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UNIVERSIDADE FEDERLA DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MANEJO DE SOLOS E ÁGUA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
AVALIAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS E POTENCIALIDADES DE USO PARA O MUNICÍPIO
DE ARARA-PB
Diagnóstico Sócio-ambiental apresentado à disciplina Planejamento e Gestão Ambiental ministrada pelo professor Ivandro de França da Silva
Equipe: Antônio Gregório da Silva Kallianna Dantas Araújo Maria José Vicente de Barros Mônica Maria Ferreira Teles Pablo Rodrigues Rosa
Areia, PB Dezembro de 2003.
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S U M Á R I O Apresentação
Meta Diagnóstico contendo avaliação dos recursos naturais e as potencialidades de uso para o município de Arara-PB
Caracterização geográfica do lugar
Localização e acesso Caracterização ambiental Situação Climática A situação da rede de drenagem Geologia Geomorfologia e solo Vegetação Estrutura populacional: uma aproximação Drenagem no município de Arara Base econômica Estrutura fundiária e produção
Considerações finais
Referências Bibliográficas
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Lista de Mapas Mapa 1 – Regiões geográficas Mapa 2 – Meso e Microrregiões geográficas Mapa 3 – Distribuição bioclimática do Estado da Paraíba Lista de Diagramas Diagrama 1 – Intersecção de conjuntos proposto por Artur Strahler (1989) Diagrama 2 - referente à distribuição de precipitações Diagrama 3 – Bacia hidrográfica do rio Mamanguape Lista de Fotos Lista de Quadros Lista de Gráficos
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Apresentação
Atualmente, procura-se trabalhar com uma visão desenvolvimentista, sem
desconsiderar a sustentabilidade. O desenvolvimento sustentado envolve uma gama de
variáveis que vão desde o desenvolvimento econômico, social e cultural, observando ainda
a conservação dos recursos naturais. A valoração do patrimônio ambiental precede uma
série de levantamentos, de forma a contabilizar os recursos existentes em um território,
para viabilizar um planejamento de sua utilização, visando assim o desenvolvimento e a
melhoria das condições de vida da população local. Para realizar a contabilidade do
patrimônio é necessário inventariar os bens existentes, ressaltando sua importância para a
exploração pela população na garantia de seu suprimento à sobrevida. Este trabalho teve
como objetivo realizar um diagnóstico do município de Arara-PB, contemplando os
aspectos físicos, culturais e sócio-econômicos, cuja meta foi o estabelecimento de políticas
públicas e imprescindivelmente da cultura do trabalho competitivo, observando o mercado
produtor e consumidor.
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Meta DIAGNÓSTICO CONTENDO AVALIAÇAO DOS RECURSOS NATURAIS E AS POTENCIALIDADES DE USO PARA O MUNICÍPIO DE ARARA-PB
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Caracterização geográfica do lugar Localização e acesso
A riqueza de uma população, inicialmente, encontra-se vinculada às matrizes
ambientais de maior disponibilidade, no entanto, para se avaliar a potencialidade ambiental
de um lugar, é necessário chamar atenção para a posição geográfica desse lugar, para então
dele se deduzir a disponibilidade das matrizes ambientais ou sua escassez.
O lugar em questão se encontra inserido no Estado da Paraíba, compondo um dos
seus 223 municípios. O Estado, para efeitos de planejamento e controle, separou partes do
território em Regiões Geográficas denominadas de Mesorregiões e Microrregiões, se
tornando, a partir dessa arbitrariedade, numa superfície mosaicada, em que há uma
combinação de elementos geográficos pertinentes à leitura e interpretação da relação
sociedade e natureza. Conforme essas orientações, apresentamos os mapas 1 e 2 que
destacam a poligonal do Estado e suas regiões Regiões.
O município de Arara possui uma extensão de 59,3 Km² segundo o IBGE,
sendo limitado ao Norte com o Município de Solânea, distante 15 Km da sede, à Leste com
Serraria, a 17 Km e a Oeste com o recém instalado município de Casserengue, distando 10
Km do Centro da cidade. Ao Sul, distante aproximadamente 15km, encontra-se a sede do
município de Remígio e a Sudeste a sede do município de Areia, a 25 Km.
Observar os municípios que se encontram ao entorno, nos permite parametrizar o
quesito clima local, e assim inferir com maior segurança, pois os dados climáticos obtidos
nos manuais da SUDENE, não contemplam o lugar, mesmo assim procuramos observar os
dados climáticos coletados pela SUDENE nos municípios do entorno que perfazem um
lapso temporal entre 1962 a 1985.
A partir dessa visualização podemos nos aproximar virtualmente do município em
apreço, em que foi realizada uma �avaliação dos recursos naturais e da potencialidade de
uso da terra�. O município de Arara está localizado aproximadamente nas coordenadas
35º45�50��W e 6º50�10��S, no Curimataú ocidental. Dista uns 160 km de João Pessoa e
tem como vias de acesso a rodovia PB-105 dentre outras estradas vicinais.
Mapa 1 – Regiões geográficas Mapa 2 – Meso e Microrregiões geográficas
Fonte: Atlas Geo- Histórico Cultural da Paraíba Caracterização ambiental
A caracterização ambiental requer um inventário
especificidades apontadas pela leitura da paisagem contida no lugar, be
de entorno do Município. Partindo do princípio que a paisagem será vis
recurso, mas também a partir da questão ecológica, no sentido de se lev
que o ambiente natural é propenso a um equilíbrio em que, �ac
homeostaticamente absorvidos de forma a reorganizar-se, veremos a
olhar de suporte natural que permite as relações entre os conjuntos nat
sociedade/natureza em que se é necessário um processo de descrição
possível, para que se possa realizar um balanço relativo à contabilidade
definir perdas e ganhos tanto para a sociedade quanto para a natureza em
Situação Climática
Região da Borborema Curimataú Ocidental
Arara
Arara7
geográfico com
m como o ambiente
ta não apenas como
ar em consideração
asos� naturais são
paisagem sob um
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Tomando como referência Strahler (1989), os conjuntos naturais que
constituem a paisagem são os conjuntos atmosférico, hídrico e o topográfico (ver diagrama
1), e estes quando intersectados, permitem o surgimento de um outro, que é o biológico.
