Atlas de Santa Maria da Feira
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35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIAUM TEMPO DE EXCELÊNCIA
ATLASSANTA MARIA DA FEIRA
35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIAUM TEMPO DE EXCELÊNCIA
ATLASSANTA MARIA DA FEIRA
APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever:
retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua
progressão, verificadas nas últimas três décadas.
Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à
União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos
mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas
etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado
e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem
Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica
sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.
O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem
qualquer subjectividade ou propaganda.
A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para
todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só
documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas
dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da
população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.
É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que
reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a
poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa
e objectivamente dá conta.
Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também,
na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.
Alfredo Oliveira HenriquesPresidente da Câmara Municipal
3CONHECIMENTO
HUMANO
35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIAUM TEMPO DE EXCELÊNCIA
ATLASSANTA MARIA DA FEIRA
APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever:
retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua
progressão, verificadas nas últimas três décadas.
Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à
União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos
mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas
etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado
e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem
Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica
sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.
O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem
qualquer subjectividade ou propaganda.
A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para
todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só
documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas
dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da
população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.
É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que
reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a
poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa
e objectivamente dá conta.
Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também,
na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.
Alfredo Oliveira HenriquesPresidente da Câmara Municipal
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Desfolhando o presente Atlas, pode-se ler pelo texto e pelos
gráficos e cartas, que estamos perante uma notável explosão
demográfica, decorrida num curto espaço de tempo, à qual
corresponde uma modernização do território, que se transformou
em três décadas e meia, evidenciando uma impressionante
infraestruturação urbanística, de freguesia a freguesia.
O progresso do concelho de Santa Maria da Feira, que se
promoveu, usando um modelo de desenvolvimento multipolar,
deve muito à iniciativa municipal ao tornar prioritária a dotação
das suas 31 freguesias com equipamentos públicos e criação de
serviços, essenciais ao bem-estar das populações, na educação,
na saúde, na acção social, na cultura, no desporto, em todos os
sectores das suas competências, correspondendo ao dinamismo
da sociedade civil, quer no que se refere ao seu associativismo
rico e diversificado, quer ao forte empreendorismo das
actividades económicas.
DE 1974 A 2009 UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA
DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA
6
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1 – O traçado da auto-estrada A1, com entrada em local estraté-
gico para o desenvolvimento do concelho, reforçando acessibili-
dades à região e ao país.
2 – A elaboração e a entrada em vigor do Plano Director Munici-
pal, documento indispensável à transformação e ao ordenamento
do território.
3 – A construção do Europarque, um conjunto de equipamentos
de ordem e dimensão nacionais.
4 – A construção do Hospital de S. Sebastião, equipamento de
ordem regional, unidade de saúde de referência.
5 – O alargamento da rede educativa, da formação profissional
e a criação do ensino superior, com a entrada em funcionamento
do ISVOUGA - Instituto Superior de Entre Douro e Vouga e do
ISPAB - Instituto Superior de Paços de Brandão.
6 – A consolidação das áreas centrais urbanas e criação de novos
eixos urbanos e estruturantes, como o Feira/Cruz e o Lourosa-
-Fiães/Lamas-Mozelos, a par da criação de novas zonas indus-
triais, que diversificaram o tecido produtivo do concelho, dotaram
o território de boas condições de acolhimento empresarial, cria-
ram emprego, fortaleceram a coesão social e fixaram a população
activa, que não parou de crescer, ao contrário da média nacional
e da região.
7 – A ampliação e reforço da identidade concelhia, sustentada
numa afirmação cultural pujante, com eventos de grande singu-
laridade, valorizando as raízes locais, de frequência regular e de
relevo nacional e internacional, como a Festa das Fogaceiras, a
Viagem Medieval, o Imaginarius e festivais de cinema e de música,
que promovem a tradição e as artes contemporâneas.
Há uma correspondência biunívoca, do fenómeno da explosão
demográfica com a expansão urbana operada a partir da implan-
tação da democracia, em conjugação com os sete factores de
desenvolvimento referidos.
Interessante notar, ao contrário do perspectivado por alguns
analistas da época, que a acessibilidade franca ao centro da Área
Metropolitana do Porto, proporcionada pela auto-estrada A1, não
veio transformar Santa Maria da Feira num espaço-dormitório da
cidade do Porto, pelo contrário, serviu para dilatar o seu dinamis-
mo económico, social e cultural e a sua asserção singular entre o
conjunto dos municípios da AMP.
Estas notáveis transformações ofereceram à população uma
crescente mobilidade interna e com o exterior, que facilitou o
acesso a bolsas de emprego, especialmente na Indústria
e nos Serviços.
Este percurso de mudança, de 1974 a 2009, foi
pontuado por sete factos relevantes que fizeram alcan-
çar, com excelência, patamares de qualidade de vida
para o todo concelhio e para a afirmação regional,
nacional e internacional de Santa Maria da Feira:
7
De notar que em 2001, Santa Maria da Feira foi recenseada com
135 964 pessoas residentes, um dos municípios de maior di-
mensão demográfica de Portugal. Em 1970, Santa Maria da Feira
tinha 94 970.
Considerando que em 1974 o contexto demográfico é sensivel-
mente o mesmo de 1970, assim como acontece de 2007 a 2009,
verifica-se um aumento da população residente de 54,1%, em
Santa Maria da Feira, entre 1974 e 2009. No mesmo período, em
Portugal, foi registado um aumento de 23,3% da população
residente, ou seja, a explosão demográfica já referida
corresponde a 2,32 vezes mais do que o crescimento nacional.
Relativamente à sua posição, entre os municípios da Área
Metropolitana do Porto, também é interessante notar a ordem
de importância demográfica e a evolução verificada, conforme o
gráfico em baixo.
No conjunto dos municípios da Área Metropolitana do Porto, esta
ordem de importância, que reflecte a afirmação crescente de
Santa Maria da Feira, decorre do seu processo de transformação
urbana, que consolidou os núcleos de maior densidade, invertendo
o modelo de crescimento difuso e reforçou o carácter de qualidade
das polaridades locais que transformaram o município como um
dos mais dinâmicos, entre os territórios policentrados metropolita-
nos.
A transformação do território e os instrumentos de planeamento e
as políticas que suportaram o surto de progresso, vivido nestes 35
anos, é indissociável do papel da “população laboriosa, inteligente,
diversificada, com uma razoável coesão e com aptidões provadas
no seu labor diário”, no dizer do Prof. Manuel da Costa Lobo.
E se o abrandamento da actividade industrial verificada nos últimos
330000
AROUCA ESPINHO GONDOMAR MAIA MATOSINHOS O. AZEMÉIS PORTO P. VARZIM S. M. FEIRA S. TIRSO S. J. MADEIRA TROFA V. CAMBRA VALONGO V. CONDE V. N. GAIA
30000
60000
90000
120000
150000
180000
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240000
270000
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1981
1991
2001
DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA
8
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
anos, devido à conjuntura internacional, é um factor de preocu-
pação, dado o volume de desemprego que gerou, é de registar
a estratégia municipal de diversificação, que já tem resultados,
como se comprovam nos níveis elevados verificados no sector
terciário e na emergência de novas actividades e formas de pro-
duzir bens e serviços, como o Design, as Tecnologias de
Informação e Comunicação, a Formação Profissional e Tecnológi-
ca, a Acção Social, as Indústrias Criativas, as Recriações
Históricas e o Turismo.
Entre outros factores que se destacaram no período de 1974 a
2009, é de referir o desenvolvimento da inclusão social, a requa-
lificação do Castelo, do Centro Histórico, do Convento dos Lóios
e do Património Cultural em geral, a preservação e promoção dos
recursos paisagísticos e ambientais, sendo de destacar a articula-
ção entre os núcleos urbanos mais densos e as vastas manchas
florestais, que dão corpo substancial à estrutura ecológica do
concelho.
Releve-se, ainda, a “descoberta” e promoção de áreas de grande
sensibilidade ambiental, como a frente para o Rio Douro, no Porto
Carvoeiro, a encosta do Castelo e o vale do Rio Cáster, o vale do
Rio Uíma, o Monte das Pedreiras, em Fiães, o Parque do Monte
Coteiro, em Mozelos, a Quinta do Engenho Novo, em Paços de
Brandão, o Parque de Santa Maria de Lamas, a zona envolvente
das Termas das Caldas de S. Jorge, a praia Fluvial da Mámoa, em
Milheirós de Poiares. São espaços de grande utência da popula-
ção, que cada vez mais os procuram, para actividades saudáveis
de lazer e de contemplação da Natureza.
Ainda na área do ambiente, é de salientar a adopção de um sis-
tema de recolha de resíduos sólidos, em grande parte já de forma
selectiva e a cobertura de todo o concelho com abastecimento de
água (praticamente inexistente em 1974, tal como o saneamento
e com grande incremento na última década), que correspondeu
a um impressionante conjunto de obras, com mais de mil quiló-
metros de rede executada e respectivos reservatórios. Mas mais
gigantesco foi o esforço de resolução do saneamento – dada a
complexidade do relevo e da existência de 12 bacias hidrográfi-
cas – com a construção da rede, que já cobre cerca de 70% do
território e das Estações de Tratamento de Águas Residuais.
Por fim e marcante neste percurso de progresso, que as peças
desenhadas de um atlas não podem retratar, é a implementação
de uma política de modernização administrativa e de transparên-
cia para os munícipes, com sofisticados recursos informáticos,
levando-os a aceder mais activamente e com mais eficiência aos
serviços e ao conhecimento geográfico, o que tem fomentado o
conceito de Nova Cidadania.
E se o apego aos valores da terra, o associativismo e o forte
empreendorismo, são atributos dos feirenses, as três décadas e
meia aqui retratadas e a autêntica revolução experimentada
reforçaram o sentido de pertença e a coesão social, porque o
munícipe se revê no avanço do Município. Perante as dificulda-
des da conjuntura global que se vive, o espírito feirense, assim
reforçado, está preparado para vencer as batalhas do futuro, com
optimismo, trabalho, inovação e com a sua tradicional inteligência,
continuando um rumo de desenvolvimento e excelência.
José Manuel Bastos
10
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
11
CAPÍTULO I INTRÓITO
I ´
12
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
13
CAPÍTULO I INTRÓITO
A tradição dos Atlas remonta aos tempos de Ptolomeu,
verdadeiro precursor do conhecimento geográfico e deste tipo de
documentos geográficos, sendo que o primeiro Atlas conhecido,
de sua autoria, remonta ao ano de 150 antes de Cristo.
Por definição, “Atlas” é uma colecção de mapas, de informações
cartográficas, geográficas ou astronómicas, tradicionalmente
agrupadas em livro, mas também possível de encontrar em
formatos electrónicos ou digitais.
Pelo grande número de estudos que potenciam, os Atlas assu-
mem-se como instrumentos de inquestionável interesse e utilidade
na compilação e na análise da realidade de um determinado lugar.
São um excelente instrumento de consulta.
Ora, nessa linha de pensamento, a Câmara Municipal de
Santa Maria da Feira pretendeu proceder à realização do seu
Atlas Municipal. Ambicionou-se a construção de um documento
que pudesse proceder à definição de um retrato da realidade de
um município, composto por 31 freguesias, não negligenciando o
papel deste espaço geográfico num contexto de âmbito regional.
1. (D)A importância de um Atlas
14
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Importará, pois, conhecer a diversidade de Santa Maria da Feira,
as suas gentes, o seu território, as suas potencialidades, mas
também as suas fragilidades.
A longa tradição que une a Geografia à História deriva, também,
dos mesmos princípios. A ideia de que o território é inseparável
da vida dos habitantes, de que a evolução humana se explica em
larga medida pelo quadro físico no qual se desenvolve, surge já
com todo o vigor na famosa frase de Heródoto: “O Egipto é um
dom do Nilo”.
A Geografia tem um objectivo: a superfície da Terra; tem um mé-
todo: a observação; e tem um modo de expressão: a descrição
apoiada num mapa.
Uma Região não é, na maior parte dos casos, apenas um produto
do natural. Será antes, o resultado de uma combinação, num
quadro físico, de obras e acções humanas. Socorrendo-nos da
interpretação da citada frase de Heródoto, deveremos sublinhar
que o Egipto se tornou um dom do rio quando se criou a civiliza-
ção que o soube aproveitar. Mas foi nas suas margens fertilizadas
pelas cheias e ao longo do curso de água navegável que essa
mesma civilização se desenvolveu, superando os fracassos e
entesourando os êxitos que lhe permitiram vencer e perdurar.
Ora, é precisamente esse o enfoque que se pretende conferir ao
Atlas Municipal de Santa Maria da Feira: esta ligação
Homem /Meio.
Santa Maria da Feira é “berço” de uma gente que importa conhe-
cer, analisar, tipificar… mas também um território que condicionou
(e condiciona ainda) as actividades do Homem, o que, por si só,
justifica que para ele olhemos de forma atenta também, pois essa
análise do território ajuda-nos não só a compreender o porquê de
algumas realidades, mas possibilita também uma visão prospecti-
va de realidades vindouras.
De tudo isto, resulta óbvio que deveremos tecer uma
análise direccionada numa dimensão FÍSICA (porque
suporte de toda a actividade Humana), mas também
as suas GENTES e os seus MODOS DE VIDA, analisan-
do, portanto, uma dimensão HUMANA até porque é
desta relação Meio / Homem / Meio que resulta toda
uma complexidade de factores que exigem ser obser-
vados e analisados para que neles possamos intervir.
Resulta claro, portanto, que Santa Maria da Feira está ciente de
que um município (assim como um país) estará tão preparado
para enfrentar o seu próprio futuro quanto mais conhecedor for
do seu passado e do seu presente, já que um e outro se perfilam
como determinantes sementes para a conquista de um futuro que
se quer (e precisa) melhor.
No fundo, trata-se de assegurar, através de uma visão estraté-
gica, o reforço de boas políticas implementadas, rectificação e
Sendo a paisagem um sistema particularmente com-
plexo, não bastará “vê-la”. É necessário, pois, “olhá-
-la”, algo que só se poderá tornar exequível através de
uma análise aturada, atenta, aprofundada e crítica.
15
CAPÍTULO I INTRÓITO
(nalguns casos até) a inflexão de outras menos conseguidas, de
modo a que se possa extrair do concelho (do seu território, das
suas gentes, dos seus recursos) todo o seu potencial socioeconó-
mico, promovendo o aumento da qualidade de vida e o bem-estar
da população.
A concepção de um Atlas Municipal não pode cingir-se nunca à
mera compilação de elementos cartográficos ou estatísticos. Se
esse fosse o desiderato último desta obra, tal significaria o defrau-
dar de todas as suas potencialidades na tentativa de municiona-
mento das ferramentas de base para a projecção do nosso futuro.
Planear implica conhecer: o que fomos e somos, mas igualmente
o que queremos ser.
É indubitável que o futuro passa, em grande medida, por uma
participação mais activa, interessada, crítica e incisiva dos
munícipes, algo que muitos designam de desenvolvimento da
Cidadania. Nesse sentido, o presente Atlas Municipal pode (e
deve) desempenhar um papel de aproximação dos munícipes da
(sua) realidade permitindo-lhes o desempenho de um papel activo
na construção do seu próprio futuro, o que se pode chamar de
Nova Cidadania.
Sem se ter a presunção de se querer assumir como
verdade indiscutível ou irrefutável, o Atlas Municipal
procura explicar o porquê de determinados trilhos
traçados, a existência de algumas realidades e as suas
implicações futuras. É uma observação e uma análise
que se destina a todos os possíveis interessados em
conhecer, estudar, viver, investir, planear, trabalhar…
em Santa Maria da Feira. No entanto, não se pense que
este documento tenha a veleidade de querer apontar
rumos, políticas ou estratégias. Essa não é, de todo, a
missão que lhe estará destinada ou reservada.
16
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Enquadramento histórico, socio-económico e político, com a Região, Portugal e a União Europeia
2.
Sem embargo do referido até aqui, a análise da Geografia de
um lugar encontra, em grande medida, maior esplendor na sua
própria História. Daí que não nos devamos quedar somente na
mera e simples análise do presente. Tal revelaria pouca ambição e
seria o desperdiçar de inúmeras potencialidades. É preciso, pois,
debruçarmo-nos sobre uma realidade que ficou para trás.
É preciso, então, “olhar” para a história recente de Santa Maria da
Feira porque dela se explica, percebe e projecta o município na
realidade e no futuro. Ao realizar-se a análise evolutiva de alguns
aspectos, estar-se-á a compreender e a perceber os motivos que
concorrem para essa mesma evolução.
Dito de outra forma, pretende-se potenciar uma demonstração
aos feirenses, com recurso a exemplos concretos, reais e caros,
porque deles, de que modo pode o Meio, o Clima, o Solo, a
História, a Cultura, a Demografia, a Economia (etc.) influir nos
nossos modos e qualidade de vida.
18
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Ao atingir-se esse objectivo, estar-se-á a alcançar não só o
desenvolvimento e crescimento de uma consciência crítica, mas
também o fomento de uma participação cívica. Ora, quanto mais
(sustentados) contributos as Instituições forem capazes de poten-
ciar e gerar no seu seio, mais e melhor poderão os seus legítimos
representantes, ponderar, projectar, decidir, agir e actuar.
A História da Humanidade (e da Europa em particular) diz-nos que
as mutações de índole diversa registadas ao longo dos últimos 50
anos transformaram totalmente a face dos territórios por nós ocu-
pados. Não nos devemos abstrair que os dois conflitos armados
de escala mundial tiveram como cenário principal o Continente
Europeu. Este facto implicou novas forma de pensar e de agir,
com reflexos claros na demografia, nas actividades humanas,
no capítulo social. A reconstrução do território, a construção da
União Europeia e a emergência de novas potências económicas a
nível mundial influíram de forma decisiva numa nova organização
mundial. Importa pois perceber como Portugal se enquadrou e
como se localiza nesta nova organização geopolítica mundial.
E, na mesma ordem de ideias, porque também peça deste com-
plexo xadrez, importa também perceber qual o papel e a acção
de Santa Maria da Feira neste contexto.
Nenhum território poderá ser visto e analisado de forma isolada
ou estanque, quer seja no tempo ou no espaço. Cada país, cada
região ou cada município assume-se como parte integrante de
um sistema mais amplo e complexo, um sistema de permanentes
trocas, sejam estas de carácter económico, social ou demográ-
fico. Um sistema que se prolonga até à História desse mesmo
território. Ou dito de outra forma, um sistema que se prolonga, so-
bretudo, à sua História, porque esta concorre, em grande medida,
ao auxílio da percepção e compreensão de uma multiplicidade de
realidades existentes no presente, permitindo, simultaneamente, a
antecipação de cenários futuros.
Nesse sentido, o Mundo, a Europa, o País e Santa Maria da Feira
assistiram, ao longo das últimas décadas, a vincadas alterações
de índole diversa. Por ventura, essas mesmas alterações, ainda
que decorridas num curto espaço de tempo, serão bem mais de-
cisivas da determinação dos seus respectivos futuros que todas
as outras verificadas ao longo das suas histórias.
A análise das mutações referidas de índole diversa
permitem afirmar que o concelho de Santa Maria da
Feira cresceu, desenvolveu-se, ganhou notoriedade a
nível regional e nacional.
CAPÍTULO I INTRÓITO
Enquadramento do concelho de Santa Maria da Feira em Portugal e na Região (Área Metropolitana do Porto e Entre Douro e Vouga)
20
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Todo o processo de mudança é acompanhado de um outro… de
adaptação. E a história recente do Mundo dita-nos que as regiões
que revelam maior capacidade de adaptação à mudança têm
sido precisamente aquelas que desenvolvem maior aptidão para
crescerem e se desenvolverem de forma mais rápida e eficiente.
Por oposição, aquelas que menores competências revelam no re-
conhecimento e assumpção das mudanças, correspondem preci-
samente ao conjunto de regiões que vêem aumentada a distância
que as separa do desenvolvimento e da sustentabilidade.
Ora é precisamente neste contexto de permanente mudanças que
se desenvolveu nos últimos 35 anos que poderemos e devere-
mos enquadrar Santa Maria da Feira. A análise dos últimos anos
revela-nos que o concelho sofreu notáveis alterações, transforma-
ções e mutações. Este intervalo temporal, da actualidade até há
meio século atrás, foi palco de uma fortíssima expansão urbana
no concelho, resultante de um aumento particularmente signifi-
cativo da população feirense, sendo que ambos os fenómenos
se explicam, em grande medida através da crescente mobilidade
entre municípios e regiões em busca de focos de emprego e
melhor acessibilidades. Ora, este indicador revela, por si só,
que o município foi capaz de desenvolver uma capacidade
atractiva para as populações. Uma observação atenta da
evolução da população no concelho de Santa Maria da
Feira permite concluir-se que, num curto espaço tempo-
ral (1970 a 2001), se registou um aumento do número de
feirense em cerca de 42%. Este indicador, analisado de
forma isolada poucas ou nenhumas ilações nos permitirá
retirar, mas deverá ser, contudo, o mote para uma aná-
lise mais aprofundada e atenta sobre os fenómenos que
originaram (ou originam ainda) essa realidade.
A pertinência dessa análise adquire maior relevância
se observarmos os números da realidade nacional, que
em idêntico período registou o aumento populacional de
21,69%.
Deste modo, resulta claro que importa proceder-se ao retrato do
cenário actual do município, mas também ao retrato de há 30/40
anos atrás. Porém, e talvez bem mais importante, será tentar per-
ceber quais os factores, que políticas, que realidades (endógenas
ou exógenas) nos ajudam a perceber essa mesma evolução.
Retratar-se a História de um país, de uma região ou de um conce-
lho não se perfila tarefa fácil. E quanto menos for a distância tem-
poral em relação aos factos em causa, mais se intensificam essas
dificuldades, pois cada qual pode cair na tentação de escrever a
sua própria versão da história. No entanto, há momentos, episó-
dios, realidades que, pela sua intervenção decisiva e determinantes
na História dos países e das regiões, merecem ser analisadas com
especial cuidado e pormenor.
No caso da História recente de Portugal, o 25 de Abril de 1974
terá sido, com toda a certeza, o grande momento histórico do
país. Não só pelo seu significado imediato (derrube de um regime
politico ditatorial que oprimiu Portugal e os portugueses durante
meio século) mas também, e sobretudo, pelo significado que de-
sempenhou para o futuro do país e cujos ecos ainda hoje se fazem
sentir. Com o 25 de Abril de 1974 e o surgimento de um Portugal
democrático, os modos de vida dos portugueses alteraram-se de
forma indelével. O país foi, aos poucos, abandonando um forte
21
CAPÍTULO I INTRÓITO
teor rural que o caracterizava, para se modernizar, industrializar
e urbanizar. A economia do país foi-se alterando e adquirindo
contornos diferentes dos que possuía até então. Esse momento
significou o virar de uma página no país, uma ruptura com o pas-
sado e abertura de novos horizontes com vista à construção de
um (novo) futuro.
Portugal é um país em permanente crescimento e evolução desde
esse dia, consolidando a sua Democracia, almejando trilhar os
rumos do Desenvolvimento e procurando alcançar a edificação
plena de uma sociedade mais avançada, justa e solidária. Hoje,
volvidos quase quatro décadas sobre esse autêntico marco histó-
rico, é comummente aceite que o Portugal de hoje mais não será
que uma remota recordação do Portugal de outrora. As mudanças
precipitaram-se a um ritmo alucinante e o país metamorfizou a sua
face. E com o país as suas gentes.
Os indicadores de mudança económica e social das últimas três
décadas confirmam esta evolução vincada do país que possui
hoje modernas infra-estruturas rodoviárias e de transportes, onde
a qualidade de vida média das populações cresceu de forma
significativa, a esperança média de vida aumentou para níveis
semelhantes aos dos países mais avançados da Europa, e em
que a generalidade da população tem acesso a todos os níveis de
ensino, a cuidados de saúde, bem como aos meios culturais.
Estes passos dados pelo país apenas foram possibilita-
dos pela consolidação do edifício democrático nacional
que potenciou um processo de desenvolvimento da
economia e da sociedade portuguesas, hoje preparadas
para poder encarar com maior optimismo e confiança
os desafios de um processo globalizante e globalizador
em curso.
Com o final da 2.ª Guerra Mundial, a Europa viu-se confrontada
com a necessidade de resolução de graves problemas estrutu-
rais. Na alvorada do pesadelo gerado por este conflito armado, a
Europa estava “ferida de morte” no seu mais profundo âmago e
constatava-se a imperiosidade de se proceder à reconstrução de
países “alma” do velho Continente, como o Reino Unido, França
ou Alemanha. Obviamente, e porque inserido neste contexto
regional, Portugal via também a sua posição bastante enfraque-
cida. O regime colonialista ou ultramarino que havia sustentado
largos anos a estrutura económica de um país revelava francos
sinais de enfraquecimento. A estrutura do país revelava-se, aos
poucos, trémula e ameaçava ruir. Consequência desse mesmo
facto Portugal agudizava com os efeitos de uma grave crise eco-
nómica e financeira que o estrangulava.
Ao mesmo tempo, a juntar a tudo isto, eclodia a Guerra Colonial
Portuguesa, que mais não foi do que uma desesperada tentativa do
regime em evitar o inevitável: a queda de um Portugal Ultramarino.
Portugal estava, assim, confinado a si próprio. E é neste
contexto que em 25 de Abril de 1974 se dá uma revolução militar
que perspectivou conferir um novo rumo ao país. Com o derrube
do regime que vigorou perto de meio século em Portugal, era tem-
po, então, de fazer surgir um novo sentimento, uma nova política,
um novo rumo que haveriam de mudar a face do mais ocidental
país do Continente Europeu.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
23
CAPÍTULO I INTRÓITO
Propalava-se a necessidade de se Democratizar, Descolonizar e
Desenvolver Portugal. Estas eram as aspirações de um povo e de
um país que se via mergulhado numa grave crise económica.
Com a Revolução, Portugal aboliu as reformas de proteccionismo
económico e foi deixando cair por terra uma política financeira
assente em constantes desvalorizações do Escudo. O país abria-
-se, deste modo, aos ditames de uma política económica global,
realidade que viria a ser, anos mais tarde, reforçada com a adesão
à Comunidade Económica Europeia (CEE, actual União Europeia).
Inserido num contexto Europeu, Portugal era (e é) desafiado a
cumprir pactos de convergência. Os incentivos comunitários
permitiram, numa primeira fase, encetar-se um processo de
desenvolvimento e modernização do país assente na melhoria das
condições infra-estruturais responsáveis por uma industrialização
do país e um progressivo abandono das actividades rurais.
Este momento catalisa um outro fenómeno associado no tempo,
bastante acentuado, de litoralização do país e um progressivo
abandono das regiões interiores.
Opera-se como que uma metamorfose no país; e no
concelho de Santa Maria da Feira também. Mercê de um
vincado carácter laborioso das suas gentes e da sua mão-
-de-obra, o município especializa-se em actividades liga-
das ao sector industrial, com especial ênfase para os sec-
tores de transformação da cortiça e calçado. Decorrentes
desta alteração da estrutura produtiva do município, as
actividades relacionadas com o sector agrícola foram
perdendo o peso específico que possuíam até então.
Este vigor económico do município protagoniza uma enorme
transformação a vários níveis: demográfico, económico, social, de
estrutura urbana.
Conhecer esta “história de 35 anos do município é, sem
dúvida, um exercício deveras importante, até para que possamos
responder afirmativa e cabalmente aos desafios que são, hoje,
colocados ao concelho. Desafios que exigem maior competitivida-
de e produtividade, sob pena de se falhar o objectivo fulcral para a
sustentabilidade económica.
Como será fácil perceber, os desafios atrás referidos relacionam-
-se com a convergência com o pelotão da frente do comboio
europeu. Importa, pois, aquilatar de que forma o concelho de
Santa Maria da Feira se tem preparado para este desafio que é
colocado ao país, ao seu tecido económico e social, aos seus
sectores de actividade, cientes de que o caminho apontado como
o garante do sucesso do país assenta num processo de qualifi-
cação e especialização da mão-de-obra, aumento dos índices de
produtividade, maior competitividade dos produtos e empresas
nacionais num contexto global.
Nas últimas décadas, Portugal fez um enorme progresso no
processo de convergência com a média da actual União Europeia.
É até considerado como um dos países que mais progressos
fez neste domínio, Porém, nestes últimos anos, esse processo
conheceu uma substancial desaceleração.
24
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
25
CAPÍTULO I INTRÓITO
os desafios de um fenómeno que, na época, se começava a fazer
sentir: a globalização.
A democracia foi sendo consolidada, facto que permitiu o reforço
da estabilidade e competitividade nacionais e a melhoria
significativa das condições de vida dos cidadãos. Portugal deixou
de estar, como até então, circunspecto em torno de si próprio,
passando a ser mais aberto e capaz de actuar num quadro
marcado pela diversidade e alcançando uma visão cosmopolita
das relações internacionais. Com a ajuda dos fundos estruturais –
a maior operação de solidariedade na história de Portugal – o país
foi elevado (e capaz de se elevar) a um outro nível de expansão
económica, como evidencia a convergência do seu Produto In-
terno Bruto (PIB) com a média comunitária. É certo que nem tudo
tem sido perfeito neste trajecto de 20 anos, mas certamente da
experiência acumulada se retirarão as lições que permitirão apro-
veitar, no futuro, de forma ainda mais eficiente, as oportunidades
de desenvolvimento que a União Europeia proporciona.
Em 22 anos de integração europeia, Portugal
apresenta, globalmente, uma evolução positiva.
Ninguém ousa fazer cenários sobre o que seriam a
economia e a sociedade portuguesas num contexto de
não integração europeia.
A interrupção do processo de convergência real entre a economia
portuguesa e a europeia, observada no início da presente década,
coloca aos portugueses um novo desafio. No entanto, uma
análise mais ampla e mais atenta sugere que esta interrupção se
deve a factores mais amplos do que às meras consequências do
É, pois, nesta encruzilhada que Portugal se encontra. Os desafios
que se colocam ao país são, claro está, de enorme grandeza.
Com uma Europa a 27, Portugal deverá saber modernizar-se (nas
suas estruturas físicas e humanas), no sentido de poder competir
com os demais parceiros comunitários.
A história de uma vivência europeia em comunidade é já uma
História de 50 anos. O resultado de integração é único: estamos
perante a maior comunidade de democracias do mundo, com 27
países e, simultaneamente, o maior espaço de comércio livre do
mundo, onde uma moeda única circula e é partilhada pela maioria
dos cidadãos europeus e com normas comuns de protecção
ambiental e de segurança dos produtos.
Se a História da Comunidade Europeia é de sucesso, o balanço
dos cerca de 20 anos de adesão de Portugal à União Europeia é,
indiscutivelmente, positivo. Para os que, na altura, se mostravam
mais relutantes, cépticos e pessimistas, para os que elaboraram
prognósticos mais reservados e derrotistas, os números compila-
dos desta história de duas décadas de adesão são número que
retratam uma história de sucesso.
Condições económicas, sociais e culturais foram criadas para
que o país acedesse ao conjunto dos países mais desenvolvidos.
Portugal deixou de estar condenado à periferia de uma Europa
em franco progresso e tornou-se, por isso, mais apto a enfrentar
Só um Portugal “competente”, “competitivo” e
“seguro de si mesmo” poderá enfrentar, com sucesso,
os desafios que se lhe deparam.
