Aula 06

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO PROFESSOR RENATO FENILI 1 Caro(a) amigo(a), Na aula 05, estudamos a Gestão da Qualidade aplicada ao ser público, culminando na abordagem do GesPública, bem com dos critérios de avaliação da gestão pública. Agora estudaremos a dinâmica e os conceitos inerentes à Gestão Estratégica, de acordo com a seguinte programação: AULA CONTEÚDO 6 Gestão estratégica: Negócio, missão, visão de futuro, valores. Diagnóstico organizacional: análise dos ambientes interno e externo. Indicadores de desempenho. Tipos de indicadores. Variáveis componentes dos indicadores; planejamento estratégico, tático e operacional. Não há como deixar de registrar meus votos de um feliz natal, repleto de paz e de renovação de esperança a você. Tudo pronto? Então vamos ao trabalho!

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    PROFESSOR RENATO FENILI

    1

    Caro(a) amigo(a),

    Na aula 05, estudamos a Gesto da Qualidade aplicada ao ser

    pblico, culminando na abordagem do GesPblica, bem com dos critrios

    de avaliao da gesto pblica.

    Agora estudaremos a dinmica e os conceitos inerentes Gesto

    Estratgica, de acordo com a seguinte programao:

    AULA CONTEDO

    6

    Gesto estratgica: Negcio, misso, viso de futuro,valores. Diagnstico organizacional: anlise dos ambientes

    interno e externo. Indicadores de desempenho. Tipos deindicadores. Variveis componentes dos indicadores;

    planejamento estratgico, ttico e operacional.

    No h como deixar de registrar meus votos de um feliz natal,

    repleto de paz e de renovao de esperana a voc.

    Tudo pronto? Ento vamos ao trabalho!

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    I. ADMINISTRAO ESTRATGICA

    Preliminarmente, essencial situarmos a relao entre a

    Administrao Estratgica e a realidade da Administrao Pblica

    brasileira.

    Os preceitos da administrao estratgica surgem ainda na dcada

    de 1960, tendo por alvo organizaes inseridas na iniciativa privada.

    Contudo, com a modernizao da administrao pblica preconizada no

    modelo gerencial, a partir da dcada de 1980 (e no Brasil a partir de

    1995, como vimos na aula 01) a Administrao Estratgica foi inserida nas

    prticas de gesto da esfera pblica, como um modo de consecuo de

    maior eficincia.

    Desde o final do sculo passado, o Governo brasileiro vem adotando

    instrumentos de gesto voltados ao longo prazo, especialmente no que diz

    respeito busca por resultados em termos de infraestrutura e crescimento

    econmico. Tais esforos tm sido espelhados nos planos plurianuais

    (PPAs), verificando-se uma mudana significativa da administrao

    pblica em termos estratgicos, sendo o empreendedorismo e a gesto

    por resultados traos caractersticos dessa evoluo.

    Somando-se aos esforos gerais do Governo, a partir do incio da

    dcada de 2000, a maioria das organizaes pblicas brasileiras iniciou a

    prtica de elaborao de seus planejamentos estratgicos. O intuito

    era a definio das direes a serem seguidas por estas organizaes,

    com vistas a alcanarem objetivos definidos em longo prazo.

    Uma vez concludos os planejamentos estratgicos, os rgos

    pblicos lanaram-se implementao das aes planejadas. Atualmente,

    diversas so as organizaes estatais que se encontram no trmino do

    primeiro ciclo de gesto estratgica, ou no incio do segundo. No atual

    contexto, a Administrao Estratgica est amplamente difundida na

    Administrao Pblica do Brasil, o que justifica a cobrana deste tpico,

    pela ESAF, dentro da disciplina Gesto Pblica.

    1. O conceito de Estratgia e as caractersticas bsicas daAdministrao e Planejamento Estratgico

    Apesar de a literatura da rea no ser pacfica quanto elucidao

    do conceito estratgia, para fins de nossos estudos, podemos adotar a

    definio proposta por Whittington, Scholes e Johnson (2011, p. 25):

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    Estratgia a orientao e o alcance de uma organizao a longo prazo,

    que conquista vantagens num ambiente inconstante por meio da

    configurao de recursos e competncias com o intuito de atender s

    expectativas dos stakeholders.

    Quando passamos discusso sobre o modo de definio,

    implantao e controle da estratgia de uma organizao, ingressamos

    em um processo denominado administrao estratgico (ou, para

    alguns autores, planejamento estratgico), assim definido por Kotler

    (1975):

    O Planejamento Estratgico uma metodologia gerencial que permite

    estabelecer a direo a ser seguida pela Organizao, visando maior grau

    de interao com o ambiente.

    O planejamento estratgico uma metodologia introduzida por Igor

    Ansoff em 1965, por meio de sua obra Estratgia Corporativa, que deu

    origem chamada Escola do Planejamento Estratgico. O intuito era

    atender a empresas que enfrentavam problemas de reduo de

    competitividade e diminuio de produtividade, e que se mostravam

    insatisfeitas com as tcnicas at ento utilizadas como controle

    financeiro e oramento a longo prazo (ANSOFF, 1988).

    As tcnicas preconizadas pela Escola do Planejamento Estratgico

    inovaram ao levarem em considerao o aumento da complexidade do

    ambiente corporativo e as turbulncias do mercado. Ao admitir que o

    futuro provavelmente no ser a repetio do passado (dada a constante

    mutao do ambiente da organizao), estabelece-se a diferena entre

    planejamento estratgico e planejamento a longo prazo:

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    1. (ESAF / SUSEP / 2010) Um planejamento estratgicoquando se d nfase ao aspecto:

    a) de longo prazo dos objetivos e anlise global do cenrio. b) de prazo emergencial dos objetivos e anlise global do

    cenrio.

    c) de longo prazo dos objetivos e anlise da situaopassada.

    d) de mdio prazo dos objetivos e anlise da situao atual. e) de urgncia dos objetivos e anlise da situao futura.

    As principais caractersticas do planejamento estratgico podem ser

    assim arroladas:

    orienta-se para o longo prazo (usualmente o horizonteestratgico gira em torno de 4 anos);

    sistmico, ou seja, abrange toda a organizao (todos osrecursos, visando a obter sinergia1 das potencialidades

    1

    H sinergia quando todos os elementos de um conjunto esforam-se em uma mesma direo, visando aalcanar um determinado objetivo comum. Neste caso, o resultado da ao coordenada maior do que asimples soma dos esforos individuais.

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    organizacionais, exigindo o envolvimento no s da alta

    direo, mas sim de todos os colaboradores);

    relaciona-se adaptao da organizao a um ambientemutvel. Para tanto, no basta a anlise isolada de situaes

    passadas, presentes ou futuras: h de se considerar uma

    anlise global de cenrio;

    definido pela cpula organizacional; uma forma de aprendizagem organizacional, ao promover

    uma postura de constante adaptao ao ambiente;

    exige a elaborao e o acompanhamento da implementao por meio de indicadores de desempenho.

    Considerando-se os aspectos destacados em negrito, vemos que a

    alternativa A est correta.

    Resposta: A.

    Antes de nos aprofundarmos no estudo da Administrao

    Estratgica, essencial fazermos uma distino muito cobrada em

    concursos. Levando-se em conta critrios como orientao temporal,

    abrangncia dentro da organizao e elaborao, h de se diferenciar o

    planejamento estratgico dos planejamentos ttico e operacional.

    O planejamento ttico orienta-se ao mdio prazo. Usualmente

    de autoria da gerncia intermediria, e, abrange um segmento da

    organizao (por exemplo, um departamento). o planejamento ttico

    que, muitas vezes, faz a ligao entre as diretrizes estratgicas e as aes

    operacionais.

    J o planejamento operacional voltado ao curto prazo. de

    autoria da gerncia operacional, e abrange uma partio especfica da

    organizao (por exemplo, uma seo dentro de um departamento).

    O quadro a seguir traz uma sntese das principais caractersticas que

    dintinguem os citados planejamentos:

    PLANEJAMENTO ORIENTAO ABRANGNCIA AUTORIA

    Estratgico Longo prazo Toda a

    organizao

    Cpula

    organizacional

    Ttico Mdio prazo Departamento Gerncia

    intermediria

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    PLANEJAMENTO ORIENTAO ABRANGNCIA AUTORIA

    Operacional Curto prazo

    Unidade dentro

    de um

    departamento

    Gerncia

    operacional

    2. (CESGRANRIO / IBGE / 2009) Projeo para curto prazo,envolvendo cada tarefa isoladamente, e procupao com o

    alcance de metas especficas so caractersticas do

    planejamento:

    a) Ttico. b) Temporrio. c) Operacional. d) Estratgico. e) Macroorientado.

    Nas questes, devemos ter em mente apenas trs nveis de

    planejamento: estratgico, ttico e operacional. Falou curto prazo?

    Ento a meno acerca do planjamento operacional.

    Resposta: C

    3. (FCC / DNOCS / 2010) O planejamento estratgico devedefinir os rumos do negcio e responder s perguntas: qual

    o nosso negcio? Onde se quer chegar? Como a empresa est

    para chegar situao desejada?

    PORQUE

    seu propsito geral assegurar o desenvolvimento de curto e

    mdio prazo da organizao e intervir nos seus pontos fortes e

    fracos e nas variveis externas.

    correto afirmar que:

    a) as duas afirmativas so falsas. b) a primeira afirmativa falsa e a segunda verdadeira. c) a primeira afirmativa verdadeira e a segunda falsa.

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    d) as duas afirmativas so verdadeiras e a segunda justifica aprimeira.

    e) as duas afirmativas so verdadeiras e a segunda no justificaa primeira.

