Aula 12 - Balanço Social

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Prof. Geraldo Pimentel BLANÇO SOCIAL APRESENTAÇÃO

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APRESENTAO

BLANO SOCIAL

Prof. Geraldo Pimentel

BALANO SOCIAL SUMRIO1. INTRODUO 2. ORIGEM DO BALANO SOCIAL 3. DIFERENA ENTRE O BALANO SOCIAL E A CONTABILIDADE SOCIAL 4. CONCEITO DE BALANO SOCIAL 5. EMPRESAS QUE ADOTAM O BALANO SOCIAL NO BRASIL 6. OJETIVOS DO DE BALANO SOCIAL 7. COMPOSIO DO BALANO SOCIAL 8. FASES DO PROCESSO DE PREPARAO DO BALANO SOCIAL 9. IDENTIFICAO DO PASSIVO AMBIENTAL 10. O QUE RESPONSABILIDADE DE UMA EMPRESA 11. ALGUNS EXEMPLOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL 12- OS RECURSOS HUMANOS NO BALANO SOCIAL 13. O VALOR ADICIONADO

BALANO SOCIAL SUMRIO14. COMPOSIO DO VALOR ADICIONADO 15. USURIOS DO DVA NO BALANO SOCIAL 16. EXEMPLO DO DEMONSTRATIVO DO VALOR ADICIONADO

BALANO SOCIAL A ENTIDADE E O MEIO AMBIENTEA ENTIDADE NO MEIO AMBIENTE

Alteraes nas reservas de recursos Materiais, equip. energia

Mudanas nas Leis e Regulamentos

Condies de competio

processamento

Produtos e Servios

Problemas econmicos: Inflao, renda, Crescimento

Mudanas nas condies sociais e polticas

Inovaes tecnolgicas

BALANO SOCIAL A ENTIDADE E O SISTEMA INSTITUCIONALSISTEMA INSTITUCIONAL

Definies: Crenas e Valores dos donos do empreendim ento Diretrizes e polticas bsicas de atuao da organizao. Filosofia e mbito de atuao Misso, crenas e valores da organizao

BALANO SOCIAL A ENTIDADE E O SISTEMA DE GESTOSISTEMA DE GESTO

- Sistema

Institucional - Modelo de Gesto

Planejamento Estratgico Planejamento Operacional Execuo Controle

- Polticas, diretrizes estratgicas. - Planos Operacionais de curto, mdio e longo prazo. - Padres de controle - Aes corretivas no sistema de produo

BALANO SOCIAL A ENTIDADE E O SISTEMA DE ORGANIZAOSISTEMA DE ORGANIZAO

- Modelo de Gesto - Sistema de Produo

Definies: - Estrutura da Organizao - Amplitude de contrloe - Grau de formalizao - Delegao de autoridade - Assuno de responsabilidade

- Organograma empresarial, seus grupamento e hierquizao. -Mecannismos de execuo das operaes papis, procedimentos, autoridades, responsabilidades - Mecanismos de decises

BALANO SOCIALA ENTIDADE E O SISTEMA SCIO-POLTICO-CULTURALSISTEM PSICO-SCIO-POLTICO-CULTURAL

- Sistema Institucional - Modelo de Gesto

Processamento: - Motivao - Treinamento e aprendizagem - Adequao de atitudes - Liderana - Manter pessoas informadas

Clima organizacional gerando padres de comportamento

BALANO SOCIALA ENTIDADE E O SISTEMA DE PRODUO,FISICO-OPERACIONAL OU FSICOSISTEMA DE PRODUO, FSICO-PERACIONAL OU FSICO

Entidades fornecedor as de materiais, recursos humanos, tecnologia, informao , recursos financeiros

RECURSOS

Empresa: - Compra de suprimento - Estoque - Produo de bens e servios - Comercializao e vendas - Pessoal - Patrimnio - Finanas - Contabilidade -

PRODUTOS E SERVIOS

Distribuidor/ consumidor final de produtos, servios, pessoas qualificada s, dinheiro, informae s, tecnologia

BALANO SOCIALA ENTIDADE E O SISTEMA DE INFORMAOSISTEMA DE INFORMAO

DADOS

Processamento Dos Dados

Gerao e distribuio de informaes nvel estratgico, gerencial e operacional

BALANO SOCIAL INTRODUO1. INTRODUO Uma empresa uma clula da sociedade que no sobrevive sem a interao com o meio ambiente, entendido como os recursos fsicos, financeiros e tecnolgicos, transformados pela ao humana em bens e servios que iro satisfazer as necessidades sociais. Portanto, esta clula precisa ao mesmo tempo captar recursos e fornecer resultados ao ambiente externo. Desta reflexo, apreende-se que no objetivo nico da empresa o retorno aos acionistas e investidores, pois estes no participam de forma isolada, com o capital, no crescimento eficiente e eficaz dela. A empresa tem responsabilidades para com todos esses grupos (empregados, administradores, governos e a comunidade) e precisa configurar seus objetivos de modo a dar a cada um certa medida de satisfao."[1] Esta responsabilidade explicitada atravs do Balano social, que funciona como uma prestao de contas da riqueza gerada pela empresa e como foi distribuda aos diversos grupos.[1] DONABELLA, Maurcio Mello. Demonstrao do valor adicionado: a avaliao do desempenho econmico das empresas pela contabilidade social. Vista & Revista. Belo Horizonte, v. 4, n. 1, p. 47, fev. 1992.

BALANO SOCIAL ORIGEM2. ORIGEM DO BALANO SOCIAL NA ALEMANHA A Alemanha foi eleita por vrios pesquisadores como bero do Balano social. A organizao das massas operrias, empreendida na Europa na dcada de 20, passou a exigir maior responsabilidade social, tanto no Estado como do poder econmico, o que trouxe, em decorrncia, a necessidade da empresa mostrar seu papel na sociedade e demonstrar atravs de dados confiveis como estava desempenhado tal papel. Surgia ento o chamado Balano social, aceito por pases como a Frana e a Espanha, onde tomou maiores amplitudes e, hoje, dispositivos legais tornam sua publicao obrigatria. Nos Estados Unidos e Inglaterra entre outros pases, no h obrigatoriedade, porm, tornouse prtica comum. Na Alemanha, as discusses sobre o Balano Social foram publicadas por sindicatos, entidades religiosas e ecolgicas e por organizaes no governamentais ONGs.

