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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação Avaliação do Desempenho Físico e Funcional Respiratório em Portadores de Obesidade. KADMA KARÊNINA DAMASCENO SOARES São Paulo 2010

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação

Avaliação do Desempenho Físico e Funcional Respiratório em Portadores de Obesidade.

KADMA KARÊNINA DAMASCENO SOARES

 

São Paulo 2010

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UNINOVE Mestrado em Ciências da Reabilitação   

KADMA KARÊNINA DAMASCENO SOARES

Avaliação do Desempenho Físico e Funcional Respiratório em Portadores de Obesidade.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho para obtenção do título de mestre, em Ciências da Reabilitação.

Orientador: Prof. Dr. Dirceu Costa

São Paulo 2010

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FICHA CATALOGRAFICA

Soares, Kadma Karênina Damasceno

Avaliação do desempenho físico e funcional respiratório em portadores de obesidade. / Kadma Karênina Damasceno. 2010.

53 f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2010.

Orientador (a): Prof. Dr. Dirceu Costa

1. Obesidade. 2. Teste de esforço. 3. Reabilitação. 4. Qualidade de vida.

CDU 615.8

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III  

DEDICATÓRIA

Aos meus pais (Jeová e Maristela), por sempre acreditar que tudo isso um dia se tornaria verdade.

Ao meu esposo Maurício, meu grande amor.

Aos meus irmãos Kadidja e Angelo, pelo constate apoio.

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IV  

AGRADECIMENTOS

A Deus por tornar um sonho em realidade e me dar forças para lutar por ele.

Aos meus pais, pelo amor incondicional, pela confiança, pela dedicação e exemplos de ser humano.

Aos meus irmãos, Kadidja e Angelo, pelo constante incentivo, principalmente diante das dificuldades.

A Maurício, pelo incentivo.

Ao Professor Dirceu, pela oportunidade concedida e por acreditar no meu sonho. É uma honra tê-lo como orientador.

Ao professor Vicente, por ter propiciado o início deste estudo.

Aos meus sogros (Edgar e Cecília) por sempre me apoiarem.

Aos meus cunhados, Júnior e Karol, por sempre torcerem por mim.

Ao Dr. Alceu, Adriano, Renata, Adorísio, Carol, pela disponibilidade.

Ao meu melhor amigo Filipe, que mesmo morando tão longe me fortalece sempre.

À minha querida amiga Sara Franco, pelas palavras de incentivo e pela honra da amizade.

À minha amiga Évelim, pela ajuda, sempre que precisei.

Às minhas queridas amigas do mestrado Taiana e Sara Rodrigues.

À Fernanda, Marina e Flávia pela constante ajuda.

Aos professores do Mestrado, em especial: Luciana Malosá e Sandra Kalil Bussadori.

Aos meus queridos: Valdir, Patrícia, Geane, Michelle e Israel por me proporcionarem momentos de aprendizado.

Aos pacientes, por favorecerem a concretização deste sonho.

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V  

RESUMO

O desempenho físico em obesos tem-se tornado importante ferramenta na

avaliação de cirurgia bariátrica. Contudo, há escassez de estudos avaliando

testes de campo e qualidade de vida de obesos. Assim, foi objetivo desse

artigo: analisar o TC6’ e SWT, explorando também a cirtometria

tóracoabdominal, espirometria, medidas da força muscular respiratória e

respostas aos questionários HAQ-20 e SF-36. Foram avaliados 35 obesos, 13

de grau II e 22 grau III, aleatória e consecutivamente, quanto à: cirtometria

tóracoabdominal, espirometria, força muscular respiratória, TC6’, SWT, HAQ-

20 e SF-36. Na amplitude de movimento tóracoabdominal, constatou-se maior

mobilidade no nível axilar; não se constatou diferença significativa na

espirometria. Quanto à força muscular respiratória, verificou-se diferenças

significativas entre medidas obtidas e previstas. Também se verificou diferença

significativa entre a distância percorrida no SWT (282 ±210m nos obesos grau

II e 219 ±119m nos obesos grau III) e as respectivas distâncias previstas (485

±77 nos obesos grau II e 456± 91 nos de grau III). Ainda, constatou-se

diferença significativa entre a distância percorrida no SWT (294±161) e TC6’

(489±129). No HAQ-20, obteve-se uma mediana de 1. No SF-36, obteve-se

mediana de 48 (grau II) e 49 (grau III). A amplitude tóracoabdominal é

semelhante, sendo maior no nível axilar que no abdominal, enquanto não

houve alterações das variáveis espirométricas. A força muscular respiratória

apresentou-se inferior aos valores previstos. A capacidade funcional foi menor

em obesos grau III e maior no TC6’ frente ao SWT. Constatou-se também

alterações da capacidade funcional e qualidade de vida.

Palavras Chave: Obesidade; Teste de esforço; Caminhada; Qualidade de vida.

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VI  

ABSTRACT

The physical performance in obeses has become important tool in the

evaluation of bariatric surgery. However, there are only a few studies evaluating

field tests and quality of life in obeses. Thus, the objective of this article was: to

analyze TC6' and SWT, also exploring the thoracoabdominal circumference,

spirometry, measures of the respiratory muscle strenght and answers to

questionnaires HAQ-20 and SF-36. 35 obeses, been 13 degree II and 22

degree III were evaluated, randomly and consecutively, in: thoracoabdominal

circumference, spirometry, respiratory muscle strenght, TC6', SWT, HAQ-20

and SF-36. In the thoracoabdominal movement amplitude, a bigger mobility in

the axillary level was evidenced; significant difference in the espirometry was

not found. Analysin the respiratory muscle strenght, significant differences

between obtained and expected measures were found. Also, it was verified

significant difference between the distance walked in the SWT (282±210m in

the obeses degree II and 219±119m in obeses degree III) and the respective

expected distances (485±77 in obeses degree II and 456±91 in obeses degree

III). Moreover, significant difference was evidenced between the distance

walked in SWT (294±161) and TC6' (489±129). In the HAQ-20, a medium of 1

was found. In the SF-36, it was found medium of 48 (degree II) and 49 (degree

III). The thoracoabdominal circumference is similar, being bigger in the axillary

level than in the abdominal one, while there was no alterations of the

espirometrics variables. The respiratory muscle strenght was inferior to the

expected values. The functional capacity was lower in obeses degree III and

greater in the TC6' compared to the SWT. I was also evidenced alterations of

the functional capacity and quality of life in the obeses.

Key words: Obesity; Exercise test; Walking; Quality of life.

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VII  

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA............................................................................................ III

AGRADECIMENTOS.................................................................................. IV

RESUMO..................................................................................................... V

ABSTRACT................................................................................................. VI

LISTA DE TABELAS................................................................................... VIII

LISTA DE FIGURAS................................................................................... IX

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS............................................... X

1. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................... 12

2. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................... 15

2.1 CÁLCULO AMOSTRAL................................................................... 15

2.2. PROTOCOLO EXPERIMENTAL..................................................... 16

2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................. 19

3. RESULTADOS........................................................................................ 21

4. DISCUSSÃO............................................................................................ 28

5. LIMITAÇÕES DO ESTUDO.................................................................... 35

6. CONCLUSÃO.......................................................................................... 36

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 38

8. ANEXOS.................................................................................................. 43

8.1 APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA................... 43

8.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO........... 44

9. APÊNDICES............................................................................................ 47

9.1 QUESTIONÁRIO SF-36.................................................................. 47

9.2 QUESTIONÁRIO HAQ-20.............................................................. 51

COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO 52

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VIII  

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características antropométricas e idade..................................... 21

Tabela 2 - Amplitude de movimento tóraco-abdominal.............................. 21

Tabela 3 - Variáveis espirométricas em litros e em porcentagem do

predito............................................................................................................ 22

