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Avaliação Pós-Ocupação em Edifício do MPMG:A Sede das Promotorias de Justiça de BH com atuação no JECrim Dezembro/2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 dezembro/2013 Avaliação Pós-Ocupação em Edifício do MPMG: A Sede das Promotorias de Justiça de BH com atuação no JECrim Alessandra D. F. Rossi - [email protected] Master em Arquitetura Instituto de Pós-graduação- IPOG Belo Horizonte, 2013 Resumo O presente artigo consiste na apresentação dos resultados da Avaliação Pós-Ocupação (APO) realizada em edifício do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), com o objetivo de aferir o grau de satisfação dos usuários com o ambiente construído e definir uma metodologia adequada para avaliação de suas demais sedes. Para o estudo de caso, foi selecionada a Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte com atuação no Juizado Especial Criminal (JECrim), adotando-se uma abordagem multimétodos, que possibilitou o levantamento dos aspectos positivos e negativos da edificação. A partir da pesquisa dos diversos métodos de APO disponíveis, definiram-se os instrumentos a serem aplicados (levantamento de dados referentes ao projeto/obra, walkthrough, entrevistas não estruturadas, as built, questionário estruturado e checklist), bem como as variáveis do ambiente construído a serem consideradas (aspectos técnico-construtivos, conforto ambiental, técnico-funcionais, acessibilidade e comportamentais). Através da comparação dos resultados obtidos, e considerando a ótica tanto do especialista quanto dos usuários, foi possível realizar um diagnóstico e apresentar recomendações para o caso específico e para futuros projetos. Palavras-chave: Avaliação Pós-Ocupação; Métodos de Avaliação; Projeto Estruturador Sedes Próprias; Qualidade do Ambiente Construído. 1. Introdução Lançado em 2005, o Projeto Estruturador Sedes Próprias, do Ministério Público de Minas Gerais, tem como objetivo “dotar as Promotorias de Justiça de sedes exclusivas e independentes, proporcionando aos membros e servidores condições de trabalho adequadas” (MPMG, 2009:4). Conforme apresenta o ex-procurador-geral de justiça, Jarbas Soares Junior, “as novas sedes passam a refletir, arquitetonicamente, a relevância social própria do Ministério Público como legítimo defensor de um dos fundamentos centrais da República Brasileira: a cidadania(MPMG, 2008:5). Os projetos, elaborados por uma equipe de arquitetos e engenheiros da instituição, são adaptados à realidade de cada comarca, buscando-se, cada vez mais, a melhoria dos edifícios e do próprio processo de produção. Até o momento, já foram inauguradas 40 novas sedes e, atualmente, 25 projetos estão em andamento e 9 edifícios em fase de construção.

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JECrim Dezembro/2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 6ª Edição nº 006 Vol.01/2013 –dezembro/2013

Avaliação Pós-Ocupação em Edifício do MPMG:

A Sede das Promotorias de Justiça de BH com atuação no JECrim

Alessandra D. F. Rossi - [email protected]

Master em Arquitetura

Instituto de Pós-graduação- IPOG

Belo Horizonte, 2013

Resumo

O presente artigo consiste na apresentação dos resultados da Avaliação Pós-Ocupação

(APO) realizada em edifício do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), com

o objetivo de aferir o grau de satisfação dos usuários com o ambiente construído e definir

uma metodologia adequada para avaliação de suas demais sedes. Para o estudo de caso, foi

selecionada a Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte com atuação no Juizado

Especial Criminal (JECrim), adotando-se uma abordagem multimétodos, que possibilitou o

levantamento dos aspectos positivos e negativos da edificação. A partir da pesquisa dos

diversos métodos de APO disponíveis, definiram-se os instrumentos a serem aplicados

(levantamento de dados referentes ao projeto/obra, “walkthrough”, entrevistas não

estruturadas, “as built”, questionário estruturado e “checklist”), bem como as variáveis do

ambiente construído a serem consideradas (aspectos técnico-construtivos, conforto

ambiental, técnico-funcionais, acessibilidade e comportamentais). Através da comparação

dos resultados obtidos, e considerando a ótica tanto do especialista quanto dos usuários, foi

possível realizar um diagnóstico e apresentar recomendações para o caso específico e para

futuros projetos.

Palavras-chave: Avaliação Pós-Ocupação; Métodos de Avaliação; Projeto Estruturador

Sedes Próprias; Qualidade do Ambiente Construído.

1. Introdução

Lançado em 2005, o Projeto Estruturador Sedes Próprias, do Ministério Público de Minas

Gerais, tem como objetivo “dotar as Promotorias de Justiça de sedes exclusivas e

independentes, proporcionando aos membros e servidores condições de trabalho adequadas”

(MPMG, 2009:4). Conforme apresenta o ex-procurador-geral de justiça, Jarbas Soares

Junior, “as novas sedes passam a refletir, arquitetonicamente, a relevância social própria do

Ministério Público como legítimo defensor de um dos fundamentos centrais da República

Brasileira: a cidadania” (MPMG, 2008:5).

Os projetos, elaborados por uma equipe de arquitetos e engenheiros da instituição, são

adaptados à realidade de cada comarca, buscando-se, cada vez mais, a melhoria dos edifícios

e do próprio processo de produção. Até o momento, já foram inauguradas 40 novas sedes e,

atualmente, 25 projetos estão em andamento e 9 edifícios em fase de construção.

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Este trabalho nasceu da curiosidade em avaliar o grau de adequação das Sedes Próprias do

MPMG ao seu objetivo inicial. A partir deste estudo de caso, buscou-se aferir o grau de

satisfação dos usuários com o ambiente construído e definir uma metodologia adequada para

avaliação das demais sedes da instituição. Ressalta-se, aqui, a importância da adoção de

métodos de avaliação que possibilitem a participação dos diversos agentes envolvidos na

produção e uso dos ambientes, uma vez que estes “são compreendidos, percebidos e

interpretados de modos distintos por arquitetos, cientistas sociais e usuários leigos”

(ORSTEIN; BRUNA; ROMÉRO, 1995:37). De acordo com Ferreira et al:

A inquietude do arquiteto em projetar a fim de atender as necessidades dos usuários

e tornar o espaço a ser concebido adequado aos mesmos, faz com que diversos

pesquisadores procurem respostas para suas perguntas em pesquisas realizadas sobre

a APO (Zeisel, 1981; Sommer & Sommer, 1997; Kohlsdorf, 1996; Sanoff, 1995;

Ornstein, 1995). Ela faz com que o arquiteto se aproxime da realidade para a qual irá

projetar, permitindo-o definir com mais clareza quais serão os determinantes do

projeto. (FERREIRA et al, 2006:1125).