BALANO SOCIAL ORIGEMNOS ESTADOS UNIDOS Nos Estados Unidos, a participao das empresas na diviso da responsabilidade social comeou a ser discutida na poca da guerra do Vietn, pois os cidados americanos questionavam as polticas das empresas que fabricavam armamentos para a guerra. Como l existe um mercado acionrio muito forte, as empresas so obrigadas, pelas foras do prprio mercado, a divulgarem no apenas informaes contbeis e financeiras, mas, principalmente, informaes relativas s suas aes sociais, que as levam a interagirem com o meio ambiente no qual esto inseridas.

BALANO SOCIAL ORIGEMNA EUROPA Na Europa, o primeiro pas em que as empresas publicaram "relatrios sociais" foi a Holanda, sendo que tal documento prioriza informaes sobre as condies de trabalho e emprego, mas, tambm, serve como referncia para os consumidores. Na Frana, concebe-se inicialmente o Balano Social como um mtodo global de investigao social para o diagnstico da sade social desta e planificao estratgica do futuro, sob proposta do Institut de lEntrepise, em colaborao com uma equipe de investigadores dirigida por Alian Chevalier; mais tarde surge o relatrio de Sudreau, que deu origem, em 1977, lei sobre o Balano social.[1] Na Frana, o Balano social surgiu h mais de 20 anos e toda empresa com mais de 750 funcionrios obrigada a elaborar e entregar um relatrio social anual (o Bilan Social) aos representantes sindicais e ao inspetor do trabalho. Tal relatrio deve conter informaes detalhadas sobre emprego, salrios, custos sociais, condies de trabalho, relaes industriais e treinamento.[1] CARVALHO, Jos Eduardo. O balano social das empresas: uma abordagem sistmica. Lisboa: Minerva, p. 65, 1997.

BALANO SOCIAL ORIGEMNO BRASIL No Brasil, as primeiras discusses sobre Balano social remontam dcada de sessenta, mais especificamente em 61. Neste ano em So Paulo foi constituda a Associao dos Dirigentes Cristos de Empresa (ADCE). Mas somente em 1974 que efetivamente se encontra explicitamente menes a respeito do Balano social. A partir deste ponto na histria empresarial brasileira que o tema Balano social comea a ser debatido. Tais discusses, tmidas no incio, ganharam fora com o engajamento do socilogo Herbert de Souza (o Betinho) que pregava a idia de que o Balano social est associado demonstrao da responsabilidade pblica e cidad das empresas, pois, para ele, "pessoa jurdica uma entidade pblica, ainda que de domnio privado" uma vez que a sociedade concorda, ou permite, que uma empresa possa utilizar-se de proporo significativa dos j escassos recursos existentes no meio ambiente.

BALANO SOCIAL ORIGEMCOM A GLOBALIZAO Com o fenmeno da globalizao ganhando fora na dcada de 80 e, principalmente, na dcada de 90, as multinacionais passaram a exigir que suas filiais, nos mais diversos pases, adotassem as mesmas prticas das matrizes, o que acelerou o fenmeno da responsabilidade social das empresas. Alm disso, as empresas que pretenderem captar recursos no mercado acionrio mundial devero prestar contas de sua responsabilidade social aos provedores de capitais, aqui entendidos como acionistas, governos, fornecedores, empregados, clientes e outros grupos de interesse. Tais provedores de recursos possuem preocupaes, diferentes verdade, que transcendem aquelas puramente de lucro.

BALANO SOCIAL DIFERENA ENTRE BS E CONT.SOCIAL3. DIFERENA ENTRE O SOCIAL BALANO SOCIAL E A CONTABILIDADE

Antes de se definir Balano social, faz-se necessrio ressaltar a diferena entre este e a Contabilidade Social. O Balano Social est voltado para os resultados individuais da entidade e, a Contabilidade Social se preocupa com as avaliaes macroeconmicas, ou seja, como se estrutura e quais os resultados obtidos na economia global.

BALANO SOCIAL CONCEITO4. CONCEITO DE BALANO SOCIAL Para o Prof. Lopes S, o Balano Social Representa a expresso de uma prestao de contas da empresa sociedade em face de sua responsabilidade para com a mesma, e parece ter sido, inicialmente, desenvolvido na dcada de 50, embora na Alemanha, em 1939, a empresa AEG j publicasse tal pea (S, Antnio Lopes de. Teoria da contabilidade superior. 9. Ed. Belo horizonte: UNA, p. 54, 1994).

BALANO SOCIAL CONCEITO4. CONCEITO DE BALANO SOCIAL BALANO SOCIAL

ORGANIZAES

FUNCIONRIOS

SOCIEDADE

A figura acima representa a interao entre a organizao, os funcionrios e a sociedade definindo assim o que um Balano social.

BALANO SOCIAL EMPRESAS QUE UTILIZAM O BS5. EMPRESAS QUE ADOTAM O BALANO SOCIAL NO BRASIL No Brasil o Balano Social j est sendo publicado por diversas entidades, entre elas podemos destacar a Federao Brasileira das Associaes de Bancos (FEBRABAN), o Banco do Brasil e, no Estado do Esprito Santo, a Aracruz Celulose S/A e, a GERDAU S/A. Posto que, o Balano social vem ocupando lugar de destaque, cabe-nos entender do que se trata. Estamos anexando a publicao feita pelo Grupo GERDAU para fins de conhecimento.

BALANO SOCIAL OBJETIVOS6. OJETIVOS DO DE BALANO SOCIAL O Balano social tem especificamente como objetivos: - Revelar, conjuntamente com as demais demonstraes contbeis, a solidez da estratgia de sobrevivncia e crescimento da entidade; - Evidenciar, com indicadores, as contribuies qualidade de vida da populao; - Abranger o universo das interaes sociais entre: clientes, fornecedores, associaes, governo, acionistas, investidores, universidade e outros; - Apresentar os investimentos no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias; - Formar um banco de dados confivel para a anlise e tomada de deciso dos mais diversos usurios; - Ampliar o grau de confiana da sociedade na entidade; -Contribuir para a implementao e manuteno de processos de qualidade, sendo a prpria demonstrao do Balano social um parmetro para tal; - Medir os impactos das informaes apresentadas no Balano social perante a comunidade dos negcios;

BALANO SOCIAL OBJETIVOS6. OBJETIVOS DO DE BALANO SOCIAL - continuao - Verificar a participao do quadro funcional no processo de gesto; - Servir de instrumento para negociao laborial entre a direo da entidade e sindicatos ou representantes dos funcionrios; -Melhorar o sistema de controle interno, permitindo qualificar o ambiente organizacional, numa perspectiva de confirmar a regularidade da gesto identificada com o gerenciamento social e ecologicamente correto; -Clarificar os objetivos e as polticas administrativas, julgando a administrao no apenas em funo do resultado econmico, mas tambm dos resultados sociais.

