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JULIO HAJIME NOZIMOTO AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL SOBRE A IDADE ÓSSEA EM CRIANÇAS DE 7 A 15 ANOS MARÍLIA 2007

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JULIO HAJIME NOZIMOTO

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL SOBRE A IDADE ÓSSEA

EM CRIANÇAS DE 7 A 15 ANOS

MARÍLIA 2007

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JULIO HAJIME NOZIMOTO

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL SOBRE A IDADE ÓSSEA

EM CRIANÇAS DE 7 A 15 ANOS

Dissertação apresentada à Universidade de Marília (UNIMAR), Faculdade de Ciências da Saúde, para a obtenção do Título de Mestre em Clínica Odontológica, Área de concentração em Ortodontia. Orientador: Prof. Dr. Paulo César Tukasan

MARÍLIA 2007

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Universidade de Marília – UNIMAR

Reitor Dr. Márcio Mesquita Serva

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Pró-Reitora Profª.Drª. Suely Fadul Villibor Flory

Faculdade de Ciências da Saúde Diretor Prof.Dr. Armando Castello Branco Júnior

Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica

Área de Concentração em Ortodontia

Coordenador Prof. Dr. Roque Javier Mérida Delgado

Orientador: Prof. Dr. Paulo César Tukasan

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5

DEDICATÓRIA

À Gislene minha esposa e meu amor, sua presença constante em

minha vida pessoal e profissional e os laços de amor, carinho que nos unem,

me incentivam a crescer e melhorar como marido, pai e profissional. Obrigado

pelo apoio e compreensão ao longo do período de elaboração deste trabalho.

Ainda que as palavras sejam insuficientes para expressar a grandeza dos

meus sentimentos, manifesto minha gratidão, admiração e meu amor por você.

Esta conquista é da nossa Família.

Às minhas filhas Ingrid e Stefani, minhas riquezas, meus amores

e razão da minha vida, me perdoem pelas ausências durante a elaboração

deste trabalho e pelas noites e os finais de semana que não fiquei com vocês.

Saibam que tudo foi feito pensando em vocês e para vocês. Eu as amo muito.

Aos meus pais Yaeko e José pela vida, amor incondicional,

educação, orientação, apoio, dedicação e convívio. Tenho muito orgulho de ser

filho de vocês, pois são exemplos de integridade, dignidade e honestidade.

Serei eternamente grato por tudo que fizeram por mim e saibam que levarei o

exemplo de vida que me ensinaram para os meus filhos. Eu respeito, admiro e

amo muito vocês.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Prof. Dr. Paulo César Tukasan, meu orientador, agradeço pela

honra de convívio acadêmico, amizade, pela dedicação ao ensino e pela

atenção e rigor na orientação deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade de Marília, à Pró-Reitora Professora Dra. Suely

Fadul Villibor Flory e ao coordenador do programa de Pós-graduação em

Clínica Odontológica, área de concentração em Ortodontia, Prof. Dr. Roque

Javier Mérida Delgado.

Ao Prof. Dr. Acácio Fuziy, agradeço a convivência científica

compartilhada, a relação humana salutar, a amizade e dedicação para a minha

formação durante o curso de Mestrado.

Ao Prof. Dr. Luiz Anselmo Mariotto, pela participação na minha

banca de qualificação meus agradecimentos.

Ao Prof. Dr. Sebastião Marcos Ribeiro de Carvalho e à

Professora Dra. Marie Oshiiwa pelos cálculos estatísticos.

Aos colegas do Curso de Mestrado Ana Cristina, Ana Karina,

Eugênio, Márcia, Ricardo e Vânia é um grande prazer poder desfrutar da

companhia, das experiências profissionais e de vida, tenho muito respeito,

carinho e admiração por todos vocês.

Aos amigos e funcionários da UNIMAR, pela consideração,

respeito e simpatia à minha pessoa durante todos estes anos de convívio.

Admiro muito o trabalho eficiente que realizam.

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Aos Pacientes, fundamentais para a minha formação e realização

deste trabalho de pesquisa.

À minha secretária Ana Paula pela ajuda e organização dos

dados desta pesquisa.

Agradeço à Secretaria de Educação do município de Ourinhos e

às professoras das escolas que participaram desta pesquisa e que muito

contribuíram para a realização deste trabalho.

À Radiomemory por ter cedido o programa Radiocef para a

realização desta pesquisa.

Aos amigos Dr. Masato Nobuyasu, Moysés Yokoyama, Marcos

Coral, Marco Aurélio, André Masato e às amigas Regina de Oliveira Nobuyasu,

Regina Ishizaka Aramaki.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a

realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.

9

“Eu pedi forças..... E Deus me deu dificuldades para me fazer forte.

Eu pedi sabedoria..... E Deus me deu problemas para resolver.

Eu pedi prosperidade..... E Deus me deu cérebro e músculos para

trabalhar.

Eu pedi coragem..... E Deus me deu perigo para superar.

Eu pedi amor..... E Deus me deu pessoas com problemas para ajudar.

Eu pedi favores..... E Deus me deu oportunidades.

Eu não recebi nada do que pedi.... Mas recebi tudo que precisava”.

Ao Senhor, Mestre Supremo,

meu eterno agradecimento.

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RESUMO

Avaliação da influência do Índice de Massa Corporal sobre a idade óssea em crianças de 7 a 15 anos.

O presente estudo avaliou a influência do IMC (Índice de Massa Corporal), sobre a idade óssea pelo método de Eklöf e Ringertz computadorizado (Radiocef) e Greulich e Pyle (Atlas), por meio de radiografias carpais. Foi avaliado a idade óssea em 298 crianças com idades variando de 7 a 15 anos, divididas em 2 grupos: l )- IMC normal e II)- baixo peso; sendo18 grupos com IMC normal (9 masc. e 9 fem.) e 18 grupos com IMC baixo peso (9 masc. e 9 fem.). Para a análise estatística foi utilizado o teste t de Student, com nível de significância de 5% (p<0,05), observou-se diferenças significativas entre a idade cronológica e óssea em pacientes com IMC baixo peso tanto do gênero masculino como feminino, em média a idade óssea foi menor que a cronológica. Em pacientes com IMC normal, tanto do gênero feminino como masculino não houve diferenças significantes, pelo método de Eklöf e Ringertz. Na avaliação pelo método de Greulich e Pyle em meninos com IMC normal não foi encontrado diferenças significativas entre as idades, mas em paciente com IMC baixo peso houve resultados significantes. Em média a idade óssea foi menor que a idade cronológica. A avaliação pelo método de Greulich e Pyle em meninas com IMC normal apresentou diferenças significantes entre as idades, apresentando idade óssea acima da idade cronológica. A avaliação pelo método de Greulich e Pyle em meninas com IMC baixo peso não apresentaram diferenças significativas entre a idade cronológica e óssea. Após os resultados obtidos em nossa pesquisa foi constatado que o IMC tem influência sobre a idade óssea e também sobre os métodos de avaliação, o desvio padrão para Eklöf e Ringertz é menor que Greulich e Pyle. Houve dimorfismo sexual entre os gêneros. Unitermos: Índice de Massa Corporal; Idade óssea; Radiografia carpal.

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ABSTRACT

Evaluation of the influence of the Body Mass Index on the bone age in seven to fifteen-year-old children.

The present study evaluated the influence of the BMI (Body Mass Index) on the bone age by the computerized method of Eklöf and Ringertz (Radiocef) and Greulich and Pyle (Atlas), through the carpal radiographs.The bone age was evaluated in 298 seven to fifteen-year-old children, divided in two groups: I) -Normal BMI and II) - low weight BMI; 18 groups with normal BMI (9 males and 9 females) and 18 groups with low weight BMI (9 males and 9 females). The t test of Student was used for the statistical analysis, with a level of significance of 5% (p<0,05). Significant differences were observed by the method of Eklöf e Ringertz. Between the chronological age and the bone age in male or female low weight BMI patients, in average, the bone age was lower than the chronological age, while in male or female patients with normal BMI, there were no significant differences. In the evaluation by the method of Greulich and Pyle in boys with normal BMI, no significant differences were found among the ages, but in patients with low weight BMI there were significant results. In average, the bone age was lower than the chronological age. The evaluation by the method of Greulich and Pyle in girls with normal BMI presented significant differences among the ages, showing bone age higher than the chronological age. The evaluation by the method of Greulich and Pyle in girls with low weight BMI didn't present significant differences between the chronological and the bone age. There was sexual dimorphism between genders. Key words: Body Mass Index; Bone age; Carpal radiographs.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 - Crianças participantes do estudo segundo o gênero 18

Figura 2 - Tomada da estatura segundo o MS 21

Figura 3 - Cotovelo em ângulo de 90 graus 23

Figura 4 - Ombro em ângulo de 90 graus 23

Figura 5 - Chassi, gabarito e fio de aço 24

Figura 6 - Rx do Atlas 27

Figura 7 - Rx da amostra 27

Figura 8 - Radiocef 28

Figura 9 - Magnificação 28

Figura 10 - Marcação dos pontos 29

Figura 11 - Laudo com a idade óssea 29

Figura 12 - Peso médio, em quilogramas, das crianças segundo o

gênero 32

Figura 13 - Estatura média, em metro, das crianças segundo o gênero 32

Figura 14 - Classificação nutricional das crianças segundo o gênero 33

Figura 15 - Idades médias, cronológica e óssea, dos meninos

segundo a classificação nutricional 34

Figura 16 - Idades médias, cronológica e óssea, das meninas

segundo a classificação nutricional 35

Figura 17 - Idades médias, cronológica e Greulich e Pyle, dos

meninos segundo a classificação nutricional 36

Figura 18 - Idades médias, cronológica e Greulich e Pyle, das

meninas segundo a classificação nutricional 37

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Média, desvio-padrão e resultado do teste

