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1 (VIGILÂNCIA E REPRESSÃO - ESAF) Leia atentamente o texto para responder às questões de 1 a 4. (Tempo máximo: 14min) PARQUES EM CHAMAS Saudados por ecologistas como arcas de Noé para o futuro, por serem repositórios de espécies animais e vegetais em extinção acelerada noutras áreas do país, alguns dos 25 parques nacionais do Brasil tiveram, na semana passada, a sua paisagem mutilada 5 pelo fogo. A rigorosa estiagem que acompanha o inverno no Centro-Sul ressecou a vegetação e abriu caminho para que as chamas tragassem 6 dos 33 quilômetros quadrados do Parque Nacional da Tijuca, pegado à cidade do Rio de Janeiro, e convertessem em carvão 10% dos 300 quilômetros quadrados 10 do Parque Nacional do Itatiaia, na divisa de Minas Gerais com o Estado do Rio. Contido pelos bombeiros já no fim de semana, na Tijuca, e abafado por uma providencial chuva no Itatiaia, na quarta-feira, o fogo pipocou em outro extremo do país. Naquele dia, o incêndio começou no Parque da Serra da Capivara, no 15 sertão do Piauí, calcinado há seis anos pela seca, e avançou pela caatinga, que esconde as pinturas rupestres inscritas na rocha, há pelo menos 31.500 anos, pelo homem brasileiro pré-histórico. (ISTO É, 22/8/1984) 1. O autor justifica o fato de os ecologistas referirem-se aos par- ques nacionais como “arcas de Noé para o futuro” da seguinte maneira: a) porque são áreas preservadas da caça e pesca indiscriminadas; b) porque ocupam espaços administrativamente delimitados pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal; c) porque espécies animais e vegetais que estão se extinguindo em outras regiões têm preservada sua sobrevivência nesses parques; d) porque nesses parques colecionam-se casais de espécies animais e vegetais em extinção noutras áreas; e) porque há agentes florestais incumbidos de zelar pelos animais e vegetais dos parques.

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(VIGILÂNCIA E REPRESSÃO - ESAF)

Leia atentamente o texto para responder às questões de 1 a 4.

(Tempo máximo: 14min)

PARQUES EM CHAMAS

Saudados por ecologistas como arcas de Noé para o futuro,por serem repositórios de espécies animais e vegetais em extinçãoacelerada noutras áreas do país, alguns dos 25 parques nacionaisdo Brasil tiveram, na semana passada, a sua paisagem mutilada

5 pelo fogo. A rigorosa estiagem que acompanha o inverno noCentro-Sul ressecou a vegetação e abriu caminho para que aschamas tragassem 6 dos 33 quilômetros quadrados do ParqueNacional da Tijuca, pegado à cidade do Rio de Janeiro, econvertessem em carvão 10% dos 300 quilômetros quadrados

10 do Parque Nacional do Itatiaia, na divisa de Minas Gerais com oEstado do Rio. Contido pelos bombeiros já no fim de semana,na Tijuca, e abafado por uma providencial chuva no Itatiaia, naquarta-feira, o fogo pipocou em outro extremo do país. Naqueledia, o incêndio começou no Parque da Serra da Capivara, no

15 sertão do Piauí, calcinado há seis anos pela seca, e avançou pelacaatinga, que esconde as pinturas rupestres inscritas na rocha,há pelo menos 31.500 anos, pelo homem brasileiro pré-histórico.

(ISTO É, 22/8/1984)

1. O autor justifica o fato de os ecologistas referirem-se aos par-ques nacionais como “arcas de Noé para o futuro” da seguinte maneira:a) porque são áreas preservadas da caça e pesca indiscriminadas;b) porque ocupam espaços administrativamente delimitados pelo

Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal;c) porque espécies animais e vegetais que estão se extinguindo em

outras regiões têm preservada sua sobrevivência nesses parques;d) porque nesses parques colecionam-se casais de espécies animais

e vegetais em extinção noutras áreas;e) porque há agentes florestais incumbidos de zelar pelos animais e

vegetais dos parques.

