Aula 4 - Tegumentar
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SAÚDE DO ADULTO Assistência de enfermagem nas
intercorrências clínicas da função tegumentar– Introdução– Distúrbios de pele, pelos e unhas– Pacientes com queimaduras
Profª Elenilda Farias
ANATOMIA DA PELE
A pele é constituída de duas camadas principais – a epiderme e a derme, compostas por tipos de tecidos diferentes Epiderme: camada mais externa da pele, fina e
avascular; costuma regenerar-se em 4 a 6 semanas. Funções básicas - manter a integridade da pele e atuar como barreira física.
Derme : oferece resistência, suporte, sangue e oxigênio à pele. Contém vasos sanguíneos, folículos pilosos, vasos linfáticos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. É composta de fibroblastos, colágeno e fibras elásticas.
FISIOLOGIA DA PELE
A pele é o maior órgão do corpo humano, constituindo cerca de 10% do peso corporal. Está constantemente exposta a agressões físicas, químicas e mecânicas.
Principais funções: Proteção: atua como barreira física contra microrganismos e
outras substâncias estranhas, protegendo contra infecções e perda excessiva de líquidos.
Sensibilidade: as terminações nervosas da pele permitem que a pessoa sinta dor, pressão, calor e frio.
Termorregulação: ajuda a regular a temperatura corporal mediante vasoconstrição, vasodilatação e sudorese.
FISIOLOGIA DA PELE
Principais funções: Excreção: ajuda na termorregulação, mediante a excreção de
resíduos, como eletrólitos e água. Metabolismo: a síntese de vitamina D na pele exposta à luz
solar, por exemplo, ativa o metabolismo de cálcio e fosfato, minerais que desempenham um papel importante na formação óssea.
Imagem Corporal: detalha a nossa aparência, identificando de modo único cada indivíduo.
Anexos cutâneos
Pelos: centenas de filamentos de queratina que se originam-se nos folículos pilosos na derme
Glândulas sebáceas: secretam secreção sebácea, conectadas ao folículo piloso
Glândulas sudoríparas: secretam o suor (água e eletrólitos) durante transpiração
Unhas:camadas de queratina com função protetora
SAÚDE DO ADULTO Assistência de enfermagem nas
intercorrências clínicas da função tegumentar– Introdução– Distúrbios de pele, pelos e unhas– Pacientes com queimaduras
Distúrbios de pele, pelos e unhas
Distúrbios cutâneos Dermatite Acne vulgar Furúnculos, furunculose e
carbúnculos Psoríase Escabiose Dermatofitoses Herpes-zoster Câncer de pele
Distúrbios do couro cabeludo
Seborréia, dermatite seborréica e caspa
Alopécia Pediculose
Distúrbios ungueais Onicomicose Onicocriptose
Dermatite
Inflamação da pele acompanhada por erupção cutânea avermelhada e prurido. Dermatite alérgica Dermatite de irritação
A degranulação de mastócitos e a liberação de histamina provocam erupção cutânea avermelhada, prurido e edema
Tratamento: hidratantes e corticóides tópicos
Acne vulgar
Inflamação das glândulas sebáceas e folículos pilosos
Pode ser decorrência de alterações hormonais (puberdade), uso de cosméticos
Tratamento: limpeza, antibióticos tópicos, cirúrgico
Furúnculos, furunculose e carbúnculos
Furúnculo é uma inflamação cheia de pus Furunculose é a presença de múltiplos
furúnculos Carbúnculo é um furúnculo que drena pus
São causados por microrganismos inofensivos que agridem a pele
Tratamento: drenagem, antibióticos, compressas
Psoríase Distúrbio inflamatório não infeccioso
crônico da pele caracterizada por áreas de eritema (hiperemia) recobertas por escamas prateadas, sobre regiões como cotovelos, joelho, tronco e couro cabeludo
Tratamento sintomático: corticóides, fotoquimioterapia
Diagnóstico, planejamento e intervenções
Diagnóstico Intervenções
Integridade da pele prejudicada relacionada à diminuição da função protetora do tecido
epidérmico
Informar que traumas cutâneos podem exacerbar a psoríaseNão espremer nem coçar as lesõesInspecionar a pele em busca de sinais de infecçãoUtilizar sabonete suave e secar a pele delicadamenteCortar as unhas bem curtas para evitar arranhõesLavar a área afetada com água morna e secá-la por tapotagem
Imagem corpórea perturbada relacionada ao embaraço
causado pela aparência da pele e pela autopercepção de sujeira
Informar que a doença não tem cura mas pode ser controladaAjudar a realizar esforços cosméticos para reduzir a visibilidade das lesõesEncorajar a buscar um grupo de apoio
Escabiose
Doença cutânea infecciosa muito comum causada por infestação do ácaro Sarcoptes scabiei.
