Aula 08

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGI ÃO PROFESSOR RENATO FENILI 1 Prezado(a) amigo(a), Espero que tenha sido uma semana proveitosa de estudos. Estamos na reta final de nosso curso. Hoje teremos a penúltima aula, no que diz respeito ao conteúdo. Eis a programação: AULA CONTEÚDO 8 Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais. Tudo pronto? Então vamos ao trabalho!

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  • NOES DE ADMINISTRAO PBLICA ANALISTA JUDICIRIO (REA ADMINISTRATIVA) TRT 1 REGIO

    PROFESSOR RENATO FENILI

    1

    Prezado(a) amigo(a),

    Espero que tenha sido uma semana proveitosa de estudos.

    Estamos na reta final de nosso curso. Hoje teremos a penltima

    aula, no que diz respeito ao contedo. Eis a programao:

    AULA CONTEDO

    8 Comunicao na gesto pblica e gesto de redes

    organizacionais.

    Tudo pronto? Ento vamos ao trabalho!

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    I. COMUNICAO NA GESTO PBLICA

    1.1. Introduo

    Na aula 03 de nosso curso estudamos as principais caractersticas do

    processo de comunicao, em especial o conceito e os componentes do

    processo de comunicao. Antes de ingressarmos na abordagem da

    comunicao no contexto da Administrao Pblica, faremos uma breve

    reviso, por meio de exerccios.

    1. (FCC / BAHIAGS / 2010) No processo de comunicao, apercepo e interpretao, por parte do receptor, do significado

    da mensagem recebida denominada:

    a) codificao. b) feedback positivo. c) decodificao. d) tautologia. e) resposta.

    O Modelo de Comunicao, j contemplando o feedback do receptor

    em direo ao emissor, a fim de prover uma medida do quo precisa foi a

    transmisso da mensagem, assim representado:

    A fim de enviar a mensagem ao receptor, seu contedo deve ser,

    preliminarmente, codificado em linguagem oral ou escrita, em smbolos

    etc. Aps a efetiva transmisso da mensagem, via um canal (um meio

    fsico, como uma carta, ou a prpria propagao do som no ar), h a sua

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    decodificao pelo receptor (percepo e interpretao), visando

    compreenso de seu contedo.

    Assim, a alternativa C est correta.

    2. (ESAF / ATRFB / 2012 - adaptada) Julgue as assertivasabaixo:

    I. A codificao pelo emissor, a transmisso, a decodificao eo feedback constituem o processo de comunicao.

    II. A comunicao formal somente se consolida nos fluxosdirecionais descendente e lateral. O fluxo ascendente

    exclusivo da comunicao informal.

    III. Como atividade gerencial a comunicao deve proporcionarmotivao, cooperao e satisfao nos cargos.

    a) E E C b) C E E c) C C E d) C E C e) E C E

    Vejamos os comentrios s assertivas:

    I. Todos os componentes citados na assertiva (codificao,transmisso atravs do canal), decodificao e feedback)

    efetivamente constituem o processo de comunicao,

    conforme podemos verificar no esquema exposto na resoluo

    da questo anterior. A assertiva est certa.

    II. A comunicao formal, em uma organizao, aquela que fluipor meio dos canais hierrquicos institucionalmente

    constitudos. Pode se dar em trs direes:

    descendente: flui de um nvel hierrquico superior a um

    inferior;

    ascendente: flui de um nvel hierrquico inferior a um

    superior, e

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    horizontal: flui entre membros / unidades

    administrativas pertencentes a um mesmo nvel

    hierrquico.

    Dessa forma, a assertiva est errada.

    III. A motivao, a cooperao e a satisfao nos cargos soproporcionadas, grosso modo, pelo exerccio da liderana,

    afetando diretamente o comportamento dos indivduos.

    Contudo, a liderana, entendida como um processo de

    influncia interpessoal, d-se eminentemente por meio da

    comunicao entre indivduos. Dessa maneira, podemos

    considerar a assertiva correta.

    Resposta: D.

    3. (CONSULPLAN / TSE / 2012) Atualmente, as organizaesesto tentando melhorar as suas comunicaes internas e

    externas, devido ao grande nmero de problemas gerados

    pela inadequao dessas comunicaes. Qual o

    procedimento recomendado na tentativa de maximizar a

    eficcia da comunicao organizacional?

    a) Utilizar linguagem tcnica na elaborao de relatrios e e-mails.

    b) Usar de forma correta e constante o processo de retroao. c) Distanciar-se do mundo dos colaboradores. d) Aumentar o grau de entropia do sistema organizacional.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) O uso de linguagem tcnica deve restringir-se s ocasies em que

    se faz necessria (por exemplo, na redao de laudos, pareceres e

    relatrios mais complexos). J em e-mails, deve-se buscar a

    linguagem mais adequada situao. Entre amigos, em geral a

    linguagem coloquial. J em e-mails que tratam de assuntos de

    trabalho, o padro a linguagem mais formal. De qualquer forma, o

    emprego de linguagem tcnica no usual em e-mails. A alternativa

    est errada.

    b) O processo de retroao ou de feedback permite verificar se a

    compreenso da mensagem, pelo receptor, deu-se de forma

    apropriada. Caso o processo no tenha sido eficaz (por vezes devido

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    a rudos), a retroao possibilitar que aes sejam tomadas a fim

    de completar o processo de comunicao. A alternativa est correta.

    c) Logicamente, distanciar-se do mundo dos colaboradores (= dos

    funcionrios da organizao) vai de encontro consecuo de uma

    comunicao eficaz. Deve-se sempre buscar a empatia com relao

    aos receptores, ou seja, colocar-se mentalmente na posio do

    receptor, de modo a vislumbrar como ele ir receber a mensagem.

    Ao distanciar-se do mundo do colaborador, a empatia ficar,

    certamente, comprometida. A alternativa est errada.

    d) De forma geral, a entropia mede o grau de organizao de um

    sistema. Quanto maior a entropia, menos organizado o sistema

    em estudo, ou seja, mais catico ele . Logicamente, em um

    sistema catico, a eficcia da comunicao ser comprometida. A

    alternativa est errada.

    Resposta: B.

    4. (FCC / TRT 4 Regio / 2011) Para reduzir as dificuldades decomunicao nas organizaes pblicas derivadas do padro

    burocrtico de gesto recomendvel:

    a) investir em novas Tecnologias da Informao. b) incentivar os fluxos descendentes de informao. c) concentrar o fluxo de informao oficial na Intranet. d) fortalecer os fluxos laterais ou horizontais de informao. e) eliminar os fluxos informais de informao.

    O modelo burocrtico organizacional preconizado pelo socilogo alemo

    Max Weber ainda possui caractersticas bastante fortes na Administrao

    Pblica.

    De acordo com este modelo, a organizao deveria primar por ser

    extremanente racional, caracterizada por cargos formalmente bem

    definidos, com hierarquia, autoridade e responsabilidades claras e

    delimitadas.

    O processo de comunicao, neste contexto, era dado quase que

    somente seguindo-se as relaes hierrquicas ascendentes e

    descendentes. Os fluxos lateriais ou horizontais de informao, ou seja, a

    comunicao dentro de unidades organizacionais que ocupam um mesmo

    nvel hierrquico, so tnues no modelo burocrtico.

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    Desta forma, a fim de reduzir as dificuldades de comunicao em uma

    organizao com caractersticas burocrticas, h de se robustecer a

    comunicao horizontal. Com esse entendimento, a alternativa d est

    correta.

    H de se mencionar que o inventimento em novas tecnologias da

    informao entendido como fator que promove a comunicao, de modo

    geral, nas organizaes. Assim, a alternativa a no est 100% errada. O

    fato que as novas TIs devero ser empregadas, prioritariamente, para

    facilitar a comunicao horizontal, ok?

    Resposta: D.

    5. (CESPE / INSS / 2008) A comunicao institucional utilizatcnicas de relaes pblicas, marketing, publicidade,

    propaganda e jornalismo.

    At o momento, estvamos abordando to somente a comunicao

    interpessoal. Contudo, iremos agora nos ater denominada comunicao

    institucional, responsvel por disseminar os valores e as aes julgadas

    pertinentes de uma organizao para seu pblico, seja ele interno ou

    externo.

    A comunicao institucional um concieto intimamente relacionado

    ao de relaes pblicas. Este, por sua vez, assim definido pela

    Associao Brasileira de Relaes Pblicas (ABRP)1:

    Entende-se por Relaes Pblicas o esforo deliberado,

    planificado, coeso e contnuo da Alta Administrao para estabelecer e

    manter uma compreenso mtua entre uma organizao pblica ou

    privada e seu pessoal, assim como entre essa organizao e todos os

    grupos aos quais ela est ligada direta ou indiretamente.

