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NOES DE ADMINISTRAO PBLICA ANALISTA JUDICIRIO (REA ADMINISTRATIVA) TRT 1 REGIO
PROFESSOR RENATO FENILI
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Prezado(a) amigo(a),
Espero que tenha sido uma semana proveitosa de estudos.
Estamos na reta final de nosso curso. Hoje teremos a penltima
aula, no que diz respeito ao contedo. Eis a programao:
AULA CONTEDO
8 Comunicao na gesto pblica e gesto de redes
organizacionais.
Tudo pronto? Ento vamos ao trabalho!
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NOES DE ADMINISTRAO PBLICA ANALISTA JUDICIRIO (REA ADMINISTRATIVA) TRT 1 REGIO
PROFESSOR RENATO FENILI
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I. COMUNICAO NA GESTO PBLICA
1.1. Introduo
Na aula 03 de nosso curso estudamos as principais caractersticas do
processo de comunicao, em especial o conceito e os componentes do
processo de comunicao. Antes de ingressarmos na abordagem da
comunicao no contexto da Administrao Pblica, faremos uma breve
reviso, por meio de exerccios.
1. (FCC / BAHIAGS / 2010) No processo de comunicao, apercepo e interpretao, por parte do receptor, do significado
da mensagem recebida denominada:
a) codificao. b) feedback positivo. c) decodificao. d) tautologia. e) resposta.
O Modelo de Comunicao, j contemplando o feedback do receptor
em direo ao emissor, a fim de prover uma medida do quo precisa foi a
transmisso da mensagem, assim representado:
A fim de enviar a mensagem ao receptor, seu contedo deve ser,
preliminarmente, codificado em linguagem oral ou escrita, em smbolos
etc. Aps a efetiva transmisso da mensagem, via um canal (um meio
fsico, como uma carta, ou a prpria propagao do som no ar), h a sua
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decodificao pelo receptor (percepo e interpretao), visando
compreenso de seu contedo.
Assim, a alternativa C est correta.
2. (ESAF / ATRFB / 2012 - adaptada) Julgue as assertivasabaixo:
I. A codificao pelo emissor, a transmisso, a decodificao eo feedback constituem o processo de comunicao.
II. A comunicao formal somente se consolida nos fluxosdirecionais descendente e lateral. O fluxo ascendente
exclusivo da comunicao informal.
III. Como atividade gerencial a comunicao deve proporcionarmotivao, cooperao e satisfao nos cargos.
a) E E C b) C E E c) C C E d) C E C e) E C E
Vejamos os comentrios s assertivas:
I. Todos os componentes citados na assertiva (codificao,transmisso atravs do canal), decodificao e feedback)
efetivamente constituem o processo de comunicao,
conforme podemos verificar no esquema exposto na resoluo
da questo anterior. A assertiva est certa.
II. A comunicao formal, em uma organizao, aquela que fluipor meio dos canais hierrquicos institucionalmente
constitudos. Pode se dar em trs direes:
descendente: flui de um nvel hierrquico superior a um
inferior;
ascendente: flui de um nvel hierrquico inferior a um
superior, e
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horizontal: flui entre membros / unidades
administrativas pertencentes a um mesmo nvel
hierrquico.
Dessa forma, a assertiva est errada.
III. A motivao, a cooperao e a satisfao nos cargos soproporcionadas, grosso modo, pelo exerccio da liderana,
afetando diretamente o comportamento dos indivduos.
Contudo, a liderana, entendida como um processo de
influncia interpessoal, d-se eminentemente por meio da
comunicao entre indivduos. Dessa maneira, podemos
considerar a assertiva correta.
Resposta: D.
3. (CONSULPLAN / TSE / 2012) Atualmente, as organizaesesto tentando melhorar as suas comunicaes internas e
externas, devido ao grande nmero de problemas gerados
pela inadequao dessas comunicaes. Qual o
procedimento recomendado na tentativa de maximizar a
eficcia da comunicao organizacional?
a) Utilizar linguagem tcnica na elaborao de relatrios e e-mails.
b) Usar de forma correta e constante o processo de retroao. c) Distanciar-se do mundo dos colaboradores. d) Aumentar o grau de entropia do sistema organizacional.
Vejamos os comentrios s alternativas:
a) O uso de linguagem tcnica deve restringir-se s ocasies em que
se faz necessria (por exemplo, na redao de laudos, pareceres e
relatrios mais complexos). J em e-mails, deve-se buscar a
linguagem mais adequada situao. Entre amigos, em geral a
linguagem coloquial. J em e-mails que tratam de assuntos de
trabalho, o padro a linguagem mais formal. De qualquer forma, o
emprego de linguagem tcnica no usual em e-mails. A alternativa
est errada.
b) O processo de retroao ou de feedback permite verificar se a
compreenso da mensagem, pelo receptor, deu-se de forma
apropriada. Caso o processo no tenha sido eficaz (por vezes devido
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a rudos), a retroao possibilitar que aes sejam tomadas a fim
de completar o processo de comunicao. A alternativa est correta.
c) Logicamente, distanciar-se do mundo dos colaboradores (= dos
funcionrios da organizao) vai de encontro consecuo de uma
comunicao eficaz. Deve-se sempre buscar a empatia com relao
aos receptores, ou seja, colocar-se mentalmente na posio do
receptor, de modo a vislumbrar como ele ir receber a mensagem.
Ao distanciar-se do mundo do colaborador, a empatia ficar,
certamente, comprometida. A alternativa est errada.
d) De forma geral, a entropia mede o grau de organizao de um
sistema. Quanto maior a entropia, menos organizado o sistema
em estudo, ou seja, mais catico ele . Logicamente, em um
sistema catico, a eficcia da comunicao ser comprometida. A
alternativa est errada.
Resposta: B.
4. (FCC / TRT 4 Regio / 2011) Para reduzir as dificuldades decomunicao nas organizaes pblicas derivadas do padro
burocrtico de gesto recomendvel:
a) investir em novas Tecnologias da Informao. b) incentivar os fluxos descendentes de informao. c) concentrar o fluxo de informao oficial na Intranet. d) fortalecer os fluxos laterais ou horizontais de informao. e) eliminar os fluxos informais de informao.
O modelo burocrtico organizacional preconizado pelo socilogo alemo
Max Weber ainda possui caractersticas bastante fortes na Administrao
Pblica.
De acordo com este modelo, a organizao deveria primar por ser
extremanente racional, caracterizada por cargos formalmente bem
definidos, com hierarquia, autoridade e responsabilidades claras e
delimitadas.
O processo de comunicao, neste contexto, era dado quase que
somente seguindo-se as relaes hierrquicas ascendentes e
descendentes. Os fluxos lateriais ou horizontais de informao, ou seja, a
comunicao dentro de unidades organizacionais que ocupam um mesmo
nvel hierrquico, so tnues no modelo burocrtico.
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Desta forma, a fim de reduzir as dificuldades de comunicao em uma
organizao com caractersticas burocrticas, h de se robustecer a
comunicao horizontal. Com esse entendimento, a alternativa d est
correta.
H de se mencionar que o inventimento em novas tecnologias da
informao entendido como fator que promove a comunicao, de modo
geral, nas organizaes. Assim, a alternativa a no est 100% errada. O
fato que as novas TIs devero ser empregadas, prioritariamente, para
facilitar a comunicao horizontal, ok?
Resposta: D.
5. (CESPE / INSS / 2008) A comunicao institucional utilizatcnicas de relaes pblicas, marketing, publicidade,
propaganda e jornalismo.
At o momento, estvamos abordando to somente a comunicao
interpessoal. Contudo, iremos agora nos ater denominada comunicao
institucional, responsvel por disseminar os valores e as aes julgadas
pertinentes de uma organizao para seu pblico, seja ele interno ou
externo.
A comunicao institucional um concieto intimamente relacionado
ao de relaes pblicas. Este, por sua vez, assim definido pela
Associao Brasileira de Relaes Pblicas (ABRP)1:
Entende-se por Relaes Pblicas o esforo deliberado,
planificado, coeso e contnuo da Alta Administrao para estabelecer e
manter uma compreenso mtua entre uma organizao pblica ou
privada e seu pessoal, assim como entre essa organizao e todos os
grupos aos quais ela est ligada direta ou indiretamente.
