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INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA – IEP Mestrado Profissional Educação em Diabetes Flávia Coimbra Pontes Maia AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR SOBRE O CONHECIMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS INTERNADOS BELO HORIZONTE 2013

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INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA – IEP

Mestrado Profissional

Educação em Diabetes

Flávia Coimbra Pontes Maia

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM

AMBIENTE HOSPITALAR SOBRE O CONHECIMENTO DE

PACIENTES DIABÉTICOS INTERNADOS

BELO HORIZONTE

2013

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FLÁVIA COIMBRA PONTES MAIA

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM AMBIENTE

HOSPITALAR SOBRE O CONHECIMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS

INTERNADOS

Dissertação apresentada ao programa de pós-graduaçãodo Instituto de Ensino e Pesquisa – IEP do Grupo Santa Casa de Belo Horizonte, como requisito parcial para obtenção de título de Mestre Profissional em Educação em Diabetes

Orientador: Dra Adriana Aparecida Bosco

BELO HORIZONTE

2013

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Maia, Flávia Coimbra Pontes. M217a Avaliação do impacto de um programa de educação

em ambiente hospitalar sobre o conhecimento de pacientes diabéticos internados./ Flávia Coimbra Pontes Maia.- Belo Horizonte: IEP, 2014.

xii, 59f. Orientadora: Dra. Adriana Aparecida Bosco Dissertação (mestrado): Especialização Biomedicina Biomedicina: IEP Bibliografia : f. 33

1. Diabetes 2. Diabetes-Educação I. Título II.. CDD: 616.4

CDU:616

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FOLHA DE APROVAÇÃO

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM AMBIENTE

HOSPITALAR SOBRE O CONHECIMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS

INTERNADOS

________________________________________________________________

Aluno: Flávia Coimbra Pontes Maia

___________________________________________________________________

Professor Orientador: Dra. Adriana Aparecida Bosco

_____/_____/_____

Data

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________________

Prof.: Dr. Paulo Augusto Carvalho Miranda

__________________________________________________________________

Prof.: Dra Heloisa de Carvalho Torres

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Certa ocasião um paciente me perguntou se estava fazendo mestrado porque eu queria dar aulas. Então eu entendi que eu queria dar aulas, mas para os pacientes. Eu dedico este trabalho para todos os meus pacientes diabéticos.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus amores Kleisson, Vítor e Pedro. Obrigada pela paciência, companheirismo, carinho, por tudo. Aos meus pais, pelo exemplo de vida. Aos meus irmãos, cunhados, sobrinhos, pela família linda que formamos. À minha amiga Adriana, por estar presente neste trabalho, pelo incentivo, pelo carinho. Ao Dr. Saulo Purisch, pela confiança em todos estes anos. À toda equipe de Endocrinologia da Santa Casa de Belo Horizonte, representada pela Dra. Maria Regina Calsolari.

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RESUMO

A educação para o autocuidado é ferramenta indispensável no controle do diabetes

e é parte integral do cuidado dos pacientes quando do diagnóstico e periodicamente

após. O programa de educação em diabetes da enfermaria de Endocrinologia da

Santa Casa de Belo Horizonte (SCBH) consta de uma aula interativa sobre diabetes,

com orientações gerais para o paciente, aplicada na enfermaria de endocrinologia

durante o período de internação hospitalar. Objetivo: Avaliar o impacto do

programa de educação em diabetes da Enfermaria de Endocrinologia da SCBH

sobre o conhecimento dos pacientes diabéticos internados.Métodos: Foram

avaliados 50 pacientes internados para tratamento de complicações de diabetes ou

doenças intercorrentes através de um questionário de conhecimento sobre diabetes

aplicado antes e 2 meses após participarem de uma única aula sobre diabetes. Esta

aula contém noções sobre diabetes, seu manejo e suas complicações, de forma

interativa, com duração aproximada de 60 minutos, ministrada na enfermaria de

Endocrinologia da SCBH. Resultados: Dos 56 pacientes avaliados inicialmente, 50

responderam o segundo questionário (1 paciente não participou da aula, 2 faleceram

e 3 não puderam ser contatados para responder o segundo questionário). As notas

dos questionários antes do programa educativo não diferiram estatisticamente de

acordo com o tempo de diagnóstico de diabetes (p=0,071), mostrando que mesmo

pacientes com diagnóstico há longo prazo necessitam reciclagem nos seus

conhecimentos. Apesar do estresse físico e emocional de uma internação hospitalar,

os pacientes conseguiram adquirir conhecimentos sobre sua doença, melhorando

significativamente sua nota no questionário de conhecimentos sobre diabetes

(p<0,001).A nota final não foi estatisticamente diferente entre os sexos (p=0,16) e

tão pouco quanto ao tempo de diagnóstico de diabetes (p=0,456), mas os portadores

de diabetes tipo 1 obtiveram notas significativamente maiores que as dos diabéticos

tipo 2 após a aula educativa (p=0,003).Conclusão: Um programa educativo

implementado em ambiente hospitalar foi capaz de melhorar os conhecimentos em

diabetes dos pacientes avaliados.

Palavras-chave: Educação em diabetes.Questionários de conhecimento. Internação hospitalar.

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ABSTRACT

Self-management education is an important tool for self-care in diabetic patients and

part of the care of all people with diabetes from around the time of diagnosis and an

ongoing basis, as needed. The educational program of the Endocrinology impatient

setting of Santa Casa de Belo Horizonte, MG, consists of an interactive class of 60

minutes that occurs during the hospitalization period of the diabetic patient.

Objective: The aim of this study was to evaluate the impact of the educational

program of Santa Casa de Belo Horizonte in the knowledge of diabetic patients in an

inpatient setting. Methods: 56 hospitalized patients admitted to treat diabetic

complications or other intercurrent illness were evaluated by a diabetes knowledge

test before and 2 months after participating of an interactive class with diabetes

orientations, its management and complications, with 60 minutes duration, done at

endocrinology inpatient setting. Results: We found that although thought that

hospitalized patients are too ill to learn or retain information or skills, their knowledge

significantly improved after the educational program (p<0,001). There wasn’t any

difference between the notes in the tests before the educational program despite the

time of diagnosis (p=0,071), indicating that even patients with a long time diagnosis

need to improve their knowledge. There wasn’t any difference at the final score

between sex (p=0,160) and time of diagnosis (p=0,456), but type 1 diabetics had

better scores than type 2 diabetics (p=0,003).Conclusion: An educational program

for inpatient setting was able to improve the knowledge in diabetes in evaluated

patients.