    A primeira afirmativa refere-se s etapas de definio da misso, viso

    de futuro e diagnstico, todas inerentes ao planejamento estratgico.

    Est, assim, correta.

    J a segunda afirmativa peca ao afirmar que o planejamento

    estratgico visa ao curto e mdio prazo. Como sabemos, o este tipo de

    planejamento tem por foco o longo prazo. Assim, est errada.

    Resposta: C.

    2. As Escolas de Planejamento Estratgico

    Uma importante fonte bibliogrfica sobre a Administrao

    Estratgica o livro Safari de Estratgia um Roteiro pela

    Selva do Planejamento Estratgico, de autoria de Mintzberg,

    Ahlstrand e Lampel (2000).

    Nesta obra, os autores dividem o pensamento sobre

    gesto estratgica em 10 escolas, definidas de acordo com

    o modo como concebem a formulao da estratgia

    organizacional. Ainda, estas 10 escolas so divididas em trs

    categorias (prescritivas, descritivas e integrativa), conforme o

    foco

    CATEGORIAS ESCOLAS DE PLANEJAMENTO

    ESTRATGICO

    Prescritivas

    (Como deve ser formulada a

    estratgia? modo ideal)

    Escola do Design Escola do Planejamento Escola do Posicionamento

    Descritivas

    (Como efetivamente

    formulada a estratgia?

    modo real)

    Escola Empreendedora Escola Cognitiva Escola de Aprendizado Escola do Poder Escola Cultural Escola Ambiental

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    Integrativa

    (Integra os conceitos dos

    demais modelos)

    Escola de Configurao

    Grosso modo, a principal diferena entre as escolas de planejamento

    estratgico reside em suas distintas vises sobre o processo de

    formulao de estratgias. Tais aspectos so salientados no quadro

    abaixo:

    Escola Viso sobre o processo de formulao da

    estratgia

    PRESCRITIVAS

    Design

    A formulao da estratgia um processo de

    concepo da organizao, sendo que o controle

    permanece nas mos de executivo-chefe da

    organizao, que atua de forma simples e, muitas

    vezes, informal (ANNUNCIAO, 2011). Apenas aps

    o pleno desenvolvimento das estratgias que

    ocorrem suas implementaes. A anlise das ameaas

    e oportunidades do ambiente externo, bem como dos

    pontos fortes e fracos internos organizao (modelo

    SWOT, como veremos mais adiante nesta aula) a

    representao tpica da Escola do Design.

    Planejamento

    A formulao da estratgia um processo

    controlado, consciente e formal da organizao.

    H, assim, uma srie de etapas envolvidas, apoiadas

    por tcnicas bem definidas e por checklists.

    Posicionamento

    A formulao da estratgia um processo analtico,

    cujo intuito definir uma posio da organizao no

    mercado. O marco dessa Escola o livro Estratgia

    Competitiva, de Michael Porter, que vem a definir

    estratgias genricas (diferenciao, liderana de

    custo e foco), bem como as cinco foras competitivas

    em ums indstria (= setor do mercado) a para uma

    empresa assumir uma posio de vantagem no

    mercado.

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    Escola Viso sobre o processo de formulao da

    estratgia

    DESCRITIVAS

    Empreendedora

    A formulao da estratgia um processo de

    inovao, tendo por norte uma precisa viso de

    futuro. H nfase, nesta escola, na excessiva

    dependncia do papel desempenhado pelo lder

    organizacional como impulsionador do planejamento

    estratgico.

    Cognitiva

    A formulao da estratgica um processo

    cognitivo (= relacionado ao conhecimento). Assim, h

    de se bem conhecer a mente do estrategista a fim de

    bem compreender o mecanismo de formao das

    estratgias.

    Aprendizado

    A formulao da estratgia um processo

    emergente de aprendizado ao longo do tempo.

    Assim, as etapas de formulao e de implementao

    so simultneas e indistinguveis.

    Poder

    A formulao da estratgia um processo de

    negociao, sendo a influncia poltica essencial a fim

    de estruturar uma estratgia favorvel a alguns

    interesses.

    Cultural

    A formulao da estratgia um processo coletivo,

    marcado pela interao social, baseado em crenas e

    valores comuns compartilhados pelo grupo

    organizacional.

    Ambiental A formulao da estratgia um processo reativo s

    foras do ambiente externo.

    INTEGRATIVA

    Configurao

    A formulao da estratgia um processo de

    transformao. Em certo momento da vida

    organizacional, a estratgia organizacional ir espelhar

    a configurao momentnea de sua estrutura. Esta

    configurao ir ser mantida por um perodo de

    estabilidade, at que haja uma transformao e a nova

    configurao ir demandar a formulao de novas

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    Escola Viso sobre o processo de formulao da

    estratgia

    estratgias.

    Vejamos como as caractersticas das Escolas de Planejamento

    Estratgico so cobradas em concursos:

    4. (CESPE / CNPQ / 2011) No que se refere formao daestratgia, a Escola do Planejamento pode ser representada

    pelo modelo SWOT.

    Como vimos, a Escola do Design que tem no modelo de diagnstico

    SWOT sua representao tpica. A assertiva est errada.

    Resposta: E.

    5. (FCC / AL SP / 2010) Com relao s escolas deplanejamento estratgico, considere as afirmativas abaixo:

    I. A escola de posicionamento entende a formao daestratgia como a obteno do ajuste essencial entre as

    foras e as fraquezas internas da empresa com as

    ameaas e oportunidades extenas de seu ambiente.

    II. A escola de design adota a viso de que a estratgia sereduz a posies genricas selecionadas por meio de

    anlises formalizadas das situaes da indstria, tais como

    as avaliaes utilizando o modelo das cinco foras

    competitivas.

    III. Na perspectiva da escola empreendedora, o lder mantmo controle sobre a implementao da prpria viso

    formulada de todo o processo estratgico. Portanto, a

    estratgia estaria resumida a um processo visionrio do

    lder.

    IV. A escola cognitiva estuda as estratgias que sedesenvolvem na mente das pessoas, a fim de categorizar

    os processos mentais em estruturas, modelos, mapas,

    conceitos e esquemas.

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    V. A escola ambiental coloca a estratgia como um processoreativo, ou seja, a organizao considerada um ente

    passivo que consome seu tempo, reagindo a um ambiente

    que estabelece a ordem a ser seguida.

    Est correto o que se afirma APENAS em:

    a) I, II, III e IV. b) I e V. c) II e III. d) II, III e IV. e) III, IV e V.

    Vejamos a anlise das assertivas:

    I. A escola que toma por referncia o diagnstico e o ajuste dasforas e fraquezas internas organizao, bem como das

    oportunidades e ameaas do ambiente externo (matriz SWOT) a

    Escola de Design. A assertiva est errada.

    II. A escola que se baseia em anlises das situaes da indstria, taiscomo o modelo das cinco foras competitivas de Porter a Escola

    de Posicionamento. A assertiva est errada.

    As demais assertivas esto condizentes com o quadro terico

    exposto sobre as Escoas de Planejamento Estratgico.

    Resposta: E.

    3. As Etapas da Administrao Estratgica

    No h consenso entre os diversos autores sobre o nmero de

    etapas a serem observadas no planejamento estratgico. De modo geral,

    podemos nos guiar pelo seguinte quadro:

    ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATGICO

    ETAPA DESCRIO

    Definio da

    misso, dos

    valores e da

    viso de futuro

    A misso a prpria razo de existir daorganizao, o seu propsito fundamental.

    Exemplo: a misso da RFB exercer a

    administrao tributria e aduaneira com justia

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    ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATGICO

    ETAPA DESCRIO

    da organizao fiscal e respeito ao cidado, em benefcio da

    sociedade.

    Os valores so os atributos que estruturam acultura organizacional, bem como suas prticas.

    Exemplo: os valores da RFB so: respeito ao

    cidado, integridade, lealdade com a instituio,

    legalidade, profissionalismo e transparncia.

    A viso de futuro um estgio desejado, o quala organizao pretende alcanar ao trmino de

    determinado prazo. Exemplo: a viso de futuro

    da RFB ser uma instituio de excelncia em

    administrao tributria e aduaneira, referncia

    nacional e internacional.

    Diagnstico

    Trata-se da anlise interna e externa

    organizao. Uma das ferramentas passveis de

    serem empregadas nesta etapa a anlise SWOT, a

    ser vista mais adiante nesta aula. Almeja-se

    identificar os pontos fortes e fracos da organizao,

    bem como as ameaas e oportunidades

    apresentadas pelo ambiente. Uma das principais

    tarefas a ser executada nesta etapa a anlise dos

    stakeholders, ou seja, dos atores sociais que

    influenciam ou que so influenciados pelas aes

    organizacionais.

    Identificao dos

    fatores crticos

    de sucesso

    Trata-se de uma etapa intermediria inserida entre o

    diagnstico e a formulao dos objetivos, que

    consiste em evidenciar as questes fundamentais

    que precisam ser satisfeitas para que haja xito no

    cumprimento da misso organizacional.

    Definio de

    objetivos

    Nesta etapa, a misso da organizao desdobrada

    em objetivos estratgicos especficos, que passam a

    ser perseguidos simultaneamente, muitas vezes

    obedecendo a critrios de prioridade. Todos os

    objetivos devem ser concretos e mensurveis.

    Assim, a cada objetivo relacionado um indicador,

    ou seja, um critrio de mensurao. Nesta etapa,

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    ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATGICO

    ETAPA DESCRIO

    produz-se o principal produto do planejamento

    estratgico: o plano.

    Implantao e

    execuo do

    plano

    estratgico2

    Com o plano estabelecido, resta a formulao das

    estratgias para sua implantao. Nesta etapa, so

    formulados e conduzidos projetos e programas com

    vistas consecuo dos objetivos definidos

    previamente.