BALANO SOCIAL COMPOSIO7. COMPOSIO DO BALANO SOCIAL Para composio de um Balano social deve-se conter informaes sobre: - Empregos; - Remuneraes e encargos sociais; - Condies de higiene e segurana; -Outras condies de trabalho; - Formao; - Relaes profissionais; - Outras condies de vida relevantes da empresa. O Balano social deve demonstrar, claramente, quais as polticas praticadas e quais seus reflexos no patrimnio, objetivando evidenciar sua participao no processo de evoluo social. Sem essa prtica, jamais uma entidade poder apresentar pleno xito em programas de qualidade, pois essa inteno exige quebra de preconceitos, transparncia administrativa e uma constante e ininterrupta ligao da organizao com seus funcionrios, acionistas, fornecedores e sociedade em geral.

BALANO SOCIAL FASES DE PREPARAO8. FASES DO PROCESSO DE PREPARAO DO BALANO SOCIAL O Balano social representa a demonstrao dos gastos e das influncias das entidades na promoo humana, social e ecolgica, dirigidos aos gestores, aos empregados e comunidade com que interage, no espao temporal. Assim, podemos desenvolver sua implementao atravs de quatro fases: [1] 1. fase poltica traduzida na tomada de conscincia, por parte do corpo diretivo da entidade, da necessidade do Balano social como um instrumento gerencial e de relaes pblicas; tomada de conscincia da responsabilidade social da entidade. Tambm inclui-se nesse estgio a venda da proposta para todo o quadro funcional, pois a construo de um bom Balano social depende do engajamento da totalidade do grupo organizacional; 2. fase operacional etapa em que se busca implantar de forma operacional a demonstrao do Balano social, exigindo, muitas vezes, o aperfeioamento da estrutura sistmica organizacional e de seus vrios subsistemas, viabilizando a coleta, o tratamento e a gerao de informaes;

BALANO SOCIAL FASES DE PREPARAO8. FASES DO PROCESSO DE PREPARAO DO BALANO SOCIAL 3. fase de gesto mediante a integrao dos novos objetivos sociais no negcio, durante a qual o Balano social passa de simples instrumento de informao para instrumento de apoio a gesto. Nessa fase, adicionam-se os objetivos sociais e ecolgicos aos objetivos econmicos, afetando o processo da tomada de deciso nos diversos nveis da entidade, transformando-se em subsdio para o planejamento estratgico; 4. fase de avaliao etapa em que so avaliados os procedimentos utilizados na preparao e comunicao das informaes, bem como a influncia que as mesmas exerceram na tomada de deciso e implementao de novas posturas administrativas, identificadas com a responsabilidade social e ecologicamente correta. a fase da retro-alimentao do sistema, re-avaliando todos os procedimentos, informaes, implementaes e resultados, oriundos da anlise do Balano social.[1] KROETZ, Csar Eduardo Stevens. Balano social: teoria e prtica. So Paulo: Atlas, p. 78, 2000.

BALANO SOCIAL BS E A RESPONSABILIDADE SOCIAL8. BALANO E RESPONSABILIDADE SOCIAL J ponto pacfico que as empresas no so micro-ambientes isolados e autctones, embora muitas delas ainda no percebam isto. Existe unanimidade terica-prtica quanto ao fato de que as mesmas esto inseridas num macroambiente e com ele interagem. No existe melhor instrumento para divulgar ao pblico o que sua empresa vem fazendo na rea social do que o Balano social. Atravs dele, fornecedores, investidores e consumidores tm uma radiografia de como a empresa encara suas responsabilidades pblicas, podendo inclusive, pesar muito na hora de decidir-se entre uma ou outra empresa. Assim sendo, a participao das empresas na questo social j est incorporada na cultura scio-poltico e econmica dos pases desenvolvidos, passando a ser disseminada nos pases em desenvolvimento, at mesmo pela fora do fenmeno da globalizao.

BALANO SOCIAL BS E A RESPONSABILIDADE SOCIALAo longo dos sculos as atividades econmicas foram instaladas e mantidas sem qualquer preocupao com seus efeitos sobre o meio natural. Com isso, encontram-se hoje grandes extenses de guas correntes e solos totalmente (ou em vias de tornarem-se) improdutivos ou inabitveis em funo dos dejetos poluentes deixados por empresas que ali estavam (ou esto) sediadas. Os ares carregados de grandes teores de emisses txicas, em algumas regies, provocaram (e ainda provocam) elevadas quantidades de casos de doenas respiratrias e dermatolgicas. Diante desta alarmante situao, a produo de novas tecnologias foi impulsionada no sentido de conter, se no eliminar, tais efeitos danosos, dado que a continuidade das atividades econmicas fator crucial para o desenvolvimento econmico e social. Obviamente, tratando-se de recursos escassos, tais tecnologias tm custos elevados, provocando a resistncia de muitos empresrios sua adoo, visto o desvio da aplicao de recursos nas atividades operacionais correntes, para investimentos em tecnologias antipoluentes e, principalmente, em funo da reduo da margem de lucros no curto prazo. No longo prazo, todavia, sem os referidos investimentos a empresa deixar de existir.

BALANO SOCIAL BS E A RESPONSABILIDADE SOCIALTal resistncia comeou a ser quebrada diante das presses dos movimentos ambientalistas locais e internacionais, quanto ao estgio e gravidade da degradao do meio ambiente, as quais motivaram a implementao de aes governamentais mais rigorosas, e que por fim culminaram com surgimento da conscincia de responsabilidade social das empresas. Outro fator fundamental para combater tal resistncia foi criao das normas internacionais de qualidade ambiental e a ampla aceitao destas, principalmente, no mercado internacional. A partir de ento, algumas empresas esto melhorando a qualidade de seu processo operacional, atravs da compra de novos equipamentos e instalaes dotadas de tecnologias capazes de reduzir ou eliminar o volume de resduos poluentes, de equipamentos antipoluentes propriamente ditos, de treinamento da fora de trabalho. Ressalte-se que so poucas as empresas que j tomaram tal iniciativa; uma quantidade significativa ainda opera em condies ambientais inadequadas, que so principalmente as de pequeno e mdio porte.