Neste artigo é apresentada a aplicação de alguns dos instrumentos de avaliação pós-ocupação

(APO) na Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte com atuação no Juizado

Especial Criminal. Através de uma abordagem multimétodos, foi possível definir alguns

aspectos positivos e negativos da edificação e gerar um diagnóstico seguido de propostas de

melhorias para o edifício analisado e para futuros projetos.

2. Avaliação Pós-Ocupação

A avaliação pós-ocupação (APO) compreende um conjunto de instrumentos de avaliação do

desempenho das edificações existentes, permitindo a identificação de falhas, problemas e

aspectos positivos do edifício. Segundo Rheingantzm et al:

APO- avaliação pós-ocupação; é um processo interativo, sistematizado e rigoroso de

avaliação de desempenho do ambiente construído, passado algum tempo de sua

construção e ocupação. Focaliza os ocupantes e suas necessidades para avaliar a

influência e as consequências das decisões projetuais no desempenho do ambiente

considerado, especialmente aqueles relacionados com a percepção e o uso por parte

dos diferentes grupos de atores e agentes envolvidos. (RHEINGANTZM et al,

2009:16).

As metas de uma APO, apresentadas por Ornstein e Roméro (1992), são: promover a ação (ou

intervenção) que propicie a melhoria da qualidade de vida daqueles que usam um dado

ambiente e produzir informação que gera conhecimento sistematizado sobre o ambiente e as

relações ambiente-comportamento. Blyth, Gilby e Barley, (apud ISSA et al, 2011) enumeram

uma série de benefícios gerados pela APO tanto para o estudo de caso, quanto para futuros

projetos:

(1) Identificar problemas e soluções; (2) Atender demandas do usuário; (3) Melhorar

o uso de espaços por meio de pesquisas; (4) Compreender as mudanças no

projeto/uso, (5) Tomar decisões, (6) Adaptar o edifício para mudanças na

organização ou no aumento deste, (7) Novos usos para edifícios obsoletos, (8)

Aplicar responsabilidade final do desempenho dos edifícios aos projetistas; (9)

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Melhorar a longo prazo o desempenho do edifício; (10) Melhorar a qualidade do

projeto e, (11) Realizar revisão estratégica. (ISSA et al, 2011).

A figura 1 representa o fluxograma básico de uma APO onde, conforme Ornstein, Bruna e

Roméro (1995), a avaliação efetuada pela equipe técnica e pelos usuários alimenta a etapa de

diagnóstico e os resultados podem ser aplicados não somente no estudo de caso, como

também gerar recomendações para projetos futuros.

Figura 1 – Fluxograma básico da APO

Fonte: ORNTEIN; BRUNA; ROMÉRO (1995)

No livro, Observando a Qualidade do Lugar: procedimentos para a avaliação pós-ocupação,

Rheingantzm et al (2009) apresentam uma revisão de oito instrumentos e ferramentas de

avaliação consagrados (walkthroug, mapa comportamental, poema dos desejos, mapeamento

visual, mapa mental, seleção visual, entrevista e questionário), complementados por outros

dois (matriz de descobertas e observação incorporada), produzidos pelos pesquisadores do

grupo de APO do Pro Lugar -FAU/UFRJ.

De acordo com Bechtel et al (apud ORNSTEIN; BRUNA; ROMÉRO, 1995:70), “para se

levar a bom termo uma APO, é preciso adotar, no mínimo, três métodos combinados, para

coleta de dados e informações”. Contudo, cabe observar que, “os resultados da aplicação de

um conjunto de instrumentos devem ser vistos como complementos capazes de corroborar a

experiência reflexiva e intuitiva vivenciada durante a observação” (RHEINGANTZM et al,

2009:14). Nesse processo, a sensibilidade e imparcialidade do avaliador são de suma

importância para a interpretação dos resultados.

Ornstein e Roméro (1992) apresentam algumas variáveis do ambiente construído que podem

ser consideradas em uma APO:

- Avaliação técnico-construtiva

- Avaliação de conforto ambiental;

- Avaliação técnico-funcional;

- Avaliação comportamental;

- Avaliação técnico-econômica;

- Avaliação técnico-estética;

- Estrutura organizacional.

Didaticamente, todas se dividem em subvariáveis, que podem ser abordadas através de

técnicas que permitam comparações entre si e com outras variáveis. Nesta avaliação foram

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levantados os quatro primeiros aspectos, sendo o foco inicial voltado para o desempenho

funcional dos espaços (projeto arquitetônico).

Os autores acima recomendam que a equipe técnica para uma APO seja, sempre que possível,

interdisciplinar, composta de coordenador geral (especialista na área), pesquisador (que

coordena um determinado estudo de caso) e consultores em diversas áreas (planejamento

urbano, arquitetura, psicologia, engenharia, estatística, economia, conforto ambiental,

estruturas, etc.), conforme o caso específico. Tal composição é apenas um referencial, tendo

flexibilidade suficiente de acordo com o grau de profundidade e metas a serem atingidas.

3. Caracterização do Estudo de Caso

O objeto de estudo foi a Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte com atuação no

Juizado Especial Criminal (JECrim), localizada na Av. Juscelino Kubitschek (Via Expressa),

ao lado do prédio do Tribunal de Justiça.

A escolha se deu pelo fato de que edificação, embora localizada na capital, segue os moldes

do projeto padrão adotado pelo MPMG no interior (o qual é adaptado à realidade de cada

comarca), apresentando todos os aspectos que representam a sua identidade. Conforme consta

na Revista Sedes Próprias:

As edificações das sedes próprias das Promotorias de Justiça nas diversas comarcas

são projetadas de modo a proporcionar não somente conforto, segurança e

instalações adequadas ao Ministério Público Estadual, mas também representar a

identidade da Instituição. Consideram-se para tanto, dois aspectos: volumetria e

programa.

Dois volumes distintos compõem a edificação: uma torre vermelha, característica

marcante, destaca-se sobre outro volume, horizontal, pouco recortado, de linhas

retas e de cor clara. (MPMG, 2008:14).

Nas figuras 2 e 3, é possível visualizar a localização do edifício e sua fachada frontal.

Figura 2 – Vista aérea do local Figura 3 – Fachada frontal

Fonte: Google mapas (2012) Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)

O programa de uma Sede Própria divide-se em duas áreas com características distintas. A

primeira, voltada para o público, compreende recepção, auditório e/ou sala de reuniões e

Prédio TJ_

JECrim

SEDE

MPMG

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sanitários acessíveis. Já a segunda tem seu acesso restrito aos Promotores de Justiça e

servidores, incluindo os gabinetes e os apoios técnico e administrativo. A entrada do público a

esta área, por questões de segurança, é controlada por vigilante e/ou servidores da

secretaria/recepção. Somente após identificação do indivíduo e de sua demanda é que lhe é

permitido, ou não, o acesso ao interior do edifício. Atualmente, em projetos de sedes de maior

porte tem-se previsto a instalação de catraca eletrônica e detector de metais.

