircncia semanal eacute menos importantedo que a quantidade ou a
intensidade do esforccedilo apesar dos dados disponiacuteveis serem insuficientes (USDHHS
2008a) A maioria das mudanccedilas morfofuncionais do organismo ocorre mediada
pelos processos de adaptaccedilatildeo funcional em resposta ao exerciacutecio fiacutesico e a sua
magnitude diminui ou se desfez agrave medida que aumenta o intervalo entre os estiacutemulos
(Aoyagi et al 2010) Outro aspecto crucial se refere ao fato de que natildeo considerar a
distribuiccedilatildeo sistematizada das atividades ao longo da semana poderia induzir as
pessoas a se esforccedilarem demais para alcanccedilar a meta em uma uacutenica sessatildeo o que
pode aumentar o risco de ocorrecircncia de eventos adversos agrave sauacutede (Talbot et al
2007)
5333 Intensidade do esforccedilo fiacutesico
Neste estudo a intensidade do esforccedilo foi determinada de forma indireta
sendo obtida pela observaccedilatildeo do tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e pela sua
conversatildeo em intensidade atraveacutes das indicaccedilotildees do Compecircndio de Atividade Fiacutesica
proposto por Ainsworth et al(2000)
As atividades vigorosas totalizando cerca de 40 da preferecircncia da
amostra atraiacuteram principalmente os jovens classificados como muito ativos fato que
se justifica considerando que de modo geral os jovens apresentam melhor aptidatildeo
fiacutesica do que os mais velhos As atividades moderadas (60) atraiacuteram mais as
mulheres e pessoas de mais idade
112
A caminhada foi responsaacutevel por manter ativos 43 da populaccedilatildeo
brasileira residente nas capitais da federaccedilatildeo conforme os resultados obtidos Essa
praacutetica como treinamento fiacutesico comeccedilou a ganhar forccedila no Brasil em meados da
deacutecada de 1970 com a difusatildeo do meacutetodo Cooper12
e tem se apresentado como a
escolha de preferecircncia para a praacutetica de AF em trecircs de cada quatro brasileiros que se
exercitam regularmente (MS 2010) Este resultado condiz com outro estudo que
apresenta a caminhada como a modalidade de maior adesatildeo entre os fisicamente
ativos (Bull 2010)
O futebol foi a atividade de maior preferecircncia entre os insuficientemente
ativos sendo o responsaacutevel por atrair aproximadamente 15 da amostra (N=3783)
principalmente entre os homens Portanto poliacuteticas de incentivo ao aumento de sua
frequecircncia semanal poderiam estimular os brasileiros a alcanccedilarem pelo menos os
niacuteveis miacutenimos de AF
Por fim o trabalho de musculaccedilatildeo se apresentou como a terceira
modalidade mais referida com 12 da preferecircncia Para algumas diretrizes como a
oficial dos EUA de 2008 independentemente da duraccedilatildeo do esforccedilo do metabolismo
envolvido e do gasto de energia dispendido para a sua realizaccedilatildeo os exerciacutecios de
musculaccedilatildeo natildeo deveriam compor a meta A diretriz da OMS de 2010 recomenda a
praacutetica da musculaccedilatildeo por pelo menos dois dias por semana mas omite se o esforccedilo
conta como AF miacutenima Neste estudo considerou-se que sim No entanto espera-se
que em 2015 data marcada para o reexame destas recomendaccedilotildees a OMS possa
deixar clara a sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave praacutetica de musculaccedilatildeo como parte integrante
da meta A princiacutepio natildeo parece coerente que um participante que consome 500 a
1000 MET minutos por semana ou mais realizando exerciacutecios de musculaccedilatildeo possa
ser classificado como inativo
12
Meacutetodo de treinamento estruturado no metabolismo aeroacutebio criado e desenvolvido
pelo meacutedico estadunidense Kennety Cooper
113
534 Eixo IV ndash Atividade Fiacutesica em portadores de Doenccedilas Crocircnicas natildeo
Transmissiacuteveis
