Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

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AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Engenharia junto ao Departamento de Engenharia de Construção Civil. Área de Concentração: Engenharia de Construção Civil e Urbana Vanessa Gomes da Silva, Arq. Vahan Agopyan, Prof. Dr. Orientador São Paulo 2003

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tese de doutorado

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AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE

METODOLÓGICA

Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Engenharia junto ao Departamento de Engenharia de Construção Civil.

Área de Concentração: Engenharia de Construção Civil e Urbana

Vanessa Gomes da Silva, Arq.

Vahan Agopyan, Prof. Dr. Orientador

São Paulo

2003

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FICHA CATALOGRÁFICA

Silva, Vanessa Gomes.

Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. São Paulo, 2003.

210 pp.

Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil.

1. Sustentabilidade. 2. Avaliação de edifícios.

I. Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil. II.t.

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“We can’t solve problems by using the same kind of thinking we used when we created them”

Albert Einstein

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A meus pais, sempre presentes, mesmo estando tão longe. A minha família, que fez a mágica para a

distância não ser tão longa assim.

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Agradecimentos

À CAPES, pela bolsa no primeiro ano de doutoramento. À FAPESP, por financiar o projeto de pesquisa que foi o embrião deste

trabalho. Ao FAEP/UNICAMP, a iiSBE, à UFES, à CST e ao PCC/EPUSP, pelos pequenos ou grandes auxílios que me

permitiram comparecer a eventos importantes.

Aos membros da banca avaliadora, por aceitarem o convite para participar.

A Vahan Agopyan, pelo milagre de multiplicação de agenda que permitiu que me orientasse em meio a suas inúmeras atividades.

A Vanderley John, por, além da amizade, ter despertado o interesse pelo tema da pesquisa, ter-me acolhido como orientanda

e dado uma contribuição inestimável no último ano do trabalho.

A Antonio Figueiredo, pela extrema boa vontade que permitiu que eu concluísse os créditos a tempo; e aos professores Vahan Agopyan, Orestes Gonçalves e Vanderley John, por haverem

sacrificado seus poucos momentos de descanso para que o meu exame de qualificação pudesse ser realizado, à noite, antes do

meu afastamento para a Holanda.

Ao SINDUSCON-SP, especialmente Francisco Vasconcellos e Lílian Sarrouf, por abraçarem a causa e promoverem os workshops.

Muitas pessoas contribuíram provendo informações, revisando o material ou como colegas no processo de produção deste trabalho.

Agradeço aos colegas do Departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP, que me

encorajaram pelos corredores e, na impossibilidade de concessão de afastamento de atividades, compensaram minha carga horária.

A Marina, pela levantada de ânimo e prontidão logística. A Stelamaris, Paulon, Chico Borges e Ana Góes, pelas doses diárias

de alegria. A Lucila, pela serenidade que restaurava meu equilíbrio. Correndo o risco de ser perseguida pelo resto da minha vida

acadêmica, dedico um agradecimento especial a Doris e Silvia, pela confiança que superava em muitas vezes a minha própria.

A Elaine, pelas intermináveis sessões de reclamação na secretaria do DAC, e de diversão, fora dela. Aos prediletos da sessão de

informática, que sempre davam um jeitinho de me ajudar no dia a dia. A Paula, Giovana e Seigi, alunos de AU da UNICAMP, e

Stelamaris pela ajuda nos estudos de casos. A Marina, Kai, Neide e Mariotoni, pela participação no workshop.

A Francisco Vasconcellos, Prof. Luiz Xavier, e BlochSó Arquitetura, por fornecerem dados para os estudos de casos.

A Maristela, pela leitura e estímulo; pela capacidade de fomento que dirimiu as barreiras financeiras; e pela companhia no desafio

de buscar uma construção brasileira mais sustentável.

A Ary, Paola e Janine, pela diligência na força-tarefa-anti-depressão-e-à-prova-de-tese.

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Ao exército que se manteve firme em todos os momentos. Aos meus amigos, em especial a Rubiane, pela revisão atenta e,

principalmente, por incorporar o guru de auto-ajuda; e às meninas da ONG: Engrácia e Jussara.

A Cristina Borba, pelas revisões de inglês ao longo deste período; e a Leo, Alcione, Fátima e Cristina pela amizade e prontidão em

solucionar os pequenos e grandes problemas.

To Nils Larsson, multimedia from NRCan, GBC and iiSBE; and to Nigel Howard, from USGBC, for being my friends, besides being

such an infinite source of competence and enthusiasm. To friends and colleagues at Green Building Challenge and iiSBE, specially

Aleksander Panek, Alex Zimmermann, Andrea Moro, Bill Bordass, Chiel Boonstra, Gail Lindsay, Ilari Aho, Javier Serra, Joel Ann Todd,

Luiz Alvarez-Ude, Mauritz Glaumann, Miguel Angel Romero, Nori Yokoo, Norman Goijberg, Philipe Duchene-Marullaz, Rafael

Salgado, Rein Jaaniste, Ray Cole, Ronald Rovers, Silvia de Schiller, Stephen Lau, Susanne Geissler, Sylviane Nibel, Tatsuo Oka, Sverre Fossdal and Trine Dyrstad Pettersen, for the inspiring discussion, continuous learning and healthy competition to show the wonders

of their respective countries and cultures.

To Suzy Edwards and Alan Yates (BRE); Anna Whiting (M4I); Joy Wallbanks (BSRIA), Jiri Skopek (Green Globes), and Wayne Trusty

(Athena Institute), for the kindness and prompt posting of publications.

To Marek Amrozy, Çigdem Kiliçaslan, Danny Cheng, Sabina Pangrazzi, Felix de Vries, Ozan Emem and Jaap de Vries, friends I found at SBUD Course at Institute for Housing and Urban Studies,

for the unforgettable moments during my stay at Rotterdam. To the Municipality of Rotterdam, for granting the scholarship that

allowed for my participation in the course.

A todas as pessoas que participaram da minha vida nos últimos cinco anos. E optaram por continuar participando.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS vi

LISTA DE TABELAS x

LISTA DE ABREVIATURAS xiii

SUMÁRIO EXECUTIVO xviii

EXECUTIVE SUMMARY xxi

RESUMO xxiv

ABSTRACT xxv

1 INTRODUÇÃO 1

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA 1 1.1.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA 21 1

1.1.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS 3

1.2 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS , INICIATIVAS E CENTROS DE PESQUISA NO TEMA 8

1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTES E DE TRABALHO 12

1.4 OBJETIVOS 13

1.5 METODOLOGIA 13 1.5.1 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 1: VERIFICAÇÃO DA HIPÓTESE 14

1.5.2 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 2: PROPOSIÇÃO DE BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MODELO DE AVALIAÇÃO 14

1.6 ORGANIZAÇÃO DESTE TRABALHO 14

2 ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS 17

2.1 INTRODUÇÃO 17

2.2 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DE LCA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 18

2.3 ETAPAS DE UMA LCA 19

2.3.1 DEFINIÇÃO DO ESCOPO: OBJETIVOS, UNIDADE FUNCIONAL E LIMITES DO SISTEMA 20

2.3.2 CONSTRUÇÃO DO INVENTÁRIO 20

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2.3.3 AVALIAÇÃO DO IMPACTO 21

2.3.3.1 Classificação e caracterização 22

2.3.3.2 Normalização 24

2.3.3.3 Avaliação (ou valoração) de pontuação normalizada 24

2.3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DAS MELHORIAS 26

2.4 LIMITAÇÕES INTRÍNSECAS À LCA 27

2.5 APLICAÇÃO DE LCA EM AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS 28

2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 32

3 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍC IOS: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA 33

3.1 INTRODUÇÃO 33

3.2 PRINCIPAIS INICIATIVAS E ESTADO ATUAL 34

3.2.1 BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT ENVIRONMENTAL ASSESSMENT METHOD (BREEAM) – 1990 38

3.2.1.1 Estrutura e Pontuação 39

3.2.1.2 Ponderação e comunicação de resultados 41

3.2.2 BUILDING ENVIRONMENTAL PERFORMANCE ASSESSMENT CRITERIA (BEPAC) - 1993 42

3.2.2.1 Estrutura e pontuação 44

3.2.2.2 Ponderação e comunicação de resultados 45 3.2.3 GREEN BUILDING CHALLENGE (GBC) - 1996 46

3.2.3.1 Estrutura e Pontuação 48

3.2.3.2 Ponderação 51

3.2.3.3 Comunicação de resultados 51

3.2.4 LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL DESIGN (LEED) - 1999 53

3.2.4.1 Estrutura e Pontuação 54

3.2.4.2 Ponderação e comunicação de resultados 57 3.2.5 COMPREHENSIVE ASSESSMENT SYSTEM FOR BUILDING ENVIRONMENTAL

EFFICIENCY (CASBEE) – 2002 57

3.2.5.1 Estrutura e pontuação 60

3.2.5.2 Ponderação e comunicação de resultados 61

3.3 DISCUSSÃO DE ASPECTOS METODOLÓGICOS 62

3.3.1 O QUE OS MÉTODOS EXISTENTES AVALIAM? 65

3.3.2 COMO ESTES MÉTODOS AVALIAM O DESEMPENHO AMBIENTAL? 67

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3.3.3 QUANTO É PRECISO ATINGIR? 72

3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 74

4 ESTUDO EXPLORATÓRIO 78

4.1 INTRODUÇÃO 78

4.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA 79

4.3 AVALIAÇÃO EXPLORATÓRIA 81 4.3.1 DEFINIÇÃO DE FATORES DE PONDERAÇÃO 81

4.3.1.1 Definição dos níveis hierárquicos 81

4.3.1.2 Construção das matrizes de comparação 82

4.3.1.3 Escala de importância relativa 85

4.3.1.4 Pesos obtidos com o auxílio da ferramenta AHP 86 4.3.2 DEFINIÇÃO DE BENCHMARKS 87

4.3.3 ESTUDO DE CASO 1: CONJUNTO COMERCIAL DE PADRÃO SIMPLES, USO MISTO (ESCRITÓRIO E HOTEL) 90

4.3.3.1 Descrição 90

4.3.3.2 Resultados da avaliação do Estudo de Caso 1 93

4.3.4 ESTUDO DE CASO 2: EDIFÍCIO COMERCIAL DE PADRÃO MÉDIO, USO ÚNICO (ESCRITÓRIOS) 96

4.3.4.1 Descrição 96

4.3.4.2 Resultados da avaliação do Estudo de Caso 2 99

4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 101

4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 106 4.5.1 SOBRE A NECESSIDADE DE DESENVOLVER UM MÉTODO BRASILEIRO 109

5 DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS 112

5.1 ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO (“O QUE AVALIAR?”) 112

5.1.1 INDICADORES: CONCEITO E IMPORTÂNCIA 114

5.1.2 ESTRUTURAS ANALÍTICAS PARA ORGANIZAÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE NAÇÕES 117

5.1.2.1 Estruturas analíticas desenvolvidas 118 5.1.3 AGENDA 21 PARA A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL NO BRASIL 121

5.1.3.1 Agendas 21 do CIB para a Construção Sustentável: da agenda verde para a agenda marrom 121

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5.1.3.2 Proposta de uma agenda setorial multidimensional e integrada 124 5.1.4 AVALIAÇÃO E RELATO DA SUSTENTABILIDADE DE ORGANIZAÇÕES 132

5.1.5 INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DO SETOR E DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO 135

5.1.6 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS 138

5.2 CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO (“COMO AVALIAR?”) 142

5.2.1 EMPREGO DE PROCESSO DE ANÁLISE HIERÁRQUICA (AHP) PARA DERIVAÇÃO DE PESOS 143

5.2.1.1 Definição da hierarquia de atributos 147

5.2.1.2 Determinação de importância relativa 148

Identidade, reciprocidade e consistência de matrizes de comparação 149

Inconsistência de matrizes de comparação 152

5.2.1.3 Escala de importância rela tiva (escala de valor) 154

5.2.1.4 Determinação da pontuação global de alternativas 155

5.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 156

5.3.1 SOBRE A DEFINIÇÃO DA ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO 156

5.3.2 SOBRE O USO DE AHP PARA DEFINIR O CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO 158

6 MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS 160

6.1 INTRODUÇÃO 160

6.2 SOBRE A INCLUSÃO DA AVALIAÇÃO DE GESTÃO DO PROCESSO E DOS AGENTES ENVOLVIDOS 160

6.3 DESCRIÇÃO SUCINTA DA PROPOSTA INICIAL DE AVALIAÇÃO 162

6.4 REALIZAÇÃO DE CONSULT A ÀS PARTES INTERESSADAS 169

6.4.1 DINÂMICA UTILIZADA NA CONSULTA 169

6.4.2 RESULTADOS OBTIDOS 170

6.4.2.1 Quanto à lista preliminar de indicadores 170

6.4.2.2 Quanto aos pesos obtidos e ao emprego de AHP no processo 171

6.4.2.3 Quanto à percepção de relevância dos itens no módulo ambiental de avaliação 175

6.5 MODELO MODIFICADO APÓS A CONSULTA (SIMPLIFICADO) 180

6.5.1 O QUE AVALIAR? 182

6.5.1.1 Uso previsto 182

6.5.1.2 Escopo da avaliação e limites do sistema 183

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6.5.1.3 Estrutura da avaliação 184 6.5.2 COMO AVALIAR? 185

6.5.3 QUANTO DEVERÁ SER ATINGIDO? 187

6.5.3.1 Comunicação de resultados 188 6.5.4 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO 190

6.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 190

7 CONCLUSÕES E CONTINUIDADE DA PESQUISA 192

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 198

APÊNDICES (CR-ROM)

APÊNDICE 1 – NORMALIZAÇÃO DOS MÉTODOS EXISTENTES PARA AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS.

APÊNDICE 2 – PRINCIPAIS INICIATIVAS INTERNACIONAIS DE DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE NAÇÕES .

APÊNDICE 3 – UN WORKING LIST OF INDICATORS OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT.

APÊNDICE 4 – CSD THEMATIC FRAMEWORK.

APÊNDICE 5 – ESTRUTURA ANALÍTICA PRESSURE-STATE-RESPONSE (PSR).

APÊNDICE 6 – ESTRUTURAS ANALÍTICAS FDES E FISD.

APÊNDICE 7 – LISTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS MODIFICADA APÓS CONSULTA ÀS PARTES INTERESSADAS

APÊNDICE 8 – MATRIZES DE DECISÃO UTILIZADAS PARA DERIVAÇÃO DE PESOS DURANTE A CONSULTA PÚBLICA.

APÊNDICE 9 – PLANILHA DE PERCEPÇÃO DE RELEVÂNCIA DE ITENS A COMPOR O MÓDULO AMBIENTAL DA AVALIAÇÃO UTLIZADA NA CONSULTA PÚBLICA.

APÊNDICE 10 – FORMULÁRIOS DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE POR ETAPAS DO CICLO DO EMPREENDIMENTO (EM CONSTRUÇÃO).

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Figura 1 – Reinterpretações da Agenda 21 relacionadas ao setor de construção (CIB/UNEP-IETC, 2002). 3

Figura 2 - Etapas de desenvolvimento desta pesquisa. 15

CAPÍTULO 2 – ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS

Figura 1 – Etapas de uma análise do ciclo de vida segundo a ISO 14.040 (ISO, 1996). 19

Figura 2 – Representação do ciclo de vida de um produto como uma árvore de processos. 21

Figura 3 – Caracterização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (polietileno de baixa densidade). Outras classes não são mostradas no gráfico, como pesticidas, uso de energia e disposição de resíduos sólidos (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 23

Figura 4 – Normalização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (dados fictícios). Neste exemplo, a normalização evidencia contribuições relativamente altas para aquecimento global, ecotoxicidade (acidificação, eutroficação), toxicidade ao homem (metais pesados, carcinógenos) e formação de nevoeiros (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 24

Figura 5 – Valoração de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD normalizados (dados fictícios), evidenciando a significância dos efeitos de ecotoxicidade (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 25

Figura 6 – Indicador de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD. A preferência por sacos de papel torna-se evidente (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 25

Figura 7 - Ciclo de vida de um edifício genérico. 29

Figura 8 - Inserção conceitual da LCA em avaliação da sustentabilidade de edifícios. 31

Figura 9 – Esquema dos fluxos ambientais ao longo do ciclo de vida de um edifício. 31

CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE AVALIAÇÃO EXISTENTES: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA

Figura 1 - Blocos de critérios no processo de avaliação do BREEAM (edifícios de escritórios). Ver Tabela 3, sobre número mínimo de pontos. 40

Figura 2 - Esquema da obtenção do Índice de Desempenho Ambiental (EPI), utilizado pelo BREEAM (BALDWIN et al., 1998). 42

Figura 3 – Estrutura do BEPAC. 44

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Figura 4 - Blocos de entrada e saída de dados na GBTool. 49

Figura 5 - Representação esquemática do processo de avaliação utilizado no Projeto GBC. 50

Figura 6 - Trechos da planilha original de definição de referências de desempenho (benchmarks). 50

Figura 7 - Trecho da planilha original de definição de fatores de ponderação. 51

Figura 8 - Trecho da planilha original de avaliação (ponderada). 52

Figura 9 - Saída gráfica de resultados: gráfico de desempenho global (esquerda) e de cada categoria de desempenho. 52

Figura 10 - Estrutura conceitual do CASBEE. 59

Figura 11 - Formulários originais da avaliação com o DfE CASBEE (JSBC, 2002). 61

Figura 12 - Diagrama de eficiência ambiental do edifício (BEE). 62

Figura 13 – Distribuição dos créditos ambientais do BREEAM, HKBEAM, LEEDTM, MSDG, CASBEE e GBTool, após normalização. 65

Figura 14 - Tela original de apresentação de resultados de impacto ambiental do uso de energia, segundo o EcoEffect (MALMQVIST, 2002). 69

CAPÍTULO 4 – ESTUDO EXPLORATÓRIO

Figura 1 – Definição dos níveis hierárquicos. 82

Figura 2 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre Temas de Desempenho avaliados pela GBTool, formato parcial. 83

Figura 3 – Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Consumo de Recursos. 84

Figura 4 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Cargas Ambientais. 84

Figura 5 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Qualidade do Ambiente Interno (IEQ). 85

Figura 6 - Vista externa do bloco de escritórios (esquerda) e vista do lago a partir do solarium no hotel 91

Figura 7 - Interior do bloco de escritórios: átrio. À direita, janelas com brises e filmes para sombreamento. 92

Figura 8 - Bloco do hotel: átrio e interior de apartamento típico. 92

Figura 9 - Bloco do hotel: átrio central e clarabóias para iluminação natural. 93

Figura 10 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados). 94

Figura 11 - Desagregação do resultado de Consumo de Recursos (nota 0,6). 94

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Figura 12 - Desagregação do resultado de Cargas Ambientais (nota 0,5). 95

Figura 13 – Desagregação do resultado de Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,1). 95

Figura 14 - Fachadas frontal (orientação sul) e lateral (oeste) do edifício. 97

Figura 15 – Vista de escritório duplex no 12o pavimento (esquerda), hall de entrada (direita, superior) e entrada secundária. 98

Figura 16 – Plantas no nível térreo e de uma das duas configurações de pavimento-tipo. 98

Figura 17 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados). 99

Figura 18 - Desagregação do resultado do tema Consumo de Recursos (nota 1,3). 100

Figura 19 - Desagregação do resultado do tema Cargas Ambientais (nota 0,7). 100

Figura 20 – Desagregação do resultado do tema Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,5). 100

Figura 21 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área (unidade variável no eixo das ordenadas). 105

Figura 22 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas). 105

Figura 23 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação (unidade variável no eixo das ordenadas). 106

Figura 24 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas). 106

CAPÍTULO 5 – DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS

Figura 1 - Diretrizes para o desenvolvimento de um método de avaliação da sustentabilidade de edifícios. 113

Figura 2 - Base conceitual para definição do conteúdo e estrutura analítica do modelo de avaliação proposto. 114

Figura 3 – Escalas de ação das principais iniciativas de organização de indicadores ambientais /de desenvolvimento sustentáve l /de sustentabilidade. 116

Figura 4 - Agendas do CIB como protocolo de ligação entre as agendas globais e as agendas regionais e setoriais específicas, indicando posicionamento em relação às agendas verde e marrom. 122

Figura 5 – Integração dos quatro blocos conceituais da agenda para a sustentabilidade do setor de construção civil brasileiro. 124

Figura 6 – Construção de hierarquia de atributos. 148

Figura 7 – Exemplo de comparação em pares: conjunto de três alternativas. 149

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CAPÍTULO 6 – MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS

Figura 1 - Estrutura temática com blocos de avaliação do edifício e da empresa construtora. 164

Figura 2 – Escala linear de avaliação de desempenho. 165

Figura 3 - Exemplo de definição de escala de desempenho para aspecto qualitativo. 166

Figura 4 - Fluxograma do processo de avaliação e classificação de desempenho quanto a sustentabilidade. 167

Figura 5 - Comunicação gráfica de resultados da avaliação, congregando perfis de desempenho e desempenho global do edifício e da empresa construtora, posicionados em relação às classes de desempenho previstas e práticas típicas hipotéticas (como ilustração). 168

Figura 6 – Pesos obtidos em consulta pública consulta pública realizada em 17 de junho de 2003 (nível hierárquico mais elevado). 172

Figura 7 – Resultados de consulta de percepção de relevância de itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios no Brasil. Os itens aparecem em ordem do número de votantes que os considerou “essenciais”. A coluna de números à esquerda indicam a ordem de relevância obtida em pesquisa equivalente na Alemanha. 177

Figura 8 – Percepção de relevância de itens a compor um sistema de avaliação ambiental de edifícios, segundo pesquisa equivalente realizada na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003). 178

Figura 9 – Comparação de pesquisas de percepção de relevância realizadas na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003) e no Brasil. Os círculos indicam a diferença porcentual (leitura no eixo horizontal), quando estas forem superiores a 10%. 179

Figura 10 - Posicionamento do modelo proposto (trecho sombreado) em relação aos usuários potenciais e aplicações de métodos de avaliação (modificado de ISO, 2003b). 182

Figura 11 - Limite do sistema no modelo de avaliação proposto. 184

Figura 12 - Estrutura temática para organização dos indicadores (quantitativos e qualitativos) propostos. 185

Figura 13 – Formato de pontuação evolutivo. 186

Figura 14 - Formato de saída gráfica de resultados de uma avaliação hipotética. 189

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Tabela 1 - Aplicações de avaliações de edifícios e vantagens oferecidas por sua implementação. 7

Tabela 2 - Alguns dos principais eventos relacionados a construção sustentável e avaliação ambiental de edifícios (1995-2005). 9

Tabela 3 - Iniciativas relacionadas ao desenvolvimento de metodologias de avaliação de edifícios. 11

CAPÍTULO 2 – ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS

Tabela 1 - Trecho da planilha de impactos ambientais resultantes da produção de 1 kg de polietileno e 1 kg de vidro (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). A planilha completa conteria 34 linhas. 21

Tabela 2 – Exemplo de caracterização: trecho da planilha de impactos da produção de 1 kg de polietileno (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). 23

CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE AVALIAÇÃO EXISTENTES: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA

Tabela 1 - Principais sistemas existentes para avaliação ambiental de edifícios. 35

Tabela 2 – Estrutura de avaliação do BREEAM 98 (BALDWIN et al., 1998). 41

Tabela 3 - Classificação provável no BREEAM, conforme pontos obtidos na lista de verificação simplificada. 42

Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade ambiental utilizados pela GBTool v 1.81 (2002). 47

Tabela 5 - Categorias avaliadas na GBTool (ponderação default do sistema). 48

Tabela 6 – Estrutura de avaliação do LEED 2.0 (USGBC, 2000). 56

Tabela 7 - Níveis de classificação do LEED™. 57

Tabela 8 – Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE. 58

Tabela 9 – Modificação proposta pelo CASBEE para aplicação do conceito de eco-eficiência em avaliações ambientais de edifícios (JSBC, 2002). 59

Tabela 10 – Estrutura de avaliação do CASBEE. 60

Tabela 11 - Abordagem de aspectos metodológicos fundamentais pelos sistemas de avaliação indicados. 63

Tabela 12 - Aplicações potenciais e posicionamento dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios existentes. 75

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Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xi

CAPÍTULO 4 – ESTUDO EXPLORATÓRIO

Tabela 1 – Definição da Escala de Importância Relativa nas matrizes de decisão. 85

Tabela 2 – Pesos utilizados nos dois estudos de casos realizados. 86

Tabela 3 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 1, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação. 96

Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 2, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação. 101

Tabela 5 – Pontuação obtida pelos estudos de casos avaliados. 102

Tabela 6 - Desempenho do Estudo de Caso 2, em relação à média da amostra. 104

CAPÍTULO 5 – DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS

Tabela 1 – Estruturas desenvolvidas para organizar indicadores ambientais ou de desenvolvimento sustentável de nações. 120

Tabela 2 – Possibilidades de ação do setor de construção brasileiro em relação aos aspectos–chave apontados pela Agenda 21 da ONU. Os números entre parênteses remetem aos capítulos da Agenda 21. 125

Tabela 3 - Iniciativas de desenvolvimento de indicadores e padrões de relato de sustentabilidade de organizações. 133

Tabela 4 – Estrutura proposta pela GRI (2002) para relato de desempenho em sustentabilidade de organizações. Os indicadores são relacionados aos aspectos. 134

Tabela 5 – Iniciativas para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade relacionados ao setor de construção. 136

Tabela 6 - Temas-chaves para a construção sustentável no Reino Unido (CIRIA, 2001). 138

Tabela 7 - Lista mínima de indicadores de sustentabilidade de edifícios, sugerida na ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c). 141

Tabela 8 - Estrutura de itens a avaliar proposta pela ISO CD 21931 (ISO, 2003b). 142

Tabela 9 – Forma geral de matriz de comparação em pares. 151

Tabela 10 - Matriz consistente de comparação em pares de sub-atributos dentro de um Atributo A. 151

Tabela 11 - Matriz da Tabela 1 após normalização das colunas. 152

Tabela 12 – Exemplo de matriz não consistente. 153

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Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xii

Tabela 13 – Matriz da Tabela 12 (matriz não consistente) após normalização das colunas. 153

Tabela 14 – Exemplo de organização hipotético para a matriz para comparação de alternativas com base nos atributos e sub- atributos definidos na Figura 6. 156

CAPÍTULO 6 – MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS

Tabela 1 – Pesos obtidos em consulta pública realizada em 17 de junho de 2003. 172

Tabela 2 - Itens apresentados em planilha padronizadas para classificação da relevância na composição do módulo de avaliação ambiental do edifício. Os itens estão aqui ordenados de acordo com a porcentagem de votos na categoria “essencial”. 175

Tabela 3 - Modelo de avaliação proposto para edifícios brasileiros. 181

Tabela 4 - Escala para atribuição de estrelas, conforme pontuação de bônus obtida. 187

Tabela 5 - Escala para atribuição de Índices de Sustentabilidade, conforme pontuação obtida. 188

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Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, Brasil

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, Brasil

ADEME Agence de l'Environnement et de la Maîtrise de l'Énergie (Agency for Environment and Energy Management), França

AHP Analytic Hierarchy Process (Processo de Análise Hierárquica)

APO Avaliação Pós-Ocupação

ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers, Estados Unidos

ASTM American Society for Testing and Materials, Estados Unidos

ATEQUE Atelier d'Evaluation de la Qualité Environnementale, França

BEAT Building Environmental Assessment Tool, Dinamarca

BEE Building Environment Efficiency, Japão (ref. CASBEE)

BEES Building for Environmental and Economic Sustainability, Estados Unidos

BEPAC Building Environmental Performance Assessment Criteria, Canadá

BEQUEST Building Environmental Quality Evaluation for Sustainability through Time, Europa

BRAiE Programa Nacional de Avaliação de Impactos Ambientais de Edifícios

BRE Building Research Establishment, Reino Unido

BREEAM Building Research Establishment Environmental Assessment Method, Reino Unido

BSI British Standard Institution, Reino Unido

BYogBIG Danish Building and Urban Research (Statens Byggeforskninginstitut), Dinamarca

C-2000 Integrated Design Process, Canadá

CANMET Energy Technology Centre, Canadá

CAR Cambridge Architectural Research, Reino Unido

CASBEE Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency, Japão

CBE Center for the Built Environment, Royal Institute of Technology (Kungl Tekniska Högskolan, KTH), Suécia

CBECS Commercial Building Energy Consumption Survey, Estados Unidos

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Brasil

CBIP Commercial Building Incentive Program, Canadá

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Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xiv

CC Construção Civil

CEE Comissão de Economia e Estatística da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Brasil

CERES Coalition for Environmentally Responsible Economies, Estados Unidos

CET Centre of Environmental Technology, Hong Kong China

CFC Clorofluorcarbono

CGSDI Consultative Group on Sustainable Development Indicators, Canadá

CIB International Council for Research and Innovation in Building and Construction, Holanda

CIRIA Construction Industry Research and Information Association, Reino Unido

CO2 Dióxido de carbono

CRISP Construction Related Sustainability Indicators

CS Construção Sustentável

CSD United Nations Commission on Sustainable Development (Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável)

CSTB Centre Scientifique et Technique du Bâtiment, França

DAC/FEC/UNICAMP

Departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas, Brasil

DETR Department of the environment, transport and the regions: London

DJSI Dow Jones Sustainability Index

DOE U.S. Department of Energy, Estados Unidos

DPCSD Department for Policy Coordination and Sustainable Development, ONU

DPSIR Framework Driving Force-Pressure-State-Impact-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-pressão-estado do ambiente-impacto-resposta)

DSR Framework Driving force-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-estado do ambiente-resposta)

EARM Energy Assessment and Reporting Methodology, Reino Unido

EEA European Environment Agency, Europa

EMAS European Community Eco-Management & Audit Scheme, Europa

EMS Electromagnetic Field (Poluição eletromagnética).

EPA Environmental Protection Agency, Estados Unidos

EPS Environmental Priority Strategy

EUROSTAT Statistical Office of the European Community, Europa

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FDES Framework for the Development of Environment Statistics (Estrutura para desenvolvimento de estatística ambiental)

FGV Fundação Getúlio Vargas, Brasil

FISD Framework for Indicators of Sustainable Development (Estrutura para indicadores de desenvolvimento sustentável)

GABS Global Alliance for Sustainable Building

GBC Green Building Challenge

GHG Greenhouse Gases (Substâncias causadoras de efeito estufa)

GRI Global Reporting Initiative, Holanda

HCFC Hidroclorofluorcarbono

HK-BEAM Hong Kong Building Environmental Assessment Method, China

IAIAS International Academy of Indoor Air Sciences

IAQ Indoor Air Quality (Qualidade do ar interno)

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Brasil

IBPSA International Building Performance Simulation Association

IChemE Institution of Chemical Engineers, Reino Unido

IEA International Energy Agency

IEQ Indoor Environment Quality (Qualidade do ambiente interno)

IESNA Illuminating Engineering Society of North America, Estados Unidos

IETC International Environmental Technology Centre

IGWG Inter-governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics

IIED International Institute for Environment and Development

iiSBE International Initiative for Sustainable Built Environment, Canadá

IISD International Institute for Sustainable Development

ISIAQ International Society of Indoor Air Quality and Climate

ISO International Organization for Standardization

JRC Joint Research Centre

JSBC Japan Sustainability Building Consortium, Japão

LCC Life-Cycle Cost analysis (Análise de custos ao longo do ciclo de vida)

LCI Life-Cycle Inventory (Inventário do ciclo de vida)

LCIA Life-Cycle Impact Assessment

LEED Leadership in Energy and Environmental Design, Estados Unidos

LER Lesão por Esforço Repetitivo

LISA Life-Cycle Analysis in Sustainable Architecture

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MADA Multiattribute Decision Analysis (Análise de decisão multi-atributos)

MCA Multicriteria analysis (Análise multi-critério)

MCDA Multicriteria Decision Analysis (Análise de decisão multi-critério)

MMD-ENG Department of Engineering, Institute for Manufacturing, University of Cambridge, Reino Unido

MSDG Minnesota Sustainable Design Guide, Estados Unidos

NABERS The National Australian Buildings Environmental Rating System, Austrália

NCIC Non-traditional Capital Investment Criteria

NIST National Institute of Standards and Technology, Estados Unidos

NOVEM Nederlandse Organisatie voor Energie en Milieu (Netherlands Agency for Energy and the Environment), Holanda

NOx Óxidos de Nitrogênio

NRCan National Resources Canada, Canadá

NSSD National Strategies for Sustainable Development

ODP Ozone depleting potential (Potencial de dano à camada de ozônio troposférico)

ODS Ozone depleting substance (Substância danosa à camada de ozônio troposférico)

OECD Organisation for Economic Co-operation and Development

ONU Organização das Nações Unidas

P&D Pesquisa e Desenvolvimento

PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional

PCC/EPUSP Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Brasil

PEBD Polietileno de baixa densidade

PLEA Passive and Low Energy Architecture

PROBE Post-occupancy Review of Building Engineering, Reino Unido

PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

PSR Framework Pressure-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo pressões-estado do ambiente-resposta)

PURA Programa de Uso Racional da Água

RCD Resíduos de Construção e Demolição

SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Brasil

SBI Statens Byggeforskningsinstitut (Danish Building and Urban

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Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xvii

Research), Dinamarca

SETAC Society for Toxicology and Chemistry, Bélgica/ Estados Unidos

SINDUSCON-SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, Brasil

SMACNA Sheet Metal and Air Conditioning National contractors Association, Estados Unidos

SOx Óxidos de Enxofre

UIA Union Internationale des Architectes (International Union of Architects)

UNCED United Nations Conference on Environment and Development / Earth Summit (Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento)

UNCSD United Nations Commission on Sustainable Development (Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável)

UNDSD United Nations Division of Sustainable Development

UNEP United Nations Environment Programme

UN-HABITAT United Nations Human Settlements Programme

UNSD United Nations Statistical Division

USGBC U.S. Green Building Council, Estados Unidos

VOC Volatile Organic Compound

VTT Technical Research Centre of Finland, Finlândia

WBCSD World Business Council for Sustainable Development, Suíça

WCED World Commission on Environment and Development

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AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA

VANESSA GOMES DA SILVA, ARQ. [email protected]

Professora do Dep. de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP

SUMÁRIO EXECUTIVO

A indústria da construção - particularmente a construção, operação e demolição de edifícios

- representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. A magnitude

dos impactos sociais e econômicos posicionam estrategicamente o setor, em caráter mundial,

como um motor potencial para o atendimento de metas de desenvolvimento sustentável.

As primeiras metodologias de avaliação surgiram na década de 90 na Europa, nos EUA e no

Canadá, como parte das estratégias para o cumprimento de metas ambientais locais

estabelecidas a partir da Earth Summit do Rio de Janeiro. Atualmente, praticamente cada

país europeu - além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong - possui um

sistema de avaliação de edifícios. Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a

demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental, provendo avaliações

ora detalhadas, para o diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no estoque

construído; ora simplificadas, para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos

ambientais para edifícios. E todos eles concentram-se exclusivamente na dimensão

ambiental da sustentabilidade.

Apesar de o conceito de análise do ciclo de vida (LCA), originalmente desenvolvido na

esfera de avaliação de impactos de produtos, ter sustentado o desenvolvimento da primeira

geração de sistemas de avaliação, a sua aplicação direta em avaliação de edifícios - em geral,

e particularmente no Brasil- mostra-se, neste momento, complexa, impraticável e

insuficiente. Como resultado, a maioria dos métodos de avaliação de edifícios não emprega

a LCA como ferramenta de apoio à atribuição de créditos ambientais; sendo mais comum

extrair da LCA o conceito de ciclo de vida e utilizá- lo para aumentar a abrangência da

avaliação do edifício.

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Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xix

Este trabalho teve como objetivo a demonstração da hipótese que não é adequado e

suficiente importar métodos estrangeiros existentes para avaliar edifícios de escritórios no

Brasil, e que uma medida mais coerente e eficiente é desenvolver um método à luz das

prioridades, condições e limitações brasileiras.

A discussão metodológica e os estudos de casos realizados demonstraram que (1) não é

possível copiar, traduzir ou simplesmente aplicar um método estrangeiro no contexto

brasileiro ou de qualquer outro país, por maior que tenha sido seu sucesso no seu país de

origem, e que mesmo a mais flexível das ferramentas existentes apresenta dificuldades

práticas para emprego no Brasil; (2) é fundamental desenvolver um método à luz das

prioridades, condições e limitações brasileiras, e, para tanto, deve-se necessariamente

passar por um processo de conscientização e amadurecimento, semelhante aqueles por que

passaram os países que desenvolveram métodos de avaliação ambiental de edifícios, porém

com o desafio de ampliar o escopo para realizar avaliações da sustentabilidade da

produção e uso de edifícios.

Demonstrada a veracidade da hipótese, as questões metodológicas que estruturaram a

discussão do estado atual dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios (“o que

avaliar?”, “como avaliar?”, “quanto atingir?”) foram mantidas na proposição de diretrizes

e da base metodológica. Finalmente, foi iniciado o desenvolvimento de um método para

avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros ao longo de seu ciclo de

vida, e apontada a direção para os desenvolvimentos futuros necessários para viabilizar a sua

implementação.

Os limites do sistema de avaliação foram definidos para abranger a etapa de construção e

uso do edifício. A opção por iniciar a avaliação destes agentes pela avaliação da empresa

construtora foi um primeiro passo no sentido de criar a cultura e o movimento consistente

das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável. A avaliação integrada de

itens ambientais, sociais e econômicos encontra instrumentos na esfera das nações, dos

setores econômicos e das organizações. A estrutura de avaliação proposta foi construída com

base nestes instrumentos, na proposição de uma Agenda 21 pra a construção civil brasileira

e na análise dos métodos internacionais e projetos de norma ISO relacionados a

sustentabilidade e avaliação ambiental de edifícios. Para a derivação do critério de

ponderação, sugere-se o processo de análise hierárquica (AHP).

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Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xx

Esta estrutura de avaliação e uma lista abrangente de indicadores a ela relacionados foram

submetidas à consulta das partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo. A

estrutura de avaliação proposta não foi questionada, mas o modelo de avaliação inicialmente

imaginado era sofisticado demais para implementação no curto prazo. A estrutura de

avaliação proposta não foi questionada, e o emprego de AHP mostrou-se como uma

alternativa satisfatória para a derivação de um critério de ponderação. Constatou-se, porém,

que o mercado não está preparado para, no curto prazo, medir ou ser avaliado através de um

método sofisticado. Propõe-se, então, um método simplificado, pautado por dez princípios

básicos:

1. Adesão voluntária: entra no processo quem deseja fazer melhor;

2. Premiação das melhores práticas;

3. Foco no empreendimento, compreendendo a avaliação tanto do edifício quanto dos agentes envolvidos;

4. Auto-avaliação, a ser revisada por avaliadores credenciados;

5. Avaliação por etapas do empreendimento;

6. Ponderação aplicada apenas no nível hierárquico mais alto;

7. Mescla de pontos prescritivos e por desempenho;

8. Pontuação evolutiva e estratégia de implementação gradual;

9. Utilização de níveis de classificação de desempenho; e

10. Revisão periódica do sistema de avaliação e da classificação do edifício.

Os contornos deste modelo de avaliação são descritos sucintamente, apontando a os

desenvolvimentos futuros necessários para a sua implementação.

O interesse pelo tema no país foi definitivamente despertado. Um novo workshop será

realizado em agosto de 2003, para dar continuidade à discussão e envolvimento das partes

interessadas no desenvolvimento e teste do modelo de avaliação. Um estudo-piloto com

duração de um ano será então iniciado, e terá um papel decisivo para a validação prática do

procedimento de avaliação e para o acúmulo de dados que caracterizem tanto as práticas

típicas quanto aquelas mais orientadas a sustentabilidade, e viabilizem benchmarking no

setor.

Page 27: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

SUSTAINABILITY ASSESSMENT OF OFFICE BUILDINGS IN BRAZIL: GUIDELINES AND METHODOLOGICAL BASIS

VANESSA GOMES DA SILVA, ARCH. [email protected]

Professor at Architecture and Construction Department, School of Civil Engineering, Architecture and Urban Design, State University of Campinas, Brazil (DAC/FEC/UNICAMP)

EXECUTIVE SUMMARY

Construction industry environmental impacts have risen to the forefront of international

concern in the past decade. The awareness that the construction, operation and demolition of

buildings represent the most damaging human activity in the global environment resulted in

a gradual introduction of measures to reduce buildings environmental footprints, which were

largely supported by governmental agencies, research and private institutions in several

countries. The magnitude of social and economic impacts globally renders the construction

sector as strategic, concerning the achievement of sustainable development goals.

Life-cycle analysis concepts, originally developed for environmental evaluation of

industrialised products were the groundwork of most methodologies developed for the

environmental assessment of buildings that emerged in the 90s as part of local strategies to

accomplish Agenda 21´s targets, established on the UN Earth Summit held in Rio de Janeiro

in 1992. However, it is not possible to directly apply LCA in building assessment.

Particularly in the Brazilian case, at the current state of knowledge and data availability,

LCA is complex, unfeasible and insufficient. In fact, most building assessment methods do

not use it as a support tool for environmental credit related to building materials use.

Nowadays, each European country – as well as the United States, Canada, Australia, Japan

and Hong Kong – has its own assessment system. All of these methods shared the common

goal to stimulate market demands for higher environmental performance levels, providing

evaluations that could be either detailed enough to point out the necessity of intervention in

the built environment or simplified, mainly to give guidance to designers or support the

environmental labelling of buildings. All of them deal exclusively with the environmental

dimension of sustainability.

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Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xxii

This work aimed to demonstrate the hypothesis that it is neither adequate or enough to

import the existing foreign methods to evaluate office buildings in Brazil, and that a more

coherent and efficient means is to develop a method considering Brazilian priorities,

conditions and constraints.

The methodological discussion and the study cases performed have shown that performed

(1) it is not possible to copy, translate or apply a foreign method in any context but the one

it was created for, and that even the most flexible among the available assessment tools

faces several practical difficulties to be applied in Brazil; (2) it is paramount to develop a

method that adequately considers Brazilian priorities, conditions and constraints. For this

purpose, it is necessary to experience an awareness and maturation process in Brazil similar

to those that generated environmental assessment methods, but with the broader challenge

of widening the scope for carrying out sustainability assessments.

Once the veracity of the hypothesis was demonstrated, the proposition of guidelines and of

the methodological basis kept track of the basic questions that structured the discussion of

the available building environmental assessment systems (“what is to be assessed?”, “how

to assess?”, “how much should be achieved?”). Finally, the development of a method for

assessing the sustainability of Brazilian office buildings along their lifecycle was initiated,

providing the direction for future developments necessary to enable its implementation.

In the proposed model, system limits were set to focus on building production and use, as

well as the evaluation of the agents involved in the enterprise’s cycle, starting by the

assessment of the building contractor, as a first step to stimulate the necessary cultural

change and a consistent movement towards more sustainable market practices.

The integrated assessment of the environmental, social and economic items finds tools in the

sphere of nations, economic sectors, and organizations. The assessment framework proposed

was built on such instruments; on the proposition of an agenda for sustainable construction

in Brazil; and on the analysis of related international methods and standards. The Analytic

Hierarchy Process (AHP) is suggested for deriving the weighting criteria.

The framework and a comprehensive list of indicators related to it were scrutinized by

representatives of civil construction’s stakeholders in Sao Paulo State. The framework

reached a high consensus level and the analytic hierarchy process proved to be a useful

alternative to derive weighting factors. The consultation process also made clear that the

Page 29: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica xxiii

Brazilian market is not prepared to be evaluated against a sophisticated method in the short

term. Thus, a simplified model is proposed, following ten basic principles:

1. Volunteer adhesion;

2. Better practices are acknowledged;

3. Focus on the enterprise, involving evaluation of both the building and the major actors involved in the process;

4. Self evaluation, to be revised by accredited assessors;

5. Main stages of the enterprise’s cycle are assessed;

6. Weighting is applied only to the highest hierarchic level (environmental x social x economic x management);

7. Mix of prescriptive-oriented and performance-oriented points;

8. Evolving scoring format and strategy for gradual implementation;

9. Performance classification; and

10. Periodical revision of the assessment system and the building score and classification.

This model is briefly described, casting some light on future developments needed to enable

its implementation.

The interest in the theme was definitely arisen in Brazil. A new workshop will take place in

August 2003. It will provide the discussion and stakeholder’s involvement continuum in

developing and testing the assessment model, and launch a one-year pilot study. This study

is decisive for practically validating the assessment process and for accumulating data that

characterizes both typical and better practices towards sustainability, which will then allow

for future benchmarking in the construction sector.

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AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS: DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA

RESUMO

O conceito de análise de ciclo de vida embasou o desenvolvimento das metodologias de avaliação ambiental de edifícios que surgiram estrategicamente na década de 90 para o cumprimento de metas ambientais locais estabelecidas na Eco’92. Atualmente, praticamente cada país europeu - além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e Hong Kong - possui um sistema de avaliação de edifícios. Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental. E todos eles concentram-se exclusivamente na dimensão ambiental da sustentabilidade.

Este trabalho teve como objetivo a demonstração da hipótese que importar métodos estrangeiros existentes não é a melhor solução para avaliar edifícios de escritórios no Brasil, e que um método de avaliação deve ser desenvolvido à luz das prioridades, condições e limitações brasileiras. A discussão metodológica dos sistemas existentes e os estudos de casos realizados demonstraram que (1) não é possível copiar, traduzir ou simplesmente aplicar um método estrangeiro no contexto brasileiro ou de qualquer outro país, e que mesmo a mais flexível das ferramentas existentes apresenta dificuldades práticas para emprego no Brasil; (2) é fundamental desenvolver um método à luz das prioridades, condições e limitações brasileiras, e, para tanto, deve-se necessariamente passar por um processo de conscientização e amadurecimento, semelhante aquele por que passaram os países que desenvolveram métodos de avaliação ambiental de edifícios, porém com o desafio de ampliar o escopo para realizar avaliações da sustentabilidade da produção e uso de edifícios. Demonstrada a veracidade da hipótese, passou-se à proposição de diretrizes; à reunião de uma base metodológica; e ao inicio do desenvolvimento de um método para avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros ao longo de seu ciclo de vida.

No modelo de avaliação sugerido, os limites do sistema foram definidos para abranger a etapa de construção e uso do edifício, assim como a avaliação dos agentes envolvidos no processo, iniciando pela empresa construtora, visando criar a cultura e o movimento consistente das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável. A estrutura de avaliação proposta foi construída a partir de uma agenda para a construção sustentável no Brasil; em instrumentos disponíveis para a avaliação integrada de itens ambientais, sociais e econômicos; e na análise dos métodos e normas internacionais relacionados ao tema.

Esta estrutura de avaliação e uma lista abrangente de indicadores a ela relacionados foram submetidas à consulta das partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo. A estrutura de avaliação não foi questionada, e o emprego de processo de análise hierárquica (AHP) mostrou-se como uma alternativa satisfatória para a derivação de um critério de ponderação. Constatou-se, porém, que o mercado não está preparado para, no curto prazo, medir ou ser avaliado através de um método sofisticado. Um método simplificado e uma estratégia gradual de implementação são então propostos, apontando a direção para os desenvolvimentos futuros necessários.

Page 31: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

SUSTAINABILITY ASSESSMENT OF OFFICE BUILDINGS IN BRAZIL: GUIDELINES AND METHODOLOGICAL BASIS

ABSTRACT

Life-cycle analysis concepts, originally developed for environmental evaluation of industrialised products were the groundwork of most methodologies developed for environmental assessment of buildings which emerged in the 90’s as part of local strategies to accomplish Agenda 21´s targets, established on the UNCED held in Rio de Janeiro in 1992. Nowadays, each European country – as well as the United States, Canada, Australia, Japan and Hong Kong – has its own assessment system. All of these methods share the common goal to stimulate market demands for higher environmental performance levels. All of them deal exclusively with the environmental dimension of sustainability.

This work aimed to demonstrate the hypothesis that it is neither appropriate nor sufficient to import existing environmental assessment methods for evaluation of Brazilian office buildings, and that a more efficient and coherent approach is to develop a method according to Brazilian priorities, conditions and constraints. The methodology discussion of existing assessment systems and the case studies performed demonstrated that (1) it is not possible to copy, translate or apply a foreign method in any context but the one it was created for, and that even the most flexible among the available assessment tools faces several practical difficulties to be applied in Brazil; (2) it is paramount to develop a method that adequately considers Brazilian priorities, conditions and constraints. For this purpose, it is necessary to experience an awareness and maturation process in Brazil similar to those that generated environmental assessment methods, but with the broader challenge of widening the scope for carrying out sustainability assessments.

Once the veracity of the initial hypothesis was demonstrated, the second part of this work was dedicated to guidelines proposal; constitution of methodology basis; and to start the development of a method to evaluate the sustainability of Brazilian office buildings throughout their life-cycle. In the proposed model, system limits were set to focus on building production and use, as well as the evaluation of the agents involved in the enterprise’s cycle, starting by the assessment of the building contractor, as a first step to stimulate the necessary cultural change and a consistent movement towards more sustainable market practices. The assessment framework was built on an agenda for sustainable construction in Brazil; on available instruments for integrated evaluation of environmental, social and economic aspects; and on the analysis of related international methods and standards.

This framework and an exhaustive indicators list were submitted for appreciation of construction stakeholders in the State of São Paulo. The framework reached a high consensus level and the analytic hierarchy process proved to be a useful alternative to derive weighting factors. The consultation process also made clear that the Brazilian market is not prepared to be evaluated against a sophisticated method in the short term. A simplified model and a gradual implementation strategy are then proposed, casting some light on future developments needed.

Page 32: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVAS DA PESQUISA

1.1.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AGENDA 21

O conceito de desenvolvimento sustentável emergiu realmente durante as discussões

realizadas no início dos anos 70, seguindo uma série de publicações–chave que chamavam

atenção para a super-exploração do ambiente pelo homem, enfocando o desenvolvimento

econômico e o crescimento da preocupação global quanto aos objetivos do desenvolvimento

e limitações ambientais (NSSD, 2003).

Na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, em

1972, ressaltou-se que as questões ambientais haviam se tornado cada vez mais objeto de

políticas sócio-econômicas, em nível nacional ou internacional. Em 1987, a World

Commission on Environment and Development (WCED1), cunhou a definição de

desenvolvimento sustentável que se tornaria clássica (BRUNTLAND, 1987):

"Desenvolvimento econômico e social que atenda as necessidades da geração atual sem comprometer a habilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades."

Esta busca de equilíbrio entre o que é socialmente desejável, economicamente viável e

ecologicamente sustentável é usualmente descrita em função da chamada “triple bottom

line”, que congrega as dimensões ambiental, social, e econômica do desenvolvimento

sustentável.

A dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável requer o equilíbrio entre proteção do

ambiente físico e seus recursos, e o uso destes recursos de forma a permitir que o planeta

continue a suportar uma qualidade de vida aceitável. A dimensão social requer o

desenvolvimento de sociedades justas, que proporcionem oportunidades de desenvolvimento

humano e um nível aceitável de qualidade de vida. A dimensão econômica, por sua vez,

requer um sistema econômico que facilite o acesso a recursos e oportunidades e o aumento

1 Também conhecida como Comissão Brundtland, em menção a Gro Harlem Brundtland, coordenadora dos trabalhos e

então Primeira-Ministra da Noruega.

Page 33: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 2

de prosperidade para todos, dentro dos limites do que é ecologicamente possível e sem ferir

os diretos humanos básicos (CIB/UNEP-IETC, 2002).

A partir da década de 80, metas ambientais passaram a ser definidas em convenções globais

como as de Montreal (19872), do Rio de Janeiro (1992) e de Kyoto3 (1997). A meta do

desenvolvimento sustentável, até então implícita em muitas políticas nacionais, ganhou

comprometimento e reconhecimento global vinte anos depois da reunião em Estocolmo,

com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNCED4)

realizada no Rio de Janeiro, em 1992. Nesta ocasião, foi consenso que as estratégias de

desenvolvimento sustentável deveriam integrar aspectos ambientais em planos e políticas de

desenvolvimento. Foi então publicada a Agenda 21 (UNITED NATIONS, 1992), um plano

ambicioso de ação global para o século seguinte, que estabelecia uma visão de longo prazo

para equilibrar necessidades econômicas e sociais com os recursos naturais do planeta. Na

própria UNCED, a Agenda 21 foi adotada por 178 governos.

Todos os setores da sociedade então iniciaram um processo de re- interpretação da Agenda

21 nos contextos específicos das diversas agendas locais e setoriais. Políticas públicas

passaram a impor requisitos ambientais a inúmeras atividades econômicas e a demanda por

produtos ambientalmente menos agressivos cresceu em paralelo. Os padrões internacionais

de eficiência ambiental foram se elevando gradativamente e algumas instituições passaram a

atrelar a concessão de financiamentos de projetos aos resultados de avaliações ambientais.

No setor da construção civil, as interpretações da Agenda 21 mais relevantes são (1) a

Agenda Habitat II, assinada na Conferência das Nações Unidas realizada em Istambul, em

1996; (2) a CIB5 Agenda 21 on Sustainable Construction (CIB, 1999), que contempla, entre

outros, medidas para redução de impactos através de alterações na forma como os edifícios

2 Em continuidade às resoluções da Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio (1985), o Protocolo de

Montreal (UNITED NATIONS, 1987) restringiu a liberação de CFCs e halogêneos, principais substâncias responsáveis pelos danos à camada de ozônio, ao nível de consumo calculado para 1986. Após 1994, a quantidade emitida não poderia superar 8% do consumo em 1986.

3 Com a assinatura do Protocolo de Kyoto (MCT, s.d), diversos países industrializados comprometeram-se a reduzir, entre

2008 e 2012, suas emissões combinadas de gases causadores de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990.

4 United Nations Conference on Environment and Development. Também comumente referida como Earth Summit e

ECO’92. 5 International Council for Research and Innovation in Building and Construction.

Page 34: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 3

são projetados, construídos e gerenciados ao longo do tempo; e (3) a CIB/UNEP6 Agenda 21

for sustaninable construction in developing countries (CIB/UNEP-IETC, 2002) (Figura 1).

Figura 1 – Reinterpretações da Agenda 21 relacionadas ao setor de construção (CIB/UNEP-IETC, 2002).

1.1.2 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS

O setor de construção tem uma importância significativa no atendimento das metas de

desenvolvimento sustentável estabelecidas para qualquer país. A indústria da construção

representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. Edifícios e obras

civis alteram a natureza, função e aparência de áreas urbanas e rurais. Atividades de

construção, uso, reparo, manutenção e demolição consomem recursos e geram resíduos7 em

proporções que em muito superam a maioria das outras atividades econômicas. Enquanto

alguns destes efeitos são transitórios, como ruído e poeira gerados durante a construção,

outros são mais persistentes ou mesmo permanentes, como os do CO28 de combustão

6 United Nations Environment Programme.

7 No Brasil, os resíduos das atividades de construção e demolição correspondem a quase a metade dos resíduos sólidos

municipais (PINTO, 1999). 8 CO2 – dióxido de carbono. O CO2

Agenda 21 da ONU (1992) Habitat Agenda

(1996)

Ag21 do CIB para Construção Sustentável

(1999)

Ag21 do CIB/UNEP para Construção Sustentável em

países em desenvolvimento

(2002)

Page 35: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 4

liberado na atmosfera. Infelizmente, estes impactos não podem ser reduzidos na mesma

proporção dos avanços tecnológicos experimentados pelo setor9.

Por outro lado, os profundos impactos econômicos e sociais do setor tornam-no um

contribuinte essencial para o aumento da qualidade de vida. Primeiro, porque a construção

provê meios para o atendimento de necessidades humanas básicas (como abrigo, saúde,

educação e interação social) e maximização do capital social (THE WORLD BANK, 1997).

Segundo, pela expressiva geração de emprego e participação na economia. No Brasil, as

atividades de construção e demolição respondem por 10% do PIB e empregam 9,2 milhões

de trabalhadores (CEE/CBIC;FGV, 2001). Números igualmente expressivos em outros

países posicionam, em caráter mundial, a construção civil como um setor estratégico para

intervenção.

Não é possível, portanto, alcançar o desenvolvimento sustentável sem que haja construção

sustentável. BRE;CAR;ECLIPSE (2002) definem construção sustentável como o

compromisso com:

• Sustentabilidade econômica: aumentar a lucratividade e crescimento através do uso mais eficiente de recursos, incluindo mão de obra, materiais, água e energia.

• Sustentabilidade ambiental: evitar efeitos perigosos e potencialmente irreversíveis no ambiente através de uso cuidadoso de recursos naturais, minimização de resíduos, e proteção e, quando possível, melhoria do ambiente.

• Sustentabilidade social: responder às necessidades de pessoas e grupos sociais envolvidos em qualquer estágio do processo de construção (do planejamento a demolição), provendo alta satisfação do cliente e do usuário, e trabalhando estreitamente com clientes, fornecedores, funcionários e comunidades locais.

Buscar uma indústria da construção mais sustentável é fornecer mais valor, poluir menos,

ajudar no uso sustentado de recursos, responder mais efetivamente às partes interessadas, e

melhorar a qualidade de vida presente sem comprometer o futuro. Construção sustentável

não é desempenho ambiental excepcional à custa de uma empresa que saia do mercado, nem

desempenho financeiro excepcional, à custa de efeitos adversos no ambiente e comunidade

local.

9 Uma discussão abrangente dos impactos ambientais do setor de construção e da produção, uso e pós -uso de edifícios é

feita por SJÖSTRÖM (1992); ROODMAN;LENSSEN (1995); INDUSTRY AND ENVIRONMENT (1996); LIPPIATT (1998); CIB (1999); JOHN (2000); SILVA (2000); e JOHN;SILVA;AGOPYAN (2001), entre outros.

Page 36: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 5

No contexto de países em desenvolvimento, em que os recursos financeiros são escassos e

há demanda por um volume excepcional de construção para combater a pobreza e garantir

níveis mínimos aceitáveis de qualidade de vida a grandes proporções da população, é difícil

posicionar proteção ambiental como prioridade (SILVA et al., s.d.), e a viabilidade

econômica assume importância vital. Mas construção sustentável não implica em priorizar

uma dimensão detrimento das demais, nem demanda uma solução perfeita, e sim a busca do

equilíbrio entre a viabilidade econômica que mantém as atividades e negócios; as

limitações do ambiente; e as necessidades da sociedade.

Uma redução considerável dos impactos ambientais da construção civil, assim como a

maximização de seu potenc ial de criação de valor e desenvolvimento social, pode ser obtida

pela implementação de políticas consistentes e especificamente orientadas para o setor.

Entre estas políticas, a adoção de sistemas de avaliação e classificação do desempenho

ambiental e da sustentabilidade de edifícios representa um papel fundamental.

Internacionalmente, um número crescente de empresas do setor imobiliário e de construção

vislumbra oportunidades de negócios relacionadas ao ambiente, seja para minimizar riscos,

antecipar-se a mudanças na legislação, ou para sustentar uma imagem corporativa positiva.

Os maiores desafios e oportunidades referem-se ao valor adicionado referente a valores

ambientais, pois, apesar da importância atribuída aos valores verdes ter aumentado,

argumentos ambientais não são suficientes para “vender” um empreendimento.

Há dois fatores importantes na criação destas dificuldades de mercado. Primeiro, a ótica dos

agentes financeiros continua como um obstáculo (POST, 2002). Não raro, os bancos

ignoram o teor ecológico do projeto, e examinam apenas o fluxo monetário; e, como em

qualquer outro investimento, os investidores querem saber sobre o retorno previsto para o

empreendimento, seja ele ecológico/sustentável ou não. Por outro lado, tem-se tentado

vender “teor verde” e “sustentabilidade” em vez dos benefícios de um projeto ou

desenvolvimento. Antes de tudo, construção sustentável significa benefícios, desempenho

superior e viabilidade econômica no longo prazo. Não se trata de um senso vago de

responsabilidade social, mas de questões concretas de saúde, segurança, produtividade e

relação custo-eficiência. Projetos ambientalmente responsáveis são mais duráveis,

econômicos e eficientes para operar e oferecem ambientes mais saudáveis e confortáveis

para ocupantes e usuários. São estes aspectos que capturam a atenção do investidor ou

comprador potencial. São eles, portanto, que devem ser ressaltados.

Page 37: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 6

Segundo, existe uma imprecisão quanto ao que efetivamente significa ser “ambientalmente

responsável, conforme ou amigável” (HUOVILA et al, 2002). Em diversos segmentos e

países, a rotulagem ambiental tem sido uma estratégia bem sucedida, por permitir que os

consumidores tenham um papel mais ativo na responsabilidade de reduzir o impacto

ambiental da sociedade, como sugerido no Capítulo 4 da Agenda 2110. No que tange a

edifícios, a classificação ambiental ajuda a criar uma visão compartilhada do significado

prático de ser “ambientalmente amigável”. O impacto ambiental de um edifício durante seu

longo ciclo de vida consiste em uma série de fatores que os clientes não esperam ser

conhecedores: soluções de projeto, produtos e materiais usados na sua construção, e também

a forma como o edifício é utilizado e mantido. Extrair as características ambientais de um

edifício e apresentá- las em um pacote atraente e conciso é uma necessidade mercadológica

fundamental, e também um dos maiores desafios.

Até o momento, existem apenas métodos para avaliação ambiental de edifícios, que

encontram pelo menos seis grandes aplicações dentro do setor de construção civil (Tabela

1). Estas aplicações evidenciam que a implementação de sistemas de avaliação traz

benefícios que vão além de simplesmente avaliar edifícios. Ela pode, por um lado, atuar

positivamente nos dois pontos mencionados acima. Primeiro, porque as avaliações podem

demonstrar os benefícios obtidos pelos investimentos para aumentar a sustentabilidade.

Segundo, porque, ao ampliar o número – e o refinamento - dos parâmetros considerados, os

métodos de avaliação existentes passaram a também contribuir para o próprio entendimento

do conceito de qualidade ambiental de edifícios. Por outro lado, a implementação de

sistemas de avaliação oferece as vantagens mercadológicas reunidas na Tabela 1, além de

encorajar e contribuir para a melhoria do desempenho dos edifícios.

É consenso entre pesquisadores e agências governamentais que a classificação de

desempenho atrelada aos sistemas de certificação é um dos métodos mais eficientes para

elevar o nível de desempenho tanto do estoque construído quanto de novas edificações. A

experiência internacional demonstra que os saltos nos níveis mínimos de desempenho

aceitáveis dependem necessariamente de alterações nas demandas do mercado.

Especificamente sobre o desempenho ambiental, acredita-se que estas alterações não serão

possíveis até que os empreendedores da construção civil e os usuários dos edifícios tenham

10 Capítulo 4 – Changing consumption patterns , item Decision Making: Capacity Building, Education, Training and

Awareness raising.

Page 38: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 7

acesso a métodos relativamente simples que lhes permita identificar aqueles edifícios com

melhor desempenho (NRCan/CANMET, 1998). Sob este aspecto, o alcance das exigências

normativas é limitado à garantia de um desempenho mínimo, não havendo incentivo para

procurar atender a patamares superiores.

Tabela 1 - Aplicações de avaliações de edifícios e vantagens oferecidas por sua implementação.

Aplicações da avaliação de edifícios (SILVA, 2000)

Vantagens oferecidas

• Instrumentos para divulgação mercadológica

• Suporte à introdução de sistemas de gestão ambiental

• Especificação do desempenho ambiental de edifícios

• Auxílio a projeto

• Estabelecimento de normas de desempenho ambiental

• Auditorias ambientais

• Melhoria da imagem/reconhecimento pelo mercado de empresas e profissionais que adotam práticas de projeto e construção mais sustentáveis

• Aquecimento do mercado para edifícios e produtos de construção com maior desempenho ambiental

• Embasamento da definição e o entendimento do que é um edifício sustentável

• Acesso facilitado a financiamentos, acesso a novos mercados ou fortalecimento do nicho atual, perspectiva de negócios no longo prazo

• Redução de custos no longo prazo (uso de recursos financeiros e naturais) e maior lucratividade, qualidade do ambiente interno e satisfação dos clientes, redução de riscos (inclusive financeiros);

• Estímulo para elevação do nível de desempenho de edifícios novos e existentes

• Conhecimento do estado atual dos impactos de edifícios e atividades, para identificação de oportunidades e definir metas para melhoria

O interesse pelo tema está finalmente se consolidando no país. Conhecer o desempenho

ambiental de edifícios já é uma necessidade percebida pela construção civil nacional, e uma

empresa- líder de mercado chegou a informar-se sobre a possibilidade de emprego de um

esquema internacional para uso no Brasil. No último ano, dois edifícios foram avaliados.

Outros três estão em perspectiva para avaliação. O SINDUSCON-SP11 abraçou a causa e,

juntamente com o DAC/UNICAMP e o PCC.USP, realizou dois workshops12, que

11 Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo.

12 17 de abril de 2002 e 17 de junho de 2003.

Page 39: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 8

funcionaram como um importante canal de sensibilização e integração entre a academia e o

mercado.

1.2 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS, INICIATIVAS E CENTROS DE PESQUISA NO TEMA

Pesquisas visando reduzir os impactos ambientais de edifícios passaram a receber

investimento crescente a partir da década de 90. A definição de estratégias para minimização

do uso de recursos não renováveis, economia de energia e redução de resíduos de

construção, em especial, foi amplamente estimulada por agências governamentais,

instituições de pesquisa e pelo setor privado de diversos países.

Mais de 15 anos se passaram desde o Relatório Bruntland, e 10 anos desde a UNCED do

Rio. Neste ínterim, uma série de eventos internacionais tem sido organizada com o objetivo

de propor, discutir e trocar informações sobre estratégias para a redução dos impactos

associados à construção civil (Tabela 2).

Desde 1998, quando o CIB adotou o tema construção e meio ambiente como temário de seu

principal simpósio internacional, o maior destaque é, sem dúvida, a série de conferências

internacionais Sustainable Building (SB). As primeiras edições do evento foram realizadas

em Maastricht, Holanda (SB 2000) e em Oslo, Noruega (SB’02).

As conclusões da SB’02 enfatizaram energicamente a necessidade de envolver economias

em desenvolvimento ou em transição na discussão sobre construção sustentável,

previamente apontada também no encerramento da SB 2000. Neste sentido, decidiu-se por

realizar, ao longo de 2004, conferências regionais na África, América Latina (São Paulo),

Oceania e Sudeste Asiático, como preparação para a SB’05, a ser realizada em Tóquio,

Japão.

No mesmo mês, um dos principais resultados da World Summit on Sustainable Development

(Rio+10), realizada em setembro de 2002, em Johannesburg, África do Sul, foi a GABS

initiative (Global Alliance for Building Sustainability). Na ocasião, diversas organizações

manifestaram interesse em se tornarem signatárias, em uma tendência que vem crescendo

desde então.

Page 40: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 9

Tabela 2 - Alguns dos principais eventos relacionados a construção sustentável e avaliação ambiental de edifícios (1995-2005).

Ano Organização Evento Local

CIB 1st International Conference on Buildings and the Environment

Garston, UK 1995

IBPSA13 Building Simulation 1995 Madison, EUA

1996 CIB W62 22nd Water Supply & Drainage for Buildings Lostorf, Suíça

1997 CIB 2nd International Conference on Buildings and the Environment

Paris, França

CIB CIB World Building Congress Construction and the Environment

Gävle, Suécia

NRCan Green Building Challenge 98 Vancouver, Canadá

1998

CIB W62 24th Water Supply & Drainage for Buildings Rotterdam, Holanda 1999 IBPSA Building Simulation 1999 Praga, República

Tcheca NOVEM/CIB Sustainable Building 2000 (SB 2000) Maastricht, Holanda

ANTAC VIII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC)

Salvador, BA

PCC.EPUSP/CIB CIB Symposium on Construction and Environment – Theory into practice

São Paulo, Brasil

ISIAQ 14 Healthy Buildings 2000 Espoo, Finlândia

2000

CIB W62 26th Water Supply & Drainage for Buildings Rio de Janeiro, Brasil

DAC/FEC/UNICAMP ENCAC Campinas, Brasil ANTAC II Encontro Nacional (ENECS) e I Encontro

Latino Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis (ELECS)

Canela, Brasil

PLEA15 XVIII International Conference on Passive and Low Energy Architecture

Florianópolis, Brasil

ASHRAE 16 IAQ 2001 São Francisco, EUA

IBPSA Brasil Building Simulation 2001 Rio de Janeiro, Brasil

2001

CIB W62 27th Water Supply & Drainage for Buildings 2001

Portoroz, Slovenia

Nações Unidas World Summit on Sustainable Development (Rio+10)

Johannesburg, África do Sul

Biggforsk/iiSBE/CIB Sustainable Building 2002 (SB02) Oslo, Noruega

IAIAS 17 Indoor air 2002 Monterey, EUA

2002

CIB W62 28th Water Supply and Drainage for Buildings

Iasi, Romania

2003 ANTAC III Encontro Nacional (ENECS) sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis

São Carlos, Brasil

13 International Building Performance Simulation Association

14 International Society of Indoor Air Quality and Climate

15 Passive and Low Energy Architecture

16 American Society of Heating, Refrigerating and Air -Conditioning Engineers

17 International Academy of Indoor Air Sciences

Page 41: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 10

Ano Organização Evento Local

Queensland Univ. / Salford Univ. / Carnegie Mellon Univ. CIB/Brisbane City council

International Conference on Smart & Sustainable Built Environment - SASBE

Brisbane, Austrália

PLEA XIX International Conference on Passive and Low Energy Architecture

Santiago, Chile

ISIAQ Healthy Buildings 2003 Singapura

IBPSA Building Simulation 2003 Eindhoven, Holanda

CIB W62 29th Water Supply and Drainage for Buildings

Ankara, Turquia

ANTAC/CIB/iiSBE ENTAC/claCS 04 (SB04 regional) São Paulo, Brasil 2004

ASHRAE IAQ 2004 Tampa, EUA 2005 CIB/iiSBE/OECD18/IEA19/UIA20 Sustainable Building 2005 (SB05) Tóquio, Japão

Particularmente sobre o desenvolvimento de metodologias de avaliação de edifícios,

merecem destaque, entre outros, os trabalhos listados na Tabela 3.

No âmbito da International Organization for Standardization (ISO), está sendo preparado

um conjunto de normas sobre construção sustentável (atualmente na forma de Committee

Drafts – CD ou Approved Work Item – AWI, de circulação restrita):

• ISO TC59/SC3/N503 (ISO CD 21932, 2002a) – Terminology.

• ISO TC59/SC3/N499 (ISO CD 21930, 2002b) – Environmental declaration of building products.

• ISO TC59/SC3/N469 (ISO AWI 21932, 2002c) – Sustainability indicators.

• ISO TC59/SC3/N459 (ISO AWI 15392, 2003a) – General Principles.

• ISO TC59/SC3/N501 (ISO CD 21931, 2003b) – Framework for assessment of environmental performance of buildings.

Dentre estes documentos, o único texto já consolidado refere-se à declaração ambiental de

produtos de construção (ISO CD 21930).

18 Organization for Economic Co-operation and Development.

19 International Energy Agency.

20 Union Internationale des Architectes .

Page 42: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 11

Tabela 3 - Iniciativas relacionadas ao desenvolvimento de metodologias de avaliação de edifícios.

País/região Instituição Iniciativa

Sustainable Technology / BHP (Steel) Research

LISA (LCA in Sustainable Architecture), software LCA

Department of Public Works and Services, da cidade de Sidney

LCAid, software de auxílio a projetistas

Austrália

Environment Australia (Department of the Environment and Heritage)

NABERS (National Australian Building Environment Rating Scheme)

US Green Building Council (USGBC) LEEDTM (Leadership in Energy and Environmental Design)

Estados Unidos

Administrações municipais e estaduais Greenbuilder (Austin, Texas) High Performance Building Guidelines (New York City, New York) Minnesota Sustainable Design Guide - MSDG (Estado de Minnesota)

Building Research Establishment (BRE), no Reino Unido

BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method)

Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB) e Universidade de Savoy, na França

ESCALE

Centre for Building Environment (CBE) do Royal Institute of Technology (KTH21), na Suécia

Environmental Status of Buildings e Eco-effect

Danish Building and Urban Research (BYogBIG22), na Dinamarca

BEAT 2002

Finnish Association of Building Owners and Construction Clients (RAKLI), na Finlândia

PromisE

Building Research Institute (NBI23), na Noruega

Eco-Profile

Europa

W/E consultants e Municipalidade de Rotterdam, Holanda

Rotterdams Puntensysteem

Environmental Research Group, da British Columbia University

BEPAC (Building Environmental Performance Assessment Criteria )

Canadá

National Resources Canada – NRCan CBIP, C-2000 e início do processo Green Building Challenge (GBC)

Japan Sustainability Building Consortium (JSBC)

CASBEE Japão

Building Research Institute BEAT (Building Environmental Assessment Tool)

Hong Kong, China

Centre of Environmental Technology, Ltd HK-BEAM

Na esfera nacional, pesquisas sobre a utilização de resíduos na construção civil, sobre

conservação de água e de energia, e sobre a minimização de perdas vêm sendo conduzidas

21 KTH - Kungl Tekniska Högskolan (http://www.kth.se).

22 Statens Byggeforskninginstitut.

23 Byggforsk (http://www.byggforsk.no).

Page 43: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 12

há bastante tempo e em números consideráveis. A Universidade Federal de Santa Catarina é

um centro consolidado de estudos em simulação computadorizada, eficiência energética e

conservação de energia em edificações. Ainda que enfrentando sérias dificuldades de

disponibilização de dados, estudos de ciclo de vida aplicados à construção civil têm sido

feitos na Universidade Estadual de Campinas, Universidade de São Paulo, Universidade

Federal do Rio Grande do Sul e Universidade de Pernambuco.

O Brasil formalizou a sua integração ao projeto Green Building Challenge com a

apresentação das intenções e estratégias do time brasileiro na conferência Sustainable

Buildings 2000. A estratégia para implementação da pesquisa em avaliação ambiental de

edifícios no Brasil centra-se no Programa Nacional de Avaliação de Impactos Ambientais

de Edifícios (BRAiE24), uma rede nacional de pesquisa que, após o delineamento inicial da

metodologia no estado de São Paulo, poderá ser gradualmente implementada em outras

regiões do país (SILVA et al., 2000a). Com recursos FAPESP, as atividades no âmbito do

Programa BRAiE foram a base inicial desta tese e, em linhas gerais, mostraram-se

fundamentais para:

§ acumular experiência nacional na coleta e tratamento das informações necessárias para sustentar a avaliação de edifícios;

§ identificar itens da agenda ambiental regional/local que sobrepõem-se ao corpo genérico de parâmetros de avaliação, em coerência com os princípios do projeto GBC;

§ estimar o impacto ambiental de edifícios de escritórios resultantes de práticas de construção vigentes nas cidades de Campinas e São Paulo. Este seria o ponto de partida para (1) definir desempenhos de referência regional e metas compatíveis com a realidade brasileira; (2) identificar as possibilidades mais efetivas para intervenção e (3) orientar o desenvolvimento de pesquisas subseqüentes dirigidas a outras tipologias de edificações.

