Aula Ensaio de Embutimento

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA Ensaios Destrutivos Ensaios de Estampabilidade Prof. Dr. Ricardo F. dos Reis

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Ensaio de embutimento

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO TÉCNICO EM MECÂNICAEnsaios Destrutivos

Ensaios de Estampabilidade

Prof. Dr. Ricardo F. dos Reis

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INTRODUÇÃO

• Operações de conformação:

Estamparia

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INTRODUÇÃO

A estampagem é o processo de converter finas chapas metálicas em peças ou produtos, sem fratura ou concentração de micro-trincas. As chapas utilizadas neste processo devem ser bastante dúcteis.

A operação de estampagem envolve dois tipos de deformações: o estiramento, que é o afinamento da chapa, e a estampagem propriamente dita, que consiste no arrastamento da chapa para dentro da cavidade da matriz por meio de um punção

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INTRODUÇÃO

Os ensaios mais utilizados para se determinar características de estampabilidade são ensaios simulativos das operações de estiramento e embutimento.

Ensaios de estampabilidade mais empregados:Embutimento Erichsen;Ensaio Olsen;Ensaio de Nakazima;Ensaio Swift.

Predomínio de estiramento

Predomínio de embutimento

Estiramento - A chapa é presa em uma matriz.

Embutimento - A chapa não é presa.

Na conformação de chapas dificilmente se têm estiramento ou embutimento puros.

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INTRODUÇÃO

Os ensaios simulativos são muito dependentes da forma do punção e das condições de atrito entre punção, matriz e chapa, de modo que eles não são reprodutíveis nos diversos laboratórios.

A ductilidade é a característica básica para que o produto possa ser estampado. E já estudamos ensaios que podem avaliar esta característica - tração.

Uma chapa pode apresentar diversas pequenas heterogeneidades, que não afetariam o resultado de ductilidade obtido no ensaio de tração. Mas, ao ser deformada a frio, a chapa pode apresentar pequenas trincas em conseqüência dessas heterogeneidades.

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INTRODUÇÃO

Além de trincas, uma peça estampada pode apresentar diversos outros problemas, como enrugamento, distorção, textura superficial rugosa, fazendo lembrar uma casca de laranja etc. A ocorrência destes problemas está relacionada com a matéria-prima utilizada.

Nenhum outro ensaios fornece todas as informações sobre a chapa, necessárias para que se possa prever estes problemas.

Os ensaios de embutimento permitem deformar o material quase nas mesmas condições obtidas na operação de produção propriamente dita.

O único ensaio padronizado pelas normas internacionais é o ensaio Erichsen, sendo frequentemente realizado para comparação de materiais e para se verificar se a chapa possui a ductilidade desejada.

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EMBUTIMENTO ERICHSENOs ensaios de embutimento são realizados por meio de dispositivos acoplados a um equipamento que transmite força. Podem ser feitos na já conhecida máquina universal de ensaios, adaptada com os dispositivos próprios, ou numa máquina específica.

A chapa a ser ensaiada é presa entre uma matriz e um anel de fixação, que tem por finalidade impedir que o material deslize para dentro da matriz. Depois que a chapa é fixada, um punção aplica uma carga que força a chapa a se abaular até que a ruptura aconteça.

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EMBUTIMENTO ERICHSENNo caso do ensaio de embutimento Erichsen o punção tem cabeça esférica de 20 mm de diâmetro e a carga aplicada no anel de fixação que prende a chapa é de cerca de 1.000 kgf.

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EMBUTIMENTO ERICHSEN

Um relógio medidor de curso, graduado em décimos de milímetro, fornece a medida da penetração do punção na chapa. O resultado do ensaio é a medida da profundidade do copo formado pelo punção no momento da ruptura.

O momento em que ocorre a ruptura pode ser acompanhado a olho nu ou pelo estalo característico de ruptura. Se a máquina for dotada de um dinamômetro que meça a força aplicada, pode-se determinar o final do ensaio pela queda brusca da carga que ocorre no momento da ruptura.

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EMBUTIMENTO ERICHSENA altura h do copo é o índice Erichsen de embutimento.

Existem diversas especificações de chapas para conformação a frio, que estabelecem um valor mínimo para o índice Erichsen, de acordo com a espessura da chapa ou de acordo com o tipo de estampagem para o qual a chapa foi produzida (média, profunda ou extraprofunda).

