Aula 06 - Fornos de Fundição

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Introdução

Os processos de fundição dos metaisconsistem principalmente em aquecer osmetais, fundindo-os e preenchendo moldespreparados com este metal líquido.

O aquecimento até o ponto de fusão é feitoem fornos de fusão.

Podem ser de diferentes tipos, segundo ometal e a qualidade das peças que desejafundir.

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Tipos de Fornos

Entre os principais tipos de fornos utilizadospara a fundição estão:

• Fornos Cubilô

• Fornos de Reverberação

• Fornos de Crisol

• Fornos Elétricos a Arco

• Fornos Elétricos por Indução

• Fornos Elétricos pro Resistência

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Tipos de Fornos

Fornos Cubilô• Fundição de Ferro

Fornos de Reverberação• Fundição do Aço

Fornos de Crisol• Fundição do Ferro, do Aço, das Ligas Leves e das Ligas de Cobre

Fornos Elétricos a Arco• Fundição do Ferro e do Aço

Fornos Elétricos por Indução• Fundição das Ligas Leves

Fornos Elétricos pro Resistência• Fundição de toda classe de metais

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Forno Cubilô

Utilizado na maioria dasfundições de ferro.

Forno de cuba vertical Cilindro de placas de ferro

com revestimento refratário Crisol: parte inferior, onde

se deposita o FerroFundido.

Caixa de vento: alimentaçãodo ar necessário para acombustão do carvão.

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Forno Cubilô

Ar soprado com pressão entre 0,03 e 0,10kg/cm², controlado por manômetros.

Garantir boa temperatura e fluidez do metallíquido.

Correto fluxo de ar para elevação datemperatura através da combustão completado carvão.

Excesso de ar acarreta resfriamento do ferrolíquido nos canais.

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Forno Cubilô

O ferro fundido é depositado entre os canais ea placa de fundo, na parte inferior do cubilô,permanecendo as escórias sobre a superfíciedo ferro líquido.

A escória é evacuada por orifício adequado:escoriador.

Evita que as escórias alcançem os canais,provocando sua obstrução.

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Forno Cubilô

Na parte superior existeuma abertura chamadaalçapão, onde éintroduzida toda amatéria-prima para afundição do ferro.• Ferro fundido

• Sucata

• Coque

• Calcário

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Forno Cubilô

Acima do alçapão termina oforno na chaminé, por ondeocorre a exaustão dos gasesproduzidos pela combustão docarbono entre outros.

Câmara de Fagulhas: evitar asaída destas para o exterior econsequentemente incêndios.

Cortina de água: eliminarcompletamente as fagulhas.

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Forno Cubilô

Desvantagem:

• Não consegue grandequantidade de ferrofundido em uma únicavez, pois precisa esperaro enchimento do crisolpara cada vazamento,proporcionando umamarcha irregular deprodução.

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Forno Cubilô

Solução:

• Instalação deantecrisol: Oferro fundido nocubilô passaimediatamentepara um crisolexterno.

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Forno Cubilô

Funcionamento:• Pré aquecimento do forno com queima de lenha

no crisol: eliminar umidade que pode danificar orefratário.

• Carregamento de coque até 1m acima dos canaisde ventilação aproximadamente. Coque duro,denso e resistente para evitar fragmentação equeima rápida. (Carbono fixo: 90% mín. Cinzas:10% máx. Enxofre: 1% máx.)

• Carrega-se o ferro, com camadas alternadas decoque e fundente: formação de escórias fluidas.

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Forno Cubilô

Funcionamento:• O Coque se queima com o ar projetado pelo

ventilador, fundindo o ferro, que goteja no crisol.

• A zona de coque não pode estar baixa, evitando aproximidade da zona de fusão do ferro com oscanais de ventilação: oxidação do metal eaumento do enxofre. O aumento de óxido de ferrona escória diminui sua eficiência.

• Abre-se o alvado ou orifício de vazamento, atéentão fechado com tampão de argila. (80% deargila refratária, 20% pó de carvão)

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Forno Cubilô

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Forno Cubilô

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Forno Cubilô

Formação de escória:

• CaCO3 + calor = CaO + CO2

• CaO+SiO2=CaSiO3 (escória)

Dessulfuração:

• FeS + Na2CO3 = Na2S + FeO+ CO2

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Forno de Reverberação

Nesses fornos o carvão não está em contato como metal, logo não se produz um aumento no teorde carbono no ferro.

