AtuAlid Ade O ladO desumanO dOs humanOs • pÁg. 05 Ano XII...

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Revista da aRquidiocese de vitóRia - es vitória vitória Ano XII Nº 144 Agosto de 2017 ATUALIDADE O ladO desumanO dOs humanOs pÁg. 05

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Revista da aRquidiocese de vitóRia - es

vitóriavitóriaAno XII • Nº 144 • Agosto de 2017

AtuAlidAde O ladO desumanO dOs humanOs • pÁg. 05

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editorial

“Q ue a importância de uma coisa não se mede com fita métrica, nem com ba-

lanças, nem com barômetros, etc... Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamen-to que a coisa produza em nós”. Se fôssemos escrever o mesmo ‘verso’ por outro viés, poderia ser assim: o encantamento que a coisa produz em nós pode atribuir a ela, tamanhos, pesos e temperaturas imensuráveis. É um pouco disso que tratam algumas editorias desta edição: o tamanho que gestos e ações simples e pequenas podem tomar quando afetam, de fato, as vidas que atingem. Maria da Luz Fernandes

editora

O tamanho das ‘coisas’ Pequenas ações carregam comu-nidades rumo à autotransformação. Pequenos gestos encantam clientes e dão sabor especial a comidas preferi-das. Pequenas ações (ou a falta delas) deixam tristeza e desalento em quem se sente abandonado ou ignorado. Pe-quenos gestos promovem mudanças de comportamentos e de modos de viver. Enfim, obrigada Manoel Barros por essa forma poética de medir o tamanho das coisas: “... uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós”! Boa leitura! n

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Arcebispo Metropolitano: Dom Luiz Mancilha Vilela • Bispo auxiliar: Dom Rubens Sevilha • Editora: Maria da Luz Fernandes / 3098-ES • Repórter: Andressa Mian / 0987-ES • Conselho Editorial: Albino Portella, Alessandro Gomes, Edebrande Cavalieri, Marcus Tullius, Warllem Soares e Vander Silva • Colaboradores: Pe. Andherson Franklin, Arlindo Vilaschi, Dauri Batisti, Diovani Favoreto, Giovanna Valfré, Fr. José Moacyr Cadenassi e Vitor Nunes Rosa • Revisão: de texto: Yolanda Therezinha Bruzamolin • Publicidade e Propaganda: [email protected] - (27) 3198-0850Fale com a revista vitória: [email protected] • Projeto Gráfico e Editoração: Comunicação Impressa - (27) 3319-9062 Ilustrador: Richelmy Lorencini • Designer: Albino Portella • Impressão: Gráfica e Editora GSA - (27) 3232-1266

vitóriavitóriaRevista da aRquidiocese de vitóRia - es

Ano XII – Edição 144 – Agosto/2017Publicação da Arquidiocese de Vitória

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atualidadeO lado desumano dos humanos

ideias0 eu que estará de péquando eu estivermorrendo

espiritualidadeCoração que arde

caminhos da bíbliaAcolhidos por Deus e enviados como sinais de misericórdia

sugestõesMinisérie “Pode me chamar de Francisco”

diálogosJuntos e “em saída”

ecologia Recifes de Corais

reportagemA grandeza das pequenas atitudes

pergunte a quem sabeQuais os critérios para que as pessoas participem dos encontros propostos pelo SAV?

12 46

economia pOlítica

Aprisionamentos e perdas

fazer bemSangue raro de brasileiro salva

bebê na Colômbia

acOntece

Formaçãopara jovens

08 34

entrevistaA paternidade é uma bênção de Deus

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22

27

03 editorial

15 pensar

18 especial

29 aspas

41 arquivo e memória

45 patrimônio histórico cultural

ensinamentOsSolenidade

da Assunçãode Maria

viver bemO prazer em preparar o próprio alimento

mundO litúrgicOCordialidade musical

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atualidade

O lado desumano dos humanos

Em época de muita tecnologia, muita técnica e muita informática cresce também e, muitas vezes demoramos

para nos apercebermos, a desumanização dos humanos. Pode ser duro fazer este tipo de constatação e pensarmos sobre este contraditório, mas alguns alertas vão chegando e disparam sinais de atenção.

No ano 1986, a Banda Legião Urbana compôs a música Metrópole, que é lem-brada até hoje e já atentava para isso.

Maria da Luz Fernandes

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atualidade

dicos e enfermeiros tentando desesperadamente salvar a vida de um paciente no chão de um corredor de hospital. Por falta de aparelho, faziam massagem manual no coração do doente — no chão de pedra do corredor. Não faltavam mé-dicos: faltavam leitos, apare-lhos, limpeza, faltava a essência que possibilitaria salvar aquela pessoa. Outra reportagem mos-

Alguns casos de atitudes desumanas assumidas por humanos provocam algumas reflexões. Em duas ocasiões a escritora Lya Luft, refletiu sobre isso. Em uma delas de-veria escrever sobre ‘coisas humanas’, mas aconteceram as chacinas de Manaus e Ro-raima quando pedaços de cor-pos foram jogados sobre os muros da prisão e corações foram arrancados de outros corpos, e ela escreveu sobre coisas desumanas e terminou o texto assim: “Sinto muito: hoje escrevo sobre coisas de-sumanas. E que os deuses nos ajudem”. Na outra ocasião Luft comentou uma frase do Papa Francisco “precisamos de um humanismo menos desumano” e relacionou-a com a forma de-sumana como o governo trata os mais pobres. “Recentemente as televisões do país (repetidas no exterior) mostravam mé-

enquantO hOuver

uma criança

passandO fOme, um

jOvem sem educaçãO,

um velhO sem

atendimentO médicO,

ninguém deverÁ

dOrmir em paz, cOmO

um pai nãO dOrme em

paz se a seus filhOs

falta O elementar

Papa Francisco

trava um médico com lágrimas nos olhos que acompanhou uma paciente em vários hos-pitais, sem conseguir que fosse internada, e ela, com apenas 45 anos, morreu na sua fren-te. Não faltou médico: faltou lugar decente para sobreviver ou mesmo para morrer, pois nenhum ser humano deve mor-rer no chão, como um animal. É desse humanismo desumano, centrado no homem consumis-ta e manipulável, que falava o Papa, dizendo ainda que, enquanto houver uma crian-ça passando fome, um jovem sem educação, um velho sem atendimento médico, ninguém deverá dormir em paz, como um pai não dorme em paz se a seus filhos falta o elementar”. O humanismo desumano está cada vez mais próximo da gente e é necessário ficar alerta para não se deixar levar. Entre as tantas denúncias que foram feitas sobre o acidente regis-trado em Guarapari no mês de junho no qual morreram 23 pessoas, uma realçou bem o lado desumano dos humanos. O fato também foi comentado em redes sociais. O escritor ca-pixaba Anaximandro Amorim fez um comentário sobre isso para a Revista Vitória.

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Enquanto pessoas tiravam foto com seus celulares, um ônibus pegava fogo, matando uma vintena de pessoas. Qual animal de circo, uma das vítimas implorava por socorro, pela vida de uma outra, presa às ferragens. Captar o mórbido espetáculo era mais importante. E, antes que você pense que este parágrafo dá início a um romance de terror, saiba que estou falando de Fabiana Silva, uma das so-breviventes de um terrível acidente, com 23 mortos, ocorrido no dia 22 de junho deste ano envolvendo um ônibus da Viação Águia Branca, uma carreta, uma mini-van e uma ambulância, na Rodovia do Sol, em Guarapari/ES. Seu esposo, o gesseiro Fernando de Souza Dias, acabou morrendo. Registrar o “show” era mais importante. Foi Guy Debord o autor de “A Sociedade do Espetáculo”, livro que causou frisson quando publicado pela primeira vez, em 1967. Crítico feroz da sociedade ocidental da época, Debord vaticinou que, dentre outras coisas, seríamos todos acachapados pelo triunfo da imagem sobre as esferas da vida. Mais atual, impos-sível: depois que inventaram o celular com câmera, cada um de nós é uma celebridade em potencial. Tudo registrado, documenta-do, desde a palestra de um catedrático até uma simples ida ao banheiro. Debord só não contava com as redes sociais, afinal, quem não está nelas, não está no mundo. E como o bicho homem tem uma tendência geral ao exibicionismo, isso é elevado à décima po-tência, na proporção direta do bombardeio de coisas desnecessárias que ali produzimos,

diuturnamente. O problema é quando se extrapola o limite do bom senso, algo, aliás, bastante raro nessas épocas de pós-modernidade. Porque, da mesma forma que eu posso noti-ciar minhas necessidades fisiológicas para o mundo, posso também fazer aquela selfie do lado do cadáver ou mesmo captar o ônibus em chamas, a despeito dos gritos de socorro dos meus semelhantes. É o lado mórbido da natureza humana, que desafia a história: antes eu era testemunha ocular do enforcamento, da decapitação. Hoje, não me basta apenas ser, mas, também, mostrar. Atire a primeira pedra quem jamais recebeu fotos ou até vídeos de suicídios, acidentes, rebeliões e tudo o que a maldade humana produz. A primeira pedra, não: o primeiro celular. E para bem longe, de preferência. Futuros distópicos, descritos em roman-ces de ficção científica, previam que a cons-ciência humana ficaria presa às máquinas. A vida anda imitando a arte a passos largos. Há quem prefira sair sem documentos a sair sem celular. A sanha de deixar tudo registrado, de produzir conteúdo para “aparecer” nas redes sociais (e ganhar “likes” por conta disso), está nos fazendo cada vez mais menos homens e mais máquinas. Isso custa nossa essência e nos subtrai do mundo real. Há quem diga que as pessoas, por conta disso, andam perdendo o respeito umas com as outras. Acho que não. Fotografar um pedido de socorro enquanto um ônibus em chamas comprova a perda da nossa humanidade. n

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Projeto capixaba transforma esgoto em energia elétrica

“Proibido lamentar-se!” é o recado afixado no quarto do Papa Francisco

Uma parceria firmada entre a Cesan e a UFES transforma esgoto em energia elétrica e os estudos acontecem na estação de trata-mento de esgoto de Araçás, em Vila Velha. “É uma estação superavitária em energia. Ao invés de consumir, ela produz. E que energia é essa? É a energia do biogás”, afirma o professor Ricardo Franci, responsável pelo projeto. O esgoto passa por um tratamento preliminar para retirar os lixos, e em seguida, começa o processo químico propriamente da retirada do biogás e conversão em energia elétrica. Por ser ainda uma estação em andamento, o tratamento acontece com esgoto de apro-ximadamente 300 pessoas. A perspectiva é que a novidade comece ser implantada em pequenas cidades em 2018.

