Aula jornalismo especializado
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Jornalismo
Especializado
Disciplina: Jornalismo EspecializadoProf.: Ms. Laércio Torres de Góes
Jornalismo Especializado
� Assunto específico para um público específico
� Tendência da segmentação do público em paralelo às fusões dos conglomerados de comunicação.às fusões dos conglomerados de comunicação.
� Paradoxo: monopolização dos meios X diversificação nos veículos de informação.
Jornalismo Especializado
� Seleção e organização das notícias
� Hierarquização flexível das notícias
� Fragmentação da audiência
� Aprofundamento das informações/conhecimento
� Evita a simplificação
Exemplos
� TV por assinatura – canais pagos: programas que se dirigem a públicos específicos/ queda da qualidade da televisão aberta/ solução de boa qualidade.
Revistas: veículo propício à segmentação – expõem � Revistas: veículo propício à segmentação – expõem um panorama de temáticas trabalhadas no jornalismo especializado.
� Internet: convergência das mídias/ personalização dos contéudos culturais/ individualização do consumo.
Exemplos
Exemplos
Concentração midiática
� Homogeneização dos padrões culturais (contéudos)
� Estratégia: segmentação dos mercados, com a conseqüente emergência dos públicos diferenciados.
� Globalização: padronização e segmentação, global e local (Ortiz, 1996)
� Dificuldade para definir o consumidor padrão
� Personalização: diversificar na padronização
Concentração midiática
� Lógica dos conglomerados empresariais: fabricação de produtos especializados a serem consumidos por mercados exigentes e segmentados.
� Deixamos de ser massa para sermos “consumidores” (Ortiz, 1996).(Ortiz, 1996).
� Compatibilização de produtos de aceitação indiferenciada com outros que visam à segmentação, à diversidade mercadológica e a peculiaridades locais. (Moraes, 1997)
� Escolha do consumidor
� Fator de união e identificação – padrão de consumo
Público especializado
� Grande volume de notícias: exaustão –desinformação – seleção – especialização.
� Escolhas individuais e individualistas� Escolhas individuais e individualistas
� Informações de interesse pessoal tornaram-se mais importantes do que assuntos reconhecidos como fundamentais para a sociedade inteira.
Público especializado
� O jornalismo pode ter seu papel de coesão social comprometido?
� Agregar indivíduos de acordo com suas afinidades � Agregar indivíduos de acordo com suas afinidades ao invés de tentar nivelar a sociedade em torno de um padrão médio de interesses.
� A lógica de informar o que o público precisa saber
não vem sendo substituída pela lógica de informar o que o público quer saber?
Público especializado
� Informação para a coletividade – informação para públicos diferenciados.
� Lógica econômica que busca a segmentação do mercado como uma estratégia de atingir os grupos que se encontram tão dissociados entre si. encontram tão dissociados entre si.
� Resposta a uma demanda por informações direcionadas que caracteriza a formação das audiências específicas.
� Orientar o indivíduo que se encontra perdido em meio à proliferação de informações das mais variadas fontes, ou seria ele próprio um exemplo, justamente um reflexo desta proliferação?
Perfil do jornalista
� Mudança da função do jornalista
� Articulista (ideológico-político)
� Mediador (notícia como bem público)
� Impessoalidade dos jornalistas – novas tecnologias (Marcondes, 1993)
Perfil do jornalista
� Formação profissional dos jornalistas valoriza a aquisição de básicos conhecimentos gerais. Temática especializada exige-se proximidade com o tema.
� Formação: especialista em generalidades
� Saber generalista ou saber específico?
Temas
� Organização de um veículo informativo
� Organização das notícias – editorias
� Política, sociedade (cidades ou geral), economia,esportes, ciência, arte e mídia (variedades), viagem,religião, saúde , beleza ou culinária, etc.
Temas
� Hierarquia dos temas: importância que ocupam nas empresas jornalísticas.
� Nível de interesse dos leitores pelo tema pode influenciar a decisão das editorias. influenciar a decisão das editorias.
� Suplementos especializados: tendência de atender necessidades pessoais dos leitores.
� Temas banais passam a ser incorporados pela linha editorial.
Temas
� Jornalismo soft (Candiani, 2000)
� Celebridades, moda, decoração, têm ocupado bastante espaço nas coberturas jornalísticas: setores que movimentam recursos para a mídia.