Climático Hídrico Biótico Meio natural Meio sociocultural Topográfico Diagrama 1 – Intersecção de conjuntos propostos por Artur Strahler (1989).
A partir dessas colocações, percebe-se que a distribuição do clima (pertencente
ao conjunto atmosférico) interfere de forma acentuada sobre à vida, principalmente à
vegetal.
A partir do que é apresentado pelo mapa bioclimático do Estado da Paraíba, o
clima predominante no município, e da região do entorno, é definido como sendo o
�nordestino quente de seca atenuada contemplando de 3 a 4 meses secos� (ver mapa 3),
donde se caracteriza essa região como pertencente à Mesorregião do Agreste Paraibano.
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Mapa 3 – Distribuição bioclimática do Estado da Paraíba Fonte: Atlas do Estado da Paraíba, 1985.
A partir do destaque dado conjunto climático, mais especificamente a sua
combinação com a vegetação, não há como não se destacar que o Agreste é uma região de
transição entre a área de precipitação mais acentuada e a menos favorecida, por isso
podemos inferir que o Agreste não é uma zona de transição apenas climática, mas também
das populações vegetais e animais. Strahler ainda aponta que tanto flora como fauna são
subconjuntos biológicos corroborando sua dependência direta da matriz ambiental �água�.
Apesar do lugar em que Arara se encontra estar estabelecido num clima que
apresenta uma estiagem de três a quatro meses, segundo o Atlas geográfico da Paraíba, é
conveniente salientar que o outro grande conjunto formador da paisagem é o hidrográfico,
e que este, nessa altitude, não conta com escoamento perene, ou seja, essa é uma região de
rios ainda intermitentes.
A partir da observação da intermitência dos canais de escoamento, mais uma
vez percebemos que a dispobinibilidade da matriz climática, que incide no conjunto
hídrico, não pode deixar de ser vista com um certo aprofundamento para vias de um
planejamento os recursos da região. Apresentamos um diagrama que define o nível
pluviométrico e sua classificação (ver diagrama 2). Podemos observar as diferenças entre o
clima semi-árido e o sub-úmido, no tocante a disponibilidade hídrica. Ambas
Subdeserto Município de Arara
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manifestações climáticas estão presentes no entorno do município em questão. Nesse
diagrama podemos observar os limiares que classificam a climaticamente uma região a
partir da sua disponibilidade hídrica.
Diagrama 2 - referente à distribuição de precipitações. Fonte: Strahler 1994.
Por não contarmos com uma série de dados climáticos de Arara,
principalmente no tocante a pluviosidade, lançamos mão de um estudo de dados coletados
nos municípios vizinhos.
Para o município de Serraria, foi trabalhada uma série temporal de
aproximadamente 40 anos, e esta apresentou médias diferentes de zero em todos os meses
dos anos pesquisados, indicando que houve precipitação durante todo período. A partir
desses resultados, no decorrer desses quarenta anos, classifica-se esse município, conforme
o diagrama 2, como pertencente ao clima úmido (ver quadro1 e gráfico 1).
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Quadro 1 – Distribuição das médias mensais durante o lapso de 40 anos no município de Serraria
Serraria Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Nº de anos com dados 42 43 42 41 41 39 41 42 43 45 44 44 43 Média 75,4 97 150,3 175,8 166 193 160,9 106,6 72,3 29,8 28,7 39,1 1288,3 Fonte: Dados pluviométricos mensais do Nordeste – Paraíba – SUDENE, Recife, 1990.
0
50
100
150
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Gráfico 1 – Demonstração visual do comportamento climático do período anual dentro do lapso de 40 anos de coleta de dados da SUDENE no município de Serraria
Já para o município de Remígio, observa-se uma precipitação menor que
Serraria. A série de dados para essa inferência contou com um período de vinte e dois anos.
Apesar da seqüência de dados coletados ser menor que a de Serraria, já é possível perceber
que a situação climática entre estes dois municípios é completamente diferente, mesmo
distando suas sedes a poucos quilômetros de distância.
Observando o quadro 2 e gráfico 2, verifica-se que em 22 anos, as médias
mensais sempre foram, para Remígio, inferiores a 100mm.
O clima desse município assume, de acordo com o diagrama 2, características
de semi-árido, pois o índice pluviométrico está na casa do 396mm.
Quadro 2 – Distribuição das médias mensais durante o lapso de 22 anos no município de
Remígio Remígio Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Nº de anos com dados 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 24 24 22 Média 19,6 43,3 66,4 92,3 43,7 35,5 41,2 11 12,4 5,4 4,2 10,4 396,6 Fonte: Dados pluviométricos mensais do Nordeste – Paraíba – SUDENE, Recife, 1990.
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0
100
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300
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500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Gráfico 2 – Demonstração visual do comportamento climático do período anual dentro do lapso de 22 anos de coleta de dados da SUDENE no município de Remígio
Para o município de Solânea não se observou muita diferença em relação ao
município de Remígio, apesar de seu volume pluviométrico, também observados no lapso
temporal de vinte e dois anos, ter sido um pouco mais elevado, contabilizado em 413mm.
Um aspecto que chama atenção, é que nesse intervalo de tempo, vários meses,
as precipitações estiveram em posições extremamente rigorosas no sentido da escassez de
chuvas, ou seja, abaixo da casa dos dez milímetros.
Observa-se ainda para Solânea, em relação ao município de Remígio, que não
houve nenhuma precipitação acumulada, mensal, acima dos 100mm, conforme apresenta-
se na quadro 3 e o gráfico 3.
