Aula 5 - Thorstein Veblen

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Thorstein Veblen

Curso de Mestrado Profissional em Administração – ESAG/UDESC

Profs. Carolina Andion e Mauricio C. Serafim

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Biografia Nasceu em Wisconsin (EUA) em 1857 e

morreu em 1929 (poucos meses antes do crash), com 72 anos.

Filho de imigrantes noruegueses de tradição luterana, teve uma infância pobre.

Formação em Economia. Obteve seu primeiro trabalho em 1892 aos 35 anos na recém inaugurada Universidade de Chicago.

Também trabalhou na Universidade de Stanford, Universidade de Missouri, como editor do The Dial.

Em 1919 ajuda a fundar a New School for Social Research.

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Algumas obras centrais

Teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições (1899) [publicado no Brasil em 1965]

Theory of Business Enterprise, (1904).

The Instincts of Worksmanship and the State of the Industrial Arts (1914).

The place of science in modern civilisation an other essays (1919)

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Contexto da obra

Discussão econômica e sociológica era até então européia.

Na Europa, decadência da aristocracia, emergência da burguesia.

Mas a tradição feudal ainda era forte (ex.: importância das graduações de nome e nascimento).

Na América: valorização das conquistas individuais e espírito de independência (self made man).

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Contexto da obra

Ethos cavalheiresco x ethos empreendedor Para entrar nas classes mais altas ou obter

reconhecimento social: capacidade de ganhar dinheiro. Surge um novo padrão de concorrência: rompimento

consciente dos ideais cristãos. “Especialistas sem espírito, sensualistas sem coração”

(Weber)

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Contexto da obra

Presencia a formação de grandes trustes industriais nas ferrovias, no aço e no petróleo

Graves crises da agricultura tradicional do Midwest

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Metodologia Pesquisou a natureza do homem econômico, seus ritos

e rituais. Se aproximou das abordagens da antropologia e

psicanálise. Abordagem interpretativista: tentava encontrar

evidências nos objetos, roupas, discurso, e se concentrava nos detalhes quando acreditava que fosse a projeção de alguma realidade importante, mas velada, e procurava significados que eram estranhos para o senso comum (Heilbroner).

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Crítica à economia

Natureza do ator econômico (Monasterio): Restrições quanto à eficiência da racionalidade. Tal como os economistas austríacos, Veblen critica a

postura passiva (não age, apenas se comporta) que o homem tem na concepção neoclássica.

Combate também a idéia de imutabilidade do homem diante das pressões do ambiente (sem história e aprendizado).

Coerente com a abordagem institucional, entende ser inadequado, para uma teoria da conduta humana, considerar apenas as características individuais

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Crítica à economia Natureza do ator econômico:

Via o homem moderno como um ‘bárbaro parcamente civilizado’.

Os motivos do comportamento econômico podem ser melhores compreendidos em termos de irracionalidades subjacentes do que no ‘doce auto-interesse’ que transformam esses motivos em conseqüências da razão e bom senso.

Homem vebleniano: Ao invés de uma escala de preferências, ele é possuído por propensões instintivas contraditórias; os objetivos sugeridos pelo instinto predatório (de tomar bens sem trabalho) e de trabalho eficaz estão em patente conflito (Monasterio)

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Crítica à economia

Posicionamento crítico com relação a uma economia política incapaz de levar em conta a evolução econômica devido à natureza de suas pré-noções sobre o comportamento econômico.

Critica também o conceito de equilíbrio, que impede de conceber a evolução econômica como um processo cumulativo contínuo. Redução da dinâmica a uma simples variação quantitativa ao redor do equilíbrio (Raud)

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Veblen e sociologia econômica

Para Veblen, como para Durkheim, a economia política marginalista não é mais aceitável. Se coloca então a questão da construção social do objeto econômico (Raud).

A ciência econômica para Veblen se concentraria na evolução dos fatos econômicos: oposição à concepção da economia construída ao

redor do conceito de equilíbrio; estudo da ação econômica entendida como a

manifestação concreta dos hábitos mentais (instituições).

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Veblen e sociologia econômica

Esta concepção da ação econômica enfatiza: o caráter social da formação dos interesses; a inter-relação causal entre as necessidades e o

significado da atividade para os homens. Essa ciência econômica evolucionária deve se

interessar pelas mudanças dos hábitos mentais, responsáveis pelas mudanças de conduta dos agentes (Raud).

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Veblen e sociologia econômica

Dá pistas sobre a natureza da coesão social. Questão: o que mantém a sociedade coesa

apesar dos interesses conflitantes das classes que a compõe? (pensar em Marx)

Resposta: os trabalhadores não querem destruir seus dominadores, mas sim imitá-los (busca por mobilidade social).

Nessa teoria há o germe de uma teoria da estabilidade social (Heilbroner).

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Instituições

Para Veblen, instituições são “hábitos de pensamento predominantes” e esses costumes são herdados do passado: “as instituições foram elaboradas no passado antes de serem transmitidas”.

A análise da ação e análise institucional não podem ser separados.

Influências das instituições: Impõe normas sociais que restringem a conduta; age sobre os desejos dos agentes.

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Instituições e ação social

O processo da ação social é vista como a interação entre tendências naturais do homem (instintos) e o papel das instituições (hábitos de pensamento).

Dependendo das instituições, os instintos podem ser reforçados ou reprimidos.

Os motivos e as modalidades de exercício da racionalidade otimizadora do ator econômico são, a todo momento, da evolução econômica, regidos pelas instituições (Raud).

* * *

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Referências

HEILBRONER, R. A história do pensamento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 199-229.

MONASTERIO, Leonardo M. Veblen e o Comportamento Humano: uma avaliação após um século de A Teoria da Classe Ociosa. Disponível em <http://tinyurl.com/mun45n>

RAUD, Cecile. Notas de aula. Mimeo.