estatístico do peso e da estatura das crianças

segundo o gênero 31

TABELA 2 - Classificação nutricional das crianças segundo o

gênero e o resultado do teste estatístico 33

TABELA 3 - Média, desvio-padrão e resultado do teste

estatístico das idades cronológica e Eklöf e Ringertz

dos meninos segundo a classificação nutricional 34

TABELA 4 - Média, desvio-padrão e resultado do teste

estatístico das idades cronológicas e Eklöf e

Ringertz das meninas segundo a classificação

nutricional 35

TABELA 5 - Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico

das idades cronológica e Greulich e Pyle dos

meninos segundo a classificação nutricional 36

TABELA 6 - Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico

das idades cronológicas e Greulich e Pyle das meninas

segundo a classificação nutricional 37

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

P – Peso

E – Estatura

m – metro

kg – kilograma

m2 – metro ao quadrado

IMC – Índice de Massa Corporal

BP – Baixo peso

N – Normal

SB – Sobrepeso

SI – Sistema Internacional

SUS – Sistema Único de Saúde

SVS – Sistema de Vigilância Sanitária

SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria

OMS – Organização Mundial da Saúde

TW2 – Método de Tanner e Whitehouse

MS – Ministério da Saúde

CID – Classificação Internacional de Doenças

NCHS – National Center for Health Statistics

CNS – Conselho Nacional de Saúde

ERSA – Escritório Regional de Saúde

CRO – Conselho Regional de Odontologia

HcFMUSP – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo

REUTERS – Site de informações

UNIMAR – Universidade de Marília

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1

2 REVISÃO DA LITERATURA 4

2.1 Índice de Massa Corporal (IMC) 4

2.2 Método das Radiografias Carpais 9

3 PROPOSIÇÃO 16

4 MATERIAL E MÉTODO 17

4.1 Aspectos Éticos 17

4.2 Tipo de Amostragem 17

4.3 Termo de Consentimento 19

4.4 Índices Utilizados na Avaliação 19

4.5 Coleta de Dados Peso/Altura 19

4.6 Cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) 21

4.7 Obtenção da Radiografia 22

4.8 Avaliação da Imagem Radiográfica 25

4.9 Avaliação da Idade Óssea 26

4.10 Método de Avaliação de Greulich e Pyle (1959) 26

4.11 Método de Avaliação de Eklöf e Ringertz 27

4.12 Teste do Erro 30

4.13 Retorno da Informação 30

5 RESULTADOS 31

6 DISCUSSÃO 38

7 CONCLUSÕES 44

REFERÊNCIAS 45

ANEXOS 55

1

1 INTRODUÇÃO

A avaliação do crescimento é um importante instrumento para se

conhecer a saúde, tanto individualmente, quanto coletivamente. Ao observar os

soldados do exército de Napoleão, em 1828, Villermé reconheceu a

interferência ambiental sobre o crescimento. Ele verificou que a condição social

influenciava no ritmo de crescimento e interferia na altura final das pessoas

(TANNER, 1981).

Atualmente, se aceita amplamente que o crescimento esteja

condicionado pela herança genética, contudo é fortemente afetado pelo

ambiente, visto aqui, não apenas fisicamente (clima, altitude), mas também

socialmente, principalmente no que se refere às doenças e à nutrição. É a

partir do reconhecimento da importância que as condições de vida exercem

sobre o crescimento que os organismos internacionais de saúde, como a

Organização Mundial de Saúde (OMS), e nacionais, como o Ministério da

Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), preconizam o

acompanhamento do crescimento como atividade de rotina na atenção à

criança (WHO, 1978, 1995).

A análise do crescimento pode ocorrer em função do estado

nutricional e das proporções corporais de um indivíduo ou comunidade. É

fundamental uma padronização dos métodos de avaliação em cada faixa etária

para se realizar uma investigação deste assunto. A saúde e o estado

nutricional da criança vão manifestar-se diretamente na qualidade do seu

crescimento. Os valores antropométricos foram introduzidos para representar o

nível individual ou populacional e o grau de ajustamento entre o potencial

genético de crescimento e os fatores ambientais favoráveis e nocivos.

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A partir dos anos 80, para se avaliar o nível de gordura de cada

pessoa, foi introduzido um novo índice antropométrico, o IMC (Índice de Massa

Corporal), também conhecido como índice de Quetelet que é calculado pela

divisão do peso pela altura ao quadrado (WHO, 1998).

A análise da composição corporal é um dos indicadores mais

importantes para avaliar o estado de saúde. Isto porque o excesso de massa

gorda caracteriza a obesidade, a qual está diretamente associada a doenças

como: elevados níveis de colesterol sangüíneo, hipertensão, osteoporose,

diabetes, acidente vascular cerebral, doenças coronarianas, além de

problemas psicológicos e sociais. Por outro lado, a pouca quantidade de

gordura corporal pode estar associada à desnutrição (NIEMAN, 1999). Na

perspectiva de se detectar a desnutrição, são empregados os critérios

estabelecidos pela OMS, utilizando-se a relação peso pela altura, e altura pela

idade, e conceitos estatísticos, porcentagem e desvio-padrão do National

Center for Health Statistics (NCHS) (WHO, 1978).

Hoje em dia a mídia tem explorado com freqüência alguns temas

polêmicos envolvendo o peso corporal das pessoas, como a bulimia e a

anorexia. Situação em que o indivíduo acaba emagrecendo muito, ficando

muito abaixo do percentil 5 do IMC, o sistema de Classificação Internacional de

Doenças (CID-10) identifica como pessoa com anorexia, quando esta

apresenta um IMC igual ou inferior a 17,5 kg/m2.

O conhecimento e a capacidade de redirecionar o crescimento e o

desenvolvimento craniofacial são cada vez mais utilizados como um importante

meio auxiliar na prevenção, diagnóstico, planejamento e tratamento precoce

das deformidades dentofaciais durante a fase de crescimento do indivíduo,

principalmente, porque o sucesso ou o fracasso da abordagem de

aproximadamente dois terços das más-oclusões estão diretamente

relacionadas ao crescimento e desenvolvimento esquelético (GRABER;

VANARSDALL JR., 1996; FERREIRA, 1996).

A compreensão dos eventos relacionados ao desenvolvimento físico

dos indivíduos é de suma importância; desse modo, o crescimento corporal e

sua relação com a aceleração do crescimento do complexo craniofacial é

assunto de grande interesse para o ortodontista, bem como para o ortopedista

funcional (MARTINS; SAKIMA, 1977; MERCADANTE, 1998).

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Os métodos freqüentemente utilizados para a avaliação do

crescimento geral ou da maturação de um indivíduo consistem na

determinação das idades cronológica, dentária, esquelética, bem como na

observação das variações de peso e altura e da manifestação das

características secundárias dos gêneros, que acompanham a fase da pré-

adolescência e da adolescência propriamente dita (MORAES, 1998;

GENEROSO; RIBEIRO; TAVANO, 2003; TERÇAROLI, 2005).

Já a avaliação da idade óssea representa o método mais preciso

para se estimar a idade biológica (TAVANO, 1982; HAGG; TARANGER, 1982),

fato que despertou o interesse para a determinação dos diversos estágios de

crescimento pela utilização da radiografia carpal. Isso equivale a afirmar que a

eficiência do tratamento depende do estágio de desenvolvimento em que o

paciente se encontra, uma vez que o tratamento ortodôntico mostra-se mais

efetivo quando as estruturas faciais apresentam máxima predisposição para

responder às suas influências (O’REILLY; YANNIELLO, 1988). A mão e o

punho são as partes do esqueleto usadas mais freqüentemente para avaliar o

progresso de um paciente em relação à maturidade.

Assim, parece evidente que analisar variáveis do crescimento físico

e da composição corporal em crianças, constitui-se em um importante indicador

de saúde dentro do contexto no qual estão inseridas. Além do fato de que um

estudo com esta amplitude e características pode, conseqüentemente,

estimular a promoção da saúde dentro desta população específica. À vista do

exposto, considera-se pertinente estudar e avaliar a relação existente entre o

IMC e a idade óssea, em crianças brasileiras da região de Ourinhos.

4

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Índice de Massa Corporal (IMC)

Há cerca de 20 anos Keys et al. (1972) sugeriram para a avaliação

nutricional o uso do Índice de Massa Corporal (IMC), cujo cálculo se processa

pela divisão do peso pela altura elevada ao quadrado. Desde então este índice

se popularizou e passou também a ser chamado de índice de Quetelet em

homenagem ao seu criador, o matemático belga Lambert Adolphe Jacques

Quetelet. Formado em 1819, pela Universidade de Glent, Quetelet observou

astutamente que o peso de adultos normais era proporcional à sua altura ao

quadrado, ou seja, que a relação peso/altura2 é constante para pessoas de

estatura normal (ANJOS, 1992).

Rolland-Cachera et al. (1982) procurando avaliar a quantidade de

gordura corporal, analisaram 630 escolares norte-americanos, com idades

variando entre 6 e 15 anos, e concluíram que, entre as medidas indiretas para

se avaliar a quantidade de gordura corporal, o IMC era o que se mostrava mais

adequado tanto para crianças quanto para adultos.

Garrow e Webster (1984) estudaram um grupo de crianças e de

adultos jovens de idades variadas de 7 a 30 anos, nos EUA. Avaliaram a

quantidade de adiposidade do corpo por meio do IMC, medindo e pesando os

participantes da amostra, e confirmaram a validade do IMC como avaliador de

adiposidade tanto para adultos quanto para crianças.

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Rolland-Cachera et al. (1991) observaram claramente que a

distribuição do IMC variava consideravelmente com a idade. Como as

diferenças entre os gêneros eram pequenas na infância, verificaram que os

valores eram discretamente mais elevados nos meninos que nas meninas entre

0 e 12 anos. A curva tornou-se mais elevada nas meninas entre 12 e 17 anos,

e permaneceu maior no homem do que na mulher a partir dos 18 anos.

Anjos (1992), após realizar uma revisão da literatura, considerou que

ainda eram poucas as informações sobre os dados de IMC de populações de

países em desenvolvimento, devido à falta de pesquisas sobre o assunto.

Entretanto, destacou que os dados disponíveis indicavam que as correlações

das pesquisas realizadas com o IMC têm relação direta entre massa corporal e

estatura, e são semelhantes às encontradas em países desenvolvidos.