1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE DE TRABALHO

A hipótese de trabalho sobre a qual se desenvolveu esta pesquisa é que importar métodos

estrangeiros existentes não é a melhor solução para avaliar edifícios de escritórios no

Brasil, e que um método de avaliação deve ser desenvolvido à luz das prioridades,

condições e limitações brasileiras.

24 Programa Nacional de Avaliação de Impactos Ambientais de Edifícios.

Page 44: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 13

1.4 OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é confirmar a hipótese formulada, e demonstrar que os

sistemas internacionais existentes para avaliação ambiental de edifícios de escritórios não

são adequados para aplicação no Brasil.

Caso este objetivo fosse alcançado, uma nova etapa de trabalho seria iniciada, dedicada a:

• propor diretrizes e reunir uma base metodológica para o desenvolvimento de um sistema nacional para avaliar e classificar o desempenho potencial de edifícios de escritórios, ao longo de seu ciclo de vida, em relação a metas de sustentabilidade.

• iniciar o desenvolvimento de um método neste trabalho de doutorado, e apontar a direção de desenvolvimentos futuros necessários para sua conclusão e implementação.

A tipologia edifícios comerciais, segmento escritórios foi selecionada por quatro razões

principais:

• No Brasil, os setores comercial25 e público respondem por cerca de 22,4% do consumo de eletricidade, segundo dados de 1998, publicados por LAMBERTS; WESTPHAL (2000). Nesta parcela, os edifícios de escritórios têm participação considerável, principalmente devido à reprodução de modelos arquitetônicos importados e inadequados ao clima brasileiro;

• devido ao alto custo de operação no longo prazo, o interesse por avaliações ambientais tende a ser potencializado no segmento de escritórios, em vista do grande apelo mercadológico que um possível bom desempenho tem sobre a valorização dos imóveis e facilidades;

• seus padrões de uso (número de ocupantes, atividades desenvolvidas etc) são mais facilmente identificáveis; e

• esta é a tipologia que conta com o maior número de métodos e resultados de avaliações, fundamentais para comparar e situar o desempenho dos edifícios brasileiros no panorama mundial.

1.5 METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho foram organizados em duas

etapas: verificação da veracidade da hipótese formulada (Etapa 1); e proposição de base

metodológica (Etapa 2).

25 A definição que inclui o segmento escritórios.

Page 45: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 14

1.5.1 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 1: VERIFICAÇÃO DA HIPÓTESE

1. Análise e discussão detalhada dos métodos existentes para avaliação ambiental de edifícios, segundo três questões metodológicas básicas:

• O que estes métodos avaliam?

• Como estes métodos avaliam o desempenho ambiental do edifício?

• Quanto é preciso atingir?

2. Realização de estudo exploratório, utilizando o método mais flexível dentre os sistemas existentes, para avaliação ambiental de edifícios de escritórios brasileiros;

3. Discussão da possibilidade e adequação de utilizar estes métodos no contexto brasileiro.

1.5.2 METODOLOGIA UTILIZADA NA ETAPA 2: PROPOSIÇÃO DE BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MODELO DE AVALIAÇÃO

1. Proposição de diretrizes para orientar o desenvolvimento de um método nacional de avaliação de edifícios;

2. Reunião de base metodológica para proposição de tratamento de dois pontos críticos: definição da estrutura de avaliação e do critério de ponderação;

a. levantamento de iniciativas para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade e das estruturas analíticas utilizadas para a sua organização, para definir uma proposta-base de agenda para construção civil brasileira, que seria uma das três balizas utilizadas na definição da estrutura de avaliação do modelo proposto, juntamente com as diretrizes para relato de sustentabilidade de organizações e com a análise da estrutura dos métodos de avaliação de edifícios existentes; e

b. discussão do processo de análise hierárquica (AHP 26) como alternativa para derivação do critério de ponderação.

3. Definição de um modelo preliminar de avaliação;

4. Submissão do modelo preliminar para consulta às partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo; e

5. Incorporação das sugestões pertinentes e delineamento de um método de avaliação.

1.6 ORGANIZAÇÃO DESTE TRABALHO

O desenvolvimento deste trabalho foi construído a partir dos blocos de etapas ilustrados na

Figura 2, que os associa aos capítulos correspondentes da tese.

26 Analytic Hierarchy Process (Processo de Análise Hierárquica).

Page 46: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 15

Figura 2 - Etapas de desenvolvimento desta pesquisa.

Análise do Ciclo de Vida (aplicada à avaliação

ambiental de edifícios)

Cap2

Levantamento e análise dos principais métodos

O que avaliam?

Como avaliam?

Quanto é preciso atingir?

Cap3

Seleção da tipologia de edifícios a avaliar

Avaliação dos edifícios selecionados utilizando um

método consolidado

Pesquisa inicial

Definição da amostra

Estudo exploratório

22

11

33 Cap4

Iniciativas no desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade e de estruturas analíticas para sua organização Ag 21 setorial brasileira, considerando outras agendas ambientais setoriais

Diretrizes e indicadores para avaliação de sustentabilidade de organizações

Estrutura dos métodos existentes

Como avaliar? Critério de ponderação

Cap5

O que avaliar?

Cap6

Consulta às partes interessadas

Proposição inicial do modelo de avaliação

44

Conclusões e proposição de continuidade 55

Revisão do modelo

Proposição de modelo de avaliação de sustentabilidade

Proposição de diretrizes e base metodológica

Page 47: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 1 - Introdução 16

A metodologia internacionalmente aceita para avaliação ambiental e comparação de

alternativas com base em impactos ambientais é a Análise do Ciclo de Vida (LCA). No

Capítulo 2 discutem-se as vantagens e limitações da aplicação da LCA em métodos de

avaliação ambiental de edifícios, e como o tema é tratado pelos métodos já implementados.

O Capítulo 3 traça um panorama do estado atual dos sistemas de avaliação ambiental de

edifícios, e detalha alguns dos principais sistemas existentes. A discussão metodológica

destes sistemas é conduzida com base em três questões básicas: “o que avaliar?”, “como

avaliar?”, “quanto atingir?”, posteriormente retomadas para estruturar a proposição de um

método nacional. Ainda neste capítulo, argumenta-se que a GBTool é um método que

merece um destaque especial: foi desenvolvido para facilitar ao máximo a aplicação do

método em diferentes países, seja para funcionar como instrumento para introdução de

conceito de construção sustentável ou para fornecer uma base para a derivação de métodos

nacionais próprios. Para explorar esta possibilidade, foram realizados estudos de casos

empregando a GBTool para avaliação de dois edifícios brasileiros. Esta experiência é

descrita detalhadamente no Capítulo 4 (estudo exploratório), que inclui o procedimento

adotado para a solução dos pontos críticos enfrentados e as limitações intrínsecas ao método

experimentado.

No Capítulo 5 propõem-se diretrizes para o desenvolvimento de um sistema de avaliação de

sustentabilidade de edifícios, e reúne-se uma base metodológica para a abordagem de dois

pontos metodológicos críticos: a definição da estrutura de avaliação e a derivação de um

critério de ponderação.

O Capítulo 6 descreve o modelo proposto para avaliação da sustentabilidade de edifícios de

escritórios, também apresentado de forma a responder às questões básicas levantadas

anteriormente (“o que avaliar?”, “como avaliar?”, “quanto atingir?”), e a estratégia de

implementação gradual com base em (1) cenários imediato e futuro (ideal), e (2) estrutura

de pontuação evolutiva.

O Capítulo 7 reúne as principais conclusões do trabalho e aponta as prioridades para

continuidade da pesquisa. As referências bibliográficas utilizadas no trabalho estão listadas

no Capítulo 8.

Page 48: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

2 ABORDAGEM DE CICLO DE VIDA NA AVALIAÇÃO DE EDIFÍCIOS

2.1 INTRODUÇÃO

Estudos e métodos para avaliação ambiental de edifícios têm sido especialmente derivados

dos procedimentos de avaliação dos impactos ambientais de processos ou produtos

industrializados. A metodologia aceita internacionalmente para esta finalidade é a Análise do

Ciclo de Vida (LCA1), originalmente definida pela SETAC 2 (1991) como sendo um

“processo para avaliar as implicações ambientais de um produto, processo ou atividade,

através da identificação e quantificação dos usos de energia e matéria e das emissões

ambientais; avaliar o impacto ambiental desses usos de energia e matéria e das emissões; e

identificar e avaliar oportunidades de realizar melhorias ambientais. A avaliação inclui

todo o ciclo de vida do produto, processo ou atividade, abrangendo a extração e o

processamento de matérias-primas; manufatura, transporte e distribuição; uso, reuso,

manutenção; reciclagem e disposição final (sic)”. Esta definição foi posteriormente

consolidada na série de normas ISO 14.0003, que teve a primeira versão draft lançada em

1996.

Em outras palavras, LCA é o procedimento de analisar formalmente a complexa interação de

um sistema – que pode ser um material, um componente ou um conjunto de componentes –

com o ambiente ao longo de todo o seu ciclo de vida, caracterizando o que tornou-se

conhecido como enfoque do “berço ao túmulo” (cradle-to-grave).

A LCA parte da premissa de que todos os estágios da vida de um produto geram impacto

ambiental e devem ser analisados (SETAC, 1991). Fica claro, portanto, que, de acordo com

sua profundidade e abrangência, a quantificação de todos os impactos envolvidos em um

sistema pode facilmente tornar-se complexa, cara e muito extensa, o que vem se mostrando

como a principal limitação do emprego dessa metodologia em sua forma mais pura

(BAUMANN;RYDBERG, 1994; BEETSTRA, 1996; JAQUES, 1998).

1 Acrônimo da expressão Life-Cycle Analysis.

2 SETAC - Society for Environmental Toxicology and Chemistry.

3 ISO 14.040 (1997)/14.043 (2000)- Environmental Management – Life Cycle Assessment.

Page 49: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 18

2.2 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DE LCA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Os principais objetivos de uma LCA são (1) retratar, da forma mais completa possível, as

interações entre o processo considerado e o ambiente; (2) contribuir para o entendimento da

natureza global e independente das conseqüências das atividades humanas sobre o ambiente

e (3) produzir informações objetivas que permitam identificar oportunidades para melhorias

ambientais (SETAC, 1991).

Genericamente, as LCAs podem ser aplicadas para (GUINÉE et al., 1993; HOBBS, 1996):

• Avaliação da adequação ambiental (uso eficiente de recursos e redução de emissões) de uma determinada tecnologia, processo ou produto;

• Identificação de possibilidades de melhoria de um processo ou produto;

• Comparação de alternativas tecnológicas, de processos ou produtos diferentes, porém destinados a uma mesma função;

• Geração de informações para os consumidores e o meio técnico que poderão (1) servir de base para rotulagem ambiental; (2) facilitar a introdução de um determinado produto no mercado ou, no extremo oposto, sustentar o seu banimento.

Especificamente na construção civil4, o conceito de análise do ciclo de vida tem sido

aplicado - direta ou indiretamente - em:

• avaliação de materiais de construção, para fins de melhorias de processo e produto ou informação a projetistas (inserção de dados ambientais sistematizados nos catálogos);

• rotulagem ambiental de produtos, uma iniciativa incipiente, mas que tem recebido investimento crescente;

• ferramentas computacionais de suporte a decisão5 e auxílio ao projeto, especializadas no uso de LCA para medir ou comparar o desempenho ambiental de materiais e componentes de construção civil, como o ECO QUANTUM (Holanda), ECO-PRO (Alemanha), EQUER e TEAMTM for Buildings (França), BEES6 (EUA), ATHENA (Canadá) e LCAid (Austrália);

• instrumentos de informação aos projetistas como The Green Building Digest, BRE ENVest e BRE Environmental Profile (UK); Environmental Choice (EUA); Environmental Preference Method (Holanda), Catálogo produzido pelo Politécnico de Milano (Itália); e

4 A partir das iniciativas do CIB, das Universidades de Leiden e Delft (Holanda); do BRE (UK), da ATEQUE e da ADEME

(França), da University of British Columbia/CANMET (Canadá); do IEA Annex 21 (Suíça) e do REGENER (Europa), entre outros centros e estudos colaborativos. Para informações detalhadas, consultar CIB/CSTB, 1997.

5 DSS – Decision Support Software.

6 Building for Environmental and Economic Sustainability.

Page 50: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 19

• esquemas de avaliação/certificação ambiental de edifícios (ver Capítulo 3).

2.3 ETAPAS DE UMA LCA

De acordo com a ISO 14.040 (ISO, 1996), a metodologia típica de análise do ciclo de vida

compreende quatro etapas (Figura 1). A primeira etapa, ou definição do escopo (1),

estabelece o objetivo do estudo, sua abrangência e profundidade (limites do sistema). Na

construção do inventário do ciclo de vida - LCI (2), estuda-se os fluxos de energia e

materiais para a identificação e quantificação dos inputs (consumo de recursos naturais) e

outputs (emissões para o ar, água e solo) ambientais associados a um produto durante todo o

seu ciclo de vida (life-cycle inventory - LCI). Na avaliação do impacto (3), esses fluxos de

recursos e emissões são caracterizados segundo uma série definida de indicadores de

impacto ambiental, geralmente: energia incorporada, emissões, consumo de recursos,

potencial para reciclagem e toxicidade. Por exemplo: a etapa de avaliação de impactos

relaciona a emissão de CO2, um fluxo, ao aquecimento global, um impacto. A etapa final,

interpretação dos dados (4), confronta os impactos resultantes com as metas propostas na

Etapa 1.

Figura 1 – Etapas de uma análise do ciclo de vida segundo a ISO 14.040 (ISO, 1996).

Construção inventário

Page 51: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 20

2.3.1 DEFINIÇÃO DO ESCOPO: OBJETIVOS, UNIDADE FUNCIONAL E LIMITES DO SISTEMA

A definição do escopo da LCA envolve o estabelecimento de limites tecnológico, geográfico

e de horizonte de tempo necessários para garantir que a análise do sistema de produto em

estudo atingirá o objetivo proposto para a avaliação (GUINÉE et al., 1993; SETAC, 1993;

SHEN, 1995).

O tipo de aplicação pretendida influencia a natureza e a seqüência de decisões a serem

tomadas ao longo do processo. Esta se destina à melhoria de um produto ou processo; ao

projeto de um novo produto; à capacitação para um selo ambiental; à publicação de

informação sobre um produto ou à exclusão ou inclusão de um certo item no mercado?

Em cada uma dessas aplicações, algum tipo de comparação está sendo feito (GUINÉE et al.,

1993), isto é: antes e após um redesenho de processo; comparação entre diferentes

alternativas para o projeto de um novo produto ou alternativas diferentes destinadas a uma

mesma aplicação. A definição da unidade de comparação (unidade funcional) torna-se,

então, um outro ponto-chave dessa etapa.

A unidade funcional é definida de forma que os produtos analisados sejam substitutos

perfeitos uns dos outros para uma função específica (LIPPIATT, 1998). Assim, compara-se

1 m2 de parede acabada de gesso acartonado com 1 m2 de parede acabada de alvenaria, por

exemplo, e não 1 bloco (cerâmico ou de concreto) com 1 painel de gesso.

O processo de produção de um item genérico envolve várias unidades de processo que, por

sua vez, podem compreender diversos fluxos de inventário. Como todas as fases são

expressas por variáveis de entrada e saída do processo, o número de fluxos a serem incluídos

no inventário pode multiplicar-se rapidamente e determina a exclusão de fases que não

gerem impactos significativos no processo. Analogamente, a coleta de dados durante a

construção do inventário deve-se restringir aos fluxos que serão efetivamente utilizados na

avaliação dos impactos.

2.3.2 CONSTRUÇÃO DO INVENTÁRIO

Na construção do inventário quantifica-se o uso de recursos (energia e matérias-primas) e as

cargas ambientais (emissões atmosféricas, efluentes e resíduos sólidos) geradas ao longo do

ciclo de vida inteiro de um produto, embalagem, processo, material ou atividade (USEPA

apud SHEN, 1995).

Page 52: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 21

Nesta etapa, a partir do objetivo e dos limites de sistema definidos para a análise, procede-se

uma coleta intensiva de dados, gerando planilhas que calculam e apresentam os fluxos de

uso total de energia e recursos e liberação de emissões pelo sistema (SETAC, 1991;

GUINÉE et al., 1993).

O ciclo de vida pode ser entendido e representado como uma árvore de processos (Figura 2),

em que cada caixa representa um processo, com fluxos de entrada e saída ambientais

definidos. A partir da montagem da árvore de processos e de informações sobre cada

processo é possível construir o inventário de todos os fluxos ambientais de entrada e saída

associados a um determinado sistema. O resultado é a chamada planilha de impactos

(Tabela 1), em que cada impacto é expresso como uma quantidade particular de determinada

substância (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).

Figura 2 – Representação do ciclo de vida de um produto como uma árvore de

processos.

Tabela 1 - Trecho da planilha de impactos ambientais resultantes da produção de 1 kg de polietileno e 1 kg de vidro (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001). A planilha completa conteria 34 linhas.

Emissões Polietileno Vidro Unid. CO2 1,792 0,4904 kg

NOx 1,091 x10-3 1,586 x10-3 kg SO2 987,0 x10-6 2,652 x10-3 kg

CO 670,0 x10-6 57,00 x10-6 kg ... ... ... ... ... ... ... ...

2.3.3 AVALIAÇÃO DO IMPACTO

A avaliação global do impacto tem por objetivo avaliar os efeitos ambientais (riscos e

impactos) associados aos fluxos detectados para o sistema durante a análise de inventário.

Produto A

Page 53: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 22

Os impactos potenciais sobre ecossistemas, saúde humana e recursos naturais são

classificados, caracterizados e valorados sistematicamente (SHEN, 1995).

A planilha de impactos é o resultado mais objetivo de uma LCA, mas a simples análise de

uma lista de substâncias não pode fornecer uma resposta imediata quanto a um produto ser

mais ou menos agressivo ao ambiente que outro. Para facilitar a interpretação de dados, vêm

sendo pesquisados métodos de avaliação de impacto (LCIA7), como EPS8, Ecopoints9 e Eco-

indicator10, desenvolvidos respectivamente na Suécia, na Suíça e na Holanda.

Em linhas gerais, o cálculo dos efeitos ambientais passa por três estágios: (1) classificação e

caracterização; (2) normalização, e (3) avaliação ou valoração.

2.3.3.1 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO

Na etapa de classificação, todas as substâncias são organizadas e separadas em classes (ou

categorias) de impacto, conforme o efeito que provocam sobre o ambiente. O resultado

desta etapa é o perfil ambiental do sistema segundo sua contribuição para esgotamento de

recursos, aquecimento global, dano à camada de ozônio, acidificação, toxicidade,

eutroficação, e outras classes de impacto. Este processo pode ser quantitativo e/ou

qualitativo, já que alguns efeitos ambientais são de difícil quantificação, como alteração de

habitats naturais e poluição sonora (USEPA; apud SHEN, 1995). Naturalmente, algumas

substâncias podem aparecer em mais de uma classe, como o NOx, por exemplo, que é um

indicador tanto de toxicidade, quanto de acidificação e eutroficação (PRÉ CONSULTANTS

INC, 2001).

A caracterização é a ponderação das substâncias, dentro de cada classe, para indicar a

intensidade de seus efeitos. As emissões são multiplicadas por pesos antes de se efetuar as

somas por classe (agregação). O resultado da caracterização é a pontuação de efeitos, como

o exemplo mostrado na Tabela 2 .

7 Acrônimo da expressão Life-Cycle Impact Assessment.

8 Acrônimo da expressão Environmental Priority Strategy. Neste método, calcula-se a cadeia completa de causa e efeito

de cada impacto sobre equivalente humano. 9 Este método baseia-se no princípio da distância até o alvo, onde a distância entre o nível atual de um impacto e o nível-

alvo indica a gravidade da contribuição de uma determinada emissão.

10 A pontuação fornecida pelo Eco-indicator 99 baseia-se na metodologia de avaliação de impactos que transforma os

dados da planilha de inventário em pontuações de dano que, de acordo com as necessidades e escolha do usuário, podem ser agregadas em pontuações de dano para cada uma das 3 categorias de dano ou em uma pontuação única.

Page 54: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 23

Tabela 2 – Exemplo de caracterização: trecho da planilha de impactos da produção de 1 kg de polietileno (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).

Emissões Quantidade (kg) Aquecimento global

Dano à camada de ozônio

Toxicidade ao homem

Acidificação

CO2 1,792 x1.0 - - - NOx 1,091 x10-3 - - x 0,78 x 0.7

SO2 987,0 x10-6 - - x 1,2 x 1.0 CO 670,0 x10-6 - - x 0,012 -

Pontuação de Efeitos 1,792 0 0,00204 0,0017

A pontuação de efeitos também pode ser representada como um gráfico de colunas (Figura

3) que permite comparar efeitos de diferentes produtos para atender a uma mesma

finalidade. Neste caso, o maior valor calculado para cada efeito é definido como 100%, de

forma que apenas são possíveis comparações efeito a efeito.

Figura 3 – Caracterização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (polietileno de baixa densidade). Outras classes não são mostradas no gráfico, como pesticidas, uso de energia e disposição de resíduos sólidos (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).

Quando todos os efeitos de um produto são maiores que os de outro, é fácil notar qual deles

é o mais agressivo ao ambiente. No entanto, é muito mais comum que um produto apresente

pontuação maior em determinadas classes e menor em outras. Nesse caso, a interpretação

dos dados é função de dois fatores (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001):

(1) normalização, que indica o tamanho de cada efeito em relação aos demais, isto é: se o impacto correspondente a 100% de acidificação (na Figura 3, por exemplo), representa um valor extremamente alto ou desprezível; e

(2) avaliação, que indica a importância relativa associada a cada efeito ambiental, e permite agregá-los para obter um indicador do impacto.

ciclo de vida saco PEBD

aquec. global acidif. met. pesados nev. inverno dano cam. ozônio. eutroficação carcinógenos nevoeiro verão

ciclo de vida saco papel

Page 55: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 24

2.3.3.2 NORMALIZAÇÃO

Na normalização, cada efeito calculado é confrontado com o valor total conhecido para

aquela classe de impacto. O Eco-indicator 99, por exemplo, procede a normalização com

base nos efeitos causados por um cidadão europeu médio ao longo de um ano (PRÉ

CONSULTANTS INC, 2001). O BRE utiliza metodologia semelhante, ao normalizar em

relação aos efeitos causados por um cidadão médio do Reino Unido ao longo de um ano

(UK Ecopoints) (DICKIE;HOWARD, 2000).

Após a normalização, é possível observar a contribuição relativa do sistema aos níveis

existentes de determinados efeitos (Figura 4). Este procedimento fornece uma noção do

panorama geral do impacto causado pelo sistema, já que, até a etapa de caracterização, só é

possível comparar os efeitos individualmente.

Figura 4 – Normalização dos ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD (dados fictícios). Neste exemplo, a normalização evidencia contribuições relativamente altas para aquecimento global, ecotoxicidade (acidificação, eutroficação), toxicidade ao homem (metais pesados, carcinógenos) e formação de nevoeiros (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).

2.3.3.3 AVALIAÇÃO (OU VALORAÇÃO) DE PONTUAÇÃO NORMALIZADA

Apesar de a normalização facilitar a visualização dos resultados, ainda não permite que se

faça um julgamento final, pois, até então, os diferentes efeitos ambientais são considerados

como de igual importância. Cabe à avaliação (também chamada valoração) atribuir pesos à

ciclo de vida saco PEBD ciclo de vida saco papel

aquec. global acidif. met. pesados nev. inverno dano cam. ozônio. eutroficação carcinógenos nev. verão

Page 56: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 25

pontuação normalizada, de modo a representar a importância relativa de cada efeito (Figura

5).

Figura 5 – Valoração de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD normalizados (dados fictícios), evidenciando a significância dos efeitos de ecotoxicidade (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).

Após esta ponderação, o tamanho das colunas passará a, de fato, representar a gravidade de

cada efeito, permitindo que elas sejam somadas para se chegar a um resultado final

(indicador), como mostra a Figura 6.

Figura 6 – Indicador de ciclos de vida de sacos de papel e de PEBD. A preferência por sacos de papel torna-se evidente (PRÉ CONSULTANTS INC, 2001).

Surgem, então, questões importantes quanto ao modelo ideal para a conversão dos efeitos

ambientais em impactos e, principalmente, quanto aos critérios de valoração e comparação

ciclo vida saco LDPE ciclo de vida saco papel

aquec. global acidificação. met. pesados nev. inverno dano cam. ozônio. eutroficação carcinógenos nevoeiro verão

ciclo de vida saco PEBD ciclo de vida saco papel

aquecimento global

acidificação

metais pesados

nevoeiro inverno

dano cam. ozônio.

eutroficação

carcinógeno

nevoeiro de verão

Page 57: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 26

das diferentes categorias de impactos entre si11, estágio de caráter notavelmente subjetivo,

que depende de valores sociais, culturais, éticos e políticos específicos (SETAC, 1993;

USEPA apud SHEN, 1995; LIPPIATT, 1998). Por esta razão, a análise de impactos é a

etapa mais complexa da LCA (BAUMANN, 1994; BEETSTRA, 1996).

2.3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DAS MELHORIAS

A interpretação de dados segue em paralelo a todas as etapas anteriormente citadas,

provendo a retroalimentação do processo (Figura 1). Tanto a série ISO 14.00012, quanto a

BS 775013 (1994) ou os EMAS 14 exigem a melhoria contínua dos sistemas de gestão

ambiental, o que, a exemplo do que faz a série ISO 9000 para os sistemas da qualidade,

pressupõe uma etapa de análise de melhorias.

Tratada como etapa à parte no SETAC LCA Code of Practice15 (SETAC, 1993), a análise de

melhorias procura avaliar sistematicamente a necessidade e oportunidades para reduzir o

dano ambiental associado à forma de apropriação e uso de energia e recursos naturais e

liberação de emissões ao longo do ciclo de vida do produto, processo ou atividade (SHEN,

1995).

A análise global da dimensão ambiental do sistema procura responder às questões

formuladas no escopo da análise do ciclo de vida, sendo que a informação analítica de uma

fase complementa as fases seguintes. A interpretação do inventário de fluxos (análise de

impactos) permite averiguar as atividades/fases com maior ou menor impacto ambiental. A

análise de melhorias, por sua vez, procura identificar as oportunidades para reduzir

emissões e uso de recursos, e propor alternativas para a diminuição dos impactos negativos

identificados. À análise de melhorias cabe, ainda, assegurar que as estratégias de redução

11 Como decidir o que é pior entre destruição de habitats naturais, chuva ácida e efeito estufa, por exemplo?

12 ISO 14.001 e 14.004 (Environmental Management Systems). As demais normas da série são: ISO 14.010/12 - Guidelines

for environmental auditing; 14.020/25 – Environmental labels and declarations ; 14.031/32 – Environmental performance evaluation; 14.040/49 – Life-cycle assessment; 14.050 – Vocabulary; 14.061 – Information on use of ISO 14.041 and 14.044).

13 BS 7.750/1994. Specification for environmental management systems. (Substituída em 1997 pela norma BSEN ISO

14001). 14

European Community Eco-Management & Audit Scheme. Este esquema foi estabelecido em 1993 pela EC Regulation 1836 e entrou em operação em abril de 1995.

15 Em abordagem ligeiramente mais detalhada que a da ISO, o Code of Practice da SETAC recomenda que a LCA seja

dividida em 5 estágios: planejamento, ajuste e execução preliminar (screening), coleção e tratamento de dados (LCI), avaliação e análise de melhorias (SETAC, 1993).

Page 58: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 27

potencial e os programas de melhoria não produzam novos impactos sobre o meio e a saúde

humana que não tenham sido corretamente considerados (VIGON et al. apud SHEN, 1995).

2.4 LIMITAÇÕES INTRÍNSECAS À LCA

As decisões sobre seleção de materiais, sistemas, tecnologias e posturas estratégicas

empresariais devem ser confirmadas por evidência científica suficiente para mostrar que

uma determinada solução é, sob a perspectiva ambiental, a mais indicada para um contexto

específico. É neste ponto que a LCA pretende chegar após considerar as opções disponíveis

e racionalizar os dados coletados, o que conseqüentemente a torna uma ferramenta valiosa

para orientar a tomada de decisões.

Apesar de ser, consensualmente, a forma mais adequada para reunir sistematicamente tais

informações, no estado atual de conhecimento da metodologia, o analista depara-se

freqüentemente com qualidade e quantidade insuficiente de dados que o impede de chegar a

uma resposta clara e irrefutável. Como resultado, temos supersimplificações que

empalidecem o rigor científico da análise e, muitas vezes, a destituem de significado.

Focalizando especificamente a construção civil, os estudos do início da década de 90

dedicaram-se à uniformização e refinamento da metodologia para adaptá- la às

particularidades dos materiais e sistemas de construção. Uma outra frente importante de

pesquisa desenvolve-se em paralelo, destinada à produção de bases de dados confiáveis e

mais extensas para alimentar as análises. As pesquisas da segunda metade desta década

vêm-se concentrando no desenvolvimento de métodos práticos de avaliação e,

principalmente, de ferramentas de trabalho que possibilitem a real inserção dos parâmetros

ambientais como complemento aos parâmetros decisórios tradicionalmente utilizados pelos

profissionais do setor.

A metodologia para análise do inventário é considerada como bem definida e entendida pelo

meio técnico, estando as principais barreiras concentradas na dificuldade de aquisição de

dados confiáve is e em procedimentos específicos, particularmente a caracterização e a

valoração de impactos. No entanto, por limitar-se a aspectos que possam ser quantificados, a

contabilidade analítica de um produto (ou processo) feita em uma LCA acaba representando,

em certos casos, apenas uma descrição parcial dos impactos ambientais do sistema.

A experiência internacional tem demonstrado que a quantificação de fluxos ao longo do

ciclo de vida de produtos ainda não se tornou a ferramenta de auxílio de tomada de decisões

Page 59: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 28

que se desejaria. Isto pode ser atribuído a alguns aspectos–chave que, em maior ou menor

grau, permanecem insolutos, entre eles:

• a qualidade e disponibilidade de fontes de dados - o que torna-se especialmente delicado se a análise do processo exigir a ampliação dos limites do sistema;

• limitações de custo;

• falta de uma unidade para comparação dos impactos - a comparação de diferentes categorias ambientais é bastante difícil e estabelecer uma hierarquia entre os efeitos é um procedimento essencialmente subjetivo, que varia com uma agenda ambiental específica e definida caso a caso;

• incapacidade para quantificar determinados impactos, como no caso da valoração de questões como a vida humana versus certos danos ambientais, por exemplo;

• procedimentos de alocação de impactos no caso de co-produtos, produtos com teor reciclável; e de gerenciamento de resíduos.

Estas limitações estão igualmente presentes quando se estende a LCA para a avaliação

ambiental de edifícios.

2.5 APLICAÇÃO DE LCA EM AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS

Apesar de ser um procedimento complexo e, freqüentemente, longo, a análise do ciclo de

vida adiciona uma dimensão científica à discussão ambiental e tem recebido investimento

crescente em pesquisa na construção civil (BALDWIN et al., 1998; JAQUES, 1998;

SILVA;SILVA, 2000). No que tange à avaliação ambiental de edifícios, esta abordagem

substitui os estudos estritamente concentrados nos aspectos de uso de energia que

prevaleceram após a crise do petróleo no início dos anos 70, e acrescenta outras facetas

importantes ao enfatizar que aspectos como a energia incorporada aos materiais e o volume

de resíduos gerados nas atividades de construção e demolição já não podem ser

negligenciados.

Uma meta perseguida por todos os esquemas de avaliação existent es é a minimização da

subjetividade da avaliação. A análise do ciclo de vida procura atingir o mesmo objetivo, isto

é retratar objetivamente um determinado produto em termos de fluxos de entrada (consumo

de recursos) e saída (emissões e resíduos) de um sistema, minimizando a interferência de

decisões subjetivas dos analistas.

Uma segunda virtude importante da LCA é lançar uma visão holística sobre o processo

global de produção e utilização e partir do princípio de que todas as suas fases geram

impactos sobre o ambiente e, portanto, devem ser consideradas. Estender este conceito para

Page 60: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 29

avaliar o desempenho ambiental de um edifício significa gerar informações quanto aos

fluxos de recursos e emissões definidos pela implantação e orientação; processo de

construção; seleção de materiais (uso de recursos, produção e transporte envolvidos);

flexibilidade de projeto; planejamento da operação e gerenciamento de resíduos de

construção e demolição (Figura 7).

Figura 7 - Ciclo de vida de um edifício genérico.

No entanto, neste momento, a aplicação direta de LCA – tal como desenvolvida para

produtos industrializados – à avaliação de edifícios no Brasil mostra-se, na realidade,

complexa, impraticável e insuficiente.

Complexa, porque os edifícios são compostos por inúmeros produtos, cada qual com uma

árvore de processos própria. Mais ainda, a sua construção envolve diversos agentes. Esses

fatores não inviabilizam o emprego de LCA, mas aumentam expressivamente a quantidade

de informações envolvida e a dificuldade em obtê-las.

Impraticável, no caso brasileiro, porque ainda não existem dados confiáveis de LCA de

materiais de construção nacionais, salvo os dados de cimento publicados por CARVALHO

(2002). No momento, os únicos recursos disponíveis são bases de dados estrangeiras. Este é

um cenário que está mudando, porém muito lentamente.

A natureza da metodologia de LCA deixa explícito que as bases de dados estrangeiras - como as do SimaPro, que conta com base de dados própria (holandesa) e add-ons de dados americanos (Franklin Database) e holandeses

Recursos

Resíduos

Page 61: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 30

(IVAM16 database, específica para materiais de construção); GaBi (alemã) e TEAM (francesa), ambas com dados europeus - são válidas exclusivamente dentro dos limites geográficos em que foram coletadas17.

Naturalmente, os processos de obtenção de muitos materiais e produtos de construção estrangeiros guardam semelhanças com aqueles produzidos no Brasil, mas (1) processos-chave (como o de produção de cimento) têm características muito diferentes e (2) a tradição e as práticas construtivas estrangeiras simplesmente não cobrem dados sobre componentes fundamentais na construção brasileira (como componentes cerâmicos para vedação, por exemplo).

Algumas ferramentas de suporte à decisão como o BEES (EUA) e o ATHENA (Canadá), citadas no item 2.2, embutem suas próprias bases de dados, mas também não podem ser utilizadas no Brasil, porque elas (1) são personalizadas para seus países de origem e, conseqüentemente, não incluem materiais e soluções construtivas que são típicos e fundamentais na construção brasileira (como vedações em alvenaria com revestimento em argamassa, por exemplo); e (2) não são editáveis para permitir que o usuário os inclua manualmente.

Na falta de dados nacionais, estas bases até podem ser utilizadas como ponto de partida, desde que fique claro que (1) trata-se de dados estrangeiros que não necessariamente refletem processos e condições utilizadas no Brasil, mas podem dar uma noção da magnitude dos impactos; e (2) estas entradas de dados serão oportunamente substituídas, na medida em que forem coletados e tratados os dados nacionais correspondentes.

Insuficiente, porque (1) apenas uma parte do desempenho ambiental do edifício pode ser

descrita estritamente através de fluxos de matéria. Este é o caso exclusivo das categorias uso

de recursos e cargas ambientais (Figura 8). A etapa de utilização do edifício também

compreende a descrição dos efeitos ambientais através de fluxos de recursos e emissões,

mas não pode ser descrita unicamente através deles, uma vez que inclui aspectos

particulares, como qualidade do ambiente interno18 (IEQ), por exemplo, cuja avaliação

compreende efeitos sobre os ocupantes e suas percepções (Figura 9); e (2) as avaliações de

edifícios, especialmente em países em desenvolvimento, devem abranger não só seus

impactos ambientais, mas também os impactos sociais e econômicos (Figura 8).

16 IVAM Environmental Research é uma agência de pesquisa, afiliada à Universidade de Amsterdam, que atua nas áreas

de construção sustentável, energia, gerenciamento de cadeia, qualidade de vida e produção mais limpa. 17

O mesmo se aplica às ferramentas LCA estrangeiras desenvolvidas para os profissionais de construção, como o BEES, para comparação entre produtos, com base em dados próprios, não publicados e válidos para os EUA; o ATHENA, para comparação de sistemas construtivos ou edifícios completos, com base em dados canadenses publicados; o ENVEST, para análise de edifícios completos, com base em dados do reino Unido, sumarizado em ecopoints; e o EcoQuantum, que contém base holandesa, para análise de edifícios completos residenciais.

18 Especificamente sobre LCA aplicada a avaliação de clima interno, ver JÖNSSON (2000).

Page 62: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 31

Figura 8 - Inserção conceitual da LCA em avaliação da sustentabilidade de edifícios.

Figura 9 – Esquema dos fluxos ambientais ao longo do ciclo de vida de um edifício.19

19 RCD é o acrônimo para Resíduos de Construção e Demolição.

IEQ contexto durabilidade qualidade dos serviços entre outros

Avaliação econômica

Avaliação Social

Avaliação da Sustentabilidade

Avaliação Ambiental

uso recursos cargas ambientais

LCA

Preparação do terreno

Construção

Uso e manutenção

Demolição reuso/reciclagem

ENTRADAS ETAPA Ciclo de Vida

SAÍDAS

Energia, água, componentes e materiais

Energia, água e materiais (operação, manutenção e

reforma)

Energia

Solo, energia (limpeza, movimento de

terra)

CO2, poeira, ruído, RCD18

CO2, resíduos, esgoto efeitos ambiente interno

(asma, síndrome de edifícios doentes)

efeitos vizinhança

CO2, poeira, ruído, RCD

CO2, poeira, ruído perda de vegetação perda de habitats

Page 63: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 2 – Abordagem de ciclo de vida na avaliação de edifícios 32

2.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

A aplicação direta de LCA em avaliação de edifícios no Brasil é, neste momento, complexa,

impraticável e insuficiente. As limitações são claras, mas há vantagens concretas e, por esta

razão, todos os métodos de avaliação tentam de alguma maneira incorporar seus conceitos,

explicita- ou implicitamente, como será evidenciado no Capítulo 3. Havendo consciência

destas limitações atuais, o emprego de fundamentos e, principalmente, de dados confiáveis

de LCA abre, por outro lado, uma perspectiva holística para análise do processo de

produção, utilização e modificação do ambiente construído e pode dar sua contribuição na

minimização de subjetividade da avaliação ambiental de edifícios.

Como resultado das dificuldades práticas de utilização de LCA, a maioria dos métodos de

avaliação de edifícios não a emprega como ferramenta de apoio à atribuição de créditos

ambientais relacionados ao uso de materiais. Mais comum é extrair da LCA o conceito de

ciclo de vida e utilizá-lo para aumentar a abrangência da avaliação do edifício, ainda que a

maioria deles utilize o conceito de “berço ao sítio” (cradle-to-site) em vez de “berço ao

túmulo”, conceito-base da LCA. Por “berço ao sítio”, entende-se que são considerados

apenas os impactos até a etapa de uso/ocupação do edifício. Quanto aos estágios posteriores

(desmontagem/demolição, encaminhamento para reciclagem e reuso), de modo geral, ainda

faltam estudos que permitam ir além de itens genéricos, como projeto para adaptabilidade e

demolição; e uso de materiais biodegradáveis, recicláveis e reutilizáveis.

É consenso, no entanto, que mesmo diante das dificuldades apontadas, a LCA é a única

abordagem disponível para comparar científica e conclusivamente os impactos ambientais.

A construção de inventários de materiais e componentes de construção é, portanto, uma

tarefa necessária e que deve ser iniciada de forma consistente no Brasil o mais breve

possível.

O próximo Capítulo traça um panorama do estado atual dos sistemas de avaliação ambiental

de edifícios. A discussão metodológica de alguns dos principais sistemas existentes é

conduzida com base em três questões básicas: “o que avaliar?”, “como avaliar?”, “quanto

atingir?”.

Page 64: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

3 SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS: ESTADO ATUAL E DISCUSSÃO METODOLÓGICA

3.1 INTRODUÇÃO

A crise do petróleo nos anos 70 desencadeou o desenvolvimento de diversas iniciativas

focadas na avaliação - e maximização - da eficiência energética de edifícios. O surgimento e

difusão dos conceitos de projeto ecológico (green design) foi uma das mais importantes

respostas do meio técnico à generalização da conscientização ambiental na década de 90.

Originalmente desenvolvido na esfera de avaliação de impactos de produtos, o conceito de

análise do ciclo de vida, apresentado no Capítulo 2, forneceu a base conceitual para o

desenvolvimento das metodologias para avaliação ambiental de edifícios que surgiram na

década de 90 na Europa, nos EUA e no Canadá, como parte das estratégias para o

cumprimento de metas ambientais locais estabelecidas a partir da UNCED do Rio de

Janeiro. Todos estes métodos partilhavam o objetivo de encorajar a demanda do mercado

por níveis superiores de desempenho ambiental, provendo avaliações ora detalhadas, para o

diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no estoque construído, ora

simplificadas, para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos ambientais para

edifícios (SILVA, 2000).

A expressão Green Building1 foi então cunhada para englobar todas as iniciativas dedicadas

à criação de construções mais duráveis; que utilizem recursos de maneira eficiente, que

sejam confortáveis e adaptem-se às mudanças nas necessidades dos usuários; e que possam

ser desmontadas para aumentar a vida útil dos componentes através de sua reutilização ou

reciclagem.

O primeiro sinal da necessidade de se avaliar o desempenho ambiental de edifícios veio

exatamente com a constatação que, mesmo os países que acreditavam dominar os conceitos

de projeto ecológico, não possuíam meios para verificar quão "verdes" eram de fato os seus

edifícios. Como seria comprovado mais tarde, edifícios projetados para sintetizar os

1 Freqüentemente utilizada erroneamente em alternância com a expressão Sustainable Building. O termo green refere-se

exclusivamente à dimensão ecológica (ou sustentabilidade ambiental) da construção sustentável , que é um conceito mais abrangente, que contempla ainda as dimensões social e econômica.

Page 65: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 34

conceitos de construção ecológica freqüentemente consumiam ainda mais energia que

aqueles resultantes de práticas comuns de projeto e construção.

O segundo grande impulso no crescimento de interesse pela avaliação ambiental de edifícios

veio com o consenso entre pesquisadores e agências governamentais quanto à classificação

de desempenho atrelada aos sistemas de certificação ser um dos métodos mais eficientes

para elevar o nível de desempenho ambiental tanto do estoque construído quanto de novas

edificações.

A experiência tem demonstrado que os saltos nos níveis mínimos de desempenho aceitáveis

dependem necessariamente de alterações nas demandas do mercado, sejam elas voluntárias

ou originadas de exigências normativas. Especificamente sobre o desempenho ambiental,

acredita-se que estas alterações não serão possíveis até que os empreendedores da

construção civil e os usuários dos edifícios tenham acesso a métodos relativamente simples

que lhes permita identificar aqueles edifícios com melhor desempenho (NRCan/CANMET,

1998).

Sob este aspecto, o alcance das exigências normativas é limitado à garantia de um

desempenho mínimo, não havendo incentivo para procurar atender a patamares superiores.

Os sistemas de adoção voluntária, por outro lado, pretendem que o próprio mercado

impulsione a elevação do padrão ambiental, seja por comprometimento ambiental ou por

questão de competitividade e diferenciação mercadológica.

3.2 PRINCIPAIS INICIATIVAS E ESTADO ATUAL

Atualmente, praticamente cada país europeu - além de Estados Unidos, Canadá, Austrália,

Japão e Hong Kong - possui um sistema de avaliação e classificação de desempenho

ambiental de edifícios (Tabela 1).

As circunstâncias contextuais que resultaram em sua criação variam, assim como as

aplicações pretendidas para estes sistemas, que vão desde ferramentas de apoio ao projeto

até ferramentas de avaliação pós-ocupação. A grande maioria dos sistemas adequa-se melhor

à avaliação de edifícios novos ou projetos, trabalhando no plano do desempenho potencial,

sendo raros os exemplos de sistemas neste segundo caso. Poucos sistemas distinguem

claramente entre o desempenho ambiental com base em propriedades inerentes ao edifício

(desempenho potencial) e o desempenho real do edifício em operação (ZIMMERMANN et

al., 2002).

Page 66: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 35

Tabela 1 - Principais sistemas existentes para avaliação ambiental de edifícios.

País Sistema Comentários

BREEAM (BRE Environmental Assessment Method)

Sistema com base em critérios e benchmarks, para várias tipologias de edifícios. Um terço dos itens avaliados são parte de um bloco opcional de avaliação de gestão e operação para edifícios em uso. Os créditos são ponderados para gerar um índice de desempenho ambiental do edifício. O sistema é atualizado regularmente (a cada 3-5 anos) (BALDWIN et al., 1998).

Reino Unido

PROBE (Post-occupancy Review of Building Engineering)

Projeto de pesquisa para melhorar a retro-alimentação sobre desempenho de edifícios, através de avaliações pós-ocupação (com base em entrevistas técnicas e com os usuários) e de método publicado de avaliação e relato de energia (COHEN et al., 2001).

LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)

Inspirado no BREEAM. Sistema com base em critérios e benchmarks. O sistema é atualizado regularmente (a cada 3-5 anos) e versões para outras tipologias estão em estágio piloto. Na versão para edifícios existentes, a linguagem ou as normas de referência foram modificados para refletir a etapa de operação do edifício (USGBC, 2001).

Estados Unidos

MSDG (Minnesota Sustainable Design Guide)

Sistema com base em critérios (emprego de estratégias de projeto ambientalmente responsável). Ferramenta de auxílio ao projeto (CARMODY et al. 2000).

Internacional GBC (Green Building Challenge)

Sistema com base em critérios e benchmarks hierárquicos. Ponderação ajustável ao contexto de avaliação (COLE;LARSSON, 2000).

Hong Kong HK-BEAM (Hong Kong Building Environmental Assessment Method)

Adaptação do BREEAM 93 para Hong Kong, em versões para edifícios de escritórios novos (CET, 1999a) ou em uso (CET, 1999b) e residenciais (CET, 1999c). Não pondera.

Alemanha EPIQR Avaliação de edifícios existentes para fins de melhoria ou reparo (LÜTZKENDORF, 2002)

EcoEffect Método de LCA para calcular e avaliar cargas ambientais causadas por um edifício ao longo de uma vida útil assumida. Avalia uso de energia, uso de materiais, ambiente interno, ambiente externo e custos ao longo do ciclo de vida (LCC2). A avaliação de uso de energia e de uso de materiais é feita com base em LCA; enquanto a avaliação de ambiente interno e de ambiente externo é feita com base em critérios. Um software de apoio, no momento com base de dados limitada, foi desenvolvido para cálculo dos impactos ambientais e para apresentação dos resultados (GLAUMANN, 1999)

Suécia

Environmental Status of Buildings

Sistema com base em critérios e benchmarks, modificado segundo as necessidades dos membros. Sem LCA ou ponderação

2 Life-cycle cost analysis.

Page 67: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 36

País Sistema Comentários

(GLAUMANN; VON PLATEN, 2002)

Dinamarca BEAT 2002 Método de LCA, desenvolvido pelo SBI3, que trata os efeitos ambientais da perspectiva do uso de energia e materiais. (GLAUMANN; VON PLATEN, 2002)

Noruega EcoProfile Sistema com base em critérios e benchmarks hierárquicos, influenciado pelo BREEAM. Possui duas versões: edifícios comerciais e residenciais (PETTERSEN, 2002; GLAUMANN; VON PLATEN, 2002)

Finlândia PromisE Environmental Classification System for Buildings

Sistema com base em critérios e benchmarks, com ponderação fixa para quatro categorias: saúde humana (25%), recursos naturais (15%), conseqüências ecológicas (40%) e gestão de risco (20%) (AHO, 2002; HUOVILA et al., 2002).

BEPAC (Building Environmental Performance Assessment Criteria)

Inspirado no BREEAM e dedicado a edifícios comerciais novos ou existentes. O sistema é orientado a incentivos, e distingue critérios de projeto e de gestão separados para o edifício-base e para as formas de ocupação que ele abriga (COLE;ROUSSEAU;THEAKER, 1993)

Canadá

BREEAM Canada Adaptação do BREEAM (SKOPEK, 2002) Áustria Comprehensive Renovation Sistema com base em critérios e benchmarks, para residências

para estimular renovações abrangentes em vez de parciais (GEISSLER, 2002)

França ESCALE Sistema com base em critérios e benchmarks. Pondera apenas os itens nos níveis inferiores. O resultado é um perfil de desempenho global, detalhado por sub-perfis (CHATAGNON et al, 1998)

CASBEE (Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency)

Sistema com base em critérios e benchmarks. Composto por várias ferramentas para diferentes estágios do ciclo de vida. Inspirada na GBTool, a ferramenta de projeto trabalha com um índice de eficiência ambiental do edifício (BEE), e aplica ponderação fixa e em todos os níveis (JSBC, 2002).

Japão

BEAT (Building Environmental assessment Tool)

Ferramenta LCA publicada pelo BRI (Building Research Institute), em 1991.

Austrália NABERS (National Australian Building Environment Rating Scheme)

Sistema com base em critérios e benchmarks. Para edifícios novos e existentes. Atribui uma classificação única, a partir de critérios diferentes para proprietários e usuários. Em estágio-piloto. Os níveis de classificação são revisados anualmente (VALE et al , 2001)

Embora não exista uma classificação formal neste sentido, os sistemas de avaliação

ambiental disponíveis podem ser claramente separados em duas categorias. De um lado,

estão os sistemas que promovem a construção sustentável através de mecanismos de

mercado. O Building Research Establishment Environmental Assessment Method -

BREEAM (BALDWIN et al., 1998), foi pioneiro e lançou as bases de todos os sistemas de

Page 68: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 37

avaliação orientados para o mercado que seriam posteriormente desenvolvidos em todo o

mundo, como o HK-BEAM (CET, 1999a; CET, 1999b; CET, 1999c), do LEEDTM (USGBC,

1999), do CSTB ESCALE (NIBEL et al., 2000) e do CASBEE (JSBC, 2002). Estes

sistemas foram desenvolvidos para serem facilmente absorvidos por projetistas e pelo

mercado em geral, e têm, portanto, uma estrutura mais simples, normalmente formatada

como uma lista de verificação. Para divulgar o reconhecimento do mercado pelos esforços

dispensados para melhorar a qualidade ambiental de projetos, execução e gestão

operacional, todos eles são vinculados a algum tipo de certificação de desempenho.

No segundo grupo estão os métodos orientados para pesquisa, como o Building

Environmental Performance Assessment Criteria - BEPAC

(COLE;ROUSSEAU;THEAKER, 1993) e seu sucessor, o Green Building Challenge - GBC

(COLE;LARSSON, 2000), centrados no desenvolvimento metodológico e fundamentação

científica.

Para construir um panorama abrangente dos sistemas existentes de avaliação ambiental de

edifícios, o detalhamento e a discussão metodológica que o segue serão concentrados nos

seguintes métodos:

§ o BREEAM, o primeiro deles e que embasou os vários sistemas orientados ao mercado subseqüentes;

§ o LEEDTM, atualmente o método com maior potencial de crescimento, pelo investimento maciço que está sendo feito para sua difusão e aprimoramento;

§ o BEPAC, o primeiro sistema orientado a pesquisa metodológica;

§ o GBC, sucessor do BEPAC e utilizado no estudo exploratório; e

§ o CASBEE, o método lançado mais recentemente, que introduziu alguns conceitos inovadores à avaliação de edifícios.

Esta seleção exclui os sistemas em idiomas pouco acessíveis (Eco-profile, da Noruega;

Environmental Status of Buildings e EcoEffect, da Suécia; PromisE, da Finlândia; e o

Rotterdams Puntensysteem, da municipalidade de Rotterdam, na Holanda); os em

desenvolvimento (CSTB Escale) e aqueles derivados de sistemas que serão descritos

detalhadamente (HK-BEAM, de Hong Kong, e MSDG, dos EUA, derivados respectivame nte

do BREEAM e do LEEDTM).

3 SBI – Statens Byggeforskninginstitut, http://www.sbi.dk (BYogBIG) , ou Danish Building and Urban Research,

Page 69: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 38

3.2.1 BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT ENVIRONMENTAL ASSESSMENT METHOD (BREEAM) – 1990

O primeiro e mais conhecido dos métodos de avaliação ambiental de edifícios é o

BREEAM, lançado no Reino Unido em 1990 (BALDWIN et al., 1990) por pesquisadores

do BRE e do setor privado, em parceria com a indústria, visando especificação e mensuração

de desempenho. O BREEAM fornece um processo formal de avaliação embasado em uma

auditoria externa. O edifício é avaliado independentemente por avaliadores treinados e

indicados pelo BRE, que, por sua vez, é responsável por especificar os critérios e métodos

de avaliação e pela garantia da qualidade do processo de avaliação utilizado.

Dentro do objetivo geral de fornecer orientação sobre maneiras de minimizar os efeitos

adversos dos edifícios nos ambientes local e global e, ao mesmo tempo, promover um

ambiente interno saudável e confortável, os objetivos específicos deste método são

(BALDWIN et al., 1998):

• Distinguir edifícios de menor impacto ambiental no mercado;

• Encorajar práticas ambientais de excelência no projeto, operação gestão e manutenção;

• Definir critérios e padrões indo além daqueles exigidos por lei, normas e regulamentações; e

• Conscientizar proprietários, ocupantes, projetistas e operadores quanto aos benefícios de edifícios com menor impacto ambiental.

Os créditos são ponderados para obtenção de um índice de desempenho ambiental (EPI4),

que habilita à certificação em uma das classes de desempenho e permite comparação relativa

entre os edifícios certificados pelo sistema.

O sistema é atualizado regularmente (a cada 3-5 anos) para beneficiar-se de avanços em

pesquisa, para refletir a experiência acumulada e alterações nas prioridades de

regulamentações e do mercado, e para garantir que continue representando práticas de

excelência no momento da avaliação. A primeira revisão ocorreu em 1993 (PRIOR, 1993;

BALDWIN et al., 1993) e, atualmente em sua terceira versão (BREEAM 98), o sistema

conta com significativa penetração no mercado, é um componente importante de política

http://www.dbur.dk/english/.

4 EPI - Environmental Performance Index. Ver item 3.2.1.2.

Page 70: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 39

ambiental em diversos negócios e foi aceito como representação de prática de excelência no

Reino Unido.

As principais alterações introduzidas no BREEAM 98 em relação a sua versão anterior

(BREEAM 93) relacionam-se a:

• As versões anteriores para edifícios novos e existentes foram consolidadas em um sistema único;

• O sistema consiste em um bloco central de avaliação, com dois blocos opcionais relacionados à qualidade do projeto e execução e a procedimentos de gestão e operação.

• Aspectos que foram absorvidos pela legislação ou pela prática geral foram eliminados;

• Novos itens foram adicionados nos campos em que houve avanço no conhecimento (entre eles, a especificação de materiais e a consideração de comutação de transporte), para assegurar a cobertura abrangente dos aspectos ambientais e de sustentabilidade; e

• Um método de ponderação foi introduzido para determinar objetivamente um índice de desempenho que define a classificação do edifício.

Estima-se hoje que entre 30% e 40% dos novos edifícios de escritórios do Reino Unido

sejam submetidos a esta avaliação anualmente (HOWARD, 2001). O BREEAM é também a

metodologia de maior aceitação internacional. Versões deste sistema foram adaptadas às

condições do Canadá e Hong Kong, com o objetivo de priorizar aspectos de relevância

regional na avaliação. Segundo DOGGART;BALDWIN (1997), outras versões estão sendo

desenvolvidas na Dinamarca, Noruega, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos, e o

BREEAM teria sido aplicado em mais de mil casos na Europa, Ásia e América do Norte.

Não há, no entanto, publicações relatando os resultados destas experiências.

A popularidade do BREEAM deve-se, em grande parte, a: (1) abordagem de desempenho de

referência (benchmark); (2) cobertura abrangente de aspectos relacionados a energia,

impacto ambiental, e saúde e produtividade; e (3) identificação de oportunidades realistas

para melhoria, assim como de potenciais vantagens financeiras adicionais.

3.2.1.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO

O processo de avaliação utilizando o BREEAM 98 for offices é composto pelos três blocos

de critérios ilustrados na Figura 1. A versão 98 mesclou os dois sistemas que - até a versão

93 - avaliavam separadamente edifícios de escritórios novos e existentes. Desta forma, um

Page 71: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 40

conjunto básico de critérios de desempenho do edifício é avaliado em todos os casos, e os

blocos Projeto e Execução e Operação e Gestão (O&M) são incluídos nos casos em que o

objeto avaliado for, respectivamente, um edifício novo ou um edifício em uso.

No caso de edifícios existentes, porém desocupados ou alvo de modernização parcial, não se

atribui certificação, mas o total de pontos dos itens de desempenho básico do edifício é

lançado em um ábaco para obtenção do EPI equivalente.

Figura 1 - Blocos de critérios no processo de avaliação do BREEAM (edifícios de escritórios). Ver Tabela 3, sobre número mínimo de pontos.

Os créditos ambientais estão distribuídos em nove categorias de avaliação (Tabela 2).

Dentro de cada categoria há requisitos pra a obtenção de créditos que refletem as opções

disponíveis para projetistas e gestores de edifícios. A quantidade de créditos em cada

categoria não reflete a importância relativa entre elas, que é dada por fatores de ponderação

que passaram a ser atribuídos a cada categoria, com a vigência do BREEAM 98. O critério

de ponderação utilizado tem base consensual e resulta de trabalho conduzido pelo BRE

(DICKIE;HOWARD, 2000)

Ed. existentes, desocupados (EPI equivalente)

Projeto, edifícios novos e reabilitações

(mín 200 pontos)

Projeto e execução Desempenho

edifício

Edifícios existentes, em uso (mín 160 pontos)

Gestão e Operação (O&M)

Page 72: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 41

Tabela 2 – Estrutura de avaliação do BREEAM 98 (BALDWIN et al., 1998).

Categorias (% total de pontos) Pontos (máx 1062 pts)

Gestão (14,1%) Aspectos globais de política e procedimentos ambientais

150 pts

Saúde/conforto (14,1%) Ambiente interno e externo ao edifício

150 pts

Uso de energia (19,6%) Energia operacional e emissão de CO2

5

208 pts

Transporte (11,3%) Localização do edifício e emissão de CO2 relacionada a transporte

120 pts

Uso de água (4,5%) Consumo e vazamentos

48 pts

Uso de materiais (9,8%) Implicações ambientais da seleção de materiais

104 pts

Uso do solo (3%) Direcionamento de crescimento urbano (evitando greenfields e encorajando a recuperação de brownfields

6 e uso de vazios

urbanos)

32 pts

Ecologia local (9%) Valor ecológico do sítio

96 pts

Poluição (14,5%) Poluição de água e ar, excluindo CO2 (tratado no item Energia)

154 pts

3.2.1.2 PONDERAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS

Nas versões anteriores, os critérios de avaliação eram agrupados segundo a escala dos

impactos (global, local e interna 7). Uma das principais modificações da versão 98 em relação

às versões anteriores do BREEAM foi a introdução de fatores de ponderação para as

categorias de créditos ambientais para chegar a um índice de desempenho ambiental (EPI),

com valor entre zero e 10 (Figura 2). De acordo com o EPI obtido, são atribuídos quatro

níveis de certificação. A Tabela 3 mostra a classificação provável do edifício, a partir do

número de pontos obtidos em uma lista de verificação (checklist) simplificada8.

5 CO2 - Dióxido de carbono.

6 Em alguns países, a expressão “brownfield site” é usada, em legislação específica, para designar propriedades

imobiliárias em que expansão, redesenvolvimento ou reuso possam ser complicados pela presença potencial ou verificada de substâncias perigosas , poluentes ou contaminantes.

7 O HK-BEAM vigente ainda mantém este formato.

8 Para orientar as equipes de projeto e gestão do edifício, o BREEAM fornece uma lista de verificação (checklist)

simplificada, que detalha os requisitos específicos para a obtenção dos créditos ambientais. A metodologia completa é acessível apenas aos avaliadores credenciados, que verificam o atendimento de itens mínimos de desempenho, projeto e operação dos edifícios e atribuem os créditos correspondentes.

Page 73: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 42

Figura 2 - Esquema da obtenção do Índice de Desempenho Ambiental (EPI), utilizado pelo BREEAM (BALDWIN et al., 1998).

Tabela 3 - Classificação provável no BREEAM, conforme pontos obtidos na lista de verificação simplificada.

Nível de classificação Projeto e execução Gestão e Operação

Aprovado > 200 pts (25%) > 160 pts (21,1%)

Bom > 300 pts (37,5%) > 280 pts (36,9%)

Muito bom > 380 pts (47,5%) > 400 pts (52,8%)

Excelente > 490 pts (61,3%) > 520 pts (68,6%)

O número de critérios em cada uma destas categorias implicava em um certo grau de

ponderação, mas até o BREEAM 98 não havia nenhuma tentativa de ponderar os aspectos

em uma escala comum para obter uma nota para o edifício.

3.2.2 BUILDING ENVIRONMENTAL PERFORMANCE ASSESSMENT CRITERIA (BEPAC) - 1993

O BEPAC foi o primeiro método canadense para ava liação abrangente do desempenho

ambiental de edifícios. A primeira versão foi lançada em dezembro de 1993 para edifícios na

província de British Columbia. Versões regionais foram posteriormente derivadas para as

gestão

saúde e conforto

uso de energia

transporte

uso de água

uso de materiais

uso do solo

ecologia local

poluição

aval

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EP

I)

classificação ambiental

Page 74: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 43

províncias de Ontário e The Maritimes, para considerar variações nas matrizes energéticas e

nas prioridades ambientais (COLE, s.d.).

Trata-se de um método padronizado e abrangente desenvolvido exclusivamente para a

avaliação do desempenho ambiental de edifícios comerciais novos ou existentes. O método é

orientado a incentivos, para guiar e encorajar o mercado a valorizar práticas com maior

responsabilidade ambiental e padrões de desempenho mais elevados. Os edifícios poderão

ser certificados de acordo com a qualidade ambiental de seu projeto e gestão (COLE et al.,

1993).

O BEPAC foi desenvolvido à luz do BREEAM, sendo as semelhanças conceituais mais

notáveis:

• O BEPAC é um programa de adoção voluntária;

• O desempenho do edifício é dado pelo conjunto de desempenho potencial e práticas de gestão da operação;

• A base para avaliação (sejam edifícios novos ou existentes) é o desempenho esperado da congregação de práticas de excelência, em função das normas disponíveis que orientem projeto e operação de edifícios e do conhecimento consolidado e de tecnologias/conceitos emergentes nestas áreas;

• Os itens avaliados são agrupados conforme a escala do impacto; e

• A avaliação é de terceira parte, feita por avaliadores treinados pelo BEPAC ou que demonstrem conhecimento reconhecido em todos nos campos avaliados.

No BEPAC, optou-se por conduzir avaliações em menor número, porém mais detalhadas e

abrangentes que o BREEAM. Ao ampliar o escopo da avaliação, obviamente cresceram o

custo e a complexidade de aplicação do sistema, mas neste caso, o objetivo era, antes de

produzir um sistema de certificação ambiental com maior flexibilidade de aplicação,

delinear melhor uma metodologia que pudesse orientar o desenvolvimento de novos

sistemas de avaliação.

O projeto para desenvolvimento do BEPAC foi encerrado em 1993. Este método foi o

embrião do que mais tarde seria o projeto Green Building Challenge (ver item 3.2.5). O

GBC também foi iniciado no Canadá, sob a coordenação de desenvolvedores do BEPAC e

de iniciativas do NRCan9, como o C-2000 (Integrated Design Process) e o CBIP

9 Natural Resources Canadá.

Page 75: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 44

(Commercial Buildings Incentive Program)10. A GBTool (Green Building Tool), ferramenta

utilizada no GBC, foi desenvolvida a partir de uma combinação do BEPAC com o C-2000.

3.2.2.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO

O desempenho ambiental de um edifício resulta da interação do edifício e seus sistemas

principais (denominado no BEPAC de “edifício-base”) e com a maneira com que o edifício

é utilizado e gerido/operado. A estrutura do BEPAC então distingue critérios de projeto e de

gestão separados para o edifício-base e para a tipologia de ocupação (Figura 3) (COLE,

s.d.). Estes créditos estão distribuídos em quatro módulos: (1) projeto do edifício base; (2)

gestão do edifício-base; (3) projeto da ocupação (dafaults de ocupação); e (4) gestão da

ocupação. Cada módulo é avaliado segundo cinco categorias:

• proteção da camada de ozônio;

• impacto ambiental do uso de energia;

• qualidade do ambiente interno;

• conservação de recursos; e

• contexto de implantação e transporte.

Figura 3 – Estrutura do BEPAC.

10 Estes são programas complementares do NRCan. O C-2000 é um programa de demonstração (projeto integrado)

aplicado a edifícios de alto desempenho, conceito que engloba, entre outros, redução no consumo de energia e liberação de emissões, consumo de recursos, melhoria da qualidade do ar interno e aspectos como funcionalidade, adaptabilidade e mantenabilidade. O CBIP tem natureza similar ao C-2000 (ênfase no apoio ao processo de projeto), porém restrito a questões energéticas (prevê incentivos de até 3 vezes o custo da energia economizada pelo projeto).

Tipologia de Ocupação

Módulo 3 projeto

Módulo 4 gestão

Edifício-base Módulo 1 projeto

Módulo 2 gestão

proteção da camada de ozônio impacto ambiental do uso de energia qualidade do ambiente interno conservação de recursos

contexto de implantação e transporte

Page 76: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 45

As categorias de impacto cobrem um conjunto abrangente de aspectos ambientais que

percorrem as escalas global, local e interna (como no BREEAM versão1/90), e para permitir

maior detalhamento da avaliação, algumas delas são subdivididas. Para cada categoria de

impacto existem critérios formulados apropriadamente para avaliação por projetistas ou por

gerentes de operação. Estes critérios incorporam referências objetivas de desempenho,

utilizando avaliações numéricas sempre que possível.

Apesar de os aspectos ambientais alterarem-se com o tempo, as categorias são

suficientemente amplas para continuar a englobar todas as considerações potencialmente

relevantes. O BEPAC não hierarquiza as categorias de impacto, mas destaca que Proteção

da camada de ozônio e Impactos ambientais do uso de energia têm implicações profundas,

globais, e, portanto, são alvos de regulamentações internacionais (COLE, s.d.).

Em cada categoria, os critérios de avaliação são divididos em essenciais, importantes ou

suplementares, e podem receber de 1 a 10 pontos. A série ampla de categorias cobertas pelo

BEPAC inviabiliza o uso de um sistema único de atribuição de créditos para critérios de

naturezas tão diferentes. Por essa razão, as categorias Proteção da camada de ozônio e

Impactos ambientais do uso de energia são predominantemente orientadas a desempenho,

e os pontos são atribuídos de acordo com o desempenho mensurado/estimado. Por outro

lado, as seções Qualidade do ambiente interno, Conservação de recursos e Contexto de

implantação e transporte são predominantemente prescritivas, i.e., os pontos são atribuídos

apenas diante da presença de determinado dispositivo ou estratégia (COLE, s.d.).

3.2.2.2 PONDERAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS

Para determinar os créditos correspondentes, os pontos obtidos em cada critério são

multiplicados por fatores de ponderação. Esta ponderação procura refletir a significância e

prioridade em relação aos demais critérios na mesma categoria, ou o esforço necessário

para atender ao critério estipulado.

A ponderação de critérios é conduzida apenas dentro das categorias de impacto. Devido às

diferenças fundamentais entre as categorias, elas não são ponderadas entre si. O resultado

final da avaliação traz, portanto, o total de créditos obtidos em cada uma das cinco

categorias e, no certificado concedido, os créditos obtidos são mostrados em relação ao valor

máximo possível para cada critério.

Page 77: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 46

3.2.3 GREEN BUILDING CHALLENGE (GBC) - 1996

A iniciativa que merece maior destaque desde a empreitada pioneira do BRE é o chamado

Green Building Challenge (GBC), um consórcio internacional reunido com o objetivo de

desenvolver um novo método para avaliar o desempenho ambiental de edifícios: um

protocolo de avaliação com uma base comum, porém capaz de respeitar diversidades

técnicas e regionais (COLE;LARSSON, 2000). O GBC caracteriza-se por ciclos sucessivos

de pesquisa e difusão de resultados. A etapa de desenvolvimento inicial (24 meses),

integralmente financiada pelo governo do Canadá, envolveu 15 países e culminou em uma

conferência internacional em Vancouver, Canadá – a GBC'98.

A divulgação dos resultados da segunda fase de desenvolvimento (18 meses),

compreendendo trabalhos de 19 países, foi um dos ramos centrais da conferência

Sustainable Buildings 2000. Desta etapa em diante, o governo canadense deixou de ser

responsável pela gestão do processo. A coordenação do GBC, assim como a co-

responsabilidade pela seqüência de conferências Sustainable Buildings (SB) foi absorvida

pela iiSBE (International Iniciative for Sustainable Built Environment) em 2000. Com isso,

as equipes participantes do GBC tornaram-se responsáveis pela captação dos recursos

necessários para condução de suas avaliações.

O terceiro ciclo (24 meses) envolveu pesquisas conduzidas em 24 países, entre eles o Brasil,

cujos resultados foram divulgados em nova conferência internacional (SB’02/GBC’02),

realizada em Oslo, Noruega. O quarto ciclo iniciou-se em 2003 e será concluído com a

SB’05, em Tókio.

Uma diferença notável entre o GBC e a primeira geração de sistemas de avaliação ambiental

de edifícios é que estes últimos fornecem alguma forma de classificação de desempenho,

vinculada a um sistema de certificação. O objetivo geral do GBC é prover uma base

metodológica sólida e a mais científica possível, dentro das limitações do estado atual do

conhecimento.

O GBC procura diferenciar-se como uma nova geração de sistemas de avaliação,

desenvolvida especificamente para ser capaz de refletir as diferentes prioridades,

tecnologias, tradições construtivas e valores culturais de diferentes países ou regiões em um

mesmo país. A pontuação é dada por comparação com desempenhos de referência

(benchmarks), e as equipes de avaliação são encorajadas a indicar a melhor ponderação entre

as categorias de impacto em cada caso.

Page 78: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 47

As principais características da avaliação utilizada no GBC são:

1) Para realizar comparação internacional de edifícios, o GBC utiliza indicadores de sustentabilidade ambiental. Até a versão GBTool 2K (2000), eram utilizados quatro indicadores: consumo anual de energia, consumo anual de água, consumo (área) de solo, emissão anual de GHG 11. Na versão 2002, doze indicadores foram testados (Tabela 4).

Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade ambiental utilizados pela GBTool v 1.81 (2002).

Indicadores de sustentabilidade (os valores são normalizados por área e por área e ocupação)

ESI-1 Consumo total de energia primária incorporada, GJ

ESI-2 Consumo anual de energia primária incorporada, MJ

ESI-3 Consumo anual de energia primária para operação do edifício, MJ

ESI-4 Consumo anual de energia primária não-renovável para operação do edifício, MJ

ESI-5 Consumo anual de energia primária incorporada e para operação do edifício, MJ

ESI-6 Área de solo consumida pela construção do edifício e serviços relacionados, m2

ESI-7 Consumo anual de água potável para operação do edifício, m3

ESI-8 Uso anual de água cinza e água da chuva para operação do edifício, m3

ESI-9 Emissão anual de gases de efeito estufa pela operação do edifício, kg. CO2 equivalente

ESI-10 Vazamento previsto de CFC12

-11 equivalente por ano, gm.

ESI-11 Massa total de materiais reutilizados empregados no projeto, vindos do próprio terreno ou de fontes externas, kg.

ESI-12 Massa total de novos materiais (não reutilizados) empregados no projeto, vindos de fontes externas, kg.

2) Para fornecer resultados aderentes às particularidades locais, o GBC estabelece:

• ponderação personalizável: a pontuação das categorias principais é multiplicada pelos fatores de ponderação correspondentes, definidos pelas equipes de avaliação segundo condições específicas do contexto. No momento, os pesos dos itens dentro das categorias não são alterados pelo usuário; e

• pontuação atribuída segundo uma escala de graduação de desempenho. Os resultados são posteriormente comparados a desempenhos de referência (benchmarks).

3) Para fornecer resultados com maior embasamento científico:

• maior uso possível de critérios orientados ao desempenho ;

• a estrutura está parcialmente organizada no formato SETAC/ISO 14.040 de LCA (categorias uso de recursos e cargas ambientais);

• modelos e estimadores simplificados (para elementos como energia e emissões incorporadas nos materiais e impactos associados a transporte) desenvolvidos em

11 GHG – Green house gases (substâncias causadoras de efeito estufa).

12 CFC - Clorofluorcarbono.

Page 79: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 48

agências de pesquisa internacionais vêm sendo incorporados no cálculo dos impactos (especialmente emissões) e na ponderação-default; e

• comitês do GBC buscam fundamentação consistente para a definição de benchmarks; de critério de ponderação entre e intra categorias e de uma gama mais ampla de indicadores de sustentabilidade para refinar as comparações internacionais.

3.2.3.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO

Seis categorias são avaliadas na GBTool (Tabela 5).

Tabela 5 - Categorias avaliadas na GBTool (ponderação default do sistema).

Categorias Peso (total 100%)

Uso de recursos Energia, água, solo e materiais

20%

Cargas ambientais Emissões, efluentes e resíduos sólidos

25%

Qualidade do ambiente interno Qualidade do ar, ventilação, conforto e poluição eletromagnética

20%

Qualidade dos serviços Flexibilidade, adaptabilidade, controlabilidade pelo usuário, espaços externos e impactos nas propriedades adjacentes

15%

Aspectos econômicos 10%

Gestão pré-ocupação Planejamento do processo de construção, verificação pré-entrega e planejamento da operação

10%

Transporte Ainda não operacional

0%

A pontuação é atribuída segundo uma escala de graduação de desempenho que vai de -2 a

+5 (Figura 4). O zero da escala corresponde ao desempenho de referência (benchmark,

Figura 9). Este sistema de pontuação foi projetado para tentar acomodar critérios

qualitativos e quantitativos (COLE; LARSSON, 1997; NRCan/CANMET, 1998). O

conceito de escala de pontuação está implícito na pontuação do BREEAM e no LEED, mas

esta idéia de uma escala clara, que aponta inclusive desempenho negativo, foi introduzida

pelo GBC e incorporada em sistemas como o CASBEE, lançado em 2002, e o ESCALE, ora

em desenvolvimento.