No mês de julho, mesmo de férias, o Papa Francisco provocou uma reflexão ao afixar uma mensagem na porta de seu quarto, na Casa Santa Marta, alertando que é proibido lamentar-se. Mais abaixo, na plaquinha, é explicado que “os transgressores estão sujeitos a uma síndrome de vitimismo com a consequente diminuição de tom do humor e a capacidade para resolver os proble-mas”. O texto também explica que a sanção será dobrada “se cometida na presença de crianças”. O autor das frases é o psicoterapeuta Salvo Noé, escritor e autor de livros de motivação. Ele esteve com o Papa Francisco na Praça São Pedro ao final da Audiência Geral de 14 de junho e na ocasião presenteou Francisco com a cartela, um livro e uma pulseira. O autor dedicou algumas páginas de seu último livro ao Papa.

fazer bem

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Jovem ajuda idosa no PoupaTempo e ganha emprego

Sangue raro de brasileiro salva bebê na Colômbia

Prótese para pacientes com surdez parcial é oferecida gratuitamente no Brasil

O jovem Kevin Almeida, de 18 anos, ganhou uma vaga de em-prego após ajudar por duas vezes uma senhora em Mogi das Cruzes, São Paulo. A primeira ajuda foi informar à senhora Elvira Blanco, onde era o PoupaTempo. Solidário, o rapaz levou a idosa até o posto de atendimento. No local, a idosa passou mal e a segunda ação do jovem foi seguir com ela na ambulância do Samu até o hospital. O gesto foi acompanhado pela administradora do PoupaTempo, Milena Marques de Paula, que pegou o telefone de Kevin e, passado o ocor-rido, fez contato oferecendo uma vaga para atendimento às pessoas que chegam no posto. O jovem aceitou e disse que “o que a gente faz de bom, a vida continua sempre retribuindo”.

O sangue doado é de um tipo raro chamado “hh” e foi coletado de um jovem cearense de 23 anos. A paciente é uma menina de um ano e dois meses que apresentava sangramento digestivo grave e precisava de transfusão urgente. O Ceará é o primeiro estado brasileiro a realizar o envio internacional de sangue raro para doação.

A técnica cirúrgica para implantação da prótese auditiva ancorada no osso da cabeça do paciente chegou ao Brasil e o procedimento pode ser realizado de graça, pelo SUS. O implante já foi feito com sucesso em cinco pacientes no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e, recentemente, no Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele é indicado apenas para pessoas com perda auditiva condutiva, mista, e surdez unilateral. O procedimento é feito em regime ambulatorial, sem a necessidade de anestesia geral e internação prolongada.

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O eu que estará de pé quando eu estiver morrendo

ideias

Por esse ou por aquele motivo somos dados ao aprisionamento de nós mesmos, e o que é pior, em nosso próprio eu. Limitamo-nos

a umas poucas e rígidas identidades. Escapa-nos, o mais das vezes, que a vida nos pede a todo o momento que nos alarguemos para além do nosso eu pessoal, que nos prolonguemos para além dos limites do nosso ego de modo que nos alcancemos e nos coloquemos em vizinhanças, proximidades, aberturas e movimentos para com outros seres, e para com outras coisas, até. Cada vez mais vi-vemos conectados com tudo e com todos e cada vez mais vamos nos dando conta dessas conexões

e das muitas vocações e possibilidades que nos atravessam e dos mistérios que nos ligam. A vida o tempo todo nos pede e nos empurra para que descubramos e elaboremos diferenças e mais diferenças com o corpo que molda as forças que nos compõem, com as relações nas quais estamos imersos, com os mundos que se insinuam em nossos desejos. A riqueza da vida não está na igualdade, mas nas diferenças. Não está nos modos únicos e hegemônicos, mas nas pluralidades, seja nos modos de existir como nas visões e entendimentos sobre a vida. Não por acaso nos sucedemos em idades, em mentalidades

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e nos corpos. Um era o corpo na infância, outro o da velhi-ce, assim como os sentimen-tos e os pensamentos. Somos vários. Multiplicamos-nos em cada acontecimento, em cada acaso, em cada encontro, e é fundamental que nos multipli-quemos. Bela é a frase de Jesus Cristo: necessário vos é nascer de novo. Necessário vos é ser outro, e outro, e outro. Gostamos de ser o mes-mo, sobre isso se faz um grande investimento, e até com orgu-lho afirmamos nossa rigidez na mesmice. Gostamos de ser o mesmo. Como se isso fosse possível. A todo instante Deus, o mundo, a natureza, a saúde, o destino, o corpo estão nos pe-dindo para que sejamos outros. Até porque o dito e metido eu não é senhor, nem diretor do teatro no qual ele joga o seu desempenho, mesmo e quando ele pensa que tem o controle da cena. Ou seja, quando o eu me-nos espera ele é surpreendido por outros eus em seu corpo. Desconhecemos-nos nesses mo-mentos. Mas deveríamos nos reconhecer nesses momentos. Especialmente quando perde-mos o dito “controle”. Quando o ego se deixa trair. Mas este pedido, ser outro, será sempre e apenas um devir, que significa, entre outras coi-

Dauri Batisti

sas, uma disponibilidade para recomeços, e uma disposição para outros modos de se fazer a si mesmo, em conjugação e harmonia (se possível) com o mundo, com a realidade, e com os acontecimentos. Decer-to esse caminho não é senão um caminho para muitos pés. Caminhos que se fazem por duplas, por trios, por coletivos de quem sonha outro mundo. Definitivamente este não é um caminho para a descoberta do “eu interior” num retiro de iso-lamento. Definitivamente este é um caminho pra quem se perce-be fluxo no fluxo, um mais um, no outro. Se um eu é “interior” decerto antes nasceu exterior, nas correntes e trocas, nos en-contros, nas lutas e esbarros da vida com o mundo, do mundo com a vida. Quando ficamos prisionei-ros de identidades, de nossas absolutizadas visões de mundo, de nossas verdades enrijecidas

deixamos de ser a singularidade (somatório de multiplicidades) que se apresenta como a char-mosa e transitória diferença que o mundo requer e precisa ex-pressar por cada um. Deixamos, por causa desse aprisionamen-to, de ser o outro, aquele ser humano que seria mais feliz e mais capaz de favorecer a vida de todos. Aquele que sendo ho-mem e animal, mineral e estrela, riacho e árvore se reconheceria como um indispensável remédio para o mundo. Eu não sou eu, diz o poeta andaluz Juan Ramón Jiménez, eu sou alguém que ca-minha ao meu lado, /que fica calado quando estou falando, /que perdoa e esquece quan-do estou irado esbravejando, /que permanece sereno quando estou aflito e sofrendo, /e que estará de pé quando eu estiver morrendo. n

A todo instante Deus, o mundo,

a natureza, a saúde, o destino, o

corpo estão nos pedindo para que sejamos

outros. Até porque o dito e metido eu não

é senhor, nem diretor do teatro no qual ele

joga o seu desempenho, mesmo e quando

ele pensa que tem o controle da cena

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Aprisionamentos e perdas

Autilização de toda e qual-quer abordagem voltada para o crescimento eco-

nômico deve ser feita a partir de reflexão crítica sobre sua for-mulação original e o contexto histórico do local onde se quer aplicá-la. Defendida por aqueles que veem a globalização como irrefutável e inevitável, a aborda-gem de cadeias produtivas busca identificar oportunidades para inserção de regiões/segmentos econômicos em alguma etapa do processo produtivo mundia-lizado. Identificação que pode ser buscada na qualificação de pes-soas, pelo baixo custo da mão de obra, pelo descaso para com o meio-ambiente, pela disponi-bilidade de recursos naturais, dentre outros fatores. Entendido e aceito que a lógica do processo de inserção da região/segmento pode ser perversa, é necessário que políticas públicas sejam es-tabelecidas com o objetivo de assegurar a sustentabilidade econômica, social e ambiental do crescimento almejado. Políticas públicas que de-vem ser construídas a partir de visão crítica do que é importante para o processo de globalização e o que é fundamental para o

desenvolvimento da região/seg-mento. Visão crítica necessária, porque nem sempre os interes-ses imediatos da globalização são convergentes com os obje-tivos de desenvolvimento. Na falta de convergência imediata, há que se ter clareza em prol de quem se deseja fomentar o crescimento. Aprisionar-se ao conceito e aceitar pressões dos elos mais fortes como única alternativa possível para o desenvolvimento, empobrece a discussão e pode causar deteriorações. Deterio-rações que muitos preferem des-considerar como a que ocorre nos postos de trabalho e na qua-lidade do ar, solo, cursos d’água. Deteriorações impossíveis de serem ignoradas quando se tornam tragédias. Tragédias como a provocada pela Vale/BHP/Samarco há quase dois anos; e como a que recentemente resultou do transporte indevido de um bloco de granito. Ênfa-se para o fato de ambas serem consequência da ânsia de cres-cer com base na exploração de recursos naturais. Crescimento insustentável a médio prazo pela própria finitude do que a natu-reza pode prover. Finitude desconsiderada

quando se apregoa um modelo de crescimento que busca inse-rir o Espírito Santo em cadeias produtivas cujos elos que mais se beneficiam ficam bem longe daqui. Inserção que pode ser fei-ta de forma melhor qualificada. Qualificação que leve à ge-ração de riquezas que contemple valores sociais, culturais e am-bientais para além do que deseja o abstrato mercado. Aceitar o mercado como uma abstração torna-o algo a ser venerado e acima do bem e do mal; como se fosse absoluto e inquestioná-vel em seus objetivos de ganhos imediatos. Veneração que causa tra-gédias como as da Vale/BHP/Samarco e a do bloco de grani-to. Em proporções diferentes, tragédias que causaram danos humanos, sociais e ambientais. Danos que precisam ser expli-citados para que responsáveis sejam punidos; danos a serem reverenciadas com atitudes fora dos aprisionamentos acríticos de cadeias produtivas e de ou-tras abordagens voltadas para o crescimento a qualquer custo. n

economia política

arlindo VillaschiProfessor de [email protected]