    Avaliao

    estratgica

    Trata-se de um procedimento de controle, de forma

    a assegurar que a estratgia elaborada, bem como

    sua implantao e execuo esto convergindo para

    que a organizao atinja sua viso de futuro. Caso

    sejam identificados desvios, aes corretivas devem

    ser tomadas.

    6. (ESAF / SUSEP / 2010 - adaptada) O alcance de resultadospositivos na implementao de planejamento estratgico,

    principalmente na administrao pblica, depende das

    condies e formas para a sua concretizao. Destacam-se as

    abaixo listadas, com exceo de:

    a) forma de envolvimento exclusivamente da alta direo, em

    especial do processo de sensibilizao.

    b) demonstrao de vontade poltica para a implementao.

    c) a existncia de mecanismos que monitoram tanto o plano

    quanto os elementos contextuais que lhe deram origem.

    d) capacidade de percepo das condies que sustentam e

    condicionam a viabilidade das aes planejadas.

    e) nvel de conscincia das potencialidades e debilidades que

    o grupo que planeja possui.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    2

    Uma vez que o planejamento estratgico tambm envolve as etapas de implantao, execuo e controle,hoje em dia mais comum utilizar-se a expresso Gesto Estratgica.

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    a) O planejamento estratgico sistmico, ou seja, abrange toda aorganizao, demandandp o envolvimento de todos os colaboradores,

    e no s da alta direo. A alternativa est errada.

    b) Sem a demonstrao de vontade poltica (poltica = relacionado a poder) da cpula organizacional, torna-se invivel a implementao

    do planejamento estratgico. A alternativa est correta.

    c) Sem indicadores, o acompanhamento da implementao doplanejamento estratgico no possvel. Ademais, parte-se da

    mxima de que aquilo que no se mede, no se pode administrar. A

    alternativa est correta.

    d) Esta alternativa espelha o que se pretende mediante a etapa dediagnstico, vista anteriormente. Est, assim, correta.

    e) Da mesma forma, esta alternativa tambm se refere a um dosprodutos do diganstico (no caso, alusivo ao ambiente interno). A

    alternativa est correta.

    Resposta: A.

    7. (ESAF / MPOG / 2010) Sobre o tema planejamento estratgico, correto afirmar:

    a) a anlise das ameaas e oportunidades do ambienteexterno da organizao mais importante que a anlise dos

    pontos fracos e fortes de seu ambiente interno.

    b) um processo que abrange a organizao de formasistmica, compreendendo todas as suas potencialidades e

    capacidades.

    c) os conceitos de misso e viso se equivalem, podendo umsubstituir o outro.

    d) conta, atualmente, com uma metodologia padronizadapara aplicao nas diversas organizaes, sejam elas

    pblicas ou privadas.

    e) uma vez iniciado, pode ser revisto apenas de ano em ano,desde que tais revises tenham sido previstas em sua

    formatao original.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) No h de se falar em hierarquia de importncia entre as anlises dosambientes interno e externo organizao. Ambas so igualmente

    essenciais. A alternativa est errada.

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    b) Como vimos, o carter sistmico inerente ao planejamentoestratgico. A alternativa est correta.

    c) Misso e viso so conceitos distintos. A alternativa est errada. d) No h uma padronizao rgida na metodologia do planejamento

    estratgico. Ademais, h sempre a necessidade de adaptao dos

    mecanismos ao transp-los esfera pblica (como veremos com o

    BSC, a seguir). A alternativa est errada.

    e) H sempre a possibilidade de reviso do plano estratgico. Uma vezpercebido pela organizao que o plano no est sendo suficiente para

    a consecuo das metas, no h de se esperar um ano para sua

    reviso. A alternativa est errada.

    Resposta: B

    4. Ferramentas da Administrao Estratgica

    H uma srie de ferramentas de planejamento que auxiliam a

    implantao de um Programa de Qualidade em uma organizao. Estas

    ferramentas so as mais variadas: vo desde mtodos de trabalho a

    procedimentos que auxiliam alguma etapa especfica da implantao

    (como o diagnstico ou a definio de prioridades, por exemplo).

    Veremos, a seguir, as principais ferramentas.

    FERRAMENTAS DE DIAGNSTICO

    4.1. Benchmarking

    Denomina-se benchmarking a prtica de determinada empresa /

    rgo ir ao mercado a fim de identificar as melhores prticas

    organizacionais, para depois compar-las com aquilo que feito em sua

    rotina. Para

    Trata-se de uma atividade de pesquisa, um procedimento de

    investigao, capaz de angariar informaes valiosas, atinentes a

    oportunidades de melhorias e a identificao de ameaas externas (por

    exemplo, a identificao que um concorrente est desenvolvendo

    determinada tecnologia). Gariba Junior (2005) oferece uma tima

    conceituao sobre benchmarking:

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    16

    Benchmarking um procedimento de pesquisa, contnuo e

    sistemtico, pelo qual se realizam comparaes entre organizaes,

    objetos ou atividades, criando-se um padro de referncia. A tcnica de

    benchmarking visa, portanto, procura de pontos de referncia que

    comparem o desempenho com a concorrncia, com o objetivo de melhorar

    o rendimento naquele aspecto que se quer medir. O benchmarking sugere

    um processo estruturado de identificao daquilo que se deseja

    aperfeioar, um processo de investigao de oportunidades de melhoria

    interna e um processo de aprendizagem, uma vez que no se trata de

    aplicar nada diretamente, mas sim adaptaras melhores prticas do

    processo mentalidade e cultura da prpria empresa. (GARIBA JUNIOR,

    2005)

    4.2. Diagrama de Ishikawa

    O Diagrama de Ishikawa, tambm conhecido como Diagrama de

    Causa e Efeito ou Diagrama Espinha de Peixe, uma ferramenta grfica

    que objetiva a identificao das causas que possam estar contribuindo

    para a existncia de determinado problema.

    Essa ferramenta, construda com a aparncia de uma espinha de

    peixe, foi utilizada pela primeira vez em meados do sculo passado pelo

    professor Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tquio, a fim de sumarizar

    as opinies de engenheiros de uma fbrica ao discutirem problemas de

    qualidade.

    As categorias originais das

    causas dos problemas so

    Mquinas, Mo de obra,

    Materiais e Mtodos de Trabalho.

    No entanto, nada impede que novas

    categorias sejam criadas por quem

    aplica o mtodo (como o exemplo da

    figura ao lado).

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    17

    8. (FCC / BAHIAGS / 2010) O diagrama Ishikawa umaferramenta importante para o gestor no processo de tomadade deciso, porque:

    a) categoriza o processo decisrio primrio e de apoio daorganizao relacionando-os a mquinas, mo de obra,

    materiais e mtodos de trabalho. b) identifica, organiza e apresenta de modo estruturado o fluxodas informaes de toda organizao necessrias s decisesdo gestor.

    c) define as atividades coordenadas que envolvem pessoas,procedimentos, recursos e tecnologia.

    d) identifica, organiza e apresenta de modo estruturado acausa do problema e seu efeito, relacionando-os a mquinas,

    mo de obra, materiais e mtodos de trabalho.

    e) relaciona causa e efeito com o ciclo PDCA permitindo agesto do processo decisrio da organizao.

    O diagrama de Ishikawa, tambm conhecido como Diagrama Causa

    e Efeito, estrutura as causas de determinado problema. As categorias de

    causas originais (Mquinas, Mo de Obra, Materiais e Mtodos de

    Trabalho) podem ser adaptadas para os mais diversos contextos. De

    qualquer forma, a alternativa D est correta.

    Seguem os comentrios s outras alternativas

    a) e b) o Diagrama de Ishikawa categoriza as causas de

    determinado problema, e no o processo decisrio (a) e nem o fluxo de

    informaes (b). As alternativas esto erradas.

    c) a alternativa refere-se definio de processos organizacionais.

    No h relao com o Diagrama de Ishikawa. A assertiva est errada.

    e) No h relao direta entre o Diagrama de Ishikawa e o ciclo

    PDCA. As informaes colhidas no Diagrama de Ishikawa podem ou no

    serem utilizadas no planejamento de aes para a melhoria da qualidade.

    A alternativa est errada.

    Resposta: D.

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    18

    4.3. Anlise SWOT (ou Anlise FOFA)

    A anlise SWOT uma ferramenta de diagnstico dos ambientes

    interno e externo da organizao. usualmente empregada em processos

    de planejamento estratgico, com a finalidade de avaliar os aspectos

    positivos e negativos que regem a posio atual da organizao e que

    podem impactar em situaes (ou cenrios) futuros.

    A sigla S.W.O.T uma abreviao dos termos em ingls

    Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats (= Foras,

    Fraquezas, Oportunidades, Ameaas). Apesar de mais raro, no Brasil por

    vezes essa ferramenta referida como anlise F.O.F.A (foras,

    oportunidades, fraquezas, ameaas).

    Importante sabermos que as foras e as fraquezas referem-se

    ao ambiente interno da organizao. A existncia de funcionrios

    altamente motivados pode ser citada como uma fora, por exemplo. J a

    indisponibilidade de recursos de tecnologia de informao (TI) modernos

    seria uma fraqueza.

    J as ameaas e as oportunidades referem-se ao ambiente

    externo. No caso de

    rgos pblicos, a

    constatao de uma

    tendncia favorvel da

    populao em avaliar

    determinada poltica

    pblica, por exemplo,

    pode ser entendida

    como uma

    oportunidade. J a falta

    de previso

    oramentria para suas

    aes, na Lei

    Oramentria Anual,

    seria um exemplo de

    ameaa.

    A figura ao lado3

    um esquema ilustrativo

    3

    Fonte: http://www.pensandogrande.com.br/tag/analise-swot/. Acesso em 03.08.2012.