    A partir dessa definio, iremos nos aprofundar um pouco no

    conceito de Relaes Pblicas. Vejamos o quadro abaixo:

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    http://abrpsp.wordpress.com/about/definicao-rp/

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    RELAES PBLICAS

    O que ?

    uma funo administrativa, responsvel por gerenciar

    o relacionamento da organizao com diversos grupos

    sociais.

    Qual o

    objetivo?

    As Relaes Pblicas visam compreenso mtua e

    manuteno de uma imagem favorvel da organizao

    com os grupos aos quais ela se vincula (=

    comunicao institucional). Esses grupos podem ser

    de duas categorias:

    pblico interno - os prprios colaboradores da

    organizao

    pblico externo - os stakeholders (= todos

    aqueles que, direta ou indiretamente, afetam ou

    so afetados pelas atividades da organizao.

    Segundo a ABRP, so os acionistas, clientes,

    fornecedores, governos, indstria, comrcio,

    financiadores etc.), alm da prpria imprensa.

    (de certa maneira, podemos considerar os

    colaboradores da organizao como inseridos no escopo

    dos stakeholders).

    Como

    efetuada?

    Essencialmente, por meio de aes de comunicao

    institucional, que iro variar conforme o pblico-alvo

    que a organizao dirige-se, bem como conforme o

    canal escolhido. A comunicao institucional, modo de

    efetuao das relaes pblicas, emprega tcnicas de

    marketing, publicidade, propaganda e jornalismo.

    O documento de planejamento que define a quem, o

    que e como comunicar chama-se Plano de

    Comunicao.

    Quais as

    funes

    bsicas?

    As funes bsicas de Relaes Pblicas so:

    Assessoramento = prestao de assessoria

    cpula da organizao, no que diz respeito

    melhor maneira de se dirigir aos stakeholders;

    Pesquisa = levantamento da opinio e das

    expectativas dos stakeholders.

    Planejamento = elaborao de planos de

    comunicao, estimativa de gastos com iniciativas

    de relaes pblicas.

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    RELAES PBLICAS

    Execuo = divulgao e comunicao

    propriamente dita.

    Considerando-se o modo como se d a comunicao institucional,

    constante da tabela acima, temos que a assertiva est correta.

    Ao falarmos de comunicao na Administrao Pblica, essencial

    considerarmos a comunicao institucional, responsvel por prover no s

    a transparncia na gesto e a prestao de contas para com os rgos de

    controle e com a sociedade, mas tambm uma gesto participativa com os

    membros da comunidade. Assim, essencial nos familiarizarmos com os

    tpicos New Public Management (Nova Gesto Pblica), accountability e

    transparncia, abordados nas prximas sees.

    1.2. Comunicao na Gesto Pblica: New Public Management, accountability e transparncia

    New Public Management (Nova Gesto Pblica)

    A trajetria da Administrao Pblica brasileira foi marcadapor trs

    reformas administrativas principais: a Reforma Burocrtica da dcada

    de 1930, a Reforma Desenvolvimentista decorrente do Decreto-Lei n

    200/67 e, finalmente, a Reforma Gerencial materializada pelo Plano

    Diretor de Reforma do Aparelho do Estado (Pdrae), em 1995. No do

    escopo de nosso curso nos aprofundarmos no estudo destas reformas. O

    intuito apenas compreendermos o papel da comunicao no modelo de

    gesto mais atual da Administrao Pblica.

    A partir da Reforma Gerencial de 1995, prticas como a

    descentralizao administrativa, a orientao para resultados e o foco no

    cidado-cliente foram implementadas.

    Neste momento, iremos estudar um movimento chamado de Nova

    Gesto Pblica (ou New Public Management), que serviu de base

    para diversas reformas administrativas ocorridas no final do sculo

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    passado, em nvel mundial e que, no mbito do Brasil, serviu de

    fundamento s ideias da Reforma Gerencial de 1995.

    A Nova Gesto Pblica (NGP) ou a New Public Management (NPM) um

    movimento surgido no final da dcada de 1970 e incio da dcada de

    1980, em pases capitalistas desenvolvidos, como reflexo da necessidade

    de mudana do modelo de atuao do Estado, colocado cada vez mais em

    xeque desde as crises do petrleo de 1973 e 1979.

    poca, havia uma severa crtica ao modelo burocrtico e

    intervencionista dos Estados, ento vigente. As crticas ao modelo

    burocrtico intensificavam-se ao passo que a crise financeira dos Estados

    agravava-se. Era necessria uma resposta em termos de mudana do

    modelo de gesto vigente.

    A resposta veio a partir de 1979/1980, quando os conservadores

    chegam ao poder, em especial nas figuras de Margareth Thatcher (do

    Partido Trabalhista, na Gr-Bretanha) e de Ronald Reagan (do Partido

    Republicano, nos Estados Unidos). A proposio inicial do chamado new

    public management (NPM) partia do pressuposto de que prticas

    administrativas tpicas do setor privado poderiam ser aplicadas no

    setor pblico.

    Os Estados foram acusados de serem responsveis pelas crises

    econmicas, sociais e administrativas que enfrentavam. Desta forma, em

    um primeiro momento, o NPM adotou as ideias do neoliberalismo

    (ou do Estado Mnimo), sendo que algumas economias foram

    amplamente desregulamentadas e o aparelhamento estatal, desmantelado

    afinal, o Estado era visto como vilo. Tal medida foi revista em

    momento posterior, ao se perceber que a resposta havia sido inadequada.

    Assim, o NPM passou a defender o papel do Estado como regulador

    e controlador (e no pleno executor), com aes voltadas

    satisfao do cidado-usurio.

    Um dos primeiros passos do NPM rumo administrao pblica

    gerencial foi o desenvolvimento de ferramentas de gesto do oramento,

    vinculando-se as finanas pblicas mais a objetivos almejados do que a

    regras rgidas do servio estatal.

    Os conceitos fundamentais da nova gesto pblica so assim

    apresentados por Armstrong (1998):

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    Caractersticas fundamentais da Nova Gesto Pblica

    Reduo de custos e busca de maior transparncia na alocao de

    recursos;

    Introduo de mecanismos gerenciais de mercado (ou privados), no

    setor pblico;

    Introduo de sistemas de gesto por desempenho;

    Mudana nas polticas de pessoal, alterando a condio de

    estabilidade de emprego e estabelecendo critrios de desempenho;

    Aumento da nfase na qualidade do servio e na busca pela

    satisfao do consumidor (cidado-cliente).

    O fato que, na percepo da poca, a Nova Gesto Pblica ficou em

    evidncia porque a Administrao Pblica Burocrtica havia exaurido suas

    possibilidades (BRESSER-PEREIRA, 2009, p. 211).

    A literatura que aborda o NPM usualmente faz referncia ao caso da

    Gr-Bretanha, no s por ter sido um esforo pioneiro na mudana do

    modelo gerencial, mas tambm pelo sucesso e pela uniformidade na

    implantao do NPM2. Ao longo das dcadas de 1980 e 1990, surgiram

    trs estgios (ou vises) da Nova Administrao Pblica: o

    gerencialismo puro (ou managerialism), o consumerism e o Public

    Service Orientation (PSO). H, no entanto, um ncleo comum entre

    estes estgios, sendo que tais vises so, por vezes, intercambiveis. A

    seguir veremos detalhes sobre estes estgios:

    2

    Os Estados Unidos, por ser formado por Estados Federados autnomos, apresentam uma significativadescentralizao administrativa, dificultando sobremaneira a implantao de um modelo nico degerencialismo. O mesmo no ocorreu com a Gr-Bretanha, cujas condies polticas favoreciam a adoo dosideais da Nova Administrao Pblica.

    Gerencialismo Puroou Managerialism

    Consumerism Public Service

    Orientation (PSO)

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    O Gerencialismo Puro ou Managerialism

    O ponto central do gerencialismo puro a busca pela eficincia,

    identificando-se com os ideais neoliberais. Visa-se reduo dos custos

    do setor pblico e ao aumento de sua produtividade, reduzindo-se a

    mquina governamental por meio da privatizao de estatais e da

    modificao da estrutura (organizao) das atividades.

    As especificidades do gerencialismo puro so arroladas a seguir:

    Especificidades do Gerencialismo Puro

    Foco na eficincia (e no na efetividade, ou seja, no impacto que

    o servio pblico ter sobre o cidado). O usurio do servio pblico

    visto como mero financiador do sistema;

    O modelo de gesto do setor privado pode ser diretamente

    implantado no setor pblico. No h a considerao de que as

    especificidades do setor pblico podem dificultar, por exemplo, a

    mensurao da eficincia e a avaliao do desempenho;

    H separao (independncia) entre poltica e administrao,

    de modo que seria possvel implantar um modelo de gesto gerencial

    independentemente do contexto poltico existente. No entanto, o

    desenvolvimento do modelo gerencial na Gr-Bretanha somente logrou

    xito devido a um forte apoio poltico dos conservadores para o avano da

    reforma.

