Aula Sociologia

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SOCIOLOGIA 1. Contexto moderno e (re) descobrimento do Brasil. 2. Gilberto Freyre (Biografia e Influências) 3. Casa Grande & Senzala (Formulações e impactos) 1. É o momento histórico onde há o surgimento da tentativa do modernismo brasileiro e que deixasse de ser uma sociedade agrária - anos 1920/1930 - e há a necessidade de uma (Re) criação da identidade nacional. *Na política: Era Vargas - onde Vargas criou a identidade moderna do Brasil. *Nas artes: A semana da Arte Moderna de 1922 - Manifesto Antropofágico (Tupi, or not tupi, that is the question). O Manifesto Antropófago ou Antropofágico foi um manifesto literário escrito por Oswald de Andrade, publicado em maio de 1928, que tinha por objetivo repensar a dependência cultural brasileira. O Manifesto foi publicado na primeira edição da Revista de Antropofagia, meio de comunicação responsável pela difusão do movimento antropofágico brasileiro. A linguagem do manifesto é majoritariamente metafórica, contendo fragmentos poéticos bem-humorados e torna-se a fonte teórica principal do movimento. Oswald utiliza durante o desenvolvimento do manifesto, teorias de diversos autores e pensadores mundiais, como Freud, Marx, Breton, Francis Picabia, Rousseau, Montaigne e Hermann Keyserling. Combinadas as ideias destes autores e a ideologia desenvolvida por Oswald, retomam-se características dos primórdios da formação cultural brasileira: a combinação das culturas primitivas (indígena e africana) e da cultura latina, formada pela colonização europeia. E forma-se o conceito errôneo de caracterizar, perante a colonização, o selvagem como elemento agressivo.

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SOCIOLOGIA 1. Contexto moderno e (re) descobrimento do Brasil.2. Gilberto Freyre (Biografia e Influências)3. Casa Grande & Senzala (Formulações e impactos) 1. É o momento histórico onde há o surgimento da tentativa do modernismo brasileiro e que deixasse de ser uma sociedade agrária - anos 1920/1930 - e há a necessidadede uma (Re) criação da identidade nacional.*Na política: Era Vargas - onde Vargas criou a identidade moderna do Brasil.*Nas artes: A semana da Arte Moderna de 1922 - Manifesto Antropofágico (Tupi, or not tupi, that is the question).O Manifesto Antropófago ou Antropofágico foi um manifesto literário escrito por Oswald de Andrade, publicado em maio de 1928, que tinha por objetivo repensar a dependência cultural brasileira. O Manifesto foi publicado na primeira edição da Revista de Antropofagia, meio de comunicação responsável pela difusão do movimento antropofágico brasileiro. A linguagem do manifesto é majoritariamente metafórica, contendo fragmentos poéticos bem-humorados e torna-se a fonte teórica principal do movimento.Oswald utiliza durante o desenvolvimento do manifesto, teorias de diversos autores e pensadores mundiais, como Freud, Marx, Breton, Francis Picabia, Rousseau, Montaigne e Hermann Keyserling. Combinadas as ideias destes autores e a ideologia desenvolvida por Oswald, retomam-se características dos primórdios da formação cultural brasileira: a combinação das culturas primitivas (indígena e africana) e da cultura latina, formada pela colonização europeia. E forma-se o conceito errôneo de caracterizar, perante a colonização, o selvagem como elemento agressivo. *Na literatura: Manifesto da Poesia Pau - Brasil, com a criação de Macunaíma: Um homem oriundo de uma miscigenação no intuito de virar um herói nacional.*No pensamento social: Geração de 1930 - Paulo Freyre, Sergio Buarque de Holanda e Caio Prado Junior tentaram trazer uma nova perspectiva para o Brasil. 2 - biografiaFreyre era de uma família abastada pernambucana, foi educado nos EUA e era engajado cm o movimento regionalista do nordeste. O movimento era uma tentativade resgatar os costumes do nordeste e tradição folclórica e a partir daí modernizar país.Freyre foi exilado em Portugal e depois nos EUA depois da revolução de 1930.

