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02-02-2011 1 Antropologia e História do Corpo Curso de Reabilitação Psicomotora 1º Semestre Aula nº1 – Programa, objectivos e avaliação da disciplina. Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo - Programa Programa Objectivos da disciplina: - Conhecer os fundamentos básicos da Antropologia e sua contextualização histórica. - Entender a origem do ser humano e compreender o seu processo evolutivo, desde os seus ancestrais até ao homem actual. - Identificação e compreensão dos diferentes factores associados ao processo evolutivo do ser humano. - Conhecer as diversas expressões do comportamento humano a partir do corpo e das manifestações que o implicam. - Conhecer os diferentes factores (sociais, culturais, biológicos, religiosos, geográficos, etc.) que afectam o comportamento e a sua importância ao longo da evolução. Compreender as diferentes concepções do “corpo” ao longo dos tempos. - Aplicação e desenvolvimento do pensamento crítico pelo qual é capaz de reconhecer e de definir problemas, formular hipóteses adequadas, fazer selecções pertinentes, tirar conclusões válidas e aplicar essas conclusões

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Antropologia e História do Corpo

Curso de Reabilitação Psicomotora

1º Semestre

Aula nº1 – Programa, objectivos e avaliação da disciplina.

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Objectivos da disciplina:

- Conhecer os fundamentos básicos da Antropologia e sua contextualização histórica.

- Entender a origem do ser humano e compreender o seu processo evolutivo, desde os seus ancestrais até ao homem actual.

- Identificação e compreensão dos diferentes factores associados ao processo evolutivo do ser humano.

- Conhecer as diversas expressões do comportamento humano a partir do corpo e das manifestações que o implicam.

- Conhecer os diferentes factores (sociais, culturais, biológicos, religiosos, geográficos, etc.) que afectam o comportamento e a sua importância ao longo g g ) q p p gda evolução. Compreender as diferentes concepções do “corpo” ao longo dos tempos.

- Aplicação e desenvolvimento do pensamento crítico pelo qual é capaz de reconhecer e de definir problemas, formular hipóteses adequadas, fazer selecções pertinentes, tirar conclusões válidas e aplicar essas conclusões

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Módulo I

Origens da Antropologia

Conceitos e métodos da Antropologia

Etnocentrismo

Etnografia

Etnia, etc...

A Interdisciplinaridade da Antropologia

Antropologia e a História

Antropologia e a Sociologia

Antropologia e a Biologia

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Módulo II

Correntes fundamentais do pensamento etnológico

O evolucionismo

O difusionismo

O culturalismo

Tendências da etnologia Francesa

O funcionalismo

O estruturalismo

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Módulo III

Antropologia do parentesco

Antropologia económica

Antropologia politica

Antropologia religiosa

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Módulo III

A evolução do Homem

Os climas e natureza

Os homens e antepassados

O cérebro e a mão

Arcantropos e Paleantropos

Neantropos

Organismo Social

Os símbolos da linguagem

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Módulo IV

Memória e Técnica

Os Símbolos Étnicos

Os valores e ritmos do corpo

A estética funcional

A linguagem das formas

Praticas sociais: a linguagem o culto e o rito. Magia e religião

As Crenças e os ritos do corpo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Módulo V

Trabalhos de Grupo

O trabalho escrito deverá ser entregue no prazo estabelecido eobedecer às seguintes regras:

- Introdução ao tema e descrição dos objectivos do trabalho

- Apresentação de uma boa revisão bibliográfica actualizada edemonstrativa da pesquisa efectuada sobre o tema proposto.

- Conclusões

- Bibliografia

- Anexos (facultativo)

Relativamente à apresentação oral do trabalho:

A apresentação será realizada por todos os elementos do grupo, semexcepção, de preferência recorrendo a Power Point.

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Módulo IV

Trabalhos de Grupo (continuação)

- A apresentação não deve exceder o máximo de 20 minutos

- Todos os elementos do grupo devem estar presentes na apresentação epreparados para responder às questões que surjam no decorrer ou nofinal deste.

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Módulo IV

Avaliação da disciplina

A avaliação pode ser periódica ou por exame final. Assim, na avaliaçãoperiódica está prevista a realização de uma frequência escrita no final do1º semestre, a elaboração de um trabalho de Grupo realizado por 3 a 4alunos por turma, pela realização de pelo menos 1 trabalhos/relatório deaula a definir posteriormente e ainda pela apresentação oral, em grupo, deum tema a definir (ver programa da disciplina).

Trabalho de Grupo

Os grupos serão formados por 3 a 4 alunos de uma mesma turma.

Este trabalho é constituído por 2 etapas:p p

1. O trabalho escrito (40%)

2. A apresentação oral e defesa (60%)

a. A apresentação será realizada, impreterivelmente, por todos oselementos do grupo, sendo por isso, obrigatória a presença de todos oselementos no dia da apresentação.

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

Classificação Final

X= 0,55 (frequência) x 0,4 (trabalho de grupo) x 0,5 (relatórios)

Organização

Frequência – a frequência será realizada no dia 18 de Maio.

Trabalho de Grupo – o trabalho escrito deverá ser entregue até ao dia 15 deAbril de 2011 sendo as respectivas apresentações realizadas nas duasAbril de 2011, sendo as respectivas apresentações realizadas nas duassemanas seguintes de aulas.

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

1. Borges, A. (2005) “Sobre Pessoas e Variáveis: etnografia de uma crença política” Mana v. 11 n.1, p. 6793.2. Da Matta, R. (1990) “A Antropologia no Quadro das Ciências”. Em: Relativizando: uma introdução à antropologia social Rio de Janeiro: Rocco p

Bibliografia

Relativizando: uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Rocco, p. 1758.3. Gonçalves, A. C. (1992). Questões de Antropologia Social e Cultural, Edições Afrontamento.4. Leroi-Gourhan, A. (1987). O Gesto e a Palavra - Memoria e Ritmos, Edições 70.5. Leroi-Gourhan, A. (1987). Os caçadores da pré-história, Edições 70.6. Leroi-Gourhan, A. (1990). O Gesto e a Palavra - Técnica e Linguagem, Edições 70.7. Leroi-Gourhan, A. (1995). As religiões da pré-história, Edições 70.8. Rivière, C. (2007). Introdução à Antropologia, Edições 70.9. CRESPO, Jorge – A História do Corpo. Lisboa. 1992.10. HASSE, Manuela – O Divertimento do Corpo. Corpo, Lazer e Desporto, na transição do Século XIX para o Século XX, em Portugal. Lisboa. 1999.11. MAUSS, Marcel – Sociologie et Anthropology. Paris. 1989.

