Avaliação da estrutura do estádio Manoel Leonardo Nogueira, em Mossoró/RN, por meio da...

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ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 56CBC 1 AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DO ESTÁDIO MANOEL LEONARDO NOGUEIRA, EM MOSSORÓ/RN, POR MEIO DA METODOLOGIA GDE/UnB Structure evaluation the Manoel Leonardo Nogueira stadium, at Mossoró/RN, throught the Methodology GDE/UnB Jorge Artur França de Mendonça (1); João Paulo Matos Xavier (2); Valmiro Quéfren Gameleira Nunes (3); Vanessa Jamille Mesquita Xavier (4); Daianne Fernandes Diógenes (5) (1) Barachel em Engenharia Civil, Universidade Federal Rural do Semi-árido- UFERSA (2) Professor Mestre, Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas, DCAT - UFERSA (3) Professor Mestre, Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas, DCAT - UFERSA (4) Barachel em Engenharia Civil, Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA (5) Barachel em Engenharia Civil, Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA Av. Francisco Mota 572, Bairro Costa e Silva, CEP: 59.625-900, Mossoró/RN, Brasil; Resumo O presente trabalho objetiva avaliar a estrutura de concreto do estádio Manoel Leonardo Nogueira, localizado na cidade de Mossoró/RN, perante sua durabilidade, funcionalidade e segurança. Os altos índices de manifestações patológicas em edificações públicas e em monumentos históricos, a ausência de documentos técnicos como projetos, especificações e a importância desse estádio para o município justificam o tema deste trabalho. Diante disto, foram realizadas diversas vistorias " in-loco", nas quais foram quantificados os danos encontrados na estrutura do estádio e a partir disto, foi realizada a aplicação da metodologia GDE/UnB (2007). Através desta metodologia, foi verificado que a estrutura apresenta grau de deterioração "crítico", sendo recomendada intervenção imediata da estrutura para que fosse realizada uma recuperação emergencial como também foi proposto a implantação de um programa de manutenção preventiva. Palavra-Chave: Durabilidade, Estrutura de concreto, Metodologia GDE/UnB, Manifestação patológica, manutenção preventiva. Abstract This study evaluates the concrete structure of the Manoel Leonardo Nogueira stadium, located in Mossoró/RN, regarding its durability, functionality and safety. The high rates of pathological manifestations in public buildings and historical monuments, the absence of technical documents such as architectural designs, specifications and importance of this stadium for the city, justified the theme of this study. Given this, it was done several surveys "in-loco" in which were quantified damage found in the structure of the stadium, and from there, the enforcement of the methodology GDE / UNB (2007) was performed. Through this methodology, it was found that the structure shows a "critical" deteriorating degree, being recommended immediate intervention of the structure so it could be performed an emergency recovery and was also proposed the implementation of a preventive maintenance program. Keywords: Durability, Concrete structure, Methodology GDE/UnB, Pathological manifestation, Preventive maintenance.

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O trabalho avaliou a estrutura do estádio perante sua durabilidade, funcionalidade e segurança.

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  • ANAIS DO 56 CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 56CBC 1

    AVALIAO DA ESTRUTURA DO ESTDIO MANOEL LEONARDO NOGUEIRA, EM MOSSOR/RN, POR MEIO DA METODOLOGIA

    GDE/UnB Structure evaluation the Manoel Leonardo Nogueira stadium, at Mossor/RN, throught the

    Methodology GDE/UnB

    Jorge Artur Frana de Mendona (1); Joo Paulo Matos Xavier (2); Valmiro Qufren Gameleira Nunes (3); Vanessa Jamille Mesquita Xavier (4); Daianne Fernandes Digenes

    (5) (1) Barachel em Engenharia Civil, Universidade Federal Rural do Semi-rido- UFERSA

    (2) Professor Mestre, Departamento de Cincias Ambientais e Tecnolgicas, DCAT - UFERSA (3) Professor Mestre, Departamento de Cincias Ambientais e Tecnolgicas, DCAT - UFERSA

    (4) Barachel em Engenharia Civil, Universidade Federal Rural do Semi-rido - UFERSA (5) Barachel em Engenharia Civil, Universidade Federal Rural do Semi-rido - UFERSA

    Av. Francisco Mota 572, Bairro Costa e Silva, CEP: 59.625-900, Mossor/RN, Brasil;

