AVALIAÇÃO DO ÍNDICE APOPTÓTICO EM CISTOS E …server05.pucminas.br/teses/Odonto_LealRM_1.pdf ·...

99
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Odontologia AVALIAÇÃO DO ÍNDICE APOPTÓTICO EM CISTOS E GRANULOMAS PERIAPICAIS Rosana Maria Leal Belo Horizonte 2003

Transcript of AVALIAÇÃO DO ÍNDICE APOPTÓTICO EM CISTOS E …server05.pucminas.br/teses/Odonto_LealRM_1.pdf ·...

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Odontologia

AVALIAÇÃO DO ÍNDICE APOPTÓTICO EM CISTOS E GRANULOMAS PERIAPICAIS

Rosana Maria Leal

Belo Horizonte 2003

ROSANA MARIA LEAL

AVALIAÇÃO DO ÍNDICE APOPTÓTICO EM CISTOS E GRANULOMAS PERIAPICAIS

Dissertação apresentada ao curso de

Mestrado em Clínicas Odontológicas com

ênfase em Estomatologia da Faculdade de

Odontologia da Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais, como parte dos

requisitos necessários para obtenção do

grau de mestre.

Orientadora: Profa. Helenice de Andrade Marigo

Co-orientadora: Profa. Franca Arenare Jeunon

BELO HORIZONTE 2003

Rosana Maria Leal

AVALIAÇÃO DO ÍNDICE APOPTÓTICO EM CISTOS E GRANULOMAS

PERIAPICAIS

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Clínicas Odontológicas

com ênfase em Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais,

Belo Horizonte, 16 de dezembro de 2003

Profa. Helenice de Andrade Marigo (Orientadora) – PUC Minas

Profa. Mireile São Geraldo dos Santos Souza – FAFEID Diamantina

Prof. Carlos Roberto Martins – PUC Minas

Agradeço a Deus pela vida e por estar

presente no meu coração.

Ao meu pai, José Leal (in memorium),

apesar de não estar mais ao meu lado,

sempre me incentivou e tenho certeza

que continua me abençoando sempre.

A minha querida mãe, Maria Lima Leal

pela imensa compreensão, dedicação,

estímulo, paciência e tanto amor.

Aos meus primos Maria das Graças e

Luiz Henrique pelo carinho e apoio nos

momentos difíceis.

Aos meus queridos Daniel, Thiago,

Gabriela e Luigi pelas alegrias ao

longo de todos esses anos.

O meu agradecimento em especial a

Helen Madson Queiroz (in memorium),

por tudo que realizou no curto período

que permaneceu entre nós, e por me

guiar desde o inicio da minha

caminhada e durante todos estes anos.

Agora, minha querida mestra e amiga,

você é uma estrela que brilha com

muito mais grandeza.

AGRADECIMENTOS

A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em nome do diretor Félix

de Araújo Souza, e do coordenador dos programas de mestrados Roberval de

Almeida Cruz, por tornar possível à realização de mais uma etapa na minha

formação profissional.

A coordenadora da graduação da Faculdade de Odontologia da Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais, Franca Arenare Jeunon, pela amizade e

colaboração para que eu pudesse continuar esse processo de capacitação

profissional.

A minha orientadora Helenice de Andrade Marigo, no desenvolvimento deste

trabalho, através do incentivo, ajuda, paciência, dedicação e ensinamentos nos

caminhos da “apoptose”.

Aos professores, Hermínia Marques Capistrano, Martinho Campolina Rebelo

Horta, Ângela Ferraz Souza e Paulo Eduardo Alencar de Souza, colegas da

disciplina de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da PUC Minas, pelo apoio,

amizade e contribuições para a realização deste trabalho.

Ao meu mestre Carlos Roberto Martins, pelo exemplo de profissionalismo e

amor a arte de ensinar.

Aos professores da disciplina de Clínica Integrada, da Faculdade de

Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Ana Maria Abras

da Fonseca, Margarete Teixeira Lima Fernandes, Mônica de Oliveira Santiago,

Elizete dos Reis Borges e Eduardo Nunes, pelo incentivo e amizade durante esta

jornada.

A técnica do Laboratório de Anatomia Patológica, da Faculdade de

Odontologia Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Maria Reni Moitinha,

por sua colaboração no preparo do material utilizado na realização deste trabalho e

ao longo de todos estes anos.

Aos meus colegas do curso de pós-graduação, Paulo César de Lacerda

Dantas e Fernanda Fonseca, Fernanda Fonseca Nunes, Ramon Aluâne Hipólito e

Syvie Brener pelo apoio e incentivo.

A minha colega do curso de pós-graduação Ana Maria Rebouças Rodrigues

pela amizade, carinho e compreensão.

Ao meu aluno Ícaro Buchholz Abdala, pela dedicação durante a realização

deste trabalho.

Aos professores Hugo Pereira Godinho e Nilo Bazzoli, do programa de

pós-graduação em zoologia de vertebrados da Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais, na realização da documentação fotográfica.

A professora Elizete Rizzo, pela gentileza e apoio dispensado, colocando à

disposição o Laboratório de Ictiohistologia do Departamento de Morfologia do

Instituto de Ciências Biológicas da Faculdade Federal de Minas Gerais.

Aos meus alunos, razão do meu constante aprendizado.

A todos os funcionários da Faculdade de Odontologia e do Instituto de

Ciências Biológicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,

que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho.

Aos pacientes que são a verdadeira razão da realização deste trabalho.

APOIO FINANCEIRO FIP - Fundo de Incentivo a Pesquisa, da Pontifícia Universidade Católica de Minas

Gerais.

“ A beleza é a única coisa preciosa na vida.

É difícil encontrá-la

Mas quem consegue, descobre tudo. ”

Charles Chaplin

RESUMO Apoptose é uma palavra de origem grega que significa a queda das folhas das

árvores. É um processo de morte celular programada controlada geneticamente. A

morte celular por apoptose difere da morte celular por necrose. Células que morrem

por apoptose são caracterizadas por alterações bioquímicas e morfológicas

específicas, que culminam com a diminuição do volume celular e fragmentação da

célula formando os corpos apoptóticos, que são fagocitados por macrófagos ou

células vizinhas, sem causar inflamação.

A apoptose é essencial para o desenvolvimento celular e embrionário e para a

homeostasia do tecido. Defeitos no processo de apoptose pode estar relacionado a

muitas condições patológicas humanas, inclusive câncer, doenças autoimmunes e

desordens neurodegenerativas.

Cistos e granulomas periapicais são bem reconhecidos, principalmente com relação

à proliferação. Entretanto, estudos sobre apoptose nestas lesões periapicias

inflamatórias são escassos. Portanto, este estudo pretendeu aumentar o

conhecimento sobre apoptose, analisando e comparando o índice apoptótico destas

duas lesões.

PALAVRAS-CHAVE: Apotose, Morte celular programada.

ABSTRACT Apoptosis, from a Greek word meaning the dropping of leaves from a tree, is a

process of programmed cell death genetically controlled. Cell death by apoptosis

differs considerably from cell death by necrosis. Cells dying by apoptosis is

characterized by specific biochemical and morphological features that culminate in

shrinkage of the cell and breaking up into apoptotic bodies that are engulfed by

neighboring macrophages. Since intracellular contents are not release from apoptotic

cells this process is not accompanied by inflammation.

Apoptosis is essential for normal cellular and embryonic development and tissue

homeostasis. Defects in apoptosis underlie many human pathological conditions,

including cancer, autoimmune diseases and neurodegenerative disorders.

Periapical cysts and granulomas are well recognized, specially about proliferation.

However, studies about apoptosis in these lesions are uncommon. Therefore, this

study intended to increase the knowledge on apoptose, analyzing and comparing the

apoptótic index of these two lesions.

KEYWORDS: Apoptosis, Cell death, Programmed cell death.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 17

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 18

2.1 Apoptose ................................................................................................. 18

2.2 Apoptose e Processos Inflamatórios ....................................................... 26

2.3 Imunologia das Lesões Periapicais ......................................................... 31

2.4 Cisto Periapical ........................................................................................ 34

2.5 Granuloma Periapical .............................................................................. 38

3 OBJETIVOS ............................................................................................... 41

3.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 41

3.2 Objetivos Específicos .............................................................................. 41

4 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 42

4.1 Amostra e Processamento do material ................................................... 42

4.2 Coloração HE .......................................................................................... 42

4.3 Coloração em Metil-Green-Pironia .......................................................... 43

4.4 Marcação “in situ” da fragmentação do genoma ..................................... 44

4.5 Determinação da amostra mínima de campos a serem contados .......... 45

4.6 Análise estatística .................................................................................... 52

4.7 Microfotografias ....................................................................................... 52

5 RESULTADOS ........................................................................................... 53

6 DISCUSSÃO .............................................................................................. 71

7 CONCLUSÕES .......................................................................................... 77

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 78

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Média (ME), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das

20 médias dos índices apoptóticos obtidos em cada categoria de

números de campos sorteados para o granuloma periapical

(expressa em porcentagem) ..............................................................

47

TABELA 2 - Média (ME), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das

20 médias dos índices apoptóticos obtidos em cada categoria de

números de campos sorteados para o cisto periapical (expressa em

porcentagem) .....................................................................................

48

TABELA 3 - Média (ME), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das

20 médias dos índices apoptóticos obtidos em cada categoria de

números de campos sorteados para as células do epitélio de

revestimento da cavidade cística (expressa em porcentagem) .........

49

TABELA 4 - Média (ME), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das

20 médias dos índices apoptóticos obtidos em cada categoria de

números de campos sorteados para as células do infiltrado

inflamatório do cisto periapical (expressa em porcentagem)..............

50

TABELA 5 - Relação dos pacientes com granuloma periapical com os dados

relativos ao gênero, cor, idade, localização e tempo da doença .......

54

TABELA 6 - Relação dos pacientes com cisto periapical com os dados relativos

ao gênero, cor, idade, localização e tempo da doença .....................

58

TABELA 7 - Índice apoptótico (IA), média (ME) e desvio padrão (DP) de

granulomas periapical ........................................................................

66

TABELA 8 - Índice apoptótico (IA), média (ME) e desvio padrão (DP) de cistos

periapicais ..........................................................................................

67 TABELA 9 - Índice apoptótico (IA), média (ME) e desvio padrão (DP) dos

granulomas periapicais e do infiltrado inflamatório dos cistos

periapicais ..........................................................................................

68

TABELA 10 - Índice apoptótico (IA), média (ME) e desvio padrão (DP) do epitélio

e do infiltrado inflamatório dos cistos periapicais ...............................

70

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Coeficiente de variação versus número de campos para o

granuloma periapical .......................................................................

47

GRÁFICO 2 - Coeficiente de variação versus número de campos para o cisto

periapical .........................................................................................

48

GRÁFICO 3 - Coeficiente de variação versus número de campos para as

células do epitélio de revestimento da cavidade cística ..................

50

GRÁFICO 4 - Coeficiente de variação versus número de campos para as

células do infiltrado inflamatório do cisto periapical ........................

51

GRÁFICO 5 - Distribuição das amostras de granuloma periapical de acordo com

o gênero dos pacientes ...................................................................

53

GRÁFICO 6 - Distribuição das amostras de granuloma periapical de acordo com

a cor dos pacientes .........................................................................

53

GRÁFICO 7 - Distribuição das amostras de cisto periapical de acordo com o

gênero dos pacientes ......................................................................

57

GRÁFICO 8 - Distribuição das amostras de cisto periapical de acordo com a cor

dos pacientes ..................................................................................

57

GRÁFICO 9 - IA entre granulomas e cistos periapicais ......................................... 67

GRÁFICO 10 - IA entre granulomas e infiltrado inflamatório dos cistos periapicais 69

GRÁFICO 11 - IA entre epitélio e infiltrado inflamatório dos cistos periapicais ....... 69

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Granuloma periapical (aumento de 100x) em HE ............................... 55 FIGURA 2 - Granuloma periapical (aumento de 200x) em HE ............................... 55

FIGURA 3 - Granuloma periapical (aumento de 400x) em HE ............................... 56

FIGURA 4 - Granuloma periapical (aumento de 1000x) em HE ............................. 56

FIGURA 5 - Cisto periapical (aumento de 100x) em HE ......................................... 59

FIGURA 6 - Cisto periapical (aumento de 100x) em HE ......................................... 60

FIGURA 7 - Cisto periapical (aumento de 100x) em HE ......................................... 61 FIGURA 8 - Cisto periapical (aumento de 400x) em HE ......................................... 61

FIGURA 9 - Cisto periapical – Infiltrado inflamatório (aumento de 1000x) em

Metil-Green-Pironina ...........................................................................

63

FIGURA 10 - Granuloma periapical (aumento de 1000x) em Metil-Green-Pironina.. 63

FIGURA 11 - Cisto periapical – Epitélio cístico (aumento de 1000x) em

Metil-Green-Pironina ...........................................................................

64

FIGURA 12 - Cisto periapical (aumento de 1000x) – TUNEL (células apoptóticas).. 65

FIGURA 13 - Granuloma periapical (aumento de 1000x) – TUNEL (células

apoptóticas) .........................................................................................

65

ABREVIATURAS

APAF - Fator ativador da apoptose

APAF1 - Fator ativador da apoptose 1

IL-1 - Interleucina-1

IL-1α - Interleucina-1alfa

IL-1β - Interleucina 1beta

IL-2 - Interleucina-2

IL-4 - Interleucina-4

IL-6 - Interleucina-6

IL-8 - Interleucina-8

IL-10 - Interleucina-10

IL-13 - Interleucina-13

INF-γ - Interferon-gama

PG - Prostaglandina

TNF - Fator de necrose tumoral

TNF-α - Fator de necrose tumoral-alfa

TGF-β - Fator de crescimento transformador-beta

TGF-β1 - Fator de crescimento transformador-beta1

PDGF - Fator de crescimento derivado de plaquetas

G-CSF - Fator estimulador de colônias de granulócitos

MG-CSF - Fator estimulador de colônias de granulócitos monócitos

NFkB - Fator nuclear-kB

ICE - Enzima conversora de interleucina 1β

DD - Domínio da morte

FasL - Ligante Fas

FADD - Domínio da morte associado ao Fas

TNFr - Receptor para o fator de necrose tumoral

TRADD - Domínio da morte associado ao TNFr

MPTP - Poro de transição de permeabilidade mitocondrial

NK - Linfócito natural killer

Th - Linfócito T helper (auxiliar)

Ts - Linfócito T supressor (citotóxico)

PMN - Polimorfonucleares neutrófilos

HE - Hematoxilina eosina

µm - Micrômetro

µm2 - Micrometro quadrado

µl - Microlitro

MM - Milímolar

Ml - Mililitro

Mm - Milímetros

Cm - Centímetro

Kda - kilodalton

PBS - Tampão fosfato salina 0C - Grau centígrado

TUNEL -Terminal dioxynucleotidyl transferase mediated digoxigenin-UTP-nick-

end-label (marcação das porções finais do genoma fragmentado através

da inserção de nucleotídeos)

IA - Índice apoptótico

ME - Média

DP - Desvio padrão

CV - Coeficiente de variação

P - Probabilidade

1. INTRODUÇÃO

Apoptose é uma forma de morte celular que se distingue da necrose por dois

aspectos básicos: primeiro porque é um processo ativo, durante o qual os

componentes celulares se reorganizam e se agrupam, formando posteriormente

fragmentos celulares envoltos por membrana (corpos apoptóticos), os quais não

sofrem autólise, mas são fagocitados por células vizinhas; o outro aspecto básico é

que a apoptose acomete células individualmente ou em pequenos grupos celulares.

A apoptose é encontrada nos processos fisiológicos, como os que ocorrem

durante a morfogênese dos órgãos, tanto na vida embrionária como após o

nascimento. Como processo patológico, a apoptose é observada em lesões

induzidas por agressão imunitária celular, por radiações ionizantes ou por drogas

citotóxicas e por neoplasias malignas.

Na literatura, os cistos e granulomas periapicais são muito bem reconhecidos e

descritos, inclusive com relação ao índice mitótico, entretanto, os estudos sobre

apoptose nestas lesões são escassos. Portanto, com este trabalho, pretendeu-se

aumentar o conhecimento sobre apoptose, analisando e comparando o índice

apoptótico destas duas lesões.

18

2 . REVISÃO DA LITERATURA

2.1 APOPTOSE

A manutenção da homeostasia tecidual nos organismos multicelulares é

assegurada por diferentes mecanismos biológicos regulatórios, entre os quais a

apoptose. O termo apoptose descrito pela primeira vez por KERR, WYLLIE &

CURRIE, em 1972, é de origem grega (apo=separação, ptosis=queda) e significa a

queda de folhas das árvores ou das pétalas de uma flor em analogia para

representar a morte celular fisiológica que implica em renovação (COHEN, 1991;

HÄCKER, 2000; VAUGHAN et al., 2002).

Além de seu papel fisiológico que regula a população celular, a apoptose

controla os processos de desenvolvimento embrionário e morfogênese e limita as

reações imunes. Desempenha também, um papel importante nos processos

patológicos, como nas lesões induzidas por agressão imunitária celular

(células T citotóxicas e linfócitos “Natural Killer” (NK), por radiações ionizantes ou por

drogas citotóxicas e em neoplasias malignas não tratadas (COHEN, 1997; JIANG et

al., 2000; KUWANO & HARA, 2000; AMEISEN, 2002).