Utilizado para ferros fundidos com baixo teor decarbono (2,0-2,5%) e na fundição de bronze.

Utilizado para fundir peças de grandesdimensões.

Calefação feita a partir de hulha (60-80%C),carvão pulverizado, petróleo, óleo diesel ou gás.

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Forno de Reverberação

1. Lareira.

2. Laboratório: Fusãodo metal. Ocorrepela reverberaçãoda chama de gáspela abóbada,aquecendo ometal.

3. Altar: Separa olaboratório dalareira.

4. Saída dos gases.

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Forno de Reverberação

Consiste em uma lareira revestida de ladrilhosrefratários, separadas da soleira oulaboratório onde se encontra o metal por ummuro chamado altar.

A soleira deve ter uma dimensão tal que osgases ao sair pelo alçapão ainda tenhotemperatura suficiente para fundir o metal.

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Forno de Reverberação

Funcionamento:• Combustão incompleta do carvão: CO

• 2C + O2 = 2CO

• Este óxido é queimado com o ar secundárioinsuflado, completando a reação:• 2CO + O2 = 2CO2

• Reação exotérmica, desprendendo calor para ofuncionamento do forno.

• O calor se transmite por radiação, istoé, pelareverberação da abóbada e as paredes do forno,distribuindo-se pela soleira.

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Forno de Reverberação

Obtém-se temperaturas de 1500 a 1600°C

Pode ser rotativo, com queimador decombustível em um extremo e no outro asaída de gases.

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Forno de Reverberação

Reverberação:

“Ato ou efeito de reverberar. Reflexão da luz ou calor.”

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Forno de Crisol

Amplamente utilizados para todo tipo defundições: Fundição de ferro, aço, ligas leves ebronzes.

Crisol: recipiente construído de materialrefratário, argila e grafite, que é colocado nointerior de uma mufla coberta interiormentepor ladrilhos refratários, que se aquece pormeio de carvão, gás, óleo combustível,petróleo, etc.

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Forno de Crisol

O combustível não entra em contato com ometal fundido, de modo que nestes fornospodem ser preparadas fundições de altaqualidade.

Através de tampas adequadas, capasprotetoras de fundentes ou campanas degases inertes, evita-se também o contato dosgases de combustão com o metal líquido,

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Forno de Crisol

Observa-se o crisol C de grafite, sustentado pelo pedestal P, sobreum fundo de revestimento refratário do forno. A chama doqueimador envolve o crisol antes de sair pela chaminé superior.

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Forno de Crisol

Podem ser basculantes para facilitar ovazamento, ou pode ter o crisol retirado por meiode tenazes adequadas para efetuar o vazamentodo metal líquido contido no mesmo.

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Forno de Crisol

Abaixo, um tipo de forno de crisol para fusãodo bronze.

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Forno de Crisol

Neste tipo de forno para bronze a tampa estásituada ao nível do solo.

O crisol é colocado sobre um queimador,estando totalmente rodeado pelo coque emcombustão.

Construído num fosso, de modo que possa seextrair facilmente do crisol o metal fundido,com o auxílio de uma concha.

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Forno de Crisol

O crisol está apoiado por um suporte oupedestal no fundo do forno, cujo interior estárevestido de ladrilhos refratários

Na parte inferior temos o queimador, junto auma entrada de ar forçado, procedente de umventilador elétrico.

A chama sobre entre a parede refratário e ocrisol, saindo pela parte superior do forno.

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Forno de Crisol

Desvantagens:• Em fornos aquecidos por carvão, deve-se tomar

cuidado no armazenamento do coque, para evitarumidade: desprendimento do vapor de água oxidariao crisol.

• Da mesma maneira evita-se o abastecimento do fornocom coque de alta granulometria, pois o ar alcançariaa superfície do crisol, oxidando-a.

• Em fornos com calefação a óleo, a oxidação dos crisóisé devida frequentemente também ao malfuncionamento dos queimadores, ao não pulverizarcorretamento o combustível.