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    19

    da composio da anlise SWOT.

    Este conhecimento j foi cobrado em concursos:

    9. (ESAF / AFT MTE / 2010) Nos casos em que um gestorpblico, visando ao planejamento estratgico de sua

    organizao, necessite realizar uma anlise de cenrio com

    base nas foras e fraquezas oriundas do ambiente interno,

    bem como das oportunidades e ameaas oriundas do

    ambiente externo, aconselhvel que o faa valendo-se da

    seguinte ferramenta:

    a) Balanced Scorecard.

    b) Reengenharia. c) Anlise SWOT. d) Pesquisa Operacional. e) ISO 9000.

    A ferramenta que se presta anlise de cenrio, evidenciando os

    pontos fortes e fracos do ambiente interno, bem como as

    oportunidades e as ameaas oriundas do ambiente externo a anlise

    SWOT. Assim, a alternativa C est correta.

    Vejamos os comentrios s demais alternativas:

    a) o Balanced Scorecard (BSC) uma tcnica que visa integrao ebalanceamento de todos os principais nveis de desempenho

    existentes em uma empresa. (veremos esta tcnica mais adiante

    nesta aula). b) A Reengenharia uma tcnica que visa a uma mudana radical e

    drstica dos processos organizacionais, com objetivo de sua

    melhoria.

    a) Pesquisa Operacional, tambm conhecida como InvestigaoOperacional, um ramo da matemtica aplicada que, por meio de

    algoritmos e modelos estatsticos, auxilia a tomada de deciso.

    b) ISO uma sigla referente International Organization forStandardization (=Organizao Internacional para Padronizao).

    responsvel pela designao de normas tcnicas diversas que

    consolidam modelos de gesto. H vrias famlias de normas ISO,

    assim exemplificadas:

    ISO 9000 so alusivas gesto de qualidade.

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    20

    ISO 14000 so alusivas gesto ambiental. ISO 26000 so alusivas responsabilidade social. ISO 31000 so alusivas gesto de risco.

    Resposta: C.

    FERRAMENTAS DE DEFINIO DE PRIORIDADES

    4.4. Matriz GUT

    A matriz GUT uma ferramenta que auxilia na tomada de deciso e

    na resoluo de problemas, definindo os problemas que so mais crticos

    para a organizao e que, dessa forma, devem ter as aes de soluo

    prorizadas.

    Para cada problema identificado, leva-se em conta sua gravidade,

    urgncia e tendncia, assim definidas:

    Gravidade: impacto do problema sobre as coisas, pessoas,resultados, processos ou organizaes e efeitos que surgiro

    em longo prazo, caso o problema no seja resolvido;

    Urgncia: relao com o tempo disponvel ou necessrio pararesolver o problema;

    Tendncia: potencial de crescimento do problema, avaliaoda tendncia de crescimento, perpetuao, reduo ou

    desaparecimento do problema.

    Com relao a cada problema, atribuda uma nota para cada

    quesito, de acordo com a matriz abaixo:

    NOTA Gravidade Urgncia Tendncia

    5 Extremamente Grave Extremamente

    urgente

    Agravamento

    imediato

    4 Muito Grave Muito urgente Vai piorar em curto

    prazo

    3 Grave Urgente Vai piorar em mdio

    prazo

    2 Pouco Grave Pouco urgente Vai piorar em longo

    prazo

    1 Sem gravidade Sem urgncia Sem tendncia de

    piorar

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    21

    Aps feita a pontuao, obtm-se um score geral para o problema,

    por meio do produto G x U x T. Os problemas com maiores scores devero

    ser priorizados.

    4.5. Diagrama de Pareto

    O Diagrama de Pareto, tambm conhecido como Curva ABC, Curva

    80-20 ou, ainda, Curva 70-30, um recurso grfico

    De acordo com Gonalves (2007), a utilizao da Curva ABC foi

    fundamentada com base nos estudos realizados por Vilfredo

    Pareto (1842-1923), economista e socilogo italiano que

    pesquisava a distribuio de renda entre as populaes. Seu

    achado, nesse sentido, foi a existncia de uma lei geral de

    m distribuio de renda em que uma pequena parcela da

    populao era responsvel por uma grande porcentagem da

    renda, restando, logicamente, uma pequena porcentagem da

    renda a ser absorvida por uma parcela considervel da

    populao.

    Transpondo a lgica para o controle de qualidade, o chamado

    Princpio de Pareto afirma que uma pequena porcentagem de causas

    responsvel por uma proporo significativa de problemas. De acordo com

    esse Princpio, os percentuais aproximados (e no fixos) so os

    relacionados abaixo:

    CLASSE % dos Problemas % das Causas

    A 80 % 20 %

    B 15 % 30 %

    C 5 % 50 %

    Resta ao administrator identificar as causas que acarretam a maior

    porcentagem de problemas (causas inseridas na Classe A), racionalizando

    seus esforos a fim de combat-las.

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    22

    10. (ESAF / MPOG / 2010) Sabendo que poucas causas levam maioria dos problemas, bem como que a identificao da

    causa bsica de um problema deve ser feita de acordo com

    uma sequncia de procedimentos lgicos, baseada em fatos e

    dados, o recurso grfico utilizado para estabelecer uma

    ordenao nas causas de perdas que devem ser saneadas

    denomina-se:

    a) Diagrama de Pareto; b) Diagrama de Ishikawa; c) Funcionograma; d) Histograma; e) Fluxograma.

    Como vimos, a ferramenta grfica que parte do pressuposto que

    poucas causas levam maioria dos problemas e visa identific-las por

    meio de sequncias de procedimentos lgicos o Diagrama de Pareto (ou

    curva ABC). A alternativa A est correta.

    Vejamos os comentrios s demais alternativas:

    b) O Diagrama de Ishikawa uma ferramenta grfica que objetiva aidentificao das causas que possam estar contribuindo para a

    existncia de determinado problema. No parte do pressuposto

    que poucas causas levam maioria dos problemas;

    0; 0

    20; 80 50; 95

    100; 100

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    0 20 40 60 80 100 120

    Pro

    ble

    mas

    (%

    )

    Causas (%)

    Curva ABC

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    23

    c) Funcionograma um instrumento grfico que detalha a estruturaorganizacional listando-se as principais atividades

    desempenhadas por cada rgo. tambm conhecido como

    organograma funcional;

    d) Histograma um grfico estatstico que representa a distribuiofrequncias de uma sria de medies;

    e) Fluxograma uma representao grfica de um processo.Resposta: A

    FERRAMENTAS DE DEFINIO DE PLANO DE AO

    4.6. Brainstorming

    O Brainstorming (= tempestade cerebral) uma das mais famosas

    tcnicas de gerao de ideias. utilizada quando se deseja gerar e refinar

    as linhas de ao a serem tomadas sobre determinado assunto,

    especialmente quando as causas de um problema so difceis de

    identificar, dificultando a definio das direes a serem tomadas.

    Envolve a participao espontnea de todos os

    participantes em um grupo, gerando-se um clima de

    envolvimento e motivao capaz de suscitar o

    surgimento de solues criativas e inovadoras para

    certo problema. Durante o processo, no deve haver

    hierarquia entre os participantes que, por sua vez,

    devero demonstrar capacidade de sntese de suas

    ideias.

    Uma sesso de brainstorming pode ser estruturada (cada indivduo

    deve dar uma ideia a cada rodada), ou no-estruturada (as ideias so

    dadas conforme surgem nas mentes dos indivduos).

    4.7. 5W2H (ou 4Q1POC)

    Trata-se de uma ferramenta que auxilia na definio das

    caractersticas de determinado processo. uma tcnica a ser

    utilizada aps o diagnstico de determinada situao, tendo-se

    j definido a linha de ao a ser tomada. Basicamente, trata-se

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    24

    de um plano de ao, estabelecendo-se procedimentos padronizados com

    relao a um processo.

    A sigla da tcnica referente s iniciais de questes na lngua

    inglesa (5W2H) ou portuguesa (4Q1POC), alusivas s informaes

    necessrias para a definio das tarefas e dos responsveis por ela. Veja o

    quadro abaixo:

    5W2H Plano de Ao

    What? (o Que?) Qual a ao a ser desenvolvida?

    Who? (Quem?) Quem o responsvel pela ao?

    When? (Quando?) Quando a ao ser realizada?

    Where? (Onde?) Qual a abrangncia da ao?

    Why? (Por qu?) Por que a ao foi definida? (resultados

    esperados)

    How? (Como?) Como implementar a ao? (definio dos

    passos)

    How much? (Quanto?) Quanto custar esta implementao?

    FILOSOFIAS E METODOLOGIAS DE MELHORIA DE PROCESSOS

    4.8. O Ciclo PDCA

    O Ciclo PDCA uma ferramenta que visa a acompanhar todas as

    fases da implementao de um programa de qualidade.

    Tambm conhecido por Ciclo de Shewhart ou Ciclo de Deming, foi

    idealizado por Walter Shewhart, ainda na primeira metade do sculo

    passado, e implementado por William Deming no Japo, na dcada de 50,

    durante o ps-guerra.

    O PDCA um ciclo de quatro estgios (plan-do-check-act =

    planejar-executar-comparar-tomar providncias), pelos quais se deve

    passar para ir de uma situao de confrontamento soluo de

    determinado problema. O esquema a seguir sintetiza a lgica do PDCA.

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    25

    4.9. A Melhoria Contnua Kaizen

    Kaizen uma expresso japonesa, usualmente traduzida como

    mudana para melhor ou aprimoramento contnuo.

    Trata-se da essncia da administrao japonesa,

    caracterizada pela Gesto da Qualidade Total (aplicao de

    controle de qualidade em todas as reas da organizao).

