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1 As Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar, iniciativa conjunta Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. Autoria: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia Colégio Brasileiro de Radiologia Elaboração Final: 31 de janeiro de 2011 Participantes: Cairo AA, Urbam L, Simões R

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As Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar, iniciativa conjunta

Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar, tem por

objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que

auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas

neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável

pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.

Autoria: Federação Brasileira das Associações de

Ginecologia e Obstetrícia

Colégio Brasileiro de Radiologia

Elaboração Final: 31 de janeiro de 2011

Participantes: Cairo AA, Urbam L, Simões R

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DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA:A revisão bibliográfica de artigos científicos dessa diretriz foi realizada na base dedados MEDLINE, Cochrane e SciELO. A busca de evidências partiu de cenários clínicosreais, e utilizou palavras-chaves (MeSH terms) agrupadas nas seguintes sintaxes:(Endometrial Neoplasms OR Endometrial Carcinomas OR Cancer of EndometriumOR Endometrium Carcinoma OR Uterine Neoplasms OR Uterus Cancers) AND UterineDiseases AND Neoplasm Invasiveness AND Neoplasm Staging AND (Receptors, EstrogenOR Receptor, Estrogen Nuclear) AND (Receptors, Progesterone OR ProgesteroneReceptors) AND (Tumor Suppressor Protein p53 OR Oncogene Proteins OR NeoplasmProteins OR Tumor Markers, Biological) AND Biopsy AND (Curettage OR Dilatationand Curettage) AND (Hysteroscopy OR Endoscopies, Uterine OR Uterine EndoscopiesOR Uterine Endoscopy OR Endoscopy) AND Ultrasonography AND Blood Flow VelocityAND Magnetic Resonance Imaging.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência.B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência.C: Relatos de casos (estudos não controlados).D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos

ou modelos animais.

OBJETIVO:Examinar as principais condutas no diagnóstico do carcinoma endometrial de acordocom a evidência disponível.

CONFLITO DE INTERESSE:Nenhum conflito de interesse declarado.

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INTRODUÇÃO

O adenocarcinoma endometrial é o câncer do trato genitalfeminino com maior incidência nos países industrializados. Aocorrência é predominante após a menopausa, entretanto, entre20% e 25% dos adenocarcinomas do endométrio sãodiagnosticados antes da menopausa1-3(D).

Embora a maioria dos adenocarcinomas do endométrio sejadetectada em estadios iniciais, a taxa de mortalidade pela doençanão é desprezível. Mais de 90% dos casos ocorrem em mulherescom idade superior aos 50 anos e a letalidade da doença é de 1%a 2% dentre todas as causas de morte por câncer.

O sintoma mais comum é o sangramento vaginal, que costumase manifestar precocemente. Na eventualidade de o câncer serdiagnosticado logo após o aparecimento do sangramento anormal,em mais de 75% dos casos a doença estará restrita ao útero, seráestadio inicial, sendo, portanto, a taxa de cura e prognósticofavoráveis e taxas de sobrevida atingindo 80 a 85% no período decinco anos4(D).

O aumento da taxa de incidência em alguns países pode serexplicado, em parte e no caso das mulheres na pós-menopausa,pelo aumento da expectativa de vida, mudança do comportamentoreprodutivo e a prevalência de sobrepeso e obesidade5,6(C). Observa-se também correlação positiva para o surgimento desta neoplasiaestados que levam ao hiperestrogenismo, bem como o uso de terapiahormonal7(B)8,9(C).

Portanto, nota-se que para o enfrentamento eficaz doadenocarcinoma endometrial o ponto crucial continua sendo arealização do diagnóstico precoce da doença.

1. QUANDO A MULHER DEVE SER RASTREADA PARA DIAGNÓSTICO

DE ADENOCARCINOMA DO ENDOMÉTRIO?

O adenocarcinoma do endométrio é dividido em duasapresentações histológicas e clínicas: o tipo I e o tipo II10(D). Otipo I tem histologia endometrioide, é de baixo grau de malignidade

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e é diagnosticado em estadio inicial. O tipo IItem histologia seroso-papilífera, ou de célulasclaras ou endometrioide de alto grau e édiagnosticado em estadios avançados. Oprognóstico do tumor tipo II é pior que o dotipo I11(D).