Quadro 3 – Distribuição das médias mensais durante o lapso de 22 anos no município de
Solânea Solânea Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Nº de anos com dados 23 23 23 23 23 23 24 24 24 24 24 23 22 Média 16,7 36,3 96,6 92,2 57 40,9 46,8 7,8 6,3 0,9 0,8 9,6 413,8 Fonte: Dados pluviométricos mensais do Nordeste – Paraíba – SUDENE, Recife, 1990.
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20
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80
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Gráfico 3 – Demonstração visual do comportamento climático do período anual dentro do lapso de 22 anos de coleta de dados da SUDENE no município de Solânea.
A partir das observações de alguns dos municípios do entorno de Arara,
podemos observar a transitoriedade decrescente da pluviosidade a medida que se segue à
oeste. A partir de informações adicionais (Paraíba, 1985), o clima em que o município de
Arara está inserido é As�, isto é, quente e úmido com chuvas de outono e inverno, com
uma baixa precipitação pluviométrica anual, oscilando entre 800 e 1000 mm/ano, cuja
variabilidade é de 25 mm/ano. Estando no sistema de circulação MEa e FPA com Alíseos.
O período de chuvas caracteriza-se por ser mal distribuído e bastante irregular ao longo dos
anos, sendo classificadas no Brasil como a região bioclimática 3c th � Mediterrâneo ou
Nordestino quente de seca atenuada, apresentando de 3-4 meses secos. Caracterizado por
apresentar uma média térmica anual em torno de 25ºC. Totais pluviométricos anuais
variáveis (faixa do litoral entre 1.600 e 1.700 mm), mais para o interior ela se situa entre
700 e 900 mm. A umidade relativa do ar é de 80% a 85%. A estação seca dura de 4 a 5
meses.
Ainda, de acordo com as informações do Laboratório de Pluviometria da
EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) localizada no município de
Arara, a média pluviométrica anual do município nos últimos dezessete anos, foi de 619,5
mm. O gráfico 4 representa a precipitação anual, enfocando os anos de 1985, 1986 e 1994,
anos cujo índice pluviométrico foi superior a 1000 mm. No Gráfico 5, observa-se que o
ano de 1988 foi o que apresentou menor índice, apenas 270 mm e no quadro 4 e
representado o comportamento do clima ao longo do ano de 2003.
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Gráfico 4 – Precipitação pluviométrica referente ao período de 1980 a 2002 – Arara-PB
Gráfico 5 – Precipitação pluviométrica referente ao ano de 2003 – Arara-PB Quadro 4 - Precipitação pluviométrica referente ao ano de 2003 – Arara-PB
Meses Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Prec. Pluv. (mm)
20,2 105,0 111,8 44,5 39,5 68,0 66,3 66,3 18,5 13,1
Fonte: EMATER-PB, 2003
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Precip. (mm) 496 568 498 438 639 1.24 1.08 622 270 385 444 507 738 314 1.03 685 566 570 307 383 942 527 539
1980*
1981*
1982*
1983*
1984*
1985*
1986*
1987*
1988*
1989*
1990*
1991*
1992*
1993*
1994*
1995*
1996*
1997*
1998*
1999*
2000*
2001*
2002*
0
20
40
60
80
100
120
Prec
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ção
(mm
)
Jan M ar M aio Jul Set Nov
M eses
15
De acordo com Atlas da Paraíba (1987) o valor máximo do total anual de
precipitação (mm) ao nível de 25% de probabilidade, é de 800 mm. Ao passo que ao nível
de 75% de probabilidade, os valores passam para um total de 1350 mm com uma média de
112,5 mm.
No tocante aos aspectos solarimétricos (radiação e insolação), o município
apresenta uma radiação solar global de 425,0 Cal/cm2/dia (UFPB, 2003) e uma insolação
anual de 2.600 h/ano (Paraíba, 1985), com uma média anual de 6,8 horas (Paraíba, 1987).
Dispõe de uma nebulosidade média anual de 6/10 do céu. E a temperatura média do ar
anual apresentada é de 23ºC, com mínimas de 19,0 ºC e máximas de 29,0 ºC (Paraíba,
1987) (Gráfico 5).
Gráfico 5� Dados de temperatura mínima e máxima (ºC) � Arara-PB Fonte: Paraíba (1987)
O balanço hídrico nas equações de Thornthwaite e Mather indicam que o
índice de aridez do município de Arara é 20, e o índice de umidade é também é 20, ou seja,
existe um equilíbrio. Esse balanço está diretamente ligado a Evapotranspiração versus
Precipitação.
Considerando a ETp (evapotranspiração potencial) vê-se que é um processo
oposto à precipitação, e representa a água que retorna forçosamente para a atmosfera, em
estado gasoso, e depende da energia solar disponível na superfície do terreno para
vaporizá-la. Para estimar a umidade do solo não se deve tomar por base apenas a chuva
ocorrida, mas também a Etp., que é a chuva necessária que é definida como sendo dentre
as inúmeras formas de obtenção da evapotranspiração potencial Etp. Na fórmula
0
5
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35
Jan
Fev
Mar
Abr
Maio Ju
n Jul
Ago Se
t
Out
Nov Dez
Meses
ºC
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determinada por Turc in Dajos (1978) os valores são obtidos mediante dados de radiação
solar global Rg e a temperatura média do ar t. Sendo a unidade expressa em mm de água.
O resultado se apresenta de modo que a fórmula fica: ETp = (Rg + 50) . 0,4 . (t/t+5).
Nesse sentido, a média dos valores mensais estimada segundo o método de
Thornthwaite e Mather é de 95, 8 mm, perfazendo um total de 1150 mm (ver Gráfico 6).
Em relação aos regimes de ventos a predominância é proveniente da direção
SE e E com valores superiores a 4 m/s, sendo então ventos calmos.