Page 80: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 49

Figura 4 - Blocos de entrada e saída de dados na GBTool.

Na primeira fase da pesquisa (até 1998), foi produzido e utilizado um software,

posteriormente abandonado devido a sua complexidade e às dificuldades de atualização e

utilização reportadas pelas equipes (COLE; LARSSON, 1997; NRCan/CANMET, 1998;

COLE;LARSSON, 2000). Na segunda etapa de desenvolvimento (1998-2000) houve a

migração para uma plataforma Excel® constituída por uma série de onze planilhas-padrão

(Figura 5).

A planilha Avaliação é preenchida semi-automaticamente, com base nas informações

inseridas em seis planilhas de entrada de dados (contexto, descrição da matriz energética,

descrição do edifício, áreas, características do envelope, e aspectos econômicos), na planilha

de caracterização de desempenho de referência (benchmarks, Figura 6) e na planilha para

definição de fatores de ponderação (Figura 7). Duas planilhas de saída de dados (relatório e

resultados) são geradas automaticamente.

Os próprios projetistas, executores ou operadores do edifício fornecem a descrição do

edifício, mas não participam da definição de benchmarks ou dos fatores de ponderação, que

é responsabilidade exclusiva da equipe de avaliação.

A

just

es l

oca

is

contexto/energia

Saída Avaliação Entrada

descrição

envelope

áreas

Discussão resultados

Relatório Desempenho

pesos

+5

+3

0

critérios

ponderação

benchmark

custos

Uso de recursos Cargas ambientais Qualid. ambiente interno Qualidade dos serviços Aspectos econômicos Gestão pré-ocupação

-1

-2

Page 81: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 50

Figura 5 - Representação esquemática do processo de avaliação utilizado no Projeto GBC.

General building design benchmarks Benchmark Units

Amount of material excavated that is taken off the site, as a proportion of total below-grade built volume 25% % excavated volume

Proportion of site area that is hard-paved and non-permeable 50% % unbuilt site area

Proportion of hard-paved site area that is permeable 25% % hard-paved site area

Proportion of landscaped site area with planting requiring watering 90% % landscaped site area

Minimum percent of storm water disposed of within the site 20% % of total storm water

Benchmarks for Materials Benchmark Units

Proportion of the structure that would normally be retained as part of the new building, if there is a suitable existing building on the site. 25% % floor area

Proportion of materials used in the building that would normally be salvaged from off-site sources 5% % weight

Recycled content in materials used in the building that would normally be obtained from off -site sources. 5% % weight

Embodied Energy and Emissions Benchmark Benchmark

Best Units

Best practice embodied energy for above- and below-grade structure and building envelope, GJ per m2 of gross area 1,25 GJ/m2

Standard practice embodied energy for above- and below-grade structure and building envelope, GJ per m2 of gross area 2,25 GJ/m2

Embodied GHG emissions in kg. as a multiple of embodied energy in GJ (crude conversion) 72

Approx. kg. CO2 equiv./ GJ

Figura 6 - Trechos da planilha original de definição de referências de desempenho (benchmarks).

Processamento

Edifício

Resultados

Benchmark

Contexto

Envelope

Ponderação

Aspectos Econômicos

Planilha Avaliação

Relatório

Energia

Áreas

Page 82: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 51

3.2.3.2 PONDERAÇÃO

A importância relativa das diferentes categorias de impactos é considerada através de

critérios de ponderação ajustados pelas equipes de avaliação (Figura 7) para garantir a

aderência dos resultados a cada contexto de avaliação específico (COLE; LARSSON, 1997;

NRC/CANMET, 1998).

A pontuação final do edifício é derivada para agregação ponderada sucessiva de pontuações

obtidas em quatro níveis: (1) sub-critérios, (2) critérios, (3) categorias e áreas de

desempenho, e (4) temas principais, que é o nível hierárquico mais elevado. Este acúmulo

sucessivo de ponderações essencialmente subjetivas para as pontuações de desempenho tem

sido controverso desde o início do GBC, mas sua influência foi até certo ponto atenuada

pela fixação dos pesos nos dois níveis mais baixos: por default, os fatores de ponderação dos

itens dentro das categorias (critérios e sub-critérios) são divididos igualmente; e apenas os

pesos das categorias são personalizados.

Weight RESOURCE CONSUMPTION

20% R1 Net life-cycle use of primary energy 20% R1.1 Primary energy embodied in materials, annualized over the life-cycle 50% R1.2 Net primary non-renewable energy used for building operations over the life-cycle 50% R2 Use of land and change in quality of land 25% R2.1 Net area of land used for building and related development purposes 44% R2.2 Change in ecological value of the site 56% R3 Net consumption of potable water 20% R4 Re-use of existing structure or on-site materials and/or recycling of existing materials off-site 15% R4.1 Retention of an existing structure on the site 53% R4.2 Off -site re-use or recycling of steel from existing structure on the site. 18% R4.3 Off -site re-use or recycling of materials and components from existing structure on the site. 29% R5 Amount and quality of off-site materials used 20% R5.1 Use of salvaged materials from off -site sources 33% R5.2 Recycled content of materials from off -site sources 33% R5.3 Use of wood products that are certified or equivalent 33%

Figura 7 - Trecho da planilha original de definição de fatores de ponderação.

3.2.3.3 COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS

Além do gráfico de desempenho global e do desempenho em cada categoria (Figura 9), a

ferramenta gera automaticamente seis gráficos parciais, um para o desdobramento de cada

categoria implementada. A linha vermelha (nota 0) representa a prática típica (benchmark).

Page 83: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 52

Figura 8 - Trecho da planilha original de avaliação (ponderada).

1,6

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Total Score for Resources, Loadings and IEQ

2,0 1,9 0,7 1,9 2,7 1,8 0,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Resources Loadings IEQ Service Quality Economics Management Transport

Figura 9 - Saída gráfica de resultados: gráfico de desempenho global (esquerda) e de cada categoria de desempenho.

Total

Categorias de desempenho

Recursos

Cargas IEQ Qualid.

Servi’cos Desemp.

Econômico Gestão Transporte

Page 84: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 53

3.2.4 LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL DESIGN (LEED) - 1999

Em 1994 o US Green Building Council (USGBC), instituição financiada pelo NIST

(National Institute of Standards and Technology), iniciou um programa para desenvolver,

nos Estados Unidos, um sistema de classificação de desempenho consensual e orientado

para o mercado, visando acelerar o desenvolvimento e a implementação de práticas de

projeto e construção ambientalmente responsáveis.

Acreditava-se que, enquanto os métodos tradicionais de regulamentação ajudaram a

melhorar as condições, a eficiência energética e o desempenho ambiental dos edifícios,

programas voluntários permitiriam estimular o mercado para acelerar o alcance das metas

estabelecidas, ou mesmo ultrapassá- las (USGBC, 2001). O desenvolvimento e

implementação bem-sucedida de iniciativas anteriores de aplicação de sistemas voluntários

de classificação de desempenho ambiental de edifícios no Reino Unido (BREEAM) e em

British Columbia, no Canadá (BEPAC), demonstraram que a identificação e comunicação

da eficiência e desempenho ambiental de edifícios (1) elevou a conscientização e o critério

de seleção dos consumidores e (2) estimulou os esforços de proprietários e construtores em

produzir edifícios ambientalmente avançados.

Acreditava-se, ainda, que o desenvolvimento de sistemas de classificação de desempenho

ambiental de edifícios tecnicamente consistentes, implicam necessariamente em incentivar

outros segmentos da indústria da construção a desenvolver produtos e serviços de maior

qualidade ambiental (USGBC, 2001).

Estas foram as bases para o desenvolvimento do LEED , um sistema de classificação e

certificação ambiental projetado para facilitar a transferência de conceitos de construção

ambientalmente responsável para os profissionais e para a indústria de construção

americana, e proporcionar reconhecimento junto ao mercado pelos esforços despendidos

para essa finalidade (USGBC, 1999). Os trabalhos foram iniciados em 1996, voltados

inicialmente para edifícios de ocupação comercial13.

13 O LEED considera como “ocupação comercial” os edifícios de escritórios, institucionais (bibliotecas, museus, igrejas,

entre outros), hotéis e edifícios residenciais com mais de quatro pavimentos.

Até o momento, o USGBC conta com outros dois programas de avaliação de edifícios: (1) LEED™ Commercial Interiors/Renovations (CI/R), direcionado a projetos de renovações e reabilitações de maiores proporções, não necessariamente em green buildings; e (2) LEED™ Residential, dedicado ao desenvolvimento e construção de residências unifamiliares ou edifícios residenciais com até 3 pavimentos. Renovações de edifícios residenciais, assim como a avaliação da operação e manutenção de edifícios serão alvo de sistemas futuros ou em desenvolvimento (site USGBC, http://www.usgbc.org, consultado em 09/06/01).

Page 85: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 54

Assim como o BREEAM, este sistema concede créditos para o atendimento de critérios pré-

estabelecidos. A certificação é válida por um período de cinco anos, quando deverá ser

encaminhada uma nova solicitação de avaliação por um programa apropriado do USGBC,

desta vez centrado na avaliação da operação e gestão do empreendimento. A partir de

janeiro de 2000, foram previstas revisões regulares do sistema de certificação a cada 3 ou 5

anos ou em período inferior, caso uma decisão consensual do USGBC ou alguma

regulamentação local assim o exigir (USGBC, 1999).

O LEED é provavelmente o método disponível mais amigável enquanto ferramenta de

projeto, o que facilita a sua incorporação à prática profissional. Com uma estrutura simples a

ponto de ser, por isso, criticada, o LEED é baseado em especificação de desempenho em

vez de critérios prescritivos, e toma por referência princípios ambientais e de uso de energia

consolidados em normas e recomendações de organismos de terceira parte com credibilidade

reconhecida, como a ASHRAE14; a ASTM15; a EPA16; e o DOE17. Estas práticas de

efetividade já conhecida são então balanceadas com princípios emergentes, de forma a

estimular a adoção de tecnologias e conceitos inovadores.

A singularidade do LEED™ resulta principalmente do fato de ser um documento

consensual, aprovado pelas 13 categorias da indústria de construção representadas no

conselho gestor do sistema. O apoio de associações e fabricantes de materiais e produtos

favoreceu a ampla disseminação deste sistema nos EUA, que agora começa a estender-se

para o Canadá18.

3.2.4.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO

A versão-piloto (LEED 1.0) foi lançada em janeiro de 1999 (USGBC, 1999). O

desempenho ambiental do edifício é avaliado de forma global, ao longo de todo o seu ciclo

de vida, numa tentativa de considerar os preceitos essenciais do que constituiria um "green

building".

14 American Society of Heating, Refrigerating and Air -conditionning Engineers.

15 American Society for Testing and Materials.

16 U.S. Environmental Protection Agency.

17 U.S. Department of Energy.

18 Em uma versão resultante da fusão do LEEDTM com o BREEAM-Canada.

Page 86: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 55

O critério mínimo de nivelamento exigido para avaliação de um edifício pelo LEED é o

cumprimento de uma série de pré-requisitos. Satisfeitos todos estes pré-requisitos, o edifício

torna-se elegível a passar para a etapa de análise e classificação de desempenho, dada pelo

número de créditos obtidos. Na versão atual do sistema - LEED 2.0 (USGBC, 2000) -

existem 7 pré-requisitos e 69 pontos possíveis (Tabela 6). A versão 3.0 está sendo preparada

e deverá ser lançada em breve.

As principais alterações em relação à Versão 1.0 relacionam-se a (1) redução do número de

pré-requisitos a serem satisfeitos (de 11 para 07); (2) aumento do número de itens

considerados na classificação de desempenho (de 50 para 69); (3) substituição do nível de

desempenho Bronze (acima de 50% dos pontos19) pelo nível LEED Certified20, e (4)

redistribuição de pontuação entre as categorias avaliadas. Convém notar que, com esta

primeira revisão:

§ a pontuação necessária para obtenção de certificação tornou-se proporcionalmente menor, já que o primeiro nível de certificação (LEED Certified) requer apenas 40% dos pontos. Isto parece indicar rigor excessivo nos critérios da versão-piloto e/ou uma certa dificuldade inicial no cumprimento de determinados itens;

§ especificamente quanto à redistribuição dos pesos entre as categorias avaliadas, as alterações mais notáveis referem-se ao aumento do peso das categorias Qualidade do ar interno (8 pontos porcentuais) e Inovação do processo de projeto e construção (5 pontos porcentuais); com correspondente redução do peso das categorias Materiais e Recursos (5 pontos porcentuais ) e Qualidade e uso de Água (9 pontos percentuais ). Isto demonstra tanto (1) a elevação do desempenho ambiental em determinadas áreas, de forma que o cumprimento de determinados quesitos já não representariam um diferencial em relação à prática de mercado, quanto (2) um correspondente redirecionamento da preocupação para determinados itens; e

§ itens que eram parte dos pré-requisitos da versão 1.0 desapareceram, como no caso de Qualidade da água (isenção de chumbo) e Eliminação (ou programa de gestão) de asbestos, também indicando elevação na qualidade ambiental das construções; ou então foram remanejados e (1) incluídos em itens de desempenho mínimo aceitável ou (2) tornaram-se item pontuado, como no caso de Conforto térmico, da categoria Qualidade do ar interno.

19 Nos três primeiros anos. Após este período, a certificação Bronze seria atribuída a edifícios que atingissem pelo menos

60% dos créditos (USGBC, 1999).

20 Principalmente por razões mercadológicas, devido ao desconforto causado pela certificação Bronze. (Fonte: contato

pessoal com Gail Lindsay, parte do corpo de implementadores do LEED, durante a reunião do GBC International Framework Committee, em Santiago - Chile, em março de 2001).

Page 87: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 56

Tabela 6 – Estrutura de avaliação do LEED 2.0 (USGBC, 2000).

Categorias (% total de pontos) Pré-requisitos (7 PReq) Pontos (máx 69 pts)

Sítios sustentáveis (20%) até 14 pts

1. Seleção de área 01

2. Redesenvolvimento urbano 01 3. Redesenvolvimento de áreas contaminadas (brownfields ) 01

4. Transporte alternativo até 04

5. Redução de perturbação no sítio original até 02

6. Gestão de água da chuva até 02

7. Paisagismo e projeto de áreas externas para redução de ilhas de calor

até 02

8. Redução de poluição luminosa

§ Controle de erosão e sedimentação

01

Uso eficiente de água (7%) até 05 pts

1. Paisagismo com uso eficiente de água até 02

2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água 01

3. Conservação de água

até 02

Energia e atmosfera (25%) até 17 pts

1. Otimização do desempenho energético 02 a 10

2. Uso de energia renovável até 03

3. Verificação de conformidade pré-entrega adicional (01 ponto) 01

4. Redução de HCFC21

s e Halons (dano à camada de ozônio) 01

5. Mensuração e verificação de desempenho 01

6. Uso de tecnologias renováveis e de poluição zero: solar, eólica, geotérmica, biomassa e hidrelétricas de baixo impacto

§ Verificação de conformidade pré-entrega (commissioning)

§ Eficiência energética mínima § Redução de CFCs nos

equipamentos de condicionamento e ventilação artificial 01

Materiais e recursos (19%) até 13 pontos

1. Reutilização de edifício até 03

2. Gestão de RCD até 02

3. Reutilização de recursos até 02

4. Materiais com conteúdo reciclado até 02

5. Materiais regionais/locais até 02

6. Materiais rapidamente renováveis 01

7. Uso de madeira certificada

§ Coleta e armazenamento de material reciclável produzido pelos usuários do edifício

01

Qualidade do ambiente interno (22%) até 15 pts

1. Monitoramento de CO2 01

2. Aumento eficiência de ventilação 01

3. Plano de gestão de qualidade do ar interno durante o processo de construção

até 02

4. Materiais com baixa liberação de VOCs22 até 04 5. Controle de poluição interna por origem química 01

6. Controlabilidade dos sistemas pelos usuários até 02

7. Conforto térmico até 02

8. Luz natural e vista para o exterior

§ Qualidade do ar interno mínima

§ Controle ambiental de fumaça de cigarros

até 02

Inovação e processo de projeto (7%) até 05 pontos

1. Inovação (estratégias de projeto e uso de tecnologias) até 04

2. Envolvimento de profissional habilitado pelo LEED

01

21 HCFC - Hidroclorofluorcarbono.

22 VOCs (Volatile Organic Compounds) - Compostos orgânicos voláteis.

Page 88: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 57

3.2.4.2 PONDERAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS

Por ter sido projetado também para funcionar como uma ferramenta de auxílio à tomada de

decisões, os aspectos avaliados no LEED têm peso idêntico, isto é: o LEED não aplica um

critério explícito de ponderação entre categorias, mas o número variável de itens dentro das

categorias define implicitamente pesos para cada uma delas.

A sua estrutura permite que apenas os quesitos para que se pretende obter a certificação

sejam avaliados. Isto significa, que somente os aspectos de projeto, por exemplo, podem ser

sejam avaliados (não considerando aspectos controlados pelos executores ou planejadores)

sem que o resultado final seja afetado (TODD, LINDSAY, 2000). Deve-se ter sempre em

mente, portanto, que, em determinadas condições, o resultado da avaliação pode ser

incompleto e não necessariamente refletir o desempenho global do edifício.

Na etapa de análise e classificação de desempenho, caso o edifício atinja um mínimo de

40% dos pontos, ele será certificado em um dos quatro níveis mostrados na Tabela 7.

Tabela 7 - Níveis de classificação do LEED™.

Nível de classificação Pontos (total 69 pts)

LEED Certified 26 a 32 pts (40-50%)

Silver 33 a 38 pts (51-60%)

Gold 39 a 51 pts (61-80%)

Platinum > 52 pts ( > 81%).

3.2.5 COMPREHENSIVE ASSESSMENT SYSTEM FOR BUILDING ENVIRONMENTAL EFFICIENCY (CASBEE) – 2002

A mais recente inovação no campo das avaliações ambientais de edifícios é o

Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency – CASBEE

(JSBC, 2002), apresentada publicamente pelo Japan Sustainability Building Consortium -

durante a SB’02 em Oslo.

Na verdade, o CASBEE não é uma, mas quatro ferramentas de avaliação, cada uma delas

destinada a usuários bem-definidos, que podem avaliar o projeto ou edifício existente em

estágios específicos de seu ciclo de vida (Tabela 8). Esta suíte de ferramentas destina-se à

Page 89: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 58

avaliação de edifícios de escritórios, escolares e multi- residenciais. A ferramenta de projeto

para o ambiente - aqui chamada DfE23 CASBEE - é o alvo do detalhamento feito a seguir.

Tabela 8 – Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE.

Ferramenta Usuários Objetivos/características

Ferramenta de avaliação pré-projeto proprietários planejadores projetistas

Identificação do contexto básico do projeto, com ênfase em seleção de área e impactos básicos do projeto.

Edi

fício

s no

vos

Ferramenta de projeto para o ambiente (DfE)

projetistas construtores

Teste simples de auto-avaliação para auxiliar a melhorar a eficiência ambiental do edifício (BEE) durante o processo de projeto

Ferramenta de certificação ambiental proprietários, projetistas, construtores, agentes imobiliários

Para classificar edifícios concluídos, segundo sua eficiência ambiental

Determinar o valor básico de mercado do edifício certificado

Ed

ifíc

ios

exis

ten

tes

Ferramenta de avaliação pós -projeto (operação e renovação sustentáveis)

Proprietários projetistas operadores/gestores

Prover informações sobre como melhorar a BEE durante a etapa de operação

A estrutura conceitual do CASBEE caracteriza-se por dois pontos focais: a definição de

limites do sistema analisado (o edifício);e o levantamento e balanceamento entre impactos

positivos e negativos gerados ao longo de seu ciclo de vida.

O CASBEE propõe aplicar o conceito de sistemas fechados24 (um espaço hipotético

encerrado pelos limites do terreno) para determinar a capacidade ambiental relacionada ao

edifício a ser avaliado (Figura 10). Este limite hipotético define e distingue claramente o

espaço dentro dos limites do terreno (ambiente como propriedade privada), e o espaço fora

dos limites do terreno (ambiente como propriedade pública). Em relação a estes dois tipos de

espaços, o CASBEE define dois fatores:

• L (cargas ambientais) - impactos negativos que se estendem para fora do espaço hipotético (i.e.: para o ambiente público)

• Q (qualidade ambiental) - qualidade e desempenho ambiental do edifício (dentro do espaço hipotético).

23 DfE - Design for environment.

24 O conceito de ecossistemas fechados tem sido usado em avaliações ambientais para determinar a capacidade (de

suporte) ambiental, diante da constatação que a capacidade ambiental local e do planeta estão próximas de seus limites. Ver, por exemplo, o conceito de Environmental footprint em REES (1992); WACKERNAGEL;REES (1996) e REES (1999).

Page 90: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 59

Figura 10 - Estrutura conceitual do CASBEE.

O conceito original de eco-eficiência (SCHMIDHEINY, 1992; VERFAILLIE; BIDWELL,

2000) expressa o valor do produto ou serviço às cargas ambientais a ele associadas. Para

integrar a avaliação destes dois fatores, associados aos espaços dentro e fora do limite do

sistema (edifício), o CASBEE modifica o conceito e cria um indicador de eficiência

ambiental do edifício (BEE25) (Tabela 9). Quanto maior o quociente do BEE

(qualidade/cargas, onde qualidade enfatiza a qualidade do ambiente interno, e as cargas, o

uso de energia), maior a sustentabilidade ambiental do edifício.

Tabela 9 – Modificação proposta pelo CASBEE para aplicação do conceito de eco-eficiência em avaliações ambientais de edifícios (JSBC, 2002).

Definição de eco-eficiência

Definição original (WBCSD26) Valor do produto ou serviço Unidade de carga ambiental

Definição modelada Saídas benéficas . Entradas + Saídas não-benéficas

Definição usada no CASBEE Qualidade e desempenho ambiental do edifício . Cargas ambientais causadas pelo edifício

25 BEE - Building Environmental Efficiency

26 WBCSD - World Business Council for Sustainable Development.

Limite hipotético do sistema (edifício)

Impactos dentro do limite hipotético são avaliados

pelo fator Q: qualidade e desempenho ambiental

Poluição de ar e água, ruído, calor etc

Impactos fora do limite hipotético são avaliados

pelo fator L: cargas ambientais

Consumo de recursos, CO2 incorporado etc

Poluição do solo, corpos d’água

Edifícios vizinhos Edifícios vizinhos

Page 91: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 60

3.2.5.1 ESTRUTURA E PONTUAÇÃO

A inovação do CASBEE não está nas categorias avaliadas, mas em implementar avaliações

ambientais com base no conceito de eficiência ambiental do edifício. A sua estrutura de

avaliação (Tabela 10) e apresentação de resultados (salvo uma saída gráfica específica)

derivam claramente da GBTool, e são exemplos de cumprimento do objetivo principal do

Green Building Challenge em fornecer uma base metodológica sólida, para orientar o

desenvolvimento de métodos de avaliação locais.

Tabela 10 – Estrutura de avaliação do CASBEE.

Aspectos avaliados

Categorias para derivar o BEE Categoria (peso)

Pts BEE

Qualidade ambiental

Q1: Ambiente interno (0,5)

Ruído e acústica

Conforto térmico

Iluminação

Qualidade do ar

Q2: Qualidade dos serviços (0,35)

Serviceability (funcionalidade, aconchego)

Durabilidade

Flexibilidade e adaptabilidade

Q3: Ambiente externo (ao edifício) no terreno (0,15)

Manutenção e criação de ecossistemas

Paisagem

Características locais e culturais

15

15

20

15

10

10

15

5

5

5

Numerador BEE

Consumo de energia

Uso de recursos críticos

Ambiente local

Ambiente interno

Cargas ambientais

L1: Energia (0,5)

Carga térmica do edifício

Uso de energia natural

Eficiência dos sistemas prediais

Operação eficiente

L2: Recursos e materiais (0,3)

Água

Eco-materiais

L3: Ambiente fora do terreno (0,2)

Poluição do ar

Ruído e odores

Acesso a ventilação

Acesso a iluminação

Efeito de ilhas de calor

Carga em infraestrutura local

5

10

5

10

10

30

5

10

5

5

5

5

Denominador BEE

80 subitens 18 categorias 220

Page 92: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 61

Nos três estágios principais de projeto (estudo preliminar, ante-projeto e projeto executivo),

duas fichas são preenchidas: o formulário de pontuação e o formulário de resultados (Figura

11).

Figura 11 - Formulários originais da avaliação com o DfE CASBEE (JSBC, 2002).

Para cada item, são atribuídos até cinco pontos, segundo critérios de pontuação

determinados de acordo com os padrões técnicos e sociais vigentes no momento da

avaliação. Os resultados para cada item avaliado são dados no formulário de pontuação em

termos de Q (qualidade e desempenho) e LR (redução das cargas ambientais). Neste ponto,

o LR ainda não é o fator L (cargas ambientais), e sim o nível de redução das cargas

ambientais, em relação a um edifício de referência (pontuação igual a 3) suposto no mesmo

terreno.

3.2.5.2 PONDERAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS

Cada item avaliado é ponderado de forma que a soma dos coeficientes de ponderação dentro

de uma categoria de avaliação seja igual a 1. A pontuação de cada item é multiplicada pelo

coeficiente de ponderação correspondente (pré-definido), e agregada em totais de pontos por

Formulário de pontuação

(1) Resultados de Q: Qualidade e desempenho

ambiental do edifício.

(2) Resultados de LR: Redução de cargas

ambientais do edifício.

(3) Resultados gráficos: gráficos de colunas, de

radar e de BEE

Formulário de resultados

Q3 – Ambiente externo (dentro do terreno)

Q2 – Qualidade dos serviços

Q1 – Ambiente interno

LR1 - Energia

LR2 – Recursos e Materiais

LR3 – Ambiente (fora do terreno)

Page 93: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 62

categoria de Q (Eq 1) ou LR (Eq 2). O indicador de eficiência ambiental (BEE) é obtido

pela Eq 3 (JSBC, 2002).

3 SQ = Σ (Q x Cpond) 1

Eq 1

3 SLR = Σ (LR x Cpond) 1

Eq 2

BEE = Q/L, onde Q = 25 (SQ-1)

L = 25 (5-SLR)

Eq 3

Além dos valores numéricos, os resultados são sumarizados em gráficos de radar, de colunas

e no diagrama de BEE (Figura 12). O CASBEE classifica o desempenho do edifício em

cinco níveis: S (superior), A, B+, B- e C, onde S é a melhor classificação possível.

Figura 12 - Diagrama de eficiência ambiental do edifício (BEE).

3.3 DISCUSSÃO DE ASPECTOS METODOLÓGICOS

Os pontos metodológicos-chave de um sistema de avaliação de edifícios podem ser

estruturados em torno de três questões centrais:

• O que avaliar? Definição da estrutura e do conteúdo da avaliação;

• Como avaliar? Definição da natureza da avaliação (prescritiva x desempenho); seleção dos indicadores destas medidas, definição dos pesos a serem atribuídos a cada um deles, e do formato de apresentação de resultados; e

• Quanto atingir? Definição de pontuação mínima, da escala de pontuação (referências e metas), e de classes de desempenho;

BEE=3 BEE=1,5 BEE=1

50

100

standard

BEE=0,5 C

B-

B+ A S

BEEaval

50 100 0

Page 94: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 63

A Tabela 11 sintetiza como estas questões são abordadas nos métodos de avaliação descritos

neste trabalho.

Page 95: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 64

Tabela 11 - Abordagem de aspectos metodológicos fundamentais pelos sistemas de avaliação indicados.

Aspectos metodológicos

BREEAM BEPAC LEED™ GBTool CASBEE

Escopo da avaliação

ambiental ambiental ambiental ambiental/ econômica

ambiental

Aplicação checklist projeto

classificação edifício checklist gestão e operação

classificação edifício

checklist projeto

classificação edifício

classificação edifício

classificação edifício Ferramenta de projeto e de gestão da operação em desenvolvimento

Limites do sistema

Projeto e execução* Edifício Gestão e operação*

Edifício-base (projeto e gestão) Ocupação (projeto e gestão)

Edifício+processo Edifício+processo Edifício + terreno

O q

ue a

valia

m?

Estrutura de avaliação

§ poluição § saúde/conforto

§ uso de energia § uso de água § uso de materiais

§ uso do solo § ecologia local § transporte § gestão

§ proteção da camada de ozônio § impacto ambiental do uso de

energia § qualidade do ambiente

interno

§ conservação de recursos § contexto de implantação e

transporte.

§ sítios sustentáveis § energia e atmosfera

§ uso eficiente de água § materiais e recursos § qualidade do ambiente

interno § inovação e processo de

projeto

§ uso de recursos § cargas ambientais § qualidade do ambiente

interno § qualidade dos serviços

§ aspectos econômicos § gestão § transporte

§ ambiente interno § qualidade dos serviços § ambiente externo (dentro do

terreno) § energia

§ recursos e materiais § ambiente externo (fora do

terreno)

Page 96: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 65

Aspectos metodológicos

BREEAM BEPAC LEED™ GBTool CASBEE

Sistema de pontuação

Híbrido: procura basear-se em especificação de desempenho, mas há critérios prescritivos

Híbrido (orientado a desempenho + orientado a dispositivos )

Híbrido: procura basear-se em especificação de desempenho, mas há critérios prescritivos

orientado a desempenho orientado a desempenho

Uso de LCA não não não Sim. Entrada de dados calculados ou uso de um estimador simplificado que faz os cálculos com base em dados canadenses

Não exatamente. Considera o uso de recursos e emissões para o ar decorrentes do uso de energia através do conceito modificado de eco-eficiência.

Ponderação Explícita, mas pesos não declarados

Sim, mas conduzida apenas dentro das categorias de impacto. Categorias não são ponderadas entre si.

Implícita. Categorias têm pesos idênticos, mas o número de itens pontuados em cada categoria varia.

Explicita, pesos declarados e personalizáveis, aplicados intra e entre categorias, para gerar uma nota global

Explícita, pesos declarados e não personalizáveis

Com

o av

alia

m?

Comunicação de resultados

4 Níveis de certificação f(índice global de desempenho ambiental, 1<EPI<10)

O resultado é o total de créditos obtidos em cada uma das cinco categorias, em relação ao valor máximo possível para cada critério.

4 Níveis de certificação f(pontuação total obtida)

Pontuação global de desempenho + perfis de desempenho por categoria + indicadores de sustentabilidade

5 Níveis de certificação f(indicador global de eco-eficiência, BEE), sendo dois destes níveis abaixo do nível de desempenho de referência (i.e. desempenho negativo).

Escala de desempenho

Escala de desempenho definida a partir de desempenhos de referência (benchmarks) e metas empíricas posteriormente validados ou revistos

Critérios (essenciais, importantes ou suplementares) recebem de 1 a 10 pontos, cada.

Escala de desempenho definida a partir de desempenhos de referência (benchmarks) e metas empíricas posteriormente validados ou revistos

Escala de desempenho (-2 a +5) definida a partir da prática típica (benchmarks) e da melhor prática possível para cada critério (independente de custo ou dificuldade de implementação)

As categorias valem de 5 a 30 pontos. Cada item recebe de 1 a 5 pontos.

Qua

nto

atin

gir?

Pontuação mínima

> 25% (projeto e execução) e > 21% (gestão e operação)

informação não disponível > 40% pontos Não há BEE>1

Page 97: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 66

3.3.1 O QUE OS MÉTODOS EXISTENTES AVALIAM?

SOBRE O CONTEÚDO DA AVALIAÇÃO

No exercício analítico que embasa esta discussão, as estruturas de seis dos principais métodos

disponíveis27 - BREEAM, LEEDTM, HKBEAM, MSDG, CASBEE e GBTool foram estudadas

pormenorizadamente. Constatou-se que os nomes, conteúdo e nível de detalhamento das

categorias variavam de um método a outro, porém dentro de blocos de discussão

relativamente comuns.

Procedeu-se então a normalização dos métodos, isto é: a re-categorização dos itens avaliados

nos diferentes métodos segundo uma mesma base de categorias de avaliação, definida pela

autora. Isto gerou uma exaustiva tabela comparativa 28, aqui sumarizada na Figura 13. Esta

separação não é perfeitamente clara, pois alguns itens podem enquadrar-se em mais de uma

categoria (uso de energia renovável, por exemplo, pode ser entendido como pertinente à

categoria de gestão de energia ou de prevenção de poluição); mas os mesmos critérios de

recategorização foram aplicados em todos os casos.

2,9%

33,6% 12,0%

12,4%

27,1% 18,8%24,0%

22,4%

23,0%

14,1%

8,5%

10,1%

10,0%

24,5%3,4%

16,3%

9,8%

18,6%

18,8%26,0%

21,1%

12,0%

8,3%

35,6%

21,7%26,0%

9,6%4,0%

4,5%

3,4%

7,3%

5,0%

9,1%4,0%24,7%

3,4%

20,3%17,0%

3,0%8,8%

10,0%2,0%1,7%

1,2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

BREEAM HKBEAM LEED MSDG CASBEEponderado

GBToolponderado

Imp

ort

ânci

a re

lativ

a d

as c

ateg

ori

as

Qualidade da implantação

Gestão do uso de água

Gestão do uso de energia

Gestão de materiais e(redução de) resíduos

Prevenção de Poluição

Gestão ambiental (doprocesso)

Gestão da qualidade doambiente interno

Qualidade dos serviços

Desempenho Econômico

Figura 13 – Distribuição dos créditos ambientais do BREEAM, HKBEAM, LEED TM, MSDG, CASBEE e GBTool, após normalização.

27 Casos em que houve acesso à estrutura completa dos sistemas.

28 Uma versão resumida desta tabela consta no Apêndice 1.

UK HK defaults Canadá EUA Japão Minnesota (EUA)

Page 98: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 67

Os métodos são diferentes porque refletem expectativas de mercado, práticas construtivas e,

principalmente, agendas ambientais diferentes para cada país. Isto é demonstrado pela

variação na distribuição de créditos ambientais entre os métodos da Inglaterra, dos EUA,

Japão e Canadá (defaults da GBTool) (Figura 13) e pelos resultados de pesquisa de percepção

de relevância de aspectos a serem incluídos em um método de avaliação, realizada de maneira

padronizada na Alemanha e no Brasil (ver Capítulo 6). O contraste entre o BREEAM e o HK-

BEAM, deixa clara a magnitude da alteração para adaptação do método britânico em Hong

Kong. Mesmo dentro do mesmo país, as agendas podem mudar localmente, como mostra a

diferença entre o LEED™ e o MSDG, criado especificamente para o estado de Minnesota,

numa derivação clara do LEED™..

Temas ambientais com efeitos globais, como aquecimento global, dano à camada de ozônio,

chuva ácida, esgotamento de florestas etc, são consensualmente reconhecidos como de grande

importância e, conseqüentemente, de alguma forma incluídos em todos os métodos de

avaliação ambiental. Já a importância atribuída a outros temas varia com o contexto

geográfico, como nos casos de esgotamento de matérias-primas e conservação de água.

Cabe ainda uma observação específica sobre a consideração da categoria Desempenho

Econômico. O único sistema que vai além da avaliação de desempenho ambiental é o GBC,

que procura estimar o custo envolvido na obtenção de um determinado nível de desempenho

ambiental, com a intenção de (1) estimular o emprego de métodos de valoração no longo

prazo e de (2) reunir dados para desmistificar o pré-conceito de que edifícios com melhor

desempenho ambiental são necessariamente muito mais caros que um edifício comum. No

entanto, o desempenho econômico é balanceado no mesmo nível que as diversas sub-

categorias de desempenho ambiental.

O conceito de sustentabilidade pressupõe que os componentes ambiental, social e econômico

estejam em um mesmo nível hierárquico. Neste sentido, um exemplo conceitualmente mais

correto (ainda que não inclua a dimensão social) é dado pelo software BEES29 (LIPPIATT,

1998), uma ferramenta de apoio à seleção de materiais e componentes de construção que

balanceia as dimensões econômica e ambiental (com base em LCA) segundo uma importância

relativa definida pelo usuário em cada contexto específico de tomada de decisão.

29 BEES - Building for Environmental and Economic Sustainability.

Page 99: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 68

3.3.2 COMO ESTES MÉTODOS AVALIAM O DESEMPENHO AMBIENTAL?

SOBRE O SISTEMA DE PONTUAÇÃO

O desenvolvimento ideal das metodologias de avaliação de edifícios é migrar dos critérios

prescritivos para critérios de desempenho. Neste caso, o papel do benchmark – considerado

de forma implícita na definição das metas - passa para o primeiro plano, e sinaliza o grande

desafio de acumular os dados para construção destas referências de desempenho.

A GBTool é o único sistema de avaliação pautado pela abordagem de desempenho já

implementado30. Diante da complexidade de aplicar os conceitos de avaliação de

desempenho, a maior parte das metodologias é prescritiva e orientada a dispositivos ou

estratégias31, e trabalham com listas de verificação (checklists) que concedem créditos em

função da aplicação de determinadas estratégias de projeto ou especificação de determinados

equipamentos. Esta é uma saída com nível de complexidade muito menor, que presume que

uma coleção de estratégias e equipamentos provavelmente levará a alguma melhoria de

desempenho, ainda que ela não possa ser estimada.

Apesar de serem mais amigáveis para o mercado e mais facilmente incorporados como

ferramentas de projeto, as listas orientadas a dispositivos vêm sendo vigorosamente

contestadas durante o desenvolvimento de novos sistemas de avaliação. O problema-chave do

formato checklist + critérios prescritivos é que o fato de um edifício atender completamente à

lista de verificação não necessariamente garante o melhor desempenho global, ou em outras

palavras: exigir o cumprimento de itens prescritivos e orientados a dispositivos só leva à

produção de edifícios orientados a dispositivos, e não necessariamente de edifícios com

melhor desempenho.

Critérios orientados a dispositivos normalmente refletem uma confusão entre meios e fins,

com os meios tornando-se objetivos per si. Tais critérios enfocam geralmente aspectos de

atributos ambientais isolados e embutem o risco de favorecer a qualificação de edifícios que

contenham equipamentos em detrimento do seu desempenho ambiental global; e de não

refletir verdadeiramente os impactos ambientais das escolhas feitas.

Isto significa que créditos como “conteúdo reciclado” e “uso de dispositivos de iluminação

eficientes”, por exemplo, são atribuídos independentemente dos impactos ambientais

30 O CASBEE é ainda muito recente e pouco difundido; o ESCALE, do CSTB, e a versão beta do Minnesota Sustainable

Design Guide também se aproximam do conceito de desempenho, mas ainda estão em desenvolvimento.

31 Designadas, em inglês, pelas expressões feature-based ou device-oriented.

Page 100: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 69

associados ao esforço de reciclagem ou de haver ou não estímulo para integração de

estratégias ativas e passivas para redução do consumo global de energia.

SOBRE O USO DE LCA

A maior parte dos sistemas de avaliação existentes – especialmente aqueles que atribuem

pontos ou créditos com base em critérios, como o LEEDTM, BREEAM etc – não utiliza a

LCA como ferramenta de apoio à atribuição de créditos ambientais relacionados ao uso de

materiais.

Esta deficiência resulta da natureza evolucionária das estruturas dos sistemas de avaliação

ambiental e da ausência de dados ambientais apropriados e consensualmente aceitos, mas

pode ser superada pela integração de ferramentas de suporte à decisão com base em LCA aos

sistemas de avaliação ambiental.

O desenvolvimento de um estimador simplificado de emissões e de energia incorporada nos

materiais na GBTool 2002 foi um primeiro passo neste sentido, mas a integração completa

somente será possível quando (1) forem disponibilizados os dados de inventário necessários,

através do US LCI Database Project (Estados Unidos), ATHENA Institute (Canadá) e esforços

comparáveis em outros países, e (2) estas ferramentas simplificadas forem posteriormente

desenvolvidas para identificar apropriadamente e rastrear efeitos ambientais ao longo do ciclo

de vida.

São poucos os sistemas que seguem mais rigorosamente o formato de LCA, devido às

dificuldades práticas de aquisição e manipulação de dados, e ao fato de aspectos importantes

do desempenho de edifícios ficarem fora de seu alcance. De toda forma, o conceito de avaliar

impactos ao longo de todo o ciclo de vida do edifício permeia todos os sistemas de avaliação

disponíveis e de alguma forma transparece em suas estruturas.

Entre os poucos exemplos de sistemas com base em LCA (LCA-based) estão o EcoEffect, da

Suécia; o BEAT 2002, da Dinamarca; e o GBC. Nestes casos, utiliza-se LCA onde aplicável,

isto é: para consideração de uso de recursos e geração de emissões e resíduos, e complementa-

se a avaliação através do estabelecimento de critérios e indicadores. No EcoEffect, por

exemplo, apenas a avaliação de uso de energia (Figura 14) e de uso de materiais é feita com

base em LCA. Os demais temas (ambiente interno e ambiente externo) são avaliados com

base em critérios.

Page 101: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 70

Figura 14 - Tela original de apresentação de resultados de impacto ambiental do uso de energia, segundo o EcoEffect (MALMQVIST, 2002).

O GBC também utiliza o formato de análise de entradas (uso de recursos) e saídas (cargas

ambientais) do sistema (edifício) e apresenta resultados nas categorias de impacto utilizadas

nas LCAs para materiais de construção (através de links com softwares de LCA) e para

produção e operação do edifício (através dos fluxos de recursos e emissões gerados). Assim

como o EcoEffect, a avaliação dos itens que fogem do escopo da LCA é feita com base em

critérios, para os quais atribui-se pontos conforme o resultado da comparação do desempenho

do edifício com valores de referência (benchmarks) para indicadores pré-definidos.

O CASBEE (JSBC, 2002), por sua vez, não faz exatamente uma análise de ciclo de vida, mas

o conceito de eco-eficiência é, assim como a LCA, um princípio que balanceia os impactos

negativos atrelados ao benefício de obtenção de um produto.

SOBRE O USO DE CRITÉRIOS E INDICADORES

Ainda não há consenso sobre um conjunto de indicadores mais apropriado. Os valores de

referência (benchmarks) naturalmente variam de um contexto a outro, sendo normalmente

obtidos através de programas experimentais para coleta de dados da prática típica, que retro-

alimentam a definição das metas. Estes dois temas são alvo de pesquisas do BRE, da CIRIA32

32 CIRIA - Construction Industry Research and Information Association.

Page 102: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 71

e outros (COLE, 1998; CIRIA, 2001; HÄKKINEN et al.; 2002; SIGURJÓNSSON et al.,

2002).

Uma vez adotado um determinado indicador, a unidade é normalmente consensual, isto é:

emissões são expressas em Kg de substâncias equivalentes/ano; o consumo de energia, em

MJ/ano; e o consumo de água, em m3/ano. O que muda um pouco é o critério de

normalização, isto é: se os valores dos indicadores são expressos como a quantidade absoluta

de impacto ou por unidade de área, ou por horas de ocupação.

O GBC apresenta resultados normalizados por área e por área e ocupação, de forma a evitar

equívocos de interpretação influenciados por extremos de densidade de ocupação do edifício.

Uma particularidade do GBC, dada a sua vocação para comparação internacional, é a

utilização dos chamados indicadores de sustentabilidade ambiental, mas esta ainda é uma

frente de trabalho em andamento. De toda forma, indicadores per si, infelizmente não dizem

muita coisa. Para cumprir a sua função de comparar edifícios em países (e contextos)

diferentes, os indicadores precisam estar atrelados a referências que apontem claramente o

que significa aquele valor (de consumo de recursos, de cargas ambientais etc) no contexto em

que o edifício está inserido.

Tomando o exemplo do indicador de consumo de energia (MJ/por m2). O valor deste

indicador para um edifício brasileiro (ainda que o clima exija refrigeração em determinada

época do ano) pode ser bem mais baixo do que o de um edifício escandinavo (onde é questão

de sobrevivência manter o aquecimento funcionando de 12h a 24h/dia, durante um período

relativamente longo do ano) e, ainda assim, ser extremamente elevado em relação à média de

edifícios similares no Brasil. Neste exemplo específico, (1) separar o consumo de energia em

mais indicadores, sendo um exclusivamente para condicionamento e (2) uma terceira

normalização, desta vez por clima (com base em degree days33, por exemplo), podem ser

abordagens interessantes.

33 Os degree-days indicam a interferência do clima local no consumo (e, portanto, do custo) de energia. Degree days são uma

unidade de medida que compara a temperatura externa com uma temperatura-padrão de 65 Fahrenheit. Quanto maior a diferença, maior o número de degree days de aquecimento (temperatura externa < 65F) ou de refrigeração (temperatura externa > 65F).

Page 103: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 72

SOBRE A APLICAÇÃO DE PONDERAÇÃO PARA AGREGAÇÃO DE RESULTADOS

A ponderação é a área mais complexa de avaliação de impactos ambientais. Ainda não há

método consensual para determinar objetivamente os fatores de ponderação apropriados, pois

(PRÉ CONSULTANTS INC;DUIJF, 1996; HARRIS, 1999):

• há dificuldade em obter consenso sobre a importância relativa de diferentes efeitos, ex.: “como a redução do consumo de energia compara-se ao consumo de matéria prima em termos ambientais?” ou “1 tonelada de material posto em aterro tem um impacto ambiental equivalente a 1 tonelada de emissão de CO2?”;

• um determinado efeito pode ser não só dependente de materiais, mas também de características de uso;

• a importância pode variar geograficamente, ex.: conservação de água, isolamento térmico; e

• há variações geográficas na energia incorporada, atreladas a diferentes requisitos de transporte e variações de eficiência energética na manufatura.

Por essa razão, nem todos os sistemas agregam os resultados. No entanto, se é feita a opção

por exprimir o desempenho através de uma pontuação global, o problema da ponderação tem

de ser tratado. A diferença em importância relativa entre variáveis pode existir explicita- ou

implicitamente e, neste sentido, os sistemas existentes adotam linhas muito diferentes:

• Nos métodos que utilizam sistema de pontos, como o LEED, o HK-BEAM e o MSDG, todos os créditos têm peso idêntico, a concentração de créditos em determinadas categorias define implicitamente um critério de ponderação. Tal critério, porém, não é transparente, já que a quantidade de créditos em cada área de avaliação resulta de decisão consensual das equipes que desenvolveram estes sistemas. A certificação de desempenho é conferida com base no total de créditos obtidos, não sendo necessário, portanto, atender a um número mínimo de créditos em cada uma das categorias.

No BREEAM e no CASBEE, os pontos das categorias são ponderados explicitamente para gerar um numero único, respectivamente o índice de desempenho ambiental do edifício (EPI) e o indicador de eficiência ambiental do edifício (BEE).

• No CSTB ESCALE e no BEPAC, os resultados dos itens principais e subitens não são agregados, isto é: o resultado apresentado é um perfil de desempenho do edifício. Nos níveis inferiores, a agregação é feita por soma ponderada.

• No GBC, a GBTool também usa pesos explicitamente, e sugere uma ponderação-default a partir de dados canadenses. Esta ponderação pode ser redefinida pelo usuário em qualquer país, região ou contexto. A questão-chave é como fazer isto de maneira objetiva e consistente. Até a GBTool 2K (2000), apenas os níveis hierarquicamente inferiores - isto é dentro das categorias principais34 - eram ponderados, segundo fatores ajustáveis pelas equipes de avaliação, e o resultado era um perfil de desempenho ambiental do edifício. Na versão 2002 (GBTool 2K v.

34 Criteria e subcriteria, na terminologia do GBC.

Page 104: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 73

1.81), também as categorias principais passaram a ser ponderadas para gerar uma nota final do edifício entre -2 e +5. Os pesos das categorias principais são definidos pelas equipes de avaliação, enquanto os pesos nos níveis inferiores são fixos e distribuídos igualmente por todos os itens.

Apesar de ser consenso que os pesos das categorias devam ser determinados de maneira objetiva, ainda não foi encontrada uma forma satisfatória para fazê- lo. Na GBTool 2K v. 1.81 as equipes de avaliação são encorajadas a modificar os dados default da GBTool (válidos para o cenário canadense), utilizando técnicas de análise de decisão multi-critérios para reduzir a subjetividade na determinação dos fatores de ponderação. Foi também incluída uma planilha de votação em que até 6 votantes sugerem uma distribuição de pesos. Ressalta-se que estes votantes devem ser especialistas na área do tema ambiental relevante, o que significa que os componentes destes grupos de votantes podem variar, de acordo com o tema em questão (COLE;LARSSON, 2002).

SOBRE A COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS

A questão-chave em comunicação de resultados relaciona-se a dois itens: (1) se a

demonstração do desempenho do edifício é feita através de um indicador único, como faz o

BREEAM; de perfis de desempenho, como fazem o BEPAC, o ESCALE, o EcoProfile; de

uma combinação de índice e perfil, como o CASBEE e o GBC; ou simplesmente através de

um número de pontos em relação ao total possível, como fazem o BEPAC, o LEED e o

MSDG; e (2) se esta demonstração do resultado é absoluta (como no caso do BEPAC,

BREEAM, LEED™ e MSDG) ou relativa, isto é: se a classificação do desempenho posiciona

o edifício avaliado em relação ao desempenho típico do mercado (BREEAM, LEED™,

CASBEE, ESCALE, GBC).

3.3.3 QUANTO É PRECISO ATINGIR?

DEFINIÇÃO DE PONTUAÇÃO MÍNIMA, REFERÊNCIA E METAS DE DESEMPENHO

Nos diversos métodos, a pontuação mínima que garante eligibilidade a uma das classes de

desempenho também têm sido arbitradas, validadas empiricamente e modificadas nas revisões

subseqüentes dos métodos.

A definição de valores de referência (benchmarks) e metas de desempenho é outro ponto

crítico. Não por dificuldades conceituais intrínsecas, como no caso da ponderação, mas pela

necessidade de dispor de grande quantidade de dados tratados, e que sejam estatisticamente

representativos. Por esta ser uma área relativamente recente, há poucos critérios e metas

ambientais definidos.

Page 105: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 74

Em casos em que é possível medir com relativa facilidade, o estabelecimento de metas tende a

ser também mais simples: no campo de aquecimento global, por exemplo, já existem modelos

de simulação para estimar a escala da redução na emissão de CO2 necessária para estabilizar

temperatura global. A partir de um valor como este, é possível estabelecer metas e

benchmarks de consumo de energia e emissões de CO2 relacionadas para uma gama de tipos

de edifícios estão amplamente disponíveis em vários países, inclusive na forma de softwares

estimadores, como o Australian Building Greenhouse Rating System35 e o Target Finder36, do

pacote do DOE/EPA Energy Star for Buildings37.

No entanto, em geral há pouca informação sobre o desempenho de edifícios existentes em

relação a diversos indicadores, pois há aspectos de desempenho ambiental (como o efeito de

qualidade do ar interno na saúde dos ocupantes) substancialmente mais difíceis de avaliar

quantitativamente, seja de forma absoluta ou comparativa (HARRIS, 1999).

É consenso que emprego de mecanismos de retro-alimentação é um fator-chave para melhoria

de desempenho de edifícios, mas também é consenso que historicamente ela tem sido pouco

utilizada. Na ausência de dados, como então escolher valores (benchmarks) apropriados?

Metas muito ambiciosas e que nunca sejam atendidas podem, em vez de encorajar mudanças,

acabar tendo efeito contrário. Metas muito baixas, por outro lado, simplesmente premiam

práticas típicas, e deixam de diferenciar práticas que vão além do modelo corrente.

Há dois caminhos possíveis para a definição de pontuação mínima, desempenho de referência

e metas de desempenho:

1) Valores iniciais são definidos empírica- e consensualmente. As avaliações realizadas entre uma revisão e outra do método retro-alimentam o ajuste para as versões posteriores, assim como os resultados de pesquisas pontuais conduzidas em paralelo; e

2) construção de benchmarks com base num processo de aquisição de dados confiáveis, atualizados e estatisticamente representativos conduzido anteriormente.

Todos os métodos existentes para avaliação ambiental de edifícios enquadram-se no primeiro

caso. O segundo procedimento é o ideal, mas implica em custo, trabalho e tempo intensivos,

de forma que é uma situação de raríssimos exemplos, como o Energy Star for Buildings,

35 http://www.abgr.com.au/

36 http://208.254.22.6/index.cfm?c=target_finder.bus_target_finder

37 http://208.254.22.6/index.cfm?c=business.bus_index

Page 106: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 75

sistema dos Estados Unidos especificamente para avaliação de desempenho energético; e o

Probe, do Reino Unido, atualmente em estágio-piloto.

No caso do Energy Star, os benchmarks e metas de desempenho utilizados no foram

estabelecidos com base na CBECS38, uma pesquisa feita pelo Departamento de Energia

americano que gerou uma base estatística de dados de consumo e gastos com energia em

edifícios comerciais americanos. Os edifícios classificados como escritórios nas CBECS de

1992 a 1995 formam uma amostra (cerca de 2000 edifícios) que estatisticamente representa os

mais de 7.000 edifícios comerciais americanos elegíveis a avaliação pelo sistema. Uma

análise de regressão linear passo-a-passo identificou (1) os componentes principais do

consumo de energia dos edifícios; e (2) o impacto rela tivo destes componentes no consumo. O

desempenho do edifício é estimado a partir de entrada de dados de consumo de energia,

características físicas e de operação; e os benchmarks são normalizados por clima, conforme o

CEP39 da região do edifício a avaliar (EPA/DOE, 1999).

Já o Probe é um projeto de pesquisa para melhorar a retro-alimentação sobre o desempenho

de edifícios em operação no Reino Unido. É um projeto pioneiro em prover um pacote

integrado de métodos testados para retro-alimentar clientes, projetistas e gestores de

facilidades, através de revisão abrangente; de avaliações pós-ocupação (APOs) (incluindo

entrevistas técnicas e de satisfação dos usuários) com base em benchmarks; e de um método

de avaliação e relato de desempenho energético40. A pesquisa conduzida ajuda a definir os

benchmarks, que são validados em APOs e podem ser utilizados como referência pelo setor e

para planejamento de novos empreendimentos ou reabilitações. Entre 1995 e 2000, foram

publicadas 18 após (ESD, s.d. e COHEN et al, 2001).

3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

A análise do histórico de desenvolvimento e das estruturas dos métodos de avaliação

existentes realça alguns pontos-chave:

1. As origens e intenções de cada sistema variam de ferramentas para uso na etapa de projeto até ferramentas de avaliação pós-ocupação.

Nem todos os métodos de avaliação existentes cobrem todos os campos potenciais de aplicação apontados no Capítulo 1 e resumidos na Tabela 12. O único sistema que - com maior ou menor sucesso - varre todas as aplicações potenciais apontadas é a

38 CBECS - Commercial Buildings Energy Consumption Survey.

39 CEP - código de endereçamento postal.

40 EARMTM - Energy Assessment and Reporting Methodology.

Page 107: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 76

GBTool, porque foi, desde o início, desenvolvido para tentar superar as limitações dos sistemas anteriores. Na tentativa de abranger todos os aspectos considerados relevantes para a definição de edifícios ambientalmente responsáveis, esta ferramenta de avaliação é sem dúvida, a mais complexa. Mas é também a mais freqüentemente revisada e atualizada.

Tabela 12 - Aplicações potenciais e posicionamento dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios existentes.

Sistema de avaliação

Gestão ambiental

Marketing Metas ambientais

Auxílio ao projeto

Normas desempenho

Auditorias ambientais

BEPAC* ü ü ü ü

BREEAM* ü ü ü ü

HKBEAM ü ü ü ü

LEED * ü ü ü ü

MSDG ü ü

CASBEE ü ü ü

GBTool* ü ü ü ü ü ü

* a partir de CRAWLEY, AHO (1999). O tamanho das marcas indica a abrangência da avaliação.

2. Apesar do detalhamento das agendas variar de um país a outro, isto ocorre dentro de blocos de discussão relativamente comuns, que estão presentes em qualquer contexto.

Os métodos são naturalmente diferentes, por que as agendas ambientais variam de um país a outro; assim como as práticas construtivas e de projeto, o clima, o estado do estoque construído, as prioridades de regulamentações e do mercado; as mudanças (no mercado) que se deseja encorajar; e a receptividade dos mercados à introdução dos métodos.

Este núcleo comum pode ser considerado como ponto de partida no desenvolvimento de um método brasileiro, mas deverá ser complementado por categorias que reflitam prioridades nacionais não contempladas nos métodos estrangeiros. A importância relativa (fatores de ponderação) entre categorias também deverá ser ajustada à agenda brasileira.

3. O conceito de considerar impactos ao longo de todo o ciclo de vida permeia todos os sistemas de avaliação disponíveis e de alguma forma transparece em suas estruturas, mas são poucos os métodos que seguem o formato de LCA com maior fidelidade.

A maioria dos métodos de avaliação e, especialmente os métodos com sistema de pontos (ou créditos) com base em critérios, como o LEEDTM, BREEAM etc, têm suas estruturas organizadas em função de input ou campos em que investidores, projetistas e construtores precisam necessariamente tomar decisões tais como: implantação, uso

Page 108: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 3 – Sistemas de avaliação ambiental de edifícios: estado atual e discussão metodológica 77

de água e energia, materiais e ambiente interno. Estes métodos não utilizam a LCA como ferramenta de apoio à atribuição de créditos ambientais relacionados ao uso de materiais. Como resultado, tais créditos enfocam geralmente aspectos de atributos ambientais isolados, que podem ou não refletir verdadeiramente os impactos ambientais da escolha de materiais.

Na outra ponta, são poucos os métodos que procuram seguir o formato de LCA mais de perto, os chamados sistemas com base em LCA (LCA-based): o EcoEffect, da Suécia; o BEAT 2002, da Dinamarca; e o GBC, internacional. Nestes casos, a estrutura é organizada em função de impactos ambientais associados a elementos ou características do edifício41 (formato LCA).

Como reforçado no Capítulo 2, a LCA traz uma dimensão científica à avaliação do impacto ambiental relacionado ao uso de materiais e recursos por um determinado sistema. Quando o objeto da análise é um edifício, no entanto, aspectos importantes de seu desempenho ambiental escapam de seu alcance. Conseqüentemente, os sistemas com base em LCA utilizam-na onde possível e, nos itens em que ela não é aplicável, a avaliação é complementada por critérios (e indicadores) ambientais.

4. Todos eles enfrentam - ou em algum momento enfrentaram – três pontos metodológicos críticos muito bem definidos: estabelecimento de uma estrutura de avaliação e do conjunto de indicadores correspondente, de um sistema consensual para ponderação para agregação de resultados; e de referências e metas de desempenho para os indicadores utilizados.

A abordagem sugerida neste trabalho para os dois primeiros pontos é tratada no Capítulo 5. A definição de referências e metas de desempenho requer a experimentação do método e é alvo de continuidade da pesquisa.

5. Todos estes métodos partilham o objetivo de encorajar a demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental, provendo avaliações ora detalhadas, para o diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no estoque construído, ora simplificadas, para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos ambientais para edifícios.

6. Todos eles concentram-se exclusivamente na dimensão ambiental da sustentabilidade.

E por várias razões. A mais óbvia delas diz respeito à natureza da agenda para a sustentabilidade em países desenvolvidos. O desenvolvimento econômico foi encorajado e acelerado e, nos países industrializados, a sociedade encontrou um nível de qualidade de vida e de distribuição de riqueza – ou ao menos de eliminação de extremos de desigualdade social - sem precedentes ou paralelo em países em desenvolvimento. O preço deste desenvolvimento foi a causa ou a acentuação de fenômenos destruição de elementos naturais em seu próprio território ou – como mais tarde seria constatado – em escala global. Por esta razão, a agenda dos países

41 No GBC, particularmente, o quesito uso de energia não renovável, por exemplo, aparece duplamente enquanto aspecto de

consumo de energia e de poluição ambiental.

Page 109: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 ESTUDO EXPLORATÓRIO

4.1 INTRODUÇÃO

Este estudo exploratório teve três objetivos principais (1) encerrar conclusivamente a

demonstração da hipótese de trabalho, ao evidenciar que nem mesmo a ferramenta mais

flexível dentre as existentes poderia ser utilizada satisfatoriamente no contexto brasileiro; (2)

ganhar experiência no procedimento de avaliação ambiental de edifícios, utilizando um

método internacional consolidado e com alto nível de detalhamento; e (3) verificar se e em

que extensão este método poderia ser incorporado para avaliar o módulo ambiental da

avaliação de sustentabilidade proposta para edifícios brasileiros.

A GBTool foi selecionada para o estudo por ser a única ferramenta existente de avaliação

ambiental de edifícios desenvolvida especificamente para permitir e facilitar a sua adaptação a

diferentes contextos. A definição da escala de desempenho requer que sejam conhecidos no

mínimo dois pontos: prática típica (benchmark, na definição do GBC, correspondente à nota

0,0) e prática de excelência (nota 5,0). A nota máxima para cada quesito pode ser definida

teoricamente com base na vanguarda de tecnologias, materiais e equipamentos existentes,

desconsiderando seu custo de implementação (COLE;LARSSON, 2002). Já a definição da

nota zero é um ponto crítico enfrentado, a cada ciclo, por todas as equipes do GBC, e cada

equipe adota uma abordagem própria 1.

Em muitos países participantes, a existência de um amplo e detalhado conjunto de normas

técnicas, ainda que não solucione completamente o problema, permite assumir valores para a

prática típica e padrões da indústria para boa parte dos itens relevantes. Adicionalmente,

alguns países já contam com inventários de ciclo de vida de materiais de construção, que

permitem informar com maior precisão a energia e emissões neles incorporadas. No caso

brasileiro, a defasagem ou ausência de normas técnicas e de dados nacionais em geral

dificultava sobremaneira a definição teórica dos benchmarks.

O estudo exploratório foi então desenhado para atender a um quarto objetivo: melhorar a

calibração das avaliações de edifícios brasileiros no âmbito do GBC, isto é: conhecer a faixa

da escala de desempenho da GBTool que corresponderia a edifícios resultantes de práticas

Page 110: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 79

típicas de projeto e construção no Brasil. Estes níveis de desempenho passariam a constituir a

nota zero em avaliações futuras de edifícios de porte, tipologia e condições de uso

semelhantes.

4.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

A etapa de definição da amostra visava verificar se os edifícios disponíveis para o estudo

piloto eram casos elegíveis para avaliação nos termos propostos nesta pesquisa, quais sejam:

CARACTERÍSTICAS OBRIGATÓRIAS

• edifícios em operação (entre 1 e 3 anos). A maioria dos sistemas de avaliação estima o desempenho a partir da avaliação de projetos de edifícios (desempenho potencial), utilizando simulação de dados de consumo a partir de premissas de projeto. Em virtude da limitação de recursos para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-se por trabalhar, no estudo exploratório, com edifícios em uso (acima de 80% da ocupação) e coletar os dados de consumo diretamente das contas emitidas pelas concessionárias de fornecimento de água e energia (12 meses consecutivos).

• edifícios pertencentes ao maior número possível de categorias diferentes de edifícios comerciais que, ainda que não estatisticamente representativos, juntos compusessem o quadro de projeto e construção mais amplo possível para esta tipologia. A opção por edifícios reais substituiu a idéia inicial de definir um edifício típico conceitual.

Após consulta a um painel de especialistas, considerou-se satisfatório que três categorias fossem contempladas: edifícios comerciais de padrão simples, padrão médio e “padrão corporativo”. O termo “padrão” foi aqui utilizado para referir-se não apenas aos custos de construção, mas principalmente à qualidade das soluções tecnológicas e de projeto empregadas. Preocupações (de projeto ou execução) em reduzir o impacto ambiental do edifício não foram consideradas como um critério para seleção dos edifícios ou definição das categorias.

Os edifícios de padrão simples foram aqui definidos como aqueles caracterizados pelo emprego de equipamentos de condicionamento simples e nem sempre os mais eficientes (tipo unidade de janela ou split system, de controle manual), com pouca preocupação no atendimento de preceitos de qualidade de projeto e construção. Os edifícios de padrão médio caracterizam-se pelo emprego de soluções de condicionamento artificial mais eficientes, e de planejamento de projeto e execução, pautados pelos conceitos da qualidade e da série de normas ISO 9000. A categoria dos chamados edifícios corporativos procurava contemplar o fenômeno corrente de construção de edifícios de altíssimo padrão e com ampla utilização de fachadas envidraçadas durante o desenvolvimento e consolidação dos novos “centros de negócios” na cidade de São Paulo. Houve uma oferta de um edifício

1 Que vai desde a busca de um edifício existente, com função e padrão de ocupação idênticos (Chile e Canadá), até

concentrar esforços para a definição sistemática de benchmarks apenas dos itens com maior peso (Canadá).

Page 111: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 80

padrão corporativo para avaliação, mas que foi posteriormente retirada, por receio do efeito que um eventual mau desempenho ambiental poderia ter na imagem do edifício, em franco lançamento. Por essa razão, esta categoria não pôde ser avaliada nesta pesquisa.

CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS

• edifícios executados por construtoras com certificação da série ISO 9000, por dois motivos. Primeiro, por entender que empresas e projetistas que tenham se preocupado em obter uma certificação da série de normas da qualidade estariam provavelmente mais próximos do perfil de um potencial interessado em obter uma certificação ambiental. Segundo, porque a condução de uma avaliação ambiental requer a disponibilização de uma grande quantidade de informações sobre o projeto e a execução do edifício, que tende a ser sensivelmente facilitada por procedimentos de documentação e arquivamento que tipicamente acompanham a implementação de sistemas de gestão da qualidade.

• edifícios concluídos há menos de 5 anos a contar do início da pesquisa, para evitar perda de informações pela desativação de arquivos e registros com o passar do tempo, alteração do corpo gerencial e de funcionários etc.

Procurando atender à categorização acima, aos limites geográficos de estudo, e a períodos de

projeto e construção distintos (com reflexos principalmente na adoção dos conceitos de

qualidade da construção), dois edifícios foram selecionados para avaliação:

• edifício comercial de padrão simples, localizado na cidade de Campinas – SP (Estudo de Caso 1). Trata-se de um conjunto horizontal (2 pavimentos), uso misto (escritório e hotel), parcialmente condicionado e com intenso uso de iluminação e ventilação naturais. A execução coube a uma construtora sem sistema de gestão da qualidade implantado, e foi concluída em 1996.

• edifício comercial de padrão médio, localizado na cidade de São Paulo – SP (Estudo de Caso 2), vertical (14 pavimentos acima do solo), uso único (escritórios), totalmente condicionado artificialmente e com grande área envidraçada nas fachadas norte e sul. A execução coube à construtora-proprietária, portadora de certificação ISO 9000, e foi concluída em 2000.

A oferta limitada de edifícios para avaliação não permitiu, no período do estudo, a

constituição de uma amostra estatisticamente representativa, mas os resultados dos estudos de

caso avaliados constituem os números disponíveis para iniciar a discussão no tema. Com o

aumento gradual do número de avaliações, o armazenamento dos dados do conjunto de

edifícios avaliados delineará cada vez mais nitidamente um quadro típico de projeto e

construção.

Page 112: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 81

4.3 AVALIAÇÃO EXPLORATÓRIA

A GBTool (versão GBT2kV1.81, de junho de 2002) foi utilizada exatamente no estado em

que foi oferecida aos países participantes do terceiro ciclo do GBC (2000-2002). Os estudos

de casos aqui descritos foram realizados nos moldes das avaliações para a conferência

Sustainable Building 2002 (SB´02). Devido à dificuldade prática de se conduzir o volume de

avaliação completo dentro de limites de tempo e financeiros aceitáveis para as equipes no

GBC, era obrigatória a análise de apenas três temas: consumo de recursos, cargas ambientais

e qualidade do ambiente interno.

4.3.1 DEFINIÇÃO DE FATORES DE PONDERAÇÃO

A estratégia para a determinação sistemática de uma ponderação adaptada à realidade

nacional envolveu a composição de um pequeno painel de especialistas, que utilizou uma

ferramenta de suporte ao processo de análise hierárquica (AHP 2) desenvolvida em ambiente

MS EXCEL, com recursos básicos de MS Visual Basic3.

A vantagem decisiva da utilização do AHP é tornar o processo de ordenamento e seleção

muito transparente e revelar, em detalhe, o julgamento do agente de decisão. O procedimento

de consulta a painel de especialistas já foi utilizado em experiências semelhantes, como o

BREEAM, e é estimulada pela inclusão da planilha “VOTE” na GBTool.

4.3.1.1 DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS HIERÁRQUICOS

O primeiro passo da aplicação da técnica AHP é a definição dos níveis hierárquicos do

problema de decisão. Assim, logo após uma tela de cadastro, foi apresentada aos votantes a

árvore hierárquica mostrada na Figura 1, definida seguindo a estrutura da GBTool. Esta

mesma hierarquia foi mantida na organização das telas de Ajuda e de Resultados.

2 AHP - Analytic Hierarchy Process.

3 Existem no mercado softwares AHP especializados, sendo o ExpertChoice® (CHAPMAN; MARSHALL; FORMAN, 1998) o

mais difundido deles, que poderiam ter sido utilizados para a derivação dos pesos.

Page 113: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 82

Figura 1 – Definição dos níveis hierárquicos.

4.3.1.2 CONSTRUÇÃO DAS MATRIZES DE COMPARAÇÃO

Feito o cadastro e examinada a árvore hierárquica do problema apresentado, o votante chega

às duas matrizes de decisão quanto à importância relativa entre Temas de Desempenho 4. A

matriz completa inclui todos os temas de desempenho contemplados na GBTool (não utilizada

neste estudo, enquanto uma matriz parcial inclui apenas os temas obrigatórios para a SB´02

(Figura 2).

4 No total, são sete matrizes de decisão: duas delas para ponderação entre temas de desempenho, e outras cinco matrizes

para ponderação das categorias dentro dos temas Consumo de Recursos; Cargas Ambientais; Qualidade do Ambiente Interno; Qualidade dos Serviços; e Gerenciamento. Não há matrizes para os temas Desempenho Econômico, que é avaliada na GBTool através de um quesito único; e Comutação/transporte, ainda não implementado.

Nivel 1

Qualidade serviços

Temas de Desempenho

energia

solo

reuso

água

materiais externos

GHGs

ozônio

foto-oxid

acidific.

resíduos sólidos

efluentes líquidos

RCD perigosos

impacto vizinhos

qualid. ar

conforto térmico

acústica

iluminação

eletro-magnetismo

Nivel 2

Econômico Gerenciamento Comutação Transporte

Qualidade ambiente interno

Cargas ambientais

Consumo Recursos

processo

Verificação pré-entrega

operacional

Cat

ego

rias

flexibilidade

controlabilidade

privacidade

manutenção do desempenho

impacto no terreno e

adjacências

amenidades

Page 114: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 83

Para facilitar o entendimento daqueles não familiarizados com a terminologia utilizada,

hyperlinks levam a um arquivo de ajuda sintético, em que são listadas as categorias que

compõem cada Tema.

Figura 2 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre Temas de Desempenho avaliados pela GBTool, formato parcial.

Seguindo os preceitos do AHP, as matrizes foram desenhadas para permitir a análise de

importância sempre por comparação de pares de opções (uma linha x uma coluna). Somente

os campos do bloco triangular azul claro (porção superior direita da matriz) estão abertos à

interação com o usuário. Nestas células, apenas os valores presentes na escala de importância

são aceitos para digitação. Os campos recíprocos (bloco triangular cinza, na porção inferior

esquerda da matriz) e a coluna de importância relativa (pesos) são completados

automaticamente durante o preenchimento da matriz. Os pesos resultantes são enviados para a

tela Resultados, onde mensagens de erro alertam quanto a falhas no preenchimento das

matrizes.

Definida a importância relativa entre os Temas de Desempenho, segue-se a segunda série de

matrizes de comparação (Figura 3, Figura 4, Figura 5), onde, em procedimento idêntico ao

anteriormente descrito, o avaliador decide quanto à importância relativa das categorias dentro

de cada tema.

Page 115: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 84

Figura 3 – Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Consumo de Recursos.

Figura 4 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Cargas Ambientais.

Page 116: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 85

Figura 5 - Matriz de decisão quanto à importância relativa entre categorias do Tema Qualidade do Ambiente Interno (IEQ).

4.3.1.3 ESCALA DE IMPORTÂNCIA RELATIVA

A escala de importância relativa foi definida como mostrado na Tabela 1.

Tabela 1 – Definição da Escala de Importância Relativa nas matrizes de decisão.

Escala de Importância Relativa

Muito mais importante 4

Mais importante 2

Importância igual 1

Menos importante 1/2

Muito menos importante 1/4

A escala fundamental com 9 pontos originalmente proposta por SAATY (1980) não deixa

precisamente claro quão mais importante é um atributo em relação a outro, pois a transição de

um intervalo para outro pode ser bastante sutil. Alguns autores chegaram a desenvolver

definições lingüísticas para designar detalhadamente os intervalos da escala (DRAKE, 1998),

no entanto isto não significa que tais definições resultarão sempre nos mesmos pesos, já que

os termos lingüísticos são inevitavelmente imprecisos (fuzzy).

Page 117: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 86

Para facilitar a assimilação por parte dos usuários, optou-se nesta pesquisa por modificar a

escala fundamental de SAATY (1980) e reduzir para 5 o número de intervalos da escala.

Seguindo a orientação de HAURIE (2001), uma escala multiplicativa (1/4, 1/2, 1, 2, 4) foi

utilizada em vez de uma escala linear, a fim de evitar os problemas de inconsistência que

poderiam surgir nos julgamentos (i.e. não proporcionalidade entre vetores-colunas da matriz

de comparação). Os termos lingüísticos: ”muito mais importante”, “mais importante”,

“importância igual”, “menos importante” e “muito menos importante” foram então

associados às descrições quantitativas dos intervalos da escala.

4.3.1.4 PESOS OBTIDOS COM O AUXÍLIO DA FERRAMENTA AHP

Os pesos utilizados nos dois estudos de casos estão reunidos na Tabela 2.

Tabela 2 – Pesos utilizados nos dois estudos de casos realizados.