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ProgramaPrograma

12. Baktin, Mijail – La Cultura Popular en la Edad Media y en el Renacimiento. El contexto de François Rabelais. Madrid. 1988.13. Braudel, Fernand – História e Estruturas Sociais. Lisboa. S.D.14 Crespo Jorge – A ‘Arquitectura’ do Corpo em Portugal na transição do Século

Bibliografia

14. Crespo, Jorge A Arquitectura do Corpo, em Portugal, na transição do Século XVIII para o Século 15. XIX, inBoletim da Sociedade Portuguesa de Educação Física. nº5/6 Outubro. 1992.16. Crespo, Jorge – As provas do corpo, os sinais da morte nos Séculos XVIII-XIX, in Pro-Posições. ‘A Visibilidade do Corpo’. Faculdade de Educação-Unicamp. V. 14, nº2 (41) – maio/ago. 31-39. Campinas. SP. 2003.17. Crespo, Jorge – A Construção do Corpo do Outro. (Séc.XV-XVI), in Arquivos da Memória. pp.7-22. nº1. 1996.18. Hobel, E. Adamson e Frost, Everett L. –Antropologia Cultural e Social. S. Paulo. 19. Sahlins, Marshall – Other Times, Other Customs: The Anthropology of History, in American Anthropologist. USA. 85, 1983.20. Silva, Ana Márcia – Corpo, Ciência e Mercado. S. Paulo. 2001.21. Unesco – Historia e Diversidad de las Culturas. 1984.22. Vigarello, Georges – Le Propre et le Sale. Paris. 1985.

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Curso de Reabilitação Psicomotora

1º Semestre

Aula nº2 – Introdução à antropologia: géneses e alguns conceitos fundamentais.

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- GéneseGénese

As origens da Antropologia

O que é, porquê e para quê a Antropologia?

Do grego:

Anthropos – Homem

Logos – Tratado, estudo

A Ciência que estuda o Homem

HomemPrimórdios: Homem

Reflexão Objecto

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- GéneseGénese

Síntese Histórica

Embora o Homem seja objecto de reflexão dele próprio, segundo alguns autores foi só no final do séc. XVIII que foram dados os primeiros passos para um saber científico.

- definição do objecto de estudo

- aplicação de métodos de estudo, semelhantes aos de outras ciências

- de uma reflexão mitológica, artística e teológica do homem como sujeito do conhecimento, passa-se ao pensamento científico do homem considerado em si mesmo como objecto da ciência.

evolução do conceito de Homem- evolução do conceito de Homem

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- GéneseGénese

Uma vez que a ciência, tal qual era concebida nessa época, pressupunha a existência de uma dualidade entre observador e objecto observado, como o que

Síntese Histórica

acontecia, entre outras, nas ciências da natureza, as primeiras sociedades estudadas pelos antropólogos eram sociedades longínquas.

O porquê do estudo destas sociedades:

-sociedades de pequenas dimensões

-pouco contacto com sociedades vizinhas

-pouco evoluídas tecnologicamentepouco evoluídas tecnologicamente

-reduzida especialização de actividades e das funções sociais

Ou seja o estudo de sociedades “simples” em oposição à complexidade das sociedades ocidentais

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- GéneseGénese

Síntese Histórica

Final do Séc.XIX inicio do séc. XX surge uma crise de identidade

- mudanças das sociedades, “a morte do primitivo” Paul Marcier (1966).

- procura de novos horizontes

- estudo de “pequenas comunidades”.

A distância geográfica dá lugar à distância cultural e social

Antropologia

Desenvolvimento de campos de interesse especializados (5 áreas de estudo):

1 - Antropologia Biológica 4 – Antropologia Psicológica

2 - Antropologia Pré-histórica 5 – Antropologia Cultural e social

3 - Antropologia Linguística

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ConceitosConceitos

Conceitos

Antropologia Biológica

A Antropologia Biológica (durante séc. IXX e XX denominada por

Antropologia Física), diz essencialmente respeito ao estudo das variações

dos caracteres biológicos do homem no espaço e no tempo.

“ A Antropologia Biológica debruça-se cada vez mais no debate sobre oA Antropologia Biológica debruça-se cada vez mais no debate sobre o

derivado do inato o dependente do adquirido assim como sobre a sua

contínua interacção”.

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ConceitosConceitos

Conceitos

Antropologia Histórica

Corresponde ao estudo sobre o passado das sociedades já desaparecidas

e também das actuais.

Antropologia pré-histórica – procede do encontro entre a antropologia e a

arqueologia. Interessa-se pelo estudo da técnica, produções culturais e estatísticas,

e organização social. Recolhe informações através do material de investigação

encontrado nos locais (escavações).

Etno-história – debruça-se também no estudo do passado das

sociedades exteriores ao tempo histórico das sociedade ocidentais. Obtém o

material de investigação através da recolha pela oralidade local.

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ConceitosConceitos

Conceitos

Antropologia Psicológica

Corresponde ao estudo dos mecanismos do psiquismo humano na sua

interacção com a permanência social.

Não tem como objectivo o estudo do indivíduo, mas nasce da necessidade

de compreender a subjectividade que preside à acção dos indivíduos emde compreender a subjectividade que preside à acção dos indivíduos em

sociedade.

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ConceitosConceitos

Conceitos

Antropologia Linguística

1) A linguagem corresponde a um dos aspectos da cultura.

2) A linguagem é igualmente uma produção cultural, na medida em que

reflecte, pela natureza e projecção dos seus sistemas simbólicos,

certas características simbólicas.

3) A linguagem corresponde a uma condição da cultura Ela própria é3) A linguagem corresponde a uma condição da cultura. Ela própria é

uma cultura, na medida que é através dela que se tem acesso aos

diversos aspectos da cultura.

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ConceitosConceitos

Conceitos

Antropologia Social e Cultural

Ramo vastíssimo e complexo que engloba o estudo dos múltiplos

aspectos fundamentais que se articulam e constituem uma sociedade:

o sistema do parentesco, modos de produção económica, o sistema

jurídico as técnicas a transmissão dos saberes as crenças as artes ojurídico, as técnicas, a transmissão dos saberes, as crenças as artes, o

simbólico, etc.

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo -- ConceitosConceitos

Conceitos

O outro (alteridade)O outro (alteridade)Etnologia e Etnologia e

AntropologiaAntropologia

EtnocentrismoEtnocentrismo EtniaEtnia

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Antropologia e História do Corpo

Curso de Reabilitação Psicomotora

1º Semestre

Aula nº4 – A interdisciplinaridade da Antropologia. Correntes fundamentais do pensamento Etnológico.

Antropologia e História do CorpoAntropologia e História do Corpo

Qual foi o 1º objecto de estudo da Antropologia?

O porquê deste objecto de estudo?