Gráfico 6 – Dados de evapotranspiração potencial (mm) – Arara-PB. Fonte: Paraíba (1987)
A partir dos gráficos apresentados, podemos visualizar que os meses de maior
precipitação no tanto no município de Arara como no seu entorno estão normalmente entre
os meses de fevereiro e abril. Uma comparação desses dados pode ser vista no gráfico 5.
020406080
100120
Eva
potra
npira
ção
pote
ncia
l (m
m)
Jan
Mar
Maio Ju
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Set
Nov
Meses
17
Comparação entre as médias mensais
0
50
100
150
200
250
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZMeses
Pluv
iosi
dade
méd
ia m
ensa
l em
mm
AREIA REMIGIO SERRARIA SOLANEA
Gráfico 5 – Distribuição de dados pluviométricos nos quatro municípios do entorno da cidade de Arara.
Analisando o grafico 5, é conveniente observar que as sedes dos municípios
contemplados estão bem próximos, distando do centro de observação, que é a cidade de
Arara, no máximo vinte e cinco quilômetros. Há uma discrepância significativa em termos
de diferença da distribuição pluviométrica para os lugares tão próximos entre si conforme
demonstrados entre os conjuntos de dados.
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A situação da rede de drenagem
Como foi apresentada anteriormente, a matriz ambiental �água� é
relativamente escassa no lugar, por isso a rede de drenagem apresenta rios intermitentes
mesmo com nascentes e afluentes de rios que posteriormente se tornam perenes em níveis
de menor energia. O município de Arara encontra-se próximo à cabeceira de afluente da
vertente esquerda do rio Araçagi, que posteriormente se torna o rio Bananeiras, e esse,
deságua na margem esquerda do rio Mamanguape (ver Diagrama 3).
Diagrama 3 – Bacia hidrográfica do rio Mamanguape. Fonte: LIMA, 2002.
Tomando o rio Mamanguape como rio determinante para toda a região contida
na bacia hidrográfica, não há como deixar de se observar que o rio Araçagi, e
posteriormente Bananeiras, é uma sub-bacia de envergadura relativa à situação de
importante tributário para o caudal do rio principal. A extensão do rio Mamanguape é
abrangente, pois pelo que está apresentado no diagrama, é um rio cuja bacia hidrográfica
abrange a Mesorregião do Agreste até a Mesorregião da Mata Paraibana.
Arara ●
Rede de drenagem comandada pelo rio Mamanguape
Rio Araçagi
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Conforme já se realçou anteriormente, o município de Arara, apesar de
participar da bacia hidrográfica de um rio perene de significativa importância, não tem sua
região agraciada com um clima que ostente uma precipitação cuja carga d�água venha a
indicar que a retroalimentação da água no sistema seja abundante. Entretanto, não apenas o
clima é um fator na determinação da limitação de estocagem de água naquela superfície,
haja vista que o território municipal da cidade de Arara encontra-se na cimeira da borda
oriental do Planalto da Borborema (ver Diagrama 4), tendo outros fatores também como
inuenciadores para essa escassez, como, por exemplo o deslocamento das massas de ar
passíveis de precipitação.
Esse Planalto é geologicamente constituído de rochas cristalinas, onde as
estruturas dessa superfície apresentam elevado nível de impermeabilidade, significando
que a estocagem de água no solo é diminuída a um pequeno estrato subsuperficial, por
isso, o nível de evaporação e evapotranspiração é elevado proporcionado pela frente do
maciço a barlavento do planalto, que permite a recepção direta dos ventos de L e SE.
Há um elevado nível de radiação na área, apesar da condição daquela região
estar com uma alta nebulosidade sempre.
Com todos esses agentes proporcionando a perda de água, tanto do solo quanto
da própria vegetação, percebemos que essa área deve ser vista como um local cuja
manutenção do recurso hídrico deve ser de primeira ordem.
DiagFont
é co
post
Perfil topográfico do rio Mamanguape
++ ++
Piemonte da Borborema
E
+ + + + + + + + + ++
rama 4 – Perfil do relevo entree: LIMA, 2002
Apesar da fraca rugosi
nstituído de uma rede de dren
ulação é devido ao retilineame
strutura geológica cristalina s Planícies fluvio-
Baixos planaltos sedimentare20
a cabeceira e a foz do rio Mamanguape.
dade estabelecida no relevo do município, esse território
agem com feições de falhas na estrutura geológica, essa
nto contido nos canais (ver Carta de drenagem 1).
marinhas
21
Carta de drenagem 1 – Rede de drenagem no município de Arara
A drenagem superficial bem organizada pela situação estrutural, não é de
cunho perene, pois o lençol freático praticamente não está presente, pois o substrato é
constituído de rocha cristalina, por isso não se constitui como um reservatório que acumula
água.
22
Geologia Geomorfologia e solo
A borda do planalto cristalino, cujo relevo é pouco rugoso, reporta-nos para
uma outra leitura que é a composição geológica desse lugar.
O município é cortado por uma linha de falha, donde se classificou que esse
lugar é constituído por dois tipos de estruturas geológicas muito antigas: uma de origem
proterozóica constituída pelo grupo Seridó, área propensa aos minerais granada-biotita
xisto, cordierita-granada-biotita xisto, quartzito, biotita-clorita xisto, clorita-sericita xisto e
filito, localmente com paragnaisses, calcário cristalino, rocha calcissilicática e formação
ferrífera; e a outra área, datando da era paleoproterozóica contem o complexo
Serrinha/Pedro Velho, área propensa aos minerais biotita-hornblenda migmatito com
mesossoma de ortgnaisse tonalitíco-granítico com diques de anfibolitos (Mapa Geológico
do Estado da Paraíba, 2002).
Em visitas diretas no campo, foi detectado que há no ligar, atividade
econômica voltada ao extrativismo mineral, em que a produção de rochas para calçamento
se tornou uma situação real na região (ver Foto l e 2).