BALANO SOCIAL BS E A RESPONSABILIDADE SOCIALPartindo-se da premissa de que a informao tem o poder de inibir prticas ilcitas e estimular comportamentos e procedimentos corretos, a Contabilidade, objetivando evidenciar a situao econmico-financeira das empresas e o desempenho peridico das mesmas, constitui-se em um adequado sistema de informaes quanto postura ambiental das entidades. Assim sendo, propostas e recomendaes (ainda sem fora legal) existem no sentido de que as companhias tornem pblicos os efeitos de sua interao com o meio ambiente.

BALANO SOCIAL BS E A RESPONSABILIDADE SOCIALOs efeitos da interao da empresa com o meio ambiente podem ser identificados por meio: - dos estoques de insumos antipoluentes para insero no processo operacional; dos investimentos realizados em tecnologias antipoluentes (mquinas, equipamentos, instalaes etc); - do montante de obrigaes assumidas pela empresa para recuperao de reas degradadas ou guas contaminadas, para pagamento de penalidades ou multas decorrentes de infraes legislao ambiental; - das reservas para contingncias constitudas a partir da forte probabilidade de ocorrncia de perdas patrimoniais provocadas por eventos de natureza ambiental; - do montante de custos e despesas incorridos em prol da conteno dos nveis de poluio e/ou por penalidades recebidas por procedimentos inadequados.

BALANO SOCIAL BS E A RESPONSABILIDADE SOCIALUma empresa considerada potencialmente poluidora, que no adote medidas preventivas para reduzir tal potencial, poder encontrar dificuldades na sua continuidade em virtude das penalidades, hoje bastante rigorosas seja em funo dos altos valores das multas por infraes, seja em decorrncia da obrigatoriedade legal de recuperao ou restaurao de extensas e geograficamente complexas reas contaminadas, seja por interdio governamental em casos de infraes abusivas ou reincidentes, seja tambm, pela falta de crdito junto aos seus fornecedores ou instituies financeiras em face do risco a que estas se vm submetidas do no recebimento dos valores envolvidos ou pela co-responsabilidade que lhes pode ser atribuda em caso de inviabilidade da empresa. Este especificamente o caso das instituies financeiras dos Estados Unidos, as quais podem ser obrigadas a assumirem a responsabilidade de danos ambientais das empresas a quem concedem recursos a ttulo de emprstimos. Esta co-obrigao imputada sob a premissa de que a instituio financeira, antes da concesso do crdito, avalia a situao econmicofinanceira e os riscos associados s empresas, s quais emprestam dinheiro.

BALANO SOCIAL IDENTIFICAO DO PASSIVO AMBIENTAL9. IDENTIFICAO DO PASSIVO AMBIENTAL O Passivo Ambiental das empresas pode ser identificado, entre outras formas, atravs dos EIAs (Estudo de Impacto Ambiental) e dos RIMAs (Relatrio de Impacto ao Meio Ambiente), exigidos pelos rgos tcnicos de controle ambiental e responsveis pela autorizao de instalao e funcionamento das empresas. O EIA elaborado na poca de constituio da empresa, enquanto que o RIMA elaborado periodicamente para acompanhamento destes rgos quanto aos impactos dos procedimentos operacionais das empresas. No Brasil, estes documentos passaram a ser exigidos, tambm, para concesso de crdito por instituies governamentais ou repasses de crditos concedidos por agncias internacionais como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), pelo BIRD (Banco Mundial), Fundo Nakasone, do Japo e Agncia Alem de cooperao (GTZ), de acordo com as diretrizes estabelecidas no convnio, denominado Protocolo Verde, assinado entre o IBAMA ( Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social), Banco Central do Brasil, Caixa Econmica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amaznia.

BALANO SOCIAL IDENTIFICAO DO PASSIVO AMBIENTALA apurao contbil do desempenho das empresas, atravs da demonstrao de resultados pode evidenciar o montante de recursos consumidos naquele perodo especfico para a proteo, controle, preservao e restaurao ambiental, como tambm, identificar o montante de gastos com penalidades e multas. A evidencia dos fatores que refletem a interao da empresa com o meio ambiente fundamental. Qualquer que seja o usurio dessa informao poder estar interessado na identificao dos riscos de eventual descontinuidade e das perspectivas de continuidade, tendo em vista as aes e presses governamentais, da comunidade financeira, de crdito, e da sociedade em geral. Nas avaliaes para permisso da instalao e manuteno de empresas em determinados municpios, estas informaes podero ser utilizadas na anlise do custo-benefcio que poder ser proporcionado pela vinda da empresa. Como j ressaltamos, a ocupao de mo-de-obra local e o pagamento de impostos podem constituir benefcio para a localidade, mas o benefcio somente se efetivar se no resultar em deteriorao do patrimnio natural.

BALANO SOCIAL IDENTIFICAO DO PASSIVO AMBIENTALA Contabilidade presta-se a este tipo de informao porque responsvel pela identificao e apurao dos recursos econmico-financeiros consumidos pelas empresas. Basicamente, todos os procedimentos pertinentes proteo, recuperao e restaurao do meio ambiente envolvem o consumo de recursos financeiros e econmicos. Ou seja, o instrumental existe, resta utiliz-lo adequada e oportunamente. Ressalte-se, todavia, que a evidencia dos aspectos econmicofinanceiros dos eventos e transaes de natureza ambiental no precisa ficar condicionada aos padres das demonstraes contbeis. exemplo do que algumas empresas fazem (BSO Origem, da Holanda, ThorEmi e Baxter, dos EUA) um relatrio parte pode divulgar os resultados obtidos pelos esforos da companhia na conteno dos danos ao meio ambiente, o qual servir, entre outros, aos gestores das reas operacionais envolvidas para orientao quanto s medidas e recursos necessrios para aperfeioamento ou manuteno dos melhores resultados.

