Caroline Smith Lewin Modelagem, simulação e otimização de ...
Aula Kurt Lewin
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7/21/2019 Aula Kurt Lewin
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Kurt Lewin
As minorias psicológicas
- Primeiro problema social, após emigrar para os Estados Unidos: psicologia do seu própriogrupo étnico (minorias judias).
- Depois elabora uma psicologia dos grupos minoritrios.
Demogra!a e psicologia
"usca dissipar o #ue o termo minoria comporta de ambiguidade e de e#u$%oco no planosem&ntico.
- Demogra!a ' um grupo constitui uma minoria desde #ue a porcentagem de seus membrosultrapasse de um a metade da populao em #ue est inserido.
*este caso, a minoria seria constitu$da de menos de + da populao.
Psicologia
- aioria psicológica ' #uando disp/e de estruturas, de um estatuto e de direitos #ue l0epermitam auto-determinar-se no plano do seu destino coleti%o, independente do n1mero
ou da porcentagem de seus membros.2"3: Desse modo, minorias demogr!cas podem constituir-se maiorias psicológicas.
- inoria psicológica ' a#uele cujo destino dependa da boa %ontade de um outro grupo.
Este grupo, mais ou menos conscientemente, percebe-se como menor, ou seja, nopossuindo direitos totais ou estatuto completo #ue l0e permitam optar ou orientar-se nossentidos mais 4a%or%eis a seu 4uturo.
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- 2s membros #ue pertencem a uma minoria psicológica se sentem, se percebem e se con0ecemem estado de tutela.
- 5sso, independentemente da porcentagem de seus membros em relao 6 populao total onde%i%em.
- Desse modo, maiorias demogr!cas podem ter, por estas ra7/es, uma psicologia de minorias.
inoria discriminada
- 8oda minoria psicológica, tal #ual 4oi de!nida acima, é sempre considerada como uma minoriadiscriminada ou suscept$%el de s9-lo pelo 4ato de sua sorte e seu destino estarem nadepend9ncia do grupo majoritrio.
inoria pri%ilegiada (ou maioria psicológica).
- 8oda maioria psicológica tende a tornar-se, mais ou menos rapidamente, um grupo pri%ilegiado.Pois, essas, com o tempo, estrati!cam-se.
*o interior desses grupos uma minoria de membros pode constituir-se em oligar#uia (go%erno depoucos) e atribuir-se ou reser%ar-se pri%ilégios eclusi%os.
A minoria pri%ilegiada é portanto uma minoria demogr!ca no seio de uma maioria psicológica#ue ela controla e manipula a seu 4a%or.
As minorias Judias.
- ;urt <e=in publicou #uatro estudos sobre as caracter$sticas dos judeus. 2s #uatro de carter4enot$picos (caracter$sticas obser%%eis) ou sintomtica.
- "usca trabal0ar caracter$sticas étnicas e um psico-diagnóstico.
2"3: >tnico - grupo de pessoas #ue se identi!cam umas com as outras, ou so identi!cadascomo tal por terceiros, com base em semel0anas culturais ou biológicas, ou ambas, reais ou
presumidas.
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?. o estudo @0en 4acing dangerB trata do 4uturo ou das possibilidades de sobre%i%9ncia dasminorias judias no 2cidente.
- Para <e=in o problema judeu é um problema essencialmente social, um caso t$pico de minoriano pri%ilegiada ou discriminada.
- 2 #ue caracteri7a as classes ou os grupos no-pri%ilegiados é #ue em todos os casos eles t9mem comum o seguinte: uma eist9ncia marcada só e simplesmente pela toler&ncia.
A sobre%i%9ncia coleti%a depende da boa %ontade das classes pri%ilegiadas.
- Para ilustrar esse pensamento <e=in e%oca o passado judeu.
- 3egundo ele, a emancipao dos judeus, dos guetos, no 4oi conseguida por eles, mas emconse#u9ncia da modi!cao dos sentimentos e das necessidades da maioria.
- Ainda 0oje pode-se demonstrar #ue as press/es e as discrimina/es contra os judeus aumentamou diminuem, con4orme as di!culdades econCmicas da minoria crescem ou decrescem.
2"3: o problema judeu é um problema social o anti-semitismo (semita ' 4am$lia de %rias po%osanti-semitismo ' a%erso aos semitas), cada %e7 #ue se mani4esta, compreende anecessidade de um bode-epiatório.