    Os conceitos deste estgio do NPM foram empregados, com maior ou

    menor intensidade, por todos os governos que realizaram reformas

    administrativas nas ltimas dcadas. Contudo, algumas das

    especificidades sofreram mudanas, descritas no estgio a seguir.

    O Consumerism

    O gerencialismo puro, a partir da segunda metade da dcada de 1980,

    passou a sofrer crticas relacionadas nfase restrita eficincia, sem

    dispensar maior ateno aos impactos dos servios pblicos aos cidados

    (efetividade). Assim, surge o consumerism, a segunda onda do NPM, que

    passa a focar o usurio do servio pblico como cliente-cidado.

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    As especificidades do consumerism so arroladas a seguir:

    Especificidades do Consumerism

    Foco na perspectiva do cliente-cidado (ou cliente-usurio).

    O usurio do servio pblico no mais visto como mero financiador do

    sistema, mas sim como o propsito de se prestar o servio pelo Estado.

    Assim, a reduo de custos pelo Estado est subordinada consecuo da

    satisfao pelo cliente. Da mesma forma, ocorre a descentralizao

    administrativa e poltica, de forma a alocar a gesto mais prxima ao

    cidado, possibilitando uma melhor avaliao e fiscalizao;

    Introduo da perspectiva da qualidade, em parte devido

    difuso da gesto da qualidade total3 no setor privado. Com a adoo do

    referencial da qualidade, evitava-se incorrer na perda do nvel dos

    servios em virtude de uma eventual reduo de custos do Estado.

    Surge o planejamento estratgico aplicvel s organizaes

    pblicas, bem como se incentiva um modelo contratual no servio

    pblico (seja entre organizaes pblicas e privadas ou entre as prprias

    organizaes pblicas).

    O consumerism recebeu crticas, em especial pelo fato de a relao

    entre o prestador do servio pblico com seu consumidor ser mais

    complexa do que a relao existente no mercado (setor privado). H, por

    exemplo, servios que devem ser prestados pelo Estado e que no podem

    ser delegados (sade, educao, previdncia etc.), e que no oferecem ao

    consumidor a possibilidade de escolha, como ocorreria no mbito do

    mercado.

    Dessa forma, o conceito de consumidor passou a ser substitudo pelo

    de cidado, no estgio descrito a seguir.

    3 A Gesto da Qualidade Total GQT (ou Total Quality Management) uma filosofia administrativa

    que defende a a aplicao da qualidade em todas as atividades feitas na organizao, em todas as

    suas reas e nveis (compras, finanas, vendas, rea jurdica etc., e no somente no setor de

    produo). Concebida na dcada de 1970, teve grande difuso na dcada seguinte, como uma

    resposta das empresas norte-americanas invaso em seus mercados de produtos japoneses de alta

    qualidade.

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    Public Service Orientation (PSO)

    Trata-se do estgio mais atual do New Public Management (NPM),

    ainda vigente. Surge a partir do incio da dcada de 1990, no s na Gr-

    Bretanha e nos Estados Unidos, mas tambm em vrios outros pases da

    Europa.

    Nesta viso, o conceito de consumidor substitudo pelo de

    cidado, tendo em vista que cidadania implica direitos e deveres, e no

    s a liberdade de escolha de servios pblicos.

    As especificidades do Public Service Orientation (PSO) so arroladas a

    seguir:

    Especificidades do Public Service Orientation (PSO)

    Substituio do conceito de cliente/consumidor pelo de

    cidado. No h mais o carter de passividade do cliente, conforme

    retratado no consumerism. A cidadania pressupe a participao ativa (do

    cidado) na escolha dos dirigentes, na formao das polticas pblicas, na

    avaliao dos servios pblicos, bem como na exigncia da prestao de

    contas (= accountability) dos rgos administrativos sociedade;

    Busca pela equidade, ou seja, pela observncia da isonomia no

    tratamento dos administrados (um dos fundamentos da Administrao

    Pblica). Esta perspectiva visa a minimizar uma das falhas do

    consumerism, que peca a no responder efetivamente quem so os

    consumidores ou os clientes. Assim, haveria a possibilidade, no

    consumerism, daqueles que se organizarem melhor serem mais bem

    atendidos pelo Estado. Este tratamento desigual combativo na PSO.

    Resgate dos ideais de transparncia, de participao poltica

    e de bem comum como forma de evitar prticas patrimonialistas e

    clientelistas.

    Salienta-se que a PSO uma viso vigente, ainda em formao, que

    torna evidente que para se reformar o Estado fundamental alinhar um

    novo modelo organizacional para o setor pblico com o exerccio da

    cidadania.

    O quadro abaixo traz uma sntese dos trs estgios do NPM:

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    GERENCIALISMO

    PURO

    (Managerialism)

    CONSUMERISM

    PUBLIC

    SERVICE

    ORIENTATION

    (PSO)

    Focos / Objetivos

    Eficincia / reduo

    de custos

    (economia)

    Qualidade /

    planejamento

    estratgico /

    modelo

    contratual

    Cidadania,

    equidade,

    transparncia,

    accountability

    Viso sobre o

    usurio do

    servio pblico

    Financiador do

    setor pblico

    Cliente (ou

    consumidor) do

    servio prestado.

    Cidado (com

    direitos e

    deveres)

    Descentralizao Forma de se obter

    maior eficincia

    Descentralizao

    administrativa e

    poltica, como

    forma de

    aproximar os

    prestadores de

    servios aos

    consumidores.

    Forma de

    promover a

    participao

    poltica, bem

    como de

    implementar

    polticas pblicas.

    Relembra-se apenas que estes estgios no so contraditrios

    entre si. So, na realidade, vises muitas vezes complementares, que

    retratam a evoluo das ideias que fundamentam a administrao pblica

    gerencial.

    IMPORTANTE!

    Tendo em vista o exposto, o processo de comunicao inserido na

    Administrao Pblica atualmente como forma de envolver o

    cidado-cliente de forma participativa, visando consecuo do ideal

    democrtico e ao exerccio da cidadania. A comunicao institucional

    transcende a mera prestao de contas pelo Estado: , em si, um

    mecanismo de promoo da participao poltica pela sociedade.

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    6. (FUNCAB / Prefeitura de Porto Velho RO / 2009) ...cidadania pressupe a comunicao entre os vrios setores da sociedade,

    exigindo uma comunicao capaz de integrar Estado, governo e

    sociedade em prol de polticas pblicas que procurem atender as

    necessidades sociais (Oliveira, M. J. C.). A comunicao pblica,

    dentro da proposta de construo da cidadania, aquela que:

    a) praticada pelo governo com o objetivo de prestar contas; b) adota o marketing poltico, buscando atingir a opinio

    pblica atravs de mtodos publicitrios em busca de

    respostas rpidas e efeitos imediatos;

    c) envolve o cidado de maneira mais diversa, participativa,estabelecendo um fluxo de relaes comunicativas entre

    Estado e sociedade;

    d) define tcnicas persuasivas para abordar os assuntos e aforma como eles sero apresentados aos cidados;

    e) adota as novas tecnologias para atrair cidados e formaropinio.

    Vejamos a anlise das alternativas:

    a) A comunicao pblica, dentro da proposta de construo da

    cidadania, transcende a mera prestao de contas, passando a

    buscar uma gesto participativa, promovendo a participao poltica

    do cidado. A alternativa est errada.

    b) A comunicao pblica, no contexto considerado na questo, no

    envolve o marketing poltico com vistas a atingir a opinio pblica.

    No se trata de propaganda do governo, mas da promoo de

    formas de interao com a sociedade, visando sua participao na

    efetivao de polticas pblicas. A alternativa est errada.

    c) A alternativa expe sem equvocos o objetivo principal da

    comunicao na gesto pblica, no que concerne interao Estado

    sociedade. Est, portanto, correta.

    d) A comunicao na gesto pblica no visa a persuadir os cidados,

    mas sim promover sua participao, criando um ambiente

    democrtico. A alternativa est errada.

    e) A comunicao pblica realmente conta com novas tecnologias, em

    especial as constantes do chamado Governo Eletrnico. No entanto,

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    16

    o objetivo no formar opinio, e sim promover a transparncia na

    gesto e incentivar o debate democrtico com os cidados. A

    alternativa est errada.

