Aventuras e cultura Reféns das fake news

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Fundado em 19 de julho de 2000 por Carlos Roberto Coutinho Vitória, 20 de agosto de 2021 )) Ano XXII )) Nº 847 Edição Gratuita Semanal )) www.eshoje.com.br DIVULGAÇÃO POLÍTICA COLUNA CULTURA Manato amansado para 2022 )) 9 DIVULGAÇÃO ESHOJE Poderes dominados por gângsteres )) 11 Falta de reconhecimento dos bens culturais materiais capixabas prejudica conservação da memória histórica )) 3 MARCELLO PEDRO Luta para preservar os patrimônios Reféns das fake news BODYBOARDING DE VOLTA ÀS PRAIAS DO ES Primeira etapa do Brasileiro será disputado em Vila Velha )) 12 Aventuras e cultura na serra capixaba Alfredo Chaves e Marechal Floriano são as dicas para quem busca esporte, natureza e o friozinho do inverno no ES )) 7 Apesar da maioria dos brasileiros considerarem a disseminação de notícias falsas algo grave, atores políticos tentam condicionar remoção de fake news nas redes sociais a ordens judiciais )) 5 DIVULGAÇÃO ALEXANDRE CITON Poesia em formato underground )) 13

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Fundado em 19 de julho de 2000 por Carlos Roberto Coutinho

Vitória, 20 de agosto de 2021 )) Ano XXII )) Nº 847 Edição Gratuita Semanal )) www.eshoje.com.br

DIVULGAÇÃO

POLÍTICA COLUNA CULTURA

Manato amansado para 2022 )) 9

DIVULGAÇÃO ESHOJE

Poderes dominados por gângsteres )) 11

Falta de reconhecimento dos bens culturais materiais capixabas prejudica conservação da memória histórica )) 3

MARCELLO PEDRO

Luta para preservar os patrimônios

Reféns das fake news

BODYBOARDING DE VOLTA ÀS PRAIAS DO ESPrimeira etapa do Brasileiro será disputado em Vila Velha )) 12

Aventuras e cultura na serra capixabaAlfredo Chaves e Marechal Floriano são as dicas para quem busca esporte, natureza e o friozinho do inverno no ES )) 7

Apesar da maioria dos brasileiros considerarem a disseminação de notícias falsas algo grave, atores

políticos tentam condicionar remoção de fake news nas redes sociais a ordens judiciais )) 5

DIVULGAÇÃO

ALEXANDRE CITON

Poesia em formato underground )) 13

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2 Editorial SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021

tiragem: Publicação digitalcirculação: Estadual e digitalperiodicidade: Semanal

Rua Paschoal Delmaestro, 260 Ed. Vila da Praia, Sl. 5 e 6 - Jardim Camburi - Vitória/ES - Cep. 29.090-460 - Tel. 27 3026-1777 / [email protected]

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diretora de redação

Danieleh Coutinho - MTB/ES [email protected]

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editor Gustavo Gouvêa

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Investigação do vírus 1Assume que dói menos. Pu-

nição já!

Edmar Santos da Silva

Investigação do vírus 2China correndo da responsa-

bilidade? Próprio do marxis-mo: hipócritas, mentirosos e genocidas.

@paulo_semblano

Moradores de rua 1Melhor seria ter restauran-

tes estrategicamente posicio-nados para o qual estes mora-dores de rua se dirigiriam es-pontaneamente, e ali se ali-mentariam comodamente sem jogar ou abandonar mar-mitex pelas ruas... Neste caso, os voluntários da pastoral po-deriam participar doando ali-mentos nestes restaurantes e ou auxiliando.

Vandeir Sousa Tei

Moradores de rua 2Pracinha de Jucutuquara es-

tá uma vergonha. Eles se dro-gam a qualquer hora e a polí-cia e o prefeito não fazem na-da!

Claudine Antunes de Deus

Moradores de rua 3A situação é delicada. Mas se

eles fizeram isso foi por moti-vos maiores. População estava sendo ameaçada. Então va-mos averiguar os fatos. Às ve-zes não são todos que se com-portam assim. Mas, infeliz-mente, não tem como saber qual deles.

@keinacoser

Moradores de rua 4Mas, gente, eles são violen-

tos, assaltam as pessoas que es-tão indo cedo para o trabalho, usam drogas, brigam a noite entre eles acordando os mora-dores e, pior, não aceitam ir para abrigos na abordagem. Virou caso de polícia, sim! Nós reclamamos com a prefeitura, que vem e até levam. No outro dia estão todos de volta, isso quando aceitam.