BALANO SOCIAL RESPONSABILIDADE SOCIAL10. O Que Responsabilidade Social de uma Empresa? Trata-se da conscincia de que a empresa est inserida em um determinado ambiente e com ele interage positiva ou negativamente e, portanto, devem contribuir para com o desenvolvimento da comunidade, adotar comportamento tico e praticar a cidadania. Quando uma empresa adota um comportamento de responsabilidade social ela conquista o respeito e a admirao da comunidade e, conseqentemente, a preferncia dos consumidores. Alm disso, melhora a autoestima dos seus funcionrios que ganham motivao adicional para o trabalho.

BALANO SOCIAL RESPONSABILIDADE SOCIALUma empresa que atua com responsabilidade social uma empresa preocupada com as seguintes reas do Balano social, entre outras: - meio ambiente; - ambiente do trabalho; - ambiente social e qualidade de vida; - ambiente urbano; - qualidade dos seus produtos e servios; - desenvolvimento dos direitos humanos; - conduta de responsabilidade social.

BALANO SOCIAL EXEMPLO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL11 ALGUNS EXEMPLOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL Para ilustrar algumas das aes que j existem no Brasil, destacam-se duas iniciativas que visam desenvolver e aprimorar a responsabilidade social nas empresas. Trata-se do Selo Empresa Cidad, da Cmara Municipal de So Paulo, e da Economia de Comunho, iniciativa do Movimento dos Focolares. A iniciativa do Selo Empresa Cidad envolveu o parlamento e a comunidade paulistanos na instituio de uma data e de um selo para serem oferecidos s empresas que se destacassem por aes de profunda responsabilidade social. Atravs da resoluo 05/98 a Cmara Municipal de So Paulo instituiu o dia da Empresa Cidad. Para concorrer ao selo Empresa Cidad, as empresas devem atender a uma srie de exigncias, entre as quais, no empregar mo-de-obra infantil, nem comprar produtos ou servios de empresas que o faam, e estar em dia com suas obrigaes fiscais.

BALANO SOCIAL EXEMPLO DE RESPONSABILIDADE SOCIALAs vantagens para as empresas que recebem o selo que elas podem utiliz-lo em produtos ou servios, embalagens, propaganda e materiais impressos. Alm disso, ganham o reconhecimento da comunidade por seu compromisso com a qualidade de vida, eqidade e desenvolvimento de seus funcionrios, suas famlias e comunidade, e ainda com a preservao do meio ambiente. Outra iniciativa de profunda responsabilidade social a Economia de Comunho na Liberdade EdC. Economia de Comunho na Liberdade EdC um projeto empresarial nascido por inspirao da fundadora do Movimento dos Focolares, Chiara Lubich, que atravs de empresas comprometidas com o projeto, busca atender s necessidades mais imediatas e elementares de pessoas ao redor do mundo. O Movimento dos Focolares um movimento religioso, nascido no seio da Igreja Catlica, que tem como carisma a unidade de pessoas de todos os credos, de vrias convices e de diversas culturas, rumo construo de um mundo novo.

BALANO SOCIAL EXEMPLO DE RESPONSABILIDADE SOCIALOutro aspecto importante da Economia de Comunho o fato de que tais empresas so orientadas por aes morais e ticas crists onde no existe nenhuma hiptese de sonegao fiscal. O relacionamento com seus clientes e fornecedores sempre baseado na verdade e honestidade, sem querer que uma das partes seja prejudicada, e o relacionamento com os empregados devem ser o mais transparente possvel e a sua remunerao justa. J existem mais de 700 empresas no mundo inteiro, sendo 80 no Brasil, que aderiram proposta da Economia de Comunho na Liberdade EdC. Como se pode perceber, pelos exemplos acima, o Brasil j apresenta importantes avanos em direo ao Balano Social. Falta apenas que as empresas compreendam a sua responsabilidade social e que, se no houver consumidores com renda para gastar, elas no tero futuro. Alm disso, as empresas que assumirem seu papel social e realmente praticarem aes interativas com o meio ambiente sero mais reconhecidas e valorizadas pelos consumidores, o que, sem dvida, gerar importantes dividendos para as mesmas.

BALANO SOCIAL EXEMPLO DE RESPONSABILIDADE SOCIALSem dvida, Balano e Responsabilidade Social so duas faces de uma mesma moeda, e o Balano social instrumento importante para que mais e mais empresas venham divulgar sua Responsabilidade Social e, com isso, construam um pas mais digno e decente, sob todos os aspectos; transformando, com isso, os modos e as relaes de trabalho que persistem desde o incio do capitalismo at nossos dias.

BALANO SOCIAL RECURSOS HUMANOS NO BS12- OS RECURSOS HUMANOS NO BALANO SOCIAL Por muito tempo, ter um emprego, ter quem empregasse era por si s um grande benefcio. A escassez de empregos induzia as pessoas a sacrifcios exagerados para a manuteno dos mesmos. Os cargos disponveis eram largamente disputados em troca de uma remunerao irrisria, sem qualquer condio de segurana ou de sade ocupacional, muitas vezes obrigando crianas ao trabalho para a complementao da renda familiar mnima. Sabe-se que esta no uma situao totalmente extinta, porm, quantitativamente houve grandes avanos.

BALANO SOCIAL RECURSOS HUMANOS NO BSPor fora das presses dos movimentos sindicalistas, governamentais, de direitos humanos surgiu a conscincia de responsabilidade social, tambm sob este aspecto. Atualmente, com maior ou menor nvel de escassez de cargo, as empresas so obrigadas implementao e manuteno de condies adequadas quanto a segurana e sade ocupacional de seus funcionrios, bem como, esto proibidas de utilizar mo-de-obra infantil (obviamente h casos de transgresses) e tambm, tem de limitar a ocupao de seus funcionrios a 8 horas dirias ou at menos, conforme as caractersticas da atividade desenvolvida. Aliado a isto, as entidades de classe passaram a exigir remuneraes condizentes com os cargos ocupados, na forma direta (salrios) ou indireta (planos de assistncia mdica, auxlio transporte, vales refeio, cesta bsica alimentar, auxlio natalidade, salrio famlia etc). O conjunto destes fatores que remuneram o trabalho da mo-de-obra empregada resulta na satisfao, realizao e valorizao pessoal do trabalhador social, econmica e psicologicamente e, por conseguinte da sociedade como um todo.