Tabela 4 - Valores obtidos e previstos de PImáx......................................... 22

Tabela 5 - Valores obtidos e previsto de PEmáx.......................................... 22

Tabela 6 - Distância percorrida no TC6’ e SWT........................................... 23

Tabela 7 - Distância percorrida e prevista no SWT e TC6’........................... 23

Tabela 8 - Distância percorrida e prevista no SWT...................................... 24

Tabela 9 - Mediana do total de domínios do HAQ-20.................................. 24

Tabela 10 - Valor total dos domínios do SF-36............................................ 25

Tabela 11 - Correlação entre IMC e Pressões Respiratórias obtidas e

previstas em obesos de grau II..................................................................... 25

Tabela 12 - Correlação entre IMC e Pressões Respiratórias obtidas e

previstas em obesos de grau III.................................................................... 25

Tabela 13 - Mediana dos domínios do HAQ-20............................................ 26

Tabela 14 - Mediana dos domínios do SF-36............................................... 27

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IX  

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - TC6’............................................................................................ 17

Figura 2 - SWT............................................................................................ 18

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X  

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

AAb - Amplitude abdominal

AAx - Amplitude axilar

AAxifo - Amplitude xifoidiana

ATS - American Thoracic Society

CI - Capacidade Inspiratória

Cm - Centímetro

CmH2O - Centímetros de água

CoEP - Comitê de Ética e Pesquisa

CPT - Capacidade Pulmonar Total

CRF - Capacidade Residual Funcional

CVF - Capacidade Vital Forçada

CVL - Capacidade Vital Lenta

DCNT - Doença crônico-degenerativa não transmissível

DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

f - Frequência Respiratória

FC - Frequência Cardíaca

HAQ-20 - Health Assessment Questionnaire

IMC - Índice de Massa Corpórea

Kg - Quilograma

Kg/m2 - Quilograma por metro quadrado

L - Litros

m - metros

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XI  

m2 - metro quadrado

KS – Kolmogorov Smirnov

OMS - Organização Mundial de Saúde

PA - Pressão Arterial

PEmáx - Pressão Expiratória Máxima

PImáx - Pressão Inspiratória Máxima

SF- 36 - Short Form 36

SpO2 - Saturação Periférica de Oxigênio

SWT - Shuttle Walk Test

TC6’ - Teste de Caminhada de Seis Minutos

VEF1 - Volume Expiratório Forçado no Primeiro segundo

VEF1/CVF – Relação entre o Volume Expiratório Forçado no Primeiro segundo

e a Capacidade Vital Forçada

VRE - Volume de Reserva Expiratório

VRI - Volume de Reserva Inspiratório

VVM - Ventilação Voluntária Máxima

% - porcentagem

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CONTEXTUALIZAÇÃO

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO

A obesidade caracteriza-se pelo aumento do Índice de Massa Corpórea

(IMC)1, sobretudo pelo excesso de gordura corporal2, sendo a doença

metabólica mais antiga que se conhece. Esta se enquadra no grupo de doença

crônico-degenerativa não transmissível (DCNT) e não infecciosa3, sendo um

dos mais graves problemas de saúde pública, especialmente em países em

desenvolvimento, o que levou à condição de epidemia global4. De acordo com

a literatura, a obesidade pode ser classificada a partir do quociente entre a

massa corporal em quilogramas (Kg) e o quadrado da altura em metros (m2), a

saber, que baixo peso apresenta um IMC menor que 18,5Kg/m2, peso normal

(18,5-24,9Kg/m2), sobrepeso (25,0-29,9Kg/m2), obesidade grau I (30,0-

34,9Kg/m2), obesidade grau II (35,0-39,9 Kg/m2), obesidade grau III (≥ 40,0

Kg/m2), superobeso (50-60 Kg/m2) e super-superobeso (maior 60 Kg/m2) (1,5).

Por estar intrinsecamente relacionada ao aumento do IMC, acredita-se

que esta variável influencie negativamente na capacidade física e função

respiratória, independente da idade. Isso se deve a maior quantidade de

adipocinas produzida pela gordura visceral que eleva a resistência periférica da

insulina, provocando o aumento da pressão arterial5,6. Somado-se a este fato, é

possível observar alterações como: hipoventilação, redução da capacidade

aeróbica, alterações da força e endurance dos músculos respiratórios, sendo

essas causadas pelo acúmulo de tecido adiposo no tórax e na cavidade

abdominal, fazendo com que ocorra compressão do tórax, diafragma e pulmão,

que por consequência, ocasiona a redução dos volumes pulmonares6,7.

Também é devido ao acúmulo de gordura na região torácica e

abdominal que ocorre a redução na mobilidade da parede do tórax e do

músculo diafragma, fazendo com que a complacência torácica seja reduzida, o

trabalho respiratório aumentado, causando redução do volume pulmonar e o

aumento do recuo elástico do tecido pulmonar8,9,10,11. Tem sido sugerido

também, que alterações da musculatura respiratória em obesos, acarretem

redução da Ventilação Voluntária Máxima (VVM), favorecendo o aumento das

áreas de atelectasia, prejudicando a relação ventilação-perfusão, ocasionando

hipoxemia arterial8,12-15.

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As alterações respiratórias e funcionais podem também ser observadas

durante testes de aptidão física, tais como: Teste de Caminhada de Seis

Minutos (TC6’) e Shuttle Walk Test (SWT). Estes testes têm sido empregados

em diversas populações para se detectar possíveis alterações da aptidão

física16. O TC6’ é um teste submáximo, de simples aplicação, de baixo custo e

bem tolerado por pacientes portadores de doenças cardiorrespiratórias, e

também em portadores de obesidade17. Já o SWT é um teste incremental,

portanto máximo e como tal empregado com certas limitações. Apesar dos

achados, quanto à aplicabilidade dos testes de campo em outras populações18,

não há evidências sobre sua aplicação na população de obesos.

Além dos danos ocasionados à função cardiorrespiratória, já

mencionados, a obesidade associa-se a redução do bem-estar psíquico,

dificultando a interação social, favorecendo a baixa autoestima o que é

determinante na estigmatização do obeso5. Essas alterações podem ser

detectáveis com a aplicação de questionários de qualidade de vida ou da

capacidade funcional. O Stanford Health Assessment Questionnaire (HAQ-20)

avalia a capacidade funcional, originalmente para pacientes com artrite

reumatóide19 a partir de vinte perguntas, distribuídas em oito domínios, também

aplicável na população de obesos6, embora ainda pouco explorado nesta

população. Da mesma forma, porém com características mais direcionadas

para pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), o Short

Form 36 (SF-36), também é útil nesse tipo de avaliação.

Tendo em vista a carência de referências sobre testes de campo nos

obesos, bem como a necessidade de se verificar a função física e funcional

desses sujeitos, justificou-se a realização deste estudo, especialmente com o

objetivo de analisar o TC6’ e SWT em obesos de grau II e III, explorando

também a cirtometria tóracoabdominal, a espirometria, as medidas da força

muscular respiratória e as respostas dos questionários de capacidade

funcional, o HAQ-20 e de qualidade de vida, o SF-36.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CoEP) da

Universidade Nove de Julho - Uninove, aprovado sob o n° 336519.

Caracterizou-se como do tipo transversal, com uma amostra inicial de 41

obesos, dos quais 6 foram excluídos, sendo 3 por não realizar o SWT e 3 por

apresentar resultados espirométricos tecnicamente inadequados. Desta forma,

a amostra foi composta por 35 (trinta e cinco) voluntários obesos, sendo 31

mulheres e 4 homens, dos quais, 13 eram portadores de obesidade de grau II e

22 portadores de obesidade de grau III.

Participavam do estudo voluntários com indicação de cirurgia bariátrica;

idade entre 18 e 70 anos, aptos a realizarem os testes físicos e funcionais

respiratórios e que assinassem o termo de consentimento livre e esclarecido.

