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É NECESSÁRIA UMA DISCIPLINA: FILOSOFIA DA LINGUAGEM? Me. Victor Hugo

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É NECESSÁRIA UMA DISCIPLINA: FILOSOFIA DA LINGUAGEM?

Me. Victor Hugo

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PENSAR UMA “FILOSOFIA DA LINGUAGEM”

PROBLEMAS• A linguagem não é evidente?• Filosofia da Linguagem não

seria inútil?: a) refere-se a uma atividade que

desvia da ação; b) o modo filosófico de

abordagem possui uma reputação de passar o tempo em discussões inúteis

REFUTAÇÃOa) precariedade da teoria da

evidência – toda experiência possui falhas, quanto mais um fenômeno é difundido e importante (evidente?) mais ele é problemático;

b) uma filosofia da linguagem nos coloca uma interrogação basilar a do sentido, sobretudo, o sentido da existência.

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CONCLUSÃO:

“a linguagem é mais do que linguagem e ela tem sem dúvidas ligações particulares com o que

se convenciona em chamar de filosofia”

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O LUGAR DE UMA FILOSOFIA DA LINGUAGEM

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1-FILOSOFIA E CIÊNCIAS DA LINGUAGEM

• Desde Platão (Crátilo) há aproximações gerais entre filosofia e linguagem: origem e natureza da linguagem

• Costuma-se a chamar [erroneamente ou não] os estudos da linguagem anteriores ao século XIX de “teorias da linguagem”: não admitindo-os como filosóficos

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1-FILOSOFIA E CIÊNCIAS DA LINGUAGEM

• 3 argumentos em favor da existência de uma determinada concepção de filosofia na fase pré-científica das teorias da linguagem [Chomsky]:

a) reflexão científica e sincrética da linguagem: análises metodicamente conduzidas no plano morfo-sintático ou no plano fonético;

b) estudos de linguística estrutural – de matiz behaviorista (positivista);

c) estudos antropológicos da linguagem – relação linguagem e sujeito

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1-FILOSOFIA E CIÊNCIAS DA LINGUAGEM

• Visão de Chomsky: Identificação de uma filosofia da linguagem na relação com as ciências da linguagem (prefiguração sincrética ou prolongamento sintético)

• Visão de Piaget: o fato de cientificamente se isolar a linguagem depreendendo dela elementos autônomos é reconhecer nela um campo lingüístico que nada deva à sociologia nem a psicologia e por isso mesmo filosófico quando esta reitera o conjunto das experiências humanas.

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2-LINGUAGEM E REALIDADE

• Linguística de F. de Saussure: fazer abstrações da materialidade das manifestações da linguagem para depreender formas (estruturas e não substâncias)

• Recolocação das questões sobre a relação entre linguagem e as coisas: aprimorar as relações entre texto e contexto

• “encarando a experiência como um texto a decifrar, atinge-se o ponto de fusão entre linguagem e realidade”

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2-LINGUAGEM E REALIDADE

• As relações entre linguagem e realidade: abrem a questão da realidade da própria linguagem: “Sua autonomia está ligada aos indivíduos que a utilizam ou sua dependência para com as estruturas semióticas obriga a conferir a estas uma determinada transcendência?”

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2-LINGUAGEM E REALIDADELINGUAGEM DEPENDENTE DO USO

DOS INDIVÍDUOS

• redução reflexiológica (a linguagem se inscreve no comportamento de um sistema de sinalização) – cientificismo naturalista

DEPENDÊNCIA DA LINGUAGEM PARA COM AS ESTRUTURAS SEMIÓTICAS

• faz-se dela uma essência superior de procedência divina (Verbo Divino) ou ligada a uma ordem simbólica de que dependeriam todas as manifestações significantes – não transposição do mistério para um debate filosófico

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2-LINGUAGEM E REALIDADE

O paradoxo mostra que a linguagem é mais do linguagem: abertura de um campo de reflexão

filosófico da linguagem

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3-FALSOS PROBLEMAS

• DOIS FALSOS PROBLEMAS:A) A ORIGEM DA LINGUAGEM: TENTATIVA DE

LIMITAÇÃO DA LINGUAGEM POR TENDÊNCIAS REALISTAS

B) FIM DA LINGUAGEM: INSTRUMENTALIZAÇÃO DA LINGUAGEM

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4-OS DOIS LUGARES POSSÍVEIS DA FILOSOFIA DA LINGUAGEM

1) PERSPECTIVA CRÍTICA DE CASSIRER

• SUPERAÇÃO DA PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA HUMBOLDTIANA E CONTRA AS TEORIAS ANTITÉTICAS: TEOLÓGICAS E NATURALISTAS

2) EM RELAÇÃO ÀS CIENCIAS DA LINGUAGEM E ÀS SEMIÓTICAS

• APROXIMAÇÃO COM AS CIÊNCIAS DA LINGUAGEM PRÓXIMAS A UM ESTRUTURALISMO

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ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA DA LINGUAGEM (HISTÓRICA)

HUMBOLDT ANTROPOLOGIAHEGEL

HERDER

HARMANN

C.DE BROSSES

TEOLOGIA

NATURALISMO

CASSIRER

BLOOMFIELD

HEIDEGGER

K. BARTH

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2) ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA DA LINGUAGEM (SISTEMÁTICA)

F. DA LING.

TEOLOGIA DA LING.

ANTR. DA LING.

BIOLOGIA DA LING.

ETNO

SÓCIO

PSICO

LINGUÍSTICA ESTRUTURALISMO

ANTI-REFLEXIVO

ANTI-GENÉTICO

SEMIÓ

TICA

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CONCLUSÕES:

• Uma filosofia da linguagem supõe: • a) abertura com as outras ciências humanas

como: psicologia, etnoculturalismo, sócio-linguíticas;

• b) uma teorização unitária que corresponderia uma antropologia da linguagem

• Crítica à conclusão: pressupõe como horizonte filosófico a total recusa metafísica ou ontológica da linguagem

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FONTES

• JACOB, A. Introdução à filosofia da linguagem, Porto: Rés, 1984, pp.7-15