    Resposta: C

    Accountability e Transparncia

    O termo accountability no pode ser traduzido com preciso para a

    lngua portuguesa. Logicamente, isso no implica a incapacidade de

    definio precisa do conceito a que se refere.

    De forma geral, accountability refere-se ao dever do agente

    pblico de prestar contas aos cidados. , essencialmente, o

    processo de comunicao, sociedade, das aes tomadas pela

    Administrao Pblica. As origens do desenvolvimento deste conceito

    so remotas, podendo ser relacionadas ao momento em que as

    sociedades passam a conceber a existncia da atividade de controle

    externo (em pases como Inglaterra, Frana e Espanha, no final da Idade

    Mdia, j havia embries de Cortes de Contas). Foi justamente a ideia

    de controle externo que se consolidou em um dos primeiros mecanismos

    de limitao de poder do governante.

    A preocupao com a limitao do poder do soberano espelhada de

    forma mais evoluda na Teoria da Separao dos Poderes (Executivo,

    Legislativo e Judicirio), concebida por Montesquieu no sculo XVIII.

    Segundo esta teoria, a prpria distribuio de funes entre os Poderes

    age como cerceador da autoridade: um mesmo ente no pode legislar,

    executar a lei e julgar os eventuais desvios da norma. Eis a base do

    constitucionalismo.

    Contudo, foi somente a partir das dcadas de 1980 e 1990 que a

    accountability entrou de vez na agenda das sociedades recm-sadas dos

    governos militares, a exemplo da grande maioria dos pases da Amrica

    Latina. A (re)democratizao, no final do sculo passado, implicou a

    necessidade do aumento da cobrana dos governantes por parte dos

    cidados. o que foi defendido, por exemplo, pelo Ministrio da

    Administrao Federal e Reforma do Estado (MARE), em 1997, em um

    contexto de plena implantao dos ideais da Nova Gesto Pblica:

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    17

    Sem dvida um objetivo intermedirio fundamental em qualquer

    regime democrtico aumentar a responsabilizao

    (accountability) dos governantes. Os polticos devem estar

    permanentemente prestando contas aos cidados. Quanto mais clara for

    responsabilidade do poltico perante os cidados, e a cobrana destes em

    relao ao governante, mais democrtico ser o regime. (Caderno Mare

    n 1, 1997, p. 49)

    Aps uma extensa anlise dos principais autores que abordam a

    accountability (ODonnel, Schedler, Mainwaring), Mota (2006, p. 58) nos

    apresenta duas definies abrangentes deste conceito:

    Accountability consiste na relao obrigacional legal que determina que

    quem recebeu um encargo pblico deve prestar esclarecimentos de seus

    atos, motivando-os, e se apurada alguma irregularidade, estar sujeito

    sano.

    Accountability um mecanismo de controle de poder com a natureza

    jurdica de uma relao obrigacional objetiva extra-contratual (isto ,

    legal) que coage os agentes encarregados da administrao dos interesses

    pblicos a explicar seus atos discricionrios, tornando pblicas as suas

    motivaes, quando provocados institucionalmente, sob pena de punio

    legal.

    Mota (2006) chama ateno a dois aspectos essenciais desta ltima

    definio. Primeiramente, o que determina se o sujeito est ou no

    submetido necessidade de prestar contas de seus atos o fato de

    administrar interesses pblicos. Outro aspecto diz respeito sano: se

    for apurado abuso de poder ou desvio de finalidade, haver aplicao de

    penalidade.

    Tanto Schedler quanto Mainwaring listam 3 (trs) dimenses da

    accountability, dispostas no quadro a seguir:

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    18

    DIMENSES DA ACCOUNTABILITY

    DIMENSO DISCRIMINAO

    Informao /

    Transparncia

    Tambm conhecida como answerability, a mera

    disponibilizao de informaes sociedade e s

    demais instncias de controle.

    Explicao /

    Justificao

    Tambm conhecida por responsiveness (ou

    responsividade), envolve pedidos de explicao

    sobre os atos. H, nesta dimenso, uma obrigao

    legal e institucional de fornecer informaes e

    responder a questionamentos.

    Sano / Coero

    / Punio

    Tambm conhecida por enforcement, refere-se

    capacidade, tambm legal e institucional, de serem

    aplicadas penalidades nos casos de serem

    identificadas irregularidades, ou de as informaes

    no serem fornecidas.

    As instituies de accountability podem deter alto ou

    baixo poder de enforcement, de acordo com os

    exemplos abaixo:

    Alto poder de enforcement: tribunais de

    contas, rgos de auditoria (CGU etc),

    agncias reguladoras, comisses

    parlamentares, conselhos administrativos etc.;

    Baixo poder de enforcement: organizaes da

    sociedade civil, imprensa etc.

    Ademais, h autores que fazem classificaes de tipos de

    accountability. As mais relevantes accountability vertical, horizontal e

    societal so apresentadas no quadro abaixo:

    TIPOS DE ACCOUNTABILITY

    TIPO DISCRIMINAO

    Horizontal

    a prestao de contas efetuada exclusivamente

    em nvel de Governo, podendo ser entre os

    Poderes (sistema de freios e contrapesos), ou entre

    rgos, por meio de tribunais de contas, Ministrio

    Pblico, agncias reguladoras e demais rgos de

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    19

    TIPOS DE ACCOUNTABILITY

    TIPO DISCRIMINAO

    controle. Trata-se de uma ao entre iguais (ambos

    o fiscalizado e o fiscalizador so da esfera pblica). A

    accountability horizontal , de certa maneira, uma

    forma de controle burocrtico, efetuado entre

    organizaes que mantm entre si relaes pouco

    flexveis, estabelecidas em normas legais.

    Vertical

    Refere-se aos processos de prestao de contas

    entre o Governo e os cidados. H, assim, uma

    relao entre atores (governo e cidado) que esto

    em patamares distintos, o que justifica o nome

    vertical. Os principais mecanismos de controle que

    dispem os cidados so o voto eleitoral e a ao

    popular4.

    Societal (ou

    social)

    Trata-se de um controle e uma fiscalizao de

    agentes pblicos por parte de grupos da sociedade

    civil. Diferentemente da accountability vertical, os

    mecanismos de controle so os movimentos sociais

    (influenciando a agenda poltica do Governo) e as

    denncias, protagonizadas por entidades como

    ONGs, sindicatos, associaes diversas ou a

    imprensa. (h autores que inserem este tipo de

    accountability na categoria vertical). Os agentes da

    accountability sociental no possuem, contudo, o

    poder legal para aplicarem sanes contra

    transgresses de agentes pblicos.

    No Brasil, atualmente, h uma situao de fraca accountability

    (FURTADO, 2012). H carncia de organizao e de conscincia por parte

    da sociedade e dos cidados no seu papel de fiscalizador.

    Contudo, h de se registrar que recentemente houve progressos

    significativos em prol da consecuo da primeira dimenso da

    4

    Ao popular o direito do cidado, assim normatizado pelo inc. LXXIII do art. 5 da CF/88: LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimniopblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e aopatrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus dasucumbncia;

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    20

    accountability - transparncia. Houve macios investimentos do

    Governo com vistas disponibilizao de informaes em portais da

    Internet. Outro grande progresso refere-se recente entrada em vigncia

    da Lei n 12.527/2011 (mais conhecida como Lei de Acesso

    Informao), que abrange a Administrao Direta e Indireta das trs

    esferas da federao, bem como a criao da Comisso Nacional da

    Verdade, que visa a investigar violaes dos direitos humanos, ocorridas

    no Brasil, entre 1946 e 1988.

    7. (ESAF / SEFAZ SP / 2009) Considerado fundamental governana no setor pblico, o processo pelo qual as entidades

    pblicas e seus responsveis devem prestar contas dos

    resultados obtidos, em funo das responsabilidades que lhes

    foram atribudas por delegao de poder, denomina-se:

    a) Transparncia.

    b) Integridade.

    c) Equidade.

    d) Responsabilidade Fiscal.

    e) Accountability.

    Esta questo foi inserida nesta aula apenas para reforar o contedo

    exposto. A prestao de contas das entidades pblicas e de seus

    responsveis (ou seja, daqueles que administram os interesses pblicos)

    justamente o conceito de accountability essencialmente um processo de

    comunicao por parte da Administrao Pblica acerca de sua atuao.

    Resposta: E.

    8. (CESPE / TRE MA / 2009) Os diversos sistemas do governofederal, que funcionavam isoladamente, passaram a trabalhar de

    forma integrada, delineando nova forma de governo-rede,

    agregando benefcios como maior confiabilidade das

    informaes e reduo de custos. Do ponto de vista da

    administrao, por exemplo, o Sistema Integrado de

    Administrao de Servios Gerais (SIASG) atua como

    ferramenta de apoio para atividades de gesto de materiais,

    licitaes, contratos e fornecedores. Acerca da tecnologia de

    informao, da gesto de redes e da comunicao na gesto

    pblica, assinale a opo correta.