Flegal (1993) constatou que o IMC deveria ser utilizado como

medida para avaliar o excesso de peso e não a obesidade; porém, os trabalhos

que compararam o IMC com medidas de adiposidade mostraram grau elevado

de correlação. Concluiu, também, que o IMC era um método simples, seguro,

barato, universalmente usado em atividade clínica ou em pesquisas de campo,

tanto em crianças quanto em adultos.

Saito (1993) relatou que as diferenças observadas para o IMC,

segundo o gênero, poderiam expressar também a dificuldade da classificação

do IMC. A composição corporal do adolescente varia em função da maturação

sexual. A menarca representava para as meninas, o final do estirão de

crescimento e o maior acúmulo de tecido adiposo. Para os meninos, o pico

máximo de crescimento coincidia com a fase adiantada do desenvolvimento

dos genitais e pilosidade pubiana, momento em que também ocorria o

desenvolvimento acentuado de massa magra.

Himes e Dietz (1994), após estudo com uma amostra de 360

adolescentes escolares, com intervalo de idades entre 7 e 14 anos, concluíram

que o IMC poderia ser utilizado como parâmetro para a avaliação da obesidade

em crianças e adolescentes, por ser um método de fácil obtenção, alta

reprodutibilidade e de baixo custo.

Cole, Freeman e Preece (1995) relataram que o IMC era um índice

utilizado internacionalmente como medida de avaliação da obesidade, e

acrescentaram que este também era o índice que melhor refletia o excesso de

6

gordura corporal. Consideraram-no um método simples, seguro, barato,

universalmente usado em clínica ou em pesquisa, podendo ser aplicado tanto

em crianças quanto em adultos.

Esposito Del-Puente et al. (1994) relataram que o IMC dos pré-

adolescentes se correlacionou significativamente com outros indicadores de

gordura corporal, como a prega cutânea na altura do tríceps e da região

subescapular, e com as medidas de porcentagem de gordura pela

impedânciometria e pela soma das pregas cutâneas.

Sichieri, Recine e Everhart (1995), com base na pesquisa de saúde

e nutrição, em amostra representativa da população brasileira, mostraram que

meninas adolescentes vivendo no Sul do Brasil, em famílias acima da linha de

pobreza, apresentavam IMC maior que as adolescentes norte-americanas, ao

passo que os meninos norte-americanos eram aproximadamente 10 kg mais

pesados que os brasileiros.

Luciano, Bressan e Zoppi (1997) encontraram vantagens na

utilização do IMC, pois se tratava de um método de grande familiaridade para

profissionais da área de saúde. Apesar de estas medidas serem facilmente

obtidas por meio de cálculos, o conceito de estatura ao quadrado era de

compreensão complexa para a população; então, para facilitar os cálculos,

indicou-se a divisão do peso pela estatura em metros e novamente pela

estatura em metros, obviamente, atingindo-se os mesmos resultados.

Brugman et al. (1997) mostraram que nos Países Baixos, em

pesquisa realizada com 1.359 estudantes de 13 a 15 anos, 13% das meninas e

5% dos meninos estavam em dieta, por ocasião da pesquisa. Os que faziam

dieta omitiam as refeições com maior freqüência e consumiam menos

salgadinhos, doces e refrigerantes, a prática de utilizar medicamentos foi mais

freqüente entre as adolescentes que faziam dieta.

Daniels, Khoury e Morrison (1997) estudaram 192 jovens de 7 a 17

anos, de ambos os sexos, correlacionando o IMC destes com a gordura

corporal medida por meio de métodos de padrão ouro, o DEXA (medida de

absorção de RX de dupla energia) que se correlacionava estreitamente com as

medidas da hidrodensiometria. Concluíram que havia diferenças significativas

para sexo e raça nas diversas variáveis antropométricas e que, para fins

acadêmicos e de pesquisa, ao utilizar o IMC para comparação de grau de

7

obesidade entre grupos de sexo e de etnia diferentes, deveria ser considerado,

também, o estágio de maturação sexual, a raça, o sexo e a distribuição da

gordura corporal nestes indivíduos.

Barlow e Dietz (1998) e Dietz (1998) avaliaram o IMC como medida

de obesidade e concluíram que este índice era o que melhor refletia o excesso

de gordura corporal. Configurando-se como um método simples, seguro, com

baixo custo de realização, universalmente aplicado em clínica ou em pesquisa,

e utilizado para avaliação tanto de crianças como de adultos.

Fonseca, Schieri e Veiga (1998) concluíram que o IMC era válido

como indicador de obesidade para adolescentes brasileiros. Seu estudo

envolveu uma amostra de 319 alunos de escola particular de classe média de

Niterói de 15 a 17 anos. Observaram uma ausência de grandes diferenças no

IMC em meninos e meninas de cada idade, ocasionada devido à maior

correlação do IMC com a gordura corporal total do que com a porcentagem de

gordura corporal. A possível explicação para as variações segundo gênero ao

longo do tempo, particularmente das adolescentes de maior renda familiar, foi a

cultura da estética magra, embora este padrão não se associe a um padrão

alimentar favorável.

Troiano et al. (1998) verificaram que apesar da boa correlação

encontrada nas pesquisas entre o IMC e o grau de adiposidade, outros fatores

como sexo, raça, idade e estágio de maturação sexual seriam importantes na

avaliação do IMC em seu valor absoluto e como fator de prognóstico da

adiposidade. O IMC aumentava drasticamente com a idade, tanto na média

quanto em percentis superiores. Este aumento com a idade indicava que o IMC

não dependia somente da altura, e os valores deveriam ser especificados por

idade.

Em seus estudos, Klish (1998) identificou um aumento do IMC

conforme o avanço da idade, devido ao aumento da relação peso e altura, por

isso, o uso desse índice para avaliação da adiposidade em crianças exige o

uso de gráficos e tabela de referências específica para cada gênero e para

cada idade, com avaliação do peso e da altura.

Pietrobelli et al. (1998) avaliaram a gordura corporal total e a

percentagem de peso de gordura corpórea por meio do DEXA e do IMC.

Consideraram o IMC uma medida adequada para a avaliação da obesidade em

8

crianças e adolescentes, além de muito útil na classificação aproximada do

grau de obesidade independente da faixa de idade.

Coelho (1999) relatou que a classificação de IMC sobrepeso ou

obesidade deveria levar em conta o estágio de maturação sexual ao qual se

associam as profundas modificações antropométricas do peso e da altura, bem

como o acúmulo de gordura no organismo. A amostra deste estudo

compreendeu adolescentes de baixa renda residentes no complexo do

Macaco, área de favela no Rio de Janeiro. Os dados recolhidos mostraram que

enquanto a prevalência de IMC sobrepeso foi de 10%, na faixa etária de 10 a

12 anos, a de IMC baixo peso foi de 46% nos meninos e 31,7% nas meninas.

Cole et al. (2000) apresentaram tabelas de IMC baseados em dados

de seis grandes estudos populacionais nacionais do Brasil, Grã Bretanha, Hong

Kong, Singapore, Holanda e EUA, para sobrepeso e obesidade. Este estudo foi

patrocinado pela Força Tarefa Internacional para Obesidade da OMS. Neste

trabalho foram desenhadas curvas de tal sorte que, na idade de 18 anos,

passassem pelos pontos de corte amplamente aceitos para sobrepeso e

obesidade em adultos (IMC de 25 a 30 kg/m2). Essas curvas foram arranjadas

a fim de fornecer esses pontos de corte para cada sexo e idade, de 2 a 18

anos.

Giugliano e Mello (2004) avaliaram o peso e a altura de escolares de

6 a 10 anos de ambos os gêneros e a adiposidade por meio do IMC.

Baseando-se em pesquisas de padrão internacional, os autores concluíram que

o índice de massa corporal mostrou-se adequado para o diagnóstico da

obesidade na faixa etária estudada, apresentando boa concordância.

Castilho, Saito e Barros Filho (2005) resgataram registros da idade,

peso e estatura na menarca, e 5 anos após, de 111 meninas matriculadas na

Unidade de Adolescentes do Instituto da Criança HCFM/USP. Este trabalho

avaliou o crescimento pós-menarca em uma coorte de meninas, relacionando-o

com a idade, estatura e IMC na menarca. Os dados obtidos indicaram que as

adolescentes com maior IMC mestruam mais cedo.

Estudos relacionados ao estado nutricional do grupo etário de 7 a 10

anos são relativamente poucos. Em buscas realizadas nas bases bibliográficas

MEDLINE e LILACS e na biblioteca eletrônica SCIELO, utilizando-se as

palavras-chave: (“NUTRITIONAL ASSESSMENT”[MESH] OR OBESITY

9

[MESH] OR UNDERNUTRITION [MESH] OR “NUTRITIONAL STATUS” OR

ANTROPOMETRY) AND (BRAZIL *[TW] OR BRASIL*[TW] AND (CHILD*

[MESH] OR SCHOOLCHILD* [TW]), verificou-se que de 161 artigos de estudos

brasileiros identificados a partir de 1969, 76 (47%) envolviam avaliação

antropométrica em crianças menores de 6 anos de idade, 37 (23%) envolviam

escolares de primeira à quarta série e o restante abordava faixas etárias

maiores de 10 anos ou se referia a um grupo etário específico.

2.2 Método das Radiografias Carpais

Pryor (1907) investigou o tempo de aparecimento dos centros de

ossificação dos ossos no corpo humano, e observou que o processo de

ossificação inaugurava-se muito mais cedo do que se imaginava e que os

ossos do centro de ossificação feminino eram mais avançados em relação ao

masculino.

Rotch (1908) foi o preconizador da utilização da idade óssea como

índice de desenvolvimento, na classificação de crianças em idade escolar para

fins esportivos.

Hellman (1928) relatou um estudo de ossificação de epífises da mão

no qual utilizou: os métodos de mensuração e inspeção; o comprimento total do

dedo; a largura e o comprimento das falanges. As radiografias revelaram que a

ossificação da cartilagem epifiseal da mão ocorria com o estreitamento do

disco da cartilagem. O disco da cartilagem mostrava a precipitação do osso

desaparecendo inteiramente e se diferenciando da estrutura óssea.

