AVALIAÇÃO CLÍNICA DA QUANTIDADE DE MOVIMENTAÇÃO...

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0 SABRINA KÍVIA CORREIA GAMA AVALIAÇÃO CLÍNICA DA QUANTIDADE DE MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA EM RATOS IRRADIADOS COM LASER INFRAVERMELHO PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Área de Concentração: Laser em Odontologia SALVADOR 2009

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SABRINA KÍVIA CORREIA GAMA

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA QUANTIDADE DE

MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA EM RATOS IRRADIADOS

COM LASER INFRAVERMELHO

PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Área de Concentração:

Laser em Odontologia

SALVADOR

2009

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SABRINA KÍVIA CORREIA GAMA

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA QUANTIDADE DE

MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA EM RATOS IRRADIADOS

COM LASER INFRAVERMELHO

Tese apresentada ao Programa Integrado de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal da Bahia em cumprimento às exigências para obtenção do título de Doutor em Odontologia. Área de concentração: Laser em Odontologia.

Orientadores: Prof. Dr. Antônio Luiz Barbosa Pinheiro Prof a. Dra. Telma Martins de Araújo

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Ficha Catalográfica

Gama, Sabrina Kívia Correia. Avaliação clínica da quantidade de movimentação dentária em ratos irradiados com laser infravermelho / Sabrina Kívia Correia Gama. Salvador: UFPB/UFBA, 2009. 72p. Tese (Doutorado em Odontologia) – UFPB/UFBA 1 Movimento Ortodôntico. 2 Remodelação Óssea. 3 Laser. I Título.

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Dedico este trabalho aos meus pais, Ozéas Correia de Amorim e Maria do Socorro Gama,

por todos os conselhos essenciais e amor incondicional que me foram dados durante toda

minha formação e ao meu esposo Bruno Jaime Santos Silveira, pelo amor e

companheirismo constantes. Estes anos longe de casa mostraram-me o quanto és importante e

o quanto o amo.

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AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me ajudado a superar todas as dificuldades e ser um

ponto de apoio durante todo o percurso.

Ao Coordenador do Programa Integrado de Pós-Graduação em

Odontologia UFPB – UFBA, Prof. Dr. Antônio Luiz Barbosa Pinheiro, pela

dedicação sem fronteiras e por ser um exemplo de pesquisador para mim.

Aos meus queridos orientadores, Prof. Dr. Antônio Luiz Barbosa Pinheiro

e Profa. Dra. Telma Martins de Araújo, que desde a minha especialização,

formamos uma equipe, um grupo conciso, com o objetivo de aprimorar cada

vez mais nossas pesquisas e aproximar o Centro de Laser da FOUFBA com o

Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo Soares Martins –

FOUFBA, trazendo benefícios para nossos pacientes e para o desenvolvimento

da ciência. Espero poder contar sempre com o apoio de vocês.

Aos Professores do Programa Integrado de Pós-Graduação em

Odontologia UFPB – UFBA, Doutores Aldo Brugnera Júnior, André Freitas,

Aparecida Marques, Chukuka Enwemeka, Cláudia Figueiredo, Cristina Soares,

Fátima Zanin, Jean Nunes, Lino Costa, Carméli Sampaio, Maria Isabel Viana,

Maria José Ramalho, Marília Oliveira, Newton Soares, Ricardo Duarte, Sílvia

Reis e Viviane Sarmento, cujos ensinamentos e competência profissionais,

engrandeceram sobremaneira meu conhecimento.

À minha irmã, Fanny Gabriela Correia Gama, pela atenção sempre

dispensada, refletindo seu grande coração.

Ao amigo-irmão, Fernando Antônio Lima Habib, por todo conhecimento

de Ortodontia aprendido durante minha especialização, toda amizade

desenvolvida e fortalecida ao longo deste doutorado, sendo de fundamental

importância em minha vida.

À amiga Josiane Nascimento dos Santos, com quem dividi minhas

alegrias e angústias durante todo o curso, pelo contínuo incentivo.

À professora e amiga, Cristina Cangussú, por estar sempre disposta a

colaborar e por ter me ensinado de forma clara e objetiva tudo o que sei sobre

análise estatística.

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Aos professores do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia,

Dr. Arthur Matos Neto e Dr. Raimundo Muniz Teixeira Filho, pela valiosa ajuda

quanto à aferição da força durante o experimento.

Aos amigos Ana Maria Telles Pinheiro, André Pinheiro, Edmália Barreto

e Márcio Sobral, pela especial contribuição no início desta pesquisa.

Aos estagiários e ex-estagiários do Centro de Laser da FOUFBA,

especialmente, Eliane Pires, Fernando Presídio, Gardênia Matos, Juliana

Lacerda e Juliana Monteiro, pelo elevado espírito de cooperação.

Aos amigos Márcio Marchionni, Carolina Montagn, Ana Paula

Cavalcanti, Cristina Nascimento, Lívia Prates, Márcio Lisboa, Nicole Ribeiro e

Priscila Chagas, pela amizade e carinho. Não há turma melhor que a nossa!

Aos Professores do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia

Facial da FOUFBA, por permitirem que eu utilizasse as instalações do Centro

como ponto de apoio durante todo o curso. Agradeço a vocês pela paciência e

disponibilidade sempre presente.

Aos funcionários do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José

Édimo Soares Martins, André Nascimento, Damião Santana e Lúcia Rivas, pelo

suporte e disponibilidade durante todo esse período.

À Sra. Suely Paixão, pela atenção e disponibilidade.

À CAPES e ao Governo Federal pelo incentivo dado a esta pesquisa.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVI ATURAS E SÍMBOLOS 08

LISTA DE FIGURAS E TABELAS 11

RESUMO 13

ABSTRACT 14

1 INTRODUÇÃO 15

2 REVISÃO DA LITERATURA 17

2.1 Movimento dentário 17

2.2 Laser 28

2.3 Laser na movimentação ortodôntica 33

3 PROPOSIÇÃO 38

4 MATERIAIS E MÉTODOS 39

4.1 Condições ambientais 40

4.2 Caracterização e manipulação da amostra 40

4.3 Configuração e montagem do aparelho 41

4.4 Aferição da força 47

4.5 Aplicação do laser 48

4.6 Aferição da movimentação dentária 50

4.7 Análise estatística 51

5 RESULTADOS 52

6 DISCUSSÃO 55

7 CONCLUSÃO 59

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SUGESTÃO PARA ESTUDO FUTURO 60

REFERÊNCIAS 61

ANEXO 70

Aprovação da pesquisa na Comissão de Ética 71

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

Β-endorfinas – Beta-endorfinas

CO2 – Dióxido de carbono

COX-2 – Cicloxigenase-2

oC – Graus Celsius

DOM – Distância entre o orifício de referência no incisivo superior e a face

mesial do primeiro molar superior esquerdo

DP – Desvio padrão

F – Força

Fig. - Figura

g – Grama

GaAlAs – Arseneto de gálio e alumínio

GdCl3 – Cloreto de gadolínio

g/F – Grama/força

h – Hora

HBO – Oxigênio hiperbárico

H0 – Hipótese nula

H1 – Hipótese alternativa

HeNe – Hélio-neônio

IL-1 – Interleucina-1

INF-γ – Interferon-gama

J - Joule

J/cm2 – Joule por centímetro quadrado

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k – Constante da mola

mg/Kg – Miligrama por quilograma

mm – Milímetro

mm2 – Milímetro quadrado

MMPs – Metaloproteinases

MOV – Quantidade de movimentação

ml – Mililitro

mW – Miliwatts

nm – Nanômetro

no – Número

OPG – Osteoprotegerina

Pág. - Página

PGE2 – Prostaglandina E2

PGI2 – Prostaciclina

PO4-3 – Fosfato

TM – Marca comercial

TNF-α – Fator de necrose tumoral-alfa

TxA2 – Tromboxano A2

T7 – Tempo sete dias

T13 – Tempo treze dias

T19 – Tempo dezenove dias

UFBA – Universidade Federal da Bahia

UFPB – Universidade Federal da Paraíba

X – Deformação sofrida pela mola

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γ-linoléico – Gama-linoléico

λ – Comprimento de onda

1,25-DHCC – 1,25 dihidroxicolicalciferol

® - Marca registrada

% - Por cento

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1. Identificação do animal quanto ao grupo (UFPB-UFBA,

2008).

41

Figura 2. A: abridor de boca. B: primeiro molar superior esquerdo

com fio de amarrilho trançado na região cervical (UFPB-

UFBA, 2008).

43

Figura 3. A: dinamômetro de precisão antes da aplicação da

força. B: força aferida em 40g/F. C: marcação realizada

justo à face palatina dos incisivos superiores. D:

apreensão do fio com a pinça Mathiew na marcação

(UFPB-UFBA, 2008).

44

Figura 4. A: posicionamento do fio trançado ao redor dos

incisivos. B e C: fixação com resina fotopolimerizável. D:

sistema de forças confeccionado (UFPB-UFBA, 2008).

45

Figura 5. Orifício de referência permanente para os registros da

movimentação dentária (UFPB-UFBA, 2008).

45

Figura 6. A: desgaste dos incisivos inferiores. B: aspecto dos

incisivos inferiores após o desgaste (UFPB-UFBA,

2008).

46

Figura 7 . A: aplicação na face mesial por palatino. B: aplicação na

face distal por palatino. C: tricotomia. D: marcação do

ponto de referência para aplicação extra-oral. E:

aplicação extra-oral do laser (UFPB-UFBA, 2008).

49

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Figura 8 . A e B: medição com paquímetro digital do ponto mais

proeminente na face mesial do primeiro molar superior

esquerdo à perfuração na resina fotopolimerizável

(UFPB-UFBA, 2008).