- Esse racioc$nio, para <e=in, seria posto do seguinte modo ' uma minoria pri%ilegiada #ueconsegue mobili7ar e manipular para seus !ns uma massa ou uma multido cuja agressocanali7a contra uma minoria rejeitada.
F. 2 segundo estudo: @"ringing up t0e je=is0 c0ildB trata da educao #ue de%eria receber o jo%em judeu para e%oluir normalmente.
- ;urt <e=in compara a educao de um jo%em judeu a educao de uma criana adotada.
2"3: a#ui, <e=in nos re%ela suas concep/es, ainda embrionrias, sobre a psicologia dos grupos.
- 2 grupo, ao #ual o indi%$duo pertence, d ou nega, seu status social.
Guando d um status social, o indi%$duo se sente em segurana.
Guando nega o status social, o grupo torna-se 4onte de insegurana para o indi%$duo.
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2"3: essa segurana ou insegurana relaciona-se com a solide7 ou Huide7 do terreno sobre o #ual oindi%$duo se mantém, uma %e7 #ue ele pode ou no se identi!car com seu grupo.
Aspecto, sobretudo %erdadeiro, #uando se trata do meio 4amiliar.
- A estabilidade ou instabilidade do meio 4amiliar determina a estabilidade ou instabilidade emoti%a dacriana.
- 2 grupo ao #ual pertence o indi%$duo (inclusi%e o 4amiliar) no é somente uma 4onte de proteo ou
segurana. Ele é, o grupo, a condio em #ue o indi%$duo tem para mo%imentar-se (seja esse espaolargo ou restrito para adaptar-se 6 %ida social I com maior ou menor 4acilidade) e, no caso dacriana, sociali7ar-se.
- Para <e=in, o problema 4undamental em #ual#uer grupo 0umano é: em #ue medida um indi%$duo,pertencendo a seu grupo, pode satis4a7er suas próprias necessidades ou aspira/es ps$#uicas semcomprometer inde%idamente a %ida e os objeti%os do grupoJ
- 2 #ue l0e parece 4undamental na sociali7ao do ser 0umano: no é o 4ato de pertencer a %riosgrupos #ue constitui as origens dos conHitos, mas a incerte7a sobre sua própria participao num
grupo determinado.- ;urt <e=in alerta #ue: a criana #ue pertence a um grupo minoritrio de%e con0ecer o mais cedo
poss$%el, desde #ue possa assimil-lo emoti%amente, o 4ato de o grupo ser objeto de %eames,discrimina/es.
K. 2 terceiro estudo: @3el4-0atred among je=sB trata dos mecanismos de auto-depreciao (nos grupos).
- Para ;urt <e=in o 4enCmeno do ódio de si entre os judeus pode ser encarado ao mesmo tempo como
um 4enCmeno:. 5ndi%idual.
. De grupo.
. LenCmeno social.
- Momo 4enCmeno de grupo I o ódio de si a4eta as rela/es intra-grupais no interior da grande 4am$lia judia, ou mel0or, as rela/es entre os di%ersos grupos ou sub-grupos judeus #ue eistem no mundo.
- Momo 4enCmeno indi%idual I culpabili7ao, do próprio grupo, identi!cao negati%a a uma 4raoparticular de judeus di4amao sistemtica da própria 4am$lia. Auto-rejeio auto-acusao e auto-punio. Ndio dirigido a institui/es, costumes, l$ngua ou sistemas de %alores.
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2"3: na maior parte das %e7es, esse tipo de ódio no se mani4esta abertamente, é camuHado porracionali7a/es de toda espécie.
Momo 4enCmeno social
- <essing e <e%iso0n, eplicam o ódio de si pelos instintos primrios #ue seriam inerentes 6nature7a 0umana. Oecorrem a Lreud e eplicam o ódio de si como a eist9ncia em todo ser0umano de um instinto de morte #ue teria prima7ia sobre o instinto de %ida.
- <e=in se recusa a essa eplicao I para ele, o ódio de si depende de muito mais das atitudes#ue cada indi%$duo adota em relao ao problema judeu do #ue das estruturas mentais ouemoti%as da personalidade.
- Além disso, o ódio de si mani4estado pelos judeus é obser%ado em todas as minoriasdiscriminadas.
- <e=in conclui #ue, o ódio de si, contra os judeus no pode ser diagnosticado como umapsicopatologia. 3eria, a epresso de um conHito criado pela situao social na #ual um
indi%$duo é 4orado a %i%er (esse seria um 4enCmeno sócio-psicológico).