R - Consumo de Recursos 38%

R1 - Uso de energia primária (líquida) ao longo do ciclo de vida 50

R2 - Uso de solo e alteração na qualidade do solo 5

R3 – Consumo (líquido) de água potável 35

R4 - Reuso de estrutura ou materiais (existentes no sítio) e/ou encaminhamento de materiais para reciclagem fora do sítio

0

R5 - Quantidade e qualidade de materiais (externos ao sítio) utilizados 10

L - Cargas Ambientais 25%

L1 - Emissão de gases causadores de efeito estufa 20

L2 - Emissão de substâncias nocivas à camada de ozônio 20

L3 - Emissão de gases causadores de acidificação 10

L4 - Emissões levando à formação de foto-oxidantes 12

L5 - Emissões com potencial de eutroficação 0

L6 - Resíduos sólidos 20

L7 - Efluentes líquidos 13

L8 - Resíduos perigosos 3

L9 - Impactos ambientais no sítio e propriedades adjacentes 2

Q - Qualidade do Ambiente Interno 37%

Q1 - Qualidade do ar e da ventilação 25

Q2 - Conforto Térmico 25

Q3 - Conforto lumínico 25

Q4 - Conforto Acústico 20

Q5 - Poluição Eletromagnética 5

Page 118: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 87

Um painel de especialistas composto por seis votantes, utilizou a ferramenta AHP para

derivar pesos no nível hierárquico mais alto, isto é: entre os temas de desempenho. Para as

categorias dentro de cada tema, foram mantidos os pesos-default da GBTool, considerados

como razoáveis e pouco influenciados por variações contextuais5.

4.3.2 DEFINIÇÃO DE BENCHMARKS

Os benchmarks foram estimados com o maior rigor possível, considerando a limitação de

normalização e dados nacionais. De maneira geral, quando existentes, foram utilizados

valores de normas ABNT, códigos de obras, dados nacionais publicados e recomendações

sem poder normativo feitas por órgãos como o PROCEL. Como segundo recurso, foram

utilizados, onde aplicável, valores obtidos em normas ASHRAE e de ferramentas

internacionais, nominalmente o LCAid, o ATHENATM, o EnergyStar e o Austin GreenBuilder.

Finalmente, foram feitas consultas a especialistas, fabricantes de equipamentos e profissionais

do mercado.

Nos casos em que nenhuma destas fontes permitiu estimar valores nacionais, foram utilizados

os valores-default oferecidos pela ferramenta, com a ciência de que eles não necessariamente

refletiriam os números brasileiros. Especificamente:

1) Benchmarks gerais de projeto

Foram adotadas configurações mais comuns permitidas pelos códigos de obras (ex.: padrões

de ocupação e interferência em propriedades vizinhas permitidas ou resultado de omissões da

legislação) ou resultantes da prática comum observada (ex. 100% de área do terreno

impermeável (em função dos subsolos); 0 % de escavações de subsolo e 0% água de chuva

retidos no terreno).

Quando existentes, foram usados valores de normas e recomendações, ou os mais próximos

possíveis, dentre aqueles aceitos pela GBTool6:

• zonas de controle de dispositivos de iluminação: 12,5 m2, para zonas periféricas (valor da ferramenta mais próximo da recomendação de 13 m2 feita pelo PROCEL (2001)), e 25 m2, para zonas internas);

• nível de iluminação ambiente: a recomendação da NBR 5413 (ABNT, 1992) para ambientes de escritórios é de 500 a 1000 lux, no plano de trabalho, e 1/10

5 Nos níveis inferiores na hierarquia da GBTool (dentro das categorias), os pesos não são alterados pelo usuário, mas

divididos igualmente entre os critérios e, quando existentes, sub-critérios.

6 Em muitos casos , a GBTool usa lista de seleção (drop down), com valores pré-definidos e não editáveis.

Page 119: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 88

disto (min 500 lux) para o restante do ambiente. Foi adotado 475 lux (valor máximo aceito pela GBTool).

Na ausência de normas específicas, os parâmetros típicos de projeto de iluminação e sistemas

de ar condicionado, conforto ambiental, entre outros, foram obtidos por consulta a

especialistas e profissionais do mercado.

2) Benchmarks de (reuso de) materiais e (geração e destinação de) resíduos:

Foram estimados valores a partir da prática comum: 0% de reuso de materiais; 100% do

resíduo de construção e demolição (RCD) necessitando disposição adequada; 70% do

revestimento interno atendendo a recomendações quanto à emissão de VOCs7; e 75% do

material adquirido localmente (raio de 150 km).

3) Benchmarks de energia incorporada e emissões:

No caso dos impactos associados aos materiais de construção (energia incorporada e

emissões), diante da ausência total de dados nacionais de LCA, foram tomados valores a

partir de dados-default e aceito o cálculo feito pelo estimador simplificado contido na

ferramenta, mantendo-se em mente que estes números poderiam ser muito diferentes daqueles

para os materiais brasileiros8.

Os valores de energia incorporada na estrutura e envelope do edifício foram estimados a partir

de um quadro na GBTool 2000, versão usada no ciclo 1998-2000, que relaciona a massa e a

complexidade do edifício a valores de energia incorporada (em GJ/m2). Para um edifício com

massa de 375 kg/m2 (laje de 15 cm de concreto com 2500 kg/m3), os níveis baixo e

convencional de complexidade foram arbitrados, respectivamente, como prática ótima (4,5

GJ/m2) e prática padrão (6 GJ/m2).

• Energia incorporada (prática padrão): 6,0 GJ/m2.

• Energia incorporada (prática ótima): 4,5 GJ/m2

• Emissões de substâncias causadoras de efeito estufa (GHG9) incorporadas nos materiais (conversão não refinada, com base na energia incorporada nos materiais) =

7 Não havia dados sobre o adesivo utilizado no carpete no piso (~30% do revestimento interno), mas considerou-se que os

70% do revestimento interno restantes (pintura a base de água nas paredes e forro de alumínio ou gesso) atendem a recomendações quanto à emissão de VOCs

8 Notavelmente no caso do cimento, em que a GBTool considera adição máxima de 15% de resíduos, enquanto no Brasil

utiliza-se correntemente cimento com até 75% de adições.

9 GHG - Greenhouse Gases.

Page 120: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 89

72 kg CO210 eq./GJ energia incorporada (dado médio dos estudos de casos canadenses

apresentados no GBC’98, calculados pelo software ATHENATM).

4) Benchmarks de tipo de ocupação:

• densidade de ocupação: a ASHRAE 62 (2001) considera densidade máxima (em escritórios) de 7 pessoas/92 m2 (= no mínimo 13 m2 /pessoa), valor que foi adotado;

• resistência do concreto: 25 MPa (concreto de resistência normal);

• área de coleta e armazenamento de resíduos de uso: supondo serviço público de coleta diária considerou-se como típica, a previsão de pequena área central para armazenamento separado de resíduos sólidos (5 m2) e lixo orgânico (2,5 m2).

5) Benchmarks para sistemas de ventilação natural:

• relação típica entre área de janelas e aberturas operáveis e área do piso: 20% (valor na lista drop down da GBTool mais próximo da relação 1/6 da área do piso (16,7%) adotada pela maioria dos códigos de obras para áreas de ocupação prolongada.

• Distância máxima (da zona de ocupação primária) até a linha de janelas que provê ventilação: 7m para ventilação unilateral, e 15m, para ventilação cruzada.

6) Benchmarks para sistemas mecânicos:

• energia para condicionamento, iluminação e equipamentos : eletricidade;

• % mínima de horas ocupadas em que o edifício foi projetado para manter faixas de conforto nas áreas de ocupação principal: 90% (consulta a projetista);

• altura mínima do solo para pontos de tomada de ar externo: 2 m (consulta a projetista);

• distância mínima entre pontos de tomada de ar externo e saídas de exaustão e fontes de ar contaminado: 6 m (consulta a projetista);

• tipo e quantidade de refrigerante utilizado: HCFC11-22, consumido na proporção aproximada de 1 kg/35m2 (consulta a fabricante e projetista).

7) Benchmarks para sistemas de ventilação mecânica:

• área ventilada e condicionada mecanicamente: 100%

• Taxa mínima de renovação de ar (ocupação primária): 10 l/s*m2 (consulta a projetista; ASHRAE 62.1 (2001));

• Volume máximo de ar tipicame nte recirculado (ocupação primária): 20% (consulta a projetista);

• UR mínima mantida durante aquecimento: 50% (recomendação PROCEL (2001);

• UR máxima mantida durante refrigeração: 60% (recomendação PROCEL (2001);

10 CO2 - Dióxido de carbono.

11 HCFC – Hidroclorofluorcarbono.

Page 121: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 90

• setpoint de refrigeração: 26oC (valor usado nas simulações realizadas por SIGNOR (1999).

• Consumo de energia: Os benchmarks de consumo de energia foram embasados nos dados publicados por SIGNOR (1999).

• Prática padrão: adotado o valor de 406,8 MJ/m2*ano (~112,78 kWh/m2*ano), média dos valores publicados por SIGNOR (1999), para uma amostra de 512 edifícios de escritórios climatizados artificialmente na cidade de São Paulo.

• Prática ótima: O menor consumo entre os dados da mesma amostra de 512 edifícios usada acima (SIGNOR, 1999) é 194,4 MJ/m2*ano (~53,89 kWh/m2*ano), mas corresponde a menos da metade da média da amostra, e foi considerado como um ponto isolado. Optou-se, então, por adotar como benchmark o valor de 317 MJ/m2*ano (~88 kWh/m2*ano), que é a média dos menores consumos de energia em edifícios comerciais, condicionados artificialmente, em 14 cidades brasileiras, publicados no mesmo trabalho.

8) Benchmarks para uso de água:

• Uso de água fria: 83 l/pessoa*dia, menor consumo – antes da intervenção no âmbito do PURA12 - dentre os estudos de casos, série edifícios comerciais, divulgados na página da SABESP13.

Para o Estudo de Caso 1 (uso misto escritório e hotel), o benchmark (240l/pessoa*dia) foi estimado a partir do número de funcionários (151 x 83 l/dia) e de hóspedes potenciais (45 x 200 l/dia).

• Consumo de água para irrigação de jardins: 109,5 m3/ano*m2, estimativa do LCAid, considerando combinação de irrigação por spray e solo argiloso.

4.3.3 ESTUDO DE CASO 1: CONJUNTO COMERCIAL DE PADRÃO SIMPLES , USO MISTO (ESCRITÓRIO E HOTEL)

4.3.3.1 DESCRIÇÃO

O Estudo de Caso 1 (Figura 6) situa-se no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. O terreno

faz divisa com uma fazenda, com o campus da UNICAMP e com um lago, do parque

ecológico anexo. Dos 121.000 m2 do terreno, apenas 30% podem ser construídos.

O conjunto de escritórios e hotel foi inaugurado em 1996, utilizando uma parcela de terreno

de 21.000 m2. O custo estimado para esta primeira etapa de desenvolvimento (incluindo

construção, mobiliário e equipamentos) foi de cerca de US$ 1.800.000,00. A expansão do

conjunto construído está atualmente em fase de projeto e inclui um centro de convenções e

um novo bloco de hotel.

12 PURA - Programa de Uso Racional da Água.

13 http://www.sabesp.com.br/pura/cases/escritorios_sede_sabesp.htm

Page 122: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 91

Figura 6 - Vista externa do bloco de escritórios (esquerda) e vista do lago a partir do solarium no hotel

A área bruta dos dois blocos soma 4.420 m², distribuída em dois pavimentos em cada bloco.

Os 45 apartamentos do hotel são ocupados principalmente por professores visitantes ou

participantes das conferências realizadas no próprio hotel ou no centro de convenções da

Universidade. As instalações do hotel incluem piscina, sauna, quadras esportivas e uma

ligação ao parque ecológico.

Este exemplo explora o uso de iluminação e ventilação naturais (Figura 7, Figura 8 e Figura

9), potencialmente capazes de reduzir o consumo de energia do conjunto, se comparada com a

prática usual de projeto de escritórios: 100% da área é condicionada e iluminada

artificialmente14. Nos dois edifícios, os espaços são inundados pela iluminação natural

proveniente de grandes janelas e de aberturas na parte superior dos átrios. As janelas expostas

a luminosidade intensa receberam uma combinação de dispositivos de sombreamento

externos (brises) e filmes para evitar ofuscamento (Figura 7).

As áreas de trabalho (bloco de escritórios) e os apartamentos e auditórios (hotel) possuem

condicionamento artificia l (aparelhos de janela ou tipo split system), que, somados,

correspondem a 69% da área bruta do conjunto. Os átrios e halls de entrada não são

condicionados. Sistemas de aquecimento de ambientes não são utilizados. Apenas uma

pequena parcela de energia renovável é utilizada: coletores solares, para o aquecimento de

água nos apartamentos e no restaurante do hotel; e células fotovoltaicas, para controle da

iluminação externa.

14 Segundo LAMBERTS;WESTPHAL (2000), em edifícios comerciais, o consumo para refrigeração corresponde, em média, a

cerca de 20% do consumo de energia do edifício; e a iluminação artificial, a aproximadamente 44%.

Page 123: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 92

Figura 7 - Interior do bloco de escritórios: átrio. À direita, janelas com brises e filmes para sombreamento.

Figura 8 - Bloco do hotel: átrio e interior de apartamento típico.

Considerou-se que o valor ecológico do sítio não foi significativamente alterado pela a

construção do conjunto. O terreno era anteriormente não construído e praticamente plano.

Não houve remoção de cobertura vegetal considerável e o pequeno movimento de terra

realizado foi acomodado dentro dos limites do próprio terreno.

Basicamente materiais locais foram utilizados (considerados como locais materiais

provenientes de um raio de 150 km). As áreas de estacionamento são todas asfaltadas, e a

porção com paisagismo recebeu grama, com demanda por irrigação.

Não há sistema de reuso de águas servida (águas cinzas). A água da chuva que escorre sobre

os pavimentos impermeáveis é enviada para a rede pública, enquanto a parcela coletada nos

Page 124: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 93

telhados dos edifícios é disposta no lago. A água do lago, por sua vez, é utilizada para

irrigação das áreas ajardinadas.

Figura 9 - Bloco do hotel: átrio central e clarabóias para iluminação natural.

4.3.3.2 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO ESTUDO DE CASO 1

O resultado global da avaliação do Estudo de Caso 1 foi 1,1. Resultados parciais são

apresentados da Figura 10 a Figura 13. A linha vermelha (nota 0) nos gráficos indica o

desempenho de referência (benchmark).

Page 125: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 94

0,6 0,5 2,1 0,0 0,0 0,0 0,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Resources Loadings IEQ Service Quality Economics Management Transport

Figura 10 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados).

0,8 1,0 0,4 0,0 0,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Energy Land Water Building re-use

NewMaterials

Figura 11 - Desagregação do resultado de Consumo de Recursos (nota 0,6).

Temas de Desempenho

IEQ Transporte Desemp. Econômico

Qualid. Serviços

Gerenc. processo

Cargas ambientais

Consumo Recursos

Solo Água Materiais Energia Reuso edifício

Consumo de Recursos

Page 126: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 95

-0,5

0,0 1,1 0,6 1,9 0,1

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

GHG ODS Acidification Solid waste Effluent Site impacts

Figura 12 - Desagregação do resultado de Cargas Ambientais (nota 0,5)15.

2,6 0,3 4,4 1,0 2,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

IAQ ThermalComfort

Illumination Acoustics EMF

Figura 13 – Desagregação do resultado de Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,1)16.

15 GHG – Greenhouse gases (gases causadores de efeito estufa). ODS - Ozone depleting substance (substância danosa à

camada de ozônio troposférico)

16 EMF = electromagnetic field (campo eletromagnético).

IAQ Conf.

Térmico Conf.

Lumínico Conf.

Acústico EMF

ODS Acidificação Efluentes GHG Impactos no sítio

Resíduos sólidos

Cargas Ambientais

Qualidade do Ambiente Interno

Page 127: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 96

Tabela 3 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 1, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação.

Indicadores de sustentabilidade do GBC Por área Por área e ocupação

5,1 ~1416 29,8 ESI-1 Consumo total de energia primária incorporada na

estrutura e envelope do edifício (50 anos), GJ GJ/m2 kWh/m2 GJ/(kaph/m2)17 101 ~28 597

ESI-2 Consumo anual de energia primária incorporada, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2) 362 ~100 2130

ESI-3 Consumo anual de energia primária para operação do edifício, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)

80 ~22 473 ESI-4 Consumo anual de energia primária não-renovável para

operação do edifício, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)

182 ~50 1070 ESI-5

Consumo anual de energia primária incorporada e energia primária não renovável para operação do edifício, MJ (ESI-2+ESI-4) MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)

1,8 44,8 ESI-6 Área de solo consumida pela construção do edifício e

serviços relacionados, m2 m2/m2 m2/ocupante 41 42

ESI-7 Consumo anual de água potável para operação do edifício, m3 m3/m2 *ano m3/(aph/m2) *ano

0 0 ESI-8 Uso anual de água cinza e água da chuva para operação

do edifício, m3 m3/m2 *ano m3/(aph/m2) *ano

10 60 ESI-9 Emissão anual de gases de efeito estufa pela operação do

edifício, kg. CO2 equivalente kg CO2 eq/m2 *ano kg CO2

eq/(kaph/m2)*ano

0 0 ESI-10 Vazamento previsto de CFC-11

18 equivalente por ano, g

g CFC-11 eq/m2 *ano g CFC-11 eq/(kaph/m2)*ano

0 0 ESI-11

Massa total de materiais reutilizados empregados no projeto, vindos do próprio terreno ou de fontes externas, kg. kg/m2 *ano kg/(aph/m2) *ano

769 4530 ESI-12 Massa total de novos materiais (não reutilizados)

empregados no projeto, vindos de fontes externas, kg. kg/m2 *ano kg/(aph/m2) *ano

4.3.4 ESTUDO DE CASO 2: EDIFÍCIO COMERCIAL DE PADRÃO MÉDIO, USO ÚNICO (ESCRITÓRIOS)

4.3.4.1 DESCRIÇÃO

O Estudo de Caso 2 é um exemplo típico de edifício de escritórios de padrão médio na cidade

de São Paulo. Aspectos ambientais não foram parâmetros diretos de projeto. No entanto, as

fases de projeto e construção aplicaram princípios de coordenação de projeto e procedimentos

de controle de qualidade e racionalização de recursos, especialmente energia e minimização

de desperdício.

O edifício foi construído em um dos poucos vazios urbanos na Vila Olímpia, que têm

recebido crescente desenvolvimento comercial e de negócios. A operação do edifício teve

17 kaph = 1.000 horas anuais de ocupação. aph - annual person-hours of occupancy (horas anuais de ocupação por pessoa,

obtidas pela multiplicação do número de ocupantes do edifício pelo número de horas de ocupação anuais).

18 CFC – Clorofluorcarbono.

Page 128: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 97

início em outubro de 2000. O bloco construído tem 3 pavimentos de garagem subterrâneos,

ocupando toda a área do terreno. Nos 14 pavimentos acima do nível do solo, cerca de 2.100

m2 são utilizados para escritórios, enquanto que a área funcional total (escritórios mais áreas

de serviço) é de cerca de 2.500 m2.

Figura 14 - Fachadas frontal (orientação sul) e lateral (oeste) do edifício.

A fachada principal é orientada para o sul, e não apresentaria maiores problemas por utilizar

grande área envidraçada. A fachada norte, no entanto, adota o mesmo conceito arquitetônico e

usa área envidraçada quase idêntica, porém em uma orientação desfavorável. Não há

dispositivos externos de sombreamento, e o controle solar e de ofuscamento baseia-se no uso

de vidros reflexivos. A fachada norte é parcialmente sombreada pelos edifícios no entorno,

mas a parte superior fica desprotegida da ação direta de raios solares (Figura 14).

A largura reduzida das plantas dos pavimentos (Figura 16, inferior) permite acesso a

iluminação natural e vistas externas em todas as áreas de escritórios. Ainda assim, utiliza-se

densidade de iluminação artificial de 14 W/m2 19 mesmo durante o dia, inclusive nos

pavimentos de garagem.

19 Estimada a partir do projeto de iluminação e tomadas.

Page 129: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 98

Figura 15 – Vista de escritório duplex no 12o pavimento (esquerda), hall de entrada (direita, superior) e entrada secundária.

Figura 16 – Plantas no nível térreo e de uma das duas configurações de pavimento-tipo.

Page 130: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 99

O Estudo de Caso 2 apresenta um consumo de água de 52 l/pessoa*dia, que o que corresponde

a uma redução de quase 40% em relação ao desempenho adotado como referência20. O

consumo anual bruto de eletricidade foi em torno de 163 MJ/m2/ano (~45 kWh/m2*ano), cerca

de 40% do benchmark adotado).

4.3.4.2 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO ESTUDO DE CASO 2

O resultado global da avaliação do Estudo de Caso 2 foi 1,4. Resultados parciais são

apresentados da Figura 17 a Figura 20. A linha vermelha (nota 0) nos gráficos indica o nível

de desempenho típico de um edifício equivalente na mesma região (desempenho de referência

ou benchmark).

1,3 0,7 2,5 0,0 0,0 0,0 0,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Resources Loadings IEQ Service Quality Economics Management Transport

Figura 17 - Resultado dos temas Consumo de Recursos, Cargas ambientais e Qualidade do ambiente interno (os pesos dos temas não avaliados foram zerados).

20 Foram considerados os dados dos estudos de caso do PURA (Programa de Uso Racional da Água), série edifícios

comerciais, divulgados na página da SABESP (http://www.sabesp.com.br/pura/cases/escritorios_sede_sabesp.htm).

Temas de Desempenho

IEQ Transporte Desemp. Econômico

Qualid. Serviços

Gerenc. processo

Cargas ambientais

Consumo Recursos

Page 131: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 100

1,5

-1,0

1,7 0,0 0,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Energy Land Water Building re-use

NewMaterials

Figura 18 -Desagregação do resultado do tema Consumo de Recursos (nota 1,3).

0,5 0,0 3,0

-0,3

0,0 0,9

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

GHG ODS Acidification Solid waste Effluent Site impacts

Figura 19 -Desagregação do resultado do tema Cargas Ambientais (nota 0,7).

3,0 0,4 4,7 0,9 5,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

IAQ ThermalComfort

Illumination Acoustics EMF

Figura 20 – Desagregação do resultado do tema Qualidade do Ambiente Interno (nota 2,5).

ODS Acidificação Efluentes GHG Impactos no sítio

Resíduos sólidos

IAQ Conf.

Térmico Conf.

Lumínico Conf.

Acústico EMF

Cargas Ambientais

Qualidade do Ambiente Interno

Água Materiais Energia Reuso

edifício

Consumo de Recursos

Solo

Page 132: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 101

Tabela 4 - Indicadores de sustentabilidade (adotados no GBC) referentes ao Estudo de Caso 2, normalizados por unidade de área e unidade de área e ocupação.

Indicadores de sustentabilidade do GBC Por área Por área e ocupação

11,2 ~3111 73,6 ESI-1 Consumo total de energia primária incorporada na

estrutura e envelope do edifício (50 anos), GJ GJ/m2 kWh/m2 GJ/(kaph/m2)21 224 ~62 1471

ESI-2 Consumo anual de energia primária incorporada, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2) 429 ~119 2819

ESI-3 Consumo anual de energia primária para operação do edifício, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)

95 ~26 626 ESI-4 Consumo anual de energia primária não-renovável para

operação do edifício, MJ MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2) 320 ~89 2098

ESI-5 Consumo anual de energia primária incorporada e energia primária não renovável para operação do edifício, MJ (ESI-2+ESI-4) MJ/m2 kWh/m2 MJ/(kaph/m2)

0,8 10,7 ESI-6 Área de solo consumida pela construção do edifício e

serviços relacionados, m2 m2/m2 m2/ocupante 15 17

ESI-7 Consumo anual de água potável para operação do edifício, m3 m3/m2 *ano m3/(aph/m2) *ano

0 0 ESI-8 Uso anual de água cinza e água da chuva para operação

do edifício, m3 m3/m2 *ano m3/(aph/m2) *ano

12 80 ESI-9 Emissão anual de gases de efeito estufa pela operação do

edifício, k g. CO2 equivalente kg CO2 eq/m2 *ano kg CO2

eq/(kaph/m2)*ano

0 0 ESI-10 Vazamento previsto de CFC-11 equivalente por ano, g

g CFC-11 eq/m2 *ano g CFC-11 eq/(kaph/m2)*ano

0 0 ESI-11

Massa total de materiais reutilizados empregados no projeto, vindos do próprio terreno ou de fontes externas, kg. kg/m2 *ano kg/(aph/m2) *ano

2441 16024 ESI-12 Massa total de novos materiais (não reutilizados)

empregados no projeto, vindos de fontes externas, kg. kg/m2 *ano kg/(aph/m2) *ano

4.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados da GBTool são basicamente interpretados com base em dois grupos de

informações: (1) e pontuação global e por categoria (Tabela 5); e (2) indicadores de

sustentabilidade ambiental (Erro! A origem da referência não foi encontrada., Figura 21 e

Figura 22). A Tabela 5 detalha a pontuação obtida nos dois estudos de casos.

21 kaph = 1.000 horas anuais de ocupação. aph - annual person-hours of occupancy (horas anuais de ocupação por pessoa,

obtidas pela multiplicação do número de ocupantes do edifício pelo número de horas de ocupação anuais).

Page 133: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 102

Tabela 5 – Pontuação obtida pelos estudos de casos avaliados.

PONTUAÇÃO OBTIDA Estudo de Caso 1 Estudo de Caso 2

Consumo de Recursos (peso 38%) 0,6 1,3

Energia Solo

Água Reuso edifício

Materiais

0,8 1,0 0,4 0,0

0,0

1,5 -1,0 1,7 0,0

0,0

Cargas Ambientais (peso 35%) 0,5 0,7

GHG

ODP22

Acidificação

Resíduos sólidos

Efluentes Impactos no terreno

-0,5 0

1,1 0,6

1,9 0,1

0,5 0,0 3,0

-0.3

0 0,9

Qualidade do Ambiente Interno (peso 27%) 2,1 2,5

IAQ23

Conforto térmico

Conforto lumínico Conforto acústico

EMF24

2,6 0,3

4,4 1,0 2,0

3,0 0,4

4,7 0,9 5,0

Total (ponderado) 1,1 1,4

No Estudo de Caso 1, não estavam disponíveis quantitativos de materiais separados por bloco,

nem medição individualizada dos consumos correspondentes a cada bloco. Foi necessária,

portanto, a determinação de benchmarks de consumo específicos para a tipologia de uso misto

(escritório e hotel).

Por a pontuação do desempenho pela GBTool ser relativa a benchmarks para edifícios de uma

mesma tipologia e localizados numa mesma região, não é possível comparar diretamente os

resultados (do bloco de escritório) do Estudo de caso 1 com o Estudo de caso 2. Como estes

benchmarks são regionais, tampouco é apropriado comparar os perfis de desempenho ou as

notas obtidas pelos edifícios avaliados para a SB’02. Para esta finalidade, o GBC usa os

indicadores de sustentabilidade ambiental. É, no entanto, instrutivo situar a nota obtida pelo

Estudo de Caso 2 (1,4) em relação à amostra de edifícios de escritórios avaliados para a

SB’02, que representam projeto e construção ambientalmente avançados nos respectivos

22 ODP - Ozone Depleting Potential (Potencial de dano à camada de ozônio troposférico).

23 IAQ - Indoor Air Quality (Qualidade do ar interno).

24 EMF – Electromagnetic Field (Poluição eletromagnética).

Page 134: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 103

países: Chile (1,9), Suécia (2,1), Estados Unidos (2,5 e 2,7), Coréia (2,5); Noruega (2,6),

Espanha (2,6) e Japão (1,1; 2,2; 2,3; 2,4; 2,5; e 2,7).

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ADOTADOS NO GBC

Os indicadores de sustentabilidade ambiental (ESIs) são um conjunto limitado de medidas

absolutas de desempenho que caracterizam práticas de construção sustentável e facilitam a

comparação internacional de edifícios. Doze indicadores de sustentabilidade ambiental são

avaliados na versão da GBTool utilizada: 5 indicadores de uso de energia (incorporada e

operacional), 1 de uso do solo, 2 de uso de água (reuso e uso total), 2 de emissões durante a

operação do edifício (CO2 e CFC) e 2 de uso de materiais (reuso e novos materiais) (Tabela 3

e Tabela 4).

Estes indicadores correspondem à parte marcadamente de LCA da avaliação, indicando

números de consumo e emissões, que são normalmente importantes em qualquer contexto.

Como são números absolutos, não há interferência de benchmarks e é possível fazer uma

comparação direta entre edifícios de mesma tipologia. A Figura 21, a Figura 22, a Figura 23 e

a Figura 24 situam o Estudo de Caso 2 em relação aos demais edifícios de escritórios

avaliados na SB’02.

Para os indicadores normalizados apenas por unidade de área (Figura 21), os resultados dos

indicadores ESI-6, ESI-7 e ESI-11 do Estudo de Caso 2 foram próximos das médias da

amostra. Afora os indicadores de energia primária incorporada (ESI-1 = 11,2 GJ/m2, contra

uma média de 4,4 GJ/m2 ; e ESI-2 = 224 GJ/m2*ano, contra média de 96 GJ/m2*ano), e de uso

de novos materiais (ESI-12 = 2441 kg, contra média de 973 kg), o Estudo de caso 2

apresentou valores muito menores que os demais edifícios avaliados, especialmente nos

indicadores de consumo de energia para operação (ESI-3, ESI-4 e ESI-5).

As médias destes três indicadores e do indicador de consumo de água (ESI-7) foram muito

elevadas pelos resultados dos edifícios asiáticos. Excluídos estes edifícios da análise (Figura

22), o desempenho do Estudo de caso 2 em relação à média dos edifícios europeus e norte-

americanos foi:

• Acima da média, para o indicador de uso de energia não renovável, ESI-4 (95 MJ/m2*ano)25, contra média de 325 MJ/m2*ano;

25 Convém lembrar que os valores dos indicadores ESI-1, ESI-2 e ESI-5 são diretamente influenciados pelo cálculo estimado

de energia incorporada nos materiais, o que o torna de pouca validade para análise.

Page 135: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 104

• próximo da média, para os indicadores de energia operacional, ESI-3 (429 MJ/m2*ano); consumo de solo, ESI-6 (0,8m2/m2) e consumo de água potável, ESI-7 (15 m3/m2*ano), contra médias de, respectivamente, 490 MJ/m2*ano, 1m2/m2 e 19 m3/m2*ano; e

• muito abaixo da média, como esperado, no caso dos indicadores referentes ao reuso de materiais, ESI-11 (0 kg/m2), e consumo de novos materiais (virgens ), ESI-12 (2441 kg/m2), contra médias de, respectivamente, 58 kg/m2 e 1132 kg/m2).

Tabela 6 - Desempenho do Estudo de Caso 2, em relação à média da amostra.

Normalizados apenas por área (m2)

Normalizados por área e por ocupaç ão (m2 *kaph)

Estudo Caso 2 Média

Média (excluindo asiáticos) Estudo Caso 2 Média

Média (excluindo asiáticos)

ESI-1 11,2 6 4 73,6 36 34

ESI-2 224 91 78 1471 579 558

ESI-3 429 1315 490 2819 8022 4371

ESI-4 95 1222 325 626 5864 3011

ESI-5 320 1314 403 2098 6513 3648

ESI-6 0,8 1 1 10,7 18 21

ESI-7 15 19 19 17 28 26

ESI-8 0 2 0 0,0 1 0

ESI-9 12 93 66 80 427 410

ESI-10 0,00000 0 0 0,00000 0 0

ESI-11 0 157 58 0,0 0 0

ESI-12 2441 1346 1132 16024 8267 7534

Discussão análoga aplica-se aos indicadores normalizados por ocupação e área (Figura 23 e

Figura 24), acrescentando que a normalização por ocupação revela desempenho muito melhor

do edifício brasileiro quanto aos consumos de solo (ESI-6) e de água (ESI-7).

Page 136: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 105

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

ESI-1 ESI-2 ESI-3 ESI-4 ESI-5 ESI-6 ESI-7 ESI-8 ESI-9 ESI-10 ESI-11 ESI-12

Brasil

Chile

EUA

EUA

Noruega

Espanha

Japão

Japão

Japão

Japão

Japão

Japão

Japão

Coréia

Média

Figura 21 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área (unidade variável no eixo das ordenadas).

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

ESI-1 ESI-2 ESI-3 ESI-4 ESI-5 ESI-6 ESI-7 ESI-8 ESI-9 ESI-10 ESI-11 ESI-12

Brasil

Chile

EUA

EUA

Noruega

Espanha

Média (-asiáticos)

Figura 22 - Indicadores normalizados apenas por unidade de área, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas).

materiais novos

Page 137: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 106

0,0

5000,0

10000,0

15000,0

20000,0

25000,0

30000,0

35000,0

40000,0

ESI-1 ESI-2 ESI-3 ESI-4 ESI-5 ESI-6 ESI-7 ESI-8 ESI-9 ESI-10 ESI-11 ESI-12

Brasil

Chile

EUA

EUA

Noruega

Espanha

Japão

Japão

Japão

Japão

Japão

Japão

Coréia

Média

Figura 23 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação (unidade variável no eixo das ordenadas).

0,0

5000,0

10000,0

15000,0

20000,0

25000,0

ESI-1 ESI-2 ESI-3 ESI-4 ESI-5 ESI-6 ESI-7 ESI-8 ESI-9 ESI-10 ESI-11 ESI-12

Brasil

Chile

EUA

EUA

Noruega

Espanha

Média (-asiáticos)

Figura 24 - Indicadores normalizados por unidade de área e por ocupação, excluindo edifícios asiáticos (unidade variável no eixo das ordenadas).

4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

Os estudos de casos aqui descritos foram apresentados na SB’02, em Oslo, e, portanto, foram

consideradas apenas as categorias de uso de recursos, cargas ambientais e qualidade do

ambiente interno. A GBTool foi selecionada para uso no estudo piloto por ser especificamente

desenvolvida para permitir sua adaptação a diferentes contextos de avaliação. Esta adaptação

centra-se na intervenção do usuário em dois pontos principais: a personalização de escala de

desempenho, através da definição de desempenhos de referência (benchmarks, nota 0) e de

desempenho de excelência (nota +5); e de ponderações específicas.

materiais novos

Page 138: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 107

Os benchmarks foram estimados com o maior rigor possível, considerando a limitação de

instrumentos normativos e dados nacionais. Para a derivação de uma ponderação razoável

para estudos no Brasil, foi desenvolvida uma ferramenta AHP, utilizada para calcular os pesos

a partir da percepção de um painel de especialistas quanto à importância relativa dos

Temas/Categorias de desempenho considerados.

O estudo piloto permitiu a familiarização e estudo detalhado da GBTool. Em resposta à

questão posta pelos objetivos do estudo exploratório, concluiu-se, que, em condições ideais,

seria conveniente aproveitar a lógica e parte do conteúdo da GBTool para a composição do

módulo ambiental incluído no modelo de avaliação de sustentabilidade de edifícios proposto.

Os grandes temas nela apresentados são, além de abrangentes, basicamente os mesmos que

aparecem nas listagens de atributos de edifícios feitas pelos sub-comitês ASTM E06.05

(Whole-building Performance) e ASTM E06.81 (Building Economics)26. Naturalmente, é

necessária a revisão detalhada das referências adotadas pela ferramenta. Esta tarefa, assim

como o rastreamento de erros da ferramenta, é dificultada pela grande quantidade de fórmulas

distribuídas nas várias planilhas que compõem a GBTool, muitas delas calculadas

automaticamente e não acessadas pelo usuário.

Apesar de reduzir o esforço necessário para completar as avaliações, a grande quantidade de

automatização inserida na ferramenta aumentou significativamente o potencial de erros de

fórmulas, que podem diminuir a confiança do resultado obtido com a ferramenta. A maioria

dos erros foi corrigida enquanto as equipes participantes aplicavam a GBTool em seus estudos

de casos, entre dois e três meses antes da SB’02. Outros passaram, e um deles foi percebido

após a conferência, em razão do resultado suspeito obtido, naquela ocasião, para o Estudo de

Caso 2.

A flexibilidade idealizada para esta ferramenta tem virtudes teóricas importantes, como

rastreabilidade dos pesos utilizados e orientação da avaliação à mensuração de desempenho,

mas cria dificuldades práticas igualmente importantes:

• a definição dos benchmarks deve ser criteriosa, pois orienta todo o cálculo de resultados;

• para alguns itens, a faixa de valores aceitos pela GBtool não atende a normas brasileiras, como no caso de nível de iluminação ambiente, para o qual o valor máximo da ferramenta é ligeiramente inferior ao prescrito na NBR 5413 (1992);

26 A listagem completa de atributos relacionados a edifícios desenvolvida por estes sub-comitês está incluída em CHAPMAN

et al. (1998).

Page 139: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 108

• fatores importantes para o clima e hábitos locais, como simplesmente abrir janelas para ventilar, por exemplo; características geográficas (na nossa latitude, o fator de luz do dia-default é facilmente alcançável por aberturas mínimas, e a escala de pontuação é facilmente estourada); e tradição construtiva (a avaliação de RCD considera apenas as perdas inerentes às tecnologias construtivas, e não desperdício, que é considerável no Brasil) não são adequadamente valorados.

• As avaliações ambientais utilizando a GBTool exigem uma quantidade realmente grande de informação, nem sempre prontamente disponíveis e organizadas no Brasil. Diversos cálculos são feitos automaticamente, a partir de um número mínimo de entradas dadas pelo usuário, o que torna os resultados obtidos questionáveis, quando, na falta de informações na quantidade, detalhamento e precisão consideradas na GBTool, são feitas adaptações e inferências pelo usuário ou pela própria ferramenta de avaliação;

• os intervalos da escala de desempenho são definidos com exatidão, a partir do desempenho de referência e da meta de desempenho estipulados para cada item, e têm uma sensibilidade alta, que destoa da qualidade dos dados disponíveis para a utilização; e

• as suposições-default da ferramenta podem levar a resultados descolados da realidade brasileira. Particularmente, não é possível confiar ou tirar conclusões a partir dos dados de energia e emissões incorporadas aos materiais calculados pela GBTool para nenhum dos estudos de casos brasileiros. A avaliação de energia incorporada nos materiais é feita com base em um estimador que, na falta de dados de LCA calculados, usa como padrão dados canadenses, que podem ser muito diferentes dos dados nacionais. A estimativa de GHG a partir da conversão da energia incorporada faz sentido apenas para os processos de produção que utilizem fontes fósseis de energia (óleo, gás, carvão...), o que nem sempre é o caso dos materiais brasileiros, em cuja produção é freqüente o emprego de (hidro)eletricidade e lenha 27. Uma avaliação correta depende necessariamente de dados de LCA, não disponíveis neste momento para materiais nacionais. Como nem o valor de energia incorporada, nem a taxa de conversão de energia incorporada para CO2 incorporado utilizados no cálculo foram obtidos de dados de LCA de materiais brasileiros, o cálculo induz a um acúmulo de erros que torna os dados pouco aproveitáveis.

A oferta limitada de edifícios para avaliação não permitiu a constituição de uma amostra

estatisticamente representativa, porém o estudo exploratório forneceu os primeiros números

nacionais, que podem ser utilizados para ajudar a balizar avaliações de outros edifícios de

mesma tipologia de uso e nas mesmas localizações dos estudos de casos. Apesar da realização

de julgamentos de importância relativa entre temas avaliados não ser uma atividade simples,

devido à interdisciplinaridade de conhecimento envolvida, a ferramenta AHP mostrou-se

como um facilitador da derivação sistemática de pesos entre temas de desempenho da

27 A queima de biomassa também libera CO2, mas considera-se que esta emissão é neutralizada pela absorção de CO2

durante seu crescimento.

Page 140: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 109

GBTool, sinalizando que um procedimento semelhante poderia ser utilizado positivamente no

desenvolvimento de um método nacional.

4.5.1 SOBRE A NECESSIDADE DE DESENVOLVER UM MÉTODO BRASILEIRO

Este Estudo Exploratório encerra a demonstração, iniciada no Capítulo 3, de que não é

possível copiar, traduzir ou simplesmente aplicar um método estrangeiro no contexto

brasileiro ou de qualquer outro país, por maior que tenha sido o sucesso obtido em seu país

de origem. Certos aspectos perdem validade ou, por outro lado, itens nem sempre

considerados pelos métodos internacionais são importantes no nosso contexto e devem ser

incluídos na avaliação. Os exemplos citados em SILVA (2001) e SILVA et al. (2002)

ilustram bem esta discussão. Para mencionar apenas um deles:

Todos os métodos enfatizam a importância das emissões de CO2 durante o uso do edifício; o GBC é o único que vai além e permite considerar o CO2 incorporado nos materiais. Esta é claramente uma preocupação de países de clima frio (com grande demanda por aquecimento, durante períodos relativamente longos) e/ou que tenham matrizes energéticas fortemente centradas no uso de combustíveis fósseis, e que, por estas razões, têm compromissos rigorosos firmados no Protocolo de Kioto. No caso brasileiro, o controle de CO2 durante a operação do edifício não tem a mesma validade, já que (1) a emissão de CO2 pelos países em desenvolvimento é insignificante diante da dos países desenvolvidos e este reconhecimento impõe controle rigoroso sobre países que, metaforizando, já consumiram – ou mesmo extrapolaram - a sua “cota de destruição do planeta” durante seu processo de desenvolvimento, para que os outros países possam também se desenvolver, como é o caso do Brasil; e (2) na maior parte do território nacional, a energia utilizada é eletricidade proveniente principalmente de fontes hidráulicas e não poluentes (apesar da recente alteração de cenário, com maior participação de fonte termelétricas), e é possível que no ciclo de vida de edifícios no Brasil, a emissão de CO2 durante a produção dos materiais de construção seja preponderante.

Este trabalho defende a idéia de que a qualidade de um método de avaliação de edifícios é

determinada por quatro princípios essenciais:

• Para ser tecnicamente consistente, um método de avaliação deve ser adaptado a dados nacionais relevantes;

• Para ser viável praticamente, um método de avaliação deve ser adaptado ao mercado, práticas de construção e tradições locais;

• Para ser absorvido e difundir-se rapidamente, um método de avaliação deve ser desenvolvido em parceria com as principais partes interessadas: investidores, empreendedores/construtores, projetistas;

• Para ser apropriado ao contexto nacional, os itens avaliados no método devem ser ponderados para refletir prioridades e interesses nacionais.

Page 141: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 110

Todos eles são definidos localmente. E todos eles são, portanto, contrariados pela importação

de métodos. Que fique claro que o problema não é a qualidade dos métodos existentes. Pelo

contrário, em seus contextos de origem, eles são apropriados e vêm experimentando alto grau

de sucesso. Apenas não é apropriado utilizá- los, como são, fora destes contextos.

A tentativa mais vigorosa de internacionalização de um método de avaliação foi feita com o

BREEAM. Mais recente, o LEED é aplicável em todo o território dos Estados Unidos, porém

são raros os casos de aplicação externa. Atualmente, porém, tanto o LEED quanto o

BREEAM evitam avaliar edifícios fora de seus países de origem. A prática demonstrou que a

dificuldade de adequação aos locais de avaliação ia além da retirada ou adição de aspectos a

avaliar e que os resultados das adaptações revelavam-se, na verdade, como novos sistemas,

muito diferentes dos métodos originais.

Estes sistemas podem até ser utilizados no Brasil – ou em outros países. Não há impedimentos

legais ou restrições oficiais além da devida comunicação ao BRE e ao USGBC,

respectivamente. No entanto, a maioria esmagadora dos aspectos seria julgada com base em

normas e práticas americanas ou britânicas, por sua vez definidas com base em traços

culturais, tradição construtiva, restrições legais e adesão a protocolos globais, que definem

determinadas prioridades e, juntas, formam um cenário que, em sua essência, pode ser

próximo do brasileiro em alguns aspectos (como eficiência no uso de recursos e redução da

poluição), mas que, em termos de rigor de metas e da abordagem escolhida para atingi- las (ex.

redução de CO2 para atender ao Protocolo de Kioto, meta que o Brasil não tem), tende a ser

muito descolado da nossa realidade.

O GBC investiu em um caminho diferente: criar uma ferramenta que fosse suficientemente

flexível e pudesse ser utilizada em diversos países. Aí está o papel fundamental dos

benchmarks, que contextualizam a avaliação e definem o fundo da escala de desempenho. E

aí está também o seu grande calcanhar de Aquiles, pois falhas na definição dos benchmarks

alteram diretamente o resultado da avaliação, e podem mesmo invalidá- la. Seria excelente se

fosse possível utilizar, no Brasil, uma ferramenta tão completa quanto a GBTool, mas

exatamente por sua abrangência e complexidade, ela está longe de ser um instrumento para

uso corriqueiro. Mais apropriado é utilizar a GBTool em seu propósito original, e desenvolver

um método local a partir do embasamento teórico-científico que ela oferece.

Retomando a ótica que orientou a discussão metodológica dos sistemas internacionais

existentes para avaliação ambiental de edifícios de escritórios feita no Capítulo 3, eles não são

adequados para aplicação no Brasil, porque:

Page 142: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 4 - Estudo exploratório 111

• o que estes métodos avaliam é insuficiente: todos eles detêm-se na avaliação ambiental, e os itens ambientais avaliados não necessariamente refletem a agenda brasileira. O Brasil exibe um conjunto de graves problemas sociais, traduzidos por indicadores alarmantes de desigualdade e de pobreza (INSTITUTO ETHOS, 2002; IBGE, 2002). O setor de construção brasileiro emprega milhões de trabalhadores. Este uso intensivo de mão-de-obra e a participação significativa no PIB posicionam o setor como um motor potencial na criação e distribuição de valor, com repercussão direta no alívio de pobreza, desenvolvimento humano e inclusão social; provisão de condições dignas e seguras de trabalho e de capacitação e treinamento técnico-ambiental continuado e formal; e prosperidade e fortalecimento de comunidades localmente. Para ser aderente a esta condição de país em desenvolvimento, os objetivos ambientais, sociais e econômicos da construção sustentável devem ser integrados na composição das avaliações de edifícios.

• a forma como estes métodos avaliam é inapropriada para o Brasil, porque:

o para prover resultados aderentes ao contexto de avaliação é necessário definir localmente um critério de ponderação; e

o não há dados nacionais de LCA, e é inconsistente avaliar impactos de materiais brasileiros com base em dados estrangeiros.

• o quanto deve ser atingido em cada método é definido pela sinergia de fatores como tecnologias e produtos disponíveis em cada mercado, práticas construtivas, normas vigentes, que, juntos, delineiam níveis de referência e metas que mudam de um contexto a outro.

É fundamental, portanto, desenvolver um método à luz das prioridades, condições e

limitações brasileiras. Deve-se necessariamente passar, no Brasil, por um processo de

amadurecimento semelhante àquele por que passaram os países de origem dos métodos

existentes para avaliação ambiental de edifícios, com o desafio maior de ampliar o escopo

tradicional de avaliação ambiental para avaliação de sustentabilidade de edifícios.

O próximo Capítulo dedica-se à reunião de diretrizes e de uma base metodológica necessária

para o desenvolvimento de um método nacional de avaliação da sustentabilidade de edifícios

de escritórios.

Page 143: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

5 DIRETRIZES E BASE METODOLÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS

As questões metodológicas formuladas no Capítulo 3 naturalmente delineiam diretrizes para

orientar o desenvolvimento de um modelo de avaliação da sustentabilidade de edifícios

brasileiros, arranjadas como um fluxograma na Figura 1. As próximas sessões fornecem a

discussão e base metodológica para o tratamento de dois pontos críticos: (1) definição da

estrutura de avaliação, parte da tarefa de definição de “o que avaliar?”; (2) definição do

critério de ponderação, parte da tarefa de definição de “como avaliar?”. A descrição

completa do modelo de avaliação proposto é feita no Capitulo 6.

5.1 ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO (“O QUE AVALIAR?”)

Propõe-se neste trabalho que a discussão conceitual para definição do conteúdo da avaliação

de sustentabilidade de edifícios parta da consideração das prioridades nacionais, sintetizadas

em uma agenda setorial para sustentabilidade, e restrinja gradativamente o foco para a escala

do edifício, com base em quatro etapas (Figura 2):

1) Estudo de iniciativas para desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade de nações, assim como das estruturas analíticas para sua organização;

2) Proposição-base de Agenda 21 para a construção sustentável no Brasil, organizada com base na estrutura temática de indicadores utilizada pela UN CSD1 (DESA, 1999), e incluindo os tópicos aplicáveis das agendas setoriais publicadas pelo CIB (CIB, 1999 e CIB/UNEP-IETC, 2002);

3) Análise das categorias de avaliação e indicadores propostos por iniciativas internacionais de relato de sustentabilidade organizacional e do setor de construção, principalmente as da GRI2 e da CIRIA3; e

4) Análise das iniciativas internacionais para desenvolver indicadores de sustentabilidade de edifícios, assim como das categorias de avaliação e indicadores utilizadas pelos métodos existentes para avaliação ambiental de edifícios (feita no Capítulo 3) e daquelas sugeridas pela ISO CD 21931 (ISO, 2003b, Tabela 8)4.

1 UN CSD - United Nations Commission on Sustainable Development.

2 GRI - Global Reporting Initiative.

3 CIRIA - Construction Industry Research and Information Association.

4 ISO TC59/SC3/N501. Buildings and constructed assets – Sustainability in Building – Framework for assessment of

environmental performance of buildings. ISO CD 21931, 2003b.

Page 144: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 113

Figura 1 - Diretrizes para o desenvolvimento de um método de avaliação da sustentabilidade de edifícios.

Uso previsto Escopo Limites do sistema Estrutura da avaliação* (conteúdo e organização de indicadores)

Natureza avaliação • Prescritiva x desempenho • Uso de LCA

Seleção preliminar de indicadores Critério de ponderação*

Comunicação de resultados

Escala de desempenho (referências e metas ) Proposição de metas empíricas’ Pontuação mínima Classes de desempenho

Definição de quanto deverá ser atingido

Definição do que avaliar

Definição de como avaliar

11

22 Revisão de indicadores Definição de pesos

Acúmulo de dados de práticas típicas e de excelência

Revisão das metas

Refinamento (estudo-piloto de 1 ano)

avaliar

Realização de consulta pública

Revisão e refinamento (em intervalos de 1 ano, nos

primeiros 5 anos)

Banco de resultados de avaliações Acúmulo de dados de práticas típicas e de excelência Validação das metas e estrutura

Lançamento de versão do método

33

44

Page 145: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 114

Figura 2 - Base conceitual para definição do conteúdo e estrutura analítica do modelo de avaliação proposto.

5.1.1 INDICADORES: CONCEITO E IMPORTÂNCIA

Um indicador é um parâmetro (propriedade medida ou observada) ou valor derivado de

parâmetros que fornece informação sobre um determinado fenômeno (OECD, 1993). Um

indicador possui significado sintético e é desenvolvido para um objetivo específico. Estas

duas características fazem com que seu significado transcenda as propriedades diretamente

associadas ao valor do parâmetro, e apontam as principais virtudes do uso de indicadores,

que são:

§ reduzir o número de medidas e parâmetros necessários para descrever uma determinada situação. Conseqüentemente, o número de indicadores e o nível de detalhamento contido num conjunto de indicadores têm de ser limitados. Por um

Indicadores ambientais

Setor

Nações Organizações Edifícios

OECD

ONU (CSD)

Ecological Footprint

Indicadores de desenvolvimento

sustentável World Bank

GRI CIRIA

BREEAM LEED GBC EcoEffect EcoProfile CASBEE PromisE NABERS … ISO CD21931

Agenda 21 para Construção Sustentável no Brasil

Estruturas analíticas

Estrutura de avaliação

Agenda 21 CIB Agenda 21 CIB/UNEP

11

22

33 44

Page 146: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 115

lado, um índice único5 ou um número demasiadamente pequeno de indicadores podem ser insuficientes para prover a informação necessária ou podem incorrer em dificuldades metodológicas que crescem com o nível de agregação de informações. Por outro lado, um número excessivo de indicadores tende a distorcer a visão geral que o conjunto supostamente deveria fornecer.

§ simplificar o processo de informação através do qual os resultados destas medidas chegam ao usuário final.

Indicadores capturam tendências para informar os agentes de decisão, orientar o

desenvolvimento e o monitoramento de políticas e estratégias, e facilitar o relato das

medidas adotadas para implementação do desenvolvimento sustentável. Para ser útil, um

indicador deve permitir uma explicação das razões das mudanças em seu valor ao longo do

tempo, ser suficientemente simples na maneira em que descreve problemas freqüentemente

complexos, e usar definições comuns de componentes-chaves e normalização para permitir

comparações (COLE, 2002).

Indicadores de sustentabilidade surgiram primeiro na esfera das nações (Apêndice 2), em

resposta a Agenda 21, mas métricas são necessárias em todos os níveis (Figura 3), pois

podem não só apontar o caminho, como também mostrar se e de que maneira ocorre o

movimento da sociedade, do setor de construção, de uma organização e da produção de

edifícios em direção às metas nacionais de desenvolvimento sustentável.

No nível setorial, os indicadores são úteis para (1) fornecer informações para a tomada de

decisões; (2) fornecer a retro-alimentação necessária para o desenvolvimento sustentável; e

(3) medir a contribuição de programas específicos para o progresso do setor (ou nacional)

em relação a sustentabilidade.

No nível organizacional, os indicadores são necessários para (1) medir ou descrever o

desempenho em relação à sustentabilidade de uma operação, empreendimento ou

corporação; (2) facilitar o estabelecimento de metas e o desenvolvimento de padrões para

benchmarking interno e em relação a outras empresas do setor; (3) avaliar desempenho

(aderência às metas estabelecidas) e monitorar periodicamente o progresso em direção à

sustentabilidade; (4) comunicação com clientes e demais partes interessadas; e (5) derivar

5 Índices são o resultado da agregação de vários indicadores segundo procedimentos metodológicos específicos. Um

exemplo é o Índice de Desenvolvimento Humano (http://hdr.undp.org/statistics/tools.cfm#2), que agrega três

componentes básicos de desenvolvimento humano: longevidade, educação e padrão de vida.

Page 147: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 116

benefícios diretos de relato de sustentabilidade e de benchmarking do desempenho da

empresa.

Figura 3 – Escalas de ação das principais iniciativas de organização de indicadores ambientais /de desenvolvimento sustentável /de sustentabilidade.

Apesar de fundamentais para ajudar a unificar a tomada de decisão econômica, social,

ambiental e institucional, indicadores per si não são capazes de promover melhoria de

desempenho. Metas de desempenho são igualmente necessárias, para embasar os

indicadores e permitir a avaliação do progresso e, juntamente com listas estruturadas de

indicadores, são ferramentas importantes de tomada de decisão em:

§ nível de governança e gestão, pois constituem um veículo interno para avaliar a consistência entre as políticas econômica, ambiental e social e o seu desempenho real. A uniformidade de relato facilita a comparação com outras organizações e o reconhecimento de melhorias de desempenho;

§ nível operacional, pois fornecem uma estrutura lógica para aplicação de conceitos de sustentabilidade nas operações, serviços e produtos da empresa; e guiam o desenvolvimento de dados e sistemas de informação para estabelecer e monitorar o progresso em direção a metas econômicas, ambientais e sociais; e

§ termos de comunicação, pois permitem compartilhar informações e promover diálogo com as partes interessadas internas e externas, no que tange às conquistas e aos desafios da organização em alcançar suas metas.

Indicadores de edifícios e projetos

Indicadores setoriais de sustentabilidade (construção civil)

Indicadores de sustentabilidade organizacional

(empresas projeto e construção)

Indicadores nacionais (ambientais ou desenvolvimento sustentável) OECD

ONU World Bank

CIRIA CRISP

Global Reporting Initiative Guidelines

BREEAM LEED HKBEAM GBC …

Page 148: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 117

No nível de edifícios e do ambiente construído, os indicadores de sustentabilidade são

necessários para (1) estabelecer metas; (2) medir o desempenho (aderência às metas) de

edifícios e projetos; de diferentes agentes do processo de construção ou de diferentes regiões

ou países; (3) que agentes de decisão e de políticas públicas possam avaliar estratégias

economica- e tecnicamente viáveis para melhorar a qualidade de vida; (4) que diferentes

agentes no processo de construção os utilizem como diretrizes e ferramentas para melhorar

as práticas correntes e a qualidade da construção; e (5) fins de marketing e de comunicação

com as partes interessadas.

5.1.2 ESTRUTURAS ANALÍTICAS PARA ORGANIZAÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE NAÇÕES

A demanda da Agenda 21 por indicadores de desenvolvimento sustentável6 levou a uma

nova safra de ações internacionais no desenvolvimento de diversos tipos de indicadores, e

um número crescente de organizações tem procurado responder ao desafio de desenvolver

uma estrutura comum e listas consensuais de indicadores de desenvolvimento sustentável no

curto prazo. Parte dos trabalhos desenvolvidos tem-se concentrado em assuntos específicos,

como saúde, ambiente ou assentamentos humanos, enquanto outros tentam definir um

conjunto completo de indicadores. Todos eles partilham, no entanto, a idéia de sumarizar

estatísticas ambientais e sócio-econômicas através de indicadores e índices que possam ser

imediatamente aplicados em planejamento, avaliação e formulação de políticas (DPCSD,

s.d.; UNSTAT, 2002b).

O Apêndice 2 reúne as principais iniciativas internacionais de desenvolvimento de

indicadores e uma coleção ainda mais abrangente pode ser encontrada no Site do UNEP

Earthwatch7. Dentre estas iniciativas, merecem destaque os trabalhos da OECD8 e da ONU9.

6 A Agenda 21 (UNITED NATIONS, 1992) é estruturada em capítulos setoriais, onde as respectivas áreas de programa

são sempre descritas na forma: base para ação, objetivos , atividades e meios de implementação. Em linhas gerais, o objetivo é avançar em direção ao desenvolvimento sustentável. O processo é a preparação e implementação de estratégias nacionais para o desenvolvimento sustentável; mas, para saber se tais processos são efetivos ou se devem ser alterados, é preciso estabelecer indicadores de desenvolvimento sustentável. Na Seção IV, dedicada exclusivamente à discussão de Meios de Implementação, o Capítulo 40 (Informação para a tomada de decisões) aponta a necessidade de desenvolvimento de indicadores de desenvolvimento sustentável. Este capítulo ressalta os problemas de disponibilidade, qualidade, coerência, padronização e acessibilidade aos dados; e a necessidade de maior quantidade e de diferentes tipos de dados que indiquem o estado atual e as tendências dos ecossistema, recursos naturais, poluição e variáveis sócio-econômicas. Em particular, o item 40.6 requer que, em nível nacional e internacional, organizações internacionais governamentais e não governamentais desenvolvam o conceito de indicadores de desenvolvimento sustentável para que tais indicadores possam ser identificados.

7 http://earthwatch.unep.net/indicators/organizations.html

8 OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development.

Page 149: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 118

A OECD foi pioneira no desenvolvimento de indicadores, iniciado em 1989. A publicação

regular sobre indicadores ambientais teve início em 1991. Já o envolvimento da ONU

remonta a 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano,

realizada em Estocolmo. Naquela ocasião, ressaltou-se que as questões ambientais haviam

se tornado cada vez mais objeto de políticas sócio-econômicas, em nível nacional ou

internacional. Vinte anos depois, na UNCED no Rio de Janeiro, foi consenso que (1) as

estratégias de desenvolvimento sustentável deveriam integrar aspectos ambientais em planos

e políticas de desenvolvimento e (2) para tanto, precisariam do apoio de dados ambientais e

sócio-econômicos integrados. Publicada na própria UNCED, a Agenda 21 (UNITED

NATIONS, 1992) reunia recomendações específicas quanto ao desenvolvimento e

implementação de contabilidade ambiental e econômica, e de indicadores de

desenvolvimento sustentável (UNSTAT, 2002b).

A Comissão das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável (UN CSD) também

surgiu na UNCED do Rio, e realizou um vasto Programa de Trabalho em Indicadores de

Desenvolvimento Sustentável entre 1995 e 2000 (DESA, 1999a). Os caminhos da OECD e da

ONU encontraram-se a partir de 1993, quando a OECD publicou o seu conjunto de

indicadores principais (OECD, 199310). Esta foi a principal influência das listas de

indicadores de sustentabilidade publicadas pela UN CSD em 199611, como primeira resposta

à demanda da Agenda 21, e em 199912.

5.1.2.1 ESTRUTURAS ANALÍTICAS DESENVOLVIDAS

A partir de meados da década de 80, foram desenvolvidas diversas estruturas analíticas para

organização de indicadores na esfera das nações (Tabela 1), principalmente de indicadores

ambientais.

Os esforços iniciais embasaram-se em quatro abordagens básicas, aplicadas separadamente

ou combinadas (UNSTAT, 2002b). A abordagem por meios (media approach) organiza os

temas ambientais a partir da perspectiva dos componentes ambientais principais (ar, solo,

água...). O modelo pressão-resposta (stress-response) concentra-se nos impactos de

9 ONU – Organização das Nações Unidas (UN – United Nations ).

10 OECD core set of indicators.

11 UN Working list of indicators (DESA, 1996), Apêndice 3.

12 CSD Theme Indicator Framework (DESA, 1999b).

Page 150: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 119

atividades humanas sobre o ambiente (pressões) e sua transformação subseqüente

(respostas). A contabilidade de recursos (resource accounting) procura traçar o fluxo de

recursos naturais desde sua extração, através de etapas sucessivas de processamento e uso

final, até o seu retorno para o ambiente, na forma de emissões e resíduos, ou para a

economia, através da reciclagem. Abordagens ecológicas (estatística ecológica).cosntituem

um campo amplo que inclui diversos modelos, técnicas de monitoramento e índices

ecológicos.

A maior parte do trabalho inicial em indicadores ambientais concentrou-se no “estado” do

ambiente, através do monitoramento de alterações físicas no ambiente natural. Apesar desta

abordagem informar aos agentes de decisão que havia algo errado, ela não explicitava as

causas do problema ou o que era possível fazer a respeito. Como resultado, foram

desenvolvidas abordagens pressão-resposta cada vez mais abrangentes, como o modelo

pressure-state-response (PSR) (Apêndice 5), adotado pela OECD; e suas variações: driving

force–state-response (DSR), adotado pela Comissão das Nações Unidas para

Desenvolvimento Sustentável (UN CSD)13; e driving force–pressure-state-impact-response

(DPSIR), adotado pela EIA14 e pelo EUROSTAT15. Combinações das abordagens por meios

e pressão-resposta foram utilizadas na organização dos indicadores ambientais (Estrutura

FDES) adotada pela Environment Statistics Section da UNSTAT16 (UNSTAT, 1984) e na

estrutura temática utilizada pela UN CSD17 DESA, 2001).

O trabalho inicial da UN CSD utilizou a estrutura FDES (Apêndice 6), substituída pela DSR

(Apêndice 3) em 1996. Entre 1996 e 1998, 22 países (incluindo o Brasil) participaram

voluntariamente da etapa de testes. O EUROSTAT preparou uma compilação-teste de 54

indicadores da UN CSD com base em dados estatísticos europeus. Apesar do modelo DSR

ter-se mostrado útil para organizar os indicadores e testar o processo, o foco da estrutura de

analítica foi redirecionado para (1) enfatizar políticas ou temas principais; (2) tornar o valor

do uso do indicador mais óbvio e (3) estimular o envolvimento de governos e da sociedade

civil no uso e teste dos indicadores (DESA, 2001).

13 Preparação da UN Working list of indicators (DESA, 1996), Apêndice 3.

14 EIA - European Environment Agency.

15 EUROSTAT - Statistical Office of the European Communities

16 UNSTAT - United Nations Statistics Division.

Page 151: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 120

Tabela 1 – Estruturas desenvolvidas para organizar indicadores ambientais ou de desenvolvimento sustentável de nações.

Estrutura Publicação Características principais

Framework for the Development of Environment Statistics (FDES18)

United Nations Statistical Division (UNSTAT, 1984)

Relaciona componentes ambientais (flora, fauna, atmosfera, água, solo e assentamentos humanos) a categorias de informação (ação, impacto e reação), numa combinação das abordagens por meios e pressão-resposta. Adotado pela UNSTAT nos trabalhos em estatística ambiental

Framework for Indicators of Sustainable Development (FISD19)

UNSTAT Towards a Framework for Indicators of Sustainable Development (BARTELMUS, 1994)

Combinava a FDES com a estrutura da Agenda 21 (e não por meios). Adotado pela UNSTAT nos trabalhos em estatística ambiental

Modelo pressure-state-response - PSR 20

OECD (1991) Adaptação feita no âmbito da OECD (1991; 1993) do modelo stress-response para analisar as interações entre pressões ambientais, o estado do ambiente e respostas ambientais . Adotado nos trabalhos de indicadores ambientais da OECD, entre outros.

Modelo driving force–state-response - DSR21

OECD (1996) O conceito de pressões (que pressupõe impactos sempre negativos) foi substituído pelo de driving force, que pode descrever tanto impactos positivos como negativos, como é normalmente o caso dos indicadores sociais, econômicos e institucionais. Matriz que incorpora horizontalmente os três tipos de indicadores (driving force, state, response) e, verticalmente, as diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável (aspectos econômicos, sociais, institucionais e ambientais). Adotado no trabalho inicial sobre indicadores da UN CSD.

Modelo driving force-pressure-state-impact-response (DPSIR22)

EEA, 1999 EUROSTAT (1999, 2001; 2002)

O componente pressões foi re-inserido no modelo e um novo grupo (impactos), utilizado para detalhar melhor os efeitos sobre o ambiente e facilitar a organização das respostas da sociedade. Utilizado nos trabalhos sobre indicadores ambientais da European Environmental Agency (EIA) e Statistical Office of the European Communities (Eurostat)

17 CSD Theme Indicator Framework (DESA, 1999b).

18 FDES - Framework for the Development of Environment Statistics (Estrutura para desenvolvimento de estatística

ambiental). 19

FISD - Framework for Indicators of Sustainable Development (Estrutura para indicadores de desenvolvimento sustentável).

20 PSR - Pressure-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo pressões-estado do ambiente-

resposta). 21

DSR - Driving force-State-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-estado do ambiente-resposta).

22 DPSIR - Driving Force-Pressure-State-Impact-Response (Estrutura de organização de indicadores segundo força

indutora-pressão-estado do ambiente-impacto-resposta).

Page 152: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 121

O modelo DSR foi então substituído pela CSD Theme Indicator Framework (DESA, 1999b,

Apêndice 4), que organiza os indicadores segundo quatro dimensões principais (aspectos

sociais, ambientais, econômicos e institucionais), divididas em temas e sub-temas. A

estrutura da Agenda 21 deixou de ser seguida à risca, mas os temas/sub-temas remetem aos

capítulos apropriados (números entre parênteses no Apêndice 4).

A estrutura analítica proposta pela UN CSD serviu de base ao desenvolvimento de diversos

trabalhos, entre eles o da rede européia BEQUEST23, e foi selecionada para organização da

Agenda 21 para a construção civil brasileira apresentada a seguir.

5.1.3 AGENDA 21 PARA A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL NO BRASIL

5.1.3.1 AGENDAS 21 DO CIB PARA A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: DA AGENDA VERDE PARA A AGENDA MARROM

O Capítulo 30 da Agenda 2124 (UNITED NATIONS, 1992) especificamente encorajava o

desenvolvimento e implementação de estratégias e políticas setoriais relativas ao

desenvolvimento sustentável. Como resposta, o CIB publicou pioneiramente dois

documentos: a Agenda 21 on Sustainable Construction (CIB, 199925), aqui chamada de

Agenda 21 do CIB; e a Agenda 21 on Sustainable Construction in Developing Countries

(CIB/UNEP-IETC, 2002), aqui chamada de Ag21 PD.

Estas duas agendas foram idealizadas como mediadores globais entre as agendas mais

amplas (Agenda 21 (UNITED NATIONS, 1992) e Habitat II (UN-HABITAT, 1996)) e as

agendas nacionais/regionais específicas para o ambiente construído e o setor de construção

(Figura 4).

Os objetivos principais da Agenda 21 do CIB (1999) eram criar (1) uma terminologia e

estrutura conceitual que agregasse valor a todas as agendas nacionais, regionais e sub-

setoriais subseqüentes; e (2) um documento-base para orientar investimentos em atividades

de P&D relacionadas à construção sustentável. Os desafios e barreiras apontados para o

setor de construção foram organizados segundo três grandes blocos: (1) gestão e

organização; (2) aspectos de edifícios e produtos de construção; e (3) consumo de recursos.

23 BEQUEST - Building Environmental Quality Evaluation for Sustainability through Time.

24 Título orginal: Strengthening the role of business and industry.

25 A Agenda 21 do CIB foi traduzida para o português brasileiro em 2000 (CIB, 2000).

Page 153: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 122

A Agenda 21 do CIB concentra-se claramente na agenda ambiental, toca - em alguma

extensão – nas dimensões econômica e institucional, mas não inclui a dimensão social na

análise dos desafios, barreiras e ações para o setor de construção. Adicionalmente, a maior

parte das contribuições para a Agenda 21 do CIB veio de países desenvolvidos, de modo que

muitos dos aspectos, desafios e soluções delineados aplicam-se especialmente aos países

desenvolvidos (SILVA, 2001).

Figura 4 - Agendas do CIB como protocolo de ligação entre as agendas globais e as agendas regionais e setoriais específicas, indicando posicionamento em relação às agendas verde e marrom.

Apesar de haver similaridade entre diversos desafios que a construção sustentável lança

tanto a países desenvolvidos quanto àqueles em desenvolvimento, há diferenças

significativas que transcendem os óbvios aspectos econômicos. Não apenas a escala dos

problemas é mais extrema, como os recursos financeiros disponíveis, muito menores.

Mudam as prioridades, objetivos e desafios; os níveis de especialização e treinamento da

mão-de-obra; e a capacidade da indústria da construção e do governo.

Estas peculiaridades ambientais, econômicas e sócio-culturais dos países em

desenvolvimento delineiam uma outra abordagem para implementação de estratégias de

Agenda verde Agenda marrom

Glo

bal

Ag 21 CS Brasil

Ag 21 CIB

Agenda Habitat

Agenda 21

Nac

ion

al

Loca

l/R

egio

nal

Setor CC

Ag 21 PD

Page 154: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 123

desenvolvimento e, conseqüentemente, de construção sustentável26

(JOHN;SILVA;AGOPYAN, 2001; SILVA, 2001; CIB/UNEP-IETC, 2002). Como

reconhecimento, ainda em 2000 foi anunciado o início dos trabalhos da Agenda 21 for

Sustainable Construction in Developing Countries (Ag21 PD), publicada em 2002 como

contribuição à UNCED de Johannesburg (Rio +10).

O ponto-chave que diferencia a abordagem da Ag21 PD em relação à primeira Agenda 21

do CIB é a ênfase na necessidade de integração da agenda verde e da agenda marrom nos

países em desenvolvimento, apontada anteriormente na Agenda 21, na Agenda Habitat II e

numa série de outros trabalhos, entre eles, IIED (2001).

A agenda verde concentra-se no problema de equilibrar o consumo possível aos recursos

disponíveis, procurando reduzir o impacto ambiental da produção do ambiente construído,

consumo e geração de resíduos, com ênfase na proteção e bem-estar de ecossistemas e

reservas de recursos naturais que proporcionam condições de vida às gerações futuras, nas

escalas local, regional e global, e num horizonte de tempo de longo prazo. Já a agenda

marrom enfoca os problemas de pobreza, subdesenvolvimento e riscos à saúde derivados de

poluição do ar e da água, do acúmulo local de resíduos, de condições sanitárias deficientes,

de superpopulação, e de provisão deficiente de água e serviços urbanos, com ênfase nos

aspectos de saúde e bem-estar humano, em escala local e num horizonte de tempo imediato

(MCGRANAHAN;SATTERTHWAITE, 2000).

Para abranger a ampla diversidade dos países em desenvolvimento, a Ag21 PD resultou

inevitavelmente genérica. Dentro do grupo de países em desenvolvimento, o caso do Brasil é

peculiar: devido a uma das maiores desigualdades de distribuição de renda em todo o

mundo, em que 20% mais ricos recebem 30 vezes mais que os 20% mais pobres (dados de

1989, em WORLD BANK, 2000b), tem-se Áfricas e Europas convivendo lado a lado em um

só país. Neste sentido, nem a abordagem dada na Agenda do CIB de 1999, nem a da Ag 21

CIB/UNEP, é totalmente aderente à realidade brasileira. Mas estas duas agendas são

documentos de referência e protocolos valiosos para a ligação entre as agendas globais e a

agenda setorial, que devem ser analisados juntamente com percepções nacionais específicas.

26 Uma discussão aprofundada sobre esta diferença de cenários está sumarizada em CIB/UNEP- IETC (2002).

Page 155: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 124

5.1.3.2 PROPOSTA DE UMA AGENDA SETORIAL MULTIDIMENSIONAL E INTEGRADA

JOHN et al. (2000) e JOHN;SILVA;AGOPYAN (2001) principiaram a discussão de uma

Agenda 21 para a construção civil brasileira acrescentando uma discussão inicial de agenda

social aos três blocos da Agenda 21 do CIB (1999). Estes trabalhos lançaram uma primeira

luz sobre a discussão de aspectos urbanos e sociais, mas de forma muito incipiente.

Em contribuição posterior, SILVA et al. (2002) alertavam que a Agenda 21 do CIB

concentra-se basicamente nos temas ambientais, e sugeriam que uma abordagem mais

apropriada seria organizar a agenda setorial nos moldes do padrão internacional de relato de

sustentabilidade27, dado pela estrutura da Agenda 21 da ONU.

Para avançar nesta linha de discussão, propõe-se aqui que a construção sustentável seja

abordada através da integração das três dimensões da tradicional “triple bottom line”,

complementadas por uma dimensão institucional, que refere-se à provisão e fortalecimento

de plataformas para coordenação de esforços dentro e fora do setor (Figura 5). A agenda

institucional foi incluída devido à carência de instrumentos normativos; de ações político-

governamentais ; de maior articulação de estratégias setoriais com relação à sustentabilidade;

e de relatos de sustentabilidade de empresas e produtos de construção.

Figura 5 – Integração dos quatro blocos conceituais da agenda para a sustentabilidade do setor de construção civil brasileiro.

27 Utilizado, por exemplo, por IBGE (2002).

Page 156: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 125

Para indicar possibilidades de mitigação através de ações do setor de construção brasileiro, a

estrutura analítica adotada (Tabela 2) segue o formato da CSD Theme Indicator Framework,

(DESA, 1999b), reportando-se aos capítulos da Agenda 21, e complementando-os por

aspectos específicos do contexto nacional, e quando apropriado, das Agendas 21 do CIB.

Tabela 2 – Possibilidades de ação do setor de construção brasileiro em relação aos aspectos–chave apontados pela Agenda 21 da ONU. Os números entre parênteses remetem aos capítulos da Agenda 21.

