Aula - Fôrmas de Madeira

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Fôrmas de Madeira As fôrmas podem ser de madeira serrada (tábua - opção praticamente descartada há tempos) ou de chapas compensadas (veja boxe). Esses materiais podem ser apresentados de duas maneiras: uma pré-fabricada e outra executada no próprio canteiro "Uma condição mínima para se pensar em fabricar na obra está em possuir um projeto específico de fôrmas. Lembrando ainda que a complexidade de moldes de vigas e pilares permite que os mesmos sejam adquiridos, deixando na obra apenas a execução dos moldes de lajes", orienta Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, professor e pesquisador da Poli-USP. Já os cimbramentos metálicos podem ser locados (ou adquiridos) de um fornecedor, que na maioria das vezes se encarrega de enviar um projeto de uso. No que diz respeito à regulamentação, o Brasil ainda não dispõe de normas específicas para o projeto e dimensionamento de fôrmas de madeira. Por isso, têm sido largamente utilizados os parâmetros da NBR 7190 - Projeto de estruturas de madeira. Para garantir um bom número de reúsos das fôrmas, limpeza e uso de desmoldante de acordo com as orientações do fabricante são essenciais Materiais sustentáveis A preocupação com o uso desmedido de madeiras nos canteiros de obras tem feito com que muitos profissionais pensem em medidas alternativas para assegurar um trabalho sustentável. Atualmente, o pínus, que já ocupa 85% do mercado, e o cedrinho estão entre as madeiras provenientes de reflorestamento mais utilizadas na confecção de fôrmas. No entanto, apenas se ater ao reflorestamento não é suficiente.

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Fôrmas de Madeira

As fôrmas podem ser de madeira serrada (tábua - opção praticamente descartada há tempos) ou de chapas compensadas (veja boxe). Esses materiais podem ser apresentados de duas maneiras: uma pré-fabricada e outra executada no próprio canteiro

"Uma condição mínima para se pensar em fabricar na obra está em possuir um projeto específico de fôrmas.

Lembrando ainda que a complexidade de moldes de vigas e pilares permite que os mesmos sejam adquiridos, deixando na obra apenas a execução dos moldes de lajes", orienta Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, professor e pesquisador da Poli-USP. Já os cimbramentos metálicos podem ser locados (ou adquiridos) de um fornecedor, que na maioria das vezes se encarrega de enviar um projeto de uso.

No que diz respeito à regulamentação, o Brasil ainda não dispõe de normas específicas para o projeto e dimensionamento de fôrmas de madeira. Por isso, têm sido largamente utilizados os parâmetros da NBR 7190 - Projeto de estruturas de madeira.

Para garantir um bom número de reúsos das fôrmas, limpeza e uso de desmoldante de acordo com as orientações do fabricante são essenciais

Materiais sustentáveis

A preocupação com o uso desmedido de madeiras nos canteiros de obras tem feito com que muitos profissionais pensem em medidas alternativas para assegurar um trabalho sustentável. Atualmente, o pínus, que já ocupa 85% do mercado, e o cedrinho estão entre as madeiras provenientes de reflorestamento mais utilizadas na confecção de fôrmas.

No entanto, apenas se ater ao reflorestamento não é suficiente. Para suprir a demanda do mercado, cada vez mais empresas têm adaptado novos materiais para o uso em fôrmas, como é o caso do polipropileno e do papelão. Além disso, as chapas confeccionadas em OSB (Oriented Strand Board) também podem ser aproveitadas, salvo algumas restrições. "É possível utilizar o OSB em fôrmas, desde que a cola seja apropriada para esse fim", explica Nazar.

Ainda quanto às madeiras utilizadas, algumas empresas já estudam o uso da tecnologia alemã na fabricação da H20. Segundo Walter Antonio de Oliveira, diretor presidente da Madewal, essa peça é composta por berços de madeira maciça de 4 x 8 cm (20 cm de altura) e alma de compensados multilaminados de 21 mm a 25 mm, atributos que garantem vida útil de cinco anos ao material.

Outros materiais, como o plástico reciclável, também têm sido testados pelo mercado.

Checklist

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Evite empilhar um grande número de fôrmas durante o armazenamento para minimizar a possibilidade de acidentes nos canteiros A desenforma deve ser detalhada para que a retirada dos painéis não danifique a madeira. Ou seja, nas lajes, prefira o uso de utensílios como a alça-de-corda, já que os pés-de-cabra podem comprometer o canto das chapas Após a desenforma do primeiro painel, os demais podem ser facilmente destacados com o auxílio de uma cunha de madeira nas frestas Não ultrapasse o número de reaproveitamentos indicado pelo fabricante Os carpinteiros devem trabalhar em duplas e manter, como precaução, uma "malha de cordas" a meia-altura para impedir a queda de painéis A cada uso limpe e conserve os painéis com desmoldante, conforme as orientações do fabricante

Após o lançamento do concreto, lave o lado externo da fôrma com um jato de água para

garantir uma melhor conservação

Quanto ao acabamento da superfície, existem dois tipos de chapas no mercado: plastificadas e resinadas. O aproveitamento médio das plastificadas é de 15 vezes, enquanto o das resinadas é de 4 a 5 vezes.

Fôrmas de Madeira para Estrutura de Concreto Armado

Como montar corretamente as fôrmas de madeira ?

Pranchas - Primeiramente devemos escolher pranchas de madeira na espessura e no esquadro correto, isto acarretará em ganho de tempo na montagem. Optar por madeiras cortadas na altura da viga é a melhor saída, como por exemplo tábuas de largura de 30cm e 15 cm para vigas de 40 a 45 cm de altura.

