Ato pelo fim de ação israelense reúne dezenas em Belém

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Ato pelo fim de ação israelense reúne dezenas em Belém Por: Cleide Magalhães 01/08/2014 Na última sexta, 01, foi o Dia de Luta Internacional em Defesa e Solidariedade ao Povo Palestino, que sofre ataques cessar-fogo do exército de Israel, na Faixa de Gaza, no Oriente Médio, desde 25 de julho deste ano, onde mais de dois mil civis, entre mulheres e crianças, já morreram. Em Belém, dezenas de membros do Comitê Paraense de Solidariedade e Apoio à Luta do Povo Palestino pela sua Liberdade e simpatizantes pela causa participaram de um ato, no final da tarde, em um dos pontos históricos de luta na cidade: a Praça da República. Segundo Cedício de Vasconcelos, representante do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Pará (Sindsep/PA) e da Associação Sindical Nacional dos Sindicatos Independentes Unidos para Lutar no Comitê, o objetivo principal do ato foi exigir que o governo do estado e federal rompam relações diplomáticas com o governo de Israel. Durante a manifestação foram distribuídos panfletos informativos sobre a questão e discutido um documento a ser encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), ao governo do estado e federal. "Em função do ataque genocida de Israel ao povo palestino, queremos que o governo do estado, que tem alguns contratos estabelecidos com o governo de Israel para fornecimento de material tecnológico e de informação, procure romper com qualquer relação comercial com o governo de Israel. O mesmo exigirmos, no documento, do governo federal", afirmou Vasconcelos. Ainda na visão do Comitê, o que acontece na Faixa de Gaza é um genocídio do povo palestino. "O Comitê é contra o genocídio do governo sionista de Israel, que ataca a população palestina. Este povo quer

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Ato pelo fim de ação israelense reúne dezenas em Belém

Por: Cleide Magalhães

01/08/2014

Na última sexta, 01, foi o Dia de Luta Internacional em Defesa e Solidariedade ao Povo

Palestino, que sofre ataques cessar-fogo do exército de Israel, na Faixa de Gaza, no Oriente

Médio, desde 25 de julho deste ano, onde mais de dois mil civis, entre mulheres e crianças, já

morreram. Em Belém, dezenas de membros do Comitê Paraense de Solidariedade e Apoio à

Luta do Povo Palestino pela sua Liberdade e simpatizantes pela causa participaram de um ato,

no final da tarde, em um dos pontos históricos de luta na cidade: a Praça da República. 

Segundo Cedício de Vasconcelos, representante do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço

Público Federal no Pará (Sindsep/PA) e da Associação Sindical Nacional dos Sindicatos

Independentes Unidos para Lutar no Comitê, o objetivo principal do ato foi exigir que o governo

do estado e federal rompam relações diplomáticas com o governo de Israel. Durante a

manifestação foram distribuídos panfletos informativos sobre a questão e discutido um

documento a ser encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), ao governo do

estado e federal. 

"Em função do ataque genocida de Israel ao povo palestino, queremos que o governo do

estado, que tem alguns contratos estabelecidos com o governo de Israel para fornecimento de

material tecnológico e de informação, procure romper com qualquer relação comercial com o

governo de Israel. O mesmo exigirmos, no documento, do governo federal", afirmou

Vasconcelos. 

Ainda na visão do Comitê, o que acontece na Faixa de Gaza é um genocídio do povo palestino.

"O Comitê é contra o genocídio do governo sionista de Israel, que ataca a população palestina.

Este povo quer sua independência, suas terras e busca sua liberdade para constituir seu

próprio governo e ter seus direitos estabelecidos. Mas o governo de Israel está a serviço do

imperialismo norte-americano e insiste em massacrar esse povo e suas terras em função da

busca de mais território, enfim, impor, na verdade, um genocídio para exterminar o povo

palestino", afirma o membro do Comitê Paraense. 

Um dos participantes do ato era o deputado estadual Edmilson Rodrigues (Psol). O

parlamentar informou que na semana que vem voltam os trabalhos legislativos e vai apresentar

na Alepa o documento criado pelo Comitê Paraense de Solidariedade e Apoio à Luta do Povo

Palestino pela sua Liberdade. "Vou pedir ao governo estadual e federal que ajam de forma

diplomática, mas na diplomacia democrática e digam não ao genocídio que acontece na

palestina. O estado brasileiro tem até escritório das forças armadas brasileiras em Tel Aviv,

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várias fábricas de armas israelenses funcionam no Brasil e o país tem parcerias industriais com

empresas de armamento brasileiras. O exército brasileiro estabeleceu relações próximas, de

modo que, as posições que a presidente Dilma Rousseff tem feito são positivas, mas tem que

se tirar consequências disso. Não se pode ter acordo com forças armadas de um país que usa

seu exército para destruir vidas, um povo e etnia", ressaltou o deputado.  

Na opinião do parlamentar, a guerra não é entre judeu e palestino, entre judeus

e muçulmanos ou cristãos, mas feita por um estado. "Israel tinha tudo para ser

democrático depois do holocausto, mas decidiu reproduzir as mesmas práticas do nazismo,

então o nazismo e sionismo é a mesma coisa. O estado de Israel não tem o direito de tentar

confundir a humanidade dizendo que o que eles fazem é em nome dos judeus do mundo. Os

judeus são dignos e o Pará e o Brasil têm exemplos a dar, porque são símbolos dessa

capacidade de convivência solidária e fraterna".

Além do documento elaborado durante o ato, o Fórum Social Pan-Amazônico, que aglutina

organizações e entidades dos nove países da Amazônia Internacional (formada pelo Brasil,

Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname) e que

realizam debates no mundo, apresentou uma carta também em solidariedade ao povo palestino

exigindo que os países que compõem a Pan-Amazônia tenham uma política em defesa do

estado da palestina. 

"O Fórum entende que é possível fazer um paralelo entre a disputa pelo território da Faixa de

Gaza e a Amazônia e, por isso, resolveu fazer a carta solicitando que os países da Pan-

Amazônia possam romper relações, evitar acordos militares e não consumir produtos

israelenses como forma de pressionar com que o estado de Israel reveja sua política de

genocídio, massacre e exclusão dos palestinos do seu próprio território", explicou Dion

Monteiro, economista e membro da entidade. A carta será enviada a todas as embaixadas dos

países da Amazônia Internacional, e, em consequência, aos seus governos.   

O Comitê foi criado em 26 de julho deste ano, logo depois que começaram os ataques, a partir

de um ato debate ocorrido em frente ao Consulado da Venezuela, na Praça da Trindade, no

centro de Belém, e, inicialmente, conta com 10 entidades.