� Publicidade = jornalismo
� Zona de fronteira sem demarcação entre jornalismo e a publicidade.
� Acesso a temas antes ignorados
Características
� Aproximação ao público
� Busca de linguagem adequada
� Recuperação de reportagens mais elaboradas
� Contextualização e melhor compreensão das matérias.
Segmentação e suplemento
� O surgimento e o desenvolvimento dos jornais tiveram motivações mercantilistas.
� Mercantilização da informação começou no estágio inicial dos impressos, quando os jornais estágio inicial dos impressos, quando os jornais eram empresas artesanais e o lucro o princípio da sobrevivência.
� Utilização de técnicas mercadológicas e concepção do leitor como mero consumidor e a notícia como um simples produto.
Histórico dos jornais
� 1ª Fase: As informações divulgadas eram basicamente as relacionadas à economia, agricultura, vida social e notícias internacionais (Habermas, 1984), fruto das primeiras atividades capitalistas.
� 2ª Fase: transformação dos jornais em arena política e partidária � 2ª Fase: transformação dos jornais em arena política e partidária e de luta contra o feudalismo. O jornalismo era opinativo, literário e o lucro não era o objetivo principal das empresas, que sofriam com déficit na rentabilidade (Genro, 1987).
� 3ª Fase: marcou o retorno aos princípios comerciais. As empresas deixaram as atividades artesanais e passaram à lógica capitalista, estruturadas em novas tecnologias e novo capital (Genro, 1980).
Adaptação do produto ao
consumidor
� Estratégias embrionárias de marketing e o foco nos lucros passaram ser priorizados para a sobrevivência no mercado.
� Joseph Pulitzer, que para garantir a leitura fácil dos usuários de transporte coletivo, aumentou o tamanho dos usuários de transporte coletivo, aumentou o tamanho dos títulos e das letras dos textos e diminuiu o tamanho das páginas, explorando o texto enxuto e sensacionalista (Pereira, 2000).
� O lead une a praticidade do fazer jornalístico (resumindo as informações e facilitando a transmissão via telégrafo) à artimanha de agarrar o leitor pelo primeiro parágrafo - traço importante de motivação para o produto/notícia.
Segmentação
� As empresas só passaram a procurar novos segmentos de consumidores no mercado, entre a I e II Guerras Mundiais (Wolf, 2001).
� Da somatória alta produtividade e preço baixo resultou a escolha do segmento “massa”. As multidões, antes escolha do segmento “massa”. As multidões, antes desprestigiadas (por não terem condições de pagar os altos preços dos produtos), foram o alvo do novo produto de consumo.
� O público novo (massa) e o antigo (elite) passaram a figurar como os dois segmentos constitutivos do mercado do século passado tanto para as empresas jornalísticas quanto para as demais.
Segmentação
� Lógica capitalista: combina estratégias mercadológicas -identificar o consumidor, fazer um produto para atendê-lo, ter distribuição e bom atendimento – com uma credibilidade utilizando como fachada o jornalismo defensor dos direitos do cidadão.
� Mercantilização da informação: a partir do século XX, impera a filosofia do “jornal-empresa” apregoada pelo sistema capitalista.
� Novas mídias: o desenvolvimento de novas mídias (rádio, TV e internet) trouxe a consolidação do lugar dos jornais e a implementação de novas estratégicas mercadológicas para garantir a sobrevivência no disputado mercado da comunicação.
Segmentação no Brasil
� Processo de “revistalização” (Dines, 1996): implantado pelo Jornal do Brasil (1963), que consistia não apenas na busca da memória, mas na necessidade de estender a notícia, de satisfazer em profundidade a sede recém despertada pela informação com o advento da TV.
� Primeiras coberturas especializadas, como a de economia no JB e os primeiros exemplares do suplemento de turismo, no jornal Folha de S. Paulo.
� Incorporação de técnicas de marketing, como pesquisas a fim de identificar e diagnosticar tendências dos leitores e dos anunciantes.
Estratégia de segmentação
� Fragmentação de interesses: um público de muitas matizes, não apenas de homens e de mulheres, mas de determinada profissão ou idade, mulheres da cidade grande e da pequena, do empresário e do funcionário público, etc.empresário e do funcionário público, etc.