O adenocarcinoma endometrial é o câncergenital mais incidente entre as mulheres norte-americanas, ocorrendo mais frequentemente noperíodo perimenopáusico2,3(D).

Classicamente, este câncer está relacio-nado ao perfil epidemiológico da faixa etáriaperimenopáusica, condições relatadas à açãoestrogênica, nuliparidade, menarca precoce,menopausa tardia, obesidade, diabetes melli-tus e hipertensão arterial. Mais recentementefoi também associado ao uso de tamoxifeno,entretanto não sendo esta relação de riscocompletamente estabelecida12(A)13,14(D).

A influência dos estrogênios ficouevidenciada nas observações de hiperplasias e ouadenocarcinomas em mulheres portadoras detumores secretores de estrogênios e, comsíndrome dos ovários policísticos e, ao mesmotempo, foi constatado que a oposição daprogesterona protege o endométrio daestimulação estrogênica15(D).

A obesidade está relacionada com várioscânceres, dentre eles o do endométrio e estáemergindo como um claro indicador de risco.Um dos fatores causais, no caso doadenocarcinoma endometrial, é o aumento dosníveis de estrogênio16(D). O diabete mellitus temrelação causal com o adenocarcinoma e háindicativos de poder ser fator independente de

risco, embora haja a associação frequente como sobrepeso e a obesidade17(C).

Nuliparidade, menarca precoce e menopausatardia podem estar relacionadas com efeitoestrogênico, sendo manifestação e não fatorcausal13,14(D).

Hipertensão arterial parece estarrelacionada com comorbidades na faixa etáriade maior incidência do adenocarcinomaendometrial18(C).

RecomendaçãoA boa prática médica para controle da saúde

da mulher na perimenopausa e após amenopausa deve levar em consideração even-tuais alterações endometriais, principalmentese estiverem presentes co-morbidadesrelacionadas à hiperplasia e ao câncer doendométrio. Mulheres com sobrepeso, diabéticas,em uso de tamoxifeno ou hormônios esteroidessexuais, ou com qualquer manifestação dehiperestrogenismo, apresentam maior riscopara câncer endometrial que a populaçãonormal na mesma faixa etária, e devem realizarexame de rastreamento endometrial porultrassonografia, de preferência endovaginal,anualmente.

Mulheres que apresentarem sangramentotransvaginal anormal de origem endouterinadevem realizar rastreamento para adenocar-cinoma endometrial, que incluirá amostra paraestudo histológico do endométrio.

2. QUAL É A MELHOR CONDUTA PARA OBTENÇÃO

DE AMOSTRA DO ENDOMÉTRIO NA SUSPEITA

DE ADENOCARCINOMA ENDOMETRIAL?

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A identificação de adenocarcinomaendometrial é feita por meio do estudohistológico da biopsia do endométrio, realizadageralmente após sangramento transvaginalanormal ou em achado de espessamentoendometrial diagnosticado por exameultrassonográfico, pedido por algum motivo.

A presença na histologia de atipias celularespossibilita o diagnóstico da hiperplasia atípicado endométrio, parecendo ser este o critério derisco mais importante para progressão aoadenocarcinoma endometrial ou mesmo para acoexistência de adenocarcinoma, sendo estaúltima relatada entre 13% até 43%.

Na suspeita e indicação de biopsiaendometrial, o procedimento realizado emambulatório apresenta vantagens pelo menorcusto, praticidade e boa eficácia diag-nóstica19(D).

Em tempos passados foi estudada e realizadacitologia de lavado endometrial, que caiu emdesuso pela insuficiência no diagnóstico.

A retirada de fragmentos endometriais comcuretas tipo Novak, Kerkovian ou Duncan podeser realizada, porém está perdendo terreno paraa aspiração endometrial com cânula fina tipoPipelle, devido este método ser menos dolorosoe permitir eficácia diagnóstica similar às curetasespecíficas20,21(B).

Quando realizada biopsia com resultadonegativo para neoplasia maligna e osangramento persiste, será necessária novaintervenção diagnóstica e, neste caso, ahisteroscopia é o método ideal, com vantagem

de ser também ambulatorial, porém com oinconveniente de não ser disponível em todosos serviços22(D). O exame permite a realizaçãoda biopsia dirigida no local de maior suspeita.Embora seja considerado um exame deexcelente eficácia, há casos de falhas nodiagnóstico19(D).