50

Figura 9 . Teste de Kolmogorov-Smirnov, para averiguar as

características de distribuição da variável, distância

entre o ponto mais proeminente do molar até o orifício

de referência confeccionado na resina dos incisivos

superiores (UFPB-UFBA, 2008)

52

Figura 10. Média e intervalo de confiança a 95% da quantidade de

movimentação (MOV), em mm, nos diferentes intervalos

de tempo (UFPB-UFBA, 2008).

54

Figura 11. Média e intervalo de confiança a 95% da quantidade de

força, em g/F, exercida pela mola nos diferentes tempos

em cada grupo (UFPB-UFBA, 2008).

54

Tabela 1. Tabela com os parâmetros utilizados para a fototerapia

laser (UFPB-UFBA, 2008).

48

Tabela 2. Medidas de tendência central e dispersão do DOM em

cada tempo (UFPB-UFBA, 2008).

53

Tabela 3. Quantidade de movimentação dentária nos diferentes

tempos em cada grupo (UFPB-UFBA, 2008).

53

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RESUMO

A movimentação dentária está intimamente relacionada ao processo de

remodelação óssea. O resultado biológico, quando da aplicação de uma força

sobre o dente, é absorção óssea no lado de pressão e neoformação no lado de

tração. A fotobiomodulação laser é capaz de proporcionar um aumento do

metabolismo celular, do fluxo sangüíneo e da drenagem linfática. O objetivo da

presente pesquisa foi investigar a influência do laser de baixa potência na

movimentação dentária em ratos. Trinta ratos da espécie Rattus norvegicus,

adultos jovens, machos, pesando entre 250 e 300g, foram divididos em dois

grupos, controle e experimental, contendo quinze animais cada. Os animais

receberam dispositivos ortodônticos calibrados para liberar uma força de 40g/F,

com o objetivo de movimentar o primeiro molar superior em direção mesial. O

laser de baixa intensidade, λ790nm, foi aplicado no grupo experimental. A dose

de 4,5J/cm2 foi aplicada em cada ponto, mesial e distal, na região palatina e

11J/cm2 foi aplicado por vestibular. Este procedimento se repetiu a cada 48

horas, totalizando nove aplicações. O movimento dentário ativo foi avaliado

clinicamente após 7, 13 e 19 dias. Os resultados mostraram que não houve

diferença estatisticamente significante, p=0,079 (T0-T7), p=0,597 (T7-T13) e

p=0,550 (T13-T19), entre os grupos laser e controle, em relação à quantidade

de movimentação dentária nos diferentes tempos avaliados.

PALAVRAS-CHAVE: Movimento Ortodôntico - Remodelação Óssea - Laser

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ABSTRACT

Tooth movement is closely related to the process of bone remodelling.

The biological result, when the application of a force to the tooth, is bone

absorption on the pressure side and neoformation on the traction side of the

periodontal ligament. The laser photobiomodulation is capable of providing an

increase in cellular metabolism, blood flow and lymphatic drainage. The aim of

this research was to investigate the influence of low-power laser on tooth

movement in rats. Thirty rats of Rattus norvegicus species, young adults, male,

weighing between 250 to 300g, were divided into two groups, control and

experimental, containing fifteen animals each. The animals received orthodontic

devices calibrated to release a force of 40g/F, with the purpose of moving the

first upper molar mesially. Low-intensity laser, wavelength 790nm, was used in

the experimental group, the dose was 4,5J/cm2 per point, mesial and distal, on

the palatal side, 11J/cm2 on the buccal side and this procedure was repeated

every 48 hours, totalling nine applications. The active movement was clinically

evaluated after 7, 13 and 19 days. The results showed that there was no

statistically significant difference, p=0,079 (T0-T7), p=0,597 (T7-T13) and

p=0,550 (T13-T19), between the laser and control groups on the amount of

tooth movement in different times evaluated.

KEY-WORDS: Orthodontic Movement - Bone Remodelling - Laser

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1 INTRODUÇÃO

Os dentes se movimentam fisiologicamente ao longo da vida, sofrendo

constantes ajustes em suas posições, com o objetivo de preservar a harmonia

do complexo estomatognático. Aproveitando-se disto, os ortodontistas

desenvolveram sistemas artificiais de forças, visando corrigir as maloclusões

dentárias, de forma a promover o restabelecimento funcional e estético do

paciente (NORTON; BURSTONE, 1989).

Os elementos dentários são ligados ao osso alveolar através de uma

estrutura de colágeno resistente denominada ligamento periodontal (PROFFIT;

FIELDS JR., 2002). O tratamento ortodôntico é baseado no princípio de que,

se uma pressão prolongada é aplicada a um dente, ocorrerá movimento

dentário à medida que ocorre remodelação óssea ao redor do mesmo (BILDT

et al., 2007).

A busca pela movimentação ortodôntica mais rápida e segura tem

levado a inúmeras pesquisas com medicamentos e terapêuticas diferentes

(GOULART et al., 2006; SEKHAVAT et al., 2002). Estudos têm mostrado que

substâncias como: precursores do óxido nítrico; administração de prostaciclina;

tromboxano A2 e Tezosentan, substância antagonista da endotelina, são

capazes de promover maior movimentação dentária (AKIN et al., 2004;

DREVENSEK et al., 2006; GURTON et al., 2004). Ao mesmo tempo, citocinas

pró-inflamatórias, como a interleucina-1 e o fator de necrose tumoral-α;

metaloproteinases; osteoprotegerina e interferon-gamma podem ser utilizadas

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como inibidoras da movimentação (BILDT et al., 2007; DUNN et al., 2007;

JÄGER et al., 2005; MERMUT et al., 2007).

O laser de baixa intensidade promove a proliferação das células do

ligamento periodontal, aumento no número de osteoclastos e melhora na

microcirculação local, dessa forma, acredita-se que o mesmo estimule a

movimentação dentária (CRUZ et al., 2004; KAHRAMAN, 2004; KAWASAKI;

SHIMIZU, 2000; YOUSSEF et al., 2007). As interações dos laseres de baixa

potência nos componentes ósseos têm sido estudadas sob diferentes

condições, comprimentos de onda e densidade de energia no campo da

Medicina e Odontologia (COOMBE et al., 2001; FUKUHARA et al., 2006; SEIFI

et al., 2007).

Estudos com fotobiomodulação laser apresentam resultados bastante

controversos no que se refere à quantidade de movimentação ortodôntica

devido à grande diversidade de parâmetros avaliados (KAWASAKI; SHIMIZU,

2000; SEIFI et al., 2007; LIMPANICHKUL et al., 2006). Necessitando de um

maior conhecimento sobre sua possível influência neste processo e da

obtenção de resultados a partir de um grupo controle distinto do experimental,

devido ao efeito sistêmico do laser, este trabalho se propõe a avaliar,

quantitativamente, a movimentação dentária induzida ortodonticamente em

ratos da espécie Rattus norvegicus sob irradiação com luz laser infravermelha

de comprimento de onda 790nm.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 MOVIMENTO DENTÁRIO

O movimento dentário é um processo fisiológico que ocorre

continuamente por toda a vida, caracterizando um mecanismo adaptativo, com

vistas a equilibrar o efeito das forças naturais que incidem sobre os dentes,

através de eventos celulares que se processam no interior do ligamento

periodontal (NORTON; BURSTONE, 1989).

Aproveitando-se deste fenômeno natural, os ortodontistas

desenvolveram sistemas artificiais de forças, com o objetivo de levar dentes

mal posicionados às suas corretas posições, dentro do arco dentário. Tiveram

início, então, estudos para se investigar as reações histológicas que se

processam no periodonto de sustentação, quando da aplicação de forças sobre

os dentes, assim como as variáveis determinantes de todo o processo

(magnitude, duração de força, anatomia e densidade óssea alveolar), com o

objetivo de propiciar ao movimento dentário ortodôntico, condições

semelhantes àquelas observadas no movimento dentário fisiológico (NORTON;

BURSTONE, 1989).

Cada dente é ligado ao osso alveolar adjacente e separado do mesmo

por uma estrutura de colágeno resistente, o ligamento periodontal. Embora a

maior parte do espaço dessa estrutura seja ocupada por feixes de fibras

colágenas que constituem a fixação do ligamento, dois outros importantes

componentes deste devem ser considerados: (1) os elementos celulares,

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incluindo células mesenquimais de vários tipos, juntamente com estruturas

vasculares e neurais; e (2) os fluidos tissulares. Ambos desempenham

importantes papéis na função normal e tornam possível o movimento

ortodôntico (PROFFIT; FIELDS JR., 2002).

O tratamento ortodôntico é baseado no princípio de que, se uma pressão

prolongada é aplicada a um dente, ocorrerá movimento dentário à medida que

ocorre a remodelação óssea ao redor do mesmo (BILDT et al., 2007; GÖTZ et

al., 2006; KALE et al., 2004; ORELLANA-LEZCANO et al., 2005; PROFFIT;

FIELDS JR., 2002; REN et al., 2005; TAKAHASHI et al., 2006; WAGLE et al.,

2005). Essa pressão gera necrose no ligamento periodontal e a formação de

uma zona hialinizada, livre de células, seguida pela reabsorção do osso

alveolar (GÖTZ et al., 2006).

O movimento dentário não está confinado apenas a eventos dentro do

ligamento periodontal e envolve dois processos inter-relacionados: (1) deflexão

do osso alveolar e (2) remodelação dos tecidos periodontais (MEIKLE, 2006).

Alterações teciduais induzidas pela força produzem modificações no meio

ambiente local como: vascularização, reorganização da matriz celular e

extracelular, o que leva à síntese e liberação de vários neurotransmissores,

citocinas, fatores de crescimento, fatores estimuladores de colônia e

metabólitos do ácido aracdônico (KRISHNAN; DAVIDOVITCH, 2006a).