26
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
27
CAPÍTULO I INTRÓITO
processo recessivo que a economia portuguesa atravessa.
A economia nacional tem em curso uma mudança do seu modelo
de crescimento económico (balizada por necessidades de incor-
poração de emprego mais qualificado) que é complexa e exigente
do ponto de vista das estratégias empresariais ganhadoras. Essa
mudança está a ser concretizada em pleno processo de conso-
lidação de contas públicas e dos primeiros passos em matéria
de reformas estruturais. Além do mais, essa mudança ocorre em
contexto de globalização agressiva e com plena integração na
zona Euro, cujo comportamento nos mercados cambiais tendeu
a constituir uma dificuldade adicional para a consolidação das
exportações portuguesas.
Assim sendo, mudanças ao nível da estrutura produtiva nacional,
do seu comércio externo e do funcionamento do mercado de
trabalho, são fundamentais para que a economia portuguesa
alinhe estruturalmente com a economia da União Europeia.
A relevância das mudanças ocorridas em 20 anos de integração
europeia revela um forte alinhamento de Portugal em algumas
áreas essenciais, fundamental para potenciar um contributo mais
activo de Portugal na construção europeia.
ÁREA CENTRAL DE LOUROSA
28
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
As mutações políticas, sociais e económicas vividas ao longo
destes 35 anos pelo mais ocidental país da Europa tiveram, como
é óbvio, reflexos vários no concelho de Santa Maria da Feira. Tal
como em Portugal, muito mudou no município ao longo destas
quase quatro décadas. Com uma economia local assente sobre-
tudo na indústria transformadora, Santa Maria da Feira soube
percorrer um trilho de crescimento e modernização. Hoje, lembrar
o concelho de 1974 é olhar para trás e perceber que muito
mudou. Quase tudo. A única excepção será mesmo o carác-
ter laborioso das suas gentes. Hoje, como ontem, os feirenses
continuam a fazer do trabalho o seu principal cartão-de-visita.
Alteraram-se os modos de vida; os núcleos urbanos adensaram-
se e multiplicaram-se. A rede viária concelhia cresceu e ramificou-
se, aproximando o concelho do país e do mundo; equipamentos
surgiram um pouco por todo o lado, escorando e potenciando o
crescimento económico e o desenvolvimento das populações. Ao
longo dos últimos 35 anos, Santa Maria da Feira tem sido, sem
exagero nas afirmações, um dos municípios portugueses que
mais notoriedade soube conquistar e assume-se hoje como um
modelo inspirador de outros municípios.
Em poucos anos, o concelho soube “munir-se das
armas” para poder enfrentar o competitivo mundo
da globalização. As suas empresas e os seus produtos
estão presentes nos quatro cantos do mundo e fazem
parte do dia-a-dia de milhões de pessoas. O nome de
Santa Maria da Feira conquista, diariamente, novas
fronteiras e internacionalizou-se.
Na últimas duas décadas o país progrediu em termos da
melhoria das condições de vida e de saúde, transformou profun-
damente as suas condições de mobilidade/acessibilidade, reagiu
favoravelmente à crescente importância do tema da susten-
tabilidade ambiental, alinhou positivamente nos progressos a
sociedade de informação e do governo electrónico e revelou
capacidade significativa de integração de populações etnica-
mente diversificadas. Por outro lado, a integração europeia
propiciou condições favoráveis ao crescimento estruturado do
sistema científico nacional e à sua internacionalização. Simulta-
neamente, em alguns domínios, observou-se uma forte e rápida
convergência com a realidade europeia.
Assim, no período mais recente desde a integração no contexto
europeu, Portugal, e depois de uma fase de vivacidade demográ-
fica, o nível de envelhecimento da população aproximou-se da
média europeia. Do mesmo modo, o funcionamento do mercado
de trabalho tende também a apresentar padrões de funciona-
mento mais próximos dos europeus. Persistem, é certo, algumas
dissonâncias cuja superação abrirá a Portugal um novo ciclo de
convergência real. A mais rápida evolução da produtividade do
trabalho, a melhoria dos contributos do sistema científico para a
inovação empresarial, a mais rápida tradução das melhorias infra-
estruturais da sociedade de informação em modelos de gover-
nação mais eficientes e com melhor serviço público e a melhoria
sustentada das qualificações dos portugueses activos e empre-
gados constituem domínios em que é legítimo esperar progressos
na próxima década de integração europeia.
29
CAPÍTULO I INTRÓITO
ÁREA INDUSTRIAL EM MOZELOS
30
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ZONA INDUSTRIAL DE ROLIGO
31
CAPÍTULO I INTRÓITO
32
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Santa Maria da Feira destaca-se, portanto, pela força da sua
história, mas também pelo vigor que assume no desafio dos
tempos de hoje. Com uma população de cerca de 145 mil
habitantes e uma área de cerca de 215 km2 repartida por 31
freguesias, Santa Maria da Feira é um município que se
destaca, então, tanto pela força histórica do seu passado
milenar, como pelo vigor com que desafia os tempos modernos.
É desta simbiose entre passado longínquo e glorioso e um
presente assente no labor das suas gentes que resulta a força e
dinamismo de um concelho que se tem vindo a afirmar nos
contextos regional e nacional. Dotado desde sempre de uma
boa rede viária com privilegiadas ligações a todo o país, o mu-
nicípio destaca-se grandemente no contexto distrital de Aveiro
em termos de concentração industrial e de mão-de-obra activa
(29,8% e 23,5% respectivamente).
As actividades relacionadas com a agricultura apresentam valores
quase residuais na microeconomia de Santa Maria da Feira, o
que, e se atendermos à realidade de há 50 anos atrás, nos permi-
te concluir que a metamorfose deste município se deu de forma
intensa e rápida.
A indústria da cortiça (que representa 11% da
actividade industrial nacional e assume-se como 60%
no total da Indústria em todo o mundo deste sector,
sendo, por isso, o maior pólo corticeiro a nível
mundial) perfila-se como um dos grandes “cartões-de-
-visita” deste concelho, sendo a indústria do calçado
outro sector estratégico da actividade económica do
concelho e que possui elevado peso na sua balança
produtiva.
Há ainda a presença de actividades industriais relacionadas com
a metalomecânica, ferragens, madeiras, papel e a puericultura,
sendo que, neste último caso, se trata do único pólo de produção
do país.
A economia local assenta, sobretudo, em activida-
des relacionadas com a actividade transformadora
(Indústria), que representa 62% do total de toda a
actividade económica local, sendo que, num passado
recente, as actividades económicas relacionadas com
os serviços e o turismo têm vindo a adquirir cada vez
mais intenso peso representando na actualidade
cerca de 37%.
33
CAPÍTULO I INTRÓITO
CARTA DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Indústria
Comércio/Serviços
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Apesar de, tradicionalmente, Santa Maria da Feira ser um
município de forte teor industrial, a aposta estratégica dos seus
órgãos gestores tem envidado esforços no sentido de diversi-
ficar a economia local. Nesse sentido, e conscientes de que o
Turismo se apresenta como vector estratégico para o país, por-
que possuidor de um património histórico e cultural riquíssimo,
Santa Maria da Feira tem vindo a ganhar notoriedade nacional e
internacional neste domínio. O património histórico edificado e
natural faz perfilar a actividade turística como verdadeira oportu-
nidade para o município vencer os desafios da competitividade
que se lhe deparam.
Sublinhe-se ainda a existência do Europarque e Visionarium, o
Museu de Santa Maria de Lamas ou o Parque Ornitológico de
Lourosa, que se assumem, igualmente, como vértices estratégi-
cos da actividade turística do concelho.
O castelo, belíssimo exemplar da arquitectura militar
medieval, as Termas das Caldas de S. Jorge, unani-
memente consideradas com uma das melhores estân-
cias do país, o Museu Convento dos Lóios, o Museu de
Papel das Terras de Santa Maria, os Castros Romanos
de Romariz e Fiães são apenas alguns dos exemplos da
enorme riqueza de um município que “respira”
história e tradição.
CAPÍTULO I INTRÓITO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
37
CAPÍTULO I INTRÓITO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CAPÍTULO I INTRÓITO
40
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
No entanto, a dinâmica e o vigor crescente da actividade turística
de Santa Maria da Feira advém, sobretudo, da forte aposta no
denominado “Turismo Cultural”. A Festa das Fogaceiras, tradição
com mais de 500 anos, que radica no cumprimento de um voto
de agradecimento feito ao Mártir S. Sebastião e o Imaginarius
– Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira
que, anualmente, traz ao concelho os melhores espectáculos
de teatro de rua de diversos países são apenas dois exemplos.
Evento de grande relevo e excelência, que merece um especial
destaque, é a Viagem Medieval em Terras de Santa Maria que,
durante 10 dias, recria espaços e episódios históricos da época
medieval e que faz acorrer às ruas do centro histórico de Santa
Maria da Feira mais de 500 000 visitantes, ano após ano.
Caracterizar o concelho de Santa Maria da Feira é um exercício
que exige uma visão ampla e integradora de vários factores, até
porque, o dinamismo deste município assenta em diversos
vértices como aspectos geográficos, a sua história e a sua
economia. Nenhum destes factores poderá, por si só, explicar
de forma isolada a realidade deste concelho, até porque, é desta
combinação complexa de factores, realidades e diversidades
que resulta a realidade de Santa Maria da Feira e que distingue o
município dos demais.
Somente com esta visão integradora dos factores é que Santa
Maria da Feira poderá conquistar um desafio denominado FUTURO.
As inúmeras análises prospectivas realizadas são unânimes ao
considerar que a Portugal e à Europa estão reservados tempos
difíceis só superados (ou superáveis) tendo presente a necessi-
dade de se vencer a Globalização em curso. Batalha que só será
vencida a utilizando a força da inovação, do conhecimento e da
criatividade. No caso de Santa Maria da Feira a diversificação das
actividades económicas, já iniciada, é imperiosa. Alguns indica-
dores apontam nesse sentido. Basta atentarmos no surgimento
de estruturas âncora como os centros tecnológicos, o adensar
dos parques pré-escolar e escolar municipais, o surgimento do
Ensino Superior no concelho, a proliferação de Zonas Industriais,
espalhadas pelas freguesias do concelho, fazendo conviver as
actividades ditas tradicionais com novas oportunidades decorren-
tes de alterações do mercado global.
41
CAPÍTULO I INTRÓITO
PARQUE ORNITOLÓGICO DE LOUROSA
42
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CARTA DE PONTOS DE INTERESSE TURÍSTICO
Fonte: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, 2009
43
CAPÍTULO I INTRÓITO
O Conselho Europeu de Lisboa (realizado no ano de 2000) fixou para
a União Europeia o objectivo estratégico de se tornar a economia do
conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo, capaz
de um crescimento económico duradouro acompanhado de uma
melhoria quantitativa e qualitativa do emprego e de uma maior coesão
social. Para tal, e neste contexto, aponta-se, a Europa deve saber
renovar as bases da sua competitividade, aumentar o potencial de
crescimento, bem como a produtividade e reforçar a coesão social,
apostando sobretudo no crescimento, na inovação e na valorização
do capital humano.
A política de coesão assume-se como um instrumento privilegiado
desse processo, devendo dar contributo relevante à consecução
deste desiderato, designadamente nas regiões menos favorecidas
da União. Os fundos estruturais tornam-se assim parte integrante da
estratégia de Lisboa, adoptando os objectivos então estabelecidos e
passando a ser vector essencial da sua realização, através de progra-
mas de desenvolvimento nacionais e regionais.
As Orientações Estratégicas para a Política de Coesão no período de
programação financeira em curso definem: o reforço da
atractividade dos Estados-Membros, das regiões e das cidades;
o reforço da inovação, do espírito empresarial e do crescimento da
economia do conhecimento; e a criação de mais e melhor emprego
como sendo as três grandes prioridades a almejar pela aplicação dos
recursos comunitários.
De salientar, desde logo, a dimensão territorial da intervenção estru-
tural comunitária e, em particular, a relevância que é dada às cidades
como pólos aglutinadores e motores de processo de desenvolvimen-
to assentes na tecnologia e no domínio do conhecimento.
Por seu lado, e em termos internos, a Resolução do Conselho de
Ministros n.º 25/2006 de 10 de Março de 2006, que aprova as
orientações fundamentais para a elaboração do Quadro de Referência
Estratégico Nacional (QREN) e Programas Operacionais (PO) para o
período 2007/2013, insere-se plenamente na abordagem adoptada
pela União Europeia e estabelece como prioridades estratégicas
nacionais por parte do QREN e de todos os PO:
a) Promover a qualificação dos portugueses, desenvolvendo e esti-
mulando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação como
principal garantia do desenvolvimento do País e do aumento da sua
competitividade;
b) Promover o crescimento sustentado através, especialmente, dos
objectivos do aumento da competitividade dos territórios e das em-
presas, da redução dos custos públicos de contexto, incluindo os da
administração da justiça, da qualificação do emprego e da melhoria
da produtividade e da atracção e estímulo ao investimento empresa-
rial qualificante;
c) Garantir a coesão social actuando, em particular, nos objectivos
do aumento do emprego e do reforço da empregabilidade e do
empreendedorismo, da melhoria da qualificação escolar e profissional
e assegurando a inclusão social, nomeadamente desenvolvendo o
carácter inclusivo do mercado de trabalho, promovendo a igualdade
de oportunidades para todos e a igualdade do género, bem como
a reabilitação e reinserção social, a conciliação entre a vida social e
profissional, e a valorização da saúde como factor de produtividade e
medida de inclusão social;
CASA DA PORTELA
QUINTA DO SEIXAL QUINTA DA TORRE
QUINTA DA MURTOSA
46
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CARTA DE EQUIPAMENTOS SOCIAIS
(apoio ao imigrante)
47
CAPÍTULO I INTRÓITO
potenciar a formação de quadros qualificados, de serviços de maior
valor acrescentado, de produção científica e de infra-estruturas e equipa-
mentos de comunicação e internacionalização. É neste pressuposto que
deve assentar a lógica do novo paradigma de desenvolvimento do País,
da Região Norte e do Município.
É pois este enquadramento, às escalas europeia, nacional e
regional, que dita a necessidade de apostar na sociedade e economia
do conhecimento e de eleger a inovação como factor chave do reforço
da competitividade. Para tal, é necessário saber-se transformar os
territórios em áreas ordenadas, com respeito pelos valores ambientais e
fomentar-se espaços socialmente coesos. Este será, então, o desiderato
comum a qualquer política de desenvolvimento para os próximos anos,
visto serem as vertentes essenciais de uma estratégia de progresso
sustentável para uma região que se situa aquém dos níveis médios de
riqueza comunitários, que está exposta a uma cada vez maior concor-
rência de bens e serviços dentro e fora da Europa e que está a viver,
por imposição da economia “mundializada”, um progresso rápido de
reconversão produtiva com significativos impactos sociais negativos.
No quadro de referência nacional, a competitividade da Região,
marcada pela especialização em actividades produtivas tradi-
cionais, por uma força de trabalho relativamente desqualificada
e pela debilidade de oferta de serviços de apoio às empresas, é
colocada em risco. Esta debilidade económica é ainda agravada
pela evolução salarial crescente dos últimos anos, situação que se
torna incompatível com o modelo produtivo em vigor, e também
pela consequente vulnerabilidade da estrutura produtiva regional à
concorrência do binómio capital-trabalho e da produção em série,
criam condições favoráveis à deslocalização industrial.
d) Assegurar a qualificação do território e das cidades traduzida, em
especial, nos objectivos de assegurar ganhos ambientais, promover um
melhor ordenamento do território, prevenir riscos e, ainda, melhorar a co-
nectividade do território e consolidar o reforço do sistema urbano, tendo
presente a vontade de reduzir assimetrias regionais de desenvolvimento;
e) Aumentar a eficiência da governação, privilegiando, através de
intervenções transversais nos diversos PO relevantes, os objectivos de
modernizar as instituições públicas, melhorar a eficiência e qualidade
dos grandes sistemas sociais e colectivos com reforço da sociedade
civil e melhoria da regulação.
Tais prioridades articulam-se naturalmente com o Plano Tecnológico e
com o Programa Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego.
A nível regional, os trabalhos de análise e reflexão sobre o futuro da
Região Norte e as opções de afectação das verbas que daí decorrem
conduziram também a prioridades que se enquadram perfeitamente
na abordagem europeia e nacional que acima se identifica. Com
efeito, as três prioridades de desenvolvimento da Região Norte para o
período são as seguintes:
– Promover a intensificação tecnológica da base produtiva
regional;
– Assegurar sustentadamente a competitividade regional;
– Promover a inclusão social e territorial.
Numa estratégia deste tipo, assente na economia do conhecimento,
na tecnologia, na investigação científica e na inovação, exige-se uma
actuação planeada e concertada a diversos níveis, de forma a poder-se
48
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Para contrariar estas tendências é necessário intervir, colocando-
-se o desafio de repensar a natureza das vantagens competitivas,
aproveitando os recursos produtivos disponíveis, incentivando a
criação de competências específicas de apoio a esses mesmos
recursos. Para o efeito, a solução passa pela especialização da
região em actividades com potencial para criar condições para a
competitividade e para dar o salto qualitativo indispensável à con-
secução de uma estratégia que volte a colocá-la numa trajectória
de convergência económica e social com as médias europeias.
A análise da estrutura produtiva da região permite observar a exis-
tência de uma base industrial bastante significativa, consolidada e
dinâmica, caracterizada pela existência de um conjunto de zonas
de “monoespecialização”, direccionadas para a produção de bens
de consumo final.
Este padrão confere à região uma vocação específica, em termos
nacionais, que é a de estar no centro de um sistema económico
predominantemente constituído por actividades transaccionáveis
e fortemente internacionalizadas. Ganham assim relevo, actual ou
potencial, as actividades terciárias associadas à internacionaliza-
ção e à competitividade.
As estatísticas são duras para a Região Norte, seja na economia,
na educação, no emprego, ou no rendimento per capita dos seus
habitantes. O empobrecimento da região nos últimos anos é
alarmante. Sabe-se que somente em 2002 e 2003, o PIB regional
teve uma quebra acentuada, registando um crescimento negativo
de dois pontos, com idêntica tendência nos anos seguintes. A
crise económica e social decorrente do ciclo económico, mas
sobretudo da profunda reestruturação e reconversão da
actividade económica regional, tem vindo a fazer aumentar con-
tinuamente a taxa de desemprego e a colocar a Região Norte na
cauda de alguns indicadores nacionais.
No entanto há factores competitivos que importa realçar. Nas
décadas de referência, intensificou-se o crescimento demográ-
fico à semelhança do que registara em décadas anteriores; a
população é jovem, face à realidade nacional, embora revele nas
últimas décadas um maior envelhecimento e uma maior partici-
pação feminina. Entre 1991 e 2001 a qualificação académica da
população aumentou. A qualificação da mão-de-obra disponível
tem vindo também a aumentar.
TERMAS DE S. JORGE
49
CAPÍTULO I INTRÓITO
O crescimento substancial da actividade turística consiste num
dos fenómenos económicos e sociais mais marcantes do último
século, com o crescimento médio superior ao da economia
mundial, um que se prevê continue a ser mantido. Em Portugal,
o turismo representa um contributo significativo para a criação de
riqueza e de emprego. Em 2004, Portugal ocupava a 19.ª posição
na hierarquia dos destinos turísticos, com uma quota de mercado
das chegadas de 1,5%.
Para além do valor económico associado directamente
à actividade ao nível local, o turismo deve ser enten-
dido como um veículo de marketing territorial de
promoção da competitividade, assumindo-se como um
vector determinante do futuro concelhio.
PORTO CARVOEIRO
50
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
MUSEU CONVENTO DOS LÓIOS
51
CAPÍTULO I INTRÓITO
No cenário actual de economia global, a competição entre as diferentes
regiões ou cidades intensificou-se. O âmbito concorrencial é hoje global,
não se resume à região ou mesmo ao país, mas sim a todo o globo,
independentemente da área de negócio em que actuemos. Face a
este cenário os decisores políticos têm de estabelecer estratégias de
vanguarda que posicionem as cidades, regiões, países ou mesmo conti-
nentes, numa posição privilegiada face aos presumíveis concorrentes.
Face aos desafios impostos pela acentuada internacionalização dos
mercados de factores e de bens, a competitividade dos países e das
regiões passa, em grande parte, pela capacidade das empresas, mas
também dos governos nacionais e locais, de definirem estratégias acti-
vas de internacionalização. As intervenções ao nível da provisão de bens
e serviços públicos, bem como as acções coordenadas entre empresas
e instituições no domínio daquilo que se designa por eficiência empre-
sarial colectiva, constituem os domínios centrais para o sucesso dessas
estratégias e, em consequência, para a promoção da competitividade.
O reconhecimento dessa relevância do nível infra-estrutural para as inter-
venções converge, pelo menos em parte, com a ideia mediatizada pelo
slogan “think global, act local”. O país e as regiões precisam de promo-
ver o aparecimento de uma nova classe empresarial, assente num pro-
fundo conhecimento científico, tecnológico e da História do país, virada
para negócios de base tecnológica e com uma crescente componente
de informação e conhecimento. Esta alteração de paradigma obriga a
uma maior capacidade académica, científica e tecnológica dos recursos
humanos do país, das empresas e à necessidade de criar uma maior
competitividade dos nossos sistemas de ensino, formação profissional e
educação ao longo da vida. Implica também a capacidade de desenvol-
ver uma nova cultura empresarial baseada na inovação, na competência
e no empreendedorismo e uma administração pública magra, ágil e
flexível onde o espírito de missão e de serviço sejam reencontrados.
A estratégia de desenvolvimento de Portugal num contexto Europeu as-
sentou, durante largos anos, numa aposta intensa e clara na edificação
de infra-estruturas físicas de apoio às actividades económicas. A história
da Europa e da Humanidade diz-nos que as regiões menos desenvolvi-
das corresponderam sempre a regiões periféricas, com débeis acessibili-
dades físicas, económicas e sociais às regiões mais desenvolvidas.
Deste modo, o apoio maciço à construção de redes de estradas e
outras infra-estruturas e equipamentos de transportes nas áreas mais
frágeis, resultou do pressuposto de que tal se assumiria como condição
essencial e necessária ao desenvolvimento dessas mesmas áreas. A
política regional em Portugal, dominada essencialmente, nos últimos
anos, pela aplicação dos fundos estruturais foi, naturalmente, marcada
por este pressuposto.
VISIONARIUM
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
NÓ DA A1/A41 – NOGUEIRA DA REGEDOURA
CAPÍTULO I INTRÓITO
CENTRO TECNOLÓGICO DA CORTIÇA
54
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Nunca foi, porém, possível aferir os reais impactos dessas mesmas
infra-estruturas no processo de desenvolvimento das regiões, ainda
que, de uma forma geral, se possa concluir que as mesmas, por si só,
apesar de condição necessária não seriam condição suficiente para a
sustentabilidade desse mesmo desenvolvimento.
No actual cenário actual de economia desenvolvida à escala global,
a competição entre as diferentes regiões, ou cidades, intensificou-se
fortemente. O âmbito concorrencial de hoje não se cinge a uma simples
região, mas sim a todo o Globo, independentemente da área de negócio
em que se actue. Confrontados com este cenário, necessitamos que os
nossos decisores políticos estabeleçam estratégias de vanguarda que
posicionem as nossas cidades, regiões, países ou mesmo continentes
numa posição privilegiada neste novo e complexo “xadrez” geopolítico e
económico.
Ora, é precisamente este enquadramento nas escalas europeia, nacional
e regional, que dita a necessidade de se proceder a uma aposta firme
e determinada no reforço da competitividade de uma região que está
exposta a uma cada vez maior concorrência de bens e serviços, dentro
e fora da Europa, e que está a viver um processo rápido de reconversão
produtiva com alguns impactos sociais negativos, por imposição desta
economia mundializada.
Os desafios que se colocam num futuro próximo são imensos e todos
deverão estar disponíveis para, de uma forma activa, empenhada e em
acção conjunta com os restantes actores do processo, contribuir para
que a região possa dar o salto qualitativo indispensável ao estabeleci-
mento de uma estratégia que vise a conquista de uma trajectória de
convergência económica e social com as médias europeias.
Num contexto global é importante (decisivo até) saber-
mos extrair o melhor de todas as nossas potencialidades
de modo a garantirmos um desenvolvimento sustentado.
Ultrapassar os constrangimentos do desenvolvimento, or-
ganizar o território e modernizar o tecido socioeconómico
salvaguardando o equilíbrio Homem / Meio é a chave para
o sucesso, sem negligenciar a indispensável coesão social,
porque bem vistas as coisas o planeamento do território
faz-se a pensar nas pessoas.
55
CARTA DA REDE VIÁRIA
56
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
57
CAPÍTULO I INTRÓITO
IICONHECIMENTO FISICO´
58
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CASTRO DE ROMARIZ
59
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
O território, unidade orgânica resultante da multiplicidade complexa
de agentes vários, é o reflexo de uma história de milhares de anos
da estreita relação entre a acção humana sobre as características
do substrato físico onde se desenrola essa mesma intervenção.
A essa história de milhares de anos damos, genericamente, o
nome de Civilização e importa procedermos ao seu estudo já que
só a partir deste poderemos tomar consciência e conhecimento de
uma História que justifique o Presente e ajude a projectar o Futuro.
O Homem tem tido a única e ímpar capacidade de moldar (ou de
se moldar a) as características físicas do terreno em benefício pró-
prio, de acordo com o seu estádio de desenvolvimento. Os efeitos
da “mão do Homem” no Ambiente, na Geologia, no Clima, na
Hidrologia, nos Solos, (etc.) são tão mais pronunciados quanto o
grau de desenvolvimento das técnicas que sustentam a Civilização
Humana num dado momento da História.
Desde há milhares de anos que o Homem vai “esculpindo” o
substrato físico que serve de garante às actividades económicas
e permite a sua subsistência. Importa enfatizar este aspecto já
que, não raras vezes, o Homem parece estar mais interessado em
garantir uma quase total exploração dos recursos que a Natureza
lhe coloca ao dispor do que propriamente em promover a susten-
tabilidade desses mesmos recursos. Ora, ao agir desse modo, o
Homem estará, por certo, a colocar em causa a sustentabilidade
das actividades económicas e/ou a sua própria subsistência.
A questão do determinismo físico sobre a acção do homem é uma
discussão que vem sendo promovida, de forma acesa, desde há
algumas décadas. Esse mesmo determinismo atribui ao Meio Físico
o papel explicador, justificador e condicionador do estádio de
desenvolvimento humano. Por oposição, existe também a corrente
que advoga precisamente o oposto, defendendo que o Homem
tem a capacidade única de moldar o terreno físico.
Se por um lado parece óbvio que o carácter inóspito das gélidas
paisagens da Tundra desaconselha e inviabiliza até a presença
Humana nessas latitudes, também não será menos verdade que o
Homem tem tido a grande capacidade de ultrapassar obstáculos
físicos impostos pela Natureza, convertendo-os em potencialidade
e em benefícios próprios. Daí que se deverá, com toda a certeza,
abordar a questão sem determinismos de índole qualquer. A todo
o momento, o Homem e as comunidades recompõem a História e
recriam as paisagens.
60
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Ora, a paisagem mais não é do que a interpretação do substrato
físico que se depara aos nossos olhos, tendo sempre presente que
o Homem é agente integrante e activo na constituição e construção
dessa mesma paisagem. Negligenciar a presença Humana na
paisagem é, desassombradamente, esquecer um dos agentes
activos mais importantes na sua construção.
A História da Civilização diz-nos que a fixação Humana tende a, de
forma preferencial, efectuar-se em territórios que garantam a viabilidade e
sustentabilidade das actividades humanas. Os povos em que a actividade
piscatória, a dado momento da sua história, adquiriu maior importância
fixaram-se junto dos recursos naturais que serviam de base à
subsistência. De igual modo, com o aparecimento e desenvolvimento
da Agricultura, o Homem buscou aqueles solos mais propensos a essa
actividade. Ainda hoje, embora de forma mais esbatida por força do
desenvolvimento das redes de transporte e comunicação, esta acção
condicionadora do Meio sobre o Homem mantem-se.
Assim se explica, em grande medida, a História de alguns dos mais anti-
gos povos e deste modo se torna possível igualmente perceber a nossa
própria História. Daí que seja importante proceder-se a um exercício de
análise de Santa Maria da Feira, do seu território, das suas gentes ou das
suas actividades económicas, integrando essa análise num sistema mais
complexo e mais vasto, do qual o município faz parte, contribuindo, com a
sua especificidade e singularidade, para a construção de uma identidade
colectiva a que chamamos de “portugalidade”.
O território em que o país se encontra não é, especificamente, português,
dado que nos inserimos no extremo mais ocidental de uma Península que,
do ponto de vista geológico, possui características e contornos maciços.
Por força da sua posição geográfica e geológica, a este território a que
damos o nome de Portugal vêm morrer quase todos os elementos mor-
fológicos da Península Ibérica, situação que lhe confere particularidades
únicas e singulares.
O velho soco que confere forma à Península Ibérica foi, ao longo da sua
história geomorfológica, retalhado em grandes blocos por força da acção
de um denso sistema de falhas e fracturas. Este dado é tão ou mais
importante se atendermos ao facto de que é, precisamente, esse sistema
de fracturação que imprime a orientação de conjunto dos principais rios
ibéricos que tanto se vêem forçados a esventrar o resistente sistema de
rochas duras ou a espraiarem-se por entre os materiais mais brandos das
orlas costeiras.
O carácter único do território português decorre, sobretudo, na sua
fachada atlântica. A proximidade e o contacto com o Oceano Atlântico
são, indubitavelmente, os factores que conferem maior originalidade ao
rectângulo mais a ocidente da Europa, até porque este será, com toda a
certeza, o mais importante e o mais activo agente na definição do clima
de Portugal, devendo-se à presença do Oceano Atlântico o teor ameno
do clima português, por exemplo, já que é através das suas massas de ar
que são suavizadas as temperaturas baixas e altas.
A Natureza criou condições únicas para a diferenciação deste espaço em
relação aos demais, diferenciação essa que promove a sua singularidade
à escala do Globo. Várias foram as civilizações que pela Península Ibérica
passaram ou por aqui se fixaram, moldando este espaço.
É neste cenário físico que desde há milhares de anos se têm instalado
várias populações e povos.
61
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
Portugal foi-se forjando num território fisicamente muito
diversificado, onde muitos povos, com diferentes capa-
cidades e culturas se radicaram ao longo dos tempos,
pese embora essas acomodações conhecessem sucessos
e insucessos vários. Os portugueses de hoje, como os
portugueses de ontem, são continuadores da modelação
de uma terra que só aparentemente será una, sendo que
essas diversidades concorrem para as singularidades
regionais e locais que chegaram até aos nossos dias, ao
fim de quase nove séculos de identidade de um povo, de
uma cultura.
A relevância do Atlântico na constituição da “portugalidade” não se
cinge única e simplesmente nos aspectos históricos da formação de
um país ou da construção de um império ultramarino. A proximidade
ao Oceano moldou um país e um povo que sempre dele dependeu.