Todd (1937) publicou um Atlas inspecional contendo padrões

representativos dos ossos da mão de indivíduos norte-americanos abrangendo

a idade entre 3 meses e 16 anos para o gênero feminino e 3 meses e 19 anos

para o masculino.

Pyle e Sontague (1943) elaboraram uma tabela de tempo de

ossificação, na qual calcularam as médias, os desvios-padrão e os coeficientes

10

de variabilidade para o aparecimento de 61 centros de ossificação do

esqueleto. Os ossos do carpo e tarso apresentaram uma maior variação em

tempos da época de aparecimento em relação aos ossos da mão.

Greulich e Pyle (1959), com base no trabalho de Todd,

desenvolveram um Atlas inspecional cuja maior característica referia-se à

facilidade e à rapidez na utilização clínica, com padrões de radiografias do

nascimento até os 19 anos de idade no gênero masculino e, no gênero

feminino, do nascimento até os 18 anos de idade. Sua utilização se baseava na

comparação de determinadas fases de formação ou ossificação dos ossos

carpais da imagem radiográfica do paciente, com as imagens radiográficas

impressas no Atlas por meio da observação visual no intuito de obter a idade

esquelética do indivíduo, que poderia ou não coincidir com a idade cronológica.

Tanner e Whitehouse (1959) determinaram a idade óssea por meio

da leitura da imagem radiográfica de 20 ossos da mão e do punho,

estabelecendo uma contagem variando de 0 a 100, conforme o

desenvolvimento de cada um dos centros de ossificação da mão e do punho,

atribuindo valores para os diferentes graus de mineralização dos centros

ósseos.

Eklöf e Ringertz (1967) analisaram 1.013 crianças suecas de ambos

os gêneros, de 1 a 15 anos de idade, propuseram um índice baseado em dez

medidas dos ossos do carpo e do metacarpo; largura da epífise distal do rádio,

comprimento e largura do capitato e do hamato; comprimento dos metacarpos

2, 3 e 4; e comprimento das falanges proximais 2 e 3. Cada medida era

identificada em uma tabela, de acordo com a idade e o gênero do paciente.

Para cada uma das medidas havia uma coluna correspondente na tabela. O

resultado era obtido a partir da soma das dez idades esqueléticas e do cálculo

da média das medidas.

Johnston (1971) analisou uma amostra de radiografias de mão e

pulso esquerdo de 120 indivíduos da Filadélfia, comparou com os padrões de

Greulich e Pyle. Neste estudo os indivíduos das duas amostras mostraram

desenvolvimento esquelético diferente, realçando a necessidade de se tomar o

devido cuidado quando se utiliza padrões de uma população como norma para

indivíduos de outra população.

11

Montague Cobb (1971) afirmou existirem várias áreas do corpo

humano por meio das quais seria possível descobrir a maturidade óssea de um

indivíduo (mãos, pés, joelhos, cotovelos, ombros e quadris). A mão e o pulso

esquerdo têm sido a área de escolha mais desejável para a radiografia, devido

ao mínimo tempo de radiação exposta, aos custos, à assistência especializada

e a maior uniformidade e clareza para a sua obtenção.

Björk (1972) discorreu sobre a época ideal de intervenção

ortodôntica. Afirmou que os estágios de maturação observados na radiografia

carpal constituem-se de um método de avaliação bastante útil na determinação

do estágio de crescimento do paciente. Quando correlacionados com a curva

de crescimento auxiliam, também, na determinação do plano de tratamento dos

pacientes de acordo com as alterações esperadas para cada fase.

Bergensen (1972) tentou prognosticar o crescimento a partir dos

eventos de crescimento geral do corpo. Para tanto, avaliou 23 jovens do sexo

masculino, desde o nascimento até os 24 anos. Nessa investigação o autor

comparou o crescimento esquelético geral avaliado pela estatura medida

anualmente e pelas radiografias carpais, tomadas em intervalos de seis meses,

com o crescimento facial, observado nas radiografias tomadas anualmente. O

autor concluiu que a idade óssea mostrou-se o indicador mais acurado da

previsão do surto de crescimento em relação à idade cronológica e o osso

sesamóide foi significativamente correlacionado com o surto de crescimento

estatural e facial.

Tavano (1976) realizou um estudo com a finalidade de determinar a

idade óssea utilizando os índices de Greulich e Pyle, Tanner e Whitehouse,

Schmid e Moll, e Eklöf e Ringertz. Utilizou uma amostra de 590 crianças e

adolescentes com idades entre 3 e 18 anos, com 295 indivíduos para cada

sexo. Os resultados permitiram concluir que houve significância estatística para

todas as correlações estudadas, demonstrando a existência de uma alta

correlação entre os índices empregados e a idade cronológica.

Martins e Sakima (1977) propuseram um gráfico relacionando os

estágios de maturação óssea com a idade cronológica e o crescimento

estatural. Neste gráfico, estão descritos os estágios de ossificação dos ossos

da mão e do punho, e soldadura das epífises, em relação às etapas de

crescimento. Para execução do gráfico deve-se determinar o estágio de

12

ossificação radiográfica dos ossos e, em seguida, comparar com os eventos

apresentados cronologicamente. Assim, sabe-se em que fase do surto de

crescimento puberal se encontra o paciente. Os autores consideraram

interessante identificar o estágio de desenvolvimento do indivíduo em relação

ao pico de crescimento do paciente ortodôntico em fase de crescimento, ou

seja, se este apresenta os indicadores de Grupo 1, que ocorrem antes do surto

de crescimento estatural; do Grupo 2, correlacionados com o momento do pico

de velocidade de crescimento estatural e do Grupo 3, que surgem após o pico

de crescimento estatural. Ao todo são 15 eventos em sete locais

predeterminados para a obtenção da curva de crescimento.

Fishman (1979), a partir dos registros do desenvolvimento estatural

e da maturação esquelética determinadas pelas radiografias carpais, observou

que nem sempre a idade cronológica de um indivíduo correlaciona-se

adequadamente com a idade óssea, podendo estar adiantada ou atrasada.

Marcondes (1980) determinou os desvios da idade óssea de

crianças brasileiras em relação ao Atlas de Greulich e Pyle e à obtenção de

fatores de correção, a partir de um estudo com 135 crianças brasileiras de 9

meses a 12 anos, 65 do gênero feminino e 70 do gênero masculino. Para

escolares do gênero masculino foi observado um atraso muito grande aos 7

anos de cerca de 1 ano e 7 meses, com valores decrescentes com o avanço da

idade cronológica, no final do período 11 anos e 5 meses o atraso foi de 9

meses com desvio-padrão de 1 ano. No sexo feminino o atraso foi de 6 meses

no início e no final não houve atraso, o desvio-padrão foi de 1 ano e 8 meses.

Damante et al. (1983) avaliaram a idade estatural, ponderal, óssea e

dentária de 734 meninas leucodermas da região de Bauru de 6 a 16 anos. A

idade óssea foi a que melhor discriminou as acelerações ou atrasos da

puberdade. Ficou estabelecido que as tabelas de crescimento devem conter

valores separados para indivíduos púberes e impúberes.

Nápoli e Saraiva (1985) realizaram um estudo sobre a idade óssea

em uma amostra constituída por 232 radiografias de mão e pulso de indivíduos,

de ambos os sexos, com idades variando desde recém-nascidos até 20 anos

de idade, divididos em lactente, pré-escolar, escolar, pré-puberal, puberal e

pós-puberal. A idade óssea foi determinada por meio do Atlas de Greulich e

Pyle. Os autores concluíram que em ambos os sexos, no período lactente e no

13

pré-escolar, os valores de idade óssea estiveram muito próximos do padrão

americano, enquanto nos períodos escolar, pré-puberal e puberal houve

discordância de valores da idade óssea com a cronológica, voltando a

estabelecer concordância no período pós-puberal.

Lima e Vigorito (1989) avaliaram a idade esquelética em relação à

ossificação do sesamóideo da junção metacarpofalangeal do dedo polegar. A

amostra foi constituída de crianças de 8 a 15 anos, moradoras do ABC paulista,

divididas em grupos de dez indivíduos de acordo com o sexo e a idade

cronológica. Foram realizadas radiografias de mão e pulso e tomadas as

medidas de peso e altura. Os autores concluíram que o início da ossificação do

sesamóideo ocorreu na faixa etária de 12 a 14 anos nos meninos e de 10 a 11

anos nas meninas, caracterizando o início do surto de crescimento puberal.

Cerveira (1990) baseou-se em uma amostra de 31 adolescentes do

sexo masculino na faixa etária de 10 a 12 anos, com a finalidade de construir

um padrão inicial de idade óssea em brasileiros do Rio Grande do Sul. Foram

utilizadas radiografias de mão e pulso as quais foram comparadas ao Atlas de

Greulich e Pyle para a determinação da idade óssea. Seus estudos não

revelaram a ocorrência de diferenças significantes entre a idade óssea e a

cronológica.

Moraes (1994) realizou um estudo com o objetivo de comparar os

índices de idade óssea com a idade cronológica em uma amostra constituída

por 222 indivíduos de ambos os sexos, leucodermas, da cidade de São José

dos Campos, com faixa etária entre 3,5 a 14 anos, divididos em grupos de

cinco elementos, num intervalo de idade cronológica de 6 meses. Foram

realizadas radiografias de mão e pulso analisadas pelo Atlas de Greulich e Pyle

para a obtenção da idade óssea e comparadas, posteriormente, com a idade

cronológica. Os resultados demonstraram um atraso na idade óssea para

ambos os gêneros.

Franco et al. (1996) realizaram uma revisão da literatura sobre a

determinação radiográfica da maturidade esquelética e a sua utilização para o

diagnóstico e tratamento ortodôntico, com a preocupação em estabelecer

paralelos entre a idade cronológica e a óssea e a utilização de radiografias

carpais. A interpretação desta revisão chegou à conclusão de que a maturação

óssea é um dado radiográfico útil, prático, viável e de grande aplicação clínica.