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Antropologia e História do CorpoAntropologia e História do Corpo

Etnia – é definida geralmente como uma população que adopta umetnónimo e que reclama uma mesma origem, possuindo uma tradiçãocultural comum, especificada por uma consciência de pertença a um grupo,cuja unidade se apoia geralmente numa língua, numa história e numterritório idênticos. No entanto todos estes critérios devem ser ponderados.O mesmo território pode ser ocupado por diferentes etnias, e a mesma etniapode ocupar diferentes territórios. A língua por vezes pode ser manipulada

por grupos dominantes (colonização)

Etnologia - ciência das etnias

Antropologia – ciência dos Homens

Etnologia e antropologia

Pode-se dizer que o trabalho do antropólogo se divide nos seguintes

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Etnologia Vs AntropologiaEtnologia Vs Antropologia

momentos de sucessão:

Etnografia – etapa da recolha dos dados (observação e descrição). Introduzida pelo historiador alemão B C Niebuhr em 1810.

Etnologia – a fase das primeiras sínteses. Introduzida em 1787 pelo moralista suíço Chavanes. No séc. XIX abarcava o estudo das sociedades primitivas, particularmente o estudo do fóssil e o da classificação das raçasclassificação das raças.

Antropologia – fase das generalizações teóricas após comparação

A etnologia, ao elaborar os materiais fornecidos pela etnografia, visa depois de analisar e interpretar os dados, construir modelos e estudar as suas propriedades

formais a um nível de síntese teórica, tornado possível pela análise comparativa.

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Antropologia:

Segundo J. Copans:

1) como um conjunto de ideias teóricas referidas aos homens e

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo

1) como um conjunto de ideias teóricas, referidas aos homens e ás suas obras, aos percursores contraditores e sucessores, conduzindo debates de ideias sobre os agrupamentos humanos e as suas culturas.

2) tradição intelectual e ideológica, própria de uma disciplina que tem uma forma de apreensão do mundo

3) como prática institucional definindo os seus objectivos os seus objectos, as suas ideias

4) como método de prática de campo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Antropologia InterdisciplinarAntropologia Interdisciplinar

História

Sociologia

Antropologia

SociologiaLinguística

PsicologiaBiologia

A l iArqueologia

Pré-Hitória

...

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Antropologia e a Sociologia

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Antropologia InterdisciplinarAntropologia Interdisciplinar

Antropologia – apadrinhada pela história natural e espírito antiquário

Sociologia – apoia-se no reformismo social e na filosofia

No séc. XIX devido às grandes transformações das sociedades ocorridas em consequência da revolução industrial e política, surge o nascimento da sociologia.

Nessa altura por um lado a sociologia estuda as transformações sociaisNessa altura, por um lado a sociologia estuda as transformações sociais reflectindo de uma forma filosófica sobre estas. Por outro lado a antropologia através de pesquisas classificativas, esquemas de evolução, valorização dos

tipos como raças e etnias apoiam a acção a reforma social.

Antropologia e a Sociologia

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Antropologia InterdisciplinarAntropologia Interdisciplinar

(inicialmente) a etnologia e a sociologia afirmam-se diferentes devido ao seucampo de in estigação:campo de investigação:

Etnologia – sociedades relativamente homogéneas e de pequena escala, semhistória conhecida, ditas primitivas, tradicionais, sem escrita.

Sociologia – sociedades complexas, heterogéneas, de grande profundidadehistórica ditas civilizadas industrializadas, letradas modernas.

No entanto as duas ciências humanas iniciam uma caminhada em paralelo e o seu interesse converge no estudo e pesquisa das estruturas e funções sociais, e sobre uma análise da dinâmica das sociedades actuais.

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Antropologia e a Sociologia

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Antropologia InterdisciplinarAntropologia Interdisciplinar

No início dos anos 50 por sua vez os antropólogos dedicam-se ao

estudo de sociedades complexas (redes políticas da Índia, parentesco

americano, economia informal) os sociólogos por seu turno sobre

aspectos simbólicos do comportamento sobre as micro-relações de

ordem ritual, jurídica cultural e adaptam os seu métodos de forma a, j p

estudar as sociedades do 3º mundo.

Antropologia e a História

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Antropologia InterdisciplinarAntropologia Interdisciplinar

No “inicio” a história assentava o seu estudo sobre a cronologia, a individualidade e o fenómeno político Por outro lado aindividualidade e o fenómeno político. Por outro lado a sociologia e a antropologia faziam uma análise da sociedadesobretudo pelo lado da vertente social não precisando esta de se submeter aos acontecimentos cronológicos.

Mas no início do séc.XX origina-se uma discussão que vai levar à f l ã d t i í ireformulação deste princípio.

Historicidade Social

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Antropologia e a História

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Antropologia InterdisciplinarAntropologia Interdisciplinar

Etnologia caracterizada por:

l lid d i lid d lt id d i i t- pela oralidade, a espacialidade, a alteridade, o inconsciente.

...e a História:

- delimitada pela escrita, a temporalidade, a identidade e a consciência.

Historicidade Social

Etno-História

Antropologia e a História

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Antropologia InterdisciplinarAntropologia Interdisciplinar

Historicidade Social

Etno-História

A partir de agora a junção de técnicas utilizadas pelos historiadores e antropólogos it l i t d i d l lipermite relacionar o presente e o passado examinando os valores e a linguagem

de um grupo visto de dentro.

Portanto desta forma temas como o quotidiano, o corpo, as técnicas, os mitos, o parentesco, são temas de estudo de ambas as ciências, em que a sua articulação permite um estudo mais aprofundado e mais global dos mesmos.

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Antropologia e a Linguística

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Antropologia InterdisciplinarAntropologia Interdisciplinar

Língua – representa a instituição social, é um tesouro da civilização:

- Elemento de tradição quando analisada sob o ponto de vista da fonológico (sons) semântico (sentido das palavras) sintáctico (construção dasfonológico (sons), semântico (sentido das palavras) sintáctico (construção das frases).

Segundo Boas e Sapir mais importante do que formas e regras, é a influência de uma língua sobre o pensamento de um povo e sobre a sua visão do mundo.

Existem elementos fonéticos que variam de uma subcultura para outra...

Outras disciplinas:

Demografia, geografia, psicologia, arqueologia, pré-história, genética, etc...

Por isso o aparecimento de especializações:

- antropologia política, económica, religiosa, parentesco etc...

Correntes fundamentais do pensamento etnológico

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Ao Grego Heródoto (séc. V a.C) - papel mítico de herói fundador da história, da geografia comparada e da etnologia

Após diversas viagens demonstra que a organização social dos Egípcios é entendida em ligação com a religião, que a dos bárbaros (não-gregos) é dominada pela instituição da realeza, ao passo que os gregos vivem em cidades governadas pela lei.

...evolução:

Com o desenvolvimento das sociedades nomeadamente no renascimento asCom o desenvolvimento das sociedades, nomeadamente no renascimento, as viagens e consequentemente novas narrativas de viagens e experiências, levam a que cada vez mais se desenvolvam comparações entre as diferentes culturas.