O Atlântico, ao longo da sua própria história, oscilou entre níveis altos
e baixos, modelando a sua própria paisagem, retalhando
plataformas litorais ou obrigando o encaixe ou a colmatagem da parte
terminal de alguns rios que irrigam a Península.
Estes acidentes têm forte impacto na ocupação do território.
As plataformas litorais, por serem quase varridas por ventos (se-
cos no sul, húmidos no norte) e terem solos esqueléticos ou muito
pobres vão assumir, dependendo dos casos, importâncias diferentes
consoante a sua própria região, porque a humidade e o tipo de solos
condiciona, sobremaneira, a vegetação natural e a gama possível de
culturas agrícolas.
Por outro lado, os rios, quando muito encaixados, dificultam as liga-
ções entre as margens. Na desembocadura, colmatam com rapidez
e tornam difícil, quando não impossibilitam por completo, a passagem
para o mar, via de comunicação de cabotagem usual até há bem
pouco tempo entre povoações costeiras. Com mais graves conse-
quências, levaram ao encerramento de numerosos portos importan-
tes no tempo das Descobertas que, por falta de águas profundas,
ficaram inutilizados para base de navios de maior porte.
Para além destes factos, a posição das povoações que se desenvol-
veram em margens fluviais e em vertentes montanhosas, dita-nos que
a maior parte se situa na margem direita, a menos escarpada pelos
efeitos erosivos e simultaneamente a vertente soalheira e, por força
disso, a mais ocupada nas nossas latitudes.
PARQUE DA MÁMOA – MILHEIRÓS DE POIARES
62
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
PARQUE DA VÁRZEA – PIGEIROS
63
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
As povoações são sempre atraídas pela água, seja ela fluvial ou
do mar. Qualquer análise que se estabeleça do povoamento em
Portugal mostra que o apelo do Oceano foi sempre marcante. Na
actualidade, quatro quintos da população vive a menos de 50 km da
linha de costa, deixando atrás de si um território vazio de gente e de
actividades, sendo esta uma das mais importantes características do
povoamento moderno de Portugal.
Todo o agrupamento humano cria o seu ambiente local que interfere com
o meio ambiente envolvente. A acção do Homem, por força de uma teia
de relações físicas e mentais, tende a procurar uma valorização do territó-
rio. Esta poderia ser, de resto, uma definição de cultura que, em geral, fun-
ciona como factor de resistência a qualquer mudança mesmo que dessa,
no fundo, possa resultar uma melhoria. As transformações podem ser
lentas, aparentemente insensíveis à percepção e escala humanas, ou mais
rápidas, por vezes bruscas até. E o último meio século foi, indubitavelmen-
te, um pouco por todo o Mundo, um palco de modificações importantes.
Uma dessas transformações assinaláveis deu-se no domínio das cidades,
quer na sua dimensão, quer nas suas funções. Hoje, as cidades dominam
e estruturam o espaço. Fazem-no tanto mais e tão mais longe quanto
maior for o seu poder demográfico, funcional e/ou político.
As cidades sempre organizaram a área envolvente e sempre absorveram,
também, território em seu proveito.
O “nascimento” da maior parte das tradicionais cidades portuguesas
radica em raízes militares ou militar-administrativas. Essa foi a lógica
que presidiu ao surgimento da cidade em Portugal. Estas funcionali-
dades estabeleceram a diferenciação entre pequenas cidades e vilas
que se tornaram importantes pela valorização dos terrenos agrícolas
e agro-pastoris à sua volta, as quais, muitas vezes, evoluíram para um
complemento manufactureiro.
Foi, então, deste modo que evoluiu o conceito de cidade em Portugal,
sem que houvesse qualquer tipo de relações entre os principais núcleos
urbanos portugueses, situação que se viria a alterar, paulatinamente, com
o surgimento dos caminhos-de-ferro, em finais do século XIX. O comboio
foi, portanto, responsável pela criação de uma malha urbana que ainda
hoje subsiste, não obstante uma certa “subalternização” imposta pelo
transporte rodoviário que, entretanto se tem vindo a subalternizar.
LINHA DO VALE DO VOUGA
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
SANTA MARIA DA FEIRA
65
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
Com uma maior multiplicidade de acessos, as cidades têm-se
desenvolvido e enriquecido do ponto de vista funcional: inicialmente
por acção da função “Indústria”, posteriormente por acção dos
“Serviços”, alguns dos quais determinantes para a atractividade e
fixação das populações e a sua maior “abertura”, como é o caso
da introdução e generalização do ensino superior.
Os núcleos e centros urbanos não são só organizadores
do espaço, delineando o seu crescimento, mas também
hierarquizam funções. Se em Portugal, a Indústria
raramente teve o impacto primordial que deteve
noutros países, como em Inglaterra, por exemplo, não
poderá, contudo ser menosprezada, nomeadamente,
no noroeste nacional e o seu prolongamento atlânti-
co até Coimbra (fazendo Santa Maria da Feira parte
integrante desta realidade) e em alguns nichos de
certa importância como na área de Leiria e no Algarve.
Nestes casos, a Indústria tem origens essencialmente
manufactureiras e é, muitas vezes, resultante de uma
longa evolução cuja origem se dilui no tempo.
Outro aspecto da organização das cidades diz respeito ao mundo
rural envolvente. A repartição regional e local das culturas, das
espécies florestais e dos efectivos pecuários está intimamente
relacionada, obviamente, a factores climáticos e pedológicos. No
entanto, é bastante influenciada por factores socioeconómicos: ao
lado de áreas agrícolas atrasadas podem encontrar-se explora-
ções “modernas e eficientes”, sendo esta uma das características
bem vincadas no Portugal de hoje, onde o espaço rural se
transforma a grande velocidade.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
EXPANSÃO POENTE DE SANTA MARIA DA FEIRA ÁREA CENTRAL DE CANEDO
CAPÍTULO I INTRÓITO
68
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
O espaço é, cada vez mais, tridimensional (aprofunda-se à
medida que se escavam minas e abrem poços de petróleo, se
multiplicam túneis para a passagem de vias de comunicação, à
medida que se elevam as alturas dos edifícios), e tudo interligado
por redes de telecomunicações cada vez mais potentes, eficazes
e de acesso e utilização generalizados.
O mundo metamorfiza-se diariamente. Vivemos num meio cada
vez mais “emaranhado”, fruto de um adensar da complexidade
das relações internas estabelecidas. Graças ao desenvolvimento
impressionante das telecomunicações o mundo assume-se hoje
como uma autêntica “Aldeia Global”. É hoje, e cada vez mais, um
complexo sistema de relações. A este fenómeno em curso dá-se
o nome de Globalização e o mesmo é visível não só no ponto
de vista das telecomunicações ou da facilidade de se contactar
instantaneamente com alguém do outro lado do Globo terrestre,
mas sobretudo nos domínios económico-financeiro, energético e
político. Qualquer decisão tomada neste complexo espaço pode
ter (e tem frequentemente) efeitos a milhares de quilómetros de
distância, muitas vezes nefastos e reveladores de um
desconhecimento das especificidades e características únicas de
cada região.
É, pois, óbvio que o “desenho” do Mundo se alterou profun-
damente com a impressionante evolução da sociedade nos
tempos mais recentes. Ora, precisamente devido a esse factor,
é imperioso e imprescindível que se compreenda e conheça o
Mundo de uma forma aprofundada nos seus múltiplos aspectos,
com especial enfoque na sua História e Geografia, não só numa
perspectiva geral mas, em especial, nos desenvolvimentos sociais
e económicos já que, genericamente falando, se alguns aspectos
da Geografia podem explicar a distribuição das riquezas, é à
História e à valorização das técnicas que elas podem ser valori-
zadas. Ora, os particularismos regionais resultam, precisamente,
desta simbiose que se edifica ao longo do tempo.
Todo e qualquer espaço, deve ser organizado de forma a esbater
ou eliminar as necessidades da comunidade que acolhe. No
entanto, essa organização do espaço que se pretende, tem que
saber respeitar as indicações, potencialidades e limitações forne-
cidas pela Natureza e ser apoiada nas técnicas disponíveis, que a
ela se devem ajustar de modo a poder-se promover o necessário
equilíbrio entre o natural e humanizado.
Hoje (porventura bem mais do que no passado) Meio
e Homem são agentes maiores de uma relação que se
estreita progressivamente e cada vez mais. Assim de-
corre a uma escola Global, Continental, Nacional. Mas
assim decorre, também, a uma escala local. Conhecer,
perceber, explicar o presente de Santa Maria da Feira
é compreender esta história / relação Homem – Meio,
uma história de séculos, uma história com futuro.
69
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
1. Geomorfologia
Do ponto de vista geomorfológico, o território português é parte
integrante da maior unidade morfoestrutural da Península, o
Maciço Antigo que, de Espanha, entra largamente no nosso país,
ocupando todo o Minho e Trás-os-Montes e a maior parte das
Beiras e do Alentejo, formando um troço de contornos aplanados
– a Meseta Ibérica. ROMARIZ
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
PEDREIRA DE GRANITO
71
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
A altitude média desse troço ronda dos 800/900 metros de
altitude e os 200/300, a norte e a sul, respectivamente, da Serra
da Estrela, que promove a separação entre a Meseta Norte e
a Meseta Sul. A Serra da Estrela, maior elevação de Portugal
Continental (1900 metros) corresponde a um horst que forma a
Cordilheira Central.
Sete décimos do território nacional são constituídos por rochas
pré-câmbricas e paleozóicas, com predomínio de xistos, granitos
e quartzitos. Por serem rochas muito antigas, sofreram uma longa
história de enrugamentos, deslocamentos e fracturação ao longo
de vários ciclos orogénicos, de entre os quais o ciclo Hercínico
imprimiu a orientação de conjunto e afloramentos das cristas
quartzíticas, principalmente no Norte, região mais fortemente
influenciado por estes movimentos.
Nas bordaduras centro-oeste e sul deste Maciço Antigo en-
contram-se as Orlas Sedimentares, cujos sedimentos variados,
sobretudo calcários e margas, assentam num substrato pouco
profundo e que sofreram várias fases de enrugamento e erosão.
O limite da Meseta com a Orla Sedimentar de Oeste corresponde,
grosso modo, a um limite estabelecido entre Aveiro e Tomar, de
acordo com a direcção Norte/Noroeste da linha de costa, em
contacto abrupto, rectilíneo a partir de Tomar, e sempre para
Ocidente, o contacto passa a fazer-se de forma muito irregular
(atingindo a Meseta, de dois a três quintos de largura de Portugal
ao longo do Alentejo) com as bacias Cenozóicas do Tejo e Sado,
grandes áreas de abatimento, cuja subsidência foi sendo gradual-
mente compensada pelo preenchimento com materiais detríticos,
essencialmente continentais (arenosos, cascalhentos, argilosos,
calcários lacustres, aluviões fluviais e fluviomarinhos), pouco
deslocados e transbordando sobre as rochas do Maciço Antigo.
A partir de Sines até à Orla Sedimentar Meridional, o Maciço Antigo
estende-se quase até ao mar, separado deste por uma estreita
fímbria de areias, e no Algarve, estende-se de lés a lés, tendo
como limite o sopé sul da Serra Algarvia, onde contacta de novo,
com os calcários e as margas Cenozóicas.
As rochas mais antigas de Portugal formam grupos litológicos
muito heterogéneos, profundamente transformados por força de
sucessivos episódios tectónicos e erosivos que os afectaram.
Estas rochas são de idade pré-câmbrica, quer seja a denominada
“Série Negra”, como alguns gneisses, quartzitos e vulcanitos do
Nordeste Alentejano, ou o Complexo Xisto-Grauváquico Ante-
-Ordovícico com grandes extensões de xisto na Beira e no Leste
do Douro.
No decurso do Mesozóico, inicia-se o ciclo da orogenia alpina,
embora os principais impulsos compressivos tenham ocorrido no
Cenozóico, sendo muito atenuado nesta área da Península Ibérica
(devido ao afastamento em relação ao centro da actividade) apenas
são característicos nos relevos da Arrábida, essencialmente pela sua
direcção NNE/WSW e pelo intenso dobramento dos seus materiais.
Na passagem do Mesozóico para o Cenozóico, dá-se uma
acentuada actividade magmática, responsável pela génese dos
maciços de Sintra, Sines e Monchique e, posteriormente, na região
de Lisboa, originando derrames de lava basáltica e episódios de
fases explosivas. Este final de período foi ainda marcado por uma
72
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
emersão generalizada do território, que continuou a ser retocado
por agentes diversos, sobretudo paleoclimáticos Quaternários, de
grande importância e ainda hoje visíveis na paisagem através de
unidades como praias levantadas, terraços fluviais, vales em U e
depósitos grosseiros.
No Pliocénico estabeleceu-se a plataforma litoral e a actual rede
hidrográfica.
O Miocénico foi caracterizado por intrusões marinhas que atin-
giram as bacias litorais, nomeadamente a Bacia do Tejo e do
Sado, atingindo áreas tão longínquas como Ferreira do Alentejo
ou Vendas Novas. A partir do final deste período, as tensões tec-
tónicas resultam do choque entre as placas eurasiática e africana,
originando o basculamento da Península para Sudoeste.
A energia libertada pelas numerosas falhas activas que atraves-
sam o território português, ou que se encontram próximo dele,
podem originar sismos de intensidade variável. Portugal é consi-
derado como uma área de risco de sismicidade moderada.
No entanto, vários episódios ocorreram em que se registaram
elevadas sismicidades.
Desses episódios, o mais catastrófico nos seus efeitos destrutivos
foi o de 1 de Novembro de 1755, ficando célebre como o
“Terramoto de Lisboa”. O último abalo importante registado
ocorreu em 28 de Fevereiro de 1969, tendo o sismo atingido uma
magnitude de 7,2 na escala de Richter, e sido sentido em todo o
Continente, em especial na Costa Atlântica e no ocidente Algarvio.
Embora de risco moderado, no território continental português
são registados diariamente pequenos e médios abalos sísmicos
que indiciam uma actividade sísmica activa.
Todo o relevo é resultado, num dado contexto geológico, da
acção dos agentes erosivos sobre as estruturas. A Península
Ibérica é, no seu conjunto, uma área de terras altas, fendidas pelas
bacias mais importantes. De um modo geral, o relevo português
caracteriza-se pela concentração no norte de mais de 95% das
áreas de altitude superior a 400 metros e de todos os cimos supe-
riores a 1000 metros, que, muitas vezes, se erguem abruptamente
na paisagem a menos de 50 quilómetros da linha de costa actual.
No sul, o relevo caracteriza-se pela predominância de terras
baixas e aplanadas, onde, acima dos 500 metros só persistem
alguns relevos mais resistentes à erosão como os sinclinais de
S. Mamede e as cristas quartzíticas do Marvão, no Nordeste
Alentejano, as corneanas de Évora e o maciço eruptivo de
Monchique, no sudeste algarvio.
O Concelho de Santa Maria da Feira, situado no
contexto do centro litoral norte do país é, do ponto
de vista geomorfológico, uma região de transição
entre os acentuados e muito antigos relevos do extre-
mo ocidental da Meseta Ibérica e os solos recentes,
Terciários e Quaternários, que confinam com a Orla
Marítima, constituindo-se em anfiteatro fronteiro ao
Oceano Atlântico.
73
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
2. Hipsometria A carta hipsométrica do concelho revela um relevo irregular em
que a altitude pode variar entre os 50 e os 450 metros.
Na zona poente, faixa que se estende desde o Oceano Atlântico
até à Linha de Festo coincidente com o traçado da Estrada
Nacional N.º 1, no concelho de Santa Maria da Feira, a altitude
varia entre os 50 e os 250/300 metros. Nesta zona estão com-
preendidas as cotas menos elevadas do concelho e o relevo é
nitidamente menos acidentado.
Ao longo da cumeada coincidente com o traçado da Estrada
Nacional N.º 1, constata-se que as altitudes vão aumentando de
Norte para Sul. No limite da freguesia de Nogueira da Regedoura
com Argoncilhe, a altitude máxima situa-se próximo dos 200 m,
ao passo que a Sul, entre o limite de S. João de Ver e Caldas de
S. Jorge, e entre Sanfins e Pigeiros a altitude situa-se próxima
dos 300 m, atingindo um máximo de 325 m em S. João de Ver.
A nascente localiza-se as zonas mais elevadas do concelho. As
altitudes atingem os 450 m próximo das nascentes do Rio Inha,
no limite de Romariz com o concelho de Arouca e na cumeada
que define o limite do concelho da Santa Maria da Feira com os
concelhos de Gondomar, Castelo de Paiva e Arouca, local deno-
minado, os quatro concelhos.
A depressão que se localiza no centro do concelho corresponde
aos limites das freguesias de Fiães e Lobão e prolonga-se para
norte para as freguesias de Sanguedo e Vila Maior. É uma unidade
geomorfológica bastante importante no concelho, uma vez que,
nesta área conjugam-se terrenos planos e deprimidos, constituin-
do o vale com maior dimensão do concelho, atravessado pelo
rio Uíma. A altimetria pode variar entre os 125 e os 150 metros
no fundo do vale. Verifica-se ainda uma depressão a nordeste do
concelho, concordante com o vale do rio Inha, no entanto, não é
tão significativa como a depressão associada ao Vale do Uíma.
74
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CARTA HIPSOMÉTRICA
75
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
com inicio na cumeada coincidente com a Estrada Nacional N.º1.
As zonas de cumeada concordantes com a Estrada Nacional
N.º1 e com a Linha de Festo que divide as bacias hidrográficas do
Rio Uíma e do Rio Inha, revelam-se áreas altas, alongadas e com
declives bastante suaves.
O relevo apresenta um vale mais encaixado com desníveis mais
abruptos, podendo as cotas variar entre os 50/75 m junto ao vale
do Douro e os 125 metros junto ao limite norte da freguesia do
Vale com Canedo.
Salienta-se o facto de na parte Oeste do território predominarem
as encostas voltadas a Noroeste. Nesta mesma área concelhia é
notória ainda a alternância das encostas voltadas a Noroeste com
as encostas voltadas a Sul, Sudoeste e Sudeste.
Na parte Central do Município as vertentes encontram-se maiori-
tariamente expostas a Nordeste e a Este, enquanto que no Nor-
deste do Concelho não é notória uma orientação predominante,
verificando-se terrenos expostos nas diversas orientações.
A carta de declives evidencia mais uma vez um con-
celho com fortes assimetrias no que diz respeito ao
relevo. As assimetrias mais evidentes são as mesmas
verificadas através da carta hipsométrica. A poente
constata-se que o relevo tem declives mais suaves, que
podem variar entre os 0-4%, atingindo em algumas
áreas os 8% e esporadicamente os 16% nas zonas pró-
ximas à cumeada. Por sua vez, a nascente, dominam
relevos com declives mais acentuados, que variam en-
tre os 8-16%, atingindo com frequência os 16 e os 30%.
A depressão que se localiza no centro do concelho correspon-
dente aos limites das freguesia de Fiães/Lobão (Vale do Rio Uíma)
apresenta declives muito suaves (0-4%), contrastando com as
encostas que a circunscrevem, das quais, se destaca a vertente
CARTA DE DECLIVESATÉ 4%
ENTRE 5% E 8%
ENTRE 9% E 16%
SUPERIOR A 17%
76
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
3. Hidrologia Do ponto de vista hidrológico, o concelho de Santa Maria da Feira
localiza-se na fronteira de duas grandes bacias hidrográficas: a
bacia do Douro (de dimensão internacional) e a Bacia do Vouga.
A divisória entre estas duas unidades é constituída por uma
série de linhas de cumeada, de direcção N/NW-S/SE, em que a
principal acompanha o traçado da EN1, com inflexão para NE/
SW, no Sul do concelho, em Milheirós de Poiares e Romariz, com
prolongamento para o interior do território – Arouca.
A estas duas grandes bacias nacionais, associam-se várias sub-
bacias do concelho de Santa Maria da Feira. As sub-bacias do
Rio Uíma, do Rio Inha e da Ribeira de Mosteiro integram a bacia
do Douro. As sub-bacias da Ribeira do Cáster e do Rio Ul
integram a bacia do Vouga e confluem para a Ria de Aveiro.
RIO UÍMA – LUGAR DA GAETA
77
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
CARTA DA REDE HIDROGRÁFICA
78
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
As bacias da Ribeira do Mocho e da Ribeira de Silvalde desembo-
cam directamente no Oceano Atlântico, no concelho de Espi-
nho. As Bacias da Ribeira da Remolha e da Ribeira de Rio Maior
desaguam na Lagoa de Paramos, na fronteira entre Espinho e
Esmoriz (concelho de Ovar). Associam-se ainda as sub-bacias da
Ribeira da Lage e da Ribeira da Senhora da Graça, sub-bacias da
sub-bacia do Cáster e a sub-bacia da Ribeira de Beire, sub-bacia
da sub-bacia da Remolha.
Do ponto de vista morfológico, o território é caracterizado por
12 bacias hidrográficas. Oito delas dirigem-se de nascente para
poente, três têm sentido de escoamento de Sul para Norte e uma
de Norte para Sul.
As bacias do concelho de Santa Maria da Feira apre-
sentam características distintas, tanto ao nível da
forma, como da ocupação e uso do solo, influenciando
o escoamento e o território em que estão inseridas.
RIO UÍMA – CALDAS DE S. JORGE
79
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
ENVOLVENTE DAS TERMAS DE S. JORGE
80
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
81
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
CARTA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS
82
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Geologia No que diz respeito à constituição geológica do Concelho de
Santa Maria da Feira, predominam de granitos e rochas do
Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico. Este complexo
apresenta uma distribuição diversificada no concelho, salientando-
-se os xistos bióticos a piroblásticos na freguesia do Souto e Tra-
vanca, os gneisses em Escapães, os grauvaques em Mosteirô e os
xistos esteaurolíticos em Canedo, Vila Maior, Lobão, Vale e Gião.
Existem afloramentos de Migmatites, Gneisses e Micaxistos em
grande parte do território, que surgiram por acção de um antigo
mar, testemunhado pela existência do Complexo Xisto-Grauvá-
quico Ante-Ordovícico. Estas rochas são constituídas quer por
granitos porfiróides de grão grosseiro e médio nas freguesia das
Caldas de São Jorge e Sanguedo, quer por granitos não porfirói-
des de grão médio, de duas micas, nas imediações das freguesia
de Guisande, Lobão e Romariz.
4.
83
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
CARTA GEOLÓGICA
Fonte:Instituto Geológico e Mineiro - IGM
84
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Na proximidade das ribeiras existem também depósitos de praias
antigas e terraços fluviais Plio-Plistocénicos, nomeadamente os
vales junto às freguesias de Nogueira da Regedoura, Oleiros,
Paços de Brandão, Rio Meão, Espargo, Santa Maria da Feira,
Travanca e Souto que, por sua vez, são as freguesias onde os
solos são mais férteis.
Os aluviões surgem no Vale do Rio Uíma e na Ribeira de Cáster e
os filões aplito-pegmatíticos em São João de Ver.
Observa-se ainda uma grande mancha de rochas eruptivas que
atingem os extremos das freguesias de Argoncilhe e Romariz,
tendo a direcção de Noroeste-Sudoeste.
O comportamento litológico, associado à realidade morfológica, é
um dos factores de forte incidência no clima, na cobertura vegetal
e mesmo no tipo de ocupação humana. Esta caracterização é
propiciadora de iguais contrastes climatéricos com precipitação
moderada na zona litoral e um aumento para Nordeste, verifican-
do-se Invernos suaves e pluviosos e Verões relativamente quentes
e sem chuvas.
A principal linha de festo (coincidente com a EN1) divide o Con-
celho em duas áreas distintas. Assim, no Inverno, para nascente
dessa linha os valores de precipitação são mais elevados, sendo
mais baixos nas freguesias a poente. Este factor está relacionado
com a maior proximidade ao Atlântico, bem como com as formas
de relevo mais acentuadas aí existentes (chuvas orográficas). A
temperatura é mais elevada a poente e mais baixa a nascente.
Desta forma é de salientar que a amenidade do clima e a influên-
cia marítima é decrescente à medida que se avança para o inte-
rior, possibilitando, sobretudo nos vales e encostas viradas a sul,
a existência de vegetação muito diversificada.
No município em estudo os factores físicos, em conjugação com
a acção antrópica, causaram acções sobre a paisagem que mani-
festaram reflexos na repartição e composição florística. A pressão
demográfica nos solos com aptidão agrícola originou o recuo da
floresta e o não aproveitamento dos resíduos florestais contribui
para situações que levam à ocorrência de fogos florestais com
mais frequência nos últimos anos.
Desta forma, no Concelho de Santa Maria da Feira
predominam as formações Plio-Plistocénicas a Oeste,
enquanto que no restante território se podem observar
afloramentos de Migmatites, Gneisses e Micaxistos.
85
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
5. Climatologia
Portugal Continental forma um rectângulo muito alongado no
sentido Norte – Sul, localizado no Hemisfério Norte, sendo igual-
mente, o mais Ocidental Estado político do Continente Europeu.
As dimensões deste rectângulo oscilam entre os 848 km de
comprimento e os 250 de largura, situado entre os 42º9’ e 36º57’
de Latitude Norte e 6º11’ e 9º30’ de Longitude Oeste.
Os dois factores que mais influenciam o clima de Portugal Conti-
nental são a sua posição geográfica e as características fisiográ-
ficas, essencialmente devido à posição meridional da Península
Ibérica entre a zona temperada do Hemisfério Norte e o limite
setentrional da zona de altas pressões subtropicais. Em conse-
quência, o clima da Península Ibérica é bastante influenciado por
essas deslocações em latitude (sentido norte durante o Verão e
sul durante o Inverno). Este facto determina a existência de uma
acentuada sazonalidade na distribuição das precipitações.
Todavia, o contraste é menos evidente no Norte de Portugal e de
Espanha, sendo os Verões moderadamente chuvosos.
A fisionomia do país é, indelevelmente, influenciada pela existência
de uma fachada atlântica que influi sobre as condições naturais
do país já que a proximidade do mar proporciona a existência de
um clima mais húmido do que no resto do país e, por isso mes-
mo, possibilita a existência de solos mais profundos, abrindo uma
maior variedade de espécies cultiváveis e cultivadas. Por outro
lado, a presença desta estreita faixa possibilitou, ainda a existên-
cia de um eixo de comunicação norte-sul aproveitado pela
população densa e dispersa que, à medida do desenvolvimento
da sua própria cultura, soube aproveitar os recursos naturais exis-
tentes no mar em seu benefício, favorecendo, ainda, uma saída
para o mar que, sendo traiçoeiro muitas vezes, foi elemento de
primordial importância ao longo da sua história.
86
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Este teor atlântico que domina todo o ocidente do país, vai-se
esvaindo à medida que se caminha para leste, tornando-se mais
seco e menos temperado, os campos tornam-se “dourados” no
início do Verão, quente e seco, a população diminui e agrupa-se:
é um Portugal quase continental a norte e mediterrânico a sul.
O clima é definido por uma série de valores médios ou normais
da atmosfera, num dado lugar durante um período de tempo re-
lativamente longo. O 1.º Congresso Internacional de Meteorologia
fixou esse período em 30 anos, iniciando as séries em 1901. Não
raras vezes, o termo “clima” é, erradamente, confundido, com o
conceito de “tempo” que mais não é do que a síntese de estado e
de fenómenos atmosféricos num lugar e num dado momento. Às
combinações meteorológicas mais usuais dá-se o nome de tipos
de tempo.
Os elementos mais importantes para o Clima são a precipitação, a
humidade, a pressão atmosférica, o vento, a exposição solar,
sendo que as suas variadas combinações originam diferentes
situações de tempo sentidas pelo Homem e condicionando até a
própria subsistência ou a subsistência das suas actividades.
O clima é um dos mais importantes factores que con-
tribuem para a formação das paisagens pois, defi-
ne, por exemplo, o comportamento dos rios, ajuda a
“fazer” os solos preparando os mosaicos de vegetação,
concorrendo, ainda hoje, e de forma muito activa,
para a definição dos tipos de agricultura.
O tempo de uma região varia não só ao longo do ano (em con-
sequência do movimento de translação da Terra em torno do
Sol), como ao longo do dia, por força do movimento de rotação.
Para além desta variabilidade cíclica, há que ter em linha de conta
variações não periódicas, como a variação da radiação solar ou
da transparência da atmosfera terrestre.
Em Portugal, as condições gerais da circulação atmosférica provo-
cam uma sensível diminuição da precipitação anual de norte para
sul do continente, facto esse reforçado pela assimetria orográfica.
O norte português é, simultaneamente, mais montanhoso e, muito
por força dessa característica conjugada com a circulação geral
atmosférica, mais chuvoso que o sul.
A barreira de condensação do Norte e o afastamento ao litoral
provocam menos queda de chuva também no interior, facto esse
facilmente comprovado com a análise da muito encaixada rede
hidrográfica do Douro.
A distribuição espacial das precipitações em Portugal é bastante
desigual. Em oposição às áreas extremamente pluviosas existen-
tes no noroeste (precipitações anuais superiores a 2000 mm, por
exemplo, 3500 mm na Serra do Gerês), encontram-se as áreas
correspondentes às planícies alentejanas e alguns vales xero-
térmicos do Alto Douro, onde a precipitação anual pode nem
atingir os 500 mm.
87
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
Relativamente à distribuição sazonal da precipitação, esta segue,
genericamente, o padrão tipicamente associado ao clima mediter-
rânico, onde existe um período estival marcadamente seco.
A única excepção reside do noroeste e em algumas áreas monta-
nhosas do norte e centro, onde é possível reconhecer a existência
de condições climáticas de características temperadas.
Esta gradação Norte / Sul é também evidente na análise da distri-
buição do número de dias com precipitação igual ou superior a
1 mm, concentrando-se a maior parte desses dias na região
norte.
A precipitação é um dos elementos mais importantes na
definição do clima. Define-se como a quantidade de água que é
transferida da atmosfera para a superfície da Terra, seja no estado
líquido ou sólido, nas formas da chuva, neve ou granizo. A preci-
pitação depende de alguns factores, nomeadamente a altitude,
orografia e época temporal.
A temperatura média do ar evolui em sentido contrário ao da
realidade observada ao nível da precipitação. Dito de outra forma,
aumenta de norte para sul, onde as amplitudes térmicas são
maiores. Evolução idêntica se regista entre as temperaturas do
litoral (sempre mais amenas) e do interior (com amplitudes
térmicas muito mais elevadas). As áreas montanhosas do norte,
ilhas de frescura ao longo dos meses de Verão e no Inverno
atingem as temperaturas mais baixas, sendo elevado o risco de
geada, fenómeno praticamente desconhecido a sul do Tejo e em
todo o litoral.
A humidade relativa tem uma distribuição regional pouco mar-
cada de Inverno e uma diminuição acentuada, paralela ao litoral,
nos meses de Verão.
O vento (ou movimentos horizontais de ar) é outro elemento de
clima que interfere muito directamente com o sentimento de
conforto sentido pelo Homem. Como nos demais indicadores
referidos, também neste aspecto, Portugal é um país de
contrastes. As direcções e intensidades do vento são variáveis,
em correlação importante com a orientação do relevo e os seis
alinhamentos, no interior, sendo mais vincadas as direcções norte
e noroeste no litoral do país.
As frentes separam massas de ar de densidades diferentes. Pela
sua posição o Continente e o Arquipélago dos Açores estão mais
sujeitos à passagem de frentes no Inverno que no Verão.