A partir dessa definio, iremos nos aprofundar um pouco no
conceito de Relaes Pblicas. Vejamos o quadro abaixo:
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http://abrpsp.wordpress.com/about/definicao-rp/
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RELAES PBLICAS
O que ?
uma funo administrativa, responsvel por gerenciar
o relacionamento da organizao com diversos grupos
sociais.
Qual o
objetivo?
As Relaes Pblicas visam compreenso mtua e
manuteno de uma imagem favorvel da organizao
com os grupos aos quais ela se vincula (=
comunicao institucional). Esses grupos podem ser
de duas categorias:
pblico interno - os prprios colaboradores da
organizao
pblico externo - os stakeholders (= todos
aqueles que, direta ou indiretamente, afetam ou
so afetados pelas atividades da organizao.
Segundo a ABRP, so os acionistas, clientes,
fornecedores, governos, indstria, comrcio,
financiadores etc.), alm da prpria imprensa.
(de certa maneira, podemos considerar os
colaboradores da organizao como inseridos no escopo
dos stakeholders).
Como
efetuada?
Essencialmente, por meio de aes de comunicao
institucional, que iro variar conforme o pblico-alvo
que a organizao dirige-se, bem como conforme o
canal escolhido. A comunicao institucional, modo de
efetuao das relaes pblicas, emprega tcnicas de
marketing, publicidade, propaganda e jornalismo.
O documento de planejamento que define a quem, o
que e como comunicar chama-se Plano de
Comunicao.
Quais as
funes
bsicas?
As funes bsicas de Relaes Pblicas so:
Assessoramento = prestao de assessoria
cpula da organizao, no que diz respeito
melhor maneira de se dirigir aos stakeholders;
Pesquisa = levantamento da opinio e das
expectativas dos stakeholders.
Planejamento = elaborao de planos de
comunicao, estimativa de gastos com iniciativas
de relaes pblicas.
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RELAES PBLICAS
Execuo = divulgao e comunicao
propriamente dita.
Considerando-se o modo como se d a comunicao institucional,
constante da tabela acima, temos que a assertiva est correta.
Ao falarmos de comunicao na Administrao Pblica, essencial
considerarmos a comunicao institucional, responsvel por prover no s
a transparncia na gesto e a prestao de contas para com os rgos de
controle e com a sociedade, mas tambm uma gesto participativa com os
membros da comunidade. Assim, essencial nos familiarizarmos com os
tpicos New Public Management (Nova Gesto Pblica), accountability e
transparncia, abordados nas prximas sees.
1.2. Comunicao na Gesto Pblica: New Public Management, accountability e transparncia
New Public Management (Nova Gesto Pblica)
A trajetria da Administrao Pblica brasileira foi marcadapor trs
reformas administrativas principais: a Reforma Burocrtica da dcada
de 1930, a Reforma Desenvolvimentista decorrente do Decreto-Lei n
200/67 e, finalmente, a Reforma Gerencial materializada pelo Plano
Diretor de Reforma do Aparelho do Estado (Pdrae), em 1995. No do
escopo de nosso curso nos aprofundarmos no estudo destas reformas. O
intuito apenas compreendermos o papel da comunicao no modelo de
gesto mais atual da Administrao Pblica.
A partir da Reforma Gerencial de 1995, prticas como a
descentralizao administrativa, a orientao para resultados e o foco no
cidado-cliente foram implementadas.
Neste momento, iremos estudar um movimento chamado de Nova
Gesto Pblica (ou New Public Management), que serviu de base
para diversas reformas administrativas ocorridas no final do sculo
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passado, em nvel mundial e que, no mbito do Brasil, serviu de
fundamento s ideias da Reforma Gerencial de 1995.
A Nova Gesto Pblica (NGP) ou a New Public Management (NPM) um
movimento surgido no final da dcada de 1970 e incio da dcada de
1980, em pases capitalistas desenvolvidos, como reflexo da necessidade
de mudana do modelo de atuao do Estado, colocado cada vez mais em
xeque desde as crises do petrleo de 1973 e 1979.
poca, havia uma severa crtica ao modelo burocrtico e
intervencionista dos Estados, ento vigente. As crticas ao modelo
burocrtico intensificavam-se ao passo que a crise financeira dos Estados
agravava-se. Era necessria uma resposta em termos de mudana do
modelo de gesto vigente.
A resposta veio a partir de 1979/1980, quando os conservadores
chegam ao poder, em especial nas figuras de Margareth Thatcher (do
Partido Trabalhista, na Gr-Bretanha) e de Ronald Reagan (do Partido
Republicano, nos Estados Unidos). A proposio inicial do chamado new
public management (NPM) partia do pressuposto de que prticas
administrativas tpicas do setor privado poderiam ser aplicadas no
setor pblico.
Os Estados foram acusados de serem responsveis pelas crises
econmicas, sociais e administrativas que enfrentavam. Desta forma, em
um primeiro momento, o NPM adotou as ideias do neoliberalismo
(ou do Estado Mnimo), sendo que algumas economias foram
amplamente desregulamentadas e o aparelhamento estatal, desmantelado
afinal, o Estado era visto como vilo. Tal medida foi revista em
momento posterior, ao se perceber que a resposta havia sido inadequada.
Assim, o NPM passou a defender o papel do Estado como regulador
e controlador (e no pleno executor), com aes voltadas
satisfao do cidado-usurio.
Um dos primeiros passos do NPM rumo administrao pblica
gerencial foi o desenvolvimento de ferramentas de gesto do oramento,
vinculando-se as finanas pblicas mais a objetivos almejados do que a
regras rgidas do servio estatal.
Os conceitos fundamentais da nova gesto pblica so assim
apresentados por Armstrong (1998):
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Caractersticas fundamentais da Nova Gesto Pblica
Reduo de custos e busca de maior transparncia na alocao de
recursos;
Introduo de mecanismos gerenciais de mercado (ou privados), no
setor pblico;
Introduo de sistemas de gesto por desempenho;
Mudana nas polticas de pessoal, alterando a condio de
estabilidade de emprego e estabelecendo critrios de desempenho;
Aumento da nfase na qualidade do servio e na busca pela
satisfao do consumidor (cidado-cliente).
O fato que, na percepo da poca, a Nova Gesto Pblica ficou em
evidncia porque a Administrao Pblica Burocrtica havia exaurido suas
possibilidades (BRESSER-PEREIRA, 2009, p. 211).
A literatura que aborda o NPM usualmente faz referncia ao caso da
Gr-Bretanha, no s por ter sido um esforo pioneiro na mudana do
modelo gerencial, mas tambm pelo sucesso e pela uniformidade na
implantao do NPM2. Ao longo das dcadas de 1980 e 1990, surgiram
trs estgios (ou vises) da Nova Administrao Pblica: o
gerencialismo puro (ou managerialism), o consumerism e o Public
Service Orientation (PSO). H, no entanto, um ncleo comum entre
estes estgios, sendo que tais vises so, por vezes, intercambiveis. A
seguir veremos detalhes sobre estes estgios:
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Os Estados Unidos, por ser formado por Estados Federados autnomos, apresentam uma significativadescentralizao administrativa, dificultando sobremaneira a implantao de um modelo nico degerencialismo. O mesmo no ocorreu com a Gr-Bretanha, cujas condies polticas favoreciam a adoo dosideais da Nova Administrao Pblica.
Gerencialismo Puroou Managerialism
Consumerism Public Service
Orientation (PSO)
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O Gerencialismo Puro ou Managerialism
O ponto central do gerencialismo puro a busca pela eficincia,
identificando-se com os ideais neoliberais. Visa-se reduo dos custos
do setor pblico e ao aumento de sua produtividade, reduzindo-se a
mquina governamental por meio da privatizao de estatais e da
modificao da estrutura (organizao) das atividades.
As especificidades do gerencialismo puro so arroladas a seguir:
Especificidades do Gerencialismo Puro
Foco na eficincia (e no na efetividade, ou seja, no impacto que
o servio pblico ter sobre o cidado). O usurio do servio pblico
visto como mero financiador do sistema;
O modelo de gesto do setor privado pode ser diretamente
implantado no setor pblico. No h a considerao de que as
especificidades do setor pblico podem dificultar, por exemplo, a
mensurao da eficincia e a avaliao do desempenho;
H separao (independncia) entre poltica e administrao,
de modo que seria possvel implantar um modelo de gesto gerencial
independentemente do contexto poltico existente. No entanto, o
desenvolvimento do modelo gerencial na Gr-Bretanha somente logrou
xito devido a um forte apoio poltico dos conservadores para o avano da
reforma.