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Quem escuta a Américaé mais feliz

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Coração que arde

Creio que no imaginário da maioria dos povos o coração é o símbolo

do amor ou, pelo menos, da interioridade humana. Na Bí-blia não é diferente. Nas Sa-gradas Escrituras encontramos inúmeras vezes referências ao coração de Deus, ao coração do homem, ao coração do mundo. O coração do cristão deseja ser semelhante ao coração de Cristo: manso e humilde (Mt 11,29). A tradicional represen-tação do Coração de Jesus nos mostra-o cercado por uma co-roa de espinhos e encimado por uma chama de fogo. O fogo sim-boliza a intensidade do amor; já os espinhos simbolizam a ausência da reciprocidade ao amor ou os sofrimentos na realização concreta do mesmo. O amor de Deus derramado sobre nós é como um fogo que faz arder também o nosso co-

ração. Os discípulos de Emaús sentiram o coração arder com a presença e com as palavras do Ressuscitado. No diário exame de cons-ciência devemos honestamente nos perguntar: O que, de fato, faz meu coração arder? O úni-co fogo verdadeiro realmente capaz de aquecer o coração hu-mano é o amor de Deus traduzi-do em boas obras. Resumindo: Quem é bom e faz o bem tem o coração automaticamente aquecido. Quando falta bon-dade o nosso coração gela e daí a tentação de buscar aquecê-lo falsamente nos “prazeres” do mundo. O fogo do mundo assa, torra e destrói o coração ao invés de aquecê-lo. O Papa Francisco disse que o cristão quando “caminha desde e com Cristo, não é uma pessoa que parte das próprias ideias e gostos, mas que se deixa olhar

por ele, por esse olhar que faz o coração arder. Quanto mais Jesus toma o centro da nossa vida, tanto mais nos faz sair de nós mesmos, nos descentra e nos torna mais próximos dos outros” (5/7/2017). Santa Teresa de Ávila escre-veu que certa vez lhe apare-ceu um anjo com uma flecha, em cuja ponta havia fogo, e enfiou-a em seu coração. Ela desmaiou de amor! Esse fato denominado Transverberação de Santa Teresa é celebrado liturgicamente pelos carmelitas descalços, com missa e ofício divino próprios, no dia 26 de agosto. Sagrado Coração de Deus, fornalha ardente de amor, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso. Amém. n

espiritualidade

Dom Rubens Sevilha, ocdBispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

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caminhos da bíblia

Acolhidos por Deuse enviados como

sinais de misericórdia“Mas a todos poupas porque são teus: Senhor amigo da vida” (Sb 11,26).

“Assim procedendo, ensinaste ao teu povo que o justo deve ser amigo dos homens” (Sb 12,19)

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que, ao receber a misericórdia de Deus de forma gratuita, o homem deve também olhar para os pecadores com um olhar mi-sericordioso e cheio de compai-xão, na esperança de que eles retornem de seus caminhos e busquem a comunhão com Deus. Que a experiência da bon-dade, da misericórdia, da pa-ciência, do auxílio e do amor de Deus, toque nos corações dos discípulos e discípulas de Cristo indicando um novo modo de vida. A fim de que, fazendo a experiência da acolhida e do perdão divinos sejam formados e educados para viverem nas Comunidades Eclesiais de Base a mesma misericórdia, paciên-cia e acolhida. Sendo capazes de transformar a experiência que cada um faz no modo como se vive, particularmente, cons-truindo nas comunidades es-paços nos quais os homens se tornem, de fato, amigos e de-fensores da vida de todos. n

Pe. andherson FranklinProfessor de Sagrada escritura no iftAV e doutor em Sagrada escritura

Olivro da Sabedoria procura apresentar respostas a uma per-

gunta que é tão atual quanto o era quando foi escrito, isto é: qual a razão da misericór-dia e bondade de Deus verso os pecadores e praticantes de injustiças? O livro foi escrito em território pagão e, por isso, reflete as relações estabelecidas entre o Povo de Deus e os demais povos, colocando em questão o modo de se comportar dos filhos de Israel diante do modo de vida dos estrangeiros. Nesse caso, as questões que surgem estão na linha de procurar en-tender a razão pela qual Deus é tão misericordioso e longânime com os pecadores e suas ações. O capítulo 11,26 traz algo que pode ser útil na compreensão do modo como o autor reflete e experimenta a misericórdia e a bondade a bondade divinas: “Mas a todos poupas, porque são teus: Senhor amigo da vida!”. Deus ama a vida de todos e, por essa razão, medindo as ações dos homens pelo crivo de seu amor, não vê o mundo com um olhar condenatório, mas com olhos de compaixão e misericórdia. O fundamento das ações divinas é o seu amor miseri-cordioso e compassivo, lento para a ira e largo no perdão. Na mesma direção o autor do livro afirma ainda no capítulo 12,19:

“Assim procedendo, ensinaste ao teu povo que o justo deve ser humano; e a teus filhos deste a confortadora esperança de que concedes o perdão aos pecado-res”. Uma outra tradução possí-vel do texto seria: “o justo como amigo dos homens” (o justo deve ser humano) e “após o pecado, dás a conversão” (concedes o perdão aos pecadores). Deus não demonstra a sua potência aniquilando o homem à causa de seu pecado, mas, quando oferece ao mesmo a possibilidade de retorno à casa da comunhão, na qual ele é formado para a vida plena. Deste modo, se apresenta como aquele que não somente ama a vida do homem e, por isso, confia na possibilidade de que o mesmo busque a verdade e a conversão mas, chama o próprio homem a confiar em seu seme-lhante. A ação misericordiosa de Deus na direção de todos é, nes-se caso, lugar de formação para a misericórdia e o perdão, pois também o homem é chamado a ser amigo, defensor da vida de seu semelhante. Por isso mesmo

O fundamento das ações divinas é o seu amor misericordioso e compassivo,

lento para a ira e largo no perdão.

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especial

Nulidade matrimonial

Após a carta apos-tólica em forma de «Motu Proprio»

do Sumo Pontífice - Mi-tis Iudex Dominus Iesus - (08/09/2015) sobre a reforma do processo ca-nônico para as causas de declaração de nulidade do matrimônio no código de direito canônico e, com a ênfase dada pela mídia ao assunto, a procura por informações sobre o que fazer para que se tenha declarada a nulidade ma-trimonial de um casamen-to desfeito, tornou-se uma constante em nossos aten-dimentos pastorais. Antes de tudo, esclarecemos que essa é uma prática que vem sendo realizada há anos pela Igreja Católica e que Papa Francisco, ao propor algumas mudanças, não teve como objetivo favo-recer a nulidade dos ma-trimônios, mas agilizar o andamento dos processos. Logo que somos in-terpelados por alguém, com relação à nulidade matrimonial, a primeira pergunta que nos é feita é: Padre Teodósio césar de aquino

defensor do Vínculo no tribunal Arquidiocesano

Como conseguir a anulação do meu casamento pela Igreja?

Para responder a esse questionamento faz-se necessário um

esclarecimento, ou seja, a Igreja Católica não anula um casamento que

foi celebrado validamente e consumado. O que se faz é um processo para

analisar a história “do matrimônio” e verificar se, no ato da celebração,

tal casamento contava com todos os requisitos necessários para ser

celebrado validamente: tanto da parte dos noivos, as predisposições

internas, quanto das condições jurídicas.

Quais as predisposições internas para que um casal possa celebrar validamente o seu matrimônio?

Para assumir um estado de vida tão exigente é necessário em primeiro

lugar; total liberdade por parte dos noivos e, ao mesmo tempo, terem

maturidade, consciência e capacidade para arcar com os compromissos

e responsabilidades que são inerentes à vida matrimonial. Eles também

precisam aceitar plenamente as propriedades essenciais do matrimônio:

unidade, indissolubilidade e abertura à fecundidade.

Existem outras razões pelas quais se possa declarar a nulidade de um matrimônio?

Claro que sim, citarei as mais claras: não ter idade mínima exigida,

que é de 14 anos para moça e 16 anos para o rapaz; já possuir vínculo com

outra pessoa; impotência (ou incapacidade de praticar naturalmente a

cópula conjugal) anterior ao casamento e perpétua, absoluta ou relativa;

casar-se por coação - medo; falta de forma canônica que é o conjunto

de elementos exigidos para a celebração ritual do casamento de uma

pessoa batizada católica e algumas outras também previstas pelo Código

de Direito Canônico.

Como conhecer as outras razões e como dar entrada ao processo para pedir a declaração da nulidade?

Procurar o pároco da sua paróquia ou dirigir-se ao Tribunal

Interdiocesano da Arquidiocese de Vitória, que fica na Cidade Alta e

conversar para maiores esclarecimentos. n

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Ao assumir o cargo de bispo em Lábrea, há pouco mais de 1 ano, descobri a grande necessidade da Prelazia, e junto com as necessidades, descobri com alegria a ajuda das igrejas irmãs. Uma delas e a mais antiga, a Igreja de Vitória, nos ampara com ajuda material e pessoal, colaborando para nossos projetos de evangelização, bíblicos e de saúde. Uma ajuda de suma importância com o envio de padres, religiosos, seminaristas e leigos, que têm nos ajudado com o trabalho missionário, e assumido um dos papéis da Igreja, que é de doarmo-nos uns pelos outros.

Este projeto de Igreja Irmã é para mim motivo de alegria e comunhão espiri-tual. Sentir que no meio de nossas necessidades não estamos sozinhos. Saber que esta parte perdida do Brasil é tida em conta e motivo de preocupação para outra parte da Igreja. Saber que não só estão preocupados com a parte material, mas que tudo isso tem um alicerce, que é o Evangelho e a Missão. Então, se todo cristão tem que ser discípulo e missionário, é uma garantia de que se estamos na primeira fileira, temos os que estão na fileira de trás que ajudam e colaboram. Isto eu senti na minha visita a Vitória quando as perguntas de interesse por Lábrea eram mais pela evangelização do que pelo material. Senti a fraternidade e que estamos caminhando juntos para Deus.”