Na maioria dos imóveis, quando a dimensão do terreno permite, há estacionamento privativo

para os promotores, disponibilizando, em alguns casos, vagas também para os servidores e

para o público.

O organograma da figura 4 ilustra o programa original de uma Sede Própria. Atualmente, a

sala dos técnicos tem sido eliminada nos novos projetos e os gabinetes tiveram suas áreas

aumentadas, a fim de comportar todos os servidores de cada promotoria.

Figura 4 – Organograma original de uma sede do MPMG

Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)

Inaugurada em 16 de Setembro de 2010, a Sede das Promotorias de Justiça de Belo Horizonte

com atuação no JECrim, apresenta área construída total de 745,00 m², distribuídos em dois

pavimentos, em terreno de 880,60 m². No projeto inicial já foi prevista a ampliação de mais

um pavimento.

Nos fundos do imóvel, encontra-se o estacionamento, com 13 vagas descobertas, privativas

dos promotores. Cada pavimento comporta os seguintes ambientes (Figura 5):

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-Térreo: recepção, 2 sanitários acessíveis e individuais para o público, sala de reuniões,

escada de acesso ao público, secretaria/atendimento, almoxarifado, central elétrica, 2

sanitários coletivos para os servidores, copa, área de serviço, 1 sanitário de serviço, DML, 4

gabinetes (sendo 1 utilizado como arquivo da Corregedoria), elevador e escada interna;

-1° Pavimento: hall, 2 sanitários acessíveis e individuais para o público, escada de acesso ao

público, 2 sanitários coletivos para os servidores, central elétrica, 8 gabinetes, elevador,

escada interna e terraço descoberto;

Os dois pavimentos são interligados através de duas escadas, uma de acesso ao público,

situada na recepção, e a outra de acesso mais restrito, próxima aos gabinetes, além de um

elevador.

Figura 5 – Plantas do edifício

Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)

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Atualmente, trabalham no local 41 pessoas distribuídas em 3 turnos, sendo 13 servidores (8

analistas e 5 oficiais), 9 promotores, 10 estagiários, 7 terceirizados (1 serviços gerais, 2 na

limpeza e 4 vigilantes) e 2 trabalhadores mirins.

4. Metodologia de Pesquisa:

Este trabalho foi iniciado a partir de pesquisa bibliográfica e do levantamento de estudos de

caso, a fim de definir quais os instrumentos de APO seriam aplicados. Tais instrumentos

deveriam verificar tanto a opinião dos especialistas quanto dos usuários, sendo que estes

recebem o foco principal. A partir da análise dos métodos de avaliação disponíveis, os

instrumentos utilizados foram divididos em dois grupos, conforme proposto por Issa et al.

(2011), sendo feitas algumas adaptações:

-Ponto de vista dos especialistas: levantamento de dados referente ao projeto/obra,

walkthougs, as built e checklists, observações e registros fotográficos;

-Ponto de vista do usuário: entrevistas e questionários.

Embora se recomende que a APO seja feita por uma equipe técnica interdisciplinar, o

levantamento de dados in loco foi efetuado unicamente pela pesquisadora, que, contudo,

recebeu auxílio da equipe de engenharia do MPMG na obtenção de informações referentes ao

projeto e ao histórico da obra.

Os usuários entrevistados foram apenas os indivíduos que trabalham no local, por

permanecerem nele por maior tempo. As opiniões dos usuários externos, cidadãos/público,

embora importantes, não foram levantadas, uma vez que, durante as visitas, considerou-se

pequeno o fluxo dessas pessoas. Entretanto, esse é um aspecto que se pretende verificar em

futuras avaliações.

Após a aplicação dos instrumentos, os resultados foram comparados e interpretados,

confrontando as informações do observador/avaliador com as dos usuários. Em seguida, foi

gerado um diagnóstico, a partir do qual foram feitas propostas de melhorias para o caso

específico e recomendações para futuros projetos.

5. Aplicação dos Instrumentos:

5.1. Levantamento de dados referente ao projeto/obra:

Inicialmente, foi feito o levantamento dos dados referentes à edificação junto à equipe de

engenharia (leitura dos projetos, caderno de especificações e entrevista com os profissionais

responsáveis pelo projeto e pela fiscalização da obra).

A partir desse primeiro contato, foi possível, de antemão, tomar conhecimento de alguns

problemas apresentados pelo edifício, tanto durante como após a obra, bem como de queixas

anteriormente manifestadas pelos usuários.

5.2. Walkthrough:

De posse das informações preliminares, procedeu-se a uma visita exploratória, na qual foi

feita a primeira coleta de dados in loco com a aplicação do instrumento walkthrough, “palavra

da língua inglesa que pode ser traduzida como passeio ou entrevista acompanhado”

(RHEINGANTZM et al, 2009:21).

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O método consiste em uma visita dos avaliadores a cada um dos ambientes de

estudo, a qual é acompanhada por seus usuários. Durante o trajeto além das

observações dos pesquisadores, são estimulados e registrados os comentários dos

usuários e repeito do local, combinando o olhar técnico com o conhecimento

decorrente de sua vivência. (MACHADO et al, 2008).

Observa-se que em todos os estudos de caso pesquisados, esse instrumento foi utilizado pelos

avaliadores, por ser fácil e rápido de aplicar.

O percurso dialogado abrangendo todos os ambientes, complementado por outros

instrumentos (fotografias, croquis), possibilitou a familiarização com a edificação, com sua

construção, com seu estado e seus usos, assim como descrito por Rheingantzm et al (2009).

5.3. Entrevistas não Estruturadas:

Enquanto se percorria o edifício, foram realizadas entrevistas não estruturadas e não dirigidas,

onde o entrevistado foi solicitado a expressar seus sentimentos e opiniões, pois “a função do

entrevistador deve ser, simplesmente encorajar o entrevistado a falar sobre um dado tópico ou

assunto, com um mínimo de direcionamento ou suporte” (RHEINGANTZM et al, 2009).

Foram entrevistados promotores, servidores e terceirizados (faxineiras e vigilantes), tendo

sido os últimos a maior fonte de informações para a pesquisa, por lidarem diretamente com

questões de manutenção e segurança e porque seu ambiente de trabalho abrange toda a

edificação.