    Resumo

    O presente trabalho objetiva avaliar a estrutura de concreto do estdio Manoel Leonardo Nogueira, localizado na cidade de Mossor/RN, perante sua durabilidade, funcionalidade e segurana. Os altos ndices de manifestaes patolgicas em edificaes pblicas e em monumentos histricos, a ausncia de documentos tcnicos como projetos, especificaes e a importncia desse estdio para o municpio justificam o tema deste trabalho. Diante disto, foram realizadas diversas vistorias "in-loco", nas quais foram quantificados os danos encontrados na estrutura do estdio e a partir disto, foi realizada a aplicao da metodologia GDE/UnB (2007). Atravs desta metodologia, foi verificado que a estrutura apresenta grau de deteriorao "crtico", sendo recomendada interveno imediata da estrutura para que fosse realizada uma recuperao emergencial como tambm foi proposto a implantao de um programa de manuteno preventiva. Palavra-Chave: Durabilidade, Estrutura de concreto, Metodologia GDE/UnB, Manifestao patolgica, manuteno preventiva.

    Abstract

    This study evaluates the concrete structure of the Manoel Leonardo Nogueira stadium, located in Mossor/RN, regarding its durability, functionality and safety. The high rates of pathological manifestations in public buildings and historical monuments, the absence of technical documents such as architectural designs, specifications and importance of this stadium for the city, justified the theme of this study. Given this, it was done several surveys "in-loco" in which were quantified damage found in the structure of the stadium, and from there, the enforcement of the methodology GDE / UNB (2007) was performed. Through this methodology, it was found that the structure shows a "critical" deteriorating degree, being recommended immediate intervention of the structure so it could be performed an emergency recovery and was also proposed the implementation of a preventive maintenance program. Keywords: Durability, Concrete structure, Methodology GDE/UnB, Pathological manifestation, Preventive maintenance.

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    1 Introduo

    As primeiras edificaes surgem aps a descoberta da agricultura, onde nmades comeam a ter instalaes fixas com o objetivo de cultivar as terras e domesticar os animais, dessa forma, era necessrio a construo de abrigos. Com o passar do tempo novas tecnologias comeam a surgir e a construo a crescer. Comeam a surgir prdios, casas, pontes e outras edificaes. Essas construes, de acordo com Souza e Ripper (1998), permitiram o acmulo de um grande conhecimento cientfico que permitiu o desenvolvimento de tecnologias construtivas. Esse conhecimento permitiu que obras cada vez mais complexas fossem realizadas, trazendo em si os riscos, como por exemplo, o desempenho insatisfatrio e falhas involuntrias. Com a ocorrncia destas falhas surge a necessidade de sistematizar o conhecimento, abordando de maneira cientfica o comportamento que ocasiona em falha. Surge ento a Patologia das Estruturas, que segundo Souza e Ripper (1998), se ocupa em estudar as origens, formas de manifestaes, consequncias e mecanismos de ocorrncia das falhas e dos sistemas de degradao das estruturas.

    O objetivo da pesquisa foi de avaliar a estrutura do estdio Manoel Leonardo

    Nogueira, mais conhecido por Nogueiro, inaugurado em 1967, com rea construda aproximadamente de 4.117,37 m, hoje propriedade da Liga Desportiva de Mossor/RN,

    Para alcanar o objetivo foi necessrio conseguir plantas e documentos a respeito do estadio. Porm, s existia a planta baixa do estdio e foi disponibilizado pela

    ENGECAL, um relatrio de vistria. A priori, a planta baixa foi corrigida e adaptada. Aps registro fotogrfico e verificao visual das manifestaes existentes, aplicou-se a Metodologia GDE/UnB para a determinao do nvel de deteriorao.

    2 Metodologia

    A pesquisa foi realizada no Estdio Manoel Leonardo Nogueira, Localizado na cidade de Mossor, o levantamento das manifestaes foi realizado por meio de vistorias, documentos tcnicos e a planta arquitetnica. Por ser uma edificao que foi construda h 47 anos, o projeto estrutural do estdio no foi encontrado, foi possvel obter apenas as plantas baixas que foram fornecidas pela Prefeitura de Mossor e foram corrigidas e adaptadas atravs de visitas e vistorias "in-loco". A quantificao do estado de deteriorao foi feito por meio da Metodologia GDE/UnB.