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O Evolucionismo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Surgiu na segunda metade do séc. XIX e apoia-se no transformismo de Lamarck e nas pesquisas de Darwin

Da mesma forma que se observa uma diversidade de espécies no mundo natural e adaptação constante ao meio, também o mundo humano evolui do simples para o complexo, (melhoria dos sistemas sociais, económico, político, religioso).

Segundo esta teoria:

Os grupos do séc. XIX chamados “atrasados”, “inferiores”, corresponderiam a um estado antigo das sociedades avançadas.

Produção económica religião monoteísta família monogâmica comoProdução económica, religião monoteísta, família monogâmica como sinónimo de evolução e por outro lado, os sistemas de troca não mercantil, o politeísmo, a poligamia como características de atraso evolutivo, etc...

O Evolucionismo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

O Evolucionismo divide-se:

Por um lado, filosofia teleológica da história marcada pelo destino ascendente da civilização.

Por outro determinação da história graças a algum factorPor outro, determinação da história graças a algum factor predominante (biológico: Darwin; técnico: Morgan; Económico: Marx; Espiritual: Frazer)

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O Evolucionismo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Principais individualidades:

Lewis Morgan (1818-1881) – jurista norte-americano. No seu trabalho “A sociedade Arcaica” esquematiza a evolução humana em 3 grande fases:

Selvejaria

Barbárie

Civilização

E cada uma destas em 3 períodos

Antigo

Médio

Recente

O Evolucionismo (continuação)

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Estes iniciando sempre por uma invenção tecnológica:

Agricultura nos alvores da barbárie

Comércio e indústria nos da civilização

Análise segundo:

Desenvolvimento da ideia de governo

Dos patamares de evolução da família

Das transformações da propriedade a partir de regras de sucessão: daDas transformações da propriedade a partir de regras de sucessão: da organização tribal à propriedade privada.

B Tylor (1832-1917) – introduziu a análise estatística como as correlações e outras verificações estatísticas dando sentido à noção de função.

J Frazer (1854-1941) – estudioso dos mitos, totemismo e o sacrifício do rei divino.

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O Evolucionismo - Características

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

• Atenção privilegiada às sociedades mais arcaicas, especialmente australianas, aos sistemas de parentesco e à religião.

• Visa estabelecer um corpus etnográfico da humanidade e uma tipologia

• Não existe apenas uma trajectória de evolução da humanidade, mas sim formas divergentes de civilização, dispersas de no espaço.

p g p ginteligível das sociedades.

• Aprovação da acção colonial

O Evolucionismo - Críticas

• O trajecto civilizacional não se faz apenas por acumulo de ganhos: ela pode também comportar erros sociológicos e até involuções.

• As mudanças não se explicam apenas com base num factor único. Estas podem depender de efeitos propagação e de movimentos multidireccionais dos vários factores inerentes.

• Por vezes atraso pode ser um estimulo para o movimento e para a mudança.

Antropologia e História do Corpo

Curso de Reabilitação Psicomotora

1º Semestre

Aula nº5 – Correntes fundamentais do pensamento Etnológico.

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Difusionismo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Surge no início do séc. XX

• Estudo da distribuição geográfica dos traços culturais a partir de “empréstimos” entre diferentes grupos.

• Postula a raridade dos processos de invenção e entende a semelhança de elementos culturais como o índice de difusão a partir de um número limitado de focos.

• Elaboração dos primeiros estudos científicos sobre a circulação dos traços culturais e de seus elementos, bem como dos factores de interferência associados a essa mesma difusão.

Difusionismo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Representada por 3 escolas fundamentais:

1) Escola Britânica – pan-egípicia ou heliolítica – baseada nos elementos1) Escola Britânica pan egípicia ou heliolítica baseada nos elementos semelhantes (pirâmides maias, mumificações de cadáveres africanos) das diferentes culturas situadas em zonas geográficas distintas. Estudo das diferentes civilizações e da sua origem comum, a civilização egípcia.

• G. Elliot Smih e W. J. Perry

2) Germano-austriaca – estudo das vias de difusão cultural com base na linguística, arqueologia e história.

• W. Schmidt (lançou a revista Anthropos)

3) Norte-américa – estudo das movimentações e circulação social e geográfica, das decadência, modificação e combinação e dissolução dos elementos de cultura.

• Kroeber, Goldenweiser, Sapir, Wissler e Boas.

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Difusionismo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Da mesma forma que as evidências arqueológicas destruíram rapidamente as bases de Elliot Smith, também durante muito tempo a escola de Graebner foi bastante apreciada, sendo de referir a limitação desta vertente, a ausência do factor psicológico da difusão.

Franz Boas (1858-1942)

Boas numa perspectiva de entender os movimentos entre culturasconsiderava que o estudo descritivo dos fenómenos de difusão apenas comopreliminares ao estudo da aculturação e das mudanças culturais.

Este propõe uma reflexão sobre o motivo dos empréstimos, a forma, o papel dos pioneiros, as rejeições, assimilações, reinterpretações e inovações.

Tem em conta também os movimentos internos referindo a possívelexistência de elementos semelhantes inventados várias vezes em diferenteslocais.Foi o verdadeiro fundador da antropologia cultural norte-americana e asua obra ultrapassa em muito os limites do difusionismo, observa os factoshumanos concretos, tais como a economia, e as línguas e mitos(reinterpretado mais tarde por Levi-Strauss.

Culturalismo

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

• Origem por volta dos anos trinta nos estados unidos, o seio da

escola de antropologia cultural

• Define cultura como sistema de comportamentos aprendidos e

transmitidos pela educação, a imitação e condicionamento

(enculturação), num dado meio social

• Integração de uma orientação psicológica de forma a compreenderem

a relação comportamento/cultura

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Culturalismo - Principais autores:

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Ralph Linton (1893-1953)

• Dois livros de destaque – “Estudo do Homem” 1936 e “Os fundamentosculturais da personalidade” – com objectivo de elaborar uma teoria sobre a

l lid dcultura e a personalidade

Abraham Kardiner (1891-1981)

• Psicanalista que leva a cabo alguns estudos conjuntos com Linton

• Menor preocupação em alcançar os uma explicação plural dos factosculturais

• Costumes e formas de disciplina adquiridos na infância e adolescência sãoos mais decisivos para a constituição do equipamento menta.

• Considerava que embora fossem importantes factores como hereditariedade, história individual, etc.. a personalidade de base era o factor de maior importância na formação das personalidades de determinado grupo.

Culturalismo - Principais autores:

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

- Ruth Benedict (1887-1948)

o Uma cultura define-se, pois, pelas grandes correntes ideológicas eafectivas que a impregnam na sua globalidadeafectivas que a impregnam na sua globalidade.