Como alternativa à histeroscopia temos acuretagem uterina que apesar de estarperdendo espaço para a primeira, quandoutilizada para fins unicamente diagnósticos,apresenta eficácia na obtenção de materialpara estudo histológico bem como constituietapa no tratamento do sangramento anormal,na ausência de adenocarcinoma. Acresce ofato de ser o recurso disponível, quando nãohá acesso ao exame histeroscópico. Acuretagem endometrial apresenta-se comomelhor método quando comparada à biopsiaambulatorial instrumental para obtenção dematerial para estudo histológico, exceto ahisteroscopia, mas ainda há falhasdiagnósticas em um número considerável decasos que pode chegar a 30% dos pacientesportadores de adenocarcinoma23(B).

RecomendaçãoNa suspeita de adenocarcinoma en-

dometrial ou na necessidade de afastar essaneoplasia, o estudo histológico de amostra doendométrio é necessário e o método mais eficazpara sua obtenção é através da histeroscopiadiagnóstica ambulatorial. Não havendodisponibilidade do exame histeroscópico ousendo o exame de difícil acesso, pode-se realizara biopsia ambulatorial por meio da aspiraçãocom cânula fina tipo Pipelle ou uso de algumadas curetas específicas, como Novak, Kerkovianou Duncan.

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3. DEVE SER PEDIDO ESTUDO IMUNOISTO-QUÍMICO NA AMOSTRA HISTOLÓGICA EN-DOMETRIAL OBTIDA PARA DIAGNÓSTICO?

Os estudos moleculares sobre tumores estãopossibilitando o aumento do conhecimentosobre a história natural das neoplasias. No casodo adenocarcinoma do endométrio, existemmuitos estudos de biologia molecular e têm sidodescritas muitas expressões gênicas tumorais.

Dentro dos conhecimentos atuais e dedisponibilização para uso nos laboratórios deanatomia patológica, existem os receptoreshormonais para estogênios e progesterona eduas expressões de genes que apresentamrelações diferenciadas com os dois tipos deadenocarcinoma do endométrio: p53 ePTEN. O gene p53 inativa mutação dacélula. Quando sua proteína está expressa, amutação celular não foi corrigida. A expressãodo gene PTEN indica que houve a perda dafunção do gene por mutação ou deleção. Suafunção é supressora de tumores e a perda deum alelo é suficiente para a perda da função,igual ao gene p53.

No adenocarcinoma do endométrio tipo I,endometrioide, o tecido não costuma expressarp53, o que ocorre somente em 5% a 10% doscasos, entretanto, o PTEN está expresso em 55%das vezes. No adenocarcinoma do endométriotipo II, não endometrioide, a situação se invertee a expressão p53 ocorre entre 80% a 90% doscasos e PTEN em 11% das vezes24-26(C).

Nos painéis de estudos imunoistoquímicos maisutilizados, ainda podem ser detectadas no adeno-carcinoma do endométrio tipo I maior expressão deK-ras e, no tipo II, a sobre-expressão HER-2/neu.

Os estudos ainda não levaram à definiçãosobre possibilidade de mudança de condutas naabordagem de pacientes portadoras deadenocarcinoma do endométrio tipo I ou tipoII, embora se saiba que o prognóstico sejadiferente. O tratamento, independente de oadenocarcinoma ser endometrioide ou nãoendometrioide, é a cirurgia radical27(D).

RecomendaçãoO diagnóstico de adenocarcinoma endo-

metrial é suficiente para o estabelecimento daabordagem terapêutica, que deverá ser a cirurgia,independente do tipo histológico e caracte-rizações imunoistoquímicas.

4. DEVE SER PEDIDO ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO

DO TUMOR RETIRADO CIRURGICAMENTE PARA

FINS DE EMBASAR TRATAMENTO COMPLE-MENTAR E PARA PROGNÓSTICO?

Somente o adenocarcinoma endometrialtipo I, endometrioide, está associado aohiperestrogenismo. O protótipo do adenocar-cinoma endometrial tipo II é o tipo seroso,embora inclua outras histologias.