Esta seccedilatildeo identifica o padratildeo de AF em portadores de diagnoacutestico preacutevio
de alguma DCNT para estabelecer se a praacutetica de AF estaacute de acordo com as
recomendaccedilotildees especiacuteficas para cada doenccedila
No inqueacuterito do VIGITEL de 2006 natildeo foi possiacutevel distinguir o grau ou
subtipo de cada doenccedila embora se admitam diferenccedilas cliacutenicas entre elas A
possibilidade de um mesmo participante ser portador de mais de um tipo de DCNT
tambeacutem foi considerada
Os portadores de diagnoacutestico preacutevio de DCNT apresentaram estrutura de
AF proacutexima agravequela observada para o conjunto da populaccedilatildeo Assim a duraccedilatildeo a
intensidade do esforccedilo a preferecircncia pela modalidade e a frequecircncia semanal
guardam comportamentos semelhantes ou seja suficiecircncia de AF mais presente
entre participantes com maior assiduidade duraccedilatildeo do esforccedilo em meacutedia ge 30
minutos por sessatildeo e insuficiecircncia de AF para os menos assiacuteduos A caminhada e o
futebol tambeacutem foram as modalidades preferidas
5341 Hipertensatildeo arterial sistecircmica
Neste estudo a praacutetica regular de AF foi baixa nos portadores de
diagnoacutestico preacutevio de hipertensatildeo arterial sistecircmica (DPHAS) e o percentual
diminuiu com o aumento da idade A prevalecircncia desta doenccedila foi de 215 no
conjunto da populaccedilatildeo Deste total cerca de 59 se declararam inativos
Aproximadamente 70 dos participantes natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF
Os resultados deste estudo foram consistentes com os dados do Ministeacuterio
da Sauacutede (MS) que estima a prevalecircncia entre 22 e 44 para adultos (32 em
meacutedia) chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em
indiviacuteduos com mais de 70 anos (MS 2013) Ainda segundo o Ministeacuterio da Sauacutede
parcela importante dos brasileiros desconhece o diagnoacutestico para este agravo Assim
eacute possiacutevel supor que a prevalecircncia de hipertensos na populaccedilatildeo seja ainda maior do
que a aqui encontrada
114
Este estudo confirmou maior predomiacutenio de hipertensatildeo entre as mulheres
com uma proporccedilatildeo de 2 mulheres para cada homem e com destaque para idade do
climateacuterio A maior procura de mulheres pelos serviccedilos de sauacutede pode explicar em
parte o maior conhecimento do diagnoacutestico
Dentre os estudos encontrados na literatura associando a praacutetica de AF e a
hipertensatildeo arterial Sofi et al (2008) apresentaram resultados com relaccedilatildeo inversa
entre o niacutevel de AF e a ocorrecircncia de hipertensatildeo arterial sistecircmica
O ACSM estabeleceu a associaccedilatildeo da ocorrecircncia de hipertensatildeo com a
inatividade fiacutesica de niacutevel lsquoCrsquo13
Deixou expliacutecito principalmente na atualizaccedilatildeo da
diretriz de 2007 que efeitos adicionais da AF para a prevenccedilatildeo da hipertensatildeo satildeo
obtidos com quantidades maiores de AF em relaccedilatildeo agravequelas recomendadas embora
natildeo explicitando claramente a magnitude da dose-resposta (ACSM 2007)
Outro estudo recente e abrangente eacute a metanaacutelise realizada por Kesaniemi
e colaboradores para subsidiar a atualizaccedilatildeo da diretriz oficial canadense O estudo
envolveu publicaccedilotildees abrangendo um universo de 112636 participantes divididos
em trecircs categorias inativo ativo insuficiente e ativo suficiente Os artigos elegiacuteveis
foram publicados ao longo de 24 anos entre 1983 e 2007 Chama a atenccedilatildeo o
consenso de efeitos positivos da AF sobre o risco de hipertensatildeo Em todos os
estudos ao comparar a quantidade de AF entre o grupo mais ativo com grupo menos
ativo a associaccedilatildeo encontrou risco relativo meacutedio de 068 (Kesaniemi et al2010)
Este estudo encontrou cerca de 70 dos portadores de DPHAS realizando