A irregularidade do tempo é uma característica do clima no conti-
nente, tanto na temperatura como na pluviosidade. Ocorrem anos
de secas intensas (que tanto podem ser generalizadas a todo
o território ou só afectar apenas determinadas regiões) e com
muita frequência, especialmente no Outono, crises de elevada
precipitação, provocadas pela passagem de frentes frias e, se
na maior parte dos casos são episódios localizados e de curtas
durações, vezes há em que se prolongam no tempo, originando
cheias e inundações, destacando-se os Outonos de 1978/1979,
1989/1990 e 1995/1996.
88
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
O período Outono/Inverno de 2000/2001 caracterizou-se por
valores muito altos de precipitação, na Região Norte e Centro.
Uma análise comparativa em relação aos valores normais de
1961/1991 dita-nos um aumento de 44% desses valores em Faro
e de 272% nas Penhas Douradas, no mês de Novembro, enquan-
to que Dezembro foi, para a maioria das estações do Continente,
o mês mais chuvoso da década de 1991/2000.
As características do clima Português e a sua evolução ao longo
do ano dependem essencialmente da posição marginal do país
em relação ao Oceano Atlântico. As variações regionais serão,
por isso, o resultado do gradiente de latitudes Norte – Sul e da
distância ao litoral, numa direcção Oeste – Este.
De uma forma sintética, poder-se-á dizer que a precipitação
no concelho de Santa Maria da Feira se concentra no período
compreendido entre Outubro e Março. Entre Abril e Setembro,
o regime é mais seco, com especial destaque para os meses
de Julho e Agosto. A sazonalidade das precipitações obedece a
um padrão típico, com elevada precipitação no Outono e Inverno
e baixa no Verão. Os dados obtidos permitem observar que a
precipitação anual é de 1235,5 mm na Estação Meteorológica de
Estarreja e 1151,5 mm na Estação Meteorológica do Porto. Ora,
por inferência, os dados de precipitação de Santa Maria da Feira
(situado entre as referidas estações meteorológicas), deveria ser
aproximadamente semelhante aos dados referidos. No entanto,
os dados recolhidos da Estação Udométrica de Fiães permitem
verificar que a precipitação anual dessa estação atinge
os 1664,0 mm, ou seja, valores bem mais elevados que no Porto
e em Estarreja.
Ora, esta realidade está, claramente, associada ao relevo, sendo
este o factor que justifica as diferenças entre as estações. Deste
modo, poder-se-á referir que esta é uma região chuvosa, sendo
as chuvas, portanto, tipicamente orográficas.
Do mapa de distribuição no território concelhio é notória a exis-
tência da razão de proporcionalidade directa entre a precipitação,
altitude e os ventos dominantes de oeste. É nas zonas de maior
altitude, nomeadamente no eixo que inclui as freguesias de
Pigeiros, Milheirós de Poiares e Romariz, com altitude superior ou
igual a 300 metros com progressão para sudeste, onde se
verificam valores mais elevados de precipitação média anual,
1600 – 2000 mm. No centro do concelho, os valores de precipi-
tação média anual são de 1400 – 1600 mm e na zona litoral do
concelho os valores são de 1200 – 1400 mm. Em relação à
distribuição do número médio de dias no ano em que ocorre
precipitação, verifica-se que o mesmo é uniforme no concelho,
entre 75 e 100 dias que corresponde a 25 a 27% dos dias do ano
em que a precipitação é superior a 0,1 mm.
O concelho de Santa Maria da Feira encontra-se na região
norte de Portugal Continental e, tal como todo o país, vê o
seu clima ser regulado por esse agente decisivo na determi-
nação do clima das regiões e do país: o Atlântico.
89
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
ENTRE 1200 E 1400 MM
ENTRE 1400 E 1600 MM
ENTRE 1600 E 2000 MM
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL
Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente
90
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ENTRE 400 E 600 MM
ENTRE 600 E 800 MM
ENTRE 800 E 1000 MM
ESCOAMENTO MÉDIO ANUAL
Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
A par da precipitação, a temperatura do ar é um dos elementos
de maior relevo na caracterização do clima, encontrando-se con-
dicionado tanto por factores locais como por factores de carácter
mais geral. Em conjunto, a precipitação e a temperatura exercem
influência na distribuição das plantas e em todo o ciclo hidrológico.
A quantidade de radiação solar, latitude, exposição, relevo, incli-
nação e proximidade / afastamento a corpos de água assumem-
-se como os principais factores que influenciam a temperatura.
O clima de Santa Maria da Feira caracteriza-se pela
existência de Verões relativamente quentes e de Inver-
nos suaves e húmidos.
Os valores médios anuais da temperatura média do ar variam
entre um mínimo de 12,5 – 15 ºC na zona alta do interior do
concelho e na zona litoral, e um máximo de 15 – 16ºC na zona
central. Os valores da temperatura média mensal variam regular-
mente durante o ano, atingindo o valor médio máximo em Julho/
Agosto e um valor médio mínimo em Dezembro/Janeiro.
No Verão, os valores médios da temperatura máxima do ar variam
entre os 25-26ºC e no Inverno, os valores médios da temperatura
mínima variam entre os 5-6ºC.
Até Julho há um aumento da temperatura, verificando-se neste mês
as temperaturas mais elevadas. O mês de Julho é o mês que regista
valores médios mais elevados de temperatura máxima média, tem-
peratura mínima média e temperatura média média, com respectiva-
mente, 24,8ºC, 14,8ºC e 19,8ºC, para a Estação do Porto / Serra do
Pilar e 24,9ºC, 13,3ºC e 19,1ºC para a estação de Estarreja.
ENTRE 12,5 E 15,0 C
ENTRE 15,0 E 16,0 C
TEMPERATURA MÉDIA ANUAL
Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente
91
ºº
92
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Desde meados de Julho até ao final do ano observa-se uma
diminuição progressiva da temperatura. A amplitude térmica das
estações é de 10,5ºC no Porto / Serra do Pilar e de 10,3ºC em
Estarreja. A temperatura média anual é de 14,4ºC e de 13,9ºC,
respectivamente, para as estações do Porto / Serra do Pilar e
Estarreja. Os registos obtidos permitem ainda constatar que nos
meses de Julho, Agosto e Setembro a amplitude térmica é maior.
As menores amplitudes são registadas nos meses de Janeiro.
Intimamente relacionado com a temperatura está a evaporação.
De um modo geral, esta corresponde à transferência do vapor de
água a partir da superfície terrestre para a atmosfera. Depende,
essencialmente, da temperatura e do vento. Quanto maior for a
temperatura de uma superfície mais facilmente as moléculas de
água conseguem passar do estado líquido para o gasoso, graças
ao aumento de energia cinética provocado pela radiação incidente.
Também o vento pode contribuir para o aumento da evaporação
na medida em que, quando este se faz sentir, a camada de inter-
face ar / água é constantemente renovada facilitando a passagem
de moléculas do estado líquido para o estado gasoso.
Relativamente à evolução da evaporação ao longo dos meses
do ano, é possível verificar que, a par da temperatura, a varia-
ção é intensamente proporcional à da precipitação. As taxas de
evaporação mais elevadas são obtidas no Verão, especialmente
nos meses de Julho e Agosto. Os valores de maior evaporação
correspondem a 100,2 e 132,9 mm, para as Estações do Porto /
Serra do Pilar e Estarreja respectivamente. Por outro lado, os valo-
res mais baixos de evaporação registam-se no mês de Dezembro,
com 46,7 mm na Estação do Porto / Serra do Pilar e 52,5 mm
para a Estação de Estarreja.
93
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
A evapotranspiração real fornece os valores (normalmente em
milímetros, no intervalo de tempo considerado) de quantidade de
água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração.
A humidade do ar corresponde à quantidade de vapor de água
existente na atmosfera. A avaliação da humidade do ar é realizada
por intermédio de vários índices, nomeadamente através da
humidade relativa, que corresponde à razão entre a tensão
actual do vapor de água e a tensão de saturação para a mesma
temperatura. Os valores de humidade relativa expressam-se em
percentagem em que 0% corresponde a ar completamente seco
e 100% a ar saturado de vapor de água.
As variações de humidade relativa do ar são principalmente
condicionadas pelas variações da temperatura, altitude (pressão
atmosférica) e proximidade ao oceano.
No concelho de Santa Maria da Feira verifica-se uma
faixa litoral em que a humidade média anual é mais ele-
vada, registando-se valores de 80 a 85% de humidade do
ar. Para o interior do concelho os valores descem para
os 75 a 80%. Esta diferença de valores médios anuais é
justificada, na faixa oeste, pela proximidade do Oceano
sob a influência de massas de ar muito húmidas.
Os maiores valores de humidade relativa do ar registam-se nos
meses mais frios e chuvosos, ou seja, durante a estação húmida. É
na estação do Porto / Serra do Pilar que se registam os valores mais
elevados de humidade relativa do ar. Durante o Verão, os valores de
humidade relativa do ar são menores do que aqueles registados no
Inverno. As diferenças na humidade relativa do ar entre as estações
de referência (Porto / Serra do Pilar e Estarreja) são menos acentua-
das no período matinal.
94
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ENTRE 1 E 5 DIAS
ENTRE 5 E 10 DIAS
ENTRE 10 E 20 DIAS
NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM GEADA
Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente
95
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
A geada é um hidrometeoro que se encontra intimamente
relacionado com as condições meteorológicas vigentes entre o
final da tarde e o início da manhã. A ocorrência e a intensidade
destes fenómenos encontram-se relacionadas com diversos
factores, nomeadamente a estabilidade do ar, a temperatura, a
rugosidade e microtopografia, a cobertura do solo, existência de
massas de água e transparência da atmosfera. De acordo com os
dados da estação do Porto / Serra do Pilar, existe em média 14,2
dias com ocorrência de geada. Relativamente ao concelho de
Santa Maria da Feira, os dias com geada decrescem de Nordeste
para Sudeste. Na zona Nordeste do concelho o número médio de
dias no ano com temperaturas inferiores a 0ºC varia entre os 10 e
20 dias. Na zona central do concelho varia entre os 5 e 10 dias. A
zona Sudoeste é a zona onde se registam menos dias com
temperaturas negativas, 1 a 5 dias.
A ocorrência de geada é registada entre Outubro e Abril. No
entanto, são os meses de Dezembro e Janeiro que apresentam
maior número de dias com ocorrência de geada.
A insolação corresponde ao período de tempo em que o sol se
encontra a descoberto. Quanto menor for a quantidade de nuvens
maior será a insolação.
De acordo com os dados disponíveis, a insolação média anual é
de cerca de 2582 horas. O mês de maior insolação, com pouco
mais de 328 horas de sol, é o mês de Julho. De facto, a insolação
tende a crescer desde Janeiro (onde atinge o valor mínimo de 126
horas) até Julho, voltando depois a decrescer.
O valor médio de insolação decresce no país, em termos gerais,
de sul para norte, com a altitude, e de leste para oeste. Na região
em que se localiza o concelho os menores valores de insolação
verificam-se a sudeste entre 2400 a 2500 horas. O maior número
de horas de horas de sol verifica-se no sector Norte / Noroeste,
com valores compreendidos entre as 2600 a 2700 horas. Na faixa
central de Santa Maria da Feira registam-se valores médios de
2500 a 2600 horas.
96
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ENTRE 2400 E 2500 HORAS
ENTRE 2500 E 2600 HORAS
ENTRE 2600 E 2700 HORAS
NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM GEADA
Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente
97
CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO
Designa-se por vento o deslocamento horizontal do ar em rela-
ção à superfície do globo terrestre. A principal causa de formação
de vento encontra-se com a desigual distribuição horizontal da
pressão atmosférica. A pressão atmosférica representa uma força
que desloca o ar de modo a poder-se estabelecer equilíbrio.
Quase todas as regiões da Terra encontram-se sujeitas a ventos
que afectam zonas relativamente reduzidas, sendo, por isso,
designados como ventos locais, que ocorrem sempre que exista
uma diferença de temperatura entre duas regiões contíguas,
como por exemplo, o mar e a terra.
Devido à inexistência de dados para o concelho de
Santa Maria da Feira dever-se-á optar por considerar
os valores encontrados pela Estação Meteorológica
mais próxima (Porto / Serra do Pilar) como sendo os
mais coadunados com a realidade do município. Deste
modo, a velocidade média dos ventos em todos os qua-
drantes pode considerar-se como sendo fraca, embora
seja de Noroeste e de Sul que se registam as maiores
velocidades, com valores próximos dos 25 km/hora.
Os ventos mais frequentes sopram de Este (25%) e de NW (/20%)
e os menos frequentes de NE. No entanto, se associarmos a
frequência dos ventos de NW com os de W, estes totalizam cerca
de 40%. Por sua vez os ventos de E, embora com grande
percentagem de frequência de ventos, não são considerados
fortes, visto que a velocidade média anual assume valores na
ordem dos 15 km/h.
Quando a velocidade do vento é igual ou inferior a 1 km/h, sem
rumo determinável, diz-se que há calma. A calma assume um
valor baixo de 3,8%.
Figura - Vento (valores médios anuais) – Normais Climatológicas (1961 – 1990)Fonte: Instituto de Meteorologia
PORTO/SERRA DO PILAR (546)LAT. 41º08’N, LONG. 08º36’W, ALT. 93M
CALMA: 3,8% FREQUÊNCIA (%) VELOCIDADE (KM/H)
NE
EW
NW
SW SE
S
0
5
10
15
20
25
98
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
99
CAPÍTULO I INTRÓITO
IIICONHECIMENTO
HUMANO
101
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
1. Origens de um povoamento, histórias de um povo
O território português tem vindo a ser “edificado” desde há
milhares de anos e o Portugal de hoje é, sem dúvida, o resultado
de um infindável número de contributos fornecidos por um vasto
número de povos e civilizações. Ao longo dos muitos séculos de
Historia do mais ocidental país Europeu, muitos foram os contri-
butos deixados pelos Visigodos, Celtas, Romano, Muçulmanos…
todos eles responsáveis por uma História rica e diversificada,
traduzida e vertida no nosso património arquitectónico, na Cultura
e tradições de um povo… na Língua Portuguesa.DISTRIBUIÇÃO DAS FEIRAS MEDIEVAIS NO NORTE DE PORTUGAL (SEGUNDO V. RAU, 174, 1983)
102
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Embora durante séculos Portugal tenha vivido de costas voltadas
para o imenso Oceano que abraça o território, a presença do
mar ajuda a explicar muito do modelo de organização do espaço
português.
Ao longo de todo o século XX (com especial ênfase para a segun-
da metade) as cidades portuguesas foram enriquecidas pelo sur-
gimento e adensamento de uma multiplicidade de acessos, pelo
desenvolvimento de funcionalidades (primeiro a Indústria, depois
os serviços) que têm grande capacidade de fixação das pessoas.
Dito de outra forma, o modelo de organização demográfico portu-
guês acompanha, desde sempre, o modelo de desenvolvimento
socioeconómico das suas regiões. As populações tendem a
localizar-se próximo dos principais pólos produtores dos países e
103
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
das regiões, aproximando-se, assim, do emprego, da riqueza e, de
uma maneira geral, da qualidade de vida, conforto e bem-estar.
Ora, foi precisamente no referido “emaranhado” de
influências e confluências de povos que se situam as
“Terras de Santa Maria”, “berço” do actual município
de Santa Maria da Feira. Uma designação antiga e que
remonta ao século XI, aludindo aos actuais concelhos
de Albergaria-a-Velha, Arouca, Castelo de Paiva,
Espinho, Estarreja, Gondomar, Murtosa, Oliveira de
Azeméis, Ovar, S. João da Madeira, Santa Maria da
Feira, Sever do Vouga, Vale de Cambra e Vila Nova de
Gaia. Uma região com uma longa história… uma his-
tória que se confunde com a própria nacionalidade.
PORTO CARVOEIRO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
107
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Esta é uma região imbricada nos eixos
Norte / Sul e Litoral / Interior do território
nacional, o que faz com que o seu posicionamento
tenha que ser considerado como estratégico,
tendo sido, desde sempre, ponto de encontro e de pas-
sagem de muitos povos.
O povoamento desta terra é fértil e antigo, como atentam a
presença de várias mamoas que remontam ao IV-V milénio antes
de Cristo, bem como castros pré-romanizados ou romanos. O im-
pério romano e as suas vias de comunicação e pontes (algumas
das quais ainda se encontram bem conservadas, assim como as
vias que ligavam Lisboa a Braga ou Porto a Viseu) reforçaram,
substancialmente, a acessibilidade desta região e conferiram-lhe a
capacidade de ser um pólo aglutinador de povoamento.
A título de exercício meramente demonstrativo desta teoria, e
segundo o qual se pretende demonstrar o peso demográfico que
as “Terras de Santa Maria” sempre tiveram no contexto nacional,
bastará “recriar” esse espaço com os actuais dados numéricos
da população.
MUNICÍPIO
Albergaria-a-Velha
Arouca
Castelo de Paiva
Espinho
Estarreja
Gondomar
Murtosa
Oliveira de Azeméis
Ovar
Santa Maria da Feira
S. João da Madeira
Sever do Vouga
Vale de Cambra
Vila Nova de Gaia
Total
PORTUGAL
TERRAS DE MARIA
10 529 255
935 843
100%
8,89%
25 497
24 019
17 089
31 703
28 279
169 239
9 657
71 243
56 715
142 295
21 538
12 940
24 761
300 868
935 843
POPULAÇÃO
Fonte: INE
POPULAÇÃO
108
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Ora, em apenas 14 dos 308 actuais municípios do país, concen-
tra-se cerca de 9% da população portuguesa, podendo-se inferir
(sem nunca esquecer toda uma tradição histórica bem visível
nestes territórios) que este dinamismo demográfico já seria bem
evidente aquando da afirmação da nacionalidade.
Desde bem cedo, devido a acontecimentos históricos e, sobre-
tudo, a factores geográficos bem demarcados (a norte o Rio
Douro; a Sul, o Vouga; a Oeste o Oceano Atlântico e a Leste
as regiões montanhosas de Arouca, Vale de Cambra e Sever
do Vouga) a determinação exacta dos limites desta região não
acarretou os problemas que era usual acontecer. Tal facto
concorreu para que se propiciasse a criação de uma zona
socioeconómica pujante e de grande vitalidade resultante, por
um lado da diversidade das terras, por outro, pelo seu posicio-
namento estratégico entre dois pólos políticos, comerciais e
religiosos da época: Porto e Coimbra.
O Castelo da Feira, construído em inícios do século XI,
sede de pagamento de tributo, era local privilegiado
de comércio (de produtos das colheitas, ferramentas
agrícolas, vinho, fruta, vestuário). Esta feira tornou-
-se tão importante que a aglomeração populacional
tomou o seu nome Civitas Sanctae Mariae, dando
origem à actual cidade de Santa Maria da Feira. a
designação “Terras de Santa Maria”, atribuída em
868 por Afonso III de Leão e Astúrias, pressupõe uma
evidente afirmação de fé católica e pretende invocar
a protecção divina sobre este território que estava em
guerra com os mouros.
109
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
110
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
É nesta envolvência geográfica, económica, militar, sociológica,
política, religiosa e/ou cultural que convergem, no início do
séc. XII, as convulsões políticas geradas com a morte do Conde
D. Henrique e que irão reforçar a importância e o prestígio das
Terras de Santa Maria.
Ora, a história do povoamento em Portugal diz-nos que a localiza-
ção privilegiada das Terras de Santa Maria fizeram deste território
ponto de passagem obrigatória como, de resto, confirmam os
vestígios das antigas vias romanas (Lisboa – Braga e Porto – Vi-
seu), ainda hoje bem visíveis nas paisagens destes municípios.
Todos estes dados permitem que se sublinhe, de forma inequí-
voca, que Santa Maria da Feira é, desde os tempos contemporâ-
neos da génese da “portugalidade”, não só um importante centro
de desenvolvimento económico e social, mas também (e intima-
mente relacionado com esse desenvolvimento) um importante
pólo demográfico. A corroborar tudo isto, encontra-se ainda hoje,
e bem visível na paisagem, o mais inequívoco dos testemunhos:
o castelo de Santa Maria da Feira, classificado como Património
Nacional. Mais do que mero elemento embelezador da paisagem,
este monumento é o mais claro testemunho da importância que
este território (desde sempre) possuiu para a região e para o
país. Mais do que fortaleza militar, as firmes paredes do castelo
evidenciam uma história de dinamismo a nível social e económico,
história essa que ainda hoje se escreve.
Foi precisamente nas terras envolventes ao castelo, local de
depósito do tributo, que se verificou um surto de desenvolvimen-
to intenso e, de certo modo, precoce na região. Fruto de uma
forte concentração populacional para a realidade da época, este
aglomerado populacional terá emergido, assim, como consequên-
cia dessa dinâmica que fomentava o encontro de mercadores às
portas da fortaleza. Trocavam produtos agrícolas, alfaias
agrícolas, têxteis, ferragens, etc. sendo esta uma ocasião
frequentada por grande número de camponeses da região.
A posição estratégica do município é facilmente
reconhecível. Sempre o foi. É um território com po-
sição geográfica central, o eixo do desenvolvimento
socioeconómico do país, próximo do Douro e do mar e
na confluência das vias comerciais mais importantes,
sejam elas de cariz fluvial, marítimo ou terrestre.
Este facto justificaria, por si só, a existência de um castelo medie-
val para assegurar o patrulhamento da via Porto – Coimbra, eixo
vital para o Reino de então, assegurando a circulação de pessoas
e bens entre dois dos mais importantes núcleos urbanos, institu-
cionais e religiosos do país.
VIA ROMANA – S. JOÃO DE VER
111
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Essa mesma via foi, de resto, uma das principais estruturas da
romanização na Península Ibérica. Através desta via chegavam e
partiam militares, comerciantes, sempre presentes na sua função
de abastecer os exércitos e também os principais aglomerados
populacionais, mas também na tentativa de recolha dos recursos
e riquezas regionais, na compra do resultado dos saques de guer-
ra e no fornecimento de matérias-primas aos artesãos locais, uma
via quase paralela ao mar e que servia directa ou indirectamente
os núcleos urbanos existentes longitudinalmente em relação a
si. A importância desta estrutura era por demais evidente, até
porque a ela convergiam outros itinerários de âmbito mais regional
ou local. Ao longo dela foram-se desenvolvendo alguns centros
do ponto de vista demográfico e económico. A esses centros,
primitivos esboços da génese dos centros urbanos em Portugal,
atribuía-se o nome de “Civitates”, termo que está na origem do
termo Cidade. Ora, na realidade visigótica, “Civitates” seria a
circunscrição territorial em torno de uma cidade fortificada e, na
maioria dos casos, sede episcopal, condição que, no caso da
“Civitates Sanctae Mariae” [Santa Maria da Feira] não se verificou,
já que este território nunca foi sede episcopal.
Para além do factor “localização” outros factores concorreram
para que as Terras de Santa Maria adquirissem um elevado e
precoce grau de protagonismo e notoriedade em termos demo-
gráficos. A terra era fértil e possibilitava boas e diversificadas cul-
turas agrícolas, como bons cereais, vinho, fruta, pastagens para
o gado, condições que potenciavam uma actividade económica
(assente nas actividades agrícolas) particularmente intensa para a
realidade de então.
No decurso do século XIII assistiu-se a um claro e pronunciado
fenómeno de expansão das actividades comerciais. O tradicional
sistema agro-pastoril que pautava a economia da época abre-
-se progressiva e paulatinamente aos mercados de trocas de
excedentes agrícolas e artesanais. O sector comercial de então
baseava-se essencialmente no sistema de troca directa de pro-
dutos, mas também por moeda corrente. Deste modo, era junto
aos maiores pólos demográficos (que correspondiam também aos
mais dinâmicos pólos económicos de então) que se realizavam
estas ocasiões de transacções comerciais.
Ora, só a mera existência de provas documentais da
realização de uma grande feira nas Terras de Santa
Maria parece mostrar que já nos séculos XIII e XIV
esta região se assumia como importante pólo demo-
gráfico do Reino.
Para além dos tradicionais ofícios agrícolas, que demonstram que
esta região se assumiria como um ambiente rural em franca ex-
pansão económica, há notícias claras acerca da existência de ta-
berneiros, sapateiros e carniceiros nas Terras de Santa Maria. Os
taberneiros eram, com os respectivos estabelecimentos de venda
(tabernas), muito importantes para apoiar o intenso movimento de
pessoas ao longo dos caminhos que cruzavam o território.
Estas referências a sapateiros, taberneiros e carniceiros são,
também, particularmente significativas de um consumo local que
se vai aproximando daquele que tradicionalmente só se verificava
nos centros urbanos.
112
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
114
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Por outro lado, referências a estes ofícios na feira das Terras de
Santa Maria remetem-nos para uma progressiva entrada da vila
(ou “Civitates”) numa estrutura urbana, já que atesta a existência
de um mercado consumidor constituído por famílias que já com-
pram e necessitam de consumir.
Quanto ao comércio, ele aparece bem representado pela exis-
tência de mercados e não tanto pela acção dos almocreves,
personagens mais características dos espaços interiores (e menos
desenvolvidos) do Reino.
Intimamente relacionada com esta feira das Terras de Santa
Maria parece ter sido a feira de Gaia, já mais dedicada aos por-
tos, às pescas, ao negócio do sal e do peixe seco e salgado.
A vila de Gaia, a norte das Terras de Santa Maria, atrai os
aldeões, funcionários régios e os seus criados, artesãos e
os senhores, mercadores e almocreves por ocasião da feira
organizada anualmente entre os dias 25 de Outubro e 25 de
Novembro, incluindo, por conseguinte, a festa religiosa e profana
de S. Martinho, a 11 de Novembro.
O facto de ser uma festa realizada em Agosto, sublinhando uma
vez mais a enorme religiosidade do território e das gentes, faz
com que se possa crer que esta ocasião se assumisse, também
como uma centralidade religiosa em torno do culto a Santa Maria,
que se assinala a 15 desse mês. Dito de outra forma, ganha
consistência a ideia de que a feira das Terras de Santa Maria seria
como que o prelúdio à preparação da feira de Gaia, ocasião para
os mercadores se abastecerem de grande número de produtos a
preços mais baixos para depois, em Outubro, os transaccionarem
na feira régia da Foz do Douro.
2. Demografia
a) A evolução da população
Ao longo da história demográfica portuguesa, o município de Santa
Maria da Feira tem, de forma mais ou menos pronunciada, acom-
panhado as grandes tendências de crescimento ou de retrocesso
demográfico nacional. No entanto, é digno de destaque o facto de,
sobretudo a partir de 1930, o município apresentar taxas de cresci-
mento demográfico bem superiores às médias nacionais. Digno de
destaque é, também, o facto de, contrariamente ao verificado a nível
nacional (com crescimento negativo da população de 3,13%) Santa
Maria da Feira ter registado, no período intercensitário de 1960/1970,
um aumento populacional de 13,76%. Este dado reforça o evidente
dinamismo demográfico do concelho de Santa Maria da Feira.
Sobre a feira das Terras de Santa Maria pouco se sabe, a
não ser que a feira se realizaria em Agosto e que existiria
já em 1315, se bem que é perfeitamente admissível (e plau-
sível até) que a mesma seja muito anterior. Nesta grande
feira apareciam os produtos das colheitas do ano, como
cereais, gado, vinho, linho, manteiga, fruta, pescado seco
e fumado, sal, cera, mel, potes, cerâmica, ferragens, etc.
115
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
4 286 995
4 698 984
5 102 891
5 446 760
5 999 146
6 080 135
6 802 429
7 755 423
8 510 240
8 889 392
8 611 125
9 833 014
9 867 147
10 356 117
10 529 255
10 599 095
1991/2006
PORTUGAL
Taxa de Crescimento
7,42%
SANTA MARIA FEIRA
Taxa de Crescimento
22,43%
31 692
33 676
36 684
38 494
45 048
45 008
52 679
61 505
70 532
83 483
94 970
109 531
118 641
135 634
142 295
145 247
ANO
1864
1878
1890
1900
1911
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1981
1991
2001
2004
2006
-
9,61%
8,60%
6,74%
10,14%
1,35%
11,88%
14,01%
9,73%
4,46%
- 3,13%
14,19%
0,35%
4,96%
1,67%
0,66%
-
6,26%
8,93%
4,93%
17,03%
- 0,09%
17,04%
16,75%
14,68%
18,36%
13,76%
15,33%
8,32%
14,32%
4,91%
2,07%
Fonte: INE
PORTUGAL
População Residente
SANTA MARIA DA FEIRA
População ResidenteTaxa Crescimento Taxa Crescimento
116
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
117
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Nas últimas décadas, o município de Santa Maria da Feira logrou
conquistar importantes e assinaláveis ganhos populacionais. Em
cerca de 50 anos viu duplicada a sua população, o que é indicia-
dor da alteração de comportamento de diversas variáveis
socioeconómicas, alterações essas agentes de mutações
também ao nível demográfico.
Daí ser importante conhecer-se esta “história” e analisar com mais
pormenor essas alterações e os efeitos que dela decorrem, assim
como conseguir enquadrar o município num contexto regional e/
ou nacional.
O município de Santa Maria da Feira insere-se hoje na
Grande Área Metropolitana do Porto, juntamente com
os municípios de Arouca, Espinho, Gondomar, Maia,
Matosinhos, Porto, Póvoa do Varzim, Santo Tirso, S.
João da Madeira, Trofa, Valongo, Vila do Conde e Vila
Nova de Gaia.
Do ponto de vista administrativo é um dos municípios do Distrito
de Aveiro, localizando-se no seu limite norte. Confina a Norte e
a Nordeste com o município de Vila Nova de Gaia e Gondomar,
respectivamente, ambos concelhos do Distrito do Porto. A oeste
confina com Espinho, a Este com Arouca, Sul com S. João da
Madeira e Oliveira de Azeméis e a Sudoeste com o município de Ovar.
Os 215,6 km2 do território do município repartem-se por 31
freguesias: Argoncilhe, Arrifana, Caldas de S. Jorge, Canedo,
Escapães, Espargo, Fiães, Fornos, Gião, Guisande, Lobão,
Louredo, Lourosa, Milheirós de Poiares, Mosteirô, Mozelos,
Nogueira da Regedoura, Paços de Brandão, Pigeiros, Rio Meão,
Romariz, Sanfins, Sanguedo, Santa Maria da Feira, Santa Maria
de Lamas, Santa Maria do Vale, S. Miguel do Souto, S. João de
Ver, São Paio de Oleiros, Travanca e Vila Maior.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
119
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Conforme se poderá constatar da observação do quadro com
a evolução da população do município de Santa Maria da Feira,
o esforço realizado aquando do último momento censitário em
Portugal (Recenseamento Geral da População de 2001) permitiu
contabilizar 135 964 indivíduos e uma densidade populacional de
653 hab. / km2. Os estudos demográficos entretanto realizados
pelo Instituto Nacional de Estatística admitem um crescimento
progressivo dos valores totais da população (142 295 em 2004 e
145 247 em 2006).
De um modo genérico, poder-se-á sublinhar Santa Maria
da Feira como um município que demonstra um dina-
mismo demográfico assinalável, não só nos contextos
local e regional, como igualmente no contexto nacional.