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    21

    a) Os avanos na tecnologia da informao produzem profundosimpactos na administrao pblica. Apesar de a reforma

    gerencial proporcionar mais informaes e melhor qualidade

    aos dirigentes pblicos, a transparncia pblica no contribui

    para garantir carter mais democrtico e orientado para a

    consolidao da cidadania.

    b) Considerando que a informao sempre imperfeita, poissofre influncia dos editoriais, de presses e interesses que

    caracterizam as sociedades, a comunicao pela Internet

    possibilita maior interao quanto s polticas, aos projetos e

    s medidas adotadas pelo governo, apesar de no poder ser

    considerada como um instrumento de comunicao

    institucional deste.

    c) Ainda que a rede do governo oferea acesso a informaessobre as polticas, os projetos e as aes governamentais,

    bem como sobre a tramitao de demandas dirigidas aos

    rgos pblicos ou de interesse do cidado, falta a ela a

    integrao necessria com os sistemas administrativos

    informatizados dos variados rgos, limitando o acesso dos

    cidados s informaes, principalmente quanto aos gastos

    governamentais.

    d) O aumento das tecnologias de informao no setor pblicotem gerado maior nvel de burocratizao dos servios de

    gesto governamental, pois demanda atualizaes

    frequentes dos dados daquelas organizaes que lidam com

    o governo.

    e) O uso das tecnologias de informao e comunicaopromove avanos significativos na gesto da informao pelo

    servio pblico, o que possibilita a reduo dos custos, o

    aperfeioamento dos processos e a capacitao para prestar

    servios e informaes de melhor qualidade, promovendo a

    transparncia das aes governamentais.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) A transparncia pblica, tambm conhecida como answerability,

    uma das dimenses da accountability, vista na aula passada. A falta

    de transparncia impe obstculos significativos ao controle social e

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    22

    de rgos externos, afastando-se do ideal democrtico de

    participao popular. A alternativa est errada.

    b) A comunicao pela Internet efetivamente empregada como

    instrumento de comunicao institucional de diversos rgos

    pblicos. H, inclusive, agncias oficiais de notcias de rgos

    pblicos (por exemplo, no Congresso Nacional), que se manifestam

    institucionalmente via os sites desses rgos. A alternativa est

    errada.

    c) Por previso da Lei de Responsabilidade Fiscal, muito dos esforos

    iniciais no mbito do Governo Eletrnico eram voltados ampla

    divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico, de

    receitas e despesas pblicas, alm de aspectos oramentrios.

    Assim, hoje chegamos a um patamar em que h facilidade de

    acesso aos gastos governamentais (no Portal da Transparncia,

    Comprasnet etc.). A alternativa est errada.

    d) A informatizao do setor pblico aliada de peso da maior

    eficincia governamental, afastando-o de disfunes burocrticas. O

    uso de TICs possibilita maior rapidez no processamento de dados,

    bem como melhor oferta aos cidados de servios e de informaes

    oriundas da administrao pblica. A alternativa est errada.

    e) A alternativa espelha de forma apropriada muitos dos benefcios

    advindos da aplicao das TICs no setor pblico. Est, portanto,

    correta.

    Resposta: E

    II. GESTO DE REDES ORGANIZACIONAIS

    Poucos so os construtos mais em pauta na mdia atual do que as

    redes. Em virtude de portais de relacionamento na Internet em especial

    o facebook as redes sociais so responsveis por significativas

    mudanas em termos de comportamentos dos indivduos em nossa

    comunidade.

    H de se mencionar, contudo, que a expresso rede vem sendo

    usada h tempos nas cincias sociais. Em especial na Antropologia e na

    Psicologia, o termo empregado como instrumento de anlise das

    relaes que so construdas pelos indivduos no crculo social

    (MIGUELETTO, 2001). Este conceito foi extrapolado para as organizaes,

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    23

    agora se visando compreenso da dinmica das relaes

    interorganizacionais.

    O estudo das redes organizacionais tem por objetivo a elucidao

    dos fluxos de recursos, de informaes e de poder entre os atores

    participantes. O foco principal a compreenso do modo como as relaes

    esto estruturadas, visando a uma conformao das ligaes entre os

    atores de modo mais eficiente.

    2.1. Teoria das Redes: Perspectiva histrica

    A Administrao , em si, uma cincia jovem. Remonta do incio do

    sculo passado, em virtude do aumento exponencial de produo

    decorrente da Revoluo Industrial. Contudo, a despeito de contar com

    (apenas) pouco mais de cem anos de existncia, sua evoluo foi

    significativa neste perodo.

    Um dos maiores objetivos da Administrao elucidar a forma como

    as organizaes poderiam ser mais eficientemente organizadas. Para isso,

    ao longo do tempo, foram considerados distintos fatores que, sua poca,

    eram entendidos como capazes de influenciar de forma preponderante o

    desempenho organizacional.

    Assim, ao longo do sculo XX, foram elaboradas distintas Teorias

    Organizacionais, especialmente voltadas a sedimentar o modo como a

    diviso de trabalho, a hierarquia e a autoridade so vistas e levadas s

    prticas nas organizaes.

    Inicialmente, foi desenvolvida a chamada Abordagem Clssica da

    Administrao, constituda por suas correntes tericas: a Administrao

    Cientfica, de Taylor que dispensava nfase s tarefas, e a Teoria

    Clssica, de Fayol cuja ateno voltava-se estrutura. De qualquer

    modo, ambas as correntes vinham o componente humano na organizao

    como a pea de uma mquina, ignorando traos intrnseco aos

    funcionrios.

    Mas ser que essa viso do homem como componente da mquina

    organizacional foi, por si s, suficiente para predizer a eficincia da

    empresa?

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    24

    No, no foi. A viso mecanicista que se tinha do empregado,

    entendido como desprovido de aspectos humanos e

    psicolgicos, gerou um ambiente de forte explorao e

    de rgido controle, o que nem sempre acarretava

    aumento da produtividade. Uma crtica emblemtica a

    essa viso administrativa do incio do sculo passado

    apresentada no filme Tempos Modernos (1936), de Charles Chaplin.

    Eis o contexto (e um dos motivos principais) do surgimento da

    chamada Escola de Relaes Humanas, surgida na dcada de 1930, em

    decorrncia dos trabalhos de Elton Mayo na Western Electric Company

    (WEC), uma empresa norteamericana de componentes telefnicos situada

    no bairro de Hawthorne, em Chicago. De acordo com esta corrente

    terica, a nfase recai sobre as pessoas, passando-se, pela primeira vez,

    a tomar cincia do conceito de organizao informal, atribudo aos grupos

    sociais espontaneamente formados.

    Em seguida, desenvolveu-se a Teoria da Burocracia, elaborada pelo

    socilogo alemo Max Weber (1864-1920), mas desenvolvida dentro da

    Administrao na dcada de 1940, como uma resposta s parcialidades da

    Abordagem Clssica excessivamente mecanizada e da Escola de

    Relaes Humanas excessivamente centrada no indivduo.

    Com o tamanho e a complexidade crescentes das organizaes (que

    no mais eram somente fbricas), era necessria a elaborao de um

    modelo de organizao extremanente racional, caracterizada por cargos

    formalmente bem definidos, com hierarquia, autoridade e

    responsabilidades claras e delimitadas. A esta modelo denominou-se

    organizao burocrtica.

    Note que, at este momento, as teorias organizacionais

    estavam integralmente voltadas para o interior das organizaes.

    Os aspectos externos eram simplesmente ignorados.

    Foi somente na dcada de 1970 que Bertalanffy desenvolve a

    chamada Teoria Geral dos Sistemas (TGS), segundo a qual a

    organizao vista como inserida em um sistema mais amplo, no mais

    podendo ser concebida como um sistema fechado. Alis, segundo aquele

    autor, a noo de sistema fechado no existe na natureza, sendo apenas

    um artifcio criado pelo homem a ttulo de melhor analis-lo. Logicamente,

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    25

    o nico sistema fechado existente o prprio universo, incapaz de

    estabelecer fluxos para seu exterior.

    Dessa forma, a cincia da Administrao passou a voltar os olhos

    para o ambiente (externo) das organizaes, considerarando aspectos

    como disponibilidade de recursos externos, relaes com outras

    organizaes, relaes com o governo, regulamentaes oriundas de

    rgos externos, bem como ameaas impingidas e oportunidades

    disponibilizadas a partir de aspectos oriundos do ambiente organizacional.