    Para facilitar o trabalho, o estdio foi divido em trs trechos, os trechos 1 e 3 representam as laterais da edificao, onde consta apenas arquibancadas, alguns banheiros e um depsito. No trecho 2, a entrada principal, com um trreo e 2 pavimentos. No trreo tem-se a sala dos rbitros, os vestirios dos jogadores, lanchonetes, banheiros e depsito de materiais. O 1 pavimento composto por banheiros e duas salas. O segundo pavimento destinado a cabines de televiso e rdio. Essa diviso pode ser visualizada na Figura 1

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    Figura 1 - Planta baixa adaptada (Acervo prprio, 2014)

    2.1 Metodologia GDE/UnB

    Segundo Souza (2009) a metodologia foi desenvolvida por Castro (1994) e j modificada por outros pesquisadores como, Lopes (1998), Boldo (2002) e Fonseca (2007), a metodologia GDE tem como objetivo avaliar as estruturas de concreto quantificando seu grau de deteriorao e, por conseguinte, minimizar a subjetividade dos dados coletados.

    A avaliao feita por com base em um programa de inspees peridicas feitas com uso do Roteiro de Inspeo (2007) proposto por Clmaco e Nepomuceno. O procedimento para aplicao dessa metodologia pode ser encontrado no fluxograma apresento por Boldo (2002 apud FONSECA, 2007).

    O objetivo da inspeo determinar o Grau de deteriorao global da estrutura (GDe) que segundo Souza D. (2009), calculado em funo dos diferentes Graus de Deteriorao das famlias de elementos afetados pelos Fatores de Relevncia Estrutural (Fr),Que varia de 1 a 5 e vai depender do tipo de familia a qual ser aplicado, considerando a importancia das famlias que compem a estrutura.

    3 O estdio Manoel Leonardo Nogueira

    Atualmente parte do estdio, regio hachurada na planta baixa, j se encontra interditada, pois os elementos apresentam avanado estado de deteriorao, como pode ser visto na Figura 2. Nessa rea, ainda possvel detectar um enorme formigueiro, fato que pode prejudicar a estabilidade dos pilares, devido aos vazios que ficam no solo, e com isso, pode-se provocar o recalque na estrutura.

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    Figura 2 - Degradao da laje de uma arquibancada (lajes Prel) e vigas principais (Acervo prprio, 2014)

    O Nogueiro tem sua estrutura composta por pilares distribudos em trs linhas que circundam toda a edificao, o conjunto de trs pilares recebe uma viga inclinada que por sua vez vai receber os esforos da arquibancada. Os pilares dos trechos 1 e 3 possuem dimenses, em centmetros, 25x25 e 25x41. Quanto as vigas, ainda nesses trechos, temos dois tipos, a principal com 25x50, que vai receber todos os esforos da arquibancada e as de travamento com 40x25 e 25x25. A Figura 4 apresenta as vigas principais apoiadas sobre os pilares e as dimenses de cada viga.

    Figura 3 - Condio de vnculo entre pilar e viga,(Acervo Prprio, 2014)

    Segundo o laudo tcnico realizado pela ENGECAL, as fundaes so do tipo

    direta, constitudas de sapatas isoladas. O estdio foi construdo para suportar uma capacidade de at 25 mil pessoas. Essa

    capacidade vem reduzindo at os dias atuais, estando hoje com capacidade para 6200 pessoas de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Mossor.

    3.1 Histrico de construo

    O mtodo construtivo utilizado naquele perodo era bem diferente do atual. As lajes usadas nas arquibancadas foram as chamadas lajes Prel termo utilizado na poca para referenciar as lajes composta pela justaposio de tijolos cermicos com ranhuras, em

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    cada uma dessas ranhuras colocada uma barra de ao solidarizada com o tijolo atravs de uma camada de argamassa de cimento e areia. Como apresentado na Figura 5.

    Segundo os relatrios de vistoria realizados pela ENGECAL, a gua e a areia utilizada na construo do estdio estavam contaminados por cloretos e ainda, de acordo com o engenheiro Fbio Pereira, na construo foi usado um aditivo do tipo plastiman bz para acelerar a cura do concreto, este aditivo composto por cloretos, o que possivelmente contaminou o concreto. Isso mostra a deficincia no controle tecnolgico na poca.