Criticas:

1. Abordagem demasiado simplista da formação da personalidade

2. Má definição dos padrões

3. Terem pressuposto a anterioridade lógica da cultura

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Tendências da Etnologia Francesa

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

1. Os sistemas do pensamento

Principais fundadores Emile Durkheim (1858-1917) e o seu sobrinhoMarcell Mauss (1872-1950)Marcell Mauss (1872-1950).

Emile Durkheim (1858-1917) na sua obra “As forma elementares da vidareligiosa” (1912). Mana – Força; Totem – representação sacralizada doclã; tabu – interdito.

Estudo das representações colectivas, maioritariamente centradas nofenómeno religioso.g

Desta obra: - Crenças e ritos garantem a coesão e a continuidade dasociedade, e a religião, portanto, o sagrado, seria apenas arepresentação hipervalorizada da sociedade por si própria.

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

2. A corrente dinamista

A l ã d j d d f t i d

Tendências da Etnologia Francesa

A relação dos jogos de poder e os factores associados aosistema social.

George Balandier:

Primeira teorização da situação colonial e a interpretaçãodas relações domiante/dominado.

Conivência entre poder e o sagrado

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

Tendências da Etnologia Francesa - Corrente Marxista

Privilegia o estudo e a pesquisa no âmbito da antropologia económica

Objectos de debate:

• Primado das forças produtivas (de que forma a economia aparece om instância• Primado das forças produtivas (de que forma a economia aparece om instânciadominante?)

• A sua natureza e desenvolvimento (feudalismo e capitalismo)

• Apropriação dos meios de produção e apropriação dos Homens

Segundo Terray o modo de produção fundamenta-se nos tipos de cooperaçãoentre os diferentes produtores, reformulando mais tarde que é a relação deexploração que singulariza o modo de produção e que uma mesma formação éexploração que singulariza o modo de produção e que uma mesma formação écomporta por diferentes modos de produção.

Crítica de Goldelier a Terray na medida em que não se pode confundir a natureza ea forma das operações técnicas com as condições sociais deste trabalho.

Ainda Rey critica Terray pelo deste estar unicamente atento a processo deprodução imediato e não ao problema de reprodução.

Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

O Funcionalismo

• Origem na Grã-Bretanha nos anos 1930-1950, graças a BronislawMalinwski (1884-1942) e aAlfred Radeliffe-Brown (1881-1955).

• Rejeição crítica do evolucionismo, difusionismo e culturalismo

• Objectiva o estudo e o entendimento dos factos sociais como umatotalidade ordenada, possível de um tratamento científico.

As 3 noções que contribuíram para o nascimento do funcionalismo:

1. utilidade (para que serve?)

2. causalidade (porque motivos, que resultados?)

3. de sistema (interdependência dos elementos)

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Antropologia e História do Corpo Antropologia e História do Corpo –– Correntes fundamentaisCorrentes fundamentais

O Estruturalismo

1) Estruturo-funcionalismo anglo-saxónico

2) A t l i t t l d L i St2) Antropologia estrutural de Levi-Strauss

Claude Levi-Strauss (1908)

Análise do parentesco como sistema de comunicação e troca entreestatuto e papéis sociais, de acordo com o princípio de reciprocidade, queconsiste em se interditar o parente próximo para o trocar por um conjugueproveniente de outro grupo.

“A estrutura é um tipo de formalização que se adapta a um conteúdoA estrutura é um tipo de formalização que se adapta a um conteúdovariado”

A estrutura serve para distinguir relações sociais, matéria primeira utilizadana construção dos modelos que tornam manifesta a própria estruturasocial.

Antropologia e História do Corpo

Curso de Reabilitação Psicomotora

1º Semestre

Aula nº6 – Antropologia do Parentesco e Antropologia Económica (apresentação por grupos).

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Antropologia e História do Corpo

Curso de Reabilitação Psicomotora

1º Semestre

Aula nº 7 – Antropologia do Política e Antropologia Religiosa (apresentação por grupos).

Antropologia e História do Corpo

Curso de Reabilitação Psicomotora

1º Semestre

Aula nº 8-14 – A evolução do Homem

1 - Como se escreve a pré-história

2 – As fases evolutivas dos animais

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– A PréA Pré--História...História...

O anseio do Homem de conhecer a sua história reflectiu-se durante séculos em mitos e lendas, antes que aportasse a uma teoria científica…

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– A PréA Pré--História...História...

“ Os Homens de outrora abandonaram pelo chão, às dezenas de milhões, aspedras que tinham talhado. Em muitos sítios, basta cavar a terra paradescobrir, sob a forma de ossadas e de cinzas, os vestígios dos antigosestabelecimentos humanos.”

“ A é li ilh i f li“... A terra é um livro maravilhoso; infelizmente, o tempo esgravatou-o e roeu-oe ele está escrito numa língua difícil...”

Extractos de um texto de André Leroi-Gourhan no livro “Os Caçadores da Pré-História”

Como se escreve este grande livro?

At é d 2 d f ó “ t á i ”Através de 2 grandes fenómenos “contrários”:

1- A erosão

2- A sedimentação

“Nada se perde tudo se transforma”

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– A PréA Pré--História...História...

Os climas e a natureza...

Através das descobertas de alguns investigadores, provou-se que algumasespécies de seres vivos não existentes nos tempos actuais outrora povoarama Terra...

Cuvier, um naturalista Francês, através de fragmentos encontradosconseguiu reconstruir certos animais inexistentes nos tempos actuais.

Clima e natureza não estáticas e inalteráveis.Clima e natureza não estáticas e inalteráveis.

Como ocorreram as mudanças de clima na Terra?

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– A PréA Pré--História...História...

Os climas e a natureza...

Como ocorreram as mudanças de clima na

Foi a partir dos progressos da

geologia no princípio do séc. XX que

se começou a saber um pouco mais

sobre as alterações dos climas na

T d i d

mudanças de clima na Terra?

Terra, e a poder assim descrever as

alterações de forma esquemática e

cronológica.

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– A PréA Pré--História...História...

Os climas e a natureza...

Os períodos Glaciares e as camadas.

Estabelecimento do períodos glaciares, geralmente consideradas 4p g , gsequenciais:

Gunz

Mindel

Possível comparação entre as camadas e terraços produzidas pelos

cursos de água com as das praias marítimas.As plantas

Os animais

Riss

Wurm

Através do fósseis estabelece-se a distribuição e as linhas gerais daevolução dos animais.

Maior informação a partir da Wurm.

Modificações/adaptações dos animais associadas a alteraçõesclimáticas e de habitat.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– A PréA Pré--História...História...

Os climas e a natureza

Pedras

Pré-História

Areias dos rios

Pólens fossilizados

Esqueletos de animais

Sedimentos

Argilas das cavernas ...

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Esquema CronológicoEsquema Cronológico

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Esquema CronológicoEsquema Cronológico

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Organização Dinâmica dos Animais

Simetria Bilateral

Plano segundo o qual todo o organismo se dispôs por detrás do orifício alimentar.