14

Haiter Neto e Tavano (1997) verificaram que o índice proposto por

Eklöf e Ringertz para estimar a idade óssea por meio de radiografias de mão e

pulso poderia ser executado utilizando-se os recursos da informática. Para

isso, foi desenvolvido um software para o cálculo da idade óssea. A amostra foi

composta por 190 indivíduos pré-escolares e escolares residentes na cidade de

Bauru, divididos em 19 faixas etárias. Os autores concluíram que existe alta

correlação, tanto para o sexo masculino como feminino entre a idade

cronológica e a óssea. Foi encontrada alta correlação entre o método manual e

o computadorizado.

Cordeiro et al. (1997) avaliaram a idade óssea, a estatura e o peso

de crianças de 3 anos a 13 anos e 11 meses, residentes na zona rural da

cidade de Araraquara, e concluíram que existe uma grande harmonia na

evolução dos três fatores estudados para ambos os gêneros.

Cole (1998) comparou os métodos de TW2 (Tanner e Whitehouse) e

GP (Greulich e Pyle), para a estimativa da idade óssea, quando foram

comparadas radiografias de mão e pulso. A idade óssea medida pelo método

TW2 foi ligeiramente mais conclusiva para a idade cronológica do que a

estimativa de GP.

Guzzi e Carvalho (2000) avaliaram a determinação da maturidade

esquelética por meio da utilização de radiografia de mão e pulso, compararam

dados da idade cronológica e da idade esquelética e os tipos de maturação. A

amostra constituiu-se de 95 crianças brasileiras, divididas em 46 do gênero

feminino e 49 do gênero masculino com idades variando de 9 anos e 1 mês e

16 anos e 8 meses. Foi utilizado o Atlas de Greulich e Pyle para a avaliação da

idade óssea. Os autores chegaram às seguintes conclusões: a idade óssea foi

significantemente superior à idade cronológica em indivíduos do gênero

feminino e inferior no masculino; a maturação precoce foi mais incidente no

grupo feminino; e a maturação tardia foi mais incidente no gênero masculino.

Haiter Neto e Almeida (2000) avaliaram se os métodos de estimativa

da idade óssea de Greulich e Pyle e Tanner Whitehouse poderiam ser

aplicados à população brasileira e qual seria mais confiável. Utilizaram uma

amostra de 16 indivíduos brasileiros, leucodermas, de ambos os gêneros, com

idades variando de 6 anos e 10 meses a 14 anos e 9 meses. Concluíram que,

mesmo tendo sido proposto para populações diferentes da população em

15

estudo, os métodos de estimativa das idades ósseas estudados apresentaram

altas correlações.

Moraes et al. (2003) verificaram a variabilidade, a fidelidade, a

confiabilidade e a praticidade de dois métodos de avaliação da idade óssea

Greulich e Pyle e Eklöf e Ringertz. Foram avaliadas 244 crianças, 114 do

gênero masculino e 130 do gênero feminino. Após a análise dos resultados,

verificaram que existe grande variabilidade nos valores das idades ósseas

calculadas. Com relação à praticidade, o método de ER, quando feito pelo

computador, foi mais fácil e rápido que o método de GP. Com relação à

fidelidade notaram que ambos os métodos podem apresentar variações.

Quanto à confiabilidade, encontraram alta correlação positiva entre os dois

métodos utilizados.

Carvalho et al. (2005), em amostra constituída de 78 pacientes na

faixa etária de 3 aos 14 anos, avaliaram a idade óssea por meio do método de

Eklöf e Ringertz computadorizado. Os resultados permitiram concluir que o

método poderia ser aplicado em populações diferentes.

16

3 PROPOSIÇÃO

O presente estudo propôs:

• Avaliar a idade óssea pelo método de Eklöf e Ringertz computadorizado e

Greulich e Pyle em crianças com IMC (Índice de Massa Corporal) normal e

baixo peso.

• Verificar se o fator IMC tem influência sobre a idade óssea.

• Analisar a existência do dimorfismo entre os gêneros por meio variáveis

analisadas.

17

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 Aspectos Éticos

O projeto científico de Pós-graduação foi enviado ao CEPHA

(Comitê de Ética e Pesquisa em Humanos e Animais da Universidade de

Marília) para análise em 25 de maio de 2006 e aprovado em 23 de junho de

2006, seguindo as normas do CNS (Conselho Nacional de Saúde), contidas

nas resoluções números 196/96 e 251/97.

4.2 Tipo de Amostragem

O projeto de pesquisa inicial que deveria selecionar crianças de 8 a

16 anos precisou ser alterado, pois a faixa etária das crianças de 1o e 2o graus

varia de 7 a 15 anos. Foram selecionadas quatro escolas para a realização da

pesquisa, e com o consentimento das diretoras realizou-se a coleta de dados

nos escolares. A classificação do fator socioeconômico foi determinada pela

própria escola por meio do projeto político pedagógico municipal que

determinou a clientela escolar, classificando-a como de baixo nível socioeco-

nômico (Anexo 1, 2 e 3).

18

A coleta de dados foi realizada durante o período de aula, em sala

própria, cedida pela direção de cada escola. O trabalho de campo foi conduzido

pelo próprio pesquisador no período letivo, de março a novembro de 2006,

durante 7 dias em cada escola, onde foram examinadas 2046 crianças, 940

meninos e 1106 meninas.

Os critérios básicos adotados na seleção da amostra foram a raça, a

procedência, a saúde e a ascendência. A classificação em leucodermas

baseou-se em algumas características antropológicas principais como formato

do nariz, tipo de cabelo e cor da pele (BASTOS DE ÁVILA, 1958). Foram

selecionadas as crianças presumivelmente saudáveis, por meio de

interrogatório simples, no qual foi verificada a presença ou não de cardiopatias,

anemia e problemas bronco-pulmonares.

A idade utilizada neste estudo foi calculada em anos e em meses

completos, mediante a diferença entre a data de nascimento e a data da

realização da radiografia, variando de 7 anos ou 84 meses a 15 anos e 11

meses ou 191 meses.

A amostra foi composta por 298 crianças, sendo 158 (53%) do

gênero feminino e 140 (47%) do gênero masculino, independente do Índice de

Massa Corporal (Figura 1).

Figura 1 - Crianças participantes do estudo segundo o gênero

Em seguida, os participantes foram divididos em 2 grupos: um de

IMC normal e outro de baixo peso. Perfazendo um total de 18 grupos com peso

normal, 9 do gênero feminino e 9 do gênero masculino; e 18 grupos com baixo

peso.

47%53%

Masculino Feminino

19

4.3 Termo de Consentimento

Para a realização desta pesquisa foi elaborado um termo de

consentimento livre e esclarecido, no qual foram descritos todos os

procedimentos a serem realizados nas crianças. Após o esclarecimento de

possíveis dúvidas relacionadas ao presente estudo, este documento foi

devidamente assinado pelo responsável legal da criança e somente

participaram crianças que estivessem dispostas a colaborar e estavam com o

termo devidamente preenchido e assinado pelo responsável.

4.4 Índices Utilizados na Avaliação

Por meio do peso/estatura (P/E) calculou-se o Índice de Massa

Corporal (IMC) que é a relação do peso dividido pela altura ao quadrado,

preconizado pela OMS (WHO, 1995). Também foram utilizadas as curvas

específicas do NCHS (National Center for Health Statistics), revisadas em

2000, com a inclusão das curvas de IMC para a faixa etária de 2 a 20 anos.

4.5 Coleta de Dados Peso/Altura

Os dados coletados, peso e estatura, foram executados em

duplicidade, adotando-se os procedimentos recomendados pela OMS (WHO

1995). As medidas foram mensuradas em dois momentos, evitando-se repeti-

las imediatamente. Em caso de diferença na mensuração foi utilizada a média.

20

Para a mensuração das medidas antropométricas foram utilizadas

as unidades básicas de grandeza padronizadas e definidas pelo Sistema

Internacional (SI), sendo a unidade de massa, o quilograma (kg) e a unidade de

comprimento, o metro (m) (CGPM, 1889). Esta padronização objetivou

assegurar a confiabilidade dos dados (BICAS, 2003).

Para a medida do peso corporal utilizou-se uma balança do tipo

plataforma com capacidade para 150kg (Tanita TFB-521). Os adolescentes

trajaram roupas leves e encontravam-se com os pés descalços, paralelos e

alinhados, de forma que a coluna estivesse estirada (OMS). Não foi levada em

consideração a ingestão e a excreção prévia de alimentos pelos avaliados

(GORDON; CHUMLED; ROCHE, 1988). Os cuidados com a verificação da

calibração envolveram: 1) após cada pesagem, realizava-se o controle

existente na própria balança que deveria voltar no zero; e 2) utilizou-se,

também, um peso de 1 kg para confirmar a calibragem.

Para a medição da estatura, distância entre a planta dos pés e o

vértex (ponto mais alto da cabeça), foi utilizado um estadiômetro vertical fixado

em parede lisa e sem rodapé. O avaliado ficou descalço ou com meias finas e

trajou roupas leves, para que a posição do corpo pudesse ser visualizada. A

criança deveria manter-se em posição anatômica sobre a base do

estadiômetro, formando um ângulo reto com a borda vertical do aparelho. A

massa corporal do avaliado deveria ser distribuída em ambos os pés, e a

cabeça deveria estar posicionada considerando o plano horizontal de Frankfurt,

paralelo ao solo. Os braços livremente soltos ao longo do tronco, com as

palmas voltadas para as coxas. O avaliado permaneceu com os calcanhares

unidos e tocando a borda vertical do estadiômetro realizava uma inspiração

profunda e se manteve em posição completamente ereta, sem alternar a

massa corporal sobre os calcanhares. O cursor do aparelho foi colocado sobre

o ponto mais alto da cabeça com pressão suficiente para comprimir o cabelo

(MS) (Figura 2).

21

Figura 2 - Tomada da estatura segundo o MS

4.6 Cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC)

Pela aferição do peso e da estatura calculou-se o Índice de Massa

Corporal (IMC) expresso em Kg/m2 e definido pela relação do peso (kg)

dividido pela altura ao quadrado (m2) (WHO, 1997).