5.4. As built:

Durante a primeira visita, foi feito também ao cadastro atualizado, as built, dos ambientes

construídos, bem como do mobiliário e dos equipamentos. De acordo como Issa et al. (2011),

o as built é aplicado a partir de vistorias realizadas em todo o edifício, tendo como base

plantas e cortes do projeto original, procedendo-se em seguida ao registro das alterações

verificadas. Através desse instrumento é possível detectar eventuais mudanças realizadas

durante a execução da obra ou mesmo pelos próprios usuários (posicionamento do mobiliário,

alteração de uso de determinados espaços ou reforma nas instalações de infraestrutura) de

forma a adequar o edifício ao uso demandado.

Além de realizar observações diretas, foram identificados e fotografados os aspectos mais

significativos verificados.

5.5. Questionário Estruturado:

Em outro momento, foi aplicado um questionário, que segundo Ornstein e Roméro (1992)

“tem por objetivo verificar como as pessoas usuárias (consumidores) de um determinado

produto, no caso o ambiente construído, o percebem, o utilizam, como a ele se referem, qual o

ponto de vista em relação ele”. Esses também afirmam que, como o questionário confere

anonimato às respostas, o entrevistado fica mais à vontade e é mais sincero em suas respostas.

Contudo, de acordo com, Rheingantzm et al (2009), deve-se ter o cuidado de avaliar os

resultados em função do contexto e dos resultados de outros instrumentos utilizados, sob pena

de o pesquisador produzir uma avaliação compartimentada da situação ou do local

pesquisado.

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Ao contrário das entrevistas, aplicou-se um questionário estruturado, adaptação do modelo

elaborado por Ornstein e Roméro (1992) para o edifício da EPUSP-Minas e também adotado

por Cosenza et al (1998) na APO do BNDS/RJ. Segundo os autores, esse tipo de questionário

é mais fácil de aplicar e interpretar respostas, uma vez que possibilita quantificação, por

exemplo, por meio da utilização de escalas de valores que permitem verificar a satisfação dos

usuários.

As perguntas foram divididas em tópicos de avaliação da área de trabalho e do edifício como

um todo (ver Anexo A), englobando os seguintes aspectos:

- Construtivo: qualidade dos materiais;

- Conforto ambiental: temperatura, isolamento de ruídos, iluminação, conforto do mobiliário;

- Funcionais: tamanho das salas, posição de tomadas, largura de corredores, localização e

quantidade de sanitários, acessibilidade, sinalização, segurança contra terceiros, adequação do

mobiliário;

- Estéticos: aparência do edifício, paisagismo;

- Comportamento: privacidade e contato pessoal.

Ao todo foram respondidos 16 questionários (número de usuários disponíveis na data da sua

aplicação). Após a tabulação dos dados, suas médias foram calculadas, com a aplicação de

uma escala de valores de 5 pontos, variando de péssimo, ruim, regular, bom e ótimo.

Em seguida, para uma melhor compreensão e análise dos dados, esses foram transformados

em escala decimal para a confecção de diagramas de Paretto. Tais diagramas, compostos por

barras horizontais, permitem, conforme Ornstein e Romero (1992), identificar os principais

problemas (barras superiores) e os aspectos mais positivos (barras inferiores) por ordem de

importância, de acordo com as médias das notas atribuídas a cada item ou aspecto

questionado por categoria/extrato de usuários. Os resultados encontrados serão apresentados

logo adiante, juntamente com o diagnóstico.

5.6. Checklist de Acessibilidade:

Em segunda visita também foi feito levantamento das condições de acessibilidade do imóvel,

através do preenchimento de um checklist, conforme roteiro elaborado pela Comissão

Temporária de Acessibilidade do Conselho Nacional do Ministério Público.

O Roteiro Básico para Avaliação da Acessibilidade nas Edificações do Ministério Público

visa auxiliar os arquitetos e engenheiros dos MPs, na implementação da Resolução nº 81/2012

do Conselho que dispõe sobre a adequação dos edifícios e serviços dos MPs às normas de

acessibilidade, entre outras providências.

No checklist, é enumerada uma série de 10 itens, divididos em subitens e alíneas, num total de

270 quesitos que discriminam algumas exigências da NBR9050/04 e legislações afins

(Resoluções 236/07 e 304/08 do CONTRAN, NBR NM 313/07, NBR 15.655-1/2009, Decreto

5.296/04). A lista a seguir apresenta a relação desses itens, com as principais questões

observadas:

-Calçada: piso, dimensões, faixa livre, inclinação, desníveis, obstáculos, guias rebaixadas,

vegetação existente;

-Estacionamento: piso, localização, rota acessível, sinalização, porcentagem de vagas para

idosos e pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;

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-Acesso à edificação: piso, inclinação, existência de rampas;

-Circulação horizontal: piso, largura, grelhas;

-Circulação vertical: escadas (piso, dimensões, sinalização, corrimãos), elevador (piso,

dimensões, sinalização), rampas (piso, dimensões, inclinação, corrimãos, sinalização),

plataformas (dimensões, percurso);

-Esquadrias: dimensões, peitoril, sistema de abertura, maçanetas;

-Banheiros: piso, dimensões, barras de apoio, área de transferência, abertura da porta,

sinalização, chuveiro, altura de lavatório, comandos, localização dos acessórios;

-Vestiários: dimensões, barras de apoio, vão livre da porta;

-Biblioteca: mobiliário acessível;

-Auditórios e similares: número de assentos destinados a P.M.R, P.C.R., P.O, localização dos

assentos, sinalização visual e sonora, rampas, espaço para intérprete de libras;

-Restaurantes e similares: balcões, circulações, mesas acessíveis.

-Mobiliário: telefones públicos, bebedouros, mesas para refeição ou trabalho, armários, balcão

de atendimento, assentos, planos e mapas táteis.

Neste estudo de caso, os itens biblioteca, auditório, restaurantes e vestiários não se aplicam à

edificação.

6. Diagnóstico:

A partir da aplicação dos diversos instrumentos apresentados, foram levantas informações

referentes à edificação, abrangendo diversos aspectos. Destaca-se que a participação dos

usuários foi de suma importância para a elaboração deste diagnóstico.

Os Quadros 1 e 2, a seguir, apresentam a frequência dos resultados obtidos através dos

questionários. É possível perceber a subjetividade de cada indivíduo quando foram atribuídas

notas tão diferentes para um mesmo item, como, por exemplo, uma classificação péssima para

a temperatura durante o verão, enquanto a maioria a considerou de boa a ótima.

