Aula central de transplantes maio

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A morte no contexto A morte no contexto Hospitalar na visão do Hospitalar na visão do profissional de saúde profissional de saúde É muito difícil dizer É muito difícil dizer adeus adeus

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aula Pr. José Linaldo Oliveira

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A morte no contexto Hospitalar na visão A morte no contexto Hospitalar na visão do profissional de saúde do profissional de saúde

É muito difícil dizer adeusÉ muito difícil dizer adeus

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Por que estamos aqui?Por que estamos aqui?

1. A complexa missão do profissional de saúde: opção pelo desfavorecido.

2. A Central de Transplantes de PE no processo de doação

de Órgãos

Doação de Órgãos:Doação de Órgãos:• Do ponto de vista da socioantropologia:

– Doação se constitui o maior feito da ciência

• Do ponto de vista da teologia:– O verbo se fez carne – Jesus se doou totalmente

• Do ponto de vista da saúde:Os profissionais se constituem a grande elite

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““O tempo de preparação não é tempo perdido”O tempo de preparação não é tempo perdido”

1.1. O profissional da saúde, sempre está próximo ao O profissional da saúde, sempre está próximo ao doente e aos seus familiares, não é verdade?,doente e aos seus familiares, não é verdade?,

2.2. Com relação a morte, cabe a ele a notícia, bem como Com relação a morte, cabe a ele a notícia, bem como a solicitação para doação – a solicitação para doação – (ao menos de córnea),(ao menos de córnea),

3.3. É fundamental sua atividade multidisciplinar, É fundamental sua atividade multidisciplinar, tornando-se parceiro da dor de um e esperança do tornando-se parceiro da dor de um e esperança do outro.outro.

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O doente terminal no momento de extrema “dor” necessita de companhia (Jó 2:11-13)

1.A maior dor sentida num hospital nem sempre é a dor física:2.É a dor da solidãosolidão,

3.É a dor do abandono,abandono,

4.É a dor da rejeição,rejeição,

5.É a dor de sentir-se inválidoinválido,

6.É a dor de dependerdepender de pessoas desconhecidas.

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Motivos para se esquivar de enfrentar a finitudeMotivos para se esquivar de enfrentar a finitude

Hoje em dia morrer é:Hoje em dia morrer é:

1.1. Triste,Triste,

2.2. Solitário,Solitário,

3.3. Mecânico,Mecânico,

4.4. DesumanoDesumano..

UUm m ato solitárioato solitário e e impessoalimpessoal – O paciente é removido – O paciente é removido de seu ambiente familiar e levado para hospital ou de seu ambiente familiar e levado para hospital ou UTI.UTI.

QQuando um paciente está gravemente enfermo, em uando um paciente está gravemente enfermo, em geral é tratado como alguém geral é tratado como alguém sem direito a opinarsem direito a opinar..

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1.1. Não é só a pessoa que morre, que é perdida, mas todo Não é só a pessoa que morre, que é perdida, mas todo o universo interno de quem ficou também é destruído,o universo interno de quem ficou também é destruído,

2.2. Por outro lado, alguém na fila de espera, depende Por outro lado, alguém na fila de espera, depende daquele potencial doador; sendo-lhe sua única daquele potencial doador; sendo-lhe sua única esperança, assemelha-se muito ao bebê que necessita esperança, assemelha-se muito ao bebê que necessita do leite da mãe,do leite da mãe,

3.3. Intermediar este momento requer muita solidariedade, Intermediar este momento requer muita solidariedade, seriedade e profissionalismo.seriedade e profissionalismo.

po

A difícil missão do profissional hospitalarA difícil missão do profissional hospitalar

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Atitudes diante da morte e do morrer

1.1. Sociedade Sociedade ignoraignora e e evitaevita a morte, a morte,

2.2. Medicina: uma nova, mas Medicina: uma nova, mas despersonalizadadespersonalizada ciência, ciência,

3.3. Prolongar a vidaProlongar a vida / aliviar o / aliviar o sofrimento humano,sofrimento humano,

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4. Psicologicamente negação da morte,

5. Não concebemos (inconscientemente) nossa própria morte,

6. Acreditamos na nossa imortalidade: “Ainda bem que não fui eu”.“Ainda bem que não fui eu”.

Atitudes diante da morte e do morrerAtitudes diante da morte e do morrer

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Para reflexão aos profissionais de saúdePara reflexão aos profissionais de saúde

1. A dor é um dos sintomas físicos mais frequentemente relatados por pacientes, causando importante redução na qualidade de vida do indivíduo,

2. A dor é uma experiência desagradável, sensitiva e emocional, que deve ser aliviada,

3. Em pesquisas na população geral e em médicos dos EUA, as crenças e o comportamento religioso foram estudados:

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4. 95% das pessoas acreditam em Deus, 77% acreditam que os médicos devem considerar as suas crenças espirituais, 73% esperam que devem compartilhar as suas crenças religiosas com o profissional médico e 66% demonstram interesse de que o médico pergunte sobre sua espiritualidade.