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2. A respeito dos incêndios referidos pelo autor, depreende-se do textoque:a) embora tivessem ameaçado espécies animais e vegetais raras,

apresentaram um lado positivo: aumentaram a produção de carvão;b) foram provocados pela rigorosa estiagem do inverno, no Centro-Sul,

e pela seca prolongada no sertão nordestino;c) não foram combatidos com presteza e eficiência pelos bombeiros;d) só foram debelados por providenciais chuvas que eventualmente

vieram a cair sobre os parques;e) destruíram parte da flora e fauna das reservas, desfigurando sua

paisagem.

3. Depreende-se que o autor do texto, em relação ao fato descrito, manifesta:a) descaso;b) hesitação;c) desesperança;d) pesar;e) indiferença.

4. Aponte a única conclusão que é estrita e licitamente deduzível do texto:a) as chamas serviram para mostrar a precária situação dos parques

brasileiros;b) devem ser tomadas providências para dotar os parques de meios

para se protegerem dos incêndios;c) devem ser desencadeadas campanhas para conscientizar a população

de como evitar incêndio nos parques;d) parte da culpa dos incêndios cabe às autoridades responsáveis pelas

reservas e parques;e) o incêndio no Parque da Serra da Capivara ameaçou valioso

patrimônio histórico e antropológico.

(AUXILIAR DE VISTORIA E BAGAGEM - ESAF)

Leia o seguinte texto e responda às questões de 5 a 9.

(Tempo máximo: 16min)

“A luta contra a poluição e em favor da preservação domeio ambiente é mundial. Em todo o planeta, multiplicam-se as

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associações e grupos de pessoas conscientes de que, se não houveruma interrupção do processo poluidor e uma recuperação das zonas,

5 tanto na terra, quanto no ar e no ambiente aquático, já devastados,o mundo se tornará inexeqüível dentro de muito pouco tempo.

O tema vem crescentemente ganhando adeptos e motivandoa formação de uma consciência crítica em relação ao fenômeno,embora esteja ainda longe de poder produzir resultados compatíveis

10 com as necessidades.”

(Revista INTERIOR, Ano VII, nº 38, pág. 11).

5. Todas as alternativas correspondem ao texto, exceto:a) A luta pela natureza abrange a defesa da terra, do ar e da água.b) Há preocupação ecológica apenas para recuperar o meio

ambiente terrestre.c) O processo poluidor é uma ameaça ao meio ambiente.d) Há preocupação mundial para que sejam preservados os meios

aquático, terrestre e aéreo.e) As zonas poluídas a serem recuperadas estão na terra, na água e

no ar.

6. Todas as alternativas correspondem ao texto, exceto:a) Muitas pessoas se empenham em conservar o meio ambiente

livre da poluição.b) Preservar o meio ambiente é preocupação mundial.c) Pessoas do mundo inteiro estão conscientes da ameaça da

poluição.d) A poluição é um fenômeno contra o qual vem-se despertando a

consciência mundial.e) Devido à formação de uma consciência crítica, o fenômeno da

poluição já começa a diminuir.

7. Todas as alternativas correspondem ao texto, exceto:a) Se o processo poluidor não for interrompido, breve será

impossível habitar-se este mundo.b) O que se vem realizando atualmente no combate à poluição

ainda não é satisfatório.c) Há uma preocupação ecológica para que o mundo continue

exeqüível.

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d) Mesmo havendo interrupção do processo poluidor, breve omundo se tornará inabitado.

e) Embora já se combata a poluição, ainda vai demorar o seudesaparecimento.

8. A expressão “... resultados compatíveis com as necessidades.” (linhas9 e 10 do texto) significa:a) resultados que superam as necessidades;b) resultados que se conciliam com as necessidades;c) resultados que anulam as necessidades;d) resultados que não alcançam as necessidades;e) resultados que se distanciam das necessidades.

9. Assinale a única alternativa cujo significado não corresponde àexpressão “... em favor da preservação...” (linha 1 do texto):a) em prol da preservação;b) em proveito da preservação;c) em oposição à preservação;d) em auxílio da preservação;e) em defesa da preservação.

(MPU - AUXILIAR - ESAF)

Para responder às questões de 10 a 14, leia o texto a seguir, com atenção.

