Aula 2 - Tecnologia de Cereais - Trigo (1)

download Aula 2 - Tecnologia de Cereais - Trigo (1)

of 79

Transcript of Aula 2 - Tecnologia de Cereais - Trigo (1)

  • CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

    TECNOLOGIA DO PROCESSAMENTO DE PANIFICAO, MASSAS, AMIDOS E DERIVADOS

    PROF. ME. MARCEL DE CAMPOS OLIVEIRA 4PERODO

    TECNOLOGIA DE CEREAIS:

    TRIGO

  • De acordo com a USDA*, a produo mundial de trigo para a

    safra 2009/10 ficou em torno de 650 milhes de toneladas.

  • O maior produtor mundial do gro e Unio Europeia, com

    135,9 milhes de toneladas.

    No Brasil, a produo e de aproximadamente

    6 milhes de toneladas.

    USDA* (United States Departament of Agriculture).

  • CLASSIFICAO DO TRIGO

    O trigo possui 30 tipos geneticamente diferenciados, mas

    somente trs so produzidos comercialmente:

    O Compactum.

    O Aestivum vulgaris;

    O Turgidum durum;

    O Aestivum vulgaris responsvel por boa parte da produo

    mundial de trigo por ser adequado a panificao.

  • CLASSIFICAO DO TRIGO

    O durum utilizado na produo de macarro e outras

    massas;

    O Compactum um trigo de baixo teor de

    glten, produzido em pequena proporo, e

    mais indicado para fabricao de biscoitos.

  • A Associao Brasileira da Industria do Trigo (ABITRIGO) da

    outros nomes para esses tipos de trigos, baseados na instruo

    normativa n 7, do Ministrio da Agricultura, Pecuria e

    Abastecimento (MAPA), e classifica como:

    Trigo brando: usado para fabricao de bolos, bolachas

    (biscoitos doces), produtos de confeitaria, pizzas e massas

    do tipo caseira fresca.

  • Trigo tipo po: fabricao de pes tipo francs ou dagua,

    massas alimentcias secas, folhados e uso domestico.

    Trigo melhorador: usado em panificao massas

    alimentcias, biscoito tipo crackers e pes industriais

    (po de forma e po para hambrguer).

    Trigo durum: utilizada para massas alimentcias

    secas.

    Trigo para outros usos destinados para alimentao animal ou

    outro uso industrial.

  • ESTRUTURA DO GRO DE TRIGO

  • ESTRUTURA DO GRO DE TRIGO

    O gro de trigo tem:

    Possui tamanhos e cor variveis.

    Formato oval;

    Extremidades arredondadas, onde encontramos

    o germe, e na outra, cabelos finos;

    Perceba que na regio ventral observa-se uma reentrncia,

    conhecida como crease esse sulco que dificulta a

    limpeza e a moagem do gro.

  • COMPOSIO MDIA GRO DE TRIGO

  • MOAGEM DO TRIGO

  • MOAGEM DO TRIGO

  • *VDEO: FARINHA

    *Vdeo: O segredo das coisas Farinhas.

  • RECEPO DO TRIGO

    Recepo do trigo no moinho.

  • RECEPO DO TRIGO

    Ao chegar ao moinho, o trigo passa pelo controle de

    qualidade, onde so realizados:

    Testes do trigo a partir da retirada de varias amostras antes

    de descarregar o trigo de todas as carretas no moinho.

    POR QUE ESSES TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE SO

    IMPORTANTES ANTES DO DESCARREGAMENTO?

  • Garantir que ser armazenado com trigos de qualidade

    semelhante.

    RECEPO DO TRIGO

    Para:

    Garantir que o trigo seja de qualidade;

    Assegurar que no esteja contaminado por corpos estranhos

    ou infestados;

  • TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    Esses testes variam de acordo com:

    A seguir, os oito passos que, em seu resultado, dizem a

    qualidade do trigo.

    Da farinha a ser produzida.

    O tipo de moinho;

  • TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    1. Aparncia, odores estranhos e corpos estranhos;

    2. Peneiramentos (impurezas);

    3. Densidade do trigo; 4. Contedo proteico;

    5. Contedo de glten;

    6. Umidade;7. Falling number de Hogberg;

    8. Dureza.

  • Presena de corpos estranhos a olho nu ou com auxilio de

    lupa.

    TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    1. Aparncia, odores estranhos e corpos estranhos:

    Antes da etapa de peneiramento, ocorre a observao

    por amostragem da aparncia;

    Ocorrncia de odores atpicos;

  • VOCS DEVEM SE LEMBRAR DA EXPRESSO SEPARAR

    O JOIO DO TRIGO, NO MESMO?

    TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    2. Peneiramentos (impurezas):

    Pois , nos testes do trigo essa expresso simplesmente

    significa separar ervas daninhas, gros murchos ou doentes,

    palha, pregos, madeiras, evidencias de contaminao por

    roedores, entre outros fatores que inutilizem o gro.

  • TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    3. Densidade do trigo:

    A densidade do trigo medida pelo PH PESO HECTOLITRO

    OU PESO POR BUSHEL;

    Consiste num cilindro de volume conhecido que

    cheio por meio de um mtodo padro e depois

    transformado em quilogramas por hectolitro (kg/hl).

  • Esses trigos devem pesar acima de 80 kg/hl.

    TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    Os trigos que tiverem uma densidade > so os trigos mais

    duros.

    So utilizados para panificao.

  • O contedo e a qualidade so importantes na

    moagem da farinha.

    TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    4. Contedo proteico:

    O contedo proteico diz respeito as caractersticas que

    tornam o trigo nico;

    Determina o valor de comercializao;

  • TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    Existem mtodos demorados como:

    O NIR (near infra-red), que em 25 segundos j

    fornece o resultado.

    O aparelho de Kjeldahl e Dumas;

    Existem mtodos rpidos como:

  • VDEO: MTODO DE KJELDAHL

  • TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    5. Contedo de glten:

    Esse teste feito a partir da amostra de

    farinha, com o trigo modo por peneiramento.

    6. Umidade:

    o percentual de gua encontrado na amostra do

    produto isenta de matrias estranhas e impurezas.

  • ENZIMAS

    As enzimas do trigo e dos cereais que tem importncia na

    tecnologia dos alimentos so:

    Amilases

    Proteinases

    Lipases

    Fitase

    Lipooxigenases

    Peroxidase

    Catalase

    Glutationdesidrogenase

  • ENZIMAS

    Amilase: a amilase est presente em todos os cereais sob a

    forma de e amilase, sendo de especial interesse para o

    trigo e centeio;

    AMILASE DEGRADA AMIDO MALTOSE FERMENTVEL

    PROCESSO DE

    FERMENTAO DO PO AS LEVEDURAS

    CONVERTEM A GLICOSE VOLUME DO PO

  • TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO

    7. Falling number de Hogberg:

    uma medida do contedo de alfa-

    amilase do trigo.

    Esses resultados so registrados como um ndice de atividade

    enzimtica em uma amostra de trigo ou de farinha, que so

    expressos em segundos.

  • TESTES DE QUALIDADE DO TRIGO8. Dureza:

    As farinhas de trigo mole (menor que 80

    kg/hl) para produo de biscoitos e bolos.

    uma medida de textura do endosperma do trigo.

    Dependendo da dureza, a utilizao da farinha originria de

    trigo duro ir para o setor de panificao;

  • ESTOCAGEM

    Estocagem do trigo

    O trigo estocado em silos de

    armazenamento, com controle de:

    Aerao para prevenir focos de

    insetos.

    Temperatura;

    Esses silos podero estar prximo ao

    moinho ou no.

  • UMIDIFICAO DO TRIGO

    Umidificador de trigo

  • UMIDIFICAO DO TRIGO

    Consiste na adio de gua aos gros, de acordo com a

    umidade inicial do gro.

    Dependendo do moinho, a adio dessa

    gua poder ser manual ou automtica.

    Aps esse processo, a massa de trigo segue para silos de

    descanso por 16 a 18 horas, de acordo com a variedade do

    gro de trigo.

  • Esse procedimento:

    UMIDIFICAO DO TRIGO

    Facilita a separao entre a casca e o endosperma,

    melhorando a taxa de extrao;

    Deixa o farelo (fibra) mais elstico e resistente do que o

    endosperma, reduzindo a fragmentao na moagem;

    Facilita a peneirao;

  • Aproxima o comportamento de trigos diferentes no processo

    de moagem atravs da uniformizao da umidade;

    UMIDIFICAO DO TRIGO

    Reduz o consumo de energia e o aquecimento dos rolos no

    processo de moagem;

    Pode, ainda, facilitar a remoo de impurezas presas na

    casca e nas reentrncias do gro.

  • Processo de moagem da farinha.

    FLUXOGRAMA

  • FLUXOGRAMA

    O processo moderno de moagem de farinha compreende

    seis estgios diferentes.

    1. Sistema de triturao: primeiro estgio da moagem do trigo.

    2. Extrao, classificao e peneiramento:

    separao dos materiais modos depois de

    cada um dos rolos de triturao.

  • 3. Sistema de extrao: remoo final do farelo do sistema,

    ainda que sistemas de classificao por tamanho sejam mais

    utilizados nas instalaes mais modernas.