Foram utilizados para o estudo dois grupos, um com IMC baixo peso

e outro com IMC normal. Os pontos de corte escolhidos para classificar o

estado nutricional de acordo com o percentil do IMC foram recomendados pela

Organização Mundial de Saúde, de acordo com as tabelas de referência do

NCHS (CDC, 2000) que classifica como portador de desnutrição o paciente

22

com IMC abaixo do quinto percentil e IMC normal entre o percentil 5 e 85 para

cada idade e gênero (WHO, 1995) (Anexo 4).

Cada paciente recebeu um pedido de encaminhamento para a

obtenção da radiografia da mão e do punho e o termo de consentimento livre e

esclarecido que deveria ser assinado e entregue para a realização do exame

radiográfico. Todos os dados coletados foram armazenados em planilhas.

4.7 Obtenção da Radiografia

Os pacientes selecionados foram encaminhados, portando o pedido

de exame radiográfico, para o CDO - Centro de Documentação Odontológica

da cidade de Ourinhos, Estado de São Paulo, localizado na Rua Rio de

Janeiro, nº 935, devidamente registrado no CRO e ERSA, seguindo a

legislação da vigilância sanitária SVS/MS para a realização das radiografias de

mão e punho.

Foram selecionados indivíduos que não apresentavam queixas ou

lesões no ombro, cotovelo, antebraço, punho ou mão. Todos os pacientes

foram protegidos com avental de chumbo (MS), no momento da emissão do

RX.

A mão esquerda foi escolhida apenas por princípios antropométricos

e de padronização, visto que não há diferenças significativas entre as duas

mãos (DREIZEN; CURRIE; GILLEY, 1957; MORAES; MORAES, 1995). É

importante padronizar o estudo radiográfico da mão e do punho, para se ter

boa apresentação radiográfica e evitar distorções, a radiografia foi obtida

seguindo-se os requisitos: paciente sentado; o ombro em abdução de 90 graus;

cotovelo com flexão de 90 graus; antebraço na posição neutra; inclusão de 2 a

3 cm do antebraço distal; com o eixo do 3º dedo na mesma linha do eixo do

antebraço; e a mão esquerda espalmada sobre o chassi do filme com

incidência póstero-anterior (HARDY;TOTTY; REINUS, 1987) (Figuras 3 e 4).

23

Figura 3 - Cotovelo em ângulo de 90 graus

Figura 4 - Ombro em ângulo de 90 graus

A ampola de RX foi posicionada à distância de um metro em relação

ao filme e perpendicular ao chassi, e o foco da irradiação foi centrado na

cabeça do terceiro metacarpo. Empregou-se um aparelho de Raio X periapical

odontológico, marca Dabi Atlante, modelo Spectro II de 50 kVp e 10 mA, o

tempo de exposição variou de 0,2 a 0,3 segundos.

24

Para a obtenção das radiografias utilizou-se o filme T-Mat TMG/RA,

da marca Kodak, tamanho 20 x 25cm, em associação aos écrans

intensificadores Lanex da marca Kodak para conseguir uma melhor qualidade

da imagem. Na região central do chassi foi colocado um desenho com o

formato de uma mão feito de plástico adesivo vermelho para facilitar o

posicionamento. Adaptou-se um fio de aço inoxidável de comprimento

equivalente a 4cm, posicionado na região inferior direita, de tal forma que não

interferisse na obtenção da imagem, e servisse como referência para a

calibração da imagem obtida (Figura 5). Todas as radiografias foram

identificadas.

Figura 5 - Chassi, gabarito e fio de aço

25

O processamento do filme foi realizado empregando-se uma

reveladora automática, modelo Dürr XR 24; líquido revelador e fixador com

reforçador da marca Kodak. As radiografias que apresentaram processamento

insatisfatório, sobreposições de estruturas anatômicas ou posicionamento

incorreto foram descartadas da amostra.

A ficha completa com os dados das crianças acompanhou as

radiografias juntamente com a devida autorização dos pais ou responsáveis e

colocadas em envelopes. Por questões éticas, os dados pessoais obtidos do

prontuário e das radiografias coletadas são considerados confidenciais e,

portanto, guardados por força de sigilo.

Após o processamento, as radiografias obtidas foram digitalizadas

utilizando-se um scanner com leitor de transparência marca HP, com a

resolução de 75 dpi e formato Jpeg. Os arquivos foram nomeados conforme o

número do prontuário dos pacientes.

4.8 Avaliação da Imagem Radiográfica

A inspeção radiográfica foi realizada por um único observador (o

pesquisador), devidamente treinado para esse fim (MARCONDES, 1980).

Todas as radiografias carpais foram separadas e cada uma recebeu

uma tira de cartolina preta de 4 x 9cm fixada com fita adesiva, cobrindo a

identificação das mesmas, receberam um número que foi colocado

aleatoriamente em cada prontuário. Esse procedimento teve por finalidade

evitar que o examinador pudesse identificar a idade cronológica.

As radiografias foram selecionadas utilizando-se um negatoscópio

em um ambiente apropriado para este fim, com luminosidade reduzida. Uma

máscara de papel escuro foi confeccionada para que a luz excedente do

negatoscópio não interferisse na visualização radiográfica.

26

4.9 Avaliação da Idade Óssea

Para a organização das informações pertinentes à idade óssea

foram elaboradas planilhas no programa Excel (Anexo 5).

As avaliações pelos dois métodos foram realizadas separadamente,

sem o conhecimento da idade cronológica nem dos valores da avaliação do

outro método, a fim de se evitar resultados tendenciosos.

4.10 Método de Avaliação de Greulich e Pyle (1959)

Este método fundamenta-se na avaliação inspecional visual dos 28

centros de ossificação presentes na radiografia carpal, comparando-se com o

padrão mais semelhante à radiografia da amostra, com o Atlas de Greulich e

Pyle. Este Atlas é composto pela imagem da radiografia carpal desde o

nascimento até os 19 anos para os meninos, e até os 18 para as meninas.

Quando as características presentes nas radiografias não coincidiam

exatamente com as fases do Atlas, ou seja, o padrão anterior encontrava-se

muito atrasado e o seguinte muito adiantado, selecionava-se aquela imagem

radiográfica que mais se aproximava da radiografia em análise. Para um

resultado mais seguro, as avaliações foram realizadas duas vezes pelo mesmo

observador e em dias diferentes (Figuras 6 e 7).

27

Figura 6 - Rx do Atlas Figura 7 - Rx da amostra

4.11 Método de Avaliação de Eklöf e Ringertz

Para avaliação por este método utilizou-se o programa RADIOCEF e

as imagens das radiografias, digitalizadas e arquivadas em CD, foram

importadas pelo programa por meio da ferramenta de importação. As imagens

foram devidamente calibradas com a utilização do pino metálico, colocado no

chassi como referência para este procedimento (Figuras 8 e 9). Com a imagem

na tela do computador, foram marcados os pontos selecionados pelo método

Eklöf e Ringertz (1967). O programa forneceu um laudo com os dados do

paciente, as medidas obtidas com os valores individuais de cada osso e, por

fim, a idade óssea média de todos os ossos correspondentes à idade óssea do

indivíduo (Figuras 10 e 11).

28

Figura 8 - Radiocef

Figura 9 - Magnificação

29

Figura 10 - Marcação dos pontos

Figura 11 - Laudo com a idade óssea

30

4.12 Teste do Erro

Foi selecionada, aleatoriamente, 25% da amostra que correspondeu

a 77 indivíduos para a realização do teste t pareado de Student visando à

avaliação do erro sistemático e ao teste de Dallberg para o erro casual, já que

nesta avaliação foram utilizadas medidas para a obtenção da idade. Entretanto,

ambos os testes não apresentaram resultados estatisticamente significantes

(Anexo 5).

4.13 Retorno da Informação

Após o término da coleta dos dados, os valores das medidas

antropométricas, assim como a análise da idade óssea computadorizada foram

enviados aos pais por carta. Não foram feitas recomendações aos pais das

crianças que se encontravam fora da faixa de normalidade, a menos que

houvesse interesse explícito pelos responsáveis. Nestes casos, foram dadas

orientações para que buscassem o atendimento no serviço de saúde pública do

bairro.

31

5 RESULTADOS

Devido à natureza das variáveis em estudo, as mesmas foram

resumidas por meio de média e desvio-padrão, e a comparação entre os

grupos foi realizada por meio do teste t de Student para amostras

independentes. Adotou-se o nível de significância de 5% de probabilidade para

a rejeição da hipótese de nulidade em todos os testes (ARMITAGE; BERRY,

1997).

Observou-se que o peso médio para o gênero feminino foi de 39,24

kg (+ 9,92kg) e para o gênero masculino foi de 38,12 kg (+ 10,75kg); a altura

média foi de 1,46 m (+ 0,13m) para o gênero feminino e de 1,43 m (+ 0,15 m)

para o gênero masculino (Tabela 1).

A partir dos resultados do teste estatístico pode-se afirmar que os

meninos e as meninas não se diferiram, em média, quanto ao peso e à estatura

(Figuras 12 e 13).

TABELA 1 - Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico do peso e da estatura das crianças segundo o gênero

Gênero Variável Feminino Masculino

p-value

Peso 39,24 ± 9,92 38,12 ± 10,75 0,2022 Estatura 1,46 ± 0,13 1,43 ± 0,15 0,1040

Significante p<.005

32

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Peso

Feminino Masculino

Figura 12 - Peso médio, em quilogramas, das crianças segundo o gênero

1

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5estatura

Feminino Masculino

Figura 13 - Estatura média, em metro, das crianças segundo o gênero

Para o cálculo do Índice de Massa Corporal utilizou-se o peso e a

altura, e para a análise destas variáveis foi utilizado o teste t de Student para

dados independentes (Tabela 2).

Após o cálculo do IMC, delimitou-se dois grupos o normal e o baixo

peso cuja amostra do gênero feminino foi composta de 88 (56%) pacientes do

grupo normal e 70 (44%) pacientes do grupo baixo peso. Para o gênero

masculino, os valores foram, respectivamente, 85 (64%) pacientes do grupo

normal e 55 (36%) pacientes do grupo baixo peso.