Foto 1 – Atividade extrativa de rochas Foto 2 – Pilha de pedras para calçadas.
A partir da leitura do ambiente através da estrutura geológica, podemos
estabelecer parâmetros para compreender a cobertura pedológica. Com a orientação a
priori, sem dados específicos de campo e análise de laboratório, recorremos ao Boletim 15,
referente ao estudo de Solos do Estado da Paraíba (Brasil, 1972). A partir desse documento
inferiu-se sobre as manchas de solo que cobrem a região. Conforme foi abordado
anteriormente sobre a questão da falha geológica, no mapa de solos, essa falha apresenta-se
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como agente de separação de dois tipos de cobertura de solos: ao Norte do município de
Arara, e também da linha de falha, o solo classificado é classificado, como NC3,
predominantemente, que corresponde à associação de: BRUNO NÃO CÁLCICO, litólico fase pedregosa caatinga hipoxerófila relevo suave ondulado e SOLOS EUTRÓFICOS, com A fraco textura arenosa e/ou média fase pedregosa caatinga hipoxerófila relevo ondulado substrato gnaisse e granito.
Nas demais áreas, o B.15 cita que há uma predominância do REel, que é a
associação de:
REGOSOL EUTRÓFICO, fase caatinga hipoxerófila relevo suave ondulado e SOLOS LITÓLICOS EUTRÓFICOS, com A fraco textura arenosa e/ou média fase pedregosa caatinga hipoxerófila relevo ondulado substrato0 gnaisse e granito.
No conteúdo do B.15é citado também que Regossóis se apresentam como solos
oriundos de grande limitação da disponibilidade hídrica e que normalmente possuem
baixos teores de nitrogênio e fósforo, mas mesmo nele se podem cultivar plantas de curto
ciclo vegetativo como feijão, milho e outras tolerantes à falta d�água como o agave e a
mandioca (p. 522 e 523).
Os solos ali predominantes são relativamente pouco erodidose moderadamente
drenado, surgindo em áreas mais ou menos uniformes em relação ao relevo. Claro que
podemos, em campo, visualizar áreas com perdas de solos.
Apesar dos solos expostos apresentarem um fertilidade relativamente alta,
devido a permanência de materiais originais devido a drenagem pouco alimentada pelo
regime hídrico, o cultivo pouco intensificado e com uso racional do espaço pode ser
aplicado, evitando, inclusive a erosão laminar, dado os solos são rasos. Entretanto o
abastecimento dessas culturas sofreria com a recarga hídrica deficitária, tendo que ser
minimizada com importação de água de outras localidades.
Apesar dessas considerações, há uma gama de áreas que cultivam vegetais de
ciclo de curta duração como feijão e o milho (ver Foto 3), assim como aqueles vegetais que
resistem aos períodos mais longos de estiagem como o agave (ver Foto 4) e a mandioca.
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Foto 3 – Milharal colhido Foto 4 – Agave
25
Vegetação e ocupação do solo
A vegetação predominante constitui-se de caatinga hipoxerófila, que suporta
longos períodos de estiagem, que como foi visto é comum na região. Esse tipo de
vegetação possui mecanismos para suportar a carência hídrica.
Dentre os mecanismos, podem ser citados a perda das folhas no período de
estiagem, folhas aciculares, raízes tuberosas que serve para armazenamento de água, entre
outras características pertinentes a esse tipo de vegetação.
Dentre as espécies vegetais, destaca-se juazeiro, algaroba, carnaúbas, baraúnas,
jandiroba, facheiro, barrigudas, algumas bromeliáceas, mandacaru, catingueira, imburana e
bom nome e em alguns locais, o paudarco roxo (foto 5).
Foto 5 – Pau D´Arco e cactáceas dividindo o espaço.
Essa vegetação é bem adaptada tanto ao solo litólico, como ao relevo
constituído de baixa rugosidade, com ondulações relativamente suaves, principalmente na
zona do topo da borda a barlavento do Planalto da Borborema.
Quando esse solo fica exposto as intempéries, sofre, além da elevada radiação
nos períodos de baixa nebulosidade, a erosão laminar que é uma realidade no período de
precipitação mais elevada.
26
A ocupação, em sua grande maioria é de plantio de culturas anuais estruturada
na agricultura familiar, onde é cultivado pequeno roçado de mandioca, milho, palma, feijão
macassá, concomitante ao patejo e vegetação natural.
Geralmente ao redor das casas costuma-se plantar frutíferas, das quais pode-se
observar laranjeiras, cajueiros, mangueiras, jabuticabeiras, coco, cana-de-açúcar. Entre as
culturas ainda há o plantio de agave1, que segundo moradores é exportado para o Estado do
Rio Grande do Norte e lá é exportado para o Japão para o fabrico de tapetes.
1 cultura que teve destaque na economia da região há um tempo atrás e que decaiu com outros processos econômicos ocorridos.
27
Estrutura populacional: uma aproximação
Apesar da matriz água estar relativamente ausente, o território municipal é
bastante povoado. A população urbana é predominante em relação a população rural.
A população está distribuída ao longo das vias viscinais, e nem sempre
próximas das áreas de drenagem, com alguns domicílios rurais nas zonas entre cabeceiras
dos drenos naturais (ver carta 2).
Carta nº 2 – Relação da distribuição da população rural ao longo das vias viscinais não coincidentes com a drenagem
Segundo o senso de 2000 (IBGE)2 a população residente no município de
Arara é de 11.530 pessoas, sendo 5.587 homens e 5.943 mulheres, vê-se que há
superioridade de 4% do número de mulheres em relação aos homens residentes no
município (ver Gráfico 7).
2 http://www.ibge.gov.br/
28
Diferença entre o total de homens e mulheres no município de Arara
48%52%
HomensMulheres
Gráfico 7 – Diferença em relação a gênero populacional. Fonte: IBGE
Do efetivo populacional contido no município, que totaliza 11.530 pessoas, a
população que reside em área urbana soma 7.587 habitantes, e na área rural 3.943 (ver
gráfico 8).