Item O B Re Ru P Total

1 Tamanho 12 4 16

2 Temp. durante o verão 6 9 1 16

3 Temp. durante o inverno 4 11 1 16

4 Isolam. de ruídos internos 3 7 4 1 1 16

5 Isolam. de ruídos externos 3 4 5 3 1 16

6 Qualidade da iluminação 9 7 16

7 Adeq./conforto mobiliário 7 7 2 16

8 Posição das tomadas 6 6 4 16

9 Privacidade na exec. tarefas 5 6 5 16

10 Facilidade contato pessoal 7 6 3 16

Q uadro 1 : Avaliação da área de trabalho

(O) Ótimo, (B) Bom, (Re) Regular, (Ru) Ruim, P (Péssimo)

Item O B Re Ru P Total

1 Aparência externa 10 6 16

2 Aparência interna 9 7 16

3 Qualidade mat. de acab. 5 6 3 1 1 16

4 Paisagismo 4 7 5 16

5 Largura dos corredores 8 6 2 16

6 Localização dos sanitários 10 5 1 16

7 Quantidade dos sanitários 9 5 2 16

8 Sinalização interna 6 3 6 1 16

9 Segurança contra terceiros 4 4 3 5 16

10 Acessibilidade 7 7 2 16

Q uadro 2 : Avaliação do edifício como um todo

(O) Ótimo, (B) Bom, (Re) Regular, (Ru) Ruim, P (Péssimo)

Quadro 1- Avaliação da área de trabalho Quadro 2- Avaliação do edifício como um todo

Fonte: Dados produzidos pela autora (2012) Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)

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Os diagramas de Paretto 1 e 2 representam as médias dos resultados obtidos, ordenados de

acordo com o seu desempenho, sendo um valor mínimo aceitável igual a 5,5. As barras

inferiores representam os aspectos mais positivos e as barras superiores os itens com pior

avaliação.

Diagrama 1- Avaliação da área de trabalho Diagrama 2- Avaliação do edifício como um todo

Fonte: Dados produzidos pela autora (2012) Fonte: Dados produzidos pela autora (2012)

Na avaliação do edifício como um todo, aparência externa e interna foram os itens melhor

classificados, seguidos da localização dos sanitários. Já com relação à área de trabalho,

tiveram destaque o tamanho das salas e a qualidade da iluminação. Como pode se observar,

nenhum item apresentou desempenho insuficiente, o que confirma as informações levantadas

pelos demais instrumentos de que, apesar da existência de problemas no edifício, a maioria

dos usuários encontra-se satisfeita com o local de trabalho.

Com relação à localização do edifício, considerou-se que, apesar de afastado da região

central, dificultando o acesso dos servidores e também do público, é favorável em função da

proximidade com o JECrim, onde diariamente ocorrem audiências, pois facilita o

deslocamento dos promotores e o transporte de processos.

Embora o foco inicial desse estudo fosse a avaliação dos aspectos técnico-funcionais,

problemas de ordem técnico-construtiva foram os mais enfatizados pelos usuários durante as

entrevistas. Tais aspectos foram evidenciados por apresentarem um pior desempenho no

questionário. Por outro lado, alguns pontos negativos verificados pela pesquisadora passaram

despercebidos pela maioria dos entrevistados.

Após a comparação dos dados levantados pelos diversos instrumentos, os principais

problemas detectados foram divididos em tópicos como se segue.

6.1. Aspectos técnico-construtivos:

A maior parte dos problemas de ordem construtiva foi constatada durante o walktrough,

através da observação in loco e, muitas vezes, a partir da queixa dos usuários. Os principais

pontos negativos estão listados a seguir:

a) Entrada de água na recepção quando chove:

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Verificou-se que o piso da entrada não apresenta inclinação suficiente para impedir que a

água escorra para dentro da edificação. Por questões de acessibilidade, não há degrau entre o

piso da recepção e o da área externa a ela adjacente (Anexo B- Foto 1).

b) Infiltração na parte superior da pele de vidro sobre o jardim:

Esse local também apresenta problemas nas chuvas, de modo que a água escorre pela parede

que limita o jardim de inverno. Foi possível verificar as marcas da infiltração na parede e na

lateral da escada. Segundo o engenheiro da obra, este problema se deve à falta de instalação

de rufo no encontro entre a alvenaria e a parte superior da pele de vidro, solução não adotada

anteriormente por questões estéticas.

c) Infiltração sob as janelas:

Presente em quase toda a edificação, essa foi uma das maiores queixas dos usuários uma vez

que, próximo às janelas, a pintura está descascando ou estufada, sendo evidente a existência

de infiltração (Anexo B- Foto 2). Constatou-se que tal problema ocorre devido aos frisos

existentes na fachada, que foram instalados junto aos peitoris das esquadrias, direcionando a

água das chuvas para os seus cantos (Anexo B- Foto 3).

d) Infiltração na jardineira do gabinete 5 (1° pavimento):

Observou-se que o reboco e a pintura estão soltando na parede do gabinete 5 onde,

externamente, foi construída uma jardineira, o que sugere falhas na impermeabilização ou na

sua drenagem.

e) Piso da entrada escorregadio quando molhado:

O piso utilizado, tanto na entrada principal quanto na recepção foi uma cerâmica extrudada,

de textura lisa, indicada tanto para áreas externas como internas. Segundo consta em catálogo,

trata-se de um piso antiderrapante. Contudo, não apresentou um desempenho satisfatório

nesse quesito.

f) Maçaneta da porta da recepção quebrada:

Durante a vistoria foi possível constatar que a maçaneta da porta da recepção estava quebrada

(Anexo B- Foto 4). A fechadura dessa porta apresenta um sistema de abertura eletrônico, de

forma que a entrada de qualquer pessoa é controlada pelo segurança ou por servidores da

recepção. Na saída, o próprio usuário pode abrir a porta utilizando a maçaneta existente do

lado interno. Contudo, conforme informação do vigilante, essa maçaneta demandou

constantes reparos, pois, por diversas vezes, os usuários forçavam a abertura da porta pelo

lado de fora.

g) Qualidade dos materiais de acabamento:

Alguns servidores queixaram-se da qualidade dos materiais empregados na obra, conforme

constatado no quadro 2 e diagrama 2. Contudo, tal fato não foi confirmado, uma vez que

foram especificados materiais de 1ª linha. Acredita-se que grande parte da impressão

negativa deva-se aos problemas construtivos listados acima.