Keywords: Diabetes Education. Inpatient Care. Knowledge improvement.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADA – American Diabetes Association – Associação Americana de Diabetes

DKN-A - Diabetes Knowledge Test – Teste de Conhecimento em Diabetes

DM – Diabetes Mellitus

DM1 – Diabetes Mellitus tipo 1

DM2 – Diabetes Mellitus tipo 2

IDF – International Diabetes Federation – Federação Internacional de Diabetes

NICE – National Institute of Health and Care Excellence – Instituto Nacional de Saúde e Excelência em Cuidados

OMS – Organização Mundial de Saúde

SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes

SCBH – Santa Casa de Belo Horizonte

SPSS – Statistical Package for Social Sciences – Pacote Estatístico para Ciências Sociais

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização dos pacientes avaliados ................................................24

Tabela 2: Distribuição do uso de medicamentos durante o período de internação ..24

Tabela 3: Notas dos pacientes distribuídas por domínios de conhecimento antes do

processo educativo.....................................................................................................25

Tabela 4: Distribuição das notas antes da aula de educação por tempo de

diagnóstico de diabetes .............................................................................................25

Tabela 5: Comparação entre as notas pré e pós aula educativa – total e por

domínios de conhecimento. ......................................................................................26

Tabela 6: Comparação do escore final entre os sexos .............................................27

Tabela 7: Comparação do escore final entre os tipos de diabetes ...........................27

Tabela 8: Comparação do escore final de acordo com o tempo de diagnóstico de

diabetes. ....................................................................................................................27

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição dos pacientes ........................................................................23

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................12

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................14

2.1 Diabetes mellitus ..........................................................................................14

2.2 Internações por diabetes .............................................................................15

2.3 Educação em diabetes .................................................................................16

3 OBJETIVO ......................................................................................................18

3.1 Objetivo geral.................................................................................................18

3.2 Objetivos específicos ....................................................................................18

4 METODOLOGIA .............................................................................................19

4.1 Delineamento .................................................................................................19

4.2 Critérios de Inclusão ....................................................................................19

4.3 Critérios de Exclusão ...................................................................................19

4.4 Questionários de Conhecimentos em Diabetes ........................................19

4.5 Aula de Educação em Diabetes ...................................................................21

4.6 Análise Estatística ........................................................................................22

5 RESULTADOS ...............................................................................................23

5.1 Caracterização da Amostra .........................................................................23

5.2 Avaliação do conhecimento prévio sobre diabetes ..................................24

5.3 Avaliação do conhecimento sobre diabetes após o programa de

educação aplicado ..................................................................................................26

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6 DISCUSSÃO ...................................................................................................28

7 CONCLUSÃO..................................................................................................32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................33

ANEXO A - TERMO DE CONHECIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........36

ANEXO B - VERSÃO ADAPTADA DO QUESTIONÁRIO DE

CONHECIMETOS SOBRE DIABETES .....................................................................39

ANEXO C - VERSÃO DO DIABETES KNOWLEDGE QUESTIONNAIRE

TRADUZIDA E VALIDADA PARA O BRASIL ...........................................................44

ANEXO D – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM

PESQUISA ................................................................................................................46

ANEXO E - PROGRAMA DE AULAS DO PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA

PACIENTES DIABÉTICOS INTERNADOS NA ENFERMARIA DE

ENDOCRINOLOGIA DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE .............................48

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1 INTRODUÇÃO

O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica atualmente considerada um grave

problema de saúde pública em todo o mundo. Em 1985, estimava-se haver 30

milhões de adultos com diabetes mellitus no mundo; esse número cresceu para 135

milhões em 1995, atingindo 137 milhões em 2002, com projeção de chegar a 300

milhões em 20301. Segundo a International Diabetes Federation (IDF)2, havia em

2012, 371 milhões de pessoas no mundo portadoras de diabetes com idade entre 20

e 79 anos, já ultrapassando as projeções anteriores para 2030. Ainda segundo a

IDF, o Brasil ocupa a quarta posição entre os países com maior prevalência de

diabetes: 13,4 milhões de pessoas portadoras de diabetes, o que corresponde a

aproximadamente 6,5% da população entre 20 e 79 anos de idade2.

O aumento da prevalência do diabetes, já considerado uma epidemia mundial,está

relacionado ao aumento do sobrepeso, da obesidade e do sedentarismo e seu

impacto na sociedade se deve a morbidade e mortalidade altas. Segundo a

Organização Mundial de Saúde (OMS)3 , se prevê que em 2030 o diabetes se

converta na sétima causa de morte no mundo. Cerca de 80% das mortes por

diabetes são registradas nos países em desenvolvimento em indivíduos entre 35 e

64 anos de idade.

Segundo dados da Vigitel Brasil 2011, no ano de 2010 houve no país 148.452

internações por diabetes mellitus, cerca de 15% a mais que o registrado em 2008,

correspondendo a 78 internações por 100.000 habitantes neste ano e um gasto de

R$87,9 milhões só em internações por diabetes mellitus4.

O tratamento do diabetes envolve uso de medicamentos, além de orientações sobre

alimentação e prática de atividade física e deve ser individualizado para cada

paciente. Os cuidados com o paciente diabético são complexos e requerem a

avaliação de vários tópicos como controle pressórico, metabólico, avaliação dos pés,

além do controle glicêmico. A educação em diabetes é a principal ferramenta para a

garantia do autocuidado e autocontrole por parte do paciente.Existe uma frequente

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frustração por parte dos profissionais de saúde ao constatarem a inabilidade, ou

dificuldade dos seus pacientes no que tange ao seu autocuidado.

Considerando então que a educação em diabetes pode melhorar o controle

glicêmico do paciente e assim, prevenir internações hospitalares, a aquisição de

conhecimentos também teria impacto importante sobre a economia do país4,5.

Uma vez hospitalizado para o tratamento de condições agudas, mesmo submetido a

um estresse físico relacionado à gravidade da doença e também a um estresse

emocional devido à internação em si,a hospitalização representa uma janela de

oportunidades para que possamos acessar os conhecimentos do paciente sobre sua

doença. Neste momento, talvez, o impacto das informações recebidas num processo

educacional poderia ser perdido. Mas, por outro lado, pode ser também o momento

ideal para captar a atenção do paciente e fornecer informações importantes sobre o

autocuidado e não há dados suficientes para avaliarmos a importância da

transmissão de conhecimentos neste momento. Assim, a opção de não aplicar um

programa educacional poderia implicar na perda de uma boa oportunidade em

sensibilizar o paciente para iniciar seu autocuidado, uma vez que, após sua alta não

se sabe em qual oportunidade poderá recebê-lo.

Neste estudo, avaliamos o impacto de uma aula educativa sobre diabetes na

aquisição de conhecimentos sobre sua doença em pacientes diabéticos internados

por qualquer condição.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DIABETES MELLITUS

O diabetes mellitus é conseqüência de um conjunto heterogêneo de distúrbios

metabólicos causados por defeitos na ação ou secreção da insulina, que

apresentam em comum a hiperglicemia. Pode ser classificado em quatro tipos

principais1:

a) DM tipo 1 (DM1): causado por destruição autoimune ou idiopática das células

produtoras de insulina do pâncreas com consequente deficiência de insulina.

Portanto seu tratamento consiste em insulinização imediata;

b) DM tipo 2 (DM2): caracterizado por defeitos na ação e secreção de insulina.

Corresponde a 90% dos casos de diabetes. Seu tratamento consiste em

medicamentos que melhorem a resistência insulínica e/ou estimulem a sua

produção. Grande parte evoluirá com necessidade de insulina exógena;

c) DM gestacional: presença de hiperglicemia com início ou diagnóstico durante

a gravidez, que pode ou não persistir após o parto;

d) Outros tipos específicos de DM: formas menos comuns de DM com outras

causas a serem identificadas.

Segundo os critérios estabelecidos pela ADA (American Diabetes Association)6 o

diagnóstico do paciente pode ser firmado quando ele apresentar um dos seguintes

critérios abaixo:

a) Glicemia ao acaso > 200 mg/dl em pacientes com sintomas clássicos;

b) Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl confirmada em duas ocasiões;

c) Glicemia de 2 horas após teste de sobrecarga oral com 75 g de glicose anidra

> 200mg/dl;

d) Hemoglobina glicada acima de 6,5%.

Os critérios de bom controle glicêmico recomendados pela Sociedade Brasileira de

Diabetes (SBD)1 são:

a) Glicemia de jejum até 130 mg/dl;

b) Glicemia pós-prandial até 180 mg/dl;

c) Hemoglobina glicada até 7% em adultos.

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Em todas as formas de apresentação desta doença a terapia nutricional, a prática de

atividades físicas e a educação para o autocontrole são amplamente recomendados

e eficazes em prevenir as complicações crônicas atribuídas a essa doença.