caminhada como praacutetica de AF Sobre isto haacute fortes evidecircncias de que a intensidade
do exerciacutecio aeroacutebio moderada eacute suficiente para reduzir a pressatildeo arterial no paciente
hipertenso Para o esforccedilo com intensidade maior (acima 85 VO2 max) admitem-se
efeitos deleteacuterios sobre a hipertensatildeo arterial sistecircmica embora os mecanismos
fisioloacutegicos ainda natildeo estejam totalmente esclarecidos (Warren et al 2010) Nas
recomendaccedilotildees recentes de AF para hipertensos ditadas pelo Coleacutegio Americano de
Cardiologia e pela Associaccedilatildeo Americana de Cardiologia enfatiza-se que ser ativo
deve ser parte do protocolo da assistecircncia meacutedica ao hipertenso A AF regular com
13
Graduaccedilatildeo de evidecircncia divide-se em A B C e D Quanto maior o grau (ordem
alfabeacutetica decrescente) maior eacute a evidecircncia de associaccedilatildeo
115
intensidade de leve a moderada deve ser efetivada como parte do tratamento natildeo
medicamentoso quando haacute hipertensatildeo de leve a moderada e sem doenccedila cardiacuteaca de
base Nos casos de hipertensatildeo grave natildeo eacute indicado AF vigorosa mas estaacute liberada
a AF de intensidade leve Exerciacutecios isomeacutetricos que aumentam a carga ventricular
devem ser evitados Exerciacutecios dinacircmicos envolvendo grandes grupos musculares
devem ser os preferidos (ACC 2010 AHA 2010)
Em relaccedilatildeo agrave modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou esporte preferido a maior
parte dos portadores de DPHAS estaacute de acordo com as recomendaccedilotildees especiacuteficas
principalmente entre as mulheres Assim as poliacuteticas de sauacutede para a hipertensatildeo
arterial devem dar maior incentivo agrave praacutetica de AF pois 70 dos hipertensos
moradores das grandes cidades brasileiras ainda satildeo insuficientemente ativos
5342 Dislipidemia
Neste estudo 17 dos participantes se declararam portadores de
diagnoacutestico preacutevio de dislipidemia (DPD) e entre eles 54 eram inativos Mulheres
aparecem colocadas numa situaccedilatildeo de desvantagem em relaccedilatildeo aos homens O
percentual de DPD cresceu linearmente com a idade e se estabilizou apoacutes os 55anos
Nesta idade aproximadamente 36 referiram DPD
Embora natildeo se constitua como doenccedila propriamente mas como fator de
risco para as DCNT a dislipidemia tem sido objeto de pesquisa na sua relaccedilatildeo com a
AF Os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF e a ocorrecircncia
de dislipidemia apresentaram efeito positivo da AF sobre os niacuteveis elevados de
lipiacutedios seacutericos enquanto a inatividade fiacutesica se apresentou deleteacuteria (Durstine et al
2001) Os mesmos autores tambeacutem mostraram que as medicaccedilotildees antidislipidecircmicas
podem ser potencializadas quando aliadas agrave AF embora declarem que os dados
disponiacuteveis a este respeito ainda satildeo insuficientes para declarar com precisatildeo a
magnitude desta associaccedilatildeo
Alteraccedilotildees significativas nos niacuteveis de lipiacutedios foram observadas apoacutes uma
uacutenica sessatildeo de esforccedilo verificando-se o aumento dos niacuteveis de colesterol HDL e
reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e do colesterol VLDL Estas alteraccedilotildees persistiram ateacute 24
horas apoacutes o esforccedilo e perderam o efeito na medida em que aumentou o intervalo
116
entre as sessotildees Os efeitos sobre o colesterol LDL foram menos intensos (Lee e
Paffenbarger 2001)
A plausibilidade bioloacutegica tem sido atribuiacuteda em parte agrave accedilatildeo da enzima
lipoproteiacutena lipase no muacutesculo esqueleacutetico que aumenta a degradaccedilatildeo das moleacuteculas
de gordura do sangue e eacute ativada pelo esforccedilo fiacutesico e pela diminuiccedilatildeo da secreccedilatildeo de