6.2. Aspectos de conforto ambiental:

a) Criação de antessala em gabinete, sem a previsão de ar condicionado:

Nesse projeto foi previsto o uso de aparelhos de ar condicionado de janela (ACJ), que

atenderiam a cada ambiente de uso prolongado. Contudo, com a divisão do gabinete 11,

criando-se uma antessala, originou-se um espaço sem ventilação/iluminação natural. Houve

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reclamação das servidoras de que a sala fica muito quente em época de calor, sendo

necessário o uso de um climatizador portátil, que, contudo, não apresenta resultado

satisfatório (Anexo B- Foto 5).

b) Mobiliário não ergonômico:

Embora o mobiliário tenha apresentado uma boa avaliação no questionário, alguns servidores

queixaram-se da altura das mesas. Apesar da possibilidade de se adaptar um suporte para o

teclado, em posição mais baixa, esse recurso não é utilizado pela maioria dos usuários, pois

não resolve o problema.

c) Ruídos externos e internos:

Esses foram os itens com pior desempenho na avaliação da área de trabalho. A edificação

encontra-se em uma Via Expressa, com alto tráfego de veículos, o que gera muitos ruídos

(Anexo B- Foto 6). As maiores queixas vieram dos servidores que trabalham na secretaria,

que, por estarem próximos da entrada do edifício, onde há maior fluxo de pessoas, ficam mais

vulneráveis tanto aos ruídos externos, quanto internos.

6.3. Aspectos técnico-funcionais:

A questões de ordem funcional foram levantadas através da elaboração do as built e,

principalmente, por meio das entrevistas com os usuários e do questionário aplicado. São elas:

a) Mudança no uso de alguns espaços em relação ao projeto original:

A partir da elaboração do as built, puderam ser constatadas algumas alterações no projeto

original, muitas delas ocorridas durante a obra. As plantas incluídas nos Anexos C e D

representam, respectivamente, o projeto original e o projeto construído, onde se podem

verificar as mudanças de uso de alguns espaços.

b) Escada de uso público na recepção demanda controle de acesso:

Elemento presente nas primeiras sedes com mais de um pavimento, a escada construída na

recepção para o acesso do público, tornou-se um problema de segurança, uma vez que

demanda um controle de acesso também às dependências do pavimento superior

(Anexo B- Foto 7). Tanto que o item de pior avaliação do edifício foi a segurança contra

terceiros.

c) Recepção muito devassada em função da porta de vidro transparente:

Segundo um vigilante, a visibilidade da recepção pelas pessoas que passam na rua prejudica a

segurança, sendo solicitada a colocação de película espelhada na porta. Contudo, foi

verificado que as películas apresentam à noite o efeito inverso, ficando mais visível onde

houver maior luminosidade. Dessa forma, não consideramos tal medida eficaz na resolução

do problema;

d) Terraço pouco utilizado:

Solução adotada em muitos projetos, foi constatado que o terraço é um espaço pouco

frequentado pelos usuários do prédio, seja o público externo ou os próprios servidores (Anexo

B- Foto 8).

e) Distribuição de tomadas insatisfatória:

Embora em quantidade suficiente para atender ao número de servidores previsto para cada

ambiente, a queixa de alguns usuários foi de que a disposição das tomadas limita a disposição

do mobiliário.

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f) Falta de vestiário para os terceirizados:

No projeto foi previsto apenas um sanitário de serviço para os terceirizados, sendo que o local

destinado ao DML tem sido utilizado pelas faxineiras como vestiário (Anexo B- Foto 9). Os

vigilantes adaptaram o depósito debaixo da escada da recepção, utilizando o local para a troca

de roupas (Anexo B- Foto 10).

g) Jardins externos sem manutenção adequada:

Embora não ocupem grande área, os jardins estão mal cuidados, demandando manutenção.

A grama precisa ser aparada, principalmente na área do estacionamento, onde foi utilizado

Pavi-green. Observou-se também a existência de ervas daninhas (Anexo B- Fotos 11 e 12).

h) Poucas vagas de estacionamento:

O edifício encontra-se em região afastada do dentro da cidade e não é possível estacionar

veículos na via. Das 13 vagas demarcadas nos fundos do terreno, apenas 7 são ocupadas, pois

as 6 restantes além de serem presas, quando utilizadas, prejudicam as demais livres (Anexo B-

Foto 13).

6.4. Cheklist de acessibilidade:

Embora faça parte da avaliação técnico-funcional, este item foi tratado à parte por abranger

um grande número de quesitos. As principais deficiências observadas foram as seguintes:

a) Calçadas: Ausência de piso tátil (direcional) nos locais onde não há linha guia (entrada

estacionamento, portão de entrada de pedestres); falta de sinalização visual na entrada e saída

de veículos;

b) Estacionamento: Ausência de vaga para idosos (a norma determina 5% das vagas aos

idosos, com no mínimo 1 vaga); falta de sinalização vertical na vaga reservada para pessoas

com deficiência;

c) Acesso à edificação: Piso sem superfície antiderrapante; falta de sinalização direcional do

acesso da edificação até o balcão de informação;

d) Escadas: Ausência de piso tátil no início e término das escadas; falta de sinalização visual

na borda dos degraus; ausência de anel com textura contrastante com a superfície do

corrimão, instalado 1,0 m antes das extremidades; falta de previsão de área de resgate fora do

fluxo de circulação, com espaço demarcado para o posicionamento de pessoas em cadeira de

rodas;

e) Elevadores: Piso da cabine sem superfície antiderrapante e sem contraste com o da

circulação;

f) Esquadrias: Ausência de sinalização visual no centro da porta (1,40-1,60 m) e tátil em

relevo e Braille (0,90-1,10 m), no lado externo, informando o ambiente; maçanetas tipo taco

de golfe, quando deveriam ser do tipo alavanca;

g) Banheiros: Banheiros com entrada independente sem dispositivo de sinalização de

emergência; localização inadequada das papeleiras (Anexo B- Foto 14); espelho com altura

superior a 0,90 cm e sem inclinação de 10 ° (Anexo B- Foto 15); sanitário de serviço não

acessível.

6.5. Aspectos comportamentais:

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Segundo Ornstein e Roméro (1992) esta é a variável básica da APO, pois lida com o ponto de

vista de várias categorias ou extratos de usuários, o que já foi considerado na avaliação de

todos os demais aspectos anteriormente apresentados. Embora a avaliação comportamental

aborde diversas subvariáveis, neste tópico foram verificados os itens privacidade e facilidade

de contato pessoal, levantados no questionário estruturado.

Destaca-se que, de um modo geral, não foram manifestados grandes problemas ou conflitos

de relacionamento entre os usuários. Contudo, algumas questões foram levantadas:

a) Falta de privacidade na secretaria:

Foi possível verificar que das 5 piores notas (regular) para o item privacidade, 4 foram dadas

pelos oficiais, que trabalham na secretaria, onde é feito o atendimento inicial ao público.

