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Atualização em Prevenção de Úlceras por Pressão: Conceitos, Consensos e Assistência Prof.ª Dr. ª Nádia A. A. Poletti- FAMERP

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Atualização em Prevenção de Úlceras por Pressão: Conceitos, Consensos e

Assistência

Prof.ª Dr. ª Nádia A. A. Poletti- FAMERP

Prof.ª Dr. ª Nádia A. A. Poletti- FAMERP

Prof.ª Dr. ª Nádia A. A. Poletti- FAMERP

Guidelines Declarações desenvolvidas de forma sistemática

para auxiliar o profissional na tomada de decisão

para a escolha dos cuidados de saúde adequados a

situações clínicas específicas.

Estas recomendações podem não ser adequadas

em todas as situações.

Qual o propósito ?

Orientar cuidados baseados em

evidências

Evidencias Científicas oriundas da

classificação a seguir:

Classificação por Nível de Evidência

Nível de Evidência A:

Evidência científica direta-proveniente de ensaios

controlados e implementados em úlceras por pressão em

humanos (ou em risco), fornecem resultados estatísticos

que fundamentam de forma consistente a recomendação.

São exigidos estudos de nível 1 - Grandes estudos

aleatórios com resultados claros e baixo risco de erro.

Classificação por Nível de Evidência

Nível de Evidência B:

Evidência científica direta de estudos clínicos devidamente concebidos e

implementados em úlceras de pressão em humanos (ou em risco), fornecendo

resultados estatísticos que fundamentam a recomendação de forma

consistente.

São exigidos estudos de:

Nível 2 – Pequenos estudos aleatórios com resultados incertos – em risco

moderado de erro;

Nível 3 -Estudos não aleatórios com controles concorrentes ou contemporâneos

Nível 4 - Estudos não aleatórios com controles históricos

Nível 5- Estudo de caso sem controle. Número específico de sujeitos.

Classificação por Nível de Evidência

Nível de Evidência C:

Evidência indireta - estudos em sujeitos humanos

saudáveis,

humanos com outro tipo de feridas crônicas,

modelos animais

opinião de peritos.

Definição internacional de úlcera POR pressão - NPUAP/EPUAP

ÚLCERA POR PRESSÃO é uma lesão localizada

da pele e/ou tecido subjacente, sobre uma proeminência

óssea, como resultado da pressão ou de uma

combinação entre esta e forças de torção.

Estão associadas a fatores contribuintes.

Sistema de classificação das úlceras por pressão NPUAP/EPUAP

• Categoria I: eritema não branqueável em pele intacta

– Pele intacta com eritema não branqueável de uma área

localizada, normalmente sobre uma proeminência óssea;

– Sinais de descoloração da pele, calor, edema, tumefação ou

dor;

– A área afetada pode ser firme, suave, mais quente ou mais fria

comparado com o tecido adjacente;

– Difícil identificação em indivíduos com tons de pele escuros;

– Indicativo de pessoas “em risco”.

Sistema de classificação das úlceras por pressão NPUAP/EPUAP

• Categoria I: eritema não branqueável em pele intacta

Sistema de classificação das úlceras por pressão NPUAP/EPUAP

• Categoria II: perda parcial da espessura da pele ou

flictena

– Perda parcial da espessura da derme, uma ferida superficial

(rasa) com leito vermelho ou rosa, podendo ser brilhante ou

seca, sem crosta;

– Pode ser - flictena fechada ou aberta preenchido por líquido

seroso ou hemato-seroso;

– Não deve ser usada para descrever fissuras da pele, lesão por

fita adesiva, dermatite associada a incontinência, maceração ou

escoriação.

Sistema de classificação das úlceras por pressão NPUAP/EPUAP

• Categoria II: perda parcial da espessura da pele ou

flictena

Sistema de classificação das úlceras por pressão NPUAP/EPUAP

• Categoria III: Perda total da espessura da pele

(Tecido subcutâneo visível)

– Perda total da espessura tecidual.

– Visualiza-se o tecido adiposo, mas não estão expostos os

ossos, tendões ou músculos.

– Pode estar presente algum tecido desvitalizado e incluir lesão

cavitária, solapamento e encapsulamento.

Sistema de classificação das úlceras por pressão NPUAP/EPUAP

• Categoria III: Perda total da espessura da pele

(Tecido subcutâneo visível)

Sistema de classificação das úlceras por pressão NPUAP/EPUAP

• Categoria III: Perda total da espessura da pele

(Tecido subcutâneo visível)

– ATENÇÃO: A profundidade de uma úlcera de categoria III varia

com a localização anatômica. A asa do nariz, orelhas, região

occipital e maléolos não têm tecido subcutâneo (adiposo) logo,

uma úlcera de categoria III pode ser rasa (superficial);

– Em zonas com adiposidade significativa pode-se desenvolver

úlceras por pressão de categoria III extremamente profundas. O

osso/tendão não são visíveis ou diretamente palpáveis.