A dificuldade diagnóstica consiste no fatode haver tumores híbridos e mistos. Por isso,nem sempre o tumor pode ser classificado comopertencente ao tipo I ou tipo II. A lesãoprecursora do adenocarcinoma endometrioideé a hiperplasia atípica e do adenocarcinomaseroso é o carcinoma intraepitelial endometrial(CIE), que se desenvolve sobre o endométrioatrófico. Para o carcinoma de células claras aindanão foi identificada lesão precursora28(D).

O adenocarcinoma tipo I, endome-trioide, está associado ao bom prognóstico,

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por ter a maioria dos casos diagnosticadoem estadio inicial e ser de baixo grau,enquanto o adenocarcinoma tipo II, nãoendometrioide, se associa ao prognósticopobre, por ser diagnosticado em estadio maisavançado e ser de alto grau29(D). Entre-tanto, o valor prognóstico desses dados élimitado, pois em torno de 20% dos adeno-carcinomas endometrioides têm recorrên-cias, enquanto metade dos casos dos adeno-carcinomas não endometrioides não asapresentam29(D).

Pacientes de alto risco com adenocarcinomaendometrial tipo I têm sido muito bemestudadas, porém para as mulheres tratadas poradenocarcinoma tipo II o papel da terapêuticaadjuvante permanece incerta. Para esses casos,os marcadores moleculares podem ajudar naidentificação das pacientes de maior risco30(D).

O adenocarcinoma tipo I, endometrioide,expressa receptores de estrogênio (RE) e deprogesterona (RP). O adenocarcinoma tipoII, não endometrioide, não expressa RE e RP.O adenocarcinoma endometrioide mostrainstabilidade satélite, mutação PTEN e K-ras e são infrequentes a mutação p53, perdada expressão p16 e a amplificação HER-2/neu. O adenocarcinoma seroso mostrafrequente mutação p53 e perda de expressãop16 e são incomuns a instabilidade satélite eas mutações PTEN e K-ras25(C)31(D).

O carcinoma de células claras temcaracterísticas imunoistoquímicas distintas dosadenocarcinomas endometrioide e seroso. Ele éimunonegativo para os receptores de estrogênioe progesterona, tem baixa imunorreatividadepara p53 e alto índice de proliferação Ki-67.

Comparado com o adenocarcinoma seroso hásimilaridade quanto aos RE, RP e índice deproliferação Ki-67, porém a expressão do p53 ésignificativamente menor no carcinoma decélulas claras. Comparado com o adeno-carcinoma endometrioide, os RE e RP sãosignificativamente menores no carcinoma decélulas claras e o índice de proliferação Ki-67 ésignificativamente maior no carcinoma decélulas claras. A expressão p53 é maior nocarcinoma de células claras quando comparadoàquela observada no adenocarcinoma en-dometrioide, porém sem diferença signi-ficativa32(C).

Os estudos imunoistoquímicos doadenocarcinoma endometrial têm demonstradocorrelação com o prognóstico. A expressão p53guarda correlação direta com menor intervalolivre de doença e tempo menor de sobrevida daspacientes24(C). A correlação é significativatambém com o tipo histológico nãoendometrioide, tumor de alto grau e ausênciade receptor de progesterona32(C).

RecomendaçãoO estudo imunoistoquímico da peça

operatória de adenocarcinoma endometrial podeser necessário quando houver dúvida diagnósticae/ou suspeita de haver tumor misto comfinalidade de diagnóstico mais preciso. Adetecção de tumor misto poderá implicar emnecessidade de terapêutica complementar oumudança na estratégia da complementaçãoterapêutica.

No entanto, na maioria das vezes otratamento será realizado balizado emparâmetros clínicos e anatomopatológicossomente.

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5. QUAL É A IMPORTÂNCIA DA SÍNDROME DE

LYNCH PARA O GINECOLOGISTA?

A síndrome de Lynch ou câncer colorretalhereditário não polipoide (HNPCC) é umasíndrome de predisposição genética associada arisco aumentado de câncer intestinal e outrostumores, que incluem câncer do cólon, do en-dométrio e do ovário, razão pela qual a pre-ferência atual é pela denominação de Síndromede Lynch, apesar de o nome HNPCC continuarem uso33(C). Aproximadamente 2% a 5% doscânceres endometriais podem estar associadosa uma suscetibilidade genética34(C).