Tanto os servidores têm menos privacidade para realizar suas tarefas, quanto os cidadãos, que

são atendidos no local, ficam muito expostos durante a oitiva de seu depoimento;

b) Sanitários coletivos:

Os banheiros dos servidores são de uso coletivo, cada um com 2 boxes (vaso sanitário)

individuais. Houve queixa de servidora da falta de privacidade no uso do sanitário.

c) Sanitário de serviço junto à copa:

Durante as entrevistas, alguns servidores manifestaram certo incômodo com relação à

localização do sanitário de serviço junto à copa, por questões de higiene e por gerar

constrangimento aos usuários (Anexo B- Foto 16). Verificou-se que, no projeto original a

localização deste sanitário era outra, sendo trocada durante a obra.

7. Recomendações:

A partir dos pontos negativos levantados foram feitas propostas de melhorias para o caso

específico e para futuros projetos.

7.1. Recomendações para o caso específico:

Os problemas verificados demandam algumas adaptações no edifício, tanto de ordem

construtiva como funcional. Listamos, a seguir, as medidas consideradas viáveis a curto

prazo:

- Instalar grelha em frente à porta da recepção a fim de escoar a água das chuvas;

- Colocar rufo na parte superior da pele de vidro sobre o jardim interno;

- Interromper os frisos da fachada antes do início dos peitoris (pesquisar um sistema de

vedação mais eficiente no entorno das janelas);

- Verificar a drenagem na jardineira do gabinete 5 e fazer reforço na impermeabilização;

- Trocar a fechadura da porta da recepção por um modelo sem maçaneta na face externa.

- Trocar o piso da entrada por uma cerâmica antiderrapante;

- Instalar porta no hall do segundo pavimento, antes do gabinete 5, possibilitando controle do

acesso do público aos gabinetes;

- Colocar canaletas na parede, para a passagem dos pontos elétricos de lógica e telefonia,

permitindo maior flexibilidade na distribuição das tomadas;

- Fazer manutenção mais frequente nos jardins e no edifício como um todo;

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- Ampliar a área de estacionamento: Encontra-se em fase de negociação, com o Estado, a

cessão, ao MPMG, de pequena área nos fundos do estacionamento existente, a fim de permitir

a sua ampliação. Embora não resolva o problema das vagas para os servidores, tal medida

possibilitará a existência de 13 vagas livres;

- Corrigir as falhas levantadas no checklist de acessibilidade: instalar as sinalizações faltantes,

criar 1 vaga para idosos, trocar as maçanetas das portas por do tipo alavanca, instalar os

espelhos dos banheiros acessíveis com a inclinação de 10° e papeleiras alinhadas com a borda

frontal da bacia e acesso ente 1,0 m e 1,20 m do piso acabado;

- Instalar porta de vidro com película entre a copa e a área de serviço a fim de diminuir a

visibilidade do sanitário de serviço.

Vale ressaltar que todos os problemas levantados foram repassados ao Setor de Engenharia e

algumas das medidas sugeridas já estão previstas em projeto de reforma que se encontra em

fase de Licitação.

7.2. Recomendações para futuros projetos:

Algumas das recomendações seguintes já estão sendo incorporadas aos novos projetos e

tiveram sua importância confirmada após esta avaliação:

-Evitar a colocação de frisos nas fachadas, mas caso julgue necessária a sua utilização

interrompê-los antes do início dos peitoris;

-Verificar o desempenho dos pisos especificados com relação à sua propriedade

antiderrapante;

-Prever instalação de ar condicionado (split ou central) nos gabinetes que atendam também às

antessalas, caso optem pela divisão dos mesmos;

-Eliminar dos projetos a escada de acesso do público na recepção, exceto em situações

específicas, onde as particularidades do terreno/projeto exijam a sua criação. Nesse caso,

prever uma forma de controle do acesso aos demais pavimentos;

- Estudar a possibilidade de instalação de porta de enrolar de aço (perfurada) junto à porta de

vidro da recepção para maior segurança à noite;

-Reavaliar as soluções arquitetônicas que propõem a criação de terraços descobertos;

-Utilizar canaletas para a passagem dos pontos elétricos de lógica e telefonia, ao invés de

serem embutidas na parede, permitindo maior flexibilidade na distribuição das tomadas;

-Criar vestiários masculino e feminino para terceirizados, além do sanitário de serviço

(sanitário único ou um para cada sexo, conforme o porte da promotoria);

-Substituir o mobiliário por outro mais adequado: Já se encontra em estudo a aquisição de um

mobiliário mais ergonômico para as instalações do MP;

-Prever maior área para estacionamento: Sempre que possível, recomendar terrenos com

dimensões maiores, a fim de possibilitar mais vagas de estacionamento. No caso de terrenos

de área reduzida, quando o projeto demandar mais de um pavimento e, consequentemente, a

instalação de um elevador, sugerimos que a construção seja feita sobre pilotis, liberando o

térreo para estacionamento;

-Incorporar aos projetos todas as medidas de acessibilidade exigidas pelo CNMP e legislação

pertinente.

-Sempre que possível, evitar soluções com sanitários coletivos;

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-Criar pelo menos uma sala para atendimento individual, a fim de que o cidadão tenha maior

privacidade e tranquilidade na exposição de seus problemas.

8. Conclusão:

A partir deste estudo de caso, constatou-se a importância da avaliação pós-ocupação na

aferição da qualidade do ambiente construído. Através do conjunto de instrumentos aplicados,

não só puderam ser confirmados todos os problemas previamente conhecidos pelo Setor de

Engenharia da instituição, e já previstos em projeto de reforma, como também foram

levantados outros aspectos que deveriam ser observados. O diagnóstico efetuado e as

recomendações dele decorrentes foram significativos, tanto para a adoção de melhorias no

edifício em análise, como para a adequação/aprimoramento dos futuros projetos/obras.

Apesar de o conjunto de pontos negativos terem sido enfatizados nesta pesquisa, com o

objetivo de corrigi-los ou, ao menos, atenuá-los, nenhum item obteve desempenho

insuficiente no questionário, tendo a maioria recebido classificação entre bom e ótimo. Este

fato foi confirmado pelos demais instrumentos que evidenciaram que grande parte dos

usuários, embora com algumas ressalvas, encontra-se satisfeita com o local de trabalho.

Verificou-se que nenhum dos métodos de avaliação, isoladamente, é capaz de levantar todas

as informações necessárias para se completar uma análise e que a participação dos usuários é

de suma importância para a elaboração de um diagnóstico. Trata-se de um processo

investigativo, onde se deve observar, perguntar, escutar, analisar, ver, rever, empatizar e,

sobretudo, perceber a subjetividade de cada indivíduo.