Com isso foram estabelecidos os seguintes critérios de exclusão: IMC menor

que 35 Kg/m2, alterações cognitivas e físicas que impedissem a realização dos

testes, portadores de comorbidades do sistema respiratório, usuários de drogas

ou álcool, que já tivessem sido submetidos anteriormente à cirurgia de tórax e

que não concordaram em assinar do termo de consentimento livre e

esclarecido.

2.1. Cálculo Amostral

Foi calculada a amostra baseada em estudos prévios8,20, no quais foram

avaliados o impacto da obesidade na função pulmonar em mulheres obesas,

por meio da prova de função pulmonar e manovacuometria, obtendo-se uma

diferença significativa na comparação para a VVM entre obesos e não obesos

e também foram correlacionados o IMC e as variáveis espirométricas e da

manovacuometria, na qual constatou-se uma correlação negativa entre o IMC e

a VVM. A equação de referência para o SWT foi obtida por meio da avaliação

de 131 brasileiros saudáveis, sendo constatada uma diferença significativa na

distância percorrida entre homens e mulheres.

Foi aplicado o cálculo amostral considerando um power de 80% com

erro alfa de 0,05 (5%) e a amostra sugerida foi de 26 obesos no total. Para

tanto foi utilizado, como base, as variáveis VVM e distância percorrida no SWT.

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2.2. Protocolo Experimental

Posterior à seleção dos voluntários obesos eleitos para cirurgia

bariátrica, em um hospital público do Estado de São Paulo, os mesmos foram

esclarecidos quanto aos procedimentos e objetivos deste estudo e assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de serem submetidos às

avaliações.

As avaliações foram realizadas, em um mesmo dia, no Laboratório de

Avaliação Funcional Respiratória da Uninove.

Inicialmente os voluntários foram submetidos à cirtometria tóraco-

abdominal com fita métrica, na posição ortostática, a partir de uma inspiração e

uma expiração máxima, no nível axilar, xifoidiano e abdominal e posteriormente

foi calculado o índice de amplitude de movimento tóracoabdominal.

Em seguida os voluntários foram submetidos à espirometria, com um

espirômetro portátil da marca Easy OneTM (Modelo 2001). Para esta avaliação

os voluntários permaneciam sentados, com os pés apoiados e com clipe nasal

e realizavam-se as manobras de Capacidade Vital Lenta (CVL); Capacidade

Vital Forçada (CVF) e VVM, de acordo com as orientações da American

Thoracic Society21 e diretrizes para testes de função pulmonar22.

Posteriormente realizou-se a avaliação da medida da força muscular

respiratória (manovacuometria) com um manovacuômetro analógico da marca

Wika® com limite operacional de -300 a 300 CmH2O. Nesta avaliação os

voluntários permaneciam sentados, com os pés apoiados e com clipe nasal.

Realizavam-se três medidas para Pressão Inspiratória Máxima (PImáx),

partindo da Capacidade Residual Funcional (CRF) e Pressão Expiratória

Máxima (PEmáx), partindo da Capacidade Pulmonar Total (CPT). Para cada

manobra, considerava-se o maior valor obtido.

Em seguida os voluntários do estudo realizaram o TC6’(Figura 1) com

base no guideline da American Thoracic Society (ATS)17, onde andavam por

seis minutos, sem correr e sem trotar em um corredor de trinta metros de

comprimento. No início e no final do teste eram mensuradas as variáveis de

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monitoramento: frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (f), pressão

arterial (PA), saturação periférica de oxigênio (SpO2), sensação de dispneia e

cansaço de MMII pela escala de borg, e ao terceiro minuto eram mensuradas a

FC e a SpO2. Tal teste era realizado duas vezes, com intervalo mínimo de 30

minutos ou tempo necessário para as variáveis fisiológicas retornarem ao

estado basal. Interrompia-se esse teste, caso o voluntário apresentasse

sudorese excessiva, dispneia intensa, dor em membros inferiores, SpO2 menor

que 85%, PA superior a 180x140, ou qualquer outro sintoma que impedisse a

continuidade do teste. Ao término do teste verificava-se a distância percorrida

em metros (m).

Figura 1 - TC6’. Fonte: Arquivo pessoal

Após as variáveis de monitoramento retornarem ao estado basal, os

voluntários eram submetidos ao SWT (Figura 2), no qual caminhavam entre

cones, com uma distância de 10 metros entre eles, com ritmo crescente, em

doze níveis, a partir de um sinal sonoro. Neste teste físico, no início e no final,

30 metros

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foram mensuradas a pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC),

frequência respiratória (f), saturação periférica de oxigênio (SpO2), sensação

de dispneia e cansaço de membros inferiores, pela escala de Borg.

Interrompia-se o teste caso o voluntário apresentasse a FC superior a 85% da

frequência cardíaca máxima ou não alcançasse a outra extremidade ao sinal

sonoro.

Figura 2 - SWT. Fonte: Arquivo pessoal.

Em seguida foi aplicado um questionário de capacidade funcional

(Stanford Health Assessement Questionnaire - HAQ-20)19, composto de 20

questões diretas, distribuídas em 8 domínios (vestir-se, levantar-se, alimentar-

se, caminhar, higiene pessoal, alcançar objetos, apreender objetos e outras

atividades), no qual a maior pontuação, para a soma das respostas de todos os

domínios em valor absoluto, foi de 60 pontos e o menor de zero (0).

10 metros

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Neste questionário a menor pontuação reflete a melhor capacidade

funcional e para quantificar a alteração da capacidade funcional, é obtida a

mediana dos domínios do questionário, a qual varia de 0 (zero) a 3 (três) para

cada domínio, onde de 0-1 o sujeito apresenta alteração leve da capacidade

funcional, de 1-2 alteração moderada e 2-3 alteração grave da capacidade

funcional.

Posteriormente foi aplicado o questionário genérico de qualidade de vida

(SF-Short Form 36 SF-36)23, composto de 36 itens, também dividido em 8

domínios (capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde,

vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental), com

pontuação variando de 0 a 100, no qual 0 (zero) é o pior estado geral de saúde

e 100 (cem) é o melhor estado geral de saúde, tal pontuação é obtida por meio

de um score previamente determinado24, sendo esta o valor absoluto oriundo

das respostas dadas pelos pacientes.

2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

O teste de aderência utilizado foi o Komolgorov Smirnov (KS).

Os valores foram expressos em mediana, para as variáveis não

paramétricas e em média e desvio padrão para as variáveis paramétricas com

significância estatística de p≤0,05. O software utilizado foi o Instat.

Para comparar os resultados da mobilidade tóracoabdominal e os

valores espirométricos, em de obesos grau II e III, utilizou-se o Teste-t não

pareado. Para comparação das medidas da força muscular respiratória, em

obesos de grau II e III, utilizou-se o teste ANOVA. Na comparação da distância

percorrida no SWT com a prevista e SWT com o TC6’ foi utilizado o teste-t não

pareado; para correlacionar as variáveis respiratórias (cirtometria, amplitude de

movimento tóracoabdominal, espirometria e força muscular respiratória) com o

IMC utilizou-se a correlação de Pearson; para correlacionar à distância

percorrida no SWT e TC6’ com o IMC e a VVM foi utilizada a correlação de

Pearson; para correlacionar a distância do SWT com as variáveis de

monitoramento (FC, SpO2, Borg dispneia e MMII) e domínios do HAQ-20, foi

utilizada a correlação de Pearson e Spearman e para correlacionar o IMC, à

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distância percorrida no SWT com os domínios do HAQ-20 e SF-36 foi utilizada

a correlação de Spearman.