Muitas reações ocorrem em torno do ligamento periodontal e com as

células do osso alveolar promovendo a transformação da força mecânica em

eventos moleculares e movimento ortodôntico. Cinco micro-ambientes são

alterados pela força ortodôntica, a saber: matriz extracelular, membrana

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celular, citoesqueleto, matriz protéica nuclear e genoma. Centenas de genes e

milhares de proteínas participam do movimento (MASELLA; MEISTER, 2006).

A adaptação óssea à força ortodôntica depende dos genes que induzirão

a diferenciação das células mesenquimais, em osteoblastos e osteoclastos

normais, que expressarão a necessidade destas proteínas no momento e local

correto. A variação inter-paciente na resposta mecânico-biológica é, na maioria

das vezes, devido a diferenças no ligamento periodontal, células ósseas,

genomas e padrões de expressão protéica (MASELLA; MEISTER, 2006).

A resposta local do paciente frente às forças ortodônticas leva a um

aumento da interleucina-8 e acúmulo de neutrófilos, os quais funcionam como

gatilhos para o processo de remodelação óssea (PERINETTI et al., 2002;

TUNCER et al., 2005). Esse processo diminui com a idade, afetando

negativamente a quantidade de movimentação dentária (MISAWA-KAGEYAMA

et al., 2007).

Ren et al. (2007) afirmaram que existem correlações significantes entre

reabsorção radicular, velocidade, quantidade e duração do movimento dentário

em ratos adultos, mas não em animais jovens. O tratamento ortodôntico

também promove alterações nos tecidos pulpares, compatíveis com o processo

inflamatório, as quais são reversíveis se a agressão não for mais intensa do

que o limite de tolerância fisiológico tecidual (SANTAMARIA JR. et al., 2006;

SANTAMARIA JR. et al., 2007). Também foi observado por Nemcovsky et al.

(2007) que o movimento ortodôntico influencia favoravelmente a cicatrização e

promove a diminuição de bolsas periodontais.

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O mecanismo pelo qual é desencadeado o processo de remodelação

óssea ainda permanece obscuro, apesar de existirem muitas teorias tentando

explicá-lo. A despeito de qualquer teoria, o resultado biológico, quando da

aplicação de uma força sobre o dente, é sempre o mesmo: absorção óssea do

lado de pressão e neoformação do lado de tração do ligamento periodontal,

com posterior movimento da unidade dentária, e preservação da integridade do

alvéolo (BLETSA et al., 2006; GIANELLY; GOLDMAN, 1971; HELLER et al.,

1979; PERINETTI et al., 2002). A remodelação óssea que ocorre durante o

movimento ortodôntico é um processo biológico envolvendo uma resposta

inflamatória aguda nos tecidos periodontais (BLETSA et al., 2006; PERINETTI

et al., 2002) e, neste processo, há o recrutamento de células precursoras do

tecido hematopoiético (RODY et al., 2001).

Este movimento dentário pode ser dividido em três fases. A primeira se

dá imediatamente após a aplicação da força sobre o dente. O movimento

obtido nessa fase é rápido e de pequena magnitude. Resulta da compressão

do ligamento periodontal e da leve deformação do processo alveolar, na

direção da força aplicada (GIANELLY; GOLDMAN, 1971; STOREY, 1973).

Após a fase inicial, segue-se um período intermediário, onde pouco ou

nenhum movimento acontece. É conhecido como período de latência e

compreende basicamente a fase de reabsorção óssea. O seu tempo de

duração está intimamente relacionado ao padrão de reabsorção. Se a força

aplicada desencadeia processo de reabsorção frontal, o período de latência é

abreviado (3 a 5 dias). Por outro lado, na presença de forças pesadas e,

conseqüentemente, da reabsorção solapante, ocorre aumento significativo do

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período de latência podendo variar de duas a três semanas e se prolongar até

quarenta dias. Na terceira fase, o padrão de movimentação é relativamente

rápido e contínuo (GIANELLY; GOLDMAN, 1971; OPPENHEIM, 1911;

PROFFIT, 1985; REITAN, 1985; SCHWARZ, 1932; STOREY, 1973).

A reabsorção frontal ou direta, como o próprio nome sugere, ocorre na

parede alveolar imediatamente adjacente ao ligamento periodontal, de modo

contínuo e regular. Os osteoclastos podem ser vistos nas lacunas de Howship

presentes na superfície do osso alveolar em questão (GIANELLY; GOLDMAN,

1971).

Quando a força aplicada ao dente é maior que a pressão vascular do

ligamento, prejudicando sua integridade, o resultado é quase sempre a

reabsorção solapante. A região do ligamento periodontal, com a circulação

comprometida, começa a apresentar mudanças regressivas, porém reversíveis,

conhecidas como hialinização (GIANELLY; GOLDMAN, 1971; STOREY, 1973).

Dada a propriedade viscoelástica do ligamento periodontal, o mesmo

resiste a deslocamentos mediante a aplicação de forças pesadas intermitentes,

como é o caso da mastigação e deglutição. No entanto, este é prontamente

desestabilizado quando da incidência de forças leves contínuas ou pesadas de

longa duração, como é o caso dos aparelhos ortodônticos e hábitos posturais

(GIANELLY; GOLDMAN, 1971; PROFFIT, 1985; ROBERTS et al., 1981).

Caracterizando o movimento dentário, concomitantemente à reabsorção

óssea, observa-se neoformação nas zonas onde o ligamento periodontal é

submetido a forças de tração. Tanto a reabsorção quanto a neoformação óssea

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constituem-se em processos celulares que necessitam de um eficiente sistema

vascular (GIANELLY; GOLDMAN, 1971).

Quando o plano de tratamento ortodôntico inclui extrações, a aceitação

da terapia por parte do paciente se torna difícil devido ao tempo requerido para

o fechamento dos espaços criados. A busca pela movimentação ortodôntica

mais rápida e segura cada vez mais tem levado a inúmeras pesquisas com

medicamentos e terapêuticas diferentes (GOULART et al., 2006; SEKHAVAT et

al., 2002).

A quantidade de movimento do dente através do osso é proporcional ao

número e atividade dos osteoclastos. Sabe-se que o movimento ortodôntico

inicia-se mais lento nos adultos que nos jovens, porém, nas fases tardias,

ocorre na mesma velocidade em ambos os grupos. Ren et al. (2005) testaram

se esse fenômeno estaria relacionado ao recrutamento mais lento dos

osteoclastos em adultos nas fases iniciais. Os autores observaram que o

recrutamento dessas células, em animais jovens, tem seu pico entre o 3o e o 5o

dias após a aplicação de força. Em fases tardias, nenhuma diferença

significante, na quantidade de movimento dentário, foi encontrada até três

meses de movimentação.

A duração da aplicação da força, juntamente com a magnitude da

mesma, são fatores importantes no estímulo do recrutamento dos osteoclastos

no ligamento periodontal. Hayashi et al. (2004) examinaram o efeito da duração

da força, intermitente ou contínua, na quantidade de movimentação do molar

em ratos. Para tanto, 76 molares em 38 ratos foram aleatoriamente

selecionados para a pesquisa. Um segmento de mola de níquel-titânio,

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calibrada para liberar 40g/F, foi estendido entre os primeiros molares

superiores e os incisivos, por treze dias. No grupo intermitente, a mola foi

suspensa oito horas por dia. O movimento dentário foi medido em radiografias

e, no 7o dia, se mostrou significativamente menor no grupo intermitente que no

contínuo.

A osteocalcina é uma proteína óssea que tem sido usada para marcar a

remodelação óssea, apresentando correlação positiva com o evento local da

movimentação ortodôntica em ratos (KEBSCH et al., 2007). Os osteoblastos

têm atividade aumentada da fosfatase alcalina e mudanças nesta enzima, no

soro e no osso, também têm sido usadas como marcadores para o

metabolismo ósseo em diversas doenças. A atividade desta enzima no fluido

crevicular é afetada pelas forças derivadas da movimentação ortodôntica,

sendo seus níveis significativamente maiores no lado de tração (PERINETTI et

al., 2002).

Um dos efeitos negativos decorrente da aplicação de força ortodôntica é

a dor. Estudos têm mostrado que esta também é uma das causas de

descontinuidade do tratamento (KRISHNAN, 2007; SEKINE et al., 2003).

Carlos et al. (2006) compararam os efeitos de um antiinflamatório não-

esteroidal convencional, diclofenaco, e um inibidor específico da cicloxigenase-

2 (COX-2), rofecoxibe, na inibição do movimento dental induzido por um

sistema de forças ortodônticas em ratos. Os resultados mostraram que não

houve vantagem significativa em utilizar inibidores específicos da COX-2,

comparados com os não-específicos, para evitar interferência no movimento

dentário durante o tratamento ortodôntico em ratos. Carlos et al. (2007)

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afirmaram que o celecoxibe e o parecoxibe, exceto o rofecoxibe, são

apropriados para o alívio do desconforto, da dor e não promovem interferência

durante o movimento dentário.

Os antiinflamatórios não-esteróides, como a aspirina e o ibuprofeno,

diminuem o número de osteoclastos, provavelmente pela inibição da secreção

de prostaglandinas, reduzindo assim o movimento ortodôntico. O acetominofen

não afeta a movimentação em ratos, devendo ser o analgésico de escolha para

tratar a dor associada ao tratamento ortodôntico (ARIAS; MARQUEZ-

OROZCO, 2006). Desta forma, a história de consumo de medicamentos pelo

paciente deve ser parte integral de todo diagnóstico ortodôntico e plano de

tratamento (KRISHNAN; DAVIDOVITCH, 2006b).

Kale et al. (2004) compararam os efeitos da administração local de

prostaglandina E2 (PGE2) e 1,25 dihidroxicolicalciferol (1,25-DHCC) na

movimentação ortodôntica em ratos. A PGE2 estimulou a reabsorção óssea,

agindo diretamente nos osteoclastos. A administração do 1,25-DHCC

aumentou a quantidade de movimento dentário, clinicamente significante, no

nono dia do período experimental, sem a presença de efeitos colaterais.

