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Administração de Recursos Materiais Profª. Elisabete Moreira Aula 8 1 Campeões não são feitos em academias. Campeões são feitos de algo que eles têm profundamente dentro de si, um desejo, um sonho, uma visão. (Muhamnad Ali) ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Material é a designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades das organizações públicas federais, independente de qualquer fator, bem como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e resíduos economicamente aproveitáveis ( IN 205/88). A Administração de Materiais envolve administrar todos os materiais destinados à manutenção das atividades de uma Instituição, incluindo o processo de transformação dos materiais ou informações em produtos ou serviços finais no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo. As atividades envolvidas na administração de materiais são gestão de estoque, gestão de compras e gestão de distribuição, que realizam a: programação de materiais, compras, recepção de materiais, armazenamento no almoxarifado, controle de estoques, classificação, movimentação, transporte e distribuição. O grande objetivo da administração de materiais é poder determinar qual a quantidade ideal de material em estoque que permita satisfazer a demanda, mantendo o nível de serviço ofertado ao cliente, ao mesmo tempo, minimizando os custos de estoque e otimizando o giro de estoque. As funções da Administração de Estoque na Administração Pública: Determinar o método e grau de controles a serem adotados para cada item; Manter os instrumentos de registros de entradas e saídas atualizados; Promover consistências periódicas entre os registros efetuados no Setor de Controle de Estoques com os dos depósitos (fichas de prateleira) - e a consequente existência física do material na quantidade registrada; Identificar o intervalo de aquisição para cada item e a quantidade de ressuprimento; Emitir os pedidos de compra do material rotineiramente adquirido e estocável; Manter os itens de material estocados em níveis compatíveis com a política traçada pelo órgão ou Entidade; Identificar e recomendar ao Setor de Almoxarifado a retirada física dos itens inativos devido à obsolescência, danificação ou a perda das características normais de uso e comprovadamente inservíveis, dos depósitos subordinados a esse setor.

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Gestão de pessoas voltado para concurso público. Material completos que contempla uma matéria cada vez cobrada. Gestão de recursos humanos, gestão de pessoas ou ainda administração de recursos humanos, conhecida pela sigla 'RH'. é uma associação de habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com objetivo de administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano.

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Campeões não são feitos em academias. Campeões são feitos de algo que eles têm profundamente dentro

de si, um desejo, um sonho, uma visão.

(Muhamnad Ali)

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Material é a designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades das organizações públicas federais, independente de qualquer fator, bem como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e resíduos economicamente aproveitáveis ( IN 205/88). A Administração de Materiais envolve administrar todos os materiais destinados à manutenção das atividades de uma Instituição, incluindo o processo de transformação dos materiais ou informações em produtos ou serviços finais no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo. As atividades envolvidas na administração de materiais são gestão de estoque, gestão de compras e gestão de distribuição, que realizam a: programação de materiais, compras, recepção de materiais, armazenamento no almoxarifado, controle de estoques, classificação, movimentação, transporte e distribuição.

O grande objetivo da administração de materiais é poder determinar qual a quantidade ideal de material em estoque que permita satisfazer a demanda, mantendo o nível de serviço ofertado ao cliente, ao mesmo tempo, minimizando os custos de estoque e otimizando o giro de estoque.

As funções da Administração de Estoque na Administração Pública:

Determinar o método e grau de controles a serem adotados para cada item; Manter os instrumentos de registros de entradas e saídas atualizados; Promover consistências periódicas entre os registros efetuados no Setor de Controle de Estoques

com os dos depósitos (fichas de prateleira) - e a consequente existência física do material na quantidade registrada;

Identificar o intervalo de aquisição para cada item e a quantidade de ressuprimento; Emitir os pedidos de compra do material rotineiramente adquirido e estocável; Manter os itens de material estocados em níveis compatíveis com a política traçada pelo órgão ou

Entidade; Identificar e recomendar ao Setor de Almoxarifado a retirada física dos itens inativos devido à

obsolescência, danificação ou a perda das características normais de uso e comprovadamente inservíveis, dos depósitos subordinados a esse setor.

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1. Tipos de Bens Patrimoniais

São os bens móveis, imóveis, intangíveis e semoventes (bens, valores, direitos e obrigações), que são incorporados ao patrimônio da instituição.

• Bens móveis: que podem se movimentar, são todos os bens que por sua própria natureza,

características de duração e valor devam ser controlados fisicamente e incorporados ao patrimônio da Instituição Os bens patrimoniais móveis estão divididos em: Permanente e Consumo (IN nº 205/88):

• Bens Permanentes: não são bens de consumo; não são peças de reposição; têm prazo de duração superior a 02 (dois) anos (Art. 15 § 2º, Lei nº 4320/64); devem ser tombados. Ex: Móveis e Utensílios, Equipamentos, Livros, Máquinas, Mapas, Veículos etc.

• Bens de Consumo: aquele que em razão do seu uso corrente e segundo a Lei 4320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua duração limitada a dois anos ou, ainda quando o custo do controle seja superior ao risco da perda (pode-se fazer uma relação-carga).