    4. Purificadores: limpeza das semolinas (fragmentos

    de endosperma) mediante classificao e

    aspirao, removendo os fragmentos do farelo.

    5. Sistemas de reduo: reduo da semolina em farinha.

    6. Finalizao da farinha: separao da farinha dos outros

    materiais (principalmente farelo).

  • Sistema de triturao.

    Sistema de peneiramento.

  • *VDEO: MOINHO

    *Vdeo: Moinho Mafrense.

  • ADITIVOS

    Aditivos na farinha de trigo aps a moagem do trigo:

    Podem empregar alguns aditivos como mtodos de controle

    do desempenho de suas farinhas;

    Como tambm para atender as

    exigncias legais de nutrio.

  • Agentes oxidantes:

    ADITIVOS

    Outro aditivo o azodicarbonamida (ADA), que tem seu uso

    restrito aos moinhos de trigo.

    No Brasil, o agente oxidante mais usado o cido ascrbico

    que, segundo a legislao brasileira, no considerado um

    aditivo, e sim um melhorador da tecnologia de panificao.

  • Agente branqueador de farinha:

    ADITIVOS

    de uso recente no Brasil.

    O nico previsto pela legislao

    brasileira o:

    Peroxido de benzola.

  • ENZIMAS

    Panificao:

    Clulas dos gros de cereais da farinha contm enzimas

    Amilase

    Proteases Trigo

    Amido Glten Glutenina: tenacidade e elasticidade.

    Gliadina: extensibilidade e viscosidade.

    Transformando em farinha no processo

    de moagem.

    Triticum durum Glten

    Triticum aestivum Amido

  • ENZIMAS

    Panificao:

  • ENZIMAS

    Panificao:

    O papel das amilases

    (a) Amilose

    (b) Amilopectina

    Grnulos de amido

    Amilopectina

    70-85%

    Amilose

    15-30%

  • ENZIMAS

    Panificao:

    O papel das amilases

    -amilase: Hidrlise do amido em dextrinas.

    -amilase: Obteno de maltose.

  • Panificao:

    ENZIMAS

    Fabricao do po

    CO2

    FORNO

    Farinha de trigo

    Fermento

    gua

    Acar

    Sal

    Problemas: -amilase Po mole demais e aberto.

    -amilase Po solado.

  • ENZIMAS

    Panificao:

    Fabricao do po

    Farinha de trigo

    gua

    Acar

    Sal

    Fermento

    FORNO

    CO2

    Soluo:

    Adio de -amilase de origem fngica ou de malte.

  • ENZIMAS

    Panificao:

    Cor da casca do po Amiloglicosidase

    0% 2% 5% 10%

    Massas refrigeradas e congeladas-Amilase

    Amiloglicosidase

  • ENZIMAS

    Panificao:

    Retardamento do processo de

    envelhecimentoExoamilase

    maltognica

    bacteriana

    Melhoramento da massa Pentosanase

    Biscoitos Proteases

  • ENZIMAS

    A adio de substncias enzimaticamente ativa s farinhas

    de panificao praticada em maior escala atualmente.

    As enzimas mais utilizadas na panificao para complementar

    a farinha so trs:

    1. Amilase, age sobre o amido (amilose e amilopectina);

    2. Protease, que age sobre as protenas;

    3. Hemicelulases, que age sobre as hemiceluloses (pentosanas).

  • ADIES NUTRICIONAIS

    Como o po sempre foi considerado um alimento principal,

    ento assegurada por lei a adio de:

    NO BRASIL, AS INDSTRIAS SO OBRIGADAS POR LEI A ADICIONAR FERRO E CIDO FLICO PARA COMBATER CASO DE ANEMIA

    (RESOLUO RDC N 344, DE DEZEMBRO DE 2002, APROVA O REGULAMENTO TCNICO PARA A FORTIFICAO DAS FARINHAS DE

    TRIGO E DAS FARINHAS DE MILHO COM FERRO E CIDO FLICO.

    Vitaminas e minerais que possam estar em

    falta em certas dietas.

  • FORMAO DE GLTEN

    COMPONENTES ESSENCIAIS DAS MASSAS PARA

    PRODUTOS DE PANIFICAO:

    FARINHA DE TRIGO + GUA

    PODEM SER ADICIONADOS INGREDIENTES SECUNDRIOS:

    ACARES, FERMENTO, LIPDIOS, OVOS, LEITE,

    AROMATIZANTES, CORANTES, ENZIMAS, ETC.