Situação moradia campo-cidade no município de Arara
66%
34%
UrbanaRural
Gráfico 8 – Situação de moradia no município de Arara. Fonte: IBGE
Outros dados referentes à população nos chamam à atenção, pois conforme está
apresentado no censo de 2000, dos 11.530 habitantes do município, 9.245 são
alfabetizados. (ver Gráfico 9).
29
Diferença em relação à alfabetização no município de Arara
80%
20%
Alfabetizados Analfabetos
Gráfico 9 – Diferença em relação à alfabetização
Dos 11.530 habitantes do município, 9.245 está em faixa etária superior a dez
anos, observando que 1.880 estão acima de 60 anos e apenas 2.285 abaixo dos dez anos,
pode-se indicar, então, que a população pronta para compor as atividades econômicas
soma, no total, 7.365 pessoas, cuja proporção de ativos, prontos para o trabalho, é
praticamente de dois indivíduos para um inativo (ver Gráfico 10 e 11).
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Quantidade de indivíduos
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 19 anos
20 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 a 59 anos
60 anos ou mais
Gráfico 10 – Distribuição da população do município de Arara por faixa etária
30
População pronta para o trabalho e a inativa
64%
36%AtivaInativa
Gráfico 11 – Distribuição etária entre a população pronta para o trabalho e a inativa
31
Base econômica
A base econômica do município é efetivamente rural, salvaguardando-se
algumas pequenas indústrias de alimentação como panificadoras, fábrica de rapadura ou de
pré-moldados de concreto, no entanto, em relação à questão tributária, averigua-se em
processo comparativo com os municípios do entorno, que a receita de Arara, apresenta-se
menor que a despesa, ou seja, há um gasto maior do que o montante destinado ao gasto,
indicando déficit (ver Quadro 6).
Quadro 6 – Receita e Despesa dos municípios do entorno de Arara
Fonte: Ideme / 1999
Ainda dentro do quesito tributário, para efeito de leitura interpretativa, no
quadro 7 pode-se ver a receita orçamentária e a distribuição do FPM, também do
município de Arara e dos municípios do entorno.
Quadro 7 – Receita orçamentária entre os quatro municípios para análise comparativa
FINANÇAS PÚBLICAS RECEITA ORÇAMENTÁRIA ARRECADADA SEGUNDO OS MUNICÍPIOS 1995/97
Discriminação 1995 1996 1997 1998 Arara 44.540,44 33.873,75 34.581,23 37.440,74
Remígio 184.940,28 157.478,47 213.284,41 193.629,07 Serraria 6.483,15 4.954,18 12.167,94 12.016,62 Solânea 319.622,66 346.582,42 447.971,07 452.141,38
Fonte: Ideme / 1999
Vê-se que o município de Serraria encontra-se em situação referente à receita
orçamentária inferior à Arara, mas isso não significa que o município de Arara está em
boas condições, haja vista que a arrecadação no município vizinho, Solânea é superior a
praticamente dez vezes a arrecadação em Arara (ver quadros 7 e 8).
RECEITA E DESPESA ORÇAMETÁRIA SEGUNDO OS MUNICÍPIOS - 1998
Discriminação Receita Despesa
Arara 1.918.741,42 1.942.552,39 Serraria 1.988.200,79 1.959.000,01 Solânea 5.144.661,80 4.258.942,75 Remígio 2.748.033,01 2.713.377,39
32
Quadro 8 – Distribuição do FPM entre os quatro municípios (para análise
comparativa).
FINANÇAS PÚBLICAS DISTRIBUIÇÃO ANUAL DO FPM SEGUNDO OS MUNICÍPIOS 1995/98
Discriminação 1995 1996 1997 1998 Arara 1.028.915,70 1.164.052,02 1.115.108,57 1.120.822,03
Remígio 1.800,00 1.746.077,95 1.672.662,76 1.681.232,90 Serraria - 1.164.052,02 1.115.108,57 1.120.822,03 Solânea 1.286.144,63 2.619.117,01 2.508.994,16 2.521.849,16
Fonte: Ideme / 1999
33
Estrutura fundiária e produção
Com números obtidos no INCRA, em relação à distribuição de imóveis rurais,
temos que o total é de 511 propriedades, distribuídas em quase sua totalidade na forma de
minifúndios, de onde dos 511, 491 se encontram nesta modalidade.
Algumas considerações podem ser tecidas a partir da observação do quadro 9 e 10.
a) o maior volume de propriedades está contidos nas classes de mais de 2 e menos de
cinco hectares, totalizando 213 propriedades;
b) a distribuição de imóveis pode também ser vista por outro prisma, ou seja as áreas
explorada perfazem 1977,1 ha, e destes imóveis com cultura permanente temos
apenas 256, cuja área em ha perfaz o total de 335,1 ha.
c) os imóveis com cultura temporária somam em 499 e em perfazem um total de
1.642,0ha.