As alterações morfológicas observadas são representadas por compactação

das organelas, principalmente mitocôndrias e ribossomos, tornando a célula mais

arredondada. Os desmossomas são destruídos e os espaços intercelulares

aumentados. O retículo endoplasmático, as mitocôndrias, os lisossomas e a

membrana plasmática permanecem intactos (JÄNICKE et al., 1998; MILLS et al.,

1999; ZHANG & XU, 2000).

19

As alterações morfológicas e bioquímicas no núcleo são representadas por

picnose e condensação da cromatina, em forma de meia lua, na periferia da

membrana nuclear, e pela clivagem internucleossômica da cromatina que forma

fragmentos de DNA, de tamanho entre 180 e 200 pares de base ou seus múltiplos.

A medida que o fenômeno prossegue, a célula separa-se das células adjacentes,

perde as microvilosidades e forma protuberâncias na superfície, fragmentando-se e

formando estruturas circundadas por membrana, contendo partes do núcleo e/ou

citoplasma e/ou organelas intactas denominadas de corpos apoptóticos. Através de

uma enzima denominada flipase, a membrana celular altera o posicionamento de

seus lipídios, principalmente da fosfatidilserina, servindo de sinalizador para que

fagócitos englobem os corpos celulares e completem o processo (COTTER et al.,

1990; FESUS et al., 1991; WYLLIE, 1992; UEDA & SUDHIR, 1993; NAGATA et al.,

2003).

O estudo pioneiro no nematóide Caenorhaditis elegans, que contém 1090

células, permitiu através de sua transparência, observar o desaparecimento de 131

células durante o seu desenvolvimento e também conhecer todos 14 genes

envolvidos no processo de apoptose. Os mais caracterizados são o ced-3 e o ced-4,

considerados reguladores positivos da morte celular programada e o ced-9

considerado regulador negativo da apoptose (DUKE et al., 1996; LI et al., 1998).

Um número crescente de genes tem sido identificado como capazes de atuar

no processo de morte celular programada. Entre eles encontra-se a família das

proteínas bcl-2, que desempenha papel fundamental na regulação da apoptose em

condições fisiológicas ou patológicas. Pelo menos 15 membros dessa família já

foram identificados nos mamíferos. Algumas dessas proteínas, como bcl-2, bcl-xl,

20

bcl-w e mcl-1 são anti-apoptóticos, enquanto outras, como a bax, bad e bid são

pró-apoptóticas (ADAMS & CORY, 1998, WOO et al., 2000).

Muitos membros da família bcl-2 residem na membrana externa da

mitocôndria, na membrana nuclear e no retículo endoplasmático. Na mitocôndria,

distribuem-se focalmente, nos locais de contato entre a membrana interna e externa.

Três funções têm sido descritas para essas proteínas: dimerização, atividade

formadora de poro ou canal de íons, e ligação a outras proteínas. A formação de

heterodímeros entre proteínas agonistas e antagonistas, pode inibir a apoptose pela

neutralização das agonistas ou promover a apoptose pelo deslocamento de fatores

pró-apoptóticos ligados a antagonistas, como por exemplo, o fator-1 ativador da

apoptose (APAF-1) (JARPE et al., 1998; HUMLOVÁ, 2002; SCORRANO &

KORSMEYER, 2003).

Os principais antagonistas da apoptose, bcl-2 e bcl-xl, localizam-se

principalmente, na membrana mitocondrial e acredita-se que um dos mecanismos

pelos quais essas proteínas mantêm a homeostasia celular, seja o de regulação da

permeabilidade das membranas nas quais se distribuem. A proteína bcl-2, também

bloqueia a penetração nuclear de perfurina e granzima-B, substâncias liberadas

pelos linfócitos T citotóxicos contra seus alvos e que podem ser ativadoras de

caspases. Os membros pró-apoptóticos da família bcl-2 são encontrados

normalmente no citosol e quando ativados, se translocam para a mitocôndria,

alterando a permeabilidade da membrana dessa organela, permitindo a liberação de

proteínas pró-apoptóticas, tais como o citocromo c, o fator indutor da apoptose e

pró-caspases 2 e 9 (HIDALGO & VIEIRO, 1999; REED, 2000; WOO et al., 2000;

LAHM et al., 2003; OPFERMAN & KORSMEYER, 2003).

21

O p53, também envolvido no processo de morte celular programada é uma

proteína codificada por um gene, que leva o mesmo nome (gene p53), em

conseqüência de seu peso molecular de 53 Kda. Este gene está situado no

cromossomo de número 17. Sua principal função está relacionada à preservação da

integridade do código genético em cada célula, ou seja, a manutenção da mesma

seqüência de nucleotídeos ao longo de toda a molécula de DNA (IRWIN & KAELIN,

2001). Durante o ciclo de divisão celular, essa proteína policia o genoma, verificando

a ocorrência de uma mutação na seqüência do código genético em busca de uma

duplicação defeituosa do DNA (erro de replicação). Quando ocorre o defeito no DNA,

há dois caminhos que poderão ser seguidos: a correção da mutação através da

ativação de proteínas de reparo ou a indução da apoptose (BRINCK et al., 2002).

Devido a esta função de detecção de alterações no DNA e conseqüente reparo ou

morte celular, a proteína p53 é considerada como uma guardiã do genoma, e é um

importante elemento na prevenção do desenvolvimento de tumores, sendo seu gene

codificador classificado como gene supressor de tumor (RALHAN et al., 2000).

O gene c-myc codifica uma fosfoproteína nuclear (c-myc) a qual liga-se a

seqüências específicas do DNA induzindo a transcrição de certos genes importantes

na regulação da proliferação celular. Ele não está diretamente envolvido no

processo apoptótico. Quando o c-myc está ativado com os genes envolvidos no

processo de apoptose, a morte celular programada poderá ser induzida ou não.

Quando o c-myc está associado ao p53 a apoptose poderá acontecer. Quando

associado ao bc-2 o processo será inibido (SUSUMU et al., 2001; VERMEULEN

et al., 2003).

A apoptose pode ser induzida por estímulos externos, através de receptores

específicos na superfície celular denominados receptores da morte ou por estímulos

22

internos, como lesão do DNA ou perturbações no ciclo celular ou nas vias

metabólicas. Essas diferentes vias culminam com a ativação de proteases

conhecidas como caspases, que desempenham um papel fundamental no processo

de morte celular programada (PAROLIN & REASON, 2001). As caspases estão

presentes no citosol sob a forma de pró-enzimas inativas, tornado-se ativas após

clivagem proteolítica à altura de resíduos do ácido aspártico. Pelo menos

14 membros dessa família já foram identificados nos mamíferos e estão envolvidos

no processo de apoptose (THORNBERRY, 1999; SUSIN et al., 2000). Uma vez

ativada, a maioria das caspases tem a habilidade de catalizar a ativação de muitos

outros membros dessa família, resultando em amplificação da cascata proteolítica.

Alguns membros, como a caspase-8, agem como reguladores e iniciadores,

enquanto outros como a caspase-3, agem como efetores da fragmentação celular

(SALVESEN & VISHVA, 1999). As caspases têm substratos restritos, o que lhes

assegura um processo de seletividade e especificidade no processo de proteólise.

Tais substratos incluem proteínas envolvidas no reparo de danos e replicação do

DNA, no ciclo celular, na transdução e na manutenção da integridade da estrutura

celular (HOWARD & XIAOLU, 2000; FALEIRO & LAZEBNIK, 2000; WOO et al.,

2000; LeBLANC, 2003).

Um dos mecanismos pelos quais a apoptose pode ser iniciada é através dos

receptores da morte presentes na superfície celular, que são ativados em resposta

ao acoplamento de ligantes específicos. A maioria dos receptores da morte

identificados é membro da superfamília de receptores para o fator de necrose

tumoral (TNFr) e é caracterizada por apresentar uma porção extracelular rica em

cisteína e uma região citoplasmática, denominada domínio da morte

(death domain = DD), essencial para a transdução intracelular do sinal da morte.

23

Entre esses receptores, um dos mais estudados e bem reconhecidos é o receptor

Fas (CD95 ou APO-1). Quando o ligante-Fas (Fas L) se acopla ao receptor Fas, as

moléculas individuais do receptor se trimerizam formando um agregado de cadeias

da morte, permitindo que as mesmas se liguem a uma proteína adaptadora presente

no citosol, denominada domínio da morte associada ao Fas (Fas-associated death

domain ou FADD). A ligação desse complexo a pró-caspase-8 resulta na ativação

dessa enzima por clivagem proteolítica. A caspase-8 pode então, diretamente ativar

a caspase-3 (AMARANTE-MENDES & GREEN, 1999; CECCONI, 1999; GULBINS

et al., 2000; DUCKETT, 2002; BRIDGHAM et al., 2003).

O receptor Fas é expresso em uma variedade de células, incluindo células

epiteliais, hematopoiéticas e linfócitos B e T ativados. O padrão de expressão

tecidual do ligante Fas é mais restrito, sendo expresso nos linfócitos T maduros

CD4+ e CD8+ e nas células NK ativadas. A expressão simultânea de receptor Fas e

Fas L, em linfócitos maduros ativados, pode representar um mecanismo de

autolimitação da resposta imunológica. Citocinas inflamatórias, tais como a

interleucina-1, ou a presença de estresse oxidativo, que resulta na lesão de DNA e

ativação do p53, podem aumentar a expressão dos receptores Fas, tornando as

células mais susceptíveis a apoptose pelo sistema Fas (LAHM et al., 2003;

MEDEMA, 2003).

Além dos receptores da morte, a apoptose pode também ser induzida por

sinais de estresse intracelular que resultam em disfunção mitocondrial e alterações

nas vias metabólicas, através do aumento do cálcio intracelular, da redução do pH

ou do estresse oxidativo, por drogas, toxinas ou privação dos fatores de

crescimento. Na presença desses sinais, ocorre a translocação de proteínas

pró-apoptóticas do citosol para a mitocôndria, resultando na liberação do

24

citocromo-c, presente no espaço existente entre a membrana mitocondrial externa e

interna. No citosol, o citocromo-c forma um complexo com o fator ativador da

apoptose (APAF), levando à ativação da caspase-9, que ativa caspases efetoras

(REED, 2000; SEGAL & BEEM, 2001; BALIGA & KUMAR, 2003).

A mitocôndria participa da manutenção de funções celulares vitais, tais como

respiração celular e síntese de ATP, regulação osmótica, controle do pH,

homeostasia do cálcio no citosol e sinalização intracelular. Paradoxalmente, a

mitocôndria reserva no espaço intermembranoso substâncias letais, capazes de

provocar o processo de morte celular programada, entre as quais o citocromo-c.

Quando liberado da mitocôndria, o citocromo-c se associa a duas proteínas

presentes no citosol – APAF-1 e a pró-caspase-9 e na presença de ATP, ativa a

caspase-9. A caspase-9, por sua vez, ativa as pró-caspases-3 e 7, que executam o

processo de apoptose. A caspase-3 pode amplificar a cascata de proteólise pela

ativação da caspase-8 e pela clivagem da proteína anti-apoptótica bcl-2 que,

normalmente, garante a integridade da membrana mitocondrial (CRYNS & YUAN,

1998; ROSETO & BRENNER, 1999; DEGLI, 2003).

Para a manutenção da integridade celular é necessário que os componentes

pró-apoptóticos, presentes no interior da mitocôndria, não sejam liberados para o

citosol. Existe na membrana mitocondrial interna uma estrutura protéica denominada

poro de transição de permeabilidade mitocondrial (MPTP), que se mantém

habitualmente fechado, assegurando a sobrevivência celular. Seu fechamento é

facilitado pelo magnésio intracelular, pelo potencial elevado da membrana

mitocondrial, pela expressão das proteínas bcl-2 e bcl-xl, pela maior expressão da

superperóxido dismutase mitocondrial, rica em manganês, que atua como

25

removedora de radicais de superperóxido, e pela translocação do fator nuclear-kB

(NFkB) (JIANG et al., 2000; VAN GURP et al., 2003).

Diferentes estímulos podem causar a abertura do poro de permeabilidade,

resultando na morte celular pela ativação das caspases, como a ligação do fator de

necrose tumoral-alfa (TNF-α), ligantes-Fas, ou do fator de crescimento

transformador-β1 (TGF-β1) aos respectivos receptores na membrana celular ou a

entrada de granzima-B, liberada pelos linfócitos T citotóxicos e facilitada pela

perfurina. A caspase-8 ativada cliva a proteína pró-apoptótica bid, presente no

citosol, gerando um fragmento dessa proteína, que se liga à mitocôndria,

permeabilizando as suas membranas (GRANVILLE et al., 1999; DUCKETT, 2002;

VAN LOO et al., 2002).

Uma das conseqüências da abertura do poro de permeabilidade é a expansão

da matriz mitocondrial devido a sua hiperosmolaridade. A membrana mitocondrial

interna, apresentando várias pregas, pode acomodar o aumento do volume da

matriz, enquanto a membrana externa se rompe, liberando componentes

pró-apoptóticos, como o fator indutor de apoptose e o citocromo-c. Outra

conseqüência é a entrada de prótons na matriz, causando colapso no potencial de

membrana mitocondrial e comprometendo a síntese de ATP (DEGTEREV et al.,

2001).

A abertura do poro de permeabilidade mitocondrial causa, simultaneamente,

ativação das caspases (potencialmente levando à apoptose) e depleção de ATP

(potencialmente levando à necrose). Essa disputa entre ativação das caspases e

depleção de ATP irá orientar a morte celular, seja por apoptose, seja por necrose.

A disputa pode ser vencida pelas caspases quando estas são diretamente ativadas

pelos receptores da superfície celular ou granzima-B e quando o poro de

26

permeabilidade se abre em apenas algumas mitocôndrias, permitindo que as demais

sintetizem ATP. Nestas circunstâncias, a célula entra no processo de morte

programada. Por outro lado, se o poro de permeabilidade é aberto rapidamente e a

célula não pode obter energia suficiente a partir da glicólise anaeróbia, a depleção

do ATP impede que a apoptose se instale e a célula desenvolve o processo de

necrose (GREEN & REED, 1998).

A morte celular, definida como perda irreversível da estrutura e funções vitais

da célula, ocorre por dois processos morfologicamente distintos: necrose e

apoptose. A necrose se caracteriza pela perda da integridade da membrana

plasmática e alteração de seus gradientes eletroquímicos promovendo a liberação

dos constituintes intracelulares para o meio extracelular, estimulando a resposta

inflamatória e ampliando a lesão tecidual (BRASILEIRO FILHO, 1993; ZHANG & XU,

2000; DENECKER, 2001).

2.2 APOPTOSE NOS PROCESSOS INFLAMATÓRIOS

Os últimos anos presenciaram considerável avanço na compreensão dos

mecanismos genéticos e moleculares envolvidos na regulação da apoptose,

elucidando seu papel na fisiopatologia de diversas doenças. As doenças em que

este processo de morte celular programada parece exercer um papel importante

podem ser divididas em dois grupos: 1) doenças com inibição parcial da apoptose,

como por exemplo, neoplasias (câncer colorretal, gliomas, hepatocarcinomas,

linfomas, neuroblastoma, carcinoma epidermóide e câncer de próstata), doenças

autoimunes (artrite reumatóide, miastenia gravis e lupus eritematoso sistêmico) e

doenças inflamatórias (inflamações intestinais e hepáticas) e 2) doenças com

27

apoptose excessiva, como por exemplo, doenças neurodegenerativas (Alzheimer e

Parkinson), epilepsia, alcoolismo, anemia aplástica, síndromes mielodisplásicas,

isquemia miocárdica e cerebral e doença renal policística (BOSMAN et al., 1996;

ROSETO & BRENNER, 1999; RAMOS et al., 2000; SATCHELL et al., 2003).

Durante os processos inflamatórios, citocinas pró-inflamatórias como TNF-α,

moléculas como o FasL, glicocorticóides e granzimas podem induzir apoptose em

varias populações celulares, enquanto outras citocinas como a interleucina-1 (IL-1),

interleucina-6 (IL-6) e fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF)

normalmente, inibem este processo (OBERHOLZER et al., 2001). Níveis

aumentados dessas citocinas pró-inflamatórias são relatadas nas síndromes

sépticas e nas endotoxemias (CASEY et al., 1993) e em traumas severos (MARTIN

et al., 1997).

PAROLIN & REASON (2001) relatam que a presença de corpos apoptóticos

em espécimes de biópsia hepática de portadores de hepatites virais é um achado

comum e ilustra a participação da apoptose nestas infecções. O principal mecanismo

efetor de morte das células infectadas pelo vírus é mediado pelos linfócitos T

citotóxicos e pelas células NK.

A apoptose via sistema Fas, tem sido documentada como um dos

mecanismos de citotoxidade pelos quais os linfócitos T citotóxicos induzem a morte

dos hepatócitos nas hepatites virais. Para assegurar o sucesso dessa função, visto

que muitos vírus desenvolvem estratégias anti-apoptóticas, produzindo proteínas

capazes de inativar o p53 ou estimular a maior expressão de bcl-2, os linfócitos T

citotóxicos dispõem de diferentes mecanismos para levar a morte celular por

apoptose, incluindo o sistema Fas e TNF-α, bem como a liberação de perfurina e

grazima-B (PESSAYRE et al., 1999; SOLÁ et al., 2001).

