Matrizes e Determinantes Mara Cristina Baltazar. Problematização.
Aula 10-PROBLEMATIZAÇÃO E METODOLOGIAS APLICADAS ÀS PESQUISAS EM SAÚDE 13p
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Problematização e metodologias
aplicadas às pesquisas em saúde
1-INTRODUÇÃO
A metodologia científica literalmente refere-se ao estudo dos métodos empregados na
pesquisa científica e dos passos comuns a todos estes métodos, ou seja, do método da ciência em
sua forma geral, que se supõe universal. Embora procedimentos variem de uma área da ciência
para outra, diferenciadas por seus distintos objetos de estudo, consegue-se determinar certos
elementos que diferenciam o método científico de outros métodos encontrados em áreas não
científicas.
Um método pode ser definido como uma serie de regras para tentar resolver um
problema. No entanto métodos não são infalíveis e não suprem o apelo à imaginação e à intuição
do cientista. Uma das características básicas do método científico é a tentativa de resolver
problemas por meio de suposições, isto é, de hipóteses, que possam ser testadas através de
observações ou experiências. Assim, quando alguém arrisca um palpite para explicar um fato ou
resolver um problema e, depois, realiza observações ou experiências para testar o palpite, estará
utilizando um método cientifico.
A problematização é a base da pesquisa cientifica, toda pesquisa se inicia com algum tipo
de problema, o qual utilizará de métodos científicos para testar hipóteses para solução do dito
problema.
A problematização e a metodologia científica são ferramentas chaves para a elaboração
de pesquisas cientificas, e conseqüente, contribuição para o conhecimento humano. Pesquisas
científicas são realizadas em varias áreas da ciência, e são responsáveis pela evolução da
humanidade.
Visto isto, o presente texto tem o objetivo de discutir as premissas básicas sobre
problematização e metodologia cientifica.
2-DESENVOLVIMENTO
2.1 – Conceitos em metodologia científica
Antes de iniciar uma pesquisa cientifica é necessário conhecer alguns conceitos que
foram elaborados ao longo da historia, e que tornam a metodologia cientifica uma ferramenta de
geração de conhecimento.
2.1.1- Tipos de conhecimento
Ao se falar em conhecimento cientifico o primeiro passo é diferenciá-lo dos outros
conhecimentos existentes.
Da antiguidade, ate os dias atuais, um camponês, mesmo desprovido de conhecimento,
sabe o momento da semeadura, a época da colheita, as providencias a serem tomadas para
proteger sua plantação de pragas. No inicio do século XVIII, acorreu a revolução agrícola, que
não deve-se somente ao aparecimento de maquinas agrícolas e sim, mas também a descoberta
que plantios intermediários as plantações eram revitalizava o solo. Hoje a agricultura utiliza
sementes selecionadas, adultos, químicos, controle biológico.
Mescla neste exemplo, dois tipos de conhecimento: o primeiro o popular, geralmente
típico do camponês, transmitido de geração para geração, e baseado na experiência pessoal,
portanto empírico e desprovido de conhecimento sobre a constituição do solo, da natureza das
pragas, do ciclo de vida dos insetos. O segundo conhecimento é transmitido por intermédio de
treinamento apropriado, sendo um conhecimento obtido de modo racional, conduzido por
procedimentos científicos. Visa explicar porque e como os fenômenos ocorrem, sendo
denominado conhecimento cientifico.
A literatura relata ainda os conhecimentos filosóficos e teológicos. O conhecimento
filosófico é fruto do raciocínio e da reflexão humana, e o teológico é revelado pela fé divina ou
crença religiosa.
2.1.2- Conceito de ciências
Variados autores apresentam o que entendem por ciência através de conceitos que são
permanentemente ampliados, uma vez que suas idéias não são definitivas.
O conceito apresentado por Ander-Egg, define a ciência como um conjunto de
conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e
verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza.
Para Trujillo, ciência é uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se
deseja estudar. Já para Rubem Alves a ciência é uma especialização, um refinamento de
potenciais comuns a todos.