@clariceumar

Moradores de rua 5Opa... ali onde eles recolhe-

ram, diversas pessoas usando

drogas, cometendo delitos... inclusive muitos ali têm suas casas e ficam ali aproveitando da bondade dos outros. Não estamos julgando. Tenho um conhecido que frequenta a praça e entendo muito bem o que se passa ali. Estamos falan-do do Centro de Vitória, não vamos generalizar.

@oespiritosantoemassa

Santas CasasO governador poderia tomar

vergonha na cara e mandar fa-zer manutenção nas santas Ca-sas de Misericórdia! Tá tudo caindo! Fiação elétrica um horror! Tô vendo a hora de ter um incêndio! Uma pena, só tem médicos bons! Atendi-mento maravilhoso! O povo capixaba tem que cobrar do governador!

@selmacalmonf

Parque Residência Oficial

Eu sempre achei que deveria ser feito isso, mas com contro-le de entrada para não degra-dar o lugar.

@haynercastello

Controle da pandemiaEm Israel, com 80% da po-

pulação imunizada os casos aumentaram e estão restrin-gindo tudo. Por que aqui no Brasil, e principalmente no ES, estão abrindo tudo? Espe-rando morrer mais gente pa-ra depois fechar tudo? E as pessoas que investiram nos seus negócios ficam no preju-ízo. Vacinar a população pri-meiro lugar. Nos outros esta-dos as aulas presenciais fo-ram suspensas por causa da variante Delta. Por que no ES o governador insiste em se-rem obrigatórias as aulas presenciais?

@tsandramarapereira

Pós-vacinaVários já morreram após a

vacinação!

@relopesmendes

Tonho dos CourosUm dia desses eu estava per-

guntando por ele... parece que ouviu meu pensamento!

@vanaaltenerath

Jovens acima de 18 anos começaram a receber 1ª dose da vacina contra a Covid-19 em Vitória

PREFEITURA DE VITÓRIA

FOTO DA SEMANA

EDITORIAL

ESPAÇO DO LEITOR

O termo “fundamentalismo” tem conotação pejorativa. E apesar de estar comumente li-gado a questões religiosas, também diz respeito a posições políticas. Nos atenhamos aqui a analisar este termo a partir das questões geopolíticas e nacionais que atravessamos.

O fundamentalismo

O tema deste editorial foi inspirado na tomada do poder no Afeganistão pelo Talibã, um grupo fundamentalis-ta islâmico, após 20 anos de ocupação de tropas americanas no País. A partir de uma interpretação extremista da religião islâmica o Talibã busca gover-nar o país, o que significa: ameaçar, usar de meios coercivos e executar opositores; restrições severas do direi-to sociais e econômicos das mulheres conquistados nas últimas duas déca-das de ocupação norte-americana, co-mo a proibição de estudar, de traba-lhar, de sair de casa sem o uso da bur-ca e sem a companhia de um homem; perseguição a outras religiões e aver-são a qualquer tipo de influência oci-dental, só para citar algumas mazelas.

Intolerância é palavra-chave quan-do se fala em fundamentalismo. Se-gundo a definição do dicionário da Oxford Languages, fundamentalismo é “qualquer corrente, movimento ou atitude, de cunho conservador e inte-grista, que enfatiza a obediência rigo-rosa e literal a um conjunto de princí-pios básicos”. Em todo caso, a expres-são sempre denota um sentido nega-tivo, indicando rigidez e inflexibilida-de de opinião e compreensão.

Embora o conceito tenha sido ori-ginalmente utilizado no meio do pro-testantismo americano para se refe-rir à defesa dos fundamentos daque-

la fé, o que diferencia a ortodoxia do fundamentalismo como o conhece-mos hoje é justamente o uso das di-versas violências, de ameaças e de meios coercivos para a implementa-ção daquela visão de mundo.

No Brasil de hoje, conseguimos en-xergar isso em determinadas pesso-as que se dizem “cristãs”, embora es-sas atitudes sejam contrárias à dou-trina ensinada por Jesus Cristo, que é a base do cristianismo. Mas não so-mente no campo religioso. No cam-po político, a polaridade bolsonaris-mo x lulopetismo é um conflito in-cumbido de fundamentalismo em seus representantes radicais.