    Podemos dizer que o insight provido pela Teoria Geral dos Sistemas,

    ao contemplar o estudo do ambiente no qual a organizao est inserida,

    gerou um impulso ao desenvolvimento de novas correntes tericas que a

    sucederam. Neste escopo, podemos citar:

    Teoria da Contingncia parte do pressuposto que no h

    uma estrutura pr-definida capaz de otimizar a eficincia

    organizacional. A estrutura tima depender de alguns

    fatores contingenciais (incertos), tais como estratgia,

    tamanho da organizao, tecnologia empregada,

    caractersticas do mercado etc;

    Ecologia Organizacional a abordagem ecolgica das

    organizaes considera a escassez de recursos no ambiente e

    a competitividade do mercado como fatores responsveis por

    promover uma espcie de seleo natural. O ambiente,

    nesta viso, atua determinando quais competidores tero

    xito, selecionando os mais fortes e eliminando os mais fracos

    (MORGAN, 1996).

    Mais recentemente em especial a partir do final da dcada

    de 1970, surge um crescente interesse na relao mantida entre as

    organizaes, em seus mercados. Passa a haver, no meio

    acadmico, uma exploso de trabalhos voltados s chamadas redes

    interorganizacionais, fato que justificado por Nohria e Eccles

    (1992) a partir de trs fatores:

    emergncia, poca, de um novo modelo de competio

    no mercado, em especial em indstrias italianas e no

    Vale do Silcio. Ao passo que o antigo modelo

    organizacional era o da firma de grande porte,

    hierarquizada e verticalizada, o novo modelo o de

    redes de relaes laterais entre organizaes;

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    26

    significativo desenvolvimento de tecnologias de

    informao e comunicao (TICs), viabilizando o

    crescimento da relao entre organizaes, e

    maior maturidade dos estudos organizacionais no que

    diz respeito compreenso do ambiente externo das

    empresas.

    A seguir, veremos com maiores detalhes as caractersticas da

    Teoria das Redes Organizacionais, iniciando, logicamente, pelo

    conceito de rede.

    2.2. O conceito de redes

    De acordo com Fischer e Melo (2004, p. 21), o termo rede deriva

    do latim rete, que significa entrelaamento de fios, cordas, cordis,

    arames, com aberturas regulares fixadas por malhas, formando uma

    espcie de tecido. Em conceito anlogo, Castells (2001) define rede como

    um conjunto de ns interconectados.

    Em termos organizacionais,

    podemos falar de redes sociais, sendo

    estas entendidas como conjuntos

    mltiplos de relaes, seja internamente,

    seja no ambiente externo. Nessa tica, a

    organizao, por si s, compe uma

    rede social (internamente).

    Em nosso caso, devemos nos voltar ao estudo das redes

    interorganizacionais, nas quais cada n uma organizao, e os fios

    so as relaes mantidas por um grupo especfico de organizaes

    inseridas no mercado, por meio das quais fluem recursos bens, pessoas

    ou informaes.

    H de se frisar que, em uma rede, as relaes mantidas entre as

    organizaes so duradouras, e no espordicas. Este o entendimento

    de Oliver (1990, p. 241), segundo o qual as relaes em uma rede de

    organizaes so transaes relativamente constantes, fluxos e ligaes

    que ocorrem entre uma ou mais organizaes em seus ambientes.

    Indo alm, uma definio completa de redes assim apresentada

    por Olivieri (2003, p. 1):

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    27

    Redes so sistemas organizacionais capazes de reunir indivduos e

    instituies, de forma democrtica e participativa, em torno de causas

    afins. Estruturas flexveis e estabelecidas horizontalmente, as dinmicas

    de trabalho das redes supem atuaes colaborativas e se sustentam pela

    vontade e afinidade de seus integrantes.

    Alguns traos devem ser salientados nessa conceituao:

    Redes em cincias sociais so modos de estruturao de

    relacionamentos. Nos casos de indivduos, podemos falar em redes

    sociais, de modo genrico. Ao abordarmos organizaes, nos

    ambientes em que esto inseridas, falamos de redes

    interorganizacionais, composta por entidades independentes,

    com relaes especficas entre si;

    Ao estruturar-se uma rede interorganizacional, objetiva-se chegar a

    uma situao de maior vantagem, se comparada a um quadro no

    qual as organizaes comportam-se de forma estanque (isolada).

    Assim, usualmente, almeja-se uma participao ativa de seus

    elementos, de forma democrtica;

    As redes so estruturadas em torno de objetivos comuns,

    compartilhados por seus componentes;

    As redes so flexveis por natureza, podendo facilmente mais bem

    adaptar-se s contingncias do ambiente;

    As relaes entre os componentes da rede so horizontais, ou

    seja, no h uma base hierrquica que proveja lgica rede. Nesse

    sentido, vale a meno contribuio de Whitaker (1993, p. 1):

    Uma estrutura em rede [...] corresponde tambm ao que seu prprio

    nome indica: seus integrantes se ligam horizontalmente a todos os

    demais, diretamente ou atravs dos que os cercam. O conjunto resultante

    como uma malha de mltiplos fios, que pode se espalhar

    indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum dos seus ns possa

    ser considerado principal ou central, nem representante dos demais. No

    h um chefe, o que h uma vontade coletiva de realizar determinado

    objetivo.

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    28

    9. (CESPE / TRE MA / 2010) Um dos principais pressupostos da

    gesto em redes organizacionais a existncia de organizaes

    independentes, mas que possuam relaes especficas e dinmicas

    que demandam gerenciamentos que objetivem a obteno de

    melhores resultados globais.

    A assertiva est de acordo com o que vimos acerca das

    caractersticas das redes organizacionais.

    Resposta: certa.

    2.3. Razes para a formao de redes

    Qual a razo para a existncia de organizaes?

    Por mais genrica que possa parecer esta questo, sua resposta

    pode elucidar muito acerca da Teoria das Redes Organizacionais.

    Na dcada de 1970, o economista Oliver Williamson desenvolveu as

    bases da chamada Teoria dos Custos de Transao que, sob a tica da

    economia, responde a questo proposta.

    Imagine que voc deseja vender bicicletas. Imagine, ainda, que

    voc no quer montar uma organizao, mas agir individualmente,

    fazendo cada transao diretamente no mercado. Assim, inicialmente,

    voc busca no mercado algum para fabricar um par de rodas. Em

    seguida, faz nova busca para algum fabricar um quadro. Busca, aps,

    vendedores de pneus, de correntes. Por fim, contrata algum para montar

    a bicicleta. Cada transao (troca de servios, bens e informaes atravs

    de interfaces tecnologicamente separadas5), por envolver negociaes que

    se do diretamente no mercado, esto sujeitas incerteza (devido s

    mais diversas variveis) e ao oportunismo dos agentes envolvidos.

    Neste caso, no h uma relao de dependncia entre os envolvidos, mas

    apenas transaes entre atores independentes.

    A fim de minimizar a incerteza e o oportunismo inerentes ao

    mercado, existe a opo de que voc monte uma organizao voltada

    construo e venda de bicicletas, estabelecendo uma relao de hierarquia

    e autoridade inerente s diversas tarefas envolvidas. Assim voc poder

    5

    Entende-se por interfaces tecnologicamente separadas as etapas interligadas do processo de produoseparveis tecnologicamente. Por exemplo, a transferncia de insumos entre uma indstria e um produtorrural uma transao, pois a indstria e o produtor utilizam-se de tecnologias separveis, distintas

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    29

    fazer uma superviso mais direta aos envolvidos, passando, logicamente,

    a haver uma relao de dependncia entre os atores.

    No entanto, nem sempre o estabelecimento de uma organizao

    vivel ou, ainda, a melhor opo. H situaes em que so tantas as

    tarefas envolvidas, que a organizao a ser montada seria um verdadeiro

    monstro detentora de uma estrutura complexa, expressivamente

    verticalizada e que, dessa forma, implicar um nus significativo para sua

    manuteno.

    Uma alternativa, neste caso, seria a adoo de um modelo hbrido

    de governana a organizao em redes. Trata-se de uma opo

    intermediria, situada entre o mercado e a hierarquia. Nas redes, passa

    a ocorrer relaes estveis entre as organizaes participantes, visando a

    um objetivo comum.

    Oliver (1990) lista seis fatores que justificam a formao de redes

    organizacionais, conforme exposto no quadro a seguir.

    FATORES QUE PROMOVEM A FORMAO DE REDES

    FATOR CARACTERSTICA

    Necessidade

    O estabelecimento de relaes entre empresas, em

    uma rede, d-se por necessidade, como forma demais bem tirarem proveito dos escassos recursos do

    ambiente.