trigliceriacutedeos no fiacutegado Acredita-se que ambos os efeitos retornam aos niacuteveis de preacute-
exerciacutecio apoacutes o intervalo de 24 horas de repouso (Gill e Hardman 2003)
Neste estudo constatou-se que aproximadamente 90 dos portadores de
DPD que natildeo alcanccedilaram a meta recomendada de AF realizavam sessotildees entre 1 e 2
vezes por semana Neste aspecto a baixa frequecircncia semanal aleacutem de contribuir para
uma quantidade insuficiente de AF para a sauacutede geral tambeacutem estaacute em desacordo
com o estiacutemulo adequado para a reduccedilatildeo dos niacuteveis de lipiacutedios seacutericos
Os participantes mais jovens informaram menores taxas de aumento dos
lipiacutedeos seacutericos do que os mais velhos Segundo os dados do Ministeacuterio da Sauacutede
natildeo eacute comum os mais jovens se preocuparem com este problema embora sejam
tambeacutem acometidos por ele (MS 2010) A dislipidemia eacute fator de risco primaacuterio para
o IAM e o AVC e cerca de 20 de todos os oacutebitos por estas causas ocorrem em
pessoas entre 20 e 40 anos de idade
O maior percentual de DPD ocorreu entre as mulheres e nas com idade ge
45 anos foi seis vezes maior comparadas a grupos de mulheres com idade le 25
anos O aumento dos lipiacutedios seacutericos associado agrave diminuiccedilatildeo dos hormocircnios do
climateacuterio eacute fortemente apresentado pela literatura (Durstine et al 2001)
5343 Diabetes
Os resultados deste estudo trataram a diabetes de forma geneacuterica Embora
se reconheccedila distinccedilotildees entre os diferentes tipos de diabetes devido ao formato do
inqueacuterito do VIGITEL natildeo foi possiacutevel distinguir estes tipos diferentes No entanto
consideraremos que a nossa amostra se alinha com as estimativas mundiais que
apresentam o diabete do tipo 2 como constituindo de 80 a 90 dos casos (CDC
2010)
117
Os benefiacutecios da AF sobre a sensibilidade agrave insulina satildeo encontrados tanto
para atividades aeroacutebias quanto para atividades com exerciacutecio resistido
(musculaccedilatildeo) O mecanismo pelo qual essas modalidades de exerciacutecio melhoram a
sensibilidade agrave insulina parece ser diferente o que sugere que a combinaccedilatildeo das duas
modalidades seja a ideal (Persghin 1996) Para Eriksson et al (1997) o efeito do
exerciacutecio fiacutesico sobre a sensibilidade agrave insulina eacute maacuteximo de 12 a 48 horas apoacutes a
sessatildeo e volta progressivamente aos niacuteveis de preacute-atividade em aproximadamente
trecircs dias apoacutes a uacuteltima sessatildeo Isto reforccedila a necessidade da regularidade da AF Em
termos de ganho para a sauacutede os benefiacutecios parecem se destacar em indiviacuteduos
inativos que se tornam pelo menos moderadamente ativo Assim iniciar a praacutetica de
alguma AF parece ser para o portador de DPDM inativo um passo mais importante
do que atingir as metas recomendadas pelas diretrizes de AF (USDHHS 2008a)
Eacute importante destacar o consenso dos estudos que nortearam a atualizaccedilatildeo
da diretriz oficial do Canadaacute no ano de 2010 Uma metanaacutelise com estudos de coorte
acompanhados em meacutedia por 93 anos publicados ao longo de 16 anos e
envolvendo 624952 pessoas com 19325 casos de diabetes tipo 2 apresentou uma
relaccedilatildeo inversa entre a associaccedilatildeo do diabetes do tipo 2 e o niacutevel de AF A metanaacutelise
apresentou reduccedilatildeo meacutedia de risco de 42 para o grupo suficientemente ativo
quando comparado ao inativo e a maioria (84) destes estudos revelou reduccedilotildees
incrementais no risco de diabetes tipo 2 por meio de niacuteveis crescentes de AF
(Kesaniemi et al2010)
Cerca de 62 dos portadores de DPDM eram inativos e 70 deles
aproximadamente natildeo alcanccedilaram a meta miacutenima de AF com destaque negativo