Aspectos Ambientais

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Atmosfera (9) Mudança climática Evitar emissão de gases causadores de efeito estufa (GHG), durante:

• Produção de materiais de construção, (processos mais limpos; uso de energia renovável; e adição de resíduos e materiais reciclados aos produtos )

• Transporte de materiais de construção, promovendo o uso de materiais locais

• Operação de edifícios (NOx, SOx28)

(interface com Padrões de Produção e consumo (econômico)

Dano à camada de ozônio Evitar uso e planejar a substituição de materiais de construção e componentes de sistemas prediais (combate a incêndio e ar condicionado), cuja produção ou uso envolva emissão de substâncias nocivas à camada de ozônio (CFCs29, HCFCs30 e halogêneos )

Qualidade do ar Evitar emissão de poluentes do ar em áreas urbanas, causados principalmente por

• Produção, transporte e armazenamento de materiais

• Canteiros de obras e atividades de manutenção e demolição (poeira e emissões liberadas pelos equipamentos)

• Operação de edifícios (NOx, SOx)

• Transporte urbano

28 Vale notar que, após o racionamento de energia em 2001, aumentou a utilização de combustíveis fósseis na operação de

edifícios (geradores a diesel e boilers a gás). 29

CFC - Clorofluorcarbono. 30

HCFC – Hidroclorofluorcarbono.

Page 157: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 126

Aspectos Ambientais

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Poluição do Solo Evitar poluição: do solo, causada principalmente por:

• Produção e armazenamento de materiais (necessidade de processos de produção mais limpa);

• Atividades de preparação do terreno (limpeza, movimento de terra);

• RCD (necessidade de processos de construção mais limpa); e materiais com produtos lixiviáveis;

• Resíduos de uso de edifícios

Fazer gestão de resíduos (ver Padrões de produção e consumo)

Agricultura (14) Critério na seleção de área para novos empreendimentos: evitar áreas aráveis ou de pecuária permanente

Critério na seleção de área de novos empreendimentos

Florestas (11)

Usar madeira de maneira responsável:

• Não usar espécies ameaçadas

• Privilegiar compra de madeira proveniente de fontes de manejo sustentável/certificadas

• Aderir a grupos de compradores de madeirar certificada

Desertificação (12) e erosão Observar cuidados na preparação do sítio (movimento de terra, com conservação da cobertura vegetal e camada superficial de solo)

Observar padrões de drenagem natural do terreno

Solo (10) (equilíbrio de usos competitivos do solo)

Urbanização (7) e assentamentos

Selecionar área para novos empreendimentos de modo a:

• Direcionar crescimento urbano evitando densidades muito baixas (que competem com outros usos e podem contribuir para perda de biodiversidade), áreas aráveis, de pecuária permanente, de valor ecológico

• Priorizar vazios urbanos e recuperação áreas degradadas

Controle da proliferação de assentamentos informais

Planejamento de necessidade e uso de transporte

Oceanos, mares e áreas costeiras (17)

Evitar poluição: Prover facilidades adequadas para coleta e tratamento de esgoto

Ocupação adequada de áreas litorâneas.

Água doce (18) Quantidade de água Conservar e reduzir o consumo de água

Resguardar permeabilidade do solo (interface com (interface com Consumo de materiais/uso de água (econômico)

Page 158: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 127

Aspectos Ambientais

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Qualidade da água (interface com Condições sanitárias (social)

Evitar poluição: Tratamento da água que deixa o ambiente construído e retorna aos corpos d’água

• Reduzir uso de fertilizantes (eutroficação) e pesticidas (poluição do ar, do solo e da água) na manutenção de jardins públicos e privados

• Nos canteiros de obra:

• Prover facilidades sanitárias e ligação adequada à rede municipal de esgoto

• Prover facilidades adequadas para retenção de materiais poluentes (silte, particulados, óleos, água alcalina residual etc) antes de descarga na rede pública

• Empregar materiais sem produtos lixiviáveis

• Na escala urbana: prover facilidades sanitárias e de coleta, tratamento e disposição adequada de resíduos municipais

Saneamento

interface com Qualidade da água (ambiental) e Saúde/Condições sanitárias (social)

Evitar poluição: Prover infra-estrutura de saneamento básico para reduzir poluição do solo e corpos d’água

Biodiversidade (15)

Ecossistemas e espécies-chave

Selecionar áreas para novos empreendimentos para direcionamento de crescimento urbano, que priorizem a proteção de áreas contendo ecossistemas -chave e a recuperação de ecossistemas e áreas degradadas

Estudo de implantação para minimizar perturbação em sítios com valor ecológico

Tomar precauções para conservação de vegetação e camada de solo superficial durante a execução da obra

Reservas de recursos (interface com Padrões de Produção e consumo (econômico)

Aspectos Sociais

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Erradicação de pobreza (3) Gerar empregos diretos, indiretos e induzidos, com salários adequados

Igualdade de gênero (24) Reduzir desigualdade de salários e acesso a oportunidades de carreira para homens e mulheres

Relações trabalhistas Política de remuneração justa e melhoria das relações trabalhistas

Justiça social

Fortalecimento de comunidades locais (interface com Padrões de Produção e consumo (econômico)

Usar recursos humanos locais

Educação (36) Capacitação técnica e para sustentabilidade

Encorajar programas formais de treinamento e atualização profissional e ambiental

Page 159: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 128

Aspectos Sociais

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Alfabetização Encorajar programas de alfabetização e aumento de escolaridade

Conscientização pública (interface com Padrões de Produção e consumo (econômico)

Divulgar relatos de sustentabilidade de empresas, edifícios e produtos de construção para conscientização e permitir LCA

Qualidade do ambiente interno Incluindo a emissão de VOCs31, limpeza e renovação do ar

Saúde e segurança no trabalho

Reduzir exposição a LER32; observar ergonomia na realização de tarefas

Melhorar segurança no ambiente de trabalho (redução de acidentes)

Disponibilizar equipamentos de segurança para trabalho em situações de risco e manuseio de substâncias perigosas

Infra-estrutura adequada para pessoal operacional do edifício

Abastecimento de água

Aumentar acesso a infra-estrutura de abastecimento de água tratada

Procurar reduzir demanda na rede municipal

Programas de conscientização (interface com Padrões de consumo e produção)

Esgotamento Sanitário

Aumentar acesso a infra-estrutura para coleta e tratamento de esgoto (redução de enfermidades e poluição de corpos d’água)

Procurar reduzir carga na rede municipal (interface com Padrões de consumo e produção)

• Sistemas de pré-tratamento in situ

Saúde (6)

Condições sanitárias (acesso a serviços e redução de enfermidades)

interface com aspectos ambientais (Qualidade da água , redução de concentração de matéria orgânica e coliformes fecais em corpos d´água), e econômicos (Padrões de consumo e produção)

Drenagem Urbana

Prover infra-estrutura adequada de drenagem

Reduzir áreas impermeáveis

Procurar reduzir carga na rede municipal (interface com Padrões de consumo e produção)

• Usar mecanismos de retenção de partículas sólidas e produtos de erosão do solo, evitando entupimentos

• Usar mecanismos de retenção de óleos e poluentes liberados por veículos automotores, evitando poluição de lençol freático e cursos d’água

31 VOCs – Compostos Orgânicos Voláteis (volatile organic compounds).

32 LER - Lesão por Esforço Repetitivo.

Page 160: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 129

Aspectos Sociais

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Limpeza Urbana e Coleta de Lixo

Prover coleta e destinação apropriada de lixo e resíduos sólidos (com separação e tratamento da fração reciclável)

Procurar reduzir pressão nas facilidades municipais (interface com Padrões de consumo e produção)

Acesso a parques e áreas de lazer/áreas públicas em edifícios

Transporte Reduzir o deficit e recuperar a capacidade de investimento em infra-estrutura de serviços urbanos

Prover e melhorar infra-estrutura de transporte público urbano (menor uso/alternativas mais limpas)

Planejar pra evitar pressionar o sistema viário/de transporte existente

Infra-estrutura e acesso a serviços urbanos

Habitação(7) e condições de vida urbana

Reduzir o deficit de habitações (quantitativo e qualitativo). Formalizar políticas, estratégias e mecanismos de crédito e financiamento .

Melhorar qualidade de vida nos assentamentos formais e informais (inclui urbanização de favelas)

Aspectos Econômicos

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Recursos e mecanismos de financiamento (Status financeiro (33)

Criar linhas de financiamento para iniciativas, políticas e programas para aumento de sustentabilidade

Aumentar (re)investimento

Aumentar investimento em alternativas para aumento de sustentabilidade, incluindo tecnologias mais eficientes e limpas

Desempenho econômico Aumentar a qualidade de produtos e processos

Melhorar a qualidade de produtos, processos e edifícios Aumentar a vida útil das edificações, (durabilidade e adaptabilidade)

Estrutura

econômica (2)

Aumentar eficiência na alocação de recursos (capital financeiro e ambiental) para a produção de materiais, e construção e uso de edifícios

Internalizar custos ambientais e sociais no estabelecimento de preços , para estimular opção por produtos com “melhor valor” em termos de sustentabilidade

Page 161: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 130

Aspectos Econômicos

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Consumo de materiais Aumentar eficiência na produção e uso de materiais:

Reduzir resíduos da indústria de materiais de construção

Melhorar qualidade da construção (gestão)

Aumentar durabilidade (de materiais e edifícios) e planejamento da manutenção

Reduzir desperdício e RCD (práticas construtivas e tecnologias com uso eficiente de materiais). Aumento no uso de reciclados como materiais de construção. Fortalecer reciclagem de RCD.

Modular e otimizar dimensionamento

Gestão de resíduos (19-22) Reciclar resíduos e reutilizar componentes

Estabelecimento de programas de coleta seletiva, reciclagem, reuso e disposição de RCD e resíduos da indústria

(interface com Atmosfera e Solo (ambiental)

Uso de energia (interface com Atmosfera, Água doce e Biodivesidade (ambiental)

Reduzir intensidade de uso de energia e aumentar eficiência no uso de energia na produção de materiais e na operação de edifícios

Suprir demanda por tecnologias de conservação de energia

Usar energia renovável

Uso de água (interface com Água doce/ quantidade de água (ambiental)

Conservar água

Investigar e incentivar reuso de água e aproveitamento de água de chuva

Transporte Reduzir distância percorrida por modo de transporte de materiais (uso de materiais locais) (interface com Mudança climática (ambiental)

Reduzir distância percorrida por funcionários (uso de recursos humanos locais) (interface com Fortalecimento de comunidades locais (social)

Criar programas para redução uso de automóveis (interface com Infra-estrutura e serviços públicos (social))

Ampliação e aquecimento de mercado de soluções mais sustentáveis

Padrões de produção e consumo (4)

(relaciona-se com aspectos sociais e ambientais)

Auxílio na tomada de decisão com base em qualidade ambiental e sustentabilidade (interface com Educação (social)

Prover instrumentos de informação a consumidores: relato de sustentabilidade de empresas, serviços, materiais e edifícios

Aspectos Institucionais

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Estrutura institucional (38, 39)

Contribuição na implementação estratégica do desenvolvimento sustentável (8)

Definir e implementar estratégias em nível setorial e organizacional em relação a sustentabilidade

Page 162: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 131

Aspectos Institucionais

Tema Sub-tema Possibilidades de ação relacionadas ao setor

Desenvolvimento de mecanismos normativos e legais

Desenvolver normalização orientada à sustentabilidade/qualidade ambiental de edificações e produtos de construção

Melhorar a efetividade, e integrar instrumentos legais e políticos nacionais (congregando fatores sociais, econômicos e ambientais ) a instrumentos internacionais • formulação, coordenação e consistência entre

instrumentos legais • identificação de problemas novos e

emergentes Desenvolvimento de incentivos e mecanismos de financiamento

Desenvolver subsídios, incentivos fiscais, linhas de crédito e mecanismos de financiamento para:

• investimento e operação de indústria mais sustentável

• desenvolvimento e produção de materiais e tecnologias de construção mais sustentáveis

• adoção de medidas, produtos, tecnologias e sistemas sustentáveis na produção e operação de edifícios

Contribuição na cooperação internacional

Atuar para cooperar no cumprimento de metas de acordos internacionais ratificados pelo Brasil

Desenvolver rede internacional de P&D em Construção Sustentável/Integração a redes existentes (GABS33, GBC, iiSBE Policies Network; CIB)

Acesso a informação (40) e participação das partes interessadas e auxílio à tomada de decisões

Desenvolver e usar instrumentos para coleta de informações, benchmarking e divulgação de desempenho (relaciona-se com Padrões de produção e consumo)

Encorajar avaliações e relato de sustentabilidade de empresas, edifícios e produtos de construção, e comunicação estruturada às partes interessadas

Transferência de tecnologia, cooperação e capacitação(34)

Utilizar estrutura PBQP-H para implementar a Agenda 21 Setorial

• Planos Setoriais de Sustentabilidade (PSS), com metas e ações específicas, envolvendo as partes interessadas

Estabelecer redes sinérgicas para coordenação de esforços e recursos para

• Desenvolver soluções abrangentes e mais sustentáveis para edifícios e produtos de construção

• Transferência de tecnologias mais eficientes e limpas

• Educação de profissionais de construção

Capacidade institucional (37)

Ciência e Tecnologia (35) Investir em P&D para aumentar a sustentabilidade em nível setorial, organizacional, de edifícios e do ambiente construído

33 GABS - Global Alliance for Sustainable Building.

Page 163: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 132

A separação de temas segundo as quatro agendas nem sempre é fácil. Os grupos de temas

não são estanques e, definitivamente, há pontos de sobreposição que transitam igualmente

entre eles. Nem todos os itens listados na Tabela 2 podem ser trabalhados exclusivamente

por iniciativas do macro-setor de construção, assim como nem todos os itens podem ser

relacionados à escala do edifício, mas foram apontados para evidenciar a necessidade de

ações coordenadas com as esferas governamentais e acadêmica.

Os métodos de avaliação da sustentabilidade de edifícios que vierem a ser estabelecidos

devem, na extensão possível, procurar fazer a ligação entre a contribuição do edifício para o

atendimento de metas setoriais mais amplas. Os tópicos e linhas de ação incluídos na

estrutura apresentada não pretendem esgotar o assunto, mas têm aqui as funções específicas

de (1) estimular uma discussão pouco desenvolvida em trabalhos anteriores e (2) prover a

base para a proposição de uma estrutura de avaliação de sustentabilidade coerente com o

contexto e expectativas brasileiros.

5.1.4 AVALIAÇÃO E RELATO DA SUSTENTABILIDADE DE ORGANIZAÇÕES

A Tabela 3 reúne as iniciativas de destaque no desenvolvimento de indicadores e padrões de

relato de sustentabilidade de organizações. Há registros de iniciativas de menor grau de

complexidade, como o Corporate Sustainability Assessment Questionnaire 200234, e os

indicadores de comprometimento organizacional com a sustentabilidade propostos pela

Thirdwave35, ou que concentram-se em apenas uma das dimensões da sustentabilidade,

como os indicadores de valorização de recursos humanos usados no programa Investors in

People36 (INVESTORS IN PEOPLE UK, 2002). Uma lista de fontes de informação sobre

responsabilidade social corporativa37 está disponível em

http://www.wcit.org/topics/csr/csr_online_resources.htm. No Brasil, a principal fonte de

34 O Dow Jones Sustainability Index (DJSI) (http://www.sustainability-indexes.com) é usado para monitorar o desempenho

as companhias- líderes (top 10%) do Dow Jones Global Index em termos de sustentabilidade corporativa. A identificação das empresas -líderes em sustentabilidade é feita com base no Corporate Sustainability Assessment Questionnaire (SAM RESEARCH INC (s.d.), disponível para download no site http://www.sustainability-indexes.com/assessment/questionnaire.html.

35 http://www.thirdwave.org.uk

36 http://www.iipuk.co.uk/investorsinpeople/whatisinvestorsinpeople/default.htm

37 Também referenciada como cidadania corporativa, responsabilidade corporativa e práticas sustentáveis de negócios.

Responsabilidade social corporativa é a definição mais consensualmente aceita para referir-se à perspectiva holística de contabilidade social e cidadania corporativa, e levar em consideração as práticas ambientais, econômicas e sociais de uma atividade econômica.

Page 164: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 133

recomendações sobre responsabilidade social corporativa é o Instituto Ethos

(www.ethos.org.br).

Tabela 3 - Iniciativas de desenvolvimento de indicadores e padrões de relato de sustentabilidade de organizações.

Organização/ iniciativa

Publicação/data Foco/objetivo

GRI38 GRI, 2000 GRI 2002

Diretrizes para relato de sustentabilidade de organizações

WBCSD39

WBCSD, 1999; WBCSD, 2000; WBCSD, 200240

VERFAILLIE; BIDWELL, 2000

Conceito de eco-eficiência para relatar desempenho de organizações

ISO 14.03141

ISO, 1999 Descreve um processo interno de gestão, ferramentas e procedimentos gerais para selecionar aspectos ambientais relevantes da atividade de uma organização ou setor e indicadores específicos correspondentes, coletar e analisar dados, avaliar e relatar as informações resultantes.

As diretrizes da GRI (2002) constituem a principal tendência de uniformização da

incorporação dos conceitos e relato de sustentabilidade em nível organizacional. A GRI foi

criada por uma parceria da Coalition for Environmentally Responsible Economies

(CERES 42) e do UNEP, em 1997. Desde então, ela vem trabalhando para projetar e criar

aceitação para uma estrutura consensual, de adoção voluntária, para relato das dimensões

econômica, social e ambiental das atividades, produtos e serviços de uma da organização

(GRI, 2000; GRI 2002). Uma versão das diretrizes da GRI foi lançada em março de 1999

para discussão e teste e, em junho de 2000, foi publicada a primeira versão oficial (GRI,

2000).

No formato proposto pela GRI (2002), o impacto das organizações é apresentado segundo as

três dimensões da sustentabilidade. Cada dimensão é estruturada segundo a hierarquia

38 GRI - Global Reporting Initiative (http://www.globalreporting.org)

39 WBCSD - World Business Council for Sustainable Development.

40 http://www.wbcsd.ch/projects/pr_csr.htm

41 ISO 14.031 - Environmental management – Environmental performance evaluation – Guidelines.

42 ONG sem fins lucrativos com base em Boston, Estados Unidos. http://www.ceres.org

Page 165: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 134

informada pela ISO 14.031: categoria>aspecto>indicadores43 (Tabela 4).

Tabela 4 – Estrutura proposta pela GRI (2002) para relato de desempenho em sustentabilidade de organizações. Os indicadores são relacionados aos aspectos.

Categorias Aspectos (problemas, impactos e partes interessadas)

Des

empe

nho

Eco

mic

o

(13

indi

cado

res)

Impactos econômicos diretos clientes fornecedores funcionários financiadores setor público

Des

empe

nho

Am

bie

nta

l (3

5 in

dica

dore

s)

Ambientais materiais energia água biodiversidade emissões, efluentes e resíduos fornecedores produtos e serviços conformidade transporte impacto total

Práticas trabalhistas/condições dignas de trabalho emprego relações trabalhistas/gestão saúde e segurança treinamento e educação diversidade e oportunidade

Direitos humanos estratégia e gestão não-discriminação liberdade de associação e negociação coletiva trabalho infantil trabalho forçado e compulsório práticas disciplinares práticas de segurança direitos indígenas

Sociedade comunidade suborno e corrupção contribuições políticas competição e preço

Des

empe

nho

Soc

ial

(49

indi

cado

res)

Responsabilidade pelo produto saúde e segurança do consumidor produtos e serviços publicidade respeito à privacidade

Os indicadores de impacto econômico direto44 medem os fluxos monetários e indicam o

relacionamento entre a organização e partes interessadas–chave em nível local, nacional e

43 Nas definições da ISO 14.031, categorias são temas amplos, agrupando os aspectos econômicos, ambientais e sociais relevantes para todas as partes interessadas. Aspectos são os subconjuntos gerais, relacionados a uma categoria específica, que podem ser definidos em termos de problemas, impactos ou partes interessadas afetadas. Indicadores são medidas, quantitativas e qualitativas, específicas de um aspecto individual que podem ser utilizados para monitorar e demonstrar desempenho. Um determinado aspecto (ex.: água) pode ter diversos indicadores (ex.: uso total de água, porcentagem reciclada, descarga em corpos d’água etc).

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Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 135

global; e indicam como a organização afeta, positiva ou negativamente, as suas

circunstâncias econômicas. Os indicadores de impacto ambiental referem-se aos impactos

da organização em sistemas naturais, incluindo ecossistemas, solo, ar e água. Finalmente, a

dimensão social da sustentabilidade da organização refere-se aos impactos causados pela

organização nos sistemas sociais em que ela opera, envolvendo práticas trabalhistas, direitos

humanos45, e aspectos mais amplos que afetam consumidores, comunidades e outras partes

interessadas da sociedade, em nível local, nacional e global. Como diversos aspectos sociais

não são facilmente quantificáveis, a GRI (2002) sugere o uso de medidas qualitativas dos

sistemas e operações da empresa, incluindo políticas, procedimentos e práticas de gestão.

5.1.5 INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DO SETOR E DE EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO

A Tabela 5 reúne as principais iniciativas de desenvolvimento de indicadores de

sustentabilidade relacionados ao setor de construção.

Em 1995, a CIB Working Commission W82 “Future Studies in Construction” (CIB W82)

criou o projeto Sustainable Development and the Future of Construction (1995-1998),

envolvendo 11 países europeus, além de Estados Unidos, Japão e Malásia. O projeto tinha

por objetivo definir construção sustentável, as conseqüências futuras do desenvolvimento

sustentável sobre a indústria da construção, recomendações estratégicas e exemplos de

melhores práticas de construção. Este estudo concluiu que o passo seguinte deveria ser

alcançar maior visão consensual através de um modelo global comum e estabelecer

indicadores e políticas para traduzir esta visão em realidade (BOURDEAU et al., 1998). O

resultado deste trabalho foi a base para preparação da Agenda 21 em Construção Sustentável

publicada pelo CIB em 1999.

44 Os impactos econômicos indiretos resultam de externalidades (custos ou benefícios resultantes mas não completamente

refletidos no fluxo monetário de uma transação) que geram impactos sobre as comunidades, tais como: dependência da comunidade das atividades da organização; habilidade da organização em atrair novos investimentos para uma região; e localização de fornecedores. Dada a complexidade de mensuração dos impactos indiretos, a GRI não estabeleceu um conjunto de indicadores e, no momento, sugere que as próprias organizações apontem indicadores adequados.

45 Os indicadores de “direitos do trabalhador” e “direitos humanos” foram mantidos separados, pois, apesar de muito

próximos, diferem fundamentalmente em objetivo: os indicadores de direitos humanos avaliam com a organização ajuda a manter e respeitar os direitos básicos do ser humano, enquanto os indicadores de práticas trabalhistas informam sobre as maneiras como a organização contribui para transcender estas expectativas básicas.

Estes indicadores foram definidos com base em padrões internacionais reconhecidos, principalmente a International Labour Organization (ILO) Tripartite Declaration Concerning Multinational Enterprises and Social Policy e a OECD Guidelines for Multinational Enterprises.

Page 167: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 136

Tabela 5 – Iniciativas para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade relacionados ao setor de construção.

Organização/ iniciativa

Publicação Foco/objetivo

No nível setorial46

CIB W82 Construction Related Sustainability Indicators – CRISP (1999-2001)

CIB W82 (1999); CRISP NETWORK (2001); Häkkinen et al, (2002)

Indicadores de sustentabilidade relacionados ao setor de construção (rede européia)

Construction Industry Research and Information Association (CIRIA)

CIRIA (2001) Indicadores de sustentabilidade para a indústria da construção do Reino Unido

No nível de edifícios

University of Michigan REPPE (1999a) Indicadores de sustentabilidade de edifícios

Green Building Challenge (GBC)

COLE;LARSSON (2000)

TODD;JOHN (2001)

Indicadores de sustentabilidade ambiental são utilizados para comparar edifícios em diferentes países.

Em continuidade, a CIB W82 criou o projeto Construction Related Sustainability Indicators

– CRISP (1999-2001) para o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para o

setor de construção, numa cooperação entre Japão, Malásia, Canadá e Estados Unidos e a

EC CRISP Network, que congrega 17 países europeus 47. Um objetivo inicial era, entre

outros, desenvolver uma estrutura de indicadores organizados com base no modelo DSR e

em categorias/etapas processuais em cinco níveis de abrangência crescente: edifício, urbano,

regional, nacional e global48.

Os objetivos do Projeto CRISP são (CIB W82, 1999):

§ Definir e validar indicadores (quantitativos e qualitativos) de sustentabilidade relacionados ao setor de construção, incluindo aspectos ambientais, econômicos, sociais, culturais e institucionais. Os indicadores são práticos e serão validados em casos-piloto.

§ Implementar os indicadores para (1) mensuração da sustentabilidade de edifícios e do ambiente construído, e dos diferentes atores envolvidos em sua criação e manutenção em nível nacional; e (2) comparação da sustentabilidade de edifícios, regiões e nações.

46 Apesar de não desenvolvida à luz da sustentabilidade, uma iniciativa de relevo para o setor de construção são os

Construction Industry Key Performance Indicators (CI KPIs, http://www.dti.gov.uk/construction/kpi/)46

, criados no âmbito do Construction Best Practice Programme do UK Department of Trade and Industry. Os CI KPIs são conjuntos de dados de referência, contra os quais pode-se comparar o desempenho de um projeto ou empresa de construção do Reino Unido.

47 http://crisp.cstb.fr/presentation.htm

48 http://cic.vtt.fi/eco/cibw82/crisp.htm

Page 168: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 137

Pretende-se que estes indicadores considerem todo o processo de produção do edifício, que

começa no início do projeto e termina no fim do ciclo de vida da facilidade, incluindo

demolição e eventual tratamento posterior. A missão do projeto é desenvolver uma estrutura

comum em nível internacional, mas eventualmente atribuir pesos diferentes aos indicadores

em cada país. A estrutura de indicadores será compatível com um cenário futuro projetado,

para permitir a evolução dos indicadores e de seu conteúdo ao longo do tempo.

O trabalho continuou após este evento com a formação da European Thematic Network on

Construction and City Related Indicators (EC CRISP Network), liderada pelo CSTB

(França) e pelo VTT49 Building Technology (Finlândia). O projeto está hospedado no Site

http://www.crisp.cstb.fr, que apresenta o estado atual da base de dados que classifica

sistemas e indicadores em um formulário-padrão50. Os resultados ainda não foram

disponibilizados para consulta, o que, neste momento, impede análise aprofundada das

etapas e da metodologia utilizada.

A segunda iniciativa estruturada de desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para

o setor de construção foi conduzida pela Construction Industry Research and Information

Association - CIRIA (2001), que realizou uma ampla consulta ao setor de construção no

Reino Unido. A partir da discussão de quatro elementos do desenvolvimento sustentável51,

emergiram 10 temas-chaves para a construção sustentável (Tabela 6).

Apesar destes temas serem propostos para o Reino Unido, é instrutivo considerar a forma de

organização dos indicadores propostos pela CIRIA. Dentro dos temas e sub-temas, há

indicadores estratégicos e indicadores operacionais. Os indicadores estratégicos medem os

sistemas e processos internos da empresa, para melhorar seu desempenho, sendo, por

natureza, genéricos e relevantes para a maior parte das empresas de construção. A

informação necessária está normalmente disponível em nível corporativo e requer menor

esforço de compilação. Já os indicadores operacionais, medem o desempenho da empresa

na produção e entrega de construções mais sustentáveis. O desempenho da empresa em

49 VTT - Technical Research Centre of Finland.

50 http://crisp.cstb.fr/database.asp

51 Identificados anteriormente na estratégia do governo (UNITED KINGDOM GOVERNMENT, 1999) e na agenda setorial

(DETR, 2000) do Reino Unido para a sustentabilidade, como: (1) proteção efetiva do ambiente; (2) uso prudente de recursos naturais; (3) progresso social, que reconheça as necessidades de para todos; e (4) manutenção de níveis elevados e estáveis de emprego e crescimento econômico.

Page 169: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 138

projetos individuais pode ser agregado para indicar o desempenho global da empresa quanto

a um item específico.

Tabela 6 - Temas-chaves para a construção sustentável no Reino Unido (CIRIA, 2001).

Temas Ambientais Sub-temas • Evitar poluição Mitigação e gestão de poluição nos canteiros

Planejamento de transporte

• Proteção e melhoria da biodiversidade Criação de habitat e melhoria ambiental Otimização de brownfields Projeto e construção ambientalmente responsáveis

• Melhoria de eficiência energética Projeto para custos ao longo do ciclo de vida Uso de materiais locais com baixa energia incorporada

• Uso eficiente de recursos Minimização e gestão de resíduos Reuso de estruturas existentes Projeto e construção seca Conservação de água Uso de produtos reciclados ou de fontes sustentáveis

Temas Sociais Sub-temas • Respeito à equipe de funcionários Provisão de treinamento efetivo e avaliações de funcionários

Igualdade de termos e condições Provisão de oportunidades iguais a todos Saúde, segurança e provisão de ambiente de trabalho adequado Manutenção da moral e satisfação dos funcionários Participação na tomada de decisões

• Relacionamento com comunidades locais Minimização de perturbação local Construção de canais efetivos de comunicação Contribuição para a economia local Entrega de edifícios e estruturas que melhoram o ambiente local

• Estabelecimento de parcerias Construção de relacionamento de longo prazo com clientes Construção de relacionamento de longo prazo com fornecedores Cidadania corporativa Entrega de edifícios e estruturas que aumentem a satisfação, o bem-estar e o valor para clientes e usuários Contribuição para o desenvolvimento sustentável globalmente

Temas Econômicos Sub-temas • Aumento de produtividade e lucro Melhoria de produtividade

Padrão de crescimento consistente

• Melhoria no projeto (produto oferecido) Satisfação do cliente Minimização de defeitos Tempo para conclusão mais curto e previsível Projetos de menor custo, com maior previsibilidade de custos

• Monitoramento e relato de desempenho x metas

Relato da empresa Benchmarking de desempenho

5.1.6 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS

Existem diferenças fundamentais entre o conceito puro de indicadores de sustentabilidade e

os indicadores utilizados - ou passíveis de utilização neste momento - em sistemas de

avaliação de edifícios.

Page 170: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 139

Os métodos de avaliação ambiental de edifícios disponíveis tipicamente não abordam os

aspectos sociais e econômicos da sustentabilidade e são dirigidos a edifícios individuais. Já

a discussão de indicadores de sustentabilidade (particularmente indicadores sociais e

econômicos) relaciona-se a medidas mais gerais da sociedade, como redução de pobreza,

analfabetismo, PIB etc, que não são facilmente relacionadas à escala organizacional ou de

um edifício (COLE, 2002; TODD;JOHN, 2001).

Apesar dos edifícios serem bens de longa vida útil, se comparados a outros bens de

consumo, a maioria dos fenômenos naturais e culturais significativos mostram longas

tendências que não são nem mesmo percebidas no curto prazo, e a escala temporal até que

ocorra um realinhamento significativo em direção a um mundo sustentáve l será certamente

medida em gerações (COLE, 2002). O desempenho ambiental de edifícios é relativo,

avaliado em relação a desempenho “típico”, seja explicita- ou implicitamente. Ao longo do

tempo, edifícios individuais, assim como as práticas de vanguarda e práticas típicas

melhoram e, conseqüentemente, a pontuação de desempenho é válida apenas no ponto

particular no tempo em que foi realizada a avaliação.

Finalmente, cresce a tendência dos métodos de avaliação de edifícios utilizarem um

processo de agregação das medidas de desempenho para sumarizar o desempenho global do

edifício. Este não é o caso dos indicadores de sustentabilidade, que são normalmente

mantidos como entidades discretas. (COLE, 2002).

Tomando a definição de HOLMBERG et al. (1991), indicadores de sustentabilidade

(ambiental) são medidas que relacionam a distância entre o estado atual (do ambiente) e o

seu estado sustentável. Para se falar em indicadores de sustentabilidade, este patamar

sustentável deve, portanto, ser conhecido ou razoavelmente estimado. Relacionar medidas

de desempenho de edifícios a indicadores mais amplos de progresso em direção à

sustentabilidade permanece como um dos principais desafios a serem enfrentados, mas

seguramente mais simples do que definir precisamente o estado sustentável, é obter dados

para gerar indicadores de desempenho em relação a metas de sustentabilidade, ainda que

persistam as dificuldades de acesso a dados acurados e contínuos, necessários à formulação

e manutenção dos indicadores.

Por todas estas dificuldades, os métodos existentes de avaliação de edifícios adotam, na

verdade, esta segunda linha, e reportam-se a metas de sustentabilidade (ambiental), definidas

teorica- ou empiricamente. Indicadores empíricos têm sido adotados e posteriormente

Page 171: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 140

validados ou excluídos com base nas experiências práticas de implementação nos casos

avaliados com cada sistema.

A discussão sobre indicadores de sustentabilidade de edifícios foi intensificada a partir de

1999, quando a Universidade de Michigan realizou um workshop52 para discussão de

indicadores de sustentabilidade de edifícios (REPPE, 1999a), obstáculos para a sua

implementação (REPPE, 1999b) e estratégias (REPPE, 1999c). Em 2001 foi constituído um

Grupo de Trabalho 53 no GBC com o objetivo desenvolver uma lista preliminar de

indicadores de sustentabilidade, entendidos como medidas absolutas destinadas a embasar a

comparação internacional de edifícios. Na ocasião, o GT concluiu que não possuía

conhecimento suficiente sobre níveis de metas que o permitisse trabalhar com indicadores

de sustentabilidade, preferindo adotar a terminologia indicadores de desempenho

ambiental54 (TODD;JOHN, 2001). Na reunião do GBC em Madrid (março de 2003) houve

uma mudança importante de abordagem, e foram iniciados estudos para consideração dos

efeitos econômicos e sociais relacionados à construção e operação dos edifícios avaliados

nas próximas versões da GBTool.

Um avanço promissor neste campo é o trabalho do ISO/TC59/SC355 na preparação de um

conjunto de normas sobre Sustentabilidade de edifícios e ativos construídos56, que inclui um

texto específico sobre princípios para indicação de sustentabilidade de um edifício ou grupo

de edifícios (ISO AWI 15392) (ISO, 2003a). Com o uso desta norma, pretende-se que as

avaliações de sustentabilidade de edifícios sejam feitas segundo uma estrutura comum e uma

coleção principal de indicadores (Tabela 7), definidos na ISO AWI 21932 (2002c).

A influência econômica do edifício é expressa com base em fluxos monetários gerados

durante o seu ciclo de vida, como investimentos (em terreno, projetos, manufatura de

produtos, construção...); custos operacionais (consumo de energia e de água, gestão de

52 National Sustainable Buildings Workshop.

53 O Grupo de Trabalho em Indicadores de Sustentabilidade do GBC inclui a autora deste trabalho.

54 Na versão da GBTool utilizada para as avaliações apresentadas na SB’02, esta terminologia foi substituída por

indicadores de sustentabilidade ambiental. 55

ISO Technical Committee 59 (Building construction), Subcommittee SC 3 (Sustainability in building construction). 56

Até o momento, estão sendo preparados os seguintes textos (circulação restrita): ISO TC59/SC3/N503 (ISO CD 21932, 2002a) – Terminology. ISO TC59/SC3/N499 (ISO CD 21930, 2002b) – Environmental declaration of building products. ISO TC59/SC3/N469 (ISO AWI 21932, 2002c) – Sustainability indicators. ISO TC59/SC3/N459 (ISO AWI 15392, 2003a) – General Principles. ISO TC59/SC3/N501 (ISO CD 21931, 2003b) – Framework for assessment of environmental performance of buildings .

Page 172: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 141

resíduos...); custos com manutenção e reparo; e com desconstrução e destinação de resíduos

de demolição. Na ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c), os indicadores econômicos

relacionam-se a fluxos monetários durante o ciclo de vida do edifício, basicamente custo ou

retorno para proprietários, ocupantes e usuários. Uma abordagem sustentável enfatiza o

custo no longo prazo (análise de custos ao longo do ciclo de vida) em vez de lucratividade

no curto prazo. Neste sentido, o projeto de norma sugere que o emprego corrente de técnicas

de análise de viabilidade econômica que priorizem a situação presente como os métodos de

descontos (como o cálculo de valor presente) e de período de retorno (payback) seja

reconsiderado.

Tabela 7 - Lista mínima de indicadores de sustentabilidade de edifícios, sugerida na ISO

AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c).

Indicadores de sustentabilidade

Indicadores ambientais Uso de matérias-primas naturais;

Consumo de energia

Liberação de emissões danosas ao ambiente

Indicadores sociais Acessibilidade (transporte público, ciclistas, pedestres)

Vida útil

Ambiente interno

Uso sem barreiras (barrier-free)

Indicadores econômicos Custos ao longo do ciclo de vida

Os indicadores ambientais referenciam-se basicamente às categorias de impactos listadas na

ISO 14.042 (ISO, 2000): uso de recursos (solo, água, energia e matérias-primas), potencial

de aquecimento global, acidificação, eutroficação, formação de foto-oxidantes, dano à

camada de ozônio, eco-toxicidade, contaminação do solo, saúde e biodiversidade. Estes

indicadores são, por sua vez, relacionados na ISO CD 21931 (ISO, 2003b), que aponta uma

lista mínima de itens a serem contemplados no desenvolvimento de métodos de avaliação

ambiental de edifícios (Tabela 8).

Page 173: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 142

Tabela 8 - Estrutura de itens a avaliar proposta pela ISO CD 21931 (ISO, 2003b).

Categorias obrigatórias57 Sub-categorias

Conforto térmico

Conforto acústico

Iluminação

Ambiente interno

Qualidade do ar

Energia para operação

Operação eficiente

Carga térmica

Uso de energia natural

Energia

Eficiência dos sistemas prediais

Consumo de água

Produtividade no uso de recursos

Recursos e materiais

Evitar uso de poluentes

Poluição Impactos no entorno

Carga na infra-estrutura local

Finalmente, os indicadores sociais são tratados na ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3, 2002c)

em termos de saúde e produtividade (riscos à saúde e clima interno); segurança do usuário,

igualdade (acessibilidade) e herança cultural (qualidade arquitetônica; flexibilidade; vida

útil do edifício e adequabilidade ao entorno). Muitos destes aspectos sociais são usualmente

tratados em nível da comunidade. A norma tentará relacioná- los ao nível dos edifícios e

grupos de edifícios.

5.2 CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO (“COMO AVALIAR?”)

A definição da importância relativa entre os diferentes aspectos avaliados é um dos pontos

mais críticos em uma avaliação de edifícios, seja ela em termos ambientais ou de

sustentabilidade. Aplicar um critério de ponderação é fundamental para que o método de

avaliação deixe transparecer as prioridades locais, além de agilizar o entendimento dos

perfis de saída da avaliação, pois a pontuação pode ser distribuída dentro de um número

limitado e gerenciável de itens a avaliar, organizados segundo uma hierarquia pré-definida.

A avaliação puramente econômica de um edifício conta com medidas de viabilidade bastante

difundidas, como relação custo-benefício58, valor presente líquido, período de retorno

Page 174: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 143

(payback59), taxa de retorno60, análise de custos ao longo do ciclo de vida61. Todos estes

métodos traduzem os custos e os benefícios de um determinado investimento em uma

medida única de viabilidade econômica do projeto, expressa em termos monetários

(NORRIS;MARSHALL, 1995). Em avaliações de sustentabilidade, porém, os atributos

econômicos são analisados juntamente com atributos de desempenho ambiental e social do

edifício, cuja expressão em termos monetários nem sempre é fácil ou mesmo possível62. De

toda forma, a definição da importância relativa neste nível hierárquico pode ser orientada

pela percepção de prioridades e pela estratégia de ação definida para um contexto específico.

Já a priorização de itens dentro de um mesmo nível hierárquico é mais difícil. Entre os

aspectos ambientais, particularmente, não há um método consensualmente estabelecido para

atribuir pesos, apesar da noção comum de que eles devam ser estabelecidos de acordo com

evidência científica do impacto no médio e longo prazo sobre a saúde humana ou dos

ecossistemas.

A definição de ponderações em uma avaliação da sustentabilidade de edifícios centra-se,

portanto, na busca de um método de ponderação que ofereça solução para dois problemas

distintos: primeiro, comparação entre itens medidos por unidades diferentes (ex.: consumo

de recursos x cargas ambientais) e, segundo, comparação entre itens monetários e não

monetários (desempenho econômico x social x ambiental).

5.2.1 EMPREGO DE PROCESSO DE ANÁLISE HIERÁRQUICA (AHP63) PARA DERIVAÇÃO DE PESOS

O chamado processo de análise hierárquica (AHP) pertence ao grupo dos métodos aditivos

simples, que por sua vez, são uma das classes de técnicas de análise de decisão multi-

57 A ISO CD 21931 (ISO, 2003b) traz ainda uma lista de categorias opcionais que inclui: qualidade dos serviços ; qualidade

do ambiente externo; e impactos ambientais adicionais no entorno.

58 ASTM E- 964/93 (1998) - Standard Practice for Measuring Benefit-to-Cost and Savings -to-Investment Ratios for Buildings

and Building Systems. 59

ASTM E1121(1998) - Standard Practice for Measuring Payback for Investments in Buildings and Building Systems.

60 ASTM E1057 (1999) - Standard Practice for Measuring Internal Rate of Return and Adjusted Internal Rate of Return for

Investments in Buildings and Building Systems. 61

ASTM E-917 (1999) - Standard Practice for Measuring Life-Cycle Costs of Buildings and Building Systems.

62 Uma lista completa de atributos para análise de edifícios e seus sub-sistemas foi desenvolvida pelo sub-comitê ASTM

sobre desempenho global de edifícios (E06.25 - Whole-building Performance). 63 AHP - Analytic Hierarchy Process.

Page 175: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 144

atributos (MADA64). As técnicas MADA aplicam-se a problemas em que o agente de

decisão precisa ordenar ou escolher (uma dentre) um número finito de alternativas, que são

mensuradas por dois ou mais atributos relevantes, sejam eles monetários ou não. Descrições

dos métodos principais podem ser encontradas na vasta literatura disponível sobre o tema,

com destaque para as sínteses feitas por HWANG;YOON (1981) e CHEN;HWANG (1992).

O Journal of Multi-criteria Decision Analysis (John Wiley & Sons, Ltd) é uma fonte-chave

para atualização e consulta sobre desenvolvimentos mais recentes.

Existem quatro características comuns a todos os métodos MADA (NORRIS, MARSHALL,

1995):

1. Análise de um conjunto finito e geralmente pequeno de alternativas discretas e pré-determinadas;

2. Compensação entre atributos;

3. Comparação de atributos não mensuráveis pela mesma unidade; e

4. Caracterização do problema através de matrizes de decisão65, que indicam o conjunto de alternativas e o conjunto de atributos a considerar.

A matriz de decisão é composta por uma linha correspondente a cada alternativa e a coluna

correspondente a cada atributo sendo considerado. Desse modo, um problema com m

alternativas caracterizadas por n atributos é descrito por uma matriz X, m x n (Eq. 1).

x11

(informação sobre Alternativa

1 em relação ao Atributo 1)

x1n

(informação sobre Alternativa

1 em relação ao Atributo n)

X = x ij

(informação sobre Alternativa

i em relação ao Atributo j)

= [x ij]

xm1

(informação sobre Alternativa

m em relação ao Atributo 1)

xmn

(informação sobre Alternativa

m em relação ao Atributo n)

Eq. 1

64 MADA é o acrônimo da expressão em inglês Multiattribute decision analysis. Nota de terminologia: MCA é o acrônimo de

multicriteria analysis. Uma forma de MCA é a MADA (multiattribute decision analysis), também conhecida como MCDA (multicriteria decision analysis). Neste contexto, os termos atributo e critério são sinônimos e intercambiáveis. Tanto o AHP como a ponderação aditiva simples são técnicas de MADA (ou MCDA).

65 Também se utiliza o termo matriz de comparação.

Page 176: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 145

Entre os métodos MADA estão os métodos aditivos simples, que facilitam a classificação e

escolha dentre alternativas através do desenvolvimento de uma pontuação para cada uma

delas. A lógica dos métodos aditivos simples consiste em quatro princípios:

§ pontuações cardinais numéricas, que caracterizam a preferência global por cada alternativa. A pontuação de preferência Di

66, para cada uma das m alternativas (i=1,..., m) pode então ser utilizada para ordenar alternativas, identificar um grupo de alternativas preferidas ou selecionar uma alternativa única de maior preferência.

§ pesos cardinais de atributos: para todas as alternativas, a importância relativa dos atributos é definida como constante e descrita através de pesos cardinais (wj), que o agente de decisão atribui a n atributos (j=1,..., n). Os pesos são geralmente normalizados (Σpesos = 1)

§ contribuições à preferência (desejabilidade): o desempenho de cada alternativa com relação a cada atributo (pontuação do atributo, xij) deve ser numérica é comparável para todos os atributos. A contribuição à preferência é dada pela soma das contribuições de cada atributo à preferência global por uma alternativa, ou seja Di = xij . wj (para i =1,..., m e j=1,..., n).

§ aditividade: as contribuições individuais dos atributos à preferência global por uma alternativa são consideradas como aditivas, isto é: a pontuação global da alternativa (Di) é definida como a soma das contribuições individuais por atributo (Eq. 2).

Di = ∑=

n

j 1

xij . wj (para i =1,..., m e j=1,..., n) Eq. 2

O Processo de Análise Hierárquica (AHP) transcende a ponderação aditiva simples em três

características importantes (1) a descrição hierárquica do problema com o objetivo de

manter o número de comparações pareadas necessárias dentro de um limite gerenciável; e

(2) a incorporação direta do procedimento de comparação em pares juntamente com (3)

uma abordagem pré-especificada para conversão dos resultados das comparações em pesos

para os atributos considerados (método do vetor eigen principal) e uso dos resultados

obtidos em um teste heurístico da consistência das comparações pareadas efetuadas

(NORRIS, MARSHALL, 1995).

O AHP foi originalmente desenvolvido e aplicado por SAATY (1980). Trata-se de uma

ferramenta analítica totalmente compensatória, aplicável a problemas de decisão multi-

atributos que possam ser formulados como uma árvore de decisão67, onde cada nível

hierárquico envolve diversos tipos de atributos. Com base em princípios matemáticos

66 A notação Di vem do termo original em inglês “desirability” (desejabilidade).

Page 177: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 146

simples, o AHP habilita os agentes de decisão a analisar aspectos rigorosa e metodicamente

através de comparação, para realizar o ordenamento, varredura68 e/ou seleção de alternativas.

Sumarizando, constrói-se uma hierarquia dos elementos de decisão e então utilizar matrizes

de comparação para comparar cada par possível em cada grupo, isto é: comparar atributos,

em termos de sua importância relativa, e depois comparar alternativas em termos de sua

preferência relativa em relação a cada atributo. O agente de decisão expressa a sua

preferência aproximada através de intervalos de julgamento e especifica uma faixa de

números para indicar a importância relativa de dois fatores por vez. As comparações

sucessivas fornecem o peso de cada elemento dentro do grupo (ou nível hierárquico) e

também uma relação de consistência. O resultado é uma definição clara de prioridades do

ponto de vista de um indivíduo ou grupo (NORRIS, MARSHALL, 1995; HÄMÄLÄINEN,

et al., 2002; MMD-ENG, 2002).

Diante da ausência de uma base objetiva para ponderação de parâmetros de sustentabilidade,

o AHP é aqui sugerido para determinação da ponderação entre os temas e categorias a

avaliar, pois:

§ tanto o texto de trabalho da ISO AWI 21932 - Indicadores de Sustentabilidade (ISO TC59/SC3, 2002c), quanto o Manual do usuário da GBTool (COLE; LARSSON, 2002) recomendam a adoção de técnicas de análise de decisão multi-atributos;

§ é um dos cinco cinco métodos (ou classes de métodos) MADA apontados por NORRIS, MARSHALL (1995) como adequados para a análise de problemas relacionados a edifícios e seus sub-sistemas69;

§ é reconhecido pela ASTM, através de (1) sua adoção pelos sub-comitês ASTM E06.05 (Whole-building Performance) e ASTM E06.81 (Building Economics) em trabalho conjunto consolidado sobre decisões relacionadas a atributos de edifícios; (2) da norma ASTM E 1765-9570, sobre a aplicação do AHP à análise de decisão multi-atributos de investimentos relacionados a edifícios e sistemas de edifícios; e (3) do software de apoio à referida norma (CHAPMAN et al., 1998); e

§ nos estudos de casos realizados neste trabalho (Capítulo 4), a ferramenta AHP desenvolvida mostrou-se como um facilitador para a derivação sistemática de pesos

67 Também se utiliza o termo árvore de valor ou árvore hierárquica.

68 Distinção entre possibilidades aceitáveis e não aceitáveis.

69 São eles: métodos de ponderação aditiva (soma ponderada), produto ponderado, NCIC (Non-traditional Capital

Investment Criteria), TOPSIS e distância do alvo. Para uma lista abrangente dos métodos (ou classes de métodos) MADA considerados aplicáveis a problemas reais, agrupados de acordo com suas características principais, consultar NORRIS, MARSHALL (1995).

70 ASTM E 1765-95 - Standard Practice for Applying Analytic Hierarchy Process (AHP) to Multiattribute Decision Analysis of

Investments Related to Buildings and Building Systems .

Page 178: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 147

entre os temas de desempenho da GBTool, indicando que um procedimento semelhante pode ser utilizado positivamente no desenvolvimento de um método nacional.

Um AHP completo é composto por três etapas:

1. Definição da hierarquia de atributos, compreende a definição do objetivo, a identificação dos atributos importantes, e a identificação de alternativas possíveis (Figura 6).

2. Determinação da importância relativa (peso) de cada atributo, através de comparação pareada em pares de elementos (atributos ou sub-atributos) começando pelo nível mais baixo da hierarquia. Compreende a construção das matrizes de comparação que sumarizam o desempenho relativo entre atributos e desempenho de cada alternativa em relação a cada atributo.

3. Determinação da pontuação global (contribuição à preferência) de cada alternativa, com base nos pesos dos atributos e sub-atributos obtidos em (2) para ordenar as alternativas ou selecionar uma delas.

5.2.1.1 DEFINIÇÃO DA HIERARQUIA DE ATRIBUTOS

A construção da hierarquia de atributos representa a percepção do(s) agente(s) de decisão

quanto aos aspectos (atributos e alternativas) considerados. Estruturar um problema

hierarquicamente significa dividí- lo em uma série de níveis de atributos, de forma que cada

atributo seja membro de um pequeno grupo de atributos no mesmo nível, todos eles

relacionados a um atributo único no nível imediatamente superior. O problema de decisão

pode ser, então, descrito graficamente na forma de uma hierarquia de atributos, em que, de

um lado, esteja a decisão a ser tomada (objetivo) e, do outro, as alternativas a classificar ou

dentre as quais deve-se eleger uma preferida (Figura 6).

Uma vez determinados os níveis hierárquicos, deve-se estabelecer, para cada grupo de

atributos (de sub-atributos e assim sucessivamente), pesos normalizados (Σpesos = 1) que

indicam as preferências relativas do agente de decisão, naquele nível hierárquico. No

exemplo da Figura 6, quatro matrizes de comparação seriam necessárias para determinação

dos pesos, uma para cada grupo envolto pelas linhas tracejadas.

Teoricamente, não há limite para o número de níveis ou quantidade de atributos que podem

ser considerados em um AHP. Existe, no entanto, um limite prático ditado pela capacidade

de alguns softwares de apoio existentes no mercado, de forma que, em problemas

Page 179: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 148

complexos, é possível ter até sete níveis na hierarquia, e até 9 sub-atributos em cada grupo

de atributos.

Figura 6 – Construção de hierarquia de atributos.

5.2.1.2 DETERMINAÇÃO DE IMPORTÂNCIA RELATIVA

Os agentes de decisão normalmente têm dificuldade para atribuir precisamente pesos

cardinais para uma série de atributos simultaneamente. A complexidade na explicitação

destas preferências vem do fato de a mente humana ter dificuldade de comparar mais de

duas coisas ao mesmo tempo. No entanto, é possível realizar facilmente comparações em

pares, até que todas as alternativas possíveis sejam consideradas (Figura 7).

Atributo 1-n

Atributo 1-n

Atributo 1-n

objetivo (decisão) Atributo 2

Atributo 1

Atributo 3

sub-atributo 1

sub-atributo 2

sub-atributo 1

sub-atributo 2

sub-atributo 3

sub-atributo 1

sub-atributo 2

alternativa 1

alternativa 2

alternativa 3

alternativa 4

alternativa n

Page 180: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 149

Figura 7 – Exemplo de comparação em pares: conjunto de três alternativas.

Por esta razão, a atribuição de pesos é realizada através de comparações pareadas sucessivas,

que fornecem um conjunto de pesos consistente e normalizado.

Identidade , reciprocidade e consistência de matrizes de comparação

O problema de decisão no AHP é como comparar a importância relativa dos atributos de

modo sistemático e quantitativo. Matematicamente, o objetivo é determinar os pesos não-

negativos wi dos atributos ai para i variando de 1 a n, onde n é o número de atributos. Se os

pesos w=(w1,..., wn) fossem conhecidos, a importância relativa do atributo ai comparado a aj

seria dada pela relação wi/wj (HAURIE, 2001).

Na comparação empírica de n atributos apenas contra o primeiro deles (a1), por exemplo, as

relações entre pesos seriam wi/w1 para i = 1 a n. Estes valores definem o peso w em relação

a um fator global, sendo possível representar o vetor w por um vetor normalizado, por

exemplo, fazendo a soma dos pesos igual a 1 (Eq. 3):

w ii

∑ = 1

Eq. 3

Combinando todos os n possíveis vetores-colunas pareados em uma matriz como a mostrada

na Eq. 4, chega-se ao ponto de partida da análise de SAATY (1980).

A

w w w w w w w ww ww w

w w w w

n

n n n

=

1 1 1 2 1 3 1

2 1

3 1

1

/ / / .. . // .. ./ .. .: .. ./ .. . /

Eq. 4

A abordagem AHP assume que, por definição, a matriz de comparação atende a três

propriedades especiais:

(1) identidade: pelo princípio de identidade, todos os todos os elementos na diagonal da

matriz são iguais a 1, pois se um atributo é sempre igualmente importante a si mesmo, a

comparação de um atributo contra si mesmo fornece relação entre pesos igual a 1 (wi/wi=1,

..., wn/wn=1). Este princípio reduz a quantidade de respostas necessárias para apenas

n(n-1)/2, sendo n o número de atributos.

Page 181: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 150

(2) reciprocidade: pelo princípio de reciprocidade, se o Atributo A é julgado como 2 vezes

tão importante quanto o Atributo B, então o Atributo B é 1/2 vez tão importante quanto o

Atributo A. Por este princ ípio, cada elemento abaixo da diagonal é igual ao inverso do

elemento correspondente acima da diagonal.

Os elementos da matriz A têm, portanto, a propriedade especial (Eq. 5).

aij = 1/aji, para todos os i e j Eq. 5

Neste caso, por teorema de álgebra linear, w é o vetor eigen da matriz A, com valor eigen

igual a n (Eq. 6):

Aw=nw Eq. 6

Com este procedimento específico, o AHP formaliza a conversão de um problema de

atribuição de pesos a atributos em um problema mais palpável de realizar uma série de

comparações entre pares de atributos concorrentes. Esta série de comparações em pares é

sumarizada em matrizes de comparação, que são matrizes quadradas (número de linhas

igual ao número de colunas) contendo as relações entre os elementos comparados (sub-

atributos, atributos ou alternativas), na forma geral mostrada na Tabela 9.

(3) consistência (transitividade cardinal perfeita): por consistência entende-se que, para

quaisquer três Atributos A, B e C, se A é julgado como x vezes mais importante que B, e B é

considerado como y vezes mais importante que B, então A deve ser xy vezes mais importante

que C. Em outras palavras, as colunas da matriz de comparação são múltiplos escalares

entre si, de forma que as colunas normalizadas (i.e.: onde cada célula é dividida pela soma

da coluna) são idênticas, e qualquer uma delas pode ser tomada para representar os valores

relativos das alternativas, como mostrado no exemplo da Tabela 10 e Tabela 11.

Page 182: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 151

Tabela 9 – Forma geral de matriz de comparação em pares.

Atributo 1 Atributo 2 Atributo 3 ... Atributo n

Atributo 1 1

importância do atributo 1 em relação

ao atributo 2

importância do atributo 1 em relação

ao atributo 3

...

importância do atributo 1 em relação

ao atributo n

Atributo 2

importância do atributo 2 em relação

ao atributo 1

1 ... ...

importância do atributo 2 em relação

ao atributo n

Atributo 3

importância do atributo 3 em relação

ao atributo 1

importância do atributo 3 em relação

ao atributo 2

1 ... ...

... ... ... ... 1 ...

Atributo n

importância do atributo n em relação

ao atributo 1

importância do atributo n em relação

ao atributo 2

importância do atributo n em relação

ao atributo 3

... 1

Tabela 10 - Matriz consistente de comparação em pares de sub-atributos dentro de um Atributo A.

Atributo A Sub-atributo 1 Sub-atributo 2 Sub-atributo 3

Sub- atributo 1 1 1/3 2

Sub- atributo 2 3 1 6

Sub- atributo 3 1/2 1/6 1

Os pesos relativos dos três sub-atributos, com base no Atributo A considerado, são obtidos

através da normalização das colunas, de forma que a mesma matriz acima pode ser indicada

como na Tabela 11.

Page 183: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 152

Tabela 11 - Matriz da Tabela 1 após normalização das colunas.

Atributo A Sub-atributo 1 Sub-atributo 2 Sub-atributo 3 Σ linhas Pesos

Sub- atributo 1 0.222 0.222 0.222 0,666 0,222

Sub- atributo 2 0.667 0.667 0.667 2,000 0,667

Sub- atributo 3 0.111 0.111 0.111 0,333 0,111

Σ matriz 3 1

As colunas normalizadas são idênticas, o que indica que as comparações realizadas na

matriz da Tabela 10 foram perfeitamente consistentes e que a importância relativa entre os

três sub-atributos, com base no Atributo A, poderia ter sido extraída diretamente a partir dos

valores normalizados da primeira coluna (sub-atributo 1 = 0,222; sub- atributo 2 = 0,667; e

sub- atributo 3 = 0,111), ou somando-se os valores em cada linha e dividindo pelo total da

matriz, como demonstrado pela coluna “Pesos” acrescentada à matriz original.

Notar que, se as comparações são feitas em pares e se transitividade cardinal perfeita

(consistência) é assumida, torna-se redundante comparar (A,C), uma vez feitas as

comparações (A,B) e (B,C). Mais ainda: em uma situação de consistência, apenas a

primeira linha (ou coluna) da matriz de comparação, precisa ser completada pelo agente

de decisão: os demais elementos da matriz poderiam ser facilmente calculados.

Inconsistência de matrizes de comparação

Alguns métodos utilizam a construção de matrizes de comparação a partir de n(n-1)/2

comparações pareadas independentes, que permitem que o agente de decisão faça

julgamentos não perfeitamente consistentes. Isto é permitido para (1) aumentar o número de

oportunidades para o agente de decisão expressar suas preferências cardinais; e (2) tentar

reproduzir a dificuldade prática do agente de decisão em ser perfeitamente consistente nos

julgamentos, especialmente quando são realizadas muitas comparações pareadas. Esta

possibilidade mostra-se útil pois, em qualquer processo de julgamento subjetivo há sempre

alguma margem de incerteza.

Page 184: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 153

A inconsistência dos julgamentos revela-se matematicamente na forma de matrizes com

colunas normalizadas não idênticas (Tabela 12 e Tabela 13), para as quais a Eq. 6 nem

sempre será satisfeita.

Tabela 12 – Exemplo de matriz não consistente.

Atributo A Sub-atributo 1 Sub-atributo 2 Sub-atributo 3

Sub- atributo 1 1 1/3 2

Sub- atributo 2 3 1 4

Sub- atributo 3 1/2 1/4 1

Tabela 13 – Matriz da Tabela 12 (matriz não consistente) após normalização das colunas.

Atributo A Sub-atributo 1 Sub-atributo 2 Sub-atributo 3 Σ linhas Pesos

Sub- atributo 1 0,222 0,211 0,286 3,333 0,255

Sub- atributo 2 0,667 0,632 0,571 8 0,611

Sub- atributo 3 0,111 0,158 0,143 1,75 0,134

Σ matriz 3 1

SAATY (1990) propôs que, nestes casos, seja derivado um vetor de pesos que tende a

compensar os erros nos pesos implícitos em cada coluna (ou linha) da matriz71, isto é:

1. o vetor de pesos w seja encontrado como o vetor eigen na forma da Eq. 7.

71 O AHP usa o método do vetor-eigen para converter a matriz de comparações pareadas em um vetor de pesos

normalizados (Eq. 7), e um teste de consistência com base no valor eigen correspondente(Eq. 8). Qualquer matriz quadrada M com n linhas e n colunas tem a ela associados n “vetores eigen” ei. (não necessariamente iguais) que satisfazem a seguinte equação: ?i e i = M e i , onde ?i é o valor eigen associado ao vetor eigen e i. O vetor eigen principal é o vetor e* associado ao valor eigen com maior valor absoluto ?max. ?max e* = M e*. Primeiro, encontra-se a solução e* para a matriz M igual à matriz de comparação desejada e, depois, normaliza-se os elementos do vetor final de pesos (w) para que sua soma seja igual a 1. Uma explicação mais detalhada do método do vetor eigen pode ser encontrada em NORRIS;MARSHALL (1995) e no trabalho de SAATY (1990), entre outros.

Page 185: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 154

Aw=?max w

onde

n é o valor eigen em situação perfeitamente consistente,

?max é o valor eigen máximo de A e ?max = n.

Eq. 7

2. Uma relação de consistência (CR) seja definida a partir do desvio do valor eigen

máximo (?max) em relação a n (valor eigen em situação perfeitamente consistente)

(Eq. 8).

CR = CI/ACI

onde

o índice de consistência CI é definido por CI = (?max-n)/(n-1); e

ACI é um número encontrado fazendo a média de CI em relação a um grande número de matrizes A aleatórias.

Eq. 8

Uma relação de consistência CR<0,1 é normalmente considerada como aceitável, por ser

uma situação próxima à situação ?max = n , em que a matriz A de comparação pareada é

totalmente consistente. Por esta razão, é freqüente a aplicação de um cut-off de consistência

igual a 0,1; isto é: são retidos apenas os dados empíricos que tenham relação de consistência

menor que 0,1 (HAURIE, 2001).

5.2.1.3 ESCALA DE IMPORTÂNCIA RELATIVA (ESCALA DE VALOR)

Como nos demais métodos aditivos, os julgamentos feitos no AHP são cardinais, em vez de

simplesmente ordinais, isto é: para cada par de atributos, o agente de decisão especifica não

só qual atributo considera mais importante, como também, quanto mais importante ele é

considerado em relação ao atributo concorrente.

Na abordagem clássica de SAATY, utiliza-se nas comparações pareadas uma escala linear

1,2,3....,9 para quantificar quão mais importante é um atributo em relação a outro. O valor

1, por exemplo, significa importância igual, enquanto o valor 9 significa importância muito

maior. Caso o atributo seja menos importante que o atributo concorrente, utiliza-se então o

inverso das preferências (1,1/2,1/3,...,1/9).

A opção arbitrária por uma escala linear e por um determinado valor máximo é

simplesmente um reflexo do problema geral de quantificar preferências em modelos de

Page 186: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 155

decisão multi-atributos. É bastante razoável utilizar uma escala de avaliação positiva e

limitada, i.e. não permitir preferências infinitas, de modo que todos os elementos na matriz

A sejam finitos e positivos. No entanto, o uso de uma escala linear na abordagem AHP cria

imediatamente uma inconsistência (HAURIE, 2001).

Considerando, por exemplo, a situação com três atributos diferentes e uma escala com

valores possíveis 1/3, 1/2, 1, 2, 3. Supondo que um avaliador qualquer atribua valores em

uma seqüência crescente de forma a gerar a matriz A abaixo,

=

1232/112

3/12/11

A

Eq. 9

os vetores-colunas da matriz não serão proporcionais como eram os da matriz

perfeitamente consistente mostrada na Eq. 4. Isto pode acontecer ainda que tenham sido

fornecidas respostas consistentes em cada uma das comparações pareadas com base nos

atributos a1, a2 e a3. A adoção de um valor multiplicativo para a determinação dos intervalos

da escala de importância relativa (ex:1/4, 1/2, 1, 2, 4) resolve esta inconsistência (HAURIE,

2001)72.

5.2.1.4 DETERMINAÇÃO DA PONTUAÇÃO GLOBAL DE ALTERNATIVAS

Com a série completa de comparações sistemáticas e sucessivas de pares de elementos, com

relação ao atributo imediatamente acima deles na hierarquia, deduz-se os pesos relativos de

todos os elementos avaliados. A soma dos pesos dos elementos em cada nível hierárquico é

sempre igual a 1 (salvo diferenças de arredondamento). Uma vez obtidos os pesos em cada

72 Segundo este autor, a única escala que sempre evitará inconsistência é uma escala de avaliação multiplicativa que

tenha a forma geral mostrada na equação abaixo:

exp(J logb)

sendo:

J variando de 0 a J; e

b>1

Esta escala começa em 1 (importância igual) e termina no expoente da preferência máxima (J logb). Uma escala

consistente foi então definida por apenas dois parâmetros independentes: o número de preferências diferentes e a

preferência máxima.

Page 187: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 156

nível hierárquico, a etapa final é a combinação dos pesos calculados nos diferentes níveis da

hierarquia para obtenção da pontuação global de cada alternativa.

Mantendo o exemplo da Figura 6, poderíamos ter uma matriz de decisão global na forma da

mostrada na tabela abaixo. A pontuação de cada alternativa seria obtida pelo somatório dos

produtos dos pontos atingidos pela alternativa no sub-atributo (Pij) pelo peso do sub-atributo

(wj) e pelo peso do atributo (Wk) (Eq. 10 e Tabela 14).

Palt = Σ Pij . wj

. Wk

Para i variando de 1 a n , j variando de 1 a m e k variando de 1 a o e Σw1 = 1 e ΣWk=1

Eq. 10

Tabela 14 – Exemplo de organização hipotético para a matriz para comparação de alternativas com base nos atributos e sub- atributos definidos na Figura 6.73

Atributo 1 W1

Atributo 2 W2

Atributo 3 Wo

Sub1

w1

Sub2

w2

Sub1

w3

Sub2

w4

Sub3

w5

Sub1

w6

Sub2

wm

Pontuação global

Palt

Alternativa 1 P1,1 P1,2 P1,3 P1,4 P1,5 P1,6 P1,m (P1,1 . w1

. W1+...+P1,m . wm

. Wo)

Alternativa 2 P2,1 P2,2 P2,3 P2,4 P2,5 P2,6 P2,m (P2,1 . w1

. W1+...+P2,m . wm

. Wo)

Alternativa 3 P3,1 P3,2 P3,3 P3,4 P3,5 P3,6 P3,m (P3,1 . w1

. W1+...+P3,m . wm

. Wo)

Alternativa 4 P4,1 P4,2 P4,3 P4,4 P4,5 P4,6 P4,m (P4,1 . w1

. W1+...+P4,m . wm

. Wo)

Alternativa n Pn,1 Pn,2 Pn,3 Pn,4 Pn,5 Pn,6 Pn,m (Pn,1 . w1

. W1+...+Pn,m . wm

. Wo)

para i variando de 1 a n , j variando de 1 a m e k variando de 1 a o

5.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

5.3.1 SOBRE A DEFINIÇÃO DA ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO

Indicadores são procurados para mostrar tendências nacionais e internacionais de

desenvolvimento social, econômico e ambiental e monitorar atentamente o progresso em

relação padrões sustentáveis de vida. Indicadores de desempenho são também utilizados no

contexto de métodos para avaliação ambiental de edifícios para mostrar melhoria em – e

73 Para se obter os pesos representados nesta tabela, 4 matrizes de comparação – não mostradas aqui - deveriam ser

construídas previamente (comparação entre os sub-atributos 1 e 2 do Atributo 1; entre os sub- atributos 1, 2 e 3 do Atributo 2; entre os sub-atributos 1 e 2 do Atributo 3; e, finalmente, entre os Atributos 1, 2 e 3).

Page 188: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 157

permitir comparações entre – edifícios individuais. Em ambas as aplicações, indicadores

fornecem aos seus usuários a retroalimentação necessária ao fazer benchmark de

desempenho e ilustrar a taxa e extensão do progresso, auxiliando na conscientização dos

problemas ambientais e seus reflexos sociais e econômicos (ou vice-versa), e nivelando uma

base para comparação entre tomada de decisões e planejamento estratégico. A busca por

indicadores levou conseqüentemente ao estudo da gama de estruturas ana líticas

desenvolvida para a sua organização ao longo das duas últimas décadas.

A maior parte das métricas identificadas na revisão das iniciativas mundiais de

desenvolvimento de indicadores concentrava-se na dimensão ambiental e era mais

apropriada para medir a saúde e a sustentabilidade de ecossistemas, comunidades ou

componentes ambientais específicos, como água ou ar. Muitas destas métricas não podem

ser aplicadas a edifícios ou aos seus efeitos, uma vez que eles não permite distinguir a

parcela de contribuição relativa dos edifícios ou do ambiente construído à saúde ou à

sustentabilidade de um dado ecossistema, comunidade ou componente ambiental de

interesse.

Reconhece-se, neste trabalho, a dificuldade em relacionar informações obtidas na escala do

edifício com o progresso do setor ou da nação em quaisquer das dimensões da

sustentabilidade. Defende-se, porém, a validade de se extrair indicadores relevantes para os

edifícios que, ainda que não possam ser imediatamente agregados para formar uma medida

global da sociedade, indiquem o caminho para (1) cooperação no cumprimento de metas

setoriais e nacionais e (2) a produção de um ambiente construído pautada por atitudes mais

responsáveis, com base na reflexão sobre seus efeitos no longo prazo.

Por outro lado, a avaliação integrada de itens ambientais, sociais e econômicos encontra

instrumentos na esfera das nações, como os indicadores da UN CSD; dos setores

econômicos, como os indicadores da CIRIA, para a construção civil do Reino Unido; e das

organizações, como as diretrizes de relato de sustentabilidade corporativa da GRI.

Propõe-se que a estrutura de avaliação seja construída com base nestes instrumentos; na

proposição de uma agenda pra construção sustentável no Brasil, organizada a partir da

estrutura temática utilizada pela UN CSD; e na análise dos métodos e projetos de normas

ISO relacionados à avaliação ambiental e de sustentabilidade de edifícios. A esta estrutura

de avaliação, foi relacionada uma lista de indicadores exaustiva (ver Capítulo 6 e Apêndice

7).

Page 189: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 158

Antes de esgotar o assunto, agenda setorial aqui proposta pretende estimular uma discussão

ainda pouco desenvolvida. Em termos gerais, as agências governamentais definem políticas

e a estrutura legislativa e fiscal em que as atividades de construção geram habitações, locais

de trabalho, equipamentos públicos e sistemas de transporte, mas a implementação de

estratégias é possível apenas através da adesão massiva do setor. Nestes dois pontos, apesar

de já serem notáveis as mudanças, o cenário brasileiro ainda está distante de exibir uma

estrutura de ação para a sustentabilidade bem definida e organizada, como a vista no Reino

Unido, por exemplo, caracterizada exatamente por uma ação governamental forte, que gerou

uma série de documentos orientativos e estratégias específicas para o setor74.

Ainda há um grande caminho a percorrer para superar problemas de habitação, infra-

estrutura e serviços urbanos no Brasil. O cumprimento de metas sociais depende em grande

medida de vontade política, mas também de uma maior aproximação do setor de construção

aos agentes sociais interessados. Adicionalmente, a busca de soluções inovadoras introduz

problemas técnicos relacionados ao desenvolvimento de alternativas tecnológicas para

atender às necessidades básicas de grande parcela da população, que aliem baixo custo a

baixo impacto ambiental. Não se espera que todas as ações e mudanças apontadas ocorram

imediatamente, mas todas elas estão ao alcance do setor.

5.3.2 SOBRE O USO DE AHP PARA DEFINIR O CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO

Um método de avaliação envolve a análise de um grande número de itens. A GBTool, por

exemplo, avalia cerca de 100 itens, e eles referem-se apenas à avaliação ambiental do

edifício. Este número pode ser muito maior no caso de avaliações incluindo aspectos sociais

e econômicos. Para agilizar o entendimento dos perfis de saída da avaliação, torna-se

necessário definir uma hierarquia, e distribuir a pontuação dentro de um número limitado e

gerenciável de itens a avaliar.

Neste contexto, ao menos três aspectos sugerem a utilização do AHP: (1) a necessidade de

estabelecer uma hierarquia e identificar a importância relativa de itens concorrentes e

comparáveis (ordenamento), porém de naturezas diversas (quantitativa e qualitativa); (2) a

ausência de dados ou métodos para estabelecer quantitativamente esta importância relativa;

74 Sendo os principais deles a agenda governamental para sustentabilidade, intitulada A better quality of life (UK

GOVERNMENT, 1999) e a agenda setorial (Building a better quality of life, DETR, 2000), que, por sua vez, considerou o Relatório Egan (EGAN, 1998), sobre o aumento da eficiência do setor de construção britânico e a consulta Opportunities for change – consultation paper on a UK strategy for sustainable construction (DETR, 1998).

Page 190: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 – Diretrizes e base metodológica para o desenvolvimento de um método de avaliação de sustentabilidade 159

e (3) a necessidade de realizar julgamentos de valor (subjetivos), porém de maneira

transparente e sistemática.

O AHP é um método bem estabelecido e testado de análise multi-atributos, que permite

incluir na mesma plataforma de decisão atributos conflitantes, monetários ou não. O método

apresenta algumas limitações intensamente discutidas em literatura específica75. Apesar de

não ter aceitação universal, a combinação de flexibilidade e facilidade de uso oferecida pelo

AHP contribuiu para a sua aplicação em uma ampla gama de problemas práticos de análise

multi-atributos, em áreas que vão desde finanças, avaliação de desempenho de funcionários,

classificação da qualidade de vida urbana, até planejamento de uso do solo.

Sugere-se, portanto, a sua utilização para registrar e manter a rastreabilidade do processo de

obtenção de pesos para os temas e categorias de desempenho em avaliação de edifícios, seja

pelo emprego de softwares existentes no mercado, como o ExpertChoice®, ou de ferramentas

simples de apoio, como a desenvolvida nesta pesquisa. Independentemente da ferramenta

utilizada, deve-se eliminar as inconsistências de julgamento, observando-se o princípio da

transitividade; e aquelas induzidas pela própria escala de importância relativa, adotando-se

uma escala com intervalos multiplicativos.

O próximo Capítulo apresenta sucintamente o conceito de avaliação inicialmente idealizado

e submetido para consulta às partes interessadas na construção civil do estado de São Paulo,

assim como as modificações que dela resultaram.