28

O vírus Epstein-Barr, que causa a mononucleose e está associado ao câncer

linfático, produz proteínas semelhantes a bcl-2 que inibe a apoptose (DUKE et al.,

1996), e o papilomavírus, principal causa do câncer de colo uterino, desativa ou

degrada a p53 indutora da apoptose (LILES, 1997).

A resolução do processo inflamatório crônico proliferativo ou sua evolução

para a esclerose nas glomerulonefrites está relacionada à presença ou ausência de

fatores desencadeantes ou inibidores do processo de morte celular programada. Em

pacientes com doenças glomerulares, foram identificados imunohistoquimicamente,

células positivas para o Fas e para o bcl-2, indicando que a apoptose mediada pelo

sistema Fas é responsável pela perda de células glomerulares na evolução dessas

infecções e que a expressão aumentada de bcl-2 está relacionada à persistência da

hipercelularidade (TAKEMURA et al., 1995; MAKINO et al., 1996; BONINI et al.,

2000).

Em modelo experimental de glomerulonefrite, em camundongos,

demonstrou-se que, em estágios iniciais da inflamação, o fator de crescimento

derivado de plaquetas (PDGF) e outras citocinas, diminuem a expressão do receptor

Faz. Há síntese de proteínas que inibem o sistema de apoptose mediado por Fas em

células mesangiais, favorecendo o padrão proliferativo da glomerulonefrite.

Entretanto, em estágios avançados da inflamação, células mesangiais podem ser

deletadas por este sistema, desde que a produção dessas proteínas inibidoras

esteja suprimida e o receptor Fas seja expresso na superfície celular (YASUTOMO

et al., 1996).

VAISHNAW et al (1997) e RABINOVICH (2000) demonstraram através de

estudos de imunohistoquímica, que a produção de citocinas pró-inflamatórias como

a interleucina-1beta (IL-1β) e o TNF-α estão relacionadas com a inibição da

29

apoptose na artrite reumatóide, através da expressão aumentada de bcl-2,

contribuindo para a degradação tecidual e destruição óssea e cartilaginosa nesta

doença.

A apoptose é detectada em várias doenças bucais, como por exemplo, líquen

plano (ARENARE-JEUNON, 1999), ceratocisto odontogênico (MURAKI et al., 1997),

leucoplasia, papiloma escamoso, carcinoma de células escamosas (MARIGO, 1999),

linfoma oral (REGEZI et al., 1998), úlcera aftosa (HONNA et al., 1985), eritema

multiforme (CHRYSOMALI et al., 1997), síndrome de Sjögren (ISHIMARU et al.,

2000), candidíase mucocutânea (HEIDENREICH et al., 1996) e doença periodontal

(KOULOURI et al., 1999).

JEWETT et al (2000) por imunohistoquímica, verificaram o papel da bactéria

Fusobacterium nucleatum, na indução da apoptose em células mononucleares e

polimorfonucleares neutrófilos (PMN), demonstrando que a morte celular

programada nestas células foi induzida por uma proteína da superfície bacteriana e

regulada através de proteínas sinalizadoras como a ICE (enzima conversora de

interleucina 1β) e fator nuclear kB (NF-kB) das células alvo. Além disso, observaram

que a apoptose prematura destas células, pode diminuir a resistência do hospedeiro

e desempenhar um papel importante no inicio e progressão da doença periodontal.

KATO et al (2000) demonstraram, imunohistoquimicamente, que o

Actinobacillus actinomycetemcomitans induz apoptose nas células epiteliais orais

através de sua toxicidade mediada por endonucleases endógenas e está envolvido

na iniciação e progressão da periodontite, particularmente a do tipo agressiva.

A periodontite é a maior causa da perda de dentes em adultos e é

caracterizada pela presença de células mononucleares compostas por linfócitos T e

B e plasmócitos, as quais persistem por um longo período de tempo (WASSENAAR

30

et al., 1995). A cronicidade dessa doença também pode ser explicada pela ausência

da interleucina-4 (IL-4) na gengiva inflamada inibindo a apoptose dos macrófagos

(YAMAMOTO et al., 1996).

Na doença periodontal, o sistema Fas/FasL desempenha um importante papel

no controle da morte celular programada, principalmente nos linfócitos T e B

(NAGATA, 1997). As proteínas bcl-2 e bcl-xl, são expressas nos linfócitos das lesões

periodontais indicando inibição da apoptose nestas células (KROEMER, 1997).

A proteina bax, também é expressa na população linfocítica das lesões do

periodonto e sua interação com a bcl-2 pode inibir a apoptose (PARIJS & ABBAS,

1998).

SAWA et al (1999) analisaram, por métodos imunohistoquímicos, a expressão

de proteínas bcl-2, bax e bcl-xl em linfócitos isolados de lesões periodontais e

compararam-nas com linfócitos periféricos dos mesmos doadores. Estes autores

observaram que, tanto bcl-2 quanto bcl-xl, mostraram menor expressão nos linfócitos

das lesões periodontais do que nos periféricos. A expressão de bax foi superior à da

bcl-2 nos linfócitos das lesões periodontais sugerindo que estas células são

susceptíveis à apoptose. Investigaram também a interação entre Fas/FasL,

demonstrando que o receptor Fas é mais expresso do que o FasL, sendo

insuficiente para a interação deste sistema de sinalização e por isso, relacionada a

persistência dessas células inflamatórias mantendo a cronicidade da doença.

TAKAHASHI et al (1999) investigaram através da hibridização in situ e da

imunohistoquímica a síntese celular, proliferação e apoptose em lesões periapicais.

Neste estudo foram selecionadas 25 amostras de tecido periapical, sendo 15

granulomas e 10 cistos radiculares, obtidos de 13 indivíduos do gênero masculino e

12 do feminino, submetidos a exodontias ou a apicetomias. A idade média destes

31

pacientes foi de 38,8 anos e as lesões se apresentavam radiograficamente com

aproximadamente, 5 mm de diâmetro. Foi demonstrado que os achados

morfológicos característicos da apoptose não foram claramente observados nas

secções coradas em HE, entretanto, a fragmentação nuclear dos PMN foi bem

evidenciada através do método in situ-end labelling (ISEL). Células apoptóticas

foram detectadas em 23 dos 25 casos selecionados. Segundo os autores o processo

de apoptose ocorreu predominantemente em PMN, presentes nas lesões

periapicais.

2.3 IMUNOPATOLOGIA DAS LESÕES PERIAPICAIS

As principais alterações patológicas que acometem os tecidos periapicais são

de natureza inflamatória, ocorrendo como resultado de estimulação antigênica

contínua pelo egresso de bactérias e seus produtos dos canais radiculares estando

associadas à resposta imunológica do hospedeiro, no intuíto de conter o avanço da

infecção endodôntica. Quando a agressão é persistente e não resolvida pela

mobilização dos mecanismos de defesa do hospedeiro, instala-se um processo

crônico caracterizado por uma resposta imunológica adaptativa, de caráter

especifico (MARTON & KISS, 2000; RUIZ et al., 2003).

Os achados histopatológicos das lesões periapicais são os mesmos vistos em

outros tecidos de granulação, envolvendo o tecido conjuntivo circundante ao local

agredido. Um achado comum a estas lesões, independente da causa, é a

exsudação persistente de um número grande de células imunocompetentes, como

PMN, macrófagos, linfócitos, plasmócitos, células gigantes, células NK e mastócitos

(PIATTELLI et al., 1991; KETTERING & TORABINEJAD, 1993).

32

Os PMN e os macrófagos são as células envolvidas na resposta imune inata,

mediada pela fagocitose dos microorganismos opsonizados e células mortas. As

células B e T são componentes predominantes nas lesões periapicais humanas, as

quais desempenham um papel importante na resposta imune antígeno-específica.

Vários estudos sugerem que, ambas as respostas imunes, humoral e celular, estão

envolvidas na patogênese destas lesões periapicais (STERN et al., 1982;

TAKAHASHI, 1998).

Para determinar o perfil celular e as diferenças nas proporções destas células

imunocompetentes, bem como o seu envolvimento na patogênese das lesões

periapicais crônicas, estudos imunohistoquímicos têm sido realizados nestas últimas

décadas. TORABINEJAD & KETTERING (1985), procuraram confirmar a presença

de células T e determinar a média entre as células T e B em 13 amostras de lesões

periapicais, sendo 9 granulomas e 4 cistos perirradiculares, representados por um

infiltrado inflamatório crônico, predominantemente de linfócitos e plasmócitos.

Os resultados mostraram que todas as lesões foram positivas para linfócitos T e B.

Demonstraram também, que o número de células T, foi maior do que o de células B,

não havendo diferenças significativas nas proporções de linfócitos T helper (Th) e T

supressor (Ts), nas duas lesões.

STASHENKO & YU (1989), ALAVI (1998) e De OLIVEIRA & LARA (2001),

demonstraram os mesmos achados nas proporções de células T e B, entretanto,

verificaram que durante a fase ativa do desenvolvimento das lesões periapicais,

o número de células Th era maior, enquanto as células Ts aumentavam,

numericamente nas fases mais tardias, sugerindo que linfócitos Th podem mediar

atividades envolvidas na destruição óssea e expansão, enquanto as Ts, atuariam na

estabilização da lesão.

33

LIAPATAS et al (2003), em 45 amostras de lesões periapicais, sendo 25

granulomas, 17 cistos e 3 fibroses cicatriciais, mostraram que nenhuma diferença

estatisticamente significativa foi observada no infiltrado inflamatório crônico entre

granuloma e cisto periapical. Nas duas lesões, a maioria das células inflamatórias

era representada por linfócitos T, B e macrófagos, indicando a persistência da

resposta inflamatória, induzida por exposição prolongada dos tecidos periapicais a

vários agentes desencadeando uma reação imunológica. Estes autores também

verificaram que as células T se encontravam em maior número do que as células B.

A proporção de Th foi maior do que a de Ts. Estes achados demonstraram que

granuloma e cisto radicular representam dois estágios diferentes no

desenvolvimento dos processos periapicais crônicos resultantes de uma resposta

imune que não pode ser inibida.

Os macrófagos representam uma grande população de células nas lesões

periapicais, atuando na imunidade inata (fagocitose) e na adaptativa como células

apresentadoras de antígeno e produtoras de citocinas, contribuindo para a iniciação

e regulação do processo inflamatório (METZGER, 2000). Estas células podem ainda,

estar envolvidas com alguns sinais e sintomas clínicos como expansão e

sensibilidade à percussão (De OLIVEIRA & LARA, 2001).

As citocinas pró-inflamatórias mais comumente presentes nas lesões

periapicais são as interleucina-1alfa (IL-1α), interleucina-1beta (IL-1β) e TNF-α,

produzidas por macrófagos. Estas citocinas estão envolvidas na estimulação de

osteoclastos na reabsorção óssea, no aumento da resposta vascular local e na

estimulação de linfócitos (STASHENKO et al., 1992). Os PMN também são capazes

de gerar citocinas como IL-1β, TNF-α, IL-6 e interleucina-8 (IL-8), envolvidas nos

processos de reabsorção óssea (TAKAHASHI et al., 1995).

34

As citocinas antinflamatórias são principalmente a interleucina-4 (IL-4),

interleucina-10 (IL-10) e o fator transformador de crescimento-beta (TGF-β).

O TGF-β, está envolvido no processo de reparação nas lesões periapicais, inibindo a

formação de osteoclastos, estimulando a proliferação de fibroblastos, atuando na

síntese de fibras colágenas e na angiogênese local. Esta citocina, também

desempenha um papel importante na regulação do tônus muscular e na produção de

vasoconstritores (STASHENKO et al., 1998; DANIN et al., 2000).

WALKER et al (2000), KABASHIMA et al (2001) e LIAPATAS et al (2003),

analisando a expressão de citocinas em lesões periapicais, demonstraram que a

natureza da resposta imune é determinada, particularmente pelas subclasses das

células T, e como parte desse arsenal, as células T sintetizam e secretam uma

variedade de citocinas que podem ser divididas em duas categorias: as que

aumentam as funções citotóxicas das células T, principalmente a interleucina-2 (IL-2)

e o interferon-gama (INF-γ), secretadas pelos linfócitos Th1 e aquelas que

promovem uma resposta do tipo humoral, como IL-4, IL-5, IL-6, secretadas pelos

linfócitos Th2. Além disso, o envolvimento marcante da expressão da citocina

pró-inflamatória IL-10, demonstra que as células inflamatórias estão empenhadas na

regulação da resposta inflamatória modelando a atividade da doença.

2.4 CISTO PERIAPICAL

Os cistos periapicais também denominados de cistos radiculares,

perirradiculares ou periodontais apicais são cistos inflamatórios dos ossos maxilares

formados nos ápices de dentes com polpas necróticas e infectadas, sendo

considerados seqüelas direta dos granulomas periapicais, embora nem todo

35

granuloma torne-se um cisto durante o seu desenvolvimento (FIGUEIREDO et al.,

1999).

A transformação cística ocorre por estimulação dos restos epiteliais de

Malassez presentes no ligamento periodontal, que passam a proliferar em

decorrência de estímulos inflamatórios na região periapical, promovidos pelas

bactérias e seus produtos, anteriormente presentes na polpa dental, acionando os

mecanismos de defesa do hospedeiro (TORABINEJAD & KETTERING, 1985;

BARKHORDAR & De SOUZA, 1988).

O cisto periapical, como todo processo crônico, é caracterizado pela

participação da resposta imunológica adaptativa de caráter específico. A formação

cística ocorre assim que o epitélio prolifera para ajudar a separar o estímulo

inflamatório do osso ao redor. A decomposição de restos celulares dentro da luz dos

cistos aumenta a concentração de proteínas, produzindo uma pressão osmótica

maior, resultando no transporte de fluídos através do revestimento epitelial para o

lúmen da cavidade cística. A passagem do fluído ajuda no crescimento do cisto

externamente. Com a reabsorção osteoclástica do osso, o cisto se expande. Outros

fatores de reabsorção óssea, como as prostaglandinas (PG), interleucinas e

proteinases, provenientes das células inflamatórias e células da lesão, também

permitem o aumento do cisto (ROCHA, 1991; SIQUEIRA JR & LOPES, 1999; RAITZ

et al., 2000).

Embora o sistema imune disponha de mecanismos para eliminar as células

epiteliais em proliferação nos cistos radiculares, elas continuam a se multiplicar em

razão da manutenção do fator etiológico, ou seja, da infecção endodôntica que

determina as reações imunológicas. Entretanto, quando a fonte de irritação é

removida, através do tratamento endodôntico, a proliferação epitelial tende a cessar

36

e o sistema imune promove a destruição e remoção das células epiteliais

proliferadas e a lesão reduz-se ou desaparece (SHAH, 1988; ROCHA, 1991;

CALISKAN & TÜRKÜN, 1997; SOARES & GOLDBERG, 2001).

Os cistos periapicais representam quase a metade de todos os cistos

relatados na literatura. Acomete mais pessoas do gênero masculino, entre a terceira

e sexta década de vida, embora seja relativamente incomum na primeira década,

ainda que cárie e dentes sem vitalidade sejam freqüentes neste grupo etário

(LALONDE & LUEBKE, 1968; STOCKDATE & CHANDLER, 1988; GOMEZ et al.,

1992; RAITZ et al., 2000). A maioria dos cistos periapicais localiza-se na maxila,

região anterior, seguido pela região maxilar posterior, região posterior da mandíbula

e, região anterior inferior (MORTENSEN et al., 1970; CABRINI et al., 1970; SOUZA

et al., 1985; SOUZA et al., 2003).

A maior parte dos cistos periapicais é assintomática, e são descobertos, com

freqüência durante exames radiográficos de rotina. Radiograficamente, o cisto

periapical não pode ser diferenciado do granuloma periapical. A radiolucidez

associada a um cisto periapical é circular ou ovóide, com margem esclerótica

estreita contígua com a lâmina dura do elemento dental envolvido. Esta margem

esclerótica pode não estar presente, quando o cisto periapical encontra-se

aumentando de tamanho. A lesão varia desde 0,5 cm ou menos, até vários

centímetros de diâmetro, embora a maioria apresente menos de 1,5 cm. Nos cistos

periapicais de longa duração, pode-se notar a reabsorção radicular do dente

envolvido e, ocasionalmente, dos dentes vizinhos (PEREIRA, 1985; BARBOSA,

1990; ALMEIDA et al., 2001).

Radiograficamente, o diagnóstico diferencial para o cisto periapical deve

incluir o granuloma periapical. Em áreas previamente tratadas de alterações

37

patológicas periapicais, devem ser considerados defeitos cirúrgicos ou cicatriz

periapical (NEVILLE et al., 1998; REGEZI & SCIUBBA, 2000). Na região anterior

inferior, uma radiolucidez periapical deve ser diferenciada da fase precoce da

displasia cementária periapical (SANTA CECÍLIA et al., 2000). Nos quadrantes

posteriores deve ser considerado o cisto ósseo traumático (GADRE & ZUBAIRY,

2000). Ocasionalmente, tumores odontogênicos, lesões de células gigantes,

doenças metastáticas e tumores ósseos primários podem imitar um cisto periapical.

Em todas as condições discutidas, os elementos dentais apresentam-se com

vitalidade pulpar (SCHOLL et al., 1999).