2.2 Internações por diabetes

Vários estudos demonstram que, apesar dos grandes avanços em conhecimentos

médicos, avanços tecnológicos, novas drogas e novas modalidades terapêuticas,

apenas pequena parte dos pacientes consegue atingir as metas de controle

preconizadas pelas diversas sociedades. Estudo realizado no Brasil7,8 no período de

fevereiro de 2006 a março de 2007 mostrou que um controle glicêmico inadequado

foi encontrado em 75% de 6701 pacientes diabéticos avaliados em várias cidades

brasileiras.

Apesar do registro de 148 452 internações por diabetes no Brasil no ano de 20104,

estima-se que este número seja ainda maior, uma vez que há um sub-registro da

causa da internação como sendo diabetes o diagnóstico principal, ou seja, a

tabulação é normalmente registrada pela co-morbidade que levou à internação:

doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, doença arterial periférica,

amputações ou outras além do descontrole glicêmico5.

Segundo dados do Ministério da Saúde9 no período de 2007 a 2011, 58% das

mortes no Brasil foram devido a doenças crônicas não transmissíveis (doenças do

aparelho circulatório, respiratórias crônicas, diabetes e câncer). No período de 1996

a 2007 houve redução em 31% da mortalidade por doenças circulatórias, 38% da

mortalidade por doenças respiratórias crônicas e aumento de 2% da mortalidade por

diabetes. Esses dados mostram que ainda há muito o que se trabalhar com os

pacientes diabéticos para melhora do controle glicêmico e redução das

complicações crônicas.

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2.3 Educação em diabetes

O diabetes está relacionado com o risco de lesões no coração, olhos, rins, nervos

periféricos e vasos sanguíneos. O bom controle da doença e a educação podem

reduzir o risco destes problemas10,11.Níveis glicêmicos, pressóricos e de colesterol

altos podem piorar o quadro, fazendo do diabetes uma doença de cuidados

complexos e demorados. A importância da adoção de estilo de vida saudável para

evitar estes tipos de complicações causadas pelo diabetes faz da educação parte

central do seu manejo10,11.

A educação para o autocontrole se refere às atividades apresentadas aos pacientes

que incluem informação sobre a doença, promoção de saúde, apoio emocional e

social no intuito de prevenir os efeitos a curto e longo prazo do diabetes. A educação

é essencial e o primeiro passo para o paciente se tornar autônomo no controle da

sua doença. Os componentes críticos da educação básica para diabéticos incluem:

a dieta, medicações orais e insulina, monitorização glicêmica, cuidados com pele e

pés12.

Revisões e meta-análises10,11,13indicam que a educação para o autocontrole foi

efetiva em melhorar os desfechos metabólicos e psicossociais.

Os programas educativos devem prevenir a morte prematura de pacientes com

diabetes, reduzir as internações hospitalares por descompensação glicêmica,

melhorar a qualidade de vida para pacientes com doenças crônicas, ajudar os

pacientes a se recuperar de episódios de doenças ou lesões e assegurar que estas

pessoas tenham uma experiência positiva de seu tratamento. A educação para o

autocontrole também deve assegurar que o paciente diabético possa se

autogerenciar, com consequente mudança de comportamento em relação à sua

doença.

Muito ainda se debate sobre a efetividade desta abordagem num ambiente

hospitalar. Entretanto, num país onde o diagnóstico, controle e educação do

paciente diabético são escassos, qualquer oportunidade de aprendizado deve ser

aproveitada ao máximo, mesmo inferindo-se que o paciente não possa absorver

toda a informação implementada, afirmação sobre a qual não há qualquer

comprovação.

A maioria dos estudos em educação hospitalar focam a formação dos profissionais

que lidam com diabetes.Alguns poucos voltados para os pacientes internados, o

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fizeram de forma individual. Estes estudos avaliaram o impacto da educação no

controle glicêmico e mostraram melhora do controle e do autocuidado, sem

diferenças em relação aos que receberam educação ambulatorial.

Segundo a ADA14, os requisitos a serem abordados em um programa educativo para

o autocontrole são: descrever o processo fisiopatológico do diabetes e as opções de

tratamento; incorporar o manejo nutricional ao estilo de vida; incorporar a atividade

física ao estilo de vida; usar medicações com segurança para o máximo efeito

terapêutico; monitorização da glicemia e outros parâmetros; interpretar o uso e os

resultados para tomada de decisões; prevenir, detectar e tratar complicações

agudas; prevenir, detectar e tratar complicações crônicas; definir estratégias para

conduzir questões psicossociais; desenvolver estratégias pessoais para questões de

saúde e mudanças comportamentais.

O processo educativo é contínuo, deve ser atualizado e revisado por toda a vida do

paciente. Mesmo os pacientes com longo tempo de diagnóstico podem se beneficiar

de programas educativos e contribuir para o aprendizado de outros diabéticos

principalmente quando participam de grupos educativos.

Os pacientes necessitam ter um conhecimento abrangente sobre o diabetes, uma

vez que gastam apenas 5 horas por ano com um profissional de saúde e nas outras

8755 horas do ano devem gerenciar sua doença sozinho15,16.

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3 OBJETIVO

3.1 Objetivo geral

Analisar o impacto sobre o conhecimento de uma aula sobre diabetes, ministrada em ambiente hospitalar para pacientes portadores de diabetes mellitus, através de um questionário sobre conhecimento em diabetes.

3.2 Objetivos específicos

a) Avaliar o conhecimento geral sobre diabetes dos pacientes internados através

de um questionário de conhecimentos sobre diabetes antes e 2 meses após

uma aula educativa ministrada na enfermaria de endocrinologia da SCBH;

b) Avaliar o conhecimento sobre diabetes estratificado por domínios de

conhecimento dos pacientes internados através de um questionário de

conhecimentos sobre diabetes antes e 2 meses após uma aula educativa

ministrada na enfermaria de endocrinologia da SCBH;

c) Comparar as notas dos questionários de conhecimentos sobre diabetes 2

meses após a aula educativa entre os sexos;

d) Comparar as notas dos questionários de conhecimentos sobre diabetes 2

meses após a aula educativa entre os tipos de diabetes;

e) Comparar as notas dos questionários de conhecimentos sobre diabetes antes

e 2 meses após a aula educativa de acordo com o tempo de diagnóstico de

diabetes.

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4 METODOLOGIA

4.1 Delineamento

Trata-se de um estudo prospectivo, de intervenção a curto prazo. Os pacientes

autorizaram sua participação no estudo através da assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE – ANEXO A) . Os pacientes menores de

18 anos que participaram do estudo obtiveram autorização no TCLE também de

seus responsáveis.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Santa Casa de Belo

Horizonte.

4.2 Critérios de inclusão

Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, de qualquer idade, que se

internaram na enfermaria de Endocrinologia da Santa Casa de Belo Horizonte por

qualquer motivo, com diabetes tipo 1 ou tipo 2, num período de 8 meses à partir de

outubro de 2012.

4.3Critérios de exclusão

Os pacientes incapazes de compreender o questionário foram excluídos, assim

como os que estavam internados com condições clínicas tais que dificultassem sua

participação no programa educativo.