    Podemos dizer que o kaizen uma filosofia de

    administrao, a qual engloba mtodos como o PDCA. Surge no

    Japo, a partir da dcada de 1950, sob a influncia de prticas

    de negcios norte-americanas, trazidas por autores de renome como

    Deming e Juran.

    Dessa forma, conforme a filosofia do kaizen, no basta o resultado

    de um processo ser satisfatrio (eficcia): h de se obter a excelncia em

    todas as etapas intermedirias do processo, em todos os aspectos

    possveis (eficincia).

    A evoluo da organizao d-se, segundo o kaizen, mediante

    processos j existentes, de modo gradual (incremental), com baixo risco.

    A melhoria d-se de baixo para cima, ou seja, parte-se de caractersticas

    Check (checar) = Verificar se osobjetivos propostosforam alcanados.

    Act (agir) = atuar corretivamente,minimizando aseventuais falhas.

    Do (fazer) =Implementar asaes determinadas na fase anterior.

    Plan (planejar) Estabelecer osobjetivos e as asaes necessriaspara ating-los.

    PLAN DO

    CHECK ACT

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    26

    especficas de processos que, somadas, implicam significativa melhora de

    toda a organizao. Todo colaborador deve estar envolvido na filosofia do

    kaizen.

    Inserida na filosofia do kaizen, h programas especficos, como o 5

    S, que visam obteno de harmonia no local de trabalho:

    O 5 S

    Seiton manter o ambiente organizado, evitando perda de tempo

    na procura de recursos necessrios ao trabelho

    Seiri somente o que for estritamente necessrio ao trabalho

    deve permanecer disponvel. O restante deve ser guardado

    ou descartado.

    Seiso manter o ambiente limpo

    Seiketsu trata-se de um senso individual de higiene, tanto fsica

    quanto espiritual

    Shitsuke manuteno da disciplina na prtica dos 4 princpios

    anteriores

    11. (FCC / TCE-SP / 2008) O conceito japons Kaizen a basefilosfica para diversas tcnicas atuais de qualidade na

    administrao contempornea. Sintetiza corretamente os

    princpios do Kaizen:

    a) Preocupao contnua com a elaborao de padres deexcelncia para medir produtos, servios ou processos com

    relao aos concorrentes mais fortes.

    b) Preocupao constante com a atribuio de mais podere autonomia aos trabalhadores, visando partilhar

    responsabilidades com relao produtividade da empresa.

    c) Abordagem sistmica do processo de aprendizagemvoltada ao aperfeioamento contnuo da inovao dentro da

    empresa.

    d) Preocupao contnua com o aperfeioamento tanto deprodutos e servios como dos procedimentos e hbitos de

    executivos e trabalhadores na empresa.

    e) Foco no cliente, suas necessidades e preferncias, e apreocupao sistemtica com a reduo dos desperdcios e a

    agregao de valor aos produtos e servios.

    Uma expresso chave que bem sintetiza a filosofia do kaizen o

    aperfeioamento gradual, em todas as reas organizacionais: no produto,

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    27

    nos processos, nas condutas pessoais, no ambiente fsico de trabalho. A

    nica alternativa que interpreta o kaizen nesse mesmo sentido a d.

    Na questo proposta, h aspectos de outras alternativas que esto, de

    certa forma, inseridas na filosofia do kaizen, como a busca de reduo dos

    desperdcios, por exemplo. Mas no apresentam a sntese dos princpios

    do kaizen, que a melhoria contnua e incremental.

    Resposta: D.

    4.10. A Reengenharia

    A Reengenharia distingue-se do kaizen por propor uma mudana

    radical (e no gradual) nos processos, no intuito de a organizao situar-

    se em um patamar de qualidade mais elevado.

    A partir de um diagnstico prvio, estabelecem-se as

    alteraes a serem implementadas, sempre implicando guinadas

    drsticas com relao s rotinas anteriores. Neste caso, o risco

    maior, e a implantao das novas prticas dada a partir da cpula da

    organizao (de cima para baixo).

    Para Stair e Reynolds (2002, p. 39), podemos definir a reengenharia

    como o redesenho de processos, readequando-se no s os processos

    organizacionais, mas tambm as estruturas organizacionais, os sistemas

    de informao e os valores organizacionais, objetivando uma guinada nos

    resultados dos negcios da organizao.

    Os objetivos estendem-se desde a reduo de custos, a reduo do

    tempo de execuo e a melhoria da qualidade dos servios e produtos.

    O quadro abaixo apresenta uma comparao entre a reengenharia e

    os processos de melhoria contnua:

    MELHORIA CONTNUA

    (KAIZEN)

    REENGENHARIA

    Mudana Estrutural / cultural Estrutural

    Abordagem Gradual (incremental) Radical

    Risco Baixo Alto

    mbito Limitado (funcional) Amplo (interfuncional)

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    28

    MELHORIA CONTNUA

    (KAIZEN)

    REENGENHARIA

    Incio Processo j existente Estaca zero

    Participao de cima para baixo de baixo para cima

    Adaptado de BALLESTERO; ESMERALDA, 2001.

    12. (ESAF / AFT MTE / 2006) Indique a opo quecorresponde corretamente frase a seguir:

    o repensar fundamental e a reestruturao radical dos

    processos empresariais que visam alcanar drsticas melhorias

    em indicadores crticos de desempenho.

    a) Trata-se da definio de processos de qualidade. b) Trata-se de princpios que norteiam a busca de maior

    eficcia.

    c) Trata-se da definio de reengenharia. d) Trata-se de caractersticas de um processo de

    responsabilidade social.

    e) Trata-se da definio de produtividade.

    Como vimos, a reestruturao radical dos processos de trabalho em

    uma organizao refere-se definio de reengenharia.

    Resposta: C.

    FERRAMENTA DE PLANEJAMENTO E GESTO:

    O BALANCED SCORECARD (BSC)

    O balanced scorecard4 (BSC) um sistema de planejamento e

    gesto empregado de forma intensiva nas organizaes, sejam elas

    pblicas ou privadas.

    Concebido na dcada de 1990 pelos doutores Robert Kaplan

    (Harvard Business School) e David Norton, o BSC evolui de sua concepo

    inicial de um simples mtodo de medida de desempenho para um robusto

    sistema de planejamento e gesto estratgico. Seu desenvolvimento

    original foi motivado pela crena de que a considerao de indicadores

    4

    Uma traduo livre seria: painel de pontuao balanceada.

  • NOES DE ADMINISTRAO PBLICA ANALISTA JUDICIRIO (REA ADMINISTRATIVA) TRT 1 REGIO

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    29

    que no os financeiros poderia prover aos gestores uma viso mais

    balanceada sobre a performance organizacional.

    Segundo os prprios Kaplan e Norton (1999), Balanced Scorecard

    uma tcnica que visa integrao e balanceamento de todos os principais

    nveis de desempenho existentes em uma empresa, desde os financeiros

    at os relativos a processos internos, estabelecendo objetivos de

    qualidade indicadores para funes relevantes dentro da organizao,

    ou seja, desdobrando setorialmente estes indicadores em metas

    claramente definidas. Assim, a viso e a estratgia de determinada

    organizao traduzida em metas tangveis.

    De forma geral, podemos definir o Balanced Scorecard como um

    sistema de gesto estratgica caracterizado pela disposio de objetivos

    estratgicos em perspectivas que se relacionam em uma cadeia de

    relaes de causa e efeito. Como a cada objetivo est obrigatoriamente

    atrelado um indicador, existe a possibilidade de se manter um

    acompanhamento peridico da implantao e da execuo da estratgia,

    sob diversas perspectivas.

    De acordo com a metodologia do BSC, os objetivos estratgicos so

    dispostos em 4 (quatro perspectivas), dispostas em nveis, na seguinte

    ordem (do nvel mais elevado para o menos):

    Perspectiva Financeira: avalia, essencialmente, a lucratividade daestratgia. Os indicadores inseridos nesta perspectiva indicaro se a

    implantao e execuo da estratgia organizacional esto

    contribuindo para a melhora dos ganhos financeiros. Estando esta

    perspectiva no nvel mais elevado, todos os objetivos das demais

    perspectivas devero estar dispostos em relaes causa-efeito que iro

    convergir no favorecimento do lucro empresarial.

    Obviamente, em um mbito pblico no-lucrativo, esta perspectiva

    no um objetivo, mas sim uma limitao de recursos. Para um rgo

    pblico, o que interesse o cumprimento do interesse comum,

    espelhado na perspectiva do cidado (ou do cliente).

    Perspectiva do Cliente: identifica os fatores importantes naconcepo dos clientes. Dentre as variveis relacionadas, geralmente

    constam tempo, qualidade, desempenho e servio. O indicador bsico

    no setor pblico o nvel de satisfao do cidado.

    Seguramente, esta perspectiva sobe de nvel se comparado ao BSC

    aplicado a uma empresa privada. Em rgos pblicos, esta perspectiva

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    30

    usualmente espelha objetivos como fortalecer a imagem da instituio

    perante a sociedade e cumprir o objetivo social a que se prope o

    rgo.

    Perspectiva dos Processos Internos: os processos internos so asdiversas atividades empreendidas dentro da organizao, envolvendo,

    grosso modo, os processos operacionais e de inovao.

    Perspectiva do Aprendizado e Crescimento: oferece a base para aconsecuo dos objetivos das demais perspectivas, partindo-se da

    administrao de 3 elementos: pessoas, tecnologia e cultura

    organizacional.

    A apresentao dos objetivos estratgicos divididos em suas

    respectivas perspectivas consolida o mapa estratgico, o principal

    produto final do BSC.

    ATENO!