para as mulheres Entre os estudos encontrados na literatura envolvendo a praacutetica de
AF em portadores de diabetes Dipietro et al (2006) apresentam resultados que
confirmam a baixa procura de AF entre os diabeacuteticos
A praacutetica de caminhadas foi a principal modalidade de exerciacutecio fiacutesico ou
esporte em aproximadamente 70 deste grupo A musculaccedilatildeo alcanccedilou somente
25 da preferecircncia
O Ministeacuterio da Sauacutede preconizou que para portadores de diabetes
mellitus o exerciacutecio deve ser iniciado de forma gradual e como exemplo cita as
118
caminhadas por 5 a 10 minutos em terreno plano aumentando-as semanalmente ateacute
alcanccedilar 30 a 60 minutos diaacuterios 5 a 7 dias por semana (MS 2006)
A caminhada foi o principal exerciacutecio fiacutesico praticado por
aproximadamente 70 deste grupo Este percentual foi superior quando comparado
ao percentual do puacuteblico em geral (423) A praacutetica da caminhada parece ser o tipo
de exerciacutecio fiacutesico que mais contribuiu para o alcance da meta recomendada no
entanto diabeacuteticos com perda significativa de sensibilidade nos peacutes por motivo de
seguranccedila devem ser desencorajados para a praacutetica desta modalidade ou de qualquer
outra que potencialize ferimentos nos peacutes Nesses casos outras opccedilotildees devem ser
consideradas
A diminuiccedilatildeo dos praticantes da caminhada e o aumento dos praticantes de
futebol satildeo caracteriacutesticas entre o grupo com AF insuficiente entatildeo o incentivo pelo
aumento da praacutetica de caminhadas eacute desejaacutevel para ambos os sexos e a reorganizaccedilatildeo
da praacutetica do futebol ndash com o aumento da frequecircncia semanal ndash pode elevar em
aproximadamente 22 do niacutevel de AF do puacuteblico masculino
A duraccedilatildeo de cada sessatildeo tende ser maior entre os suficientemente ativos
Somente 2 dos participantes com DPDM referiram AF com duraccedilatildeo menor que 30
minutos enquanto para os insuficientemente ativos foram 25 De modo geral 85
dos portadores de DPDM realizam sessotildees com 30 minutos ou mais de duraccedilatildeo e se
alinham agraves recomendaccedilotildees No entanto a frequecircncia semanal soacute se alinhou com as
recomendaccedilotildees para aqueles com AF suficiente sendo que a maioria (60)
realizaram AF 5 ou mais vezes por semana Para aqueles com AF insuficiente a
frequecircncia semanal estaacute em desacordo para 93 deste grupo Assim parece
promissor investimento no aumento da frequecircncia das atividades para o aumento da
suficiecircncia da AF em portadores de DPDM
Os descendentes asiaacutetico identificados no inqueacuterito segundo a cor de sua
pele (amarelos) apresentaram ao mesmo tempo melhores niacuteveis de AF e maiores
taxas de DPDM (11 - duas vezes maior do que os participantes de outras etnias)
Deve-se considerar a possibilidade deste grupo ter tido maior acesso aos serviccedilos de
sauacutede e aderido aagrave praacutetica de AF por recomendaccedilatildeo meacutedica
119
Eacute importante salientar que 465 dos brasileiros desconhecem o
diagnoacutestico preacutevio desta doenccedila A maior parte deles soacute perceberaacute a doenccedila nas fases
mais avanccediladas quando as consequecircncias passam a se manifestar de modo
perceptiacutevel (MS 2002) O conhecimento do diagnoacutestico preacutevio para a diabetes pode
reforccedilar a ideia de ser eou permanecer fisicamente mais ativos Isto pode criar uma
perspectiva interessante para a relaccedilatildeo entre a AF e o diagnoacutestico de um determinado
agravo crocircnico O conhecimento preacutevio do diagnoacutestico pode aumentar a adesatildeo agrave
praacutetica de AF pela busca da atenuaccedilatildeo do problema e isto pode reforccedilar a proteccedilatildeo
contra outras DCNT e suas respectivas complicaccedilotildees