4.4 Questionário de conhecimentos em diabetes

À internação, estes pacientes foram submetidos a um questionário (ANEXO B)que

foi elaborado baseado no Diabetes Knowledged Questionnaire17 – DKN-A e na

validação deste questionário para o Brasil18(ANEXO C).Para a adaptação destes

questionários à realidade do paciente internado na Santa Casa de Belo Horizonte,

foram feitas modificações, que se seguem:

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a) questões 1, 4, 5, 9, 10 e 11 foram retiradas da validação do DKN-A feita para

o Brasil18,

b) questão 3 foi modificada da validação do DKN-A feita para o Brasil18 para se

ajustar aos novos critérios diagnósticos de diabetes propostos pela ADA6,

c) questão 7 foi traduzida diretamente do DKN-A 17,

d) questões 6, 8, 12, 13, 14 e 15 foram criadas pelo investigador, baseada

nestes questionários, mas adaptadas para o conteúdo do programa educativo

implantado na Enfermaria de Endocrinologia da Santa Casa de Belo

Horizonte,

e) questão 2, letra (b) foi modificada da validação do questionário DKN-A para o

Brasil pois não usamos glicosúria para controle glicêmico e sim, glicemia

capilar.

Todos os questionários foram aplicados pelo investigador, que leu as perguntas

individualmente para cada paciente, de forma que dificuldades de compreensão da

língua pudessem ser sanadas.

Assim, o questionário ficou com 15 itens de múltipla escolha sobre diferentes

aspectos relacionados ao conhecimento geral de diabetes mellitus: fisiologia básica,

incluindo a ação da insulina; hipoglicemia; grupos de alimentos e substituições;

técnicas de aplicação de insulina; automonitorização e princípios gerais dos

cuidados com a doença.

A escala de medida é de 0-15 e cada item é medido com um escore de (1) para

resposta correta e (0) para incorreta. Os itens de 1 a 15 requerem uma única

resposta correta. Um alto escore indica maior conhecimento sobre diabetes.

Posteriormente, as perguntas dos questionários foram agrupadas em domínios de

conhecimentos, na tentativa de identificar áreas de conhecimento com maiores

dificuldades de aprendizado por parte dos pacientes. Assim, foram selecionados os

seguintes domínios:

a) domínio diagnóstico: perguntas 1, 2 e 3;

b) domínio dieta: perguntas 4, 11,12 e 13;

c) domínio sintomas: perguntas 7 e 8;

d) domínio complicações: perguntas 5 e 15;

e) domínio hipoglicemia: perguntas 9 e 10;

f) domínio controle: perguntas 6, 13 e 14.

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21  

Este tipo de instrumento dá oportunidade aos grupos e aos indivíduos de ampliar

seus níveis de compreensão sobre diabetes e serve para avaliar os programas

educativos, para que possam ser adaptados ao público alvo.

4.5 Aula de Educação em Diabetes

Após o preenchimento do questionário, os pacientes foram encaminhados em uma

única ocasião, em grupos, a uma sala próxima à enfermaria, onde receberam o

conteúdo da aula de educação em diabetes elaborada e implantada para a

enfermaria de Endocrinologia da Santa Casa de Belo Horizonte. Esta aula é

interativas, com recursos áudio-visuais (data show – ANEXO E), adaptadas para a

linguagem e realidade do paciente, com duração de no máximo 60 minutos,

ministrada pelo investigador ou por médicos residentes do serviço (como parte do

treinamento destes médicos, sob supervisão do investigador). Os pacientes eram

motivados a participarem da aula, relatando suas experiências e seus próprios

conhecimentos prévios sobre diabetes.

Esta aula faz parte do programa de residência médica da Clínica de Endocrinologia

da Santa Casa de Belo Horizonte e abordados seguintes temas:

a) conhecimentos gerais sobre a fisiopatologia do DM1 e DM2;

b) principais medicamentos usados para o tratamento do diabetes;

c) noções gerais sobre dieta no paciente diabético;

d) noções gerais sobre atividade física no paciente diabético;

e) aplicação de insulina e automonitorização glicêmica;

f) complicações crônicas e cuidados com os pés;

g) Importância do autocuidado.

Após um período de 2 meses da alta hospitalar,os pacientes foram contatados

individualmente pelo investigador e convidados novamente a responder o

questionário, desta vez por telefone, para avaliar o seu grau de conhecimento

adquirido sobre a doença após o curso de educação em diabetes. O período de 2

meses foi considerado ideal pois o paciente ainda retinha as informações da aula

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assistida e não teria tempo de misturar com outras informações porventura

adquiridas em outros programas educativos ou consultas de controle subsequentes.

Depois de responder o segundo questionário, o investigador discutia com o paciente

as respostas incorretas, reforçando o conteúdo da aula e dando mais orientações

sobre diabetes.

4.6 Análise estatística

Em um primeiro momento, a análise estatística objetivou uma caracterização da

amostra, sendo para isso utilizadas medidas descritivas (média e desvio-padrão,

mediana, mínimo e máximo) para as variáveis quantitativas e distribuições de

freqüências para as variáveis qualitativas. A amostra foi subdividida em dois

momentos: pré e pós aulas informativas sobre diabetes.

Em todos os testes estatísticos utilizados, foi considerado um nível de significância

de 5%. As variáveis foram testadas em relação ao tipo de distribuição e para as

análises utilizamos a classe dos testes não paramétricos, pois a distribuição das

variáveis em questão não seguiu um modelo Normal.

Para comparação dos escores total pré-aula e pós-aula e dos escores estratificados

por domínios pré e pós, que são medidas pareadas, usamos a comparação das

medianas pelo teste de Wilcoxon pois a distribuição não seguiu o modelo Normal.

Para comparação dos escores total pós-aula em relação ao sexo e tipo de diabetes

usamos a comparação das medianas pelo teste de Mann-Whitney(variáveis não

pareadas).

Para comparação dos escores total prévio em relação ao tempo de diabetes

(recodificado em faixas) usamos a comparação das medianas pelo teste de Kruskal-

Wallis.

Para verificar se existe associação entre o tempo de diabetes e o escore prévio

utilizamos a correlação de Spearman. Valores de rho (Coeficiente de correlação de

Spearman) maior ou igual a ± 0,70 representam uma associação forte. O sinal do

coeficiente representa o tipo de relação: (+)relação direta e (-) relação inversa.

As análises foram realizadas no software estatístico SPSS (Statistical Package for

Social Sciences) versão 20.0, 2012.

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23  

5 RESULTADOS

5.1 Caracterização da Amostra

Como pode ser observado na figura 1, no período de outubro de 2012 a maio de

2013 foram selecionados para participar do estudo 56 pacientes que responderam

ao questionário inicial. Cinquenta e cinco pacientes assistiram a aula de educação

em diabetes implementada na Enfermaria de Endocrinologia da Santa Casa de Belo

Horizonte (01 paciente não participou da aula pois estava realizando exame

complementar no momento da aula).

O segundo questionário foi respondido por 50 pacientes, que participaram da análise

estatística do estudo (dois pacientes faleceram e 3 pacientes não puderam ser

contatados para responder o segundo questionário).

Figura 1: Distribuição dos pacientes

56 pacientes responderam ao

questionário

55 pacientes participaram da aula educativa

1 paciente estava em

exame complementar

50 pacientes responderam ao

segundo questionário 1 paciente

faleceu

3 pacientes perderam contato

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A tabela 1 mostra a caracterização dos pacientes . A idade média dos pacientes

avaliados foi de 41,9 anos, variando de 15 a 69 anos.

Tabela 1: Caracterização dos pacientes avaliados

CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES

SEXO Masculino Feminino

n

16 34

%

32,0 68,0

TIPO DE DIABETES DM1 DM2

17 33

34,0 66,0

TEMPO DE DIAGNÓSTICO Até6 meses

7 meses a 5 anos

15 11

30,0 22,0

5 a 10 anos 10 20,0 Acima de 10 anos 14 28,0

TOTAL 50 100,0

A tabela 2 mostra a distribuição do tipo de medicamento usado pelos pacientes durante a internação hospitalar. A alta incidência do uso de insulina nestes pacientes (90%) se justifica por se tratar de pacientes internados por primo-diagnóstico ou com doenças intercorrentes.