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21  

3. RESULTADOS

Os resultados foram obtidos de 35 obesos, com idade entre 22-66 anos

e IMC 36-56 Kg/m2, então apresentados nas tabelas de 1 a 14, iniciando-se

pela apresentação de suas características antropométricas e idade na tabela 1,

a seguir.

Tabela 1- Característica antropométricas e idade

Obesos Grau II Obesos Grau III p ≤ Idade (anos) 43 ± 9,5 (29-62) 41 ± 10 (22-66) ns Altura (Cm) 160 ± 0,07 (150-173) 163 ± 0,09 (151-181) ns Peso (Kg) 98 ± 9 (84-119) 123 ± 19 (92-160) 0,001*

IMC (Kg/m2) 38 ± 1,4 (36-39,9) 46 ± 5 (40-56) 0,001*

p ≤ 0,05

De acordo com os dados da tabela 1, constatou-se que a amostra foi

composta de obesos de grau II e acima deste, com idade e alturas

semelhantes e IMC ≥ 36 kg/m2. Lembrando que um IMC entre 35 e 39,9Kg/m2

o sujeito é considerado obeso de grau II e igual ou acima de 40 kg/m2 obeso de

grau III, conforme já esclarecido. Desta forma constatou-se uma diferença

significativa entre o peso e o IMC da amostra estudada, caracterizando a

diferença no grau de obesidade entre os grupos.

Na tabela 2, são apresentados os valores da amplitude tóraco-

abdominal, nos níveis: axilar (AAx), xifoidiano (AAxifo) e abdominal (AAb), em

obesos de grau II e III.

Tabela 2 - Amplitude de movimento tóraco-abdominal Obesos grau II Obesos grau III p

AAx 6 ± 3,5 7,4 ± 6,7 ns AAxifo 3 ± 1,5 3 ± 1,3 ns AAb 3 ± 1 3,9 ± 2,7 ns

AAx: Amplitude de movimento axilar; AAxifo: Amplitude de movimento xifoidiano; AAb: Amplitude de movimento abdominal. *p≤0,05

De acordo com os resultados da tabela 2, constatou-se que não houve

diferença significativa entre a mobilidade tóraco-abdominal em obesos de grau

II e III.

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A seguir na tabela 3, são apresentados os valores espirométricos em

litros e em porcentagem do predito, para os sujeitos obesos de grau II e III.

Tabela 3 - Variáveis espirométricas em litros e porcentagem do predito

Variáveis Obesos Grau II Obesos Grau III p CVF (L) 2,93 ± 0,75 3,12 ± 1,09 ns CVF(%) 90,9 ± 12,2 89,2 ± 15,0 ns VEF1 (L) 2,34 ± 0,76 2,82 ± 0,86 ns VEF1 (%) 92,6 ± 12,2 92,5 ± 15,5 ns

VEF1/CVF (L) 0,85 ± 0,06 0,87 ± 0,08 ns VEF1/CVF (%) 101 ± 7,45 104 ± 7,52 ns

VVM (L) 90,3 ± 15,5 104,2 ± 25,9 ns VVM (%) 95 ± 24,7 87 ± 27,9 ns

CVF: Capacidade Vital Forçada, CVF (%): Porcentagem da Capacidade Vital Forçada, VEF1: Volume Expiratório Final no 1 segundo, VEF1(%): Porcentagem do Volume Expiratório Final no 1 segundo, VVM:Ventilação Voluntária Máxima, VVM (%): Porcentagem da Ventilação Voluntária Máxima.

Como pode ser observado pelos resultados da tabela 3, não foram

constatadas obstrução ou restrição pulmonar, de forma que os obesos não

apresentam alterações de fluxos ou volumes pulmonares e como tal, podem

ser considerados sem alterações pulmonares e de vias aéreas.

Na tabela 4 e 5 estão apresentados os valores obtidos e previsto 25,26 de

PImáx e PEmáx, em obesos de grau II e III, respectivamente.

Tabela 4 - Valores obtidos e previstos de PImáx Variáveis Obtida Prevista

(Neder) Prevista (Costa)

p

Obesos Grau II -90 ± 25 -136 ± 15 -109 ± 34 0,0001* Obesos Grau III -121 ± 47 -135± 14 -101 ± 35 0,0003*

* p≤ 0,05 Tabela 5 - Valores obtidos e previstos de PEmáx

Variáveis Obtida Prevista (Neder)

Prevista (Costa)

p

Obesos Grau II 103 ± 52 146 ± 15 154 ± 18 0,0008* Obesos Grau III 125 ± 37 146 ± 18 159 ± 31 0,0003* * p ≤ 0,05

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23  

Como constatado na tabela 4 e 5, as pressões respiratórias obtidas e as

previstas25,26, em obesos de grau II e III, apresentaram uma diferença

significativa e ainda foi possível verificar que as pressões respiratórias obtidas

foram, na sua maioria, inferiores as previstas25, exceto para a PImáx obtida, em

obesos de grau III, que se mostrou superior aos valores preditos por Costa,

2010.

Para comparar a distância percorrida no TC6’ e no SWT, foram

avaliados 17 sujeitos, independente do grau de obesidade, dos quais 4 foram

excluídos, com o intuito de homogeneizar a amostra, sendo 1 excluído por não

concluir o SWT; 2 por serem do sexo masculino e, 1 por não ter realizado os

dois testes de TC6’. Desta forma, a amostra final para esta análise, foi

composta de 13 (treze) mulheres obesas, entre grau II e III, que conseguiram

realizar tanto o TC6’ como o SWT. Assim foram comparadas as distâncias

percorridas nestes testes, conforme os dados da tabela 6, a seguir.

Tabela 6 - Distância percorrida no TC6’ e no SWT Testes TC6’ (m) SWT (m) p DP (m) 489 ± 129 (331 - 764) 294 ± 115 (177 -554) 0,0004*

DP: distância percorrida

Como pode ser observado, pelos resultados da tabela 6, as obesas

percorreram uma distância significativamente maior no TC6’.

Considerando-se a existência de uma equação que prediz a distância

percorrida no SWT20 e no TC6’27 comparou-se a distância obtida no TC6’ e

SWT com a distância predita20,27, nas 13 obesas, como demonstrada na tabela

7.

Tabela 7 - Distância percorrida e prevista no SWT e TC6’

Distância Obtida Distância Predita

p

SWT 294 ± 115 440 ± 71 0,007* TC6’ 489 ± 129 493 ± 63 ns

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De acordo com os resultados da tabela 7, constatou-se diferença

significativa entre a distância percorrida no SWT e a distância predita para este

teste, contudo não houve diferença significativa entre a distância percorrida no

TC6’ e a distância predita, para este teste.

A seguir foram comparadas as distâncias percorridas no SWT com a

predita20, nos obesos de grau II e III, conforme tabela 8.

Tabela 8 - Distância percorrida e prevista no SWT Variável SWT obtido SWT previsto

p

Obesos grau II 282 ± 210 485 ± 77 0,0051* Obesos grau III 219 ± 119 456 ± 91 0,0001*

*p≤0,05

De acordo com os resultados da tabela 8, constatou-se diferença

significativa entre a distância obtida no SWT e a predita20 para os obesos de

grau II e III e que a distância percorrida foi inferior a prevista20, tanto para os

obesos de grau II quanto para os obesos de grau III.

Considerando que a avaliação de obesos pode também ser realizada de

maneira subjetiva e que as médias do HAQ-20 consistem na somatória dos

pontos de todos os domínios, calculou-se a mediana para cada domínio. Com

isso foi possível apresentar os valores da mediana de todos os domínios do

HAQ-20, em obesos de grau II e III, conforme tabela 9, a seguir.

Tabela 9 - Mediana do total de domínios do HAQ-20 Obesos de grau II Obesos de grau III

Mediana 1 1

Ao verificar a mediana para todos os domínios do HAQ-20, constatou-se

que esta foi de 1, para os obesos de grau II e III, o que significa uma alteração

de capacidade funcional leve.

