Atrás do trio elétrico também vai quem já morreu

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  • 7/25/2019 Atrs do trio eltrico tambm vai quem j morreu

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    Atrs do trio eltrico tambm vai quem j morreu....

    Atrs do trio eltrico s no vai que j morreu.... Caetano Veloso

    Ao contrrio do que reza o frevo de Caetano Veloso, no so somente os vivos que formam a

    multido de folies que se aglomera nas ruas das grandes cidades brasileiras ou de outras plagasonde se comemore o Carnaval. !spiritismo nos esclarece que estamos o tempo todo emcompan"ia de uma inumervel legio de seres invis#veis, recebendo deles boas e ms influ$ncias adepender da fai%a de sintonia em que nos encontremos. !ssa massa de esp#ritos crescesobremaneira nos dias de realiza&o de festas pags, como ' o Carnaval. (essas ocasies, comogrande parte das pessoas se d aos e%ageros de toda sorte, as influ$ncias nefastas se intensificame muitos dos encarnados se dei%am dominar por esp#ritos mal'ficos, ocasionando os tristes casos deviol$ncia criminosa, como os "omic#dios e suic#dios, al'm dos desvarios se%uais que levam )paternidade e maternidade irresponsveis. *e antes de compor sua famosa can&o o fil"o de +onaCan tivesse con"ecido o livro (as -ronteiras da oucura, ditado ao m'dium +ivaldo /ereira -rancopelo !sp#rito 0anoel /"ilomeno de 0iranda, talvez fizesse uma letra diferente e, sens#vel como opoeta que ', cuidaria de e%ortar os folies pipoca e aqueles que engrossam os blocos a cada anocontra os e%cessos de toda ordem. 0as como o tempo ' o sen"or de todo entendimento, "o1eCaetano ' um dos muitos artistas que pregam a paz no Carnaval, denunciando, do alto do trioel'trico, as manifesta&es de viol$ncia que consegue flagrar na multido.

    (o livro citado, 0anoel /"ilomeno, que quando encarnado desempen"ou atividades m'dicas eespiritistas em *alvador, relata epis2dios protagonizados pelo venerando !sp#rito 3ezerra de0enezes, na condu&o de equipes socorristas 1unto a encarnados em desequil#brios.

    /"ilomeno registra, dentre outros pontos de relevante interesse, o encontro com um certo sambistadesencarnado, o qual no ' dif#cil identificar como (oel 4osa, o poeta do bairro bo$mio de Vila5sabel, no 4io de 6aneiro, muito a prop2sito, integrava uma dessas equipes socorristas encarregadasde prestar atendimento espiritual durante os dias de Carnaval. 5nteressado em col"er informa&espara a aprendizagem pr2pria 7e nossa tamb'm89, /"ilomeno inquiriu (oel sobre como este conciliavasua anterior condi&o de sambista vinculado )s a&es do Carnaval com a atual, longe do bul#ciofestivo, em trabal"os de socorro ao pr2%imo. Com tranq:ilidade, o autor de Camisa listradarespondeu que em suas can&es traduzia as dores e aspira&es do povo, relatando os dramas,ang;stias e trag'dias amorosas do submundo carioca, mas compreendeu seu fracasso aodesencarnar, despertando sob maior soma de amarguras, com fortes vincula&es aos ambientess2rdidos, pelos quais transitara em largas afli&es.

    (o entanto, a obra musical de (oel 4osa cativara tantos cora&es que os bons sentimentosdespertados nas pessoas atuaram em seu favor no plano espiritual< !mbora eu no fosse um "er2i,nem mesmo um "omem que se desincumbira corretamente do dever, min"a mem2ria gerousimpatias e a mensagem das musicas provocou amizades, gra&as a cu1o recurso fui alcan&ado pela0iseric2rdia +ivina, que me recambiou para outros s#tios de tratamento e renova&o, onde desperteipara realidades novas. Como acontece com todo esp#rito calceta que por fim se rende aosimperativos das sbias leis, (oel conseguiu, pois, descobrir que ' sempre tempo de recome&ar e deagir e assim ele iniciou a composi&o de novos sambas, ao compasso do bem, com as melodias daesperan&a e os ritmos da paz, numa Vila de amor infinito....

    !ntre os anos => e ?>, (oel 4osa integrava a pl$iade de esp#ritos que ditaram ao m'dium, 1ornalistae escritor esp#rita 6orge 4izzini a s'rie de composi&es que resultou em dois discos e apresenta&esem festivais de m;sicas medi;nicas em *o /aulo. entendimento do /oeta da Vila quanto )sebuli&es momescas, ' claro, tamb'm mudou@ Carnaval para mim, ' passado de dor e acaridade, "o1e, 'me festa de todo, dia, qual primavera que surge ap2s inverno demorado, sombrio.