Embora a síndrome esteja relacionadasomente com 1% a 5% dos cânceres de cólon,durante toda a vida o risco de portadores dasíndrome apresentar câncer de cólon e reto é de39% a 54% e o risco de ocorrer câncer doendométrio é de 30% a 61%. Na metade doscasos, o câncer do endométrio ocorrerá antes docâncer do cólon e a idade da mulher será anteriorà época da maior incidência do câncer doendométrio34-36(C).

No caso da suspeição de câncer doendométrio em idades mais precoces, oginecologista poderá ter um papel importantena identificação da síndrome de Lynch ediagnosticar e tratar o câncer do endométrio queocorre como componente da síndrome, antesdo câncer colorretal35,36(C).

Na síndrome de câncer familiar, a doençasituada no endométrio é componentesignificativo como critério para inclusão nasíndrome de Lynch II e o fato de não serconsiderado esse aspecto pode levar ao atrasodo diagnóstico da síndrome35(C).

Diagnosticar o câncer do endométrio empacientes e a possibilidade de ser componenteda síndrome de Lynch é importante para a pessoae também para a sua família. O rastreamento eas práticas preventivas diminuirão odesenvolvimento de outros cânceres adi-cionais34(C). No entanto, ainda não estádemonstrado se ações de vigilância diminuema mortalidade do câncer do endométrio,devendo, portanto, ser o rastreamentoindividualizado37(D).

RecomendaçãoMulheres com possibilidade de ter câncer

familiar podem ser beneficiadas pelorastreamento para o câncer do endométrio emidade mais precoce, em torno dos 30 anos deidade, pois a metade dos casos de síndrome deLynch apresenta o câncer de endométrio comoprimeira neoplasia. Entretanto, ainda não hádados suficientes para o rastreamento sistemáticoem todos os casos de suspeita de síndrome decâncer familiar e, por isso, a melhor conduta éindividualizar os casos que devem ser rastreados.

6. QUAL É O PAPEL DA ULTRASSONOGRAFIA

TRANSVAGINAL NO ESTADIAMENTO DO CAR-CINOMA ENDOMETRIAL?

A Federação Internacional de Ginecologiae Obstetrícia (FIGO) definiu como cirúrgico oestadiamento do carcinoma endometrial, sendoeste realizado através da histerectomia totalabdominal, salpingooforectomia bilateral,linfadenectomia pélvica e periaórtica e citologiaperitoneal38,39(D). A profundidade de invasãomiometrial apresenta-se como importante fatorna predição do comprometimento linfonodalcom incidência de metástases nos linfonodospélvicos e periaórticos em torno de 3% quando

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de invasão inferior a 50% do miométrio paramais de 40% na presença de invasãoprofunda40,41(C). É importante ressaltar que, oestadiamento clínico pode estar incorreto em20% dos casos. Sendo assim, métodosdiagnósticos que auxiliassem na avaliação pré-operatória da profundidade da invasãomiometrial poderiam contribuir no planeja-mento cirúrgico quanto à necessidade dalinfadenectomia pélvica e até na escolha de ummétodo menos invasivo, como a videola-paroscopia.

Estudo prospectivo com o objetivo deavaliar a profundidade de invasão do miométrioanalisou mulheres na faixa etária média de 63anos (DP= ± 12 anos) e diagnósticohistológico de carcinoma endometrial,submetidas, inicialmente, a ultrassonografiatransvaginal e ressonância nuclear magnéticae, posteriormente, ao estadiamento cirúrgico.Observou-se que a infiltração miometrial foicorretamente avaliada através do USGTV em84% dos casos, subestimando 7%, demons-trando, por conseguinte, valores de sensi-bilidade, especificidade e acurácia de 84%, 83%e 84%, respectivamente. Quanto à RNM,observam-se valores de sensibilidade, especi-ficidade e acurácia de 84%, 81% e 82%,respectivamente, não demonstrando diferençaestatisticamente significativa42(B).

Outro estudo, analisando mulheres na faixaetária média de 53 anos (85% delas na pós-menopausa) portadoras de carcinomaendometrial, comparou a ultrassonografiatransvaginal pré-operatória aos resultados pós-operatórios histopatológicos da histerectomiatotal abdominal e salpingooforectomia bilateral,quanto à profundidade da invasão miometrial,

demonstrando valores de sensibilidade, espe-cificidade, valor preditivo positivo e razão deverossimilhança de 66%, 71%, 62% e 2,31,respectivamente43(B).