A seguir, na tabela 10, constam as medianas do total de domínios do

SF-36, tanto para os obesos de grau II como para os obesos de grau III.

Tabela 10 - Valor total dos domínios do SF-36

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Obesos grau II Obesos grau III

Mediana 48 49

De acordo com os resultados da tabela 10, constatou-se que a mediana

entre todos os domínios do SF-36, para os obesos de grau II e III, foi de 48 e

49 pontos respectivamente, o que indica que os obesos apresentam uma

alteração da qualidade de vida, pois quanto maior a pontuação melhor a

qualidade de vida e para esta análise constatou-se uma pontuação inferior a

50% do total do questionário.

Posteriormente as análises realizadas, foi possível verificar algumas

correlações. Assim ao analisar as correlações entre as variáveis respiratórias e

o IMC, não foi possível constatar correlações, sejam elas positivas ou

negativas entre este e a amplitude tóraco-abdominal, tampouco entre o IMC e a

cirtometria nos níveis axilar, xifoidiano e abdominal e as variáveis

espirométricas.

Nas tabelas 11 e 12, correlacionou-se o IMC com as pressões

respiratórias obtidas e previstas25,26, em obesos de grau II e III.

Tabela 11 - Correlação do IMC e Pressões Respiratórias obtidas e previstas em obesos grau II PImáx PImáx PImáx PEmáx PEmáx PEmáx

IMC Obtida Neder Costa Obtida Neder Costa r -0,04 0,45 0,23 0,08 0,46 0,43 p ns ns ns ns ns ns

*p ≤ 0,05

Tabela 12 - Correlação do IMC e Pressões Respiratórias obtidas e previstas em obesos grau III PImáx PImáx PImáx PEmáx PEmáx PEmáx

IMC Obtida Neder Costa Obtida Neder Costa r 0,12 0,16 0,12 -0,10 -0,005 -0,06 p ns ns ns ns ns ns

*p ≤ 0,05

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De acordo com os resultados das tabelas 11 e 12, não foram

constatadas correlações entre IMC e a PImáx e PEmáx tanto dos valores

obtidos como dos previstos por ambas as equações25,26.

Ainda correlacionando o IMC, não foram constatadas correlações entre

este e a distância percorrida nos testes SWT e TC6’, bem como entre os testes

de campo e as variáveis de monitoramento, exceto entre a FC final e a

distância percorrida no SWT, para os obesos de grau III.

Tomando como base a avaliação subjetiva, correlacionamos os

domínios do HAQ-20, com o IMC e a distância percorrida no SWT.

Tabela 13 - Mediana dos domínios do HAQ-20 Obesos de grau II Obesos de grau III

Vestir-se 1 1* Levantar-se 1 1 Alimentar-se 0 0

Caminhar 1 1* Higiene pessoal 0 0 Alcançar Objetos 1 1

Apreender Objetos 0 0 Outras Atividades 1 1

A partir dos resultados da tabela 13, foi possível correlacionar os

domínios do HAQ-20 com o IMC e a distância percorrida no SWT. Assim

constatou-se correlação positiva entre o IMC e o domínio “caminhar” do HAQ-

20, nos obesos de grau III, com mediana de 1 para esse domínio. Constatou-se

também, correlação entre o domínio “vestir-se” do HAQ-20 e distância

percorrida no SWT em obesos de grau III.

Na tabela 14, correlacionamos a mediana dos domínios do SF-36, com o

IMC e a distância percorrida no SWT.

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Tabela 14 - Mediana dos domínios do SF-36 Obesos grau II Obesos grau III

Capacidade Funcional 45 50* Limitação por Aspectos

Físicos 50* 50

Dor 41 41 Estado Geral de Saúde 52* 52

Vitalidade 40 40 Aspectos Físicos 63 50

Limitação por Aspectos Emocionais

33 33

Saúde Mental 48 48

A partir dos resultados da tabela 14, foi possível correlacionar os

domínios do SF-36 com o IMC e a distância percorrida no SWT. Desta forma

constatou-se correlações negativas entre o IMC e as respostas do SF-36, para

o domínio “limitação por aspectos físicos” nos obesos de grau II e no domínio

“capacidade funcional” nos obesos de grau III, com mediana para estes

domínios de 50 pontos. Foi também constatada correlação positiva entre o

domínio “estado geral de saúde”, do SF-36 com a distância percorrida no SWT,

para os obesos de grau II.

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4. DISCUSSÃO

No que se refere a avaliação respiratória, a mobilidade torácica foi

avaliada por meio da cirtometria tóraco-abdominal, a qual consiste em medir os

perímetros torácicos nos pontos axilar, xifoidiano e abdominal, ao nível

supraumbilical, com auxílio de uma fita métrica. A partir das medidas da

cirtometria, foi possível explorar o Índice de Amplitude (IA) tóraco-abdominal, o

qual foi obtido partindo de uma inspiração e expiração máxima. Este índice

permite avaliar, por meio de um valor ponderado, a expansibilidade tóraco-

abdominal de sujeitos de diferentes compleições físicas, mas especificamente

de sujeitos com diferentes dimensões cirtométricas do tórax e do abdômen,

como é o caso desses sujeitos, obtendo-se desta forma uma padronização da

amplitude do movimento no IA tóraco-abdominal em relação ao tamanho do

tórax28.

Com isso, foi possível comparar a mobilidade torácica e abdominal dos

três níveis mensurados. Nos resultados deste estudo não foram constatadas

diferenças significativas entre as mobilidades tóraco-abdominal em obesos de

grau II e III, o que está de acordo os achados de Forti et al.29 onde também

não constataram diferença entre estas e o desempenho muscular respiratório

em obesas mórbidas, bem como em sujeitos com IMC dentro da normalidade.

Estes resultados diferem de alguns achados30,31, nos quais foram encontradas

associação entre estas variáveis.

Ainda em relação à função pulmonar, os voluntários do estudo foram

submetidos aos testes espirométricos, sendo possível constatar, que os obesos

não apresentaram características obstrutivas ou restritivas, avaliada pela CVF

e VEF1, uma vez que os volumes, capacidades e fluxos pulmonares estavam

dentro da normalidade, quando comparados com os valores de sujeitos

saudáveis.

Assim sendo, pode-se considerar que estes obesos não apresentaram

disfunção pulmonar de fluxo, volumes e/ou capacidades pulmonares, como tem

sido sustentado na literatura5,6, sobre o assunto. Ainda assim, os resultados da

VVM apresentaram-se diminuídos em relação aos obesos de grau III, quando

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29  

comparados com obesos de grau II, em concordância com os diversos

estudos9,12-15,17.

Tomando-se como base os achados do nosso estudo, quanto as

variáveis espirométricas e os da literatura13-16 de que a VVM em obesos podem

estar diminuída, constatamos que nos voluntários obesos de grau III os valores

médios foram de 87% da VVM prevista e nos obesos de grau II 95% da VVM

prevista. Com isso, considera-se a hipótese de que os testes de campo podem

ser influenciados por alterações respiratórias.

Cabe lembrar, que apesar de não terem sido encontradas alterações nos

valores da CVF e também na CVL, vários estudos10,13,15,16,18, demonstram a

existência de alteração nos compartimentos que compõe esta capacidade,

particularmente nos Volumes de Reserva Inspiratório (VRI), Volume de

Reserva Expiratório (VRE) e Capacidade Inspiratória (CI).

No que se refere a força muscular respiratória, constatou-se diferença

significativa entre a PImáx e PEmáx obtidas e as previstas25,26, sendo os

valores observados inferiores aos previstos, exceto para a PImáx obtida em

obesos de grau III, onde esta se apresentou maior que a pressão respiratória

prevista26. Esses resultados estão de acordo com os achados de Weiner et

al.32 que avaliaram obesos, também antes da cirurgia bariátrica. Está de acordo

também com o estudo de Sarikaya et al.33 os quais encontraram redução da

PImáx nos obesos estudados.