2"3: esse 4enCmeno se apresenta sob traos neuróticos, mas na realidade no se trata deneurose, trata-se de um 4enCmeno sócio-psicológico).
Guarto Estudo I inorias e minoritrios I 4ormulao de uma teoria para eplicar a psicologia detodo grupo minoritrio.
A#ui é poss$%el identi!car as constantes psicológicas de todo o grupo minoritrio.
?. 2rigem das minorias
- Para ;urt <e=in, a eist9ncia da minoria só é poss$%el, graas 6 toler&ncia da maioria no meio do#ual ela se insere.
- A maioria tem sempre interesse em pri%ar as minorias de todo direito e de todo pri%ilégio.
- > sobretudo em per$odo de tenso e de perigo coleti%o #ue a maioria tende a eercer represlias
contra as minorias.
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F. Monstituintes, constitu$dos e constituti%os das minorias.
A) 2s constituintes das minorias.
a. Estruturas ' as minorias aparecem constitu$das de %rias camadas.
- *o centro mais sólido I maior ader9ncia 6s institui/es, costumes, tradi/es e %alores, #uedistingue o grupo dos outros grupos. 2s membros identi!cam-se positi%amente com o grupo.
- ona peri4érica ' so mó%eis e Hu$das membros ambi%alentes em relao a tudo #ue distinguee isola o grupo da maioria psicológica. 3o membros marginais das minorias. 5n%ejam amaioria. *essa 7ona se situam os minoritrios de maior sucesso, sentem maior atrao pelamaioria. Esperam ser aceitos e perdoados pela maioria.
> nessa camada #ue a minoria tende a recrutar seus dirigentes ou a agrupar-se em torno de
dirigentes #ue pertenam a essas camadas. 2s indi%$duos designados aceitam o posto naesperana de poder multiplicar os contatos com a maioria.
Por outro lado, numerosos so os grupos minoritrios #ue esperam #ue este l$der seja mel0oraceito e parea mais male%el 6 maioria e possa mel0orar magicamente as rela/es entreminoria e maioria.
b. Em relao 6 din&mica de grupo.
As minorias se re%elam como constituindo um e#uil$brio mais ou menos est%el em F campos de4ora.
- De um lado um campo #ue eerce sobre os membros uma inHu9ncia de coeso. Desempen0amum papel de n1cleo din&mico no seio das minorias. Engendram lealdade. La7em nascer umdesejo de se emancipar da maioria.
- *o oposto, uma 4ora #ue inHui no sentido de dissol%er os membros da minoria. Lorasconstitu$das pelos atrati%os da maioria. As atitudes so: desamor em relao ao seu própriogrupo desejo de assimilao 6 maioria.
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") A minoria como Monstitu$da.
- 2 4ator de uni!cao é o constituti%o do grupo minoritrio.
- Monceitos #ue eplicam o grau maior ou menor de integrao #ue atingem os gruposminoritrios nos di4erentes momentos de desen%ol%imento.
Dois tipos de minorias.
- Algumas constituem unidades articuladas de modo org&nico.> o caso das minorias cujas camadas centrais englobam a maioria dos membros em liga/es
muito estreitas. Esse grupo, para os membros, é percebido nos termos de %al9nciapositi%a.
2utras eistem mal ou no integradas e se re%elam ao obser%ador no como uma unidadeorg&nica, mas como uma unidade aparente, arti!cial, resultante de press/es e de
coer/es eteriores. Essas minorias no constituem um grupo no sentido restrito. > maisum agregado de indi%$duos, mais ou menos submetidos 6s mesmas 4rustra/es. A #uasetotalidade dos membros no %i%e seno da esperana de poder pertencer 6 maioria. Asliga/es entre os membros so muito 4rgeis.
M) 2 Lator constituti%o das minorias.
Momo eplicar #ue em certos casos as minorias constituem unidades org&nicas e, em outros,no ten0am seno a apar9ncia de integraoJ
- 2 4ator constituti%o de todo grupo é a interdepend9ncia da sorte de seus membros.
- Para as minoria integradas a condio de minoritrio é aceita, o #ue permite aos membrosse unirem na luta pela emancipao.
- *o caso das minorias no integradas ou mal integradas, sua condio de minoritrio ésuportada. *o eiste interdepend9ncia entre os membros.
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K. 2 4uturo das minorias se de!ne em termos de sobre%i%9ncia.