    Figura 4 - Lajes Prel em avanado estado de deteriorao. (Acervo Prprio, 2014)

    De acordo com informaes dadas por Augusto Cesar Lima e Silva (Guga), ex-presidente da LDM, o Nogueiro sofreu uma reforma entre 2004 e 2005 custeado pela prefeitura de Mossor que reformou o trecho 2 e as arquibancadas dos trechos 1 e 3, estas passaram a ser de concreto armado.

    Durante as visitas ao estdio verificaram-se muitos erros na execuo dessa reforma, como por exemplo, o cobrimento deficiente e ninhos de concretagem. Outro ponto a se levar em considerao foi o fato de os pilares e vigas no sofrerem reparos. Ao que parece, foram realizadas correes em alguns dos elementos.

    A Figura 6 apresenta um pilar com falha em uma rea que deixa a armadura exposta, a correo tomada foi pintar a regio para, provavelmente, disfarar o problema, na Figura 7 temos uma laje com cobrimento deficiente, comprovando falha na execuo.

    Figura 5 Pilar com armadura exposta pintada.(Acervo Prprio,2014)

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    Figura 6 - Cobrimento deficiente em uma laje.(Acervo Prprio, 2014).

    4 Resultados e discurses

    A seguir ser apresentado o resultado obtido na avaliao da edificao por meio da Metodologia GDE/UnB.

    Quanto a diviso da estrutura para aplicao da metodologia, foram criados os seguintes grupos:

    Grupo A: Pilares externos;

    Grupo B: Pilares internos;

    Grupo C: Vigas principais externas;

    Grudo D: Vigas principais internas;

    Grupo E: Lajes externas;

    Grupo F: Lajes internas;

    Grupo G: Escadas externas;

    Grupo H: Escadas internas

    Grupo I: Juntas de dilatao

    Grupo J: Vigas secundrias internas;

    Grupo L: Vigas secundrias externas.

    4.1 Aplicao da Metodologia GDE/UnB

    A avaliao dos elementos do estdio Manoel Leonardo Nogueira foi feito por meio de uma planilha eletrnica e com base no roteiro de inspeo (Nepomuceno).

    Foi considerado para todos os elementos externos um fator de ponderao, para a carbonatao e para a contaminao por cloreto, Fi =2, tomando como base o laudo tcnico da ENGECAL.

    As fissuras encontradas na maioria dos pilares possuem uma configurao vertical, portanto foi utilizado como Fator de ponderao, Fp=3, conforme o roteiro de inspeo.

    Para as fissuras nas vigas, foi considerado o caso de fissura de flexo, Fp=4, por no ter outro caso mais adequado.

    4.2 Avaliao dos pilares

    Durante a vistoria no foi possvel analisar alguns pilares, seja por estar escondido na alvenaria, ou por se encontrarem em locais que no foi possvel o acesso.

    Principais manifestaes observadas:

    Corroso;

    Desplacamento;

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    Cobrimento deficiente;

    Fissuras;

    Ninhos de concretagem.

    As Figuras 9 e 10 apresentam, respectivamente, as fissuras no pilar (com provvel causa a corroso) e o ninho de concretagem.

    Figura 9 - Fissuras causadas, provavelmente, por corroso das armaduras (Acervo Prprio, 2014)

    Figura 10 - "Ninhos" de concretagem. (Acervo Prprio, 2014)

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    Na Tabela 1 pode-se verificar as consideraes de fatores e o Grau de deteriorao de um dos pilares.

    Tabela 1 - Grau de dano e de deteriorao de um pilar externo. (Acervo Prprio,2014)

    Identificao do elemento Data da vistoria: 25/Janeiro/2014

    Local Realizada por: Jorge Artur Frana de Mendona

    Danos Fp Fi D Foto

    carbonatao 3 2 4,8

    cobrimento deficiente 3 0 0

    contaminao por cloretos 4 2 6,4

    corroso das armaduras 5 4 100

    desagregao 3 0 0

    desplacamento 3 4 60

    desvio de geometria 4 0 0

    eflorescncia 2 0 0

    falha de concretagem 3 2 4,8

    fissuras 3 3 24

    manchas 3 0 0

    recalque 5 0 0

    sinais de esmagamento 5 0 0

    umidade na base 3 0 0

    150,0 Nivel de deteriorao Crtico: Interveno imediata

    P91

    Arquibancada-trecho 1

    Grau de deteriorao do elemento (Gde)

    4.3 Avaliao das vigas

    As principais manifestaes vistas foram:

    Corroso;

    Fissuras;

    Manchas;

    Desplacamento;

    Ninhos de concretagem.