Quadro 9 – Distribuição dos imóveis por classe de área
Classes de área total (ha) Total Permanente Temporária Categoria de imóvel Imóveis Área (ha) Imóveis Área (ha) Imóveis Área (ha) Total Geral 511 1977,1 256 335,1 499 1.642 Menos de 1 10 4,6 1 0,2 10 4,4 1 --| 2 56 44,5 13 5,9 52 38,6 2 --| 5 213 375,2 106 79 208 296,2 5 --| 10 130 462,5 81 100 128 362,5 10 --| 25 74 517 45 102,5 73 414,5 25 --| 50 19 212,3 8 23,5 19 188,8 50 --| 100 4 95 2 24 4 71 100 --| 200 3 91 0 0 3 91 200 --| 500 1 55 0 0 1 55 500 --| 1000 1 120 0 0 1 120 Fonte: http://www.incra.gov.br/_htm/serveinf/_htm/estat/estat.htm
Quadro 10 – Distribuição dos imóveis por classe de qualificação
Classificação das Total Permanente Temporária Propriedades Imóveis Área (ha) Imóveis Área (ha) Imóveis Área Minifúndio 491 1.471,30 248 290,6 479 1.180,70 Pequena total 17 324,8 8 44,5 17 280,3 Pequena Produtiva 7 118,5 3 4,5 7 114 Média Total 2 61 0 0 2 61
34
Média Produtiva 0 0 0 0 0 0 Grande Total 1 120 0 0 1 120 Grande Produtiva 0 0 0 0 0 0 Fontes: http://www.incra.gov.br/_htm/serveinf/_htm/estat/estat.htm
Das culturas permanentes, o cajueiro tem uma área plantada e destinada à
colheita totalizada em 35 ha, com rendimento médio total de 17 toneladas; a manga conta
com uma área plantada e destinada à colheita totalizada em 11 ha, produzindo
aproximadamente 660 frutos. Essas culturas rendem para o município uma renda de
R$34.000,00 (ver Quadro 11).
Quadro 11 – Cultura permanente Descrição Valor Unidade Castanha de caju - área destinada à colheita 35 hectare Castanha de caju - área plantada 35 hectare Castanha de caju - quantidade produzida 17 tonelada Castanha de caju - rendimento médio 485 quilograma/hectare Castanha de caju - valor 14 mil reais Manga - área destinada à colheita 11 hectare Manga - área plantada 11 hectare Manga - quantidade produzida 660 fruto Manga - rendimento médio 60000 quilograma/hectare Manga - valor 20 mil reais Fontes:
http://www.incra.gov.br/_htm/serveinf/_htm/estat/estat.htm
As culturas temporárias também são bastante expressivas, entretanto, ao nível
familiar, pois devido à baixa pluviosidade e a distribuição desigual das chuvas não há
como se ter um plantio homogêneo e de alta podutividade ao longo do ano, daí, então, uma
preferência ao aproveitamento pelos proprietários rurais da terra aos cultivos temporários,
com presença marcante da bata doce e da mandioca (ver quadro 12), que estão mais aptas a
essas condições.
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Tabela 12 – Produtos de cultivo temporário presente no município
Descrição Valor Unidade Algodão herbáceo - área destinada à colheita 40 hectare Algodão herbáceo - área colhida 40 hectare Algodão herbáceo - quantidade produzida 22 tonelada Algodão herbáceo - rendimento médio 550 quilograma/hectare Algodão herbáceo - valor 14 mil reais Batata-doce - área destinada à colheita 5 hectare Batata-doce - área plantada 5 hectare Batata-doce - quantidade produzida 30 tonelada Batata-doce - rendimento médio 6.000 quilograma/hectare Batata-doce - valor 6 mil reais Fava (grão) - área destinada à colheita 50 hectare Fava (grão) - área plantada 50 hectare Fava (grão) - quantidade produzida 12 tonelada Fava (grão) - rendimento médio 240 quilograma/hectare Fava (grão) - valor 14 mil reais Feijão (grão) - área destinada à colheita 2.060 hectare Feijão (grão) - área plantada 2.060 hectare Feijão (grão) - quantidade produzida 491 tonelada Feijão (grão) - rendimento médio 238 quilograma/hectare Feijão (grão) - valor 530 mil reais Mandioca - área destinada à colheita 300 hectare Mandioca - área plantada 300 hectare Mandioca - quantidade produzida 2.400 tonelada Mandioca - rendimento médio 8.000 quilograma/hectare Mandioca - valor 336 mil reais Milho (grão) - área destinada à colheita 1.020 hectate Milho (grão) - área plantada 1.020 hectare Milho (grão) - quantidade produzida 244 tonelada Milho (grão) - rendimento médio 239 quilograma/hectare Milho (grão) - valor 88 mil reais Fontes: http://www.incra.gov.br/_htm/serveinf/_htm/estat/estat.htm
O valor total em moeda corrente soma R$1.002.000,00 sendo capitaneado pelo
feijão e pela mandioca, denotando que a cultura desses dois elementos têm boa aceitação
de mercado. Mesmo assim, é interessante observar que essa receita está distribuída por
uma superfície de 3.475ha, no qual pode-se inferir que a renda média por hectare gira em
torno de R$34.680,06.
O campeão de produção é a mandioca seguida pela batata doce. Porém, a maior
produtividade em relação rendimento, encontra-se no feijão, pois, dos 238kg/ha de plantio
em 206,0 ha, consegue-se um rendimento médio de R$25,72/ha.
36
A batata doce fica com R$1,00/ha e a mandioca com R$4,20.
A pecuária está também presente junto à economia municipal e os principais
rebanhos estão representados pela avicultura, seguido do bovino e da ovinocaprinocultura
(ver Quadro 13).
Quadro 13 – Principais rebanhos presente no município
Descrição Valor Unidade Efetivo dos rebanhos - bovinos 1460 cabeça Efetivo dos rebanhos - porcas criadeiras 110 cabeça Efetivo dos rebanhos - outros porcos e porcas 140 cabeça Efetivo dos rebanhos - galinhas 4700 cabeça Efetivo dos rebanhos – galos, frangas, frangos e pintos 6405 cabeça Efetivo dos rebanhos - eqüinos 85 cabeça Efetivo dos rebanhos - asininos 148 cabeça Efetivo dos rebanhos - muares 40 cabeça Efetivo dos rebanhos - caprinos 450 cabeça Efetivo dos rebanhos - ovinos 425 cabeça Leite de vaca - produção - vacas ordenhadas 180 cabeça Leite de vaca - produção - quantidade (mil litros) 146 litro Leite de vaca - produção - valor (reais) 51.030 reais Ovos de galinha - produção - quantidade (mil dúzias) 15 dúzia Ovos de galinha - produção - valor (reais) 14.059 reais Fontes: http://www.incra.gov.br/_htm/serveinf/_htm/estat/estat.htm
Não resta dúvida que em termos de área, a pecuária do gênero avícola
representa um ganho relativo médio maior, pois a área para esse uso consiste em poucos
hectares, nos quais se pode produzir muito, ou seja, numa pequena área pode se obter um
bom rendimento. Entretanto, as restrições hídricas na área podem levar esse tipo de
produção a ter um gasto maior do que se a mesma fosse em uma área com maior
disponibilidade hídrica, devido aos processos de abate, principalmente.