8r9s op/es so poss$%eis
?. inorias #ue perdem a crena na sobre%i%9ncia e esto prontas a tudo #ue possa apressar ou4a%orecer sua assimilao 6 maioria.
F. inorias #ue optam pela sobre%i%9ncia I duas atitudes poss$%eis:
- Aspecto comum: ambas concebem sua sobre%i%9ncia como uma emancipao do jugo arbitrrio damaioria.
- Aspecto #ue distingue: certas minorias #uerem assegurar sua sobre%i%9ncia atra%és da integraocom a maioria, pela igualdade dos direitos e dos pri%ilégios.
K. En!m, eistem minorias #ue no acreditam poder assegurar sua sobre%i%9ncia, seno separando-se ou emancipando-se totalmente da maioria. Aspiram a independ9ncia total e de!niti%a emrelao 6 maioria. Esto con%encidas de #ue só assim podero conser%ar a integridade e
reali7ao do seu destino coleti%o (para <e=in, só essas 1ltimas t9m a possibilidade deassegurar sua sobre%i%9ncia ' enganam-se a#ueles #ue acreditam integrar-se 6 maioria econser%ar sua identidade étnica).
<e=in a!rma #ue, as minorias #ue renunciam 6 sua sobre%i%9ncia e as #ue optam pela integraonum conteto de rela/es cordiais e um pouco ser%is em relao 6 maioria, tendem a teratitudes adolescentes.
- 3e baseiam na 0ipótese de #ue a situao de discriminao %ai desaparecer (assim como oadolescente espera ser aceito pelo mundo adulto #uando conseguir con%enc9-los de #ue no émais uma criana).
- 8ambém como o adolescente, o comportamento social dessas minorias caracteri7a-se pela intra-agresso, auto-acusao, eagero nas ambi/es, recusas, mimetismo.
- A identi!cao com a maioria é ambi%alente e apóia-se no temor.
Guanto as minorias #ue buscam a sobre%i%9ncia apoiadas na independ9ncia, as atitudes coleti%as emais adultas: inspiram-se em auto-cr$ticas na idéia da independ9ncia e inter-depend9ncia com
os outros grupos étnicos.
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Pesquisa – Ação (Kurt Lewin).
- A pes#uisa-ao de <e=in pode ser de!nida como uma pes#uisa psicológica de campo, #uetem por objeti%o uma mudana de ordem psicossocial.
Guatro tipos de pes#uisa ao:
- A pes#uisa-ao de diagnóstico ' busca elaborar planos de ao. A e#uipe depes#uisadores entra numa situao eistente (re%olta social, ato de %andalismo),estabelece diagnóstico e recomenda medidas para sanar o problema.
- A pes#uisa-ao participante ' en%ol%e no processo de pes#uisa os membros dacomunidade ameaada.
- A pes#uisa-ao emp$rica ' consiste em acumular dados de eperi9ncias de trabal0o dirioem grupos sociais semel0antes.
- A pes#uisa-ao eperimental ' eige um estudo controlado da e!ci9ncia relati%a detécnicas di4erentes em situa/es sociais praticamente id9nticas.
A din&mica de grupo é a técnica da pes#uisa-ao.
Guali!ca/es eigidas do pes#uisador para a din&mica de grupo: analisador moderadorintérprete animador.
A inter%eno de%e le%ar sempre aos seguintes propósitos:
- Des%elamento dos mecanismos de eplorao.
- Monsci9ncia libertadora.
- <uta pela trans4ormao.
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5mplica/es do pes#uisador junto ao objeto pes#uisado.
8r9s n$%eis:
- *$%el psico-a4eti%o.
- *$%el 0istórico eistencial ' remete ao #uestionamento da eist9ncia do pes#uisador (seus
4undamentos, sua orientao, suas op/es a4eti%as e racionais 4undamentais).- *$%el estrutural-pro!ssional ' se re4ere ao trabal0o do pes#uisador e seu enrai7amento
socioeconCmico.
Em decorr9ncia ' essa implicao no campo das ci9ncias 0umanas é de!nida como:
@2 engajamento pessoal e coleti%o do pes#uisador em e por sua pris cient$!ca, em 4unode sua 0istória 4amiliar e libidinal de suas posi/es passadas e atual nas rela/es deproduo e de classe e de seu projeto sociopol$tico em ato, de tal modo #ue oin%estimento #ue resulta ine%ita%elmente de tudo isso seja parte integrante e din&micade toda ati%idade de con0ecimentoB.