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HISTÓRIA DA AVIAÇÃO - 18
AGO
A ERA DOS BALÕES e DIRIGÍVEIS
ENSAIOS DE VOO
Progressão dos estudos sobre o voo - uso da tecnologia em
desenvolvimento no Século XIX, Revolução Industrial
1852- Henri Giffard (FR) patenteia a “aplicação do vapor na
locomoção aérea e constrói um balão com forma de baleia,
coloca um leme e um motor a vapor de 3 HP. Voa 27 KM.
1874- Ferdinand von Zeppelin (AL) projeta o “navio
aéreo”: dirigível em que o gás ficava em
câmaras independentes, motores laterais
externos e gôndolas p/ passageiros e carga
1881 - Júlio César Ribeiro de Sousa, paraense
(BR), constrói o balão dirigível “Victória”,
patenteando-o na França, Inglaterra, Itália, Bélgica,
Rússia e EUA e depois constrói o “Santa Maria
de Belém”
1883- Gaston e Albert Tissandier (FR) constroem um balão dirigível c/ motor elétrico
de 1,5 HP de 24 baterias.
1884 – Charles Renard e Arthur Krebs (FR)
constroem o dirigível “La France”, c/ motor
elétrico, c/ velocidade de 24 KMH e totalmente
dirigível
1890 - Leopoldo Corrêa da Silva (BR), constitui no Brasil a empresa “Sociedade Particular de Navegação Aérea”, c/ 2 dirigíveis.
1894- Augusto Severo de Albuquerque Maranhão
(BR) constrói o dirigível “Bartolomeu de
Gusmão” na França e o faz voar no Rio de
Janeiro.
No mesmo ano Santos-Dumont muda-se para Paris
e começa a se envolver com os estudos
aeronáuticos, entre outros.
Aproveitando as teorias e as experiências de vários
pesquisadores da área ele começa a projetar seus
próprios aparelhos voadores.
Zeppelin sobrevoando o RJ na década de 30
1895- Zeppelin patenteia seu dirigível motorizado
e c/ boa capacidade de carga e autonomia.
1897 - Karl Wölfert (AL) constrói e voa um
dirigível c/ motor a gasolina... que explodiu.
No mesmo ano Auguste André, Strindburg e Fraenbel
(FR) decolam em um dirigível da Noruega p/ o Pólo
Norte e... desaparecem, achando-se seus corpos 33
anos depois.
1898 - Santos-Dumont (BR) voa no seu 1º balão,
“Brasil”, na França.
1900- Zeppelin faz voar pela 1ª vez o LZ-1, por
20 minutos e c/ 5 passageiros a bordo.
Os grandes dirigíveis de Zeppelin passaram 36 anos
cruzando os céus do mundo, fazendo voos
transcontinentais e mostrando aos povos que
havia uma nova forma de viajar, que não os
demorados navios. Suas silhuetas grandiosas
impressionavam ao sobrevoarem lentamente as
áreas povoadas.
Com bilhetes muito caros e luxo interior, era um
meio de transporte reservado às pessoas da alta
sociedade, que desejassem uma viagem mais
rápida e com uma excelente visão panorâmica em
altitude, até então impossível ao ser humano.
No transcurso dos 36 anos de serviços prestados,
provocou significativos aperfeiçoamentos de
tecnologias: motores mais leves e eficientes,
metais leves e mais resistentes, técnicas de
navegação aérea e compreensão dos fenômenos
meteorológicos, melhoria nas rádio-comunicações,
etc.
E por um bom tempo o transporte aéreo era feito pelos
dirigíveis, inclusive chegando ao Brasil.
1901 - Augusto Severo faz evoluções,
c/ curvas fechadas, no seu 2° dirigível
“Pax” (2 motores e hélices tratoras e
propulsoras), a 400 m/alt que, ao
final, pega fogo.
No mesmo ano Santos-Dumont
vence o prêmio “Deutsch de la
Meurth” de 120000 FR$ (acrescidos
de 9000 FR$), c/ seu dirigível nº 6,
contornando a Torre Eiffel
(11 km em 30 min.)
1937- O dirigível “Hindeburg” explode em Nova
Iorque, colocando em cheque a segurança dessas
naves.
FIM DE UMA ERA.
Total de LZ construídos = 129, de 1901 a 1937
1912 a 1913 = 881 voos, 19.100 passageiros
Deutsche Luftschiffahrts Akitiengesellschaft –
DELAG 1ª empresa de aviação do mundo
1909 Dirigida por Alfredo Colsman.
Capital inicial: 3.000.000 de marcos.