    As principais diferenas entre o BSC no setor privado e no setor pblico

    dizem respeito s seguintes perspectivas:

    SETOR PRIVADO SETOR PBLICO

    Perspectiva

    Financeira

    Contm os objetivos de

    maior nvel da

    organizao. Afinal, o

    objetivo principal de

    uma organizao

    pblica auferir lucro.

    Deve ser entendida

    como uma limitao

    (no caso de os recursos

    oramentrios serem

    escassos) ou como um

    catalisador da

    consecuo do bem

    comum (caso haja

    plenitude de recursos).

    Esta perspectiva desce

    de nvel, se comparada

    com o setor privado.

    Perspectiva do

    cliente

    Somente se os clientes

    estiverem satisfeitos, a

    empresa obter lucro.

    Cabe ao rgo pblico

    determinar o seu

    cliente (usualmente o

    cidado) e verificar o

    melhor modo de servi-

    lo, a fim de cumprir

    sua misso. Esta

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    31

    perspectiva sobe de

    nvel, se comparada

    com o setor privado.

    Por fim, apenas a ttulo de ilustrao, segue abaixo o mapa

    estratgico do Tribunal Regional do Trabalho da 1 Regio, para o

    horizonte estratgico5 de 2010 a 2014.

    13. (ESAF / CGU / 2012) Considerando uma importanteferramenta de gesto estratgica, o Balanced Scorecard

    busca a maximizao dos resultados com base nas seguintes

    perspectivas, exceto:

    a) Concorrncia e tecnologia.

    5Horizonte estratgico o interstcio ao qual o planejamento estratgico refere-se. Usualmente gira em torno

    de 3 a 5 anos, apesar de no haver uma delimitao rgida.

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    32

    b) Financeira. c) Clientes. d) Processos internos. e) Aprendizado e crescimento.

    Das alternativas listadas, apenas Concorrncia e tecnologia no

    corresponde a uma das perspectivas do Balanced Scorecard. Assim, a

    alternativa a est errada.

    Resposta: A.

    5. Indicadores de Desempenho

    No se pode gerenciar aquilo que no se pode medir. Mais do que

    uma frase de efeito de Kaplan e Norton (1997), a mensurao das aes

    organizacionais, em seus mais diversos aspectos, hoje uma atividade

    central do monitoramento e do controle do desempenho de uma empresa.

    A preocupao com o uso de indicadores, apesar de remontar desde a

    dcada de 1920, surge com expressiva fora na dcada de 1990, em parte

    devido ao impulso oferecido pelas tecnologias da informao e

    comunicao (TICs) ento em franco desenvolvimento.

    A palavra indicador derivada da expresso latina indicare, que, por

    sua vez significa tornar patente; demonstrar, revelar, denotar, expor.

    Trata-se de uma ferramenta para a correta aferio de determinado

    fenmeno.

    De modo geral, podemos um indicador uma medida quantitativa (um

    nmero) atribudo a determinado objeto. Eis a definio provida pela

    Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OECD,

    1993)6:

    Indicador um parmetro, ou valor derivado de parmetros que

    apontam e fornecem informaes sobre o estado de um fenmeno, com

    uma extenso significativa.

    6

    A OCDE uma organizao internacional, criada em 1961, destinada ao intercmbio de informaes entre osseus pases representantes, com vistas a potencializar o crescimento econmico e o desenvolvimento de seusmembros.

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    33

    14. (CESPE / TCU / 2008) Indicador uma funo quepermite que se obtenham informaes sobre caractersticas,

    atributos e resultados de um produto, processo ou sistema

    ao longo do tempo.

    O enunciado expe de forma correta o conceito de indicador. Note

    que, por meio do acompanhamento de indicadores, podemos ter uma

    noo da performance de determinado objeto ao longo do tempo.

    Resposta: certa.

    Em termos organizacionais, o objeto pode ser dos mais variados tipos,

    contemplando desde aspectos de diagnstico interno ou externo, de

    processos conduzidos pela empresa, de produtividade, financeiros etc.

    Como exemplos de indicadores, podemos citar: taxa de sucesso (ou de

    fracasso) em determinado empreendimento, tempo de tramitao de

    processos, lucro da empresa, ndices variados etc.

    Dentre os objetivos visados ao utilizarmos indicadores, podemos

    citar:

    possibilitar a melhoria contnua dos processos, passando a contarcom ndices histricos de acompanhamento que possibilitam a

    aferio da evoluo ao longo do tempo;

    mais bem gerenciar a evoluo com vistas consecuo deobjetivos estratgicos, que, em geral, so desdobrados em uma

    srie de objetivos intermedirios. Os passos rumo aos objetivos

    so, via de regra, mensurados por indicadores;

    prover informaes gerenciais inerentes aos mais diversosfenmenos intra (dentro) e inter (entre) organizacionais, de

    forma a subsidiar a tomada de deciso.

    5.1. Variveis componentes dos indicadores

    Conforme salientado por documento produzido pelo Tribunal de

    Contas da Unio (TCU, 2000, p. 10), os indicadores quase sempre so

    compostos por variveis provenientes de um dos seguintes grupos:

    custo, tempo, quantidade e qualidade.

    Tais variveis podem ser vistas de acordo com 4 (quatro

    dimenses):

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    34

    economicidade (mede o custo dos recursos alocados paradeterminada atividade);

    eficincia (mede relaes entre a quantidade de produto / servio ecusto dos insumos envolvidos);

    eficcia (mede aspectos do produto ou servio final, em termos dealcance de metas), ou

    efetividade (mede os impactos dos produtos / servios emdeterminado aspecto do ambiente organizacional).

    15. (FCC / TRT 9 Regio / 2010) O indicador dedesempenho que afere os impactos gerados pelos produtos e

    servios, processos ou projetos de um determinado sistema

    (organizao, programa, poltica pblica, rede) no

    beneficirio final denominado indicador de:

    a) efetividade. b) eficincia. c) eficcia. d) economicidade. e) excelncia.

    O enunciado da questo cobra, na realidade, o conceito referente ao

    impacto de algo no ambiente. No caso especfico, estamos falando sobre

    como diversas aes organizacionais (processos, prdutos, projetos,

    servios) podem impactar o cliente final (o principal stakeholder).

    Estamos falando do conceito de efetividade. No confunda com os

    conceitos de eficcia (= cumprir a misso) e de eficincia (fazer as

    coisas com o melhor custo-benefcio).

    Resposta: A.

    5.2. Tipos de Indicadores

    Em termos didticos, podemos dividir os indicadores em quatro

    categorias principais, de acordo com sua aplicao. Vejamos o esquema a

    seguir:

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    35

    Veremos, a seguir, as principais caractersticas dos indicadores de

    desempenho, de acordo com os tipos acima salientados.

    Indicadores de Qualidade

    Os indicadores de qualidade possuem, na realidade, duas vertentes

    principais.

    Primeiramente, abrangem os chamados indicadores de satisfao

    dos clientes, destinados mensurao de como determinado produto ou

    servio percebido por seus usurios, bem como avaliao de como um

    processo atende aos requisitos desses mesmos usurios. Neste caso, o

    objetivo avaliar os impactos de determinado processo / produto /

    poltica no beneficirio final, ou seja, a efetividade de tais aes.

    Os indicadores de qualidade contemplam, ainda, a eficcia7 de

    determinado processo ou produto. Tomando por exemplo um processo

    produtivo, um indicador clssico de qualidade voltado eficcia a

    relao, em percentual, de produtos sem falhas sobre o total de produtos

    confeccionados pela organizao. , em si, uma medida de eficcia.

    7

    Eficcia a capacidade de um processo ou produto atingir o resultado esperado, sem considerar o custo-benefcio para tanto. , simplesmente, cumprir a misso.

    Indicadores deQualidade

    Indicadores deSatisfao de

    clientes

    Medidas deeficcia

    Indicadores de Produtividade

    Indicadores decapacidade

    Indicadores deProjeto

    Indicadores deProdutos(outputs)

    Indicadores deResultados(outcomes)

    Indicadores deImpactos

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    36

    Indicadores de Produtividade

    Enquanto que os indicadores de qualidade voltam-se, em sua

    maioria, aferio da eficcia de processos / produtos, os indicadores de

    produtividade referem-se eficincia8.

    O que se deseja, na mensurao e posterior anlise dos indicadores

    de produtividade, avaliar o esforo ou os recursos empregados na

    gerao de produtos e servios versus o prprio benefcio de tais produtos

    e servios.

    Os indicadores de produtividade devem caminhar prximos aos

    indicadores de qualidade. Enquanto o primeiro avalia a inteligncia na

    aplicao dos recursos, o ltimo afere se o objetivo final est

    efetivamente sendo atingido.

    Indicadores de Capacidade

    Os indicadores de capacidade tm por objetivo aferir a taxa de

    produo de determinado bem ou servio. Medem a capacidade de

    atendimento de um processo, por meio do nmero de sadas (outputs) por

    unidade de tempo.

    Indicadores de Projeto

    Os indicadores de projeto voltam-se aferio de diversos aspectos

    dos projetos em geral. Podem ser categorizados em trs grupos:

    Indicadores de produtos medem os produtos efetivamenteentregues pelo projeto. Por exemplo: nmero de escolas

    construdas em 2012.

    Indicadores de resultados medem as consequnciasimediatas (nos ambientes interno e externo) decorrentes dos

    produtos entregues. Por exemplo: nmero de habitantes

    beneficiados pelas escolas construdas.

    Indicadores de impactos medem as consequncias, emmdio e logo prazos, dos resultados obtidos. Por exemplo:

    8

    Eficincia o custo-benefcio de determinado processo. Um processo eficiente aquele que empregarecursos de forma mais inteligente possvel, obtendo-se o mximo a partir do mnimo.