BALANO SOCIAL RECURSOS HUMANOS NO BSO empresariado conscientizou-se de que benefcios adicionais aos determinados por lei (e tambm, por fora das presses externas) eram necessrios para estimular seus colaboradores. Sob o ponto de vista empresarial, estes benefcios visam a otimizao dos resultados esperados das atividades. Apesar das resistncias iniciais quanto sua instituio, percebe-se que eles contribuem para a produtividade da empresa. A assistncia mdica oferecida pelas empresas reduz as ausncias dos funcionrios, fazendo com que estes recorram em nmero bem menor aos servios pblicos de sade, os quais, abarrotados pela imensa procura e carentes de profissionais para atendimento, consumiam grande parte do tempo de seus usurios somente em filas de espera. O fornecimento de refeies, ou de valealimentao contribuiu para a melhor alimentao dos empregados, ainda que em alguns casos esteja distante da necessidade real destes e de seus familiares e, conseqentemente, resultou em mais foras e energia para a execuo das tarefas. Os programas de treinamento profissional e de formao bsica refletem na produtividade medida que, mais esclarecidos, os funcionrios incorrem em menor quantidade de erros.

BALANO SOCIAL RECURSOS HUMANOS NO BSA limitao da carga horria de trabalho dirio em geral e, por profisses especficas, de acordo com as caractersticas das atividades, tambm um fator fundamental na reduo de falhas, diante das melhores condies fsicas de que dispe um trabalhador que tem as horas adequadas para o necessrio descanso. A ajuda de custo para transportes tambm um fator decisivo nas condies fsicas do empregado que muitas vezes se via obrigado, em funo de baixa remunerao, a percorrer longas distncias a p. A cesta alimentar tambm constitui fator estimulante para os funcionrios, pois como o demais benefcio representa um complemento salarial, o qual muitas vezes serve para aliviar as preocupaes do trabalhador com os recursos para sua alimentao mnima e de seus familiares, revertendo, portanto, em maior ateno para o processo operacional da empresa. Voltando-se aos aspectos sociais, a concesso destes benefcios reflete a responsabilidade social da empresa no que tange contribuio para a melhoria das condies de vida da sociedade, essencialmente dos habitantes da comunidade onde est instalada.

BALANO SOCIAL RECURSOS HUMANOS NO BSMuitas vezes se ouve dizer que esta uma responsabilidade do governo. Todavia, h lgica em se esperar que a empresa proporcione benefcios em troca dos que obtm em funo da permisso de instalao e de continuidade, dos servios prestados pelos funcionrios e de sua aceitao pela sociedade. Trata-se da velha premissa de que dando que se recebe. Obviamente, fazer no basta, preciso fazer certo e mostrar que fez. Assim, na configurao do Balano Social, prope-se que a empresa demonstre a quantidade de funcionrios que emprega, sua distribuio por sexo, idade, formao escolar, cargos ocupados; total da remunerao, benefcios oferecidos como: treinamento, assistncia mdica e social, auxlio alimentar (vale refeio e cesta bsica alimentar), transporte, bolsas de estudos. Estas informaes, alm de evidenciarem a responsabilidade social da empresa, podem auxiliar no processo de melhorias dos servios pblicos, na medida que so identificados os setores no atendidos, ou menos beneficiados. Por exemplo, se a empresa mantm escola de nvel bsico para seus funcionrios, familiares destes e para a comunidade local, a Prefeitura do municpio poder re-alocar os recursos que seriam utilizados nestes servios para outras reas carentes, como a sade, o saneamento bsico, transportes coletivos etc. ou aplicar na prpria rea educacional de forma a atender satisfatoriamente a parcela da populao no atendida.

BALANO SOCIAL RECURSOS HUMANOS NO BSEm outro caso, se a empresa sediada em rea afastada propicia o transporte de seus funcionrios, o governo municipal poder aplicar os recursos destinados implementao e manuteno dos transportes pblicos em outras reas (como a pavimentao, por exemplo) ou pelo menos reduzir o seu gasto de recursos nesta finalidade. Sob os aspectos educacionais, via de regra, nota-se um descompasso entre as necessidades de formao na vida profissional e o currculo escolar. A informao quanto formao escolar e cargos ocupados pode servir de direcionadores para a correo dos programas escolares, de forma a atender as necessidades evidenciadas. Os dados relativos composio da mo-de-obra, por idade e sexo podem deixar evidenciadas as carncias existentes quanto s faixas etrias e sexos no absorvidos. Com isso, as providncias governamentais podem ser agilizadas para a busca de uma soluo. Ou mesmo, pode estimular a criao de novas atividades econmicas que possam ser desenvolvidas com a referida mo-de-obra no utilizada.

BALANO SOCIAL RECURSOS HUMANOS NO BSO Balano dos Recursos Humanos empregados e beneficiados pelas empresas poder ser elaborado pela Contabilidade em conjunto com o departamento responsvel pela administrao dos recursos humanos da empresa. O perfil da fora de trabalho e os benefcios que lhe so proporcionados podero ser definidos em conjunto e correlacionados com os eventos e transaes econmico-financeiros que afetam a situao patrimonial e resultados, de forma a demonstrar o retorno auferido pela empresa, como aumento de produtividade, reduo de gastos com departamento mdico e at valorizao do patrimnio da entidade. de se lembrar que para muitas empresas os recursos humanos que elas empregam constituem o seu mais valioso ativo.

BALANO SOCIAL O VALOR ADICIONADO13- O VALOR ACIONADO Foram abordadas as questes ambientais e de recursos humanos associadas conduo das atividades econmicas, ressaltando sempre o envolvimento dos aspectos econmico-financeiros envolvidos nesta interao e a compensao dos recursos consumidos pelos benefcios gerados, sob estas abordagens especficas. Sob uma abordagem mais ampla, a Contabilidade utiliza a Demonstrao do Valor Adicionado, para identificar e divulgar quanto a atividade da empresa gera de recursos adicionais para a economia local, como e para quem os distribui. Esta uma informao de fundamental importncia para a gesto econmica governamental regional, dado que a instalao de uma empresa consome, necessariamente, recursos pblicos, por meio da implementao de infra-estrutura bsica como: asfalto, rede de gua e esgoto etc ou na forma de subsdios, reduo de impostos permanente ou temporariamente.