A complexidade do universo e a quantidade e variedade de fenômenos agregadas à
necessidade do ser humano de compreendê-los, pode explicar o surgimento de diferentes ramos
de estudo divididos em Ciências Formais, Ciências Naturais, Ciências Factuais, Ciências Sociais,
e a Ciências Militares (oficialmente reconhecida em 200, pela portaria 517 do Comandante do
Exercito)
2.1.3- Métodos científicos
O método científico é um conjunto de regras básicas de como se deve proceder a fim de
produzir conhecimento dito científico. Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar
evidências empíricas verificáveis baseadas na observação sistemática e controlada, geralmente
resultantes de experiências ou pesquisa de campo e analisá-las com o uso da lógica. Para muitos
autores o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.
O método, em um sentido geral, é a ordem que se deve impor aos diferentes processos
necessários, para atingir certo fim ou um resultado desejado. Nas ciências entende-se por método
o conjunto de processos empregados na investigação. O método é um conjunto ordenado de
procedimentos que se mostram eficiente, ao longo da historia, na busca do saber.
O método científico é a teoria das investigações, e alcança seus objetivos, de forma
cientifica quando cumpre as seguintes etapas.
1. Observação de fenômenos e elementos da natureza;
2. Identificação de um problema (formulação de uma questão de estudo);
3. Elaboração de uma hipótese (suposição que tenta responder o problema identificado);
4. Teste da hipótese (geralmente por experimentação);
5. Registro e análise dos dados experimentais;
6. Formulação de conclusões a partir dos dados experimentais.
Métodos científicos tratam-se daqueles que são caracterizados dos três métodos básicos:
indutivo, dedutivo e hipotético-dedutivo ou de verificação de hipóteses .
Existem três tipos básicos e os restantes são tipos compostos dos anteriores que tentam
definir uma estrutura complexa e que, portanto, se encontram numa escala macroscópica em
relação aos primeiros.
Método I ndução
Indução é o princípio segundo o qual deve-se partir das partes para o todo. Ou seja, ao
fazer uma pesquisa, deve-se ir coletando casos particulares e, depois de certo número de casos,
pode-se generalizar, dizendo que sempre que a situação se repetir o resultado será o mesmo.
O método indutivo realiza-se em três etapas:
– Observação dos fenômenos: Nesta etapa os fatos e fenômenos são observados e
analisados, com a finalidade de descobrir as causas de sua manifestação
– Descoberta da relação entre eles: Nesta segunda etapa, procuramos por intermédio da
comparação, aproximar os fatos ou fenômenos, com a finalidade de descobrir a relação constante
entre eles.
– Generalização da relação: Na terceira etapa, generalizamos a relação encontrada ente
fenômenos e fatos
Exemplo:
Os corpos A,B,C,D atraem ferro.
Ora, os corpos A,B,C,D são todos imãs
Logo, os imãs atraem ferro.
A intuição existe pela expectativa de acreditar que exista certa regularidade nas coisas, e
por isto o futuro será igual ao passado.
A indução pode ser:
Completa ou formal: Não induz de um caso, mas de todos, sendo que cada um dos
elementos inferiores são comprovados pela experiência.
Incompleta ou cientifica: Parte das observações constatadas em alguns casos, mas não
em todos. Não deriva de seus elementos inferiores, enumerados ou provados pela experiência,
mas permite induzir de alguns casos adequadamente observados.
Método Dedução
A dedução é uma forma de raciocínio científico segundo o qual devemos partir do geral
para o particular.
É importante frisar que a dedução não oferece conhecimento novo, uma vez que sempre
conduz à particularidade de uma lei geral previamente conhecida.
Assim, devemos primeiro criar uma lei geral e depois observar casos particulares e
verificar se essa lei não é falseada.
Exemplo:
Todo mamífero tem coração
Ora, todos os cães são mamíferos
Logo, todos os cães têm coração.
Dentre os diferentes métodos dedutivos, podemos citar o afirmação do antecedente, e o
negação da conseqüência.
Na afirmação do antecedente a primeira premissa é um enunciado condicional, sendo que
a segunda coloca o antecedente deste mesmo condicional. Exemplo:
Se José tira nota inferior a 5, será reprovado
Jose tirou nota inferior a 5
José foi reprovado.
