Aula_02_Receptores Membrana

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 INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR INTRODUÇÃO Fármacos exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, interagindo com receptores.  RECEPTORES : macromoléculas -alvo especializadas presentes na superfície ou no interior celular. Interação: enzimas, ácidos nucléicos ou receptores de membrana. Receptor reconhece o ligante (fármaco) causando uma alteração conformacional ou efeito bioquímico. Administração de um fármaco NUNCA induz uma função não existente na célula. Terapia Genética -------- desafia esse conceito. Interação Fármaco-Recep tor: TEORIA CHAVE/FECHADURA (Emil Fischer/1894). Ligações Fármaco-Receptor envolve ligações químicas: ligações eletrostáticas, covalentes... ESTRUTURAS DOS RECEPTORES 1  Fármaco + Receptor -------- Complexo FR ------- Efeito biológico FASE FARMACÊUTICA Liberação do Fármaco FASE FARMACOCINÉTIC A Absorção Distribuição Metabolismo Excreção FASE FARMACODINÂMICA Interação com local de ação  EFEITO FARMACOLÓGIC O

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INTERAÇÕES FÁRMACO-RECEPTOR 

INTRODUÇÃO

Fármacos exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, interagindo com receptores.

 RECEPTORES : macromoléculas-alvo especializadas presentes na superfície ou no interior celular.

Interação: enzimas, ácidos nucléicos ou receptores de membrana.

Receptor reconhece o ligante (fármaco) causando uma alteração conformacional ou efeito bioquímico.

Administração de um fármaco NUNCA induz uma função não existente na célula.

Terapia Genética -------- desafia esse conceito.

Interação Fármaco-Receptor: TEORIA CHAVE/FECHADURA (Emil Fischer/1894).

Ligações Fármaco-Receptor envolve ligações químicas: ligações eletrostáticas, covalentes...

ESTRUTURAS DOS RECEPTORES

1

Fármaco + Receptor -------- Complexo FR ------- Efeito biológico

FASE FARMACÊUTICA

Liberação do Fármaco

FASE FARMACOCINÉTICA

Absorção Distribuição Metabolismo Excreção

FASE FARMACODINÂMICA

Interação com local de açãoEFEITO

FARMACOLÓGICO

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Existem quatro “superfamílias” de receptores.

Três “superfamílias”consistem em receptores de membrana (transmembrana).

O quarto tipo é intracelular.

1. Canais iônicos disparados por ligantes:

Denominados receptores ionotrópicos.

Participam principalmente da transmissão rápida.

Proteínas oligoméricas dispostas ao redor de um canal.

A ligação do ligante e a abertura do canal ocorrem em milissegundos

Alguns exemplos: receptores nicotínicos, GABA

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Receptores musculares Nicotínicos (Nm) presentes nas

fibras musculares, causam influxo de Sódio/Cálcio,

 provocando contração muscular.

Fármacos:

Agonistas Colinérgicos (colinomiméticos)

ex. betanecol (Liberan®), pilocarpina

Antagonistas – Bloqueadoresex. tubocurarina, vecurônio (Vecuron®)

Receptores GABA

GABA (ácido gama-aminobutírico) é um neurotransmissor inibitório dos interneurônios cerebrais.

Os receptores gabanérgicos circunda e regula o canal de cloreto. A ativação do receptor pelo GABA

resulta em influxo de cloreto hiperpolarizando o neurônio.

Fármacos

Benzoadiazepinas: alprazolam, diazepam, clonazepam, midazolam.

2. Receptores ligados à Proteína G:

Receptores metabotrópicos.

Peptídios com sete regiões que se estendem através da membrama.

A proteína G é uma proteína de membrana que consiste em três subunidades (γ β α ), em que a

subunidade α possui atividade GTPase.

Proteína G ---- interage com nucleotídoes guanínicos GTP (trifosfato de guanosina) e GDP

(difosfato de guanosina)

Efetores : segundos mensageiros (adenililciclase, fosfolipase C)

Alguns receptores: muscarínicos da ACh, dopamina, opiáceos, 5-HT

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Canais Iônicos

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Fármacos:

Simpatomiméticos: adrenalina, dopamina, isoproterenol (Isuprel®), anfetaminas

Bloqueadores adrenérgicos: clonidina (Catapres®), metildopa (Aldomet®),  prazosina(Minipress®), propranolol (Inderal®)

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Receptores acoplados à Proteína GGDP

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3. Receptores ligados a enzimas:

Receptores com atividade enzimática citosólica.

Receptores de hormônios (Insulina) e fatores de crescimento.

4. Receptores intracelulares:

Receptor inteiramente intracelular.

Ligante difundi para o interior da célula

Hormônios esteróides

Receptores de Insulina

Receptores de membrana com subunidades α e β .

Insulina interage com a subunidade α .

Subunidade β (citosólica) é uma tirosina quinase.

Mecanismo:

A ligação da insulina às subunidades α  do receptor de insulina induz alterações conformacionais,

 promovendo a fosforilação da tirosina quinase da subunidade β .

A tirosina quinase receptora fosforila outras proteínas-alvo, conhecidas como Substrato do

Receptor de Insulina ( IRS- "insulin receptor substrate" ), a ativação desse sistema interage com diversas

  proteínas-alvo, desencadeiando o movimento dos transportadores da glicose (GluT4) das vesículas

internas até a membrana plasmática, estimulando a captação da glicose do sangue e estimulando a síntese

de glicogênio.