Este trabalho foi realizado em caráter experimental, não devendo ser considerado um estudo

completo, uma vez que a autora não é especialista em APO. Trata-se de um ponto de partida

para a adoção de uma metodologia de avaliação contínua da qualidade das edificações do

MPMG, a fim de que atinjam o seu objetivo inicial.

Referências:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS- ABNT NBR 9050.

Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro,

2004. 97p.

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Roteiro Básico para Avaliação

da Acessibilidade nas Edificações do Ministério Público. CNMP, 2012.

COSENZA, Carlos A. et al. Avaliação Pós-Ocupação do Edifício de Serviços do

BNDES/RJ (EDSERJ). Anais do NUTAU’ 1998. São Paulo: FAUUSP, 1998. Disponível

em <http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/diversos/apo_bnds_nutau_1998_cod048.pdf>

Acessado em 15 de maio de 2011.

FERREIRA, Clarice Sfair C. et al. Avaliação Pós-Ocupação em Ambiente Destinado à

Educação Infantil: Uma Abordagem Multimétodos. Anais do XI ENTAC, 2006.

Disponível em

<http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/diversos/artigos_iara/entac2006_apo_educ_infan.pd

f>. Acessado em 15 de maio de 2011.

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ISSA, Maíra Piccolotto; POLTRONIERI, Julyane Pereira, ORNSTEIN, Sheila.

Procedimentos para Avaliação Pós-Ocupação (APO) de Edifícios Escolares: O Caso da

E.E. Fernando Gasparian, na cidade de São Paulo. Disponível em

<http://www.usp.br/nutau/CD/82.pdf>

Acessado em 18 de junho de 2011.

MACHADO, Ernani Simplício et al. Uma Reflexão Sobre Métodos Utilizados em APO:

Estudo de Caso da Creche Edson Luiz- RJ. Anais do XII ENTAC, 2008. Disponível em

<http://www.gae.fau.ufrj.br/arq_pdf/artigos/Giselle%20Arteiro%20Nielsen%20Azevedo/ENT

AC_CRECHE%20EDSON%20LUIZ_2008.pdf>. Acessado em 07 de janeiro de 2012.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Revista Sedes Próprias. Belo

Horizonte: Assessoria de Comunicação Social do Ministério Público de Minas Gerais, 2008.

52p.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Oito obras estão em

andamento em Belo Horizonte e em várias regiões do Estado. Jornal MPMG Notícias, Belo

horizonte, ano IX, n° 184, julho a agosto/2009, p 4. Disponível em < www.mp.mg.gov.br/portal/public/interno/arquivo/id/3352 >. Acessado em 16 de janeiro de

2012.

ORNSTEIN, Sheila; ROMÉRO, Marcelo. Avaliação Pós-Ocupação (APO) do Ambiente

Construído. São Paulo: Studio Nobel, 1992. 221p.

ORNSTEIN, Sheila; BRUNA, Gilda; ROMÉRO, Marcelo. Ambiente Construído &

Comportamento: a Avaliação Pós-Ocupação e a Qualidade Ambiental. São Paulo: Studio

Nobel, FAU-USP, FUPAM. 1995. 212p.

RHEINGANTZ, Paulo Afonso et al. Observando a Qualidade do Lugar: procedimentos

para a avaliação pós-ocupação. Rio de Janeiro: Coleção PROARQ, FAU-UFRJ, 2009.

117p. Disponível em <http://www.fau.ufrj.br/prolugar/arq_pdf/livros/obs_a_qua_lugar.pdf>.

Acessado em 13 de maio de 2011.

ANEXO A- QUESTIONÁRIO APLICADO

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO:

Sede das Promotorias de Justiça de BH com atuação no Juizado Especial Criminal

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Este questionário faz parte de um conjunto de instrumentos de Avaliação Pós-ocupação deste edifício, tema da pesquisa realizada pela servidora Alessandra D. F. Rossi como trabalho de conclusão do curso Master em Arquitetura pelo Instituto de Pós-graduação- IPOG. A partir do diagnóstico das condições atuais da edificação e do grau de satisfação dos usuários é possível propor futuras intervenções e melhoria na qualidade dos projetos. Neste sentido, contamos com sua colaboração.

Local de trabalho:

Cargo ou função: Sexo:( ) masc ( ) fem

A - AVALIAÇÃO DA ÁREA DE TRABALHO

Como você avalia o ambiente onde permanece a maior parte do seu trabalho?

Item Descrição Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

1 Quanto ao tamanho

2 Quanto à temperatura durante o verão

3 Quanto à temperatura durante o inverno

4 Quanto ao isolamento de ruídos internos do edifício

5 Quanto ao isolamento de ruídos externos ao edifício

6 Quanto à qualidade da iluminação

7 Quanto à adequação/conforto do mobiliário

8 Quanto à posição das tomadas

9 Quanto à privacidade na execução de suas tarefas

10 Quanto à facilidade de contato pessoal

B - AVALIAÇÃO DO EDIFÍCIO COMO UM TODO

Como você avalia o edifício como um todo?

Item Descrição Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

1 Quanto à aparência externa

2 Quanto à aparência interna

3 Quanto à qualidade dos materiais de acabamento

4 Quanto ao paisagismo

5 Quanto à largura dos corredores

6 Quanto à localização dos sanitários

7 Quanto à quantidade dos sanitários

8 Quanto à sinalização interna do edifício

9 Quanto à segurança do edifício contra terceiros

10 Quanto à acessibilidade

OBSERVAÇÕES:

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OBRIGADA POR SUA ATENÇÃO

ANEXO B- FOTOS

Foto 1- Piso da entrada Foto 2- Infiltração na janela

Foto 3 – Friso na janela Foto 4 – Maçaneta com defeito

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Foto 5- Climatizador na antessala do

gabinete 11

Foto 6- Via Expressa

ANEXO B- FOTOS

Foto 7- Escada na recepção Foto 8- Terraço descoberto

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Foto 9- DML utilizado como vestiário

feminino

Foto 10- Área debaixo da escada utilizada

como vestiário masculino

Foto 11- Estacionamento- mato crescendo no

Pavi-s

Foto 12- Jardim lateral com ervas daninhas

ANEXO B- FOTOS

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Foto 13- Vagas de estacionamento Foto 14- Sanitário acessível- localização

inadequada da papeleira

Foto 15 – Sanitário acessível. Espelho em

altura inadequada.

Foto 16 – Sanitário de serviço próximo à copa

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ANEXO C- PROJETO ORIGINAL

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ANEXO D- LEVANTAMENTO AS BUILT

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