O bolsonarismo é um movimento com acordes de fundamentalismo em sua essência. De acordo com o profes-sor e cientista da religião Kenner Ter-ra algumas das características do bol-sonarismo – ou “bolssoregiliosidade”, como ele define a “seita” – são: mora-lismo intolerante, messianismo acrí-tico, monofonia, sacrificialismo vio-lento, antipatia à ciência, dualismo e verborragia com indícios de pós-ver-dade. Em muitas das vezes a reação a quem pensa diferente do que o “mes-sias” diz é intolerante e violenta, seja com violência verbal – a mais comum, mesmo nas redes sociais – ou mesmo física, como já ocorrido em manifes-tações, contra opositores.

No outro extremo, alguns que se definem como lulopetistas também são fundamentalistas. Quando o Oxford Languages define o funda-mentalismo como “conservador”, is-so diz respeito a conservar os valores daquele movimento, além de “inte-grista” e de enfatizar uma “obediência rigorosa” àqueles princípios. O lulope-tismo tem todos os ingredientes e, da mesma forma que parte dos bolsona-ristas usam de violência verbal contra seus opositores, parte dos lulopetistas também o faz, sobretudo contra bol-sonaristas, mas beiram a realizar uma espécie de violência psicológica ou proselitismo extremo contra quem busca uma terceira via. Além disso, os integrantes deste grupo que realizam vandalismo em manifestações, são uma versão mais intensa desse funda-mentalismo da esquerda brasileira.

Definitivamente, não tem como fe-char com nenhum tipo de fundamen-talismo. Isso não cabe em uma demo-cracia. Democracia é um sistema que privilegia a diversidade e essa é a sua beleza. É completamente legítimo que uma pessoa defenda a sua crença, seja ele religiosa ou política, de forma ortodoxa. Mas a partir da hora que ela desrespeita o próximo, passa a ser classificada como fundamentalista. No jogo democrático, não há espaço para este tipo de atitude.

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SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021 Cidades 3

ALEXANDRE [email protected]

No Dia Nacional do Patri-mônio Histórico, co-memorado na última terça-feira (17), três edi-

ficações capixabas - em Vitória, Vila Velha e Guarapari - demons-tram que a preservação da histó-ria do Espírito Santo exige políti-cas públicas de manutenção e va-lorização desses bens.

Para o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/ES), Heliomar Venâncio, a data destinada ao patrimônio de-ve ser comemorada. “A celebra-ção e a importância desse dia es-tão na promoção e administra-ção do processo de preservação dos bens culturais do país, no fortalecimento da identidade na-cional, na garantia do direito à memória e na contribuição para o desenvolvimento socioeconô-mico do país”, declara.

Para a data, o CAU/ES realizou um debate virtual sobre o tema no país e no estado. “No Espírito Santo, a ocupação artística nas ruínas do hospital da Ilha da Pól-vora traz uma reflexão sobre a ci-dade, a paisagem, a memória e a natureza. É necessário preservar para termos memória histórica”, afirma Venâncio ao se referir a uma exposição artística coletiva, encerrada no último dia 07.

SALDANHA DA GAMA No final de 2019, o Governo do

Estado anunciou que a antiga se-de do Clube de Regatas Saldanha da Gama, no Forte São João, em Vitória, sediaria a Fundação de

Restauração para preservar a história do Espírito SantoEntre reformas e projetos executivos, poder público visa reconhecer bens históricos do ES

PERSPECTIVA

Igreja Nossa Senhora dos Navegantes tem proposta de "requalificação"; projeto está atrasado

Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). Para tan-to, em janeiro deste ano, foi ini-ciada uma reforma em toda a es-trutura da edificação.

Com valor aproximado de R$1,2 milhão, o edifício está pas-sando por obras de manutenção. De acordo com o Departamento de Edificações e de Rodovias do Estado (DER-ES), nesta primeira etapa, estão sendo realizados consertos dos telhados, retirada de infiltrações, recuperação de rebocos, trocas de esquadrias, portas, janelas, peças sanitárias, pisos, pintura, entre outros. A Se-cretaria de Estado de Turismo (Setur) informou que, em breve, será assinado contrato para obras da fachada, pátio, muros e esquadrias. A previsão é que o projeto seja concluído no primei-ro semestre do ano que vem.

O Forte São João foi construído, ainda no início do século XVIII, pa-ra ser uma fortaleza e proteger a ilha de Vitória de invasões estran-geiras. Em 1931, foi oficialmente comprado pelo Clube de Regatas Saldanha da Gama e passou a ser espaço aberto à prática de espor-tes, festas e solenidades. Hoje, o Saldanha da Gama é a única cons-trução com características de for-tificação existente na Capital.