Sistema de classificação das úlceras por pressão NPUAP/EPUAP

• Categoria III: Especial

Não classificáveis – profundidade indeterminada

• Perda total da espessura dos tecidos

• A profundidade da ulcera esta bloqueada por tecido

necrótico( amarelo, castanho, cinza, verde ou castanho)

ou por escara (preto) no leito da ferida.

• Até que seja removido tecido necrótico suficiente para

expor a base da ferida , a verdadeira profundidade não

pode ser determinada

Não classificáveis – profundidade indeterminada

Suspeita de lesão profunda

• Área vermelho escura ou purpura localizada em pele

intacta

• Flictena preenchida com sangue devido a danos no

tecido mole adjacente

• Ou ainda:

• Área rodeada por tecido mais doloroso. Firme, mole,

úmido, quente ou frio (comparado ao tecido ao redor)

• Difícil detectar pessoas com tom de pele mais escura.

Calcâneo

• ESCARA ESTÁVEL - seca, aderente, intacta e sem

eritema ou flutuação - Não deve ser removida devido a

proximidade com capsulas ósseas

Lesões por umidade

• A umidade é um significante fator de risco para

diferentes tipos de lesões perineais da pele

• Não são consideradas úlceras por pressão (dermatite

fralda, infecções fungicas)

• Estão relacionados a erosão da epiderme com

exposição da derme devido ao contato com a umidade

(urina e fezes).

Lesões por umidade

SKIN TEARS

• Ferida traumática que resulta de uma separação entre

epiderme e derme, que geralmente esta relacionada à

força de fricção e cisalhamento

Avaliação de Risco

• Estabelecer uma política de avaliação dos riscos em

todas as instituições de saúde. (Nível de Evidência = C).

• Formar os profissionais de saúde sobre a forma como

obter uma avaliação de riscos rigorosa e fiável. (Nível de

Evidência = B).

• Documentar todas as avaliações de risco. (Nível de

Evidência = C).

Avaliação de Risco

• Considerar os indivíduos com alterações em pele

intacta, em risco de desenvolver úlceras de pressão.

Sinais: pele seca, eritema e eritema que não fica branco

e outras alterações.

(Nível de Evidência = C).

Avaliação de Risco

• Os seguintes fatores de risco têm impacto no risco de um indivíduo

desenvolver úlceras de pressão (Nível de Evidência = C):

– Indicadores nutricionais (hemoglobina, anemia e albumina sérica, medidas sobre

o aporte nutricional e peso);

– Fatores que afetam a perfusão e a oxigenação (diabetes, instabilidade

cardiovascular/ uso de epinefrina, baixa pressão arterial, índice de pressão

tornozelo braço e uso de oxigênio);

– Estado geral de saúde;

– Temperatura corporal.

Escala de Braden

• Seis subclasses que refletem:

– Grau de percepção sensorial;

– Umidade ;

– Atividade física ;

– Nutrição ;

– Mobilidade ;

– Fricção;

– Cisalhamento.

Escala de Braden

Percepção

sensorial

1.Totalmente

limitado

2.Muito limitado 3.levemente

limitado

4.Nenhuma

limitação

Umidade 1.Totalmente

molhado

2. Muito

molhado

3.Ocasionalmente

molhado

4.Raramente

molhada

Atividade

1. Acamado 2.Confinado a

cadeira

3.Anda

Ocasionalmente

4.Anda

Frequentemente

Mobilidade 1. Totalmente

imóvel

2. Bastante

Limitado

3. Levemente

Limitado

4 Nenhuma

Limitação

Nutrição 1.Muito Pobre 2.Provavelmente

inadequado

3. Adequado 4. Excelente

Fricção e

Cisalhamento

1. Problema

2. Problema em

potencial

3. Nenhum

problema

Escala de Braden

• O grau de risco varia de 6 a 23.

• Pacientes adultos hospitalizados com escores de 16 ou

abaixo são considerados de risco para a aquisição de

úlcera por pressão.

• Em idosos, os escores 17 ou 18 já podem ser

considerados críticos.

Avaliação da Pele • Assegurar avaliação completa da pele para verificar o risco, em

todas as instituições de saúde. (Nível de Evidencia =C).

• Formar profissionais para que realizem avaliação completa da

pele que incluem: identificação de respostas ao branqueamento (de

reperfusão), calor local, edema e tumefação (rigidez). (Nível de

Evidência =B).

• Inspecionar a pele regularmente pois a avaliação continua é

essencial para a detecção precoce de danos causados por pressão.

(Nível de Evidência =B).

Avaliação da Pele • Pedir a colaboração do indivíduo na identificação de eventuais

áreas de desconforto ou dor que possam ser atribuído a danos

causados por pressão.

• Vigiar a pele quanto a danos causados por pressão devidos a

dispositivos médicos.

• Documentar todas as avaliações da pele, incluindo presença de dor

possivelmente relacionada com danos por pressão.

• (Nível de Evidência =C).

Cuidados com a Pele

• Não posicione o indivíduo numa superfície corporal que ainda se

encontre ruborizada devido a um episódio anterior de pressão no

local. (Nível de Evidência =C).

• Não utilize massagem na prevenção de úlceras de pressão (Nível

de Evidência =B).