BALANO SOCIAL O VALOR ADICIONADOPara avaliao de investimentos faz-se necessrio identificar os benefcios que podem gerar (ou que esto gerando) frente aos recursos que consomem de modo a se aferir s vantagens da permisso de sua instalao ou continuidade. Ou, ainda, para induzi-las melhoria de seu comportamento social e econmico. Idealmente, a empresa instalada em um determinado municpio deve empregar a mo-de-obra local, gerar benefcios para estes e seus familiares, alm da comunidade que a cerca. Vivemos sob uma forma de administrao pblica descentralizada, ou seja, cada municpio recebe uma verba dos governos estadual e federal, e a completa com impostos municipais arrecadados, devendo gerenciar o atendimento das necessidades bsicas de infra-estrutura e urbanizao da cidade. Claro est que h necessidade de fomentar a criao de atividades econmicas que gerem impostos para complementar recursos e tambm ocupar a mo-de-obra disponvel.

BALANO SOCIAL O VALOR ADICIONADOImagine-se uma empresa que consome todos os recursos j mencionados, o nico benefcio que propcia o emprego dos moradores da cidade e no adiciona nenhum valor durante o seu processo produtivo. Esta uma situao no muito comum, mas configuraria pouca alternativa de continuidade, dado que esta requer o re-investimento dos resultados positivos, ou seja, dos lucros, na manuteno da empresa. Os scios no podem estar permanentemente aportando novos recursos companhia, esta deve ter condies para sua auto-manuteno. necessrio que seja agregado algum valor aos produtos da empresa de forma a justificar um sobre-preo que permita sua continuidade. O valor adicionado constitui-se da receita de venda deduzida dos custos dos recursos adquiridos de terceiros como: matria-prima, mercadorias para revenda, servios de terceiros, energia eltrica, enfim todos os insumos adquiridos de terceiros e consumidos durante o processo operacional. O resultado representa o que a empresa adicionou aos insumos / servios adquiridos de terceiros para chegar ao seu produto / servio final; corresponde, portanto, riqueza gerada. o que tem se convencionado denominar Valor Adicionado Bruto.

BALANO SOCIAL O VALOR ADICIONADOTodavia, a empresa utiliza-se tambm de instalaes, mquinas, equipamentos e outros ativos de vida til mais extensa, diminuindo-lhes o potencial de uso. Tal reduo de potencial de uso na Contabilidade refletida pela depreciao, amortizao e exausto. Assim sendo, dada a essencialidade do consumo parcial destes ativos para a gerao da riqueza, seu valor deve ser deduzido do valor adicionado bruto, conduzindo ao valor adicionado lquido, o qual reflete a efetiva contribuio da empresa para a economia local. H ainda que se mencionar os valores recebidos de outras empresas sem sacrifcios operacionais, como o caso do resultado de participaes societrias. A investidora realizou o investimento em algum momento passado, e nos perodos posteriores apenas receber os frutos desta aplicao, sem qualquer esforo, pelo menos em princpio. O mesmo acontece com as receitas financeiras. No h esforo da investidora, ela apenas aplica seus recursos no mercado e, dependendo das oscilaes destes que ser sua receita. Assim, o valor adicionado lquido somado s receitas recebidas em transferncia demonstrar o total dos recursos distribudos.

BALANO SOCIAL O VALOR ADICIONADOA distribuio do valor adicionado reflete quem so os beneficiados com o desempenho da empresa como: empregados, governo, terceiros, acionistas, que esto sendo representados pela remunerao do pessoal e encargos sociais; impostos sobre vendas, produo e servios, taxas e contribuies; juros sobre capital de terceiros e prprio, dividendos, aluguis de mveis e imveis e por fim pode ser retido a ttulo de reinvestimento na organizao. A analise da distribuio do valor adicionado identifica a contribuio da empresa para a sociedade e os setores por ela priorizados. Este tipo de informao serve para avaliar a performance da empresa no seu contexto local, sua participao no desenvolvimento regional e estimular ou no a continuidade de subsdios e incentivos governamentais. E, em um contexto maior, pode servir de parmetro para definio do comportamento de suas congneres. Note-se, novamente, que o bancos de dados necessrio para a elaborao desta demonstrao j est disponvel na Contabilidade, fazendo-se necessrio apenas um estmulo para que seja utilizado.

BALANO SOCIAL O VALOR ADICIONADOTer informaes sobre a conduta operacional, econmica e financeira das empresas um fator primordial para a gesto governamental, seja municipal, estadual ou federal, principalmente no que se refere alocao dos escassos recursos. O instrumento j existe: a Contabilidade. Por meio da identificao, mensurao e divulgao dessas referidas informaes a Contabilidade pode contribuir muito com o governo e com a sociedade em geral, na busca de solues para os emergentes e crescentes problemas sociais, principalmente no Brasil, pas em desenvolvimento, com notria carncia de recursos financeiros. O valor adicionado est ligado ao conceito econmico de renda e, usar-se este conceito em contabilidade, significa mensurar a produo como medida de desempenho social da empresa... Denomina-se de valor adicionado em determinada etapa de produo, a diferena do valor bruto produzido (igual a venda mais estoques) e os consumos intermedirios.. [1][1] DONABELLA, Maurcio Mello. Demonstrao do valor adicionado: a avaliao do desempenho econmico das empresas pela contabilidade social. Vista & Revista. Belo Horizonte, v. 4, n. 1, p. 47, fev. 1992.

BALANO SOCIAL O VALOR ADICIONADOA Demonstrao do Resultado tem como objetivo principal avaliar quanto foi o resultado e como estes resultados foram gerados. Informaes extremamente teis, mas que interessam diretamente ao empresrio, dono do capital. Estas demonstraes, apresentadas de maneira resumida e de forma agrupada, pouco revelam ao pblico externo, que no tem conhecimento ou acesso aos dados contbeis das empresas, tornando impossvel qualquer anlise sobre ela e, muito menos, conhecimento do que esta empresa est fazendo pela comunidade e pelo Pas. As demonstraes preenchem os requisitos legais e fornecem informaes importantes e de interesse, principalmente, do acionista, que quer saber quanto foi a remunerao de seu investimento. A Demonstrao do Valor Adicionado, mostra a riqueza gerada pela empresa e como esta riqueza foi distribuda entre os diversos setores que contriburam, direta ou indiretamente, para a gerao dessa mesma riqueza, como os scios, as instituies financeiras, o governo e os funcionrios.