Inicia-se a busca por
alternativas p/ o transporte
aéreo
O ESTUDO DA AERODINÂMICA DO MAIS
PESADO QUE O AR ADQUIRE NOVA
DINÂMICA.
NÃO HÁ MAIS COMO A HUMANIDADE
VIVER SEM O TRANSPORTE AÉREO.
OS AEROPLANOS PRECISAVAM EVOLUIR,
TORNAREM-SE CONFIÁVEIS E DAR NOVO
IMPULSO AO MODAL AÉREO.
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O que deixaram os balões-dirigíveis aos
aeroplanos?
Estudo da meteorologia aeronáutica
1937 – O FIM DOS DIRIGÍVEIS COM O ACIDENTE DO
“HINDEBURG”
O DESENVOLVIMENTO DOS PEQUENOS “AVIONS”
Então, os maiores aviões tinham 2 ou 3 motores, pesavam
umas 6 toneladas, transportavam uns 15 passageiros,
autonomia aproximada de 4 h, c/ velocidade de 200
km/h, como o Boeing-247 e o Ford Trimotor. Assim, não
faziam vôos transoceânicos.
Os dirigíveis já cruzavam os céus (início do Século XX)
e os 1ºs aviões mal saiam do chão, nas versões do
“Flyer” dos irmãos Wright (1903) e do “14-Bis” de
Santos-Dumont (1906).
Esses aeroplanos, ainda meros planadores, também têm
base tecnológica no Século XIX.
Fatos que exemplificam esse desenvolvimento:
1806 – Degen produz o seu ornitóptero – 1º projeto de
aeroplano;
1842 – Henson projeta o Aerial e
Letur faz um pára-quedas;
1852 – George Cayley, o pai da aerodinâmica, constrói o
“coachman carrier” e faz seu cocheiro nele voar
(1° aviador?) por 397 m... e cai. Concluiu que o homem era
incapaz de promover potência necessária ao vôo e propôs
a fabricação de um motor;
1860 - Ponton d’Amecourt projeta um helicóptero a vapor;
1876 – Étienne-Jules Marey publica a obra “La machine
animale” - tratado de aerodinâmica - sobre o vôo dos
pássaros;
.
.Ainda em1876 o Engº Clément Ader escreveu “Aviação
Militar”, teoria adotada a seguir no projeto de máquinas
voadoras.
Constrói o “Éole” c/ 14 m / envergadura, 6,5 m /
comprimento, asas iguais a de morcego, motor de 20
HP e peso de 296 KG, c/ o qual voou em 1890, por 50 m
e 20 cm / altura.
Inventa, também, o termo “avion” (“appareil volant les
imitant oisaux naturels” – aparelho voador que imita os
pássaros naturais).
Fez ainda o avion II (Zephir) e o III – bimotor com 20 HP
cada e hélices quadripás;
.
Tudo em 1880:
Thomaz Alva Édison, inventor da lâmpada, projeta seu
“navio voador”;
Alphonse Penaud desenvolve um modelo com hélices
propulsionado por uma fita de borracha (mais tarde
bastante estudado pelos Wright);
O Engº Otto Lilienthal desenvolve o trabalho “O vôo das
aves como base da aviação”, e faz um aparelho que voa
até 30 m;
.
1891 – Octave Chanute reunia aficcionados em aviação p/
incentivá-los à busca de soluções aos problemas do
vôo.
Publicou artigos a respeito que se transformaram em um
manual: “Progresso das máquinas voadoras”, citando
Langley, Maxims, Pilcher, Hargraves, Lilienthal, etc.
Estudou a localização do centro de gravidade do avião,
estabilidade e dirigibilidade nas asas.
Foi orientador dos Wright’s, e assistiu vários testes do
“Flyer”;
.1895 – Lilienthal produz planadores biplanos, faz 2 mil
saltos, voando por + de 250 m de distância a 20 m /alt.
Fez um morro artificial c/ rampa e base subterrânea p/
seus aparelhos.
Vendia asas-planadores, ensinava manobras de vôo
planado e a influência dos ventos.
Equipou um aparelho com um motor de 2,5 HP (41 KG) e
saltou de uma colina, quando uma rajada de vento o faz
colidir com o solo e ele morre.
O material que deixou serviu aos pioneiros a projetarem
seus aeroplanos.
.Ainda em 1895 Samuel Pierpoint Langley (US) teorizou
que o avião, após decolar, podia voar sem parar, c/
energia dos ventos.
Mas, seus estudos acabaram apontando na direção do
desenvolvimento de um motor a combustão interna.