A negação da conseqüência deriva do fato que a premissa é condicional, sendo a segunda
uma negação conseqüente deste mesmo condicional. Exemplo
Se a agua ferve, então ela alcançou a temperatura de 100 °C.
A temperatura não alcançou 100 °C.
Então a água não ferve.
Modelo Dedutivo-Nomológico
O Modelo Dedutivo-Nomológico é uma das colunas de sua teoria. Pela importância e
validade oferece orientação genérica sobre as condições para que a justificação científica seja
aceita.
Neste modelo, fenômenos são aceitos como explicados ao serem reduzidos à dados ou
fatos, em uma relação de causalidade. O que se quer explicar é derivado do explicado ou
conhecido.
Isto é representado, estruturalmente, através de relações dedutivas entre declarações, no
modelo Dedutivo-Nomológico (DN), desenvolvido por C. G. Hempel (1977) e Paul Oppenheim.
Trata-se de argumentação lógica que partindo de leis científicas reconhecidas e de fatos
observados leva à conclusão (Explanandum). Um Explanandum (E) questionado segue
logicamente de um antecedente (C1….Cn), sob leis determinadas (L1….Ln):
1) C1, C2…..Cn Explanans (condições)
2) L1, L1….Ln Explanans (leis)
---------------------------------------------------------------------
3) E Explanandum (conclusão)
O Explanans é a variável com força e função explicativa. É formado por lei científica e
acontecimentos anteriores ao fenômeno a ser explicado e verificado empiricamente. Por sua vez,
as leis são consideradas explicadas quando deduzidas logicamente de leis universais e corretas.
Leis científicas são divididas por Hempel em duas classes: Fundamentais e deduzidas. As
primeiras são corretas, universais, irrestritas, sem dependência temporal-espacial. Apresentam
forma condicional. Por exemplo: Todos os metais são condutores de eletricidade. A lei deduzida
é derivada da lei fundamental. Falta-lhe o caráter diretor e independente.
O Explanandum é a variável dependente das anteriores, o fato ou acontecimento
observado, para o qual falta uma explicação. Caso falte o Explanans (C1), a abdução é aplicada
para determiná-lo.
Método hipotético-dedutivo
Consiste na construção de hipóteses que devem ser submetidas a testes, os mais diversos
possíveis, à crítica intersubjetiva, ao controle mútuo pela discussão crítica, à publicidade
(sujeitando o assunto a novas críticas) e ao confronto com os fatos, para verificar quais são as
hipóteses que persistem como válidas resistindo as tentativas de falseamento, sem o que seriam
refutadas. É um método de tentativas e eliminação de erros, que não leva à certeza, pois o
conhecimento absolutamente certo e demonstrável não é alcançado.
2.1.4- Desenvolvimento histórico dos métodos
Somente no século XVI é que se iniciou uma linha de pensamento que propunha
encontrar um conhecimento embasado em maiores garantias. Não se buscam mais as causa
absolutas ou a natureza íntima das coisas; ao contrario, procuram-se compreender as relações
entre elas, assim como a explicação dos acontecimentos, através da observação científica aliada
ao raciocínio.
No Método de Galileu, descreve o método de indução experimental. Isaac Newton,
utiliza, ao lado de procedimentos dedutivos, o indutivismo proposto por Galileu. Portanto, a
partir da observação de fatos particulares chegasse, por indução, ao estabelecimento de uma lei
geral
Contemporâneo de Galileu, Francis Bacon critica por considerar que o processo de
abstração e o silogismo não propiciam um conhecimento complexo do universo. Sendo o
conhecimento cientifico o único caminho seguro para a verdade dos fatos.
As regras que Bacon sugeriu que experimentação pode ser sintetizada, em alargar
experiência, variar experiência, inverter experiências, e recorrer aos casos de experiências.
O tipo de experimentação proposto por Bacon é denominado coincidência constantes.
Com a finalidade de anotar corretamente as fases da experimentação, bacon sugere manter três
tábuas:
• Tábua de presença – nesta, anotam-se todas as circunstâncias em que se produz o fenômeno
cuja causa se procura;
• Tábua de ausência – em que se anotam todos os casos em que o fenômeno não se produz.
• Tábua dos graus – na qual se anotam todos os casos em que o fenômeno varia de intensidade.