Facto biológico e mecânico que se constitui como condição fundamental da evolução para formas superiores de vida.

O Vertebrado

Caracterizados por apresentarem um esqueleto interno.

Primeiros vertebrados, os peixes ostracodermes.p

Parte locomotriz atravessada pelo notocórdio que acompanha a espinal medula.

Desprovidos de mandíbula, boca em forma de ventosa.

Caixa cefálica com dispositivo nervoso que reúne na extremidade da medula espinal os comandos dos órgão sensíveis.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Organização Dinâmica dos Animais

A evolução do campo anterior

A evolução do campo anterior

Acção da cabeça

(pólo facial)

Acção do membro anterior

(pólo manual)

O campo anterior comporta um pólo facial e um pólo manual que agem em estreita relação nas operações técnicas mais

elaboradas.

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Organização Dinâmica dos Animais

A evolução do campo anterior relativamente ao pólo manual, segundo duas tendências evolucionais:

Locomoção Campo anterior de

relação

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

A evolução do campo anterior

A evolução do campo anterior (Associação da mão e dos órgãos faciais)

Tratado da criação do Homem, de Gregório de Nissa (Filósofo séc. IV):

«E, no entanto, foi antes de mais para a linguagem que a natureza acrescentou as mãos ao nosso corpo. Se o Homem estivesse desprovido delas, as partes do rosto teriam sido formadas como as dos quadrúpedes, a fim de lhe permitirem alimentar-se: o rosto teria uma forma alongada, adelgaçada (...). Se o corpo não tivesse mãos, como se formaria nele a voz articulada? A constituição das partes que rodeiam a boca não estaria de acordo com as necessidades da linguagem. O Homem nesse caso teria sido obrigado a balir, a gritar (...). g , g ( )

Evolução

Constatações anatómicas e cronológicas

Factores biológicos ligados ao

comportamento

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Para Foley (1993, 1997) somos “apenas mais uma 

espécie única”, o resultado da interacção entre 

factores bióticos e abióticos, estocásticos e 

determinísticos, adaptativos e contingenciais.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Do peixe ao Homem...

Uma paleontologia funcional.

5 principais elementos funcionais da evolução (ordem zoológica):

1. Organização mecânica da coluna vertebral e dos membros

2. Suspensão craniana

3. Dentição

4. Mão

5. Cérebro

Ictiomorfismo

Anfibiomorfismo

Sauromorfismo

Teromorfismo

Pitecomorfismo

Antropomorfismo (André Leroi-Gourhan, 1990)

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Do peixe ao Homem...

A libertação triunfante do cérebro encontra-se, imperiosamente dependente das libertações anatómicas do corpo.

Leroi-Gourhan

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Do peixe ao Homem...

Ictiomorfismo (peixes) pouca alteração desde o Devónico:

Meio aquático

Locomoção através dos batimentos laterais das barbatanas

Extremidade cefálica comporta uma caixa óssea que com função de sustentação dos dentes, inserção de músculos mandibulares e protecção dos órgãos de relação.

Cabeça está dependente de mobilidade do resto do corpo

?A passagem do meio aquático para o meio terrestre?

Respiração

Locomoção (não preponderante)

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Do peixe ao Homem...

Anfibiomorfismo

respiração no meio terrestre

dependência do meio aquático (pele e reprodução)

4 membros o adaptam à locomoção terrestre

cabeça ainda de certa forma dependente do resto do corpo

adaptações às pressões exercidasadaptações às pressões exercidas no crânio

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Do peixe ao Homem...

Sauromorfismo

libertação completa da respiração do meio aquáticomeio aquático

equilíbrio mecânico no meio terrestre

convexidade da coluna vertebral

predomínio da acção no sentido vertical predomina sobre a acção no sentido lateral

membros permitem elevar o corpomembros permitem elevar o corpo acima do solo durante a locomoção

transformações do edifício craniano

separação da cabeça com aparecimento do pescoço

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Do peixe ao Homem...

Teromorfismo

locomoção quadrúpede

maior mobilidade da cabeça devido ao alongamento das vértebras cervicais

Engloba não só um número considerável de répteis todos extintos bem como também a totalidade dos mamíferos fósseis e vivosmamíferos fósseis e vivos.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Do peixe ao Homem...

Mamíferos Quadrúpedes

- Mamíferos caminhadores

- Mamíferos transitoriamente preensores

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Organização dinâmica dos animaisOrganização dinâmica dos animais

Do peixe ao Homem...

Pitecomorfismo

Mão anterior como instrumento de carácter técnico

Libertação postural ligada à quadrumania locomotora.

Locomoção cada vez mais baseada na proeminência preensora da mão em relação ao pé

Uma posição sentada cada vez mais erecta

Uma dentadura cada vez mais curta

Operações manuais cada vez mais complexas

Cérebro cada vez mais desenvolvido

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Arcantropos e Paleontropos

Antropomorfismo

Adaptação da estrutura corporal à marcha bípedebípede

Dedos do pé alinhados paralelamente

Adaptação da bacia

Curvaturas da coluna vertebral (resultando num alinhamento vertical)

Membro anterior completamente liberto

Cabeça repousa completamente emCabeça repousa completamente em equilíbrio sobre a extremidade superior da coluna vertebral (factor muito importante e que os torna muito distantes dos macacos)

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Aproximações e distâncias...

Teromorfos Pitecomorfos AntropídeosTeromorfos

- Quadrúpedes

- Preensores transitoriamente

Pitecomorfos

-Polegar oponível da mão

-Semilibertação da abóbada da cabeça

Antropídeos

- Bípedes

- Libertação total da abóbada craniana

- Libertação da mão na posição sentada

- Posição sentada

- Mão de polegar oponível

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

O porquê do Bipedismo?

Alguns dos factores...

C. Owen Lovejoy, da Kent State University (1981) – a marcha bípede permitiu alibertação dos braços para o desempenho de outras funções, tais como carregar osfilhos, pegar em objectos, etc...

Kevin D. Hunt, da Indiana University – propôs a relação entre a marcha ealimentação, ou seja a maior facilidade em alcançar os alimentos.

Peter Wheeler, da John Moores University, Liverpool – estes investigadoresacrescentaram à proposta anterior o factor de regulação térmica corporal. Estapostura deverá permitir uma melhor libertação de calor, facto este de especialimportância nas zonas abrasadoras de África.

Leonard e Robertson – marcha bípede permitiu maior eficiência energética durante alocomoção.

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Australantropos

Dart, Broom e Leakey, fizeram descobertas em Àfrica de antigas criaturas povoadoras dessa região que apresentavam marcha bípede...

Antes do Homem...