Testou um aparelho em escala – “aerodrome” – que voou
aproximadamente 1000 a 1500 m / distância e a mais de
50 kmh, c/ motor radial de 5 cilindros, 2 hélices,
refrigerado a água e que foi fabricado por Charles
Manley.
Em testes funcionou por 10 h consecutivas sem perder
potência.
As 2 tentativas de voar c/ o aparelho em tamanho real
fracassaram... 1903.
.Mais experiências p/ tirar um aparelho + pesado que o ar
do chão foram feitas no Sec. XIX.
Importantes foram os estudos sobre os princípios básicos
do vôo de um aeroplano, diferente do vôo dos pássaros,
precisava de um motor p/ fazê-lo cortar o ar e, assim,
ganhar sustentação.
Problemas a serem resolvidos:
Motorização (relação peso / potência)
Efeito dos ventos (Meteorologia Aeronáutica)
Manobrabilidade (Comandos e Centro de Gravidade)
Tamanho das asas (área alar)
No início do século seguinte, isto solucionado, consegue-
se fazer voar por meios próprios o + pesado que o ar...
Mas, se os dirigíveis voavam bem, para quê os “avions”?...
Wright’s ou Dumont ?...
Quem eram WILBUR e ORVILLE WRIGHT:
. Filhos do clérigo Milton Wright , de Dayton (USA)
1882. abrem uma oficina
de bicicletas
(Wright Cycle Company)
1890. estudam as obras de Lilienthal, Cayley, Ader,
Henson, Chanute e Langley (considerado um rival)
1899. o Serviço de Meteorologia indica-lhes Kitty Hawk
como local p/ testes.
1900. testaram sua primeira asa como uma pipa.
.1901. planam uma asa tripulada e tentam dirigi-la c/
movimentos do corpo.
1901. fizeram um túnel de vento p/ ensaios de vôo.
1901. incluem na asa um compensador dianteiro, p/ subir e
descer e 2 planos verticais atrás como lemes.
1902. asa n.3 equipada c/ motor de 4 cilindros de 12 hp.
1903. (17 DEZ) c/ ventos de 40 kmh o Flyer foi catapultado
ao ar nas dunas de Kill Devil Hills, c/ 5 testemunhas.
Fazem 3 outros voos c/ o mesmo aparelho, de 59 seg. à
velocidade de 50 kmh.
Tentaram vender ao Exército dos EUA; ao governo
francês; e a um grupo de industriais.
Afixaram uma placa no Flyer, exposto no Smithsonian:
"O avião original dos Irmãos Wright: a primeira máquina do mundo
movida a energia, mais pesada que o ar, na qual o homem fez vôos
livres, controlados e sustentados".
Quem era ALBERTO
SANTOS-DUMONT:
- filho do Eng. Henrique Dumont, formado em Paris e
próspero produtor de café.
1880. Santos-Dumont (7 anos) já guiava os locomóveis da
fazenda. Aos 12 dirigia as locomotivas e lia as obras de
ficção de Júlio Verne.
1891. faz viagem turística à Inglaterra e na França escalou
o Monte Branco.
1892. emancipado pelo pai volta à França e ingressa no
automobilismo. Inicia estudos científicos c/ um professor
espanhol, Garcia.
.1894. viajou para os Estados Unidos: Nova
Iorque, Chicago e Boston.
1897. herdando a fortuna paterna, vai p/ França e
contrata aeronautas p/ lhe ensinar sobre
os balões.
1898, 1º. dirigível, o N-1, no Jardim da
Aclimação de Paris, ao inflar, acaba rasgado
antes de subir (falha no apoio em terra). Dois
dias depois, partiu e evoluiu bem. Uma pane na
bomba de ar o fez dobrar e cair de 400 m / alt.
1899. o N-2 (comprimento e forma do N-1), c/
diâmetro maior e c/ a bomba de ar modificada.
O teste terminou nas árvores próximas.
1899. o N-3 partiu do Parque de Aerostação,
passou pela Torre Eiffel, seguiu p/ o Parque dos
Príncipes e p/ Bagatelle. Aterrissou em condições
controladas.
1900. faz em St. Cloud um hangar p/ o N-3
(inflado) + ferramental p/ fabricação do hidrogênio:
30 m comp. 7 de largura e 11 de alt
1900, Henri Deutsch de la Meurthe (magnata do
petróleo) junto ao Aeroclube da França, lança o
prêmio de 100.000 francos a quem faça uma
máquina voadora seguir à Torre Eiffel, contorne-a,
volte à origem (11 km) em 30 min. s/ escalas.