Os maiores percentuais de diabetes foram encontrados em mulheres com
maior faixa etaacuteria e menor escolaridade grupo em que a taxa de AF tambeacutem eacute
menor Estrateacutegias para elevar o niacutevel de AF entre portadores de diabetes passam
pois pela priorizaccedilatildeo do grupo mais vulneraacutevel em face da inatividade fiacutesica
5344 Osteoporose
Os resultados deste estudo mostraram que 44 dos participantes tinham
diagnoacutestico preacutevio de osteoporose (DPO) com maior prevalecircncia na regiatildeo Sudeste
(46) e menor na regiatildeo Centro Oeste (36) (plt0001) Entre os portadores de
DPO houve maior incidecircncia entre as mulheres com destaque para a idade poacutes-
climateacuterio em que trecircs a cada dez mulheres declararam-se portadoras de DPO Em
ambos os sexos o diagnoacutestico foi mais comum com o aumento da idade
principalmente na faixa etaacuteria de acima de 65 anos A taxa de inatividade fiacutesica
(63) entre os portadores de DPO foi maior do que a meacutedia da populaccedilatildeo (52) e
perto de 75 ficaram aqueacutem do miacutenimo de AF recomendado pela OMS de 2010
Entre os estudos encontrados na literatura relacionando a praacutetica de AF
com a ocorrecircncia de osteoporose destaca-se a metanaacutelise realizada por Kujala et al
(2009) que reuniram estudos com seguimento meacutedio de 21 anos O trabalho revelou
que os participantes que praticaram AF vigorosa comparados com inativos ou
insuficientemente ativos apresentaram menor incidecircncia de fratura de quadril com
risco relativo (RR) = 038 (IC 95 = 016-091) Eacute importante destacar que a maioria
120
dos estudos tem associado a ocorrecircncia de fraturas oacutesseas como indicador de
osteoporose o que pode superestimar o efeito protetor da AF para o metabolismo
oacutesseo Sobre este ponto Vainionpaa (2006) afirma que alguns exerciacutecios fiacutesicos
podem diminuir a ocorrecircncia de fraturas natildeo pela melhora da sauacutede dos ossos em si
mas pela melhora do equiliacutebrio e pela diminuiccedilatildeo da quantidade e gravidade das
quedas principalmente entre os mais idosos Neste sentido o USDHHS em 2010
sugeriu medidas objetivas de acompanhamento da densidade oacutessea para que se tenha
a possibilidade de anaacutelise mais apurada do efeito da AF para a prevenccedilatildeo da
osteoporose
Neste estudo a praacutetica de caminhada foi a principal modalidade de
exerciacutecio fiacutesico ou esporte referida por 59 deste grupo A musculaccedilatildeo somou
somente 6 da preferecircncia Quando comparados aos portadores de outras patologias
crocircnicas eles apresentaram as menores taxas para caminhada corrida e musculaccedilatildeo
Outros 87 do grupo preferiram a hidroginaacutestica
A importacircncia da AF com exerciacutecios resistidos eacute destaque em vaacuterios
estudos mostrando que a densidade oacutessea aumenta entre 10 e 40 na coluna lombar
dos levantadores de peso Tenistas tecircm maior densidade oacutessea no braccedilo que segura a
raquete e nadadores e ciclistas que apresentam menor carga tecircm densidade oacutessea
similar aos controles (Raisz 2005 Martyn-St James e Carroll 2006)
Neste aspecto para a sauacutede oacutessea exerciacutecios de baixo impacto oacutesseo
como a hidroginaacutestica parecem natildeo ser a melhor escolha exceto para casos especiais
em que a descompressatildeo axial eacute necessaacuteria
A maior prevalecircncia de PDO entre as mulheres jaacute era aguardada Mulheres
perdem massa oacutessea de duas maneiras de forma raacutepida e de forma lenta A fase
raacutepida ocorre apoacutes a menopausa e tem duraccedilatildeo de 4 a 8 anos Durante esta fase
raacutepida as mulheres podem perder entre 20 e 30 das trabeacuteculas e 5 e 10 do osso
cortical Em seguida comeccedila uma fase lenta que corresponde a uma perda anual da
massa oacutessea de 1 a 2 Homens aparentemente sofrem apenas a perda lenta
(Kemmler et al 2004)