“Preservar os bens culturais

do País fortalece a identidade do povo e sua memória”HELIOMAR VENÂNCIO, CAU/ES

“Muitos bens culturais não

possuem seu valor reconhecido. Isso inviabiliza recursos”LUCIENE PESSOTTI, CAU/ES

“Um dos principais

problemas e o maior desafio é a educação patrimonial”LUCIANE PESSOTTI, CAU/ES

História e natureza em Vila Velhano município de Vila Velha, um patrimônio histórico se une à na-tureza. É a Área de Proteção Am-biental (APA) Lagoa Grande, em Ponta da Fruta.

Com 2.719 hectares, ela é caracte-rizada por ecossistemas de restin-ga, áreas frágeis alagadas, córregos e a bacia da Lagoa Grande. Na loca-lidade, a Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, construída em 1945, resguarda a história da coloniza-ção do município e do solo espíri-to-santense. A construção religiosa está localizada no alto de um mor-ro, do qual é possível observar a ex-

tensão da praia de Ponta da Fruta.A Secretaria de Planejamento e

Projetos Estruturantes prevê a ela-boração de projetos executivos na região, bem como intervenções no morro em que se situa a igreja. As obras incluem a construção de um pórtico, isto é, um portal coberto na entrada e na saída da edificação, em estrutura de concreto armado. Além disso, a cidade planeja a urba-nização no entorno da lagoa, bem como a implantação de um deck de madeira e de um centro de apoio aos visitantes.

Este é um processo de requalifi-

cação do entorno da igreja com melhoria nos acessos, afirma a pre-feitura. Prevista para ser entregue no próximo mês, a proposta arqui-tetônica ainda está em fase de ela-boração dos projetos executivos.

Reconhecimento necessário em Guarapario centro da cidade de Guarapa-ri também abriga um patrimônio de grande importância histórica. O olho d’água batizado de Poço dos Jesuítas, no entanto, ainda aguar-da, desde 2013, para ser tombado oficialmente como patrimônio his-tórico capixaba.

Localizado na Praia da Fonte, no entorno do Morro do Atalaia, em uma Zona de Proteção Ambiental, a fonte é datada do século XVI, sen-do o único poço que restou das construções jesuíticas. Pedras so-brepostas unidas em argamassa de barro, areia e conchas compõem a construção, cuja nascente de água potável tem 40cm de profundida-de. A água que escorre das pedras já foi amplamente utilizada para cozinhar e também pelas lavadei-

ras da região.Em novembro de 2013, um pedi-

do de tombamento feito pelo Con-selho Estadual de Cultura (CEC) ob-teve parecer favorável, aprovado por unanimidade pelos conselhei-ros presentes em reunião plenária. Dessa forma, o bem ficou tombado provisoriamente.

A Secretaria de Turismo, Empre-endedorismo e Cultura (Setec) clas-sifica o poço como um Patrimônio Afetivo, em processo de tomba-mento. De acordo com a prefeitu-ra, o processo atualmente se en-contra em etapa de georreferencia-mento das informações para a de-limitação da área de proteção do bem, que está sendo realizada pela Gerência de Memória e Patrimônio (GMP) da Secretaria de Estado da Poço dos Jesuítas: tombamento

DIVULGAÇÃOCultura (Secult). A Companhia de Melhoramentos e Desenvolvimen-to Urbano (Codeg) informou que realiza ações constantes de limpe-za, pintura e capina na região.

Para a arquiteta e coordenadora do Núcleo de Patrimônio Cultural da CAU/ES, Luciene Pessotti, as difi-culdades na preservação dos bens também é uma questão de políti-cas públicas. “O Brasil possui um acervo riquíssimo de bens cultu-rais materiais e imateriais e muitos deles não foram inventariados ain-da, ou seja, muitos ainda não pos-suem seu valor reconhecido e isso inviabiliza receber recursos para sua preservação”, declara.

Especialista em restauração e conservação de monumentos e sí-tios históricos, Pessotti destaca que

a educação é peça-chave para cons-cientizar gerações presentes e futu-ras. “Um dos principais problemas e o maior desafio é a educação pa-trimonial. A educação desde a in-fância e a conscientização da socie-dade sobre a importância dos bens culturais é um dos principais pila-res para se impedir a degradação e a destruição do nosso acervo”, de-fende a arquiteta.