Tabela 2: Distribuição do uso de medicamentos durante o período de internação

MEDICAÇÃO EM USO PARA DIABETES

n % Dieta 1 2,0 Insulina 40 80,0 Insulina+ metfomina

5 10,0

Glibenclamida + metformina

3 6,0

Metformina 1 2,0 Total 50 100,0

5.2 Avaliação do conhecimento prévio sobre diabetes

A mediana das notas dos pacientes na avaliação antes da aula foi de 10,5 pontos

(com mínimo de 1 e máximo de 15), com uma proporção de acertos de 70%.

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A tabela 3 mostra as notas dos pacientes na avaliação pré-aula de educação

distribuídas por domínios de conhecimento.

Tabela 3: Notas dos pacientes distribuídas por domínios de conhecimento antes do

processo educativo

Domínios de conhecimento

n Média Mediana Desvio-padrão

Mínimo Máximo

DIAGNÓSTICO 50 2,1 2,0 0,9 0,0 3,0 DIETA 50 2,6 3,0 1,2 0,0 4,0 SINTOMAS 50 1,7 2,0 0,5 0,0 2,0 COMPLICAÇÕES 50 1,5 2,0 0,7 0,0 2,0 HIPOGLICEMIA 50 0,9 1,0 0,8 0,0 2,0 CONTROLE 50 2,0 2,0 1,0 0,0 3,0

A Tabela 4 mostra a nota dos pacientes antes da aula de educação em diabetes,

distribuídas por tempo de diagnóstico de diabetes. Como podemos observar, as

notas dos pacientes não tiveram diferenças estatisticamente significativas, apesar do

tempo de diagnóstico. A correlação de Spearman foi r = 0,320, confirmando que não

há correlação entre o tempo de diagnóstico e a nota antes da aula educativa.

Tabela 4: Distribuição das notas antes da aula de educação por tempo de diagnóstico de diabetes

Tempo de

diagnóstico

n Média Mediana Desvio-

padrão

mínimo máximo

Até 6 meses 15 8,07 8,0 3,8 1,0 14,0

7 meses a 5

anos

11 10,6 10,0 2,6 5,0 15,0

5 a 10 anos 10 11,2 13,0 3,3 6,0 15,0

Mais de 10

anos

14 11,2 11,0 2,1 7,0 14,0

* Teste Kruskal- Wallis – p=0,071

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5.3 Avaliação do conhecimento sobre diabetes após o programa de educação

aplicado

A mediana do escore final dos pacientes na avaliação após 2 meses do programa

educativo foi de 13 pontos (variando de 5 a 15 pontos), com proporção de 80% de

acertos. Esta diferença entre a nota total inicial e final dos pacientes atingiu

significância estatística, com p < 0.001 (tabela 5). Significância estatística também

foi observada quando separamos por domínios de conhecimento, exceto no domínio

sintomas.

Tabela 5: Comparação entre as notas pré e pós-aula educativa – total e por domínios de conhecimentos

COMPARAÇÃO PRÉ E PÓS AULA n MÉDIA MEDIANA DESVIO -

PADRÃO MÍNIMO MÁXIMO VALOR p*

ESCORE FINAL PRÉ 50 10,1 10,5 3,3 1,0 15,0 <0,001 ESCORE FINAL PÓS 50 12,3 13,0 2,4 5,0 15,0

DOMINIOS DIAGNÓSTICO PRÉ 50 2,1 2,0 0,9 0,0 3,0

<0,001 DIAGNÓSTICO POS 50 2,5 3,0 0,6 1,0 3,0 DIETA PRE 50 2,6 3,0 1,2 0,0 4,0

<0,001 DIETA POS 50 3,1 3,0 0,9 1,0 4,0 SINTOMAS PRE 50 1,7 2,0 0,5 0,0 2,0

0,152 SINTOMAS POS 50 1,9 2,0 0,5 0,0 2,0 COMPLICAÇÕES PRE

50 1,5 2,0 0,7 0,0 2,0 0,009

COMPLICAÇÕES POS

50 1,8 2,0 0,5 0,0 2,0

HIPOGLICEMIA PRE 50 0,9 1,0 0,8 0,0 2,0 <0,001 HIPOGLICEMIA PÓS 50 1,4 1,5 0,6 0,0 2,0

CONTROLE PRÉ 50 2,0 2,0 1,0 0,0 3,0 0,020 CONTROLE POS 50 2,3 3,0 0,9 0,0 3,0

* Teste de Wilcoxon

Na tentativa de avaliar se a melhora do grau de conhecimento se relacionou com

algumas variáveis como sexo, tipo de diabetes e tempo de diagnóstico,

prosseguimos análises estatísticas adequadas, e os resultados são observados

respectivamente nas tabelas 6, 7 e 8. Somente o tipo de diabetes apresentou

diferença significativa: os portadores de DM1 obtiveram melhores escores na

avaliação pós aula educativa em comparação com os escores obtidos pelos

pacientes com DM2 (tabela 7).

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Tabela 6: Comparação do escore final entre os sexos.

ESCORE FINAL PÓS AULA FEMININO MASCULINO N 34 16 MÉDIA 12,7 11,3 MEDIANA 13,0 11,5 DESVIO-PADRÃO 1,8 3,02 MÍNIMO 6,00 5,00 MÁXIMO 15,00 15,00

* p =0,160, Teste de Mann-Whitney

Tabela 7: Comparação do escore final entre os tipos de diabetes

ESCORE FINAL PÓS AULA DM1 DM2 N 17 33 MÉDIA 13,4 11,6 MEDIANA 14,0 12,0 DESVIO-PADRÃO 1,8 2,3 MÍNIMO 8,0 5,0 MÁXIMO 15,0 15,0

* p= 0,003, Teste de Mann-Whitney

Tabela 8: Comparação do escore final de acordo com o tempo de diagnóstico de

diabetes

ESCORE FINAL PÓS-AULA TEMPO DE DIAGNÓSTICO DE DIABETES

Até 6 meses 7 meses a 5 anos

5 a 10 anos Mais de 10 anos

N 15 11 10 14MÉDIA 11,9 12,1 12,5 12,5MEDIANA 13,0 13,0 13,5 13,0DESVIO-PADRÃO

2,2 2,6 2,7 2,2

MÍNIMO 7,0 5,0 8,0 6,0MÁXIMO 15,0 15,0 15,0 15,0* p=0,456, Teste de Kruskal Wallis

A correlação de Spearman (r= 0,073) reafirma que não houve associação entre o tempo de diagnóstico e o escore final no questionário.

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28  

6 DISCUSSÃO

A educação em diabetes é o processo através do qual o paciente adquire

ferramentas para gerenciar o seu controle e evitar o aparecimento das complicações

da doença, sobretudo, procurando qualidade de vida. Os cuidados com o diabetes

são complexos e trazem grandes implicações para os diabéticos e seus cuidadores.

A habilidade do paciente em se autogerenciar é fundamental, afinal, como

ressaltado anteriormente, esses indivíduos passam apenas 5 horas por ano com um

profissional de saúde e são responsáveis por gerenciar sozinhos, ou com seus

familiares, sua própria doença. A necessidade das várias mudanças na rotina e no

estilo de vida, os efeitos colaterais da terapia empregada e as dificuldades com a

monitorização fazem da educação parte fundamental do tratamento da doença14.

Segundo dados de Mendes e Colaboradores7,8, no Brasil,apenas 25% dos pacientes

apresentavam controle glicêmico adequado. Esta situação não é exclusiva do nosso

país20,21, e já se demonstrou que a educação em diabetes pode contribuir para

melhora desde quadro10,11,13.