A perda oacutessea da camada cortical tambeacutem difere entre os sexos Os seus
mecanismos fisioloacutegicos natildeo estatildeo totalmente esclarecidos mas se sabe que homens
121
tecircm menor taxa de reabsorccedilatildeo e maior taxa de reposiccedilatildeo periosteal que as mulheres
Isto leva os homens a terem ossos maiores e com menor risco de sofrer de fraturas
(Shibata et al 2003)
Neste aspecto aleacutem de as mulheres perderem mais tecidos oacutesseos ao longo
da vida tambeacutem apresentam menores taxas de AF no tempo de lazer e no transporte
ativo Portanto o incentivo para a praacutetica de AF especialmente voltada para as
mulheres ganha dimensotildees maiores
Finalmente o tipo de exerciacutecio fiacutesico ou esporte e a duraccedilatildeo de cada
sessatildeo estavam de acordo com as recomendaccedilotildees de AF do Ministeacuterio da Sauacutede
brasileiro para a maioria dos portadores DPO cuja meta eacute alcanccedilar de 30 a 60
minutos diaacuterios de AF moderada na maior parte dos dias da semana (MS 2006) A
frequecircncia semanal estava de acordo com a quase totalidade (95) dos participantes
com DPO que alcanccedilaram a meta Poreacutem para mais da metade dos participantes que
natildeo alcanccedilaram a meta a frequecircncia semanal natildeo concordava com as recomendaccedilotildees
para a promoccedilatildeo da sauacutede oacutessea Aproximadamente 65 deles realizavam sessotildees
entre 1 e 2 vezes por semana e ficavam aqueacutem do que eacute recomendado
5345 Infarto agudo do miocaacuterdio eou acidente vascular cerebral
Neste estudo 66 dos participantes que referiram pelo menos um
episoacutedio de IAM eou AVC estavam inativos e somente 24 deles alcanccedilaram a
meta miacutenima de AF A maioria dos casos ocorreu entre os mais velhos com maior
frequecircncia entre as mulheres No conjunto aproximadamente 35 tinham idade
igual ou superior a 65 anos justamente na faixa etaacuteria onde se encontram os menores
niacuteveis de AF
Os estudos encontrados na literatura que verificou a praacutetica de AF com a
ocorrecircncia de IAM eou AVC apresentam resultados que corroboram esta pesquisa
(CSEP 2010) Os benefiacutecios da AF em viacutetimas de AVC independentemente do grau
de paralisia e de distuacuterbios sensoriais relacionam-se com a diminuiccedilatildeo das
limitaccedilotildees funcionais e com o incremento da sauacutede geral Uma maior capacidade de
exerciacutecio proporciona maior autonomia nas atividades diaacuterias com menor gasto de
122
energia (Adams et al 1994) aleacutem de proporcionarem a reduccedilatildeo do peso corporal e a
diminuiccedilatildeo de lipiacutedios seacutericos e de estresse dentre outros fatores
54 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste estudo verificou-se que a classificaccedilatildeo do niacutevel de AF varia muito
entre as diretrizes que recomendam a AF o que eacute motivado principalmente pela natildeo
harmonia da quantidade ou da forma com que a organizaccedilatildeo da AF eacute recomendada
Aparentemente pequenas diferenccedilas tiveram impacto importante na classificaccedilatildeo do
rendimento Um aspecto que eacute complexo e desafiador se revela na possibilidade de
um mesmo indiviacuteduo ser classificado ao mesmo tempo como muito ativo diante
de uma recomendaccedilatildeo e como insuficientemente ativo diante de outra Para uma
boa parte da populaccedilatildeo a resposta para a pergunta estou fazendo atividade fiacutesica
suficiente para a minha sauacutede pode ser simultaneamente ldquosimrdquo e ldquonatildeordquo
dependendo do criteacuterio da recomendaccedilatildeo escolhida
Apesar do consenso cientiacutefico sobre os benefiacutecios da AF para as pessoas
lacunas importantes persistem no conhecimento dos efeitos de cada elemento da AF
frequecircncia duraccedilatildeo intensidade e modalidade Eacute crucial entender como a AF estaacute