    A quantificao para cada manifestao pode ser vista na Tabela 2.

    Tabela 2 - Grau de dano e de deteriorao de uma viga externa. (Acervo Prprio,2014) Identificao do elemento Data da vistoria: Fev/2014

    Local Realizada por: Jorge Artur Frana de Mendona

    Danos Fp Fi D Foto

    carbonatao 3 2 4,8

    cobrimento deficiente 3 2 4,8

    contaminao por cloretos 4 2 6,4

    corroso das armaduras 5 4 100

    desagregao 3 0 0

    desplacamento 3 4 60

    eflorescncia 2 0 0

    falha de concretagem 2 3 16

    fissuras 4 3 32

    flechas 5 0 0

    manchas 3 2 4,8

    sinais de esmagamento 4 0 0umidade 3 0 0

    156,3 Nivel de deteriorao Crtico: Interveno imediata

    VP20

    Arquibancada-trecho3

    Grau de deteriorao do elemento (Gde)

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    Para as vigas internas localizadas nos banheiros e vestirios, verificou-se que o problema mais agravante era a umidade, Na Tabela 3, apresentado o grau de dano e de deteriorao de uma viga localizada em um dos vestirios.

    Tabela 3 - Grau de dano e de deteriorao de uma viga interna. (Acervo Prprio,2014)

    Identificao do elemento Data da vistoria:

    Local Realizada por: Jorge Artur Frana de Mendona

    Danos Fp Fi D Foto

    carbonatao 3 0 0

    cobrimento deficiente 3 0 0

    contaminao por cloretos 4 0 0

    corroso das armaduras 5 0 0

    desagregao 3 0 0

    desplacamento 3 2 4,8

    eflorescncia 2 0 0

    falha de concretagem 2 2 3,2

    fissuras 4 3 32

    flechas 5 0 0

    manchas 3 0 0

    sinais de esmagamento 4 0 0

    umidade 3 3 24

    48,0

    Nivel de deteriorao Mdio: Interveno em

    longo prazo (mx. 2 anos)

    VP11

    trecho2-vestirio amadores1

    Grau de deteriorao do elemento (Gde)

    4.4 Avaliao das lajes

    Principais problemas detectados:

    Fissura;

    Corroso;

    Cobrimento deficiente;

    Falha de concretagem

    Desplacamento;

    Eflorescncia;

    Na Tabela 4, apresentado o grau de dano e de deteriorao de uma laje da arquibancada.

    Tabela 4- Grau de dano e de deteriorao de uma laje. (Acervo Prprio,2014) Identificao do elemento Data da vistoria:

    Local Realizada por: Jorge Artur Frana de Mendona

    Danos Fp Fi D Foto

    carbonatao 3 2 4,8

    cobrimento deficiente 3 2 4,8

    contaminao por cloretos 4 2 6,4

    corroso das armaduras 5 3 40

    desagregao 3 0 0

    desplacamento 3 2 4,8

    eflorescncia 2 0 0

    falha de concretagem 2 2 3,2

    fissuras 2 3 16

    flechas 5 0 0

    manchas 3 0 0

    sinais de esmagamento 4 0 0

    umidade 3 2 4,8

    61,1

    Nivel de deteriorao Alto: Interveno em

    mdio prazo (mx. 1 ano)Grau de deteriorao do elemento (Gde)

    L17

    Arquibancada-trecho3

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    4.5 Avaliao das escadas

    As escadas apresentaram poucas manifestaes visveis. S foi possvel detectar corroso em um escada que d acesso arquibancada pelo trecho 3. A situao dessa escada em particular pode ser vista na Figura 11. Na Tabela 5, tem-se o Gde para a mesma.

    Figura 11 - Corroso na laje de uma escada, (Acervo Prprio, 2014)

    A Tabela 5 - apresenta o Gde da escada em questo (Acervo Prprio,2014). Identificao do elemento Data da vistoria: Local Realizada por: Jorge Artur Frana de Mendona

    Danos Fp Fi D Fotocarbonatao 3 0 0cobrimento deficiente 3 0 0contaminao por cloretos 4 0 0corroso das armaduras 5 3 40desagregao 3 0 0desplacamento 3 3 24eflorescncia 2 0 0falha de concretagem 2 2 3,2fissuras 2 3 16flechas 5 0 0manchas 3 0 0sinais de esmagamento 4 0 0umidade 3 0 0

    60,8

    Nivel de deteriorao Alto: Interveno em mdio prazo

    (mx. 1 ano)Grau de deteriorao do elemento (Gde)

    escada 6Arquibancadas - trecho3

    4.6 Avaliao das juntas de dilatao

    Principais problemas encontrados durante a vistoria:

    Falta de material de enchimento;

    Presena de lixo e material rgido no interior das juntas;

    Falta de estanqueidade.