Dom Santiago Sánchez, bispo de Lábrea

Os laços de irmandade que ligam a Arquidiocese de Vitória à Prelazia de Lábrea, no Amazonas, não são de sangue, mas de ajuda missionária. Esse laço fraterno se concretizou quando o projeto Igrejas Irmãs foi criado pela CNBB, em fevereiro de 1972. Neste mês de agosto o Projeto Igreja Irmã de Lábrea, que representa um dos pilares da atividade missionária da Arquidiocese de Vitória, completa 45 anos. Ciente da importância do papel missionário da Arquidiocese de Vitória em relação à Prelazia de Lábrea, o bispo Dom Santiago Sánchez disse:

Arquidiocese de Vitória e Prelazia de Lábrea celebram a fraternidade há 45 anos

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Livro “Brasil: Nunca Mais”

O Projeto “Brasil: Nunca Mais” foi desenvolvido por Dom Paulo Evaristo Arns

(então Arcebispo de São Paulo), Rabino Henry Sobel, Pastor presbiteriano Jaime

Wright e equipe que o realizou entre 1979 e 1985, período final da ditadura

civil-militar no Brasil. Além de ter sido o primeiro livro de fôlego que denun-

ciou as mazelas da ditadura militar no Brasil, o fez não a partir dos relatos dos

atingidos ou das entidades de direitos humanos, mas a partir de documentos

oficiais copiados clandestinamente de processos do Superior Tribunal Militar.

É certo que estamos num momento muito conturbado da história nacional, em

que a própria democracia é questionada, por isso é importante resgatar este

livro enquanto um antídoto importante para nunca aceitarmos nenhum retro-

cesso autoritário. Enfim, há uma riquíssima fundamentação documental e fática que nos

faz mergulhar em todas as mazelas da ditadura

e nos empulsiona cada vez mais a defender a

democracia que surja de baixo, sirva à todos,

em especial aos últimos. Infelizmente, a

tortura institucional ainda ocorre, mas,

continuemos lutando por “Tortura:

Nunca Mais”!

sugestões

Seminarista da Arquidiocese de Vitória e membro da cJP

Vitor céSAr Zille noronhA

livrO

filme

Minisérie “Pode me chamar de Francisco”

Muitos de nós estamos encantados e pro-

fundamentes envolvidos com as palavras e

principalmente com o testemunho do Papa

Francisco. Se muitos de nós conhecemos sua

tragetória posterior à eleição ao papado, a

minisérie da Netflix retrata justamente o

momento que nos é desconhecido: desde

o período anterior à sua entrada no Semi-

nário até sua eleição papal. Perc eb emos

que sua humildade, sua claríssima opção

pelos pobres, seu papel profético contra as

injustiças sociais, seu jeito de ser Igreja tão

encarnado na realidade latino-americana

não surge no papado, mas é formado bem

antes. É formado em uma caminhada. Seja na

solidariedade aos perseguidos pela ditadura

militar argentina, seja na vontade de ser

missionário no Japão, seja na solidadarie-

dade aos sem-teto, seja nas favelas, seja na

denúncia dos desmandos dos poderosos, seja

na incessável tentativa de uma renovação

evangélica de todas as estruturas da Igreja

ou seja na sua antiga devoção a Nossa Se-

nhora Desatadora dos Nós, reconhecemos

a ternura que é para nós e para o mundo

inteiro sinal de esperança. É um documen-

tário imprescindível para compreendermos

não somente o atual sucessor de Pedro, mas

o maior líder mundial da atualidade.

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V ivemos num momento em que os Reality Shows de Culinária es-tão em alta no Brasil. O ato de cozinhar em casa começa a voltar às rodas de conversas das famílias brasileiras. Com o aumento

assustador das doenças provocadas pelo abusivo uso de conservantes, enlatados, alimentos processados..., a busca pela saúde desenvolve uma nova consciência alimentar e começa a atrair novos chefes do lar. Que o povo já tomou consciência da necessidade de uma vida mais saudável, isso não podemos negar, já é um bom sinal. Mas, para uma saúde mais completa temos que aliar exercícios físicos a uma boa alimentação. É hora de voltarmos às raízes e relembrarmos a alimentação consumida pelos nossos avós e tataravós. Lembrar que a garantia da saúde está presente na NATUREZA, e não nas Indústrias de Alimentos. O alimento fresco, colhido em casa, por séculos foi a base forte da saúde de nossos antepassados. Temos que abandonar esses hábitos malignos que levam doses venenosas de conservantes para nosso corpo. Sei que muitos não conseguem preparar o próprio alimento devido aos trabalhos e à correria da vida moderna e com isso cresceu a faci-lidade de se ter a comida pronta nos restaurantes. Mas, com uma boa organização é possível voltar a cozinhar, sim, ao menos nas noites e nos finais de semanas. A cozinha doméstica pode voltar a ser um ponto de união em nossas casas e ajudar a cuidar melhor da saúde de nossas famílias. Cozinhar é uma declaração de amor próprio e um carinho maior para com nossos familiares. Eu me amo e quero cuidar melhor de mi-nha saúde e da saúde de meus familiares. Quero saber a origem dos alimentos e como são feitos. Eles irão fazer parte da minha saúde!

Warllem Silvaviver bem

prepararO prazer em

o próprio alimento

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Quando estou preparando nosso alimento, gasto em mé-dia duas horas por dia. Ali faço minhas orações, vou ouvindo meus poemas favoritos e assim transformando em algo praze-roso o ato de cozinhar. Tenho consciência da nossa energia vi-bracional. Nossos pensamentos criam nossa energia e ela passa para os produtos que estamos preparando. Já ouvíamos de nossos avós que o melhor tem-pero para a comida é o amor..., não tenho dúvida disso. Nos últimos cinco anos, aqui em casa, nossa principal alimentação passou a ser com-prada nas feiras livres. Em mé-dia 70% da nossa alimentação

passou a ser com frutas, ver-duras e legumes. Diminuímos absurdamente o lixo que antes produzíamos e era depositado na sacola para a coleta do ca-minhão da prefeitura... Até as cascas das frutas e dos legumes são todas reaproveitadas em nosso quintal, pelas plantas e pelas galinhas.

Temos que buscar meios para extrair o máximo de nos-sas potências vitais. Temos que dizer SIM á vida, e Não às doenças modernas. Nosso des-tino é ter saúde e vida plena: corpo-mente-espírito. Façamos da alimentação um ato de gra-tidão a Deus pela vida de todos aqueles que acreditam na força da semente, e cuidam da terra para trazer à nossa mesa os mais puros alimentos do cam-po. Viva o homem da lavoura, o homem do campo que, mesmo abandonado pelo capitalismo, continua dando o melhor de si. Vamos retomar valores esque-cidos e que asseguram mais vida aos nossos dias. Vamos dar preferência para pequenos produtores que utilizam os pro-dutos orgânicos e trazem para nossa mesa mais vida! Vamos criar novos saudáveis hábitos, em nome da nossa saúde e da saúde das futuras gerações. n

cOzinhar é uma declaraçãO de amOr

própriO e um carinhO maiOr para cOm

nOssOs familiares. eu me amO e querO

cuidar melhOr de minha saúde e da saúde

de meus familiares. querO saber a Origem

dOs alimentOs e cOmO sãO feitOs. eles irãO

fazer parte da minha saúde!

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diálogoS Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc. • Arcebispo de Vitória ES

Tenho lido e ouvido de al-guns intelectuais que o tempo em que vivemos é

acentuadamente individualista. De fato, salta aos olhos a impor-tância que se dá ao individual, ao indivíduo como tal. Isto na sociedade comum, em geral, como também nas expressões religiosas de nosso tempo. Tenho a impressão de que há indivíduos que se colocam como referência total ou como uma caricatura de Deus. O Eu é tão importante e sábio que nada tem a apren-der. Cada indivíduo comporta-se como auto referência. Indivíduo se faz “deus”! Com isso, estes “deuses” assumem as rédeas da história dos indivíduos numa opção egoísta e individualista, segundo suas conveniências. Os cristãos precisam estar atentos a esta tentação para não caírem na idolatria de si mes-mos; na qual, aprisionados e fechados pensem em dirigir e dominar, inconscientemente, o seu Senhor Deus, fazendo dele um “ídolo”! Diferentemente desta po-sição individualista, a fé cristã expressa-se noutra esfera. Ela é transcendente, e, porque é transcendente, o cristão crê no

Juntos e “em saída”está a sua origem, sua vida e seu destino! Convoca, assim, todas as pessoas para que ‘saiam’ de sua individualidade e assumam a alegria de “saída” para o outro, o Grande Outro, Deus!

vitória Agosto/201724

Mistério da Encarnação do Verbo de Deus, que dá um novo sentido à história da humanidade. A Igreja de Cristo tem seu fundamento, sua origem na Co-munhão Trinitária. Três pessoas em perfeita comunhão em um só Deus! Esta nossa origem cristã, expressa-se na história pelo Mis-tério da Encarnação, introduz o cristão num caminho diferente: pessoal e comunitário, indisso-luvelmente! O “eu” é incomple-to sem o “tu”! O “tu” e o “eu” compõem o “nós”! O caminho “em saída” ensina o cristão a ser pessoa de comunhão, a vi-ver em comunhão, na constante abertura para o outro! O cristão está constantemente “em saída”! Fiel à sua origem ele sinaliza, vive, encarnando, enquanto Co-munidade Eclesial, o Mistério da Trindade, pois na Trindade

a pessoa é convocada à

conversão e uma vez convertida

ela “sai”, vive em comunhão, anuncia

em comunhão, põe-se a caminho

em comunhão, sinalizando para a humanidade o

caminho a seguir

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vitóriaAgosto/2017 25

nada mais são do que caminho eclesial. A caminhada é eclesial, co-munitária, feita por peregrinos em comunhão, sob o Governo do Espírito Santo, expresso no mé-todo apostólico, “sub Petro”, ou seja, como os Apóstolos orien-tados por Pedro, em Concílios e em Sínodos, a Igreja deixa-se conduzir diante dos diversos desafios que se apresentam na caminhada histórica de cada época. Ninguém é juiz de si mesmo! Todos em “Sínodo” e “em saída” caminham à luz da fé. O indivíduo dá lugar à Pessoa e à Comunidade! Neste lugar as re-lações se completam em espírito de pobreza e “saída” certos de que o Espírito age e governa. A igreja de Cristo é uma Igreja pro-fundamente sinodal. Caminha e decide em Comunidade! A Igreja, hoje, não pode omi-tir-se. O método sinodal deve