Apesar das disfunções ventilatórias, já conhecidas, tem sido reforçado

na literatura que a obesidade influencia negativamente na capacidade física e

função respiratória, independentemente da idade6,8. Fato este que justifica

constantes estudos para se obter, cada vez mais, esclarecimento sobre a

capacidade física em obesos.

Os testes de campo como o SWT nesta população, podem revelar

importantes contribuições para melhor se compreender esta questão, uma vez

que testes de desempenho físico já vem sendo amplamente empregados para

verificar e acompanhar a performance de sujeitos saudáveis, bem como em

portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)34,35,36.

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30  

Os resultados deste estudo revelaram que, ao avaliar 13 mulheres

obesas quanto a diferentes testes de campo, essas conseguiram obter melhor

desempenho no TC6’ que no SWT demonstrado pela distância percorrida em

metros, pois, enquanto caminharam 294m, em média, no SWT, caminharam

praticamente o dobro (489m) no TC6’.

Apesar do resultado de ambos os testes indicarem o desempenho físico,

é sabido que SWT, por ser um teste incremental, assemelha-se ao teste de

esforço e, portanto fornece mais informações da condição aeróbia que o TC6’37

que, por respeitar mais o ritmo do sujeito avaliado, parece melhor se adaptar

para esta população, que nem sempre conseguem impor velocidade, ou

alteração da velocidade em seu deslocamento.

Esse aspecto pode ser justificado pelo aumento do IMC e, consequente

dificuldade de sustentação do próprio peso corporal20. Essas considerações,

associadas aos resultados encontrados em nossos pacientes, contribuem para

a informação de que o TC6’ pode ser o teste de campo mais apropriado para a

avaliação do desempenho físico de obesos.

Estes argumentos se sustentam, pelos dados observados no

monitoramento do SWT, pois analisando as correlações da distância percorrida

nos testes de campo, com variáveis mensuradas nestes (FC, SpO2, Borg

dispneia e MMII), foi possível constatar uma correlação positiva para a FC final

no SWT.

Ainda em relação ao desempenho físico dos voluntários obesos, ao

comparar a distância percorrida no SWT com a predita20, em obesos de grau II

e III, os resultados revelaram que os sujeitos obesos de grau II conseguiram

obter melhor desempenho físico no SWT demonstrado pela distância

percorrida em metros, pois, enquanto caminharam 282m, em média, os obesos

de grau III caminharam 219m.

Estes resultados estão de acordo com a hipótese de que o aumento do

IMC e, consequente dificuldade de sustentação do próprio peso corporal,

constituem elementos que influenciam no desempenho físico dos obesos20 e,

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31  

como tal, caracteriza-se como importante informação na avaliação pré-

operatória de cirurgia bariátrica, amplamente empregada nesta população.

Estes resultados, de certa forma reforçam os achados6 de que os

valores espirométricos detectam alterações da função respiratória em sujeitos

obesos. Contudo, como não foram encontradas alterações dos pulmões e caixa

torácica, pelos volumes pulmonares passivos, nem das vias aéreas, pelos

fluxos, pode-se considerar que os testes de desempenho físico podem fornecer

maiores contribuições que os espirométricos para avaliação funcional dos

sujeitos obesos, o que pode ser evidenciado a partir da correlação entre a

distância percorrida no SWT e a VVM predita e em litros, nos obesos de grau II

e entre a distância predita do SWT20, e a VVM em litros, para os obesos de

grau II e III.

Além desses relevantes resultados fisiológicos ou mecânicos, portanto

objetivos, é importante conhecer dados subjetivos como é o caso das

respostas aos questionários de capacidade funcional e qualidade de vida.

A capacidade funcional foi avaliada por meio um questionário,

apropriado para tal, o HAQ-2019, composto de 20 questões diretas, distribuídas

em 8 domínios, a saber: vestir-se, levantar-se, alimentar-se, caminhar, higiene

pessoal, alcançar objetos, apreender objetos e outras atividades. Neste

questionário a maior pontuação na soma dos valores absolutos de todos os

domínios é de 60 pontos e a menor de 0 (zero). Tal pontuação é obtida a partir

da somatória das respostas de todos os domínios, sendo que a menor

pontuação reflete a melhor capacidade funcional e quanto maior sua

pontuação, pior a capacidade funcional demonstrada38.

Já para quantificar a alteração da capacidade funcional, foi calculada a

mediana de todos os domínios do questionário, o qual varia de 0 (zero) a 3

(três), onde de 0-1 o sujeito apresenta alteração leve da capacidade funcional,

de 1-2 alteração moderada e 2-3 alteração grave da capacidade funcional39.

Lembrando que é estabelecido pela literatura que um HAQ-20 elevado é um

mau fator prognóstico de abandono de trabalho38.

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Os resultados revelaram uma mediana de 1, que caracteriza um

distúrbio de capacidade funcional leve, para os dois grupos de obesos. A

capacidade funcional, mensurada pelo HAQ-20, é uma variável ampla, que

pode estar relacionada com a forma como a pessoa desempenha suas

atividades de vida diária38 e também com o acúmulo de gordura corporal14.

Em nossos voluntários obesos, a qualidade de vida foi avaliada por meio

do questionário SF-36, composto de 36 itens dividido em 8 domínios

(capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade,

aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental), com pontuação

variando de 0 a 100, no qual 0 (zero) é o pior estado geral de saúde e 100

(cem) é o melhor estado geral de saúde24.

Nesta avaliação constatou-se uma mediana entre todos os domínios,

para os obesos de grau II e III, de 48 e 49 pontos respectivamente, o que

significa que os obesos apresentaram uma alteração da qualidade de vida, o

que constitue importante informação pré-operatória.

Ante a quantidade de dados obtidos, por meio das avaliações, foi

possível analisar correlações entre as variáveis respiratórias e o IMC. Desta

forma não constataram-se correlações, sejam elas positivas ou negativas, entre

a amplitude tóraco-abdominal e o IMC, bem como entre a cirtometria nos níveis

axilar, xifoidiano e abdominal e as variáveis espirométricas, para obesos de

grau II e III, contudo foi possível constatar que a mobilidade torácica no nível

axilar foi maior que no abdominal, o que está de acordo com os achados de

Costa et al30 e Forti et al.40, os quais constataram um decréscimo na

mobilidade torácica em sujeitos com IMC acima do desejável.

Também não encontramos correlação entre o IMC e a força muscular

respiratória, medidas pela PImáx e PEmáx, o que está de acordo com a

literatura em estudos realizados em 51 obesos quanto à função pulmonar, força

muscular respiratória e endurance35 e com os estudo de Enright et al41, no qual

não foi observada correlação entre o IMC e a PImáx.

Um outro dado interessante, encontrado em nossos resultados, foi a

falta de correlação entre a distância percorrida nos testes de campo com o IMC

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e a SpO2, diferentemente dos resultados em estudos realizados com sujeitos

saudáveis, com idade entre 50-85 anos42, onde os autores detectaram uma

correlação negativa, ou seja, quanto maior o IMC menor era a distância

percorrida no TC6’, também confirmado por Jurgensen et al.20 entre o IMC e a

distância percorrida no SWT.

Jurgensen et al.20 concluíram que a carga de trabalho é fortemente

influenciada pelo aumento do peso e IMC, ou seja, quanto maior o IMC menor

à distância percorrida no SWT. Fundamentação esta, com a qual não

discordamos, contudo não há fortes evidências, apesar de constatar que a

distância percorrida pelos obesos de grau III foi inferior aquela percorrida pelos

obesos de grau II.