Este dinamismo demográfico advém do comportamento de alguns
indicadores demográficos que contrastam com o registado a uma
escala nacional.
10 529 255
10 043 763
3 727 310
2 376 609
283 856
142 295
92 117,5
88 967,5
21 287,5
28 198,7
862,2
215,6
114,30
112,89
175,09
84,28
329,22
659,99
PORTUGAL
CONTINENTE
NORTE
CENTRO
EDV
SM FEIRA
PROPORÇÃO
0,74 %
0,72 %
0,72 %
0,71 %
0,75 %
0,74 %
0,77 %
0,79 %
0,83 %
0,94 %
1,10 %
1,11 %
1,20 %
1,31 %
1,35 %
1,37 %
ANO
1864
1878
1890
1900
1911
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1981
1991
2001
2004
2006
Fonte: INE
POPULAÇÃO ÁREA DENSIDADE POPULACIONAL
120
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
De um modo genérico poder-se-á dizer que a população do
município de Santa Maria da Feira no contexto nacional tem vindo
a conquistar maior importância. Presentemente, mais de 1,3%
dos portugueses são feirenses, sendo que há 40 anos esse peso
percentual não chegava, sequer, a 1% (0,94% em 1960).
Com efeito, a década de 1960 poderá marcar o arranque de uma
notória evolução do município de Santa Maria da Feira que se
sente da análise feita nos números da população, uma evolução
que se propaga muito para além da contagem dos efectivos
populacionais. Se a população deste município cresceu tal será
sintoma de que a economia desse mesmo espaço se fortaleceu,
se diversificou e (consubstanciado por este comprovado aumento
populacional) frutificou.
1950
0,83 %
2000
1,37 %
EVOL. PESO PERCENTUAL
0,09 %
EVOL. PESO PERCENTUAL
0,27 %
1864
0,74 %
1950
1,10 %
Este momento coincidiu, igualmente, com a conquista de um papel
de notoriedade e afirmação do município no contexto nacional.
Não só do município enquanto entidade institucional, mas também
do município enquanto sede e berço de uma notável capacidade
produtiva das suas empresas e do seu tecido produtivo.
Este crescente peso proporcional de Santa Maria da Feira no contex-
to dos municípios portugueses (e, consequentemente, da sua noto-
riedade nacional) poderá facilmente ser corroborado através da leitura
do quadro referente aos números do recenseamento eleitoral.
Com efeito, no universo dos 308 municípios portugueses, Santa Maria
da Feira assume a 16.ª posição no que diz respeito ao número de
eleitores recenseados. Segundo os dados da Comissão Nacional de
Eleições, referentes a 31 de Dezembro de 2007, nas 31 freguesias
do concelho de Santa Maria da Feira contabilizavam-se 113 978
eleitores, número esse que sublinha, com particular ênfase, o peso
específico que o município de Santa Maria da Feira foi alcançando ao
longo das ultimas décadas. E estes elementos estatísticos serão tão
ou mais significativos se lembrarmos que no concelho encontram-se
recenseados cerca de 20% (19,1%) do total de eleitores de todo o
círculo eleitoral de Aveiro, número francamente superior ao peso es-
pecífico do município de Aveiro (10% do total de eleitores do Distrito).
121
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
513 931
265 475
236 429
227 713
156 850
147 323
139 166
138 568
136 199
136 043
135 872
134 226
132 027
122 248
116 788
113 978
110 144
107 525
100 681
100 218
99 709
98 757
98 650
94 161
82 843
79 392
71 998
70 391
66 241
62 480
61 400
61 297
60 658
57 423
57 083
56 295
55 475
53 021
52 247
51 348
50 157
49 901
48 611
48 360
47 478
47 127
46 784
46 151
46 088
45 900
45 674
44 787
44 276
43 339
42 565
41 711
41 503
41 065
41 011
40 221
39 454
38 915
38 016
37 824
37 038
36 516
35 703
34 441
33 966
33 525
33 197
32 723
31 570
31 418
31 040
30 765
30 154
30 070
29 701
29 694
28 859
28 434
28 375
28 091
27 597
27 261
26 786
25 972
25 823
25 673
25 376
25 207
23 806
23 079
22 826
21 776
21 746
21 572
21 414
21 385
21 042
21 022
20 711
20 599
20 557
20 417
20 224
19 961
19 811
19 771
19 650
19 519
19 466
19 278
19 196
19 089
18 723
18 691
18 583
18 566
18 388
18 381
18 038
18 028
17 983
17 804
17 673
17 613
17 299
17 013
16 877
16 749
16 613
16 503
16 417
16 054
15 869
15 856
15 509
15 222
15 215
15 122
15 071
15 068
15 048
14 724
14 543
14 326
14 191
14 129
14 054
13 695
13 641
13 282
13 153
13 130
12 899
12 876
12 429
12 402
12 377
12 300
12 228
12 214
12 201
11 829
11 817
11 814
11 743
11 712
11 552
11 463
11 450
11 381
11 268
11 233
11 218
11 214
11 171
10 980
10 938
10 783
10 650
10 519
10 377
10 310
10 299
10 291
10 262
10 200
10 091
9 683
9 592
9 527
9 373
9 177
8 980
8 921
8 908
8 840
8 668
8 657
8 558
8 479
8 441
8 398
8 347
8 344
8 343
8 218
8 207
8 137
8 118
8 081
7 955
7 931
7 929
7 774
7 620
7 560
7 543
7 524
7 504
7 434
7 423
7 306
7 269
7 268
7 082
7 024
6 953
6 907
6 825
6 810
6 552
6 541
6 510
6 368
6 328
6 298
6 273
6 266
6 251
6 227
6 196
6 164
6 158
6 084
6 060
6 042
5 990
5 976
5 922
5 916
5 813
5 694
5 606
5 563
5 559
5 378
5 246
5 184
5 146
5 129
4 749
4 745
4 726
4 723
4 691
4 647
4 556
4 535
4 497
4 407
4 188
4 184
4 155
4 150
4 072
4 050
3 971
3 834
3 825
3 824
3 790
3 649
3 617
3 603
3 533
3 401
3 386
3 295
3 284
3 255
3 244
3 242
3 141
3 118
3 110
2 845
2 840
2 814
2 506
2 113
1 975
1 570
1 266
337
8 784 959
LISBOA
SINTRA
VILA NOVA DE GAIA
PORTO
LOURES
CASCAIS
ALMADA
AMADORA
OEIRAS
MATOSINHOS
BRAGA
GONDOMAR
GUIMARÃES
COIMBRA
SEIXAL
SANTA MARIA DA FEIRA
ODIVELAS
VILA NOVA DE FAMALICÃO
LEIRIA
FUNCHAL
VILA FRANCA DE XIRA
BARCELOS
MAIA
SETÚBAL
VISEU
VIANA DO CASTELO
VALONGO
BARREIRO
PAREDES
AVEIRO
VILA DO CONDE
SANTO TIRSO
TORRES VEDRAS
OLIVEIRA DE AZEMÉIS
PENAFIEL
MOITA
FIGUEIRA DA FOZ
PÓVOA DE VARZIM
SANTARÉM
PONTA DELGADA
AMARANTE
FARO
COVILHÃ
LOULÉ
CASTELO BRANCO
POMBAL
ALCOBAÇA
FAFE
MAFRA
ÉVORA
FELGUEIRAS
OVAR
VILA REAL
PALMELA
CHAVES
ÁGUEDA
MARCO DE CANAVESES
VILA VERDE
PAÇOS DE FERREIRA
CALDAS DA RAINHA
PORTIMÃO
PONTE DE LIMA
OURÉM
TOMAR
GUARDA
ABRANTES
MONTIJO
SESIMBRA
LOUSADA
BRAGANÇA
CANTANHEDE
OLHÃO
ALENQUER
TORRES NOVAS
SANTA CRUZ
TROFA
ESPINHO
ÍLHAVO
MARINHA GRANDE
BEJA
ESPOSENDE
ANGRA DO HEROÍSMO
FUNDÃO
TONDELA
SILVES
CÂMARA DE LOBOS
ANADIA
SANTIAGO DO CACÉM
ARCOS DE VALDEVEZ
LAMEGO
SEIA
ALBUFEIRA
MIRANDELA
ESTARREJA
PENICHE
PORTALEGRE
ODEMIRA
VALE DE CAMBRA
MONTEMOR-O-VELHO
TAVIRA
RIBEIRA GRANDE
PÓVOA DE LANHOSO
LAGOS
VALPAÇOS
LOURINHÃ
AROUCA
ALBERGARIA-A-VELHA
MONÇÃO
MACHICO
PORTO DE MÓS
CARTAXO
ELVAS
BENAVENTE
MANGUALDE
SÃO JOÃO DA MADEIRA
OLIVEIRA DO HOSPITAL
ALMEIRIM
VIZELA
BAIÃO
CORUCHE
CINFÃES
CELORICO DE BASTO
OLIVEIRA DO BAIRRO
SOURE
VAGOS
RIO MAIOR
MACEDO DE CAVALEIROS
MEALHADA
AMARES
SALVATERRA DE MAGOS
PRAIA DA VITÓRIA
AZAMBUJA
SÃO PEDRO DO SUL
VILA POUCA DE AGUIAR
PESO DA RÉGUA
ENTRONCAMENTO
LAGOA
CABECEIRAS DE BASTO
CASTRO DAIRE
CAMINHA
MONTEMOR-O-NOVO
PONTE DE SOR
GOUVEIA
SERTÃ
VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO
SABUGAL
MONTALEGRE
VIEIRA DO MINHO
CASTELO DE PAIVA
PENACOVA
SERPA
MOURA
LOUSÃ
ALIJÓ
ESTREMOZ
NAZARÉ
NELAS
VALENÇA
PONTE DA BARCA
GRÂNDOLA
BATALHA
ALCANENA
CADAVAL
RIBEIRA BRAVA
SÁTÃO
ALCÁCER DO SAL
ANSIÃO
MIRA
VINHAIS
BOMBARRAL
ARGANIL
ALCOCHETE
HORTA
CONDEIXA-A-NOVA
SEVER DO VOUGA
CALHETA
RESENDE
MOGADOURO
SANTA COMBA DÃO
LAGOA
SINES
PINHEL
MOIMENTA DA BEIRA
MIRANDA DO CORVO
IDANHA-A-NOVA
TRANCOSO
VOUZELA
TÁBUA
VENDAS NOVAS
MELGAÇO
ÓBIDOS
TORRE DE MONCORVO
CARREGAL DO SAL
CHAMUSCA
MORTÁGUA
PAREDES DE COURA
REGUENGOS DE MONSARAZ
OLIVEIRA DE FRADES
ALJUSTREL
ARRUDA DOS VINHOS
MURTOSA
SANTANA
VILA FRANCA DO CAMPO
PROENÇA-A-NOVA
CELORICO DA BEIRA
SANTA MARTA DE PENAGUIÃO
VILA NOVA DE FOZ CÔA
PENALVA DO CASTELO
ALMEIDA
VILA NOVA DE CERVEIRA
PONTA DO SOL
MONDIM DE BASTO
RIBEIRA DE PENA
TERRAS DE BOURO
MIRANDA DO DOURO
FERREIRA DO ZÊZERE
SÃO BRÁS DE ALPORTEL
FERREIRA DO ALENTEJO
SÃO JOÃO DA PESQUEIRA
VILA FLOR
MAÇÃO
TAROUCA
MÉRTOLA
CARRAZEDA DE ANSIÃES
VILA VIÇOSA
ALMODÔVAR
SOBRAL DE MONTE AGRAÇO
NISA
ALVAIÁZERE
MURÇA
CAMPO MAIOR
BOTICAS
SABROSA
ARMAMAR
OLEIROS
VILA NOVA DA BARQUINHA
BORBA
FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO
FIGUEIRÓ DOS VINHOS
ALPIARÇA
CASTRO VERDE
SERNANCELHE
ARRAIOLOS
SÃO VICENTE
TABUAÇO
MEDA
REDONDO
AGUIAR DA BEIRA
VIMIOSO
BELMONTE
PENAMACOR
PORTEL
ALFÂNDEGA DA FÉ
VILA NOVA DE POIARES
CASTRO MARIM
MONCHIQUE
VILA NOVA DE PAIVA
ALANDROAL
POVOAÇÃO
PENELA
FORNOS DE ALGODRES
VIDIGUEIRA
OURIQUE
MORA
VIANA DO ALENTEJO
NORDESTE
SOUSEL
PAMPILHOSA DA SERRA
GOLEGÃ
MADALENA
VELAS
VILA DO PORTO
MESÃO FRIO
PORTO SANTO
ALJEZUR
LAJES DO PICO
GÓIS
GAVIÃO
AVIS
VILA DO BISPO
CUBA
MANTEIGAS
PEDRÓGÃO GRANDE
FREIXO ESPADA À CINTA
SANTA CRUZ DA GRACIOSA
SARDOAL
CRATO
VILA VELHA DE RÓDÃO
CALHETA
MARVÃO
CONSTÂNCIA
ALTER DO CHÃO
PENEDONO
FRONTEIRA
CASTANHEIRA DE PÊRA
ALCOUTIM
PORTO MONIZ
VILA DE REI
CASTELO DE VIDE
MONFORTE
SÃO ROQUE DO PICO
ARRONCHES
MOURÃO
ALVITO
SANTA CRUZ DAS FLORES
BARRANCOS
LAJES DAS FLORES
CORVO
Total Nacional
Fonte: Comissão Nacional de Eleições (dados referentes a 31.12.2007)
122
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Dito de outra forma, este peso específico da população do muni-
cípio de Santa Maria da Feira conquistou valores mais expressivos
e notórios.
Ora, sendo o município parte integrante de um sistema mais
amplo, dever-se-á proceder a uma análise dos fenómenos tendo
uma visão globalizante das realidades. Ou seja, os comportamen-
tos verificados em Santa Maria da Feira não serão, como é óbvio,
indissociáveis da realidade regional e nacional.
Deste modo, e como já foi sublinhado, Portugal é dos países do
contexto europeu que protagonizou um dos mais profundos e
rápidos processos de metamorfose socioeconómica no decurso
dos últimos 35/40 anos. Ora, a situação demográfico do país irá
reflectir, nessa exacta medida, as profundas alterações ocorridas
na sociedade e economia portuguesas desde meados da década
de 1970.
Nessa altura, comparativamente com os países mais desenvolvi-
dos a nível europeu, a dinâmica interna da demografia portuguesa
caracterizava-se por elevados níveis de fecundidade e de morta-
lidade infantil, uma esperança média de vida inferior à média eu-
ropeia e por fluxos migratórios significativos. A conjugação destes
indicadores permitem traçar um cenário não muito animador do
contexto sociocultural português da época.
O estudo de uma população e das suas variáveis e indicadores é,
desassombradamente, a melhor forma de se poder aferir o grau
de desenvolvimento (ou não) de um dado território.
123
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
124
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Na década de 1980, o cenário demográfico português alterou-se
significativamente, passando a população portuguesa a mani-
festar novos comportamentos demográficos. A este propósito
destaca-se a redução dos níveis de fecundidade (aproximando-se
dos valores médios europeus) e importantes ganhos na esperan-
ça média de vida, mercê da melhoria generalizada do contexto
socioeconómico do país. Paralelamente, neste período ocorre
ainda uma importante diminuição da mortalidade infantil e juvenil e
o país torna-se em país de imigração, rompendo décadas de uma
tradição emigratória.
Em resumo, a evolução da situação demográfica portuguesa nos
35 anos pode sintetizar-se do seguinte modo:
- Redução dos valores da fecundidade, em especial nos anos
90, para níveis dos mais baixos da União Europeia, pese embora
uma recente melhoria deste indicador. Esta redução poder-se-á
explicar, em parte, pela entrada definitiva da mulher no mundo
do trabalho assim como por uma generalização de utilização dos
meios contraceptivos.
- Acréscimo significativo dos valores de esperança média de vida
da população, tanto no sexo masculino como no feminino. Este
acréscimo explica-se pela melhoria assinalável das condições de
assistência médica e saúde pública em Portugal.
- Encerramento dos grande ciclos emigratórios transoceânicos
e europeus, seguindo Portugal a tendência de outros países da
União Europeia, como Espanha, Itália ou Grécia, passando Portu-
gal a assumir-se como um país de imigração, acolhendo indiví-
duos dos Países Africanos de Expressão de Língua Portuguesa,
Brasil e mais recentemente oriundos do Leste Europeu.
- Envelhecimento demográfico gerado na base da pirâmide etária
(redução do número de nascimentos) como no seu topo
(acréscimo da população com 65 e mais anos).
De um modo geral poder-se-á afirmar que Santa Maria
da Feira tende a acompanhar o comportamento a nível
nacional dos principais indicadores demográficos,
demonstrando, no entanto, uma dinâmica mais
positiva e mais vincada em todos eles.
125
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
b) Natalidade e Mortalidade
No que se refere aos valores da natalidade, os últimos 35 anos
em Portugal registaram uma tendência de forte decréscimo
destes valores. A metamorfose socioeconómica em Portugal tem,
obviamente, reflexos vários nos modos de vida das populações e
até na estrutura das famílias.
ÂMBITO GEOGRÁFICO
Arouca
Oliv. Azeméis
SM Feira
SJ Madeira
Vale Cambra
EDV
Região Centro
Região Norte
Portugal
11,3
11,3
12,4
12,5
10,1
11,8
10,08
12,1
11,4
NATALIDADE
11,6
11,5
13,3
7,6
9,6
12,0
10,10
12,3
11,7
NATALIDADE
9,9
10,3
11,7
11,5
9,0
10,9
7,14
11,2
11,4
MORTALIDADE
9,6
8,4
6,8
7,7
9,3
7,7
12,09
8,9
10,6
MORTALIDADE
9,2
8,3
6,6
7,6
9,6
7,6
11,6
8,7
10,3
MORTALIDADE
tt9,5
7,7
6,6
7,2
9,4
7,4
8,65
8,7
10,7
EVOLUÇÃO DA TAXA DE NATALIDADE E MORTALIDADE *
1998 2000 2002
Fonte: INE* Valores em permilagem
NATALIDADE
126
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
HOSPITAL DE S. SEBASTIÃO E ENVOLVENTE
127
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
O número de nascimentos no país diminuiu significati-
vamente. Uma análise às estatísticas permite concluir
que o concelho é, no contexto regional em que se insere,
o município que apresenta um comportamento mais
positivo da natalidade, suplantando, inclusive, os valores
totais do país.
Tal facto é revelador de um maior dinamismo demográfico que os
restantes municípios. Relativamente ao comportamento da mortalida-
de há uma tendência de quebra generalizada dos valores no conjunto
dos municípios do Entre Douro e Vouga. De resto, o agrupamento
destes municípios acompanha as tendências de quebra da Região
Norte e do desempenho Nacional. Digno de realce é ainda o
facto do município de Santa Maria da Feira ser, num con-
texto local, o concelho com menores taxas de
mortalidade.
Sendo a Taxa de Mortalidade um dos indicadores demográficos
usualmente utilizados na aferição da qualidade de vida das popula-
ções, poder-se-á inferir uma posição de maior relevo do município de
Santa Maria da Feira (6,6) em relação aos demais municípios da
Região de Entre Douro e Vouga (7,4). Mesmo comparando a
realidade numérica da mortalidade com a Região Norte (8,7) ou com
os valores nacionais (10,7), facilmente se conclui um melhor desem-
penho do município de Santa Maria da Feira.
O facto das alterações socioeconómicas registadas no país terem
os seus reflexos no comportamento dos indicadores demográficos.
Como foi já referido, nestes últimos 35 anos, o País modernizou-se
e foram criadas estruturas importantes no garante da melhoria das
condições de vida dos portugueses, nomeadamente no que concer-
ne a hábitos de cuidados de saúde e assistência médica. O abai-
xamento dos números da mortalidade feirense estará,
indelevelmente, associado ao surgimento do Hospital
Distrital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.
128
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
CARTA DOS EQUIPAMENTOSDE SAÚDE
129
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
c) Saldo Natural
É sabido que após anos de um crescimento demográfico que
se poderá considerar como sendo forte, Portugal tem vindo a
registar valores mais modestos neste indicador. Todavia, e dado
que o país registou uma melhoria do enquadramento socioeconó-
mico visível através do abaixamento significativo da mortalidade,
seria expectável que o diferencial entre natalidade e mortalidade
resultasse num crescimento demográfico não residual, tal como
sucede. No entanto, tal situação deriva do abaixamento significa-
tivo da natalidade tendo sido essa uma das principais alterações
comportamentais da demografia portuguesa moderna.
Na origem dos reduzidos saldos naturais registados no país está a
forte quebra do número de nascimentos.
O índice de fecundidade (número médio de filhos por mulher) está
hoje estabilizado em 1,5, nível inferior ao necessário para asse-
gurar a substituição das gerações (2,1) e um dos valores mais
baixos da Europa. Nascem menos crianças, mas a melhoria dos
cuidados de saúde permitiu, por um lado, uma evolução muito
positiva das taxas de mortalidade infantil (de 22%0 em 1981 para
4,1%0 em 2003) e, por outro, o aumento considerável nos valores
de esperança média de vida.
A conjugação destes diversos indicadores resulta num
alteração significativa dos padrões demográficos portu-
gueses, sendo que, estas alterações repercutem-se, obvia-
mente, ao nível do concelho de Santa Maria da Feira.
NASCIMENTOS EM PORTUGAL
1960
213 900
1991
152 100
2002
114 500
Fonte: INE
130
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Um dos aspectos mais marcantes deste novo cenário
demográfico português resulta num processo de envelhecimento
da população. Nos anos 60, os níveis de natalidade portugueses
eram elevados, representando os jovens quase 30% do total da
população. Nessa época, num contexto Europeu, Portugal apre-
sentava uma estrutura jovem. No entanto, hoje o cenário é bem
diferente e o país apresenta-se, nesse mesmo contexto, como um
país com uma menor proporção do grupo etário mais jovem.
Paralelamente, a proporção do grupo etário de população idosa
(indivíduos com 65 e mais anos) mais que duplicou desde 1960,
situando-se, presentemente, muito próximo dos valores médios
europeus, podendo-se, portanto, aludir a um envelhecimento da
população portuguesa.
131
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
d) Envelhecimento da população
As mutações socioeconómicas de Portugal ao longo das últimas
quatro décadas têm sido responsáveis por algumas das mais
importantes alterações do comportamento demográfico nacional.
As alterações da (e na) estrutura económica, e dos modos de vida
dos portugueses, a melhoria quase generalizada das condições
de saúde e higiene ou os novos paradigmas sociais de um país
têm sido agentes activos e decisivos para um progressivo enve-
lhecimento da população.
Este fenómeno, de resto comum a outros países da Europa do
Sul, caracteriza-se pelo aumento da importância da proporção
da população envelhecida (com 65 ou mais anos) relativamente à
população jovem (com menos de 15 anos).
Segundo Alfred Sauvey, o século XXI será o século do envelhe-
cimento. Ora, e se assim é, e se Portugal acelerou, nos últimos
anos uma evolução conducente à confirmação desta teoria,
será de todo pertinente que se equacionem diferentes formas de
encararmos as sociedades actual e vindoura. Não será excesso
linguístico admitir que o envelhecimento demográfico se assume
como o fenómeno mais relevante nas sociedades desenvolvidas
devido às suas múltiplas implicações na esfera socioeconómica
das regiões e dos países.
A baixa dos valores da fecundidade e o aumento da longevidade
são dos factores que explicam este fenómeno de envelhecimento
da população portuguesa. Durante muito tempo considerou-se
que a causa do envelhecimento residia única e exclusivamente
numa diminuição da mortalidade. No entanto, conclui-se hoje que
o declínio da fecundidade e os fluxos migratórios, internos e exter-
nos, têm um papel particularmente preponderante no processo de
envelhecimento da população.
132
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
133
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
O declínio da fecundidade, porque influi directamente na dimen-
são dos efectivos mais jovens da população. Os fluxos migrató-
rios com consequência directa e imediata na estrutura etária da
população, sobretudo em idade activa, mas também com uma
consequência indirecta pelas transferências de nascimentos que
originam.
Os dados disponíveis da realidade portuguesa ditam-nos que a
proporção de população portuguesa com 65 ou mais anos (po-
pulação idosa) duplicou nos últimos 40 anos. Crê-se ainda que,
até 2050, essa proporção volte a duplicar, sendo que, à luz desta
análise prospectiva, em 2050 o total de população idosa portu-
guesa totalize cerca de 32% da população do país.
O grau de envelhecimento demográfico de Portugal enquadra-se
com os valores médios da União Europeia, conforme se pode
concluir da análise da tabela seguinte.
EVOLUÇÃO DA PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA EM PORTUGAL (1960 – 2050)
1960
8%
1981
11%
1991
14%
2001
16%
2050
32%
Com base nas projecções do INE
POPULAÇÃO IDOSA (%)
17,0 %
14,8 %
17,5 %
17,3 %
17,1 %
16,3 %
11,1 %
18,2 %
14,0 %
13,7 %
15,5 %
16,7 %
15,3 %
17,2 %
15,6 %
16,8 %
PAÍS
Bélgica
Dinamarca
Alemanha
Grécia
Espanha
França
Irlanda
Itália
Luxemburgo
Holanda
Áustria
Portugal
Finlândia
Suécia
Reino Unido
União Europeia
Proporção de população idosa (65 ou mais anos), União Europeia (15), 2002 Fonte: INE
GRAU DE ENVELHECIMENTO NA UNIÃO EUROPEIA
134
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Quando foram divulgados os resultados definitivos do Censos
2001, não constituiu grande surpresa a constatação do índice de
envelhecimento ultrapassar o valor de 100. De resto, a consta-
tação da realidade deixava antever que o peso proporcional da
população idosa fosse superior ao do peso da população com
menos de 15 anos (o índice de envelhecimento calculado para
2001 refere 102 idosos por cada 100 jovens).
No entanto, considerando o conjunto do país, é possível consta-
tar-se ritmos diferenciados entre as diversas regiões. Desde há
muito que as regiões do interior têm assistido a um constante e
progressivo abandono das suas gentes, especialmente das franjas
populacionais mais jovens. Tal facto concorre sobremaneira
para o aumento do peso percentual da população idosa nestas
regiões. Ora, nestes casos, estar-se-á a falar de um envelheci-
mento provocado pela base da pirâmide etária, até porque poderá
assistir-se ao fenómeno de diminuição da população idosa e,
simultaneamente ao aumento do peso percentual deste grupo
etário. Para tal basta somente que diminuam os efectivos dos
outros escalões etários.
Por outro lado, em determinadas regiões do país, observam-se
ainda níveis de natalidade considerados altos quando vistos,
analisados e comparados com as médias nacionais. Nestes casos
verifica-se um equilíbrio entre o rácio da população jovem e a
população mais idosa.
Outros casos há em que as variações positivas da população se
ficam a dever aos fluxos migratórios, sobretudo mais visível nos
grupos etários da população em idade activa.
No caso do envelhecimento da população portuguesa patente no
período intercensitário de 1991 a 2001, estar-se-á a falar de um
duplo envelhecimento. A análise dos dados evidencia um estreita-
mento da base, sobretudo nas classes mais baixas, demonstrativo
de uma quebra dos índices de fecundidade, e um alargamento do
topo, sobretudo nas classes acima dos 65 anos de idade (popu-
lação idosa). Entre 1991 e 2001, a proporção de jovens diminuiu
de 20,0% para 16,0%, enquanto que a de idosos subiu de 13,6%
para 16,4%, suplantando, portanto, a população jovem.
A evolução do índice de envelhecimento neste período compreen-
dido entre os últimos momentos censitários em Portugal traduz-se
num aumento de cerca de 40 idosos por cada 100 jovens, que,
segundo as projecções demográficas realizadas se prevê que
continue e se intensifique nos próximos anos.
ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL
1991
68
2001
102
Relaciona a população idosa (65 ou + anos) com a população jovem (- 15 anos). Valor expresso em n.º de idosos por cada 100 jovens. Fonte: INE
135
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Como se pode verificar da análise da tabela, o recuo da natalida-
de começa a ter os seus reflexos na população em idade activa a
partir de 2010, representando no final do período cerca de 55%
do total da população, contra 68% recenseados em 2010. Destes
valores projectados resulta igualmente clara uma certa recupera-
ção dos valores da fecundidade a partir da década de 2020, algo
que se repercutirá nos valores da proporção de população jovem
a partir do ano de 2040 (recuperação de 0,02% de 2030 para
2040 e de 0,03% de 2040 para 2050). Ainda assim, este ganho
de proporção de população jovem previsto para este período será
“à custa” da população em idade activa, já que a população idosa
não cessará de aumentar a sua proporção no período referido.
0-14
20,0
16,0
15,4
13,9
12,7
12,9
13,2
0-14
17,5
15,0
14,9
13,7
14,6
21,4
19,1
0-14
12,8
11,8
13,5
10,9
12,5
14,7
13,9
15-64
66,4
67,7
68,9
65,7
63,0
58,5
55,1
15-64
68,5
65,5
69,7
63,9
66,8
65,6
67,2
15-64
62,9
61,3
64,4
60,6
64,3
66,2
65,1
65 ou +
13,6
16,4
17,7
20,4
24,2
28,6
31,8
65 ou +
14,0
19,4
15,4
22,3
18,6
13,0
13,7
65 ou +
24,3
26,9
22,1
28,5
23,2
19,1
21,0
1991
2001
2010
2020
2030
2040
2050
2001
NORTE
CENTRO
LISBOA
ALENTEJO
ALGARVE
RAA
RAM
2030
NORTE
CENTRO
LISBOA
ALENTEJO
ALGARVE
RAA
RAM
AGRAVAMENTO DO ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO
Fonte: INE
Fonte: INE
136
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
A nível regional, as metamorfoses da estrutura etária da população
revelam comportamentos diferenciados, pese embora ser trans-
versal a todo o território português uma generalizada tendência de
envelhecimento.
De acordo com os dados disponíveis, é visível que os maiores de-
créscimos de população jovem entre 2001 e a baliza temporal de
2050 (limite da projecção) se registam (ou registarão) nas Regiões
Norte e Centro de Portugal, assim como em ambas as Regiões
Autónomas. Esta tendência é de tal forma evidente que, em 2050,
se projecta que a Região Norte e as Regiões Autónomas dos Aço-
res e da Madeira deixem de ser as regiões mais jovens do país,
apresentando valores muito semelhantes às restantes regiões.
A população idosa, por seu turno, verificará um aumento progres-
0-14
12,9
12,0
14,4
10,9
13,0
13,4
13,1
15-64
54,3
53,0
57,3
50,9
57,3
58,2
56,0
65 ou +
32,8
34,9
28,2
38,2
29,7
28,4
30,9
2050
NORTE
CENTRO
LISBOA
ALENTEJO
ALGARVE
RAA
RAM
sivo e contínuo em todas as regiões nacionais, sobretudo também
no Norte e Regiões Autónomas, ou seja, naquelas regiões até
agora menos envelhecidas e que só muito recentemente deixaram
de garantir a substituição das gerações.
De um modo geral, o envelhecimento da população será
um fenómeno comum a todo o país e a todas as regiões
nas próximas décadas, embora em momentos e com
ritmos de mudança diferenciados, tornando-se o ritmo
mais lento à medida que a população idosa reforça o
seu peso proporcional na população total.