RecomendaçãoA USGTV, quando realizada por profis-

sional qualificado, presta-se como método deimagem de baixo custo para avaliação do envol-vimento miometrial, com acurácia diagnósticacomparável à RNM, sendo esta últimaempregada em pacientes onde as imagensultrassonográficas apresentam-se de baixaqualidade ou comprometidas em virtude daobesidade, presença de miomas, adenomiose oumesmo retroversão uterina.

7. QUAL É O VALOR DO POWER DOPPLER, OU

DOPPLER DE AMPLITUDE, NA AVALIAÇÃO DO

ESPESSAMENTO ENDOMETRIAL PARA DIFE-RENCIAÇÃO DIAGNÓSTICA DAS DOENÇAS

ENDOMETRIAIS?

A avaliação da espessura endometrial com oemprego da USGTV tem se apresentado comométodo de boa acurácia para o diagnóstico decarcinoma endometrial em mulheres apresen-tando sangramento genital na pós-menopausa.Entretanto, o espessamento endometrial apre-senta-se como achado não específico, podendoser originado a partir de diversos processos, taiscomo pólipos, hiperplasia e atrofia císticaendometrial44(B). A utilização do color Dopplerpermite a avaliação da vascularização uterina eendometrial, tornando possível a diferenciaçãoentre doenças benignas e malignas endometriais,entretanto com resultados controversos45-47(B).

Um estudo prospectivo avaliou mulheres(faixa etária média de 58 anos) apresentando

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sangramento genital na pós-menopausa eespessamento endometrial ≥ 5,0 mm,submetidas inicialmente a avaliação do fluxosanguíneo endometrial através do modo PowerDoppler e, posteriormente, à curetagem uterinaou histeroscopia com biopsia. Observou-sesensibilidade de 79%, especificidade de 100%e valor preditivo positivo de 100%, para odiagnóstico de carcinoma endometrial com autilização do padrão A de análise do fluxo(padrão característico de múltiplos vasos àavaliação do Power Doppler)48(A). Utilizando-se do padrão B (padrão característico de únicovaso, presente, sobretudo em póliposendometriais), observaram-se valores desensibilidade, especificidade e valor preditivopositivo de 89%, 87% e 83%,respectivamente48(A).

RecomendaçãoO emprego do mapeamento do fluxo

sanguíneo no endométrio espessado por meiodo Power Doppler em mulheres com sangramentogenital na pós-menopausa demonstra serferramenta útil na diferenciação de doençasendometriais.

8. QUAL É A É ACURÁCIA DA ULTRASSONOGRAFIA

TRANSVAGINAL EM EXCLUIR CARCINOMA DE

ENDOMÉTRIO EM MULHERES COM ESPESSURA

ENDOMETRIAL DE 4,0 MM NA PRESENÇA DE

SANGRAMENTO NA PÓS-MENOPAUSA?

O sangramento genital na pós-menopausaapresenta-se como queixa ginecológicafrequente (responsável por cerca de 5% dasconsultas ginecológicas no climatério)49(D).Além disto, é o principal sintoma do carcinoma

de endométrio (aproximadamente 90% dasmulheres com carcinoma endometrial apre-sentam queixa de sangramento genital comoprimeiro sinal desta neoplasia)50(A)51(B).Entretanto, apenas 10% a 15% das mulherescom sangramento genital na pós-menopausaapresentam de fato o carcinoma endome-trial52(B). A curetagem uterina ainda é con-siderada como padrão ouro para a investigaçãodo sangramento na pós-menopausa, apesar deser procedimento invasivo e com falhasdiagnósticas que podem variar de 10% a25%53(B). A histeroscopia diagnóstica permitea visibilização direta da cavidade uterina,possibilitando, por conseguinte, a realização debiopsia dirigida. Apresenta-se como métodobem tolerado e com elevado valor preditivo,apesar de ser invasivo e associado a taxa de 3%de resultados falso-negativos54(B). Por outrolado, a ultrassonografia, além de permitir boadefinição da interface endometrial-miometrial,possibilita a visibilização da cavidade endo-metrial, entretanto, sua confiabilidade em obtero diagnóstico de doença apresenta-se direta-mente relacionada ao valor de cut-off do ecoendometrial.