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EMBUTIMENTO ERICHSENConsiderações da norma - ABNT NBR5902 / 1980

Corpo de Prova:

Espessura de 0,3 mm a 5,0 mm;Quando a espessura nominal da chapa for de 0,3 mm a 2,0 mm inclusive, o índice de embutimento será representado pelo símbolo IE;Quando a espessura nominal da chapa for maior que 2,0 mm e menor ou igual a 5,0 mm, o índice de embutimento será representado pelo símbolo IE40.

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EMBUTIMENTO ERICHSENConsiderações da norma - ABNT NBR5902 / 1980

Corpo de Prova:

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Considerações da norma - ABNT NBR5902 / 1980Corpo de Prova:

Plano;Dimensões mínimas conforme figura abaixo (mín. 3 testes)

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Considerações da norma - ABNT NBR5902 / 1980

Lubrificação:O atrito entre o punção e a chapa poderia afetar o resultado do ensaio. Por isso, o punção deve ser lubrificado com graxa grafitada, de composição determinada em norma técnica, para que o nível de lubrificação seja sempre o mesmo (ver anexo da norma).

O uso de outro lubrificante deve ser alvo de acordo entre fornecedor e consumidor e deve ser indicado no relatório.

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Considerações da norma - ABNT NBR5902 / 1980

Fixação:A carga de fixação do corpo de prova entre a matriz e o anel de fixação deve ser de aproximadamente 10000N.

Em máquinas de construção antiga nas quais não se possa medir a carga de fixação, a fixação do corpo de prova pode ser conseguida através de forte pressão de atarraxamento.

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Considerações da norma - ABNT NBR5902 / 1980

Velocidade de ensaio:A velocidade de deformação do corpo de prova deve ser realizada sem choques e vibrações, com velocidade de penetração entre 5 mm/min e 20 mm/min.

Na fase final do ensaio a velocidade deve ser reduzida para o limite inferior, para maior perceptibilidade do início da ruptura.

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Considerações da norma - ABNT NBR5902 / 1980

Ruptura:Entende-se por ruptura uma separação de material por toda sua espessura, permitindo a passagem de luz, em pelo menos parte de sua extensão.

Em geral, o início da ruptura é acompanhado por uma queda do esforço suportado pelo corpo de prova, e em alguns casos por um ruído perceptível. A queda do esforço pode também ser considerada como critério de fim de ensaio. Em casos de arbitragem deve ser sempre adotado o critério de ruptura do corpo de prova.

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Considerações da norma - ABNT NBR5902 / 1980

Determinação do IE:No exato momento da ruptura determina-se o percurso do penetrador com aproximação de 0,1 mm.

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Análise dos resultados / Qualificação da chapa

Resultados:Espessura da chapa com aproximação de 0,01 mm;IE;Aspecto superficial da chapa pós ensaio.

Análise:Gráfico;Aspecto da superfície;Ruptura;Outros ensaios necessários.

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Análise - Gráfico:

Desqualificada

Qualificada para EM

Qualificada para EP

Qualificada para EEP

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EMBUTIMENTO ERICHSENAnálise - Aspecto da superfície:

O aspecto próximo a ruptura deve ser analisado de modo a descartar aspectos como: enrugamento, distorção, textura superficial rugosa (casca de laranja).

Estes aspectos são relacionados a matéria prima empregada.

Escoamento descontínuo;Granulometria grosseira.

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EMBUTIMENTO ERICHSENAnálise - Ruptura:

Quanto mais circunferencial for a fratura, mais isotrópico é o material.

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EMBUTIMENTO ERICHSENAnálise - Outros ensaios necessários:

Além da análise da curva de embutimento, outros parâmetros devem ser avaliados de modo a qualificar uma chapa:

Composição química;Propriedades mecânicas:

Limite de escoamento;Limite de resistência;Alongamento;Dureza.

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EMBUTIMENTO ERICHSENExemplo: Para qualificar uma chapa como EEP na norma ABNT NBR 5915:

Composição química Propriedades mecânicas

MnMáx.

PMáx.

SMáx. Outros LE

N/mm2LR

N/mm2 Espessura Lo ValorMín. Embutimento

0,3≤e≤0,6 50 36%

e>0,6 50 37%

Curva 3 HRB≤500,45≤e≤3,00

Espessura Outros

0,45 0,03 0,03 Al≥0,02 ≤230 ≤350