É transmitida pelo contato da pele, vestimentas, roupas de cama
Tratamento: escabicidas, medidas de higiene
Dermatofitoses
Infecções fúngicas superficiais Tratamento: antifúngicos
Herpes-zoster
Distúrbio cutâneo que se manifesta anos após um quadro de catapora. É uma reativação aguda do vírus varicela-zoster, que permanece inativo em raízes nervosas. No momento de imunodepressão do indivíduo, o vírus se manifesta com inflamação, erupções elevadas, cheias de líquido e dolorosas na pele do indivíduo.
Tratamento: aciclovir, analgésicos
Distúrbios de pele, pelos e unhas
Distúrbios cutâneos Dermatite Acne vulgar Furúnculos, furunculose e
carbúnculos Psoríase Escabiose Dermatofitoses Herpes-zoster Câncer de pele
Distúrbios do couro cabeludo
Seborréia, dermatite seborréica e caspa
Alopécia Pediculose
Distúrbios ungueais Onicomicose Onicocriptose
Seborréia, dermatite seborréica e caspa
Dermatite seborréica é a inflamação do couro cabeludo acompanhada pela seborréia (condição dermatológica associada à produção excessiva de secreções pelas glândulas sebáceas) e caspa (descamação do epitélio ceratinizado morto do couro cabeludo)
Tratamento: lavagem, corticóides tópicos
Alopécia
É a queda parcial ou total de cabelo. Tratamento: afastar o que provoca a queda
dos cabelos, medicamentos que estimulam crescimento, cirúrgico
Pediculose
Infestação por piolho. Tratamento: xampus, loções
Distúrbios de pele, pelos e unhas
Distúrbios cutâneos Dermatite Acne vulgar Furúnculos, furunculose e
carbúnculos Psoríase Escabiose Dermatofitoses Herpes-zoster Câncer de pele
Distúrbios do couro cabeludo
Seborréia, dermatite seborréica e caspa
Alopécia Pediculose
Distúrbios ungueais Onicomicose Onicocriptose
Distúrbios ungueais
Onicomicose Infecção fúngica que afeta dedos das mãos e
pés.
Onicocriptose Unha encravada do pododáctilo
SAÚDE DO ADULTO Assistência de enfermagem nas
intercorrências clínicas da função tegumentar– Introdução– Distúrbios de pele, pelos e unhas– Pacientes com queimaduras
Pacientes com queimaduras
Lesão traumática da pele e tecidos subjacen-tes. Provocados por calor, substâncias quími-cas ou eletricidade. Estes agentes agem no tecido causando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas profundas, como tecido subcutâneo, músculos, tendões e ossos.
A gravidade da queimadura depende da tem-peratura da fonte térmica, duração do contato e espessura do tecido exposto à fonte térmica.
Pacientes com queimaduras
Localizações com prejuízos: Perineal: risco de infecção Face, pescoço ou tronco: comprometem
ventilação Mãos, articulações: comprometem destreza,
habilidade, locomoção
A lesão provocada pela queimadura inicial aumenta pelo processo inflamatório que afeta camadas de tecido abaixo da lesão superficial
Profundidade da queimadura 1° grau – superficial
Similar a queimadura solar. Só afeta a epiderme, cicatriza em 5 dias, espontaneamente
2° grau – espessura parcial (forma bolhas) Superficial: cicatriza em 14 dias, com alteração
pigmentar, sem cicatriz, não requer cirurgia Profunda: cicatriza em mais de 3 semanas, pode
necessitar de debridamento e enxerto, pode ser hipertrófica
3° grau – espessura total É indolor pois destrói todas as camadas da pele
ASCT – Área de superfície corporal total lesada
Método de Wallace (regra dos nove) Cabeça – 9% Braços – 9% (cada um) Tronco – 36% (face anterior e posterior) Pernas – 18% (cada uma) Genitália – 1%
ASCT – Área de superfície corporal total lesada
Baixa: menos de 15% da superfície corporal atingida
Média: entre 15
e 40% da pele coberta Alta: mais de 40%
do corpo queimado
Características
As leões resultantes das queimaduras são isquêmicas como consequência da trombose causada pelo trauma
As queimaduras profundas apresentam trombose em todas as camadas da pele atingidas e a diminuição de oxigenação nesses tecidos dificulta o crescimento dos capilares e a cicatrização
Tratamento clínico Primeiros socorros
Conter o fogo Durante trajeto ao hospital, atentar para sinais
de dispnéia Administrar oxigênio e hidratação IV
Tratamento da ferida Limpeza, aplicação de produtos Cobertura absorvente não aderente, gazes com
vaselina e curativo oclusivo Debridamento: remoção do tecido necrótico