Histologicamente, o cisto periapical é forrado por um epitélio pavimentoso

estratificado não ceratinizado de espessura variável. Espongiose e transmigração de

células inflamatórias através do epitélio são achados comuns. Na cápsula fibrosa, o

tecido conjuntivo, pode estar focal ou difusamente infiltrado por uma população

mista de células inflamatórias. Na direção do epitélio, predominam os PMN, mais

profundamente no tecido conjuntivo os linfócitos são mais comuns (STERN et al.,

1982; BARBOSA, 1990). Infiltrado plasmocitário associado com os corpúsculos de

Russell, refratáveis e esféricos, são encontrados freqüentemente e, algumas vezes

dominam a imagem microscópica. Focos de calcificação distrófica, fendas de

colesterol e células gigantes multinucleadas podem ser encontrados, além de

hemorragias na parede do cisto (PESCE & FERLONI, 2002; SINAN et al., 2002).

Em uma pequena percentagem de cistos periapicais, corpúsculos hialinos,

denominados corpúsculos de Rushton, podem ser encontrados. Estes corpúsculos

no revestimento epitelial são caracterizados por uma forma levemente encurvada,

laminação concêntrica e mineralização basofílica ocasional. Acredita-se que a

38

origem destes corpúsculos seja relacionada com hemorragia prévia (ROCHA, 1991;

KUC et al., 2000).

As opções terapêuticas para as lesões císticas periapicais variam entre o

tratamento não cirúrgico, correspondendo ao tratamento endodôntico convencional

ou retratamento do sistema de canais radiculares, e o tratamento cirúrgico, através

de apicetomias ou de marsupialização. Em lesões de grande extensão a manobra

de marsupialização, ocasiona descompressão da cavidade cística e alívio da

pressão interna sobre as células circunvizinhas na área afetada (NEAVERTH &

BURG, 1982; SHAH, 1988; TSURUMACHI & SAITO, 1995; GALLEGO et al., 2002).

2.5 GRANULOMA PERIAPICAL

O termo granuloma periapical ou periodontite apical crônica refere-se a uma

massa de tecido de granulação cronicamente inflamado, no ápice de um dente não

vital. Esta denominação, comumente utilizada, não é totalmente correta, pois a lesão

não demonstra, microscopicamente, uma inflamação granulomatosa verdadeira

(NEVILLE et al., 1998).

Os granulomas periapicais podem se originar após a estabilização de um

abscesso periapical ou desenvolver-se como uma alteração periapical inicial. Estas

lesões não são estáticas e podem se transformar em cistos radiculares ou

desenvolver exacerbações agudas com a formação de abscessos (PAIVA &

ANTONIAZZI, 1988).

A maioria dos granulomas periapicais é assintomática, e o dente envolvido,

caracteristicamente, não apresenta mobilidade ou sensibilidade significativa à

percussão. O tecido mole que recobre a região periapical pode ou não estar sensível

39

e o elemento dental envolvido não responde aos testes pulpares térmicos ou

elétricos. Esta alteração patológica representa mais ou menos 75% das lesões

inflamatórias apicais (SOUZA et al., 1985; BARBOSA, 1990; LEDESMA-MONTES

et al., 2000; SATORRES et al., 2001).

Grande parte dos granulomas periapicais é descoberta durante exames

radiográficos de rotina. Inicialmente, observa-se um espessamento do ligamento

periodontal. Com a proliferação do tecido de granulação e a concomitante

reabsorção óssea, a lesão aparece como uma área radiolúcida ligada ao ápice

radicular, de tamanho variável, podendo ser bem circunscrita por uma linha

radiopaca ou difusa, sem limites precisos com o osso circunjacente. A reabsorção

radicular não é incomum. Embora as lesões maiores do que 2 cm de diâmetro

representem muitas vezes cistos periapicais, vários pesquisadores não têm sido

capazes de diferenciar granulomas periapicais de cistos periapicais, tomando como

base somente o tamanho e o aspecto radiográfico (NAIR et al., 1996; ROCHA et al.,

1998).

Histologicamente, os granulomas periapicais consistem em um tecido de

granulação inflamado, circundado por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso.

O tecido de granulação apresenta um infiltrado linfocítico denso variável,

freqüentemente mesclado com poucos neutrófilos, plasmócitos, macrófagos e,

menos freqüentemente, mastócitos e eosinófilos. Podem estar presentes

corpúsculos de Russell. Restos epiteliais de Malassez podem ser identificados no

tecido de granulação. Coleções de cristais de colesterol com células gigantes

multinucleadas associadas e áreas de extravasamento de hemácias com

pigmentação por hemossiderina podem estar presentes (KUC et al., 2000; SINAN et

al., 2002).

40

O tratamento centraliza-se na redução e eliminação dos microrganismos

agressores. Se o elemento dental puder ser preservado, o tratamento endodôntico

deve ser realizado. Os elementos dentais sem possibilidades de serem restaurados

devem ser extraídos, seguidos pela curetagem de todo o tecido de granulação

periapical (BARBOSA, 1990; MARIN et al., 2000).

Nos relatos dos autores consultados, os cistos e granulomas periapicais, têm

o comportamento biológico e os achados radiográficos muito semelhantes, por isso

justifica a colheita do material em determinados tipos de tratamento, como por

exemplo, nas exodontias seguidas por curetagem e nas apicetomias para análise

anátomo-patológica, para estabelecer o correto diagnóstico entre ambas.

41

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Identificar a ocorrência de apoptose em cistos e granulomas periapicais.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A. Estudar morfologicamente a ocorrência de apoptose em cistos e

granulomas periapicais,

B. Quantificar os índices apoptóticos (IA) destas lesões,

C. Verificar se há diferenças quantitativas entre o índice apoptótico dos

granulomas peripicais e o índice apotótico dos cistos periapicais,

D. Verificar se há diferenças entre o índice apoptótico dos infiltrados

inflamatórios entre cistos e granulomas,

E. Verificar se há diferenças entre o índice apoptótico do epitélio e o

índice apoptótico do infiltrado inflamatório do cisto periapical.

42

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Amostra e processamento do material

Para este estudo, foram selecionadas 15 amostras de granuloma periapical e

15 de cisto periapical, todas provenientes do laboratório de Anatomia Patológica da

Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

O material já se encontrava fixado em formal a 10%, processado e incluído em

blocos de parafina. Os blocos foram cortados em secções de 4�m de espessura e

corados com hematoxilina e eosina (HE), para realização do diagnóstico

histopatológico e com Metil-Green-Pironina, para a avaliação da ocorrência de

células apoptóticas respectivamente.

4.2 Coloração em HE

Os blocos cortados em secções de 4 µm de espessura foram desparafinados

em três banhos de xilol, de três minutos cada um. Em seguida, foram hidratados em

baterias sucessivas de álcool absoluto, 700, 500 e água corrente. As lâminas foram

mergulhadas na hematoxilina, deixadas durante um minuto no corante e lavadas em

água corrente. Logo após, foram mergulhadas na eosina durante trinta segundos e

lavadas rapidamente em água corrente. As lâminas foram desidratadas utilizando-se

álcool em concentrações crescentes (500, 700 e absoluto). Em seguida, foram

diafanizadas e montadas com Entelan.

43

4.3 Coloração em Metil-Green-Pironina

O método de Metil-Green-Pironina é específico para DNA, pois se liga aos

grupos fosfóricos do DNA. Desta forma, as modificações ocorridas nos núcleos das

células em apoptose são mais facilmente detectáveis (McELROY, 1992).

Solução Estoque de Metil-Green:

Metil-Green ................................... 2 gramas

Água destilada ............................... 100 ml

Purificação do Metil-Green através do clorofórmio:

Para 100 ml de Metil-Green, foi colocado 100ml de clorofórmio. Deixou-se em

repouso por uma noite e, no dia seguinte, o clorofórmio que se encontrava no fundo

do funil separador foi desprezado. O mesmo volume de clorofórmio foi acrescentado

e a troca foi sendo realizada até o clorofórmio sair sem corante.

Solução Estoque de Pironina:

Pironina ....................................... 1 grama

Água destilada ............................. 100 ml (Aquecer, para melhor solubilidade)

Solução de uso:

70 ml de Metil-Green – solução estoque

30 ml de Pironina – solução estoque

Os blocos cortados em secções de 4 µm de espessura foram desparafinados

em três banhos de xilol, de três minutos cada um. Em seguida, foram hidratados em

baterias sucessivas de álcool absoluto, 700, 500 e água corrente, por 2 minutos cada.

A seguir, as lâminas foram colocadas na solução de uso durante 4 minutos e

depois envolvidas em papel filtro por 5 minutos. Logo após, as lâminas foram

lavadas em água destilada (duas lavagens rápidas) e colocadas em álcool etílico

44

80%, gelado a 5 graus negativos, por 10 minutos. A seguir iniciou-se a desidratação

das lâminas em xilol puro e depois foram montadas com Entelan.

4.4 Marcação “in situ” da fragmentação do genoma (TUNEL)

O método TUNEL (Terminal deoxynucleotidyl transferase mediated

fluorescein-UTP-nick-End-Label) é um método de hibridização “in situ” associado a

imunohistoquímica utilizado para marcação das porções finais do genoma

fragmentado durante o processo de apoptose. Esta técnica consiste na inserção de

nucleotídeo marcado, o qual deverá se ligar às regiões internucleossomais

resultantes da fragmentação do DNA (MORENO et al., 2000). Para este método foi

utilizado o kit comercial In situ cell death detection, (cat. n0 1.684 817, Roche).

Os blocos foram cortados em secções de 3µm de espessura e montados em

lâminas silanizadas. As lâminas foram desparafinadas em três banhos de xilol, de 3

minutos cada. Em seguida os cortes foram hidratados em baterias sucessivas de

álcool absoluto, 950, 900, 800 e 700, por 3 minutos cada.

Logo a seguir, as lâminas foram lavadas em água destilada e em tampão

fosfato salina (PBS: 1,0 M de Na2HPO4 e 1,0 M de NaH2 PO4, pH 7.4). Aplicou-se a

solução de bloqueio da peroxidase endógena (3 ml de H2O2 P.A. em 97 ml de

metanol P.A.), durante 10 minutos. Logo após, as mesmas foram lavadas duas

vezes em PBS, por 3 minutos cada.

Em seguida, aplicou-se a proteinase K (20µg/ml) em todas as lâminas e estas

foram incubadas por 30 minutos a uma temperatura de 370C. Logo depois, lavou-se

duas vezes com PBS, por 3 minutos cada.

45

Após retirar o excesso de PBS ao redor dos cortes, aplicou-se a enzima TdT

(enzyme solution) 50µl diluída em 450µl de solução de marcação (label solution) em

toda a amostragem. Foram incubadas novamente em uma câmera úmida a 370C,

durante uma noite.

Após este período, as lâminas foram lavadas em PBS, por três vezes cada e

por 3 minutos. Secou-se a área ao redor das amostras e adicionou-se 50µl de

solução convertedora ligada a peroxidase (converter-POD) e logo a seguir,

incubadas na câmara úmida por 30 minutos, a uma temperatura de 370C.

Lavou-se novamente com PBS, por tres vezes e por 3 minutos cada. A seguir

foi adicionada a diaminobenzidina (DAB) e H2o2 e incubadas durante 3 minutos a

250C. A seguir, as lâminas foram lavados tres vezes, por 3 minutos cada com PBS.

A seguir, fez-se a contra-coloração com verde luz (2g /100 ml de água destilada) por

10 minutos. As lâminas foram desidratadas em álcoois em concentrações crescentes

(800, 900, 950, absoluto), diafanizadas em xilol e montadas com Permount.

Para o controle positivo utilizou-se Dnase I, grau I (3 U/ml em 50 mM de

TRIS-HCL, pH 7.5). Para o controle negativo utilizou-se apenas a solução de

marcação (label solution) dispensando a solução de enzimas (enzyme solution).

4.5 Determinação da amostra mínima de campos a serem contados

Para determinar a amostra mínima representativa de campos a serem

contados, foi utilizado o método descrito por SAMPAIO (1998). Foi escolhida uma

lâmina ao acaso, para cada tipo de lesão e realizada a contagem de células

apoptóticas, corpos apoptóticos e do número total de células que não apresentavam

este processo. O número de células foi quantificado em campos obtidos no

46

analisador de imagens Kontron Eletronic KS-400 localizado no Laboratório de

Ictiohistologia do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da

Universidade Federal de Minas Gerais. Este aparelho utiliza um microscópio Carl

Zeiss, onde a imagem é captada por uma microcâmera e transferida para um

monitor de alta definição onde os campos foram selecionados e gravados e, as

células contadas. Foi utilizada a objetiva de imersão de 1000X que proporciona uma

área total de contagem de 8.533,37 µm2.

Nas lâminas de granuloma periapical e cisto periapical selecionadas

aleatoriamente, foram avaliados 178 e 168 campos, respectivamente.

Através de um aplicativo do software Microsoft Excell, foi realizado os sorteios

e cálculos preconizados por SAMPAIO (1998) e que podem ser vistos nas

TAB. 1 e 2, seguidas dos respectivos GRAF. 1 e 2, onde determinou-se o número

mínimo de campos a serem contados nas duas lesões.

A variação do índice apoptótico (IA) para o granuloma periapical e para o cisto

periapical estabilizou-se a partir de vinte e cinco campos, quando o incremento de

campos estudados não resultou em redução considerável do coeficiente de variação

(GRAF. 1 e 2 ). Portanto, em ambas as lesões, foram contados 25 campos em todas

as amostras.

Para determinar a amostra mínima representativa de campos a serem

contados, separadamente, das células do epitélio de revestimento da cavidade

cística e das células do infiltrado inflamatório do cisto periapical, foi escolhida uma

lâmina ao acaso e realizada a contagem de células apoptóticas, corpos apoptóticos

e do número total de células que não apresentavam este processo, no epitélio e no

infiltrado inflamatório. O número de células também foi quantificado em campos

obtidos no analisador de imagens Kontron Eletronic KS-400.

47

TABELA 1 Média (ME), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das 20 médias dos índices apoptóticos obtidos em cada categoria de números de campos sorteados para o granuloma periapical (expressa em porcentagem)

GRÁFICO1 Coeficiente de variação versus número de campos para o granuloma periapical

0

2

4

6

8

10

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

NÚMERO DE CAMPOS

CO

EFI

CIE

NTE

DE

V

AR

IAÇ

ÃO

GRUPO Número de campos em cada grupo

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

1 6,61 6,46 6,33 6,24 5,95 5,77 6,32 6,05 6,39 6,12

2 5,07 5,56 6,03 6,15 5,9 5,86 5,93 5,86 6,27 6,08

3 6,23 5,87 5,37 6,38 5,69 5,84 6,29 6,08 6,05 6,29

4 5,67 5,91 6,09 6,53 6,31 5,72 5,78 5,9 6,02 6,05

5 6,01 6,26 5,8 6,08 6,03 5,46 5,78 6,02 5,21 6,13

6 6,99 5,93 5,79 5,89 6,09 5,92 6,36 6,01 6,03 6,52

7 5,71 6,39 6,03 6,44 5,77 5,98 5,8 6,06 5,8 5,94

8 6,07 5,74 5, 47 5,78 6,25 5,89 5,79 5,83 6,38 5,63

9 6,25 5,53 6,21 5,9 6,44 5,88 5,91 6,08 5,99 6

10 5,87 5,72 5,75 5,79 6,33 5,54 5,9 5,84 6,05 5,93

11 6,41 6, 29 5,49 6,16 6,45 5,82 5,89 5,93 6,15 6,2

12 6,46 6 ,74 6,11 5,6 5,97 5,57 5,7 5,77 6,12 5,92

13 6,51 6,33 5,88 5,96 5,91 6,21 5,96 5,76 5,98 6,18

14 5,69 5,97 5,57 6,25 5,71 6,05 6,28 5,78 6,05 5,88

15 5,73 6,49 6,23 5,71 5,82 6,04 6,06 6,21 5,98 6,02

16 6,57 6,29 6,33 5,66 6,05 6,39 5,8 5,75 5,99 6,04

17 6,61 5,64 5,67 6,35 6,03 5,99 5,48 5,72 6,09 6,12

18 4,7 5,68 6 6,17 6,08 6,02 5,89 6,35 5,98 5,59

19 6,07 6,95 5,83 6,48 5,77 6 5,84 6,45 5,87 5,98

20 6,39 5,25 5,73 5,98 5,83 6,21 5,71 6,42 5,98 5,73

MÉDIA 6,081 5,998333 5,907368 6,075 6,019 5,908 5,9235 5,9935 6,019 6,0175

DP 0,551027 0,430639 0,277626 0,284614 0,234406 0,230094 0,231796 0,223943 0,24048 0,215819

CV 9,06145 7,179312 4,699651 4,685008 3,894439 3,894614 3,913153 3,736424 3,995344 3,586515

48

TABELA 2 Média (ME), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das 20 médias dos índices apoptóticos obtidos em cada categoria de números de campos sorteados para o cisto periapical (expressa em porcentagem)

GRÁFICO 2 Coeficiente de variação versus número de campos para o cisto periapical

02468

101214

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

NÚMERO DE CAMPOS

CO

EFI

CIE

NTE

DE

V

AR

IAÇ

ÃO

GRUPO Número de campos em cada grupo

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

1 8,38 8,1 7,46 9,05 8,96 8,94 8,92 8,51 8,27 8,8

2 7,88 9,05 8,89 7,33 8,24 9,5 8,47 8,84 8,54 9,56

3 8,9 9,16 8,47 7,87 9,58 8,73 9,31 8,87 8,21 8,79

4 8,2 9,53 8,85 8,18 8,29 9,82 9,13 8,27 8,13 9,67

5 8,36 8,76 9,4 9,01 8,82 9,2 8,06 9,39 8,37 9,22

6 10,48 7,3 9,07 7,64 8,87 9,22 8,23 8,57 8,3 8,02

7 8,54 9,09 9,74 8,91 9,01 8,03 8,8 9,01 8,42 8,55

8 9,76 10,08 8,38 7,16 8,59 8,42 9,17 7,85 9,62 8,33

9 9,04 7,77 9,05 8,19 8,57 8,75 8,73 8,12 8,38 8,71

10 9,53 8,17 9,15 8,05 7,51 8,17 9,92 9,05 8,74 8,96

11 8,12 8,95 7,57 8,07 9,48 8,6 8,72 8,32 8,48 8,99

12 10,39 7,31 8,67 8,01 8,39 8,36 8,6 8,97 9,33 9,2

13 9,14 7,71 10,01 7,78 8,36 9,29 8,99 8,7 8,76 7,77

14 8,7 7,09 8,93 8,88 8,56 9,19 9,63 8,17 8,02 9,39

15 7,64 9,18 8 10,35 8,74 9,16 8,47 8,4 8,04 8,81

16 11,73 9,44 9,41 9,35 8,82 8,8 9,24 9,01 8,98 9,33

17 9,43 9,54 9,4 9,33 8,95 8,57 9,11 8,99 8,77 8,7

18 7,56 10,87 8,5 8,49 8,49 8,29 8,36 9,64 9,65 8,62

19 11,65 7,13 8,8 8,64 8,61 8,25 9,54 8,13 8,88 8,44

20 9,09 9,79 9,31 8,74 7,89 8,59 9,12 9,38 8,24 9,22

MÉDIA 9,126 8,701 8,853 8,4515 8,6365 8,794 8,926 8,7095 8,6065 8,854

DP 1,193197 1,075105 0,659738 0,774075 0,478597 0,483533 0,484338 0,485446 0,485314 0,49272

CV 13,0747 12,35611 7,452136 9,159027 5,541567 5,498443 5,426147 5,573751 5,638918 5,564938

49

Na lâmina de cisto periapical selecionada aleatoriamente, foram avaliados 28

campos para as células do epitélio de revestimento da cavidade cística e 91 campos

para as células do infiltrado inflamatório do cisto periapical.