75 Especialmente o fenômeno de inversão de preferências (rank reversal), que é a alteração na ordem de preferência

quando uma alternativa é adicionada ou retirada do grupo analisado. O próprio SAATY defende seu método alegando que a inversão de preferências não é uma falha do método, pois pode ocorrer em situações reais de tomadas de decisão (NORRIS;MARSHALL, 1995).

Page 191: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

6 MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS BRASILEIROS

6.1 INTRODUÇÃO

A discussão quanto a que foco dar às avaliações de edifícios (avaliação ambiental ou

avaliação de sustentabilidade) é vigorosa e com bons argumentos de ambos os lados (COLE;

1999; KÖHLER, 1999; COOPER, 1999). O principal argumento para a inexistência de

avaliação de sustentabilidade de edifícios é a dificuldade em relacionar o progresso quanto a

sustentabilidade do setor ou da nação com a escala do edifício, onde faria mais sentido se

falar em avaliação ambiental (COLE; 1999).

No entanto, este é um argumento frágil, pois é igualmente difícil relacionar o desempenho

ambiental do edifício ao progresso em relação à sustentabilidade ambiental. A argumentação

feita neste trabalho considera que a avaliação do desempenho ambiental do edifício é uma

parte de um problema complexo, que pode ser mais ou menos significativa de acordo com o

contexto específico da avaliação. A produção de edifícios tem desdobramentos sociais e

econômicos claramente importantes, particularmente em países em desenvolvimento, que

devem ser consideradas.

O modelo de avaliação parte da premissa que construção sustentável significa atingir o

desempenho requerido para edifício com o menor prejuízo ecológico possível, enquanto se

promove melhoria social, cultural e econômica em nível local, regional e global. Propõe-se,

então, avaliar não só o desempenho ambiental do edifício, mas, na extensão possível, a sua

contribuição para um ambiente construído mais sustentável, através de incorporação de

aspectos sócio-econômicos que possam ser relacionados à escala da produção e uso do

edifício.

6.2 SOBRE A INCLUSÃO DA AVALIAÇÃO DE GESTÃO DO PROCESSO E DOS AGENTES ENVOLVIDOS

Na agenda setorial discutida no Capítulo 5, a dimensão institucional relaciona-se à

existência e ao nível de implementação de estratégias de sustentabilidade. Propõe-se aqui

incluir a avaliação dos agentes envolvidos no processo para criar a cultura e o movimento

consistente das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável; e para

Page 192: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 161

fazer a ligação, na escala do empreendimento, à dimensão institucional da agenda setorial,

através de indicadores de comprometimento que informem: (1) se há estratégia para

aumentar a sustentabilidade do empreendimento; (2) se ela esta implementada; e (3) o grau

de efetividade.

A adoção de práticas mais sustentáveis ao longo do ciclo de vida de edifícios é, antes de

tudo, uma questão de cultura e educação dos agentes envolvidos, incluindo usuários finais,

para que a consideração da sustentabilidade - e de seus benefícios – torne-se um dos

objetivos do empreendimento. Os clientes controlam a localização do empreendimento e o

que será construído. Clientes e empreendedores sensibilizados por preocupações ambientais

são a peça mais importante em termos de direcionamento físico do desenvolvimento e

alteração urbana e de conservação de biodiversidade e ecologia local; e podem ser uma

influência positiva na proteção, mitigação e melhoria de biodiversidade em sítios com algum

valor ecológico. Mais ainda: clientes e empreendedores criam a demanda e definem as

características dos novos empreendimentos, o desempenho esperado e quanto estão

dispostos a investir neles. Como mencionado no Capítulo 1, as maiores barreiras para se

fazer mais pela sustentabilidade dos edifícios são provavelmente de ordem comercial: se o

cliente não incluir sustentabilidade como prioridade, as possibilidades de ação pró-ativa de

projetistas e construtores quanto a sustentabilidade tornam-se limitadas e pouco prováveis.

As margens de lucro são limitadas na construção civil, e existe um receio generalizado do

mercado de envolver-se em ações que possam reduzi- las ainda mais.

Os projetistas influenciam a sustentabilidade do empreendimento ao tomar decisões quanto

à forma e a implantação do edifício, influenciando o grau em que o sítio original será

afetado ou que novos habitats possam ser criados. As decisões arquitetônicas têm ainda

grande impacto econômico e social, pela qualidade dos espaços criados e seu efeito na

saúde, conforto, satisfação e produtividade dos usuários. Os projetistas brasileiros ainda não

estão atentos aos aspectos ambientais da construção, ou às possibilidades de prover boa

qualidade do ambiente interno com baixo emprego de capital natural e financeiro. Como os

clientes, os projetistas tendem a pensar e atuar com base em empreendimentos individuais,

isto é: em um determinado projeto, em que aspectos ambientais se mostrem importantes,

eles tentam considerá- los adequadamente, desde que não haja implicações comerciais

onerosas nem objeções do cliente.

Page 193: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 162

Os construtores são os agentes mais visíveis no processo e, conseqüentemente, aqueles

normalmente culpados por prejuízo ou destruição ambiental. Na realidade, porém, salvo se

forem também os empreendedores, os construtores cumprem obrigações contratuais

definidas previamente por clientes e projetistas. Assim, quando o contrato de construção é

feito, já é normalmente tarde demais para se fazer alterações significativas do processo que

possam torná- lo mais sustentável. Por outro lado, como os construtores efetivamente

constroem o projeto, eles têm (diferentemente dos processos de planejamento, projeto e

gestão da operação do edifício) o poder de influenciar a maneira como o processo de

construção afeta não só o sitio original, mas a comunidade local, em termos ambientais,

econômicos e sociais. Adicionalmente, a etapa de construção encerra parte considerável do

impacto socia is e econômicos de todo o ciclo do empreendimento. A implementação de

políticas para sustentabilidade e de instrumentos de informação tem, portanto, no grupo de

construtores um dos maiores potenciais de benefício dentre os agentes envolvidos em todo o

ciclo, que provavelmente só encontra paralelo entre os projetistas1.

Finalmente, o desempenho do edifício em uso resulta da combinação do desempenho

potencial, esperado a partir das decisões de projeto e construção, e de padrões de

comportamento dos usuários, que podem diferir – positiva ou negativamente - das

expectativas assumidas nos defaults de projeto. O longo período de uso potencializa a

interferência dos usuários e gestores do edifício, mas em um momento em que há pouco o

que se fazer para obter melhoria significativa; na verdade, normalmente espera-se mais que

o usuário e o planejamento da gestão contribuam para manutenção do desempenho esperado

em projeto do que possam realmente vir a melhorá- lo.

6.3 DESCRIÇÃO SUCINTA DA PROPOSTA INICIAL DE AVALIAÇÃO

Como um primeiro passo, optou-se por iniciar a avaliação dos agentes pela avaliação da

empresa construtora. Esforços semelhantes para envolver os demais agentes envolvidos na

produção do empreendimento, principalmente os projetistas, seriam desenvolvidos

oportunamente. Parte dos itens avaliados refere-se à responsabilidade social corporativa,

mas a maioria deles relaciona-se à competitividade e permanência no mercado, num

mecanismo que tende a criar pressões para a busca de metas cada vez mais avançadas.

1 Ver SILVA et al. (2000b).

Page 194: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 163

No modelo inicialmente idealizado, os indicadores foram organizados segundo uma

estrutura temática (Figura 12), considerada como pragmática e capaz de evidenciar a

efetividade e necessidade de melhoria de políticas e estratégias, aumentando o potencial de

planejamento, intervenção e gestão. Procurou-se manter como pano de fundo a reflexão

quanto a (1) prioridades destacadas na agenda setorial apresentada no Capítulo 5; (2) síntese

da discussão internacional em indicadores de sustentabilidade de edifícios, de empresas e

do setor de construção; e (3) as estruturas de métodos existentes para avaliação ambiental

de edifícios.

Em cada dimensão avaliada, os indicadores foram estruturados segundo a hierarquia :

temas>categorias>indicadores. Os indicadores ambientais foram agrupados numa

combinação de abordagem por meios2, LCA e, implicitamente, pressão-resposta (DSR3), em

que o uso de recursos e cargas ambientais são organizados segundo os componentes

ambientais principais. Os indicadores sociais foram relacionados às partes interessadas

afetadas: operários (durante a execução), usuários (durante o uso), clientes, e sociedade em

geral (durante todo o ciclo)4. Os indicadores econômicos destacavam as informações

relativas aos custos previstos para o empreendimento ao longo de seu ciclo de vida; aos

investimentos feitos para aumentar a sustentabilidade; e aos benefícios deles resultantes.

Esta estrutura analítica era flexível o suficiente para ser amplamente utilizada e interpretada

ao longo do espectro de empresas e empreendimentos de construção, reconhecendo a sua

diversidade e, ao mesmo tempo, fornecendo uma base comum de definições, princípios e

indicadores. A pontuação dos itens seria atribuída dentro da escala linear de desempenho

mostrada na Figura 2.

2 A abordagem por meios organiza os temas ambientais a partir da perspectiva dos componentes ambientais principais (ar,

solo, água...). A abordagem pressão-resposta concentra-se nos impactos das atividades humanas no ambiente e sua transformação subseqüente.

3 DSR - Estrutura de organização de indicadores segundo força indutora-estado-resposta (Driving force-State-Response)

4 Divergindo, portanto, da organização sugerida pela ISO AWI 21932 (ISO TC59/SC3/N469). 2002c - Sustainability

indicators, que não considera a etapa de construção (os indicadores sociais são organizados em termos de saúde e produtividade (do usuário), segurança (do usuário), acessibilidade (do usuário) e herança cultural (sociedade).

Page 195: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 164

Figura 1 - Estrutura temática com blocos de avaliação do edifício e da empresa

construtora.

Uso de recursos Energia, água, solo (e ecologia local), materiais (e resíduos)

Cargas ambientais Proatividade egestão ambiental/qualidade

Impactos sobre os operários (execução) Saúde, segurança, treinamento e ambiente de trabalho

Impacto sobre os usuários Qualidade ambiente interno Qualidade dos serviços (amenidades e acessibilidade)

Impacto sobre a sociedade Relacionamento com a comunidade

Análise de custos no ciclo de vida (LCC*) Investimento em sustentabilidade Benefício financeiro (sustentabilidade)

Aumento de produtividade usuários Velocidade de venda e valorização do imóvel Imagem corporativa etc

Indicadores edifício

ambientais

sociais

econômicos

quantitativos e qualitativos

Sustentabilidade como prioridade corporativa Adoção de práticas de liderança Construção/operação sustentável do portfolio Monitoramento e relato do progresso

Eco-eficiência da empresa Uso de recursos Cargas ambientais

Impactos sobre os funcionários/operários Saúde, segurança, treinamento e ambiente de trabalho

Impacto sobre a sociedade Relacionamento com a comunidade

Aumento de produtividade (empresa) Investimentos e benefícios sustentabilidade Melhoria do produto oferecido

Categorias Temas

Indicadores empresa

ambientais

sociais

econômicos

quantitativos e qualitativos

comprometimento

*LCC – life-cycle cost analysis

DF DF R

S/R S/R S/R

S S S

R R R R

DF

S S

R R DF

DSR

Page 196: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 165

Figura 2 – Escala linear de avaliação de desempenho.

Os valores extremos da escala foram fixados em -2 e +5 para assegurar consistência com a

escala do GBC, de onde propunha-se adaptar parte do módulo de avaliação ambiental do

edifício. Os intervalos da escala representavam:

-2 – desempenho inferior ao desempenho de referência (benchmark). O valor negativo poderia ocorrer por exemplo, quando, diante da ausência de normas, o benchmark fosse definido a partir de práticas típicas.

Zero – desempenho de referência (benchmark), com descrição clara do critério para seleção do valor do benchmark.

+1 a +4 – níveis intermediários de desempenho, em que a nota +1 representava uma pequena melhora em relação ao benchmark definido; e a nota +3 representava uma melhora significativa em relação ao benchmark;

+5 – meta de desempenho consideravelmente avançada em relação à prática atual, definida de forma que possa ser potencialmente alcançada através das tecnologias e práticas existentes, desconsiderando, porém, a magnitude do investimento necessário.

As informações qualitativas que não pudessem ser diretamente quantificadas seriam

avaliadas através de descrições verbais associadas aos intervalos da escala de desempenho

(Figura 3).

Valor do indicador

item avaliado

0 (benchmark)

-2

+5

-2

Desempenho máximo

Esc

ala

de d

esem

penh

o

pontuação item

Desempenho insuficiente

Desempenho de referência

Page 197: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 166

Pró-atividade empresa - Auditoria ambiental de projetos

+5 Sistema de auditoria da companhia em conformidade com ISO 14001, com revisões regulares e auditoria independente, vinculados a revisão do plano de ação

+4 Todos os projetos são auditados e relatados. Resultados retro-alimentam clientes e cadeia de fornecedores

+3 Principais projetos auditados para avaliar desempenho com base em metas definidas com clientes. Resultados relatados à alta administração da empresa

+2

+1 Auditorias ocasionais de projetos quanto a aspectos ambientais e regulatórios, sem quantificação de custos e impactos e sem acompanhamento subseqüente

0 Não há auditorias de desempenho

-1

-2

Figura 3 - Exemplo de definição de escala de desempenho para aspecto qualitativo.

A pontuação obtida no nível hierárquico mais baixo seria agregada sucessivamente até se

obter uma nota para o edifício e outra para a construtora. A declaração explícita do critério

de ponderação e dos intervalos da escala de desempenho alinhava-se à exigência da ISO CD

21931 de possibilitar rastreamento de resultados em relação aos dados que alimentaram a

avaliação.

A avaliação seria complementada por um sistema de classificação de desempenho (Figura

4). De um lado, as faixas correspondentes aos níveis de classificação de desempenho eram

desenhadas para enfatizar a pontuação obtida pelo edifício. Por outro lado, os dois níveis

mais altos de classificação de desempenho (níveis A e B) seriam atingidos apenas se a

empresa de construção pudesse demonstrar os níveis mínimos de comprometimento com a

sustentabilidade por eles exigidos.

Esta estratégia visava estimular a conscientização para a sustentabilidade em nível

estratégico - em vez da pulverização isolada de edifícios certificados – sem, com isso,

impedir o reconhecimento das práticas de sustentabilidade empregadas em um determinado

projeto.

Page 198: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 167

Figura 4 - Fluxograma do processo de avaliação e classificação de desempenho quanto a sustentabilidade.

Os resultados dos itens dentro das categorias seriam então agregados por ponderação, para

se obter a pontuação da categoria. Por sua vez, as pontuações das categorias seriam

agregadas para formar um índice de desempenho. Nos dois casos,os pesos seriam

determinados por consulta a um painel de especialistas e partes interessadas da construção

civil, utilizando auxiliados por uma ferramenta de processo de análise hierárquica (AHP)

semelhante à desenvolvida para o estudo exploratório, descrito no Capítulo 4.

Reconhecendo-se a vantagem de comunicação e comparação direta oferecida pelos índices

únicos, mas lembrando que um mesmo número pode descrever um amplo espectro de

desempenho de edifícios, os resultados seriam apresentados tanto na forma de um perfil de

desempenho, quanto dos índices obtidos pelo edifício e pela empresa avaliados. A Figura 5

ilustra um formato possível de saída de resultados, incluindo os perfis de desempenho nos

níveis hierárquicos mais altos e a classificação do desempenho de um caso hipotético.

Gráficos de colunas ou radar fariam o detalhamento da pontuação nos níveis hierárquicos

inferiores.

Atende pontuação mínima?

Classifica (A,B,C ou D)

Não classifica

econômico

ambiental

social

não

sim comprometimento

ambiental

social

econômico

Avalia empresa

Avalia edifício

Page 199: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 168

Figura 5 - Comunicação gráfica de resultados da avaliação, congregando perfis de desempenho e desempenho global do edifício e da empresa construtora, posicionados em relação às classes de desempenho previstas e práticas típicas hipotéticas (como ilustração).

Este conceito geral e uma lista preliminar de indicadores foram submetidos a consulta às

partes interessadas na construção civil do estado de São Paulo. Por ser um momento de

grande sensibilidade das construtoras em relação a questões de certificação, em reunião de

Empresa

Comprometimento

Dimensão ambiental

Dimensão econômica

Dimensão social

Edifício

Dimensão ambiental

Dimensão econômica

Dimensão social

2,7

2,1

0 +5

Classificação de desempenho

0 +5

Ed

ifíc

io

Empresa 0 5

5

D

C

Desempenho mínimo (> 40% edifício)

Caso hipotético

A B

Prática típica

Page 200: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 169

preparação para o workshop optou-se estrategicamente por manter o foco no

empreendimento e mesclar as avaliações da construtora e do edifício (Figura 12). A lista de

indicadores apresentada no Apêndice 7 já incorpora esta modificação. As próximas sessões

tratam da realização desta consulta e das modificações que resultaram no modelo

simplificado e na estratégia proposta para implementação.

6.4 REALIZAÇÃO DE CONSULTA ÀS PARTES INTERESSADAS

Uma consulta às partes interessadas na construção civil no Estado de São Paulo ocorreu no

dia 17 de junho de 2003, na forma do II Workshop Construção Sustentável, promovido

conjuntamente pelo DAC/UNICAMP; pelo PCC.USP e pelo Sinduscon-SP. Os participantes

foram selecionados de forma a constituir um grupo representativo das partes interessadas na

construção civil, inc luindo a administração municipal e agência ambiental estadual, o

segmento imobiliário, fabricantes e fornecedores, construtores, projetistas, agências de

financiamento, entidades profissionais, instituições certificadoras, e academia e institutos de

pesquisa. Trinta e sete pessoas efetivamente participaram da etapa de julgamento e análise.

6.4.1 DINÂMICA UTILIZADA NA CONSULTA

Com base na estrutura de avaliação apresentada anteriormente neste Capítulo, foram

fornecidos aos participantes (1) uma lista exaustiva de indicadores (Apêndice 7), (2) um

conjunto de matrizes de comparação para derivação de pesos para os temas e categorias

através de AHP (Apêndice 8); e (3) uma planilha de percepção de relevância, onde os

votantes indicaram os itens essenciais, relevantes ou pouco importantes dentro do módulo

de avaliação ambiental do edifício (Apêndice 9).

Após palestras de nivelamento no tema, os trabalhos foram iniciados pelo preenchimento da

matriz de percepção de relevância, que seguia um padrão utilizado em outros países, para

permitir comparação das prioridades percebidas em diferentes contextos.

A seguir, os participantes da consulta foram divididos em três grupos de trabalho: materiais

e desperdício; qualidade do ambiente interno e uso de água e de energia; e gestão. A cada

GT foram designadas duas tarefas: (1) análise da viabilidade de emprego dos indicadores

propostos e, quando oportuno, sugestão de outras métricas com base em indicadores já

implementados nas empresas; (2) realização dos julgamentos de importância relativa com

base nas matrizes de comparação fornecidas.

Page 201: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 170

Não foi possível que nenhum dos grupos de trabalho chegasse à discussão de metas de

desempenho, e um novo workshop será realizado em agosto de 2003. As contribuições

concentraram-se, então, em ajustes de terminologia e, principalmente, na manifestação das

partes interessadas quanto à viabilidade de realizar as medidas sugeridas e de serem

avaliadas através delas.

6.4.2 RESULTADOS OBTIDOS

6.4.2.1 QUANTO À LISTA PRELIMINAR DE INDICADORES

A consulta às partes interessadas não demandou alterações da estrutura de avaliação, que foi

considerada abrangente e correta, mas do status de pontuação de determinados indicadores.

Em linhas gerais, as principais contribuições em relação à lista preliminar de indicadores

podem ser sumarizadas como:

Grupo de materiais e desperdício

• Consenso quanto à impossibilidade de emprego de dados de LCA, incluindo energia incorporada par avaliar o uso de materiais. Foram mantidos os itens de avaliação do uso responsável dos materiais, como uso de materiais locais, recicláveis, renováveis e com incorporação de resíduos;

• A mensuração de perdas foi considerada difícil e cara. Nesta tipologia de edifício, as perdas não são significativas e este item foi considerado complexo, e sem solução para implementação no momento. O mais fácil seria medir a massa de resíduos gerados, mas não necessariamente seria o melhor indicador, pois os resíduos referem-se a soma das perdas e desperdício 5. Com a segregação do material perdido, existe dificuldade para estabelecer uma unidade única para mensuração de perdas, que é agravada pelo fato de alguns sub-empreiteiros venderem serviços (sistemas fechados) e serem responsáveis pelos próprios resíduos e perdas;

• Incluir banimento do uso de determinados produtos, como: asbestos, isolantes (e componentes contendo isolantes) que liberem CFC durante a produção; madeiras na lista de espécies ameaçadas descritas na Portaria IBAMA 37N (IBAMA,1992); e

• Medir resíduos em massa.

Grupo de uso de água e energia, e conforto ambiental

• O grupo concentrou-se no preenchimento das matrizes de julgamento, de forma que os indicadores foram analisados apenas até a sessão de qualidade do ambiente interno (não analisada). De modo geral, foram feitas alterações de terminologia e

5 Perda física é a diferença entre a quantidade (massa ou volume) de material prevista no projeto idealizado e a

efetivamente consumida; inclui perdas diretas, que saem da obra na forma de entulho, e indiretas, entendidas como aqueles desnecessariamente incorporados aos serviços. Desperdício físico é a parcela das perdas totais que poderia ser evitada de maneira economicamente viável (AGOPYAN et al., 1998)

Page 202: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 171

remanejamento de itens difíceis de se obter para esta tipologia, mas incluídos para bônus para estimular a consideração/adoção, particularmente os referentes à reutilização de água (cinza e da chuva); e

• Substituição do emprego do termo “energia primária” (que inclui as perdas de transmissão e impactos correspondentes) por “energia secundária” (na ponta de consumo, prontamente disponível por leitura do medidor).

Grupo de gestão

• Sugestão de alterações no status de itens a avaliar, com eliminação de poucos itens e, principalmente, encaminhamento de itens para pontuação extra (bônus), com base em critérios de viabilidade de mensuração; disponibilidade (atual ou no curto prazo) dos dados necessários; e valor da informação que seria agregada para a empresa avaliada;

• Sugestão de separação de itens a avaliar segundo (1) as etapas pertinentes do empreendimento e (2) níveis evolutivos, conforme o grau de dificuldade em atender aos requisitos avaliados.

6.4.2.2 QUANTO AOS PESOS OBTIDOS E AO EMPREGO DE AHP NO PROCESSO

As matrizes de julgamento de todos os votantes foram tabuladas e realizados testes de

consistência utilizando o software ExpertChoice. Julgamentos incompletos ou com

inconsistência superior a 0,16 foram descartados do cálculo das médias da amostra.

Não houve diferença significativa entre os resultados obtidos na consulta pública para os

temas no nível hierárquico mais elevado (Figura 6). Um dos resultados mais interessantes da

análise dos julgamentos realizados foi o reconhecimento da importância dos aspectos sociais

(17%) e do comprometimento e pró-atividade da empresa construtora (18%). O desempenho

ambiental (21%) foi equilibradamente valorizado com o desempenho econômico (22%) e, as

práticas de gestão adotadas durante o processo (23%).

O detalhamento dos pesos resultantes dos julgamentos dos participantes da consulta é

mostrado na Tabela 1. Estes valores demonstram que todos os itens propostos para avaliação

foram considerados relevantes7.

6 O critério de corte adotado foi inconsistência (CR) >0,1, como definido no Capítulo 5.

7 A situação contrária seria indicada pela proliferação de pesos inferiores a 10%, em julgamentos envolvendo poucas

comparações. Na amostra coletada, pesos menores ou próximos de 10% ocorreram apenas nos julgamentos envolvendo muitas comparações (8 e 10 pares).

Page 203: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 172

23%21%

17%

22%18%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

G. Gestão do processo A. Desempenho ambiental S. Desempenho social E. Desempenho econômico B. Comprometimento eproatividade

Figura 6 – Pesos obtidos em consulta pública consulta pública realizada em 17 de junho de 2003 (nível hierárquico mais elevado).

Tabela 1 – Pesos obtidos em consulta pública realizada em 17 de junho de 2003.

Temas e categorias Pesos G. Gestão do processo 23%

G.1 Integração de gestão ambiental ao planejamento do processo 56%

G1.1. Implantação de práticas de controle de qualidade e melhoria ambiental do

projeto 26%

G1.2. Implantação de práticas de gestão ambiental no canteiro 17%

G1.3. Implantação de práticas de gestão resíduos de uso 18%

G1.4. Sistema de gestão de uso de água implantado 21%

G1.5. Sistema de gestão de uso de energia implantado 18%

G.2 Integração de práticas de controle de qualidade ao processo 44%

G2.1 Controle de qualidade do projeto 33%

G2.2. Controle de qualidade no canteiro 22%

G2.3. Planejamento da operação e manutenção do edifício 25%

G2.4. Ajuste de desempenho pré-entrega 20%

A. Desempenho ambiental 21%

A1 Consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do edifício 52%

A1.1. Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade locais 20%

A1.2. Uso de energia ao longo do ciclo de vida 15%

A1.3. Consumo de água e gestão efluentes ao longo do ciclo de vida 21%

A1.4. Consumo de materiais de construção 14%

A1.5. Responsabilidade no uso de materiais de construção 15%

A1.6. Perdas registradas nos serviços principais 14%

A 2 Cargas ambientais geradas ao longo do ciclo de vida do edifício , por ano do ciclo de vida 48%

A2.1. Emissão de substâncias causadoras de Efeito Estufa (GHGs) 13%

A2.2. Emissão de substâncias que provocam Dano à Camada de Ozônio (ODS) 13%

Page 204: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 173

Temas e categorias Pesos A2.3. Emissão causadora de acidificação 10%

A2.4. Emissão formadora de foto-oxidantes (formação de ozônio fotoquímico) 11%

A2.5. Emissão com potencial de eutroficação 11%

A2.6. Emissão de substâncias carcinogênicas (dano à saúde humana) 18%

A2.7. Resíduos sólidos 12%

A2.8. Efluentes 12%

S. Desempenho social 17%

S1. Impactos sobre os operários 30%

S1.1. Situação empregatícia 28%

S1.2. Satisfação dos funcionários 33%

S1.3. Saúde ocupacional, segurança e local de trabalho 39%

S2. Impactos sobre os usuários do edifício 33%

S2.1. Qualidade do ambiente interno 41%

S2.2. Qualidade do ambiente externo 26%

S2.3. Qualidade dos serviços 32%

S3. Impactos sobre a sociedade 35%

S3.1. Relacionamento com a comunidade local 33%

S3.2.Relacionamento com clientes e usuários finais 40%

S3.3. Relacionamento com fornecedores 26%

E. Desempenho econômico 22%

E1. Produtividade 31%

E2. Melhoria no produto oferecido 35%

E2.1. Processo de projeto/construção 50%

E2.2. Aumento da satisfação, bem -estar e valor para usuários finais e vizinhança 50%

E3. Investimento, agregação de valor e benefícios recebidos 34%

E3.1. Valor agregado e retorno de capital 38%

E3.2. Investimentos diretos e indiretos 28%

E 3.3. Benefícios resultantes de investimento em sustentabilidade 34%

B. Comprometimento e proatividade 18%

BC1. Sustentabilidade como prioridade corporativa 23%

BC1.1. A empresa possui um sistema de gestão ambiental implantado? 43%

BC1.7. A empresa publica um relatório anual de sustentabilidade verificado por parte independente? 26%

BC1.8. A empresa identificou indicadores próprios de desempenho em relação a sustentabilidade? 31%

BC2. Proatividade em sustentabilidade 20%

BC2.1. A empresa investe na melhoria do seu desempenho em relação a sustentabilidade? 10%

BC2.2. Aplicação de conceitos de construção e operação sustentável no portfolio da empresa 9%

BC2.3. A empresa conduz sistematicamente o acompanhamento ambiental do ciclo de vida 10%

BC2.4. A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção 10%

BC2.5. A empresa desenvolveu e implementou um Plano de Gestão de Resíduos 11%

BC2.6. A empresa implementa sistemas para compartilhar boas práticas entre departamentos, fornecedores, projetistas, canteiros de obras e projetos? 10%

BC2.7. A empresa implementa um programa interno de educação e treinamento 11%

Page 205: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 174

Temas e categorias Pesos de empregados para sustentabilidade?

BC2.8. A empresa definiu e implementa um sistema de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecedores? 9%

BC2.9. Proatividade no preenchimento de lacunas identificadas para a implementação de medidas sustentáveis 9%

BC2.10. Proatividade em proteção de biodiversidade e em medidas para evitar poluição 11%

BS1. Valorização e investimento em recursos humanos 21%

BS1.1. Treinamento técnico/profissional de pessoal (projeto, construção e operação) 30%

BS1.2. Treinamento ambiental de pessoal (projeto, construção e operação) 25%

BS1.3. A empresa estabeleceu e mantém procedimentos para a identificação das necessidades de treinamento 26%

BS1.4. A empresa possui programa para reduzir a rotatividade de operários? 20%

BS2. Contribuição para a construção de comunidades estáveis 19%

BS2.1 A empresa definiu e publicou padrões de responsabilidade social 15%

BS2.2 A empresa está ativamente envolvida em projetos locais de regeneração da comunidade? 17%

BS2.3 A empresa busca localmente seus suprimentos e serviços sempre que possível 17%

BS2.4. A empresa é participante de programa de recrutamento de mão-de-obra? 16%

BS2.5. A empresa adota esquema estruturado de capacitação e treinamento permanentes de RH? 19%

BS2.6. A empresa possui programa para melhorar a empregabilidade de (ex)funcionários 15%

BS3. Relacionamento com a sociedade 17%

BS3.1. Benefício indireto à comunidade 31%

BS3.2. Estabelecimento de parcerias para exercício de cidadania corporativa 35%

BS3.3 Estabelecimento de parcerias com a comunidade no entorno imediato 34%

Os participantes do processo de julgamento tiveram dificuldades para a realização dos

julgamentos. Isto era esperado diante da grande multi-disciplinaridade e conhecimento

pouco profundo dos temas, e, principalmente, da complexidade intrínseca de fazer distinções

dentro de um conjunto de temas relevantes.

Convém ressaltar que o papel do AHP na derivação dos pesos não é tornar a decisão mais

fácil, mas sim esclarecer o problema de decisão e documentar o processo através do qual se

chegou aos valores obtidos. Do ponto de vista metodológico, o uso do AHP é, portanto,

apropriado e reprodutível, pois o processo de consulta pode ser repetido para que

ponderações sejam derivadas para diferentes contextos e situações no setor de construção.

Page 206: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 175

6.4.2.3 QUANTO À PERCEPÇÃO DE RELEVÂNCIA DOS ITENS NO MÓDULO AMBIENTAL DE

AVALIAÇÃO

A Tabela 2 mostra os resultados da pesquisa de percepção de relevância dos itens

padronizados apresentados aos participantes da consulta. Conforme o número de votos

“essenciais”, em relação ao total de votantes, os itens foram separados em faixas delimitadas

por 25%, 50% e 75% dos votos totais. De forma geral, a votação foi equilibrada: não houve

itens no quartil acima de 75%, e apenas os itens utilização da água da chuva e

desconstrução/desmontagem situaram-se no quartil abaixo de 25%. , um resultado que

sinaliza que eles poderiam constar como bônus ou, eventualmente, ser eliminados do

módulo de avaliação ambiental de edifícios de escritórios brasileiros.

Tabela 2 - Itens apresentados em planilha padronizadas para classificação da relevância na composição do módulo de avaliação ambiental do edifício. Os itens estão aqui ordenados de acordo com a porcentagem de votos na categoria “essencial”.

Percepção de relevância

Item essencial relevante dispensável sem

opinião Dispositivos/sistemas economizadores de água 70,9% 29,1% 0,0% 0,0%

Impacto dos materiais de construção na saúde humana 65,5% 30,9% 1,8% 1,8%

Controle de ruído 63,6% 36,4% 0,0% 0,0%

Gestão /disposição de resíduos 63,6% 34,5% 0,0% 1,8%

Custos das medidas ambientalmente responsáveis 56,4% 38,2% 1,8% 3,6%

Manutenção e simplicidade de reparo 56,4% 41,8% 0,0% 1,8%

50% Estrutura/orientação do edifício 50,9% 45,5% 1,8% 1,8%

Pavimentação do solo/infiltração 49,1% 43,6% 3,6% 3,6%

Uso de energia renovável 43,6% 49,1% 1,8% 5,5%

Isolamento térmico 41,8% 41,8% 16,4% 0,0%

Qualidade ambiental dos materiais de construção 41,8% 56,4% 1,8% 0,0%

Sistema de condicionamento artificial 38,2% 49,1% 9,1% 3,6%

Reutilização de materiais e componentes 36,4% 49,1% 14,5% 0,0%

Integração urbana 36,4% 52,7% 9,1% 1,8%

Previsão de vida útil 34,5% 60,0% 3,6% 1,8%

Composição dos materiais de construção 34,5% 54,5% 3,6% 7,3%

Adaptabilidade do layout/flexibilidade de uso 34,5% 49,1% 10,9% 5,5% Custo fabril de materiais de construção 30,9% 50,9% 5,5% 12,7%

Uso de materiais reciclados 30,9% 58,2% 9,1% 1,8%

25%

Vegetação no edifício e arredores 30,9% 56,4% 7,3% 5,5%

Informação para desconstrução/desmontagem 16,4% 43,6% 29,1% 10,9%

Utilização de água da chuva 12,7% 65,5% 16,4% 5,5%

Page 207: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 176

Estes dados são apresentados graficamente na (Figura 7) para facilitar a comparação com

resultados obtidos em pesquisa equivalente na Alemanha (Figura 8). Ressalta-se que, de um

país a outro, muda o ordenamento dos itens segundo sua relevância, num reflexo dos

problemas encontrados e prioridades determinadas para cada contexto específico. No Brasil,

particularmente em São Paulo, a conservação de água, redução de resíduos e o controle de

ruído são primordiais. O peso do custo das soluções foi naturalmente muito mais enfatizado,

e atribuiu-se importância elevada quanto aos efeitos dos materiais de construção na saúde

humana. No julgamento feito na Alemanha, prevaleceram os itens impostos pelo clima frio

(isolamento e condicionamento artificial), pela ação governamental para melhoria da matriz

energética e pelos efeitos dos materiais de construção no ambiente externo, além da saúde

humana.

A Figura 9 ilustra como as agendas ambientais variam entre os dois países, seja por razões

essencialmente climáticas, pela existência de legislação mais restritiva ou pela

conscientização do setor e dos usuários de edifícios. Os círculos na Figura 9 indicam a

diferença na percepção de relevância para cada item comparado (para diferenças acima de

10%). As maiores diferenças de percepção referem-se a itens relacionados ao clima

(isolamento térmico (~40%), e sistema de condicionamento artificial (~50%)); a utilização

de água da chuva (~50%), a qualidade ambiental dos materiais de construção (~40%); ao

uso de energia renovável (~20%) e à previsão de vida útil (20%). Os demais itens podem ser

considerados como igualmente relevantes nos dois países.

Page 208: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 177

Figura 7 – Resultados de consulta de percepção de relevância de itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios no Brasil. Os itens aparecem em ordem do número de votantes que os considerou “essenciais”. A coluna de números à esquerda indicam a ordem de relevância obtida em pesquisa equivalente na Alemanha.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Dispositivos/sistemas economizadores de água

Impacto dos materiais de construção na saúde humana

Controle de ruído

Gestão /disposição de resíduos

Custos das medidas ambientalmente responsáveis

Manutenção e simplicidade de reparo

Estrutura/orientação do edifício

Pavimentação do solo/infiltração

Uso de energia renovável

Isolamento térmico

Qualidade ambiental dos materiais de construção

Sistema de condicionamento artificial

Reutilização de materiais e componentes

Integração urbana

Previsão de vida útil

Composição dos materiais de construção

Adaptabilidade do layout/flexibilidade de uso

Custo fabril de materiais de construção

Uso de materiais reciclados

Vegetação no edifício e arredores

Informação para descontrução/desmontagem

Utilização de água da chuva

essencialrelevantedispensávelsem opinião

>50%

>25%

Page 209: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 178

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Isolamento térmicoSistema de condicionamento artificial

Qualidade ambiental dos materiais de construção

Impacto dos materiais de construção na saúde humana

Uso de energia renovável

Dispositivos/sistemas economizadores de água

Estrutura/orientação do edifícioUtilização de água da chuva

Custos das medidas ambientalmente responsáveis

Controle de ruído

Manutenção e simplicidade de reparo

Previsão de vida útilComposição dos materiais de construção

Gestão /disposição de resíduos

Pavimentação do solo/infiltração

Adaptabilidade do layout/flexibilidade de uso

Custo fabril de materiais de construção

Uso de materiais recicladosReutilização de materiais e componentes

Vegetação no edifício e arredores

Integração urbana

Informação para descontrução/desmontagem

essencialrelevantedispensávelsem opinião

Figura 8 – Percepção de relevância de itens a compor um sistema de avaliação ambiental de edifícios, segundo pesquisa equivalente realizada na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003).

Page 210: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 179

Figura 9 – Comparação de pesquisas de percepção de relevância realizadas na Alemanha (dados de BLUM et al. apud OECD (2003) e no Brasil. Os círculos indicam a diferença porcentual (leitura no eixo horizontal), quando estas forem superiores a 10%.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Isolamento térmico - AL BR

Sistema de condicionamento artificial - AL BR

Qualidade ambiental dos materiais de construção - AL BR

Impacto dos materiais de construção na saúde humana - AL BR

Uso de energia renovável - AL BR

Dispositivos/sistemas economizadores de água - AL BR

Estrutura/orientação do edifício - AL BR

Utilização de água da chuva - AL BR

Custos das medidas ambientalmente responsáveis - AL BRControle de ruído - AL

BRManutenção e simplicidade de reparo - AL

BRPrevisão de vida útil - AL

BRComposição dos materiais de construção - AL

BRGestão /disposição de resíduos - AL

BRPavimentação do solo/infiltração - AL

BRAdaptabilidade do layout/flexibilidade de uso - AL

BRCusto fabril de materiais de construção - AL

BRUso de materiais reciclados - AL

BRReutilização de materiais e componentes - AL

BRVegetação no edifício e arredores - AL

BR

Integração urbana - AL BR

Informação para descontrução/desmontagem - AL BR

essencialrelevantedispensávelsem opinião

Page 211: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 180

6.5 MODELO MODIFICADO APÓS A CONSULTA (SIMPLIFICADO)

O modelo de avaliação proposto com base nas diretrizes apresentadas neste trabalho e na

consulta às partes interessadas está sumarizado na Tabela 3. A coluna “pontos críticos”

identifica barreiras a serem superadas para atingir condições ideais de implementação.

O modelo proposto é pautado por dez princípios básicos:

1. Adesão voluntária: entra no processo quem deseja fazer melhor, estimulado por vantagens potenciais como: acesso facilitado a financiamentos; melhoria da imagem/reconhecimento pelo mercado; acessos a novos mercados ou fortalecimento do nicho atual; perspectiva de negócios no médio e longo prazo;

2. Reconhecimento das melhores práticas, com premiação de quem faz melhor;

3. Foco no empreendimento, compreendendo a avaliação tanto do edifício (produto) quanto dos agentes envolvidos (processo);

4. Auto-avaliação, para incentivar o uso do método e internalização dos conceitos na prática cotidiana. No caso de desejo de classificação, a auto-avaliação deverá ser acrescida de evidência de desempenho, a ser revisada por avaliadores credenciados;

5. Avaliação por etapas do ciclo do empreendimento, com identificação de pontos críticos com desempenho a ser melhorado. O critério de elegibilidade para classificação de desempenho é a obtenção de ao menos 50% dos pontos possíveis em cada fase;

6. Aplicação de ponderação apenas no nível hierárquico mais alto (desempenho ambiental x social x econômico x gestão);

7. Mescla de pontos por desempenho e pontos prescritivos, utilizados onde a avaliação de desempenho não é possível neste momento;

8. Pontuação evolutiva e estratégia de implementação gradual: diante da dificuldade de implementação imediata de um sistema de avaliação detalhado, optou-se por uma implementação gradual, com base no cenário imediato e em projeção futura. Desta forma, prevê-se a (1) migração de um método híbrido para um método totalmente orientado a desempenho e que utilize a análise de ciclo de vida na avaliação do uso de recursos e cargas ambientais envolvidos; e (2) evolução do nível de exigência (bônus tornam-se créditos, que se tornam pré-requisitos) para o refinamento e melhoria contínuos do sistema de avaliação, enquanto se mantém a aderência com a realidade de mercado.

9. Utilização de níveis de classificação de desempenho: o modelo de avaliação idealizado é complementado por um sistema de classificação de desempenho composto por três níveis: A, B e C.

10. Revisão periódica do sistema de avaliação, anualmente nos primeiros 5 anos; depois, a cada 2 anos; e revisão anual da classificação do edifício, com base na revisão do da avaliação da etapa de operação (módulo específico a ser desenvolvido).

Page 212: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 181

Tabela 3 - Modelo de avaliação proposto para edifícios brasileiros.

Diretrizes Implementação

Aspectos metodológicos

Cenário imediato Cenário futuro (projeção 5 anos)

Pontos críticos

Escopo da avaliação

Sustentabilidade (aspectos ambientais, sociais e econômicos)

Aplicação Classificação de desempenho

Foco no empreendimento Limites do sistema

Edifício e agentes (principalmente construtora), considerando as etapas de planejamento, projeto, construção e gestão

Limites do sistema envolvendo todos os atores e etapas do ciclo do empreendimento

Sensibilização dos agentes

envolvidos no ciclo do

empreendimento

O q

ue a

valia

r?

Estrutura de avaliação

§ Aspectos ambientais

§ Aspectos sociais

§ Aspectos econômicos

§ Gestão e comprometimento com sustentabilidade

Abordagem adotada: Itens a avaliar e respectivos indicadores definidos com base em agenda setorial , diretrizes da UN CSD, da GRI e da CIRIA; análise dos métodos de avaliação existentes e consulta às partes interessadas

Sistema de pontuação

Híbrido: critérios orientados a dispositivos + orientação a desempenho onde possível

Pontuação evolutiva (Preq+Créditos+Bônus)

Orientado a desempenho (ideal)

Falta de dados, de normas e de cultura de avaliar por desempenho

Necessidade de sensibilização (o método tem papel educativo importante)

Uso de LCA Não. Metas empíricas para uso de materiais, água e energia.

Sim, onde aplicável Inventário de ciclo de vida de materiais principais, fornecimento de água e energia

Necessita pesquisa adicional.

Explícita, com pesos declarados

Com

o av

alia

r?

Ponderação

apenas no nível hierárquico mais alto (ambiental x social x econômico x gestão).

em vários níveis hierárquicos

Definição do critério de ponderação

Abordagem adotada: emprego de processo de análise hierárquica (AHP)

Escala de desempenho

Metas empíricas, a serem posteriormente validadas e periodicamente revistas, definem escala de desempenho a partir de referências da prática típica e da prática de excelência

Necessita coleta de dados para caracterização do desempenho de referência e definição de metas.

Abordagem proposta: estudo piloto, com um ano de duração

Critério a ser revisado periodicamente

Critério de elegibilidade: >50% dos pontos em cada etapa Q

uant

o at

ingi

r?

Pontuação mínima

Classifica a partir de 50% do total de pontos ponderados

A revisão das metas necessita coleta de dados

Abordagem proposta: estudo piloto, com um ano de duração

Com

o co

mun

icar

o

resu

ltado

obt

ido?

Comunicação de resultados

Comunicação numérica:

3 classes de desempenho e índices de sustentabilidade (1 a 5), em função da pontuação

1 a 5 as, em função dos bônus

Comunicação gráfica:

Discos de sustentabilidade (perfis de desempenho)

A linha de pensamento que orientou a discussão dos sistemas existentes (Capítulo 3) e a

proposição de diretrizes (Capítulo 5) foi mantida na descrição do método a seguir,

Page 213: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 182

estruturada de forma a responder às questões metodológicas “o que avaliar?”, “como

avaliar?”, “quanto atingir?”.

6.5.1 O QUE AVALIAR?

6.5.1.1 USO PREVISTO

Este modelo de avaliação destina-se a avaliar e classificar o desempenho potencial de

edifícios de escritórios, ao longo de seu ciclo de vida, em relação a metas de

sustentabilidade (trecho sombreado da Figura 10), com base em informações de gestão do

processo, do projeto, e do monitoramento do processo de construção e de um período

determinado da etapa de uso. Não é objetivo deste trabalho desenhar uma ferramenta para

orientar desenvolvimento de projeto ou gestão da operação segundo princípios de

sustentabilidade. A estrutura de itens a avaliar é, no entanto, suficientemente abrangente

para ser conservada no desenvolvimento posterior de ferramentas específicas para aplicação

nestas etapas, como previsto para a continuidade da pesquisa (Capítulo 7). Neste ínterim,

tanto projetistas quanto gestores poderem utilizar os itens avaliados e as metas propostas

como apoio para tomada de decisões.

Estágio do ciclo de vida do edifício Grupos de usuários e beneficiários Planejamento

Estudo preliminar Projeto detalhado

Construção Uso, operação e

manutenção

Clientes/Proprietários Empreendedores/Investidores Projetistas Fornecedores Construtores

Orientação de projeto para sustentabilidade Comparação de alternativas de projeto Avaliação em relação às metas estabelecidas Comunicação entre clientes e projetistas

Clientes/Proprietários Empreendedores/Investidores Projetistas Fornecedores Construtores Agentes imobiliários

Classificação do desempenho (quanto a sustentabilidade) de um edifício construído Comunicação entre as partes interessadas em investir no edifício

Clientes/Proprietários Agentes imobiliários Gerentes de operação (facilidades) Ocupantes

Orientação de uso/gestão operação para sustentabilidade Comunicação entre as partes interessadas na operação do edifício

Uso

pre

vist

o p

ara

o m

étod

o d

e av

alia

ção

Figura 10 -Posicionamento do modelo proposto (trecho sombreado) em relação aos usuários potenciais e aplicações de métodos de avaliação (modificado de ISO, 2003b).

Page 214: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 183

A avaliação de edifícios não concluídos poderá ser realizada em fases, na medida em que as

informações necessárias tornarem-se disponíveis. Neste caso, uma primeira avaliação será

feita com base nas informações referentes ao planejamento inicial do empreendimento; que

serão oportunamente complementadas por informações do projeto executivo - incluindo

especificações, memoriais e cadernos técnicos, e, se for o caso, resultados de simulações de

consumo de água e de energia; pelo monitoramento das atividades de construção; e pela

ratificação (ou não) dos dados simulados quando confrontados a dados reais do edifício em

uso.

6.5.1.2 ESCOPO DA AVALIAÇÃO E LIMITES DO SISTEMA

Por premissa do escopo desta pesquisa de doutoramento, o modelo proposto refere-se a

edifícios de escritórios. A limitação do tempo de uso de edifício (entre 1 e 3 anos, com

ocupação acima de 80%) é feita para assumir que o desempenho estimado na avaliação não

tenha sido afetado por eventual perda de eficiência ao longo do tempo, e permitir o uso de

dados do consumo de água e energia coletados das contas emitidas pelas concessionárias de

fornecimento de água e energia.

Propõe-se avaliar não só o desempenho ambiental do edifício, mas a sua contribuição para

um ambiente construído mais sustentável, através da consideração de aspectos sócio-

econômicos que possam ser relacionados à escala do edifício, e sua produção e operação. Os

limites do sistema (Figura 11) foram definidos para manter o foco no empreendimento, de

modo a (1) enfatizar as etapas de construção e uso inicial de edifícios de escritórios; alguns

aspectos de planejamento e projeto são também considerados, porém não no mesmo nível de

detalhamento; e (2) incluir a avaliação dos agentes envolvidos no ciclo do empreendimento,

iniciando pela empresa construtora.

Page 215: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 184

Figura 11 -Limite do sistema no modelo de avaliação proposto.

6.5.1.3 ESTRUTURA DA AVALIAÇÃO

A análise dos métodos existentes apontou as categorias essenciais do módulo de avaliação

de desempenho ambiental. O módulo de avaliação de desempenho social foi organizado

conforme os impactos sobre as partes interessadas: clientes/investidores/empreendedores,

fornecedores, operários, usuários do edifício e a sociedade em geral. O módulo de avaliação

de desempenho econômico, por sua vez, procura identificar os fluxos monetários

relacionados a custos de produção, de operação e de implementação de medidas para

aumentar a sustentabilidade do empreendimento, assim como os benefícios financeiros a

elas associados. Um módulo de Gestão do Processo permeia os três módulos anteriores.

Ciclo do empreendimento

Limites do sistema

Gestor Investidor/Incorporador

Fo

rnec

edo

res

Fim da vida Planejamento

Construtora

Edifício de escritórios

Construção Projeto Uso/Operação

Page 216: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 185

Figura 12 - Estrutura temática para organização dos indicadores (quantitativos e qualitativos) propostos.

6.5.2 COMO AVALIAR?

O sistema de pontuação adotado é caracterizado por:

• mescla de itens prescritivos (dispositivos e estratégias) e de desempenho. A maior parte dos pontos é prescritiva. Onde cabível, foi utilizada uma escala de pontuação definida com base em requisitos de métodos existentes e nos resultados do estudo exploratório; nos casos em que não havia metas claras disponíveis, adotou-se uma escala percentual com cinco intervalos iguais;

Gestão do processo

Integração de gestão ambiental ao planejamento do processo Integração de práticas de controle de qualidade ao processo

Comprometimento e proatividade (bônus)

Sustentabilidade como prioridade corporativa Proatividade em sustentabilidade Valorização e investimento em recursos humanos Contribuição para construção de comunidades estáveis Relacionamento com a sociedade

sociais

econômicos

ambientais

Indicadores empreendimento

Uso de recursos energia, água, uso do solo e alteração da ecologia local, materiais

Cargas ambientais resíduos de construção/demolição e efluentes

Impactos sobre os operários satisfação operários saúde, segurança e ambiente de trabalho

Impacto sobre os usuários Qualidade ambiente interno Qualidade do ambiente externo (amenidades e acessibilidade, contexto de transporte) Qualidade dos serviços (manutenção do desempenho, flexibilidade e adaptabilidade, controlabilidade dos sistemas e impactos nos sítios adjacentes)

Impacto sobre a sociedade Relacionamento com a comunidade, clientes e usuários finais e fornecedores

Produtividade no canteiro Melhoria do produto oferecido/custos ciclo vida investimentos, agregação de valor e benefícios

Categorias Temas

Page 217: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 186

• pontuação evolutiva, no formato "pré-requisitos + créditos + bônus" (Figura 13), para que revisões regulares possam incluir novos itens a avaliar e converter gradativamente os bônus em créditos e créditos em pré-requisitos, permitindo o a atualização contínua de requisitos e metas de desempenho.

Créditos de incentivo à adoção de boas práticas (como o uso de simuladores como ferramenta de projeto) e de práticas inovadoras de projeto, construção e gestão; assim como itens que expressem um alto comprometimento com a sustentabilidade ou sejam considerados difíceis de serem alcançados, ou que necessitem de tempo para serem incorporados às práticas de mercado foram inseridos como bônus. Desta forma, mantém-se o caráter orientativo do método e encoraja-se a adoção das práticas nos empreendimentos que assim o permitam, sem prejudicar aqueles sujeitos a maiores limitações.

O total de pontos pode ser personalizado para refletir as oportunidades e limitações de cada empreendimento. Isto é feito assinalando-se os itens não aplicáveis ao empreendimento em questão, que são, então, excluídos da soma de pontos possíveis. A designação não aplicável refere-se apenas a itens não pertinentes ao caso avaliado (como por exemplo perturbação em habitats e biodiversidade em um sítio com baixo ou nenhum valor ecológico), e não a itens que apresentem custo elevado para implementação ou falta de dados para embasar a avaliação.

Figura 13 – Formato de pontuação evolutivo.

• avaliação por etapas do ciclo do empreendimento: a divisão dos itens de avaliação nas etapas do ciclo do empreendimento é um elemento facilitador, pois quem insere as informações é realmente quem as detém em cada fase, além de permitir a comparação de resultados globais ou por etapas específicas.

Pré-requisitos

Créditos

Bônus Atu

aliz

ação

co

ntí

nu

a (p

resc

riti

va +

des

emp

enh

o)

Banimento de materiais/substâncias reconhecidamente danosos

Qualidade da implantação Eficiência no uso de recursos Saúde e segurança no trabalho Qualidade do ambiente interno Impacto sobre comunidades locais Melhoria no produto oferecido Custo/benefício sustentabilidade Gestão ambiental e da qualidade

Soluções inovadoras Proatividade ambiental Proatividade social Gestão e comprometimento

Page 218: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 187

Adicionalmente, a avaliação independente de etapas específicas pode ser preferida em situações onde um resultado negativo em uma fase possa desmotivar a realização de esforços nas etapas seguintes ou empalidecer bons desempenhos anteriores.

• aplicação de ponderação apenas no nível hierárquico mais alto: Na versão para implementação no curto prazo, a ponderação foi mantida apenas no nível hierárquico mais alto (ambiental x social x econômico x gestão). Devido às alterações resultantes da revisão dos indicadores, os pesos deverão ser derivados a partir de nova consulta às partes interessadas. Aplicar ponderação nos níveis inferiores é um requinte de detalhamento que não se alinha com a necessidade de simplificação apontada na consulta às partes interessadas. Com a absorção do método pelo mercado, desenvolvimentos futuros poderão retomar a ponderação em todos os níveis, repetindo o processo de consulta, com base nos indicadores que forem validados praticamente.

6.5.3 QUANTO DEVERÁ SER ATINGIDO?

O modelo de avaliação é complementado por um sistema de classificação de desempenho,

composto por três níveis:

• >90% dos pontos totais possíveis - Nível A • 71-90% dos pontos totais possíveis - Nível B • 50-70% dos pontos totais possíveis - Nível C

A classificação de desempenho será sempre atribuída com base no desempenho ao longo de

todo o ciclo de vida, isto é: com base no total de pontos obtido. O atendimento do

desempenho mínimo em cada etapa (>50%) será o critério eliminatório. Os pontos de bônus

serão contabilizados à parte, pela adição de até 5 estrelas à classe de desempenho obtida,

segundo a escala na Tabela 4.

Tabela 4 - Escala para atribuição de estrelas, conforme pontuação de bônus obtida.

Faixas de pontos de bônus >80%

61-80% 41-60% 21-40% 1-20%

Page 219: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 188

Analogamente, índices de sustentabilidade, entre 1 e 5, são atribuídos conforme a pontuação

individualmente obtida em cada tema avaliado e a pontuação global (ponderada) e, segundo

a escala indicada na Tabela 5.

Tabela 5 - Escala para atribuição de Índices de Sustentabilidade , conforme pontuação obtida.

Faixas de pontos Índices de Sustentabilidade (IS)

Classes de desempenho

>90% 5 Classe A

81-90% 4

71-80% 3

Classe B

61-70% 2

50-60% 1

Classe C

6.5.3.1 COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS

Os resultados da avaliação serão expressos como mostrado na Figura 14. Discos de

sustentabilidade posicionam o empreendimento avaliado (perfis de sustentabilidade) em

relação ao critério de elegibilidade para classificação. A linha branca detalha o perfil de

sustentabilidade do edifício em relação a todos os temas e sub-temas avaliados. O polígono

vermelho representa o desempenho obtido para os quatro temas principais: se o critério de

elegibilidade for atendido (>50% dos pontos em cada etapa), os vértices do polígono estarão

fora ou, no máximo, sobre as arestas do quadrado amarelo no centro do disco. A pontuação

total ponderada então relacionará o empreendimento a uma das três classes de desempenho

previstas.

Na parte superior da Figura 14, discos de sustentabilidade destacam o perfil de desempenho

(esquerda) e o desempenho por tema (direita). Na parte inferior, da esquerda para a direita, é

feita a indicação de: (1) classe de desempenho (“C”); (2) pontuação de bônus (2 estrelas

indicam obtenção entre 21 e 40% dos pontos de bônus); (3) pontuação global ponderada

(“55%”); (4) índice de sustentabilidade global (“1”), em função da pontuação ponderada;

(5) índices de sustentabilidade por tema (“1”,“2”,“1” e “2”), em função da pontuação

obtida em cada um deles antes da ponderação (“50%”;“62%”;“57%”;“67%”); (6) pesos

utilizados (“26%”;“21%”;“26%”;“27%”) para a obtenção da pontuação global .

Page 220: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 189

Figura 14 - Formato de saída gráfica de resultados de uma avaliação hipotética.

Page 221: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 190

6.5.4 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO

Pretende-se que a avaliação seja feita em duas etapas:

1) auto-avaliação: preenchimento dos formulários de avaliação pelos interessados (projetistas, empreendedores, construtores, gestores/administradores de condomínio...); e

2) revisão da auto-avaliação (caso se deseje a classificação do desempenho), feita por avaliadores credenciados e homologação dos resultados, com base em documentação e evidências de desempenho anexadas.

Imagina-se que o sistema de avaliação será gerenciado por uma parte isenta e sem fins

lucrativos. A auto-avaliação é aqui encorajada por ser extremamente positiva enquanto

instrumento de aprendizagem e auxílio à tomada de decisões. Como é feita pelos próprios

interessados, a auto-avaliação será gratuita ou, no máximo, demandará uma taxa mínima de

manutenção. Já o direito de publicar os resultados será necessariamente condicionado à

revisão por avaliadores credenciados, e inevitavelmente envolverá algum custo, pois será

provavelmente a única fonte de recursos para a manutenção do sistema em funcionamento.

6.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

Neste trabalho, avançou-se até a Etapa 2 (definição de como avaliar, incluindo resultado de

consulta pública) das diretrizes propostas no Capítulo 5.

A realização da consulta às partes interessadas na construção civil do Estado de São Paulo

levou a algumas conclusões fundamentais:

• A estrutura de avaliação proposta é suficientemente abrangente, e pode ser mantida nos desenvolvimentos posteriores do método.

Ressaltou-se o despreparo do mercado em conduzir avaliações detalhadas e que, no curto prazo, é necessário iniciar com um modelo simplificado de avaliação.

O mercado ou não dispõe de dados para avaliar grande parte dos indicadores de sustentabilidade propostos inicialmente ou necessita de tempo para preparar-se para ser avaliado em relação a alguns deles. Os indicadores enquadrados no primeiro caso foram incluídos como itens não pontuados, para iniciar o acúmulo de dados que permitirá a sua avaliação no futuro. Aqueles que se enquadram no segundo caso, foram remanejados para o status de pontos extra (bônus). Desta forma, potencializa-se o caráter motivador e educativo do método de avaliação pela combinação de itens prescritivos e pontuação evolutiva, com bônus indicando o caminho para melhoria;

• A divisão dos indicadores em etapas do ciclo de empreendimento (planejamento, projeto, execução e uso/operação do edifício) é uma medida didática, que evidencia

Page 222: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 6 – Modelo proposto para avaliação de sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros 191

responsabilidades e estimula o planejamento do empreendimento a partir de uma reflexão no longo prazo.

• A consulta pública forneceu uma primeira idéia de pesos, que foi considerada juntamente com a percepção de relevância dos itens a compor o método, e a sugestão de status de pontuação aderente à realidade do mercado.

Os limites do sistema foram definidos para abranger a etapa de construção e uso do edifício.

Iniciou-se a avaliação dos agentes do processo pela empresa construtora, mas cada agente do

processo tem papel fundamental no aumento da sustentabilidade da produção de edifícios.

Cabe aos clientes e incorporadores criar a demanda por empreendimentos mais sustentáveis;

aos investidores, valorizar e criar oportunidades de financiamento; aos projetistas, adotar

estratégias que resultem em projetos mais sustentáveis ambientalmente e que ofereçam

melhor qualidade de vida aos ocupantes; e aos fornecedores, investir em tecnologias de

produção mais limpas e relações de trabalho mais justas. Abordagens posteriores para

ampliação incremental destes limites para englobar mais agentes e etapas do ciclo do

empreendimento são, portanto, encorajadas.

A sugestão originalmente feita na consulta pública foi fazer uma divisão dos indicadores,

nas etapas pertinentes do ciclo do empreendimento, com o intuito de deixar claro quem

deveria prover cada informação. Na consulta ficou claro, porém, que o próprio mercado

sentia falta de ferramentas de orientação para as outras etapas, principalmente para a etapa

de projeto.

Iniciou-se o desenvolvimento da interface de avaliação simplesmente pela distribuição

cronológica dos indicadores, em etapas de planejamento, projeto, construção e

uso/operação. A interface ainda está em construção. Em seu estado atual (Apêndice 10), ela

já vai além dos indicadores da lista revisada após a consulta pública (assinalados pelos

mesmos índices utilizados no Apêndice 7) e acrescenta uma série de outros para as etapas de

planejamento e projeto, mas o detalhamento que realmente caracterizará uma ferramenta de

avaliação da sustentabilidade do projeto será objeto de continuidade do trabalho.

Page 223: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

7 CONCLUSÕES E CONTINUIDADE DA PESQUISA

A tentativa mais vigorosa de internacionalização de um método de avaliação foi feita com o

BREEAM. Mais recente, o LEED é aplicável em todo o território dos Estados Unidos,

porém são raros os casos de aplicação externa. Atualmente, porém, tanto o LEED quanto o

BREEAM evitam avaliar edifícios fora de seus países de origem. A prática demonstrou que

a dificuldade de adequação aos locais de avaliação ia além da retirada ou adição de aspectos

a avaliar e que os resultados das adaptações revelavam-se, na verdade, como novos sistemas,

muito diferentes dos métodos originais.

O GBC investiu em um caminho diferente: criar uma ferramenta que fosse suficientemente

flexível e pudesse ser utilizada em diversos países. Aí está o papel fundamental dos

benchmarks, que contextualizam a avaliação e definem a escala de desempenho. E aí está

também o seu grande calcanhar de Aquiles, pois falhas na definição dos benchmarks alteram

diretamente o resultado da avaliação, e podem mesmo invalidá-la. Seria excelente se fosse

possível utilizar, no Brasil, uma ferramenta tão completa quanto a GBTool, mas exatamente

por sua abrangência e complexidade, ela está longe de ser um instrumento para uso

corriqueiro. Mais apropriado é utilizar a GBTool em seu propósito original, e desenvolver

um método local a partir do embasamento teórico-científico que ela oferece.

Este trabalho defende a idéia de que a qualidade de um método de avaliação de edifícios é

determinada por quatro princípios essenciais:

• Para ser tecnicamente consistente, um método de avaliação deve ser adaptado a dados nacionais relevantes;

• Para ser viável praticamente, um método de avaliação deve ser adaptado ao mercado, às práticas de construção e às tradições locais;

• Para ser absorvido e difundir-se rapidamente, um método de avaliação deve ser desenvolvido em parceria com as principais partes interessadas: investidores, empreendedores/construtores e projetistas;

• Para ser apropriado ao contexto nacional, os itens avaliados no método devem ser ponderados para refletir prioridades e interesses nacionais.

Todos eles são definidos localmente. E todos eles são, portanto, contrariados pela

importação de métodos. Que fique claro que o problema não é a qualidade dos métodos

Page 224: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 193

existentes. Pelo contrário, em seus contextos de origem, eles são apropriados e vêm

experimentando alto grau de sucesso, mas não são adequados para aplicação no Brasil,

porque:

• o que estes métodos avaliam é insuficiente: todos eles detêm-se na avaliação ambiental, e os itens ambientais avaliados não necessariamente refletem a agenda brasileira.

• a forma como estes métodos avaliam é inapropriada para o Brasil, porque:

o para prover resultados aderentes ao contexto de avaliação é necessário definir localmente um critério de ponderação; e

o não há dados nacionais de LCA, e é inconsistente avaliar impactos de materiais brasileiros com base em dados estrangeiros.

• o quanto deve ser atingido em cada método é definido pela sinergia de fatores como tecnologias e produtos disponíveis em cada mercado, práticas construtivas, normas vigentes, que, juntos, delineiam níveis de referência e metas que mudam de um contexto a outro.

É fundamental, portanto, desenvolver um método à luz das prioridades, condições e

limitações brasileiras. Deve-se necessariamente passar, no Brasil, por um processo de

amadurecimento semelhante àquele por que passaram os países de origem dos métodos

existentes para avaliação ambiental de edifícios, com o desafio maior de ampliar o escopo

tradicional de avaliação ambiental para avaliação de sustentabilidade de edifícios.

A pesquisa para desenvolver um método de avaliação e classificação de desempenho quanto

a sustentabilidade é pioneira tanto no país quanto no exterior, e acrescenta aspectos únicos

na abordagem do tema. Primeiro, porque não há uma metodologia publicada neste sentido.

Segundo, porque todos os métodos de avaliação de edifícios centram-se na dimensão

ambiental da sustentabilidade; a discussão sobre a avaliação da sustentabilidade de edifícios

só agora começa a ganhar força no exterior. Terceiro, porque estas iniciativas não incluem a

avaliação dos agentes do processo.

O desenvolvimento do método foi iniciado neste trabalho, com base nas diretrizes e na base

metodológica propostas, e em consulta às partes interessadas da construção civil no Estado

de São Paulo. Propõe-se avaliar não só o desempenho ambiental do edifício, mas a sua

contribuição para um ambiente construído mais sustentável, através da consideração de

aspectos sócio-econômicos que possam ser relacionados à escala do edifício, e sua produção

e operação.

Page 225: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 194

Os limites do sistema foram definidos para manter o foco no empreendimento, de modo a

(1) enfatizar as etapas de construção e uso inicial de edifícios de escritórios; alguns aspectos

de planejamento e projeto são também considerados, porém não no mesmo nível de

detalhamento; e (2) incluir a avaliação dos agentes envolvidos no ciclo do empreendimento.

A opção por iniciar a avaliação dos agentes envolvidos no processo pela avaliação da

empresa construtora foi um primeiro passo no sentido de criar a cultura e o movimento

consistente das práticas de mercado em direção a um patamar mais sustentável, mas cada

agente do processo tem papel fundamental no aumento da sustentabilidade do ambiente

construído. Cabe aos clientes e incorporadores criar a demanda por empreendimentos mais

sustentáveis; aos investidores, valorizar e criar oportunidades de financiamento; aos

projetistas, adotar estratégias que resultem em projetos mais sustentáveis ambientalmente e

que ofereçam melhor qualidade de vida aos ocupantes; e aos fornecedores, investir em

tecnologias de produção mais limpas e relações de trabalho mais justas. Abordagens

posteriores para ampliação incremental destes limites para englobar mais agentes e etapas do

ciclo do empreendimento são, portanto, encorajadas.

A estrutura de avaliação proposta foi construída a partir da estrutura temática utilizada pela

UN CSD e de instrumentos de avaliação de sustentabilidade de nações, setores econômicos

e organizações; na proposição de uma agenda para a construção sustentável no Brasil, e na

análise dos métodos e projetos de normas ISO relacionados à avaliação ambiental e de

sustentabilidade de edifícios.

A análise dos métodos existentes apontou as categorias essenciais do módulo de avaliação

de desempenho ambiental. O módulo de avaliação de desempenho social foi organizado

conforme os impactos sobre as partes interessadas: clientes/investidores/empreendedores,

fornecedores, operários, usuários do edifício e a sociedade em geral. O módulo de avaliação

de desempenho econômico, por sua vez, procura identificar os fluxos monetários

relacionados a custos de produção, de operação e de implementação de medidas para

aumentar a sua sustentabilidade, assim como os benefícios financeiros a elas associados. Um

módulo de Gestão do Processo permeia os três módulos anteriores.

O processo de análise hierárquica foi utilizado para registrar e manter a rastreabilidade do

processo de obtenção de pesos para os temas e categorias de desempenho em avaliação de

edifícios.

Page 226: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 195

O presente possível A consulta às partes interessadas da construção civil do Estado de São Paulo levou a

algumas conclusões fundamentais:

• A estrutura de avaliação proposta é suficientemente abrangente, e pode ser mantida nos desenvolvimentos posteriores do método. Ressaltou-se, porém, o despreparo do mercado em conduzir avaliações detalhadas e que, no curto prazo, é necessário iniciar com um modelo simplificado de avaliação.

O mercado ou não dispõe de dados para avaliar grande parte dos indicadores de sustentabilidade propostos inicialmente ou necessita de tempo para preparar-se para ser avaliado em relação a alguns deles. Os indicadores enquadrados no primeiro caso foram incluídos como itens não pontuados, para iniciar o acúmulo de dados que permitirá a sua avaliação no futuro. Aqueles que se enquadram no segundo caso, foram remanejados para o status de pontos extra (bônus). Desta forma, potencializa-se o caráter motivador e educativo do método de avaliação pela combinação de itens prescritivos e pontuação evolutiva, com bônus indicando o caminho para melhoria;

• A divisão dos indicadores em etapas do ciclo de empreendimento (planejamento, projeto, execução e uso/operação do edifício) é uma medida didática, que evidencia responsabilidades e estimula o planejamento do empreendimento a partir de uma reflexão no longo prazo.

• A consulta pública forneceu uma primeira idéia de pesos, que foi considerada juntamente com a percepção de relevância dos itens a compor o método, e a sugestão de status de pontuação aderente à realidade do mercado.

Estas contribuições foram incorporadas no desenvolvimento do modelo proposto, que é

pautado por dez conceitos básicos:

1. Adesão voluntária: entra no processo quem deseja fazer melhor;

2. Premiação de quem faz melhor;

3. Foco no empreendimento;

4. Auto-avaliação, a ser revisada por avaliadores credenciados;

5. Avaliação por etapas;

6. Ponderação aplicada apenas no nível hierárquico mais alto;

7. Mescla de pontos prescritivos e por desempenho;

8. Pontuação evolutiva e estratégia de implementação gradual;

9. Utilização de níveis de classificação de desempenho; e

10. Revisão periódica do sistema de avaliação e da classificação do edifício.

Page 227: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 196

Diante da dificuldade de implementação imediata de um sistema de avaliação detalhado,

optou-se por uma implementação gradual, com base no cenário imediato e em projeção

futura. Desta forma, prevê-se a (1) migração de um método híbrido para um método

totalmente orientado a desempenho e que utilize a análise de ciclo de vida na avaliação do

uso de recursos e cargas ambientais envolvidos; e (2) evolução do nível de exigência (bônus

tornam-se créditos, que se tornam pré-requisitos), para o refinamento e melhoria contínuos

do sistema de avaliação, enquanto se mantém a aderência com a realidade de mercado.

O futuro O interesse pelo tema no país foi definitivamente despertado. Um novo workshop será

realizado em agosto de 2003, para dar continuidade à discussão e envolvimento das partes

interessadas no desenvolvimento e teste do modelo de avaliação. Um estudo-piloto com

duração de um ano será iniciado no segundo semestre deste ano, e será decisivo para a

validação prática do procedimento de avaliação e para o acúmulo de dados para caracterizar

as práticas típicas e mais orientadas à sustentabilidade.

Vislumbra-se, neste momento, algumas necessidades e perspectivas para continuidade da

pesquisa:

• Acúmulo de dados que balizem a definição de metas, desempenho mínimo e referências de desempenho; a ser iniciado com a realização do estudo piloto.

• Construção de inventários de ciclo de vida. A aplicação direta de LCA em avaliação de edifícios no Brasil, mostra-se, neste momento, complexa, impraticável e insuficiente, devido à carência de inventários de ciclo de vida de materiais de construção brasileiros. Esta é também uma necessidade para aumentar a confiabilidade dos dados obtidos para edifícios brasileiros no processo Green Building Challenge. Os trabalhos sobre análise de ciclo de vida estão em seus primeiros passos no Brasil, e utilizam diferentes metodologias para coleta e tratamento dos dados, o que impede a comparação de resultados ou a agregação de diferentes materiais em uma só base de dados. É fundamental que os procedimentos sejam uniformizados, utilizando-se uma base comum de critérios e, preferencialmente, uma mesma plataforma de avaliação, como a holandesa SimaPro.

• Detalhamento de módulos específicos para avaliação de projeto e de uso e gestão da operação. Na consulta ao mercado, ficou patente a falta de ferramentas de orientação para estas etapas, principalmente para a etapa de projeto. Como resposta, iniciou-se o desenvolvimento de uma interface de avaliação. A interface ainda está em construção e vai além dos indicadores da lista revisada após a consulta pública, acrescentando uma série de outros para as etapas de planejamento e projeto. O detalhamento que realmente

Page 228: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 7 – Conclusões e continuidade da pesquisa 197

caracterizará uma ferramenta de avaliação da sustentabilidade do projeto será objeto de continuidade do trabalho.

• Desenvolvimento e implementação de estratégia para inserção do tema no processo cotidiano de planejamento, projeto, execução e gestão da operação de edifícios;

• Análise dos benefícios financeiros e oportunidades de negócios trazidos pela construção sustentável e coleta de dados quanto aos avanços do setor. A aplicação de quaisquer análises ao longo do ciclo de vida, inclusive a de custos, é limitada pela separação entre os agentes (empreendedor, usuário final...) que caracteriza a produção e o uso de edifícios. A maioria das práticas avaliadas oferece benefícios a custo baixo ou nulo, mas são necessários números nacionais que tornem isto evidente;

• Implementação da interface de avaliação on-line e desenvolvimento contínuo de ferramentas de informação de profissionais sobre construção sustentável. O desenvolvimento da interface on-line foi iniciado em pesquisa paralela, juntamente com uma biblioteca de estratégias e tecnologias para aumentar a sustentabilidade de empreendimentos. Mais recentemente, o responsável pelo Green Globes, uma ferramenta on-line para avaliação ambiental desenvolvida no Canadá, iniciou os contatos para formalização de cooperação com a autora da pesquisa;

• Adaptação do modelo a outras tipologias de edifícios.

Espera-se que este trabalho seja uma bússola, que ajude a orientar a direção dos desenvolvimentos futuros, antes de ser o mapa exato da estrada.

Page 229: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 240: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 209

UNITED NATIONS. Montreal Protocol on substances that deplete the ozone layer. 42 pp. (Opened for signature) 16 September 1987.

UNITED NATIONS. Vienna Convention for the Protection of the Ozone Layer. Vienna. (Opened for signature) 22 March 1985.

US GREEN BUILDING COUNCIL - USGBC. LEED Green Building Rating System 1.0. San Francisco, Janeiro 1999. 37 pp. (Pilot version)

US GREEN BUILDING COUNCIL - USGBC. LEED Green Building Rating System 2.0. San Francisco, March 2000. 25 pp.

US GREEN BUILDING COUNCIL - USGBC. LEED Green Building Rating System 2.0. 2001. (Site Internet www.usgbc.org, consultado em 09/06/01)

US GREEN BUILDING COUNCIL - USGBC. LEED for Existing Buildings: The LEED Green Building Rating System for Improving Building Performance through Upgrades and Operations. Version 2.0. USGBC, Leadership in Energy and Environmental Design. August 17, 2001 (Unballoted Draft)

VALE, R. VALE, B. FAY R. 2001. NABERS. The National Australian Buildings Environmental Rating System. 14 December 2001 (Draft Final Version).