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SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 20214 Cidades

Deficiência nos direitos asseguradosCom a pandemia, educação especial e condições de trabalho de pessoas com deficiência intelectual e múltipla foram afetadas LYDIA LOURENÇ[email protected]

No próximo dia 21 de agosto tem início a Se-mana Nacional de Pes-soas com Deficiência

Intelectual e Múltipla. Pessoas com deficiência múltipla são aquelas que apresentam a jun-ção de duas ou mais deficiências causando atrasos em seu desen-volvimento e na sua capacidade de adaptação. Essa condição po-de ser agravada por aspectos co-mo idade que este indivíduo se tornou deficiente, o grau dessa deficiência e a quantidade de as-sociações que apresenta.

A semana que vai até dia 28 de agosto entrou no calendário nacional em 2017 através da lei nº 13.585, E é desenvolvida pela Federação Nacional das Apaes desde 1963. A data é uma forma de luta para a garantia de direi-tos a esses indivíduos que pos-suem alguma limitação ou ne-cessidade especial devido às su-as deficiências.

As dificuldades enfrentadas por essas pessoas são as mais di-versas, e na infância ela é acen-tuada pelas necessidades espe-ciais na aprendizagem, que muitas vezes não são supridas pelo Estado.

REIVINDICAÇÕESÉ isso que reivindicam o cole-

tivo Mães Eficientes Somos Nós, formado por mulheres que tive-ram filhos com algum tipo de deficiência intelectual e forma-ram acampamento há mais de 10 dias na Prefeitura da Serra. As principais exigências das mães são um maior número de cuida-dores nas unidades de ensino, um professor de Educação Espe-cial a cada cinco alunos e um es-

DIVULGAÇÃO

Coletivo "Mães Eficientes Somos Nós" reivindica direitos em relação à educação especial na Serra

tagiário responsável por cada criança com algum tipo de defi-ciência intelectual ou múltipla.

Além disso, uma preocupação das mães é com a obrigatorieda-

SERVIÇO

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência (21 a 28 de agosto)

Para assistir: https://www.youtube.com/apaees

• Dia 20/8, às 14h • abertura oficial. • * Live com Vanderson Gaburo, presidente da Feapaes-ES, e Gabriela Leal, consultora técnica em Assistência Social.

• * Palestra com Nara Borgo,

secretária de Direitos Humanos do Espírito Santo.

• * Lançamento da exposição "Expressões: autonomia e protagonismo em tempo de pandemia"

• Dia 24/8, às 14h • edição especial do Painel Apaees • tema: A pessoa com deficiência pela ótica do sujeito: diferença, direitos humanos e o encontro com o outro.

• palestrante: Vanderson Gaburo, presidente da Feapaes-ES

Evento para colocar direitos em prática

Desafios no mercado de trabalho para PCDs

para celebrar essa semana voltada para a luta pelos direitos das pessoas com deficiência, a Fe-deração das Apaes do Estado do Es-pírito Santo (Feapaes-ES) preparou uma programação especial que te-rá uma live de abertura, uma edi-ção especial do Painel Apaees e o lançamento de uma exposição.

Este ano o tema é "É tempo de transformar conhecimento em ação" e busca colocar em prática os direitos assegurados por lei, mas que não são acessíveis a todos.

a coordenadora nacional da Coordigualdade (Coordenado-ria Nacional de Promoção da Igualdade e de Oportunidades) é a procuradora do Trabalho Adriane Reis de Araújo. Ela diz que o Ministério Público do Tra-balho atua nacionalmente para fazer valer o cumprimento da cota legal prevista no art. 93 da Lei 8.213/91. “Atuamos também para garantir a acessibilidade no ambiente de trabalho e a não discriminação das pessoas com deficiência em geral. Apoiamos diversas iniciativas públicas e privadas que aproximam pesso-as com deficiência que desejam trabalhar, de empresas que de-sejam contratar”, afirma.

A titular da coordenadoria na-cional orienta que é sempre ne-cessário uma avaliação das com-petências da pessoa que deseja trabalhar, a atividade a ser de-sempenhada e o meio ambien-te de trabalho. “Tudo isso visa garantir a superação das barrei-ras arquitetônicas, de comuni-cação, entre outras”, pondera.