Tudo isto é uma introdução para afirmar que a Igreja de Cris-to é provocação profética diante daqueles que optaram pela vida em “caramujo”, fechados em sua ideologia individualista. Se você ler a história da Igreja de Cristo, você perceberá que, desde a sua fundação ela vive sob estes dois pêndulos que se completam: a pessoa e a comunidade. A pes-soa é convocada à conversão e uma vez convertida ela “sai”, vive em comunhão, anuncia em comunhão, põe-se a caminho em comunhão, sinalizando para a humanidade o Caminho a seguir, se, de fato deseja ser feliz. As decisões são sinodais, isto é, no Caminho decide-se em comu-nidade sob a guia do Espírito Santo. Pois bem, desde o primeiro Concílio de Jerusalém, a Igreja de Cristo é profundamente si-nodal. Os concílios, e sínodos acontecidos na história da Igreja,

acontecer em todas as instâncias. Caminhamos juntos, teste-munhamos juntos, decidimos juntos, diante dos desafios his-tóricos, certos e convictos de que somos pobres com os pobres enriquecidos da Graça de Deus, sob a Transcendência Divina e com os pés no chão da história, no Verbo Encarnado. Não somos e não podemos ser individualis-tas! Não somos “deuses”, mas Família de Deus, Uno e Trino, que nos ama porque ama! A sociedade atual precisa deste testemunho. Não pode-mos falhar nesta missão porque o individualista leva a pessoa à desesperança, à tristeza, ao desencanto e, muitas vezes ao suicídio, porque perde o sentido da vida que não está nela, mas na sua origem; Deus Amor, Criador, Redentor e Santificador que se fez próximo de nós e caminha conosco “ juntos em saída” até a vitória definitiva! n

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“De coração”: assim, costumeiramente, Irmã Miria There-

zinha Kolling, religiosa da Con-gregação do Imaculado Coração de Maria (fundação de Bárbara Maix), concluía as suas inúme-ras correspondências e mensa-gens, como que transmitindo as pulsações melódicas do seu imenso coração. Coração sem-pre aberto às moções do Eterno nas mais diversas circunstâncias da existência, e que ela sempre compartilhava em seus breves ou profundos diálogos! A gaúcha que se encantou pela eclética capital paulista, onde residiu durante muitos anos, até a sua Páscoa definiti-va, soube traduzir, através da sua arte musical, a diversidade do ser humano que suspira pelo mais além. O humano e o divi-no eram as referências de suas inúmeras composições, ora com letra e música de sua autoria, ora com melodias suas e letras de seus vários parceiros, aos quais eu me incluo. A música foi, ao longo do seu caminho, a decisiva e feliz respos-ta frente aos desafios humanos, sempre encarados por ela com otimismo pascal. Seu veio con-templativo transformou temas cotidianos da existência em ver-

dadeiras e deliciosas incursões no plano transcendente, recor-dando e traduzindo o mistério da encarnação do Verbo e a sua repercussão no hoje da história. Sua música tem característica memorial e se faz profissão de fé. A liturgia foi, por excelência, o objetivo da sua obra e de todo o seu cantar. Embora dedicava-se à música sacra em geral, englo-bando as dimensões pastoral e catequética, o princípio e a ins-piração do seu canto sempre foi o mistério celebrado na liturgia. Magistralmente, legou-nos a sim-biose da palavra com a melodia, proporcionando-nos a vivência mistagógica. A Igreja de Jesus Cristo foi a sua marca registrada e o seu amor incondicional! Seu afã missionário moti-vou-a, sempre, em sua incansá-vel peregrinação musical. “Sem fronteiras é teu Reino...”, como ela compôs em letra e música, é o retrato fiel da sua vida e mis-são, no itinerário de encontrar-se com pequenas e grandes comu-nidades da Igreja no Brasil, como de outros países, especialmente Portugal e Estados Unidos. Ela mesma compôs e cantou: “E pelo mundo eu vou, cantando o teu amor, pois disponível estou para servir-te, Senhor!”. Ela divulgou intensamen-

te a sua obra, como a de outros compositores, nas inúmeras formações que ministrou: sem sombra de dúvidas foi, do grupo de compositores do pós-concílio, a que mais permaneceu em con-tato direto com os membros das comunidades católicas, através dos seus conhecidos encontros de canto litúrgico e pastoral. Muitas dessas obras foram re-gistradas fonograficamente e tes-temunham a sua bela e distinta musicalidade, a qual sempre foi colocada a serviço da Igreja. E é “de coração” que sempre a recordaremos como referência da boa música litúrgica e pasto-ral! Cantar as obras da Irmã Miria será sempre a oportunidade de engrandecermo-nos pelo misté-rio d’Aquele que veio ao nosso encontro e, com eterno amor, fazendo-se um de nós, realizou a total reconciliação do gênero humano com o Criador de todas as coisas! n

mundo litúrgico

Fr. José Moacyr cadenassi, OFMcap

Cordialidade musical

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aspas

Ao descrever metaforica-mente o processo aberto pelo PSDB contra a chapa

vencedora das últimas eleições presidenciais e as relações com a delação da Odebrecht, mal sabia o procurador do Ministério Pú-blico Eleitoral, Nicolao Dino, que estava, na verdade, descrevendo o Estado brasileiro em seus três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. Todo processo foi um teatro, da apresentação do recurso ao julgamento. O PSDB, que entrou com o recurso por ter perdido as eleições, tornou-se recentemente alvo de inúmeras denúncias que atingiram seu candidato derro-tado Aécio Neves. O partido não recorreu ao Tribunal por questão de justiça ou de ética. Mas, entre a apresentação do recurso e o julgamento, hou-ve o impeachment, ocasião em que centenas de parlamentares, grande parte deles citados na

operação Lava-Jato, em nome de causas esdrúxulas (marido, filhos, esposas, Deus, etc.), cassaram o mandato da presidente pelo atraso do repasse de verbas aos bancos públicos que assumem o pagamento do Bolsa Família e o do Plano Safra. Após o impeachment, o PSDB ascendeu ao poder sem ter sido eleito para isso, ocupando vários ministérios e a liderança do governo no Senado. O mesmo governo que eles processaram no TSE, alegando ilegitimidade nas eleições... Nesse contexto, o processo de cassação da chapa já não o interessava mais. Para o PT, seria uma chance de tirar do poder o vice que o traiu. Mas a condenação da chapa revelaria as irregularidades no financiamento de sua própria campanha eleitoral. Por isso, mui-tas lideranças petistas torceram muito para a absolvição da chapa, o que significaria a manutenção

Maurício abdalla Professor de filosofia na ufeS

“A petição inicial apontou a existência de um tumor.

A ecografia apontou a existência de um câncer.

A cirurgia abdominal demonstrou que na verdade o quadro é de metástase”

de Temer no governo. Grande parte da população torcia para que a chapa fosse condenada, pois a rejeição ao governo Temer bate todos os recordes históricos. Mas havia um Gilmar Men-des no caminho. Por coincidência inexplicável, os posicionamentos desse ministro do STF, que pre-side o TSE, sempre são idênticos aos interesses do PSDB e suas relações com Temer nunca fo-ram ocultadas do povo. Para que ocultar, se o povo não liga? Sabia-se previamente que o resultado do julgamento seria de 4 a 3, a favor da absolvição da chapa. O voto de Mendes foi deci-sivo para o desempate. O ministro que vivia se pronunciando contra as irregularidades do Governo Dilma, que não continha palavras para mostrar sua indignação com as denúncias de corrupção do governo petista, calou-se diante das denúncias e absolveu a chapa que tinha Dilma na cabeça. Tudo para manter Temer no poder. Parafraseando o procura-dor do MPE: O Executivo revelou que havia um tumor no Estado. O Congresso Nacional apontou a existência de um câncer nos poderes. O TSE, por meio de seu presidente, demonstrou que na verdade o quadro é de metástase nas instituições da República. n

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(Nicolao Dino)

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Recifes de Corais

De acordo com os cien-tistas, os corais são animais marinhos que

segregam um exoesqueleto car-bonático, quando adultos são pólipos individuais ou coloniais e encontram-se em todos os oceanos da Terra. Os recifes de corais são considerados o berço da vida nos oceanos, pois juntamente com os estuários são áreas que fornecem abri-go e alimento para a maioria das espécies marinhas antes destas se tornarem adultas e migrarem para suas áreas de distribuição. Desta forma, os recifes de corais têm grande importância para a manutenção e o desenvolvimento dos esto-ques pesqueiros, importante fonte de alimentação para o ser humano. Nos últimos 30 anos, 50% da população mundial de corais desapareceu dos oceanos devi-do ao fenômeno de “branquea-mento”, no qual os corais per-dem sua cor original tornam-se brancos e morrem. Segundo alguns cientistas, esse fenôme-no pode estar relacionado ao aumento da temperatura média dos oceanos. Os corais têm a capacidade de remover calor da atmosfera e convertê-lo em

ecologia

carbonato. Trata-se de um pro-cesso natural, entretanto, com o aumento considerável dos ga-ses estufa lançados pelo homem na atmosfera, esse processo perde parte de sua eficiência e as águas dos oceanos têm sua temperatura média aumentada em até 2 graus Celsius. Obser-vou-se que 28% dos corais da Grande Barreira de Corais, lo-calizada na Austrália, morreram somente no ano de 2016. Estudos mostram que as águas dos oceanos devem se aquecer ainda mais nos pró-ximos anos podendo causar o extermínio das comunidades coralíneas ao redor do mundo em 30 anos. Uma vez que o extermí-nio das comunidades de corais pode estar relacionado ao au-mento no consumo de combus-tíveis fosséis, várias organiza-ções ambientais internacionais têm realizado campanhas para que sejam pesquisadas e apli-cadas tecnologias de produção de energia limpa. Desta forma, 43 países se comprometeram a implementar essa política de energia limpa, mas infelizmente somente a Alemanha faz par-te do G7 (Grupo internacional composto por: Estados Unidos,

Alemanha, Canadá, França, Itá-lia, Japão e Reino Unido. Esses países são as sete economias mais avançadas do mundo de acordo com o Fundo Monetário Internacional, FMI). Apesar do governo americano não ter se comprometido oficialmente, 50 cidades americanas apoiam a iniciativa de desenvolvimento e implementação de fontes de energia limpa. No Brasil, os recifes de co-rais se distribuiem por aproxi-madamente 3.000 km de costa, do Maranhão até o sul da Bahia. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, existem no 18 Uni-dades de Conservação distribuí-das nessa área que protegem os ambientes recifais brasileiros, dentre eles destacam-se o Par-que Nacional Marinho de Fer-nando de Noronha e o Parque Nacional Marinho de Abrolhos. Recentemente um grupo de cinegrafistas e cientistas produziu um documentário que aborda o tema. Este do-cumentário recebeu vários prêmios e está sendo exibido no Netflix. Mais informações no www.chasingcoral.com. n

Hélio Gomes cardoso Júnior m. Sc. oceanógrafo

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no mês tradicionalmente dedicado aos pais, convidamos o administrador paulo maurício del rey para falar sobre a paternidade. ele e a esposa angela del rey vivem a experiência de criar, educar e amar filhos biológicos e adotivos, dez ao todo.