    A carne nada vale. Carnaval, conforme os conceitos de 3ezerra de 0enezes, ' festa que aindaguarda vest#gios da barbrie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelaspai%es do prazer violento. Como nosso imperativo maior ' a ei de !volu&o, um dia tudo isso,todas essas manifesta&es ruidosas que marcam nosso estgio de inferioridade desaparecero daBerra. !m seu lugar, ento, predominaro a alegria pura, a 1ovialidade, a satisfa&o, o 1;bilo real,

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    com o "omem despertando para a beleza e a arte, sem agresso nem promiscuidade. A folia em quepontifica o 4ei 0omo 1 foi um dia a comemora&o dos povos guerreiros, feste1ando vit2rias< foirever$ncia coletiva ao deus +ion#sio, na r'cia clssica, quando a festa se c"amava bacanalia;navel"a 4oma dos c'sares, fortemente marcada pelo aspecto pago, c"amouse saturnaliae nessasocasies se imolava uma v#tima "umana.

    (a 5dade 0'dia, entretanto, ' que a festividade adquiriu o conceito que "o1e apresenta, ode umavez or ano l!cito enlouquecer, em "omenagem aos falsos deuses do vin"o, das orgias,

    dos desvarios e dos e%cessos, em suma.

    3ezerra cita os estudiosos do comportamento e da psique da atualidade, sinceramente convencidosda necessidade de descarregaremse as tenses e recalques nesses dias em que a carne nada vale,cu1a primeira silaba de cada palavra compe o verbete carnaval. Assim, em tr$s ou mais dias deverdadeira loucura, as pessoas desavisadas, se entregam ao descompromisso, e%agerando nasatitudes, ao compasso de sons febris e vapores alucinantes. !st no materialismo, que v$ o corpo, amat'ria, como inicio e fim em si mesmo, a causa de tal desregramento. !sse comportamento afetainclusive aqueles que se dizem religiosos, mas no t$m, em verdade, a necessria compreenso davida espiritual, dei%andose tamb'm enlouquecer uma vez por ano.

    Processo de loucura e obsesso. As pessoas que se animam para a festa carnavalesca e fazem

    preparativos organizando fantasias e demais apetrec"os para o que consideram um simples e sadioaproveitamento das alegrias e dos prazeres da vida, no imaginam que, muitas vezes, esto sendoinspiradas por entidades vinculadas )s sombras. Bais esp#ritos, como informa 0anoel /"ilomeno,buscam vitimas em potencial para ali1las do equil#brio, dando inicio a processos nefandos deobsesses demoradas. 5sso acontece tanto com aqueles que se afinizam com os seresperturbadores, adotando comportamento vicioso, quanto com criaturas cu1as atitudes as identificamcomo pessoas respeitveis, embora su1eitas )s tenta&es que os prazeres mundanos representam,por tamb'm acreditarem que se1a l#cito enlouquecer uma vez por ano.

    !sse processo sutil de aliciamento esclarece o autor espiritual, dse durante o sono, quando osencarnados, desprendidos parcialmente do corpo f#sico, fazem incurses )s regies de bai%o teorvibrat2rio, pr2prias das entidades vinculadas )s tramas de desespero e loucura. s "omens que

    assim procedem no o fazem simplesmente atendendo aos apelos magn'ticos que atrai os esp#ritosdesequilibrados e desses seres, mas porque a eles se ligam pelo pensamento, em razo dasprefer$ncias que acol"em e dos prazeres que se facultam no mundo #ntimo. u se1a, as tend$nciasde cada um, e a correspondente impot$ncia ou apatia em venc$las, so o im que atrai os esp#ritosdesequilibrados e fomentadores do desequil#brio, o qual, em suma, no e%istiria se os "omens semantivessem no firme prop2sito de educar as pai%es instintivas que os animalizam.

    H dois mil anos. Bal situa&o no difere muito dos epis2dios de possesso demon#aca aos quais o0estre 6esus era c"amado a atender, promovendo as curas milagrosas de que se ocupam osevangel"os. Atualmente, temos, gra&as ao !spiritismo, a e%plica&o das causas e conseq:$nciasdesses fatos, desde que Allan Dardec fora convocado ) tarefa de codificar a +outrina dos !sp#ritos.Conforme configurado na primeira obra da Codifica&o E ivro dos !sp#ritos , estamos, na Berra,

    quase que sob a dire&o das entidades invis#veis@ s esp#ritos influem sobre nossos pensamentos ea&esF, pergunta o Codificador, para ser informado de que a esse respeito sua 7dos esp#ritos9influ$ncia ' maior do que credes porque, freq:entemente, so eles que vos dirigem. /ode parecerassustador, ainda mais que se se tem os esp#ritos ainda inferiorizados ) conta de demnios.

    0as, do mesmo modo como somos facilmente dominados pelos maus esp#ritos, quando, como 1dito, sintonizamos na mesma freq:$ncia de pensamento, tamb'm obtemos, pelo mesmo processo, oconcurso dos bons, aqueles que agem a nosso favor em nome de 6esus. 3asta, para tanto, estarmospredispostos a suas orienta&es, atentos ao aviso de orar e vigiar que o Cristo nos deu " dois milanos, atrav's do cultivo de atitudes salutares, como a prece e a praticada caridade desinteressada.!sta ;ltima ' a caracter#stica de esp#ritos como 3ezerra de 0enezes, que em sua ;ltima encarna&ofora alcun"ado de o m'dico dos pobres e "o1e ' reverenciado no meio esp#rita como o apostolo da

    caridade no 3rasil.