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Publicou 'Casa Grande & Senzala" em 1933 e Sobrados & Mocambos (1936), entre outros livros. 2- InfluênciasRadcliffe Brown, Malinowski e Franz Boas. Franz Boas: Lutava muito para que raças fossem consideradas como cultura e o ser humano age de acordo com a cultura que está inserido e não por uma pré-disposiçãogenética.* Se não há raças então eu não posso falar em evolução e hierarquia de raças e sim culturas avançadas.*  Fizeram estudos dos feitos da vida cotidiana, como as pessoas cozinhavam, se relacionavam, brincavam, higienizavam e etc.* Somando tudo isso, foi então escrito o livro "Casa Grande & Senzala". 3. Formulações 1- Valorizaram o indígena, negro e a forma que eles contribuíram para a instituição e a formação da cultura brasileira. A mulher indígena, por exemplo, propiciou aeducação das crianças e a orientação aos colonos para como encarar a nova terra, alimentação, higienização; e, claro, o povoamento. É certo afirmar que as indígenasforam fundamentais para a geração dos primeiros colonos. 2- O Negro trabalhava em todo modo de produção e a negra cuidava da família branca, sendo a segunda mãe, ama de leite, contadora de histórias e da completa manutençãodoméstica. 3- Alguns viam a "inferioridade das raças' na verdade como uma consequência da escravidão e da fome crônica. 4- A miscigenação não é algo ruim e sim positivo, pois sem ela a sociedade brasileira seria impossível. Inclusive, essa mistura de raças trouxe um "amortecimento"aos antagonismos das sociedades escravocratas.O Brasil, para Gilberto Freyre, era caracterizado por antagonismos, brancos contra negros, brancos contra indígenas, sendo o mais profundo deles: O SENHOR e o ESCRAVOsendo este o principal antagonismo porque são "metades confraternizantes" que se veem mutuamente enriquecendo os valores e experiências diversas. Exemplo de amortecimento: Os pronomes imperativos "faça-me", "diga-me" e "espere-me" dos portugueses, homens e senhores, foram substituídos por "me faça, me diga, 

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me espere", isso são exemplos do benefício da miscigenação, fruto dos africanos que falavam dessa forma por se sentires iguais entre eles e isso era visto como uma"ordem delicada, gentil", diferentemente dos senhores portugueses. Casa Grande & Senzala (latifúndios e escravidão) são os pilares antagônicos fundamentais da sociedade brasileira e formavam um verdadeiro sistema econômico, mas além disso era um verdadeiro sistema social e político, pois assim como um feudo, tudo acontecia lá: fortaleza, igreja, escola, oficina, harém, convento, hospedaria, banco e etc.É nessa combinação que se estruturou a sociedade brasileira, de forma equilibrada e com uma arquitetura que trazia proximidade entre senhores e escravos como nãohavia em nenhum lugar do mundo. Esse antagonismo se dava por não serem iguais em autoridade, mas eram bem próximo - fisicamente inclusive, uma vez que a senzala era grudada na casa grande.As crianças detinham muito carinho pelas suas amas de leite e os negros velhos ou doentes eram alforriados e acolhidos pelos senhor do engenho.As crianças brancas - nonô ou iaiâ - eram proprietários de um "leva pancada" ( uma criança negra com a mesma idade para que crescessem juntos) e iam para a escolajuntas e, muitas vezes, iniciavam sua vida sexual um com o outro. O patriarcalismo era a principal característica da organização social e política do Brasil na combinação de latifúndio e escravidão, e este personagem era o todo poderoso pai da família.  Enquanto nos EUA, para compreender a organização social era necessário estudar o indivíduo, a coroa na Espanha e as expedições da Índia na Holanda (empresas), aqui era necessário estudar as FAMÍLIAS. As consequências disso é que estabelecemos o MANDONISMO, um modelo político de um governo másculo e corajosamente aristocrático, sendo que o dono de determinadaregião passava "o bastão" para seu filho, sucessor que continuava a administrar aquele tipo de vida.   3- Contribuições. Valorizou o indígena e o negro.

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Reinterpretou a raça pela cultura e que não dependia mais de genética e sim pelo meio social que o sujeito é inserido.Algo que define a sociedade brasileira como "violenta, mas íntima" na convivência em suas relações sociais.   CRÍTICAS.O livro olha para a minoria dos escravos enquanto a maioria estava no canavial.Parece que Gilberto Freyre sente certa nostalgia do mundo colonial que foi um período trágico para a maior parte da população.Gilberto é responsabilizado pelo "mito da democracia racial" graças a essa forma equivocada de "convívio harmônico" entre senhores e escravos, ignorando o ladomais perverso da escravidão.Outros dizem que ele não criou mais ajudou a propiciar uma ideologia que imperou e impera até hoje.Exemplo: No Brasil existe o "quartinho de empregada" que é uma réplica da Casa Grande + Senzala, já que esse quarta fica próximo da cozinha e é menor, muitas vezescom um banheiro.