No que consiste ao rebanho bovino, assim como rebanho da
ovinocaprinocultura, pode-se afirmar que a área necessária para esse tipo de criação é bem
maior, podendo ter um rendimento relativo menor. Entretanto, com um planejamento
adequado esse tipo de produção pode ser mais bem sucedido nessa área. Porém, devido as
condições climáticas, a criação desse tipo de rebanho deve se dar de forma extensiva e com
número de animais cuja sustentação de alimento (forragem) e água seja possível de ser
executado nos períodos de estiagem.
É consoante observar que a receita fornecida pela produção, tanto de leite
como de ovos, apresenta uma forte presença econômica no lugar de produção. No entanto,
37
é conveniente salientar que o rebanho bovino, contanto com 1460 cabeças fornece 146000
lts de leite resultando numa receita de R$51.030,00. Já a plantel avícola, contando com
4700 indivíduos, apresenta uma produção de 15000 dúzias de ovos, resultando numa
receita de R$14.059,00. Considerando a extensão da área relativa ao uso em relação à
produção avícula, esta apresenta maior rendimento, mesmo sendo uma criação que requer
maiores demandas e cuidados, devido à necessidade de monitoramento e sistematização
que criatório necessita.
38
Considerações finais
A região territorial do município de Arara não é bem agraciada com a matriz
ambiental água, não que haja uma escassez no sentido estrito, porém, podemos afirmar que
há um efeito de pouca precipitação determinando que esse bem como ativo ambiental não
promove um abastecimento que permita uma acumulação efetiva, tanto na superfície
quanto no substrato interior do solo.
Os ventos, apesar de moderados, são relativamente constantes, isso devido ao
lugar encontrar-se na borda oriental da cimeira do Planalto da Borborema, o que denota
ação com relativa persistência, na direção e no sentido Leste Oeste.
A geologia estrutural cristalina é muito antiga e apresenta uma desagregação
das rochas que culmina em solos litólicos. Esses solos, devido ao material parental, contém
uma certa capacidade edáfica, e nessas condições o município ainda encontra fontes para
produção econômica relacionada ao plantio.
Em relação aos aspectos sócio-culturais a população do município nos períodos
de estiagem mais prolongadas dedica-se às atividades extrativas, garimpando as rochas
cristalinas existentes no lugar, cuja demanda necessária para construção civil, que aumenta
apreciavelmente.
Em relação à receita do Município, a fonte proveniente do FPM é
relativamente alta, em se tratando de densidade populacional, pois em 1998 o valor
orçamentário foi de R$37.440,74, enquanto o FPM foi de R$1.120.822,03.
Observou-se que um maior investimento se faz necessário nas áreas de maior
produção e produtividade, para dar suporte ao desenvolvimento local, tanto no meio rural
quanto no beneficiamento desses produtos, ou seja, na atividade industrial ou
agroindustrial.
A densidade populacional no município é de 295 indivíduos por km2, a partir
desse quadro vê-se que o município merece um planejamento mais adequado à distribuição
39
e crescimento urbano, para que, devido às condições de seu regime hídrico, não venha, no
futuro, perecer a maiores dificuldades.
Um outro aspecto necessário é se pensar em um processo de acumulação das
águas oriundas da parca precipitação, e o reaproveitamento de água residuária, de modo a
contribuir com o estoque hídrico do município.
40
Bibliografia ATLAS CLIMATOLÓGICO DO ESTADO DA PARAÍBA. Universidade Federal da Paraíba. Núcleo de Meteorologia Aplicada. 2ª ed. Campina Grande, 1987. ATLAS ESCOLAR DA PARAÍBA. GRAFSET, 2000. 2a ed. 112p. GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA. Secretaria da Educação. Universidade Federal da Paraíba. Atlas Geográfico da Paraíba, João Pessoa, Grafset, 1985. BRASIL. Ministério da Agricultura. Equipe de pedologia e fertilidade do solo. M.A. Divisão Agrologia. Levantamento exploratório e reconhecimento de solos do Estado da Paraíba. SUDENE (Boletim Técnico N. 15). Rio de Janeiro, 1972. IBGE, Produção Agrícola Municipal 1999; Malha municipal digital do Brasil 1997: situação em 1997. Rio de Janeiro: IBGE, 1999. http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php. Último acesso em 12/12/2003. INCRA, http://www.incra.gov.br/_htm/serveinf/_htm/estat/estat.htm. Último acesso em 21/12/2003. LIMA, João David Menezes de. Morfogênese da dinâmica costeira entre os estuários dos rios Mamanguape e Camaratuba. Monografia de graduação em Geografia, Departamento de Geociências, UFPB, João Pessoa, 2002. MINISTÉRIO DAS MINIAS E ENERGIA. Mapa Geológico do Estado da Paraíba. Departamento Nacional de Produção Mineral, Companhia de Desenvolvimento dos Recursos Minerais do Estado da Paraíba - CDRM, 2002 PARAÍBA. Anuário Estatístico da Paraíba, Versão 2000/2001. IDEME. Governo do Estado da Paraíba. CRROM., 2000/2001. PARAÍBA. Atlas Geográfico do Estado da Paraíba. GRAFSET. João Pessoa, 1985. STRAHLER, Arthur N. e STRAHLER, Alan H. Geografia física. 3ª ed. Barcelona: Omega, 1989.