inserida nos contextos socioculturais nos diferentes grupos eacutetnicos e nos diversos
segmentos populacionais como os portadores de deficiecircncia os diferentes estratos
socioeconocircmicos ou outros O significado da AF eacute diferente em cada contexto
cultural e social que estaacute sob investigaccedilatildeo Estudos dessa natureza poderatildeo subsidiar
poliacuteticas de promoccedilatildeo agrave sauacutede mais consistentes e com maior potencial de sucesso Eacute
necessaacuterio ainda aprofundar a cooperaccedilatildeo internacional para a elaboraccedilatildeo de
diretrizes e recomendaccedilotildees miacutenimas e no preenchimento das lacunas existentes
A elaboraccedilatildeo e a implantaccedilatildeo de poliacuteticas de promoccedilatildeo da sauacutede e de
prevenccedilatildeo de doenccedilas e agravos devem levar em conta que a insuficiecircncia de AF
recaiu crucialmente entre as pessoas brancas morenas ou pardas do sexo feminino
de baixa escolaridade de maior idade que desconheciam a existecircncia de local
apropriado para a AF proacuteximo a sua residecircncia e principalmente pelos residentes na
regiatildeo Sudeste em especial na cidade de Satildeo Paulo
123
Pessoas fisicamente ativas fizeram menor uso de tabaco Embora natildeo seja
possiacutevel estabelecer relaccedilatildeo de causalidade neste estudo eacute plausiacutevel afirmar que as
accedilotildees de combate ao tabagismo e de estiacutemulo agrave AF ganham abrangecircncia quando
planejadas de forma integrada
O deslocamento ativo para o trabalho ou para a escola a peacute ou de bicicleta
dobrou o percentual do grupo que alcanccedilou a meta recomendada pela OMS
Estimular o deslocamento ativo para ampliar a AF da populaccedilatildeo insuficientemente
ativa parece ser uma boa estrateacutegia de poliacutetica puacuteblica jaacute que parece existir uma
predisposiccedilatildeo para este domiacutenio
A adequaccedilatildeo dos espaccedilos fiacutesicos puacuteblicos a seguranccedila e a infraestrutura
previstas nos programas de incentivo agrave AF devem considerar que as modalidades de
exerciacutecio mais populares nas capitais brasileiras satildeo a caminhada e o futebol
Dentre as pessoas insuficientemente ativas a duraccedilatildeo do esforccedilo em cada
sessatildeo foi adequada na maioria dos relatos O que tornou a AF insuficiente foi a
baixa frequecircncia Pensar estrateacutegias que aumentem a frequecircncia semanal para 2 ou 3
dias por semana pode elevar o niacutevel de AF para 90 dos insuficientemente ativos
A situaccedilatildeo mais desvantajosa percebida entre os participantes deste estudo
foi a completa ausecircncia de AF Eacute importante ter em mente na elaboraccedilatildeo de poliacuteticas
de sauacutede que os benefiacutecios da AF natildeo ocorrem apenas quando as diretrizes satildeo
rigorosamente cumpridas Os inativos sempre satildeo beneficiados com a introduccedilatildeo de
alguma quantidade de AF e portanto mesmo que a recomendaccedilatildeo miacutenima natildeo possa
ser alcanccedilada deve-se estimular a quantidade de AF que for possiacutevel
Por fim cabe salientar que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria num sistema
puacuteblico e universal satildeo os locais mais oportunos para recomendar e orientar a praacutetica
de AF dada a sua proximidade e a sua penetraccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo em geral e
especialmente junto aos portadores de DCNT
124
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da Sauacutede 2008
Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Vigitel - Brasil 2008 Vigilacircncia de Fatores de Risco E
Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico Brasiacutelia (DF) Ministeacuterio
da Sauacutede 2009
Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Vigitel - Brasil 2009 Vigilacircncia de Fatores de Risco E
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