Embora a quantidade de movimento tenha sido similar com ambas as

substâncias, a atividade osteoclástica no grupo PGE2 foi significantemente

maior que no grupo 1,25-DHCC. Por outro lado, a quantidade de osteoblastos

na superfície externa do alvéolo foi significativamente maior no grupo 1,25-

DHCC.

As citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina-1 (IL-1) e o fator de

necrose tumoral-α (TNF-α) influenciam o processo biológico, reduzindo a

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quantidade de movimento ortodôntico e a reabsorção radicular, através da

redução do número de osteoclastos e cementoclastos, respectivamente

(JÄGER et al., 2005). A indução da apoptose destes é uma estratégia para o

tratamento da atividade excessiva dos mesmos em condições patológicas,

como a osteoporose, osteólise peri-articular, artrite inflamatória, doença de

Paget, metástase osteolítica associada com tumor e também poderia ser

utilizada para inibir o movimento dentário (PENOLAZZI et al., 2006).

Pinheiro (2006) avaliou a influência do clodronato na taxa de

movimentação dentária induzida ortodonticamente. Dezoito ratos foram

submetidos à movimentação dentária ortodôntica, F= 45g/F e sacrificados no

sétimo dia do experimento. A associação dos achados histológicos à taxa de

movimentação dentária, aferida clinicamente, sugere que o uso do clodronato

no quinto dia do experimento apresenta pouca influência na movimentação

dentária induzida ortodonticamente.

Bildt et al. (2007) afirmaram que metaloproteinases (MMPs) são capazes

de degradar a matriz extracelular dos tecidos periodontais e que tetraciclinas

quimicamente modificadas podem inibir as MMPs. Sendo assim, a redução da

atividade destas pela tetraciclina modificada também inibiu a degradação da

matriz óssea orgânica, conseqüentemente, a movimentação dentária no rato.

Dunn et al. (2007) examinaram a influência da osteoprotegerina (OPG) na

regulação da remodelação óssea utilizando o mesmo modelo animal. Os

resultados mostraram que a administração local de OPG inibiu a

osteoclastogênese promovendo, portanto, diminuição na quantidade de

movimento dentário.

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O uso de agentes biológicos para modificar a taxa de movimentação

dentária tem mostrado ser efetivo nos animais. A relaxina é um hormônio

presente nos homens e nas mulheres, agindo principalmente para aumentar a

remodelação das fibras dos tecidos conectivos. Apesar disso, a injeção desta

substância não acelerou o movimento ortodôntico e reduziu o nível de

organização do ligamento periodontal (MADAN et al., 2007).

A atividade antiosteoclástica foi maior em ratos onde foi administrado

interferon gama (INF-γ). Essa substância está envolvida no processo de

remodelação óssea, suprimindo a osteoclastogênese. Estudos sugerem que a

administração de INF-γ pode ser clinicamente utilizada para o controle de

ancoragem durante a movimentação ortodôntica (MERMUT et al., 2007).

Gokce et al. (2008) determinaram os efeitos do oxigênio hiperbárico (HBO) na

remodelação óssea durante a movimentação dentária. Ocorreu aumento da

formação óssea, sugerindo que a atividade dos osteoblastos pode ser

modulada por alterações na quantidade de oxigênio do ambiente.

O movimento dentário através do osso depende de reações

inflamatórias locais nos tecidos dentoalveolares. Sinais mecânicos estimulam

os nervos aferentes a liberarem peptídeos inflamatórios em torno do dente,

gerando uma inflamação local e a movimentação do mesmo. Miller et al. (2007)

realizaram um estudo com o objetivo de medir as diferenças na movimentação

ortodôntica entre ratos tratados com e sem a transecção cirúrgica do nervo

maxilar. Os resultados sugeriram que esta cirurgia não alterou a movimentação

dentária com 50g/F.

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Estudos têm mostrado que o óxido nítrico está envolvido na regulação

da remodelação óssea. Akin et al. (2004) avaliaram a influência do mesmo no

movimento ortodôntico em ratos. Foi observada maior presença de

osteoclastos multinucleares, lacunas de Howship, vascularização capilar, além

de maior quantidade de movimentação dentária nos grupos onde foram

administrados precursores do óxido nítrico.

De acordo com Sobral, em 1999, maior movimentação dentária também

foi observada em coelhos acometidos pela osteoporose induzida por

corticosteróides.

Gurton et al. (2004) avaliaram os efeitos da prostaciclina (PGI2) e do

tromboxano A2 (TxA2) no movimento ortodôntico e na atividade dos

osteoclastos em ratos. A amostra consistiu de 150 animais divididos em 5

grupos. O aparelho utilizado foi calibrado para liberar 20g/F. Os resultados

mostraram que a PGI2 e o TXA2 aumentaram o número de osteoclastos

multinucleares, a taxa de reabsorção óssea e a quantidade de movimento

ortodôntico. Taweechaisupapong et al. (2005) também indicaram que a

suplementação da dieta com óleo contendo ácido γ-linoléico produziu rápido

aumento do número de osteoclastos sob influência de estresse mecânico

ortodôntico em ratos.

A administração de tezosentan, substância antagonista da endotelina,

que é uma citocina presente no ligamento periodontal e que tem sua

quantidade duplicada três horas após a aplicação de carga no dente, também

promoveu maior movimentação dentária em ratos (DREVENSEK et al., 2006).

Sprogar et al. (2007) concluíram que a endotelina-1, forma predominante da

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endotelina, está envolvida no movimento ortodôntico em ratos, aumentando a

reabsorção óssea pelos receptores via endotelina-A.

Pinho (2007) avaliou a influência do cloreto de gadolínio (GdCl3) sobre a

movimentação ortodôntica em ratos da raça Wistar. Para tanto, 20 animais

foram divididos aleatoriamente em dois grupos submetidos à movimentação

dentária induzida: controle, livre da influência de fármacos, e experimental, com

aplicação de 10mg/kg de GdCl3 no primeiro dia do experimento. Foi realizada a

movimentação do primeiro molar superior esquerdo com mola de níquel-titânio,

ajustada para liberação de 45g durante sete dias. Com base nestes resultados,

concluiu-se que o GdCl3, nestas condições experimentais, foi capaz de diminuir

a taxa de movimentação dentária induzida ortodonticamente e estimular

alterações teciduais compatíveis com a redução da atividade de reabsorção

óssea e radicular.

2.2 LASER

A fototerapia laser tem sido usada para tratar muitas patologias. Seus

múltiplos efeitos clínicos incluem a promoção da cicatrização de lesões dos

tecidos duro e mole (COOMBE et al., 2001). Várias pesquisas têm sido

realizadas, visando à aplicação do laser na Ortodontia, como: descolagem de

brackets cerâmicos; reparação óssea após a expansão rápida da maxila;

odontalgia decorrente da movimentação ortodôntica; condicionamento da

superfície do esmalte e polimerização da resina durante a colagem de

brackets; holografia, que permite o armazenamento das imagens em modelos

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de gesso; scanner a laser permitindo a utilização das imagens tridimensionais

no diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico ou ortodôntico-

cirúrgico, diagnóstico de lesões de mancha branca em pacientes ortodônticos;

inter-relação Ortodontia x Periodontia e reparo de úlceras traumáticas

decorrentes dos acessórios ortodônticos (AKOVA et al., 2005; AL-KHATEEB et

al., 1998; ANDERSON et al., 2002; AZZEH; FELDON, 2003; BASARAN et al.,

2007; ELAUT; WEHRBEIN, 2004; ELVEBAK et al., 2006; GAMA et al., 2007;

HAYAWAKA, 2005; HILDEBRAND et al., 2007; JARJOURA, 2005; LEE et al.,

2003; MA et al., 1997; NEVES et al., 2005; NOEL et al., 2003; SARVER;

YANOSKY, 2005a; SARVER; YANOSKY, 2005b; SERRA et al., 2005; STAUDT

et al., 2004; ÜSÜMEZ et al., 2002).

Niels Ryberg Finsen, pai da fototerapia moderna, foi o primeiro a

descrever o uso da luz ultravioleta no tratamento de lupus vulgaris e esta

descoberta o fez ganhador do Prêmio Nobel, em 1903. A utilização da

fotobiomodulação foi iniciada no final da década de 60, quando o laser de baixa

intensidade foi utilizado em experimentos in vitro para determinar o efeito do

mesmo nas culturas de células e o aumento da circulação sanguínea na

regeneração tecidual. Devido aos resultados positivos obtidos nos estudos com

células e animais, na metade da década de 70, protocolos de pesquisa foram

instituídos em humanos (KAHRAMAN, 2004).

O termo laser procede da língua inglesa e é o acrônimo de Light

Amplification by Stimulated Emission of Radiation (Amplificação da Luz por

Emissão Estimulada de Radiação). Esta radiação é eletromagnética não

ionizante, sendo um tipo de fonte luminosa com características bastante

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distintas de uma fonte de luz fluorescente ou de uma lâmpada comum. São

justamente as características especiais desse tipo de luz que a faz ter

propriedades terapêuticas importantes (WALSH, 2003).

O laser é uma luz monocromática, permitindo assim a emissão de

radiações num único comprimento de onda. A energia radiante possui um

espectro de comprimento, visível ao olho humano entre 400nm e 700nm.

Abaixo de 400nm, a luz é denominada ultravioleta e acima de 700nm,

infravermelha, e são invisíveis ao olho humano (PINHEIRO, 1998). Devido ao

tipo de emissão de energia obtido na cavidade ótica de aparelhos de laser -

emissão estimulada - todos os fótons são coerentes, ou seja, suas energias se

somam deslocando-se na mesma região, movendo-se em fases no tempo e no

espaço. Por fim, a colimação é a propriedade pela qual o laser apresenta feixes

paralelos e unidirecionais. Um sistema de lentes permite concentrar toda a

energia do laser em um único ponto focal (GENOVESE, 2000).