Os conceitos deste estgio do NPM foram empregados, com maior ou
menor intensidade, por todos os governos que realizaram reformas
administrativas nas ltimas dcadas. Contudo, algumas das
especificidades sofreram mudanas, descritas no estgio a seguir.
O Consumerism
O gerencialismo puro, a partir da segunda metade da dcada de 1980,
passou a sofrer crticas relacionadas nfase restrita eficincia, sem
dispensar maior ateno aos impactos dos servios pblicos aos cidados
(efetividade). Assim, surge o consumerism, a segunda onda do NPM, que
passa a focar o usurio do servio pblico como cliente-cidado.
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As especificidades do consumerism so arroladas a seguir:
Especificidades do Consumerism
Foco na perspectiva do cliente-cidado (ou cliente-usurio).
O usurio do servio pblico no mais visto como mero financiador do
sistema, mas sim como o propsito de se prestar o servio pelo Estado.
Assim, a reduo de custos pelo Estado est subordinada consecuo da
satisfao pelo cliente. Da mesma forma, ocorre a descentralizao
administrativa e poltica, de forma a alocar a gesto mais prxima ao
cidado, possibilitando uma melhor avaliao e fiscalizao;
Introduo da perspectiva da qualidade, em parte devido
difuso da gesto da qualidade total3 no setor privado. Com a adoo do
referencial da qualidade, evitava-se incorrer na perda do nvel dos
servios em virtude de uma eventual reduo de custos do Estado.
Surge o planejamento estratgico aplicvel s organizaes
pblicas, bem como se incentiva um modelo contratual no servio
pblico (seja entre organizaes pblicas e privadas ou entre as prprias
organizaes pblicas).
O consumerism recebeu crticas, em especial pelo fato de a relao
entre o prestador do servio pblico com seu consumidor ser mais
complexa do que a relao existente no mercado (setor privado). H, por
exemplo, servios que devem ser prestados pelo Estado e que no podem
ser delegados (sade, educao, previdncia etc.), e que no oferecem ao
consumidor a possibilidade de escolha, como ocorreria no mbito do
mercado.
Dessa forma, o conceito de consumidor passou a ser substitudo pelo
de cidado, no estgio descrito a seguir.
3 A Gesto da Qualidade Total GQT (ou Total Quality Management) uma filosofia administrativa
que defende a a aplicao da qualidade em todas as atividades feitas na organizao, em todas as
suas reas e nveis (compras, finanas, vendas, rea jurdica etc., e no somente no setor de
produo). Concebida na dcada de 1970, teve grande difuso na dcada seguinte, como uma
resposta das empresas norte-americanas invaso em seus mercados de produtos japoneses de alta
qualidade.
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Public Service Orientation (PSO)
Trata-se do estgio mais atual do New Public Management (NPM),
ainda vigente. Surge a partir do incio da dcada de 1990, no s na Gr-
Bretanha e nos Estados Unidos, mas tambm em vrios outros pases da
Europa.
Nesta viso, o conceito de consumidor substitudo pelo de
cidado, tendo em vista que cidadania implica direitos e deveres, e no
s a liberdade de escolha de servios pblicos.
As especificidades do Public Service Orientation (PSO) so arroladas a
seguir:
Especificidades do Public Service Orientation (PSO)
Substituio do conceito de cliente/consumidor pelo de
cidado. No h mais o carter de passividade do cliente, conforme
retratado no consumerism. A cidadania pressupe a participao ativa (do
cidado) na escolha dos dirigentes, na formao das polticas pblicas, na
avaliao dos servios pblicos, bem como na exigncia da prestao de
contas (= accountability) dos rgos administrativos sociedade;
Busca pela equidade, ou seja, pela observncia da isonomia no
tratamento dos administrados (um dos fundamentos da Administrao
Pblica). Esta perspectiva visa a minimizar uma das falhas do
consumerism, que peca a no responder efetivamente quem so os
consumidores ou os clientes. Assim, haveria a possibilidade, no
consumerism, daqueles que se organizarem melhor serem mais bem
atendidos pelo Estado. Este tratamento desigual combativo na PSO.
Resgate dos ideais de transparncia, de participao poltica
e de bem comum como forma de evitar prticas patrimonialistas e
clientelistas.
Salienta-se que a PSO uma viso vigente, ainda em formao, que
torna evidente que para se reformar o Estado fundamental alinhar um
novo modelo organizacional para o setor pblico com o exerccio da
cidadania.
O quadro abaixo traz uma sntese dos trs estgios do NPM:
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GERENCIALISMO
PURO
(Managerialism)
CONSUMERISM
PUBLIC
SERVICE
ORIENTATION
(PSO)
Focos / Objetivos
Eficincia / reduo
de custos
(economia)
Qualidade /
planejamento
estratgico /
modelo
contratual
Cidadania,
equidade,
transparncia,
accountability
Viso sobre o
usurio do
servio pblico
Financiador do
setor pblico
Cliente (ou
consumidor) do
servio prestado.
Cidado (com
direitos e
deveres)
Descentralizao Forma de se obter
maior eficincia
Descentralizao
administrativa e
poltica, como
forma de
aproximar os
prestadores de
servios aos
consumidores.
Forma de
promover a
participao
poltica, bem
como de
implementar
polticas pblicas.
Relembra-se apenas que estes estgios no so contraditrios
entre si. So, na realidade, vises muitas vezes complementares, que
retratam a evoluo das ideias que fundamentam a administrao pblica
gerencial.
IMPORTANTE!
Tendo em vista o exposto, o processo de comunicao inserido na
Administrao Pblica atualmente como forma de envolver o
cidado-cliente de forma participativa, visando consecuo do ideal
democrtico e ao exerccio da cidadania. A comunicao institucional
transcende a mera prestao de contas pelo Estado: , em si, um
mecanismo de promoo da participao poltica pela sociedade.
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6. (FUNCAB / Prefeitura de Porto Velho RO / 2009) ...cidadania pressupe a comunicao entre os vrios setores da sociedade,
exigindo uma comunicao capaz de integrar Estado, governo e
sociedade em prol de polticas pblicas que procurem atender as
necessidades sociais (Oliveira, M. J. C.). A comunicao pblica,
dentro da proposta de construo da cidadania, aquela que:
a) praticada pelo governo com o objetivo de prestar contas; b) adota o marketing poltico, buscando atingir a opinio
pblica atravs de mtodos publicitrios em busca de
respostas rpidas e efeitos imediatos;
c) envolve o cidado de maneira mais diversa, participativa,estabelecendo um fluxo de relaes comunicativas entre
Estado e sociedade;
d) define tcnicas persuasivas para abordar os assuntos e aforma como eles sero apresentados aos cidados;
e) adota as novas tecnologias para atrair cidados e formaropinio.
Vejamos a anlise das alternativas:
a) A comunicao pblica, dentro da proposta de construo da
cidadania, transcende a mera prestao de contas, passando a
buscar uma gesto participativa, promovendo a participao poltica
do cidado. A alternativa est errada.
b) A comunicao pblica, no contexto considerado na questo, no
envolve o marketing poltico com vistas a atingir a opinio pblica.
No se trata de propaganda do governo, mas da promoo de
formas de interao com a sociedade, visando sua participao na
efetivao de polticas pblicas. A alternativa est errada.
c) A alternativa expe sem equvocos o objetivo principal da
comunicao na gesto pblica, no que concerne interao Estado
sociedade. Est, portanto, correta.
d) A comunicao na gesto pblica no visa a persuadir os cidados,
mas sim promover sua participao, criando um ambiente
democrtico. A alternativa est errada.
e) A comunicao pblica realmente conta com novas tecnologias, em
especial as constantes do chamado Governo Eletrnico. No entanto,
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o objetivo no formar opinio, e sim promover a transparncia na
gesto e incentivar o debate democrtico com os cidados. A
alternativa est errada.
Resposta: C
Accountability e Transparncia
O termo accountability no pode ser traduzido com preciso para a
lngua portuguesa. Logicamente, isso no implica a incapacidade de
definio precisa do conceito a que se refere.