    Assimetria de

    poder

    As relaes entre empresas, em uma rede, sopromovidas pelo poder de influncia de umas sobre as

    outras.

    Reciprocidade

    H situaes em que a formao de redes

    organizacionais d-se por motivos de cooperao,colaborao e coordenao, convergindo para o

    propsito de se buscarem interesses e objetivos

    comuns.

    Eficincia

    A busca por maior eficincia interna mas suas maisdiversas vertentes pode promover a busca porrelaes duradouras com outras organizaes,

    buscando-se o melhor custo-benefcio nas aes daempresa.

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    30

    FATORES QUE PROMOVEM A FORMAO DE REDES

    FATOR CARACTERSTICA

    Estabilidade

    Estritamente ligada busca por eficincia, a formaode redes pode ser buscada como forma de se prover

    estabilidade s relaes da organizao com o seuambiente, ao invs de submeter-se integralmente

    incerteza do mercado.

    Legitimidade

    A participao de uma organizao em uma rede podepromover um maior reconhecimento do ambiente

    sobre suas aes. H, assim, um incremento deconfiabilidade nas aes da empresa.

    2.4. Gesto de Redes na Administrao Pblica

    Em termos de esforos organizacionais, poucos so os assuntos que

    estiveram tanto em pauta, nos ltimos anos, quanto a estruturao de

    redes na Administrao Pblica brasileira.

    Se h algumas dcadas o Estado brasileiro agia em prol da

    consecuo de polticas pblicas basicamente por suas prprias iniciativas

    e recursos, hoje podemos afirmar que h a busca da constituio de

    redes, moldando uma nova forma de interao entre o Estado e a

    sociedade.

    Nesse sentido, o Estado vem buscando maior integrao entre

    entidades das Administraes Direta e Indireta, bem como atuao

    conjunta com os chaamdos Segundo e Terceiro Setor6, buscando sinergia

    em prol das solues para as demandas sociais.

    Em termos histricos, apenas recentemente o Brasil vem vivendo o

    seu processo de redemocratizao, tendo sado de um regime militar h

    cerca de menos de trs dcadas. O marco desta redemocratizao a

    prpria Constituio Federal de 1988 (a Constituio Cidad), que, entre

    outros aspectos, robusteceu o carter social e representativo, pregando a

    expanso dos temas da cidadania e da democracia. Ademais, a CF/88

    consagrou alguns princpios da participao direta da sociedade civil

    como modo de favorecer a democracia, promovendo a estruturao de

    redes.

    6

    O chamado Primeiro Setor composto pelo Estado, ao passo que o Segundo Setor formado por empresasprivadas.

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    31

    As organizaes no-governamentais (ONGs) e outras formas de

    organizao da sociedade civil surgem com maior significncia a partir do

    final da dcada de 1980, vindo a substituir os movimentos sociais

    populares que haviam se destacado em meados da mesma dcada

    (GOHN, 2005). Ainda com destaque no que diz respeito s iniciativas do

    Estado na formao de redes, podemos citar as parcerias pblico-

    privadas (PPPs), assim definidas por Maral Justen Filho:

    [...] parceria pblico-privada um contrato organizacional, de longo

    prazo de durao, por meio do qual se atribui a um sujeito privado o

    dever de executar obra pblica e (ou) prestar servio pblico, com ou sem

    direito remunerao, por meio da explorao da infraestrutura, mas

    mediante uma garantia especial e reforada prestada pelo Poder Pblico,

    utilizvel para a obteno de recursos no mercado financeiro.

    Nas PPPs, o ente privado oferta ao Estado (e sociedade), algum

    tipo de servio ou de bem de utilidade pblica voltada infraestrutura (p.

    ex., leitos de hospitais, presdios etc.) sendo, em contrapartida,

    remunerada aps a finalizao da obra.

    10. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) Governana pode serentendida como um modelo horizontal de relao entre o

    conceito de governana possui um carter mais amplo que o

    conceito de governabilidade.

    Entre os diversos conceitos de governana, podemos citar oapresentado por Secchi (2009, p. 358).

    [...][governana] um modelo horizontal de relao entre atorespblicos e privados no processo de elaborao de polticas pblicas

    De acordo com esta concepo, vemos que a governana do

    Estado est atualmente baseada nas iniciativas para a formao de redesentre atores pblicos e privados. A assertiva est certa.

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    32

    11. (ESAF / AFRFB / 2009 adaptada) As parcerias pblico-privadas (PPPs) constituem um exemplo de coordenao de

    atores estatais e no estatais, tpico da governana.

    Da mesma forma que a questo anterior, a assertiva

    alternativa apresenta um exemplo (as PPPs) da relao entre atores

    pblicos e privados na implementao de polticas pblicas, convergindo

    para a definio de Secchi (2009, p. 358) no que concerne estruturao

    de redes na governana do Estado.

    A assertiva est correta.

    12. (FGV / SEFAZ RJ / 2009) Levando em considerao aevoluo do conhecimento administrativo, no que diz

    respeito s perspectivas das organizaes em rede, assinale

    a afirmativa incorreta.

    a) Todas as organizaes podem ser consideradas redes sociais. b) O ambiente uma rede formada por organizaes

    interconectadas.

    c) As decises dos atores sociais devem ser compreendidas combase na racionalidade.

    d) Os contatos entre grupos organizacionais exercem pressosobre seus membros.

    e) As comparaes entre organizaes devem levar emconsiderao as caractersticas das redes onde elas esto

    inseridas.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) Como vimos, as organizaes, no que concerne a seus ambientes

    internos, podem ser consideradas redes sociais, em especial quanto

    estrutura de relaes entre seus colaboradores. A alternativa est

    correta.

    b) A alternativa condiz com o que vimos sobre as caractersticas das

    redes. Est, portanto, correta.

    c) A deciso racional dos atores uma caracterstica da Teoria da

    Burocracia e no da perspectiva das redes organizacionais.

    d) Logicamente, ao se estabelecerem relacionamentos entre

    organizaes, estas passam a ser stakeholders uma das outras,

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    33

    passando a exercer presso sobre o comportamento de seus

    membros. A alternativa est correta.

    e) A insero da organizao em determinada rede pode ser uma fonte

    de vantagem competitiva. Logicamente, tal fato deve ser levado em

    considerao quando da comparao com outras organizaes. A

    alternativa est errada.

    Resposta: C.

    13. (ESAF / MPOG / 2009) Comportando a interao deestruturas descentralizadas e modalidades inovadoras de

    parcerias entre estatais e organizaes sociais ou

    empresariais, a abordagem de redes de polticas pblicas se

    constitui em uma recente tendncia da administrao

    pblica em nosso pas. Sua proliferao, porm, acarreta

    vantagens e desvantagens sua gesto. Como

    desvantagem, podemos citar o fato de que as redes:

    a) propiciam o desenvolvimento de uma gesto adaptativa. b) garantem a presena pblica sem a necessidade de criao

    ou aumento de uma estrutura burocrtica.

    c) possibilitam a definio de prioridades de uma maneira mais democrtica.

    d) dificultam a prestao de contas dos recursos pblicosenvolvidos, por envolver numerosos atores governamentais e

    privados.

    e) garantem a diversidade de opinies sobre o problema emquesto, por envolverem mais atores.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) A gesto adaptativa decorrente da flexibilidade tpica das redes

    certamente uma vantagem. A alternativa est errada.

    b) Esta uma das principais vantagens das redes de polticas pblicas,

    em especial das PPPs. A alternativa est errada.

    c) Logicamente, ao promover o maior dilogo com a sociedade civil, as

    redes formadas pelo Estado provm uma vantagem na definio de

    prioridades afetas s demandas sociais. A alternativa est errada.

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    34

    d) A dificuldade na prestao de contas logicamente diretamente

    proporcional ao nmero de atores envolvidos o que, certamente,

    ser maior em uma rede de relacionamentos. A alternativa est

    certa.

    e) Diversidade de opinies vai ao encontro (= a favor) da participao

    democrtica doa atores sociais, sendo esta uma virtude promovida

    pelas redes. A alternativa est errada.

    Resposta: D.

    Ficamos aqui nesta aula. A prxima aula (que ser disponibilizada na

    prxima segunda-feira) ir abordar a gesto de pessoas do quadro prprio

    e terceirizadas.

    Bons estudos!

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    QUESTES APRESENTADAS NESTA AULA

    1. (FCC / BAHIAGS / 2010) No processo de comunicao, apercepo e interpretao, por parte do receptor, do significado

    da mensagem recebida denominada:

    a) codificao. b) feedback positivo. c) decodificao. d) tautologia. e) resposta.