Uma das notas mais salientes da interpretação dos dados, tanto
numa perspectiva retrospectiva como numa prospectiva, tem a
ver com o comportamento da evolução da população idosa e da
população muito idosa. Nos 30 anos que decorreram entre 1960
e 1991 a população portuguesa cresceu, em média, 0,4% ao ano.
Valor muito semelhante foi verificado na evolução da população
em idade activa (0,5% ao ano). No entanto, as taxas de cresci-
mento da população idosa e muito idosa registaram valores bem
acima dos registados nos outros grupos etários. A população
idosa regista um crescimento médio anual de 2,1% e a população
muito idosa (indivíduos com 85 ou mais anos) atinge o ritmo mais
rápido de crescimento: quase 3,0% ao ano.
Paralelamente, a população jovem, identificada com a faixa etária
inferior (menos de 15 anos), regista um decréscimo médio de
0,9% ao ano.
Fonte: INE
137
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
0,4%
2,1%
2,9%
0,2%
1,6%
3,4%
0,4%
1,1%
1,9%
1960-1991
POPULAÇÃO TOTAL
65 + ANOS
85 + ANOS
1991-2020
POPULAÇÃO TOTAL
65 + ANOS
85 + ANOS
2020-2050
POPULAÇÃO TOTAL
65 + ANOS
85 + ANOS
TAXA MÉDIA ANUAL DE CRESCIMENTO (PORTUGAL)POPULAÇÃO TOTAL E IDOSA, 1960-2050
No período subsequente, compreendido entre 1991 e 2020, o
crescimento médio da população total tenderá a abrandar e a ser
reduzido a metade (0,2%). Tal deve-se a ritmos muito fracos até
2010 e negativos na década seguinte.
A população jovem mantém uma variação negativa e a população
em idade activa regista um crescimento igualmente baixo (cerca
de 0,2% média anual), enquanto que a população com mais de
65 ou mais anos cresce a ritmos de 1,8% ao ano. No mesmo
período, e mais evidente será mesmo o aumento da longevidade,
com a população com 85 ou mais anos a evoluir grandemente
(média de 3,4%/ano).
Entre 2020 e 2050, a população total observa uma evolução
média anual simétrica, comparativamente ao período de 1960 a
1991. Esta evolução resulta de trajectórias diferentes nos grandes
grupos etários. A população em idade activa junta-se à população
jovem, assumindo ambas trajectórias negativas, e unicamente a
população idosa (e com especial ênfase a população muito idosa)
regista valores positivos, embora mais moderados que no período
anterior, tendência esperada dado o grau de envelhecimento
entretanto atingido.
Ora, se é na Região Norte que mais alterações irão ocor-
rer ao nível da estrutura etária da população portugue-
sa, é óbvio que essas mesmas alterações terão reper-
cussões e reflexos na própria estrutura populacional de
Santa Maria da Feira. A tendência será, claro está, para
serem sentidas no município as transformações demo-
gráficas previstas para o país: um progressivo aumento
Cálculos com base nos Recenseamentos Gerais da População, de 1960 a 2001 e projecções da população residente, 2000-2050) Fonte: INE
138
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
do peso proporcional da população idosa e muito idosa,
muito “à custa” dos demais grupos etários, particular-
mente do escalão da população mais jovem. No entanto,
esta tendência não será tão pronunciada no concelho
como nos demais municípios da Área Metropolitana do
Porto. Embora inegável, o envelhecimento da população
Feirense traduzir-se-á a um ritmo bem mais lento do que
na grande maioria dos municípios envolventes.
Do conjunto de dados vertidos nas tabelas seguintes, conclui-se
que Santa Maria da Feira foi dos municípios que, no contexto da
Área Metropolitana do Porto e no intervalo temporal de 1991 a
2001 conseguiu conservar um maior teor de juventude da sua
população (apesar de perdas na ordem dos 3,79% do peso per-
centual efectivos populacionais de idade inferior a 15 anos), como
um aumento menos rápido da população idosa e muito idosa do
que na maior parte dos municípios da AMP e até do País.
1991
23,79
20,12
20,91
21,26
20,64
21,72
16,95
23,82
21,81
22,19
21,61
23,69
21,32
22,20
22,32
20,22
2001
18,12
15,23
17,31
17,43
15,98
17,25
13,14
19,03
17,33
18,41
16,84
19,17
15,85
17,85
17,97
17,05
VARIAÇÃO
-5,67
-4,89
-3,60
-3,83
-4,66
-4,47
-3,81
-4,79
-4,49
-3,79
-4,77
-4,52
-5,47
-4,35
-4,35
-3,17
MUNICÍPIO
Arouca
Espinho
Gondomar
Maia
Matosinhos
Oliveira de Azeméis
Porto
Póvoa do Varzim
S. João da Madeira
Santa Maria da Feira
Santo Tirso
Trofa
Vale de Cambra
Valongo
Vila do Conde
Vila Nova de Gaia
POPULAÇÃO JOVEMPROPORÇÃO:
AMP VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 91-01:
JOVEM
-5,34
ADULTA
2,74
IDOSA
2,61
Esta tendência quase “contra ciclo” com a Região e os fenómenos
nacionais evidencia um dinamismo demográfico importante do
município e que permite, de forma desassombrada, sublinhar-se
que a população é um importante recurso que Santa Maria da Fei-
ra tem ao seu dispor, importando, por isso, que saiba retirar desse
mesmo recurso todas as suas potencialidades.
* AMP: Área Metropolitana do PortoFonte: INE
*
139
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
1991
61,34
69,45
70,35
69,79
70,36
67,78
68,25
66,83
68,97
68,97
68,59
68,22
65,31
70,66
68,20
70,15
1991
14,87
10,42
8,74
8,95
9,01
10,50
14,80
9,34
9,21
8,83
9,80
8,08
13,37
7,14
9,48
9,63
2001
65,72
70,25
71,73
72,04
71,75
69,56
67,47
69,74
70,56
70,54
70,16
70,84
67,86
72,36
70,36
71,06
2001
16,16
14,51
10,96
10,53
12,27
13,19
19,38
11,23
12,11
11,06
13,00
9,99
16,29
9,79
11,67
11,90
VARIAÇÃO
4,38
0,80
1,38
2,25
1,39
1,79
-0,77
2,90
1,59
1,56
1,57
2,62
2,55
1,70
2,16
0,91
VARIAÇÃO
1,29
4,09
2,22
1,58
3,26
2,69
4,58
1,89
2,90
2,23
3,20
1,91
2,92
2,65
2,19
2,27
POPULAÇÃO ADULTA POPULAÇÃO IDOSA
Fonte: INE
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
5 685
7 034
29 938
19 804
31 303
14 520
51 269
13 053
4 025
26 332
15 078
7 776
5 231
16 466
14 470
50 261
312 245
20,4
4 391
5 134
28 411
20 940
26 686
12 198
3 584
12 081
3 656
25 028
12 193
7 206
3 931
15 349
13 369
49 222
243 379
15,06
14 656
24 278
100 726
65 013
106 720
45 305
206 423
36 617
12 727
81 830
47 857
26 622
16 025
52 407
44 217
174 370
1 055 793
68,99
15 921
23 676
117 706
86 527
119 842
49 197
177 544
44 262
14 890
95 904
50 794
26 622
16 828
62 233
52 342
205 180
1 159 468
71,73
3 553
3 644
12 514
8 334
13 659
10 479
44 780
5 118
1 700
10 479
6 838
2 653
3 281
5 299
6 149
23 934
162 414
10,61
3 915
4 891
17 979
12 644
20 498
9 326
51 003
7 127
2 556
15 032
9 409
3 753
4 039
8 423
8 680
34 347
213 622
13,22
MUNICÍPIO | POPULAÇÃO
Arouca
Espinho
Gondomar
Maia
Matosinhos
Oliveira de Azeméis
Porto
Póvoa do Varzim
S. João da Madeira
Santa Maria da Feira
Santo Tirso
Trofa
Vale de Cambra
Valongo
Vila do Conde
Vila Nova de Gaia
A.M.P.
PROPORÇÃO %
1991 2001
Fonte: INE
JOVEM JOVEM ADULTA ADULTAIDOSA IDOSA
141
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
234
235
669
498
845
494
3 404
308
96
714
406
146
294
317
336
1 482
10 478
455
415
1 343
942
1 618
796
4 939
584
205
1 208
826
285
426
634
688
2 556
17 920
%
0,98
0,67
0,47
0,53
0,56
0,74
1,13
0,56
0,52
0,6
0,58
0,44
1,2
0,43
0,52
0,6
0,68
%
1,88
1,23
0,82
0,78
0,97
1,13
1,88
0,92
0,97
0,89
1,14
0,76
1,72
0,74
0,92
0,89
1,11
VARIAÇÃO
0,9
0,56
0,35
0,25
0,41
0,39
0,75
0,36
0,45
0,29
0,56
0,32
0,52
0,31
0,4
0,29
0,43
MUNICÍPIO
Arouca
Espinho
Gondomar
Maia
Matosinhos
Oliveira de Azeméis
Porto
Póvoa do Varzim
S. João da Madeira
Santa Maria da Feira
Santo Tirso
Trofa
Vale de Cambra
Valongo
Vila do Conde
Vila Nova de Gaia
A.M.P.
POPULAÇÃO MUITO IDOSA (+ DE 85 ANOS)
Fonte: INE
1991
TOTAL
2001
TOTAL
142
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
3. Educação
A educação assume-se como um dos pilares basilares da so-
ciedade moderna tal como a conhecemos. Se assim não fosse,
seriam impensáveis os investimentos feitos pelos governos do
mundo desenvolvido neste sector estratégico para a sustentação
da sociedade e do tecido socioeconómico. A educação sempre
assumiu um papel de destaque nas civilizações antigas que mais
se notabilizaram, como a Civilização Egípcia, a Grécia Antiga ou o
Império Romano. Ontem, como hoje, não é possível pensarmos
em desenvolvimento, crescimento, inovação ou bem-estar sem
que todos os que compõem a sociedade possuam os
instrumentos básicos que lhes permitam intervir de forma activa
no esforço que conduz ao avanço colectivo a que damos o nome
de desenvolvimento.
Se é verdade que a educação é um processo de crescimento, de-
senvolvimento, valorização e aperfeiçoamento pessoal, potencian-
do o aproveitamento das capacidades de cada um dos indivíduos,
também não será menos verdade que a educação conjunta
de uma sociedade eleva exponencialmente a possibilidade de
aproveitamento dessas capacidades, almejando o bem comum.
Através da educação, os indivíduos tomam consciência dos valo-
res que dão consistência ao meio social em que estão inseridos,
desenvolvendo o sentido crítico necessário para uma interven-
ção que contribua para o desenvolvimento do mesmo. Todos
os elementos que constituem um grupo necessitam de interagir
concertadamente entre si para beneficiarem do progresso que
vão construindo, colocando ao serviço de todos a riqueza criada,
preservando o meio que os rodeia e propiciando o bem-estar.
É da responsabilidade de cada geração preparar os instrumentos
necessários para que os que vêm a seguir consigam uma fácil
integração social. É através da educação que cada geração deixa
143
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
à geração seguinte o seu legado mais rico, transmitindo a susten-
tabilidade do seu desenvolvimento. No actual estado de desenvol-
vimento da nossa sociedade, compete ao sistema educativo, do
qual uma parte substantiva está assente na organização escolar,
fornecer uma quota importante daqueles instrumentos.
Ora, desta forma, e se o desenvolvimento social a todos interessa,
então a todos tem que interessar o modo como se educam os
cidadãos, assim como não pode haver um desenvolvimento com-
pleto da comunidade sem que todos os seus membros possuam
as condições para o desempenho correcto do seu papel social,
também não é possível ter condições de obter uma boa educação
e formação sem a intervenção da comunidade envolvente. E nesta
intervenção a comunidade aproveita para “crescer”. A educação
é, pois, um esforço que não pode, de modo algum, ser
individual mas, interessando a todos e tendo todos de
intervir nela, dilui os papéis de actores e de espectadores.
Conhecer uma população é bem mais do que apenas saber
quantificá-la numericamente. Esse indicador, embora não possa
ser negligenciado, é pouco ambicioso na tentativa de perspectivar
o futuro. Deste modo, importará saber caracterizar essa mesma
população através de uma análise mais ampla e mais alargada. Só
assim se poderão avaliar os graus de cumprimento das políticas
em curso para que possam ser reforçadas ou, em alternativa,
revistas e melhoradas, isto sempre tendo como horizonte final a
prossecução do objectivo central que é a melhoria da qualidade
de vida e bem-estar das populações através de um desenvolvi-
mento económico sustentável que almeje a coesão social.
As mutações socioeconómicas registadas no Portugal moderno
tiveram, como foi já referido, reflexos múltiplos na estrutura social
portuguesa. Tal será facilmente comprovável se nos detivermos
com maior pormenor nas mudanças ao nível do tecido econó-
mico, nas estruturas familiares, na organização do espaço e do
território, na distribuição da população, na habitação, entre uma
infindável listagem de indicadores. O sector da educação não é
excepção. Os efeitos da democratização política resultante da
revolução de Abril possibilitaram idêntico progresso no sector do
ensino e da educação em Portugal. O que seria privilégio para
poucos passou a ser, paulatinamente, um direito de todos. Causa
e consequência do desenvolvimento inquestionável do país,
nenhum outro sector terá merecido tão forte investimento como
a educação, facto esse sintomático da importância enquanto
“motor” de desenvolvimento.
Este facto pode ser facilmente corroborado com a análise da
evolução da taxa de analfabetismo em Portugal nas últimas três
décadas. Com efeito, apesar do decréscimo da população em
idade escolar (entre os 6 e os 24 anos), o número de alunos que
frequentam os diversos graus do sistema de ensino aumentou
significativamente. Não obstante o analfabetismo ter vindo a
diminuir de forma acentuada desde a década de 70 (de 25,7%
para 9,0%), em 2001 nove em cada 100 portugueses com dez
ou mais anos não sabiam ler nem escrever, continuando Portugal
a apresentar uma das taxas mais elevadas no contexto europeu.
A taxa de analfabetismo das mulheres foi sempre superior à dos
homens, ao longo deste período. Em 2001, cifrava-se em 11,5%
para as mulheres e em 6,3% para os homens. Apesar de subsistir
ainda esta diferença considerável, verificou-se uma aproximação
144
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
nas últimas três décadas (em 1970, a taxa para as mulheres era
de 31,0% e para os homens de 19,7%). Os principais factores
que têm influenciado a diminuição da taxa de analfabetismo são a
já referida escolarização progressiva dos jovens em idade escolar
e a renovação das camadas mais idosas da população por outras
com menores taxas de analfabetismo.
É de referir que as taxas de analfabetismo, quer dos indivíduos do
sexo masculino, quer dos indivíduos do sexo feminino da popula-
ção idosa (com 65 e mais anos), ainda que elevadas, diminuíram
nos últimos 30 anos: nos homens, a proporção de pessoas que
não sabiam ler ou escrever passou de 47,0%, em 1970, para
24,5%, em 2001; nas mulheres, a percentagem de analfabetismo
apresenta-se bastante superior: 64,6%, em 1970, e 40,8%, em
2001. Ao longo dos 30 anos ocorreu uma efectiva redução de
alunos que se encontravam a frequentar os dois primeiros ciclos
do ensino básico: em 1970 estavam matriculados cerca de um
milhão de alunos e em 2001 apenas 800 mil. Para esta redução
deverá ter contribuído, entre outros factores, a queda da natalida-
de entretanto ocorrida.
145
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
CARTA DA REDE ESCOLAR
146
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Quanto aos alunos matriculados no terceiro ciclo do ensino básico
e no ensino secundário, o número triplicou em trinta anos, pas-
sando de 224 mil, em 1970, para mais de 735 mil, em 2001. Esta
massificação escolar está associada ao alargamento da escolarida-
de obrigatória ao 3. º ciclo do ensino básico. No ensino superior a
evolução foi ainda mais significativa, já que o número de estudantes
decuplicou nas três décadas, passando de cerca de 38 mil, em
1970, para mais de 390 mil, em 2001. Para este aumento terá con-
tribuído o alargamento e descentralização do parque escolar univer-
sitário, com a criação de novas universidades públicas e privadas,
assim como de institutos politécnicos. Também se verificou que as
mulheres passaram a constituir a maioria dos estudantes do ensino
superior, 56% do total, em 2001, percentagem que, em 1970, per-
tencia aos homens. Ao longo das últimas três décadas, a crescente
escolarização da população portuguesa suscitou a diminuição da
proporção da população sem qualquer qualificação (de 60,6%, em
1970, para 26,4%, em 2001) e o aumento do peso da população
com o ensino secundário completo (de 2,3% para 11,0%) e o su-
perior completo (0,6% para 6,5%). Assistiu-se também a uma cres-
cente feminização dos níveis de ensino mais elevados (secundário,
médio e superior). De facto, a proporção de mulheres ultrapassou
a proporção de homens nesses níveis de ensino. Simultaneamen-
te, a proporção de mulheres sem qualquer qualificação continua
superior à dos homens. Refira-se que, em 1970, em todos os níveis
de ensino, a proporção de população masculina com qualificações
académicas era superior à feminina. O reconhecimento da impor-
tância da educação por parte do poder político consubstanciou-se
no aumento da despesa pública neste sector que, em percentagem
do PIB, cresceu significativamente nas últimas três décadas, pas-
sando de 4,3%, em 1977, para 7,0%, em 2001.
Os números registados no domínio da Educação e
da Qualificação dos feirenses não são, grosso modo,
particularmente brilhantes. Pelo menos é esta a ideia
preconcebida aceite pela generalidade das pessoas. Tal
fica a dever-se, em grande medida, ao elevado vínculo
da sua população aos sectores mais tradicionais, como
a Indústria ou a Construção Civil, ou seja, sectores de
actividade que, por norma, não exigem grande pre-
paração académica. Tal denuncia, igualmente, uma
entrada precoce da mão-de-obra feirense no mundo de
trabalho, tese que será corroborada pelas estatísticas
relacionadas com o abandono escolar.
Ora, neste aspecto surgirá, desde logo, o primeiro grande
constrangimento para o município, já que a unanimidade dos
estudos que se debruçam sobre as questões do desenvolvimento
apontam a educação e a qualificação como o principal motor para
a prossecução dos objectivos centrais de desenvolvimento. Se
assim é, então, a baixa qualificação e preparação da mão-de-obra
de um município poderá, a não ser revertida a situação, funcionar
como obstáculo a esse mesmo desenvolvimento, concorrendo
para a perda de vigor económico do seu tecido empresarial. Daí
que seja de todo imperativo que estas questões relacionadas com
a educação possam ser equacionadas, previstas e planeadas o
mais atempadamente possível.
Aliás, este compromisso com a Educação é, também, um desígnio
nacional. O problema não se confina apenas e só aos limites do
município de Santa Maria da Feira ou da Região Norte. É um pro-
blema transversal a todo o país e que ajuda, em grande medida,
147
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
a explicar as dificuldades que Portugal tem tido para, de uma vez
por todas, entrar no “comboio” europeu da convergência.
A tenacidade dos esforços encetados pelas entidades respon-
sáveis pelo sector da educação nos últimos anos tem vindo a
frutificar. Um pouco por todo o país foi sendo renovado o parque
escolar com a construção de novas escolas ou a reconversão de
outras. Foram feitos reajustes nos conteúdos programáticos dos
curricula, a escolaridade obrigatória foi alargada para nove anos
e os ensinos secundário e superior foram democratizados. Estes
esforços coincidiram no tempo com o desenvolvimento registado
pelo país nos últimos 20 anos.
No entanto, dado estarmos inseridos num contexto de enorme
competitividade determinada pela globalização, não nos bastará
apenas darmos sequência ao que tem vindo a ser feito. Tal não
significa que o percurso percorrido neste domínio esteja incorrec-
to, mas apenas que está a ser efectuado a velocidade inferior ao
requerido pelas necessidades do país, de forma a atingir-se um
desenvolvimento económico sustentado que possa patrocinar a
coesão social dos portugueses.
CENTRO ESCOLAR DO MURADO
148
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
8,4
15,0
6,7
6,6
5,9
5,5
7,1
4,8
7,0
8,5
5,1
6,7
11,4
5,5
7,2
6,4
9,9
11,0
6,7
11,7
7,0
5,5
4,8
5,2
6,8
4,8
5,9
7,2
4,8
5,6
9,7
5,0
6,2
5,4
8,3
9,0
CONCELHOS
Santa Maria da Feira
Arouca
Espinho
Gondomar
Maia
Matosinhos
Oliveira de Azeméis
Porto
Póvoa do Varzim
S. João da Madeira
Santo Tirso
Trofa
Vale de Cambra
Valongo
Vila do Conde
Vila Nova de Gaia
Região Norte
Portugal
TAXA DE ANALFABETISMO MUNICÍPIOS AMP (1991 – 2001)
Fonte: INE
A evolução da taxa de analfabetismo no município de
Santa Maria da Feira no decénio compreendido entre
1991 e 2001 permite-nos concluir que os esforços regis-
tados neste domínio têm surtido os seus efeitos. Neste
intervalo temporal, os números do município afasta-
ram-se da média nacional, de 8,4 para 9,9 em 1991 (1,5
de diferença para os números do país) passando essa
mesma diferença para 1,6 em 2001.
Dito de outra forma, Santa Maria da Feira conseguiu
registar maior evolução neste domínio que a média
nacional. Tal é sintomático dos resultados de uma
aposta clara no sector nos últimos anos.
Comparativamente aos demais municípios da Área Metropolitana
do Porto, verifica-se que os números verificados pelo município
feirense estão, grosso modo, ainda algo desfasados da maioria
dos municípios tidos como mais urbanos e desenvolvidos. Tal
denuncia o vínculo claro entre a educação e a qualificação das
populações com o grau de desenvolvimento dos territórios, sendo
este facto, simultaneamente, causa e consequência desse mesmo
desenvolvimento, causa, já que se uma população possui melho-
res condições de vida, obviamente que irá procurar proporcionar
aos seus filhos uma educação melhor, consequência, dado que
essa maior qualificação da mão-de-obra vai ser motor de
potenciamento e de fixação de actividades económicas com
maior teor técnico e tecnológico: as denominadas actividades de
valor acrescentado.
1991 2001
CAPÍTULO I INTRÓITO
ÁREA CENTRAL DE SANTA MARIA DE LAMAS
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ESCOLA SECUNDÁRIA DE FIÃES
151
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
Mantendo a incrementação dos projectos municipais de combate
ao analfabetismo e ao abandono precoce do sistema educativo,
Santa Maria da Feira continuará com uma taxa inferior à média
nacional e à Região Norte, perspectivando-se – pelas políticas
recentes – resultados mais positivos entre os municípios da Área
Metropolitana do Porto.
Daqui se conclui que a educação é um pilar inequívoco do
desenvolvimento de um país, de uma região ou de um município.
A sua importância é de tal modo inquestionável que este sector
pode assumir-se tanto como constrangimento ou como excelente
veículo para o desenvolvimento.
Deste modo, dado que o diagnóstico realizado sobre a realidade
de Santa Maria da Feira aponta algumas lacunas a este nível, im-
portará apontar-se rumos a seguir com vista à superação desses
constrangimentos.
A educação é uma das áreas essenciais a considerar e a intervir,
pois trata-se da “trave-mestra” com forte expressão não só numa
óptica de desenvolvimento pessoal e humano, mas também con-
dição indispensável de suporte das exigências de desenvolvimen-
to das economias baseadas no conhecimento e tecnologia como
pretende ser a economia de Portugal.
Assim sendo, resulta claro que uma firme intervenção a este nível
deverá ser devidamente articulada e coordenada pela administra-
ção central, que detém os meios e as competências necessárias
para desencadear os mecanismos e as políticas indispensáveis.
No entanto, não se pense que à administração local deverá estar
reservado um papel de mero observador. Embora as competên-
cias dos municípios neste sector centrem-se muito nos níveis
pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, tal não significa que
não possa haver forte empenhamento das autarquias na
educação em geral; pelo contrário, até porque estes níveis de
ensino se assumem como a base de todo o sector e determinam,
em grande medida, o sucesso das políticas nos níveis de ensino
subsequentes. Deste modo, uma intervenção das Autarquias que
conduza ao ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico de
elevada qualidade terá, obviamente, reflexos positivos nos ciclos
seguintes. Para almejarmos a qualidade e a excelência do nosso
sector educativo teremos que necessariamente revelar ambição
nos projectos e estratégias que projectamos, abraçamos
e desenvolvemos.
A educação e a formação são factores de extrema relevância para
o desenvolvimento dos indivíduos, a competitividade dos países e
a participação activa nos processos de mudança social. Sendo o
conhecimento, a qualidade e a inovação elementos centrais das
economias contemporâneas, a aposta na excelência dos sistemas
de formação e de educação constitui o aspecto decisivo quando
se insere num quadro de instrumentos de planeamento ou de
projecção do futuro. Estes pressupostos estão, de resto, consa-
grados em quadros de instrumentos como o “Norte 2015” ou o
“PROT-N” que assumem a aposta clara, entre outras, no sistema
científico e tecnológico, sobretudo no sistema de ensino superior
da região, intensificando a formação de jovens nestas áreas e
ainda em mecanismos de apoio à intensificação tecnológica de
empresas da região.
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Estes serão, pois, os pressupostos em que assentam a estra-
tégia de desenvolvimento gizada para o norte de Portugal. Uma
estratégia que reclama forte investimento no sector da educação,
nomeadamente numa formação de base que permita aos jovens a
necessária qualificação para responder às exigências da cada vez
mais premente intensificação tecnológica, através da qualificação
para a integração nos sistemas intermédio e universitário, permi-
tindo o potenciamento de reais mais-valias no tecido produtivo.
Contudo, para que tal possa, de facto, ser alcançado, impõe-se a
prossecução de um plano que vise o desenvolvimento de
condições infra-estruturais e de equipamentos, assim como a
153
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
acção atenta sobre as complementaridades educativas e pedagó-
gicas. Ambos os eixos visam a constituição de um projecto funda-
mental de estabelecimento de prioridades estratégicas, sendo que
o ensino pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico se assumem
determinantes para o sucesso.
Daqui se vê, de forma evidente, qual o grau de comprometimen-
to que as autarquias deverão assumir para o desenvolvimento
dos seus territórios e do país através da educação. Para tal, será
necessária a requalificação e modernização do parque escolar,
através de acção assente em estudos, projectos, assistência
técnica e fiscalização, obras de construção / ampliação / requalifi-
cação dos estabelecimentos, arranjos exteriores dentro do
perímetro dos estabelecimentos, mobiliário escolar, material
didáctico e equipamento informático destinado a apetrechar as
novas salas de aula e outros equipamentos necessários ao funcio-
namento de espaços específicos resultantes da construção e/ou
ampliação das escolas.
O ensino pré-escolar é a primeira etapa do processo de educação
dos indivíduos que se pretende contínuo ao longo das suas vidas.
Assim sendo, importa que se potencie a existência de condições
de acolhimento das crianças no sistema que se traduzam no
aumento das taxas de escolarização nesta faixa etária.
Este nível de ensino contribui ainda para o desenvolvimento das
crianças e é instrumento considerável no combate à exclusão
social, dado que, além de garantir um espaço de desenvolvimento
humano, disponibiliza ainda o serviço de guarda das crianças.
A rede de ensino pré-escolar serve, assim, o desenvolvimento das
crianças, mas também concorre para a competitividade e para a
coesão social.
A rede do ensino pré-escolar revela uma dimensão equipamen-
tal insuficiente, estimando-se que, no contexto da AMP, sejam
necessárias 645 novas salas e a requalificação de 297, de modo
a contribuir-se para o aumento das taxas de escolarização deste
nível de ensino, almejando-se a sua universalização.
As mudanças da sociedade actual colocam a escola perante o
desafio de proporcionar maior cobertura de horário, muitas vezes
a tempo inteiro, permitindo combinar as necessidades de guarda
das crianças com a oferta de actividades extracurriculares nas
áreas das tecnologias, das línguas, do desporto e das expressões.
A escola a tempo inteiro concorre para a qualificação das crianças
mais desfavorecidas, sendo contributo para a competitividade e
ajuda no combate à exclusão social. É necessário que a
complementaridade de horários contemple actividades que possi-
bilitem a génese, crescimento e generalização de uma consciência
crítica e de cidadania.
154
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
No concelho de Santa Maria da Feira têm sido vários os
passos dados no sentido desta estratégia fundamental
da Educação. A escola a tempo inteiro é já uma realida-
de. Os apoios sociais de combate ao abandono escolar
são presença diária na vida de milhares de famílias,
através do fornecimento de refeições e lanches, dos
transportes escolares e das bolsas de estudo. São
promovidos programas de saúde escolar ao nível da
saúde oral, rastreios oftalmológicos e prevenção da
obesidade. Diversos projectos educativos complemen-
tam e enriquecem o programa curricular dos alunos,
com especial incidência sobre o conhecimento do patri-
mónio do concelho, a prevenção rodoviária, o convívio
com a família e as gerações mais idosas, a participação
democrática, a protecção do planeta e a expressão
artística. O programa de Férias Escolares e Universi-
dade Júnior proporcionam aos alunos um Verão simul-
taneamente divertido e produtivo, perspectivando o
futuro. O melhoramento do parque escolar, através da
renovação das EB1 e JI já existentes (Programa Sala +)
e da construção de novos equipamentos como os Cen-
tros Escolares, e o acesso livre à Internet são outros
exemplos de como se pode investir na educação para se
ganhar o amanhã.
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
156
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
157
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
IVETAPAS DO
CRESCIMENTO URBANO
158
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
A expansão e consolidação urbanas, que são expressas,
claramente, pela análise dos ortofotomapas que se seguem, é a
demonstração do efeito de urbanização intensiva que, reconheci-
damente, é resultado da estrutura económica do concelho, para
além do contributo de factores indutores de dinâmicas de mobi-
lidade, acessibilidade e infraestruturação. Como os casos mais
relevantes, que pontuam estas etapas de crescimento: a maior
proximidade do centro da Área Metropolitana do Porto devido aos
nós viários da auto-estrada A1; a criação do Europarque, equipa-
mento de nível metropolitano e indutor de novas funcionalidades
ligadas à ciência, indústria, turismo, congressos, eventos culturais
e lazer; a aceleração das infraestruturas criadas, pelas oportunida-
des de financiamento, usufruídas pela adesão à União Europeia.
Embora o Atlas retrate a evolução do concelho, com particular
análise ao período de 1974 a 2009, pelas fotografias aéreas
disponíveis referentes aos anos de 1958, 1967, 1974, 1983, 1995
e 2007, é possível verificar, num período mais dilatado e numa
visão mais ampla, as principais etapas de crescimento urbano das
últimas décadas, no que se refere à cidade de Santa Maria da
Feira e às cidades de Lourosa e Fiães. Nestas duas são
referenciadas apenas três etapas, mas igualmente elucidativas da
evolução verificada.
Refira-se que Santa Maria da Feira é um dos três Concelhos
portugueses que integram três cidades.
Esta notável evolução urbana apresenta novos desafios: a procura
de critérios de incremento à qualificação das infraestruturas,
que em cada freguesia despoletaram o desenvolvimento local e
fomentaram, para a população, a inclusão social, educativa e cul-
tural. Refira-se, ainda, que os perímetros urbanos que se podem
desenhar, a partir das etapas retratadas, convivem com a estrutu-
ra ambiental e paisagística, valorizando o território e equilibrando a
relação construção/espaço ecológico.