A paternidade é uma bênção de Deus

vitória - O senhor adotou quatro crianças. Foi uma es-colha fácil?paulo maurício - Olha, a escolha de adotar é uma maneira de en-xergar duas coisas; a paternidade e a maternidade. Para muitos representam cifras. Entendem que a vida é um balanço finan-ceiro que tem que dar certo, que vão se divertir a beça. Assim só vão criando um castelo de areia. Então, para mim, o meu concei-to de paternidade, sempre foi que meus filhos não são minha propriedade, mas também não são meus ônus. Meus filhos são o caminho que está reservado para eu trilhar. Diferente de que querer olhar para eles sob o pon-to de visa financeiro. Agora, não quero dizer com isso que a visão tem que ser completamente ir-responsável. Acho que a paterni-dade tem um significado de mão dupla, que é o que eu recebo em ter um olhar do meu filho, um carinho, uma oração junto, ver o progresso deles, e eles veem a minha situação, torcerem por mim. Quando nos unimos, Ân-

Andressa mianentrevista

gela e eu, nós já tínhamos outros filhos, e na época, sem condição dela ter uma gestação de modo natural, melhor do que ficar fa-zendo coisas mirabolantes, foi saber que têm crianças que se você se aproximar delas, você vai amá-las da mesma maneira e vai transferir seus valores a elas da mesma forma. A adoção foi uma opção fácil porque ela veio suprir uma de-cisão que nós queríamos tomar. O tamanho da prole que temos nós encaramos assim: foi uma bênção de Deus. Porque na ideia de ter um filho, passamos a ter dois, e de repente vieram quatro. A dificuldade foi todo o processo pelo qual passamos, mas a opção não é difícil.

vitória - Vocês também têm filhos biológicos. O amor pelos filhos biológicos e adotivos é o mesmo?paulo maurício - Sim, com cer-teza o amor é o mesmo. Não há diferença nem do meu amor em relação a eles e nem do amor deles em relação a mim. Não

existe absolutamente nada que eu possa falar que é diferente, principalmente com os meninos, que vieram para nós bebês. Vejo que hoje muitos movimentos de-les se confundem com os meus. Já tiveram pessoas que juram que eles são filhos da Ângela, que até a viram grávida (risos). Na ver-dade, eles têm essa semelhança conosco porque eles estão com a gente, eles vivem isso com a

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gente. A identificação deles com a gente é algo que é recíproca. Eu aprendo com eles e eles aprendem comigo. Esse desenvolvimento é a formação desse sentimento que é o amor e que acho que se forma nessa caminhada.

vitória - Com relação aos filhos adotivos, em algum momento o fato do senhor não ser o pai biológico, fez com que o senhor pensasse e não dissesse, quisesse fazer e não fizesse ou sentisse e não se expressasse?paulo maurício - Não. Não há dife-rença nesse sentido. Para nós, não há diferença entre ser biológico ou adotivo. Eles sabem que são ado-tivos, eles perguntam como é essa situação, se os pais biológicos estão vivos ou não, como é a história. Nós não sabemos e não temos como dar algumas informações, e nós dize-mos isso a eles. Eles são meus filhos e isso para mim está muito claro. Eles estão sob a minha responsabi-lidade, em todos os aspectos. Se eu fizer algum tipo de distinção nesse sentido eu os estarei sabotando. Meu papel como pai é fazer deles aquilo que eu entendo como um modelo. E não são os outros que vão dar esse modelo, sou eu quem tem essa responsabilidade.

vitória - Com relação aos me-ninos e as meninas? Não há di-ferença nenhuma?

entrevista

A adoção foi

uma opção

fácil porque ela veio

suprir uma decisão

que nós queríamos

tomar. O tamanho da

prole que temos nós

encaramos assim:

foi uma benção de

Deus. Porque na

ideia de ter um

filho, passamos a ter

dois, e de repente

vieram quatro

paulo maurício - Os gêmeos che-garam bem bebezinhos e as me-ninas, também gêmeas, três anos depois, já com três anos de idade. O fato de elas terem três anos e terem vivido parte do tempo no orfanato, parte com uma outra família, nos levou a ter um trabalho diferente com elas. Por quê? Porque elas já tinham uma história maior. Elas já tinham frustrações. Elas já ti-nham uma mala a mais de expe-riências que nós não vivenciamos, não acompanhamos. Então houve um esforço muito maior de trazer isso para o eixo. E aí nós tivemos que agir. Não basta dizer; não, vou passar a mão na cabeça porque a história... Não, não tem nada disso. Filhos não são bibelôs. A trilha é

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cas de uma família. Não é preciso ter um terceiro para ser um tutor, para ser o mentor, o influenciador. Porque aí você começa a gerar uma série de problemas. Então, existe, e isso a gente tem que reconhecer, o despreparo das pessoas para assumirem papéis na família. In-clusive, um dos motivos da gente estar engajado na Pastoral Familiar é exatamente este. Porque o nosso papel enquanto pastoral é alertar as famílias, independente em que circunstância ela esteja, que ela não perde esta identidade enquan-to família. E aí entram os fatores de paternidade, de vida conjugal, de uma série de coisas que estão interferindo no processo. Aqui em casa nós não per-mitimos muitas coisas e quando chegam à escola, as crianças são perguntadas. Aquela história do social, do tipo: posso ir, não posso ir. Ah, eu vou ao baile porque o amiguinho vai. Não, aqui a regra é diferente porque a minha educação para você é assim.

vitória - De uma maneira geral, crianças são inquietas, bagunceiras, pirracentas e ma-nhosas. Como é que foi e tem sido dar conta dos quatro?paulo maurício - Olha, esse papel é conjunto. A Ângela tem muita contribuição. Na realidade a gente os leva num sistema que é preciso reconhecer muitas vezes que, se

não for desta forma pode virar um caos, aqui ou em qualquer lugar que eles forem. Então eles aqui têm horário, tem disciplina. Agora, isso é natural para eles. Aqui eles pulam fazem algazarra, mas tem o momento em que tomam um pito. A gente sai, em geral nos finais de semana com eles, em lugares que eles podem correr fazer a bagunça deles, mas eles sabem diferenciar quando estão lá, quando estão aqui, quando estão servindo na igreja, enfim. Eles conseguem perceber isso e ter essa dinâmica.

vitória - Como você acha que seus filhos o veem hoje. Você acha que eles te enxergam como um exemplo a ser seguido?paulo maurício - O carinho que eles têm comigo é muito bom. Eu não tenho nenhum sinal de que eles estão me reprovando, porque se fosse assim, a gente teria um comportamento arredio. Não tem. Eles são muito bons, são amoro-sos. Do ponto de vista de modelo a ser seguido o que a gente vê é que alguns trejeitos nossos, eles replicam. Então existem algumas semelhanças até na postura deles, que a gente percebe, que é o códi-go do papel da paternidade. Você poder estar preocupado em não gerar um mau exemplo, porque o seu mau exemplo está sendo filmado, gravado com seus filhos. n

essa e esse é meu papel, não é o de outras pessoas. A gente como pai tem o papel de formar aquele filho para ele ser uma pessoa, e não um objeto.

vitória - E em relação ao senti-mento de amor, da convivência, de trazer pra si, de abraçar. Teve alguma diferença?paulo maurício - Não. É igual. Nes-se outro sentido de lida, eu tam-bém não vejo distinção. O que há é que eu tenho uma maneira como pessoa de agir com relação a isso, a Ângela tem outra maneira, que é essa parte que você diz do acon-chego... Cada um tem seu modo. Eu não tenho diferença entre meus filhos biológicos e adotivos nesse sentido. Meu modo de agir nessa forma é igual. Então isso não tem influência. Eu pelo menos não vejo essa diferença.

vitória - Em sua opinião o que é mais difícil na educação nos dias atuais?paulo maurício - O que a gente tem que ter muita atenção é, pri-meiro, cada vez mais existe uma invasão de opiniões no que tange a figura da paternidade. Isto eu acho que é bastante prejudicial. Em que sentido? Na mídia, na própria escola, nos ambientes sociais. Pes-soas que não entendem o motivo de uma família existir, dela ter os filhos, e de ter essas relações típi-

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Vitor nunes RosaProfessor de filosofia na faesa