  • FORMAO DO GLTEN E ESTRUTURA DA MASSA

    FARINHA + DEMAIS INGREDIENTES + GUA

    HOMOGENEIZAO MECNICA

    Hidratao das protenas do trigo

    Formao do glten

    Formao de emulses com gua e lipdios e protenas

    Formao de CO2

    Dissoluo de sais, acares e incorporao de ar

    Atividade enzimtica PROCESSAMENTO TRMICO

  • FORMAO DO GLTEN E ESTRUTURA DA MASSA

    PROCESSAMENTO TRMICO

    da formao e da presso do CO2 e do ar

    Formao de vapor de gua e dilatao do volume

    Inativao enzimtica

    Reao de Maillard e caramelizao

    Desnaturao de protenas e gelatinizao do amido

    CRESCIMENTO DA MASSA

    RESFRIAMENTO Retrogradao do amido e envelhecimento da massa

  • FATORES NO FISIOLGICOS QUE AFETAM A FORMAO

    E AS CARACTERSTICAS DO GLTEN

    Teor de umidade, que pode ser insuficiente;

    Excesso de manuseio mecnico que, para o trigo mole,

    diminui a resistncia;

    Excesso de oxidao, reduzindo drasticamente a

    extensibilidade;

    Enzimas proteolticas que destroem a cadeia peptdica,

    reduzindo ou destruindo a resistncia do glten;

    Falta de lipdios, afetando as propriedades mecnicas,

    principalmente e extensibilidade.

  • USO DE OUTRAS FARINHAS NA PANIFICAO

    Substitutos para a farinha de trigo produto obtido no

    apresenta caractersticas desejadas.

    Centeio + trigo glten do centeio apresenta baixa

    elasticidade e, portanto, a massa no cresce bem sem a

    adio de trigo.

    Outros cereais (como arroz e milho) ou soja tambm no

    fornecem um bom glten utilizados como aditivos farinha

    de trigo.

  • DOENA CELACA

    Glten:

    Protena encontrada no trigo, aveia, cevada,

    centeio e malte.

    Aminocido gliadina txica (quantidade mnima a quem

    intolerante).

    Celacos Massas, bolos, pizzas e biscoitos podem ser feitos

    com a utilizao de farinha sem glten.

  • *VDEO: DOENA CELACA

    *Vdeo: Doena celaca SBT REPRTER.

  • CARACTERSTICAS QUMICASCARACTERSTICAS QUMICAS

    UMIDADE

    ACIDEZ

    CINZAS

    PROTENAS

    GLTEN

    TEOR DE AMIDO DANIFICADO

    COR

  • ANALISES REOLGICAS

    A reologia o estudo da deformao da matria, ou ainda o

    estudo da mobilidade dos fludos.

    Alveografia

    Farinografia

    Extensografia

    Falling number

  • ALVEOGRAFIA

    A ALVEOGRAFIA FORNECE RESULTADOS COMUNS AS

    ESPECIFICAES TCNICAS UTILIZADAS PELOS MOINHOS E

    INDSTRIAS QUE VO UTILIZAR A FARINHA.

    O alvegrafo determina a fora de glten de uma massa,

    medindo a fora necessria para expandir e estourar uma

    bolha de massa.

    Esses resultados garantem que o lote do produto est em

    conformidade com o desejado.

  • ALVEOGRAFIA

  • ALVEOGRAFIA

  • ALVEOGRAFIA

  • FARINOGRAFIA

    Faringrafo mede:

    Absoro da gua (%);

    Tempo de desenvolvimento da massa (min);

    Estabilidade da massa (min);

    ndice de tolerncia mistura (UF).

  • Faringrafo Brabender.

  • EXTENSOGRAFIA

    O extensgrafo mede e registra a resistncia da massa

    extenso, enquanto ela esticada a velocidade constante.

    Uma amostra de 150g de massa (farinha, gua e sal)

    colocada no extensgrafo moldado em uma esfera.

    PROCEDIMENTO:

    Essa bola amassada para ficar de forma cilndrica;

  • A massa e colocada no bero de extensgrafo, fixado por

    pinos, e descansada por 45 minutos em ambiente controlado.

    Ela esticada para baixo at que a massa se rompa.

    O extensgrafo registra uma curva em papel milimtrico.

    A massa volta a ser remodelada, descansa mais 45 minutos, e

    novamente esticada.

    Aps 135 minutos, pode-se observar o desempenho do

    amassamento da massa.

  • EXTENSOGRAFIA

    TEMPO DA ANLISE: 45, 90 E 135 MINUTOS.

  • EXTENSOGRAFIA

  • Extensgrafo de Brabender.

  • Prof. Me Marcel de Campos Oliveira

    E-mail: [email protected]