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    37

    ndice de analfabetismo da populao (ir, provavelmente,

    diminuir nos locais contemplados com mais escolas).

    Vejamos algumas questes sobre este tpico:

    16. (FCC / TRT 23 Regio / 2011) Com relao classificao dos indicadores de gesto, considere as

    afirmativas abaixo:

    I. Indicadores de produtividade permitem medir aeficincia na aplicao dos recursos para a gerao de

    bens e servios.

    II. Indicadores de qualidade visam aperfeioar processos eexpressam a eficcia na obteno da conformidade do

    produto e do processo.

    III. Indicadores de desempenho so fundamentais para asorganizaes contemporneas.

    IV. Indicadores de resultados so utilizados na monito-rao do grau de sucesso dos objetivos perseguidos,

    que dependem exclusivamente das competncias da

    empresa, visto no serem influenciados por fatores

    externos.

    V. Indicadores que no espelhem esforos e metas dosprogramas internos de melhorias dizem muito pouco

    organizao.

    Est correto o que se afirma APENAS em:

    a) I, II, III e V.

    b) II, III e IV.

    c) I e V.

    d) II, IV e V.

    e) I, III, IV e V.

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    38

    Vejamos a anlise das assertivas:

    I. Os indicadores de produtividade realmente so voltados aferio da eficincia na aplicao de recursos em processos

    produtivos ou de gerao de servios. A assertiva est correta.

    II. Ao passo que os indicadores de produtividade voltam-se aferio da eficincia, os indicadores de qualidade medem a

    eficcia de produtos e processos. A assertiva est correta.

    III. A obteno e o acompanhamento de indicadores confiveis soessenciais para as organizaes modernas. Sem indicadores, o

    simples ato de administrar torna-se algo prximo a uma

    navegao s escuras, restando privada de diagnsticos de

    situao.

    IV. Nenhuma organizao est imune s aes de seu ambienteexterno. Logicamente, tais aes iro ser refletidas em seus

    indicadores de resultado. A assertiva est errada.

    V. Todos os indicadores sejam eles de qualidade, produtividade,capacidade ou de projetos espelham, de certa maneira,

    objetivos e esforos de programas de melhoria. Um programa de

    melhoria, por exemplo, pode visar ao incremento da qualidade

    de um produto (indicador de qualidade), maior eficincia do

    processo produtivo (indicador de produtividade) ou evoluo

    da taxa de produo (indicador de capacidade). A assertiva est

    correta.

    Resposta: A.

    17. (FCC / SEFAZ SP / 2009) Um exemplo de indicador deprodutividade :

    a) o nmero de solicitaes de reparos pelo nmero total deunidades entregues.

    b) a porcentagem de funcionrios com formao de nvelsuperior, em relao ao total.

    c) a porcentagem de clientes que reclamaram, ou no, quando da entrega do produto.

    d) o ndice de retrabalho em relao ao total produzido em umdeterminado processo industrial.

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    39

    e) o nmero de homens/hora para uma unidade de servioexecutado.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a, c e d) Trata-se de um indicador de qualidade. H foco no produto

    final, em especial quanto sua adequao aos padres desejados.

    Estos falando, neste caso, de uma aferio de eficcia do produto.

    As alternativas c e d tambm apresentam uma aferio da

    qualidade de um produto final, seja a partir da satisfao do cliente

    (letra c) ou de uma medida de eficcia (letra d) Todas as

    alternativas esto erradas.

    b) Neste caso, no estamos falando de um indicador de

    desempenho propriamente dito. A alternativa d um exemplo de um

    indicador demogrfico, inerente a um aspecto da componente

    humana da organizao. Est, assim, errada.

    e) O indicador de produtividade afere, como vimos, caractersticas

    referentes eficincia do desempenho organizacional, ou seja, dos

    recursos empregados versus o produto / servio obtido. O nmero

    de homens / hora uma medida do quanto de recurso de pessoal foi

    dispendido a fim da prestao da unidade do servio. A alternativa

    est correta.

    Resposta: E.

    5.2. Atributos de indicadores de desempenho

    De modo geral os atributos de um bom indicador de desempenho

    podem ser assim arrolados:

    ATRIBUTOS DE INDICADORES DE DESEMPENHO

    ATRIBUTO DESCRIO

    Relevncia

    (ou importncia)

    O indicador deve fornecer dados essenciais acerca

    de seu objeto. Sendo uma fonte de informaes

    gerenciais que serviro de base para a tomada de

    deciso, os indicadores no devem se voltar

    mensurao de fenmenos que efetivamente

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    40

    ATRIBUTOS DE INDICADORES DE DESEMPENHO

    ATRIBUTO DESCRIO

    impactam no desempenho organizacional, evitando

    o fornecimento de elementos secundrios ou

    redundantes.

    Simplicidade

    (ou clareza)

    O indicador deve primar pela simplicidade e pela

    facilidade de sua compreenso. As variveis com as

    quais o indicador lida devem ser conhecidas e

    compreendidas pelo pblico interessado.

    Objetividade

    /subjetividade

    Uma vez garantida a facilidade de anlise do

    indicador, possvel obter-se uma interpretao

    imediata de seu contedo (obtetividade). Contudo,

    ao mesmo tempo, as informaes providas pelo

    indicador so capazes de suscitar juzos de valor,

    levando a uma interpretao que extrapola a mera

    informao quantitativa imedita (subjetividade).

    Perenidade

    (ou estabilidade)

    O mtodo de obteno do indicador deve ser

    perpetuado ao longo do tempo, sem significativas

    alteraes, de modo a possibilitar o estudo de

    sries histricas.

    Consistncia (ou

    representatividade

    / confiabilidade)

    O indicador deve refletir com preciso a realidade

    do fenmeno, sendo construdo a partir de dados

    obtidos na fonte correta, trabalhando-se com a

    amostra populacial apropriada, e contemplando o

    mtodo apropriado de clculo.

    Custo-efetividade

    A construo de um indicador e o processo de

    mensurao em si um processo que detm um

    custo operacional a ser considerado. Assim, essencial que se pondere entre os benefcios

    gerados a partir das informaes geradas peloindicador e o nus da mensurao em si.

    18. (FGV / Fiocruz / 2010) Um indicador de desempenho deprocesso, levando-se em conta os propsitos para os quais

    concebido, deve incorporar os seguintes atributos:

    a) relevncia, perenidade, complexidade, consistncia eobjetividade/subjetividade.

    b) relevncia, perenidade, complexidade, consistncia eobjetividade/subjetividade.

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    41

    c) relevncia, permanentes transformaes, complexidade,consistncia e objetividade/subjetividade.

    d) relevncia, perenidade, simplicidade, consistncia eobjetividade/subjetividade.

    e) relevncia, perenidade, complexidade, consistncia eobjetividade/subjetividade.

    Com base na tabela que lista os atributos de um bom indicador de

    desempenho, vemos que apenas a alternativa d est correta.

    Com relao s demais alternativas, nota-se que complexidade e

    permanentes transformaes so caractersticas indesejveis em um

    indicador. Ainda, veja que as alternativas b e e so idntidas.

    Resposta: D.

    Ficaremos por aqui nesta sexta aula. Na prxima semana

    estudaremos trs tpicos: Gesto por Processos, Gesto por

    Projetos e Gesto de Contratos

    Grande abrao, bons estudos e feliz natal!

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    42

    QUESTES APRESENTADAS NESTA AULA

    1. (ESAF / SUSEP / 2010) Um planejamento estratgicoquando se d nfase ao aspecto:

    a) de longo prazo dos objetivos e anlise global do cenrio. b) de prazo emergencial dos objetivos e anlise global do

    cenrio.

    c) de longo prazo dos objetivos e anlise da situaopassada.

    d) de mdio prazo dos objetivos e anlise da situao atual. e) de urgncia dos objetivos e anlise da situao futura.

    2. (CESGRANRIO / IBGE / 2009) Projeo para curto prazo,envolvendo cada tarefa isoladamente, e procupao com o

    alcance de metas especficas so caractersticas do

    planejamento:

    a) Ttico. b) Temporrio. c) Operacional. d) Estratgico. e) Macroorientado.

    3. (FCC / DNOCS / 2010) O planejamento estratgico devedefinir os rumos do negcio e responder s perguntas: qual

    o nosso negcio? Onde se quer chegar? Como a empresa est

    para chegar situao desejada?

    PORQUE

    seu propsito geral assegurar o desenvolvimento de curto e

    mdio prazo da organizao e intervir nos seus pontos fortes e

    fracos e nas variveis externas.

    correto afirmar que:

    a) as duas afirmativas so falsas. b) a primeira afirmativa falsa e a segunda verdadeira.

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    43

    c) a primeira afirmativa verdadeira e a segunda falsa. d) as duas afirmativas so verdadeiras e a segunda justifica a

    primeira.

    e) as duas afirmativas so verdadeiras e a segunda no justificaa primeira.

    4. (CESPE / CNPQ / 2011) No que se refere formao daestratgia, a Escola do Planejamento pode ser representada

    pelo modelo SWOT.

    5. (FCC / AL SP / 2010) Com relao s escolas deplanejamento estratgico, considere as afirmativas abaixo:

    I. A escola de posicionamento entende a formao daestratgia como a obteno do ajuste essencial entre as

    foras e as fraquezas internas da empresa com as

    ameaas e oportunidades extenas de seu ambiente.

    II. A escola de design adota a viso de que a estratgia sereduz a posies genricas selecionadas por meio de

    anlises formalizadas das situaes da indstria, tais como

    as avaliaes utilizando o modelo das cinco foras

    competitivas.

    III. Na perspectiva da escola empreendedora, o lder mantmo controle sobre a implementao da prpria viso

    formulada de todo o processo estratgico. Portanto, a

    estratgia estaria resumida a um processo visionrio do

    lder.