O comprimento de onda da luz laser é diretamente relacionado ao meio

ativo onde está ocorrendo emissão estimulada, podendo este ser de natureza

sólida, líquida, gasosa ou mista. Estes meios ativos podem ser estimulados por

descargas elétricas, fontes luminosas como lâmpadas de flash ou por outro

laser. Por exemplo, a estimulação por energia elétrica de meios gasosos

atômicos neutros de CO2 ou Hélio-Neônio produzirão, respectivamente, fótons

de comprimentos 10.600nm e 632,8nm (PINHEIRO, 1998).

O laser de Arseneto de Gálio e Alumínio é um diodo composto por um

chip semicondutor que pode possuir comprimentos de onda no espectro

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vermelho e infravermelho, os quais são determinados pelo tipo de material

semicondutor utilizado (PINHEIRO, 1998).

Os laseres situados na região do vermelho e do infravermelho próximo

do espectro eletromagnético são utilizados na fotobiomodulação, exercendo

uma ação na biorregulação ou normalização das funções celulares dos tecidos

irradiados. Os equipamentos mais utilizados são os de Hélio-Neônio (He-Ne),

com emissão em λ632,8nm, e os diodos semicondutores como Arseneto de

Gálio e Alumínio (GaAIAs) nos comprimentos de onda de 650nm a 830nm

respectivamente, tendo como característica a não geração de efeitos térmicos

(FERREIRA et al., 2006).

Para que a radiação laser produza algum efeito biológico é necessário

que ela seja absorvida de forma a interagir com estruturas moleculares e

celulares dos tecidos vivos. A extensão da interação entre a radiação laser e os

tecidos vivos é determinada pelo comprimento de onda e pelas propriedades

ópticas de cada tecido (PINHEIRO, 1998).

A célula tem um limiar de sobrevivência a depender do tecido onde está

localizada e do estado fisiológico. Quando se trabalha respeitando esse limiar,

é oferecida uma baixa intensidade de energia, que será utilizada por ela de

maneira a estimular sua membrana ou suas mitocôndrias. Dessa forma, induz-

se à biomodulação celular, ou seja, a célula trabalhará buscando um estado de

normalização da região afetada (LOPES, 1999).

A biomodulação pode ocorrer de diversas formas: diretamente na célula,

produzindo um efeito primário ou imediato, aumentando o metabolismo celular,

síntese de B-endorfinas, diminuindo a liberação de transmissores

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nosciceptivos, como a bradicinina e serotonina, e também estabilizando a

membrana celular. Além disso, pode ocorrer um efeito secundário ou indireto,

como o aumento do fluxo sangüíneo e da drenagem linfática, o que

proporciona a ação mediadora do laser na inflamação. Por fim, é observado

clinicamente a ocorrência de efeitos terapêuticos gerais ou efeitos tardios,

como a ativação do sistema imunológico (IIJIMA et al., 1991).

A fototerapia laser é um tipo de tratamento não-invasivo, indolor, não-

térmico e asséptico, sem efeitos colaterais, com boa relação custo-benefício

(KAHRAMAN, 2004; LIM et al., 1995). De modo geral, apresenta uma série de

indicações, e pode ser usada isoladamente ou como coadjuvante de outros

tratamentos, sempre que se necessite de um efeito local (estimulação da

microcirculação e do trofismo celular local) ou ainda quando se necessite de

um efeito terapêutico geral (LOPES; BRUGNERA JR., 1998).

O mecanismo pelo qual a radiação laser promove formação óssea ainda

não foi completamente compreendido. Alguns achados sugerem que a

fotobiomodulação laser melhora a produção da matriz óssea devido ao

aumento da vascularização e aos efeitos antiinflamatórios (KAHRAMAN, 2004).

Além disso, acredita-se que esta terapia promova a diminuição da dor, fato de

elevada importância, uma vez que esta reduz a aceitação do tratamento

ortodôntico por parte do paciente (TURHANI et al., 2006; YOUSSEF et al.,

2007).

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2.3 LASER NA MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA

O laser de baixa potência estimula a proliferação de células do ligamento

periodontal, promove o aumento no número de osteoclastos e melhora a micro-

circulação local. Dessa forma, acredita-se que o mesmo também acelere o

movimento ortodôntico, proporcionando uma resposta favorável dos tecidos

periodontais (CRUZ et al., 2004; KAHRAMAN, 2004; KAWASAKI; SHIMIZU,

2000; YAMAGUCHI et al. 2007; YOUSSEF et al., 2008). O benefício da

irradiação em relação ao uso de medicamentos é a ausência de efeitos

colaterais sistêmicos negativos no paciente e a ajuda na diminuição da dor

decorrente da movimentação ortodôntica. As interações dos laseres de baixa

potência nos componentes ósseos têm sido estudadas sob diferentes

condições, comprimentos de onda e densidades de energia no campo da

Medicina e Odontologia (COOMBE et al., 2001; FUKUHARA et al., 2006; SEIFI

et al., 2007).

A literatura de 1981 a 2002 indica que em 57% dos estudos sobre

movimentação ortodôntica em animais, o rato foi utilizado como modelo, mas

na maioria dessas pesquisas, a metodologia experimental não estava bem

definida (REN et al., 2004). Atualmente, estudos in vivo e in vitro têm sido

largamente utilizados em pesquisas desse tipo (MEIKLE, 2006).

Kawasaki e Shimizu (2000) avaliaram os efeitos da irradiação com laser

de baixa intensidade na remodelação óssea durante o movimento experimental

em ratos. Um total de 10g/F foi aplicado no molar do animal para provocar a

movimentação deste. O laser GaAlAs, λ830nm, 100mW, foi liberado por uma

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fibra óptica com 0,6mm de diâmetro, posicionada nos lados vestibular, mesial e

palatina do primeiro molar superior esquerdo. A irradiação ocorreu por três

minutos em cada ponto, totalizando nove minutos de exposição e 54J de

energia, aplicados diariamente, durante 13 dias. Os resultados sugeriram que a

fototerapia laser pode acelerar o movimento dentário acompanhado de

remodelação do osso alveolar.

Fukuhara et al. (2006) investigaram os efeitos do laser de baixa potência

nos osteoblastos de rato in vitro. Os resultados demonstraram que o laser

induziu a aceleração da formação óssea.

Goulart et al. (2006) avaliaram o efeito do laser GaAlAs, λ780nm, na

velocidade da movimentação ortodôntica nos pré-molares de cães. Dezoito

animais foram divididos em dois grupos: 5,25J/cm2 e 35J/cm2. O lado direito do

animal foi considerado grupo experimental, enquanto que o esquerdo, grupo

controle. As irradiações ocorreram a cada sete dias, num total de nove

irradiações. O espaço ortodôntico foi medido a cada 21 dias. Os resultados

sugeriram que a fototerapia pode acelerar a movimentação na dosagem de

5,25J/cm2, enquanto que a dose de 35J/cm2, pode retardá-la.

Seifi et al. (2007) investigaram os efeitos quantitativos do laser pulsátil

de 850nm (Optodan) e o laser contínuo 630nm (KLO3) no movimento dentário

em coelhos. Dezoito coelhos albinos machos foram divididos em 3 grupos:

controle, Optodan e KLO3. Os animais receberam molas de níquel titânio, com

força de 113,4g/F, com o objetivo de mesializar o primeiro molar inferior. As

irradiações ocorreram durante nove dias consecutivos. As doses totais de

energia nos grupos infravermelho e vermelho foram de 8,1J e 27J,

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respectivamente. Após 16 dias, os animais foram sacrificados. Medidas da

distância da superfície distal do primeiro molar inferior à mesial do segundo

molar inferior foram tomadas. Os achados encontrados mostraram que houve

diminuição, estatisticamente significante, na movimentação dentária nos grupos

onde os laseres foram aplicados.

A influência da fototerapia laser na velocidade da movimentação

dentária foi estudada pela primeira vez em humanos por CRUZ et al. (2004).

Os autores selecionaram 11 pacientes, os quais foram submetidos à retração

dos caninos. No lado direito, o laser de diodo semicondutor de GaAlAs,

λ780nm, 20mW, 5J/cm2, diâmetro do feixe 4mm2, foi aplicado durante 10

segundos, em 5 pontos no lado vestibular e 5 no lado palatino, durante quatro

dias. Os pontos foram os seguintes: 2 no terço cervical da raiz (mesial e distal),

2 no terço apical (mesial e distal) e 1 no terço médio (centro da raiz). Todos os

pacientes exibiram significante aceleração da retração dos caninos no lado

tratado com o laser quando comparados com o lado oposto (controle).

Limpanichkul et al. (2006) testaram a hipótese que forças mecânicas

combinadas a fototerapia laser poderia estimular o aumento do movimento

dentário. Para tanto, doze pacientes, adultos jovens, portadores de aparelho

fixo do tipo edgewise, com extração de primeiro pré-molar e que necessitariam

de retração de caninos foram selecionados. O laser GaAlAs λ860nm, 110mW,

foi aplicado na mucosa por vestibular, distal e palatino ao canino do lado

experimental sendo 2,3J por ponto e no lado oposto foi realizada uma pseudo-

aplicação. As aplicações ocorreram por três dias consecutivos no início da

retração, após um, dois e três meses. Modelos de gesso foram confeccionados

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no início, após um mês, dois e três meses para a aferição da movimentação.

Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante

no lado experimental em relação ao lado placebo em nenhum dos tempos

avaliados. Os autores afirmam que a densidade de energia de 25J/cm² foi

provavelmente muito baixa para expressar efeito estimulatório na quantidade

de movimento ortodôntico.