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    Figura 12 - Disposio de materiais rgidos dentro da junta. (Acervo Prprio, 2014).

    A Figura 12 apresenta pedaos de madeira no interior da junta. evidente que esse material no recomendado nem adequado para estar nesse local. O ideal, como ser dito mais adiante, seria utilizar algum material deformvel a base de polmero. Somente uma junta possua isopor como material de enchimento, porm este no a preenchia por completo, deixando espaos abertos susceptveis a umidade e infiltrao. A Tabela 6 apresenta essa junta e seu respectivo Gde.

    Tabela 6 - Grau de dano e de deteriorao do elemento. (Acervo Prprio,2014) Identificao do elemento Data da vistoria: Local Realizada por: Jorge Artur Frana de Mendona

    Danos Fp Fi D Fotoobstruo de juntas 5 3 40umidade 5 4 100

    128,6

    Nivel de deteriorao Crtico: Interveno

    imediata

    JD4Divisa do trecho 2 com 3

    Grau de deteriorao do elemento (Gde)

    4.7 Grau de deteriorao da estrutura

    A avaliao foi realizada de modo quantitativo apenas para os elementos estruturais (vigas, lajes e pilares), como tambm para as escadas e as juntas de dilatao. Como resultado, a edificao apresentou um nvel de deteriorao crtico, sendo necessria uma interveno imediata e a realizao de uma inspeo emergencial. Como est apresentado na Tabela 7.

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    Tabela 7 - Gdf e os seus respectivos fatores de relevncia. (Acervo Prprio,2014)

    n Gdf Fr

    1 Pilares principais externos 211,20 5

    2 Pilares principais internos 194,36 5

    3 Vigas principais externas 219,31 5

    4 Vigas principais internas 68,46 5

    5 Vigas secundrias externas 214,64 3

    6 Vigas secundrias internas 52,51 3

    7 Lajes externas 214,38 3

    8 Lajes internas 175,65 3

    9 Escadas externas 80,87 3

    10 Escadas internas 19,69 3

    11 Juntas de dilatao 166,11 3

    12 Elementos arquitetnicos 1

    148,5292

    Elementos avaliados

    GRAU DE DETERIORAO DA ESTRUTURA:

    5 Proposta para um programa de manuteno

    A seguir ser elaborado um programa de manuteno corretiva emergencial bem como um de manuteno preventiva para o Estdio, visando uma maior durabilidade e, por conseguinte, garantir maior vida til estrutura.

    5.1 Programa de manuteno corretiva

    Por mais que alguns elementos no tenham apresentado elevado nvel de degradao, entretanto manifestaes de elevado risco foram detectadas. Desse modo, a recuperao deve ser feita nos elementos como um todo e no isoladamente.

    Em suma, foram encontradas fissuras, corroses e desplacamentos. As provveis causas foram: erro de execuo (cobrimento deficiente, ninhos de concretagem), infiltrao e contaminao dos materiais por cloreto.

    possvel que, os erros de execuo, tenham facilitado ocorrncia de carbonatao do concreto. Este fator, associado presena de cloretos e umidade, gerou corroso nas armaduras e posteriormente as fissuras e desplacamentos.

    Com relao corroso apresentada nos elementos estruturais, deve ser feito, a priori, reparos nas armaduras, mesmo as que apresentem nveis baixos, sem danos seo transversal da barra. Nos casos em que esta manifestao se tornou generalizada e mais agravante, ao ponto de reduzir a seo transversal da armadura (isso gera uma reduo na resistncia da armadura), deve-se realizar um reforo estrutural com adio de barras e posterior remoldagem.

    Nos casos mais leves de corroso, importante que seja feita a limpeza da armadura com jateamento de areia ou com escova de ao para, em seguida, utilizao de pintura antioxidante e por fim a concretagem.

    Para os elementos carbonatados deve ser realizada a retirada do concreto contaminado, limpeza do local e adio de concreto novo.