Diagnóstico, planejamento e intervençõesDiagnóstico Intervenções
Risco para desobstrução ineficaz das vias aéreas relacionado ao aumento de
secreções nas vias aéreas; risco para troca de gases prejudicada relacionado ao
edema e inalação de carbono
Avaliar condição respiratória (qualidade, FR, padrão e profundidade)Checar FR antes e após medicação opióideMensurar saturação com oxímetro de pulso e avaliar resultado de gasometria arterialAdministrar oxigênio prescritoAspirar vias aéreas com cuidado, se edemaFacilitar a ventilação com vias aéreas artificiais
Complicação potencial: choque hipovolêmico
Monitorizar SSVVMensurar ingestão e DUPesar o paciente diariamente (vestimentas e balança)Administrar líquidos prescritos
Dor aguda relacionada à lesão tissularAvaliar intensidade da dorAdministrar analgesia prescritaFazer curativos com cuidado
Hipotermia relacionada ao comprometimento da capacidade de regulação da temperatura corpórea
Reduzir evaporação da ferida através da umidificação do meio ambiente, da prevenção de correntes de ar e da cobertura da ferida com pomadas, cremes e curativos
Diagnóstico, planejamento e intervençõesDiagnóstico Intervenções
Complicação potencial: Infecção relacionada ao comprometimento da
integridade cutânea
Evitar que outros doentes entrem em contatoLavar as mãos frequentementeAvaliar temperatura 4/4 hAdministrar antibióticos prescritosAtentar sinais de infecção
Complicação potencial: Ruptura do enxerto de pele
Evitar pressão excessiva sobre a área do enxertoMinimizar movimentoAjudar nas trocas de curativoMonitorizar cor e odor na região enxertada
Complicação potencial: Paresia gástrica e intestinal e úlcera péptica
Observar sinais de distensão abdominal e ruídos intestinaisInserir SNG prescritaAdministrar medicamentos prescritos e antiácidosAvaliar pH e resíduo gástrico
Risco para constipação relacionado à perda líquida, à diminuição da nutrição
oral, à inatividade e a analgesia narcótica
Controlar evacuaçõesFornecer volume de líquidos orais, alimentação balanceadaAdministrar emolientes fecaisRemover qualquer impactação fecal
Diagnóstico, planejamento e intervenções
Diagnóstico Intervenções
Complicação potencial: Anemia relacionada à destruição de eritrócitos e
à perda de sangue devida à úlcera de estresse
Monitorizar resultados laboratoriais de Hb e HtChecar secreções gástricas e fezes em busca de sangueAdministrar concentrado de hemáceasFornecer alimentos ricos em ferro
Risco para nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais relacionado ao aumento da demanda
calórica e à incapacidade de ingestão de alimentos pela via oral
Administrar NPTMonitorizar perda ou ganho de pesoFornecer alimentos hiperprotéicos e ricos em ferro
Mobilidade física prejudicada relacionado à dor, curativos volumosos
e contração da pele secundária à formação de cicatriz
Manter articulações das áreas queimadas em posição neutra: estendidas em vez de flexionadasExercitar ativamente as articulações não envolvidasExercitar as articulações envolvidas durante hidroterapia Estimular a realizar atividades cotidianas
Diagnóstico, planejamento e intervenções
Diagnóstico Intervenções
Risco para enfrentamento ineficaz e risco para enfrentamento familiar
comprometido relacionados a recursos emocionais inadequados para enfrentar
múltiplos estressores
Explicar os métodos e as razões do tratamentoReconhecer sinais de progressoEnvolver a família no planejamento, terapia e reabilitação vocacional prolongadosEncaminhar a família para aconselhamentos, para assistência na administração de conflitos
Risco para alteração do pensamento relacionado à redução da estimulação mental, privação do sono, isolamento social, desequilíbrio hidroeletrolítico, administração de narcóticos e sepse
Avaliar o estado mental em cada turnoReorientar o paciente confusoManter um calendário e relógio à vista do pacienteDiscutir eventos atuais. Encorajar a visita de familiaresAgrupar atividades da enfermagem para facilitar o sono contínuo
Bibliografia
KNOBEL, Elias, et al. Terapia intensiva. São Paulo: Atheneu, 2006.
TIMBY, Barbara; SMITH, Nancy. Enfermagem médico-cirúrgica. 8ed. Ed. Manole: São Paulo, 2005