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Receptores controlados pela Proteína G

Duas vias chaves são controladas por receptores através de proteínas G.

Ambas podem ser ativadas (Ga) ou inibidas (Gi) por ligantes farmacológicos.

1. Via da adenilato ciclase/AMPc:

AMPc (3,5- adenosina-monofosfato cíclico).

Adenilato ciclase catalisa a formação do mensageiro intracelular AMPc.

O AMPc ativa várias proteínas quinases.

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Mecanismo Insulina-Receptor

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Efeitos Regulatórios do AMPc:

  Metabolismo Energético:

A ligação de hormônios, como Glucagon ou Adrenalina, a receptores ligados a  Proteína G,

sinaliza a necessidade do Glicogênio ser degradado, seja para elevar o nível de glicose sanguínea ( ViaGlucagon-hepatócito) ou fornecer energia no músculo em trabalho (Via Adrenalina/β -adrenorreceptor).

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  Músculo Cardíaco:

Receptores β -Adrenérgicos (S.N.A.Simpático)

Ativação AMPc

Agonistas: Epinefrina e Anfetaminas

Antagonistas: Propranolol e Atenolol

Receptores Muscarínicos/Ach (S.N.A.Parassimpático)

Inibição adenilato ciclase

Reduz formação da AMPc

Antagonistas: atropina

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Glucagon/Adrenalina

Receptor Proteína-G

Adenilato Ciclase

Síntese AMPc

Proteína Quinase

Proteína Quinase

GlicogênioSintetase

Inibição sínteseGlicogênio

FosforilaseQuinase

GlicogênioFosforilase

DegradaçãoGlicogênio

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2. Via Fosfolipase C / Fosfato de Inositol

A Fosfolipase C ativada pelo complexo Fármaco-Receptor cliva o fosfatidilinositol 1,4,5-trifosfato

ligado à membrana, liberando dois “mensageiros secundários”: Inositol 1,4,5-trifosfato (IP3) e

diacilglicerol (DAG).

Inositol 1,4,5-trifosfato: liga-se a receptores no retículo endoplasmático, provocando liberação de

íons Ca+2.

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Diacilglicerol: ativa proteínas quinase (PKC).

Receptores: Muscarínicos/Ach

Ações: secreção gátrica, motilidade gastrointestinal, contração da musculatura lisa, vasodilatação.

Fármacos Agonistas: Acetilcolina, Betanecol (Urecholine®)

Fármacos Antagonista: escopolamina, pirenzepina (Gastrozepine®)

RECEPTORES INTRACELULARES

Receptores que regulam a transcrição do DNA.

Os receptores são proteínas intracelulares, os ligantes devem penetrar nas células.

Os ligantes incluem hormônios esteróides, hormônios tiroideanos, vitmina-D, Ácido Retinóico.

Ligantes atravessam a membrana celular (lipossolúveis).

Resposta fisiológica de horas a dias.

Os efeitos são produzidos em conseqüência da síntese alterada de proteínas.

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TRANSDUÇÃO DE SINAISOrganismos multicelulares podem ser considerados sociedades celulares extremamente

complexas, na qual cada indivíduo (célula) possui funções específicas e dinâmicas, objetivando o bem do

organismo e não o de cada célula. Para que estas funções possam ser desempenhadas adequadamente,

células recebem e emitem uma grande variedade de informações, desde o contato com as células vizinhas

até sinalizadores químicos sintetizados por outras células.

Interação Receptor-Ligante ativa a transdução de sinais.

Transmissão externa para o citoplasma da célula.

Cascata de eventos bioquímicos.

Amplificação do sinal.

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Amplificação do Sinal: uma molécula ativada induz uma cascata que leva à ativação de várias

moléculas em seguida.

FORÇAS RELEVANTES PARA LIGAÇÃO COM RECEPTOR 

Do ponto de vista qualitativo, o grau de afinidade e a especificidade da ligação micromolécula

(sítio-receptor) são determinados por forças intermoleculares: eletrostáticas, ligações de hidrogênio, de

dispersão e ligações covalentes. Em uma interação fármaco-receptor típica normalmente ocorre uma

combinação dessas forças, sendo, no entanto necessário estudá-las separadamente, de modo a reconhecer 

sua natureza e assim propor modelos para interações ligante / sítio receptor.

1. Forças Eletrostáticas

Resulta de uma atração eletrostática entre íons de sinais contrários.

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GTP GTP GTP

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Grupos que podem se ligar aos Fármacos que se encontram na forma iônica: Carboxilas,

 Hidroxilas, Fosfatos e Aminas.

2. Pontes de Hidrogênio

São interações formadas entre heteroátomos eletronegativos como Oxigênio, Nitrogênio, Enxofre,

e o átomo de Hidrogênio.

3. Forças de Van der Walls 

Estas forças atrativas são conhecidas também como Forças

de Dispersão de London.

Resulta da interação de moléculas apolares apresentando

dipolos induzidos.

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fármaco ionizado receptor ionizado interação iônica

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4. Ligações Covalentes

Ocorre quando dois átomos compartilham um par de elétrons.

Moléculas importantes: Oxigênio, Enxofre, Nitrogênio.

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