Etapas do Crescimento Urbano
159
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1958Centro de Santa Maria da Feira
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
1967
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1974
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
1983
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1995
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
2007
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1958Fiães
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
1995 . 2007
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
1958Lourosa
CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO
1995 . 2007
170
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
171
CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO
UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
V
172
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Compilação dos ortofotomapas do concelho
à escala 1:5.000
Da leitura dos ortofotomapas que as páginas seguintes
convidam a um olhar privilegiado e de descoberta, perspectiva-se
a tradução da multipolaridade que (mais) marcou a evolução de
1974 a 2009, em especial na criação de equipamentos públicos
relevantes, distribuídos por todas as 31 freguesias.
As políticas levadas a efeito, factualmente e num plano de desen-
volvimento sustentado e polarizador, espelham-se claramente neste
olhar sobre o território, onde convergem a iniciativa pública, o forte
movimento associativo e o empreendedorismo, três pilares que
caracterizam o caminho de excelência e da identidade feirense.
Um olhar sobre o território
173
CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
001
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
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ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
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147
148
149
331
332
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRABIBLIOGRAFIA
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BIBLIOGRAFIA
335
Índice
APRESENTAÇÃO
DE 1974 A 2009:
UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA
I INTRÓITO
1. (D)A importância de um Atlas
2. Enquadramento histórico, socioeconómico e
político, com a Região, Portugal e a União Europeia
II CONHECIMENTO FÍSICO
1. Geomorfologia
2. Hipsometria
3. Hidrologia
4. Geologia
5. Climatologia
03
05
10
13
16
57
69
73
76
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85
99
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114
114
125
129
131
142
157
171
332
335
340
III CONHECIMENTO HUMANO
1. Origens de um povoamento, histórias de um povo
2. Demografia
a) A evolução da população
b) Natalidade e Mortalidade
c) Saldo natural
d) Envelhecimento da população
3. Educação
IV ETAPAS DE CRESCIMENTO URBANO
V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE
FICHA TÉCNICA
ÍNDICE
336
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
EQUIPAMENTOS COLECTIVOS PARQUES VERDES
FREGUESIARio Meão
Escapães
Canedo
Caldas de S. Jorge
Lourosa
Sanguedo
Fiães
Sta. Maria da Feira
S. Paio de Oleiros
Milheirós de Poiares
Arrifana
Arrifana
Lourosa
Sta. Maria da Feira
Lobão
Sta. Maria da Feira
Espargo
Fiães
S. Miguel de Souto
Lourosa
S. João de Vêr
Sanguedo
Canedo
Vale
Espargo
Lourosa
Canedo
Sta. Maria de Lamas
FREGUESIAMozelos
Sta. Maria da Feira
Paços de Brandão
Lourosa
Lobão
Caldas de S. Jorge
Pigeiros
Mozelos
Sta. Maria de Lamas
Lourosa
Argoncilhe
Canedo
Arrifana
Milheirós de Poiares
Milheirós de Poiares
Travanca
Escapães
Caldas de S. Jorge
Escapães
Escapães
Lobão
Lobão
Caldas de S. Jorge
Fiães
S. Miguel de Souto
Louredo
Fornos
Rio Meão
Lobão
S. João de Vêr
S. João de Vêr
Sanfins
Vila Maior
S. João de Vêr
Vila Maior
Sta. Maria da Feira
Argoncilhe
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
CÓDIGOA001
A002
A003
A004
A005
A006
A007
A008
A009
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A012
A013
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A022
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A024
A025
A026
A027
A028
CÓDIGOB001
B002
B003
B004
B005
B006
B007
B008
B009
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B013
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B022
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B024
B025
B026
B027
B028
B029
B030
B031
B032
B033
B034
B035
B036
B037
B038
B039
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOPavilhão das Colectividades
Biblioteca de Escapães
Biblioteca de Canedo
Biblioteca Escolar de Caldas de S. Jorge
Biblioteca de Lourosa
Biblioteca de Sanguedo
Biblioteca de Fiães
Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
Biblioteca de S. Paio de Oleiros
Biblioteca de Milheirós de Poiares
Esplanada do Livro de Arrifana
Bombeiros Voluntários de Arrifana
Bombeiros Voluntários de Lourosa
Bombeiros Voluntários de Santa Maria da Feira
Espaço I
Estação de Tratamento de Águas Residuais da Feira
ETAR da Remolha
ETAR de Fiães
Biblioteca de S. Miguel de Souto
ETAR do Casalinho
ETAR de S. João de Vêr
ETAR de Argoncilhe/Sanguedo
ETAR de Canedo
ETAR do Vale
Europarque
Parque Ornitológico de Lourosa
Porto Carvoeiro
Esplanada do Livro de Sta. Maria de Lamas
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOParque do Monte Coteiro
Parque do Cáster
Parque da Quinta do Engenho Novo
Parque da Cidade de Lourosa
Parque das Ribeiras
Parque de Lazer do Ilha
Parque da Várzea
Parque do Murado
Parque de Santa Maria da Lamas
Parque da Variante Lourosa-Lamas
Parque de São Pedro
Parque do Mirante
Parque da Azenha
Zona de Lazer do Outeiro
Parque de Lazer da Mâmoa
Parque de Lazer Drª Domítilia de Carvalho e Jardim S. Pedro
Parque do Eleito Local
Parque das Termas
Parque da Nossa Senhora das Necessidades
Parque de Lazer de Escapães
Parque Nossa Senhora da Saúde
Parque de Lazer de S. Bartolomeu
Parque de Lazer de Casaldoido
Parque de Lazer Monte das Pedreiras
Zona de Lazer AlmiSouto
Parque de Lazer de Louredo
Parque de Lazer de Fornos
Parque de Lazer de Sto. António
Parque de Lazer de S. Judas Tadeu
Parque de Lazer da Quinta do Arieiro
Parque de Lazer das Airas
Mini-Golf e Parque de Lazer de Sanfins
Parque de Lazer das Capelas
Zona de Lazer de São Bento
Parque de Lazer da Zona Desportiva
Parque da Quinta do Castelo
Parque de Argoncilhe
Parque do Broquista e Mini-Golf
Jardim da Ponte - Valada
337
ÍNDICE
EQUIPAMENTOS CULTURAIS EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS
FREGUESIALobão
Sta. Maria da Feira
S. João de Vêr
Lourosa
Sta. Maria de Lamas
Louredo
Sta. Maria de Lamas
Paços de Brandão
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Milheirós de Poiares
Sta. Maria da Feira
Fornos
FREGUESIAGião
Sta. Maria da Feira
Fiães
Sta. Maria da Feira
S. João de Vêr
Sanfins
S. Paio de Oleiros
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Fiães
Paços de Brandão
Lourosa
Paços de Brandão
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Lourosa
Lourosa
Fiães
Fiães
Canedo
Argoncilhe
Paços de Brandão
Milheirós de Poiares
Arrifana
Escapães
Argoncilhe
Sta. Maria da Feira
Canedo
Pigeiros
Paços de Brandão
Sta. Maria da Feira
Gião
Caldas de S. Jorge
Lourosa
Sanfins
Escapães
Arrifana
Lobão
Argoncilhe
Sta. Maria de Lamas
Arrifana
Mozelos
Louredo
Lourosa
Sta. Maria de Lamas
Canedo
Fiães
Fiães
Milheirós de Poiares
CÓDIGOC001
C002
C003
C004
C005
C006
C007
C008
C009
C010
C011
C012
C013
CÓDIGOD001
D002
D003
D004
D005
D006
D007
D008
D009
D010
D011
D012
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D030
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D033
D034
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D036
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D039
D040
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D042
D043
D044
D045
D046
D047
D048
D049
D050
D051
D052
D053
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOCentro Cultural de Lobão
Cine-Teatro António Lamoso
Cinema do Suil Park
Auditório da Junta de Freguesia de Lourosa
Auditório do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
Auditório Multiusos de Louredo
Museu de Santa Maria de Lamas - Museu Henrique Amorim
Museu do Papel Terras de Santa Maria
Museu Municipal Convento de Lóios
Visionarium
Cine-Teatro do Centro Comercial Dr. Crsipim
Ao Quadrado - Galeria de arte contemporânea
Centro Cultural e Recreativo de Fornos
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOPavilhão Gimnodesportivo de Gião/Lobão
Pavilhão Desportivo da Escola Secundária
Pavilhão Monte das Pedreiras
Piscinas do Cavaco
Piscinas Municipais de S. João de Vêr
Centro de Estágios do Clube Desportivo Feirense
Pavilhão Desportivo S. Paio de Oleiros
Piscinas Municipais de Sta. Maria da Feira
Pavilhão Desportivo da EB23 de Sta. Maria da Feira
Pavilhão Desportivo da Lavandeira
Pavilhão Desportivo da Escola Secundária Coelho e Castro
Complexo do Clube de Ténis de Paços de Brandão
Pavilhão Desportivo do Lusitânia Futebol Clube
Pavilhão Desportivo da EB23 de Paços de Brandão
Pavilhão Desportivo das Piscinas do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
Piscina Coberta do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
Pavilhão Desportivo do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
Piscinas do Clube de Futebol União de Lamas
Pavilhão Desportivo do Clube de Futebol União de Lamas
Pavilhão Desportivo EB23 de Lourosa
Piscinas de Lourosa
Pavilhão do Clube Desportivo de Fiães
Piscinas Municipais de Fiães
Pavilhão Gimnodesportivo de Canedo
Pavilhão Gimnodesportivo de Argoncilhe
Pavilhão Desportivo de Paços de Brandão
Pavilhão Desportivo da EB23 de Milheirós de Poiares
Pavilhão Municipal de Arrifana
Pavilhão Desportivo da Associação do Centro Social de Escapães
Pavilhão Desportivo da EB23 de Argoncilhe
Pavilhão Desportivo da EB23 do Cavaco
Pavilhão Desportivo da EB23 de Canedo
Campo Desportivo do F.C. Pigeiros
Estádio D. Zulmira Sá e Silva
Campo Desportivo Marcolino de Castro
Pavilhão Polidesportivo de Gião
Campo de Jogos e Pista de Atletismo de Caldas de S. Jorge
Pista de Atletismo de Lourosa
Campo de Jogos e Pista de Atletismo de Sanfins
Campo de Desportivo Amadeu Joaquim Gonçalves
Campo de Desportivo do C.D.Arrifanense
Campo de Desportivo do Lobão F. C.
Campo de Futebol de Argoncilhe
Campo de Hoquei em Campo União de Lamas
Campo de Jogos de Sto. Estevão
Campo de Jogos de Mozelos
Campo de Jogos de Parada
Campo de Jogos do Parque de Lazer de Lourosa
Campo de Treinos do C.F.União de Lamas - Junta de Freguesia
Campo de Treinos do Canedo F.C.
Campo de Treinos de Fiães Sport Clube
Pavilhão Gimnodesportivo de Fiães
Campo de Treinos do G.D.Milheiroense
338
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS (CONTINUAÇÃO) EQUIPAMENTOS ESCOLARES
FREGUESIALourosa
S. João de Vêr
Pigeiros
S. Miguel de Souto
Canedo
Travanca
Sanguedo
Fornos
Paços de Brandão
Sta. Maria de Lamas
Nogueira da Regedoura
Vila Maior
Rio Meão
Nogueira da Regedoura
Fiães
Guisande
Vale
Milheirós de Poiares
Lourosa
Mosteirô
Romariz
S. MIguel de Souto
S. João de Vêr
FREGUESIAPaços de Brandão
Sta. Maria da Feira
Mozelos
Caldas de S. Jorge
Caldas de S. Jorge
S. João de Vêr
Argoncilhe
Sanguedo
Lourosa
Lourosa
Lourosa
S. João de Vêr
Escapães
Lourosa
Lourosa
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria de Lamas
S. João de Vêr
Romariz
Caldas de S. Jorge
Sta. Maria da Feira
Paços de Brandão
Milheirós de Poiares
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria da Feira
Canedo
Argoncilhe
Sta. Maria da Feira
Lourosa
Paços de Brandão
Milheirós de Poiares
Arrifana
Canedo
Canedo
Argoncilhe
Nogueira da Regedoura
Vale
Vale
Vila Maior
Argoncilhe
Mozelos
Mozelos
Mozelos
Argoncilhe
Argoncilhe
Sanguedo
Escapães
Escapães
Sta. Maria da Feira
Milheirós de Poiares
Lobão
Lobão
Rio Meão
Rio Meão
CÓDIGOD054
D055
D056
D057
D058
D059
D060
D061
D062
D063
D064
D065
D066
D067
D068
D069
D070
D071
D072
D073
D074
D075
D076
CÓDIGOE001
E002
E003
E004
E005
E006
E007
E008
E009
E010
E011
E012
E013
E014
E015
E016
E017
E018
E019
E020
E021
E022
E023
E024
E025
E026
E027
E028
E029
E030
E031
E032
E033
E034
E035
E036
E037
E038
E039
E040
E041
E042
E043
E044
E045
E046
E047
E048
E049
E050
E051
E052
E053
E054
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Fernando Pessoa
EB1/JI do Sobral
Escola Básica do 1º Ciclo de Azevedo
Jardim de Infância de Azevedo
Jardim de Infância de S. Bento
EB1/JI do Carvalhal
EB1/JI do Arraial
Escola Básica do 1º Ciclo de Aldeia Nova
Jardim de Infância da Igreja
EB1/JI da Igreja
EB1/JI da Fonte Seca
EB1/JI de Stº António
EB1/JI de Vendas Novas
EB1/JI de Casalmeão
EB1/JI do Cavaco
EB1/JI de Santa Maria de Lamas nº3
EB1/JI de Beire
EB1/JI de Goim
Jardim de Infância da Igreja
ISVOUGA - Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga
ISPAB - Instituto Superior de Paços de Brandão
Jardim de Infância do Pereiro
Colégio Liceal de Sta. Maria de Lamas
Escola Secundária de Sta. Maria da Feira
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Canedo
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Argoncilhe
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Prof. Dr. A. Ferreira de Almeida
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Lourosa
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Paços de Brandão
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Milheiros de Poiares
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Arrifana
Escola Básica do 1º Ciclo de Mosteirô
Escola Básica do 1º Ciclo do Mirante
Escola Básica do 1º Ciclo de Aldriz
Escola Básica do 1º Ciclo de Pousadela
Escola Básica do 1º Ciclo do Pessegueiro
Jardim de Infância do Pessegueiro
Escola Básica do 1º Ciclo da Presinha
Escola Básica do 1º Ciclo da Cavadas
Escola Básica do 1º Ciclo da Vergada
Escola Básica do 1º Ciclo de Prime
Jardim de Infância de Prime
Jardim de Infância de Aldriz
Jardim de Infância de S. Domingos
Jardim de Infância da Igreja
Escola Básica do 1º Ciclo de Nadais
Jardim de Infância de Nadais
Universidade Sénior
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
Jardim de Infância da Igreja
Escola Básica do 1º Ciclo de Sto. António
Jardim de Infância de Santo António
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOCampo de Treinos do Lusitânia F.C.Lourosa
Campo de Jogos do Ervedal
Campo de Treinos do F.C.Pigeiros
Campo Desportivo do C.D.Tarei
Campo Desportivo do Canedo F. C.
Campo Desportivo do Travanca
Campo Desportivo do A.D.C.Sanguedo
Campo Desportivo de Fornos
Campo de Treinos do C. D. Paços de Brandão
Campo Desportivo do C.F.União de Lamas
Campo Desportivo do C.Pop.Trab. Pousadela
Campo Desportivo do Vila Maior F. C.
Campo Desportivo do Clube Juventude ATL.Rio Meão
Campo Desportivo Relâmpago União Clube Nogueirense
Campo Desportivo do Fiães Sport Clube
Campo Desportivo do F.C. Guisande
Campo Desportivo do Vale F.C.
Campo Desportivo do G.D.Milheiroense
Campo Desportivo do Lusitânia F.C.Lourosa
Campo Desportivo do Mosteirô F.C.
Campo Desportivo do Romariz F.C.
Campo Desportivo do S. Miguel de Souto F.C
Campo Desportivo do S.C.S.João de Vêr
NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
339
ÍNDICE
EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO
E055
E056
E057
E058
E059
E060
E061
E062
E063
E064
E065
E066
E067
E068
E069
E070
E071
E072
E073
E074
E075
E076
E077
E078
E079
E080
E081
E082
E083
E084
E085
E086
E087
E088
E089
E090
E091
E092
E093
E094
E095
E096
E097
E098
E099
E100
E101
E102
E103
E104
E105
E106
E107
E108
Sta. Maria da Feira
Espargo
Espargo
Fornos
Fornos
Fornos
Mosteirô
Mosteirô
Mosteirô
Paços de Brandão
Mosteirô
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sanfins
Sanfins
Argoncilhe
Nogueira da Regedoura
Canedo
Vale
Vale
Louredo
Fiães
Fiães
Nogueira da Regedoura
Vila Maior
Gião
Guisande
Guisande
Paços de Brandão
Guisande
Lobão
Romariz
Romariz
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Rio Meão
Rio Meão
Rio Meão
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
Paços de Brandão
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
Travanca
Travanca
Travanca
Canedo
Canedo
Canedo
Lobão
Lobão
Arrifana
Arrifana
Jardim de Infância da Cruz
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja nº2
Jardim de Infância da Igreja
Jardim de Infância do Carvalheiro
Escola Básica do 1º Ciclo do Farinheiro
Jardim de Infância do Farinheiro
Jardim de Infância da Agoncida nº1
Escola Básica do 1º Ciclo de Agoncida
Jardim de Infância da Agoncida nº2
Jardim de Infância da Igreja nº1
Jardim de Infância da Proselha
Jardim de Infância Montinho
Escola Básica do 1º Ciclo nº2
Escola Básica do 1º Ciclo da Aldeia
Jardim de Infância da Carvalhosa
Escola Básica do 1º Ciclo de S. Domingos
Escola Básica do 1º Ciclo do Souto
Escola Básica do 1º Ciclo de Vilares
Escola Básica do 1º Ciclo da Póvoa
Jardim de Infância da Póvoa nº2
Jardim de Infância de Lagoa
Jardim de Infância da Avenida
Escola Básica do 1º Ciclo da Avenida
Jardim de Infância de Pousadela
Jardim de Infância da Igreja
Escola Básica do 1º Ciclo da Beira
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
Jardim de Infância da Igreja
Academia de Música
Jardim de Infância de Fornos
Jardim de Infância de Aldeia Nova
Escola Básica do 1º Ciclo da igreja
Jardim de Infância da Igreja
Escola Básica do 1º Ciclo de Milheirós
Jardim de Infância de Milheirós
Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro
Jardim de Infância de Murtais nº1
Jardim de Infância de Murtais nº2
Jardim de Infância do Padrão nº2
Jardim de Infância do Padrão nº1
Escola Profissional de Paços de Brandão
Jardim de Infância de Macieira
Escola Básica do 1º Ciclo de Valrico
Jardim de Infância de Valrico
Jardim de Infância do Outeiro
Jardim de Infância do Mieiro
Escola Básica do 1º Ciclo do Mieiro
Escola Básica do 1º Ciclo de Monte S. Roque
Escola Básica do 1º Ciclo de Mota-Ilha
Jardim de Infância de Mota-iIha
Escola Básica do 1º Ciclo do Ribeiro
Jardim de Infância do Ribeiro
Escola Básica do 1º Ciclo do Bairro
Jardim de Infância do Bairro
Escola Básica do 1º Ciclo do Ribeiro
Jardim de Infância do Ribeiro
Escola Básica do 1º Ciclo de Tarei
Jardim de Infância de Tarei
Jardim de Infância da Lagoínha
Jardim de Infância de Arcozelo
Escola Básica do 1º Ciclo de Vendas Novas
Jardim de Infância de Vendas Novas
Jardim de Infância de Póvoa nº1
Escola Básica do 1º Ciclo do Viso
Escola Básica do 1º Ciclo de Vila Seca
IDIT - Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica
Centro Escolar de Mozelos
Escola Básica do 1º Ciclo de Framil
Escola Básica do 1º Ciclo de Chão do Rio
Escola Básica do 1º Ciclo de S. Bento
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
Jardim de Infância da Quebrada
Escola Básica do 1º Ciclo da Barroca
Jardim de Infância da Barroca
Jardim de Infância da Gândara
Escola Básica do 1º Ciclo da Gândara
Escola Básica do 1º Ciclo da Gesteira
Escola Básica do 1º Ciclo de Souto Redondo
Jardim de Infância de Souto Redondo
Jardim de Infância da Lapa
Jardim de Infância da Igreja
Jardim de Infância da Bajouca
Escola Básica do 1º Ciclo de Soutelo
Escola Básica do 1º Ciclo nº1
Escola Básica do 1º Ciclo nº1
Escola Básica do 1º Ciclo nº2
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja nº1
Escola Básica do 1º Ciclo da Póvoa
Escola Básica do 1º Ciclo da Proselha
Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro
Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro
Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja
Escola Básica do 1º Ciclo do Padrão
Escola Básica do 1º Ciclo de Badoucos
Jardim de Infância de Manhôce
Escola Básica do 1º Ciclo de Caldelas
Escola Básica do 1º Ciclo da Carvalhosa
Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro
Escola Básica do 1º Ciclo do Cimo da Aldeia
Escola Básica do 1º Ciclo de Manhôce
Jardim de Infância de Ordonhe
Jardim de Infância do Souto
Jardim de Infância da Várzea
Jardim de Infância do Candal
Jardim de Infância da Igreja
Jardim de Infância da Sobreda
Jardim de Infância de Vilares
Fornos
Fornos
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
Sta. Maria de Lamas
Caldas de S. Jorge
Fiães
Fiães
Vale
Guisande
Louredo
Espargo
Mozelos
Canedo
Fiães
S. João de Vêr
Escapães
S. Paio de Oleiros
Fiães
Fiães
Sanfins
Sanfins
S. João de Vêr
S. João de Vêr
S. João de Vêr
S. Paio de Oleiros
Escapães
Pigeiros
Fiães
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Escapães
Espargo
Paços de Brandão
Mosteirô
Travanca
Travanca
S. Paio de Oleiros
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
Arrifana
Caldas de S. Jorge
Arrifana
Arrifana
Pigeiros
Arrifana
Argoncilhe
Nogueira da Regedoura
Canedo
Sanguedo
Gião
Canedo
Canedo
E109
E110
E111
E112
E113
E114
E115
E116
E117
E118
E119
E120
E121
E122
E123
E124
E125
E126
E127
E128
E129
E130
E131
E132
E133
E134
E135
E136
E137
E138
E139
E140
E141
E142
E143
E144
E145
E146
E147
E148
E149
E150
E151
E152
E153
E154
E155
E156
E157
E158
E159
E160
E161
E162
CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
340
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO SERVIÇOS PÚBLICOS
Jardim de Infância de Chão do Rio
Jardim de Infância de Valos de Igreja
Jardim de Infância da Igreja nº2
Escola EB2.3/S Coelho e Castro
Jardim de Infância das Fontaínhas
Escola Básica do 1º Ciclo da Portela
Jardim de Infância da Portela
Escola Básica do 1º Ciclo do Candal
Jardim de Infância do Candal
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Corga
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Corga
Câmara Municipal Santa Maria da Feira
Cartório Notarial de Dr. Luis Manuel Moreira de Almeida
Cartório Notarial de Drª Cristina Moreira Ramos
Conservatória de Registo Civil, Predial e Comercial
Auditório da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lamas
Correios - Posto de Romariz
Correios - Posto de Arrifana
Correios - Posto de Paços de Brandão
Correios - Posto de Milheirós de Poiares
Correios - Posto de Caldas de S. Jorge
Correios - Posto de S. Miguel de Souto
Correios - Posto de Mozelos
Correios - Posto de Rio Meão
Correios - Posto de S. Paio de Oleiros
Correios - Posto de Escapães
Correios - Posto de Fiães
Correios - Posto de Sta. Maria de Lamas
Correios - Posto de Sta. Maria da Feira
Correios - Posto de S. João de Vêr
Correios - Posto de Lourosa
Correios - Posto de Argoncilhe
Repartição de Finanças de Lobão
Repartição de Finanças da Feira
Repartição de Finanças de Lourosa
Repartição de Finanças de Paços de Brandão
Junta de Freguesia de Arrifana
Junta de Freguesia de Lourosa
Junta de Freguesia de Sanguedo
Junta de Freguesia de Gião
Junta de Freguesia de Guisande
Junta de Freguesia de Louredo
Junta de Freguesia de Mozelos
Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura
Junta de Freguesia de Paços de Brandão
Junta de Freguesia de Pigeiros
Junta de Freguesia de Rio Meão
Junta de Freguesia de S. João de Vêr
Junta de Freguesia de S. Paio de Oleiros
Junta de Freguesia de Sanfins
Junta de Freguesia de Sta. Maria da Feira
Junta de Freguesia de Travanca
Junta de Freguesia de Fornos
Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares
Junta de Freguesia de Fiães
Junta de Freguesia de Escapães
Junta de Freguesia de Vila Maior
Junta de Freguesia de Romariz
Junta de Freguesia de Caldas de S. Jorge
Junta de Freguesia do Vale
Junta de Freguesia de Canedo
Junta de Freguesia de Mosteirô
Junta de Freguesia de Sta. Maria de Lamas
Junta de Freguesia de S. Miguel de Souto
Junta de Freguesia de Espargo
Fiães
Fiães
Paços de Brandão
Fiães
Arrifana
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Lobão
Lobão
Lobão
Gião
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria de Lamas
Romariz
Arrifana
Paços de Brandão
Milheirós de Poiares
Caldas de S. Jorge
S. Miguel de Souto
Mozelos
Rio Meão
S. Paio de Oleiros
Escapães
Fiães
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria da Feira
S. João de Vêr
Lourosa
Argoncilhe
Lobão
Sta. Maria da Feira
Lourosa
Paços de Brandão
Arrifana
Lourosa
Sanguedo
Gião
Guisande
Louredo
Mozelos
Nogueira da Regedoura
Paços de Brandão
Pigeiros
Rio Meão
S. João de Vêr
S. Paio de Oleiros
Sanfins
Sta. Maria da Feira
Travanca
Fornos
Milheirós de Poiares
Fiães
Escapães
Vila Maior
Romariz
Caldas de S. Jorge
Vale
Canedo
Mosteirô
Sta. Maria de Lamas
S. Miguel de Souto
Espargo
E163
E164
E165
E166
E167
E168
E169
E170
E171
E172
E173
F001
F002
F003
F004
F005
F006
F007
F008
F009
F010
F011
F012
F013
F014
F015
F016
F017
F018
F019
F020
F021
F022
F023
F024
F025
F026
F027
F028
F029
F030
F031
F032
F033
F034
F035
F036
F037
F038
F039
F040
F041
F042
F043
F044
F045
F046
F047
F048
F049
F050
F051
F052
F053
F054
CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
341
ÍNDICE
SERVIÇOS PÚBLICOS CONTINUAÇÃO PATRIMÓNIO CLASSIFICADO
Junta de Freguesia de Lobão
Junta de Freguesia de Argoncilhe
Tribunal de Santa Maria da Feira
Hotel Pedra Bela
Residencial Tony
Hotel Nova Cruz
Pensão Residencial São Jorge
Residêncial ‘Chão do Rio’
Termas de S. Jorge
Hotel Ibis
Quartel da GNR de Sta. Maria da Feira
Residencial dos Lóios
Posto da PSP de Sta. Maria da Feira
Quartel da GNR de Lourosa
Quartel da GNR de Sta. Maria de Lamas
Posto da GNR de Canedo
Cartório Notarial de Dr. Vitorino José Marques Martins Oliveira
Tribunal de Julgados de Paz de Santa Maria da Feira
Inatel
Residencial Dona Maria
Residencial Solar
Posto de Turismo de Sta. Maria de Lamas
Posto de Turismo de Sta. Maria da Feira
Sociedade de Turismo de Sta. Maria da Feira
Fábrica da Igreja de Sanfins, Conferência de S. Vicente de Paulo de Sanfins
Fábrica da Igreja de Louredo
Fábrica da Igreja de Mozelos, Conferência S. Vicente Paulo de Mozelos
Fábrica da Igreja de Sta. Maria da Feira, Conferência S. Vicente Paulo
Fábrica da Igreja de Paços de Brandão, Conferência de S. Vicente Paulo
Fábrica da Igreja de Milheirós de Poiares, Conferência de S. Vivente Paulo
Casa Senhorial
Casa dos Condes de S. João de Vêr - Quinta da Torre
Troço da Estrada Real Lisboa - Porto, em Airas
Malaposta
Castro de Romariz
Mamoela de Vinhó
Mamoa da Quinta da Lage
Quinta da Portela
Quinta do Engenho Novo
Quinta da Murtosa
Troço da Via Antiga de Mosteirô
Quinta do Seixal
Castro de Fiães
Castelo de Santa Maria da Feira
Mercado Municipal
Igreja Matriz e Convento dos Lóios
Igreja da Misericórdia
Capela de Sto. Estevão
Lobão
Argoncilhe
Sta. Maria da Feira
Caldas de S. Jorge
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Caldas de S. Jorge
Rio Meão
Caldas de S. Jorge
Espargo
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Lourosa
Sta. Maria de Lamas
Canedo
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Rio Meão
S. João de Vêr
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria de Lamas
Sanfins
Louredo
Mozelos
Sta. Maria da Feira
Paços de Brandão
Milheirós de Poiares
Caldas de S. Jorge
S. João de Vêr
S. João de Vêr
Sanfins
Romariz
Pigeiros
Pigeiros
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Mosteirô
Mosteirô
Milheirós de Poiares
Fiães
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Arrifana
F055
F056
F057
F058
F059
F060
F061
F062
F063
F064
F065
F066
F067
F068
F069
F070
F071
F072
F073
F074
F075
F076
F077
F078
F193
F194
F195
F196
F197
F198
G001
G002
G003
G004
G005
G006
G007
G008
G009
G010
G011
G012
G013
G014
G015
G016
G017
G018
CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
342
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
PÓLOS DE HABITAÇÃO SOCIAL IPSS’S INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
Habitação de Custos Controlados para Jovens de Mozelos
Habitação de Custos Controlados de S. Paio de Oleiros
Habitação de Custos Controlados para Jovens de Fornos
Habitação de Custos Controlados para Jovens de S. João de Vêr
Habitação Social de Nogueira da Regedoura (Coteiro)
Habitação Social a Custo Controlado de Nogueira da Regedoura
Habitação Social de Arrifana (Manhôce)
Habitação Social de S. Paio de Oleiros
Habitação Social de Sta. Maria de Lamas (Valada)
Habitação Social de Sta. Maria de Lamas (Salgueirinha)
Habitação Social de Vila Verde
Habitação Social da Cadinha
Habitação Social de Argoncilhe
Habitação Social de Sanguedo
Habitação Social de Canedo
Habitação Social de Caldas de S. Jorge
Habitação Social de Guisande
Habitação Social de Rio Meão (Canto)
Habitação Social de Fiães (Ferradal)
Habitação Social de Paços de Brandão
Habitação Social da Quinta de Baixo
Habitação Social de Mozelos