Gastalhos (Gravatas) – são responsáveis pelo enrijecimento estrutural da caixaria (fôrmas), sem elas as vigas e pilares ficam com ondulações, acarretando um aumento no consumo de concreto e de imperfeições na estrutura. Usualmente adota-se um espaçamento médio entre gravatas de 40 cm.

Identificação - identificar as fôrmas (caixarias) de pilares e vigas torna-se uso obrigatório quando tem-se repetições de pavimentos. Para pilares, o comum é identificá-los como P1, P2, etc, e para vigas como V1, V2.

Cimbramento - conhecido também como escoramento, tem por principal finalidade garantir o nivelamento e segurança da estrutura a ser concretada em seu estado verde. Embora existam muitos tipos de escoras encontradas no comércio, a mais usual ainda continua sendo as escoras de madeira roliça de eucalipto. Uma boa dica para escoramento de lajes pré-moldadas e vigas em residências de pequeno porte é de: uma escora por metro corrido, com um diâmetro mínimo de 75 mm.

Decimbramento – consiste na retirada das escoras. Nesta etapa, todo o cuidado é pouco, pois uma retirada errada das escoras podem acarretar perdas irreversíveis à estrutura de concreto armada. Nunca retire todas as escoras antes de 21 dias, pois a resistência teórica do concreto dar-se-á somente aos 28 dias. O decimbramento (retirada de escoras) sempre deve ser do meio da viga em direção aos pilares e nuca ao contrário. Uma viga negativa (em balanço) deve ser retirada as escoras primeiro da extremidade flutuante (ponta da viga) seguindo posteriormente ao sentido do pilar.

Desmoldante – serve como uma película protetora entre a fôrma e o concreto. O seu uso adequado facilita a retirada da caixaria, deixando a fôrma protegida e as vigas, pilares e lajes

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com um aspecto liso e sem perebas superficiais. Cuidados: a aplicação do desmoldante deve ser somente na fôrma (caixaria) e nunca na armadura (ferragem). Jamais use óleo queimado ou algum outro óleo como desmoldante, pois poderá acarretar problemas de ancoragem na hora do reboco da estrutura. Inicie a concretagem somente após 2 horas da aplicação do produto.

Procedimentos de segurança para concretagem

Fôrma

Estes são os acidentes mais comuns no trabalho com fôrmas de madeira para

concreto:

- queda de madeira mal empilhada;

- golpe na mão durante a cravação de pregos;

- queda da fôrmas;

- queda de peças de madeira durante as manobras de içamento;

- queda de pessoas ao trabalhar sobre vigas;

- quedas de pessoas, no mesmo nível;

- cortes provocados pela utilização de serras circulares, de mão e serrotes;

- perfuração nos pés provocados por objetos pontiagudos;

- eletrocusão provocada por falta de aterramento elétrico;

- esforços por posturas inadequadas;

- golpes em geral por objetos;

Cimbramento

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Desfôrma

Nas operações de desfôrma, podem ocorrer:

- cortes e arranhões nas mãos, braços, pernas e pés;

- prensagem dos dedos;

- quedas de pessoas;

- queda de objetos, materiais e ferramentas;

- batidas em objetos;

- golpes provocados por fôrmas ou escoramentos;

- pouco conhecimento do processo de desfôrma;

- desfôrma antes da cura do concreto;

- método de desforma incorreto;

Fonte: NR 18

Bitolas comerciais Usuais das madeiras

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1x2 – 1x3 – 1x4 Ripas

1/2x2” sarrafo

1x6 - 1x7 – 1x9 – 1x12 Tábuas

2x2 – 2x3 - 2x4 – 2x6 – 3x3 – 3x4” Vigotes

Bitolas ComerciaisDenominação MedidasTábuas (1 x 12)” (2,5 x 30)cm

(1 x 9)” (2,5 x 23)cm(1 x 6)” (2,5 x 15)cm

Ripas (1 x 2)” (2,5 x 5,0)cmSarrafo ( ½ x 2)” (1,2 x 5,0)cm

Vigotes(2 x 2)” (5,0 x 5,0)cm(2 x 3)” (5,0 x 7,5)cm (2 x 4)” (5,0 x 10)cm(3 x 3)” (7,5 x 7,5)cm(3 x 4)” (7,5 x 10)cm

a) Compensado:

Composto de lâminas de madeira sobrepostas e coladas. O tipo mais comum recebe uma

camada de produto químico (resina) para aumentar a durabilidade. Têm baixa resistência as

intempéries (clima).

Espessura (mm) Largura (m) x comprimento3, 5, 6, 7, 8, 10, 12, 15, 20, 25, etc... 1,10 X 2,20

Cola branca ou fenólica.

Branca ñ resiste às intempéries

Dica: Pintar as bordas da chapa impede a entrada de água e aumenta sua vida útil

Reutilização das chapas resinadas:

Tipo A – 14 a 15x

Tipo B – 5x

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b) Aglomerado:

Mistura prensada de serragem grossa e cola. Possui como propriedade o isolamento

acústico quando usado como forro. Tem pouca resistência, e baixo custo.

Espessura (mm) Largura da placa (m) Comprimento da placa (m)10 (1cm) menor espessura 1,10 2,20

Classificação das Madeiras:

De 1ª – Sem defeitos (ñ utilizadas em formas)

De 2ª – substituída pela denominação Terceirinha (de 3ª melhorada)

De 3ª –