    2. (ESAF / ATRFB / 2012 - adaptada) Julgue as assertivasabaixo:

    I. A codificao pelo emissor, a transmisso, a decodificaoe o feedback constituem o processo de comunicao.

    II. A comunicao formal somente se consolida nos fluxosdirecionais descendente e lateral. O fluxo ascendente

    exclusivo da comunicao informal.

    III. Como atividade gerencial a comunicao deve proporcionarmotivao, cooperao e satisfao nos cargos.

    a) E E C b) C E E c) C C E d) C E C e) E C E

    3. (CONSULPLAN / TSE / 2012) Atualmente, as organizaesesto tentando melhorar as suas comunicaes internas e

    externas, devido ao grande nmero de problemas gerados

    pela inadequao dessas comunicaes. Qual o

    procedimento recomendado na tentativa de maximizar a

    eficcia da comunicao organizacional?

    a) Utilizar linguagem tcnica na elaborao de relatrios e e-mails.

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    b) Usar de forma correta e constante o processo de retroao. c) Distanciar-se do mundo dos colaboradores. d) Aumentar o grau de entropia do sistema organizacional.

    4. (FCC / TRT 4 Regio / 2011) Para reduzir as dificuldades decomunicao nas organizaes pblicas derivadas do padro

    burocrtico de gesto recomendvel:

    a) investir em novas Tecnologias da Informao. b) incentivar os fluxos descendentes de informao. c) concentrar o fluxo de informao oficial na Intranet. d) fortalecer os fluxos laterais ou horizontais de informao. e) eliminar os fluxos informais de informao.

    5. (CESPE / INSS / 2008) A comunicao institucional utilizatcnicas de relaes pblicas, marketing, publicidade,

    propaganda e jornalismo.

    6. (FUNCAB / Prefeitura de Porto Velho RO / 2009) ...cidadania pressupe a comunicao entre os vrios setores da sociedade,

    exigindo uma comunicao capaz de integrar Estado, governo e

    sociedade em prol de polticas pblicas que procurem atender as

    necessidades sociais (Oliveira, M. J. C.). A comunicao pblica,

    dentro da proposta de construo da cidadania, aquela que:

    a) praticada pelo governo com o objetivo de prestar contas; b) adota o marketing poltico, buscando atingir a opinio

    pblica atravs de mtodos publicitrios em busca de

    respostas rpidas e efeitos imediatos;

    c) envolve o cidado de maneira mais diversa, participativa,estabelecendo um fluxo de relaes comunicativas entre

    Estado e sociedade;

    d) define tcnicas persuasivas para abordar os assuntos e aforma como eles sero apresentados aos cidados;

    e) adota as novas tecnologias para atrair cidados e formaropinio.

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    7. (ESAF / SEFAZ SP / 2009) Considerado fundamental governana no setor pblico, o processo pelo qual as entidades

    pblicas e seus responsveis devem prestar contas dos

    resultados obtidos, em funo das responsabilidades que lhes

    foram atribudas por delegao de poder, denomina-se:

    a) Transparncia.

    b) Integridade.

    c) Equidade.

    d) Responsabilidade Fiscal.

    e) Accountability.

    8. (CESPE / TRE MA / 2009) Os diversos sistemas do governofederal, que funcionavam isoladamente, passaram a trabalhar de

    forma integrada, delineando nova forma de governo-rede,

    agregando benefcios como maior confiabilidade das

    informaes e reduo de custos. Do ponto de vista da

    administrao, por exemplo, o Sistema Integrado de

    Administrao de Servios Gerais (SIASG) atua como

    ferramenta de apoio para atividades de gesto de materiais,

    licitaes, contratos e fornecedores. Acerca da tecnologia de

    informao, da gesto de redes e da comunicao na gesto

    pblica, assinale a opo correta.

    a) Os avanos na tecnologia da informao produzem profundosimpactos na administrao pblica. Apesar de a reforma

    gerencial proporcionar mais informaes e melhor qualidade

    aos dirigentes pblicos, a transparncia pblica no contribui

    para garantir carter mais democrtico e orientado para a

    consolidao da cidadania.

    b) Considerando que a informao sempre imperfeita, poissofre influncia dos editoriais, de presses e interesses que

    caracterizam as sociedades, a comunicao pela Internet

    possibilita maior interao quanto s polticas, aos projetos e

    s medidas adotadas pelo governo, apesar de no poder ser

    considerada como um instrumento de comunicao

    institucional deste.

    c) Ainda que a rede do governo oferea acesso a informaessobre as polticas, os projetos e as aes governamentais,

    bem como sobre a tramitao de demandas dirigidas aos

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    38

    rgos pblicos ou de interesse do cidado, falta a ela a

    integrao necessria com os sistemas administrativos

    informatizados dos variados rgos, limitando o acesso dos

    cidados s informaes, principalmente quanto aos gastos

    governamentais.

    d) O aumento das tecnologias de informao no setor pblicotem gerado maior nvel de burocratizao dos servios de

    gesto governamental, pois demanda atualizaes

    frequentes dos dados daquelas organizaes que lidam com

    o governo.

    e) O uso das tecnologias de informao e comunicaopromove avanos significativos na gesto da informao pelo

    servio pblico, o que possibilita a reduo dos custos, o

    aperfeioamento dos processos e a capacitao para prestar

    servios e informaes de melhor qualidade, promovendo a

    transparncia das aes governamentais.

    9. (CESPE / TRE MA / 2010) Um dos principais pressupostosda gesto em redes organizacionais a existncia de

    organizaes independentes, mas que possuam relaes

    especficas e dinmicas que demandam gerenciamentos que

    objetivem a obteno de melhores resultados globais.

    10. (ESAF / AFRFB / 2009 - adaptada) Governana pode serentendida como um modelo horizontal de relao entre o

    conceito de governana possui um carter mais amplo que oconceito de governabilidade.

    11. (ESAF / AFRFB / 2009 adaptada) As parcerias pblico-privadas (PPPs) constituem um exemplo de coordenao de

    atores estatais e no estatais, tpico da governana.

    12. (FGV / SEFAZ RJ / 2009) Levando em considerao aevoluo do conhecimento administrativo, no que diz

    respeito s perspectivas das organizaes em rede, assinale

    a afirmativa incorreta.

    a) Todas as organizaes podem ser consideradas redes sociais.

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    b) O ambiente uma rede formada por organizaesinterconectadas.

    c) As decises dos atores sociais devem ser compreendidas combase na racionalidade.

    d) Os contatos entre grupos organizacionais exercem pressosobre seus membros.

    e) As comparaes entre organizaes devem levar emconsiderao as caractersticas das redes onde elas esto

    inseridas.

    13. (ESAF / MPOG / 2009) Comportando a interao deestruturas descentralizadas e modalidades inovadoras de

    parcerias entre estatais e organizaes sociais ou

    empresariais, a abordagem de redes de polticas pblicas se

    constitui em uma recente tendncia da administrao

    pblica em nosso pas. Sua proliferao, porm, acarreta

    vantagens e desvantagens sua gesto. Como

    desvantagem, podemos citar o fato de que as redes:

    a) propiciam o desenvolvimento de uma gesto adaptativa. b) garantem a presena pblica sem a necessidade de criao

    ou aumento de uma estrutura burocrtica.

    c) possibilitam a definio de prioridades de uma maneira mais democrtica.

    d) dificultam a prestao de contas dos recursos pblicosenvolvidos, por envolver numerosos atores governamentais e

    privados.

    e) garantem a diversidade de opinies sobre o problema emquesto, por envolverem mais atores.

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    GABARITO

    1- C 2- D

    3- B 4- D 5- C 6- C 7- E 8- E 9- C 10- C 11- C 12- C 13- D

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    41

    Referncias

    BERTALANFFY, L. Teoria Geral dos Sistemas. 3 Edio. Petrpolis:

    Vozes, 1977. Captulo 2, p. 52-81.

    CASTELLS, M. A Era da Informao: Economia, Sociedade e Cultura.

    Vol. I A Sociedade em Rede, 5 edio. So Paulo: Paz e Terra, 2001.

    FISCHER, T.; MELO, V. P. Organizaes e interorganizaes na gesto do

    desenvolvimento scio-territorial. Revista Organizaes & Sociedade,

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    OLIVIERI, L. A importncia histrico-social das Redes. Rede de

    Informaes para o Terceiro Setor. Rio de Janeiro, 2003.

    PALUDO, A. V., Administrao Pblica: Teoria e Questes. 2 Edio.

    Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

    WEBER, M. Economia e Sociedade: Fundamentos da Sociologia

    Compreensiva, v. 2. Braslia: Editora UnB, 2004.

    WHITAKER, F. Rede: uma estrutura alternativa de organizao. Revista

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