Atividade1 Microeconomia 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ECONOMIA Prof. Max Nunes Murtinho Aluna: Aline Ferreira de Almeida Disciplina: Microeconomia I Atividade 1 – Questões sobre o Comportamento do Consumidor 1. Quais são as quatro premissas básicas sobre as preferências individuais? Explique o que cada uma significa. 2. Um conjunto de curvas de indiferença pode ser inclinado para cima? Em caso positivo, o que isso lhe diria sobre as duas mercadorias em questão? 3. Explique por que não pode haver intersecção entre duas curvas de indiferença. 4. Jon está sempre disposto a trocar uma lata de Coca-Cola por uma lata de Sprite, ou uma lata de Sprite por uma de Coca-Cola. a. O que você pode dizer sobre a taxa marginal de substituição de Jon? b. Trace um conjunto de curvas de indiferença para Jon. c. Trace duas linhas de orçamento com diferentes inclinações e explique a escolha maximizadora da satisfação. A que conclusão você pode chegar? 5. O que acontece com a taxa marginal de substituição à medida que você se desloca ao longo de uma curva de indiferença convexa? E de uma curva de indiferença reta? 6. Explique por que a taxa marginal de substituição entre duas mercadorias deve ser igual à razão entre os preços das mercadorias para que o consumidor possa obter máxima satisfação. 7. Descreva as curvas de indiferença associadas a dois bens que sejam substitutos perfeitos. E como elas seriam se os bens fossem complementos perfeitos. 8. Qual é a diferença entre utilidade ordinal e utilidade cardinal? Explique por que a suposição de utilidade cardinal não 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ECONOMIA

Prof. Max Nunes Murtinho

Aluna: Aline Ferreira de Almeida

Disciplina: Microeconomia I

Atividade 1 – Questões sobre o Comportamento do Consumidor

1. Quais são as quatro premissas básicas sobre as preferências individuais? Explique o que cada uma significa.

2. Um conjunto de curvas de indiferença pode ser inclinado para cima? Em caso positivo, o que isso lhe diria sobre as duas mercadorias em questão?

3. Explique por que não pode haver intersecção entre duas curvas de indiferença.

4. Jon está sempre disposto a trocar uma lata de Coca-Cola por uma lata de Sprite, ou uma lata de Sprite por uma de Coca-Cola.

a. O que você pode dizer sobre a taxa marginal de substituição de Jon?

b. Trace um conjunto de curvas de indiferença para Jon.

c. Trace duas linhas de orçamento com diferentes inclinações e explique a escolha maximizadora da satisfação. A que conclusão você pode chegar?

5. O que acontece com a taxa marginal de substituição à medida que você se desloca ao longo de uma curva de indiferença convexa? E de uma curva de indiferença reta?

6. Explique por que a taxa marginal de substituição entre duas mercadorias deve ser igual à razão entre os preços das mercadorias para que o consumidor possa obter máxima satisfação.

7. Descreva as curvas de indiferença associadas a dois bens que sejam substitutos perfeitos. E como elas seriam se os bens fossem complementos perfeitos.

8. Qual é a diferença entre utilidade ordinal e utilidade cardinal? Explique por que a suposição de utilidade cardinal não se faz necessária para a classificação das preferências do consumidor.

9. Guiado por suas preferências, Bill está disposto a trocar quatro ingressos para o cinema por um ingresso para um jogo de basquete. Se os ingressos do cinema custam $8 cada, e um ingresso para o basquete custa $40, Bill deve mesmo fazer essa troca? Por quê?

10. Descreva o princípio da igualdade marginal. Explique por que esse princípio não se sustenta se uma utilidade marginal crescente estiver associada ao consumo de uma mercadoria ou de ambas.

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Respostas

1. Preferências completas - significa que o consumidor pode comparar e ordenar todas as cestas possíveis.

Preferências transitivas - significa que as preferências são consistentes, no sentido de que, se é preferível a cesta A à B e a B à C, então podemos concluir que é preferível a cesta A à C.