VERFAILLIE, H.A.; BIDWELL, R. Measuring eco-efficiency: a guide to reporting company performance. World Business Council for Sustainable Development. 2000. 38 pp.

WACKERNAGEL, M; REES, W. Our ecological footprint: reducing human impact on the Earth. The new catalyst bioregional series, v.9. New Society Publishers, Gabriola Island, B.C., Canada. 160 pp. 1995.

ZIMMERMANN, A.; AHO, I. BORDASS, B.; GEISSLER, S.; JAANISTE, R. Proposed Framework for Environmental Assessment of Existing Buildings. In: Sustainable Building 2002. Proceedings. iiSBE/CIB/Biggforsk: Oslo, Norway. 23-25 September 2002. (Published in CD-Rom).

Referências bibliográficas adicionais nos Apêndices (CD-Rom) BAKKES, J. A.; VAN DEN BORN, G.J.; HELDER, J.C.; SWART, R.J.; HOPE, C.W.; PARKER, J.D.E. An Overview of Environmental Indicators: State of the art and perspectives. RIVM/UNEP. UNEP/EATR.94-01. 1994.

ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - EPA. A Conceptual Framework to Support the Development and Use of Environmental Information. Environmental Statistics and Information Division. Office of Policy, Planning and Evaluation. EPA 230-R-94-012. USEPA, Washington D.C., 1994.

HAMMOND, A. L. et al. A systematic approach to measuring and reporting on environmental policy performance in the context of sustainable development. World Resources Institute (WRI), Washington D.C., 1994. 50 pp.

INTER-GOVERNMENTAL WORKING GROUP ON THE ADVANCEMENT OF ENVIRONMENT STATISTICS. Report of the Fourth meeting of the Inter-Governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics. 1995. (a lista de indicadores está disponível no site Internet http://unstats.un.org/UNSTAT/ENVIRONMENT/indicators.htm, atualizadoem 2002)

Page 241: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 8 - Referências Bibliográficas 210

INTERNATIONAL INSTITUTE FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - IISD/ CONSULTATIVE GROUP ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT INDICATORS - CGSDI (s.d.) The Dashboard of Sustainability. (Site Internet http://iisd1.iisd.ca/cgsdi/dashboard.htm, consultado em julho de 2002, sem data de atualização).

MEADOWS, D. Indicators and information systems for sustainable development. A report to The Balaton Group. The Sustainability Institute, 1998.

MOLDAN, B.; BILLHARZ, S. (editors). Sustainability Indicators: Report of the project on Indicators of Sustainable Development. SCOPE 58. John Wiley & Sons, Chichester and New York, 1997. 415 pp.

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O'CONNOR, J.C. Environmental performance monitoring indicators. In: Monitoring Progress on Sustainable Development. In: A User-Oriented Workshop, 22-23 Sept., The World Bank, Washington D.C. 1994.

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. Using the Pressure-State-Response model to develop indicators of sustainability. OECD Framework for environmental indicators. OECD Environment Directorate – State of the Environment Division, Paris. 11pp. s.d.

SEGNESTAM, L. Environmental Performance Indicators: a second edition note (on the Performance Monitoring Indicators Handbook, 1996). Environment Department Paper n. 71. Environmental Economics Series. The International Bank for Reconstruction and Development (World Bank), Washington, D.C. October 1999. 52 p.

THE INTERNATIONAL BANK FOR RECONSTRUCTION AND DEVELOPMENT (THE WORLD BANK). Monitoring Environmental Progress: A Report on Work in Progress. Washington, D.C.: The World Bank, October 1995. 96 pp.

THOMAS, C.; TENNANT, T.; ROLLS, J. The GHG Indicator: UNEP Guidelines for Calculating Greenhouse Gas Emissions for Businesses and Non-Commercial Organisations. UNEP Financial Services Initiatives. June 2000.

U.S. INTERAGENCY WORKING GROUP ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT INDICATORS. Sustainable Development in the United States: An Experimental Set of Indicators. SDI Group Report. Washington, D.C., September 2001.

UNITED KINGDOM GOVERNMENT. A better quality of life: A strategy for sustainable development for the UK. Cm 4345. The Stationery Office, London. 1999.

UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME - UNDP. Human Development Report . 1990.

UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME - UNEP. World Environment Outlook: Brainstorming Session. ENEP/EAMR. 94-5. Env. Assessm. Prog., Nairobi. 18 pp. 1994.

VINOGRAD, M. Environmental indicators for Latin American and the Caribbean: toward land use sustainability. World Resources Institute (WRI), Washington D.C., 1995. 84 pp.

Page 242: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 1 - Normalização de alguns métodos de avaliação ambiental existentes 1

APÊNDICE 1

NORMALIZAÇÃO (RECATEGORIZAÇÃO DOS ITENS AVALIADOS) DOS SISTEMAS BREEAM, HKBEAM, LEEDTM, MSDG, GBTOOL E CASBEE.

Categorias

Qualidade da implantação BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM transporte (120) + uso do solo (32) + ecologia terreno (96) + (stormwater/runoff para rede pública (14))

262/1062 (24,67%)

2/59 (3,39%)

14/69 (20,29%)

17/100 (17%)

(8,75%)

25/220 1,1

(pond) (3,03%)

HKBEAM transporte (2)

LEEDTM transporte (4)+ uso do solo (3) + ecologia (2) + poluição luminosa (1) + gestão stormwater (2) + paisagismo (2)

MSDG transporte (2) + uso do solo (3) + biodiversidade e ecologia (3) + gestão site water (5) + projeto implantação ambientalmente responsável (2) + plantas nativas (2)

GBTool (ponderado)

transporte (0% - ainda não operacional) + uso do solo (2,2%) + ecologia (2,8%) + redução impactos ambientais no terreno e propriedades adjacentes (2,5%) + gestão stormwater (1,25%)

CASBEE (ponderado)

manutenção e criação de ecossistemas (5/220*0,45*0,15); Paisagem (5/220*0,35*0,15); Características locais e culturais (5/220*0,2*0,15); Efeito de ilhas de calor (5/220*0,25*0,2); Carga em infra-estrutura local (5/220*0,1*0,2)

Gestão do uso de água BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM consumo água (18) + medição individual (6) + detecção de vazamentos (6) + válvulas de fechamento (shut off) (6) + procedimentos manutenção (6) + monitoramento (6)

48/1062 (4,52%)

2/59 (3,39%)

05/69 (7,25%)

5/100 (5%)

(4%)

10/220 3,3 (pond) (9,08%)

HKBEAM conservação (2)

LEEDTM paisagismo (2)+ conservação (1)+ reutilização inovadora (2)

MSDG reuso águas cinza (gray water) (2) + tratamento biológico de resíduos (1) +

Page 243: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 - Estruturando um sistema de avaliação de sustentabilidade de edifícios: o que avaliar? 2

conservação no edifício (1) e na torre de resfriamento (1)

GBTool (ponderado)

consumo de água potável (4%)

CASBEE (ponderado)

conservação de água (5/220**0,4*0,3), uso de greywater e/ou água da chuva (5/220**0,6*0,3)

Gestão do uso de energia BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM medição individualizada (submetering) (16) + política de uso de energia (8) + auditoria de uso de energia (8) + disseminação de resultados (8) + monitoramento de CO2 (24) + consumo inferior ao benchmark (8) + programação de operação e manutenção (16)

88/1062 (8,29%)

21/59 (35,59%)

15/69 (21,74%)

26/100 (26%)

(4%)

30/220 3,5 (pond) (9,63%)

HKBEAM consumo de energia (13) + redução pico de demanda (3) + banimento substâncias ODP (5)

LEEDTM otimização desempenho (10) + energia renovável (4) + redução substâncias ODP (HVAC e halons) (1)

MSDG posicionamento e configuração do edifício (2) + desempenho térmico envelope (2) + integração de iluminação natural (2) + sistemas eficientes de iluminação artificial (2) + maximizar desempenho sistemas mecânicos (2) + equipamentos e dispositivos eficientes (1) + fontes alternativas de energia (3) + redução uso energia (12)

GBTool (ponderado)

energia incorporada nos materiais (2%) + consumo de energia durante operação (2%)

CASBEE (ponderado)

carga térmica do edifício (5/220*0,3*0,5); Uso de energia natural (10/220*0,2*0,5); Eficiência dos sistemas prediais (5/220*0,3*0,5); Operação eficiente (10/220*0,2*0,5)

Gestão de materiais e (redução de) resíduos BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM não uso de asbestos (8) + atender a Green Guide Specifications (32) + madeira certificada (16) + reuso edifício (16) +uso agregado reciclado (8) + informação sobre presença de materiais perigosos (8) + espaço dedicado à armazenagem e coleta de recicláveis (8) + política de reciclagem (8)

104/1062 (9,79%)

11/59 (18,6%)

13/69 (18,84%)

26/100 (26%)

(12%)

30/220 7,65 (pond) (21,05%)

HKBEAM uso de madeira (3) + instalações/facilidades para reciclagem (1) + uso reciclados (4) + efluentes líquidos (descarga de água de construção residual (1) + acesso veicular para coleta de resíduos para disposição (2)

LEEDTM reuso edifício (3) + reuso materiais (2) + conteúdo reciclado (2) + materiais locais (2) + e rapidamente renováveis (1) + madeira certificada (1) + gestão RCD (2)

Page 244: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 - Estruturando um sistema de avaliação de sustentabilidade de edifícios: o que avaliar? 3

MSDG baixo impacto (3) + materiais reutilizados e/ou remanufaturados (2) + produtos com conteúdo reciclado (1) + renováveis (1) + locais (1) + baixa emissão de VOC (3) + duráveis (1) + recicláveis (2) + reuso edifício (3) + projeto para reduzir uso de materiais (2) + projeto para desmontagem/demolição (2) + gestão de resíduos (reuso e reciclagem de resíduo de demolição; redução e reciclagem de resíduos de construção, embalagem e produzidos pelos usuários; redução e disposição adequada de resíduos perigosos) – (5)

GBTool (ponderado)

reuso edifício (1,6%) + envio de materiais existentes para reciclagem off site (1,4%) + reuso de material vindos off site (1,3%) + madeira certificada (1,3%) + materiais com conteúdo reciclável (1,3%) + efluentes líquidos (água residual sanitária) – 1,25%) + manuseio adequado de materiais perigosos resultantes de RCD (1,25%) + gestão de resíduos sólidos (2,5%)

CASBEE (ponderado)

materiais ambientalmente saudáveis (30/220*0,85*0,3)

Cargas ambientais/Prevenção de Poluição BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM substâncias com potencial de dano à camada de ozônio - ODP (70), NOx (70) + emissão de CO2 pelo uso de energia para operação(120)

260/1062 (24,48%)

2/59 (3,39%)

(0%)

(0%)

(16,25%

)

15/220 0,45 (pond) (1,24%)

HKBEAM ruído durante construção (1) + ruído proveniente do edifício (1)

LEEDTM

MSDG

GBTool (ponderado)

GHG (CO2) incorporado nos materiais (3,125%) + emissões produzidas pela operação do edifício: GHG (CO2) (3,125%) + substâncias ODP (3,75%) + acidificantes (2,5%) + fotooxidantes (3,75%) + com potencial eutroficante (0% - ainda não operacional)

CASBEE (ponderado)

edifício gerando: poluição do ar (5/220*0,25*0,2); Ruído e odores (10/220*0,1*0,2)

Gestão ambiental (do processo) BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM verificação de conformidade de desempenho pré-entrega (commissioning) (30) + política ambiental da companhia (30) e política ambiental de compras (30) + sistema de gestão ambiental (30) + manual de operação do edifício (30)

150/1062 (14,12%)

5/59 (8,47%)

07/69 (10,14%) -

(0%)

(10%)

0/220 (0%)

HKBEAM verificação de conformidade de desempenho pré-entrega (commissioning) (3) + operação e manutenção (2)

LEEDTM inovação e processo de projeto (5) + verificação de conformidade de desempenho pré-entrega (commissioning) (1) + Mensuração & verificação de

Page 245: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 - Estruturando um sistema de avaliação de sustentabilidade de edifícios: o que avaliar? 4

desempenho (1)

MSDG

GBTool (ponderado)

planejamento do processo de construção (3,5%) + ajuste de desempenho (Performance Tuning - commissioning) (3,5%) + planejamento da operação do edifício (3%)

CASBEE (ponderado)

Gestão da qualidade do ambiente interno BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM prevenção legionella em sistemas prediais (12) e torres de resfriamento (6) + IAQ e ventilação (24) + conforto luminoso (24) e acesso a vistas (6) + conforto térmico (6) + conforto acústico (6) + programação de manutenção (30) + inspeção de segurança de sistema domésticos de água quente (dhws) (6) + pesquisa de satisfação usuários (12)

132/1062 (12,43%)

16/59 (27,12%)

13/69 (18,84%)

24/100 (24%)

(23%)

65/220 8,125

(pond) (22,35%)

HKBEAM contaminação biológica + legionella de torres de resfriamento (2) + equipamento de medição e monitoramento (3) + IAQ (5) + VOCs e materiais perigosos (2) + conforto luminoso (2) + conforto acústico (2) (Nota: de conforto térmico só aparece ventilação, dentro de IAQ!)

LEEDTM monitoramento CO2 (1) + ventilação (1) + plano IAQ durante a construção (2) + VOC (4) + poluentes químicos (1) + conforto térmico (2) + luz natural e acesso a vistas (2)

MSDG ambiente limpo e saudável (3) + controle de umidade (3) + ventilação para controle de poluentes e conforto térmico (6) + conforto térmico (3) + iluminação eficiente (3) e acesso a vistas (3) + conforto acústico (3)

GBTool (ponderado)

IAQ e ventilação (6%) + conforto térmico (5%) + iluminação natural e artificial (5%) + conforto acústico (Noise and Acoustics) (3%) + poluição eletromagnética (1%) + privacidade e acesso a luz do sol e vistas (3%)

CASBEE (ponderado)

ruído e acústica (15/220*0,15*0,5); Conforto térmico (15/220*0,35*0,5); Iluminação (20/220*0,25*0,5); Qualidade do ar (15/220*0,25*0,5)

Qualidade dos serviços BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM controlabilidade luz, temp e janelas (18) 18/1062 (1,7%)

(0%)

02/69 (2,9%)

2/100 (2%)

(12%)

45/220 2,22 (pond) (33,62%)

HKBEAM

LEEDTM controlabilidade (2)

Page 246: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Capítulo 5 - Estruturando um sistema de avaliação de sustentabilidade de edifícios: o que avaliar? 5

MSDG projeto para adaptabilidade (2)

GBTool (ponderado)

flexibilidade e adaptabilidade (3,75%) + controlabilidade dos sistemas (3,75%) + manutenção do desempenho (3%) + qualidade dos serviços (amenities) e desenvolvimento no terreno (0,75%) + impacto na qualidade dos serviços do terreno e propriedades adjacentes (0,75%)

CASBEE (ponderado)

serviceability (funcionalidade, aconchego) (10/220*0,4*0,35); Durabilidade (10/220*0,25*0,35); Flexibilidade e adaptabilidade (15/220*0,35*0,35) + Acesso a ventilação (5/220*0,2*0,2); Acesso a iluminação (5/220*0,1*0,2)

Desempenho Econômico BREEAM HKBEAM LEEDTM MSDG GBTool CASBEE

BREEAM (0%)

(0%)

(0%)

(0%)

(10%)

(0%)

HKBEAM

LEEDTM

MSDG

GBTool (ponderado)

Desempenho econômico (10%)

CASBEE (ponderado)

Total de pontos (ou %) disponível 1062 pts 59 pts 69 pts 100% 100% 220 pts (pond 36,35)

Page 247: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

APÊNDICE 2

PRINCIPAIS INICIATIVAS INTERNACIONAIS DE DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE (ESFERA DAS NAÇÕES).

Organização/ iniciativa

Publicação/data Foco/objetivo Estrutura analítica específica

Human Development Report

United Nations Development Programme - UNDP,1990

Índice de Desenvolvimento Humano combina indicadores de longevidade, educação e padrão de vida (índice social), para monitorar Progresso ou declínio no desenvolvimento humano.

World Resources Institute (WRI)

HAMMOND et al., 1994

VINOGRAD, 1995 Indicadores ambientais (biodiversidade, indicadores georeferenciados e fluxos de materiais)

Ecological Footprint

WACKERNAGEL;REES, 1995 Indicador de sustentabilidade Relacionar área produtiva e água necessárias para manter padrões de consumo urbano

OECD Core set of environmental indicators

OECD, 1993 ~50 indicadores ambientais para medir progresso ambiental

PSR x indicadores sócio-econômicos, setoriais e de contexto

Outros indicadores ambientais da OECD

Indicadores ambientais

§ setoriais

derivados de contabilidade ambiental Integrar questões ambientais e políticas setoriais

Integrar a tomada de decisão ambiental e econômica

Relatar o estado do ambiente

State-response (PSR, DSR...)

United Nations Environment Programme

BAKKES et al. , 1994

THOMAS;TENNANT;ROLLS, 2000

Indicadores ambientais

Environment Statistics Section of the United Nations Statistics Division

UNSD/IWGAES1 (1995) Indicadores de desenvolvimento

sustentável FDES x Agenda 21

World Bank environmental indicators

World Bank, 1995 Indicadores ambientais/sociais

Indicadores vinculados a metas de sustentabilidade (indicadores de desempenho)

Conceito de riqueza das nações inclui capitais humano, produzido pelo homem, natural e social

PSR x critérios sociais, econômicos e institucionais

CSD Working List of Indicators of Sustainable Development

United Nations Department of Economic and Social Affairs - UNDSD/DESA, 1996

(Programa de Trabalho em Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – 1995 a 2000)

134 indicadores de desenvolvimento sustentável + f ichas metodológicas, para tornar indicadores de desenvolvimento sustentável acessíveis aos agentes de decisão em nível nacional

DSR x capítulos da Agenda 21

1 Inter-governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics.

Page 248: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 2 – Principais iniciativas internacionais de desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade 2

Organização/ iniciativa

Publicação/data Foco/objetivo Estrutura analítica específica

Scientific Committee on Problems of the Environment (SCOPE)

MOLDAN;BILLHARZ, 1997 Indicadores de desenvolvimento sustentável

Expanding the measure of wealth. Indicators of environmentally sustainable development.

World Bank, 1997 Indicadores ambientais/sociais

Novas estimativas de riqueza nacional

Análise detalhada de mudanças em subsídios com conseqüências ambientais

Progresso no conceito de capital social

Expandir o conjunto de indicadores do World Development Indicators

Continuidade do trabalho em contabilidade de recursos e indicadores de sustentabilidade.

The Balaton Group

MEADOWS, 1998 Indicadores de desenvolvimento sustentável

CSD Theme Indicator Framework

United Nations Department of Economic and Social Affairs - UNDSD/DESA, 1999

57 indicadores de desenvolvimento sustentável, arranjados em 15 temas e 38 sub-temas, para tornar Indicadores de desenvolvimento sustentável acessíveis aos agentes de decisão em nível nacional

Estrutura Temática (indicadores segundo quatro dimensões principais: aspectos econômicos, ambientais, sociais e institucionais)

World Bank Environmental Performance indicators

SEGNESTAM, 1999

monitorar e avaliar os efeitos ambientais (desempenho) de atividades apoiadas pelo World Bank

input-output-impact x temas ambientais representativos para o World Bank

European Environment Agency

EEA, 1999 Indicadores ambientais DPSIR

Towards Environmental Pressure Indicators

Eurostat, 1999 Indicadores ambientais

60 indicadores ambientais ( pressão humana sobre o ambiente ). Descrição abrangente das atividades humanas mais importantes que tem efeito negativo s obre o ambiente.

DPSIR

Sustainable Development in the United States, An Experimental Set of Indicators (report)

SDI Group2 (1998; 2001) indicadores de desenvolvimento

sustentável para os Estados Unidos

(www.sdi.gov)

Dashboard of Sustainability

JRC3/CGISD

4 do IISD

5, 2001 Apresentação gráfica de indicadores de

desenvolvimento sustentável

Environmental pressure indicators for the EU - 1985-1998

Eurostat, 2001 Indicadores ambientais

48 indicadores cobrindo as mais importantes pressões humanas sobre o ambiente, mostrando tendências e a contribuição dos

DPSIR

2 Interagency Working Group on Sustainable Development Indicators.

3 Joint Research Centre (http://earthwatch.unep.net/indicators/index.html#European Commission, Joint Research)

4 Consultative Group on Sustainable Development Indicators (http://iisd1.iisd.ca/cgsdi/)

5 International Institute for Sustainable Development.

Page 249: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 2 – Principais iniciativas internacionais de desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade 3

Organização/ iniciativa

Publicação/data Foco/objetivo Estrutura analítica específica

diferentes setores da economia nestas pressões.

Energy and environment indicators

Eurostat, 2002 Mais de 80 indicadores ambientais (relacionados a energia) res pondem à demanda da do Conselho de Energia da união Européia feita em 1999.

Dados agregados, calculados para os 15 países da União Européia, com séries de dados até 2000.

DPSIR

Key ‘headline’ indicators of sustainable development

UK GOVERNMENT, 1999 Indicadores de desenvolvimento sustentável para o Reino Unido

15 indicadores -chave de desenvolvimento sustentável

+ 147 indicadores nacionais (core set)

+29 indicadores locais

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKKES, J. A.; VAN DEN BORN, G.J.; HELDER, J.C.; SWART, R.J.; HOPE, C.W.; PARKER, J.D.E. An Overview of Environmental Indicators: State of the art and perspectives. RIVM/UNEP. UNEP/EATR.94-01. 1994.

EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY – EEA (1999). Environmental indicators: typology and overview. Technical report No 25. Copenhagen, 1999. 19 pp.

EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Energy and environment indicators - 1985 - 2000. EUROSTAT, Luxembourg, 2002.

EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Environmental pressure indicators for the EU - 1985 - 1998. EUROSTAT, Luxembourg, 2001. 2 ed.

EUROPEAN UNION STATISTICAL OFFICE- EUROSTAT. Towards Environmental Pressure Indicators. EUROSTAT, Luxembourg, 1999.

HAMMOND, A. L. et al. A systematic approach to measuring and reporting on environmental policy performance in the context of sustainable development. World Resources Institute (WRI), Washington D.C., 1994. 50 pp.

INTER-GOVERNMENTAL WORKING GROUP ON THE ADVANCEMENT OF ENVIRONMENT STATISTICS. Report of the Fourth meeting of the Inter-Governmental Working Group on the Advancement of Environment Statistics. 1995. (a lista de indicadores está disponível no site Internet http://unstats.un.org/unsd/ENVIRONMENT/indicators.htm, última atualização em 2002)

INTERNATIONAL INSTITUTE FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - IISD/ CONSULTATIVE GROUP ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT INDICATORS - CGSDI (s.d.) The Dashboard of Sustainability. (Site Internet http://iisd1.iisd.ca/cgsdi/dashboard.htm, consultado em julho de 2002, sem data de atualização).

MEADOWS, D. (1998). Indicators and information systems for sustainable development. A report to The Balaton Group. The Sustainability Institute, 1998.

Page 250: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 2 – Principais iniciativas internacionais de desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade 4

MOLDAN, B.; BILLHARZ, S. (editors). Sustainability Indicators: Report of the project on Indicators of Sustainable Development. SCOPE 58. John Wiley & Sons, Chichester and New York, 1997. 415 pp.

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Core set of indicators for environmental performance reviews. A synthesis report by the Group on the State of the Environment. Environment Monographs n. 83. 1993. 39 pp.

SEGNESTAM, L. Environmental Performance Indicators: a second edition note (on the Performance Monitoring Indicators Handbook, 1996). Environment Department Paper n. 71. Environmental Economics Series. The World Bank, Washington, D.C. October 1999. 52 p.

THE WORLD BANK. Expanding the measure of wealth. Indicators of environmentally sustainable development. (Work in progress for public discussion) Environmentally Sustainable Development Studies and Monographs Series, Number 17. The World Bank, Washington, D.C. June 1997. 122pp.

THE WORLD BANK. Monitoring Environmental Progress: A Report on Work In Progress. ESD - Environmentally Sustainable Development. The World Bank, Washington, D.C. 1995. 82 p.

THOMAS, C.; TENNANT, T.; ROLLS, J. The GHG Indicator: UNEP Guidelines for Calculating Greenhouse Gas Emissions for Businesses and Non-Commercial Organisations. UNEP Financial Services Initiatives. June 2000.

U.S. INTERAGENCY WORKING GROUP ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT INDICATORS. Sustainable Development in the United States: An Experimental Set of Indicators. SDI Group Report. Washington, D.C., September 2001.

UNITED KINDOM GOVERNMENT A better quality of life: A strategy for sustainable development for the UK. Cm 4345. The Stationery Office, London. 1999.

UNITED NATIONS DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS - UNDSD/DESA . CSD Working List of Indicators of Sustainable Development. 1996. (a lista está disponível no site Internet http://www.un.org/esa/sustdev/indisd/english/worklist.htm, sem data de atualização).

UNITED NATIONS DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS. UN CSD Theme Framework and Indicators of Sustainability. Final Draft. PriceWaterhouseCoopers for Division for Sustainable Development, November 18, 1999.

UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME - UNDP. Human Development Report . 1990.

VINOGRAD, M. Environmental indicators for Latin American and the Caribbean: toward land use sustainability. World Resources Institute (WRI), Washington D.C., 1995. 84 pp.

WACKERNAGEL, M; REES, W. Our ecological footprint: reducing human impact on the Earth. The new catalyst bioregional series, v.9. New Society Publishers, Gabriola Island, B.C., Canada. 160 pp. 1995.

Page 251: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

APÊNDICE 3

ESTRUTURA DA UN WORKING LIST OF INDICATORS OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT, (A PARTIR DE UNDSD/DESA, 1996)

Capítulos da Agenda 21 Indicadores DRIVING FORCE

Indicadores STATE

Indicadores RESPONSE

Categoria: Aspectos Sociais

Capítulo 3: Combate à pobreza

Capítulo 5: Dinâmica demográfica e sustentabilidade

Capítulo 36: Promoção da educação, conscientização pública e treinamento

Capítulo 6: Proteção e promoção da saúde humana

Capítulo 7: Promoção do desenvolvimento sustentável de assentamentos humanos

Categoria: Aspectos Econômicos

Capítulo 2: Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável em países e políticas domésticas relacionadas

Capítulo 4: Alteração de padrões de consumo

Capítulo 33: Recursos e mecanismos financeiros

Capítulo 34: Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e capacitação

Categoria: Aspectos Ambientais

Capítulo 18: Proteção da qualidade e suprimento de recursos de água doce

Capítulo 17: Proteção dos oceanos, mares e areas costeiras

Capítulo 10: Abordagem integrada do planejamento e gerenciamento de recursos de solo

Capitulo 12: Gerenciamento de ecossistemas frágeis: combate à desertificação e seca

Capítulo 13: Gerenciamento de ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável de áreas montanhosas

Capítulo 14: Promoção de agricultura e desenvolvimento rural sustentáveis

Capítulo 11 : Combate ao desmatamento

Capítulo 15: Conservação de diversidade biológica

Page 252: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 3 – UN Working List of Indicators of Sustainable Development 2

Capitulo 16: Gerenciamento ambientalmente saudável de biotecnologia

Capítulo 9: Proteção da atmosfera

Capítulo 21: Gerenciamento ambientalmente saudável de resíduos sólidos e aspectos relacionados a esgoto

Capítulo 19: Gerenciamento ambientalmente saudável de substâncias químicas tóxicas

Capítulo 20: Gerenciamento ambientalmente saudável de resíduos perigosos

Capítulo 22: Gerenciamento seguro e ambientalmente saudável de resíduos radioativos

Categoria: Aspectos Institucionais

Capítulo 8: Integração de aspectos ambientais e de desenvolvimento na tomada de decisão

Capítulo 35: Ciência para desenvolvimento sustentável

Capítulo 37: Mecanismos nacionais e cooperação internacional para capacitação em países em desenvolvimento

Capítulo 38: Arranjos institucionais internacionais

Capítulo 39: Instrumentos e mecanismos legais internacionais

Capítulo 40: Informação para tomada de cedisão

Capítulo 23-32: Fortalecimento do papel dos agentes/grupos principais

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNITED NATIONS DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS - UNDSD/DESA . CSD Working List of Indicators of Sustainable Development. 1996. (a lista está disponível no site Internet http://www.un.org/esa/sustdev/indisd/english/worklist.htm, sem data de atualização).

Page 253: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

APÊNDICE 4

CSD THEME INDICATOR FRAMEWORK (UNDSD, 2001).

Aspectos Sociais

Tema Sub-tema Indicador

Percentagem da população vivendo abaixo da linha da pobreza

Índice Gini - expressão de desigualdade na distribuição (=concentração) de renda

Pobreza (3)

Taxa de desemprego

Igualdade

Igualdade de gênero (24) Relação entre salário médio de homens e de mulheres

Estado nutricional Estado nutricional de crianças

Taxa de mortalidade abaixo de 5 anos de idade Mortalidade

Expectativa de vida

Condições sanitárias Percentagem da população com facilidades adequadas para disposição de esgoto

Água potável População com acesso a água potável

Porcentagem da população com acesso a facilidade de atendimento médico básico

Imunização contra doenças infecciosas infantis

Saúde (6)

Atendimento médico

Taxa de prevalência de contraceptivos (porcentagem de mulheres em idade reprodutiva que utiliza algum método contraceptivo)

Crianças alcançando a 5a série do primeiro grau Nível de escolaridade

Nível de adultos alcançando a educação secundária

Educação (36)

Alfabetização Taxa de alfabetização de adultos

Habitação (7) Condições de vida Área construída por pessoa

Segurança Criminalidade (36, 24) Número de crimes registrados por cada 100.000 habitantes

Taxa de crescimento populacional População (5) Mudança de população

População de assentamentos urbanos formais e informais

Aspectos Ambientais

Tema Sub-tema Indicador Mudança climática Emissão de gases causadores de efeito estufa

Dano à camada de ozônio Consumo de substâncias nocivas à camada de ozônio

Atmosfera (9)

Qualidade do ar Concentração ambiental de poluentes do ar em zonas urbanas

Área arável e de pecuária permanente

Uso de fertilizantes

Solo (10) Agricultura (14)

Uso de pesticidas agrícolas

Page 254: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 4 – United Nations CSD Theme Indicator Framework 2

Área de florestas, em percentagem de área de solo

Florestas (11)

Intensidade de exploração madeireira

Desertificação (12) Solo afetado por desertificação

Urbanização (7) Área de assentamentos urbanos formais e informais

Concentração de algas em águas costeiras Zona costeira

Percentagem da população total vivendo em áreas costeiras

Oceanos, mares e costas (17)

Pesca Quantidade de pesca anual das principais espécies

Quantidade de água Redução anual de água superficial e subterrânea, em percentagem da água total disponível

Demanda bioquímica por oxigênio em corpos d´água

Água doce (18)

Qualidade da água

Concentração de coliformes fecais em água doce

Área de ecosistemas -chaves selecionados Ecosistemas

Área protegida em % da area total

Biodiversidade (15)

Espécies Abundância de espécies -chaves selecionadas

Aspectos Econômicos

Tema Sub-tema Indicador PIB per capita Desempenho econômico

Parcela de investimento em % PIB

Comércio Balança comercial em mercadorias e serviços

Relação débito externo/PIB

Estrutura econômica (2)

Status financeiro (33)

Total de auxílios oficiais para o desenvolvimento (ODA) dado ou recebido, em porcentagem do PIB

Consumo de materiais Intensidade de uso de materiais

Consumo anual de energia per capita

Parcela de consumo de recursos de energia renovável

Uso de energia

Intensidade de uso de energia

Geração de resíduos industriais e de resíduos sólidos municipais

Geração de resíduos perigosos

Geração de resíduos radioativos

Geração e gestão de resíduos (19-22)

Reciclagem e reuso de resíduos

Padrões de consumo e produção (4)

Transporte Distância percorrida per capita por modo de transporte

Aspectos Institucionais

Tema Sub-tema Indicador Implementação estratégica de desenvolvimento sustentável (8)

Estratégia nacional para o desenvolvimento sustentável

Estrutura institucional (38, 39)

Cooperação internacional Implementação de acordos internacionais ratificados

Capacidade institucional (37)

Acesso a informação (40) Número de assinantes de Internet em cada 1.000 habitantes

Page 255: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 4 – United Nations CSD Theme Indicator Framework 3

Infraestrutura de informação (40)

Linhas telefônicas em cada 1.000 habitantes

Ciência e Tecnologia (35) Gastos em P&D, em % do PIB

Preparo para reagir a desastres

Perdas humanas e econômicas devido a desastres naturais

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNITED NATIONS DIVISION OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT - UNDSD. Indicators of sustainable Development: Framework and methodologies. Background Paper n.3. DESA/DSD/2001/3. April 2001. 294 pp. (também disponível no site Internet http://www.un.org/esa/sustdev/indisd/isdms2001/table_4.htm, atualizado em 06/09/2001)

Page 256: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

APÊNDICE 5

O MODELO PRESSÃO-ESTADO-RESPOSTA - PSR (OECD, 1991)

O modelo pressão-estado-resposta (Pressure-State-Response) ou PSR (Figura 1) é uma

adaptação feita no âmbito da OECD (1991; 1993) do modelo stress-response proposto em

1979 por Tony Friend e David Rapport para analisar as interações entre pressões ambientais,

o estado do ambiente e respostas ambientais.

O modelo PSR baseia-se no conceito de causalidade, isto é: as atividades humanas exercem

pressões sobre o ambiente (como emissões poluentes e alteração no uso do solo) que

induzem alterações no estado do ambiente, isto é: mudam a quantidade e a qualidade dos

recursos naturais. Diante destas mudanças, a sociedade responde às alterações nas pressões

ou no estado do ambiente através de políticas ambientais, econômicas e setoriais, de

programas para evitar, reduzir ou mitigar pressões ou danos ambientais e de mudanças de

conscientização e comportamento (OECD, s.d.).

Figura 1 – Modelo Pressão-Estado-Resposta - PSR (OECD, s.d.).

Da perspectiva de políticas públicas, os indicadores de pressão são normalmente

considerados como o ponto de partida para lidar como aspectos ambientais, e, do ponto de

vista de indicadores, são normalmente os mais facilmente disponíveis para análise, uma vez

Pressão

Pressões indiretas

Atividades Humanas § energia § transporte § indústria § agricultura

§ outros

Estado do ambiente e de recursos naturais

Condições e tendências § ar, água § solo § fauna § rec. naturais § saúde humana § condições de vida

Agentes econômicos e ambientais § administrações § famílias § corporações § nacional

§ internacional

Estado Resposta

informação

decisões/ações

(respostas sociedade)

Pressões Diretas

geração poluentes/resíduos

recursos

informação

decisões/ações

(respostas sociedade)

Page 257: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 5 – O modelo pressão-estado-resposta - PSR 2

que podem ser derivados de base de dados sócio-econômicas, ambientais e outras bases de

monitoramento.

Estado refere-se à condição do ambiente resultante das pressões, como por exemplo: os

níveis de poluição do ar, desmatamento ou degradação do solo. O estado do ambiente, por

sua vez, afeta a saúde e o bem-estar humanos, assim como o tecido sócio-econômico da

sociedade. Por exemplo: o aumento na degradação do solo levará a um ou a uma

combinação de: redução na produção de alimentos, aumento de importação de alimentos,

aumento no uso de fertilizantes, desnutrição etc. Estes indicadores devem ser projetados

para responder às pressões e, ao mesmo tempo, facilitar a ação corretiva.

O componente de respostas relaciona as ações da sociedade para mitigar ou evitar impactos

ambientais negativos, corrigir danos existentes ou conservar recursos naturais. Estas

respostas podem incluir ação regulamentadora, investimento ambiental ou em pesquisa,

opinião pública ou preferência de consumo responsável, alterações em estratégias de gestão,

geração de informação ambiental etc. As respostas devem ser projetadas para atuar sobre as

pressões identificadas, mas podem também modificar os indicadores de estado (NSSD, s.d.).

O modelo PSR é largamente aceito e utilizado para estudo de problemas ambientais.

Conforme o objetivo e a necessidade da aplicação, o modelo PSR pode ser ajustado para

proporcionar uma análise mais abrangente ou detalhar um ponto específico. As suas

atualizações e modificações posteriores surgiram da dificuldade de diferenciar entre

indicadores de pressão e indicadores de estado; e principalmente, da necessidade de

expandir a estrutura original para descrever e acomodar as múltiplas dimensões do

desenvolvimento sustentável. Apenas para citar algumas propostas de modificação do

modelo PSR, a EPA (1994) propôs ampliar a estrutura para incluir os efeitos das alterações

do estado do ambiente (pressure-state-response/effects). O United Nations Environment

Programme - UNEP (1994) discutiu o desenvolvimento de um modelo pressure-state-

impact-response (PSIR) e O'Connor (1994) modificou o modelo PSR para desenvolver uma

“matriz de sustentabilidade”.

A experiência da OECD no desenvolvimento de indicadores, particularmente a estrutura

PSR, influenciou ou foi de alguma maneira adaptada em diversos trabalhos similares

subseqüentes.

Page 258: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 5 – O modelo pressão-estado-resposta - PSR 3

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - EPA. A Conceptual Framework to Support the Development and Use of Env ironmental Information. Environmental Statistics and Information Division. Office of Policy, Planning and Evaluation. EPA 230-R-94-012. USEPA, Washington D.C., 1994.

NATIONAL STRATEGIES FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT - NSSD. Pressure State Response Frameworks. s.d. (Site Internet http://www.nssd.net/references/SDInd/PSR.html. sem data de atualização).

O'CONNOR, J.C. Environmental performance monitoring indicators. In: Monitoring Progress on Sustainable Development. In: A User-Oriented Workshop, 22-23 Sept., The World Bank, Washington D.C. 1994.

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Core set of indicators for environmental performance reviews. a synthesis report by the Group on the State of the Environment. Environment Monographs n. 83. 1993. 39 pp.

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. OECD Council Recommendation on Environmental Indicators and Information. 1991.

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT - OECD. Using the Pressure-State-Response model to develop indicators of sustainability. OECD Framework for environmental indicators. OECD Environment Directorate – State of the Environment Division, Paris. 11pp. s.d.

UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME - UNEP. 1994. World Environment Outlook: Brainstorming Session. ENEP/EAMR. 94-5. Env. Assessm. Prog., Nairobi. 18 pp.

Page 259: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

APÊNDICE 6

ESTRUTURAS ANALÍTICAS FDES1 E FISD, UTILIZADAS PELA UNITED NATIONS STATISTICAL DIVISION - UNSTAT.

A Framework for the Development of Environmental Statistics (FDES) (UNSTAT, 1984) é

uma matriz que organiza horizontalmente as categorias de info rmação (atividades sócio-

econômicas; impactos e efeitos; respostas; inventários, estoques e condições anteriores) e

verticalmente os grupos de indicadores. Neste caso, foram seguidos os temas da Agenda 21

(aspectos sociais e demográficos; recursos naturais, assentamentos humanos e desastres

naturais).

Tabela 1 – Framework for the Development of Environmental Statistics (FDES).

Categorias de informação FDES

Componentes ambientais

A. Atividades sócio-

econômicas, eventos

B. Impactos e efeitos

C. Respostas aos impactos

D. Inventários, estoques, contexto

1. Flora 2. Fauna 3. Atmosfera 4. Água

Água doce Água do mar

5. Solo a) camada superficial b) abaixo da superfície

6. Assentamentos humanos

A Framework for Indicators of Sustainable Development (FISD) combina os temas da

Agenda 21 da ONU com a FDES, reconhecida internacionalmente. A FISD foi utilizada

como um primeiro passo de organização de indicadores de sustentabilidade, que

oportunamente evoluiria para conter uma lista padrão de indicadores.

1 http://unstats.un.org/unsd/ENVIRONMENT/indicators.htm, consultado em julho de 2002, atualizado em 2002.

Page 260: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 6 – Estruturas FDES e FISD 2

Tabela 2 – Framework for Indicators of Sustainable Development (FISD).

Categorias de informação FISD Temas da Agenda 21 A. Atividades

sócio-econômicas,

eventos

B. Impactos e efeitos

C. Respostas aos impactos

D. Inventários, estoques, contexto

Aspectos econômicos

Aspectos Sociais/demográficos

Ar/clima

Solo

Água

Outros recursos naturais

Resíduos

Assentamentos humanos e desastres naturais

Apoio institucional

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNITED NATIONS STATISTICAL DIVISION - UNSTAT. A Framework for the Development of Environment Statistics. 1984.

BARTELMUS, P. Quantitative aspects of sustainable development. In: “Statistics for Environmental Policy” Course, Chapter 2: Quantitative Aspects of Sustainable Development. The Munich Centre for Advanced Training, Munich, p. 6-16, 1997.

Page 261: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 1/19

APÊNDICE 7

LISTA DE INDICADORES (REVISADA APÓS CONSULTA PÚBLICA)

A lista de indicadores apresentada a seguir resulta da revisão feita na lista preliminar submetida à consulta às partes interessadas. As porcentagens indicam os fatores de ponderação obtidos na consulta. Para alguns itens, há sugestão de pontuação na coluna de unidades (“Unid”).

G. Gestão do processo 23%

Escala do impacto

Partes interessadas

IG1. – Consideração de aspectos de gestão ambiental e sustentabilidade no planejamento do processo 56%

Unid Meta

26% OK OK OK OK

OK

IG1.1. Implantação de práticas de melhoria ambiental do projeto

• Seleção de profissionais habilitados em questões de sustentabilidade de projeto, construção e operação

• Avaliação ambiental integrada ao processo de projeto Bônus – Previsão de orçamento para a realização de simulação do desempenho energético do edifício (planejamento)

Bônus – Realização de simulação de desempenho energético para otimizar projeto (projeto) Bônus – Uso inovador de estratégias de projeto e tecnologias para sustentabilidade, em resposta a necessidades regionais

específicas, projetos e sítios especiais; inovações e tópicos emergentes de projeto para a sustentabilidade (projeto). Nota: sugestão de rever os indicadores: não há indicadores de qualidade de projeto!

s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt) s/n (1pt)

17% OK

OK

OK

IG 1.2. Implantação de práticas de gestão ambiental no canteiro, incluindo:

IG1.2.1 A etapa de construção está observando os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental - SGA?

• Práticas de controle ambiental implementadas para:

• controle de poluição para o ar: controle de recepção, armazenamento e manuseio de materiais

• controle de poluição sonora

• controle de poluição de corpos d´água e sobrecarga da infraestrutura de águas pluviais

• gestão de RCD IG1.2.2. Supervisão planejada no canteiro para assegurar conformidade Bônus - Diretrizes referentes a práticas de controle dos impactos da construção em sítios com valor ecológico especificadas

nos documentos de construção e acima dos exigidos pela legislação

s/n (1pt) s/n (1pt) s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt) s/n (1pt)

18%

OK

IG 1.3. Sistema de gestão de resíduos de uso implantado (atribuição da administração do condomínio), incluindo orientação no manual do usuário/áreas comuns para elaboração de :

• política de gestão de resíduos de uso (minimização e destinação adequada) endossada pela administração do edifício e

s/n (1pt)

Page 262: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 2/19

OK OK

OK OK

disponível para todos os usuários

• ações para sensibilização de usuários para a minimização de resíduos de uso e separação para reciclagem

• procedimentos operacionais para a coleta e reciclagem de resíduos de uso (material de consumo de escritório, cobrindo papel, tonners e cartuchos de impressora e plásticos).

• condução de auditoria trimestral da geração de resíduos no uso do edifício

• disseminação trimestral de informações sobre minimização e separação de resíduos de uso

s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt) s/n (1pt)

21%

OK OK

OK

OK OK

IG 1.4. Sistema de gestão de uso de água implantado, incluindo orientação no manual do usuário/áreas comuns para elaboração de :

• política de conservação de água endossada pela administração do edifício e disponível para todos os usuários

• ações para sensibilização de usuários para a conservação de água

• monitoramento semanal em relação a dados históricos, com disseminação trimestral de informações sobre uso e economia de água

• condução de auditoria externa anual do uso de água do edifício

• estabelecimento e implementação de procedimentos de manutenção cobrindo todos os sistemas e equipamentos consumidores de água. Manter registros completos de manutenção.

s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt) s/n (1pt)

18%

OK

OK OK

OK

OK

IG 1.5. Sistema de gestão de uso de energia implantado, incluindo orientação no manual do usuário/áreas comuns para elaboração de :

• política de conservação de energia endossada pela administração do edifício e disponível para todos os usuários

• ações para sensibilização de usuários para a conservação de energia

• monitoramento mensal em relação a dados históricos, com disseminação trimestral de informações sobre uso e economia de energia

• condução de auditoria externa anual do uso de energia do edifício

• estabelecimento e implementação de procedimentos de manutenção cobrindo todos os sistemas e equipamentos consumidores de energia. Manter registros completos de manutenção.

s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt)

IG2. Integração de práticas de controle de qualidade ao processo 44% Unid Meta 33% OK

IG2.1. Controle de qualidade no projeto

IG2.1.1 Coordenação dos projetos

s/n (1pt)

22% OK

OK

IG2.2 Controle de qualidade na execução IG2.2.1 A etapa de construção está observando os requisitos de um Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ?

• Práticas de controle de qualidade implementadas

IG2.2.2 Supervisão planejada para assegurar conformidade

s/n (2pt) s/n (1pt)

25%

OK OK

IG 2.3. Planejamento da operação e manutenção do edifício

PReq - Provisão de desenhos as-built completos e manual do usuário documentado

• Treinamento do pessoal de manutenção e operação

• Estabelecimento de programa de manutenção preventiva dos sistemas e equipamentos consumidores de água e energia,

s/n (1pt)

s/n (1pt)

Page 263: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 3/19

OK

incluindo checagem regular de controles, filtros e limpeza. Manter registros completos de manutenção

• Provisão de facilidades adequadas para as atividades de manutenção (acesso para inspeção e manutenção de elementos críticos, previsão de shafts , áreas técnicas e sala de controle, entre outros )

s/n (1pt)

20% OK OK

IG 2.4. Ajuste de desempenho de sistemas prediais pré-ocupação

• Realização de teste de sistemas de condicionamento e ventilação artificial

• Desenvolvimento de protocolos de verificação de conformidade de desempenho pré-entrega por profissional habilitado

s/n (1pt)

s/n (1pt)

A. Indicadores ambientais (vida útil edifício = 50 anos) 21%

Escala do impacto

Partes interessadas

IA1. Consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do edifício, por ano do ciclo de vida 52%

Unid Meta

20% OK OK OK OK

OK

IA 1.1. Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade locais IA 1.1.1 Área total de solo ocupado + afetado pelo edifício e atividades relacionadas IA 1.1.2 Área não construída, em relação à área non edificandi prescrita pela legislação local IA 1.1.3. Em sítios desenvolvidos anteriormente, área de (restauração) plantio de vegetação nativa ou adaptada, em relação à

área não construída IA 1.1.4. Em sítios não desenvolvidos anteriormente, área de perturbação (incluindo movimentos de terra e limpeza de

vegetação), em relação à área do terreno IA 1.1.5. % de área não afetada pelo empreendimento (projeção do edifício, vias de acesso e estacionamento), em que a

biodiversidade e a ecologia originais (% de árvores com diâmetro de tronco acima de 100 mm, cercas-vivas, lagoas, córregos etc) foram mantidas e adequadamente protegidas durante a construção

m2 m2 %

%

%

15%

OK

OK

OK

IA 1.2. Uso de energia durante o uso e operação do edifício

IA 1.2.2. Energia não renovável utilizada na construção do edifício (indicada no medidor), por m2 construído

IA 1.2.3. Energia não renovável utilizada na operação do edifício (indicada no medidor), por m2 construído

IA 1.2.4. Energia utilizada na operação do edifício proveniente de fontes renováveis integradas ou diretamente conectadas ao edifício (% consumo)

GJ/m2 *ano

GJ/m2 *ano

%

Page 264: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 4/19

21% OK OK OK

OK

OK

OK

IA 1.3. Consumo de água e gestão de efluentes ao longo do ciclo de vida (Ver Preq) IA 1.3.1 Consumo de água na fase de canteiro, por m2 construído IA 1.3.2 Consumo de água na operação do edifício (exceto irrigação) IA 1.3.3. Consumo de água para irrigação

IA 1.3.4. Volume de água da chuva captada e utilizada para irrigação Bônus: no estado atual de conhecimento no país o reuso de água, principalmente água cinza, ainda é um aspecto complicado, mas há

vários estudos em desenvolvimento Bônus - Volume de água da chuva/água cinza captada, tratada e reutilizada na fase de canteiro (lavagem) Bônus - Volume de água da chuva/água cinza captada, tratada e reutilizada na operação do edifício (usos secundários, exceto

irrigação)

m3/m2 m3/m2 *ano m3/m2 *ano

% consumo irrigação

% consumo canteiro

% consumo operação

14%

OK

IA 1.4. Consumo de materiais de construção (discriminar segundo materiais principais: concreto; vidro; alvenaria;argamassa;alumínio) IA 1.4.1 Consumo de materiais por unidade de área útil construída (área de carpete)

kg/m2 ou m3/m2

15%

OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK

IA 1.5. Responsabilidade no uso de materiais de construção (ver PReq) PReq - Não utilização de sistemas de combate a incêndio a base de Halon

IA 1.5.1 - Não utilização de asbestos

IA 1.5.2 - Não utilização de isolantes (ou componentes que contenham isolantes) que liberem CFCs durante a produção

IA 1.5.3 - Não utilização de refrigerantes a base de CFC no sistema de condicionamento artificial

IA 1.5.4 - Não utilização de madeiras constantes na lista de espécies ameaçadas (Portaria IBAMA 37N de 1992)

IA 1.5.5 Uso de materiais locais (<150 km) (% volume materiais totais e %custo total materiais)

• alternativa: Ton-Km de materiais principais = ton material x distância percorrida IA 1.5.6 Uso de materiais rapidamente renováveis (% volume materiais totais)

IA 1.5.7 Parcela dos elementos-chave* em madeira obtidos de fontes bem manejadas (certificadas) ou em condições de reutilização * madeira compensada e painéis compensados, esquadrias, piso, acabamentos, e construção temporária não

alugada tais como escoras e fôrmas para concreto, bandejões e barreiras de pedestres)

IA 1.5.8 Uso de materiais reutilizáveis, recicláveis ou biodegradáveis, para conservar energia incorporada e reduzir consumo de recursos naturais (% volume materiais totais).

IA 1.5.9 Uso de materiais e produtos com conteúdo reciclado (% volume materiais totais)

IA 1.5.10 Seleção de materiais usados internamente (revestimentos, isolamento, colas, adesivos e solventes, pinturas, impermeabilizantes) com base em emissão de compostos orgânicos voláteis (VOCs) e partículas respiráveis

Bônus - Reutilização de materiais e componentes em condições adequadas, para reduzir consumo de recursos naturais e energia incorporada (% volume materiais totais).

s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt)

s/n (1pt)

%vol e %$

ton.Km

% %

%

%

s/n (1pt)

s/n (1pt) e %

14% IA 1.6. Perdas registradas nos serviços principais (difícil mensuração no momento)

IA 2. Cargas ambientais geradas ao longo do ciclo de vida do edifício, por ano do ciclo de vida 48% Unid Meta

Page 265: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 5/19

13% IA 2.1. Emissão de substâncias causadoras de Efeito Estufa (GHGs) (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA) kg CO2 eq/m2 *ano

13% IA 2.2. Emissão de substâncias que provocam Dano à Camada de Ozônio (ODS) (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA)

Nota: Item 2.2 substituído por verificação de uso de isolantes cuja produção libere CFC, refrigerantes a base de CFC e PReq de não usar sistemas de combate a incêndio a base de Halon na sessão “Materiais”

g CFC-11 eq/m2 *ano

10% IA 2.3. Emissão causadora de acidificação (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA) Nota: Substituir itens 2.1 e 2.3 por verificação de uso de boilers e geradores a base de combustíveis fósseis...

kg. SO2 eq/m2 *ano

11% IA 2.4. Emissão formadora de foto-oxidantes (formação de ozônio fotoquímico (smog)) (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA)

g etileno eq/m2 *ano

11% IA 2.5. Emissão com potencial de eutroficação (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA) Kg fosfato eq/m2 *ano

18% IA 2.6. Emissão de substâncias carcinogênicas (dano à saúde humana) (difícil mensuração no momento; necessita dados de LCA) teq benzeno/ m2 *ano

12%

OK OK

OK

OK

OK

OK

IA 2.7. Resíduos sólidos IA 2.7.1. % massa do material removido na limpeza do terreno que recebeu disposição adequada IA 2.7.2. % massa dos resíduos gerados por demolição (inclui desconstrução do canteiro) que foram reciclados, recuperados

para reutilização e/ou encaminhados para reciclagem ou reutilização externa

IA 2.7.3. Resíduos de construção gerados, por unidade de área útil construída e como parcela da massa de materiais

adquiridos IA 2.7.4. % massa dos RCD (fora madeira) que foram reutilizados ou reciclados dentro do próprio canteiro IA 2.7.5. % massa dos RCD (fora madeira) que foram encaminhados para reciclagem ou reutilização externa (inclui

embalagens) IA 2.7.6. % massa de madeira recuperada dos RCD para reutilização futura ou encaminhada para reutilização externa

% %

m3/m2 e % mat adq %

% %

OK OK OK

IA 2.7.4 Resíduos de uso do edifício (papel, vidro, plástico e metais) por unidade de área útil construída (anualizado) por ocupante (anualizado)

• % massa de resíduos de uso separados e encaminhados para reciclagem externa

kg/m2 * ano kg/ocup * ano

%

12% OK

OK

OK OK

IA 2.8. Efluentes IA 2.8.1 Dispositivos para tratamento de água residual do processo de construção (água res idual de concretagem, água siltosa

etc) no próprio sítio, antes de ser encaminhada à rede pública IA 2.8.2 Dispositivos para retenção, absorção ou dispos ição de água da chuva no próprio terreno

Bônus: difícil de obter para esta tipologia, mas pode ser estímulo à consideração/adoção Bônus - Dispositivos para tratamento de água da chuva no próprio terreno antes de ser lançada na rede pública Bônus - Dispositivos para tratamento de resíduos sanitários (água negra) no próprio terreno antes de ser lançada na rede

pública

s/n (1pt)

s/n (1pt) s/n (1pt) s/n (1pt)

Page 266: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 6/19

S. Indicadores sociais 17%

Escala do impacto

Partes interessadas

S1. Impactos sobre os operários 30%

Unid Meta

28% OK não

pontua

IS1.1. Situação empregatícia IS1.1.1. Empregados formais/total

%

Não pontuar

OK, Não

pontua

IS1.1.2. Gastos com benefícios empregados formais (em % folha de pagamento empregados formais) %

33% OK OK

OK

IS1.2. Satisfação dos funcionários IS1.2.1. Implementação de prática para avaliação da satisfação de funcionários IS1.2.2. Satisfação média dos funcionários, estimada a partir de porcentagem satisfeita com relação a:

§ pontualidade no pagamento § pacote de salários e benefícios § saúde e segurança e qualidade do local de trabalho § igualdade de oportunidades e valorização de RH § relacionamento no longo prazo

IS1.2.3. Programa para melhoria contínua da satisfação dos funcionários

5pts s/n (1pt) (1pt) %satisfeitos %satisfeitos %satisfeitos %satisfeitos %satisfeitos s/n (1pt) (1pt)

>80% >80% >80% >80% >80%

39%

OK

OK

IS1.3. Saúde ocupacional, segurança e local de trabalho IS1.3.1. A empresa possui mecanismos para garantir que as condições de trabalho atendam ou excedam as exigências

de legislação trabalhista (quanto a infra-estrutura, limpeza, condições de trabalho, alimentação e descanso; e prevenção de acidentes e doenças do trabalho )?

• No canteiro?

• Na cadeia de fornecedores? (parte da política de homologação de fornecedores)

3pts

s/n (-1 a 1pt)

s/n (1pt)

OK IS1.3.2. Ocorrência de acidentes fatais e não fatais (incluindo trabalhadores sub-contratados), resultando em horas de trabalho perdidas

Acidentes não-fatais Acidentes fatais

Nota: no momento, o que há disponível em algumas empresas são dados de acidentes/número de funcionários

(qtd/1.000 hs trab) (qtd/1.000 hs trab)

0 0

OK IS1.3.4. Plano de Ação Emergencial, com equipamento e treinamento de funcionários sobre como proceder em caso de incidentes de emergência no local de trabalho

s/n (1pt)

S2. Impactos sobre os usuários do edifício (Qualidade do ambiente interno, qualidade dos serviços e qualidade do ambiente externo) 33% Unid Meta

41% IS2.1. Qualidade do ambiente interno

Page 267: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 7/19

IS 2.1.1 Qualidade do ar e ventilação

IS 2.1.1.1 Controle de umidade

• Umidade adequada para controle de microorganismos dentro do edifício

• Spray em torres de refrigeração, água parada em ramais de distribuição de sistemas de condicionamento e ventilação artificial etc

* PReq - Controle de microorganismos na água (Legionella) § manter temperatura >50oC nos ramais de distribuição e >60oC, nos dispositivos de acumulação. § controle de temperatura da água em reservatório

IS 2.1.1.2 Controle de poluentes

• Controle de fibras minerais

• Níveis de emissões de VOC em espaços internos

• Migração de poluentes do ar entre ocupações primária e secundária (especialmente áreas de reprografia, fumantes e armazenagem de resíduos)

• Localização de pontos de tomada de ar externo para sistemas de condicionamento e ventilação artificial

• Desempenho de filtros dos sistemas de condicionamento e ventilação artificial

IS 2.1.1.3 Ventilação e renovação de ar (nas áreas de ocupação primária)

• Taxa de renovação de ar (áreas condicionadas artificialmente)

• Eficiência da ventilação natural

§ Em áreas ventiladas naturalmente com ventilação unilateral

§ Em áreas ventiladas naturalmente com ventilação cruzada

IS 2.1.2. Conforto higrotérmico (nas áreas de ocupação primária)

IS 2.1.2.1 Humidade relativa nas áreas de ocupação primária

• Desvio em relação ao benchmark de UR durante aquecimento

• Desvio em relação ao benchmark de UR durante refrigeraç ão

IS 2.1.2.2 Velocidade do ar nas áreas de ocupação primária (no nível das zonas de ocupação - ~1,70m piso)

IS 2.1.2.3 Temperatura do ar ambiente nas áreas de ocupação primária

IS 2.1.2.4 Temperatura radiante média

IS 2.1.2.5 Temperatura efetiva (integra temperatura e umidade)

Page 268: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 8/19

IS 2.1.2.6 Homogeneidade de condicionamento artificial

• Assimetria radiante vertical

• Assimetria radiante horizontal

• Gradiente vertical de temperatura (faixa entre 0,10m e 1,70m)

• Diferença entre temperatura do ar e do piso (para temperatura do piso entre 19 e 29 oC)

oC oC oC oC

<10 oC

< 5 oC

< 4 oC

< 5 oC

IS 2.1.3. Conforto luminoso (nas áreas de ocupação primária)

IS 2.1.3.1 Iluminação natural nas áreas de ocupação primária

§ Etapa de projeto: % de postos de trabalho a uma certa distância da janela

§ Etapa de uso: fator de luz do dia a uma certa distância de janela (Ehi/Ehe)

% ?%

>75% a menos de 7 m da janela %

IS 2.1.3.2 Ofuscamento potencial nas áreas de ocupação primária Índice de ofuscamento. Não há consenso (vários modelos)

IS 2.1.3.3 Iluminação ambiente nas áreas de ocupação primária

§ Desvio do nível de iluminação ambiente em relação aos níveis recomendados (500 lux, NBR)

§ Homogeneidade de iluminação

o Coeficiente de uniformidade

o Fator e/h, onde e é a distância entre duas luminárias e h, a distância vertical entre a luminária e o plano de trabalho

§ Qualidade da iluminação

o Temperatura de cor (para escritórios, não se recomenda baixas temperaturas de cor)

o Índice de renderização de cores (IRC)

§ Minimização da área das zonas de controle de sistemas de iluminação

% % Adimensional oK Adimensional

m2

0% 80<IRC<100 (para boa percepção cromática) 12m2 ou a cada 4 postos de trabalho

IS 2.1.4. Conforto acústico

IS 2.1.4.1 Atenuação sonora através do envelope do edifício IS 2.1.4.2 Atenuação sonora entre áreas de ocupação primária IS 2.1.4.3 Ruído de equipamentos prediais nas áreas de ocupação primária

Leq=45dB(A) (NBR)

IS 2.1.5. Acesso visual ao exterior

IS 2.1.5.1 Acesso visual ao exterior a partir de áreas de ocupação primária

• % área de ocupação primária com acesso visual ao exterior

%área

Page 269: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 9/19

26% IS2.2. Qualidade do ambiente externo (dentro dos limites do terreno)

OK

IS 2.2.1 Acessibilidade e democratização do espaço construído

IS 2.2.1.1 Eliminação de barreiras físicas ao acesso e trânsito de pessoas com deficiência física ou dificuldades de locomoção no edifício e suas áreas externas

OK

OK

OK

IS 2.2.2 Humanização das áreas externas (dentro dos limites do terreno)

IS 2.2.2.1 Facilidades para sombreamento, lazer para usuários (escala qualitativa)

IS 2.2.2.2 Área verde (%área terreno e %área não construída)

IS 2.2.2.3 Implantação em função de climatologia (sol e vento) (escala qualitativa)

%

OK

OK

OK

IS 2.2.3 Contexto de transporte e acesso veicular de serviço

IS 2.2.3.1 Facilidades para pedestres

IS 2.2.3.2 Acesso a redes de transporte público ou medidas alternativas de transporte (em termos de freqüência e distância) (inserido na etapa de planejamento!)

IS 2.2.3.4 Acesso de serviço para veículos de entregas e coleta de resíduos

Freqüência (1pt) Distância (1pt) s/n (1pt) 1pt

32% IS2.3. Qualidade dos serviços

IS 2.3.1. Capacidade de manutenção do desempenho

IS 2.3.1.1 Seleção de materiais conforme o meio, e proteção de materiais contra agentes agressivos

IS 2.3.1.2 Potencial de manter desempenho dos sistemas prediais

§ Acesso a sistemas técnicos centrais, para manutenção e substituição

§ Acesso a sistemas técnicos distribuídos, para manutenção e substituição

§ Acesso a materiais e componentes de construção para manutenção e substituição

IS 2.3.1.3 Monitoramento de desempenho

§ Monitoramento de parâmetros de desempenho de sistemas-chave

§ Previsão de sistema de detecção de vazamentos cobrindo as principais fontes de água e gás

§ Previsão de medidas para reduzir vazamento de refrigerantes de sistema de ar condicionado (se aplicável)

Page 270: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 10/19

IS 2.3.2. Flexibilidade e adaptabilidade

IS 2.3.2.1 Facilidade de adaptação dos sistemas prediais a alterações dos requisitos dos usuários e evoluções tecnológicas

§ Facilidade de adaptação de sistemas de condicionamento e ventilação artificial

§ Facilidade de adaptação de sistemas de iluminação

§ Facilidade de instalação ou alteração de sistemas de telecomunicações

§ Facilidade de ligação futura a sistemas de energia renovável

§ Facilidade de ampliação

IS 2.3.2.2 Adequabilidade do layout da estrutura e divisões internas a alterações futuras

IS 2.3.2.3 Adequabilidade do pé-direito a alterações futuras

IS 2.3.2.4 Adequabilidade da capacidade de carga das lajes para outros usos

IS 2.3.2.5 Fim de vida com baixo impacto ambiental (providências para desmontabilidade e descontrução seletiva)

IS 2.3.3 Controlabilidade dos sistemas prediais

IS 2.3.3.1 Capacidade de operação parcial dos sistemas técnicos do edifício

IS 2.3.3.2 Capacidade de controlar aquecimento e refrigeração excessivos nas áreas de ocupação primária

IS 2.3.3.3 Nível de automação predial apropriado à complexidade dos sistemas

IS 2.3.3.4 Controlabilidade dos sistemas pelos usuários

• Área das zonas de controle de iluminação

• Área das zonas de controle de equipamento HVAC

• Área de janelas operáveis/área total de janelas

IS 2.3.4 Impacto em propriedades adjacentes e vizinhança imediata

IS 2.3.4.1 Impactos ambientais no terreno e propriedades adjacentes § Refletância de superfícies horizontais do edifício e área pavimentadas do terreno § Impacto do processo de construção em erosão do solo no terreno e sítios adjacentes § Impacto do paisagismo em erosão do solo e sítios adjacentes, no controle de uso de água em irrigação;

redução de ilhas de calor; redução de toxicidade no terreno (controle de pestes) e em projeto passivo

IS 2.3.4.2 Interferência negativa em acesso a sol e vento e no potencial de geração de energia solar

IS 2.3.4.3 Ruído do edifício afetando propriedades adjacentes

IS 2.3.4.4 Ruído durante a construção do edifício afetando propriedades adjacentes

IS 2.3.4.5 Número de reclamações ou notificações formais (ambientais ou por incômodo - ruído, acidentes, trânsito etc) recebidas devido a atividades de construção

Page 271: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 11/19

S3. Impactos sobre a sociedade 35% Unid Meta 33% IS 3.1. Relacionamento com a comunidade local

OK IS 3.1.1. Plano implementado para consulta da comunidade, incluindo número de reuniões e forma de comunicação s/n (1pt)

OK IS 3.1.2. Plano implementado para diálogo entre as partes interessadas, incluindo número de reuniões e forma de comunicação

s/n (1pt)

OK IS 3.1.3. Canteiro operou segundo padrões de gerenciamento de canteiro, segurança e consciência ambiental visando minimizar a perturbação à vizinhança imediata

s/n (2pt)

OK IS 3.1.4. Número de ações judiciais bem-sucedidas, movidas contra a empresa ou empregados por incidentes ou práticas relacionadas ao trabalho

(qtd)/ano

OK IS 3.1.5. Número de reclamações ou notificações formais (ambientais ou por incômodo) recebidas devido a atividades de construção

qtd)ano

OK IS 3.1.6 Empregos gerados (construção e operação) do edifício? Contratação de mão de obra local (%) Qtd/ano $/ano

OK IS 3.1.7 Oportunidades de negócios gerados pela construção e operação do edifício? Ex. coleta seletiva, abastecimento etc... Qtd/ano $/ano

OK IS 3.1.8 Jardins e espaços abertos à comunidade ou outras benfeitorias locais m2 jardim/m2 const $benfeitoria/m2 const

40% IS 3.2. Relacionamento com clientes e usuários finais

OK IS 3.2.1 Implementação de prática para avaliação da satisfação de clientes e usuários finais s/n (1pt) OK IS 3.2.2 Satisfação média dos usuários finais, estimada a partir de %satisfeitos quanto a:

§ Pontualidade na entrega § Qualidade do produto § Qualidade do ambiente interno § Qualidade do ambiente externo (dentro dos limites do terreno) § Atendimento pós-entrega § Custo anual de manutenção/operação

%satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita

85% 85% 85% 85% 85% 85%

OK IS 3.2.3 Satisfação média dos clientes (%satisfeita, para meta 85% satisfeitos), quanto a: § Pontualidade na entrega § Qualidade do produto § Retorno do investimento § Valor agregado

§ Comunicação eficiente § Relacionamento no longo prazo

%satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita

85% 85% 85% 85% 85%

Page 272: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 12/19

IS 3.2.4 Programa para melhoria contínua da satisfação dos clientes e usuários finais

26%

OK

IS 3.3. Relacionamento com fornecedores

OK IS 3.3.1. Satisfação média dos fornecedores, estimada a partir de porcentagem satisfeita com relação a: § pontualidade no pagamento § relação de trabalho § tratamento justo e igual entre fornecedores § comunicação eficiente § relacionamento no longo prazo

%satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita %satisfeita

80% satisfeitos 80% satisfeitos 80% satisfeitos 80% satisfeitos 80% satisfeitos

E. Indicadores econômicos 22%

Escala do impacto

Partes interessadas

E1. Produtividade no canteiro 31%

Unid Meta

OK

OK OK

IE1.1. Horas.homem/m2

IE1.2. Horas de retrabalho ou gastas em correção de defeitos pré-entrega (em % total de horas trabalhadas) IE1.3. Custo de retificação de defeitos pré-entrega (em % custo total obra)

HH/m2

% %

E2. Melhoria no produto oferecido 35% Unid Meta 50% IE2.1. Processo de projeto/construção

OK

OK

OK

OK

IE 2.1.1. Redução de prazos, com maior previsibilidade

• Tempo de conclusão do projeto/planejado

• Tempo de conclusão de construção/planejado

IE 2.1.2. Redução de custos ao longo do ciclo de vida, com maior previsibilidade

• Custo de construção § Custo real/planejado

• Custo de operação § Custo real/planejado

• Custo de manutenção § Custo real/planejado

%

% $/m2

%

$/m2 ano % $/m2 ano %

Page 273: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 13/19

OK

OK

IE 2.1.3. Minimização de defeitos IE2.1.3.1. No. de ocorrências de defeitos/problemas de qualidade na entrega

§ Tipo A (falha estrutural) § Tipo B (revestimentos e trincas)

§ Tipo C (revestimentos e trincas) § Tipo D (rejunte e pequenos defeitos)

IE2.1.3.2. No. de ocorrências de defeitos/problemas de qualidade ao final do período de retificação de defeitos (responsabilidade 5 anos)

§ Tipo A (falha estrutural) § Tipo B (revestimentos e trincas) § Tipo C (revestimentos e trincas)

§ Tipo D (rejunte e pequenos defeitos)

(qtd) (qtd) (qtd)

(qtd) (qtd)

(qtd) (qtd)

(qtd)

50% IE 2.2. Aumento da satisfação, bem-estar e valor para usuários finais e vizinhança

OK

OK OK

Não pontua

IE2.2.1. Satisfação média dos usuários finais, estimada por

• Número de reclamações por unidade de valor agregado

IE2.2.2. Satisfação média da vizinhança imediata, estimada por

• Número de reclamações por unidade de valor agregado

• Número de ações judiciais bem-sucedidas, movidas contra a empresa1 por unidade de valor agregado

(interface com IS 3.2.2 Satisfação média dos usuários finais e IS 3.2.3 Satisfação média dos clientes)

(qtd)/$)

(qtd)/$) (qtd)/$)

E3. Investimento, agregação de valor e benefícios da sustentabilidade 34% Unid Meta 38% IE 3.1. Valor agregado e retorno de capital

OK

OK OK OK

Não pontua

IE 3.1.1 Custo de produção, em m 2 “sustentável”/m2 convencional

IE 3.1.2 Valor de venda m2 “sustentável”/m2 convencional IE3.1.3 Valor agregado2 /unidade de valor de vendas IE3.1.4 Retorno médio do capital empregado

%

% $/$ . ano %/ano

1 Esta métrica é uma medida de comportamento anti-social da empresa.

2 Valor agregado ($/m2) = vendas ($/m2) – custo de mercadorias, matérias primas e serviços comprados ($/m2).

Page 274: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 14/19

28% IE3.2. Investimentos diretos e indiretos

OK OK OK

OK OK OK não

Pontua

IE3.2.1. % aumento do custo aceita como investimento em sustentabilidade IE3.2.2. % valor de materiais, produtos e serviços que fortalecem economia local (% total adquirido) IE3.2.3. % salários correspondente a recursos humanos locais (% total adquirido)

IE3.2.4. Relação empregos indiretos3/diretos IE3.2.5. Investimento em treinamento para empregados diretos (% da folha de pagamento (salários + benefícios)) IE3.2.6. Investimento físico na comunidade e/ou na vizinhança imediata: equipamento urbano, jardins públicos e outros

mecanismos de compensação (em % custo obra )4

(interface com IS 3.1. Relacionamento com a comunidade local)

% %

% % %

5%

34% IE 3.3. Benefícios resultantes de investimento em sustentabilidade

Ok Ok

Não pontua

IE3.3.1 Subsídios e benefícios fiscais recebidos (% custo obra) IE 3.3.2 Benefícios intangíveis, como aumento vida útil, redução nas contas de água e energia, ganho de produtividade,

redução de absenteísmo, redução de custos para destinação adequada de resíduos, benefício à imagem da empresa/edifício (%custo vida útil)

% %

% custo obra %custo v. útil

5%

BC. Comprometimento e proatividade 18%

Escala do impacto

Partes interessadas

BC1. Sustentabilidade como prioridade corporativa 23%

Unid Meta

43% BC1.1. A empresa possui um sistema de gestão ambiental implantado? (5 pts OU Itens a, b, c, d, e)

OK a) A empresa estabeleceu uma política de sustentabilidade corporativa, declarada por escrito e amplamente acessível, que inclui a declaração clara dos objetivos corporativos e a atribuição de responsabilidades quanto à sustentabilidade?

s/n (1pt)

OK b) A empresa estabeleceu metas específicas de sustentabilidade, a serem revisadas anualmente ; ex: • metas ambientais

o para redução no consumo de água

o para economia de energia o para minimização de resíduos

s/n (1pt)

3 Pessoal terceirizado, sub-contratado e outros empregos que desapareceriam uma vez cessadas as atividades , podendo incluir trabalhadores em transporte, comerciários , professores, etc.

4 Este indicador é uma medida do investimento na comunidade.

Page 275: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 15/19

o recuperação de embalagens o coleta seletiva nos escritórios e nos canteiros • metas sociais e econômicas:

o fazer consulta pública a comunidade sobre todos (ou n% do total) os projetos acima de determinada área o reduzir número de reclamações de clientes

o reduzir número de reclamações de funcionários o reduzir número de reclamações da comunidade/vizinhança imediata o reduzir desperdício e retrabalho

OK c) A empresa implementou estas metas na forma de um plano de ação para sustentabilidade? s/n (1pt)

OK d) A empresa possui um processo interno de auditoria de sustentabilidade? s/n (1pt)

OK e) A empresa comunica seu desempenho em relação à sustentabilidade de forma estruturada a todas as partes interessadas, de acordo com diretrizes reconhecidas de relato ambiental ou de sustentabilidade?

s/n (1pt)

26%

OK

BC1.2. A empresa publica um relatório anual de sustentabilidade verificado por parte independente? s/n (1pt)

31%

OK

OK

BC1.3. A empresa identificou indicadores próprios de desempenho em relação a sustentabilidade?

BC1.3.1. A empresa conhece o estado atual de suas atividades em relação a estes indicadores (diagnóstico)?