(Tempo máximo: 16min)

PROCURA-SE UMA EXPLICAÇÃO

Um mundo de mistérios se esconde por trás dos pequenosanúncios. Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas, quais as suasverdadeiras intenções. Fico a imaginar se o desespero de quemvende está na mesma proporção emocional de quem quer comprar.

5 Objetos perdidos, quase sempre de estimação, documentosimportantes, cachorrinhos desaparecidos, tudo na base do“gratifica-se bem”. Mas o que é gratificar bem, por exemplo, auma pessoa que acha uma carteira com pouco dinheiro?

Acho que há um pouco de ironia e de deboche da parte de10 toda pessoa que põe um anúncio – e muito boa vontade da parte

de quem acha que ali está a sua oportunidade. Há vários anos queencontro promessas de “lugar de futuro” e acho incompreensível queesse futuro não chegue nunca, e que as vagas continuem sempre

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disponíveis. Ou as pessoas acabam por descobrir que o15 seu futuro está fora dali ou são outras firmas que estão se iniciando

para oferecer novos futuros a futuros candidatos. Há uma certailusão de lado a lado: quem anuncia o futuro dos outros estápensando no seu presente e quem procura o seu futuro no presentede quem anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros.

20 Até que ponto é sincero um anúncio que procura moçasde “boa aparência”, de 18 a 25 anos, com prática de datilografia eum mínimo de 150 batidas certas por minuto? É tão necessárioque sejam todas as batidas certas?

E esses que vivem vendendo objetos, um de cada vez, “por25 motivo de viagem”? Será que o dinheirinho de um aparelho de

televisão ou de uma máquina de costura ou de um gravador últimotipo lhes pagará a passagem? Talvez a viagem seja conseqüência:depois de vender os objetos, o melhor será mesmo abandonar acidade.

30 E os técnicos? É impressionante como tem gente especiali-zada anunciando sua especialidade. Mecânicos e eletricistasmontam e desmontam qualquer aparelho em menos de cincominutos, e no fim sempre nos entregam três ou quatro parafusosque não têm a menor utilidade. Penso na economia monstruosa

35 que as fábricas fariam se, ao montarem seus aparelhos, houvessemcontratado os técnicos do “atende-se a domicílio”.

(Eliachar, Leon. O Homem ao Cubo. Rio de Janeiro. Ed. FranciscoAlves S.A., 6ª ed., adaptado)

10. Ao falar de “pequenos anúncios”, o autor refere-sea) essencialmente aos que tratam de empregos;b) especificamente aos que oferecem serviços;c) exclusivamente aos que falam de objetos perdidos;d) genericamente a vários tipos de anúncios;e) somente aos anúncios de compra e venda.

11. A expressão que não aparece nos anúncios que o autor mencio-na éa) “lugar de futuro”;b) “gratifica-se bem”;c) “procura-se uma explicação”;d) “atende-se a domicílio”;e) “por motivo de viagem”.

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12. Conforme o texto, os técnicos que anunciam sua especialidadea) trabalham com rapidez, mas não conseguem encaixar todas as

peças de um aparelho;b) trabalham melhor que os das fábricas, resultando disto maior

economia para as montadoras;c) entendem mais da montagem dos aparelhos que os técnicos

das fábricas de eletrodomésticos;d) duvidam da competência dos mecânicos e eletricistas das

grandes fábricas;e) pretendem conseguir uma contratação como mecânicos ou

eletricistas em firmas conceituadas.

13. As “fórmulas” dos anúncios a que se refere o autor dizem respeitoa) à especificação;b) à quantidade;c) ao argumento;d) ao conteúdo;e) à correção.

14. Assinale a opção que expressa o significado da seguinte frase do texto:“... quem procura o seu futuro no presente de quem anuncia acaba éfazendo o futuro dos outros.”a) Quem oferece melhoria de vida aos outros através de anúncios

pretende melhorar a própria vida.b) Aquele que pretende encontrar boas oportunidades nos anúncios

proporciona lucros ao anunciante.c) O anunciante projeta seus atuais objetivos nas pretensões dos

leitores.d) Quem busca o seu futuro no futuro dos outros prejudica

irremediavelmente seu presente.e) O anunciante procura melhorar a vida do leitor indepen-

dentemente de suas intenções.