Preferências monotonicas (é melhor mais do que menos) - significa que todas as mercadorias são desejáveis e que o consumidor sempre vai preferir uma quantidade maior de uma mercadoria

Preferências convexas (taxa marginal de substituição decrescente) - significa que as curvas de indiferença são convexas e que a inclinação da curva de indiferença aumenta à medida que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. À medida que o consumidor se move para baixo ao longo de sua curva de indiferença, deseja abrir mão de menos unidades da mercadoria no eixo vertical em troca de mais unidades da mercadoria no eixo horizontal. Essa premissa implica também que são preferíveis cestas de mercado balanceadas a cestas com uma quantidade maior de uma mercadoria e menor de outra.

2. Um conjunto de curvas de indiferença pode ser inclinado para cima se violarmos a premissa monotonica. Quando um conjunto de curvas de indiferença é inclinado para cima, significa que uma das mercadorias é ruim, pois o consumidor prefere uma quantidade menor a uma quantidade maior dessa mercadoria. A inclinação positiva significa que o consumidor aceitará mais da mercadoria boa apenas se também receber mais da outra. Ao nos movermos para cima ao longo da curva de indiferença, o consumidor tem uma quantidade maior da mercadoria de que gosta e menor da que não gosta.

3. Um gráfico que mostra duas curvas de indiferença com intersecção, uma no ponto A. A partir da definição de uma curva de indiferença, sabemos que um consumidor obtém o mesmo nível de utilidade em qualquer ponto sobre uma determinada curva. Nesse caso, o consumidor é indiferente às cestas A e B, pois ambas estão localizadas sobre a curva de indiferença U1. Analogamente, o consumidor é indiferente às cestas A e C porque ambas estão localizadas sobre a curva de indiferença U2. A propriedade de transitividade das preferências implica que tal consumidor também deverá ser indiferente a C e B. No entanto, de acordo com o gráfico, C está situada acima de B, de modo que deve ser preferível C a B. Assim, está provado que não pode haver intersecção entre duas curvas de indiferença.

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4. A) A taxa de marginal de substituição de Jon pode ser definida como o número de latas de Coca-Cola de que ele deseja abrir mão em troca de uma lata de Sprite. Uma vez que ele sempre deseja trocar uma pela outra, sua TMS é igual a 1.

B) Uma vez que Jon sempre deseja trocar uma lata de Coca-Cola por uma de Sprite, suas curvas de indiferença são lineares com inclinação de –1.

C) As curvas de indiferença de Jon são lineares com inclinação de –1. A linha do orçamento de Jon também é linear e tem uma inclinação que reflete a razão entre os dois preços. Se a linha do orçamento de Jon for mais inclinada do que suas curvas de indiferença, então ele escolherá consumir apenas o bem do eixo vertical. Se a linha do orçamento de Jon for menos inclinada do que suas curvas de indiferença, então ele escolherá consumir apenas o bem do eixo horizontal. Jon só não escolherá uma solução de canto se sua linha do orçamento tiver a mesma inclinação de suas curvas de indiferença. Neste caso, qualquer combinação de Sprite e Coca-Cola que consuma toda a sua renda vai maximizar sua satisfação.

5. A TMS mede a quantidade de um bem de que você está disposto a abrir mão em troca de mais uma unidade do outro bem, mantendo a utilidade constante. A TMS diminui ao longo de uma curva de indiferença convexa, pois, à medida que você se move para baixo ao longo da curva de indiferença, deseja abrir mão de uma quantidade cada vez menor do bem em troca do outro. A TMS é também a inclinação da curva de indiferença, que aumenta (torna-se menos negativa) à medida que você se move para baixo ao longo da curva de indiferença. A TMS é constante ao longo de uma curva de indiferença reta, pois, neste caso, a inclinação não muda. O consumidor deseja sempre trocar o mesmo número de unidades de um bem pelo outro.