De forma geral, accountability refere-se ao dever do agente
pblico de prestar contas aos cidados. , essencialmente, o
processo de comunicao, sociedade, das aes tomadas pela
Administrao Pblica. As origens do desenvolvimento deste conceito
so remotas, podendo ser relacionadas ao momento em que as
sociedades passam a conceber a existncia da atividade de controle
externo (em pases como Inglaterra, Frana e Espanha, no final da Idade
Mdia, j havia embries de Cortes de Contas). Foi justamente a ideia
de controle externo que se consolidou em um dos primeiros mecanismos
de limitao de poder do governante.
A preocupao com a limitao do poder do soberano espelhada de
forma mais evoluda na Teoria da Separao dos Poderes (Executivo,
Legislativo e Judicirio), concebida por Montesquieu no sculo XVIII.
Segundo esta teoria, a prpria distribuio de funes entre os Poderes
age como cerceador da autoridade: um mesmo ente no pode legislar,
executar a lei e julgar os eventuais desvios da norma. Eis a base do
constitucionalismo.
Contudo, foi somente a partir das dcadas de 1980 e 1990 que a
accountability entrou de vez na agenda das sociedades recm-sadas dos
governos militares, a exemplo da grande maioria dos pases da Amrica
Latina. A (re)democratizao, no final do sculo passado, implicou a
necessidade do aumento da cobrana dos governantes por parte dos
cidados. o que foi defendido, por exemplo, pelo Ministrio da
Administrao Federal e Reforma do Estado (MARE), em 1997, em um
contexto de plena implantao dos ideais da Nova Gesto Pblica:
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Sem dvida um objetivo intermedirio fundamental em qualquer
regime democrtico aumentar a responsabilizao
(accountability) dos governantes. Os polticos devem estar
permanentemente prestando contas aos cidados. Quanto mais clara for
responsabilidade do poltico perante os cidados, e a cobrana destes em
relao ao governante, mais democrtico ser o regime. (Caderno Mare
n 1, 1997, p. 49)
Aps uma extensa anlise dos principais autores que abordam a
accountability (ODonnel, Schedler, Mainwaring), Mota (2006, p. 58) nos
apresenta duas definies abrangentes deste conceito:
Accountability consiste na relao obrigacional legal que determina que
quem recebeu um encargo pblico deve prestar esclarecimentos de seus
atos, motivando-os, e se apurada alguma irregularidade, estar sujeito
sano.
Accountability um mecanismo de controle de poder com a natureza
jurdica de uma relao obrigacional objetiva extra-contratual (isto ,
legal) que coage os agentes encarregados da administrao dos interesses
pblicos a explicar seus atos discricionrios, tornando pblicas as suas
motivaes, quando provocados institucionalmente, sob pena de punio
legal.
Mota (2006) chama ateno a dois aspectos essenciais desta ltima
definio. Primeiramente, o que determina se o sujeito est ou no
submetido necessidade de prestar contas de seus atos o fato de
administrar interesses pblicos. Outro aspecto diz respeito sano: se
for apurado abuso de poder ou desvio de finalidade, haver aplicao de
penalidade.
Tanto Schedler quanto Mainwaring listam 3 (trs) dimenses da
accountability, dispostas no quadro a seguir:
-
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DIMENSES DA ACCOUNTABILITY
DIMENSO DISCRIMINAO
Informao /
Transparncia
Tambm conhecida como answerability, a mera
disponibilizao de informaes sociedade e s
demais instncias de controle.
Explicao /
Justificao
Tambm conhecida por responsiveness (ou
responsividade), envolve pedidos de explicao
sobre os atos. H, nesta dimenso, uma obrigao
legal e institucional de fornecer informaes e
responder a questionamentos.
Sano / Coero
/ Punio
Tambm conhecida por enforcement, refere-se
capacidade, tambm legal e institucional, de serem
aplicadas penalidades nos casos de serem
identificadas irregularidades, ou de as informaes
no serem fornecidas.
As instituies de accountability podem deter alto ou
baixo poder de enforcement, de acordo com os
exemplos abaixo:
Alto poder de enforcement: tribunais de
contas, rgos de auditoria (CGU etc),
agncias reguladoras, comisses
parlamentares, conselhos administrativos etc.;
Baixo poder de enforcement: organizaes da
sociedade civil, imprensa etc.
Ademais, h autores que fazem classificaes de tipos de
accountability. As mais relevantes accountability vertical, horizontal e
societal so apresentadas no quadro abaixo:
TIPOS DE ACCOUNTABILITY
TIPO DISCRIMINAO
Horizontal
a prestao de contas efetuada exclusivamente
em nvel de Governo, podendo ser entre os
Poderes (sistema de freios e contrapesos), ou entre
rgos, por meio de tribunais de contas, Ministrio
Pblico, agncias reguladoras e demais rgos de
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TIPOS DE ACCOUNTABILITY
TIPO DISCRIMINAO
controle. Trata-se de uma ao entre iguais (ambos
o fiscalizado e o fiscalizador so da esfera pblica). A
accountability horizontal , de certa maneira, uma
forma de controle burocrtico, efetuado entre
organizaes que mantm entre si relaes pouco
flexveis, estabelecidas em normas legais.
Vertical
Refere-se aos processos de prestao de contas
entre o Governo e os cidados. H, assim, uma
relao entre atores (governo e cidado) que esto
em patamares distintos, o que justifica o nome
vertical. Os principais mecanismos de controle que
dispem os cidados so o voto eleitoral e a ao
popular4.
Societal (ou
social)
Trata-se de um controle e uma fiscalizao de
agentes pblicos por parte de grupos da sociedade
civil. Diferentemente da accountability vertical, os
mecanismos de controle so os movimentos sociais
(influenciando a agenda poltica do Governo) e as
denncias, protagonizadas por entidades como
ONGs, sindicatos, associaes diversas ou a
imprensa. (h autores que inserem este tipo de
accountability na categoria vertical). Os agentes da
accountability sociental no possuem, contudo, o
poder legal para aplicarem sanes contra
transgresses de agentes pblicos.
No Brasil, atualmente, h uma situao de fraca accountability
(FURTADO, 2012). H carncia de organizao e de conscincia por parte
da sociedade e dos cidados no seu papel de fiscalizador.
Contudo, h de se registrar que recentemente houve progressos
significativos em prol da consecuo da primeira dimenso da
4
Ao popular o direito do cidado, assim normatizado pelo inc. LXXIII do art. 5 da CF/88: LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimniopblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e aopatrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus dasucumbncia;
-
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accountability - transparncia. Houve macios investimentos do
Governo com vistas disponibilizao de informaes em portais da
Internet. Outro grande progresso refere-se recente entrada em vigncia
da Lei n 12.527/2011 (mais conhecida como Lei de Acesso
Informao), que abrange a Administrao Direta e Indireta das trs
esferas da federao, bem como a criao da Comisso Nacional da
Verdade, que visa a investigar violaes dos direitos humanos, ocorridas
no Brasil, entre 1946 e 1988.
7. (ESAF / SEFAZ SP / 2009) Considerado fundamental governana no setor pblico, o processo pelo qual as entidades
pblicas e seus responsveis devem prestar contas dos
resultados obtidos, em funo das responsabilidades que lhes
foram atribudas por delegao de poder, denomina-se:
a) Transparncia.
b) Integridade.
c) Equidade.
d) Responsabilidade Fiscal.
e) Accountability.
Esta questo foi inserida nesta aula apenas para reforar o contedo
exposto. A prestao de contas das entidades pblicas e de seus
responsveis (ou seja, daqueles que administram os interesses pblicos)
justamente o conceito de accountability essencialmente um processo de
comunicao por parte da Administrao Pblica acerca de sua atuao.
Resposta: E.
8. (CESPE / TRE MA / 2009) Os diversos sistemas do governofederal, que funcionavam isoladamente, passaram a trabalhar de
forma integrada, delineando nova forma de governo-rede,
agregando benefcios como maior confiabilidade das
informaes e reduo de custos. Do ponto de vista da
administrao, por exemplo, o Sistema Integrado de
Administrao de Servios Gerais (SIASG) atua como
ferramenta de apoio para atividades de gesto de materiais,
licitaes, contratos e fornecedores. Acerca da tecnologia de
informao, da gesto de redes e da comunicao na gesto
pblica, assinale a opo correta.