Em estudo prospectivo, avaliando-semulheres com média etária de 62 anos e queixade sangramento genital na pós-menopausa,submetidas inicialmente a USGTV e,posteriormente, a histeroscopia com biopsia,observou-se que mediante espessura endometrialde 4,0 mm, os valores de sensibilidade,especificidade e valor preditivo negativo paradetecção de carcinoma endometrial foram,respectivamente, 100%, 46% e 100%. Ao seassociar a histeroscopia à USGTV, os resultados

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de sensibilidade, especificidade e valor preditivonegativo foram 100%, 91,7% e 100%,respectivamente55(B).

RecomendaçãoA USGTV apresenta-se como método de

boa acurácia para a detecção de doença en-dometrial, devendo ser usado como exame deprimeira linha mediante o sangramento genitalna pós-menopausa. Na presença de espessuraendometrial ≤ 4,0 mm, não há necessidade darealização da histeroscopia, a não ser queexistam fatores de risco para o carcinomaendometrial ou na recorrência do sangramento.

9. QUAL É O VALOR DO PET/CT NA DETECÇÃO

DE LINFONODOS PÉLVICOS E PERIAÓRTICOS

COMPROMETIDOS NAS PACIENTES POR-TADORAS DE CARCINOMA ENDOMETRIAL?

Como dito anteriormente, a ocorrênciade metástases em linfonodos apresenta-secomo importante fator prognóstico para ocâncer de endométrio, sendo que as taxasde sobrevida apresentam-sesignificativamente reduzidas na presençadestas56(C). A abordagem cirúrgica doslinfonodos (linfadenectomia) e subsequenteavaliação histopatológica apresenta-se comopadrão para avaliação da ocorrência demetástases nos linfonodos. Entretanto, alémde ser abordagem especializada e de elevadocusto, prolonga o tempo cirúrgico,submetendo a paciente a procedimentoassociado a elevada morbimortalidade.Sendo assim, técnicas pré-operatórias nãoinvasivas e capazes de diagnosticar aposs ibi l idade de comprometimentometastático linfonodal tornam-se de grandebenef íc io, poupando a paciente de

procedimentos desnecessários e diminuindoa morbiletalidade.

Tanto a TC, quanto a RM têm sidolargamente utilizadas para a avaliação doenvolvimento metastático linfonodal, sendoeste identificado, sobretudo, pela morfologiado linfonodo. Entretanto, tal abordagemdemonstra baixa sensibilidade (variando de18% a 66%), evidenciando a possibilidade danão detecção de metástases em linfonodos detamanho normal57,58(B). Em contraste àmorfologia, a tomografia com emissão depósitrons (PET), utilizando-se do 18F-FDG(18-flouro-2-deoxi-D-glicose), sinaliza paracaracterística funcional dos tumores malignosatravés do aumento do metabolismo daglicose59(D). A integração da tomografia aoPET tornou possível a aquisição de imagensanatômicas e funcionais simultaneamente,possibi l itando a localização de áreassuspeitas60(B)61(C).

Avaliando-se mulheres com média etária de56 anos, portadoras de carcinoma endometrialsubmetidas inicialmente à avaliação pelo PET/CT, sendo subsequentemente submetidas àterapia cirúrgica (histerectomia total abdominal,salpingooforectomia bilateral e/ou linfa-denectomia pélvica e periaórtica) e avaliaçãohistopatológica, observaram-se valores desensibilidade, especificidade e acurácia de53,3%, 99,6%, e 97,8%, respectivamente62(B).

Em outro estudo, comparando-se a RM eo PET/CT, ambos realizados no pré-operatóriode mulheres com média etária de 52 anosportadoras de carcinoma de endométrio (40%das pacientes no estadio I) e submetidas aprocedimento cirúrgico (padrão para o

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estadiamento do carcinoma endometrial), nãose observou diferenças significativas entre osdois exames com relação à sensibilidade, especi-ficidade e acurácia (46,2% versus 69,2%;87,9% versus 90,3% e 83,9% versus 88,3%,respectivamente)63(B).

RecomendaçãoO PET/CT demonstra moderada sensi-

bilidade, especificidade e acurácia na detecção pré-cirúrgica de metástases linfonodais, não subs-tituindo, portanto, o estadiamento cirúrgicopara o carcinoma de endométrio.

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