Solenidade da Assunção de Maria

No dia 15 de agosto, a Igreja celebra a Sole-nidade da Assunção de

Nossa Senhora – comemorada desde os primeiros séculos do Cristianismo sob o título de “Dormição de Maria” (no Orien-te) e “Assunção de Santa Maria” (no Ocidente), consideradas as mais antigas festas marianas. No Brasil, quando a data ocorre du-rante os dias úteis, a Solenidade é transferida para o domingo seguinte tendo em vista a maior participação dos fiéis. A palavra “assunção” tem sua origem no latim ad-sumere, que significa “assumir”, “tomar para si”, “ato de assumir”, “ele-vação a uma dignidade”, “ato de assumir alguma coisa”. No contexto litúrgico, signi-fica dizer que a Virgem Maria foi assumida integralmente (corpo e alma; portanto, ressuscita-da) pela Trindade no Céu para participar plenamente da vida divina com o seu Filho Jesus Cristo, conforme fica evidente na doutrina católica. Maria é a criatura mais mergulhada no Mistério de Cristo: preservada do pecado original – dogma da Imaculada

Conceição – para ser a Theotó-kos (a Mãe de Deus, isto é, do Verbo Eterno na sua natureza humana), ela tem, em sua as-sunção ao céu, o mistério pas-cal plenamente realizado em si, podendo, por isso, ser chamada “Igreja realizada”. O Papa Paulo VI, na Exor-tação Apostólica Marialis Cultus nº 6, explica que a Solenidade da Assunção de Maria ao céu é a festa do seu destino de plenitude e de bem-aventurança, da glori-ficação da sua alma imaculada e do seu corpo virginal, da sua perfeita configuração com Cristo Ressuscitado. Também é moti-vo de alegria e esperança para todos nós, pois essa festa revela

à Igreja e à humanidade a ima-gem e a garantia da realização da esperança final: essa mesma glorificação plena (participação na vida divina dos que ressus-citarem em Cristo) é o destino de todos aqueles que Cristo fez irmãos ao assumir a condição humana por meio da encarnação no seio da Virgem Maria. As palavras do Papa Paulo VI fazem ecoar o profundo e significativo ensinamento da Constituição Dogmática Lumen Gentium – Concílio Ecumênico Vaticano II – especificamente o capítulo VIII nº 59, ao reafir-mar a doutrina do Magistério da Igreja sobre Maria amparada na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição: “Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terre-na, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se confor-mar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores (Ap 19,16) e vencedor do pecado e da morte”. n

ensinamentos

a virgem maria foi assumida

integralmente (corpo e alma; portanto,

ressuscitada) pela trindade no céu para

participar plenamente da vida divina

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Andressa Mian

reportagem

A grandeza

contou Cosme Santos de Jesus, um dos líderes comunitários do Jaburu, começou em 2011 com uma iniciativa entre o Fórum Bem Maior, o Ateliê de Ideias e o projeto ambiental Ecos do Bem. Na época, segundo Cosme, um mapeamento realizado nos oito bairros que pertencem ao território, revelou 216 pontos de lixo. O local onde hoje está o Parquinho do Bem era um dos mais críticos. Além da retirada de todo o lixo daquela área, a intervenção contou também com um tra-

Um exemplo significativo disso aconteceu na comunidade de Jaburu, que pertence ao bair-ro Gurigica, em Vitória. No local, um grande depósito de lixo a céu

das pequenas atitudes

E xiste um provérbio africano que diz: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias”. É com essa mentalidade que

algumas pessoas e comunidades têm agido, realizando ações nos bairros e locais onde moram e conseguindo modificar a mentalida-de de muitos que, com a consciência renovada, também passam a colaborar com as transformações.

aberto foi limpo e virou um par-quinho com brinquedos e área de convivência para crianças e adultos. A ação transformadora,

Depois de retirar todo o lixo fizemos canteiros com plantas, e uma parceria com uma empresa de siderurgia garantiu a colocação dos brinquedos para as crian-ças e pintura e rebocos em algumas casas

Cosme Santos de Jesus, líder comunitário

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lugar, ou que os brinquedos não seriam quebrados. Claro que tudo precisa de manutenção e quem criticou a ação passou a colaborar com a limpeza, com a manutenção e com a fiscali-zação do local. As crianças hoje têm um espaço para brincar e os moradores têm orgulho do local e fazem de tudo para mantê-lo”, comemorou Cosme. O descarte do lixo de for-ma incorreta pelas ruas, becos, encostas sempre foi um grande problema na comunidade do Jaburu. No entanto, a situação tem melhorado por conta das várias ações de conscientização e mutirões de limpeza. “Atualmente estamos rea-lizando o Ecocine, que é um trabalho direcionado às crian-ças, um público que precisa ser trabalhado. Montamos um cine com vídeos educativos, um pe-queno debate e distribuição de

Depois de retirar todo o lixo fi-zemos canteiros com plantas, e uma parceria com uma em-presa de siderurgia garantiu a colocação dos brinquedos para as crianças e pintura e rebocos em algumas casas” contou. O líder comunitário comen-tou que o mais bacana foi ver a mudança de comportamento e da mentalidade das pessoas em relação ao lixo e ao lugar onde moram. “Muitos não acreditavam que a limpeza iria permanecer e que as plantas iriam ficar no

balho de conscientização das pessoas com relação ao descarte consciente e sobre a importância da coleta seletiva. Foram dis-tribuídas mais de 500 lixeiras aos moradores e realizada uma articulação com a Prefeitura de Vitória sobre a melhoria na co-leta do lixo nos bairros. “Onde hoje é o Parquinho do Bem, havia uma montanha de lixo. As pessoas jogavam col-chões, geladeiras velhas, sofás quebrados, entulho, cachorro morto, tudo o que se pode imagi-nar. A gente tropeçava nos ratos e os moradores tinham que pas-sar por cima do lixo para chegar até suas casas. No dia da limpe-za tivemos a participação dos moradores do bairro, de volun-tários de um projeto chamado Cisv-Brasil (um projeto mundial que realiza ações educacionais em comunidades) e também de representantes da prefeitura.

A gent e perceb e que a ação realiza-da com a participa-ção dos moradores da região fez com que eles passassem a ter orgulho de morar aqui.

Valmir Rodrigues Dantas, coordenador do Fórum

Bem Maior

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reportagem

pipoca e refrigerantes. Depois passamos um filme para toda a comunidade assistir. As ações são importantes, mas a gente não consegue apoio dos órgãos públicos”, disse. Mas se por um lado existe a falta de apoio dos órgãos públi-cos, por outro sobra a vontade dos moradores de tornar o lugar onde moram mais digno. Uma iniciativa realizada na comunidade de São Benedito, que também foi gerenciada pelo Fórum Bem Maior, com apoio do Ateliê de Ideias e de instituições locais, resultou na construção de um mirante feito com paletes na parte mais alta do bairro, ao lado do farol de São Benedito,

que foi instalado pela Marinha Brasileira na década de 1970. O mirante tem uma vista de 360° de Vitória e é uma atração para turistas e moradores de diversas regiões da Grande Vitória. Segundo Valmir Rodrigues Dantas, coordenador do Fórum Bem Maior, a total falta de apoio dos órgãos públicos não impe-de as melhorias propostas pela própria comunidade. “A gente percebe que a ação realizada com a participação dos moradores da região fez com que eles passassem a ter orgulho de morar aqui. Agora muitos vêm para cá desfrutar a vista e pas-sear com a família. Os visitantes ficam encantados com a vista e

com o acesso ao mirante, que é uma área de preservação da Mata Atlântica. É um orgulho muito grande ter um lugar tão privilegiado para mostrar aos turistas”, contou Valmir. Outro lugar de orgulho para os moradores de bairro foi bati-zado de Oásis de São Benedito. A área, que também enfrentava problemas de acúmulo de lixo, foi limpa e revitalizada com canteiros de ervas e temperos, árvores frutíferas e um espaço de convivência que é dividido entre as crianças e adultos. A manutenção das plantas e da limpeza do Oásis é feita pelos moradores das imediações. Também foi a motivação em colaborar para a transformação do lugar onde mora que levou o sargento da reserva Gilsomar Costa, a limpar todo o terreno localizado próximo a sua casa,

Comprei as mudinhas e pedi ajuda do meu funcionário. Colocamos umas plaquinhas para conscientizar as pesso-as e achei até que não iriam respeitar, mas acredito que está dando certo. O próxi-mo passo é presentear cada morador da rua com uma muda de flor

Adriana Kemil Tao,empresária

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no bairro Morada de Laranjeiras, na Serra, e fazer um jardim no local. Ele conta que teve a ajuda da esposa para retirar da área duas caçambas de entulhos de material de construção, e que após a mudança, todos os mo-radores da rua puderam ser be-neficiados com a extinção dos problemas que o lixo e o entulho traziam. “A iniciativa beneficiou a to-dos, mas principalmente a mim que percebi que minha atitude colaborou para a melhoria do lugar onde moro. Além disso, fiz do jardim uma terapia”, co-memorou. Um jardim também subs-titui o lixo na calçada da Rua João Galerani, em Jucutuquara, Vitória. Cansada de ver a entrada de sua empresa cheia de lixo,

entulhos, móveis quebrados e até colchão, Adriana Kemil Tao decidiu, com a ajuda de seu funcionário, o encarregado de manutenção Oswaldo Bianchine, construir um canteiro na cal-çada para plantar flores, ervas medicinais, temperos e plantas ornamentais. “A ideia foi do meu marido e como já tinha percebido que bater boca com as pessoas não estava adiantando, segui o con-selho dele. Comprei as mudinhas e pedi ajuda do meu funcioná-rio. Colocamos umas plaquinhas para conscientizar as pessoas e achei até que não iriam res-peitar, mas acredito que está dando certo. O próximo passo é presentear cada morador da rua com uma muda de flor”, relatou. Para Oswaldo, que também já foi agricultor, o jardim, que

parece algo simples, motivou o encontro de moradores que nunca haviam sequer conver-sado. “Já percebi também que há no jardim plantas que não fomos nós que colocamos. As pessoas se sensibilizaram e agora que-rem participar”, comentou ani-mado. Outro jardim que tem cha-mado bastante atenção fica localizado nas imediações da Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória. O responsável pela revitalização no local é o comer-ciante Eugênio Martini. Ele explicou que sua iniciati-va aconteceu após uma conversa com um secretário de urbaniza-ção. Eu perguntei a ele porque a prefeitura não plantava flores no Centro e ouvi como resposta que para aquela região era preciso

Eu resolvi mostrar o contrá-rio a ele. Além das plantas, criei um espaço com bichos e lá temos coelhos, galos e galinhas. As crianças gostam bastante e é bacana ver o envolvimento delas com os animais e com as plantas. É algo que tive quando criança e acho que colaboro quando proporciono isso a outras pessoas