Um dos principais objetivos do tratamento odontológico é não gerar dor

no paciente. Dessa forma, algumas pesquisas têm sido realizadas com o

objetivo de se verificar a ação antiálgica da fotobiomodulação laser. Sabe-se

que este atua como biomodulador, estimulando uma reparação tecidual mais

rápida e com padrão de qualidade microscópica superior (LOPES; BRUGNERA

JR., 1998; SEKINE et al., 2003).

Ferreira Filho (2006) avaliaram a capacidade antiálgica do laser GaAlAs,

λ790nm, 40mW, após a instalação de elásticos separadores, bem como

verificaram seu efeito na potencialização do movimento dentário. Para tanto,

foram selecionados 42 pacientes, nos quais foram inseridos elásticos nos

espaços interproximais do primeiro molar permanente superior esquerdo.

Metade dos pacientes, escolhidos aleatoriamente, foram submetidos à

fototerapia laser, sendo irradiados em duas sessões, cada uma com 2J/cm2 e,

a outra metade, utilizada como grupo controle. A mensuração da percepção

dolorosa foi realizada utilizando-se escala visual analógica modificada e a

quantidade de movimentação dentária foi medida com auxílio de um medidor

de espessura incremental. Verificou-se que houve redução da dor, bem como o

retardo de seu início no grupo laser, embora não tenha sido encontrada

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diferença estatisticamente significante. Também foi observado melhor resposta

de movimentação, no lado distal, no grupo que sofreu a aplicação, enquanto

que no lado mesial, não houve diferenças estatisticamente significantes entres

os grupos avaliados.

Youssef et al. (2008) avaliaram o efeito do laser GaAlAs (λ809nm,

100mW) na retração de caninos durante o tratamento ortodôntico e o nível de

dor do paciente nesta fase. Foram selecionados 15 pacientes que tinham a

necessidade de extração dos quatro primeiros pré-molares. No lado esquerdo,

tanto a arcada superior quanto inferior, foram usadas como controle, e no

direito, experimental. O laser foi aplicado em intervalos de 0, 3, 7 e 14 dias

após cada ativação, que ocorreu a cada 21 dias. Os pontos de aplicação foram

três (cervical, médio e apical) por vestibular e três por palatino. A mola foi

calibrada para liberar 150g/F e foi reativada no 21o dia. A quantidade de

retração foi medida com o auxílio de um paquímetro digital e o nível de dor,

através de um questionário. Os resultados mostraram que a fototerapia laser

pode acelerar significativamente o movimento dentário e diminuir a dor.

Mesmo sabendo das limitações quanto à aplicabilidade clínica, em

humanos, dos resultados obtidos com experimentos em animais, pode-se

através deles conseguir informações úteis e valiosas, que permitam melhor

compreensão da ação do laser no mecanismo da movimentação dentária.

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3 PROPOSIÇÃO

Avaliar, quantitativamente, a movimentação dentária induzida

ortodonticamente em ratos da espécie Rattus norvegicus sob irradiação com

luz laser infravermelha de comprimento de onda 790nm, comparando com a

movimentação ortodôntica em animais que não receberam aplicação de luz

laser.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Foi utilizado o método experimental, com todos os procedimentos,

obedecendo às recomendações éticas e legais especificadas para a

experimentação animal (CANADIAN COUNCIL ON ANIMAL CARE, 1980;

COLÉGIO BRASILEIRO DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL, 1991).

Para a realização desta pesquisa, foram selecionados trinta ratos

saudáveis da espécie Rattus norvegicus provenientes do Biotério de

Experimentação Animal da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal

da Bahia. Os animais eram todos machos, adultos jovens e com peso variando

entre 250g e 300g.

As seguintes hipóteses foram testadas:

H0 (hipótese nula)= O laser não interfere na movimentação dentária induzida

ortodonticamente em ratos.

H1 (hipótese alternativa)= O laser interfere na movimentação dentária induzida

ortodonticamente em ratos.

O protocolo de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética

em Pesquisa do Laboratório de Experimentação Animal da Faculdade de

Odontologia da Universidade Federal da Bahia e aprovado em 29 de maio de

2007 (anexo 1).

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4.1 CONDIÇÕES AMBIENTAIS

Os animais foram mantidos no Laboratório de Experimentação Animal

da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, em gaiolas

coletivas, contendo no máximo cinco animais cada, com temperatura média de

250C e iluminação dia e noite. Cada gaiola foi forrada com raspas de madeira

(maravalha), que foram substituídas a cada 48h, propiciando, assim, condições

favoráveis de higiene e preenchendo os requisitos físico-químicos para a saúde

e bem-estar dos animais (FINEP,1996).

A alimentação consistiu de ração apropriada (Labina, PURINA®, França)

que foi triturada para evitar danos ao aparelho, e água ad libitum. Os animais

foram pesados no início da pesquisa e a cada 48h, até sua conclusão, com o

objetivo de se observar quaisquer alterações de peso relacionadas à

alimentação e/ou às condições experimentais.

4.2 CARACTERIZAÇÃO E MANIPULAÇÃO DA AMOSTRA

Devido à fototerapia laser promover ação sistêmica, para avaliar o efeito

da mesma, fez-se necessário que o grupo controle fosse distinto do grupo

experimental. Desta forma, os animais foram identificados através de

marcações feitas na cauda, com cores diferentes, e assim distribuídos em dois

grupos, controle e experimental, com quinze animais cada (Fig. 1).

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Figura 1 – Identificação do animal quanto ao grupo (UFPB-UFBA, 2008).

Os animais do grupo controle foram selecionados para caracterizar a

movimentação ortodôntica normal sem irradiação, servindo de parâmetro para

comparação com os animais do grupo experimental, o qual sofreu aplicação do

laser infravermelho.

A fórmula dental do rato adulto, no arco superior, se caracteriza pela

presença de dois incisivos na região anterior e seis molares (três de cada lado)

na região posterior. Nesta pesquisa, foi realizada a movimentação dentária

ortodôntica contínua de 30 molares superiores, do lado esquerdo, durante o

período de 19 dias.

4.3 CONFIGURAÇÃO, MONTAGEM E ATIVAÇÃO DO

APARELHO

Antes dos procedimentos de montagem do sistema de força, os animais

foram anestesiados mediante uma associação de 12ml/100g de cloridrato de

cetamina (Vetaset®, São Paulo, SP, Brasil), com 6ml/100g de xilazina

(Coopazine® - Coopers, São Paulo, SP, Brasil), por via intramuscular. Para as

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aplicações do laser e as aferições da movimentação dentária, uma vez que

eram procedimentos que demandavam menos tempo, apenas um terço da

dose dos anestésicos era aplicado.

Para a realização da movimentação dentária foi utilizado um modelo de

aparelho proposto por King et al., em 1991, modificado quanto a inserção nos

incisivos superiores do animal.

Inicialmente, foi necessário preparar um conjunto composto de duas

secções de fio de amarrilho 0,010” (Morelli® Sorocaba, SP, Brasil), os quais

foram fixados em ambas as extremidades de uma mola fechada de níquel-

titânio (Reflex® Closed Coil Springs, light, 150g, 3mm, TP Orthodontics, Inc., La

Porte, IN, United States of America).

Para a montagem do aparelho, inicialmente, foi instalado um abridor de

boca confeccionado com fio ortodôntico, de aço inoxidável, diâmetro 0,90mm

(Morelli® Sorocaba, SP, Brasil), com a finalidade de facilitar o acesso à

cavidade oral do animal durante os procedimentos operatórios (Fig. 2A). O

abridor possuía dois elos, os quais foram posicionados nos incisivos superiores

e inferiores do animal. Com o auxílio de uma pinça Mathiew, um dos lados do

conjunto (mola e fios de amarrilho) foi adaptado na região cervical, do primeiro

molar superior esquerdo, passando abaixo da ameia distal, trançando o fio ao

redor do dente (Fig. 2B).

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Figura 2 - A: abridor de boca. B: primeiro molar su perior esquerdo com fio de amarrilho trançado na região cervical (UFPB-UFBA, 2008).

Com o objetivo de se obter retenção para fixação da outra extremidade

do conjunto na região anterior, foi realizada uma perfuração entre os incisivos,

próxima à papila interdental, com o auxílio de uma broca esférica no2 (KG

Sorensen, São Paulo, SP, Brasil), montada em peça reta (Dabi Atlante,

Ribeirão Preto, SP, Brasil) adaptada a um motor elétrico BLM 600 (Driller,

Jaguaré, SP, Brasil). As secções do fio de amarrilho restante foram trançadas

visando sua fixação na região anterior. Após esta etapa, procedeu-se ao

condicionamento do esmalte dos incisivos superiores, com ácido fosfórico a

37% (Alpha Acid® - DFL, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) por 15 segundos,

posteriormente removido com bolinhas de algodão embebidas em soro

fisiológico e secado com o auxílio de uma pêra de látex sem válvula. Concluída

esta fase, o abridor de boca foi removido e o fio de amarrilho já trançado foi

passado pelo orifício interincisal. Com o animal posicionado sobre a maca

cirúrgica, horizontalmente, de forma que a linha de força estivesse paralela ao

solo, a extremidade mesial do fio foi fixada a um dinamômetro de precisão (25-

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250 dial type – HALDA® Halmstad, Swenden) e a força aferida em 40g/F (Fig. 3

– A e B). Após a aferição, para se garantir a continuação da fidelidade da

medida, o fio foi marcado justo à face palatina dos incisivos superiores e

mantido com a pinça Mathiew (Zatty®, Iacanga, SP, Brasil) nesta posição (Fig.

3 – C e D). E desta forma, foi posicionado ao redor dos incisivos e fixado com

resina fotopolimerizável (Fill Magic Ortodôntico com Flúor, Vigodent®, Rio de

Janeiro, RJ, Brasil) (Fig. 4).