� Nichos de mercado a serem explorados.
� Produção de material específico e direcionado para uma “elite” fragmentada - suplemento.
O que é segmentação?
� “Ato ou efeito de segmentar”. O que é segmentar? É dividir em segmentos. E segmento? É “uma porção de um todo, bem destacada e delimitada de um conjunto”.
� Segmentação uma estratégia do marketing moderno.� Segmentação uma estratégia do marketing moderno.
� Divisão do mercado (ramos de atividades – setor de informação) e classificação do consumidor (indivíduos de gostos e preferências específicas, que podem ser classificados conforme variáveis predeterminadas - psicológicas, socioeconômicas, geográficas e relativas ao produto.
Suplemento
� Os suplementos precisam ser pensados de modo a atrair um nicho específico de consumidores.
� Necessidades dos consumidores: têm seus desejos mapeados e transformados em produtos desejos mapeados e transformados em produtos como uma estratégia de marketing para obtenção do êxito (lucro) no mercado.
� Diversidade de suplementos: de agricultura, de negócios, informática, pós-graduação, de turismo, de economia etc.
Exemplos de Suplementos
Exemplos de Suplementos
Suplemento
� Marcos Cobra (1992) identificou algumas variáveis aplicáveis para implementação de um produto:
� I. Um segmento precisa ser especificamente identificado e medido - bem definido.
� II. Um segmento precisa evidenciar um potencial adequado - conhecer as necessidades atuais e potenciais.
�
� III. Um segmento precisa ser economicamente acessível - potencial de poder aquisitivo para a compra.
� IV. Um segmento precisa ser estável - garantia de lucro certo, com anunciantes de confiança.
Jornalismo especializado
� “Informação dirigida à cobertura de assuntos determinados e em função de certos públicos, dando a notícia um caráter específico” (Bahia, 1990).
� No Brasil, os primeiros indícios de jornalismo especializado compreendem o período que vai de 1808 a 1880, com a crônica (de costumes) e o ensaio (político e literário) no lugar da reportagem.costumes) e o ensaio (político e literário) no lugar da reportagem.
� A partir da década de 1960, o jornalismo especializado se apresenta em múltiplas formas e variações. O jornalismo esportivo se torna em todo o mundo uma das formas mais influentes de informação especializada.
� Em 1964, é lançada a “Edição de Esportes” pelo jornal O Estado de S. Paulo, “num formato tecnicamente inovador” (Bahia, 1990).
Jornalismo especializado
� Na década de 1970, a especialização em economia que surgiu nos anos anteriores em substituição à pauta de política, proibida pela repressão do regime militar, ganha status de editoria e é incorporada de vez pelos jornais.
As notícias de economia passam a ter uma demanda � As notícias de economia passam a ter uma demanda elevada pela mudança de hábitos dos consumidores e pelo processo de desenvolvimento social.
� Entre as décadas de 1980 a 1990, o jornalismo especializado se consolida na sociedade industrial como uma oportunidade de negócios e de reorganização do trabalho jornalístico.
Jornalismo especializado
� Primário: como parte inseparável dos jornais impressos, em seções ou cadernos temáticos: de geral, cidade, esporte, política, polícia ou os programas (nos formatos audiovisuais).
� Autônomo: com veiculação e periodicidade própria, tanto das notícias como da publicidade.
Jornal-revista
� Ao jornal diário caberia o relato noticioso dos acontecimentos do dia-a-dia. Já a revista, o relato descritivo ou interpretativo dos fatos ou das pessoas do cotidiano, com capas que mais parecem um anúncio de publicidade.
� “Jornal-revista” é um prenúncio da “nova etapa do jornal diário, que é uma crescente inclinação para a revista” (Bahia, 1990).
� Jornal de domingo: à cobertura jornalística de domingo na qual, muitas vezes, a falta de matérias “quentes” leva a superabundância das “frias”. Dia típico de publicação de suplementos.
Referências
� ABIAHY, Ana Carolina de Araújo. O jornalismo especializado na sociedade da informação. Universidade Federal da Paraíba, 2000.
� CARVALHO, Carmen. Segmentação do jornal, a história do suplemento como estratégia de mercado. Intercom, São Paulo, 31 maio a 02 de junho de 2007.
FIM
Obrigado!