Aula 10 Escola de Toronto e a Perspectiva Tecnológica

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Teorias da Comunicação Escola de Toronto e a Perspectiva Tecnológica Prof. Ms. Elizeu Silva

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Teorias da ComunicaçãoEscola de Toronto e a Perspectiva Tecnológica

Prof. Ms. Elizeu Silva

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Mais ou menos na mesma época em que o

funcionalismo se firmava como paradigma

dominante na sociologia da comunicação

norteamericana, emergia no Canadá a

chamada Escola de Toronto, tendo em

Harold Innis (Canadá, 1894–1952) e

Marshall McLuhan (Canadá, 1911–1980)

dois dos principais representantes. Harold Innis (Canadá, 1894–1952)

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Interesse dos estudos de comunicação são

deslocados das mensagens dos media –

dos seus “conteúdos” e “efeitos” – para os

media propriamente ditos.

A Escola de Toronto ocupa-se, portanto,

dos efeitos dos media em função de suas

características tecnológicas e

configurações estruturais. Marshall McLuhan (Canadá, 1911–

1980)

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Os estudos comunicacionais canadenses se desenvolveram

desde os anos 1930, porém ganharam expressão somente nos

anos 1950 com as pesquisas de Marshall McLuhan.

Baseados em Toronto, os pesquisadores tinham como foco as

tecnologias da comunicação e como estas afetam os

indivíduos.

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Diferentemente dos estudos de Harold Lasswell, focados nos

efeitos dos conteúdos da comunicação, os pesquisadores da

Universidade de Toronto enxergam a comunicação como

processo resultante das tecnologias empregadas. Interessam-

se pelas transformações sofridas pela sociedade em função

das tecnologias comunicacionais disponíveis.

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Em “O Viés da Comunicação” (“The Bias of Communication”), de

1951, o professor Harold Innis afirma:

• Um meio de comunicação tem importante influência na

disseminação do conhecimento através do espaço e do tempo

e torna-se necessário estudar as suas características e avaliar

a sua influência no seu contexto cultural.

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• De acordo com as suas características, o meio pode ser mais

adequado à disseminação do conhecimento através do tempo

do que através do espaço, particularmente se o meio é pesado

e durável e não adequado ao transporte; ou, ao invés, à

disseminação do conhecimento através do espaço em vez do

tempo, particularmente se o meio é leve e facilmente

transportável.

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• Innis concentra o interesse não no “meio” enquanto mero

conduto ou canal de mensagens, indutor de determinados

efeitos. Interessa-se, antes, pela estrutura configuradora do

conjunto da cultura de uma determinada sociedade.

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• Segundo Innis, a formação e queda dos impérios na história

podem ser explicadas examinando-se os monopólios de tempo

e espaço criados pelas tecnologias de comunicação.

• A comunicação deve ser tomada como meio de projeção da

consciência, que se reveste de determinadas estruturas

técnicas e, assim, modela as formas de vida em sociedade.

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• Os monopólios de saber que resultam dessas estruturas

comandam a distribuição de poder entre os grupos sociais, na

medida em que implicam conceitos de tempo e espaço

controláveis através de diversos meios de comunicação.

• Os impressos são formadores do espaço social, enquanto os

veículos que prescindem de suporte físico permitem o domínio

do tempo vivido pela sociedade.

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Para Innis, a escrita foi a primeira revolução tecnológica da

Comunicação: afetou a maneira de controlar o tempo, favoreceu a

conservação [dos discursos, do poder] e o emprego da memória.

No entanto, estreitou a cultura oral e os canais através dos quais

se chegava ao consenso nas sociedades primitivas.

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Innis defende que a segunda revolução tecnológica ocorreu com

a descoberta da imprensa, e contribuiu inicialmente para a

extensão do poder dos seus controladores sobre determinado

território. Posteriormente, provocou a descentralização do poder.

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A terceira revolução, vislumbrada por Innis, é a eletrônica.

Previu que seguiria o mesmo padrão da anterior, na medida em

que a formação de monopólios de poder e de saber através da

mídia poderia ser quebrada pela própria forma da mídia.

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Innis parte da hipótese de que “as vantagens de um novo meio”

podem ser de tal relevância que conduzam à “emergência de

uma nova civilização”.

• Ex.: o surgimento da imprensa. Depois da introdução do papel

e da imprensa, o monopólio religioso foi seguido pelos

monopólios dos vernáculos nos estados modernos. Um

monopólio do tempo foi seguido por um monopólio do espaço.

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A imprensa inaugura um processo que, aprofundado mais tarde

com a fotografia, representa o “monopólio” da visão na cultura

ocidental e, com este, a ênfase no individualismo e na

instabilidade.

• Este monopólio enfatizou o individualismo e, por sua vez, a

instabilidade, criando ilusões em palavras fortes como

democracia, liberdade de imprensa e liberdade de discurso.

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As teses de Harold Innis antecipam e preparam o essencial da

concepção acerca dos media e da cultura que virá a ser a de

McLuhan.

Roupas,

uma

extensão da

pele

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Críticos da Escola de Toronto a classificam como expressão do

pensamento “integrado” da comunicação, segundo o qual, na

sociedade da informação, os receptores se tornam emissores, as

comunicações laterais se multiplicam, criando as condições para

uma nova ágora informacional, abrangente ao ponto de incluir

toda a nação, proporcionando acordos e compromissos,

promovendo consensos e responsabilização coletiva em alcances

cada vez mais vastos e em perspectivas cada vez mais

longínquas.

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Bibliografia recomendada

MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem.

Trad.: Décio Pignatari. Editora Cultrix, São Paulo, 1979

RÜDGER, Francisco. As teorias da comunicação. Ed. Penso, Porto Alegre:

2011

SERRA, Paulo J. Manual de teoria da comunicação. Ed. Universidade da Beira

Interior, Covilha, 2007.