33

Para a análise do cálculo estatístico foi utilizado o teste de qui-

quadrado, verificando-se que a diferença entre a proporção de meninas

classificadas como normal não foi significativa; ao passo que no grupo

masculino verificou-se uma proporção maior de meninos classificados como

normais (Tabela 2 e Figura 14).

TABELA 2 - Classificação nutricional das crianças segundo o gênero e o resultado do teste estatístico

Classificação nutricional Gênero Baixo peso Normal

p-value

Feminino 70 (44%) 88 (56%) 0,1762 Masculino 55 (36%) 85 (64%) 0,0142 Significante p<.005

0% 20% 40% 60% 80% 100%

feminino

masculino

Baixo peso Normal

Figura 14 - Classificação nutricional das crianças segundo o gênero

Para a análise estatística da idade cronológica e da idade óssea

pelo método de Eklöf e Ringertz, com relação ao IMC normal e baixo peso em

meninos, foi utilizado o Teste t de Student para dados pareados (Tabela 3).

Nos meninos classificados como normais não houve diferença

significativa entre as médias das idades cronológica e óssea, enquanto que nos

meninos classificados como baixo peso a diferença foi significante. Em média,

a idade óssea foi menor que a cronológica (Figura 15).

34

TABELA 3 - Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico das idades cronológicas e Eklöf e Ringertz dos meninos segundo a classificação nutricional

Idade (meses) Classificação nutricional Cronológica Eklöf e Ringertz

p-value

Baixo peso 138,20 ± 27,98 130,75 ± 26,99 0,0001 Normal 131,18 ± 30,45 130,95 ± 28,93 0,4536 Significante p<.005

100

105

110

115

120

125

130

135

140

Baixo peso Normal

cronológica óssea

Figura 15 - Idades médias, cronológica e óssea, dos meninos segundo a classificação nutricional

Para a análise estatística da idade cronológica e da idade óssea

pelo método de Eklöf e Ringertz, com relação ao IMC normal e baixo peso em

meninas, foi utilizado o Teste t de Student para dados pareados (Tabela 4).

Nas meninas classificadas como normais não houve diferença

significativa entre as médias das idades cronológica e óssea, enquanto que nas

meninas classificadas como baixo peso a diferença foi significante. Em média,

a idade óssea foi menor que a cronológica (Figura 16).

35

TABELA 4 - Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico das idades cronológicas e Eklöf e Ringertz das meninas segundo a classificação nutricional

Idade (meses) Classificação nutricional Cronológica Eklöf e Ringertz

p-value

Baixo peso 142,30 ± 29,77 131,59 ± 23,65 0,0000 Normal 139,24 ± 28,91 136,56 ± 21,21 0,4536 Significante p<.005

100

105

110

115

120

125

130

135

140

145

Baixo peso Normal

cronológica óssea

Figura 16 - Idades médias, cronológica e óssea, das meninas segundo a classificação nutricional

Para a análise estatística da idade cronológica e da idade óssea

pelo método de Greulich e Pyle, com relação ao IMC normal e baixo peso, foi

utilizado o Teste t de Student para dados pareados (Tabela 5). Observou-se

que nos meninos classificados como normais não houve diferença significativa

entre as médias das idades cronológica e óssea, ao passo que nos meninos

classificados como baixo peso a diferença foi significante. Em média a idade

óssea foi menor que a cronológica (Figura 17).

36

TABELA 5 - Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico das idades cronológica e Greulich e Pyle dos meninos segundo a classificação nutricional

Idade (meses) Classificação nutricional Cronológica Greulich e Pyle

p-value

Baixo peso 138,20 ± 27,98 132,84 ± 35,36 0,0138 Normal 131,18 ± 30,45 128,08 ± 41,49 0,1558 Significante p<.005

100

110

120

130

140

Baixo peso Normal

Cronológica Greulich&Pyle

Figura 17 - Idades médias, cronológica e Greulich e Pyle, dos meninos segundo a classificação nutricional

Para a análise estatística da idade cronológica e óssea pelo método

de Greulich e Pyle com relação ao IMC normal e baixo peso foi utilizado o

Teste t de Student para dados pareados (Tabela 6).

Nas meninas classificadas como baixo peso a diferença não foi

significante, enquanto que nas meninas classificadas como normais houve

diferença significativa entre as médias das idades cronológica e óssea. Em

média a idade óssea foi maior que a cronológica (Figura 18).

37

TABELA 6 - Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico das idades cronológicas e Greulich e Pyle das meninas segundo a classificação nutricional

Idade (meses) Classificação nutricional Cronológica Greulich e Pyle

p-value

Baixo peso 142,51 ± 28,87 141,41 ± 31,57 0,4894 Normal 139,24 ± 28,91 150,34 ± 32,57 0,0000 Significante p<.005

100

110

120

130

140

Baixo peso Normal

Cronológica Greulich&Pyle

Figura 18 - Idades médias, cronológica e Greulich e Pyle, das meninas segun-do a classificação nutricional

38

6 DISCUSSÃO

Dos 396 alunos que foram selecionados para compor a amostra,

somente 298 crianças (75,25%) participaram, a perda de 24,74% dos alunos

deveu-se a fatores tais como: a recusa dos próprios alunos selecionados, a

não-permissão dos pais ou responsáveis, a não devolução da carta de

consentimento, a problemas com as radiografias. O tamanho da amostra é

considerado representativo por ser compatível com estudos de avaliação de

idade óssea por meio de radiografias carpais encontrados na literatura

(NAPOLI; SARAIVA, 1985; MORAES, 1994; HAITER NETO; TAVANO, 1997).

Entretanto, encontramos uma quantidade maior de estudos utilizando um

número reduzido de participantes na amostra (GREULICH; PYLE, 1959;

MARCONDES, 1980; CERVEIRA, 1990; GUZZI; CARVALHO, 2000; HAITER

NETO; ALMEIDA, 2000; MORAES et al., 2003; CARVALHO et al., 2005). Foram

encontradas poucas amostras com um número maior de participantes (EKLÖF;

RINGERTZ, 1967; TAVANO, 1976; DAMANTE et al., 1983).

A avaliação antropométrica consiste na análise comparativa entre as

dimensões físicas e a composição global do corpo humano, tem-se revelado

como método isolado mais utilizado e preciso para o diagnóstico nutricional

com relação à população, sobretudo na infância e na adolescência, pela

facilidade de execução, baixo custo e inocuidade (SIGULEN; DEVINCENZI;

LESSA, 2000).

O peso e a estatura são essenciais na avaliação do estado

nutricional (atual e pregresso) e na identificação de necessidades calóricas,

devendo ser analisadas segundo idade e gênero (MARTINS, 2001; SIGULEN;

DEVINCENZI; LESSA, 2000).

39

A antropometria é especialmente importante, para a avaliação do

estado nutricional, pois permite monitorar a evolução das modificações do

crescimento. Durante esta fase o indivíduo pode estar sujeito tanto aos déficits

nutricionais quanto aos excessos, e a antropometria é um indicador do estado

nutricional e de risco para a saúde (WHO, 1995). Embora o IMC não seja

capaz de fornecer a composição corporal, deve-se considerar a facilidade para

a mensuração, já que utiliza dados antropométricos de peso e estatura que são

de simples obtenção e de boa reprodutibilidade, tanto em estudos

epidemiológicos quanto clínicos (GARROW et al., 1984; ANJOS, 1992; HIMES,

2000).

A maioria dos estudos relacionados ao IMC são de âmbito epide-

miológico, mas verificou-se amostras compatíveis com nossos estudos

(HIMES; DIETZ, 1994; DANIELS; KHOURY; MORRISON, 1997; FONSECA;

SCHIERI; VEIGA, 1998; CASTILHO; SAITO; BARROS FILHO, 2005).

É reconhecido que a idade cronológica nem sempre reflete o

verdadeiro grau de crescimento e desenvolvimento, visto que jovens com a

mesma idade podem manifestar diferentes graus de maturidade. Nas últimas

décadas estudos foram realizados com o objetivo encontrar fatores que

possam interferir no curso normal desse processo (MARCONDES, 1980;

ROLLAND-CACHERA et al., 1982, 1991; GARROW et al., 1984).

Dentre os fatores que podem influenciar no desenvolvimento ósseo,

destacam-se as condições nutricionais deficientes, que perdurando por longos

períodos, atuam de maneira significante na maturação esquelética, provocando

um atraso na idade óssea em relação à idade cronológica (MARCONDES,

1980; ANJOS, 1992).

Um dos métodos mais utilizados para a avaliação da idade óssea é

a radiografia de mão e punho (PRYOR, 1907; ROTCH, 1908; HELLMAN, 1928;

TODD, 1937; PYLE; SONTAGUE 1943; GREULICH; PYLE, 1959; TANNER,

1959; JOHNSTON, 1971; MONTAGUE COBB, 1971; TAVANO, 1976; COLE,

1988; CERVEIRA, 1990; CORDEIRO et al., 1997; HAITER NETO; ALMEIDA.,

2000; MORAES et al., 2003).

Apesar de existirem, no corpo humano, vários centros indicadores

de maturação óssea, a mão apresenta uma maior quantidade de ossos e

epífises localizados em uma mesma área, facilmente radiografáveis com pouca

40

emissão de radiação (HELLMAN, 1928; TANNER, 1962; MONTAGUE COBB,

1971; TAVANO, 1976).

Os centros de ossificação podem ser avaliados de forma

inspecional, analisando-se os estágios de maturação das cartilagens ósseas da

mão por meio da comparação com as radiografias de um Atlas, salientando

que nem sempre a fase em que a radiografia encontra-se, coincide exatamente

com as fases mostradas no Atlas (TODD, 1937; PYLE; SONTAGUE, 1943;

GREULICH; PYLE, 1959; TAVANO, 1976; HAITER NETO; TAVANO, 1997;

MORAES et al., 2003; CARVALHO et al., 2005).