• Bens imóveis: são aqueles que não podem se movimentar.

• Bens intangíveis: imateriais, correspondem ao direito de uso da concessão, aquisição de licenças

de direito de uso de propriedade intelectual (softwares), como patentes e direitos autorais.

Segundo a Portaria STN/SOF nº 01/11 “um material é considerado de consumo caso atenda um, e pelo menos um, dos critérios a seguir”: Critério da Durabilidade: quando perde ou tem reduzida as condições de funcionamento no prazo

máximo de 2 anos;

Critério da Fragilidade: sujeito a modificação, perdendo a identidade;

Critério da Perecibilidade: sujeito a modificações ou deterioração, perdendo as propriedades físico-químicas;

Critério da Incorporabilidade: incorporado a outro bem, perdendo as características principais;

Critério da Transformabilidade: para fins de transformação.

2. Sistemas de Produção

Os materiais podem ser produzidos internamente, recondicionados internamente ou adquiridos. As estratégias podem ser a verticalização (produz tudo) e/ou a horizontalização (comprar de terceiros).

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Os sistemas de produção podem ser por encomenda, por lotes ou produção contínua.

3. Gestão de Estoques

Estoque é toda quantidade armazenada de mercadoria, a ser utilizada em um momento oportuno.

As funções do estoque são:

Garantir o abastecimento de materiais, evitando: a) Demora ou atraso no fornecimento; b) Sazonalidade no suprimento: variações regulares no abastecimento; c) Riscos de dificuldade no fornecimento.

Proporcionar economias de escala através de: d) Compra ou produção em lotes econômicos; e) Flexibilidade do processo produtivo; f) Rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.

3.1. Classificação dos Estoques Existem vários tipos de classificações de estoque, a saber:

a) Em razão da demanda

Podem ser materiais de estoque (em razão da demanda, devem ser mantidos em estoque) e materiais não de estoque (em razão da imprevisibilidade da demanda, não deve se fazer estoque e sua compra somente acontece quando se faz necessária).

b) Conforme a aplicação na organização:

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• Matéria-prima: parte do processo de produção, incorporado ao produto final; • Material em processamento: como parte do produto final, sem alteração nas suas propriedades; • Produto final acabado: pronto para comercialização; • Material auxiliar: utilizado no processo de produção, na execução e na transformação, como,

ferramentas, sem que se incorpore ao produto final ou materiais consumidos como combustíveis, toner, etc.

• Os materiais mantidos em estoque no almoxarifado podem ser classificados em perecíveis, sujeitos a deterioração e decomposição e periculosos, que oferecem riscos no seu manuseio de transporte.

c) Em razão do valor econômico ou valor total de consumo

A classificação ABC, ou gráfico de Pareto, ou curva 80-20 classifica os estoques em razão de sua importância, normalmente financeira, como valor de demanda, valor total de consumo (valor unitário x consumo):

Classe “A”: 20% dos itens; 80% do valor monetário dos estoques. Classe “B”: 30% dos itens; 15% a 20% do valor dos estoques. Classe “C”: 50% dos restantes dos itens; de 5% a 10% do valor dos estoques.

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Deve-se atentar que o controle dos itens classificados como “A” deve ser maior e os estoques, por serem os mais onerosos, devem ser inferiores aos estoques dos demais itens.

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Classificação ABC

Curva ABC

d) Em razão da importância operacional ou criticidade do produto Classificação XYZ Os materiais podem ser classificados em razão da importância operacional ou criticidade em X, Y e Z. Independente da análise econômica, esses estoques podem ser vitais para a continuidade ou segurança das pessoas, do ambiente ou do patrimônio da organização. A Criticidade dos itens X, Y, Z é uma análise qualitativa, que avalia o impacto da falta do produto no processo produtivo, independe do custo e da quantidade ou ainda a dificuldade em obter o material.

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Classe X: baixa criticidade, pois sua falta não compromete a produção, além de ser de fácil aquisição, com similares.

Classe Y: grau intermediário de criticidade, podendo ser substituído por outros materiais; Classe Z: grande criticidade, de difícil substituição por outro equivalente, podendo paralisar a

produção ou colocar em risco todo o processo.

e) Materiais Críticos

***** O profissional da administração de materiais deve ter especial atenção ao controle de materiais críticos, assim considerados por razões econômicas, de armazenagem, ou manuseio, ou transporte, ou ainda, em razão da dificuldade do planejamento da previsão de consumo. Os materiais críticos não estão sujeito ao controle da obsolescência.

f) Outras classificações de Estoque:

Estoque Ativo ou Normal: sofre flutuações quanto à quantidade, volume, peso e custo em

consequência de entradas e saídas, todo material em uso.

Estoque Morto ou Inativo: não sofre flutuações, é estático.

Estoque de Segurança: é a parcela do estoque com a finalidade de proteger a empresa contra incertezas relacionadas à demanda ao tempo de espera (lead time) e ao fornecimento.