O esportista Dumont interessa-se pelo torneio.
1901. N-4 tinha por baixo uma quilha c/ um selim
e os pedais de uma bicicleta p/ dar partida ao
motor de 7 hp, acionando uma hélice dianteira c/ 2
pás de 4 m. Cordas controlavam a regulagem do
carburador, válvulas, manuseio do leme, do lastro
e dos pesos deslocáveis.
1901. faz o balão Fatum, esférico.Testou nele um
invento de Emmanuel Aimé, o “termosfera”, p/
permitir melhor controle de altitude.
1901. c/ o N-5, motor de 16 hp, disputou o Prêmio
Deutsch. Fez o trajeto, mas ultrapassou em 10
min o tempo da prova. Em outra tentativa
chocou-o contra um prédio.
C/ o balão N-6, motor de 20 HP, enfim executa a
prova e recebe o prêmio.
O governo brasileiro enviou-lhe um prêmio em $$$
no mesmo valor do Deutsch, e uma medalha de
ouro c/ sua efígie e a frase de Camões:
“Por céus nunca dantes navegados”.
O objetivo de alcançar o podium do novo e
sofisticado esporte, tornara-o o 1º campeão da
modalidade.
Dumont – brasileiro – era um esportista e, por isto,
valorizava a vitória.
.1904. N-7, motor de 46 hp, foi projetado p/ corridas,
mas sofreu sabotagem numa exposição nos EUA.
Alguém deu 48 facadas no balão.
1904. N-8 cópia do N-6 encomendado por um
colecionador americano, Boyce;
N-9, c/ motor de 3 hp, um dirigível de passeio, também
vendido a Boyce;
N-10, c/ motor de 60 hp, foi um dirigível ônibus p/
servir de transporte coletivo. Fez algumas
ascensões, mas nunca foi terminado;
N-11, c/ motor de 16 hp, era cópia reduzida do N-10;
N-12, réplica do N-9, foi outra encomenda de Boyce;
N-13, luxuoso balão de ar quente e hidrogênio, p/ ficar
semanas no ar, foi destruído por uma tempestade
antes de ser experimentado.
INSTITUÍDOS PRÊMIOS A QUEM FIZER VOAR UM
APARELHO MAIS PESADO QUE O AR POR MEIOS
PRÓPRIOS:
1904. Archdeacon, Aeroclube da França e
Deutsch-Archdeacon.
1º, de Ernest Archdeacon, de 3.000 francos p/
quem voasse 25 m;
2º, do Aeroclube, de 1.500 francos p/ quem
voasse 100 m;
3º, de La Meurthe e Archdeacon, de 50.000
francos p/ quem voasse 1.000 m em circuito
fechado.
Dumont interessou-se muito por eles.
.1905. faz um aeromodelo planador conforme
protótipo de Cayley, há 100 anos.
1905. faz o 14-bis, um avião unido a um balão, p/
reduzir o peso na decolagem.
1905. inspirado em um hidroplanador, fez o ‘Ave
de Rapina”, um biplano de células de
Hargraves, c/ motor de 24 hp, depois trocado
por um de 50 hp.O aeronauta ia em pé, em uma
cesta central.
Na 1ª. tentativa não decolou, na 2ª. saltou
somente. No pouso a hélice e a parte traseira
ficaram danificadas.
Enfim... o voo do + pesado que o ar
1906. (23 de outubro) nas manobras do aeroplano
pelo gramado o eixo da hélice se partiu, sendo logo
consertado.
Na presença de uma multidão o 14-BIS, agora
envernizado para reduzir a porosidade do tecido e
aumentar a sustentação, correu cerca de 100 m e
decolou, ficou 6 segundos no ar e após haver
atingido 3 m de altura, pousou a 60 m de onde
partira.
A prova havia sido cumprida: + do dobro da distância
determinada fora coberta.
Alguns dias depois voou 220 m, ganhando o Prêmio do
Aeroclube da França!
A cópia do Flyer, construída pelo portentoso
Smithsonian Institute com tecnologia moderna não
consegue voar em 2003:
. . .
A réplica do 14-Bis (autenticada oficialmente),
construída pelo mecânico amador Allan Calassa, em
Caldas Novas (GO), com a mesma tecnologia da época
de sua invenção por Dumont, voa majestosamente
várias vezes e em diversos lugares, em 2006:
.
Medalha Mérito Santos-Dumont, concedida aos
que tenham feitos relevantes à aeronáutica
brasileira
.