Através do mesmo aplicativo do software Microsoft Excell, foi realizado os

sorteios e cálculos preconizados por SAMPAIO (1998) e que podem ser vistos nas

TAB. 3 e 4 seguidas dos respectivos GRAF. 3 e 4, onde determinou-se o número

mínimo de campos a serem contados para os dois tipos de células do cisto

periapical.

TABELA 3

Média (ME), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das 20 médias dos índices apoptóticos obtidos em cada categoria de números de campos sorteados para as células do epitélio de revestimento da cavidade cística (expressa em porcentagem)

GRUPO Número de campos para o epitélio de revestimento da cavidade cística

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

1 8,22 6,36 7,33 7,28 7,15 6,89 7,08 7,26 6,87 7,01

2 6,84 6,09 6,62 6,81 6,78 7,02 6,82 6,79 7,02 7

3 6,35 6,7 6,91 6,87 6,82 6,58 6,61 6,83 6,82 6,84

4 6,72 6,89 6,88 6,59 6,61 6,78 6,72 6,56 6,54 6,52

5 7,73 7,18 7,52 6,78 6,67 6,73 6,68 6,74 6,72 6,7

6 7,51 6,89 7,16 7,02 6,98 7,01 6,76 7,03 6,98 6,89

7 6,06 7,46 6,9 6,69 6,65 6,95 6,89 6,66 6,64 6,54

8 6,18 6,43 7,26 6,47 6,48 6,74 6,73 6,48 6,49 6,48

9 6,43 5,97 6,96 6,81 6,75 6,82 6,68 6,81 6,8 6,78

10 5,54 7,02 7,14 6,83 6,73 7 6,87 6,58 6,54 6,52

11 6,07 6,95 6,52 6,63 6,59 6,46 7,02 7,01 6,97 6,86

12 5,78 6,61 5,86 6,79 6,75 6,84 6,68 6,8 6,7 6,65

13 7,13 6,59 6,21 6,8 6,81 6,78 6,65 6,81 6,82 6,83

14 6,88 7,17 6,81 6,74 6,72 6,71 6,72 6,76 6,75 6,72

15 7,95 7,73 7,76 6,9 6,87 6,42 6,38 6,87 6,86 6,84

16 6,56 7,63 6,94 6,71 6,7 6,84 6,58 6,69 6,71 6,69

17 7,88 6,59 6,71 6,92 6,89 6,95 6,86 6,84 6,87 6,85

18 5,26 7,07 6,63 6,7 6,68 6,72 6,67 6,68 6,64 6,59

19 6,4 6,13 7,33 6,84 6,99 6,87 6,88 6,82 7,03 6,97

20 7,92 6,58 6,43 7,05 7,04 6,79 7,03 6,81 6,98 6,74

MÉDIA 6,7705 6,802 6,894 6,8115 6,783 6,795 6,7655 6,7915 6,7875 6,751

DP 0,866211 0,491278 0,451435 0,175747 0,165342 0,16637 0,168912 0,173971 0,164729 0,163704

CV 12,79389 7,222546 6,548232 2,580155 2,43759 2,448417 2,496669 2,561605 2,426941 2,424883

50

GRÁFICO 3 Coeficiente de variação versus número de campos para as células do epitélio

de revestimento da cavidade cística

02468

101214

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

NÚMERO DE CAMPOS

CO

EFI

CIE

NTE

DE

V

AR

IAÇ

ÃO

TABELA 4

Média (ME), desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das 20 médias dos índices apoptóticos obtidos em cada categoria de números de campos sorteados para as células do infiltrado inflamatório do cisto periapical (expressa em porcentagem)

GRUPO Número de campos para o infiltrado inflamatório do cisto periapical

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

1 9,25 8,25 9,99 9,73 9,67 10,98 10,85 10,54 10,52 10,31

2 8,54 9,6 9,98 9,17 10,58 9,78 9,97 10,09 10,02 9,99

3 11,43 10,7 9,04 9,89 10,42 10,61 10,62 10,56 10,51 10,32

4 7,39 10,9 9,56 9,74 10,24 10,54 10,58 10,52 10,26 10,11

5 9,87 10,23 10,65 9,31 8,7 9,69 9,75 9,32 9,26 9,23

6 7,01 9,82 10,56 10,68 10,58 10,57 10,52 10,47 10,68 10,32

7 12,85 12,01 10,14 10,83 10,69 10,11 9,98 9,89 9,62 9,58

8 10,63 8,29 11,56 9,56 9,9 9,74 10,05 9,68 9,72 9,57

9 11,14 10,12 11,15 10,21 10,09 9,47 10,23 9,42 9,38 9,46

10 9,49 8,38 9,23 9,06 9,57 11,2 11,12 10,98 10,83 10,55

11 11,58 9,6 11,02 11,93 10,62 9,98 9,73 9,76 9,73 9,74

12 13,22 9,79 11,11 10,08 10,14 10,04 9,75 9,64 9,59 9,53

13 7,74 9,22 11,99 10,23 9,82 10,05 9,45 9,42 9,41 9,45

14 10,73 11,46 11,19 9,76 10,4 10,1 9,67 9,47 9,42 9,33

15 8,12 10,51 11,16 10,42 10,1 9,76 11,12 9,34 9,32 9,31

16 11,45 11,01 12,18 9,68 10,11 9,58 10,04 10,02 10 10,03

17 10,12 10,46 11,49 10,87 9,62 9,95 9,97 9,52 9,46 9,4

18 11,19 10,05 10,37 11,28 10,38 10,68 11,02 10,1 10,02 11,1

19 9,09 11,66 11,37 9,08 9,41 11,13 10,83 10,65 10,62 10,37

20 8,88 13,04 9,37 11,04 9,38 9,85 10,02 9,75 9,74 10,05

MÉDIA 9,986 10,255 10,6555 10,1275 10,021 10,1905 10,2635 9,957 9,9055 9,8875

DP 1,750766 1,242788 0,917786 0,785023 0,513798 0,522197 0,524758 0,508207 0,505647 0,504432

CV 17,53221 12,11885 8,613262 7,751404 5,127213 5,124346 5,11286 5,104021 5,104707 5,101711

51

GRÁFICO 4 Coeficiente de variação versus número de campos para as células do

infiltrado inflamatório do cisto periapical

0

5

10

15

20

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

NÚMERO DE CAMPOS

CO

EFI

CIE

NTE

DE

V

AR

IAÇ

ÃO

A variação do IA para as células do epitélio de revestimento da cavidade

cística estabilizou-se a partir de vinte campos, quando o incremento de campos

estudados não resultou em redução considerável do coeficiente de variação

(GRAF. 3).

A variação do IA para as células do infiltrado inflamatório do cisto periapical

estabilizou-se a partir de vinte e cinco campos, quando o incremento de campos

estudados não resultou em redução considerável do coeficiente de variação

(GRAF. 4).

O critério proposto por LIPPONEN & AALTOMAA (1994), para identificação e

contagem das células e corpos apoptóticos foi utilizado quantificando as células que

apresentavam condensação nuclear e citoplasmática e fragmento de citoplasma

contendo densa condensação de cromatina.

A contagem das células e corpos apoptóticos e do número total de células

dos dois tipos de lesões e a obtenção do IA foi feita, por um único examinador, no

analisador de imagens Kontron Eletronic KS 400.

52

4.6 Análise estatística

Foi realizada uma analise paramétrica na comparação de dois grupos

independentes, com distribuição normal utilizando o teste t de student para testar as

hipóteses de haver ou não diferenças significantes entre o índice apoptótico de

cistos e granulomas periapicais, entre o infiltrado inflamatório dos granulomas e

cistos periapicais e entre o epitélio e o infiltrado inflamatório dos cistos periapicais.

4.7 Microfotografias

Neste estudo, a documentação fotográfica das lâminas coradas em HE,

Metil-Green-Pironina e pelo Túnel, foi feita em um microscópio Olympus BX50 com

lentes plano-apocromáticas, acoplado a uma câmera fotográfica Olympus.

53

5. RESULTADOS

Clinicamente, das 15 amostras selecionadas de granuloma periapical,

6 (60%) eram do gênero feminino e 9 (40%) do gênero masculino (GRAF. 5).

GRÁFICO 5 Distribuição das amostras de granuloma periapical de acordo com o gênero dos

pacientes

40%

60%

FemininoMasculino

Quanto a cor, na amostra total de granuloma periapical, 8 (53%) eram

leucodermas, 4 (27%) feodermas e 3 (20%) melanodermas (GRÁF. 6).

GRÁFICO 6 Distribuição das amostras de granuloma periapical de acordo com a cor dos

pacientes

53%27%

20%

LeucodermaFeodermaMelanoderma

Os elementos dentais envolvidos nas lesões do granuloma periapical foram

os 11, 12, 14, 16, 17, 22, 23, 26, 28 e 36 e nenhum destes, apresentava

54

sintomatologia dolorosa. Quanto ao tempo da doença, em 10 casos foi

indeterminado e os demais variou de 4 meses a 8 anos (60,8±43,57). A idade variou

entre 20 e 62 anos (40,2±15,22) (TAB. 5).

TABELA 5 Relação dos pacientes com granuloma periapical com os dados relativos ao gênero, cor, idade, localização e tempo da doença

Casos Gênero Cor Idade Localização Tempo da Doença

1 M L 20 11 INDETERMINADO

2 M M 37 28 INDETERMINADO

3 F F 45 14 INDETERMINADO

4 M L 34 23 INDETERMINADO

5 F L 21 36 8 ANOS

6 M M 62 22 4 MESES

7 M L 55 16 INDETERMINADO

8 F L 60 12 7 ANOS

9 M M 21 36 INDETERMINADO

10 F L 33 26 2 ANOS

11 F F 54 11 8 ANOS

12 M L 43 12 INDETERMINADO

13 F F 34 16 INDETERMINADO

14 M F 24 17 INDETERMINADO

15 M L 42 26 INDETERMINADO

Dados obtidos dos arquivos da Laboratório de Anatomia Patológica da FOPUC/MG M= masculino L= leucoderma F= feoderma

Histologicamente, todas as amostras do granuloma periapical foram

representadas por um tecido de granulação inflamado, circundado por uma cápsula

de tecido conjuntivo fibroso. O infiltrado inflamatório era predominantemente, do tipo

linfocítico, mesclado com plasmócitos, macrófagos e poucos neutrófilos (FIG.1,2,3, e

4). Áreas hemorrágicas, hemossiderina e alguns corpúsculos de Russell também

foram observados. Nenhum cordão ou ilhota de epitélio odontogênico (restos

epiteliais de Malassez) foi encontrado.

55

FIGURA 1 – Granuloma periapical coloração em HE (aumento de 100X), observa-se um

tecido de granulação.

FIGURA 2– Granuloma periapical coloração em HE (aumento de 200X), observa-se um

tecido conjunto fibroso com um infiltrado inflamatório mononuclear.

56

FIGURA 3 – Granuloma periapical coloração em HE (aumento de 400X), observa-se um

tecido conjuntivo fibroso com um infiltrado inflamatório mononuclear.

FIGURA 4 – Granuloma periapical coloração em HE (aumento de 1000X), observa-se um

tecido conjunto fibroso com um infiltrado inflamatório mononuclear, (linfócitos,

plasmóitos e macrófagos).

57

Em 9 (60%) secções do granuloma periapical, o infiltrado inflamatório

mostrou-se denso nas porções mais centrais e moderado na parte mais externa. Em

6 (40%) secções, o infiltrado inflamatório foi moderado tanto nas porções centrais

quanto nas partes mais periféricas. As áreas hemorrágicas, da amostragem total,

estavam distribuídas homogeneamente em toda a extensão do tecido inflamado, e

as áreas contendo hemossiderina estavam mais localizadas próximas à periferia.

Dos achados clínicos das 15 amostras de cisto periapical, 9 (60%) foram

representadas pelo gênero masculino e 6 (40%) pelo gênero feminino (GRAF. 7).

Gráfico 7 Distribuição das amostras de cisto periapical de acordo com o gênero dos pacientes

40%

60%MasculinoFeminino

Quanto a cor, 5 (34%) eram leucodermas, 5 (33%) feodermas e 5 (33%)

melanodermas (GRAF. 8).

Gráfico 8 Distribuição das amostras de cisto periapical de acordo com a cor dos pacientes

33%

33% 33%

LeucodermaFeodermaMelanoderma

58

No cisto periapical, os elementos dentais envolvidos eram os 11, 12, 13, 16,

22, 23, 26, 27, 35 e 36, todos sem sintomatologia dolorosa. O tempo da doença, em

9 casos foi indeterminado e os demais variou de 2 meses a 10 anos (38±48,06).

A idade mostrou variar entre 9 e 70 anos (36,1±14,93) (TAB.6)

TABELA 6 Relação dos pacientes com cisto periapical com os dados relativos a sexo, cor, idade, localização e tempo da doença

Casos Sexo Cor Idade Localização Tempo da Doença 1 M F 29 22 INDETERMINADO

2 F M 35 36 6 MESES

3 M M 41 12 INDEERMINADO.

4 F L 29 35 INDETERMINADO

5 M L 30 11,12 e 13 4 MESES

6 F M 70 11,12, 21 e 22 INDETERMINADO

7 M F 12 26 2 MESES

8 M L 42 23 INDETERMINADO

9 M F 9 36 INDETERMINADO

10 M M 53 12 e 13 INDETERMINADO

11 M F 45 16 INDETERMINADO

12 F M 39 22 2 ANOS

13 F L 42 22 10 ANOS

14 F F 37 27 INDETERMINADO

15 M L 29 11 e 12 6 ANOS

Dados obtidos dos arquivos da Laboratório de Anatomia Patológica da FOPUC/MG M= masculino L= leucoderma F= feoderma

Os achados histopatológicos da amostragem total dos cistos periapicais foi

representada por uma cavidade cística revestida por um epitélio do tipo pavimentoso

estratificado não ceratinizado e hiperplasiado, com a camada basal bem delimitada e

corada e por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso apresentando um infiltrado

inflamatório do tipo mononuclear, com predominância de linfócitos, além de

plasmócitos e macrófagos (FIG. 5,6,7 e 8). Os neutrófilos foram pouco

representativos. Observou-se corpúsculos de Russell nas lesões e alguns

aglomerados de corpúsculos de Rushton. Imagem negativa de cristais de colesterol

59

puderam ser identificadas. Áreas hemorrágicas e hemossiderina, também foram

vistas.

FIGURA 5- Cisto periapical corado em HE (aumento de 100X), observa-se cavidade cística

revestida por um tecido epitelial estratificado pavimentoso com áreas

hiperplasiadas e atróficas e uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso com

infiltrado inflamatório mononuclear e vasos sanguíneos dilatados.