Neste estudo foi avaliado se um programa educativo implementado em um ambiente

hospitalar seria capaz de melhorar os conhecimentos em diabetes, uma vez que

pacientes internados por intercorrências agudas de doenças crônicas poderiam

perder a capacidade de fixar o conhecimento.

O NICE (National Institute of Health and Care Excellence), um programa do Reino

Unido que avalia a excelência dos programas educativos em diabetes, ofereceu um

curso de educação para pacientes diabéticos e constatou que 40% destes não o

fizeram por motivos como hora ou local inadequados22. Entretanto, a internação

hospitalar se mostra um momento em que o paciente está disponível e mais

sensível a receber informações que possam melhorar sua doença e seu

autocuidado.

A maioria dos estudos publicados relacionados em educação de pacientes

internados foi direcionada para médicos, médicos residentes e enfermagem, ou seja,

melhorar a educação oferecida aos pacientes partindo de programas ou ferramentas

educacionais direcionadas para o educador23,24,25,26.

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Jasinki e cols.27 avaliaram um programa educacional de autocuidados para

diabéticos tipo 1, recém-diagnosticados, implementado em ambiente hospitalar

comparado com ambulatorial. Neste estudo, os autores não observaram diferenças

significativas entre os grupos quanto aos desfechos metabólicos.

Roman e cols. 28, avaliando o impacto de intervenções para melhorar o cuidado de

pacientes diabéticos internados, observaram que cerca de 40% dos pacientes

avaliados tinham deficiências de conhecimentos em diabetes identificadas.

Entretanto, até 74% destes reportavam a falta de informações sobre autocuidados

antes da alta hospitalar.

Wexler e cols 29avaliaram um grupo de pacientes diabéticos tipo 2 internados por

outras causas que receberam educação em ambiente hospitalar e comparou com

um grupo de pacientes com cuidados usuais. Foi observado que houve melhora da

hemoglobina glicada apenas nos pacientes que iniciaram o uso da insulina durante a

internação em relação ao grupo controle, mas nos pacientes que já eram usuários

crônicos de insulina, não houve diferença no controle metabólico entre os grupos de

educação hospitalar e cuidados usuais.

No presente estudo, não foi avaliado desfecho metabólico mas sim inserção de

conhecimento, através de um questionário pré e pós aulas interativas sobre

diabetes.

Observou-se que a nota dos pacientes antes da aula não diferiu segundo o tempo

de diagnóstico, mostrando que apesar dos anos de doença, os pacientes podem

ampliar e/ou reiterar seus conhecimentos para melhoria do seu controle.

Após a administração das aulas educativas, as notas obtidas no questionário foram

maiores que as notas obtidas antes da aula de educação. Isto demonstra que um

programa simples de aulas, implantado em ambiente hospitalar, pode contribuir

para melhorar o conhecimento sobre a doença.

Embora não se tenha avaliado, neste estudo, o impacto da aquisição de

conhecimentos na melhora do controle glicêmico ou na redução de episódios de re-

internação, outros estudos 10,11,30 já mostraram que o processo educativo é capaz

de impactar positivamente no controle glicêmico e contribuir para melhora da

qualidade de vida desses indivíduos.

Healy e cols31 avaliaram o impacto de um programa educacional dirigido para

pacientes internados e observaram que a educação foi independentemente

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associada com redução da frequência de re-internação hospitalar por todas as

causas em 30 e 180 dias31.

Quando avaliamos o questionário por domínios de conhecimento, em todos os

domínios observou-se melhora significativa da nota pós-aula educativa, exceto no

domínio sintomas. Entretanto, neste domínio a porcentagem de acerto já era alta no

momento pré-aula, provavelmente por terem maior facilidade em identificar os

sintomas quando descompensados.

O domínio de maior dificuldade foi o domínio hipoglicemia, como observado na

tabela 3. A importância de se identificar uma área de pouco conhecimento é

justamente poder direcionar melhorias nesse quesito no programa educativo.

Estes resultados não podem ser confrontados por outros estudos uma vez que não

foram encontrados na literatura estudos com desenho semelhante.

Rubin e cols30 observaram que a educação pode promover benefícios no

autocuidado a longo prazo, no controle metabólico e no status emocional do

paciente, porém essa melhora não foi relacionada como sexo, tempo de diabetes e

grau de instrução.

O aproveitamento pós-aula no nosso estudo não foi diferente entre os sexos ou

tempo de diabetes. Os pacientes portadores de DM1 obtiveram notas no pós-aula

significativamente maiores que nos portadores de DM2. Os outros estudos avaliaram

DM1 e DM2 separadamente e não houve comparação entre eles. O fato dos

pacientes portadores de DM1 serem mais jovens, mais dinâmicos e a doença ser de

maior impacto, com mais complicações agudas, justifica a necessidade destes

pacientes aprofundarem mais nos conhecimentos sobre a sua doença.

Uma das limitações do estudo a ser considerada foi não ter sido avaliada a

escolaridade dos pacientes, mas a aplicação do questionário pelo investigador e

explanação das dificuldades na língua minimizou qualquer dificuldade de

compreensão. As aulas eram interativas e os pacientes tiveram oportunidades de

sanar as suas dúvidas no decorrer das aulas. Eles eram estimulados a participarem

das aulas, dando suas opiniões, mostrando para os outros pacientes seus

conhecimentos prévios, retirando suas dúvidas.

A utilização de questionários de conhecimentos em diabetes, além de mostrar a

efetividade de um programa de educação em ambiente hospitalar pode gerar

ferramentas importantes para o aprimoramento do programa educativo e reciclagem

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31  

da equipe de educadores, contribuindo assim para a melhora do contexto diabético:

controle metabólico, risco de complicações e custo com esta doença crônica que

tem se tornado uma epidemia mundial.

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32  

7 CONCLUSÃO

A implementação de um programa de educação em diabetes em ambiente hospitalar

se mostrou eficaz tanto em melhorar o conhecimento dos pacientes previamente

diabéticos sobre sua doença, quanto na aquisição de conhecimentos pelos

pacientes recém diagnosticados. Mesmo em face do estresse físico e emocional

causados por uma internação, o programa se mostrou uma valiosa oportunidade

para o conhecimento sobre esta doença tão impactante que afeta a saúde e a

qualidade de vida de milhões de indivíduos.

A educação em diabetes é um passo fundamental no controle da doença, assim

sendo, espera-se que os conhecimentos adquiridos por esses pacientes possam

beneficiá-los no curso da doença, ao longo da vida.

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32 Nettles AT. Patient Education in the Hospital. Diabetes Spectrum, 2005: 18 (1):44-48.

33 Zrebiec JA. National Study of the Certified Diabetes Educator: Report on a Job Analysis Conducted by the National Certification Board for Diabetes Educators. Diabetes Spectrum, 2005; 18(3):181-185.

34 SpollettGR. Moving Toward Excellence in the Care of Hospitalized Patients With Diabetes. Diabetes Spectrum, 2005; 18 (1): 18-19.

35 Tibbtts CJ. Diabetes Self-Management Education: A Saga of Angels and Demons. Diabetes Spectrum, 2006; 19(1):54-57.

36 Torres, HC, Franco LJ, Stradioto MA, Hortale VA, Schall VT.. Avaliação estratégica de educação em grupo e individual no programa educativo em diabetes. Rev Saúde Pública, 2009; 43(2):291-298.

37 Oliveira KCS, Zanetti ML.Knowledge and attitudes of patients with diabetes mellitus in a primary health care system. Rev Esc Enferm USP,2011; 45(4):860-5.