O Atlas inspecional de Greulich e Pyle, é o mais utilizado pelos

profissionais (JOHNSTON, 1971; CERVEIRA, 1990), mas por se tratar de uma

amostra de pacientes norte-americanos, houve algumas discordâncias com

relação à obtenção da idade óssea, sugerindo a aplicação de certos ajustes,

sendo esta a maior impropriedade deste método, uma vez que seus padrões

apresentam intervalos longos, que variam de 3 até 14 meses entre um e outro

(MARCONDES, 1980; NAPOLI; SARAIVA, 1985; MORAES, 1994; GUZZI;

CARVALHO, 2000). Alguns estudos compararam os métodos de Greulich e

Pyle e Tanner Whitehouse, e encontraram alta correlação por serem ambos

métodos inspecionais (COLE, 1988; HAITER NETO; ALMEIDA, 2000).

O método de Eklöf e Ringertz (1967) utilizou uma amostra de 1013

crianças com idades variando de 1 a 15 anos, avaliou a idade óssea por meio

da mensuração de 10 ossos da mão. Trata-se de um método quantitativo,

realizado pelo método manual ou computadorizado. Estudos da avaliação da

idade óssea por meio deste método computadorizado encontraram resultados

significantes, por se tratar de um método que relaciona comprimento de osso

com idade. É preciso, no entanto, ter cuidado com o final de calcificação das

cartilagens, pois a partir desse momento os ossos não aumentam mais

(TAVANO, 1976; HAITER NETO; TAVANO, 1997; MORAES et al 2003;

CARVALHO et al., 2005).

Um estudo comparativo entre as avaliações realizadas pelos

métodos de Greulich e Pyle e Eklöf e Ringertz mostraram que existe alta

correlação entre os dois métodos utilizados na avaliação da idade óssea,

permitindo afirmar que com relação à confiabilidade, tanto um quanto o outro

podem ser aplicados em crianças brasileiras, com diferenças estatisticamente

41

não significantes entre os dois métodos, levando-se em consideração o desvio-

padrão. (MORAES et al., 2003).

Ao avaliar as radiografias de mão e punho, por meio de vários

métodos, observou-se a alta correlação entre a idade óssea, o crescimento e o

desenvolvimento do corpo humano. Não se deve esquecer que estes fatores

podem estar relacionados com o peso e a altura (MARCONDES, 1980;

CORDEIRO et al., 1997).

Cerca de 50% do peso e 20-25% da estatura de um indivíduo são

adquiridos na adolescência, e o papel da nutrição em nível populacional serve

como determinante altamente significante. Estes valores antropométricos

podem ser avaliados em crianças por meio do IMC, que apresenta alta

especificidade para o diagnóstico da obesidade, comprovada por meio de

vários estudos realizados e publicados na literatura (ROLLAND-CACHERA et

al., 1982, 1991; GARROW et al., 1984), podendo este índice ser aplicado,

também, em adultos (FLEGAL, 1993; COLE; FREEMAN; PREECE, 1995).

A alta prevalência de obesidade é preocupante, pois se sabe que a

sua ocorrência na adolescência pode perpetuar na fase adulta e em doenças

relacionadas ao IMC – sobrepeso e obesidade. Mas ainda existem poucos

dados relacionando o IMC de países em desenvolvimento com o de países

desenvolvidos (ANJOS, 1992).

Trata-se de um método simples, barato e altamente reprodutível

(COLE; FREMAN; PREECE, 1995; LUCIANO; BRESSAN; ZOPPI, 1997;

BARLOW; DIETZ, 1998), este índice é o melhor parâmetro para a avaliação da

obesidade (HIMES; DIETZ, 1994; COLE; FREMAN; PREECE, 1995;

GIUGLIANO; MELLO, 2004) e ainda se correlacionou com outros indicadores

de gordura (ESPÓSITO DEL-PUENTE et al., 1994). Por outro lado, estudos

discordam quando afirmam que o IMC deve ser utilizado como único índice de

avaliação de gordura corporal, pois existem outros métodos mais precisos

(DANIELS; KHOURY; MORRISON, 1997; PIETROBELI et al., 1998). Por se

tratar de um índice antropométrico, e de avaliação por órgãos de saúde, requer

a utilização de curvas específicas para a avaliação do estado nutricional do

paciente (ANJOS; VEIGA; CASTRO, 1998; COLE et al., 2000; KLISH, 1998).

A relação da influência do IMC com a maturação sexual também foi

estudada por alguns autores que observaram relação significante (SAITO,

1993; COELHO, 1999; CASTILHO; SAITO; BARROS FILHO, 2005).

42

Estudos relacionados com dietas exageradas, riscos de anorexia e

bulimia ou o ideal de beleza magra imposta pela mídia, também fazem parte de

estudos envolvendo o IMC, e que permeiam nossa atualidade (BRUGMAN et

al., 1997; FONSECA; SCHIERI; VEIGA, 1998). Devido ao fato desta pesquisa

ser original, a discussão torna-se delicada por não haver outras pesquisas que

tenham abordado sobre a influência do IMC normal e baixo peso sobre a idade

óssea, avaliada por intermédio das radiografias carpais. Este fato pode ser

constatado por meio das bibliotecas pesquisadas, LILACS, MEDLINE,

COCHRANE, SCILELO, as quais estão relacionadas às Ciências da Saúde em

Geral e em bibliotecas de áreas especializadas como ADOLEC (Saúde na

Adolescência), BBO (Bibliografia Brasileira de Odontologia), BDENF (Base de

Dados de Enfermagem), e organismos internacionais PAHO (Acervo da

Biblioteca da Organização Pan-Americana da Saúde) e WHOLIS (Sistema de

Informação da Biblioteca da OMS) (Anexo 7).

Ao avaliar a influência do IMC sobre a idade óssea, obtida pelo

método de Eklöf e Ringertz em meninos, constatou-se que houve significância

no grupo de meninos de baixo peso, sendo a idade óssea menor que a idade

cronológica, aproximadamente 7 meses. Já no grupo de meninos de IMC

normal não houve diferença significante entre as idades.

No grupo feminino, o comportamento foi o mesmo, as meninas com

IMC baixo-peso, avaliadas pelo método de Eklöf e Ringertz, tiveram resultados

significantes quando comparadas com a idade cronológica, houve variação de

aproximadamente 10 meses a menos. E para o grupo de IMC normal feminino

a diferença entre as idades não foi significante.

A partir destes dados foi possível constatar que, ao avaliar a idade

óssea em crianças de ambos os gêneros pelo método de Eklöf e Ringertz,

deve-se levar em consideração o IMC em crianças com baixo peso, pois

constatou-se que a idade óssea encontrava-se abaixo da cronológica. Já em

crianças com IMC normal não foram obtidos resultados significantes.

Ao utilizar o método inspecional de Greulich e Pyle os resultados

não foram uniformes, como no método anterior, para os gêneros masculino e

feminino. Somente nos meninos de IMC baixo peso houve uma diferença

significante entre as idades, na qual a idade óssea ficou aproximadamente 6

meses abaixo da cronológica. Já no grupo de meninos com IMC normal não

43

houve diferença significante entre as idades. Por outro lado, na avaliação das

meninas, pelo método de Greulich e Pyle, foram encontrados resultados

diferentes dos anteriores, houve uma diferença significante em meninas com

IMC normal de aproximadamente de 11 meses para mais da idade cronológica.

Já no grupo de IMC baixo peso não houve resultados significantes.

Após os resultados obtidos nessa pesquisa foi constatado que o IMC

exerce influência sobre a idade óssea, e também sobre os métodos de

avaliação. Notou-se que no método de Eklöf e Ringertz o desvio-padrão é

menor que o do método de Greulich e Pyle, e para meninos com IMC baixo

peso o valor encontrado foi de 8 meses e para o normal a variação foi de 12

meses a mais.

Para o grupo feminino o desvio-padrão para o método de Greulich e

Pyle continua sendo maior, 7 meses para o baixo peso e de 11 meses para o

normal. Estas variações de desvio-padrão também foram encontradas por

vários autores (MARCONDES, 1980; MORAES, 1994; GUZZI; CARVALHO,

2000).

44

7 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos com base na metodologia empregada para

obter os objetivos propostos neste trabalho permitiram concluir que:

• O IMC, Índice de Massa Corporal exerce influência estatisticamente

significante na idade óssea.

• A avaliação pelo método de Eklöf e Ringertz apresentou diferenças

significantes entre a idade cronológica e a idade óssea em pacientes com

IMC baixo peso, tanto no gênero masculino quanto no feminino; em média a

idade óssea foi menor que a cronológica. Em pacientes com IMC normal,

tanto no gênero feminino quanto no masculino não houve diferenças

significantes.

• A avaliação pelo método de Greulich e Pyle em meninos com IMC normal

não apresentou diferenças significantes entre a idade cronológica e a

óssea, mas em pacientes com IMC baixo peso houve resultados

significantes, entre as idades. Em média a idade óssea foi menor que a

idade cronológica.

• A avaliação pelo método de Greulich e Pyle em meninas com IMC normal

apresentou diferenças significantes entre a idade cronológica e a óssea,

apresentando idade óssea acima da idade cronológica.

• A avaliação pelo método de Greulich e Pyle em meninas com IMC baixo

peso não revelou diferenças significantes entre a idade cronológica e idade

óssea.

• Após análise das variáveis verificou-se dimorfismos entre os gêneros.

45

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53

54

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ANEXOS

Anexo 1 - Autorização para a coleta de dados nas escolas 56

Anexo 2 - Comunicado para a diretora das escolas 57

Anexo 3 - Pesquisa sobre a clientela escolar 63

Anexo 4 - Tabelas do Advance Data NCHS 70

Anexo 5 - Teste do erro 72

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ANEXO 1

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ANEXO 2

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ANEXO 3

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ANEXO 4

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ANEXO 5

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AUTORIZAÇÃO PARA REPRODUÇÃO

Eu, JULIO HAJIME NOZIMOTO, autor da Dissertação intitulada "Avaliação da

influência do Índice de Massa Corporal sobre a idade óssea em crianças de 7 a 15 anos"

apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Clínica Odontológica

– área de concentração em Ortodontia, em 26 de abril de 2007, autorizo a reprodução desta obra

a partir do prazo abaixo estabelecido, desde que seja citada a fonte.

(X) após 6 meses da defesa pública

( ) após 12 meses da defesa pública

Marília, 18 de abril de 2007

_______________________________ assinatura

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