• Não esfregue vigorosamente a pele que se encontre em risco de

úlcera por pressão. (Nível de Evidência =C).

Cuidados com a Pele

• Uso de hidratantes para a pele seca, a fim de reduzir o risco de

danos . (Nível de Evidência =B).

• Proteger a pele da exposição à umidade excessiva pelo uso de

creme barreira de forma a reduzir o risco de lesão por pressão.

(Nível de Evidência =C).

Nutrição para Prevenção das Úlceras por Pressão

Rastreio e avaliação do estado nutricional a todos os indivíduos em

risco de desenvolver úlceras de pressão, em todas as instituições

de saúde.

Oferecer suplementos nutricionais orais, ou através de sonda com

alto teor proteico, como suplemento da dieta habitual, a indivíduos

em risco nutricional e de úlceras por pressão, devido a doença

aguda ou crônica ou por intervenção cirúrgica.

(Nível de Evidência =A).

Alternância de Decúbitos para a Prevenção das Úlceras por Pressão

• A alternância de decúbito deve ser executada para reduzir a

duração e magnitude da pressão exercida sobre áreas vulneráveis

do corpo. (Nível de evidência =A).

• A frequência dos posicionamentos é influenciada por variáveis

relacionadas com o indivíduo (Nível de Evidência =C) e pelas

superfícies de apoio em uso (Nível de Evidência =A).

• A frequência dos posicionamentos é influenciada pelas superfícies

de apoio em uso. (Nível de evidência =A).

Alternância de Decúbitos para a Prevenção das Úlceras por Pressão

• O posicionamento mantém o conforto, a dignidade e

a capacidade funcional do indivíduo. (Nível de

Evidência=C).

– Reposicionar o indivíduo de tal forma que a pressão seja

aliviada ou redistribuída. (Nível de Evidência =C)

– Evitar sujeitar a pele à pressão ou forças de torção

(cisalhamento). (Nível de Evidência =C)

– Use ajudas de transferência para evitar a fricção e torção.

Levante - não arraste - o indivíduo enquanto o reposiciona.

(Nível de Evidência =C)

Alternância de Decúbitos para a Prevenção das Úlceras por Pressão

Alternância de Decúbitos para a Prevenção das Úlceras por Pressão

– Evite posicionar o indivíduo em contato direto com dispositivos

médicos tais como tubos e sistemas de drenagem. (Nível de

Evidência =C)

Alternância de Decúbitos para a Prevenção das Úlceras por Pressão

– O reposicionamento deve ser feito 30º - posição semi-Fowler

ou na posição de pronação (bruços), e uma inclinação de 30º

para posições laterais (alternadamente lado direito, dorsal e

lado esquerdo), se o indivíduo tolerar estas posições e a sua

condição clínica o permitir

(Nível de Evidência =C)

• Registre os regimes de reposicionamentos:

– Frequência;

– Posição adotada;

– Avaliação dos resultados dos reposicionamentos.

(Nível de Evidência =C).

Documentação dos Reposicionamentos

• Use colchões de espuma altamente específica em vez de espumas

de padrão, em todos os indivíduos avaliados em risco de

desenvolver úlceras por pressão. (Nível de Evidência =A).

• Use uma superfície de apoio dinâmica (colchão ou sobreposição)

em indivíduos com alto risco de desenvolver úlceras por pressão

quando não é possível o reposicionamento manual frequente. (Nível

de Evidência =B).

Superfícies de Apoio

Os dispositivos de proteção dos calcâneos devem elevá-los

completamente (ausência de carga) de tal forma que o peso da

perna seja distribuído ao longo da sua parte posterior sem colocar

pressão sobre o tendão de Aquiles. O joelho deve ficar em ligeira

flexão. (Nível de Evidência =C).

– A hiperextenção do joelho pode causar obstrução da veia poplítea que

pode predispor a uma trombose venosa profunda.

Superfícies de Apoio

• Use uma almofada debaixo das pernas (região dos gêmeos) para

elevar os calcâneos (calcâneos flutuantes). (Nível de Evidência =B).

• Inspecione regularmente a pele dos calcâneos. (Nível de

Evidência=C).

• Use uma almofada de assento de redistribuição de pressão em

indivíduos sentados numa cadeira e que apresentam diminuição da

mobilidade e que se encontrem em risco de desenvolver úlceras por

pressão. (Nível de Evidência =B).

Superfícies de Apoio

• Limite o tempo que o individuo passa sentado numa cadeira sem

alívio de pressão. (Nível de Evidência =B).

• Dê especial atenção a indivíduos com lesão medular (Nível de

Evidência =C).

• Evite o uso de pele de carneiro sintética; dispositivos recortados em

forma de anel ou donut; e luvas cheias de água. (Nível de

Evidência=C).

• A pele de carneiro natural poderá ajudar a prevenir as úlceras por

pressão. (Nível de evidência =B).

Superfícies de Apoio

• European Pressure Ulcer Advisory Panel and National Pressure

Ulcer Advisory Panel. Prevention and treatment of pressure ulcers:

quick reference guide. Washington DC: National Pressure Ulcer

Advisory Panel; 2009.

Referência Bibliográfica

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