60

FIGURA 6- Cisto periapical corado em HE (aumento de 100X), observa-se cavidade cística

revestida por um tecido epitelial estratificado pavimentoso paraceratinizado

hiperplasiado e uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso com infiltrado

inflamatório mononuclear e vasos sanguíneos dilatados.

61

FIGURA 7- Cisto periapical corado em HE (aumento de 100X), observa-se cavidade cística

revestida por um tecido epitelial estratificado pavimentoso paraceratinizado

atrófico e uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso com infiltrado inflamatório

mononuclear e vasos sanguineos dilatados.

FIGURA 8 - Cisto periapical corado em HE (aumento de 400X), observa-se um tecido

conjuntivo fibroso com infiltrado inflamatório mononuclear.

62

Em 8 (53,3%) secções de cistos periapicais avaliadas, o revestimento epitelial

mostrou-se aproximadamente com 15 a 20 camadas de células epiteliais. Em

4 (26,6%) secções, o epitélio de revestimento da cavidade cística apresentou-se

com 10 a 15 camadas de células. Em 3 (20,1%) secções, o epitélio cístico mostrava-

se atrófico, exibindo de 3 a 5 camadas de células. Em 6 (40%) amostras avaliadas, o

infiltrado inflamatório era denso logo abaixo da camada basal do revestimento

epitelial e moderado na parte mais central e próximo a periferia. Em 5 (33,4%)

secções, mostrou-se moderado, próximo a camada basal do epitélio cístico e denso

na parte central e periférica. Em 4 (26.6%) amostras, era moderado em toda a sua

extensão.

No infiltrado inflamatório das amostras de granuloma e cisto periapical

coradas com metil-green-pironina, para avaliar as alterações morfológicas das

células em apoptose, os nucléos das células apoptóticas, mostraram-se com uma

coloração azulada, bem mais intensa do que as células não apoptóticas. Os núcleos

estavam bem condensados, podendo apresentar-se em forma de meia lua.

Os corpos apoptóticos foram observados como fragmentos citoplasmáticos contendo

cromatina no seu interior (FIG. 9 e 10).

63

FIGURA 9- Cisto periapical corado em Metil-Green-Pironina (aumento de 1000X), observa-se

tecido conjuntivo fibroso com infiltrado inflamatório mononuclear e células

apoptóticas.

FIGURA 10- Granuloma periapical corado em Metil-Green-Pironina (aumento de 1000X),

observa-se um tecido conjuntivo fibroso com infiltrado inflamatório mononuclear

e células apoptóticas e corpos apoptóticos.

64

As células do revestimento epitelial dos cistos perirradiculares

apresentaram-se de cor rosa. As células epiteliais em apoptose mostraram-se

condensadas com os núcleos corados mais intensamente. Observa-se um halo claro

ao redor destas células (FIG. 11).

FIGURA 11- Cisto periapical corado em Metil-green-Pironina (aumento de 1000X),

observa-se cavidade cística revestida por um tecido epitelial estratificado

pavimentoso com células apoptóticas.

No tecido conjuntivo, as fibras colágenas foram coradas em rosa e as

hemácias que formavam as áreas hemorrágicas coraram-se em tons de verde e

azul.

A confirmação do processo de apoptose foi feita pela técnica do TUNEL.

Através deste método, confirmou-se a ocorrência de apoptose, já observada

65

morfologicamente, nas colorações em Metil-Green-Pironina nas duas lesões

(FIG. 12 e 13).

FIGURA 12 - Cisto periapical corado pelo TUNEL (aumento de 1000X), observa-se marcação

positiva dos fragmentos de DNA nas células do infiltrado inflamatório.

FIGURA 13- Granuloma periapical corado pelo TUNEL (aumento de 1000X), observa-se

marcação positiva dos fragmentos de DNA nas células do infiltrado inflamatório.

66

O índice apoptótico (IA) dos granuloma periapicais variou de 0,056 a 0,101

(0,078±0,014; n=15) (TAB. 7).

TABELA 7

Índice apoptótico (IA), média (ME) e desvio padrão (DP) dos granulomas periapicais

GRANULOMA PERIAPICAL CASO IA

1 0,101

2 0,088

3 0,097

4 0,090

5 0,078

6 0,082

7 0,056

8 0,056

9 0,068

10 0,065

11 0,084

12 0,087

13 0,074

14 0,065 15 0,073

MÉDIA 0,078 DESVIO PADRÃO 0,014

O índice apoptótico (IA) dos cistos periapicais variou de 0,055 a 0,115

(0,075±0,017; n=15) (TAB. 8).

A analise estatística entre o IA dos granulomas periapicais e dos cistos

periapicais, mostrou que não houve diferença estatisticamente significativa entre

estas duas lesões (p=0,05; GRAF. 9).

67

TABELA 8

Índice apoptótico (IA), média (ME) e desvio padrão (DP) dos cistos periapicais

CISTO PERIAPICAL CASO IA

1 0,073

2 0,083

3 0,058

4 0,087

5 0,064

6 0,056

7 0,065

8 0,085

9 0,115

10 0,055

11 0,067

12 0,087

13 0,097

14 0,063

15 0,063

MÉDIA 0,075

DESVIO PADRÃO 0,017

GRÁFICO 9 IA entre granulomas e cistos periapicais

68

O índice apoptótico (IA) do infiltrado inflamatório dos granuloma periapicais e

do infiltrado inflamatório dos cistos periapicais, variou de 0,056 a 0,101

(0,078±0,014) e 0,054 a 0,101 (0,073±0,013), respectivamente (TAB. 9).

TABELA 9 Índice apoptótico (IA), média (ME) e desvio padrão (DP) do infiltrado inflamatório dos granulomas periapicais e do infiltrado inflamatório dos cistos periapicais

GRANULOMA PERIAPICAL INFILTRADO INFLAMATÓRIO DO CISTO PERIAPICAL

CASO IA CASO IA

1 0,101 1 0,070

2 0,088 2 0,079

3 0,097 3 0,061

4 0,090 4 0,079

5 0,078 5 0,063

6 0,082 6 0,061

7 0,056 7 0,079

8 0,056 8 0,101

9 0,068 9 0,054

10 0,065 10 0,068

11 0,084 11 0,083

12 0,087 12 0,090

13 0,074 13 0,065

14 0,065 14 0,084

15 0,073 15 0,064

MÉDIA 0,078 MÉDIA 0,073

DESVIO PADRÃO 0,014 DESVIO PADRÃO 0,013

A analise estatística entre o IA do infiltrado inflamatório dos granulomas

periapicais e do infiltrado inflamatório dos cistos periapicais, mostrou que não houve

diferença estatisticamente significativa entre estas duas lesões (p > 0,05; GRAF. 10).

69

GRÁFICO 10 IA entre granulomas e infiltrado inflamatório dos cistos periapicais

O índice apoptótico (IA) do infiltrado inflamatório e do epitélio de revestimento

cístico dos cistos periapicais, variou de 0,054 a 0,101 (0,073±0,013) e 0,048 a 0,098

(0,083±0,015), respectivamente (TAB. 10).

A analise estatística entre o IA do infiltrado inflamatório e do epitélio da

cavidade cística dos cistos periapicais, mostrou que não houve diferença

estatisticamente significativa entre estas duas lesões (p > 0,05; GRAF. 11).

GRÁFICO 11 IA entre epitélio e infiltrado inflamatório dos cistos periapicais

70

TABELA 10 Índice apoptótico (IA), média (ME) e desvio padrão (DP) do epitélio e do infiltrado inflamatório dos cistos periapicais

CISTO PERIAPICAL - EPITÉLIO CISTO PERIAPICAL – INF. INFLAMATÓRIO

CASO IA CASO IA

1 0,048 1 0,070

2 0,069 2 0,079

3 0,084 3 0,061

4 0,095 4 0,079

5 0,095 5 0,063

6 0,097 6 0,061

7 0,087 7 0,079

8 0,098 8 0,101

9 0,083 9 0,054

10 0,067 10 0,068

11 0,085 11 0,083

12 0,069 12 0,090

13 0,094 13 0,065

14 0,073 14 0,084

15 0,097 15 0,064

MÉDIA 0,083 MÉDIA 0,073

DESVIO PADRÃO 0,015 DESVIO PADRÃO 0,013

71

6. DISCUSSÃO

A apoptose é um processo fisiológico que tem como finalidade o controle da

população celular e eliminação de células envelhecidas que perderam a sua função

ou que sofreram algum tipo de alteração no seu genoma.

Ao revisar a literatura, observou-se a presença da morte celular programada

em diversos processos inflamatórios agudos ou crônicos, como na artrite reumatóide

(RABINOVICH, 2000), nas doenças periodontais (SAWA et al., 1999) e no líquen

plano bucal (ARENARE-JEUNON, 1999).

Nos maxilares, as lesões inflamatórias mais comumente encontradas são os

cistos e granulomas periapicais, pois são formados nos ápices de dentes com polpas

necróticas. Até o presente momento, o único trabalho que relacionou a apoptose

nestas lesões foi o de TAKAHASKI et al (1999). Desta forma, a apoptose será

analisada neste estudo e nestas lesões, de forma a contribuir para o entendimento

da patogenia das mesmas.

Ao analisar as características clínicas do granuloma periapical neste trabalho,

notou-se uma prevalência maior no gênero masculino (60%) e em indivíduos

leucodermas (53%). A análise dos achados clínicos do cisto periapical mostrou uma

prevalência maior no gênero masculino (60%) e também em pessoas leucodermas

(33%). Nas duas lesões, a faixa etária variou entre a terceira e sexta década de vida.

A localização foi, preferencialmente, na maxila. E o tempo da doença foi

indeterminado na maior parte das amostras. Estes achados estão concordantes com

os relatados na literatura por LALONDE & LUEBKKE (1968), MORTENSEN et al

(1970), STOCKDATE & CHANDLER (1988), GOMEZ et al (1992), LEDESMA-

MONTES et al (2000) e SATORRES et al (2001).

72

As secções coradas em HE apresentaram os achados histológicos principais

para o diagnóstico dos granulomas e cistos radiculares.

No granuloma periapical, foram observados um tecido de granulação

cronicamente inflamado, circundado por um tecido conjuntivo fibroso. O infiltrado

inflamatório era formado principalmente por linfócitos, além de plasmócitos,

macrófagos e poucos neutrófilos (KUC et al., 2000; SINAN et al., 2002).

Os cistos periapicais são considerados seqüelas diretas dos granulomas

(FIGUEIREDO et al., 1999). Há proliferação dos restos epiteliais de Malassez com

posterior destruição das células mais centrais, devido a hipóxia, iniciando a formação

da cavidade revestida por um epitélio do tipo estratificado pavimentoso não

ceratinizado e hiperplasiado. Na cápsula cística, observa-se a presença de um

tecido conjuntivo fibroso e um infiltrado inflamatório mononuclear, variando de

escasso a intenso (ROCHA, 1991; SIQUEIRA JR & LOPES, 1999; RAITZ et al.,

2000; PESCE & FERLONI, 2002; SINAN et al., 2002).

Acredita-se que, inicialmente, o processo inflamatório nos granulomas

periapicais inicia-se pela ativação da resposta imune inata, mediada por PMN e

macrófagos, que fagocitam microrganismos e células mortas no local inflamado,

para conter a disseminação de bactérias e seus produtos (MARTÓN & KISS, 2000;

RUIZ et al., 2003). Há formação de um tecido de granulação com a presença de um

infiltrado inflamatório mononuclear, neoformação de vasos sanguíneos e uma fibrose

circunscrevendo e delimitando o processo. Os PMN estão presentes nas áreas

adjacentes ao forame apical onde se verifica a maior quantidade de antígenos

bacterianos. Sua quantidade é pequena quando comparada às células

mononucleares, indicando que o processo inflamatório é crônico, devido à

73

persistência do agente agressor (STERN et al., 1982; TAKAHASHI, 1998; KUC

et al., 2000).

Quando se determina o perfil celular das células imunocompetentes nas

lesões periapicais, de granulomas e cistos radiculares, observa-se que linfócitos T e

B são componentes predominantes destas duas lesões. Porém, as células T

encontram-se em maior número que as células B. (TORABINEJAD & KETTERING,

1985; STASHENKO & YU, 1989; ALAVI, 1998; De OLIVEIRA & LARA, 2001). Ao

avaliar as proporções de linfócitos Th e Ts, os estudos de TORABINEJAD &

KETTERING (1985) não demonstraram diferenças significativas entre estes dois

tipos celulares, nas duas lesões. Entretanto, os trabalhos realizados por

STASHENKO & YU (1989), ALAVI (1998), De OLIVEIRA & LARA (2001) e

LIAPATAS et al., (2003) mostraram diferenças nas proporções de linfócitos Th e Ts,

em ambas as lesões periapicais. Estes autores acima citados, também

demonstraram que, as células Th estavam aumentadas nas fases iniciais do

desenvolvimento destas lesões, enquanto as células Ts estavam em maior número

nas fases mais tardias do desenvolvimento dos granulomas e cistos periapicais.

Desta forma, sugere-se que a resposta imune específica está envolvida na

patogênese destas duas lesões periapicais. Os linfócitos Th poderiam mediar

atividades de destruição óssea e expansão enquanto os linfócitos Ts atuariam na

estabilização das duas alterações patológicas (STASHENKO & YU, 1989; ALAVI,

1998, De OLIVEIRA & LARA, 2001 e LIAPATAS et al., 2003).

Ao analisarem a expressão de citocinas nas lesões periapicais, WALKER

et al (2000) e LIAPATTAS et al (2003), demonstraram que os linfócitos T,

dependendo do estímulo diferenciam-se em linfócitos Th1, que são produtores de

IL-2, IFN-γ, TNF-β e fator estimulador de colônias de granulócitos e monócitos

74

(GM-GSF), consideradas citocinas pró-inflamatórias e em Th2, que são produtores

de IL-4, IL-5 e IL-10, consideradas citocinas antiinflamatórias. Estas duas subclasses

de linfócitos T, (Th1 e Th2) , atuam exercendo efeitos inversos, ou seja, quando um

antígeno estimula uma forte resposta Th1, a resposta Th2 é fraca e vice-versa.

Citocinas como TNF são capazes de induzir a apoptose em células

inflamatórias através do TNFr, que se ligam a uma proteína adaptadora presente no

citosol, denominada domínio da morte associada ao TNFr ou TRADD

(TNFR- associated death domain). A ligação da proteína adaptadora a

pró-caspase-8, resulta na ativação das caspases iniciadoras e efetoras, concluindo o

processo de morte celular programada (GULBINS et al., 2000; DUCKETT, 2002;

BRIDGHAM et al., 2003).

Citocinas pró-inflamatórias como IL-1, IL-6 e GM-GSF normalmente inibem o

processo de apoptose no local da agressão (OBERHOLZER et al., 2001), uma vez

que elas devem manter e perpetuar o processo inflamatório.

A apoptose via sistema Fas/FasL também é importante na indução deste

processo, principalmente pela expressão de FasL nas populações de células

inflamatórias (OBERHOLZER et al., 2001). A união do FasL a seu receptor, promove

a ativação de uma proteína adaptadora FADD, de modo semelhante ao TRADD,

havendo sua ligação a pró-caspase-8, resultando na ativação das caspases

indutoras e efetoras, completando o processo de apoptose (AMARANTES-MENDES

& GREEN, 1999; CECCONI, 1999).

Para a quantificação das células e corpos apoptóticos, foi utilizado o critério

proposto por LIPPONEN & AALTOMAA (1994), que é baseado nas características

morfológicas de condensação nuclear e citoplasmática e fragmentos de citoplasma

contendo cromatina. Não foi possível identificar, satisfatoriamente, estes critérios nas

75

secções coradas em HE. Fato este, relatado por TAKAHASHI et al (1999). Nas

células epiteliais do revestimento da cavidade cística, as alterações morfológicas das

células apoptóticas foram bem reconhecidas em HE, entretanto, nas células do

infiltrado inflamatório, nas duas lesões, estas mesmas alterações não puderam ser

evidenciadas com clareza, uma vez que em linfócitos, o citoplasma é escasso e o

núcleo condensado (FIG. 4). Portanto, utilizou-se para a contagem das células e

corpos apoptóticos as secções coradas em Metil-Green-Pironina, que é especifica

para ácidos nucléicos, pois estes corantes ligam-se aos grupos fosfóricos do DNA,

tornando as modificações nucleares das células em apoptose mais facilmente

detectáveis (McELROY, 1992).

A média do IA entre granuloma periapical (0,078) e o cisto radicular (0,075)

não mostrou haver diferenças estatisticamente significativas entre estas duas lesões.

Dados estes, que corroboram com o fato das lesões terem a mesma etiopatogenia, o

mesmo perfil celular e comportamento biológico. Além disto, ao se comparar o valor

da média do IA do infiltrado inflamatório dos cistos radiculares (0,073) e do

granuloma periapical (0,078) também não se observou diferenças estatisticamente

significativas. Acredita-se que o IA aumente neste infiltrado inflamatório mononuclear

quando o agente agressor for eliminado. Nestas lesões, após o tratamento

endodôntico, observa-se a redução do infiltrado inflamatório (ALAVI, 1998;

LIAPATAS et al., 2003).

Neste estudo, identificou-se as células apoptóticas no infiltrado inflamatório

mononuclear das lesões periapicais e no epitélio de revestimento da cavidade

cística. Estes resultados contradizem o trabalho de TAKAHASHI et al (1999), que

observaram a apoptose predominantemente em PMN, sugerindo que, o que foi

76

detectado por estes autores acima citados, foram os corpos apoptóticos, que são

morfologicamente semelhantes aos PMN fragmentados.