5. No entanto, apenas 10% a 20% relataram que os médicos discutiram a espiritualidade com elas.

Para reflexão aos profissionais de saúdePara reflexão aos profissionais de saúde

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Atitudes solidárias do profissional de saúdeAtitudes solidárias do profissional de saúde

1.1. Acolha em ouvir e a receber em silêncio,Acolha em ouvir e a receber em silêncio,

2.2. Você pode ser alvo de raiva e do desejo de pôr a culpa Você pode ser alvo de raiva e do desejo de pôr a culpa em alguém (transferência),em alguém (transferência),

3.3. Seja empático, fortaleça-o na sua fé,Seja empático, fortaleça-o na sua fé,

4.4. Ajude-a a encontrar força de que ela mesma dispõe Ajude-a a encontrar força de que ela mesma dispõe (ex. a prece do “Pai nosso”),(ex. a prece do “Pai nosso”),

5.5. Nem sempre sua ajuda produz resultados imediatos e Nem sempre sua ajuda produz resultados imediatos e milagrosos.milagrosos.

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Lembre-se que o doente em sua terminalidade pode vivenciar fases bem elucidadas por Elisabeth Kubler-Ross

1.Negação: (comigo não... exames ou médicos estão errados),

2.Raiva: (exterioriza com todos e com o profissional sua dor),

3.Barganha: (negociação e troca em suas crenças),

4.Recolhimento: (esmorecimento, tristeza distimia...),

5.Aceitação: (entrega-se: pode receber acolhimento e rende-se).

Compreenda o doente em sua subjetividade

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Primeiro procedimento: Olhe para a pessoa e pondere que ela é um ser humano exatamente como você (medo, solidão, tristeza, etc.)

Segundo procedimento: Coloque-se no lugar dela e pergunte: o que mais você gostaria que eu fizesse?

Finalmente: Tocar nas mãos do enfermo olhando nos olhos.

Ofereça amor incondicionalOfereça amor incondicional

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1.1. Dor física Dor física (e outros sintomas físicos de desconforto),

2. Dor emocional (ansiedade, depressão, sentir-se só),

3. Dor social (medo da separação, sensação de abandono, luto antecipatório),

4. Dor espiritual (temor do futuro, crenças).

“O sofrimento não identificado não pode ser aliviado””

O conceito da chamada “Dor Total”:

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Compreendendo na finitude

1. Uma pessoa com dor intensa jamais terá condições de refletir sobre o significado de sua existência,

2. O sofrimento físico não aliviado é um fator de ameaça constante à sensação de plenitude desejada pelos pacientes que estão morrendo.

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Compreendendo na finitudeCompreendendo na finitude

1. Muito ajudaria se as pessoas conversassem sobre a morte e o morrer, como parte intrínseca da vida, do mesmo modo como não temem falar quando alguém espera um bebê.

2.2. Se agissem assim com mais frequência, não Se agissem assim com mais frequência, não precisaríamos nos perguntar se devemos precisaríamos nos perguntar se devemos tocar nestes assuntos com o paciente, ou se tocar nestes assuntos com o paciente, ou se ddeveríamos esperar pela última internaçãoeveríamos esperar pela última internação

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Sugestão para leitura

1. Sobre a Morte e o Morrer – Elisabeth Kubler-Ross – Martins Fonte,

2. ROCHA, Renata Alves et al. O Enfermeiro na Unidade de Terapia

Intensiva: um enfoque sobre seus sentimentos no cuidado diário de

pacientes em processo de morte. Juiz de Fora, 2004. 11 p. Artigo

científico do Curso de Especialização em Enfermagem em Terapia

Intensiva. Universidade Federal de Juiz de Fora,

3. Giacoia Júnior, A visão da morte ao longo do tempo. Medicina,

4. Kovács, M. J. Pensando a morte e a formação de profissionais de saúde.

5. Aprendendo a dizer adeus – Marcelo Rittner – Planeta,

6. No leito da enfermidade – Eleny Vassão – Cultura Cristã,

7. Quando a morte chegar – Almir dos Santos – Juerpe.

8. Consultas diversas extraídas de fontes anônimas.

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Não tenha medo do seu futuro porque Deus Não tenha medo do seu futuro porque Deus sempre esteve lásempre esteve lá

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