Inservível: desnecessários para utilização (IN 205/88 - ocioso, recuperável, antieconômico, irrecuperável). • Bem ocioso – embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado; • Bem recuperável – a recuperação for possível e o orçamento for inferior a cinqüenta por cento

de seu valor de mercado; • Bem antieconômico – a manutenção onerosa, ou rendimento precário, em virtude de uso

prolongado, desgaste prematuro ou obsolescência; • Bem irrecuperável – não puder ser utilizado por perda de suas características ou em razão da

inviabilidade econômica de recuperação.

Estoque Empenhado ou Reservado: quantidade de determinado item, com utilização certa, comprometida previamente e que permanece temporariamente em almoxarifado.

Estoque de Recuperação: quantidades de itens constituídas por sobras de retiradas de estoque, salvados (retirados de uso através de desmontagens), sem condições de uso, mas passíveis de aproveitamento após recuperação, podendo vir a integrar o Estoque Normal ou Estoque de Materiais Recuperados, após a obtenção de suas condições normais;

Estoque de Excedentes: quantidades de itens em estoque, novos ou recuperados, que não são mais usados e estão sem utilidade.

Obsoletos: em razão das inovações tecnológicas ou por razões econômicas de recuperação que devem ser eliminados. Constitui um Estoque Morto;

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Estoque Disponível: quantidade de um determinado item existente em estoque, livre para uso;

Estoque Teórico: resultado da soma do disponível com a quantidade pedida, aguardando o

fornecimento;

Estoque de Antecipação: é usado para compensar diferenças de ritmo de fornecimento e demanda, isto é, o produto é produzido procurando antecipar-se à demanda (ex.: chocolate na páscoa). Ele é mais usado quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis e também, quando as variações de fornecimento são significativas como os períodos entre safras.

3.2. Dimensionamento dos Estoques

Para que se possa realizar a previsão de estoques é necessária ter a previsão do consumo num determinado período, adotando-se os seguintes modelos:

a) Modelo de Evolução Horizontal de Consumo:

b) Modelo de evolução de consumo sujeito à tendência positiva ou negativa

CONSUMO

TEMPO

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c) Modelo de evolução sazonal de consumo:

Técnicas de Previsão de Estoques

• Projeções: estimativas quantitativas observadas no passado; • Explicações: técnicas de regressão e correlação com outras variáveis conhecidas, quantitativa; • Predileção: experiências de gestores que estabelecem uma projeção das vendas qualitativa.

Métodos de Previsão da Demanda

a) Método do consumo do último período:

b) Método da média móvel:

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c) Método da média móvel ponderada:

d) Método da Média Móvel Ponderada Exponencial

Atribui maior valor aos dados mais recentes e usa: Previsão do último período; Consumo ocorrido no último período; Constante que determina o valor da ponderação dada aos valores mais recentes. Próxima previsão = K x consumo anterior + (1 – K) x Previsão anterior Onde: 0 ≤ K ≤ 1

e) Método dos Mínimos Quadrados

Usado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais perto de todos os dados coletados, ou seja, é a linha que minimiza as diferenças entre a linha reta e cada ponto de consumo levantado.

3.3. Controle de Estoques

a) Nível de Serviço

É um conceito ligado ao almoxarifado e se refere ao número de requisições atendidas em relação ao número total de requisições efetuadas. Para manter um alto nível de serviço, deve-se ou manter um alto nível de estoque para atender as requisições no caso de baixa frequência de entregas por parte dos fornecedores; ou minimizar os níveis de estoque, mas assegurar as entregas dos fornecedores na quantidade e tempo certos.

Nível de serviço = Nº de requisições atendidas x 100 Nº de requisições efetuadas

*** Considera-se uma boa gestão de estoque quando se consegue estabelecer equilíbrio entre a disponibilidade de capital e o nível de serviço.

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b) Giro de Estoque ou Índice de rotatividade O Índice de rotatividade de estoque ou giro de estoque significa quantas vezes suprimos nosso estoque em determinado período. Um alto giro de estoque significa menos capital imobilizado, que é uma situação boa para o gestor.

c) Antigiro ou taxa de cobertura de estoque O antigiro ou taxa de cobertura corresponde ao período de tempo que um estoque cobre o consumo ou a demanda da empresa.

3.4. Custo de Estoques

O custo do estoque é calculado somando o custo de armazenagem com o custo do pedido.

a) Custo de armazenagem ( CA ):

Onde:

Q: quantidade

T: tempo

P: preço

I: taxa de armazenagem

**** O custo de armazenagem é proporcional ao estoque médio. Quando o estoque é zero, o custo de armazenagem é mínimo.

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b) Custo do Pedido ( CP ):

Mão-de-obra para o processamento; Material utilizado na confecção do pedido; Custos indiretos ligados ao pedido.

Onde: CTP: custo total do pedido N: nº de pedidos

c) Custo Total de Estoque (CE):

3.5. Lote Econômico de Compra É o tamanho do lote que minimiza os custos anuais totais de manutenção do estoque e de processamento dos pedidos. É o ponto ótimo no qual o custo total de pedir e manter materiais em estoque é minimizado.

Onde:

Q: lote econômico de compra

CP: custo do pedido

C: demanda ou consumo

I: taxa de manuenção

P: preço