-
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21
a) Os avanos na tecnologia da informao produzem profundosimpactos na administrao pblica. Apesar de a reforma
gerencial proporcionar mais informaes e melhor qualidade
aos dirigentes pblicos, a transparncia pblica no contribui
para garantir carter mais democrtico e orientado para a
consolidao da cidadania.
b) Considerando que a informao sempre imperfeita, poissofre influncia dos editoriais, de presses e interesses que
caracterizam as sociedades, a comunicao pela Internet
possibilita maior interao quanto s polticas, aos projetos e
s medidas adotadas pelo governo, apesar de no poder ser
considerada como um instrumento de comunicao
institucional deste.
c) Ainda que a rede do governo oferea acesso a informaessobre as polticas, os projetos e as aes governamentais,
bem como sobre a tramitao de demandas dirigidas aos
rgos pblicos ou de interesse do cidado, falta a ela a
integrao necessria com os sistemas administrativos
informatizados dos variados rgos, limitando o acesso dos
cidados s informaes, principalmente quanto aos gastos
governamentais.
d) O aumento das tecnologias de informao no setor pblicotem gerado maior nvel de burocratizao dos servios de
gesto governamental, pois demanda atualizaes
frequentes dos dados daquelas organizaes que lidam com
o governo.
e) O uso das tecnologias de informao e comunicaopromove avanos significativos na gesto da informao pelo
servio pblico, o que possibilita a reduo dos custos, o
aperfeioamento dos processos e a capacitao para prestar
servios e informaes de melhor qualidade, promovendo a
transparncia das aes governamentais.
Vejamos os comentrios s alternativas:
a) A transparncia pblica, tambm conhecida como answerability,
uma das dimenses da accountability, vista na aula passada. A falta
de transparncia impe obstculos significativos ao controle social e
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de rgos externos, afastando-se do ideal democrtico de
participao popular. A alternativa est errada.
b) A comunicao pela Internet efetivamente empregada como
instrumento de comunicao institucional de diversos rgos
pblicos. H, inclusive, agncias oficiais de notcias de rgos
pblicos (por exemplo, no Congresso Nacional), que se manifestam
institucionalmente via os sites desses rgos. A alternativa est
errada.
c) Por previso da Lei de Responsabilidade Fiscal, muito dos esforos
iniciais no mbito do Governo Eletrnico eram voltados ampla
divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico, de
receitas e despesas pblicas, alm de aspectos oramentrios.
Assim, hoje chegamos a um patamar em que h facilidade de
acesso aos gastos governamentais (no Portal da Transparncia,
Comprasnet etc.). A alternativa est errada.
d) A informatizao do setor pblico aliada de peso da maior
eficincia governamental, afastando-o de disfunes burocrticas. O
uso de TICs possibilita maior rapidez no processamento de dados,
bem como melhor oferta aos cidados de servios e de informaes
oriundas da administrao pblica. A alternativa est errada.
e) A alternativa espelha de forma apropriada muitos dos benefcios
advindos da aplicao das TICs no setor pblico. Est, portanto,
correta.
Resposta: E
II. GESTO DE REDES ORGANIZACIONAIS
Poucos so os construtos mais em pauta na mdia atual do que as
redes. Em virtude de portais de relacionamento na Internet em especial
o facebook as redes sociais so responsveis por significativas
mudanas em termos de comportamentos dos indivduos em nossa
comunidade.
H de se mencionar, contudo, que a expresso rede vem sendo
usada h tempos nas cincias sociais. Em especial na Antropologia e na
Psicologia, o termo empregado como instrumento de anlise das
relaes que so construdas pelos indivduos no crculo social
(MIGUELETTO, 2001). Este conceito foi extrapolado para as organizaes,
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agora se visando compreenso da dinmica das relaes
interorganizacionais.
O estudo das redes organizacionais tem por objetivo a elucidao
dos fluxos de recursos, de informaes e de poder entre os atores
participantes. O foco principal a compreenso do modo como as relaes
esto estruturadas, visando a uma conformao das ligaes entre os
atores de modo mais eficiente.
2.1. Teoria das Redes: Perspectiva histrica
A Administrao , em si, uma cincia jovem. Remonta do incio do
sculo passado, em virtude do aumento exponencial de produo
decorrente da Revoluo Industrial. Contudo, a despeito de contar com
(apenas) pouco mais de cem anos de existncia, sua evoluo foi
significativa neste perodo.
Um dos maiores objetivos da Administrao elucidar a forma como
as organizaes poderiam ser mais eficientemente organizadas. Para isso,
ao longo do tempo, foram considerados distintos fatores que, sua poca,
eram entendidos como capazes de influenciar de forma preponderante o
desempenho organizacional.
Assim, ao longo do sculo XX, foram elaboradas distintas Teorias
Organizacionais, especialmente voltadas a sedimentar o modo como a
diviso de trabalho, a hierarquia e a autoridade so vistas e levadas s
prticas nas organizaes.
Inicialmente, foi desenvolvida a chamada Abordagem Clssica da
Administrao, constituda por suas correntes tericas: a Administrao
Cientfica, de Taylor que dispensava nfase s tarefas, e a Teoria
Clssica, de Fayol cuja ateno voltava-se estrutura. De qualquer
modo, ambas as correntes vinham o componente humano na organizao
como a pea de uma mquina, ignorando traos intrnseco aos
funcionrios.
Mas ser que essa viso do homem como componente da mquina
organizacional foi, por si s, suficiente para predizer a eficincia da
empresa?
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No, no foi. A viso mecanicista que se tinha do empregado,
entendido como desprovido de aspectos humanos e
psicolgicos, gerou um ambiente de forte explorao e
de rgido controle, o que nem sempre acarretava
aumento da produtividade. Uma crtica emblemtica a
essa viso administrativa do incio do sculo passado
apresentada no filme Tempos Modernos (1936), de Charles Chaplin.
Eis o contexto (e um dos motivos principais) do surgimento da
chamada Escola de Relaes Humanas, surgida na dcada de 1930, em
decorrncia dos trabalhos de Elton Mayo na Western Electric Company
(WEC), uma empresa norteamericana de componentes telefnicos situada
no bairro de Hawthorne, em Chicago. De acordo com esta corrente
terica, a nfase recai sobre as pessoas, passando-se, pela primeira vez,
a tomar cincia do conceito de organizao informal, atribudo aos grupos
sociais espontaneamente formados.
Em seguida, desenvolveu-se a Teoria da Burocracia, elaborada pelo
socilogo alemo Max Weber (1864-1920), mas desenvolvida dentro da
Administrao na dcada de 1940, como uma resposta s parcialidades da
Abordagem Clssica excessivamente mecanizada e da Escola de
Relaes Humanas excessivamente centrada no indivduo.
Com o tamanho e a complexidade crescentes das organizaes (que
no mais eram somente fbricas), era necessria a elaborao de um
modelo de organizao extremanente racional, caracterizada por cargos
formalmente bem definidos, com hierarquia, autoridade e
responsabilidades claras e delimitadas. A esta modelo denominou-se
organizao burocrtica.
Note que, at este momento, as teorias organizacionais
estavam integralmente voltadas para o interior das organizaes.
Os aspectos externos eram simplesmente ignorados.
Foi somente na dcada de 1970 que Bertalanffy desenvolve a
chamada Teoria Geral dos Sistemas (TGS), segundo a qual a
organizao vista como inserida em um sistema mais amplo, no mais
podendo ser concebida como um sistema fechado. Alis, segundo aquele
autor, a noo de sistema fechado no existe na natureza, sendo apenas
um artifcio criado pelo homem a ttulo de melhor analis-lo. Logicamente,
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o nico sistema fechado existente o prprio universo, incapaz de
estabelecer fluxos para seu exterior.
Dessa forma, a cincia da Administrao passou a voltar os olhos
para o ambiente (externo) das organizaes, considerarando aspectos
como disponibilidade de recursos externos, relaes com outras
organizaes, relaes com o governo, regulamentaes oriundas de
rgos externos, bem como ameaas impingidas e oportunidades
disponibilizadas a partir de aspectos oriundos do ambiente organizacional.