6. A TMS representa a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar uma mercadoria por outra para manter o mesmo nível de satisfação. A razão entre os preços representa o trade-off das duas mercadorias que o mercado está disposto a realizar. A tangência da curva de indiferença com a linha do orçamento representa o ponto no qual os trade-off são iguais e o consumidor obtém máxima satisfação. Se a TMS entre duas mercadorias não é igual à razão entre os preços, o consumidor pode trocar uma mercadoria pela outra aos preços de mercado para obter

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níveis de satisfação mais elevados. Por exemplo, se a inclinação da linha do orçamento (a razão entre os preços) é –4, então o consumidor pode trocar 4 unidades da mercadoria 2 por uma unidade da mercadoria 1. Se a TMS na cesta atual é –6, então o consumidor deseja trocar 6 unidades da mercadoria 2 por uma unidade da 1. Uma vez que as duas inclinações não são iguais, o consumidor não está tendo máxima satisfação. Ele deseja trocar 6, mas só precisa mudar 4, então fará a troca. Esse processo continuará até que o nível de satisfação mais alto possível seja atingido. Conforme as trocas forem feitas, a TMS mudará e se tornará igual à razão dos preços.

7. Dois bens são substitutos perfeitos se a TMS de um pelo outro é um número constante. Dado que a TMS seja um número constante, a inclinação das curvas de indiferença será constante e, portanto, as curvas de indiferença serão retas. Se dois bens são complementos perfeitos, as curvas de indiferença têm forma de L. Neste caso, o consumidor quer os dois bens em uma proporção fixa, digamos que uma unidade do bem 1 para cada uma unidade do bem 2. Se ele adquirir uma quantidade maior de um bem e não adquirir uma quantidade maior do outro, não obterá maior satisfação.

8. A utilidade ordinal implica um ordenamento das alternativas que não leva em consideração a intensidade das preferências. Por exemplo, se prefere-se a primeira à segunda escolha do consumidor, então a utilidade da primeira é maior do que a da segunda, mas não importa quanto. Uma função de utilidade ordinal gera uma classificação de cestas e o número de utilidade não ganha nenhum significado. A utilidade cardinal implica que a intensidade das preferências pode ser quantificada e que o número de utilidade tem significado. Uma classificação ordinal é suficiente para ordenar as escolhas do consumidor de acordo com suas preferências. Não é necessário saber quão intensamente um consumidor prefere a cesta A à cesta B; é suficiente saber que prefere A a B.

9. Bill não deve fazer a troca. Se ele desiste dos quatro ingressos para o cinema então economizará $8 por ingresso, o que totaliza $32. Entretanto, isso não é suficiente para um ingresso para um jogo de basquete. Na verdade, ele teria de desistir de cinco ingressos para o cinema se quisesse comprar um ingresso para o jogo de basquete. Observe também que a utilidade marginal por dólar é maior para ingressos para o cinema, assim Bill ficará melhor se adquirir mais ingressos para o cinema e menos para o jogo. Para entender melhor isso, basta lembrar que o que Bill está desejando fazer define sua TMS.

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10. O princípio da igualdade marginal afirma que a razão entre a utilidade marginal e o preço precisa ser igual para todas as mercadorias para obter máxima satisfação. Em outras palavras, a maximização da utilidade é obtida quando o orçamento é alocado de tal modo que a utilidade marginal por dólar gasto é a mesma para cada mercadoria. Se a utilidade marginal por dólar não é igual então a utilidade pode ser aumentada alocando-se mais dólares à mercadoria com a utilidade marginal por dólar mais alta. O consumidor obterá maior satisfação se realocar seus dólares. Se a utilidade marginal é crescente, o consumidor maximiza sua satisfação adquirindo quantidades maiores da mercadoria. Assim, ele gastaria toda a sua renda em uma mercadoria, considerando-se que o preço seja constante, o que resulta em uma solução de canto. Com uma solução de canto, o princípio da igualdade marginal não pode se sustentar.

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