BALANO SOCIAL O VALOR ADICIONADOO valor adicionado pode ser entendido como a diferena ente o valor da receita e o custo dos insumos adquiridos de terceiros. Correspondente ao valor que a empresa agregou aos produtos que serviram de insumos produo e considerado como a gerao de riquezas para remunerao dos fatores de produo, bem como o conhecimento de quanto a empresa contribui para a formao da riqueza do Pas. , em suma, a demonstrao contbil do Produto Interno Bruto PIB, isto , a riqueza gerada pela empresa em um determinado espao de tempo, exerccio social, e a sua distribuio aos diversos setores da sociedade. O Valor Adicionado tambm definido como a remunerao dos esforos desenvolvidos para a criao da riqueza da empresa. Esses esforos so, em geral, os empregados, que fornecem a mo-de-obra, os investidores, que fornecem o capital, os financiadores, que emprestam recursos, e o governo, que fornece a lei e a ordem, infra-estrutura socioeconmica e os servios de apoio.[1][1] DE LUCA, Mrcia Martins Mendes. Demonstrao do valor adicionado. Tese (Mestrado). FEA/USP, So Paulo, p. 63, 1991.

BALANO SOCIAL COMPOSIO DO VALOR ADICIONADO14. COMPOSIO DO VALOR ADICIONADO O valor Adicionado compe-se da seguinte forma: Entradas Vendas de produtos e servios; Receitas Financeiras. Sadas: Matrias-primas e bens de consumo; Servios de Terceiros. Destinaes: Salrios e Encargos; Impostos; Juros; Retenes; Participaes e Lucros Retidos.

BALANO SOCIAL USUARIOS DO DVA NO BS15 USURIOS DO DVA NO BALANO SOCIAL Conforme anteriormente mencionado importante que se d a informao adequada aos diversos usurios da contabilidade. A DVA, uma importante pea do Balano social, objetiva evidenciar o montante do valor adicionado de uma empresa, em palavras simples, qual a riqueza efetivamente gerada por ela, evidenciando tambm quanto foi distribudo aos diversos grupos que participam das atividades da empresa, da seguinte forma: Trabalhadores - Proporcionam aos trabalhadores subsdios para negociaes com a categoria patronal; Acionistas Oferece um conjunto de informaes que complementam as demonstraes contbeis e financeiras, registrando aes na rea social e ecolgica, na base temporal; Diretores / Administradores Contribui por se constituir num instrumento de controle, de planejamento e de tomada de deciso, permitindo identificar tendncia e oportunidades internas e externas;

BALANO SOCIAL USUARIOS DO DVA NO BSFornecedores Demonstra as polticas implementadas na rea social e ecolgica, aumentando a confiabilidade em relao entidade com a qual negociam. Clientes Apresenta uma realidade diversa da comumente divulgada, em que eles tero a oportunidade de conhecer as polticas da entidade, suas aes que tm influncia no ambiente social e ecolgico, sua relao com os funcionrios, etc...; Sociedade o poder poltico poder preparar um vasto banco de dados, confivel, possibilitando a gerao de informaes preciosas por segmentos sociais, por atividades, por regio, etc., permitindo o desenvolvimento de planos estratgicos. Estudiosos Gera um gigantesco banco de dados, o qual servir de subsdios para a melhor compreenso da realidade, desencadeando o estudo e desenvolvimento de novas pesquisas; Concorrentes Aproveitam os dados para investigar a vida da entidade divulgadora, projetando o nvel de competitividade, Sindicatos Aproveitam as informaes oriundas do Balano social para aprimorar o processo de negociao com a classe empresarial.

BALANO SOCIAL USUARIOS DO DVA NO BSTal demonstrativo, permite aos diferentes usurios avaliar a evoluo do valor adicionado da empresa nos diferentes perodos, bem como a forma como est sendo distribudo. Espera-se que com a elaborao do DVA a contabilidade continue cumprindo com suas responsabilidades sociais, entre as quais, fornecer informaes teis no processo decisrio das empresas, evidenciar os efeitos econmicos na sociedade e, finalmente, servindo at mesmo de instrumento de mensurao e controle dos contratos firmados entre empregadores e empregados sobre a diviso dos ganhos.

BALANO SOCIAL EXEMPLO DO DEMONSTRATIVO DO DVA16. EXEMPLO DO DEMONSTRATIVO DO VALOR ADICIONADO Apresentaremos a seguir uma demonstrao de contribuio de uma empresa fictcia, medida atravs de impostos, remunerao do trabalho, juros, dividendos e outras contribuies, com base no modelo definido no FIPECAF:X1 GERAO DE RIQUEZA: a) a) Gerao do Valor Adicionado Receita de Servios Receitas no operacionais Custo dos Insumos/Servios Materiais Servios de Terceiros e Outros 37.096.446 36.785.893 310.553 7.620.155 5.305.198 2.314.957 29.476.291 (3.201.595) 352.796 26.627.492 40.878.132 40.529.305 348.827 8.451.659 5.126.976 3.324.683 32.426.473 (3.092.199) 615.123 29.949.397 X2

c) Valor Adicionado Bruto (a b) d) Depreciaes e) Receita Financeira f) Valor Adicionado a Distribuir

BALANO SOCIAL EXEMPLO DO DEMONSTRATIVO DO DVADISTRIBUIO DE RIQUEZA GERADA a) Remunerao do Trabalho Salrios e FGTS Benefcios (alimentao, sade, outros) X1 19.067.319 16.915.249 2.152.070 % 71,6 63,5 8,1 X2 20.249.629 17.824.354 2.425.275 % 67,6 59,5 8,1

a) -

Remunerao do Governo Impostos/ Taxas/Contribuies Previdncia Social e Outros

5.807.990 1.785.518 4.022.472

21,8 6,7 15,1

6.788.135 2.274.116 4.514.019

22,7 7,6 15,1

c) Capitais de Terceiros Juros d) Acionistas Lucros retidos

661.743 1.090.440 26.627.492

2,5 4,1 100

466.349 2.445.284 29.949.397

1,5 8,2 100

BALANO SOCIAL EXEMPLO DO DEMONSTRATIVO DO DVAA anlise desta demonstrao divide-se em duas partes independentes, sendo a anlise da formao da riqueza pela empresa e a sua distribuio para os fatores de produo. Dentro desta diviso, j prpria do DVA, verificamos as variaes entre os elementos da demonstrao e algumas comparaes entre os perodos.