Podemos dizer que o insight provido pela Teoria Geral dos Sistemas,
ao contemplar o estudo do ambiente no qual a organizao est inserida,
gerou um impulso ao desenvolvimento de novas correntes tericas que a
sucederam. Neste escopo, podemos citar:
Teoria da Contingncia parte do pressuposto que no h
uma estrutura pr-definida capaz de otimizar a eficincia
organizacional. A estrutura tima depender de alguns
fatores contingenciais (incertos), tais como estratgia,
tamanho da organizao, tecnologia empregada,
caractersticas do mercado etc;
Ecologia Organizacional a abordagem ecolgica das
organizaes considera a escassez de recursos no ambiente e
a competitividade do mercado como fatores responsveis por
promover uma espcie de seleo natural. O ambiente,
nesta viso, atua determinando quais competidores tero
xito, selecionando os mais fortes e eliminando os mais fracos
(MORGAN, 1996).
Mais recentemente em especial a partir do final da dcada
de 1970, surge um crescente interesse na relao mantida entre as
organizaes, em seus mercados. Passa a haver, no meio
acadmico, uma exploso de trabalhos voltados s chamadas redes
interorganizacionais, fato que justificado por Nohria e Eccles
(1992) a partir de trs fatores:
emergncia, poca, de um novo modelo de competio
no mercado, em especial em indstrias italianas e no
Vale do Silcio. Ao passo que o antigo modelo
organizacional era o da firma de grande porte,
hierarquizada e verticalizada, o novo modelo o de
redes de relaes laterais entre organizaes;
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significativo desenvolvimento de tecnologias de
informao e comunicao (TICs), viabilizando o
crescimento da relao entre organizaes, e
maior maturidade dos estudos organizacionais no que
diz respeito compreenso do ambiente externo das
empresas.
A seguir, veremos com maiores detalhes as caractersticas da
Teoria das Redes Organizacionais, iniciando, logicamente, pelo
conceito de rede.
2.2. O conceito de redes
De acordo com Fischer e Melo (2004, p. 21), o termo rede deriva
do latim rete, que significa entrelaamento de fios, cordas, cordis,
arames, com aberturas regulares fixadas por malhas, formando uma
espcie de tecido. Em conceito anlogo, Castells (2001) define rede como
um conjunto de ns interconectados.
Em termos organizacionais,
podemos falar de redes sociais, sendo
estas entendidas como conjuntos
mltiplos de relaes, seja internamente,
seja no ambiente externo. Nessa tica, a
organizao, por si s, compe uma
rede social (internamente).
Em nosso caso, devemos nos voltar ao estudo das redes
interorganizacionais, nas quais cada n uma organizao, e os fios
so as relaes mantidas por um grupo especfico de organizaes
inseridas no mercado, por meio das quais fluem recursos bens, pessoas
ou informaes.
H de se frisar que, em uma rede, as relaes mantidas entre as
organizaes so duradouras, e no espordicas. Este o entendimento
de Oliver (1990, p. 241), segundo o qual as relaes em uma rede de
organizaes so transaes relativamente constantes, fluxos e ligaes
que ocorrem entre uma ou mais organizaes em seus ambientes.
Indo alm, uma definio completa de redes assim apresentada
por Olivieri (2003, p. 1):
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Redes so sistemas organizacionais capazes de reunir indivduos e
instituies, de forma democrtica e participativa, em torno de causas
afins. Estruturas flexveis e estabelecidas horizontalmente, as dinmicas
de trabalho das redes supem atuaes colaborativas e se sustentam pela
vontade e afinidade de seus integrantes.
Alguns traos devem ser salientados nessa conceituao:
Redes em cincias sociais so modos de estruturao de
relacionamentos. Nos casos de indivduos, podemos falar em redes
sociais, de modo genrico. Ao abordarmos organizaes, nos
ambientes em que esto inseridas, falamos de redes
interorganizacionais, composta por entidades independentes,
com relaes especficas entre si;
Ao estruturar-se uma rede interorganizacional, objetiva-se chegar a
uma situao de maior vantagem, se comparada a um quadro no
qual as organizaes comportam-se de forma estanque (isolada).
Assim, usualmente, almeja-se uma participao ativa de seus
elementos, de forma democrtica;
As redes so estruturadas em torno de objetivos comuns,
compartilhados por seus componentes;
As redes so flexveis por natureza, podendo facilmente mais bem
adaptar-se s contingncias do ambiente;
As relaes entre os componentes da rede so horizontais, ou
seja, no h uma base hierrquica que proveja lgica rede. Nesse
sentido, vale a meno contribuio de Whitaker (1993, p. 1):
Uma estrutura em rede [...] corresponde tambm ao que seu prprio
nome indica: seus integrantes se ligam horizontalmente a todos os
demais, diretamente ou atravs dos que os cercam. O conjunto resultante
como uma malha de mltiplos fios, que pode se espalhar
indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum dos seus ns possa
ser considerado principal ou central, nem representante dos demais. No
h um chefe, o que h uma vontade coletiva de realizar determinado
objetivo.
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9. (CESPE / TRE MA / 2010) Um dos principais pressupostos da
gesto em redes organizacionais a existncia de organizaes
independentes, mas que possuam relaes especficas e dinmicas
que demandam gerenciamentos que objetivem a obteno de
melhores resultados globais.
A assertiva est de acordo com o que vimos acerca das
caractersticas das redes organizacionais.
Resposta: certa.
2.3. Razes para a formao de redes
Qual a razo para a existncia de organizaes?
Por mais genrica que possa parecer esta questo, sua resposta
pode elucidar muito acerca da Teoria das Redes Organizacionais.
Na dcada de 1970, o economista Oliver Williamson desenvolveu as
bases da chamada Teoria dos Custos de Transao que, sob a tica da
economia, responde a questo proposta.
Imagine que voc deseja vender bicicletas. Imagine, ainda, que
voc no quer montar uma organizao, mas agir individualmente,
fazendo cada transao diretamente no mercado. Assim, inicialmente,
voc busca no mercado algum para fabricar um par de rodas. Em
seguida, faz nova busca para algum fabricar um quadro. Busca, aps,
vendedores de pneus, de correntes. Por fim, contrata algum para montar
a bicicleta. Cada transao (troca de servios, bens e informaes atravs
de interfaces tecnologicamente separadas5), por envolver negociaes que
se do diretamente no mercado, esto sujeitas incerteza (devido s
mais diversas variveis) e ao oportunismo dos agentes envolvidos.
Neste caso, no h uma relao de dependncia entre os envolvidos, mas
apenas transaes entre atores independentes.
A fim de minimizar a incerteza e o oportunismo inerentes ao
mercado, existe a opo de que voc monte uma organizao voltada
construo e venda de bicicletas, estabelecendo uma relao de hierarquia
e autoridade inerente s diversas tarefas envolvidas. Assim voc poder
5
Entende-se por interfaces tecnologicamente separadas as etapas interligadas do processo de produoseparveis tecnologicamente. Por exemplo, a transferncia de insumos entre uma indstria e um produtorrural uma transao, pois a indstria e o produtor utilizam-se de tecnologias separveis, distintas
-
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fazer uma superviso mais direta aos envolvidos, passando, logicamente,
a haver uma relao de dependncia entre os atores.
No entanto, nem sempre o estabelecimento de uma organizao
vivel ou, ainda, a melhor opo. H situaes em que so tantas as
tarefas envolvidas, que a organizao a ser montada seria um verdadeiro
monstro detentora de uma estrutura complexa, expressivamente
verticalizada e que, dessa forma, implicar um nus significativo para sua
manuteno.
Uma alternativa, neste caso, seria a adoo de um modelo hbrido
de governana a organizao em redes. Trata-se de uma opo
intermediria, situada entre o mercado e a hierarquia. Nas redes, passa
a ocorrer relaes estveis entre as organizaes participantes, visando a
um objetivo comum.
Oliver (1990) lista seis fatores que justificam a formao de redes
organizacionais, conforme exposto no quadro a seguir.
FATORES QUE PROMOVEM A FORMAO DE REDES
FATOR CARACTERSTICA
Necessidade
O estabelecimento de relaes entre empresas, em
uma rede, d-se por necessidade, como forma demais bem tirarem proveito dos escassos recursos do
ambiente.
Assimetria de
poder
As relaes entre empresas, em uma rede, sopromovidas pelo poder de influncia de umas sobre as
outras.