Habitação Social de Lobão
Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Picalhos)
Habitação Social de Milheirós de Poiares
Habitação Social de Arrifana (Monte)
Habitação Social de S. Miguel de Souto
Habitação Social da Barrela
Habitação Social de Escapães
Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Cavaco)
Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Vila Boa)
Habitação Social de S. João de Vêr
Habitação Social de Fiães (Engenho)
Habitação Social da Junta de Freguesia de Escapães
Habitação Social de Rio Meão (Monte do Outeiro)
Habitação Social de Arrifana (Adoufe)
Centro de Assistência Social Castis
Centro de Apoio Social de Mozelos
O Jardim - Centro de Solidariedade Social de Canedo
Centro Paroquial e Social de S. Tiago de Espargo
Centro Social Vilamaiorense
Centro Social Dr. Crispim Teixeira Borges Castro
Centro Social de S. Tiago de Lobão
Instituição Social Particular - O Abrigo
Centro Social S. Cristóvão
Casa Ozanan
Centro de Apoio Social de Argoncilhe
ATL da Igreja
Centro Social e Paroquial de Caldas de S. Jorge
A.T.L. e Creche - Cruzada do Bem - Patronato Amor de Deus
Centro Social e Paroquial de Arrifana
Centro Social - ATL de Paços de Brandão
Lar da 3ª Idade da Santa Casa da Misericórdia da Feira
Centro Social de Souto
Associação Particular de Solidariedade Social - Padre Osório
Centro Social Santa Maria de Fiães
Centro Comunitário Espaço Aberto
Centro Social Paroquial de Fornos
Arbusto - Associação Particular de Solidariedade Social
Centro Social, Cultural e Recreativo de Louredo
Centro Social e Paroquial de St. André de Mosteirô
Pôr do Sol - Centro Social, Cultural e Desportivo de Mosteirô
Centro Social - Creche de Paços de Brandão
MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio
Centro Social Paroquial de Romariz - Lar da Paróquia
Associação de Alcoólicos Recuperados
Centro Social Paroquial de Sanfins
Centro Social - Centro de Dia de Paços de Brandão
Centro Social de Sta. Cruz das Irmãs Passionistas
Centro Paroquial e Social de Sta. Maria da Feira
Liga dos Amigos do Hospital São Sebastião
Cercilamas
Centro Paroquial de Travanca
Centro Social de Vale
MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio
CAT - Centro de Atendimento de Toxicodependentes de Santa Maria da Feira
Pelo Prazer de Viver - Associação Concelhia de Desenvolvimento Social
Centro Social Paroquial de Romariz
Obra do Frei Gil
Cercifeira
Associação do Centro Social de Escapães
Centro de Dia e Lar de Escapães
Lar dos Condes de S. João de Vêr
Centro de Dia e ATL
Centro Social e Paroquial Padre José Coelho
Centro Social de Lourosa
Casa de Nossa Senhora do Sameiro
MASSPO - Movimento de Acção Social de S. Paio de Oleiros
Associação de Apoio Social de Sanfins
Centro Social de Gião
Cercifeira
Centro Pneumológico de Santa Maria de Lamas
Mozelos
S. Paio de Oleiros
Fornos
S. João de Vêr
Nogueira da Regedoura
Nogueira da Regedoura
Arrifana
S. Paio de Oleiros
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Lourosa
Lourosa
Argoncilhe
Sanguedo
Canedo
Caldas de S. Jorge
Guisande
Rio Meão
Fiães
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Mozelos
Lobão
Sta. Maria da Feira
Milheirós de Poiares
Arrifana
S. Miguel de Souto
Travanca
Escapães
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
S. João de Vêr
Fiães
Escapães
Rio Meão
Arrifana
Sanguedo
Mozelos
Canedo
Espargo
Vila Maior
Milheirós de Poiares
Lobão
S. João de Vêr
Nogueira da Regedoura
S. João de Vêr
Argoncilhe
Guisande
Caldas de S. Jorge
S. João de Vêr
Arrifana
Paços de Brandão
Sta. Maria da Feira
S. Miguel de Souto
Pigeiros
Fiães
Mozelos
Fornos
Lobão
Louredo
Mosteirô
Mosteirô
Paços de Brandão
Rio Meão
Romariz
S. Paio de Oleiros
Sanfins
Paços de Brandão
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria de Lamas
Travanca
Vale
Rio Meão
Sta. Maria da Feira
Mozelos
Romariz
Lobão
Sta. Maria da Feira
Escapães
Escapães
S. Paio de Oleiros
Sta. Maria de Lamas
Fiães
Lourosa
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
Sanfins
Gião
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria de Lamas
H001
H002
H003
H004
H005
H006
H007
H008
H009
H010
H011
H012
H013
H014
H015
H016
H017
H018
H019
H020
H021
H022
H023
H024
H025
H026
H027
H028
H029
H030
H031
H032
H033
H034
H035
H036
I001
I002
I003
I004
I005
I006
I007
I008
I009
I010
I011
I012
I013
I014
I015
I016
I017
I018
I019
I020
I021
I022
I023
I024
I025
I026
I027
I028
I029
I030
I031
I032
I033
I034
I035
I036
I037
I038
I039
I040
I041
I042
I043
I044
I045
I046
I047
I048
I049
I050
I051
I052
I053
I054
I055
I056
CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
343
ÍNDICE
EQUIPAMENTOS DE SAÚDE LOCAIS DE CULTO RELIGIOSO
Farmácia Romy
Farmácia Santa Maria
Farmácia Tamar
Farmácia de São Martinho
Farmácia Santo António
Farmácia Sousa
Farmácia Stygio
Farmácia Teles
Farmácia do Cavaco
Farmácia Araújo
Farmácia Aliança
Farmácia do Areal
Farmácia Central
Farmácia Costa Oliveira
Farmácia da Corga
Farmácia Graça
Farmácia Granja
Farmácia Leme
Farmácia Lima
Farmácia Lino
Farmácia Martins Oliveira
Farmácia Milheiro
Farmácia Oliveira
Farmácia Paes Moreira
Farmácia Reis
Farmácia de Romariz
Hospital de S. Paio de Oleiros
Hospital S. Sebastião, EPE (Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE)
Farmácia Santa Isabel
Unidade de Saúde Familiar Famílias
Extensão de Saúde de Milheirós de Poiares
Extensão de Saúde de Mozelos
Extensão de Saúde de Sanguedo
Extensão de Saúde de Argoncilhe
Unidade de Saúde Familiar Terras de Santa Maria
Unidade de Saúde Familiar Fiães
Unidade de Saúde Familiar Saúde Mais
Unidade de Saúde Familiar Saúde Mais
Extensão de Saúde de Escapães
Extensão de Saúde de Vila Maior
Unidade de Saúde Familiar Sem Fronteiras
Extensão de Saúde de Lobão
Extensão de Saúde de Romariz
Centro de Saúde de Santa Maria da Feira
Unidade de Saúde Familiar Egas Moniz
Unidade de Saúde Familiar Cuidar
Extensão de Saúde de Caldas de S. Jorge
Extensão de Saúde do Vale
Extensão de Saúde de Canedo
Unidade de Saúde Familiar Cuidar
Unidade de Saúde Familiar Sem Fronteiras
Unidade de Saúde Familiar Sudoeste
Unidade de Saúde Familiar Sudoeste
Igreja Matriz de Argoncilhe
Igreja de Nossa Senhora da Hora
Igreja Paroquial de S. Paio de Oleiros
Igreja Matriz de São Nicolau (Lóios)
Igreja Matriz de Lourosa
Igreja Paroquial de Nogueira da Regedoura
Igreja da Misericórdia
Igreja Matriz de Paços de Brandão
Igreja Matriz de Santa Maria de Lamas
Igreja Matriz de São Tiago de Espargo
Igreja Matriz de Sanfins
Igreja Matriz de São Martinho de Escapães
Igreja Matriz de Arrifana
Igreja Paroquial de Santo André de Mosteirô
Igreja da Nossa Senhora da Saúde
Igreja Paroquial de Milheirós de Poiares
Igreja de Cristo Rei de Argoncilhe
Igreja Paroquial de São Pedro de Canedo
Igreja Matriz de Gião (Santo André)
Igreja Paroquial de Vila Maior
Igreja Paroquial de Sanguedo
Igreja Paroquial de Fiães
Igreja Paroquial de Mozelos
Igreja Matriz de São Tiago de Lobão
Igreja Paroquial de Caldas de S. Jorge
Igreja de São Miguel de Souto
Igreja Matriz de Travanca (São Mamede)
Igreja Matriz de São João de Vêr
Igreja Paroquial de São João de Vêr
Igreja Paroquial de Rio Meão
Igreja Matriz de Rio Meão
Igreja Paroquial de Santa Maria de Pigeiros
Igreja de São Silvestre (Duas Igrejas)
Igreja Matriz de Romariz
Igreja Matriz de Guisande
Igreja Paroquial de São Vicente de Louredo
Igreja Paroquial de Vale
Igreja de Santa Maria do Vale
Igreja do Seminário dos Missionários Passionistas
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Outros Cultos Religiosos
Caldas de S. Jorge
Sta. Maria de Lamas
Fiães
Argoncilhe
Rio Meão
Sta. Maria da Feira
Paços de Brandão
Lourosa
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Arrifana
S. João de Vêr
Fiães
Milheirós de Poiares
Lobão
Vale
Sanguedo
S. Paio de Oleiros
Lourosa
Escapães
Nogueira da Regedoura
Mozelos
S. João de Vêr
Canedo
S. Miguel de Souto
Romariz
S. Paio de Oleiros
Sta. Maria da Feira
Argoncilhe
Lourosa
Milheirós de Poiares
Mozelos
Sanguedo
Argoncilhe
Sta. Maria da Feira
Fiães
Paços de Brandão
Sta. Maria de Lamas
Escapães
Vila Maior
S. Paio de Oleiros
Lobão
Romariz
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
S. João de Vêr
Caldas de S. Jorge
Vale
Canedo
Rio Meão
Nogueira da Regedoura
Arrifana
S. Miguel de Souto
Argoncilhe
Gião
S. Paio de Oleiros
Sta. Maria da Feira
Lourosa
Nogueira da Regedoura
Sta. Maria da Feira
Paços de Brandão
Sta. Maria de Lamas
Espargo
Sanfins
Escapães
Arrifana
Mosteirô
Fornos
Milheirós de Poiares
Argoncilhe
Canedo
Gião
Vila Maior
Sanguedo
Fiães
Mozelos
Lobão
Caldas de S. Jorge
S. Miguel de Souto
Travanca
S. João de Vêr
S. João de Vêr
Rio Meão
Rio Meão
Pigeiros
Romariz
Romariz
Guisande
Louredo
Vale
Vale
Sta. Maria da Feira
Arrifana
Arrifana
Escapães
Espargo
Lourosa
Lourosa
Nogueira da Regedoura
Sanfins
Sanguedo
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
S. João de Vêr
S. Paio de Oleiros
Fiães
Sta. Maria da Feira
S. Paio de Oleiros
Sta. Maria da Feira
J001
J002
J003
J004
J005
J006
J007
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J051
J052
J053
K001
K002
K003
K004
K005
K006
K007
K008
K009
K010
K011
K012
K013
K014
K015
K016
K017
K018
K019
K020
K021
K022
K023
K024
K025
K026
K027
K028
K029
K030
K031
K032
K033
K034
K035
K036
K037
K038
K039
K040
K041
K042
K043
K044
K045
K046
K047
K048
K049
K050
K051
K052
K053
K054
K055
K056
CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
344
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ASSOCIAÇÕES ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO
ADCR-Associação Desportiva, Cultural Vergada, Fábrica da Igreja da Vergada,
Conferência de S. Vicente Paulo
Associação Argoncilhe Jovem, ELOS, AD Argoncilhe, Fábrica da Igreja de
Argoncilhe, Conferência S. Vicente Paulo
Casa de Gaia - C.C.D.R. de Argoncilhe
Centro Columbófilo de Argoncilhe
Dragões de Argoncilhe - Casa do Futebol Clube do Porto - Argoncilhe
Liga de Melhoramentos e Beneficiência da Vergada
Grupo Musical Estrela de Argoncilhe
Grupo Recreativo e Beneficiente “A Flor de Aldriz” (Teatro de Aldriz)
Rancho Regional de Argoncilhe
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Arrifana
Banda Musical dos Bombeiros Voluntários de Arrifana
Centro de Cultura e Desporto de Arrifana - Hippyes Futebol Clube
Centro de Cultura e Desporto de Manhôce
Clube Desportivo Arrifanense
Dragões de Arrifana - Associação de Cultura, Desporto e Recreio
JUAT - Núcleo Desportivo, Recreativo e Cultural de Arrifana
Grupo Columbófilo de Arrifana
Associação Clube de Caçadores, Rancho Folclórico de S. Pedro,Sociedade
Columbófila, ACM Canedo
Associação Cultural do Rancho Folclórico “As Ceifeiras de Canedo”
Associação Recreativa de Pesca de Canedo e Louredo
Grupo Cénico de Canedo, Grupo Recreativo e Cultural de Canedo
Canedo Futebol Clube
CME - Escuteiros de Canedo, Fábrica da Igreja de Canedo, Conferência de S.
Vicente Paulo de Canedo
Rancho Folclórico “As Lavradeiras de Rebordelo”
Associação de Moradores de Arcozelo
Associação Juventude Inquieta, Centro Cultural e Recreativo - Escola de
Música de Caldas de S. Jorge
Caldas de S. Jorge Sport Clube, Atletismo de Caldas de S. Jorge
Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 901
Rancho Folclórico “As Florinhas das Caldas S. Jorge”
Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Escapães, Clube Desportivo
de Escapães
Associação Recreativa e Columbófila de Escapães
Centro Cultural e Desportivo de Nadais
Escola de Música de Escapães / Junta de Freguesia de Escapães
Rancho Folclórico de S. Martinho de Escapães
Escola de Música de Espargo, Abrir Horizontes - ACD - Espargo, Grupo
Cultural e Recreativo Andorinhas de Espargo
AMICAF, Fábrica da Igreja de Fiães, Conferência de S. Vicente Paulo de Fiães
Clube Desportivo Feirense, Liga dos Amigos da Feira
Fiães S. C., Associação de Motociclismo de Fiães - Ulfilanis Motards
CDPAC - Comissão de Defesa do Património e Acção Cultural, Clube
Desportivo de Fiães
Centro de Cultura e Desporto de Fiães / Rancho Infanto Juvenil de Fiães,
Rancho Folclorico ‘As Moleiras de Fiães’
Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 790 - Fiães
Grupo Columbófilo de Fiães
Grupo Musical de Fiães
Associação Fornos Cresce
Associação Columbófila de Fornos
CCR Fornos / JUF - Juventude Unida de Fornos, Conservatório de Música de
Fornos, Desp. Clube Fornos
Sociedade Columbófila de Gião, Fábrica da Igreja de Gião, Conferência de S.
Vicente Paulo de Gião
Associação de S. Mamede de Guisande, Associação Cultural de Guisande
“O Despertar”
Guisande Futebol Clube
Associação Desportiva e Cultural de Lobão
Banda Musical de S. Tiago de Lobão, Rancho Folc. de S. Tiago de Lobão,
C. Incentivo Cultural Lobão, Soc. Columbófila de S. Tiago de Lobão
Fanfarra da Vila de S. Tiago de Lobão
Rancho Regional da Vila de Lobão
Centro Social Cultural e Recreativo de Louredo
Associação Aliança da Família Cadete
Associação Desportiva e Cultural dos Bombeiros Voluntários de Lourosa
CFC Porto, Associação Budokai, Rolar - Hóquei Clube, GCR Fanfarra de
Lourosa, Futsal Feminino LFC, FCC Lourosa, Clube Defesa Pessoal
Centro Cultural e Recreativo “Os Malmequeres de Lourosa”
Clube de Caçadores de Lourosa
Clube de Ténis de Lourosa
Gabinete da Juventude de Lourosa
GRICL - Grupo Recreativo de Intervenção da LouroCoop
Grupo Cultural e Recreativo de Lourosa “Os Corticeiros”
Grupo Desportivo e Cultural “Os Vilaverdenses” - Lourosa
Grupo Musical de Solidariedade de Lourosa, Moto Clube “Rota Livre”
Lusitânia Futebol Clube de Lourosa, Clube de Ténis de Mesa de Lourosa
Sociedade Columbófila de Lourosa
Ritus - Associação Recreativa e Cultural, Grupo Cénico e Recreativo
Milheiroense “Os Velhos”, CCD de Milheirós de Poiares
Clube de Caçadores e Pescadores de Milheirós de Poiares
Grupo Desportivo Milheiroense
Sport Clube de Mosteiró, Associação Recreativa e Columbófila de Mosteirô
ANIFEIRA - Associação dos Amigos dos Animais de Santa Maria da Feira
Pôr-do-Sol - Centro Social, Cultural e Desportivo de Mosteirô
Grupo Columbófilo de Mozelos
Os Dragões de Mozelos
Tuna Musical Mozelense, Futebol Clube de Mozelos
GDC-M - Grupo de Dinamização Cultural de Mozelos
Juventude Atlética Mozelense
Os Amigos da Columbófila de Ermilhe
Centro Popular dos Trabalhadores de Pousadela
Associação de Desenvolvimento de Nogueira da Regedoura
Centro Social Luso-Venezolano - Nogueira da Regedoura
Grupo Columbófilo de Nogueira da Regedoura
Rancho Folclórico S. Cristóvão de Nogueira da Regedoura
Relâmpago União Futebol Clube Nogueirense
Academia Música de Paços de Brandão / Tuna Musical Brandoense
Associação Académica do ISPAB, FEDESPAB - Fundação de Ensino
e Desenvolvimento de Paços de Brandão
Associação Cultural do Carnaval de Paços de Brandão, Grupo de Cicloturismo
de Brandoense
CIRAC - Círculo de Recreio, Arte e Cultura de Paços de Brandão
Clube de Ténis de Paços de Brandão
Clube Desportivo de Paços de Brandão
Argoncilhe
Argoncilhe
Argoncilhe
Argoncilhe
Argoncilhe
Argoncilhe
Argoncilhe
Argoncilhe
Argoncilhe
Arrifana
Arrifana
Arrifana
Arrifana
Arrifana
Arrifana
Arrifana
Arrifana
Canedo
Canedo
Canedo
Canedo
Canedo
Canedo
Canedo
Caldas de S. Jorge
Caldas de S. Jorge
Caldas de S. Jorge
Caldas de S. Jorge
Caldas de S. Jorge
Escapães
Escapães
Escapães
Escapães
Escapães
Espargo
Fiães
Sta. Maria da Feira
Fiães
Fiães
Fiães
Fiães
Fiães
Fiães
Fornos
Fornos
Fornos
Gião
Guisande
Guisande
Lobão
Lobão
Lobão
Lobão
Louredo
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Lourosa
Milheirós de Poiares
Milheirós de Poiares
Milheirós de Poiares
Mosteirô
Mosteirô
Mosteirô
Mozelos
Mozelos
Mozelos
Mozelos
Mozelos
Mozelos
Nogueira da Regedoura
Nogueira da Regedoura
Nogueira da Regedoura
Nogueira da Regedoura
Nogueira da Regedoura
Nogueira da Regedoura
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Paços de Brandão
L001
L002
L003
L004
L005
L006
L007
L008
L009
L010
L011
L012
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L024
L025
L026
L027
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L032
L033
L034
L035
L036
L037
L038
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L040
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L045
L046
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L051
L052
L053
L054
L055
L056
L057
L058
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L062
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L064
L065
L066
L067
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L072
L073
L074
L075
L076
L077
L078
L079
L080
L081
L082
L083
L084
L085
L086
L087
L088
L089
L090
L091
CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
345
ÍNDICE
ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO
DAO - Associação Cultural e Desportiva
GRIB - Grupo Recreativo Independente Brandoense
Grupo Columbófilo de Paços de Brandão
Núcleo de Atendimento à Paralisia Cerebral
Associação Desportiva - Sociedade Columbófila de Pigeiros
Centro Cultura e Desporto Pigeirense
Centro Cultural e Recreativo de Pigeiros
Academia de Música e Artes de Rio Meão
Clube Ornitológico de Riomeão, Rancho Folclórico e Etnográfico Terras de
Santa Maria, Grupo Columbófilo de Rio Meão
Juventude Atlética de Rio Meão
MACUR - Movimento de Assitência, Cultura, Urbanismo e Recreio
Associação Cultural da Mata de Rio Meão
Rancho Folclórico Recreativo e Cultural “As Florinhas de Rio Meão”
Associação Cultural de Romariz, Romariz Futebol Clube
Clube de Caçadores de Romariz
Cicloturismo de Caldas de S. Jorge
Voltado a Poente - Associação Cultural de Duas Igrejas
Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 1048
A.C.D.L. - Associação Cultural, Desportiva da Lavandeira S. João de Vêr
Associação Recreativa e Columbófila de S. João de Vêr
Associação do Grupo Folclórico “As Lavradeiras de S. João de Vêr”
Sporting Clube de S. João de Vêr
Associação Musical Oleirense
Biblioteca Pública de S. Paio de Oleiros
Centro Desportivo e Cultural de S. Paio de Oleiros
Escola de Ciclismo Fernando Carvalho
GRATO - Grupo Recreativo Amigos do Teatro Oleirense
Grupo Columbófilo de S. Paio de Oleiros
Grupo Desportivo de S. Paio de Oleiros
Associação ‘Os Flechas’, Fábrica da Igreja de S. P. Oleiros
Fundação Sanitus
Fundação Comendador Sá Couto
Associação dos Doentes Neuromusculares
Associação de Desenvolvimento de S. P. Oleiros
Grupo Musical de S. Paio de Oleiros - Tuna
Grupo Cultural Desportivo de Sanfins
Sociedade Columbófila de Sanfins
Associação Desportiva e Cultural Sanguedo
Cruz Vermelha Portuguesa
Juventude de Sanguedo
União Columbófila de Sanguedo
Clube Desportivo Feirense
Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira
União Columbófila das Quintas
BTT
AMICIS, Rancho Folclórico Santa Eulália de Sanguedo
Academia de Cultura e Cooperação de Santa Maria da Feira - U. Sénior
Academia de Música de Santa Maria
Associação Académica do ISVOUGA
Associação Cultural Remolha
Associação de Motards “Os Vagabundos do Castelo” - Sta. Maria da Feira
Associação do Grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira, Associação
de Artesãos das Terras de Santa Maria
Associação para o Desenvolvimento do Bailado e Artes Cénicas de Santa
Maria, Cineclube de Santa Maria da Feira
CCROF - Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira
Clube Académico da Feira
Clube de Caça e Pesca de Santa Maria da Feira
Coral Polifónico da Cruz
Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 640 - Santa Maria da Feira
Fed. Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho de Santa Maria da Feira,
Fraternidade Nun’ Álvares - Agrup. Feira
Grupo Gólgota - Missionários Passionistas Santa Maria da Feira, Associação
da Juventude Passionista - Santa Maria da Feira
Juventude Atlética “Os Amigos do Cavaco”
Leo Clube de Santa Maria da Feira, Lions Clube de Santa Maria da Feira
Rotaract Club da Feira, Rotary Clube de Santa Maria da Feira
Sociedade Columbófila de Santa Maria da Feira
Sporting Clube de Santa Maria da Feira
Clube Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
Lamas Movediças - Associação Cultural, Recreativa e Desportiva,
Lamas Jovem
Tuna Esperança de Santa Maria de Lamas
Clube Futebol União de Lamas, Grupo Motard Lamacense
União Columbófila de Santa Maria de Lamas
Associação Bem Estar Santa Maria de Lamas
Lamas Futsal - Associação Desportiva
AJISCE - Associação Jovem de Intervenção Sócio-Cultural e Ecológica
Clube Desportivo de Tarei
Clube Desportivo Soutense
AlmiSouto
Sociedade da Banda Musical de Souto
Associação Musical Recreativa e Cultural de Travanca, Rancho Regional
da Juventude de Travanca
Real Clube de Travanca
Sociedade Columbófila de Travanca
Associação de Cultura e Recreio da Banda Marcial do Vale
C.C.D. - Grupo Desportivo do Pessegueiro
Centro Columbófilo de Santa Maria do Vale
Centro Recreativo e Cultural do Vale
Associação Recreativa Desportiva Vilamaiorense
Conferência de S. Vicente Paulo de Sta. Maria de Lamas
Fábrica da Igreja de Romariz, Conferência de S. Vicente de Paulo de Romariz
Conferência de S. Vicente Paulo de S. João de Vêr
Fábrica da Igreja de Arrifana, Conferência de S. Vicente Paulo de Arrifana
Fábrica da Igreja de Escapães, Conferência de S. Vicente Paulo de Escapães
Fábrica da Igreja de Fornos, Conferência de S. Vicente Paulo de Fornos
Fábrica da Igreja de Lourosa, Conferência de S. Vicente Paulo de Lourosa
Fábrica da Igreja do Vale, Conferência de S. Vicente de Paulo do Vale
Fábrica da Igreja de Mosteirô
Associação do Desenvolvimento Social e Humano ‘ Rosto Solidário’
Fábrica da Igreja de Espargo, Conferência de S. Vicente de Paulo de Espargo
Fábrica da Igreja de Travanca, Conferência de S. Vicente de Paulo de Travanca
Fábrica da Igreja de S. Miguel de Souto, Conferência de S. Vicente de Paulo
de S. Miguel de Souto
Fábrica da Igreja de Lobão, Conferência de S. Vicente de Paulo de Lobão
Fábrica da Igreja de Vila Maior, Conferência de S. Vicente de Paulo
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Paços de Brandão
Pigeiros
Pigeiros
Pigeiros
Rio Meão
Rio Meão
Rio Meão
Rio Meão
Rio Meão
Rio Meão
Romariz
Romariz
Caldas de S. Jorge
Romariz
Romariz
S. João de Vêr
S. João de Vêr
S. João de Vêr
S. João de Vêr
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
S. Paio de Oleiros
Sanfins
Sanfins
Sanguedo
Sanguedo
Sanguedo
Sanguedo
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sanguedo
Sanguedo
Sanguedo
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
Sta. Maria de Lamas
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
S. Miguel de Souto
Travanca
Travanca
Travanca
Travanca
Vale
Vale
Vale
Vale
Vila Maior
Santa Maria de Lamas
S. João de Vêr
Arrifana
Escapães
Fornos
Lourosa
Vale
Mosteirô
Mosteirô
Espargo
Travanca
S. Miguel do Souto
Lobão
Vila Maior
L092
L093
L094
L095
L096
L097
L098
L099
L100
L101
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L103
L104
L105
L106
L107
L108
L109
L110
L111
L112
L113
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L116
L117
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L119
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L126
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L130
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L136
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L178
L179
L180
L181
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L184
L185
L186
L187
L188
L189
L190
L191
L192
CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
346
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO
Fábrica da Igreja de Nogueira da Regedoura, Conferência de S. Vicente Paulo
de Nogueira da Regedoura
Fábrica da Igreja de Sta. Maria de Lamas
Fábrica da Igreja de Rio Meão, Conferência de S. Vicente Paulo de Rio Meão
Fábrica da Igreja de S. João de Vêr, Conferência de S. Vicente Paulo
Fábrica da Igreja de Caldas de S. Jorge, Conferência S. Vicente Paulo de
Caldas de S. Jorge
Fábrica da Igreja de Pigeiros
Fábrica da Igreja de Sanguedo, Conferência de S. Vicente Paulo de Sanguedo
Associação Juventude de Fiães
Associação Ambientalista da Ribeira da Lage
Associação Cultural e Desportiva Gião
Associação VC Bike (Vale da Cabra Bike)
Fórum Ambiente e Cidadania
Mosteirô Futebol Clube
Associação Desportiva Estrelas das Regadas
Grupo Folclórico Como Elas Cantam e Dançam em Paços de Brandão
Rancho Regional de S. João de Vêr
Sport Ciclismo de S. João de Vêr
Associação do Rancho Folclórico das Lavradeiras de S. João de Vêr
Art’ EnCena - Associação Cultural de Animação e Teatro de Santa Maria
da Feira
Song Dao - Associação de Artes Marciais de Santa Maria da Feira
União da Mata Futebol Clube
Associação Cultural e Recreativa do Grupo Folclórico “Os Romeiros do Souto”
Núcleo Desportivo de Travanca
Grupo Cénico de Lourosa
Grupo de Cicloturismo de Lourosa
Orquestra e Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira
Grupo Amizade - Tempos Livres e Educação Para a Paz
Associação de Artesanato de Argoncilhe
Clube de Snowboard
Associação Cultural e Recreativa de Sto. Estevão
Os Arrifanenses Futebol Clube
Rancho Folclórico “Estrelas Brancas”
SD - Superar Desafios - Associação de Cicloturismo
Clube de Canoagem de Canedo
Clube de Tunning de Canedo
Grupo Cultural e Recreativo “Saias Amarelas”
Grupo de Danças e Cantares das Margens do Rio Uíma
Associação Pesca Desportiva S. João de Vêr
Associação Melhor Viver - Desporto, Cultura e Lazer
Grupo Cultural e Desportivo de Travanca
Clube Columbófilo de Milheirós de Poiares
Nogueira da Regedoura
Sta. Maria de Lamas
Rio Meão
S. João de Vêr
Caldas de S. Jorge
Pigeiros
Sanguedo
Fiães
Fornos
Gião
Lobão
Mosteirô
Mosteirô
Mozelos
Paços de Brandão
S. João de Vêr
S. João de Vêr
S. João de Vêr
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria da Feira
Sta. Maria de Lamas
S. Miguel de Souto
Travanca
Lourosa
Lourosa
Sta. Maria da Feira
S. João de Vêr
Argoncilhe
Argoncilhe
Arrifana
Arrifana
Arrifana
Arrifana
Canedo
Canedo
Caldas de S. Jorge
Caldas de S. Jorge
S. João de Vêr
S. João de Vêr
Travanca
Milheirós de Poiares
L193
L194
L195
L196
L197
L198
L199
L200
L201
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L221
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L226
L227
L228
L229
L230
L231
L232
L233
CÓDIGO FREGUESIA NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO
348
ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
EDIÇÃO
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira © 2009
TEXTOS
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, com
colaboração do Arquitecto José Manuel Bastos
FOTOGRAFIA
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira
Feira Viva, E. M. E.
F. Piqueiro - Foto Engenho Lda
ORTOFOTOMAPAS
Instituto Geográfico Português (IGP)
Instituto Geográfico do Exército (IGEOE)
DESIGN
Rita Coelho
IMRESSÃO
Rainho e Neves Lda.
Impressão em papel Creator Natural Mate, 150 grs
TIRAGEM
1 500
ISBN
978-989-8183-06-4
DEPÓSITO LEGAL
298834/09
Ficha técnica
APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever:
retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua
progressão, verificadas nas últimas três décadas.
Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à
União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos
mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas
etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado
e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem
Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica
sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.
O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem
qualquer subjectividade ou propaganda.
A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para
todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só
documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas
dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da
população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.
É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que
reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a
poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa
e objectivamente dá conta.
Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também,
na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.
Alfredo Oliveira HenriquesPresidente da Câmara Municipal
35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIAUM TEMPO DE EXCELÊNCIA
ATLASSANTA MARIA DA FEIRA