38 Daly A,Powers MA. Medical Nutrition Therapy. In: Theraphy for Diabetes Mellitus and Related Disorders. American Diabetes Association, 5th Edition, 2009 p. 167-178.

39 Horton ES.Exercice. In: Theraphy for Diabetes Mellitus and Related Disorders. American Diabetes Association, 5th Edition, 2009 p. 192-200.

40 Torres HC, Pace AE, Stradioto MA. Análise sociodemográfica e clínica de indivíduos com diabetes tipo 2 e sua relação com autocuidado. Cogitare Engerm, 2010 Jan/Mar; 15(1) 48-54.

41 Torres HC, Rozemberg B, Amaral MA, Bodstein RCA. Perceptions of primary healthcare professionals towards their role in type 2 diabetes mellitus patient education in Brazil. BMC Public Health, 2010; 10:583. Disponível em: <www.biomedcentral.com/1471-2458/10/583>.

42 American Diabetes Association. Diabetes in the hospital: taking charge. Diabetes Spectrum/Patient Information. 2005, Jan; 18 (1):49-50.

43 Duke SA, Colaguire S, Colaguire R. Individual patient education for people with type 2 diabetes mellitus. The Cochrane database of systematic reviews, 2009; (1):CD005268.

44 International Diabetes Federation. Global Guideline for type 2 diabetes, IDF. 2012. Disponível em: <www.idf.org/global-guideline-type-2-diabetes-2012>.

45 Debussche X, Rollot O, Le Pommelet C et al. Quarterly individual outpatients lifestyle counseling after initial inpatients education on type 2 diabetes: the REDIA Prev-2 randomized controlled trial in Reunion Island. Diabetes Metab. 2012 Feb;38(1):46-53.

46 Khunti K, Gray LJ, Skinner T et al. Effectiveness of a diabetes education and self-management programme (DESMOND) for people with newly diagnosed type 2 diabetes mellitus: three year follow-up of a cluster randomized controlled trial in primary care. BMJ, 2012; 344. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1136/bmj.c4093> .

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ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Avaliação de um programa de educação em diabetes em

ambiente hospitalar para pacientes internados

Prezado Senhor (a),

Este Termo de Consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao

pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas

completamente.

1 INTRODUÇÃO

Você está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa que estudará se os

seus conhecimentos sobre diabetes podem aumentar se você participar de um curso

sobre diabetes durante sua internação hospitalar. Você foi selecionado por estar

internado na enfermaria de Endocrinologia da Santa Casa de Belo Horizonte e ser

diabético. A sua participação no estudo não é obrigatória e você continuará a

receber o tratamento adequado, mesmo que não queira participar.

Já se sabe que é muito importante para o paciente diabético conhecer sobre sua

doença e como controlá-la, e isso pode levar a um melhor controle da glicose e pode

diminuir o risco do paciente diabético ter complicações relacionadas com o diabetes.

O objetivo do projeto é mostrar que este curso de diabetes oferecido na Enfermaria

de Endocrinologia da Santa Casa de Belo Horizonte está sendo efetivo em ensinar

ao paciente a cuidar da sua doença e se é necessário fazer melhorias no curso.

2 PROCEDIMENTOS DO ESTUDO

Para participar deste estudo solicito a sua especial colaboração em responder a um

questionário com seus conhecimentos atuais sobre diabetes. Depois você irá

participar do curso de diabetes durante a sua internação hospitalar. Daqui a 2 meses

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37  

você será convidado a responder este questionário novamente para avaliarmos o

quanto você conseguiu aprender com o curso.

3 RISCOS E DESCONFORTO

Este procedimento não apresenta nenhum risco para sua saúde e você não sofrerá

nenhum prejuízo se não quiser participar do estudo.

4 BENEFÍCIOS

Espera-se que, com este curso sobre diabetes você aprenda um pouco mais sobre o

que é diabetes, quais os tipos de tratamento disponíveis, como aplicar insulina e

controlar sua glicose, orientações sobre alimentação e exercícios físicos e como

cuidar dos seus pés. Como resultado deste estudo, esperamos avaliar se os

pacientes estão conseguindo aprender sobre sua doença com o curso e o que

podemos modificar no curso para o melhor aproveitamento dos pacientes.

5 TRATAMENTO ALTERNATIVO

Se você decidir não participar deste estudo, o seu tratamento não será alterado, ou

seja, você continuará a receber o melhor tratamento disponível para o controle de

sua doença, independente de você participar ou não do estudo.

6 CUSTOS/REEMBOLSO

Você não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo e também não

receberá pagamento pelo mesmo.

7 CARÁTER CONFIDENCIAL DOS REGISTROS

A sua identidade será mantida em sigilo. Os resultados do estudo serão sempre

apresentados como o retrato de um grupo e não de uma pessoa. Dessa forma, você

não será identificado quando o questionário de seu registro for utilizado, seja para

propósitos de publicação científica ou educativa.

8 PARTICIPAÇÃO

Sua participação neste estudo é muito importante e voluntária. Você tem o direito de

não querer participar ou de sair deste estudo a qualquer momento, sem penalidades

ou perda de qualquer benefício ou cuidados a que tenha direito nesta instituição.

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38  

Você também pode ser desligado do estudo a qualquer momento sem o seu

consentimento nas seguintes situações: (a) caso você não siga adequadamente as

orientações do estudo; (b) caso o estudo termine antes da hora de você responder o

segundo questionário. Em caso de você decidir retirar-se do estudo, favor notificar o

profissional e/ou pesquisador que esteja atendendo-o.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Santa Casa de Belo

Horizonte, e você poderá tirar as dúvidas sobre quaisquer questões éticas, pelo

telefone 3238 8933 .

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo poderão fornecer qualquer

esclarecimento sobre o estudo, assim como tirar dúvidas, bastando contato no

seguinte endereço e/ou telefone:

Nome do pesquisador: Dra. Flávia Coimbra Pontes Maia

Endereço: Av. Francisco Salles, 1111 – 1º. Andar - CEPCEM

Telefone: (31) 32130836

Email: [email protected]

9 DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO

Li as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de

consentimento. Declaro que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste

estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para

todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma cópia deste Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Compreendo que sou livre para me retirar do

estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra

penalidade.

Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade para participar deste estudo.

___________________________________

Nome do participante (em letra de forma)

______________________________________________ _____________

Assinatura do participante ou representante legal Data

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39  

ANEXO B

VERSÃO ADAPTADA DO QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTOS SOBRE O

DIABETES

NOME: DATA:

DATA DE NASCIMENTO:

ENDEREÇO:

TELEFONE DE CONTATO:

TIPO DE DIABETES:

QUANDO FICOU SABENDO QUE TEM DIABETES:

MEDICAÇÃO EM USO PARA TRATAR O DIABETES:

PRESENÇA DE OUTRAS DOENÇAS:

1. No diabetes SEM CONTROLE, o açúcar no sangue é:

A. Normal

B. Alto

C. Baixo

D. Não sei.

INSTRUÇÕES: Este é um pequeno questionário para descobrir o quanto você sabe sobre diabetes. Se você souber a resposta CERTA, faça um círculo em volta da letra na frente dela. Se você não souber a resposta certa, faça um círculo em volta da letra a frente de “NÃO SEI”.

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2. Qual destas afirmações é VERDADEIRA?

A. Não importa se seu diabetes não está sob controle, desde que você não

entre em coma.

B. É melhor apresentar o nível de açúcar no sangue ficar acima de 200 mg/dl

para evitar a hipoglicemia.

C. O controle mal feito do diabetes pode resultar numa chance maior de

complicações mais tarde.