Ao lado de Galileu e Bacon, no mesmo século, surge Descartes. Com sua obra, “Discurso
sobre o Método”, que afasta-se dos processos indutivos, originando o método de dedutivo.
2.1.5-Teorias e Fatos e Hipóteses
Teoria e fatos são elementos inter-relacionados a procura da verdade, sendo objeto de
interesse dos cientistas, uma vez que a ciência depende desta inter-relação.
Os fatos são referidos como uma observação empiricamente verificada. Já a teoria é
relação entre fatos, consistindo em conceitos, classificações, generalizações, princípios, regras.
A teoria é um conjunto de princípios fundamentais que constitui instrumento científico na
procura e explicação de fatos. Não existe teoria que não foi baseada em fatos, por sua vez, a
compilação de fatos ao acaso, sem principio teórico não constitui ciência.
A teoria é usada como orientação para restringir os fatos a serem estudados, para resumir
o que já se sabe sobre o objeto em estudo, para explicar os fatos e relações que ainda não estão
satisfatoriamente explicados, abrindo lacunas no conhecimento, sendo este o princípio de
problematização em pesquisa científica.
Por outro lado, um novo fato, uma descoberta, pode gerar o inicio de uma teoria,
provocar rejeição ou reformulação de uma teoria já existente, clarificar conceitos contidos em
teoria.
A observação dos fatos pode abrir lacunas na teoria, identificando fenômenos que não
podem ser explicados satisfatoriamente. Desta forma surge um problema, que precisa ser
resolvido por meio de métodos científicos, porém para isto é elaborado hipóteses que podem ser
uma possível solução do problema.
A hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a solução do problema. Elas podem
surgir de varias fontes como a observação de fatos do dia a dia, resultado de pesquisas anteriores,
teoria da ciência, palpites ou intuições. Mas precisam ser claras e especificar o que de fato se
pretende verificar. Não devem envolver julgamentos de valor. Palavras como bom, mau, não
conduzem à verificação empírica e devem ser evitadas na construção de hipóteses. É necessário
que haja técnicas adequadas para verificação da hipótese. As hipóteses devem estar relacionadas
com a teoria.
Primeiramente os pesquisadores definem proposições lógicas ou suposições, as hipóteses,
para explicar certos fenômenos e observações, e então desenvolvem experiências ou observações
a serem feitas em que testam essas hipóteses. Se confirmadas, as hipóteses podem gerar leis, e
juntamente com as evidências associadas, geram as teorias científicas.
As hipóteses sejam geralmente formuladas em cima de um subconjunto de fatos de
particular interesse ou relevância
Integrando-se o conjunto de fatos e as hipóteses de diversas áreas em uma única e
coerente estrutura de conhecimento formam-se teorias cada vez mais amplas e abrangentes, e ao
fim o que se denomina por ciência.
2.2 - Elaboração da Pesquisa
Para elaborar uma pesquisa científica algumas etapas são importantes, independente da
área escolhida.
2.2.1- Escolha do Tema e formulação do problema
Toda pesquisa se inicia com algum tipo de problema, ou indagação. Nesta etapa
você deverá responder à pergunta: “O que pretendo abordar?”.
O tema é um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se
deseja provar ou desenvolver. A definição do tema pode surgir com base na
sua observação do cotidiano, na vida profissional, em programas de
pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedback de
pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada. A escolha do
tema de uma pesquisa, em um Curso de graduação ou pós-Graduação, está
relacionada à linha de pesquisa à qual você está vinculado ou à linha de seu
orientador. Você deverá levar em conta, para a escolha do tema, sua
atualidade e relevância, seu conhecimento a respeito, sua preferência e sua
aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido. Definido isso, você irá
levantar e analisar a literatura já publicada sobre o tema.
A experiência acumulada dos pesquisadores possibilita ainda o desenvolvimento de
certas regras práticas para a formulação de problemas científicos, tais como: (a) o problema deve
ser formulado como pergunta; (b) o problema deve ser claro e preciso; (c) o problema deve ser
empírico; (d) o problema deve ser suscetível de solução; e (e) o problema deve ser delimitado a
uma dimensão viável.