Ainda correlacionando o IMC, porém com variáveis subjetivas, ou seja,

com os domínios do questionário de capacidade funcional, o HAQ-20 foi

constatada correlação positiva entre o IMC e o domínio “caminhar” do HAQ-20,

para os obesos de grau III, com mediana para esse domínio de 1, sugerindo

que quanto mais elevado o IMC, maior será a dificuldade de locomoção do

indivíduo. Este resultado do HAQ-20 parece explorar com maior intensidade,

do que as respostas da avaliação de elementos fisiológicos, os elementos que

envolvem a percepção que o sujeito obeso tem de sua capacidade ou limitação

física.

Também foi possível correlacionar os domínios, do questionário de

qualidade de vida, o SF-36 com o IMC, desta forma constataram-se

correlações negativas entre o IMC e o domínio “limitação por aspectos físicos”

nos obesos de grau II e no domínio “capacidade funcional” nos obesos de grau

III, com mediana para esses domínios de 50 pontos.

Tais achados estão de acordo com os estudos43,44 nos quais foram

detectadas alterações nos domínios “aspecto social” e “aspectos físicos”, em

sujeitos obesos comparados com saudáveis. Este dado subjetivo foi bem mais

evidenciado que os resultados encontrados no TC6’ e SWT os quais também

evidenciam informações na mesma direção.

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Ainda se correlacionou a distância percorrida no SWT com os domínios

do HAQ-20, sendo constatado correlação positiva para o domínio, “vestir-se”,

em obesos de grau III, com uma mediana de 1, para este domínio. Com base

nesses resultados podemos inferir que esses sujeitos apresentavam alterações

da qualidade de saúde e em atividades da vida diária. E desta forma, esses

resultados se mostram importantes para auxiliar nas avaliações pré-operatórias

de cirurgias redutoras nas quais os obesos são submetidos.

Foi também constatada correlação positiva entre o domínio “estado geral

de saúde” do SF-36 e à distância percorrida no SWT, para os obesos de grau

II, com mediana de 52 pontos para esse domínio. Com base nesses resultados

podemos inferir que esses sujeitos apresentavam alterações da qualidade de

saúde, e em atividades da vida diária, as quais podem ser melhor detectadas

ao se aplicar avaliações conjuntas, com testes objetivos e subjetivos.

Como tal, os resultados devem ser considerados com reservas, mas

sem dúvidas se trata de uma importante ferramenta de avaliação coadjuvante

aos testes físicos de campo.

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35  

5. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Uma das maiores limitações encontradas para a realização deste estudo

foi a dificuldade na obtenção de voluntários para realizar os diversos testes e

responder aos questionários utilizados.

Como é amplamente conhecido no meio científico, todo estudo que

envolve a participação de voluntários apresenta uma série de dificuldades. No

caso deste estudo, as principais limitações encontradas foram: o

comparecimento dos participantes ao local de aplicação dos testes e o

comprometimento destes na realização de algumas das avaliações propostas.

Estas dificuldades ficaram ainda mais evidentes devido à grande

especificidade da amostra, composta por sujeitos portadores de obesidade

acima de grau II e com indicação para cirurgia bariátrica.

Estas dificuldades podem ser evidenciadas pelo fato de que apenas 13

dos 35 sujeitos avaliados terem aceitado realizar os dois testes de campo

propostos (TC6 e SWT).

Apesar das inúmeras dificuldades encontradas para se conseguir efetuar

as coletas dos dados nos sujeitos obesos, caracterizando-se como importantes

limitações neste estudo, pode-se afirmar que os resultados do mesmo

fornecem elementos que auxiliam na compreensão da avaliação funcional

respiratória, do desempenho físico e qualidade de vida desses voluntários.

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36  

6. CONCLUSÃO

Por meio da avaliação da função respiratória, foi possível verificar que os

obesos de grau II apresentam maior mobilidade tóracoabdominal ao nível axilar

quando comparado com os obesos de grau III, apesar dessa diferença não ser

estatisticamente significativa.

Destaca-se ainda que a amostra não apresentou alterações pulmonares

e de vias aéreas, o que determina que esta não apresenta alterações restritivas

ou obstrutivas, ao contrário de dados apresentados por outros estudos

existentes sobre o tema.

Já no que se refere à análise da força muscular respiratória, constatou-

se que os sujeitos portadores de obesidade apresentaram uma redução da

mesma frente aos sujeitos não portadores de obesidade.

No tocante às avaliações de desempenho físico, contatou-se que o TC6

demostra ser um melhor método de avaliação deste quesito frente ao SWT,

conforme evidenciado nos resultados obtidos pelos voluntários que cumpriram

ambos os testes.

Pode-se constatar também que os sujeitos obesos de grau III

apresentaram maior alteração de aptidão física que os sujeitos obesos de grau

II.

Quanto às avaliações subjetivas realizadas, constatou-se que os sujeitos

portadores de obesidade apresentaram leve alteração na capacidade funcional

e na qualidade de vida, quando comparado a sujeitos saudáveis, conforme

evidenciado pelos resultados dos questionários utilizados neste estudo.

Contudo, é importante destacar que se faz necessária a realização de

novos estudos ligados ao maior entendimento do desempenho funcional e de

qualidade de vida, pois, questionários, como os aplicados neste estudo,

apresentam limitações intrínsecas, visto que os mesmos detectam apenas a

percepção dos avaliados e não a efetiva realização das atividades de vida

diária propriamente ditas.

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37  

Diante do exposto, conclui-se que a realização de estudos visando o

melhor entendimento dos impactos da obesidade na vida dos portadores desta

doença, podem contribuir significativamente para a melhoria nos métodos de

avaliação, prevenção e tratamento da mesma.

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8. ANEXOS

8.1 APROVAÇÃO DO CoEP

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8.2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Nome do Voluntário:______________________________________________

Endereço:_______________________________________________________

Telefone para contato:______________Cidade:___________CEP:_________

E-mail: _________________________________________________________

As Informações contidas neste prontuário foram fornecidas pela

mestranda Kadma Karênina Damasceno Soares e seu orientador Prof. Dr.

Dirceu Costa, objetivando firmar acordo escrito mediante o qual, o voluntário

da pesquisa autoriza sua participação com pleno conhecimento da natureza

dos procedimentos e riscos a que se submeterá, com a capacidade de livre

arbítrio e sem qualquer coação.

1. Título do Trabalho: “Avaliação do desempenho Físico e Funcional Respiratório em Portadores de Obesidade”

2. Objetivo: Este estudo tem por objetivo avaliar a capacidade física e

funcional respiratória de indivíduos obesos mórbidos submetidos à cirurgia

bariátrica.

3. Justificativa: Sabendo-se que a obesidade é um problema de saúde pública

que afeta todas as faixas etárias, a qual ocasiona repercussões evidentes na

qualidade de vida, avaliar a função física e funcional em indivíduos obesos

mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica, é de grande relevância, uma vez que

há uma carência em estudos específicos direcionados para tal avaliação.

4. Procedimentos da Fase Experimental: O estudo será realizado com 35

sujeitos obesos mórbidos candidatos à cirurgia bariátrica. Os voluntários serão

submetidos a avaliações da cirtometria tóraco-abdominal (medir com fita

métrica o tórax na inspiração e expiração), avaliações funcionais respiratórias

(espirometria – teste do sopro - e teste da força muscular respiratória), função

física (Teste de caminhada de seis minutos - caminhar em um plano durante

seis minutos e SWT - caminhar em um plano, a partir de um sinal sonoro),

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avaliação funcional (responder ao questionário de capacidade funcional,

composto de 20 perguntas objetivas e questionário de qualidade de vida)

5. Desconforto ou Riscos Esperados: Os voluntários não serão submetidos a

riscos ou desconfortos durante os procedimentos.