D. Não sei.

3. A faixa de variação NORMAL de glicose no sangue é de:

A. 70 –99 mg/dl

B. 99-126 mg/dl

C. 50 –200 mg/dl

D. Não sei

4. O arroz é composto principalmente de:

A. Proteínas

B. Carboidratos

C. Gordura

D. Minerais e vitaminas

E. Não sei.

5. Quais das possíveis complicações abaixo NÃO estão geralmente associados

à diabetes

A. Alterações na visão.

B. Alterações nos rins.

C. Alterações nos pulmões.

D. Não sei.

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6. Marque a opção VERDADEIRA sobre o acompanhamento do diabetes:

A. Devemos manter o controle trimestral com realização de glicohemoglobina

3-4 vezes ao ano e exame de fundo de olho uma vez ao ano.

B. Devemos procurar o médico só quando começar a ter sintomas.

C. O controle da hipertensão e do colesterol não são importantes para o

paciente diabético.

D. Não sei.

7. O que uma pessoa pode sentir quando seus níveis de açúcar no sangue

estão altos?

A. Dor de barriga e dor de cabeça

B. Urina mais que o comum e sente boca seca

C. Dor no peito

D. Não sei

8. O que uma pessoa pode sentir quando seus níveis de açúcar no sangue

estão baixos?

A. Dor de barriga e dor de cabeça

B. Urina mais que o comum e sente a boca seca

C. Suor frio, tremores, sensação de fome e tonteira

D. Não sei

9. A hipoglicemia (queda do açúcar no sangue) é causada por:

A. Excesso de insulina

B. Pouca insulina

C. Pouco exercício

D. Não sei.

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10. Se você sente que a hipoglicemia está começando, você deve:

A. Tomar insulina ou medicamento oral imediatamente.

B. Deitar-se e descansar imediatamente.

C. Comer ou beber algo doce imediatamente.

D. Não sei.

11. Você pode comer o quanto quiser dos seguintes ALIMENTOS:

A. Laranja ou manga

B. Alface, tomate e agrião

C. Arroz ou Angu

D. Mel

E. Não sei.

12. Quais dos alimentos abaixo pode aumentar mais os níveis de glicose no seu

sangue?

A. Bolo comum

B. Batata

C. Um prato de legumes

D. Não sei

13. Marque a frase abaixo que você considera VERDADEIRA:

A. O paciente com diabetes não pode comer nenhum alimento que “vem

debaixo da terra”.

B. O bom controle da glicose é capaz de prevenir as complicações do

diabetes, como cegueira, insuficiência renal e infarto.

C. O paciente com diabetes não pode praticar exercícios pois pode passar

mal.

D. Não sei

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14. Marque a frase abaixo que você considera VERDADEIRA:

A. O diabético não deve usar aparelhos para medir a glicemia na ponta do

dedo porque eles não são confiáveis.

B. A insulina só pode ser aplicada por enfermeiras pois deve ser feita “na

veia”.

C. Os comprimidos para tratar o diabetes também podem causar queda de

glicose no sangue se usados de maneira inadequada ou se o paciente não

fizer uma das refeições.

D. Não sei.

15. Em relação aos cuidados com os pés, os pacientes diabéticos devem: A. Usar sandálias ou andar descalços, pois os sapatos fechados podem

machucar os pés.

B. colocar os pés de molho em água quente

C. Sempre secar bem os pés após o banho e examiná-los a procura de algum

machucado.

D. Não sei

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ANEXO C – VERSÃO DO DIABETES KNOWLWDGE QUESTIONNAIRE

TRADUZIDA E VALIDADA PARA O BRASIL 18

01. Na diabete SEM CONTROLE, o açúcar no sangue é:

A. Normal B. Alto C. Baixo D. Não sei.

02. Qual destas afirmações é VERDADEIRA?

a. Não importa se a sua diabete não

está sob controle, desde que você não entre em coma.

b. É melhor apresentar um pouco de açúcar na urina para evitar a hipoglicemia.

c. O controle mal feito da diabete pode resultar numa chance maior de complicações mais tarde.

d. Não sei.

03. A faixa de variação NORMAL de glicose no sangue é de:

a. 70 –110 mg/dl b. 70 –140 mg/dl c. 50 –200 mg/dl d. Não sei

04. A manteiga é composta principalmente de:

a. Proteínas b. Carboidratos c. Gordura d. Minerais e vitaminas e. Não sei.

05. O arroz é composto principalmente

de:

a. Proteínas b. Carboidratos c. Gordura d. Minerais e vitaminas e. Não sei.

06. A presença de cetonas na urina é:

a. Um bom sinal. b. Um mau sinal. c. Encontrado normalmente em

quem tem diabete. d. Não sei.

07. Quais das possíveis complicações

abaixo NÃO estão geralmente associados à diabete

a. Alterações na visão. b. Alterações nos rins. c. Alterações nos pulmões. d. Não sei.

ANEXO B

Versão Brasileira do questionário Escala de Conhecimento de Diabete – Formulário A

Idade: Sexo: ()M ()F Data: Há quanto tempo você tem diabete? Como ela é tratada? (marque um)· (a) Dieta (b) Dieta e Hipoglicemiante Oral (c) Dieta e Insulina INSTRUÇÕES: Este é um pequeno questionário para descobrir o quanto você sabe sobre

diabete. Se você souber a resposta certa, faça um círculo em volta da letra na frente dela.

Se você não souber a resposta, faça um círculo em volta da letra a frente de “Não sei”.

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08. Se uma pessoa que está tomando insulina apresenta uma taxa alta de açúcar no sangue ou na urina, assim como presença de cetonas, ela deve:

a. Aumentar a insulina. b. Diminuir a insulina. c. Manter a mesma quantidade de

insulina e a mesma dieta, e fazer um exame de sangue e de urina mais tarde.

d. Não sei.

09. Se uma pessoa com diabete está tomando insulina e fica doente ou não consegue comer a dieta receitada:

a. Ela deve parar de tomar insulina

imediatamente. b. Ela deve continuar a tomar

insulina. c. Ela deve usar hipoglicemiante oral

para diabete em vez da insulina. d. Não sei.

10. Se você sente que a hipoglicemia está

começando, você deve:

a. Tomar insulina ou hipoglicemiante oral imediatamente.

b. Deitar-se e descansar imediatamente.

c. Comer ou beber algo doce imediatamente.

d. Não sei.

11. Você pode comer o quanto quiser dos seguintes ALIMENTOS:

a. Maçã b. Alface e Agrião c. Carne d. Mel e. Não sei.

12. A hipoglicemia é causada por:

a. Excesso de insulina b. Pouca insulina c. Pouco exercício d. Não sei.

PARA AS PRÓXIMAS PERGUNTAS,

HAVERÁ 2 RESPOSTAS CERTAS.

MARQUE-AS

13. Um QUILO é:

a. Uma unidade de peso. b. Igual a 1000 gramas. c. Uma unidade de energia. d. Um pouco mais que duas

gramas. e. Não sei.

14. Duas das seguintes substituições são

corretas:

a. Um pão francês é igual a quatro (4) biscoitos de água e sal

b. Um ovo é igual a uma porção de carne moída

c. Um copo de leite é igual a um copo de suco de laranja

d. Uma sopa de macarrão é igual a uma sopa de legumes

e. Não sei.

15. Se eu não estiver com vontade de comer o pão francês permitido na minha dieta para o café da manhã, eu posso:

a. Comer quatro (4) biscoitos

de água e sal b. Trocar por dois (2) pães de

queijo médios c. Comer uma fatia de queijo d. Deixar pra lá e. Não sei.

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ANEXO D – PARECER CONSUBSTÂNCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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 500 

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511 

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522 

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533 

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