(australopitecos, plesiantropo, parantropo, zinjantropo)

Características comuns:

Posição vertical

Bacia e fémur semelhantes aos do Homem

Planta do pé adaptada a uma sustentação prolongada

Crânio adaptado sob o ponto de vista mecânico à posição vertical, uma vez que o orifício occipital se encontra na parte inferior

Volume craniano pequeno

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Australantropos (crânio)

- orifício occipital situado na base do crânio

- Os dentes anteriores sofrem um redução equivalente ao deslocamento do orifício occipital

A perda de prognatismo é igual ao espaço ganho na base do crânio pelas consequências

mecânicas da posição vertical.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Os Antropianos: Homens ou gorilas?

“Todos os primatas fósseis que não só andavam de pé e tinham um cérebro desenvolvido, mas que também deixaram traços indiscutíveis da sua capacidade para fabricar utensílios.”

Arcantropianos

Paleantropianos

Neoantropianos

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Os Arqueantropianos (Homo erectus)

- Designados anteriormente por pré-hominianos

- Conheciam o uso do fogo

Fabricavam utensílios- Fabricavam utensílios

- Cérebro mais evoluído do que o dos macacos, com cerca do dobro do volume em relação ao últimos

- Algumas características “intermédias” entre os macacos e os Homens actuais (dentes e face).

Os Paleantropianos (Homem de Neandartal)

Ó bit d d d- Órbitas grandes e redondas

- Volume cerebral semelhante ao dos Homens actuais

- Zona frontal do cérebro ainda pouco desenvolvida sendo por isso semelhante aos arqueantropos

-Pouca proeminência da face

-Dentição semelhante à nossa sendo, no entanto, mais grossos.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

•Saliências orbitais

•Órbitas grandes e circulares

•Ausência de saliência, mas existência de um bordo quase

Paleantropianos Neantropianos

•Órbitas grandes e circulares

•Ausência de cavidade canina

•Dentadura forte

•Calota abaixada

•Occipicio plano

existência de um bordo quase cortante

•Órbitas baixas e rectangulares

•Cavidade canina

•Dentadura saboreadora

•Calota normal

•Occipicio bombeado

Qual o destino dos paleantropianos?

Como surgiram os neantropianos?

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Características que definem o género Homo

-Características morfológicas – neste grupo pode-se considerar diversosaspectos:

-cérebro de grande capacidade tanto funcional como em tamanho;cérebro de grande capacidade, tanto funcional como em tamanho;

-caixa craniana maior que a face;

-face vertical com arcada supraciliar reduzida, maxilar inferior pouco salientee com dentes de tamanho regular;

-cabelo longo de crescimento contínuo e pêlos corporais escassos;

-mãos com polegares bem desenvolvidos e oponíveis, pernas 30% maislongas que os braços e mais fortes, dedo grande do pé não oponível;

-corpo com camada de gordura subcutânea;

-dentes em arcada arredondada, caninos pequenos e pré-molaresbicuspides;

-infância e maturação esquelética prolongada.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

-Características morfológicas (continuação)

-bipedismo levou ao surgimento de numerosas alterações:

- a nível evolutivo

- ao nível morfológico:- ao nível morfológico:

-membros inferiores muito maiores que os anteriores;

- orifício occipital localizado por baixo da cabeça

- coluna vertebral, formada por 4 curvaturas que se compensamresultando numa posição vertical

- bacia em forma de cesto, enquanto nos macacos é alongada e estreita-fémur alongado, delgado e orientado obliquamente permite og g q palinhamento das articulações da bacia e joelho.

- pé é o suporte da totalidade do peso do corpo, sendo uma das maioresmodificações morfológicas verificadas no Homem. O pé funciona comouma plataforma extremamente flexível e estável.

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

- Evolução do cérebro – proporcionalidade do peso do cérebro com opeso do corpo.

- Linguagem Articulada - característica exclusivamente humana. O quedistingue a linguagem humana é a capacidade de veicular símbolos,ideias e noções abstractas.

- Aspectos culturais - aspecto importante para o Homem, existindotambém em alguns outros primatas. Além do programa genético ehereditário existe a herança social não ligada á hereditariedade e quehereditário, existe a herança social, não ligada á hereditariedade e quepermite o progresso humano em cada geração.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Evolução do género Homo - Australopithecus

Teorias explicativas da origem do Australopithecus:

- Teoria da Savana (Raymond Dart 1925)

- Hipótese dos campos Abertos (Lamarck 1809)apresentada em 1999 por Renato Bender.

T i A ti (M W t höf 1923)- Teoria Aquatica (Max Westenhöfer em 1923)apresentada por Campbell e Reece em 2006.

Ter em atenção que as datas que de seguida são referidas, relativas ao aparecimento e extinção de cadagénero, são discrepantes na literatura.

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Evolução do género Homo - Australopithecus

- são os primeiros hominídeos que se conhecem. Viveram na África dosul e oriental, entre 4 a 2 M.a. (2ª metade do plioceno)

- volume craniano semelhante ao dos símios aprox 500 cm3volume craniano semelhante ao dos símios aprox. 500 cm ,apresentando já alguns caracteres humanos:

- dentição primitiva mas sem caninos salientes e com incisivos largos;

- as mãos não eram usadas para andar como nos grandes símiosactuais;

- bacia larga e em forma de cesto, como num ser bípede.

- Teriam, no máximo, 120 cm de altura e pesariam entre 27 a 32 Kg. Aface era côncava (em forma de prato) e arcada supraciliar pronunciada.

-Já tinham desenvolvido uma “industria do calhau”, oportunista pois aspedras eram usadas ao acaso.

Actualmente pensa-se que talvez estes primatas pertençam a um ramo colateral ao da evolução humana

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Evolução do género Homo – Género Homo

Homo antecessor

Homo rhodesiensisHomo rhodesiensis

Homo rudolfensis

Homo habilis

Homo cepranensis

Homo ergaster

Homo erectus

Homo floresiensis' '

Homo georgicus

Homo heidelbergensis

Homo neanderthalensis

Homo sapiens

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

- exemplos fósseis: Homem de Java, Homem de Pequim, Homem daRodésia e outros vestígios europeus e africanos. Geralmente denominadot bé Pit th

Evolução do género Homo – Homo erectus

também como Pitecanthropus.

-esta espécie terá vivido entre 2,5 M.A. e 130 mil anos atrás.

- volume craniano de apróx. 900 cm3, um acentuado prognatismo e semqueixo. A arcada supraciliar ainda muito saliente.

- aumento de estatura em relação aos seus ancestrais Australopithecus.

- foi o primeiro hominídeo a dominar o fogo, o que lhe permitiu reduzir amusculatura da mastigação na face pois a carne cozida é mais macia Omusculatura da mastigação na face pois a carne cozida é mais macia. Ofogo permitiu, também, a expansão do seu território para zonas mais frias.

- já caçava animais de grande porte, o que denota organização e espiritode grupo. Desenvolveu a “indústria lítica”, com separação de lascas,depois usadas como pontas de seta e facas. Migrou da África, ondesurgiu, para a Europa e para a Ásia.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Homem de Neanderthal, em homenagem á localidade alemã onde primeiro foidescoberto.