Quando se comparou a média do IA do epitélio cístico (0,083) e do infiltrado

inflamatório (0,073) dos cistos periapicais, observou-se que não houve diferenças

estatisticamente significativas, apesar da média absoluta do IA do epitélio cístico ter

sido maior do que o do infiltrado inflamatório. Tal fato demonstra que, as células

epiteliais sofrem o processo de diferenciação e terminam por descamar na

superfície, o que no caso dos cistos ocorreria dentro da cavidade dos mesmos.

77

7. CONCLUSÕES

1. As células apoptóticas foram observadas morfologicamente no infiltrado

inflamatório crônico de cistos e granulomas periapicais e no epitélio cístico.

2. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os IA’s

das duas lesões.

3. Também não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas

entre o IA do infiltrado inflamatório das duas lesões.

4. O IA entre o epitélio e o infiltrado inflamatório cístico também não mostrou

diferenças estatisticamente significativas.

78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADAMS, J.M.; CORY, S. The Bcl-2 protein family: arbiters of cell survival. Science,

v.281, n.4, p.1322-1326, august. 1998.

ALAVI, A.M.; GULABIVALA, K.; SPEIGHT, P.M. Quantitative analysis of lymphocytes

and their subset in periapical lesions. International Endodontic Journal, v.31, n.4,

p.233-241, 1998.

ALMEIDA, S.M.; BÓSCOLO, F.N.; HAITER NETO, F.; DOS SANTOS, J.C.B.

Avaliação de três métodos radiográficos (periapical convencional, periapical digital e

panorâmico) no diagnóstico de lesões apicais produzidas artificialmente.

Pesqui Odontol Brás, v.15, n.1, p.56-63, jan/mar. 2001.

AMARANTES-MENDES, G.P.; GREEN, D.R. The regulation of apoptotic cell death.

Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.32, n.9, p.1053-1061,

1999.

AMEISEN, J. On the origin, evolution, and nature of programmed cell death: a

timeline of four billion years. Cell Death and Differentiation, v.9, n.4, p.367-393,

2002.

ARENARE-JEUNON, F. Identificação da apoptose no líquen plano bucal. 1999.

56f. Dissertação (Mestrado em Estomatologia) – UFMG.

79

BALIGA, B.; KUMAR, S. Apaf-1/cytochrome c apoptosome: an essential initiator of

caspase activation or just a sideshow?. Cell Death and Diffetentiation, v.10, n.1,

p.16-18, 2003.

BARBOSA, S. V. Chronic periapical lesions: inter-relationship histophatologic,

radiographic and clinic in endodontic failures. Bauru, s.n, p.240, tab.graf., 1990.

BARKHORDAR, R.A.; DESOUZA, Y.G. Human T-lymphocyte subpopulations in

periapical lesions. Oral Surg., v.65, n.6, p.763-766, june. 1988.

BONINI, A.L.; MOURA, L.A.R.; FRANCO. M. Revisão: apoptose em glomerulopatias.

J Brás Nefrol., v.22, n.2, p.70-77, 2000.

BOSMAN, F.T.; VISSER, B.C.; VAN OEVEREN, J. Apoptosis: pathophysiology of

programmed cell death. Path. Res. Pract., v.192, n.6, p.676-683, 1996.

BRASILEIRO FILHO, G.; PEREIRA, F.E.L.; PITTELLA, J.E.H.; BAMBIRRA, E.A.;

BARBOSA, A.J.A. Degenerações. Morte celular. Alterações do interstício.

In: Patologia Geral. 1ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. Cap.4,

p.63-64.

BRIDGHAM, JT.; WILDER, J.A.; HOLLOCHER, H.; JOHNSON, A.L. All in the family:

evolutionary and functional relationships among death receptors. Cell Death and

Differentiation, v.10, n.1, p.19-25, 2003.

80

BRINCK, U.; RUSCHENBURG, I.; DI COMO, C.J.; BUSCHMANN, N.; BETKE, H.;

STACHURA, J.; CORDON-CARDO, C.; KORABIOWSKA, M. Comparative study of

p63 and p53 expression in tissue microarrays of malignant melanomas.

International Journal of Molecular Medicine, v.10, n.6. p.124-129, 2002.

CABRINI, R.L.; BARROS, R.E.; ALBANO, H. Cysts of the jaws: a statistical anallisys.

J Oral Surg., v.28, n.7-12, p. 485-489, 1970.

CALISKAN, M.K.; TÜRKÜN, M. Periapical repair and apical closure of a pulpless

tooth using calcium hydroxide. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol

Endod., v.84, n.6, p.683-687, dec. 1997.

CASEY, L.C.; BALK, R.A.; BONE, R.C. Plasma cytokine and endotoxin levels

correlate with survival in patients with the sepsis syndrome. Ann. Int. Med., v.119,

n.2, p.771-778, 1993.

CECCONI, F. Apaf1 and the apoptotic machinery. Cell Death and Differentiation,

v.6, n.7, p.1087-1098, 1999.

CHRYSOMALI, E.; LOZADA-NUR, F.; DEKKER, N.P.; PAPANICOLAOU, S.I.;

REGEZI, J.A. Apoptosis in oral erythema multiforme. Oral Surg Oral Med Oral

Pathol Oral Radiol Endod., v.83, n.2, p.272-280, 1997.

COHEN, G.M. Caspases: the executioners of apoptosis. Biochem. J., v.326, n.2,

p.1-16, 1997.

81

COHEN, G.M. Programmed cell death in immune system. Advances in

Immunology, v.50, n.7, p.55-58, 1991.

COTTER, T.G.; LENNON, S.V.; GLYNN, J.G.; MARTIN, S.J. Cell death via apoptosis

and its relationship to growth, development and differentiation of both tumor and

normal cells. Anticancer Res., v.10, n.8, p.1153-1160, 1990.

CRYNS, V.; YUAN, J. Porteases to die for. Genes & Development, v.12, n.11,

p.1551-1570, 1998.

DANIN, J.; LINDER, L.E.; LUNDQVIST, G.; ANDERSSON, L. Tumor necrosis

factor-alpha and transforming growth factor-beta 1 in chronic periapical lesions. Oral

Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v.90, n.4, p.514-517, oct. 2000.

DEGLI, E.M. The mitochondrial battlefield and membrane lipids during cell death

signalling. Ital J Biochem., v.52, n.1, p.43-50, mar.2003.

DEGTEREV, A.; BOYCE, M.; YUAN, J. The channel of death. The Journal of Cell

Biology, v.155, n.5, p.695-697, November. 2001.

DENECKER, G. Apoptotic and necrotic death induced by death domain receptor.

Cellular and Moleccular Life Science, v.58, n.3, p.356-370, 2001.

82

De OLIVEIRA, R.C.; LARA, V.S. Study of the expresión of CD68+ macrophages and

CD8+ T cells in human granulomas and periapical cysts. Oral Surg Oral Med Oral

Pathol., v.92, n.2, p.221-227, 2001.

DUCKETT, C.S. Apoptosis and NF-kB: the FADD connection. J Clin Invest, v.109,

n. 5, p. 579-580, 2002.

DUKE, R.C.; DAVID, M. O.; JOHN D. Cell suicide in health and disease.

Scientific American, v.275, n.3, p.48-55, december.1996.

FALEIRO, L.; LAZEBNIK, Y. Caspases disrupt the nuclear-cytoplasmic barrier.

The Journal of Cell Biology, v.151, n.5, p.951-959, November. 2000.

FESUS, L.; DAVIES, P.J.A.; PIACENTINI, M. Apoptosis: molecular mechanisms in

programmed cell death. Eur. J. Cell. Biol., v.56, n.4, p.170-177, 1991.

FIGUEIREDO, C.R.L.V.; SANTOS, J.N.; ALBUQUERQUE, J.; CAVALCANTI, R.L.

Immunopathological mechanisms involved in the growth and expansion of radicular

cysts. RPG rev. pos-grad., v.6, n.2, p.180-187, abr/jun. 1999.

GADRE, K.S.; ZUBAIRY, R.A. Aneurysmal bone cyst of the mandibular condyle:

report of a case. J Oral Maxillofac Surg., v.58, n.5, p.439-443, 2000.

83

GALLEGO, R.D.; TORRES, L.D.; GARCIA, C.M.; ROMERO, R.M.M.; INFANTE,

C.P.; GUTIÉRREZ, P.J.L. Differential diagnosis and therapeutic approach to

periapical cysts in daily dental practice. Med Oral., v.7, n.1, p.54-58, jan/feb. 2002.

GOMEZ, R.S.; FIGUEIREDO, P.F.; CAPISTRANO, H.M.; LOYOLA, A.M.

Levantamento das biópsias bucais realizadas na Faculdade de Odontologia da

UFMG. Arq. Centr Est. Odont. B. Hor. v.29, n.2, p.105-113, jul/dez. 1992.

GRANVILLE, D.J.; SHAW, J.R.; LEONG, S.; CARTHY, C.M.; MARGARON, P.;

HUNT, D.W.; McMANUS, B.M. Release of cytochrome c, bax migration, bid cleavage

and activation of caspases 2, 3, 6, 7, 8 and 9 during endothelial cell apoptosis.

American Journal of Pathology, v.155, n.4, p.1021-1025, October. 1999.

GREEN, D.R.; REED, J.C. Mitochondria and apoptosis. Science, v.281, n.9,

p.1309-1312, august. 1998.

GULBINS, E.; JEKLE, A.; FERLINZ, K.; GRASSMÉ, H.; LANG, F. Physiology of

apoptosis. Am J Physiol Renal Physiol., v.279, n.5, p.695-615, 2000.

HÄCKER, G. The morphology of apoptosis. Cell Tissue Res., v.301, n.1, p.5-17,

june. 2000.

HEIDENREICH, S.; OTTE, B.; LANG, D.; SCHMIDT, M. Infection by Candida

albicans inhibits apoptosis of human monocytes and monocytic U937 cells.

Journal of Leukocyte Biology, v.60, n.7, p.737-743, 1996.

84

HIDALGO, A.; VIEIRO, M. Apoptosis: de todo un poco. Nexo Rev. Hosp. Ital.,

Buenos Aires. v.19, n.6, p.68-71, sept.1999.

HONNA, T.; SAITO, T.; FUJIOKA, Y. Possible role of apoptotic cells of the oral

epithelium in the patogénesis of aphthous ulceration. Oral Surg Oral Med Oral

Pathol., v.59, n.5, p.379-387, 1985.

HOWARD, Y.C.; XIAOLU, Y. Proteases for cell suicide: functions and regulation of

caspases. Microbiology and molecular Biology Reviews, v.64, n.4, p.821-846,

dec. 2000.

HUMLOVÁ, Z. Protooncogene bcl-2 in process of apoptosis. Sb Lek., v.103, n.4,

p.419-425, 2002.

IRWIN, M.S.; KAELIN, W.G. p53 family update p73 and p63 develop their own

identities. Cell Growth Differ., v.12, n.7, p.337-349, 2001.

ISHIMARU, N.; YONEDA, T.; SAEGUSA, K. Severe destructive autoimmune lesion

with ageing in murine Sjögren’s syndrome through Fas-mediated apoptosis.

American Journal of Pathology, v.156, n.2, p.1557-1564, 2000.

JÄNICKE, R.U.; SPRENGART, M.L.; WATI, M.R.; PORTER, A.G. Caspase-3 is

required for DNA fragmentation and morpholocal changes associated with apoptosis.

The Journal of Biological Chemistry, v.273, n.16, p.9357-9360, 1998.

85

JARPE, M.B.; WIDMANN, C.; KNALL, C.; SCHLESINGER, T.K.; GIBSON, S.;

YUJÏRI, T.; FANGER, G.R.; GELFAND, E.W.; JOHNSON, G.L. Anti-apoptotic versus

pro-apoptotic signal transduction: checkpoints and stop signs along the road to

death. Oncogene, v.17, n.4, p.1475-1482, 1998.

JEWETT, A.; WYATT, R.H.; HO, L.; TRI, N.H.; YIPING, W.H.; GENHONG, C.;

WENYUAN, S. induction of apoptotic cell death in peripheral blood mononuclear and

polymorphonuclear cells by oral bacterium, Fusobacterium nucleatum. Infection and

immunity, v.68, n.4, p.1893-1898, 2000.

JIANG, Z.F.; ZHAO, Y.; HONG, X.; ZHAI, Z.H. Nuclear apoptosis induced by isolated

mitochondria. Cell Research, v.10, n.3, p.221-232, 2000.

KABASHIMA, H.; NAGATA, K.; MAEDA, K.; IIJIMA, T. Presence of IFN-gamma and

IL-4 in human periapical granulation tissues and regeneration tissues. Cytokine,

v.14, n.5, p.289-293, jun. 2001.

KATO, S.; NAKASHIMA, K.; INQUE, M.; TOMIOKA, J.; NONAKA, K.; NISHIHARA,

T.; KOWASHI, Y. Human epithelial cell death caused by Actinobacillus

actinomycetemcomitans infection. J. Med, Microbiol., v.49, n.8, p.739-745, 2000.

KERR, J.F.R.; WYLLIE, A.H.; CURRIE, A.R. Apoptosis: a basic biological phenomen

with wide-ranging implications in tissue kinetics. Br.J.Cancer, v.26, n.7, p.239-257,

1972.

86

KETTERING, J.D.; TORABINEJAD, M.; JONES, S.L. Specificity of antibodies

present in human periapical lesions. J Endod., v.17, n.5, p.213-216, 1993.

KOULOURI, O.; LAPPIN, D.F.; RADVAR, M.; KINANE, D.F. Cell division, synthetic

capacity and apoptosis in periodontal lesions analysed by in situ hybridization and

immunohistochemistry. Journal of Clinical Periodontology, v.26, n.3, p.552-559,

1999.

KROEMER, G. The proto-oncogene Bcl-2 and its role in regulating apoptosis.

Nat. Med., v.3, n.4, p.614-620, 1997.

KUC, I.; PETERS, E.; PAN, J. Comparison of clinical and histologic diagnoses in

periapical lesions. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., v.89, n.3,

p.333-337, mar. 2000.

KUWANO, K.; NOBUYUKI, H. signal transduction pathways of apoptosis and

inflammation induced by the tumor necrosis factor receptor family. Am. J. Respr.

Cell Mol. Biol., v.22, n.3, p.147-149, 2000.

LAHM, A.; PARADISI, A.; GREEN, D.R.; MELINO, G. Death domain interaction in

apoptosis. Cell Death and Differentiation, v.10, n.1, p.10-12, 2003.

LALONDE, E.R.; LUEBKE, R.G. The frequency and distribution of periapical cysts

and granulomas: an evaluation of 800 specimes. Oral Surg Oral Med Oral Pathol.,

v.25, n.2, p.861-868, 1968.

87

LeBLANC, A.C. Natural cellular inhibitors of caspases. Prog

Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry. V.27, n.2, p.215-229, apr. 2003.

LEDESMA-MONTES, C.; HERNÁNDEZ-GUERRERO, J.C.; GARCÉS-ORTIZ, M.

Clinico-pathologic study of odontogenic cysts in a Mexican sample population.

Arch Med Res., v.31, n.4, p.373-376, jul/aug. 2000.

LI, H.; ZHU, H.; XU, C.; YUAN, J. Cleavage of BID by caspase 8 mediates the

mitochondrial damage in the Fas pathway of apoptosis. Cell, v.94, n.9, p.491-501,

july. 1998.

LIAPATAS, S.; NAKOU, M.; RONTOGIANNI, D. Inflammatory infiltrate of chronic

periradicular lesions: na immunohistochemical study. Int Endod J., v.36, n.7,

p.464-71, 2003.

LILES, W.C. Apoptosis – role in infection and inflammation. Current Opinion in

Infectious Deseases, v.10, n.4, p.165-170, 1997.

LIPPONEN, P.K.; AALTOMAA, S. Apoptosis in bladder cancer as related to standard

prognostic factors and prognosis. J. Pathol., v.173, n.6, p.333-339, 1994.

MAKINO, H.; KASHIHARA, N.; SUGIYAMA, H.; SEKIKAWA, T.; OTA, Z. Role of

apoptosis in the progresión of glomerulosclerosis. Contrib Nephrol., v.118, n.7,

p.41-47, 1996.

88

MARIGO, H.A. Apoptose: um estudo em carcinomas de células escamosas,

papilomas e mucosas clinicamente normais da cavidade bucal. 1999. 125f. Tese

(Doutorado em Patologia) – UFMG.

MARIN, B.; TOBÓN,A.; MESA, J.; ARISMENDI, E.; DOMÍNGUEZ, M.; VIRGEN, V.

Nuevos enfoques em cirugia perirradicular: revisíon de la literatura.

Rev. Fac. Odontol. Antioquia, v.11, n.2, p.37-46, ene/jun. 2000.

MARTIN, T.R.; NAKAMURA, M.; MATUTE-BELLO, G. The role of apoptosis in acute

lung injury. Crit Care Med., v.31, 4 suppl, p.184-188, apr. 2003.

MARTON, I.J.; KISS, C. Protective and destructive immune reactions in apical

periodontitis. Oral Microbiol Immunol., v.15, n.3, p.139-50, 2000.