6. Informações: O voluntário tem garantia que receberá respostas a qualquer

pergunta ou esclarecimento de qualquer dúvida quanto às avaliações, riscos,

benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa. Também os

pesquisadores aqui citados assumem o compromisso de garantir informações

atualizadas obtidas durante o estudo, ainda que esta possa afetar (interferir) a

vontade do indivíduo em continuar participando.

7. Métodos Alternativos Existentes: A metodologia proposta dispensa

qualquer outro método alternativo.

8. Retirada do Consentimento: o voluntário tem a liberdade de sair da

pesquisa a qualquer momento e deixar de participar do estudo.

9. Aspecto Legal: Elaborados de acordo com as diretrizes e normas

regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à

Resolução n.º 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde

do Ministério de Saúde – Brasília – DF.

10. Garantia do Sigilo: Os pesquisadores asseguram a privacidade (sigilo)

dos voluntários quanto aos dados envolvidos na pesquisa.

11. Formas de Ressarcimento das Despesas decorrentes da Participação na Pesquisa: Serão ressarcidas possíveis despesas com deslocamento.

12. Locais da Pesquisa: A pesquisa será desenvolvida no Laboratório de

Avaliação Funcional Respiratória da Universidade Nove de Julho – Uninove,

situada na Avenida Adolpho Pinto 109, Barra Funda, São Paulo-SP.

13. Nome Completo e telefones dos Pesquisadores para Contato: Prof. Dr.

Dirceu Costa (011) 8551-6817 e Kadma Karênina Damasceno Soares (011)

8338-6593.

Consentimento Pós-Informação:

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Eu, ________________________________________________, após

leitura e compreensão deste termo de informação e consentimento, entendo

que a participação do menor, pelo qual sou responsável, é voluntária, e que

posso sair do estudo a qualquer momento do estudo, sem prejuízo algum.

Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a

execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste

estudo no meio científico,

São Paulo,______ de ________________________ de 2010. Nome (por extenso): _____________________________________________________ Assinatura: _____________________________________________________________

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9. APÊNDICES

9.1 QUESTIONÁRIO SF-36

PACIENTE:

SF - 36 PESQUISA EM SAÚDE

Instruções: Esta pesquisa questiona a você sobre sua saúde. Estas informações nos manterão informados de como você se sente e quão bem é capaz de fazer suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro em como responder, por favor tente responder o melhor que puder. 1. Em geral, você diria que sua saúde é: (circule uma) Excelente...................................................... 1 Muito boa..................................................... 2 Boa............................................................... 3 Ruim............................................................. 4 Muito ruim................................................... 5 2. Comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral,

agora? (circule uma) 3. Muito melhor agora do que há um ano atrás........................1 Um pouco melhor agora do que há um ano atrás................ 2 Quase a mesma coisa de um ano atrás................................ 3 Um pouco pior agora do que há um ano atrás..................... 4 Um pouco pior agora do que há um ano atrás..................... 5 4. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer durante um

dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para fazer essas atividades? Neste caso, quanto? (circule um número em cada linha)

Atividades Sim dificulta muito

Sim dificulta

um pouco

Não dificulta de modo

algum a) atividades vigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos

1 2 3

b) atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa

1 2 3

c) levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 d) subir vários lances de escada 1 2 3 e) subir um lance de escada 1 2 3 f) curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

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g) andar mais de um quilômetro 1 2 3 h) andar vário quarteirões 1 2 3 i) andar um quarteirão 1 2 3 j) tomar banho ou vestir-se 1 2 3 5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, como conseqüência de sua saúde física? (circule um número em cada linha)

Atividades Sim Não

a) você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou outra atividade?

1 2

b) Realizou menos tarefa do que você gostaria? 1 2 c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outra atividade? 1 2 d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (necessitou de um esforço extra) ?

1 2

6. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como consequência de algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)? (circule um número em cada linha)

Atividades Sim Não

a) você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou outra atividade?

1 2

b) Realizou menos tarefa do que você gostaria? 1 2 c) Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz?

1 2

7. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação a família, vizinhos, amigos ou em grupo? (circule uma)

De forma nenhuma........................... 1 Ligeiramente.................................... 2 Moderadamente................................ 3 Bastante............................................ 4 Extremamente.................................. 5 8. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas? (circule

uma) Nenhuma.......................................... 1 Muito leve........................................ 2 Leve................................................. 3 Moderada......................................... 4 Grave............................................... 5 Muito grave..................................... 6

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9. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com o seu trabalho normal (incluindo tanto trabalho fora de casa e dentro de casa)?

De maneira alguma.......................... 1 Um pouco......................................... 2 Moderadamente................................ 3 Bastante............................................ 4 Extremamente.................................. 5 10. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido

com você durante as últimas 4 semanas. Para casa questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxima da maneira como você se sente, em relação as últimas 4 semanas. (circule um número em cada linha)

Atividades Todo

tempo A

maior parte

do tempo

Uma boa

parte do

tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

a) quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, cheio de vontade, cheio de força?

1 2 3 4 5 6

b) quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c) quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode animá-lo?

1 2 3 4 5 6

d) quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranquilo?

1 2 3 4 5 6

e) quanto tempo você tem se sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f) quanto tempo você tem se sentido desanimado e abatido?

1 2 3 4 5 6

g) quanto tempo você tem se sentido esgotado?

1 2 3 4 5 6

h) quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i) quanto tempo você tem se sentido cansado?

1 2 3 4 5 6

11. Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes etc.)? (circule um)

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Todo o tempo................................... 1 A maior parte do tempo................... 2 Alguma parte do tempo................... 3 Uma pequena parte do tempo.......... 4 Nenhuma parte do tempo................. 5 12. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

(circule em cada linha)

Afirmações Definitivamente verdadeiro

A maioria das vezes verdadeiro

Não sei

A maioria

das vezes falsas

Definitivamente falsa

a) eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas

1 2 3 4 5

b) eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço

1 2 3 4 5

c) eu acho que a minha saúde vai piorar

1 2 3 4 5

d) minha saúde é excelente

1 2 3 4 5

 

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9.2 Questionário HAQ-20

Versão Brasileira do Questionário de Capacidade Funcional HAQ - 20

Sem Dificuldade

Com Alguma Dificuldade

Com Muita Dificuldade

Incapaz de Fazer

01. Vestir-se, inclusive amarrar os cordões dos seus sapatos, abotoar as suas roupas?

0

1

2

3

02. Lavar a sua cabeça e seus cabelos? 0

1

2

3

03. Levantar-se de uma maneira ereta de uma cadeira de encosto reto e sem braços?

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1

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04. Deitar-se e levantar-se da cama? 0

1

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05. Cortar um pedaço de carne? 0

1

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06. Levar a boca um copo ou uma xícara cheia de café, leite ou água?

0

1

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07. Abrir um saco de leite comum? 0

1

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08. Caminhar em lugares planos? 0

1

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09. Subir cinco degraus? 0

1

2

3

10. Lavar seu corpo inteiro e secá-lo após o banho?

0

1

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11. Tomar um banho de chuveiro? 0

1

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12. Sentar-se e levantar-se de um vaso sanitário?

0

1

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13. Levantar os braços e pegar um objeto de mais ou menos 2,5quilos, que está posicionado um pouco acima de sua cabeça?

0

1

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14. Curvar-se para pegar suas roupas no chão?

0

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15. Segurar-se em pé no ônibus ou no metrô?

0

1

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16. Abrir potes ou vidros de conserva que tenham sido previamente abertos?

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17. Abrir e fechar torneiras? 0

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18. Fazer compras na redondeza onde mora?

0

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19. Entrar e sair de um ônibus? 0

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20. Realizar tarefas tais como usar a vassoura para varrer e o rodo para puxar a água?

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AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FÍSICO E FUNCIONAL RESPIRATÓRIO EM OBESOS Nome da publicação

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