    IV. A escola cognitiva estuda as estratgias que sedesenvolvem na mente das pessoas, a fim de categorizar

    os processos mentais em estruturas, modelos, mapas,

    conceitos e esquemas.

    V. A escola ambiental coloca a estratgia como um processoreativo, ou seja, a organizao considerada um ente

    passivo que consome seu tempo, reagindo a um ambiente

    que estabelece a ordem a ser seguida.

    Est correto o que se afirma APENAS em:

    a) I, II, III e IV. b) I e V. c) II e III.

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    44

    d) II, III e IV. e) III, IV e V.

    6. (ESAF / SUSEP / 2010 - adaptada) O alcance de resultadospositivos na implementao de planejamento estratgico,

    principalmente na administrao pblica, depende das

    condies e formas para a sua concretizao. Destacam-se as

    abaixo listadas, com exceo de:

    a) forma de envolvimento exclusivamente da alta direo, em

    especial do processo de sensibilizao.

    b) demonstrao de vontade poltica para a implementao.

    c) a existncia de mecanismos que monitoram tanto o plano

    quanto os elementos contextuais que lhe deram origem.

    d) capacidade de percepo das condies que sustentam e

    condicionam a viabilidade das aes planejadas.

    e) nvel de conscincia das potencialidades e debilidades que

    o grupo que planeja possui.

    7. (ESAF / MPOG / 2010) Sobre o tema planejamento estratgico, correto afirmar:

    a) a anlise das ameaas e oportunidades do ambienteexterno da organizao mais importante que a anlise dos

    pontos fracos e fortes de seu ambiente interno.

    b) um processo que abrange a organizao de formasistmica, compreendendo todas as suas potencialidades e

    capacidades.

    c) os conceitos de misso e viso se equivalem, podendo umsubstituir o outro.

    d) conta, atualmente, com uma metodologia padronizadapara aplicao nas diversas organizaes, sejam elas

    pblicas ou privadas.

    e) uma vez iniciado, pode ser revisto apenas de ano em ano,desde que tais revises tenham sido previstas em sua

    formatao original.

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    45

    8. (FCC / BAHIAGS / 2010) O diagrama Ishikawa umaferramenta importante para o gestor no processo de tomadade deciso, porque:

    a) categoriza o processo decisrio primrio e de apoio daorganizao relacionando-os a mquinas, mo de obra,

    materiais e mtodos de trabalho.

    b) identifica, organiza e apresenta de modo estruturado o fluxodas informaes de toda organizao necessrias s decisesdo gestor.

    c) define as atividades coordenadas que envolvem pessoas,procedimentos, recursos e tecnologia.

    d) identifica, organiza e apresenta de modo estruturado acausa do problema e seu efeito, relacionando-os a mquinas,

    mo de obra, materiais e mtodos de trabalho.

    e) relaciona causa e efeito com o ciclo PDCA permitindo agesto do processo decisrio da organizao.

    9. (ESAF / AFT MTE / 2010) Nos casos em que um gestorpblico, visando ao planejamento estratgico de sua

    organizao, necessite realizar uma anlise de cenrio com

    base nas foras e fraquezas oriundas do ambiente interno,

    bem como das oportunidades e ameaas oriundas do

    ambiente externo, aconselhvel que o faa valendo-se da

    seguinte ferramenta:

    a) Balanced Scorecard.

    b) Reengenharia. c) Anlise SWOT. d) Pesquisa Operacional. e) ISO 9000.

    10. (ESAF / MPOG / 2010) Sabendo que poucas causas levam maioria dos problemas, bem como que a identificao da

    causa bsica de um problema deve ser feita de acordo com

    uma sequncia de procedimentos lgicos, baseada em fatos e

    dados, o recurso grfico utilizado para estabelecer uma

    ordenao nas causas de perdas que devem ser saneadas

    denomina-se:

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    46

    a) Diagrama de Pareto; b) Diagrama de Ishikawa; c) Funcionograma; d) Histograma; e) Fluxograma.

    11. (FCC / TCE-SP / 2008) O conceito japons Kaizen a basefilosfica para diversas tcnicas atuais de qualidade na

    administrao contempornea. Sintetiza corretamente os

    princpios do Kaizen:

    a) Preocupao contnua com a elaborao de padres deexcelncia para medir produtos, servios ou processos

    com relao aos concorrentes mais fortes.

    b) Preocupao constante com a atribuio de mais poder eautonomia aos trabalhadores, visando partilhar

    responsabilidades com relao produtividade da

    empresa.

    c) Abordagem sistmica do processo de aprendizagemvoltada ao aperfeioamento contnuo da inovao dentro

    da empresa.

    d) Preocupao contnua com o aperfeioamento tanto deprodutos e servios como dos procedimentos e hbitos de

    executivos e trabalhadores na empresa.

    e) Foco no cliente, suas necessidades e preferncias, e apreocupao sistemtica com a reduo dos desperdcios

    e a agregao de valor aos produtos e servios.

    12. (ESAF / AFT MTE / 2006) Indique a opo quecorresponde corretamente frase a seguir:

    o repensar fundamental e a reestruturao radical dos

    processos empresariais que visam alcanar drsticas melhorias

    em indicadores crticos de desempenho.

    a) Trata-se da definio de processos de qualidade. b) Trata-se de princpios que norteiam a busca de maioreficcia.

    c) Trata-se da definio de reengenharia.

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    d) Trata-se de caractersticas de um processo deresponsabilidade social.

    e) Trata-se da definio de produtividade.

    13. (ESAF / CGU / 2012) Considerando uma importanteferramenta de gesto estratgica, o Balanced Scorecard

    busca a maximizao dos resultados com base nas seguintes

    perspectivas, exceto:

    a) Concorrncia e tecnologia. b) Financeira. c) Clientes. d) Processos internos. e) Aprendizado e crescimento.

    14. (CESPE / TCU / 2008) Indicador uma funo quepermite que se obtenham informaes sobre caractersticas,

    atributos e resultados de um produto, processo ou sistema

    ao longo do tempo.

    15. (FCC / TRT 9 Regio / 2010) O indicador de desempenhoque afere os impactos gerados pelos produtos e servios,

    processos ou projetos de um determinado sistema

    (organizao, programa, poltica pblica, rede) no

    beneficirio final denominado indicador de:

    a) efetividade. b) eficincia. c) eficcia. d) economicidade. e) excelncia.

    16. (FCC / TRT 23 Regio / 2011) Com relao classificao dos indicadores de gesto, considere as

    afirmativas abaixo:

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    I. Indicadores de produtividade permitem medir aeficincia na aplicao dos recursos para a gerao de

    bens e servios.

    II. Indicadores de qualidade visam aperfeioar processos eexpressam a eficcia na obteno da conformidade do

    produto e do processo.

    III. Indicadores de desempenho so fundamentais para asorganizaes contemporneas.

    IV. Indicadores de resultados so utilizados na monito-rao do grau de sucesso dos objetivos perseguidos,

    que dependem exclusivamente das competncias da

    empresa, visto no serem influenciados por fatores

    externos.

    V. Indicadores que no espelhem esforos e metas dosprogramas internos de melhorias dizem muito pouco

    organizao.

    Est correto o que se afirma APENAS em:

    a) I, II, III e V.

    b) II, III e IV.

    c) I e V.

    d) II, IV e V.

    e) I, III, IV e V.

    17. (FCC / SEFAZ SP / 2009) Um exemplo de indicador deprodutividade :

    a) o nmero de solicitaes de reparos pelo nmero total deunidades entregues.

    b) a porcentagem de funcionrios com formao de nvelsuperior, em relao ao total.

    c) a porcentagem de clientes que reclamaram, ou no, quando da entrega do produto.

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    d) o ndice de retrabalho em relao ao total produzido em umdeterminado processo industrial.

    e) o nmero de homens/hora para uma unidade de servioexecutado.

    18. (FGV / Fiocruz / 2010) Um indicador de desempenho deprocesso, levando-se em conta os propsitos para os quais

    concebido, deve incorporar os seguintes atributos:

    a) relevncia, perenidade, complexidade, consistncia eobjetividade/subjetividade.

    b) relevncia, perenidade, complexidade, consistncia eobjetividade/subjetividade.

    c) relevncia, permanentes transformaes, complexidade,consistncia e objetividade/subjetividade.

    d) relevncia, perenidade, simplicidade, consistncia eobjetividade/subjetividade.

    e) relevncia, perenidade, complexidade, consistncia eobjetividade/subjetividade.

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    GABARITO

    1- A 2- C

    3- C 4- E 5- E 6- A 7- B 8- D 9- C 10- A 11- D 12- C 13- A 14- C 15- A 16- A 17- E 18- D

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    Referncias

    BRASIL. Tribunal de Contas da Unio. Tcnica de Auditoria:

    Indicadores de Desempenho e Mapas de Produtos, 2010. Disponvel

    em: http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2063230.PDF. Acesso em 20.12.2012.

    GARIBA JUNIOR, M. Um modelo de avaliao de cursos superiores

    de tecnologia baseado na ferramenta Benchmarking. Tese de

    doutorado em Engenharia de Produo na UFSC, 2005.

    KAPLAN, R. S.; NORTON, D. A Estratgia em Ao: BalancedScorecard. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1997.

    OECD (Organization for Economic Cooperation and Development) Core

    set of indicators for environmental performance reviews: a

    synthesis report by the group on the state of the environment.

    Paris: OECD, 1993.

    SEBRAE, Manual de Ferramentas de Qualidade. Disponvel em:

    http://www.dequi.eel.usp.br/~barcza/FerramentasDaQualidadeSEBRAE.pd

    f. Acesso em 18.12.2012.