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Forno de Crisol

Atmosfera controlada:• Neutra: não exerce nenhuma ação sobre o metal

fundido, conseguido com a combustão completa,sem excesso de oxigênio (difícil de se obter naprática).

• Oxidante: excesso de ar, provocando perdas demetal fundido por oxidação.

• Redutora: Falta de ar, com combustão incompletado combustível, produzindo gases redutores, quepodem ser absorvidos pelo metal líquidoformando porosidades.

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Forno de Crisol

Cuidados:

• Fusão de Bronze e Latões: evitar a incorporaçãodos gases redutores com a criação de atmosferaoxidante ao redor do metal.

• Efetuar a carga com lingotes e sucata que possamse dilatar livremente, evitando a pressão sobre asparedes do crisol, rompendo as mesmas.

• Ligas com muitos fundentes, evitar a incrustraçãodestes na parede do crisol, também mantendo omesmo livre de dilatações distintas.

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Fornos Elétricos

Os fornos elétricos podem ser de 3 tipos:

• A arco

• Por indução

• Por resistência

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Fornos Elétricos

Vantagens:

• Peças fundidas de alta qualidade: controle decomposição do produto final, evitando acontaminação.

• Menos espaço para instalação.

• Operados com maior limpeza e facilidade.

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Forno a Arco

Utilizam o calordesenvolvido pela descargaelétrica em forma de arco oseletrodos que sãointroduzidos no forno.• Dois eletrodos: corrente

monofásica

• Três eletrodos: correntetrifásica

• Dois eletrodos e a soleira:corrente trifásica

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Forno a Arco

A corrente utilizada é muito grande e sãoconectados a rede de distribuição de altatensão através de transformadores especiais.

São construídos normalmente de formabasculante para facilitar o vazamento.

Existe tipos de forno com arco entre umeletrodo e a parede do forno, e após fundir ometal, entre o eletrodo e o banho de metallíquido.

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Forno a Arco

Funcionamento:

• Os eletrodos são baixados até entrar em contatocom a carga metálica.

• Neste momento salta o arco, começando oaquecimento e a fusão do metal.

• A partir deste momento, os eletrodos sobem edescem até se formar um depósito de metallíquido debaixo de cada um.

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Forno a Arco

Pelo fato de não estar em contato comcombustíveis, nem gases resultantes dacombustão, é obtido um metal de boaqualidade, podendo ser mantido o controle decomposição química mais exato do que emqualquer outro tipo de forno.

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Forno de Indução

Fundição das Ligas Leves

Podem ser de baixa ou alta frequência.

Vantagens:

• Em ambos a força eletrodinâmica produz agitaçãono banho, obtendo-se um metal homogêneo.

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Forno de Indução

Baixa frequência:• Metal fundido se dispõem em um cadinho de forma

anular, que constitui a espira secundária de umtransformador.

• Pela ação magnética da bobina primária, gera-se nabobina secundária uma correntes de alta intensidade,desenvolvendo o calor necessário para a fusão do metal.

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Forno de Indução

Alta frequência:

• Como no forno de baixa frequência, a correntede alta frequência percorre o a bobinacilíndrica em cujo interior está o cadinho, demodo que o metal a ser fundido seja o núcleopercorrido pelo fluxo magnético induzido pelabobina.

• Pela variação desse fluxo magnético, sãogeradas correntes que produzem oaquecimento e a fusão do metal.

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Forno de Indução

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Forno de Resistência

Utilizados para a fundição de metais de baixoponto de fusão, geralmente alumínio e ligasleves, sendo sua capacidade bastantereduzida.

São basicamente constituídos de uma muflade material refratário com alojamentos para aresistência (fios de Níquel-Cromo).

Na mufla é alojado o cadinho de grafite oumetálico.

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Forno de Resistência

Não são muito empregados na fundição,apesar de o fato de o metal não entrar emcontato com os combustíveis ou gasesproduzidos pela combustão dos mesmos,produzem peças de boa qualidade.

A regulagem de temperatura é perfeita porpirômetros e termopares automáticos.

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Forno de Resistência

Desvantagem:

• Consumo elevado de energia.

• Levam tempo para alcançar a temperatura defusão.

• Geralmente exigem reparos ou trocas frequentesde resistência.

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OBRIGADO!

Março de 2011

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