(MPU - NÍVEL TÉCNICO - MF)

Leia o trecho abaixo para responder às questões de 15 a 19.

(Tempo máximo: 15min)

A rigor, se cometêssemos para com a publicidade o ingênuoextremismo de acreditar plenamente no seu discurso, teríamos ànossa frente a mais desvairada das utopias. A sua eficiência, elevada

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ao absurdo, consistiria em fazer com que o consumidor, ao consumir5 um produto, incorporasse à sua percepção sensorial um deleite

sublime, um estado nirvânico, um gozo celestial.A se ressalvar e a se ressaltar, porém, a defasagem entre a

promessa publicitária e o real preenchimento proporcionado pelosbens de consumo, conclui-se tristemente que o saldo é bastante

10 negativo: a felicidade prometida é muito fugaz e o retorno ao abismoda lacuna primordial – da consciência da finitude – é ainda maior,uma vez que a busca do sublime esteve exacerbada por estímulosfantasiosos. Cada vez que o paraíso é prometido, representa-se(ritualiza-se) o drama do retorno. Cada vez que esse retorno é

15 frustrado, dramatiza-se, outra vez, o mito da queda. A promessade preenchimento dá lugar ao vazio. Existência e angústia retornamà sua condição de paralelismo. Compreende-se então o quanto aretórica publicitária era irreal, sublimadora. E uma leitura lite-ralizante desse discurso delirante coloca-se de imediato lidando

20 com uma elaboração profundamente onírica. Literalmente, apublicidade é uma fábrica de sonhos.

(Extraído de A promessa do paraíso já, Luís Martins,Humanidades, Ano IV, 1987/88, nº 15, p. 110/111)

15. O tema central do fragmento acima é:a) A publicidade desequilibra a relação de forças existente entre a

demanda e a oferta de bens de consumo.b) Dramatizar o mito da queda é o objetivo perseguido pela retórica

publicitária.c) Há uma similaridade estrutural entre a elaboração publicitária e

a elaboração onírica.d) Os comerciais veiculados pelos meios de comunicação cumprem

o papel de informar o consumidor em potencial sobre as reaisqualidades dos produtos.

e) Ao adquirir bens de consumo, o consumidor sublima suascarências afetivas num estado de deleite sublime.

16. À leitura literal da retórica publicitária associam-se vários termos notexto, exceto:a) deleite sublime;b) estado nirvânico;c) gozo celestial;d) consciência da finitude;e) estímulos fantasiosos.

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17. Uma leitura errada do texto levaria a afirmar que:a) Interpretar literalmente o discurso publicitário é uma atitude

ingênua.b) A publicidade elabora um cenário onírico para os objetos da

sociedade industrial.c) O discurso publicitário é formulado com mensagens que se

sustentam no princípio do prazer.d) A felicidade prometida nas propagandas dá ao homem a

consciência de sua finitude.e) Está incorporado à publicidade o componente mítico de retorno

ao paraíso.

18. “Drama do retorno” e “mito da queda”, no texto, referem-se a:a) elaboração da primeira versão da publicidade e sua recusa pelo

cliente que a encomendou;b) retorno dos comerciais aos meios de comunicação devido à

queda do faturamento das empresas;c) promessas fantasiosas contidas nos anúncios e decepção do

consumidor por não vê-las realizadas ao adquirir o produto;d) estado nirvânico do publicitário no momento de criação da

propaganda e posterior decepção ao vê-lo rejeitado pelo diretorde marketing;

e) mitos de povos primitivos a respeito das concepções de Paraísoe Inferno.

19. Assinale a letra que contém enunciado falso.a) Colocadas em seqüência, as expressões “a se ressalvar” e “a se

ressaltar” (linha 7) são equivalentes quanto ao sentido.b) O segmento “– da consciência da finitude –” explica a expressão

“lacuna primordial” (linha 11).c) O termo “(ritualiza-se)” especifica o sentido de “representa-se”

(linha 14).d) As expressões “deleite sublime”, “estado nirvânico”, “gozo

celestial” (linhas 5 e 6), colocadas em seqüência, reiteram amesma idéia.

e) Em “A sua eficiência” (linha 3), o possessivo refere-se àeficiência da publicidade.