McELROY, D.A. Methyl green-pyronin method for DNA and RNA. In: PROPHET,

E.B.; MILLS, B.; ARRINGTON, J.B. et al., Laboratory methods in histotechnology.

Washington: American Registry of Pathology, 1992. p.143-144.

MEDEMA, J.P. Receptors to die for. Cell Death and Differentiation, v. 10, n.1,

p.1-3, 2003.

METZGER, Z., Macrophages in periapical lesions. Endod Dent Traumatol., v.16,

n.1, p.1-8, 2000.

89

MILLS, J.C.; STONE, N.L.; PITTMAN, R.N. Extranuclear apoptosis: the role of the

cytoplasm in the execution phase. Journal of Cell Biology, v.146, n.4, p.703-707,

august. 1999.

MORENO, E.A.; CUELLAR, C.G.; GONZALEZ, A.D. Métodos de detección de la

apoptosis, aplicaciones y limitaciones. Rev Inst Nal de Cancerol Mex., v.46, n.4,

p.275-280, 2000.

MORTENSEN, H.; WINTHER, J.E.; BIRN, H. periapical granulomas and cysts: an

investigation of 1,600 cases. Scand J Dent Res., v.78, n.3, p.241-250, 1970.

MURAKI, Y.; YOSHIOKA, C.; FUKUDA, J.; HANEJI, T.; KOBAYASHI, N.

Immunohistochemical detection of Fas antigen in oral epithelia. Journal of Oral

Pathology and Medicine, v.26, n.3, p.57-62, 1997.

NAGATA, S. Apoptosis by death factor. Cell, v.88, n2, p. 355-365, 1997.

NAGATA, S.; NAGASE, H.; KAWANE, K.; MUKAE, N.; FUKUYAMA, H. Degradation

of chromosomal DNA during apoptosis. Cell Death and Differentiation, v.10, n.1,

p.108-116, 2003.

NAIR, P.N.R.; PAJAROLA, G; SCHROEDER, H.E. Types and incidence of human

periapical lesions obtained with extracted teeth. Oral Surg Oral Med Oral Pathol

Oral Radiol Endod., v.81, n.1, p.93-102, jan. 1996.

90

NAIR, P.N.R. New perspectives on radicular cysts: dothey heal?. Int Endod J., v.31,

n.3, p.155-160, may. 1998.

NEAVERTH, E.J.; BURG, H.A. Decompression of large periapical cyst and

granulomas. Oral Surg., v.57, n.1, p.82-94, jan. 1982.

NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Doenças da Polpa e

do Periápice. In: Patologia Oral & Maxilofacial, Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 1998. Cap.3, p.93-118.

OBERHOLZER, C.; OBERHOLZER A.; CLARE-SALZLER, M.; LYLE, I.M. Apoptosis

in sepsis: a new target for therapeutic exploration. FASEB J., v.15, n.2, p.879-892,

2001.

OPFERMAN, J.T.; KORSMEYER, S.J. Apoptosis in the development and

maintenance of the immune system. Nature Immunology, v.4, n.5, p.410-415, 2003.

PAIVA, J,G.; ANTONIAZZI, J.H. Etiopatogenia das alterações periapicais

In: Endodontia: bases para a prática clínica. Artes Médicas. 1988. Cap.4, p.77-89.

PARIJS, L.V.; ABBAS, K. Homeostasis and self-tolerance in the immune system:

turning lymphocytes off. Science, v.280, n.6, p.243-248, 1998.

PAROLIN, M.B.; REASON, I.J.M. Apoptose como mecanismo de lesão nas doenças

hepatobiliares. Arq Gastroenterol., v.38, n.2, p.138-144, abr./jun. 2001.

91

PEREIRA, F.A. Estudo histopatológico e radiográfico de lesões apicais. CCS, v.7,

n.1, p.44-47, jan/mar. 1985.

PESCE, C.; FERLONI, M. Apoptosis and Rushton body formation. Histopathology,

v.40, n.1, p.109-111, 2002.

PESSAYRE, D.; HAOUZI, D.; FAU, D.; ROBIN, M.A.; MANSOURI, A.; BERSON, A.

Withdrawal of life support, altruistic suicide, fratricidal killing and euthanasia by

lymphocytes: different forms of drug-induced hepatic apoptosis. J Hepatol., v.31, n.5,

p.760-770, 1999.

PIATTELLI, A.; ARTESE, L.; ROSINI, S. Immune cells in periapical granuloma:

morphological and immunohistochemical characterization. J. Endodon., v.17, n.2,

p.26-27, 1991.

RABINOVICH, G. A. Apoptosis as a target for gene therapy in rheumatoid arthritis.

Mem Inst Oswaldo Cruz, v.95, suppl.1, p.225-233, 2000.

RAITZ, R.; NARDI, H.; ALMEIDA, T.E.; ARAÚJO, V.C. Cisto radicular: uma análise

epidemiológica de 1.507 casos. RPG rev. Pos-grad., v.7, n.1, p.27-30, jan/mar.

2000.

RALHAN, R.; SANDHYA, A.; MEERA, M.; BOHDAN, W.; NOOTAN, S.K. Induction of

MDM2-P2 transcripts correlates with stabilized wild-type p53 in betel-and-tobacco-

92

related human oral cancer. American Journal of Pathology, v.157, n.2, p.587-596,

2001.

RAMOS, E.R.; JIMENEZ, N.E.M.; AGUILAR, N.E.M.; BECERRA, J.G. Apoptosis en

la enfermedad alérgica. Revista Alergia México, v.47, n.4, p.134-137, 2000.

REED, J.C. Mechanisms of apoptosis. American Journal of Pathology, v.157, n.5,

p.1415-1430, 2000.

REGEZI, J.A.; McMILLAN, A.; DEKKER, N. Apoptosis-associated proteins in oral

lymphomas from HIV-positive patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol

Endod., v.86, n.3, p.196-191, 1998.

REGEZI, J.A; SCIUBBA, J.J. Cistos da boca. In: Patologia Bucal: correlações

clinicopatológicas. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. Cap.10,

p.260-291.

ROCHA, M.J.C. Estudo microscópico e imuno-histoquímico dos cistos periodontais

apicais de dentes tratados ou não endodonticamente: sua relação com a regressão

não cirúrgica. Bauru, s.n, p.153, ilus.tab.graf., 1991.

ROCHA, M.M.N.P.; MOREIRA, J.L.B.; MENEZES, D.B.; CUNHA, M.P.S.S.;

CARVALHO, C.B.M. Estudo bacteriológico de lesões periapicais. Rev. Odontol.

Univ. São Paulo, v.12, n.3, p.215-223, jul/set. 1998.

93

ROSETO, A.; BRENNER, C. Apoptosis o la muerte cellular programada.

Arch. Argent. Pediatr., v.97, n.4, p.253-275, 1999.

RUIZ, P.A.; AMORIN, R.F.B.; SOUZA, L.B.; CARVALHO, R.A. Fatores relacionados

à regressão não-cirúrgica dos cistos radiculares. RBPO, v.2, n.1, p.39-46, jan/mar.

2003.

SALVESEN, G.S.; VISHVA, M.D. Caspase activation: the induced-proximity model.

Proc. Natl. Acad. Sci., v.96, n.3, p.10964-10967, september. 1999.

SAMPAIO, I.B.M. Estatística aplicada à experimentação animal. Fundação de

ensino e pesquisa em medicina veterinária e zootecnia. Belo Horizonte, 1998.

Cap.2, p.7-13.

SANTA CECÍLIA, M.; FAVIERI, A.; AROEIRA, R.A.L. Displasia cementária

periapical, conseqüência de diagnóstico incorreto: relato de um caso. Rev. Bras.

Odontol., v.57, n.1, p.10-11, jan/fev. 2000.

SATCHELL, P.G.; GUTMANN, J.L.; WITHERSPOON. Apoptosis: an introduction for

the endodontist. International Endodontic Journal, v.36, n.5, p.237-245, 2003.

SATORRES, N.M.; FAURA, S.M.; BRESCÓ, S.M.; BERINI, A.L.; GAY, E.C.

Prevalence of biopsied oral lesions in a service of oral surgery. Med Oral, v.6, n.4,

p.296-305, aug/oct. 2001.

94

SAWA, T.; FUSANORI, N.; HIDEKI, O.; KEISO, T.; SHOGO, T.; YOJI, M. In vitro

induction of activation-induced cell death in lymphocytes from chronic periodontal

lesions by exogenous Fas Ligand. Infection and Immunity, v.67, n.3, p.1450-1454,

1999.

SCHOLL, R.J.; KELLETT, H.M.; NEUMANN, D.P.; LAURIE, A.G. Cysts and cystic

lesions of the mandibule: clinical and radiologic histopathologic review.

Radiographics, v.19, n.5, p.1107-1124, sep/oct. 1999.

SCORRANO, L.; KORSMEYER, S.J. Mechanisms of cytochrome c release by

proapoptotic Bcl-2 family members. Biochem Biophys Res Commun., v.304, n.3,

p.437-444, may. 2003.

SEGAL, M.S.; BEEM, E. Effect of pH, ionic charge, and osmolarity on

cytochrome c-mediated caspase-3 activity. Am J Physiol Cell Physiol., v.281, n.4,

p.1196-1204, 2001.

SHAH, N. Nonsurgical management of periapical lesions: a prospective study. Oral

Surg Oral Med Oral Pathol., v.66, n.3, p.365-371, sept. 1988.

SINAN, A.Y.; AKER, H.; MUSTAF, Z.T.; AHMET, M.; TUNCER, E. Cholesterol

granuloma formation in apical periodontal cyst. Chin Med J., v.115, n.3, p.103-110,

2002.

95

SIQUEIRA JR, J.F.; LOPES, H.P. Patologia da polpa e dos tecidos perirradiculares.

In: Endodontia: biologia e técnica. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999. Cap.2, p.13-60.

SOARES, I.J.; GOLDBERG, F. Reparo após o tratamento de canais radiculares.

In: Endodontia: técnica e fundamento. São Paulo: Artmed, 2001. Cap.12,

p.231-250.

SOLÁ, S.; PEDRO, T.; FERREIRA, H.; RODRIGUES, C.M.P. Apoptose: uma

questão de vida ou de morte. Biologias, v.2, n.1, p.2-9, 2001.

SOUZA, LB.; PINTO, L.P.; FREITAS, R.A. Cistos e granulomas periodontais apicais:

análise de casos. Estomat. Cult., v.15, n.2, p.47-52, 1985.

SOUZA, M.E.; TORRES, M.A.; DUARTE, A.H.S.; SOBRAL, A.P.V. Lesões

periapicais: estudo epidemiológico. RBPO, v.2,n.1,p.39-46, jan/mar. 2003.

SUSUMU, A.; OBAYA, A.J.; HAN, Z.; RAMOS-DESIMONE, N.; WYCHE, J.H.;

SEDIVY, J.M. c-Myc is necessary for DNA damage-induced apoptosis in the G2

phase of the cell cycle. Molecular and Cellular Biology, v.21, n.15, p.4929-4937,

2001.

STASHENKO, P.; YU, S.M. T helper and T suppressor cell reversal during the

development of induced rat periapical lesions. J Dent Res., v.68, n5, p.830-834,

1989.

96

STASHENKO, P.; YU, S.M.; WANG, CY. Kinectics of immune cells and bone

resorptive responses to endodontic infections. Journal of Endodontics, v.7, n.2, p.

422-426, 1992.

STASHENKO, P.; TELES, R.; D’SOUZA, R. Periapical inflammatory responses and

their modulation. Crit Rev Oral Biol Med., v.9, n.4, p.498-521, 1998.

STERN, M.H.; DREIZEN, S.; MACKLER, B.F.; LEVY, B.M. Isolation and

characterization of inflammatory cells from the human periapical granuloma. Journal

of Dental Research, v.61, n.7, p.1408-1412, 1982.

STOCKDATE, C.R.; CHANDLER, N.P. The nature of the periapical lesion: a review

of 1108 cases. J Dent., v.16, n.3, p.123-129, 1988.

SUSIN, S.A.; DAUGAS, E.; RAVAGNAN, L.; SAMEJIMA, K.; ZAMZAMI, N.;

LOEFFLER, M.; COSTANTINI, P.; FERRI, K.F.; IRINOPOULOU, T.; PRÉVOST,

M.C.; BROTHERS, G.; MAK, T.W.; PENNINGER, J.; EARNSHAW, W.C.;

KROEMER, G. Two distinct pathway leading to nuclear apoptosis. J. Exp. Med.,

v.192, n.4, p.571-579, august. 2000.

TAKAHASHI, K.; POOLE, I.; KINANE, D.F. Detection of interleukin-1β mRNA-

expressing cells in gingival crevicular fluid by in situ hybridization. Archives of Oral

Biology, v.40, n3, p.941-947, 1995.

97

TAKAHASHI, K. Microbiological, pathological, inflammatory, immunological and

molecular biological aspects of periradicular disease. International Endodontic

Journal, v.31, n.5, p.311-325, 1998.

TAKAHASHI, K.; MacDONALD, D.; MURAYAMA, Y.; KINANE, D. Cell synthesis,

proliferation and apoptosis in human dental periapical lesions analysed by in situ

hybridization and immunohistochemistry. Oral Dis., v.5, n.4, p.313-320, oct. 1999.

TAKEMURA, T.; MURAKAMI, K.; MIYAZOTO, H.; YAGI, K.; YOSHIOKA, K.

Expression of Fas antigen and bcl-2 in human glomerulonephritis. Kidney Int., v.48,

n.1, p.1886-1892, 1995.

THORNBERRY, N.A. Caspases: a decade of death research. Cell Death and

Differentiation, v.6, n.4, p.1023-1027, 1999.

TORABINEJAD, M.; KETTERING, J.D. identification and relative concentration of B

an T lymphocytes in human chronic periapical lesions. J Endodon., v.11, n.3,

p.122-125, 1985.

TSURUMACHI, T.; SAITO, T. Treatment of large periapical lesions by inserting a

drainage tube into the root canal. Endod Dent Traumatol., v.11, n.1, p.41-46,

fev. 1995.

UEDA, N.; SUDHIR, V.S. Apoptosis. J. Lab. Clin. Med., v.124, n.8, p.169-177, 1994.

98

VAISHNAW, A.K.; McNALLY, J.D.; ELKON, K.B. Apoptosis in the rheumatic

diseases. Arthritis Rheum., v.40, n.8, 1917-1927, 1997.

VAN GURP, M.; FESTJENS, N.; VAN LOO, G.; SAELENS, X.; VANDERNABEELE,

P. Mitochondrial intermembrane proteins in cell death. Biochem Biophys Res

Comumm., v.304, n.3, p.487-497, may. 2003.

VAN LOO, G.V.; SAELENS, X.; VAN GURP, M.; MacFARLANE, M.; MARTÍN, S.J.;

VANDENABEELE, P. The role of mitochondrial factors en apoptosis: a Russian

roulette with more than one bullet. Cell Death and Differentiation, v.9, n.6,

p.1031-1042, 2002.

VAUGHAN, A.T.M.; BETTI, C.J.; VILLALOBOS, M.J. Surviving apoptosis.

Apoptosis, v.7, n.2, p.173-177, 2002.

VERMEULEN, K.; BERNEMAN, Z.N.; VAN BOCKSTAELE, D.R. Cell cycle and

apoptosis. Cell Prolif., v.36, n.3, p.165-175, jun.2003.

WALKER, K.F.; LAPPIN, D.F.; TAKAHASHI, K.; HOPE, J.; MacDONALD, D.G.;

KINANE, D.F. Cytokine expression in periapical granulation tissue as assessed by

immunohistochemistry. Eur J Oral Sci., v.108, n.3, p.195-201, 2000.

WASSENAAR, A.C.; REINHARDUS, T.; THEPEN, L.; ABRAHAM I,; KIEVITS, F.

Cloning, characterization and antigen specificity of T-lymphocyte subsets extracted

99

from gingival tissue of chronic adult periodontitis patients. Infect. Immune., v.63, n.7,

p.2147-2153, 1995.

WOO, MINNA, HAKEN, R.; MAK, T.W. Executionary pathway for apoptosis: lessons

from mutant mice. Cell Research, v.10, n.4, p.267-278, 2000.

WYLLIE, A.H. Apoptosis and regulation of cell numbers in normal and neoplastic

tissues: an overview. Cancer and Metastasis Review, v.11, n.3, p.95-103, 1992.

YAMAMOTO, M.K.; KAWABATA, K.; FUJIHASHI, J.R.; McGHEE, T.E.; VAN DYKE,

T.V.; BAMBERG, T.; KIYONO, H. Absence of exogenous interleukin-4-induced

apoptosis of gingival macrophages may contribute to chronic inflammation in

periodontal diseases. Am. J. Pathol., v.148, n.2, p.331-339, 1996.

YASUTOMO, K.; NAGASAWA, H.; UEHARA, H.; HISAEDA, H.; KAGAMI, S.;

OKADA, K. The novel regulatory mechanism of Faz system-mediated apoptosis in

mesangial cells: implication to mesangial proliferative glomerulonephritis. Biochem

Biophys Res Commun., v.219, n.4, p.89-95, 1996.

ZHANG, J.H.; XU, M. DNA fragmentation in apoptosis. Cell Research, v.10, n.3,

p.205-211, 2000.