Reciprocidade
H situaes em que a formao de redes
organizacionais d-se por motivos de cooperao,colaborao e coordenao, convergindo para o
propsito de se buscarem interesses e objetivos
comuns.
Eficincia
A busca por maior eficincia interna mas suas maisdiversas vertentes pode promover a busca porrelaes duradouras com outras organizaes,
buscando-se o melhor custo-benefcio nas aes daempresa.
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FATORES QUE PROMOVEM A FORMAO DE REDES
FATOR CARACTERSTICA
Estabilidade
Estritamente ligada busca por eficincia, a formaode redes pode ser buscada como forma de se prover
estabilidade s relaes da organizao com o seuambiente, ao invs de submeter-se integralmente
incerteza do mercado.
Legitimidade
A participao de uma organizao em uma rede podepromover um maior reconhecimento do ambiente
sobre suas aes. H, assim, um incremento deconfiabilidade nas aes da empresa.
2.4. Gesto de Redes na Administrao Pblica
Em termos de esforos organizacionais, poucos so os assuntos que
estiveram tanto em pauta, nos ltimos anos, quanto a estruturao de
redes na Administrao Pblica brasileira.
Se h algumas dcadas o Estado brasileiro agia em prol da
consecuo de polticas pblicas basicamente por suas prprias iniciativas
e recursos, hoje podemos afirmar que h a busca da constituio de
redes, moldando uma nova forma de interao entre o Estado e a
sociedade.
Nesse sentido, o Estado vem buscando maior integrao entre
entidades das Administraes Direta e Indireta, bem como atuao
conjunta com os chaamdos Segundo e Terceiro Setor6, buscando sinergia
em prol das solues para as demandas sociais.
Em termos histricos, apenas recentemente o Brasil vem vivendo o
seu processo de redemocratizao, tendo sado de um regime militar h
cerca de menos de trs dcadas. O marco desta redemocratizao a
prpria Constituio Federal de 1988 (a Constituio Cidad), que, entre
outros aspectos, robusteceu o carter social e representativo, pregando a
expanso dos temas da cidadania e da democracia. Ademais, a CF/88
consagrou alguns princpios da participao direta da sociedade civil
como modo de favorecer a democracia, promovendo a estruturao de
redes.
6
O chamado Primeiro Setor composto pelo Estado, ao passo que o Segundo Setor formado por empresasprivadas.
-
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As organizaes no-governamentais (ONGs) e outras formas de
organizao da sociedade civil surgem com maior significncia a partir do
final da dcada de 1980, vindo a substituir os movimentos sociais
populares que haviam se destacado em meados da mesma dcada
(GOHN, 2005). Ainda com destaque no que diz respeito s iniciativas do
Estado na formao de redes, podemos citar as parcerias pblico-
privadas (PPPs), assim definidas por Maral Justen Filho:
[...] parceria pblico-privada um contrato organizacional, de longo
prazo de durao, por meio do qual se atribui a um sujeito privado o
dever de executar obra pblica e (ou) prestar servio pblico, com ou sem
direito remunerao, por meio da explorao da infraestrutura, mas
mediante uma garantia especial e reforada prestada pelo Poder Pblico,
utilizvel para a obteno de recursos no mercado financeiro.
Nas PPPs, o ente privado oferta ao Estado (e sociedade), algum
tipo de servio ou de bem de utilidade pblica voltada infraestrutura (p.
ex., leitos de hospitais, presdios etc.) sendo, em contrapartida,
remunerada aps a finalizao da obra.
10. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) Governana pode serentendida como um modelo horizontal de relao entre o
conceito de governana possui um carter mais amplo que o
conceito de governabilidade.
Entre os diversos conceitos de governana, podemos citar oapresentado por Secchi (2009, p. 358).
[...][governana] um modelo horizontal de relao entre atorespblicos e privados no processo de elaborao de polticas pblicas
De acordo com esta concepo, vemos que a governana do
Estado est atualmente baseada nas iniciativas para a formao de redesentre atores pblicos e privados. A assertiva est certa.
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11. (ESAF / AFRFB / 2009 adaptada) As parcerias pblico-privadas (PPPs) constituem um exemplo de coordenao de
atores estatais e no estatais, tpico da governana.
Da mesma forma que a questo anterior, a assertiva
alternativa apresenta um exemplo (as PPPs) da relao entre atores
pblicos e privados na implementao de polticas pblicas, convergindo
para a definio de Secchi (2009, p. 358) no que concerne estruturao
de redes na governana do Estado.
A assertiva est correta.
12. (FGV / SEFAZ RJ / 2009) Levando em considerao aevoluo do conhecimento administrativo, no que diz
respeito s perspectivas das organizaes em rede, assinale
a afirmativa incorreta.
a) Todas as organizaes podem ser consideradas redes sociais. b) O ambiente uma rede formada por organizaes
interconectadas.
c) As decises dos atores sociais devem ser compreendidas combase na racionalidade.
d) Os contatos entre grupos organizacionais exercem pressosobre seus membros.
e) As comparaes entre organizaes devem levar emconsiderao as caractersticas das redes onde elas esto
inseridas.
Vejamos os comentrios s alternativas:
a) Como vimos, as organizaes, no que concerne a seus ambientes
internos, podem ser consideradas redes sociais, em especial quanto
estrutura de relaes entre seus colaboradores. A alternativa est
correta.
b) A alternativa condiz com o que vimos sobre as caractersticas das
redes. Est, portanto, correta.
c) A deciso racional dos atores uma caracterstica da Teoria da
Burocracia e no da perspectiva das redes organizacionais.
d) Logicamente, ao se estabelecerem relacionamentos entre
organizaes, estas passam a ser stakeholders uma das outras,
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passando a exercer presso sobre o comportamento de seus
membros. A alternativa est correta.
e) A insero da organizao em determinada rede pode ser uma fonte
de vantagem competitiva. Logicamente, tal fato deve ser levado em
considerao quando da comparao com outras organizaes. A
alternativa est errada.
Resposta: C.
13. (ESAF / MPOG / 2009) Comportando a interao deestruturas descentralizadas e modalidades inovadoras de
parcerias entre estatais e organizaes sociais ou
empresariais, a abordagem de redes de polticas pblicas se
constitui em uma recente tendncia da administrao
pblica em nosso pas. Sua proliferao, porm, acarreta
vantagens e desvantagens sua gesto. Como
desvantagem, podemos citar o fato de que as redes:
a) propiciam o desenvolvimento de uma gesto adaptativa. b) garantem a presena pblica sem a necessidade de criao
ou aumento de uma estrutura burocrtica.
c) possibilitam a definio de prioridades de uma maneira mais democrtica.
d) dificultam a prestao de contas dos recursos pblicosenvolvidos, por envolver numerosos atores governamentais e
privados.
e) garantem a diversidade de opinies sobre o problema emquesto, por envolverem mais atores.
Vejamos os comentrios s alternativas:
a) A gesto adaptativa decorrente da flexibilidade tpica das redes
certamente uma vantagem. A alternativa est errada.
b) Esta uma das principais vantagens das redes de polticas pblicas,
em especial das PPPs. A alternativa est errada.
c) Logicamente, ao promover o maior dilogo com a sociedade civil, as
redes formadas pelo Estado provm uma vantagem na definio de
prioridades afetas s demandas sociais. A alternativa est errada.
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d) A dificuldade na prestao de contas logicamente diretamente
proporcional ao nmero de atores envolvidos o que, certamente,
ser maior em uma rede de relacionamentos. A alternativa est
certa.
e) Diversidade de opinies vai ao encontro (= a favor) da participao
democrtica doa atores sociais, sendo esta uma virtude promovida
pelas redes. A alternativa est errada.
Resposta: D.
Ficamos aqui nesta aula. A prxima aula (que ser disponibilizada na
prxima segunda-feira) ir abordar a gesto de pessoas do quadro prprio
e terceirizadas.
Bons estudos!
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QUESTES APRESENTADAS NESTA AULA
1. (FCC / BAHIAGS / 2010) No processo de comunicao, apercepo e interpretao, por parte do receptor, do significado
da mensagem recebida denominada:
a) codificao. b) feedback positivo. c) decodificao. d) tautologia. e) resposta.