Eugênio Martini.,comerciante atuante no Centro de Vitória

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reportagem

arame farpado e não flores. “Eu resolvi mostrar o con-trário a ele. Além das plantas, criei um espaço com bichos e lá temos coelhos, galos e galinhas. As crianças gostam bastante e é bacana ver o envolvimento delas com os animais e com as plantas.

vizinhos, conviviam, se ajuda-vam e sentavam para conversar no final do dia”, comentou. E foi esse cuidado com outo que levou a proprietária de uma pizzaria delivery, a comerciante Kamila de Oliveira, a escrever mensagens positivas para seus clientes nas caixas das pizzas. Ela acredita que sua atitude é positiva, pois está proporcio-nando o bem a alguém, mesmo sem que ela saiba para quem, pois os pedidos são feitos por aplicativos ou por telefone. “Sei que as vezes a pessoa teve um dia difícil e ler uma mensagem positiva fará o dia dela menos pesado”, afirmou. Como dizia a escritora Cla-risse Lispector “A atitude é uma pequena coisa que faz uma gran-de diferença”. n

Nossos encontros são sempre muito divertidos. A gen-te retoma aquela convivência que as pessoas tinham antigamente, quan-do todos conheciam seus vizinhos, con-viviam, se ajuda-vam e s entavam para conversar no final do dia

Michelle Apelfeller, artesã

É algo que tive quando criança e acho que colaboro quando pro-porciono isso a outras pessoas”, comentou. Envolvimento é a palavra que motiva os moradores da Rua Taubaté, no bairro Barcelona, na Serra, a realizarem encontros frequentes. As reuniões acontecem por qualquer motivo e tem o objetivo de fazer com eles compartilhem suas vidas e até se ajudem quan-do é necessário, segundo a arte-sã Michelle Apelfeller, uma das responsáveis pelos encontros. “Nossos encontros são sem-pre muito divertidos. A gente retoma aquela convivência que as pessoas tinham antigamente, quando todos conheciam seus

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giovanna Valfrécoordenação do cedoc

arquivo e memória

Dom Luis Gonzaga Fernandes foi

bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória

de 1965 a 1981. Na foto, o encontro com D. João

Batista da Mota e Albuquerque, em Vitória após

sua ordenação episcopal, em 1965.

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pergunte a quem sabe

Tem dúvidas? Então pergunte para quem sabe. Envie sua pergunta para [email protected]

como o sav organiza o trabalho vocacional? O SAV - Serviço de Animação

Vo cacional tem c omo missão

manter o clima vocacional em

toda a Arquidiocese despertando

os cristãos a sua vocação humana,

cristã e eclesial. Este serviço pastoral

organiza o seu trabalho através de

duas ações: promoção de retiros de

cunho vocacional chamados ROV

(Retiros de Orientação para a Vida)

e a implantação, acompanhamento,

formação e animação de EVP’s,

que são as Equipes Vocacionais

Paroquiais.

Quais os critérios para que as pessoas participem dos encon-tros propostos pelo sav? Para participar dos retiros é

necessário que as pessoas participem

da sua c omunidade paro quial,

estejam abertos a discernir sua

vocação, sejam acima de 16 anos

e já tenham recebido pelo menos

dois dos sacramentos de iniciação

cristã: Batismo e Eucaristia.

como é feito o encaminhamen-to após o jovem decidir o que quer? Em caso da vocação sacerdotal,

o jovem faz acompanhamento

promovido pelo Seminário Nossa

Senhora da Penha com encontros

específicos; a jovem é encaminhada

para conhecer os diversos carismas

de congregações na Arquidiocese

ou numa nova comunidade de vida

e aliança; outros ainda continuam

sendo acompanhados pela equipe

vocacional seja na paróquia ou

equipe arquidiocesana. Todos são

motivados ao engajamento pastoral

em sua comunidade paroquial.

Doris Almeida Comunidade Católica Epifania

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Ruan Coutinho Seminarista do Seminário N. Sr.a da Penha

RELIGIÃO

Qual é o momento em que se percebe que o jovem pode entrar no seminário? A vocação é sempre o encontro de duas

liberdades: de Deus que chama quem Ele quer, para

o que Ele quer e quando Ele quer, e da pessoa que

responde aceitando ou recusando esse chamado.

Todos somos chamados por Deus pelo batismo

a um plano de amor. Esse plano é individual e único

e, sendo assim, não existe uma forma em que se

encaixam todas as realidades vocacionais. Todavia

uma coisa é importantíssima para o despertar e o

discernimento vocacional: a vida em comunidade.

A vocação recebida nunca é em benefício próprio

daquele que é chamado, mas sim em favor de uma

comunidade de fé que acompanha, forma e envia.

Hoje temos muitas realidades de chamados

vocacionais: jovens recém- saídos do ensino

médio, rapazes com curso superior, pessoas as

quais tiveram experiências de namoro e tantas

outras. Mas elas não são condicionantes (exceto ter

concluído o ensino médio). São vários os caminhos

que Deus usa para chamar. Não existe um momento

determinado para cada um se sentir chamado à

vocação presbiteral ou, ainda, uma forma comum,

entretanto, um sinal é comum: o amor a Cristo que

passa pelo comprometimento com os irmãos e com a

vida da Igreja. Querer ser seminarista é ser alguém

de comunhão eclesial.

o que é preciso fazer para participar dos encontros vocacionais? O Seminário Nossa Senhora da Penha oferece,

todo 3º domingo do mês, o encontro vocacional

para rapazes que sentem o desejo de se tornarem

presbíteros em nossa Arquidiocese. Esses encontros

possibilitam que o vocacionado conheça melhor a

vida do presbítero, a vida eclesial da nossa Igreja

Particular e do seminário. A partir dos instrumentos

de discernimento, os encontros procuram ajudar o

vocacionado a se perceber e a notar se existe um

sinal de chamado à vocação presbiteral.

Os encontros são aos 3º domingos de cada mês

de 9h às 16h, no Seminário Nossa Senhora da Penha

(Endereço: Ladeira Antero Braido, nº 255, Praia do

Suá, Vitória. Telefone: 3227-8601)

Durante a caminhada vocacional o que é exigido do vocacionado? É recomendado que o vocacionado busque uma

vida de oração e sacramental, mas, principalmente,

de participação na comunidade. O nosso carisma,

enquanto s eminário dio c esano, é valorizar

a vida comunitária que é alimentada por uma

espiritualidade de comprometimento com a vida

humana. Mais sacerdotes, Óh Mãe, envia!

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O Farol de Santa Luzia localizado no extremo da Praia da Costa, em

Vila Velha, foi aberto à visitação em novembro de 2016 após ficar fechado por mais de dez anos. Com particularidades que fazem dele uma bela atração turística o Farol foi importado da Escócia, no ano de 1870, e montado no local que se encontra hoje para auxiliar os barcos que desejavam se orientar em alto mar ou serem guiados para atra-car na Baia de Vitória. Em terra serve também como ponto de observação de onde se avistam os municípios de Vila Velha, Serra e Vitória. Proporcionando, com isso, belas fotos da paisagem. Construído todo em estru-tura metálica, consta ser o mo-

Farol de Santa Luzia,patrimônio histórico cultural

Diovani Favoretohistoriadora

Curiosidades: O farol eleva-se a doze metros de altura, com nove metros quadrados de base. A sua luz, produzida por uma lâmpada de 3.000 watts, alcança quinze milhas náuticas (27,78 quilômetros).

Inscrição na porta de entrada do Farol: Reinando o Senhor D. Pedro II - I.C, o Barão de Cotegipe, Mi-

nistro da Marinha, mandou constr uir este farol. Engº Zózimo

Barroso. Constr utores P&W, Maclettan, Glasgou, 1870.

em Vila Velha

pontes metálicas de Vitória ou a estrada de ferro Vitória a Minas. Erguido ainda no tempo do império o monumento, que pertence à Capitania dos Portos e a Marinha, pode ser visitado por pequenos grupos, de terça a domingo. Também podem ser realizdas visitas guiadas com agendamento na Secretaria de Turismo de Vila Velha. n

numento histórico mais antigo, construído em ferro, em terras capixabas. Mais antigo que as

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acontece

Romaria das Famílias ao Convento da Penha

Formação para jovens

A Igreja vivencia entre os dias 13 e 20 de agosto a Semana Nacional da Família, que tem como tema: “Família, uma luz para a vida em sociedade”. Além das reflexões realizadas nas comunidades e paróquias da Arquidiocese de Vitória, será realizado no dia 19 de agosto, a Romaria das Famílias ao Convento da Penha. As famílias se encontrarão às 14 horas na Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha, e seguirão em cami-nhada ao Campinho do Convento, onde será realizada uma Missa às 15h30.

Missa dos Coroinhas No dia 12 de agosto acontece a Missa dos Coroi-nhas às 15 horas no Santuário de Vila Velha. A Missa será presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória, Dom Rubens Sevilha.

Coleta solidária A Arquidiocese de Vitória realiza nos dias 26 e 27 de agosto a Coleta Solidária para a Prelazia de Lábrea, nossa Igreja Irmã desde 1972. Desta forma, todo valor coletado em missas e celebrações realizadas no último final de semana do mês, será encaminhado para Lábrea. A ação é uma maneira de fortalecer o trabalho de evangelização, saúde e formação no local, que recebe os voluntários da Arquidiocese de Vitória para todo o trabalho de missão nas comuni-dades ribeirinhas.

Convictos da missão e da importân-cia do fortalecimento do protagonismo juvenil, a Pastoral da Juventude realiza um encontro de formação nos dias 26 e 27 na Casa dos Irmãos Maristas, em Ponta da Fruta, Vila Velha. O evento será um espaço de vivência e fortaleci-mento da fé e contará com a assessoria do Coordenador Nacional da Pastoral da Juventude Vinícius Borges Gomes. Ao todo são 60 vagas e cada paróquia poderá enviar 02 ou 03 participantes. As inscrições podem ser realizadas até dia 18 de agosto através do email [email protected]

Informações com o Departamento Pas-toral através do telefone (27)3025-6265

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