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    Em se tratando das juntas de dilatao, se faz necessrio que a mesma tenha seu interior limpo e nesse seja aplicado um elastmero. A junta precisa garantir que os efeitos no sejam transmitidos bem como a estanqueidade da mesma.

    A priori, deve ser realizadas intervenes para que seja possvel a recuperao dos elementos mais danificados, depois de atingido um desempenho adequado deve-se dar continuidade com manutenes preventivas, com a finalidade de aumentar sua vida til.

    5.2 Programa de manuteno preventiva

    O Estdio Leonardo Nogueira propriedade, hoje, da Liga Desportiva Mossoroense (LDM), portanto, compete a esta realizar manutenes preventivas no estdio. Nesse caso, baseando-se nas informaes obtidas em Moreira (2007), seria importante que a LDM possusse uma equipe tcnica, constituda por 01 engenheiro, 01 arquiteto e 01 tcnico em edificaes. Sendo estes, responsveis pelo planejamento das inspees.

    Essa equipe teria a responsabilidade de planejar atividades de inspeo, podendo tomar como base a Metodologia GDE/UnB, nesse caso, a presente pesquisa seria de grande utilidade para indicar os pontos da estrutura que precisam de mais ateno.

    interessante que seja realizada uma verificao peridica da estrutura e de todas as suas instalaes. Vasconcelos (2005) sugere em seu trabalho, planos de manuteno preventiva. Tomando-o como referencia, os responsveis pelo Nogueiro devem fazer listas de verificao semanal; mensal; trimestral; semestral e anual. Nessas listas devero ser indicadas as aes de manuteno, no que se diz respeito a forma de inspeo e aos ensaios, devendo priorizar os ensaios no destrutivos.

    A equipe tcnica, citada anteriormente, dever criar um plano de manuteno preventiva, dessa forma, o autor sugere que seja feito um acompanhamento dos pilares e vigas que possuem elevada degradao devido corroso, realizando as correes necessrias para que possa dar continuidade manuteno preventiva.

    6 Concluso

    Essa pesquisa teve por finalidade realizar um estudo avaliativo da estrutura atual do estdio Manoel Leonardo Nogueira, classificado em estado crtico, que parece no preocupar as autoridades responsveis. Todas as informaes a respeito do estdio foram conseguidas por meio de laudos, depoimentos, vistorias e por meio de um projeto arquitetnico fornecido pela Prefeitura de Mossor.

    Deve-se ter cincia da importncia histrica, cultural e social que o estdio agrega ao nosso municpio, e mesmo com todo esse valor as entidades competentes parecem no da importncia ao mesmo. At os dias atuais, a reforma mais significativa realizada no Nogueiro, foi entre 2004 e 2005, e mesmo assim, incompleta e deixando diversos elementos com falhas construtivas e outros, como pilares e vigas, sem reparos.

    Por mais urgente que possa parecer, as autoridades competentes parecem no perceber o risco que permitir jogos no Nogueiro, no estado atual. Corrobora essa informao, os jogos, da copa do Nordeste, que aconteceram no perodo que est pesquisa estava sendo realizada.

  • ANAIS DO 56 CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 56CBC 14

    Referncias

    CLMACO, J.C.T., NEPOMUCENO,A.A. ROTEIRO DE INSPEO: Metodologia GDE/UnB para avaliao quantitativa da deteriorao de estruturas de concreto, 2007.

    FONSECA, R.P. (2007). A estrutura do Instituto Central de Cincias: Aspectos histricos, cientficos e tecnolgicos de projeto, execuo, intervenes e propostas de manuteno. Dissertao de Mestrado em Estruturas e Construo Civil, Publicao E.DM-006A/07, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Braslia, Braslia, DF, 213p.

    SOUZA, V.C.M. e RIPPER, T. (1999). Patologia, recuperao e reforo de estruturas de concreto. So Paulo: Editora PINI, 250p. SOUZA, D. A. S. A estrutura do Teatro Nacional Claudio Santoro em Braslia: histrico de projeto, execuo, intervenes e estratgias para manuteno. 2009. 133 f. Dissertao de Mestrado (Mestre) - Universidade de Braslia, Braslia, 2009. VASCONCELOS,A.P.O (2005).Manuteno preventiva em instalaes de edifcios. Dissertao de Mestrado em Reabilitao do Patrimnio Edificado, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Porto, Porto, 169p.