- Viveu entre 100 e 30-35 mil anos atrás, durante o último período glaciar.

Evolução do género Homo – Homo sapiens neanderthalensis

p g

- Os ossos do crânio são espessos, embora menos do que os do Homoerectus, com uma espantosa capacidade craniana de 1300 a 1750 cm3,superior á do Homem moderno. O crânio apresenta uma característica formade sino, baixo e com pouca testa.

- As arcadas supraciliares muito desenvolvidas, prognata, sem queixo e comdentes maiores que os do Homem actual. De constituição atarracada, viveramprincipalmente na Europa ocidental e médio oriente mas nunca em África.

- Foram descobertas sepulturas com ornamentos, produziam utensílios depedra mais elaborados e finos. Utilizavam, também, ossos, madeira e outrosmateriais para a construção de utensílios. Desapareceram instantaneamente,à escala geológica, há cerca de 35 mil anos.

As suas características tão especializadas parecem mostrar que não éum antepassado do Homem moderno, antes uma ramo colateral que seextinguiu.

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

O Homem moderno terá surgido numa região compreendida entre a Etiópia eo próximo oriente pois existem fósseis como os do Homem da Galileia, queparecem estar na origem do tipo humano que se expandiu pelo mundo.

Evolução do género Homo – Homo sapiens sapiens

g

- O fóssil europeu mais conhecido é o Homem de Cro-Magnom, com cerca de30 mil anos.

- São mais altos e menos possantes que os Homens de Neanderthal, semarcadas supraciliares salientes, testa direita e ossos do crânio leves. O queixoé bem desenvolvido e a face é ortognata (plana).

- Inventores da arte e das diversões. Instalaram-se em aldeias e tornaram-seagricultores, após a última glaciação.ag cu to es, após a ú t a g ac ação

- As diferenciações geográficas características das chamadas raças, terãosurgido à cerca de 30 mil anos (alguns autores referem 40 mil anos).

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os antepassados do HomemOs antepassados do Homem

Sistemática – classificação do Homem –

Reino Animalia

Filo Chordata

Subfilo Vertebrata

Superclasse Tatrapoda

Classe Mammalia

Subclasse Theria

Ordem Primata

Subordem Anthropoidea

Superfamília Homimoidea

Família Hominidae

Género Homo

Espécie Homo Sapiens

Subespécie Homo Sapiens sapiens

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os antepassados do HomemOs antepassados do Homem

Evolução do volume do cérebro do homem

Espécies AnosEstimativa do volume do

cérebro (em cc)

Homem moderno 40 mil 1500

Neandertal 100 mil 1500 (1600)

Homem arcaico 200 mil

Homem de Pequim 400 mil 1000

Homem de Java 600 mil 800

Homo habilis 2 a 1,6 milhões 730

Australopithecus africanus 3 a 2 milhões 460

Chimpanzés e gorilas actuais 490

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Inteligência

Volume cerebralOrganização das diferentes

partes do cérebro

Evolução da região cortical

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Dinâmica da evolução e factores como a alimentação e migração...

Crânio mais volumoso Maior

dispêndioMaior necessidade

d i ã ló idispêndio energético

de ingestão calórica

Alteração dos hábitos alimentaresZonas mais frias

Desenvolvimentos de utensílios,

Comportamento social mais complexo

Migração para novas áreas geográficas

-Caça em grupo

- Agricultura (neolítico)

técnicas e tácticas na procura de

alimento

Inclusão da carne etc...

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Tendo em conta os utensílios do Homem associados a determinado período,estabelece-se uma sequência de etapas na evolução cultural, com umarelativa correspondência com as etapas de evolução biológica:

Evolução Cultural – cronologia cultural

g

- Paleolítico ou idade da pedra lascada, corresponde aproximadamente ao tempo de existência dos géneros Australopithecus, Homo erectus e Homosapiens neanderthalensis;

- Neolítico ou idade da pedra polida, já com Homo sapiens sapiens, há aproximadamente 10 mil anos. Durante este período surgiu a agricultura, o que permitiu às populações um aumento do tempo de lazer, devido à disponibilidade de alimento. Por outro lado, a fixação (sedentarismo) inerente à i lt d l i t d id i d dà agricultura provocou o desenvolvimento da vida em sociedade e o avanço cultural;

- Idade dos metais (ferro, cobre, bronze), inicia-se há aproximadamente de 5000 anos. Este facto permite uma maior divisão do trabalho, formando-se agregados urbanos, com intensa exploração dos recursos naturais, mas também a acumulação de resíduos e propagação de doenças.

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Antropologia e História do Corpo

Curso de Reabilitação Psicomotora

1º Semestre

Aula nº 15 – A revolução do neolítico

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Paleolítico

Evolução cronológica - Neolítico

Neolítico

4ª glaciação (Wurm) Època pós-glaciar

O que marcou esta passagem?

Final da 4ª glaciação:

Amenização do clima

Alteração da fauna e vegetação

Crescimento demográfico das populações

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Evolução cronológica - Neolítico

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Evolução cronológica - Neolítico

Crescimentodemográfico

Quantidade de alimentoMaior esforço na busca

de alimento

Caça e recolecção vegetal

-Cultivo/Agricultura

-Uso da inteligência

-Cadeia de pequenas invenções (já provenientes do paleolítico superior)

g

-Pastorícia

-Domesticação de espécies animais selvagens

-Transformação de espécies vegetais selvagens como o trigo, cevada e aveia, etc...

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Evolução cronológica - Neolítico

Desenvolvimento do Neolítico

- Núcleo situado no crescente fértil (terras da palestina, síria e mesopotâmia)

- Pastorícia e Agricultura

- Desenvolvimento da utensilagem e de técnicas de manipulação do meio (polimento da pedra e cestaria)

- Um novo trabalho da pedra (formas geométricas aplicadas nos utensílios e arte de esculpir na pedra)

- Alto nível de trabalho da cerâmica

C bi ã d d d i- Combinação da pedra com a madeira

- Aparecimento das urbanizações

- Alteração radical da economia

- Desenvolvimento cultural e artístico.

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

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A Evolução do Homem A Evolução do Homem –– Os Antepassados do HomemOs Antepassados do Homem

Evolução cronológica - Neolítico

“A mutação que as sociedades humanas experimentam com o neolítico é de tal forma profunda, que parece bem justificada a pretensão de

alguns pré-historiadores de implementar uma nova divisão da história humana, na qual o Neolítico constituiria a etapa chave, com uma

história antiga do Homem até esse momento e uma história moderna a partir desse momento. Pelo menos, atendendo à base económica e a p ,

exploração dos recursos da terra, a inovação reflectiria o ocorrido melhor do que a actual divisão”. (História Universal – Pré-história, Público 2005)