2. (ESAF / ATRFB / 2012 - adaptada) Julgue as assertivasabaixo:
I. A codificao pelo emissor, a transmisso, a decodificaoe o feedback constituem o processo de comunicao.
II. A comunicao formal somente se consolida nos fluxosdirecionais descendente e lateral. O fluxo ascendente
exclusivo da comunicao informal.
III. Como atividade gerencial a comunicao deve proporcionarmotivao, cooperao e satisfao nos cargos.
a) E E C b) C E E c) C C E d) C E C e) E C E
3. (CONSULPLAN / TSE / 2012) Atualmente, as organizaesesto tentando melhorar as suas comunicaes internas e
externas, devido ao grande nmero de problemas gerados
pela inadequao dessas comunicaes. Qual o
procedimento recomendado na tentativa de maximizar a
eficcia da comunicao organizacional?
a) Utilizar linguagem tcnica na elaborao de relatrios e e-mails.
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b) Usar de forma correta e constante o processo de retroao. c) Distanciar-se do mundo dos colaboradores. d) Aumentar o grau de entropia do sistema organizacional.
4. (FCC / TRT 4 Regio / 2011) Para reduzir as dificuldades decomunicao nas organizaes pblicas derivadas do padro
burocrtico de gesto recomendvel:
a) investir em novas Tecnologias da Informao. b) incentivar os fluxos descendentes de informao. c) concentrar o fluxo de informao oficial na Intranet. d) fortalecer os fluxos laterais ou horizontais de informao. e) eliminar os fluxos informais de informao.
5. (CESPE / INSS / 2008) A comunicao institucional utilizatcnicas de relaes pblicas, marketing, publicidade,
propaganda e jornalismo.
6. (FUNCAB / Prefeitura de Porto Velho RO / 2009) ...cidadania pressupe a comunicao entre os vrios setores da sociedade,
exigindo uma comunicao capaz de integrar Estado, governo e
sociedade em prol de polticas pblicas que procurem atender as
necessidades sociais (Oliveira, M. J. C.). A comunicao pblica,
dentro da proposta de construo da cidadania, aquela que:
a) praticada pelo governo com o objetivo de prestar contas; b) adota o marketing poltico, buscando atingir a opinio
pblica atravs de mtodos publicitrios em busca de
respostas rpidas e efeitos imediatos;
c) envolve o cidado de maneira mais diversa, participativa,estabelecendo um fluxo de relaes comunicativas entre
Estado e sociedade;
d) define tcnicas persuasivas para abordar os assuntos e aforma como eles sero apresentados aos cidados;
e) adota as novas tecnologias para atrair cidados e formaropinio.
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7. (ESAF / SEFAZ SP / 2009) Considerado fundamental governana no setor pblico, o processo pelo qual as entidades
pblicas e seus responsveis devem prestar contas dos
resultados obtidos, em funo das responsabilidades que lhes
foram atribudas por delegao de poder, denomina-se:
a) Transparncia.
b) Integridade.
c) Equidade.
d) Responsabilidade Fiscal.
e) Accountability.
8. (CESPE / TRE MA / 2009) Os diversos sistemas do governofederal, que funcionavam isoladamente, passaram a trabalhar de
forma integrada, delineando nova forma de governo-rede,
agregando benefcios como maior confiabilidade das
informaes e reduo de custos. Do ponto de vista da
administrao, por exemplo, o Sistema Integrado de
Administrao de Servios Gerais (SIASG) atua como
ferramenta de apoio para atividades de gesto de materiais,
licitaes, contratos e fornecedores. Acerca da tecnologia de
informao, da gesto de redes e da comunicao na gesto
pblica, assinale a opo correta.
a) Os avanos na tecnologia da informao produzem profundosimpactos na administrao pblica. Apesar de a reforma
gerencial proporcionar mais informaes e melhor qualidade
aos dirigentes pblicos, a transparncia pblica no contribui
para garantir carter mais democrtico e orientado para a
consolidao da cidadania.
b) Considerando que a informao sempre imperfeita, poissofre influncia dos editoriais, de presses e interesses que
caracterizam as sociedades, a comunicao pela Internet
possibilita maior interao quanto s polticas, aos projetos e
s medidas adotadas pelo governo, apesar de no poder ser
considerada como um instrumento de comunicao
institucional deste.
c) Ainda que a rede do governo oferea acesso a informaessobre as polticas, os projetos e as aes governamentais,
bem como sobre a tramitao de demandas dirigidas aos
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rgos pblicos ou de interesse do cidado, falta a ela a
integrao necessria com os sistemas administrativos
informatizados dos variados rgos, limitando o acesso dos
cidados s informaes, principalmente quanto aos gastos
governamentais.
d) O aumento das tecnologias de informao no setor pblicotem gerado maior nvel de burocratizao dos servios de
gesto governamental, pois demanda atualizaes
frequentes dos dados daquelas organizaes que lidam com
o governo.
e) O uso das tecnologias de informao e comunicaopromove avanos significativos na gesto da informao pelo
servio pblico, o que possibilita a reduo dos custos, o
aperfeioamento dos processos e a capacitao para prestar
servios e informaes de melhor qualidade, promovendo a
transparncia das aes governamentais.
9. (CESPE / TRE MA / 2010) Um dos principais pressupostosda gesto em redes organizacionais a existncia de
organizaes independentes, mas que possuam relaes
especficas e dinmicas que demandam gerenciamentos que
objetivem a obteno de melhores resultados globais.
10. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) Governana pode serentendida como um modelo horizontal de relao entre o
conceito de governana possui um carter mais amplo que oconceito de governabilidade.
11. (ESAF / AFRFB / 2009 adaptada) As parcerias pblico-privadas (PPPs) constituem um exemplo de coordenao de
atores estatais e no estatais, tpico da governana.
12. (FGV / SEFAZ RJ / 2009) Levando em considerao aevoluo do conhecimento administrativo, no que diz
respeito s perspectivas das organizaes em rede, assinale
a afirmativa incorreta.
a) Todas as organizaes podem ser consideradas redes sociais.
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b) O ambiente uma rede formada por organizaesinterconectadas.
c) As decises dos atores sociais devem ser compreendidas combase na racionalidade.
d) Os contatos entre grupos organizacionais exercem pressosobre seus membros.
e) As comparaes entre organizaes devem levar emconsiderao as caractersticas das redes onde elas esto
inseridas.
13. (ESAF / MPOG / 2009) Comportando a interao deestruturas descentralizadas e modalidades inovadoras de
parcerias entre estatais e organizaes sociais ou
empresariais, a abordagem de redes de polticas pblicas se
constitui em uma recente tendncia da administrao
pblica em nosso pas. Sua proliferao, porm, acarreta
vantagens e desvantagens sua gesto. Como
desvantagem, podemos citar o fato de que as redes:
a) propiciam o desenvolvimento de uma gesto adaptativa. b) garantem a presena pblica sem a necessidade de criao
ou aumento de uma estrutura burocrtica.
c) possibilitam a definio de prioridades de uma maneira mais democrtica.
d) dificultam a prestao de contas dos recursos pblicosenvolvidos, por envolver numerosos atores governamentais e
privados.
e) garantem a diversidade de opinies sobre o problema emquesto, por envolverem mais atores.
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GABARITO
1- C 2- D
3- B 4- D 5- C 6- C 7- E 8- E 9- C 10- C 11- C 12- C 13- D
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Referncias
BERTALANFFY, L. Teoria Geral dos Sistemas. 3 Edio. Petrpolis:
Vozes, 1977. Captulo 2, p. 52-81.
CASTELLS, M. A Era da Informao: Economia, Sociedade e Cultura.
Vol. I A Sociedade em Rede, 5 edio. So Paulo: Paz e Terra, 2001.
FISCHER, T.; MELO, V. P. Organizaes e interorganizaes na gesto do
desenvolvimento scio-territorial. Revista Organizaes & Sociedade,
v. 11, ed. especial, p. 13-41, 2004.
OLIVIERI, L. A importncia histrico-social das Redes. Rede de
Informaes para o Terceiro Setor. Rio de Janeiro, 2003.
PALUDO, A. V., Administrao Pblica: Teoria e Questes. 2 Edio.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
WEBER, M. Economia e Sociedade: Fundamentos da Sociologia
Compreensiva, v. 2. Braslia: Editora UnB, 2004.
WHITAKER, F. Rede: uma estrutura alternativa de organizao. Revista
Mutaes Sociais, v. 2, n. 3, 1993.