BC1.3.2. A empresa faz benchmark regular do seu desempenho em relação às melhores práticas do setor?

s/n (1pt) s/n (1pt) s/n (1pt)

BC2. Proatividade em sustentabilidade 20% Unid Meta 10%

OK BC2.1. A empresa investe na melhoria do seu desempenho em relação a sustentabilidade?

BC 2.1.1. Orçamento de P&D dirigido pra melhoria do desempenho da empresa em relação à sustentabilidade BC 2.1.2. Número de tecnologias/práticas sustentáveis introduzidas para melhorar o desempenho da empresa em relação à

sustentabilidade

s/n (1pt) %vendas

(qtd)

9% OK

BC2.2. Aplicação de conceitos de construção e operação sustentável no portfolio da empresa BC 2.2.1. A empresa investiu em uso racional de materiais/redução de RCD?

• Investimento feito

• Redução de uso de materiais em relação ao período anterior ao investimento (indicar tempo decorrido)

• Redução de RCD em relação ao período anterior ao investimento (indicar tempo decorrido)

s/n (1pt) $

(m3/ano) e ($/ano) (m3/ano) e ($/ano)

não BC 2.2.2. A empresa investiu em uso racional de energia?

• Investimento feito em sensibilização de usuários

• Investimento feito em equipamento de monitoramento do uso de energia

• Investimento feito em dispositivos energeticamente eficientes

• Economia obtida em relação ao período anterior ao investimento (indicar tempo decorrido)

s/n (1pt) $

$ $ (m3/ano) e ($/ano)

Page 276: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 16/19

não BC 2.2.3. A empresa investiu em uso racional de água?

• Investimento feito em sensibilização de usuários

• Investimento feito em equipamento de monitoramento do uso de água

• Investimento feito em dispositivos economizadores de água

• Economia obtida em relação ao período anterior ao investimento (indicar tempo decorrido)

s/n (1pt) $ $ $

(m3/ano) e ($/ano)

não BC 2.2.4. A empresa investiu em qualidade do ambiente interno?

• Investimento feito em equipamento de monitoramento da qualidade do ar interno

• Aumento de produtividade (indicado pela redução de horas para realização dos s erviços) e satisfação dos funcionários (indicada pesquisas de satisfação)

s/n (1pt)

$ hs/hs referência %satisfeitos

>90%

10% OK

BC2.3. A empresa conduz sistematicamente o acompanhamento ambiental do ciclo de vida de seus produtos, processos e serviços?

• % dos projetos para os quais a análise de custos ao longo do ciclo de vida foi utilizada na seleção do método de construção e materiais.

• % dos projetos para os quais a análise do ciclo de vida (LCA) foi utilizada na seleção do método de construção e materiais.

• % projetos para os quais padrões de desempenho ambiental foram formalmente acordados com o cliente

% %

%

>5% (1pt) >5% (1pt)

10% OK

BC2.4. A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção que:

• dá preferência pela especificação de materiais/produtos ambientalmente responsáveis

• estimula o uso de materiais naturais locais para construção e paisagismo?

• estimula o uso de madeira proveniente de fontes sustentáveis?

• estimula a substituição do amianto por materiais alternativos?

• estimula a seleção de materiais de acabamento interno com base na emissão de voláteis

• estimula princípios de projeto e construção seca

s/n (1 pt)

11% OK

BC2.5. A empresa desenvolveu e implementou um Plano de Gestão de Re síduos, que contempla:

• quantificação de metas de reciclagem, em massa dos materiais.

• disseminação de informações a usuários sobre minimização de geração de resíduos e sobre separação para reciclagem

• procedimentos para lidar com resíduos perigosos

s/n (1 pt)

10% OK

BC2.6. A empresa implementa sistemas para compartilhar boas práticas entre departamentos, fornecedores, projetistas, canteiros de obras e projetos?

s/n (1pt)

11% OK

BC2.7. A empresa implementa um programa interno de educação e treinamento de empregados para sustentabilidade?

s/n (1pt)

9% OK

BC2.8. A empresa definiu e implementa um sistema de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecedores de materiais, serviços e equipamentos, definindo um conjunto de critérios de sustentabilidade para homologação de contratos de fornecimento, monitorados periodicamente, que inclui:

• sistema de gestão ambiental implantado

s/n (1pt)

Page 277: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 17/19

• atuação com responsabilidade social corporativa

• política de valorização de recursos humanos

• postura de respeito aos direitos humanos e do trabalhador

9% OK

BC2.9. Proatividade no preenchimento de lacunas identificadas para a implementação de medidas sustentáveis , ex.:

• relacionamento com fornecedores para redução de embalagens

• formação de cadeia de coleta seletiva (no canteiro e nos escritórios) – reciclagem – reuso no setor ou em outros setores

• clube de minimização de resíduos ou de um esquema de intercâmbio de resíduos?

• programa “verde” de compras ou um grupo de compras cooperativo?

s/n (2pt)

11% OK

OK

BC2.10. Proatividade em proteção de biodiversidade e em medidas para evitar poluição

• A empresa possui políticas implementadas para proteção de habitat e melhoria da ecologia local

• De seleção de área (ex. favorecendo o preenchimento de vazios urbanos e a recuperação de áreas degradadas?)

• De projeto e construção?

• A empresa implementou um plano “verde” de transporte/comutação dos funcionários para reduzir o uso de automóveis?

s/n (1pt)

s/n (1pt)

BS1. Valorização e investimento em recursos humanos 21% Unid Meta 29% OK

BS1.1. Treinamento técnico/profissional de pessoal próprio e terceirizado

Projeto

Construção

operação e manutenção

s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)

s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)

s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)

25%

OK

BS1.2. Treinamento ambiental de pessoal próprio e terceirizado

Projeto

Construção

Operação

s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)

s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)

s/n (1pt) (hs/ano e %receita/ano)

26% OK

BS1.3. A empresa estabeleceu e mantém procedimentos para a identificação das necessidades de treinamento s/n (1pt)

20% OK

BS1.4. A empresa possui programa para reduzir a rotatividade de operários? s/n (1pt)

Page 278: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 18/19

BS2. Contribuição para a construção de comunidades estáveis 19% Unid Meta 15%

OK

BS 2.1 A empresa definiu e publicou padrões de responsabilidade social para suas operações, incluindo políticas para gerenciar impactos em comunidades afetadas por suas atividades?

Ex.: política de compromisso de prover empregos, treinamento (técnico, profissional e ambiental) e oportunidades de negócios, e de ajudar iniciativas que aumentem a vitalidade da comunidade

s/n (1pt)

17%

OK

BS 2.2 A empresa está ativamente envolvida em projetos locais de regeneração da comunidade? s/n (1pt)

17%

OK

BS 2.3 A empresa busca localmente seus suprimentos e serviços sempre que possível s/n (1pt)

16%

OK

BS 2.4. A empresa é participante de programa de recrutamento de mão-de-obra? s/n (1pt)

19%

OK

BS 2.5. A empresa adota esquema estruturado de capacitação e treinamento permanentes de RH? s/n (1pt)

15% OK

BS 2.6. A empresa possui programa para melhorar a empregabilidade de (ex)funcionários, com foco em educação ou treinamento? s/n (1pt)

BS3. Relacionamento com a sociedade 17% Unid Meta 31% OK OK

OK

BS3.1. Benefício indireto à comunidade5 ($/unidade de valor agregado), envolvendo, por exemplo:

• programa corporativo de doações à comunidade (monetárias ou equipamentos, ex: computadores para escolas; equipamentos para escolas técnicas etc) e patrocínios

• programas de estágios profissionais; bolsas educacionais e oportunidades de emprego

• parcerias com escolas para facilitar programas educacionais

$/$

35% OK

BS3.2. Estabelecimento de parcerias (relacionadas ou não às atividades da empresa) para exercício de cidadania corporativa s/n (1pt)

34% OK

BS3.3 Estabelecimento de parcerias com a comunidade no entorno imediato $investimento/ano

5 Um benefício social resultante da presença de uma unidade produtiva bem sucedida é a disseminação de habilidades e know -how que são utilizadas na comunidade para criar riqueza e melhorar a

qualidade de vida. Estes benefícios são de difícil quantificação, mas podem ser estimados.

Valor pode ser estimado considerando-se o quanto o item considerado custa para a empresa versus o quanto a sociedade estaria disposta a pagar por ele. Estas estimativas de valor NÃO devem incluir benefícios diretos , já considerados nos indicadores de Investimentos Indiretos.

Page 279: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Apêndice 7 - Lista de indicadores revisada após workshop em 17 de junho de 2003 19/19

Os critérios utilizados para a seleção preliminar dos indicadores foram basicamente referentes a relevância, solidez analítica (simplicidade, capacidade

de agregar informações e validade); e mensurabilidade (facilidade, custos e prazo implementação), detalhados na Tabela 1.

Tabela 1 - Critérios de seleção de indicadores que compuseram a lista pre liminar submetida a consulta pública.

Critérios gerais de seleção Comentário

Relevância no contexto brasileiro

Simplicidade A informação apresentada é de fácil compreensão pela audiência-alvo?

Capacidade de agregar informações O indicador é sobre um as pecto geral de sustentabilidade amplo ou extremamente específico?

A lista de indicadores potenciais de sustentabilidade pode tornar-se infindável. Por razões práticas, são preferíveis indicadores que agreguem informação sobre itens amplos.

Validade O indicador é um reflexo real dos fatos? Os dados foram coletados segundo procedimentos científicos? O indicador é verificável e reprodutível?

É necessário rigor metodológico para dar credibilidade aos dados.

Facilidade de mensuração Há método claramente definido (nacional ou internacional) para mensuração? Este método é de fácil implementação?

Disponibilidade de dados a um custo razoável Há dados de boa qualidade disponíveis a um custo razoável, ou é viável iniciar um processo de monitoramento que os disponibilizará no futuro?

A obtenção de informação custa recursos, ou pelo menos tempo e esforço de muitos voluntários.

Viabilidade para utilização no curto prazo

Um ciclo completo de desenvolvimento de indicadores compreende basicamente quatro atividades: (1) Derivação e seleção preliminar de indicadores

(conteúdo); (2) Seleção ou desenvolvimento de estrutura analítica; (3) Implementação e validação dos indicadores propostos através de estudos de

casos; e (4) Benchmarking dos valores dos indicadores e metas de desempenho. As limitações de tempo e escopo desta pesquisa não permitiam que

todas estas etapas fossem contempladas em um único trabalho. Esta pesquisa ocupou-se, então, das atividades 1 e 2. As atividades de implementação e

validação e de benchmarking dos valores dos indicadores e metas caberão a trabalhos futuros.

Page 280: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Posição profissional atual

alto médio baixo

ramal

ramal

Cadastro de votantes

Grau de conhecimento do assunto

Telefone contato

Nome

Temas Principais

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Planilha Completa Resultados Ajuda

Formação

Fax

Planilha Parcial

e-mail contato

Data de preenchimento

ATENÇÃO!Para ver as instruções depreenchimento, exiba oAssistente do Office oupouse o mouse sobre asmarcas vermelhas nascélulas!

Page 281: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

5,00

S. Desempenho social

E. Desempenho econômico

Dados do Usuário Resultados

Total geral

Mais importante

Importância relativa entre Temas Principais

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G. Gestão do processo

G. G

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Muito mais importante

Igual Menos importante Muito menos importante

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A. Desempenho ambiental

B. Comprometimento e proatividade

Page 282: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

2,00

Instruções de preenchimento

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

Dados do Usuário

G.2 Integração de práticas de controle de qualidade ao processo

Total geral

Mais importante

Gestão do Processo

G.2

Inte

graç

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G.1 Integração de gestão ambiental ao planejamento do processo

G.1

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a (%

)

Muito mais importante

To

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ha

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Igual Menos importante Muito menos importante

b. A importância relativa é calculada automaticamente.

a. Os campos em branco e em cinza são preenchidos automaticamente

Resultados

Page 283: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

5,00

Igual Menos importante Muito menos importante

Intro

G1.

3 Si

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G1.2 Implantação de práticas de gestão ambiental no canteiro

G1.5 Sistema de gestão de uso de energia implantado

G1. Integração de gestão ambiental ao planejamento do processo

G1.

2 Im

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G1.1 Implantação de práticas de controle de qualidade e melhoria ambiental do projeto

G1.

1 Im

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mel

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Escala de importância relativa

G1.

4 Si

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plan

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Impo

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a (%

)

Muito mais importante

G1.3 Sistema de gestão de resíduos de uso implantado

G1.4 Sistema de gestão de uso de água implantado

Dados do Usuário Resultados

Total geral

Mais importante

Page 284: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,001,00 1,00

4,00

Planilha Completa

Total geral

Mais importante Igual Menos importante Muito menos importante

G2.Integração de práticas de controle de qualidade ao processo

G2.

2 Co

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G2.1 Controle de qualidade do projeto

G2.

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proj

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Escala de importância relativa

G2.

4. A

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Muito mais importante

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(Tl)

Planilha Parcial

G2.2 Controle de qualidade no canteiro

G2.3 Planejamento da operação e manutenção do edifício

G2.4. Ajuste de desempenho pré-entrega

Dados do Usuário

Page 285: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

2,00

Igual Menos importante Muito menos importante

b. A importância relativa é calculada automaticamente.

a. Os campos em branco e em cinza são preenchidos automaticamente

Resultados

Desempenho ambiental

A 2

Carg

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A1 Consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do edifício

A1 C

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o lo

ngo

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de

vida

do

edifí

cio Escala de importância relativa

Impo

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lativ

a (%

)

Muito mais importante

To

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ha

(Tl)

Instruções de preenchimento

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

Dados do Usuário

A 2 Cargas ambientais geradas ao longo do ciclo de vida do edifício , por ano do ciclo de vida

Total geral

Mais importante

Page 286: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

1/21/4

1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%

1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%

1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%

6,00 100% Total geral

Mais importante

Intro

A1.4

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o de

mat

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e co

nstru

ção

Muito mais importante

Dados do Usuário Resultados

A1.3. Consumo de água e gestão efluentes ao longo do ciclo de vida

A1.6. Perdas registradas nos serviços principais

A1. Consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do edifício

A1.3

. Con

sum

o de

águ

a e

gest

ão

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long

o do

cic

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A1.1. Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade locais

A1.1

. Uso

do

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Escala de importância relativa

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ção

Impo

rtânc

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lativ

a (%

)

A1.4. Consumo de materiais de construção

A1.5. Responsabilidade no uso de materiais de construção

A1.2. Uso de Energia (primária) ao longo do ciclo de vida

A1.2

. Uso

de

Ener

gia

(prim

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cic

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Igual Menos importante Muito menos importante

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A1.6

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Page 287: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,001,00 1,00

8,00

A2.4. Emissão formadora de foto-oxidantes (formação de ozônio fotoquímico)

A2.5. Emissão com potencial de eutroficação

A2.2. Emissão de substâncias que provocam Dano à Camada de Ozônio (ODS)

A2.2

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Igual Menos importante Muito menos importante

A2. Cargas ambientais geradas ao longo do ciclo de vida do edifício

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A2.1. Emissão de substâncias causadoras de Efeito Estufa (GHGs)

A2.1

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HGs)

Escala de importância relativa

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Muito mais importante

Total geral

Mais importante

A2.6. Emissão de substâncias carcinogênicas (dano à saúde humana)

A2.7. Resíduos sólidos

A2.3. Emissão causadora de acidificação

A2.8. Efluentes

Intro

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A2.6

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A2.7

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Dados do Usuário Resultados

A2.8

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Page 288: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

3,00 Total geral

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

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Dados do Usuário Resultados

S3. Impactos sobre a sociedade

Desempenho social

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S1. Impactos sobre os funcionários

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Escala de importância relativa

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)

Muito mais importante

Instruções de preenchimento

S2. Impactos sobre os usuários do edifício

S2. I

mpa

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s us

uário

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o

Igual Menos importante Muito menos importante

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

Page 289: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

3,00

Instruções de preenchimento

S1.2. Satisfação dos funcionários

S1.2

. Sat

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dos

func

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Igual Menos importante Muito menos importante

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

S1. Impactos sobre os funcionários

S1.3

. Saú

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S1.1. Situação empregatícia

S1.1

. Situ

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em

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ia Escala de importância relativa

Impo

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a (%

)

Muito mais importante

Total geral

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

To

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ha

(Tl)

Dados do Usuário Resultados

S1.3. Saúde ocupacional, segurança e local de trabalho

Page 290: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

3,00 Total geral

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

To

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ha

(Tl)

Dados do Usuário Resultados

S2.3. Qualidade dos serviços

S2. Impactos sobre os usuários do edifício

S2.3

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S2.1. Qualidade do ambiente interno

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Escala de importância relativa

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a (%

)

Muito mais importante

Instruções de preenchimento

S2.2. Qualidade do ambiente externo

S2.2

. Qua

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am

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te

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Igual Menos importante Muito menos importante

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

Page 291: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

3,00

Instruções de preenchimento

S3.2.Relacionamento com clientes e usuários finais

S3.2

.Rel

acio

nam

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com

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rios

finai

s Igual Menos importante Muito menos importante

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

S3. Impactos sobre a sociedade

S3.3

. Rel

acio

nam

ento

com

fo

rnec

edor

es

S3.1. Relacionamento com a comunidade local

S3.1

. Rel

acio

nam

ento

com

a

com

unid

ade

loca

l

Escala de importância relativa

Impo

rtânc

ia re

lativ

a (%

)

Muito mais importante

Total geral

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

To

tal d

a lin

ha

(Tl)

Dados do Usuário Resultados

S3.3. Relacionamento com fornecedores

Page 292: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

3,00 Total geral

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

To

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a lin

ha

(Tl)

Dados do Usuário Resultados

E3. Investimento, agregação de valor e benefícios recebidos

E. Desempenho econômico

E3. I

nves

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greg

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de

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E1. Produtividade

E1. P

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Escala de importância relativa

Impo

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a (%

)

Muito mais importante

Instruções de preenchimento

E2. Melhoria no produto oferecido

E2. M

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erec

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Igual Menos importante Muito menos importante

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

Page 293: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

2,00

Instruções de preenchimento

E2.1. Processo de projeto/construção

E2.1

. Pro

cess

o de

pr

ojet

o/co

nstru

ção

Igual Menos importante Muito menos importante

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

E2. Melhoria no produto oferecido

E2.2

. Aum

ento

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satis

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esta

r e v

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par

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Escala de importância relativa

Impo

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lativ

a (%

)

Muito mais importante

Total geral

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

To

tal d

a lin

ha

(Tl)

Dados do Usuário Resultados

E2.2. Aumento da satisfação, bem-estar e valor para usuários finais e vizinhança

Page 294: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

3,00 Total geral

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

To

tal d

a lin

ha

(Tl)

Dados do Usuário Resultados

E 3.3. Benefícios resultantes de investimento em sustentabilidade

E3. Investimento, agregação de valor e benefícios recebidos

E 3.

3. B

enef

ício

s re

sulta

ntes

de

inve

stim

ento

em

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abili

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E3.1. Valor agregado e retorno de capital

E3.1

. Val

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greg

ado

e re

torn

o de

ca

pita

l

Escala de importância relativa

Impo

rtânc

ia re

lativ

a (%

)

Muito mais importante

Instruções de preenchimento

E3.2. Investimentos diretos e indiretos

E3.2

. Inv

estim

ento

s di

reto

s e

indi

reto

s

Igual Menos importante Muito menos importante

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

Page 295: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

5,00

BS1. Valorização e investimento em recursos humanos

BS2. Contribuição para a construção de comunidades estáveis

Dados do Usuário Resultados

Total geral

Mais importante

B. Comprometimento e proatividade (bônus)

BC2.

Pro

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e em

su

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tabi

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e

BC1. Sustentabilidade como prioridade corporativa

BC1.

Sus

tent

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dade

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ade

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Escala de importância relativa

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BC2. Proatividade em sustentabilidade

BS3. Relacionamento com a sociedade

Page 296: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

3,00

Dados do Usuário

BC1.

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BC1.8. A empresa identificou indicadores próprios de desempenho em relação a sustentabilidade?

Instruções de preenchimento

BC1.1. A empresa possui um sistema de gestão ambiental implantado?

BC1.7. A empresa publica um relatório anual de sustentabilidade verificado por parte independente?

BC1. Sustentabilidade como prioridade corporativa

Escala de importância relativa

BC1.

7. A

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)

Muito mais importante

Igual Menos importante Muito menos importante

Resultados

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

Total geral

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

BC1.

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Page 297: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

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1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

10,00

Igual Menos importante Muito menos importante

Intro

BC2.

3. A

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BC2.

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BC2.2. Aplicação de conceitos de construção e operação sustentável no portfolio da empresa

BC2.5. A empresa desenvolveu e iimplementou um Plano de Gestão de Resíduos

BC2. Proatividade em sustentabilidade

BC2.

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BC2.1. A empresa investe na melhoria do seu desempenho em relação a sustentabilidade?

BC2.

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)

Muito mais importante

BC2.3. A empresa conduz sistematicamente o acompanhamento ambiental do ciclo de vida

BC2.4. A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção

Dados do Usuário Resultados

Total geral

Mais importante

BC2.

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BC2.10. Proatividade em proteção de biodiversidade e em medidas para evitar poluição

BC2.

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BC2.

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BC2.6. A empresa implementa sistemas para compartilhar boas práticas entre departamentos, fornecedores, projetistas, canteiros de obras e projetos?

BC2.7. A empresa implementa um programa interno de educação e treinamento de empregados para sustentabilidade?

BC2.8. A empresa definiu e implementa um sistema de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecedores?

BC2.9. Proatividade no preenchimento de lacunas identificadas para a implementação de medidas sustentáveis

Page 298: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,001,00 1,00

4,00

BS1.3. A empresa estabeleceu e mantém procedimentos para a identificação das necessidades de treinamento

BS1.4. A empresa possui programa para reduzir a rotatividade de operários?

Dados do Usuário

BS1.

3. A

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Planilha Parcial

BS1.2. Treinamento ambiental de pessoal (projeto, construção e operação)

BS1. Valorização e investimento em recursos humanos

BS1.

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BS1.1. Treinamento técnico/profissional de pessoal (projeto, construção e operação)

BS1.

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Escala de importância relativa

BS1.

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)

Muito mais importante

Planilha Completa

Total geral

Mais importante Igual Menos importante Muito menos importante

Intro

Page 299: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

421

1/21/4

1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%

1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%

1,00 1,00 16,7%1,00 1,00 16,7%

6,00 100%

BS2.4. A empresa é participante de programa de recrutamento de mão-de-obra?

BS2.5. A empresa adota esquema estruturado de capacitação e treinamento permanentes de RH?

BS2.2 A empresa está ativamente envolvida em projetos locais de regeneração da comunidade?

BS2.

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BS2. Contribuição para a construção de comunidades estáveis

BS2.

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BS2.1 A empresa definiu e publicou padrões de responsabilidade social

BS2.

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Escala de importância relativa

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Resultados

BS2.3 A empresa busca localmente seus suprimentos e serviços sempre que possível

BS2.6. A empresa possui programa para melhorar a empregabilidade de (ex)funcionários

Total geral

Mais importante

Intro

BS2.

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Muito mais importante

Dados do Usuário

Page 300: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

4 1. Preencha o cadastro de usuário.

21

1/21/4

1,00 1,001,00 1,00

1,00 1,00

3,00

Mais importante

b. A importância relativa entre as Categorias é calculada automaticamente.

Intro

BS3.

1. B

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BS3. Relacionamento com a sociedade

Escala de importância relativa

BS3.

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Muito mais importante

Igual Menos importante Muito menos importante

Dados do Usuário

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BS3.3 Estabelecimento de parcerias com a comunidade no entorno imediato

Instruções de preenchimento

BS3.1. Benefício indireto à comunidade

BS3.2. Estabelecimento de parcerias para exercício de cidadania corporativa

Resultados

2. Nesta planilha, preencha somente os campos em azul claro, segundo a escala de importância relativa apresentada.

Total geral

Page 301: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Anexo 6 - Planilha de percepção de relevância de possíveis itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios

Apêndice 9

Planilha de percepção de relevância de possíveis itens a compor o módulo de avaliação ambiental de edifícios

Percepção das partes interessadas na construção civil brasileira sobre os itens essenciais em um método de avaliação ambiental de edifícios

essencial relevante dispensável sem opinião1 Isolamento térmico2 Sistema de condicionamento artificial3 Qualidade ambiental dos materiais de construção4 Impacto dos materiais de construção na saúde humana5 Uso de energia renovável6 Dispositivos/sistemas economizadores de água7 Estrutura/orientação do edifício8 Utilização de água da chuva9 Custos das medidas ambientalmente responsáveis

10 Controle de ruído11 Manutenção e simplicidade de reparo12 Previsão de vida útil13 Composição dos materiais de construção14 Gestão /disposição de resíduos15 Pavimentação do solo/infiltração16 Adaptabilidade do layout/flexibilidade de uso17 Custo fabril de materiais de construção (financeiro e nível de industrialização)18 Uso de materiais reciclados19 Reutilização de materiais e componentes20 Vegetação no edifício e arredores21 Integração urbana22 Informação para descontrução/desmontagem

Total votos 22

Page 302: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Esta ferramenta é composta por três partes:Etapa 1 Instruções (esta página)Etapa 2 Formulário de auto-avaliação, dividido em etapas do ciclo de vida do edifício:

Parte 1 Planejamento do empreendimento (completado apenas uma vez)Parte 2 Projeto (completado trimestralmente, caso se deseje utilizar a ferramenta para monitorar progresso).Parte 3 Construção (completado trimestralmente, caso se deseje utilizar a ferramenta para monitorar progresso).Parte 4 Operação (completado trimestralmente, caso se deseje utilizar a ferramenta para monitorar progresso).

Etapa 3 Pontuação e posicionamento em relação a desempenho de referência

Caso se pretenda a publicação de resultados, a avaliação deverá ser adicionada das evidências de desempenho e verificada por avaliadores credenciados.

Os temas avaliados são apresentados conforme o segunte código de cores:

temas ambientais, em fichas verdes temas sociais, em fichas azuistemas econômicos, em fichas amarelastemas de gestão, em fichas cinzapontos de bônus, nos quatro temas

ex: ex:

Avaliação da sustentabilidade de empreendimentos: edifícios de escritórios

Este é um formulário para autoavaliação, a ser preenchido pelo gerente ou responsável pela etapa correspondente do empreendimento.

10

Algumas caixas contêm comentários (triângulo vermelho no canto superior direito). Pousar o mouse sobre a caixa exibirá informação adicional ou ajuda.

As caixas laranja contêm valores trazidos de outros formulários ou fórmulas calculadas automaticamente

O preenchimento do formulário requer a digitação de "1" ou tick , na versão impressa (caixas brancas), de uma porcentagem (caixas azuis) ou de um número (caixas rosa), como mostram os exemplos ao lado. 1 10%

Page 303: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

O total de pontos pode ser personalizado para refletir as oportunidades e limitações de cada empreendimento. Isto é feitoassinalando-se os itens não aplicáveis ao empreendimento em questão, que são, então, excluídos da soma de pontos possíveis. A designação não aplicável refere-se apenas a itens não pertinentes ao caso avaliado (como por exemplo perturbação em habitats e biodiversidade em um sítio com baixo ou nenhum valor ecológico), e não a itens que apresentem custo elevado para implementação ou falta de dados para embasar a avaliação.

O modelo de avaliação é complementado por um sistema de classificação de desempenho, composto por três classes: A, B e C.A classificação de desempenho será sempre atribuída com base no desempenho ao longo de todo o ciclo de vida , isto é: com base no total de pontos obtido. O atendimento do desempenho mínimo em cada etapa (>50%) será o critério eliminatório. Analogamente, Índices de Sustentabilidade (IS), entre 1 e 5, são atribuídos conforme a pontuação individualmente obtida em cada tema avaliado (antes da ponderação) e a pontuação global (ponderada) e, segundo a escala indicada abaixo:

IS Classes5 A4321

A pontuação será calculada automaticamente clicando na aba "Pontuação" ou no no botão correspondente na base da tela, mas o resultado fará sentido apenas depois que todo o formulário for preenchido.

O atendimento de bônus é contabilizado separadamente, pela atribuição de 1 a 5 estrelas, como mostrado abaixo:

Há indicadores assinalados como "não pontua", ou pontuação zero. Estes indicadores são destinados a permitir o acúmulo de dados que tornará possível que, no futuro, sejam também avaliados.

Discos de sustentabilidade posicionam o empreendimento avaliado (perfis de sustentabilidade) em relação ao critério de elegibilidade para classificação.

B

Faixas de pontos de bônus>80%

61-80%

41-60%

21-40%

C

1-20%

Faixas de pontos de bônus>90%

81-90%71-80%61-70%50-60%

Operação Vai para Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoPlanejamento

Page 304: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Empresa de projeto

Empresa de construção

Nome do contato

Endereço

Telefone Fax e-mail

Status do empreendimento Planej. produção

Concepção Quantitativos

Viabilidade Anteprojeto Orçamento

Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Licitação Execução Uso

Este campo deve ser revisado à medida em que o empreendimento se desenvolva!

Etapa 1: Planejamento do empreendimento (Pl)Este formulário é preenchido apenas uma vez ao longo do processo.

PlA1

Uso do solo

0 1 2 3

0 1 2 3

Não Sim Não Sim

0 1 0 1

vgs

vgs

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vgs

vgs

vgs vgs vgs

Nome do empreendimento

Indicar estado atual do empreendimento digitando "1" nos campos correspondentes a todos os estágios completados.

Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade locais

Que tipo de sítio melhor descreve a localização do projeto (digite '1' nos campos aplicáveis)

Rural Vazio urbanoConurbação urbana

Brown fieldReutilização/ renovação

Periferia urbana

Área contaminada

1

Green field

Localização do terreno (digite '1' nos campos aplicáveis)

O acesso a transporte público (a partir do empreendimento) é bom? (digite '1' nos campos aplicáveis)

A curta distância (10 min a pé) de transporte público freqüente (intervalos < 15 min)

Projeto Executivo

Viagem curta de ônibus (< 20 min) até um nó de rede principal de transporte público

Page 305: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

-1 0 1 2 1 0

Não Sim

Não aplicável

0 1 2 00

PlS5

Outros

1 1

PlG1Planej. produção

Concepção Quantitativos

Viabilidade Anteprojeto Orçamento

Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Projeto Executivo Licitação Execução Uso

1 1 1 1 1 1

Não aplicável

Destruição de habitat existente, sem criação de novos

Plantas, árvores e espécies sensíveis são protegidas

Área de habitat criado é muito maior que habitat destruído

Diálogo entre as partes interessadas, incluindo número de reuniões e forma de comunicação

Ecologia local (proteção de habitats e espécies)

Impactos sobre a sociedade

Estão em curso ações específicas para proteger/melhorar a ecologica local (habitat e espécies)?

Qual o impacto do empreendimento sobre habitats e espécies?

Consideração de aspectos de sustentabilidade e gestão ambiental ao planejamento

Em quais estágios do desenvolvimento do empreendimento foram considerados aspectos de sustentabilidade (indicar todos os aplicáveis)?

IS3.1Quanto ao relacionamento com a comunidade local implementou-se planos para:

Área de habitat criado é menor que habitat destruído

Consulta da comunidade, incluindo número de reuniões e forma de comunicação

Sim, através de plano disponível para verificação pública

Sem impacto em habitats

Page 306: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Cliente Outros

1 1 1 1

IG1.1

Coordenação dos projetos Outros

1 1

Bônus

Outros

1

FIM da Etapa 1

Planejamento 0 pts em 27 0 %

Designação de item de orçamento/inclusão no briefing do projeto para realização de simulação do desempenho energético do edifício

Seleção de profissionais habilitados em questões de sustentabilidade de projeto, construção e operação

Construtor

Implantação de práticas de melhoria ambiental do projeto

Quais práticas de gestão ambiental e controle de qualidade foram implantadas no planejamento?

Caso um SGA ou SGQ seja um requisito para o empreendimento, qual(is) agente(s) deve(m) atendê-lo? (indicar todos os aplicáveis)

Sistemas de Gestão

Projetista Fornecedores

Uso e Operação Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoInstruções

Page 307: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Dados vindos do formulário "Planejamento"

Empresa de projeto

Empresa de construção

Nome do contato

Endereço

Telefone Fax e-mail

Status do empreendimento Planej. produção

Concepção Quantitativos

Viabilidade Anteprojeto Orçamento

Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Licitação Execução Uso

Este campo deve ser revisado no formulário "Planejamento" à medida em que o empreendimento se desenvolva!

Etapa 2: Projeto (P)Em princípio, este formulário é preenchido apenas uma vez ao longo do processo (conclusão do projeto executivo), mas pode ser revisado ao final de cada etapa de projeto para monitorar progresso.

PA1

Uso do solo m2

IA1.1.1 não pontua

m2

não pontua

Área do terreno (m2) Área construída (m2) m2 terreno/m2 construído

>2,0 m2 /m2 2,0 -1,0 m2 /m2 0,9-0,5 m2 /m2 0,4-0,1 m2 /m2 <0,1 m2 /m2

Ocupação prevista usuários

0 1 2 3 4

>50 m2/pessoa 50-40 m2/pessoa 39-20 m2/pessoa 29-10 m2/pessoa <10 m2/pessoa

0 1 2 3 4

vgs

vgs

vgs vgs

Projeto Executivo

1

vgs

vgs

vgs

vgs

IA1.1.2

Área construída/usuário (prevista)

Eficiência no uso do solo (m2 terreno /m2

construído)

Nome do empreendimento

Área não construída, em relação à área non edificandi prescrita pela legislação local

Indicar estado atual do empreendimento digitando "1" nos campos correspondentes a todos os estágios completados.

Área total de solo ocupado + afetado pelo edifício e atividades relacionadas

Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade

Page 308: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

>40 % 31-40% 21-30% 10-20% <10% legislação %

empreendimento %

0 1 2 3 4

Ecologia local

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

0 1 2 3 4 5

IA1.1.4

>80 % 61-80 % 61-80% 41-60% 21-40% <20 %

0 1 2 3 4 5

IA1.1.5

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

0 1 2 3 4 5

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

0 1 2 3 4 5

PA2

Isolamento adequado Outros

1 1 1 1 1

Não Sim Qual?

comparar com dados de uso/operação!

0 1

Não Sim Qual?

comparar com dados de uso/operação!

0 1

kWh/m2/mês

%

IA2.8

Dispositivos energeticamente eficientes para condicionamento

Soluções energeticamente eficientes para ventilação

Uso de fontes renováveis

Área impermeável/área total do terreno

Área de paisagismo com espécies locais/área verde total (melhoria de biodiversidade e redução de necessidade de irrigação)

Quais medidas de economia de energia foram incorporadas ao projeto?

Foi definida uma meta de projeto quanto a uso de energia renovável?

Foi definida uma meta de projeto quanto a consumo de energia?

IA1.1.3Em sítios desenvolvidos anteriormente, área de (restauração) plantio de vegetação nativa ou adaptada, em relação à área não construída

Em sítios não desenvolvidos anteriormente, qual a área de perturbação (incluindo movimentos de terra e limpeza de vegetação)

% de área não afetada pelo empreendimento (projeção do edifício, vias de acesso e estacionamento), em que a biodiversidade e a ecologia originais (árvores com diâmetro de tronco acima de 100 mm, cercas-vivas, lagoas, córregos etc) foram mantidas e adequadamente protegidas durante a construção

Dispositivos eficientes para iluminação

Energia

Page 309: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

PA3

Outros

1 1 1 1

Não Sim Qual?

comparar com dados de uso/operação!

0 1

Outros

1 1

Outros

1 1 1 1 1

PA4

Asbestos Outros

1 1 1 Preq

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Estrutura

IA1.5.5 locais (<150 km) 0 1 2 3 4 5

IA1.5.6 rapidamente renováveis <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

IA1.5.7 madeira certificada Vedações

IA1.5.8 reutilizáveis, recicláveis, biodegradáveis 0 1 2 3 4 5

IA1.5.9 conteúdo reciclado <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Piso

0 1 2 3 4 5

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Cobertura

0 1 2 3 4 5

Bônus

Retenção por criação de áreas alagáveis

Sistemas de drenagem mais sustentáveis

Medição setorizada / individualizada

Mecanismos de detecção de vazamentos

Procedimentos regulares (max cd. 6 meses) para identificar e reparar vazamentos

Retenção: reservatório enterrado (<500m2 área impermeável)

Quais medidas de economia de água foram incorporadas no projeto?

Água

Dispositivos eficientes/ economizadores

Previsão de coleta e tratamento de água da chuva para uso em irrigação

Materiais

Quais medidas de gestão de água de chuva foram incorporadas no projeto?

Madeiras constantes na lista de espécies ameaçadas (Portaria IBAMA 37N de 1992)

Isolantes (ou componentes que contenham isolantes) que liberem CFCs durante a produção

Refrigerantes a base de CFC no sistema de condicionamento artificial

% (em massa) materiais especificados com base no "melhor valor", que inclui consideração do seu impacto ambiental

Infiltração: uso de pavimentos permeáveis

Não utilização de materiais cujo emprego é reconhecidamente prejudicial ao ambiente

Foi definida uma meta de projeto quanto a consumo de água?

Filtragem/tratamento no próprio sítio: bioswales

Filtragem/tratamento no próprio sítio: massas de vegetação em torno de corpos dágua

Page 310: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Bônus

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Estrutura Estrutura

0 1 2 3 4 5

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Vedações Vedações

0 1 2 3 4 5

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Piso Piso

0 1 2 3 4 5

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Cobertura Cobertura

0 1 2 3 4 5

PA5 Resíduos de uso

1

Outros

1 1 1 1 1

Resíduos de uso

Não Sim Qual?

comparar com dados de construção!

0 1

RCD

Não Sim Qual?

comparar com dados de uso/operação!

0 1

Bônus

1

PS2Qualidade do ambiente interno

Não Piso Forro Pintura Isolamento Outros

0 1 1 1 1

Especificação de materiais e componentes reutilizados

Integração com e entre fornecedores para minimização de cortes e resíduos

Uso de princípios de lean design

IA1.5.10

Impactos sobre usuários

Resíduos

Quais medidas para redução e controle de resíduos foram incorporadas no projeto?

Seleção de materiais usados internamente (pisos, forros, pintura, isolamento, colas, adesivos e

Foi definida uma meta de projeto para redução de resíduos?

Previsão de área para segregação

Reutilização de materiais e componentes em condições adequadas

RCD

Uso de padronização Uso de modulação Uso de pré-fabricação

Projeto para minimização de resíduos

Projeto para desmontagem com minimização de resíduos

Page 311: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Colas e adesivos Impermeabilizantes Solventes

1 1 1

1 1 1 1 1 1 1

em construção

Não Sim

0 1

Consideração de facilidade de manutenção e limpeza

Isolamento de fontes poluentes

Ventilação próxima à fonte

Qualidade do ar interno

Previsão de área/postos de trabalho para funcionários operacionais do edifício

Previsão de área de fumantes aberta ou com ventilação adequada e isolada do restante do edifício.

Limpeza/purificação do ar

Ventilação eficiente (espaço como um todo)

Controle de ventilação pelos usuários

IA1.5.10solventes, impermeabilizantes) com base em emissão de VOCs e partículas respiráveis

Page 312: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

IS 2.2.3.4 Não Sim

0 1

Não Sim

IS 2.2.3.1 Facilidades para pedestres adequadas

0 1

IS 2.2.1.1 Não Sim

0 1

IS 2.2.2.1 Não Sim

0 1

Área verde <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

%área verde/área náo construída

%área verde/total terreno

0 1 2 3 4 5IS 2.2.2.3 Não Sim

0 1

PE2 Melhoria no produto oferecido

IE2.1

IE 2.1.1. Redução de prazos, com maior previsibilidade %

Tempo de conclusão do projeto/planejado não pontua

IE 2.1.2.

R$/m2

Custo/m2 construído (orçamento previsto) não pontua! Base para comparação com custos reais

IA1.5.5 Uso de materiais locais <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

% custo total materiais

0 1 2 3 4 5

PG1

Outros

1 1

Consideração de aspectos de gestão ambiental e sustentabilidade no planejamento

Quais alternativas práticas de controle de qualidade e melhoria ambiental foram implantadas no projeto?

IG1.1

Avaliação ambiental integrada ao processo de projeto

Implantação adequada em função de climatologia (sol e vento)

Redução de custos ao longo do ciclo de vida, com maior previsibilidade

Seleção de profissionais habilitados em questões de sustentabilidade de projeto, construção e operação

Facilidades adequadas para sombreamento, lazer para usuários

Acesso de serviço adequado para veículos de entregas e coleta de resíduos

IS 2.2.2.2

Eliminação de barreiras físicas (acessibilidade) no edifício e suas áreas externas

Processo de projeto/construção

Qualidade do ambiente externo

Page 313: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

PG2

Outros

IG2.3.

1

Bônus

OutrosIG1.1

1 1

FIM da Etapa 2

Projeto 0 pts em 99 0 %

Integração de práticas de controle de qualidade ao processo

Planejamento da operação e manutenção do edifício

Uso inovador de estratégias de projeto e tecnologias em resposta a necessidades específicas

Realização de simulação de desempenho energético para otimizar projeto

Implantação de práticas de melhoria ambiental do projeto

Facilidades adequadas para as atividades de manutenção

Uso e Operação Pontuação obtida Imprime Formulário Limpa FormulárioPlanejamento ConstruçãoInstruções

Page 314: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Dados vindos do formulário "Planejamento"

Empresa de projeto

Empresa de construção

Nome do contato

Endereço

Telefone Fax e-mail

Status do empreendimento Planej. produção

Concepção Quantitativos

Viabilidade Anteprojeto Orçamento

Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Licitação Execução Uso

Este campo deve ser revisado no formulário "Planejamento" à medida em que o empreendimento se desenvolva!

Etapa 3: ConstruçãoPara monitoramento de progresso, recomenda-se que este formulário seja revisado em intervalos trismestrais

CA1

Outros

1 1 1 1 1 1

Não Sim Qual? Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menor

0 1 -1 0 1

IA 1.2.2. ? kWh/m2 ? kWh/m2 ? kWh/m2 ? kWh/m2 ? kWh/m2 ? kWh/m2

0 1 2 3 4 5

CA2

Outros

1 1 1 1 1

Não Sim Qual? Maior Igual Menor

0 1 0 global

vgs

vgs

vgs

vgs

Foi definida uma meta de consumo de água para a etapa de construção?

no último trimestre

Em relação à meta, o consumo foi

Água

Foi definida uma meta de consumo de energia para a etapa de construção?

Medição setorizada / individualizada

Treinamento e conscientização da equipe

Procedimentos regulares (max cd. 6 meses) para identificar e reparar vazamentos

Treinamento e conscientização da equipe

1

Nome do empreendimento

Indicar estado atual do empreendimento digitando "1" nos campos correspondentes a todos os estágios completados.

vgs

vgs vgs

Projeto Executivo

vgs

no último trimestre

Uso de equipamentos eficientes (uso de combustível e emissões)

Uso de fontes renováveis

Monitoramento de uso de energia

global

Quais medidas de economia de energia foram incorporadas no planejamento da do canteiro e etapa de construção?

Dispositivos energeticamente eficientes para ventilação e condicionamento

Energia não renovável utilizada na construção do edifício (indicada no medidor), por m2

construído

Energia

Monitoramento de consumo de água

Dispositivos energeticamente eficientes para iluminação

Dispositivos economizadores

Quais medidas de economia de água foram incorporadas no planejamento da do canteiro e etapa de construção?

Page 315: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

-1 0 1

IA 1.3.1 ? m3/m2 ? m3/m2 ? m3/m2 ? m3/m2 ? m3/m2 ? m3/m2

0 1 2 3 4 5

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

0 1 2 3 4 5

CA3

Agregados - (%) - (%) - (%)

1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%)

Alvenaria - (%) - (%) - (%)

1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%)

Madeira - (%) - (%) - (%) - (%)

1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%)

Outros - (%) - (%) - (%)

1 (>20%) 1 (>20%) 1 (>20%)

Aço (teor reciclado) Alumínio (teor reciclado)

Metais - (%) - (%)

1 (>20%) 1 (>20%)

cimento agregados alvenaria madeira vidros metais

kg/m2 kg/m2 kg/m2 kg/m2 kg/m2 kg/m2

não pontua

Consumo de materiais por unidade de área útil construída (área de carpete)

IA 1.4.1

Detalhamento dos materiais utilizados (digite "1" para todos os aplicáveis e, as porcentagens, em massa, na caixa adjacente)

Volume de água da chuva/água cinza captada, tratada e reutilizada na fase de canteiro, em % consumo mensal do canteiro

Produtos novos de madeira são provenientes de fontes de manejo sustentável (e %, caso conhecida)

Materiais reutilizados/reciclados vindos do próprio canteiro

Materiais reutilizados/reciclados vindos de fontes locais (raio de 150 km)

Novos materiais (virgens) vindos de fontes locais (raio de 150 km)

Materiais

Consumo mensal de água na fase de canteiro, por m2 construído

Page 316: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

CA4

Outros

1 1 1 1 1

Não Sim Qual? Em relação à meta, a massa de RCD foi Maior Igual Menor

kg/m2contruçãono último trimestre

0 1 global

-1 0 121-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

0 1 2 3 4 5

<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

0 1 2 3 4 5

> ?? Kg ?? Kg ?? Kg ?? Kg ?? Kg < ?? Kg

IA 2.7.3.

0 1 2 3 4 5

< ?? % ?? % ?? % ?? % ?? % > ?? %

IA 2.7.4.

0 1 2 3 4 5

< ?? % ?? % ?? % ?? % ?? % > ?? %

IA 2.7.5.

0 1 2 3 4 5

< ?? % ?? % ?? % ?? % ?? % > ?? %

IA 2.7.6.

0 1 2 3 4 5

21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Bônus

Outros

IA 2.8.1 IA 2.8.1 ca5

1 1 1

Integração de fornecedores para minimização

Dispositivos para tratamento de resíduos sanitários (água negra) no próprio terreno antes de ser lançada na rede pública

% massa do material removido na limpeza do terreno que recebeu disposição adequada

Água residual de concretagem

Filtragem de água siltosa (silt fences)

Dispositivos para tratamento de água de chuva ou residual do processo de construção no próprio sítio antes de ser encaminhada à rede pública

IA 2.7.1.

IA 2.7.2.

Quais medidas para redução e controle de resíduos foram incorporadas no planejamento do canteiro e etapa de construção?

% massa dos resíduos gerados por demolição (inclui desconstrução do canteiro) que foram reciclados, recuperados para reutilização e/ou encaminhados para reciclagem ou reutilização externa

Resíduos

% massa de madeira recuperada dos RCD para reutilização futura ou encaminhada para reutilização externa

Resíduos de construção gerados, por unidade de área útil construída e como parcela da massa de materiais adquiridos

Foi definida uma meta de redução de residuos para a etapa de construção?

Facilidades para segregação

Facilidades para reciclagem

Planejamento e estratégias para minimização Facilidades para reuso

% massa dos RCD (fora madeira) que foram reutilizados ou reciclados dentro do próprio canteiro

% massa dos RCD (fora madeira) que foram encaminhados para reciclagem ou reutilização externa (inclui embalagens)

Page 317: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

CA6

> 50km 31-50km 11-30km 0-10km

% % % %

>50%, 0pt >50%, 1pt >50%, 2pt >50%, 3pt

% %

<50%, 1pt <50%, 1pt21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

CS1 Impactos sobre operáriosIS1.1.

IS1.1.1. Empregados formais/total % não pontua

% não pontua

Diminuiu

-1 0 121-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Não Sim Qual? Não Sim Qual?

0 1 0 121-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Não Sim

0 121-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Básica 1 2 3 4 5 Significativamente melhor que a prática típica

0 1 2 3 4

AumentouFA (último trimestre)

Indicar alteração em relação ao trimestre anterior (digite "1" onde aplicável)

Indicar a taxa de freqüência de acidentes [FA] no canteiro (no acidentes/10000 hs trabalhadas)

Quais as distâncias previstas que os operários viajarão diariamente até o sítio? (% aproximada)

na cadeia de fornecedores

Manteve-se

no canteiro

Saúde, Segurança e local trabalho

Rodovia (<150 km)Rodovia (>150 km)

FA (acumulada)

Como os componentes principais serão trazidos até o sítio? (indique a % aproximadas para cada situação)

Situação empregatícia

A empresa possui mecanismos para garantir que as condições de trabalho atendam ou excedam as exigências de legislação trabalhista e preveniracidentes e doenças do trabalho?

Transporte

Qualidade das facilidades para operários no canteiro

Plano de Ação Emergencial, com equipamento e treinamento de funcionários sobre como proceder em caso de incidentes de emergência no local de trabalho

Gastos com benefícios empregados formais (em % folha de pagamento empregados formais)

IS1.1.2.

IS1.3.1.

IS1.3.4.

IS1.3.2.

Page 318: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

IS1.2.1. Não Sim

0 121-40%IS1.2.2.

pontualidade no pagamento <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

pacote de salários e benefícios

saúde e segurança e local de trabalho 0 1 2 3 4 5

igualdade oportunidades e valorização de RH

relacionamento no longo prazo 21-40%

Não Sim

0 121-40%

Bônus Treinamento

BS1 A empresa fornece/financia treinamento para funcionários (indique todos os alicáveis)? Outros

BS1.1 BS1.1 BS1.2 BS1.2 BS1.3 BS1.4

1 1 1 1 1 1 121-40%

CS3 Impactos sobre clientes e usuários finais 21-40%

IS3.2 Satisfação clientes

IS132.1. Não Sim

0 1

Cliente=usuário final?

Não Sim

Não se aplica

Pontualidade na entrega

Qualidade do produto <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Retorno do investimento

Valor agregado 0 1 2 3 4 5

Comunicação eficiente

Relacionamento no longo prazo

Não Sim

0 1

A empresa possui programa para reduzir a rotatividade de operários?

Treinamento ambiental para pessoal contratado

IS3.2.3.

Satisfação média dos funcionários, estimada a partir de porcentagem satisfeita com:

Implementação de prática para avaliação da satisfação de clientes

Satisfação média dos clientes (quando não forem os usuários finais, avaliados no item IS 3.2.2 , form Uso e operação ), estimada a partir de porcentagem satisfeita com:

Programa para melhoria contínua, com base na pesquisa de satisfação dos funcionários

Implementação de prática para avaliação da satisfação de funcionários

Há procedimentos para a identificação das necessidades de treinamento

Treinamento profissional para pessoal contratado

Treinamento ambiental para pessoal próprio

Satisfação operários

Programa para melhoria contínua, com base na pesquisa de satisfação de clientes

IS1.2.3.

IS3.2.4.

Treinamento profissional para pessoal próprio

Page 319: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

21-40%

CS4 Relacionamento com fornecedores 21-40%

IS3.3.1

pontualidade no pagamento

relação de trabalho <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

tratamento justo e igual entre fornecedores

comunicação eficiente 0 1 2 3 4 5

relacionamento no longo prazo

21-40%

CS5

IS3.1.3

0 1 2 3 5

Aumentou Igual Diminuiu

-1 0 1

Aumentou Igual Diminuiu

-1 0 1

IS 3.1.6. Outros

IS 3.1.7. IS3.1.6 IS3.1.7 IS3.1.8

IS 3.1.8. >75%, 1pt 1 1 1 1 1

Bônus

BS2

Responsabilidade social corporativa BS2.1 BS 2.2 BS2.3

Fortalecimento de economia local 1 1 1

Valorização de RH

BS2.5 BS2.6

1 1

A empresa possui programa para desenvolvimento humano e melhoria da empregabilidade de (ex)funcionários, com foco em educação ou treinamento

A empresa tem programa permanente para capacitação e treinamento de RH

IS 3.1.5.

Satisfação média dos fornecedores, estimada a partir de porcentagem satisfeita com:

Número de ações judiciais bem-sucedidas, movidas contra a empresa ou empregados por incidentes ou práticas relacionadas ao trabalho

Número de reclamações ou notificações formais (ambientais ou por incômodo) recebidas quanto a qualquer assunto relacionado às atividades de construção

A empresa adota padrões de responsabilidade social que incluem políticas para gerenciar impactos em comunidades afetadas por suas atividades

Contribuição para a construção de comunidades estáveis

Relacionamento com a comunidade local

Quais das seguintes situações melhor descreve o relacionamento do emprendimento com residentes locais e grupos comunitários?

A empresa busca localmente seus suprimentos e serviços sempre que possível

A empresa está envolvida em projetos locais de regeneração da comunidade

O canteiro segue padrões de gerenciamento, segurança e consciência ambiental visando minimizar a perturbação à vizinhança imediata

Provendo assistência a outros projetos locais

Gerando oportunidades de negócios

Utilizando facilidades locais

Reclamações no último trimestre

Jardins e espaços abertos à comunidade ou outras benfeitorias locais

Em relação ao último trimestre:

Através de doações a instituições de caridade locais

Tentamos envolvê-los ativamente em cada etapa do empreendimento

Número total de açõesAções no último trimestre

Número total de reclamações

Dizemos o que estamos fazendo

Em relação ao último trimestre:

Respondemos quando há reclamações

IS 3.1.4.

Não há

De que forma o empreendimento contribui positivamente para a comunidade local?

Recrutamento de mão-de-obra local (%)

Page 320: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

CE1 Produtividade no canteiroE1

IE1.1. Horas.homem/m2 hh/m2 não pontua

IE1.2. % não pontua

IE1.3. % não pontua

CE2E2

IE2.1 Processo de projeto/construção Global Previsto (orçamento)

IE2.1.2 R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2

-1 0 1 -1 0 1

-1 0 1 -1 0 1

IE 2.1.3. Minimização de defeitos

Número Pior Igual Melhor Número Pior Igual Melhor

Tipo A (falha estrutural) grave grave

Tipo B (revestimentos e trincas)

Tipo C (revestimentos e trincas)

Tipo D (rejunte e pequenos defeitos) leve leve

IE2.1.3.1 -1 0 1 IE2.1.3.2 -1 0 1

IE 2.2.

qtd/$ não pontua

IE 2.2.2

qtd/$ não pontua

Número de ações judiciais bem-sucedidas, movidas contra a empresa por clientes e usuários, por unidade de valor agregado

Melhoria no produto oferecido

Horas de retrabalho ou gastas em correção de defeitos pré-entrega (em % total de horas trabalhadas)

Aumento da satisfação, bem-estar e valor para usuários e vizinhança

No ato da entrega média da empresa

No trimestre anterior

média da empresaApós período de retificação defeitos

Custo de retificação de defeitos pré-entrega (em % custo total obra)

Do ponto de vista do construtor: qual é o desempenho do empreendimento em relação ao retorno estimado (lucro)?

IE 2.2.2 Número de reclamações de vizinhos, por unidade de valor agregado

Do ponto de vista do cliente: qual é o desempenho do empreendimento em relação ao orçamento previsto (custo/m2 contrução)?

Page 321: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

CE3IE3

IE 3.1. Valor agregado e retorno de capital

IE 3.3.1

% não pontua

% não pontua

% não pontua

IE3.1.1 Valor agregado/unidade de valor de vendas % não pontua

IE3.1.2 Retorno médio do capital empregado % não pontua

IE3.2. Investimentos diretos e indiretos

% não pontua

% não pontua

IE3.2.4. Relação empregos indiretos/diretos % não pontua

% não pontua

% não pontua

IE 3.3.

% não pontua

IE 3.3.2. Benefícios intangíveis, em %custo vida útil % não pontua

IE3.2.5.

IE3.2.3.

% valor de materiais, produtos e serviços que fortalecem economia local (% total adquirido)

(interface com BS 1. Treinamento)

(interface com IS 3.1. Relacionamento com a comunidade local)

IE3.2.1.

Investimento em treinamento para empregados diretos (% da folha de pagamento (salários + benefícios))

Custo de produção, em m2 “sustentável”/m2

convencional

Valor de venda m2 “sustentável”/m2

convencional

% aumento do custo aceita como investimento em sustentabilidade

Investimento, agregação de valor e benefícios da sustentabilidade

IE 3.3.2

Benefícios resultantes de investimento em sustentabilidade

Subsídios e benefícios fiscais recebidos (% custo obra)

IE3.3.1.

IE3.2.6.

% salários correspondente a recursos humanos locais (% total adquirido)

IE3.2.2.

Investimento físico na comunidade e/ou na vizinhança imediata: equipamento urbano, jardins públicos e outros mecanismos de compensação (em % custo obra )

Page 322: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

CG1

Outros

IG1.2.2.

0 1 2 1

Outros

1 1 1 1

Outros

1 1 1 1 1

Aumentou Igual Diminuiu

poluição do ar (inclui poeira)

poluição da água

contaminação do solo

soc reclamações quanto a ruído

-1 0 1

CG2

IG2.2.2.

0 1 2 1

1 1

Integração de práticas de controle de qualidade ao processo

Indicar alteração em relação ao trimestre anterior

SGA não certificadoSGA certificado (ISO 14001)

Gestão de RCD

Contaminação do solo

Controle de poluição de corpos d´água e sobrecarga da infraestrutura de águas pluviais

Ruído (dB)

A etapa de construção está observando os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental - SGA?

IG2.4

IG2.2.1.

IG1.2.1Práticas de gestão ambiental durante a execução

A etapa de construção está observando os requisitos de um Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ?

Consideração de aspectos de gestão ambiental e sustentabilidade no planejamento

IG1.2.1.

Desenvolvimento de protocolos de verificação de conformidade de desempenho pré-entrega por profissional habilitado

Realização de teste  pré-entrega de sistemas de condicionamento e ventilação artificial

Ajuste de desempenho de sistemas prediais pré-ocupação

Está previsto o monitoramento de poluição? - Indicar todos os aplicáveis

Número total de incidentes

Sem SGQ

Incidentes

Sem SGA

Controle de poluição sonora

SGQ não certificadoSGQ certificado (ISO 9001)

Ruído (perturbação)Poluição da água

Supervisão planejada no canteiro para assegurar conformidade

Supervisão planejada no canteiro para assegurar conformidade

Número de incidentes no trimestre anterior

Controle de poluição para o ar: recepção, armazenamento e manuseio de materiais

Polutição do ar (inclui poeira)

Page 323: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Bônus

Não Sim

0 1

Bônus

BC1.

Sim Outros

OU5 1 1 1 1 1

Não

0

Outros

BC1.2 BC1.3; BC1.3.1 BC1.3.2

1 1 1

Outros

BC2.1 BC2.2 BC2.3

1 1 1

Outros

BC2.4 BC2.4 BC2.5

1 1 1

Outros

BC2.6 BC2.7. BC2.8

1 1 1

A empresa definiu metas específicas de sustentabilidade, a serem revisadas anualmente

A empresa implementou estas metas na forma de um plano de ação para sustentabilidade

A empresa possui um processo interno de auditoria de sustentabilidade

A empresa comunica seu desempenho em relação à sustentabilidade a todas as partes interessadas

Há uma política para sustentabilidade, com objetivos e atribuição de responsabilidades

Comprometimento e proatividadeSustentabilidade como prioridade corporativa

Diretrizes referentes a práticas de controle dos impactos da construção em sítios com valor ecológico  especificadas nos documentos de construção e acima dos exigidos pela legislação

A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção

A empresa definiu uma política sustentável de compras e de uso responsável de materiais de construção

A empresa desenvolveu e implementou um Plano de Gestão de Resíduos

A empresa investe na melhoria do seu desempenho em relação a sustentabilidade

A empresa aplica conceitos de construção e operação sustentável em suas instalações

A empresa conduz sistematicamente o acompanhamento ambiental do ciclo de vida de seus produtos, processos e serviços

A empresa possui um sistema de gestão ambiental implantado?

BC1.1.

BC2. Proatividade em sustentabilidade

A empresa publica um relatório anual de sustentabilidade verificado por parte independente

A empresa identificou indicadores próprios de desempenho em relação a sustentabilidade, e conhece seu estado atual em relação a eles

A empresa faz benchmarking regular do seu desempenho em relação às melhores práticas do setorRelato e benchmarking de desempenho

A empresa implementa um programa interno de educação e treinamento de empregados para sustentabilidade

A empresa definiu e implementa um sistema de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecedores

A empresa implementa sistemas para compartilhar boas práticas entre departamentos, fornecedores, projetistas, canteiros de obras e projetos

Page 324: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

1 1 1 1

Outros

1 1

BS3. Relacionamento com a sociedade

Outros

BS3.2. BS3.3.

1 1

Outros

1 1 1

FIM da Etapa 3

Construção 0 pts em 160 0 %

Participação em programa “verde” de compras ou grupo de compras cooperativo

BC2.9. Proatividade no preenchimento de lacunas identificadas para a implementação de medidas sustentáveis

Interação com fornecedores para redução de embalagens

Formação de cadeia de coleta seletiva - reciclagem – reuso

Clube de minimização de intercâmbio de resíduos

BC2.10. Proatividade em proteção de biodiversidade e em medidas para evitar poluição

Estabelecimento de parcerias (relacionadas ou não às atividades da empresa) para exercício de cidadania corporativa

Programa corporativo de doações à comunidade (monetárias, equipamentos e patrocínio) BS3.1.

Política de seleção de área, construção para proteção de habitat e melhoria da ecologia local

Parcerias com escolas para facilitar programas educacionais

Benefício indireto à comunidade, envolvendo, por exemplo:

Plano “verde” de transporte/comutação dos funcionários, para reduzir uso de automóveis

Estabelecimento de parcerias com a comunidade no entorno imediato

Programas de estágios profissionais; bolsas educacionais e oportunidades de emprego

Uso e Operação Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoInstruções

Page 325: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

Dados vindos do formulário "Planejamento"

Empresa de projeto

Empresa de construção

Nome do contato

Endereço

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Status do empreendimento Planej. produção

Concepção Quantitativos

Viabilidade Anteprojeto Orçamento

Proposta inicial Estudo Preliminar Projeto legal Licitação Execução Uso

Este campo deve ser revisado no formulário "Planejamento" à medida em que o empreendimento se desenvolva!

Etapa 4: Uso e operação do edifício (O)Para monitoramento de progresso, recomenda-se que este formulário seja revisado em intervalos trismestrais

O0 Área construída (m2)

0,00

>50 m2/pessoa 50-40 m2/pessoa 39-20 m2/pessoa 29-10 m2/pessoa <10 m2/pessoa Ocupação prevista em projeto

#DIV/0! m2/pessoa não pontua

0 1 2 3 4

OA1 consumo mensal kWh/m2 pessoas kWh/ocup*m2

consumo anual kWh/m2 m2 kWh/m2 *ano

Não Sim Qual? Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre

global

-1 0 1

Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre

0 1

global

-1 0 1

Não Sim Qual? Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre

0 1 global

consumo/área

Foi definida uma meta de consumo de energia para a etapa de operação

Foi definida uma meta de consumo de energia renovável para a etapa de operação %

kWh/m2 *ocup*ano

vgs

vgs

vgs

vgs

vgs

vgs

Energia consumo/ocupante

kWh/m2 *ano

no. ocupantes

área útil do edifício

Nome do empreendimento

vgs

Uso do solo e alteração da ecologia e biodiversidade

Área construída/usuário (real)

vgs

Projeto Executivo

Indicar estado atual do empreendimento digitando "1" nos campos correspondentes a todos os estágios completados.

1

Page 326: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

-1 0 1

0 1 2 3 4

0% 1-5% 5-10% 11-15% 16-20% 21-25%

0 1 2 3 4 5

Consumo anual de energia não renovável utilizada na operação do edifício (indicada no medidor), por m2 área útil ("area de carpete")

IA 1.2.3.

IA 1.2.4% do consumo anual de energia para operação vindo de fontes renováveis

>200 kWh/m2/ano 200 - 150 kWh/m2/ano 149 - 100 kWh/m2/ano 99-50 kWh/m2/ano <50 kWh/m2/ano

Page 327: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

OA2

Não Sim Qual? Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre

global

-1 0 1

Em relação à meta, o consumo foi Maior Igual Menorno último trimestre

0 1

global

-1 0 1

consumo mensal m3pessoas l/ocup/dia

consumo anual (m3) m3 m2m3/m2/ano

IA 1.3.2

OU

0 1 2 3 4

IA 1.3.3 Consumo anual de água para irrigação 1

0 1 2 3 4

Bônus <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

IA 1.3.4

0 1 2 3 4 5

OA3<20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

IA 2.7.4

0 1 2 3 4 5

kg/ocup * ano não pontua

kg/m2 * ano não pontua

Foi definida uma meta de consumo de água para a etapa de operação? m3/m2 *ano

m3/m2 *ocup*ano

Não se aplica (não há medição setorizada)>?? m3/m2 jardim

Consumo anual de água para uso e operação do edifício (exceto irrigação), por m2 construído

Água

% massa de resíduos de uso separados e encaminhados para reciclagem externa

Resíduos de uso do edifício (papel, vidro, plástico e metais) por unidade de área útil construída

80-56 l/ocup/dia

Resíduos de uso

>?? m3/m2 jardim >?? m3/m2 jardim>?? m3/m2 jardim

40 -31 m3/ocup/ano

no. ocupantes

área útil do edifício

30 -21 m3/ocup/ano

Parcela do consumo mensal de água para irrigação resultante de coleta e tratamento de água de chuva

>?? m3/m2 jardim

50 -41 m3/ocup/ano

>?? m3/m2/mês

<55 l/ocup/dia

consumo/ocupante

consumo/área

<20 m3/ocup/ano

>?? m3/m2/mês >?? m3/m2/mês >?? m3/m2/mês >?? m3/m2/mês

>50 m3/ocup/ano

>135 l/ocup/dia 135-111 l/ocup/dia 110-81 l/ocup/dia

Page 328: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

OS3 Impactos sobre clientes e usuários finais

em construção!Qualidade do ambiente interno

IS2.1.1.1 Controle de umidade1 1

1 1

IS2.1.3 Ventilação e renovação de ar

IS2.1.2.1

%

IS2.1.2.2

m/s

IS2.1.2.3

ºC

IS2.1.2.4 Temperatura radiante média ºC

Desvio em relação ao benchmark de UR durante aquecimento

Umidade adequada para controle de microorganismos dentro do edifício

Emissões de VOC em espaços internos (nível medido)

Taxa de renovação de ar em áreas condicionadas artificialmente

Humidade relativa nas áreas de ocupação primária

Velocidade do ar nas áreas de ocupação primária (no nível das zonas de ocupação - ~1,70m piso)

Temperatura do ar ambiente nas áreas de ocupação primária

Eficiência da ventilação em áreas primárias ocupadas ventiladas naturalmente com ventilação unilateral

Eficiência da ventilação em áreas primárias ocupadas ventiladas naturalmente com ventilação cruzada

IS2.1.2 Controle de poluentes

Controle de spray em torres de refrigeração e de água parada em ramais de distribuição de sistemas HVAC etc

Desempenho de filtros dos sistemas HVAC

Desvio em relação ao benchmark de UR durante refrigeração

Page 329: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

IS2.1.2.6 Homogeneidade de condicionamento artificial

Assimetria radiante vertical ºC

Assimetria radiante horizontal ºC

ºC

ºC

IS2.1.3.1

IS2.1.3.2

IS2.1.3.3

IS2.1.3.3

IS2.1.4 Conforto acústico

Iluminação natural nas áreas de ocupação primária (fator de luz do dia a uma certa distância de janela)

Ofuscamento potencial nas áreas de ocupação primária

Gradiente vertical de temperatura (faixa entre 0,10m e 1,70m)

Diferença entre temperatura do ar e do piso (para temperatura do piso entre 19 e 29 o C)

Atenuação sonora entre áreas de ocupação primária

Desvio do nível de iluminação ambiente em relação aos níveis recomendados

Ruído de equipamentos prediais nas áreas de ocupação primária

Homogeneidade de iluminação (coeficiente de uniformidade)

Atenuação sonora através do envelope do edifício

Page 330: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

IS2.3. Qualidade dos serviços

IS 2.3.1. Capacidade de manutenção do desempenho

IS 2.3.1.1 Seleção de materiais conforme o meio, e proteção de materiais contra agentes agressivos

IS 2.3.1.2 Potencial de manter desempenho dos sistemas prediais

§          Acesso a sistemas técnicos centrais, para manutenção e substituição

§          Acesso a sistemas técnicos distribuídos, para manutenção e substituição

§          Acesso a materiais e componentes de construção para manutenção e substituição

IS 2.3.1.3 Monitoramento de desempenho

§          Monitoramento de parâmetros de desempenho de sistemas-chave

§          Previsão de sistema de detecção de vazamentos cobrindo as principais fontes de água e gás

§          Previsão de medidas para reduzir vazamento de refrigerantes de sistema de ar condicionado (se aplicável)

IS 2.3.2. Flexibilidade e adaptabilidade

IS 2.3.2.1 Facilidade de adaptação dos sistemas prediais a alterações dos requisitos dos usuários e evoluções tecnológicas

§          Facilidade de adaptação de sistemas de condicionamento e ventilação artificial

§          Facilidade de adaptação de sistemas de iluminação

§          Facilidade de instalação ou alteração de sistemas de telecomunicações

§          Facilidade de ligação futura a sistemas de energia renovável

§          Facilidade de ampliação

IS 2.3.2.2 Adequabilidade do layout da estrutura e divisões internas a alterações futuras

IS 2.3.2.3 Adequabilidade do pé-direito a alterações futuras

IS 2.3.2.4 Adequabilidade da capacidade de carga das lajes para outros usos

IS 2.3.2.5 Fim de vida com baixo impacto ambiental (providências para desmontabilidade e descontrução seletiva)

IS 2.3.3 Controlabilidade dos sistemas prediais

IS 2.3.3.1 Capacidade de operação parcial dos sistemas técnicos do edifício

IS 2.3.3.2 Capacidade de controlar aquecimento e refrigeração excessivos nas áreas de ocupação primária

IS 2.3.3.3 Nível de automação predial apropriado à complexidade dos sistemas

IS 2.3.3.4 Controlabilidade dos sistemas pelos usuários

•            Área das zonas de controle de iluminação

•            Área das zonas de controle de equipamento HVAC

•            Área de janelas operáveis/área total de janelas

IS 2.3.4 Impacto em propriedades adjacentes e vizinhança imediata

IS 2.3.4.1 Impactos ambientais no terreno e propriedades adjacentes

§       Refletância de superfícies horizontais do edifício e área pavimentadas do terreno

§       Impacto do processo de construção em erosão do solo no terreno e sítios adjacentes

§       Impacto do paisagismo em erosão do solo e sítios adjacentes, no controle de uso de água em irrigação; redução de ilhas de calor; redução de toxicidade no terreno (controle de pestes) e em projeto passivo

IS 2.3.4.2 Interferência negativa em acesso a sol e vento e no potencial de geração de energia solar

IS 2.3.4.3 Ruído do edifício afetando propriedades adjacentes

IS 2.3.4.4 Ruído durante a construção do edifício afetando propriedades adjacentes

IS 2.3.4.5 Número de reclamações ou notificações formais (ambientais ou por incômodo - ruído, acidentes, trânsito etc) recebidas devido a atividades de construção

Page 331: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

IS132.1. Não Sim

0 1

Usuário final=cliente?

Não Sim

Não se aplica

Pontualidade na entrega

Qualidade do produto <20 % 21-40% 41-60% 61-80% 61-80 % >80 %

Qualidade do ambiente interno

Qualidade do ambiente externo 0 1 2 3 4 5

Atendimento pós-entrega

Custo anual de manutenção/operação

Não Sim

0 1

OE2 Melhoria no produto oferecido

IE2.1 Processo de projeto/construção Global No trimestre anterior Previsto

R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2

-1 0 1 -1 0 1

Global No trimestre anterior Previsto

R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2 Pior Igual Melhor R$/m2

-1 0 1 -1 0 1

IE 2.2.

qtd/$ não pontua

Programa para melhoria contínua da satisfação, com base na pesquisa de satisfação dos usuários finais

IS3.2.2. Satisfação média dos usuários finais (quando diferentes dos clientes, avaliados no item IS3.2.3, form Construção ), estimada a partir de porcentagem satisfeita com:

Implementação de prática para avaliação da satisfação de usuários (mecanismos de retroalimentação, como APO)

IE2.1.2 Custo de operação real/planejado

IE2.1.2

IS3.2Satisfação usuários finais

Custo de manutenção real/planejado

IS3.2.4.

Aumento da satisfação, bem-estar e valor para usuários e vizinhança

IE 2.2.1 Número de reclamações de usuários finais e clientes, por unidade de valor agregado

interface com IS 3.2.2 Satisfação média dos usuários finais e IS 3.2.3 Satisfação média dos clientes

Page 332: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

OG1

IG1.

Outros

1 1 1 1 1

Outros

1 1 1 1 1 1

Outros

1 1 1 1 1 1

OG2IG2.

Outros

IG2.3. IG2.3.

1 1

FIM da avaliação

Uso e Operação 0 pts em 65 0 %

Procedimentos de manutenção cobrem todos os sistemas e equipamentos

Conscientização trimestral sobre uso e economia de energia

Disseminação trimestral de informações sobre minimização e

Procedimentos de manutenção cobrem todos os sistemas e equipamentos

Condução de auditoria trimestral da geração de resíduos de uso

Disseminação trimestral de informações sobre uso e economia de água

Sensibilização de usuários para a conservação de energia

Sensibilização de usuários para a conservação de água

Sensibilização de usuários para a minimização de resíduos de uso e separação para reciclagem

Procedimentos para coleta e reciclagem de resíduos de uso

Monitoramento mensal em relação a dados históricos

Condução de auditoria externa anual do uso de energia no edifício

Política de gestão de resíduos de uso disponível para todos os usuários

Política de conservação de energia disponível para os usuários

IG1.3Sistema de gestão de resíduos de uso está implantado e inclui

IG2.3.

Política de conservação de energia disponível para os usuários

Integração de práticas de controle de qualidade ao processo

Sistema de gestão de uso de água está implantado e inclui

IG1.4

Treinamento do pessoal de manutenção e operação

Sistema de gestão de uso de energia está implantado e inclui

IG1.5

Consideração de aspectos de gestão ambiental e sustentabilidade no planejamento do processo

Planejamento da operação e manutenção do edifício

Programa de manutenção preventiva dos sistemas e equipamentos consumidores de água e energia

Monitoramento semanal em relação a dados históricos

Condução de auditoria externa anual do uso de água no edifício

Uso e Operação Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoInstruções

Page 333: Avaliação de sustentabilidade escritórios brasileiros_Diretrizes e base metodológica

1 2 1 2

Am

bie

nta

l

So

cial

Eco

mic

o

Ges

tão

50% 62% 57% 67%

26% 21% 26% 27%55%

#REF!Pontos

Pesos

Índice global de Sustentabilidade

1

Classe

C Uso e Operação Pontuação Imprime Formulário Limpa FormulárioProjeto ConstruçãoInstruções