2.2.2- Definindo as hipóteses
A pesquisa científica se inicia sempre com a colocação de um problema solucionável. O
passo seguinte consiste em oferecer uma solução possível, ou seja uma hipótese, que pode ser
verdadeira ou falsa. Assim, a hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a solução do
problema.
As hipóteses podem surgir de varias fontes como a observação de fatos do dia a dia,
resultado de pesquisas anteriores, teoria da ciência, palpites ou intuições. Mas precisam ser claras
e especificar o que de fato se pretende verificar. Não devem envolver julgamentos de valor.
Palavras como bom, mau, não conduzem à verificação empírica e devem ser evitadas na
construção de hipóteses. É necessário que haja técnicas adequadas para verificação da hipótese.
As hipóteses devem estar relacionada com a teoria.
2.2.3- Identificando o caráter da pesquisa
É possível classificar as pesquisas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e
explicativas.
Pesquisas Exploratórias
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. As pesquisas exploratórias visam
proporcionar uma visão geral de um determinado fato .Na maioria dos casos, essas pesquisas
envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão.
Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos
assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso.
Pesquisas Descritivas
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as
características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade,
estado de saúde física e mental etc. Estas pesquisas também são usadas para levantar as opiniões,
atitudes e crenças de uma população.
Pesquisas Explicativas
Essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou
que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda
o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.
As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-se quase exclusivamente do
método experimental. Nas ciências sociais, a aplicação deste método reveste-se de muitas
dificuldades, razão pela qual se recorre também a outros métodos.
2.2.4 - Identificando a metodologia de coleta de dados
Classificar as pesquisas em exploratórias, descritivas e explicativas estabelece uma
aproximação conceitual sobre o tema da pesquisa. Porém para confrontar a visão teórica com os
dados da realidade precisamos traçar um modelo operativo da pesquisa, ou seja, como ela será
feita, desenvolvida. Ao traçarmos tal modelo operativo estamos delineando a pesquisa. O
elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado
para a coleta de dados
Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de
fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas
bibliográficas.
Pesquisa Documental
A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica, entretanto a
pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, como
cartas pessoais, diários, jornais, fotografias, ofícios, documentos cartoriais, epitáfios, relatórios
de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas
Pesquisa de levantamento
As pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um
grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise
obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.
Pesquisa Experimental
Essencialmente, a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo,
selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de
observação dos efeitos que a variável produz no objeto. A variável independente é manipulada
para julgar seu efeito sobre uma variável dependente.
Pesquisa ex post facto
O propósito básico desta pesquisa é o mesmo da pesquisa experimental, porém na
pesquisa ex-postfacto o pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente, que
constitui o fator presumível do fenômeno. O que o pesquisador procura fazer neste tipo de
pesquisa é identificar situações que se desenvolveram naturalmente e trabalhar sobre elas como
se estivessem submetidas a controles. Na pesquisa ex-post-facto os fatos são expontanêos e não
provocados pelo pesquisador
Estudo de Campo
A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como
ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação
desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e
explicar o problema pesquisado. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação
direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas
explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente
conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagem e fotografias.
2.3- Considerações finaisDiversas outras coisas devem ser levadas em contas na elaboração de pesquisa cientifica.
Em algumas pesquisas, geralmente as explicativas, que utilizam de experimentos científicos, é
necessário realizar o delineamento estatístico antes da realização da pratica experimental, uma
vez que este é essencial para a análise estatística dos dados. O aspecto fundamental no
planejamento e delineamento de um experimento é possibilitar a aplicação dos princípios da
experimentação, principalmente três deles: repetição, casualização e controle local.
A escrita da pesquisa é uma etapa fundamental, e deve seguir uma serie de normas, e
regras referentes a estruturação e citação bibliográficas. As principais regras para escrita de uma
pesquisa científica e normatizada pela ABNT.
3- CONCLUSÃO
A metodologia cientifica se desenvolveu ao longo dos tempos, desenvolvendo uma serie
de métodos, teorias, conceitos e denominações, todos com objetivo final em comum que é tornar
a pesquisa mais científica, fundada nos princípios da lógica e da experimentação, e desta forma
gerar conhecimento por meio de resolução de problemas.