Figura 3 – A: dinamômetro de precisão antes da apli cação da força. B: força aferida em 40g/F. C: marcação realizada justo à face palatina dos incisivos superiores. D: apreensão do fio com a pinça Mathiew na marcação (UFPB-UFBA, 2008).

A B

C D

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Figura 4 – A: posicionamento do fio trançado ao red or dos incisivos. B e C: fixação com resina fotopolimerizável. D: sistema de forças conf eccionado (UFPB-UFBA, 2008).

Para aferição da distância entre os incisivos e o ponto mais anterior da

face mesial do primeiro molar superior esquerdo, foi perfurado um orifício no

bulbo de resina na região incisal com uma ponta diamantada esférica nO 1011

(KG Sorensen, São Paulo, SP, Brasil) com a finalidade de se obter um ponto

de referência na região anterior para os registros futuros da quantidade de

movimentação dentária (Fig. 5).

Figura 5 – Orifício de referência para o s registros da movimentação dentária (UFPB-UFBA, 2008).

D C

A B

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Os incisivos inferiores foram desgastados com uma ponta diamantada

tipo roda no 3053 (KG Sorensen, São Paulo, SP, Brasil) montada numa peça

reta (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil) adaptada ao motor elétrico BML

600 (Driller, Jaguaré, SP, Brasil), para se evitar danos ao aparelho durante o

experimento (Fig. 6). Com o objetivo de eliminar fatores que pudessem impedir

a movimentação mesial do primeiro molar superior esquerdo, foi extraído o

antagonista correspondente, utilizando-se para tanto uma pinça mosquito

(Golgran, São Caetano do Sul, SP, Brasil).

Figura 6 – A: desgaste dos incisivos inferiores. B: aspecto dos incisivos inferiores após o desgaste (UFPB-UFBA, 2008).

Finalizada a montagem do sistema de forças ortodônticas, foi procedida

a lavagem dos olhos dos animais, com soro fisiológico. Este procedimento é

recomendado para se evitar o ressecamento da região ocular, uma vez que

sob a ação dos anestésicos, os animais ficam com os olhos abertos durante o

procedimento.

A B

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4.4 AFERIÇÃO DA FORÇA

As forças exercidas pelas molas nos diferentes tempos foram

calculadas, para assegurar que as mesmas se comportassem da mesma

maneira, em ambos os grupos, através da Lei de Hooke, a qual afirma que a

força deformante é proporcional à deformação elástica gerada (CASSU;

FELISBERTI, 2005).

Para este cálculo, foi realizado um ensaio laboratorial, onde uma das

extremidades do conjunto mola e fios de amarrilho foi amarrada num suporte

fixo e, inicialmente, a mola foi mantida neutra. Dois pontos foram marcados

com caneta de retroprojetor neste acessório e a distância entre eles foi medida

com paquímetro digital. Posteriormente, a extremidade restante do conjunto foi

distendida até 20g/F com auxílio do dinamômetro de precisão (25-250 dial type

– HALDA® Halmstad, Swenden), a distância entre os pontos marcados com a

caneta de retroprojetor foi obtida e o valor anotado, dessa forma, procedeu-se

sucessivamente com 25, 30, 35, 40 e 45g/F. Os valores encontrados serviram

para calcular o k (constante da mola) através da fórmula k=∆F/∆X, onde F era

a força, e X, a deformação sofrida pela mola, na simulação realizada.

Para calcular a deformação sofrida pela mola (X) durante o experimento,

o valor encontrado quando a mesma foi distendida até 40g/F foi subtraído da

quantidade de movimentação em ambos os grupos, nos tempos 7, 13 e 19

dias. E, dessa forma, a força pôde ser calculada empregando-se a fórmula

F=kX.

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4.5 APLICAÇÃO DO LASER

O equipamento utilizado nessa pesquisa foi o laser diodo de arseneto de

gálio e alumínio (modelo Unit, Kondortech, São Carlos, SP, Brasil) com

emissão de radiação infravermelha. Todos os parâmetros utilizados foram

listados na tabela 1.

Tabela 1 – Tabela com os parâmetros utilizados para a fototerapia laser (UFPB-UFBA, 2008).

Equipamento Laser diodo, modelo Unit

(Kondortech, São Carlos, SP, Brasil)

Compr imento de onda 790nm

Potência 40mW

Diâmetro do feixe 2mm

Dose por ponto 4,5J/cm² (região palatina)

11J/cm² (região vestibular)

Dose total por sessão 20J/cm²

Tempo de irradiação por

ponto

01min52s (4,5J/cm²)

04min35s (11J/cm²)

Tempo de irradiação tot al 08min31s

Sessões 9

Intervalo entre as sessões 48h

A dose de 4,5J/cm2 por ponto foi aplicada na região palatina, nas faces

mesial e distal, e 11J/cm², na vestibular, que foi aplicado via extra-oral devido à

impossibilidade de se distender amplamente a mucosa jugal do animal, a fim

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de se obter o perpendicularismo ideal intraoralmente no momento da aplicação,

e por conta disto, a dose foi aumentada em 20%.

A ponta do laser foi mantida perpendicular e em contato com a mucosa

durante o procedimento, com a finalidade de atingir as fibras periodontais e o

processo alveolar em torno do elemento dental em questão. Para a aplicação

extra-oral, foi necessário realizar a tricotomia prévia da região e a marcação de

um ponto de referência imediatamente distal (o laser foi posicionado mesial a

este ponto) ao primeiro molar superior esquerdo. Sendo assim, somando

9J/cm2 (palatino) com 11J/cm2 (vestibular), a dose total de laser para cada

animal foi 20J/cm2 por sessão (Fig. 7).

Figura 7 – A: aplicação na face mesial por palatino . B: aplicação na face distal por palatino. C: tricotomia. D: marcação do ponto de re ferência para aplicação extra-oral. E: aplicação extra-oral do laser (UFPB- UFBA, 2008).

A

C

B

D

E

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4.6 AFERIÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA

Nos animais de cada grupo, foram realizadas medidas da distância entre

o ponto mais proeminente da face mesial dos primeiros molares permanentes

superiores à perfuração confeccionada na resina fotopolimerizável no incisivos

do animal, imediatamente após a instalação do aparelho, no 7o, 13o e 19o dia,

com o objetivo de avaliar o deslocamento mesial do primeiro molar permanente

durante a fase de movimentação. Devido o metabolismo dos ratos ser

acelerado em relação aos humanos, optou-se avaliar por 19 dias com o

propósito de observar a ação cumulativa do laser.

A realização das medidas ocorreu de forma direta com o auxílio de um

paquímetro digital de precisão (Beerendonk Caliper 78532, AESCULAP, USA)

(Fig. 8).

Figura 8 – A e B: medição com paquímetro digital do ponto mais proeminente na face

mesial do primeiro molar superior esquerdo à perfur ação na resina fotopolimerizável (UFPB-UFBA, 2008).

A B

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4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Após o procedimento experimental, foram geradas 30 unidades de

análise, divididas em grupos controle e laser, em cada tempo, sendo estes: 0,

7, 13 e 19 dias.

As características de distribuição da variável, distância entre o ponto

mais proeminente do molar até o orifício confeccionado na resina dos incisivos

superiores do animal, foram testadas através do teste de Kolmogorov-Smirnov.

Também foi realizada a estatística descritiva de todos os dados coletados com

o objetivo de descrevê-los e sumarizá-los. O teste T de student foi utilizado

para verificar se a diferença entre os dados possuía significância estatística.

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5 RESULTADOS

O teste de Kolmogorov-Smirnov identificou distribuição normal e,

portanto, a média e o desvio padrão foram as estimativas utilizadas nas

testagens estatísticas (Fig. 9).

Percent

16,516,015,515,014,514,013,513,0

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

Mean 14,71

StDev 0,6833

N 15

KS 0,147

P-Value >0,150

Figura 9 Teste de Kolmogorov-Smirnov, para averigua r as características de distribuição

da variável, distância entre o ponto mais proeminen te do molar até o orifício

de referência confeccionado na resina dos incisivos superiores (UFPB-UFBA,

2008)

Na tabela 2, observam-se as medidas de tendência central e dispersão,

em milímetros (mm), da distância entre o orifício de referência nos incisivos

superiores e a face mesial do primeiro molar superior (DOM), em cada tempo.

Pode-se perceber que houve uma diminuição dessa distância, tanto no grupo

controle como no laser, durante todo o período do experimento.

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Tabela 2 Medidas de tendência central e d ispersão do DOM em cada tempo (UFPB-UFBA, 2008).

Tempo Grupo Média Desvio Padrão

Inicial Controle

Laser

14,711

14,119

0,683

1,115

7 dias Controle

Laser

13,765

13,307

0,763

1,131

13 dias Controle

Laser

13,331

12,831

0,857

1,168

19 dias Controle

Laser

12,958

12,386

0,832

1,320

Na tabela 3, visualiza-se a variação na distância entre o orifício de

referência nos incisivos superiores e a face mesial do primeiro molar superior,

em milímetros, em relação ao tempo.

Tabela 3 Quantidade de movimentação dentária nos di ferentes tempos em cada grupo (UFPB-UFBA, 2008).

Intervalos de Tempo Controle ± DP * Laser ± DP * P valor **

T0 - T7 0,946 ± 0,224 0,812 ± 0,169 0,079

T7 - T13 0,434 ± 0,189 0,476 ± 0,231 0,597

T13 - T19 0,373 ± 0,295 0,445 ± 0,353 0,550

T0 - T13 1,379 ± 0,294 1,288 ± 0,362 0,455

T0 - T19 1,753 ± 0,331 1,733 ± 0,601 0,914

* DP= desvio padrão. ** Teste T de student.

Na figura 10, observa-se um incremento da movimentação nos tempos

avaliados, porém, sem diferença estatisticamente significante entre os grupos

controle e laser.

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MOV

grupo

movi t0-t7movi t0-t13movi t0-t19

lasercontrolelasercontrolelasercontrole

2,2

2,0

1,8

1,6

1,4

1,2

1,0

0,8

0,6

1,40063

2,06603

1,56948

1,93585

1,08736

1,48864

1,21656

1,5421

0,718863

0,906471

0,821347

1,06932

Figura 10 Média e intervalo de confiança a 95% da quantidade de movimentação (MOV), em mm, nos diferentes intervalos de tempo (UFPB-UFB A, 2008).

A força exercida pela mola em cada tempo é apresentada na figura 11.

Pode-se observar que, nos diferentes tempos, a força exercida pela mola foi

ligeiramente maior no grupo experimental que no controle embora não haja

diferença estatisticamente significante: T7 (p=0,079); T13 (p=0,455) e T19

(p=0,914).

Força

grupo

19 dias13 dias7 dias

lasercontrolelasercontrolelasercontrole

30

25

20

15

28,0559

30,523

25,9144

29,1753

20,4003

25,6773

19,6973

23,9782

12,8076

21,5577

14,5196

19,3373

29,29

27,55

23,04

21,84

17,1816,93

Figura 11 Média e intervalo de confiança a 95% da q uantidade de força, em g/F, exercida

pela mola nos diferentes tempos em cada grupo (UFPB -UFBA, 2008).

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6 DISCUSSÃO

Roedores (Rattus norvegicus) têm sido amplamente utilizados em

pesquisas como modelo experimental para avaliação da movimentação

ortodôntica devido ao metabolismo mais acelerado em relação ao dos

humanos (AKIN et al., 2004; BILDT et al., 2007; DUNN et al., 2007; GURTON

et al., 2004; HAYASHI et al., 2004; KALE et al., 2004; KAWASAKI; SHIMIZU,

2000; MERMUT et al., 2007; SPROGAR et al., 2007). Para que o movimento

ortodôntico, algumas variáveis são determinantes, tais quais: magnitude,

duração da força, anatomia e densidade óssea alveolar (NORTON;

BURSTONE, 1989). No presente estudo, a força inicial incorporada à mola foi

40g/F, de forma contínua, por proporcionar maior movimentação dentária.

Forças semelhantes foram utilizadas em estudos anteriores (HAYASHI et al.,

2004; PINHEIRO, 2006; PINHO, 2007).

O laser em baixa potência estimula a proliferação de células do

ligamento periodontal, promove o aumento no número de osteoclastos e

melhora a micro-circulação local. Dessa forma, acredita-se que o mesmo

também acelere o movimento ortodôntico, proporcionando uma resposta

favorável dos tecidos periodontais (CRUZ et al., 2004; KAHRAMAN, 2004;

KAWASAKI; SHIMIZU, 2000; YAMAGUCHI et al. 2007; YOUSSEF et al., 2008).

Alguns autores preconizam a utilização de controle contralateral em

pesquisas de fototerapia e movimentação dentária (CRUZ et al., 2004;

GOULART et al., 2006; LIMPANICHKUL et al., 2006; YOUSSEF et al., 2008).

Porém, a literatura evidencia que a fotobiomodulação resulta em efeito

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sistêmico (TUNÉR; HODE, 2002), invalidando a comparação entre os grupos.

Sendo assim, foi necessário separar o grupo controle do experimental,

concordando com estudos prévios (KAWASAKI; SHIMIZU, 2000; SEIFI et al.,

2007). O protocolo utilizado para a fototerapia laser nesta pesquisa também foi

baseado em pesquisas anteriores: laser GaAlAs (CRUZ et al., 2004; GOULART

et al., 2006; KAWASAKI; SHIMIZU, 2000; LIMPANICKUL et al., 2006), λ790nm

e potência 40mW (FERREIRA FILHO, 2006).

Outro fator que pode influenciar o resultado do tratamento é o ponto de

aplicação, que pode ser intra ou extra-oral a depender da localização da

estrutura alvo ou da própria anatomia local. Neste estudo, o laser foi aplicado

por palatino via intra-oral, porém, não foi possível realizar a aplicação desta

forma pelo lado vestibular, devido à impossibilidade de se obter o

perpendicularismo ideal da ponteira durante o procedimento terapêutico e

permitir que o máximo de energia fosse absorvido pelos tecidos em questão.

Sendo assim, a aplicação ocorreu via extra-oral diferente de outros autores que

utilizaram fibra óptica para fazer a aplicação intra-oral (KAWASAKI; SHIMIZU,

2000). Contudo, em outros modelos experimentais que não possuíam essa

limitação anatômica, a aplicação intra-oral foi utilizada (CRUZ et al., 2004;

LIMPANICKUL et al., 2006).

Sabe-se que uma pressão prolongada aplicada a um dente promoverá

movimentação dentária do mesmo (BILDT et al., 2007; GÖTZ et al., 2006;

KALE et al., 2004; NORTON; BURSTONE, 1989; ORELLANA-LEZCANO et al.,

2005; PROFFIT; FIELDS JR.; 2002; REN et al., 2005; TAKAHASHI et al., 2006;

WAGLE et al., 2005), o que foi confirmado no presente estudo quando

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encontrou-se uma diminuição estatisticamente significante, do início ao final do

experimento, na distância entre o orifício de referência nos incisivos superiores

e o ponto mais anterior da face mesial do primeiro molar superior nos grupos

controle e laser (p=0,000 e p=0,001, respectivamente), como pode ser

observado na Tabela 2 (pág. 53).

Nesta pesquisa observou-se que ocorreu um incremento na

movimentação mesial do molar ao longo do tempo no grupo controle, onde do

Tempo 0 ao Tempo 7, a média da quantidade de movimentação foi 0,946mm e

do Tempo 0 ao Tempo 19 dias, foi 1,753mm. No grupo laser, tal fato também

pode ser observado, quando do Tempo 0 ao Tempo 7, a média de

movimentação foi 0,812mm e do Tempo 0 ao Tempo 19 dias, foi 1,733mm,

como mostra a Figura 10 (pág. 54).

Os achados deste trabalho evidenciam que a fototerapia laser, nos

parâmetros utilizados, não interferiu significativamente na quantidade de

movimentação dentária, como pode ser observado na Tabela 3 (pág. 53),

concordando com alguns autores (LIMPANICHKUL et al., 2006), que apesar de

realizarem a pesquisa em humanos, terem utilizado parâmetros e protocolos

diferentes, apresentaram os mesmos resultados. Por outro lado, outros estudos

com modelos experimentais diferentes revelam maior aceleração na

movimentação dentária nos grupos tratados com laser em baixa potência

(CRUZ et al., 2004; KAWASAKI; SHIMIZU, 2000). O resultado que mais se

aproximou de ter uma significância estatística foi do Tempo 0 ao Tempo 7

(p=0,079), e nesta situação o grupo laser apresentou menor movimentação

(0,812mm) em relação ao grupo controle (0,946mm).

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A dose total utilizada, 20J/cm2, pode ter sido responsável pela não

aceleração da movimentação dentária do grupo laser em relação ao controle,

pois no trabalho de Ferreira Filho, em 2006, o mesmo equipamento foi

utilizado, empregando-se uma dose menor e resultados mais satisfatórios

foram obtidos apesar de ter realizado o experimento com humanos.

O fator força da mola não foi significativo nos resultados, uma vez que

não houve diferenças significantes entre as forças nos grupos ao longo do

tempo, como mostra a Figura 11 (pág. 54). Não foi encontrado na literatura

nenhum trabalho que avaliasse a degradação da força durante a

movimentação ortodôntica em animais.

Como nesta pesquisa não foi observado interferência significante da

fototerapia laser na movimentação ortodôntica e, está comprovado na literatura

que este tratamento (fototerapia laser) promove redução da dor (LOPES;

BRUGNERA JR., 1998; SEKINE et al., 2003; TURHANI et al., 2006; YOUSSEF

et al., 2008), pode-se inferir que esta terapêutica estaria indicada para redução

da dor pós-ativação ortodôntica.

A fototerapia laser pode ser um tratamento coadjuvante na clínica

ortodôntica, no que diz respeito à reparação óssea após a expansão rápida da

maxila, redução da dor decorrente da movimentação dentária e reparo de

úlceras traumáticas causadas pelos acessórios ortodônticos (NEVES et al.,

2005; SARVER; YANOSKY, 2005a; YOUSSEF et al., 2008). Quanto à

aceleração da movimentação dentária, a literatura ainda é escassa e

inconclusiva, sugerindo a necessidade de novos estudos.

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7 CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo mostram que a quantidade de

movimentação dentária induzida ortodonticamente, com uso de força de 40g/F,

em ratos da espécie Rattus norvegicus não sofreu interferência significante

após a fototerapia laser, λ790nm, 40mW, dose total 20J/cm2. A hipótese nula

foi, portanto, aceita.

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SUGESTÃO PARA ESTUDO FUTURO

Embora os resultados do presente estudo mostrarem que não houve

diferença estatisticamente significante entre os grupos quanto à movimentação,

pode-se observar que ao longo do tempo a quantidade de movimentação foi se

tornando cada vez mais semelhante entre os grupos (T0-T19, p=0,914).

Considerando o metabolismo mais acelerado do animal, sugere-se que nova

pesquisa seja realizada, aplicando o laser e aferindo a movimentação

diariamente, num menor tempo de observação, sete dias apenas. Além disto,

há necessidade de diminuição da dose, pois outros estudos (FERREIRA

FILHO, 2006; KAWASAKI; SHIMIZU, 2000) utilizando doses menores,

promoveram aceleração da movimentação dentária no grupo laser.

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ANEXO

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