De acordo com Adriane, o con-texto pandêmico traz outros de-safios para as pessoas com defi-ciência: evitar situações de risco e garantir ambiente de trabalho virtual acessível. “Nesse caso, te-mos orientado as empresas a so-mente admitir o retorno das pessoas com deficiência vacina-das após a devida avaliação do risco de contaminação para aquela pessoa, de forma indivi-dualizada”, ressalta.

O Ministério Público do Tra-balho do Espírito Santo não possui dados específicos atua-lizados acerca do contingente de pessoas com deficiência in-telectual e múltipla que atuam no mercado de trabalho do es-tado. Atualmente, o Estado não possui titular na coordenação regional da Coordigualdade. No entanto, possui programas ativos para atender pessoas com deficiência ou algum tipo de deficiência.

de da presença nas salas de aula desde o dia 02 de agosto, medi-da que, segundo elas, não consi-dera as particularidades dos alunos especiais.

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Geral 5SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021

AUBREY [email protected]

Uma pesquisa dos insti-tutos Ideia e Vero, pro-movida em julho deste ano com 2 mil pessoas

de todo o Brasil, aponta que 79% dos brasileiros consideram a dis-seminação de notícias falsas, as chamadas "fake news", como sendo um problema grave.

"Há cinco anos, não haveria es-se grau de preocupação com as fake news", diz o pesquisador Maurício Moura, fundador do Ideia e um dos organizadores da pesquisa. "As fake news passaram a ser um tema na sociedade, e o próprio termo se popularizou”.

Desde 2016, com a campanha de Donald Trump para a presi-dência dos EUA com suporte da extinta e polêmica empresa Cambridge Analytica, as notí-cias falsas e direcionadas a pú-blicos específicos nas platafor-mas digitais têm sido preocupa-ções de profissionais de comu-nicação e ativistas da liberdade de expressão. Sob o argumento

Fake News: um desafio até 2022Maioria dos brasileiros consideram notícias falsas algo grave, mas Governo Federal não as combate

da liberdade de expressão, um decreto de Trump buscou res-tringir as hipóteses em que con-teúdos poderiam ser removidos e perfis bloqueados. A ordem foi revogada pelo Governo Biden.

O doutor em Comunicação pela UFRJ e professor e coorde-nador do Laboratório de Estu-dos sobre Imagem e Cibercultu-ra (LABIC) da Ufes, Fabio Gou-veia, comenta o assunto tam-bém com preocupação. “As re-des sociais são uma ferramenta poderosa de distribuição e não são reguladas por lei enquanto veículos de comunicação como as demais mídias. Os algoritmos (fórmulas matemáticas comple-xas com aplicações variadas) usados pelas mídias sociais pri-vilegiam a entrega de conteú-dos para as pessoas de acordo com o que elas já demonstram afinidade e concordância, e não fazem a apuração jornalística como seres humanos”, argu-menta o professor.

“Agora vemos uma investida de diversos atores da política brasileira na tentativa de condi-

cionar a remoção de fake news a medidas judiciais. Condicio-nar a regulação ao poder judici-ário vai atrasar a remoção de conteúdos desinformadores da rede e aumentar sua influência e impacto negativos na socieda-de” argumenta Fabio.

O PROBLEMAConsiderado um dos mais im-

portantes marcos legais da In-ternet no mundo, a Section 230 do Communications Decency Act de 1996, dos Estados Unidos, possibilitou o florescimento do ambiente digital hoje existente. Sua contribuição foi determinar que provedores de aplicações de Internet não são responsá-veis pelo o que é publicado por seus usuários.

Em outras palavras, platafor-mas como Facebook, Twitter, Youtube, Instagram e WhatsApp não são obrigadas a atuarem com poderes editoriais para fil-trar o que é postado por todo usuário, uma vez que sobre elas não recairá a responsabilidade do conteúdo. Algumas redes sociais possuem filtro contra informações falsas

DIVULGAÇÃO

Compartilhamento: “antipolítica” e “boa fé” A pandemia evidenciou ainda mais o problema. Durante a maior crise do século, muitos brasileiros não viram as fontes oficiais como seguras, ao mesmo tempo em que foram bombardeados por desin-formação na internet.

Tais comportamentos são res-ponsáveis por intensificar a aver-são à política institucional ou partidária. Dessa forma, 67% da população diz estar interessada em política (dos "às vezes" inte-ressados aos "extremamente" in-teressados). Já no grupo com en-sino superior, a fatia de interessa-dos sobe e vai a 77%.

Por outro lado, somente pou-co mais da metade dos brasilei-ros (54%) afirma ter alguma po-sição política, seja ela de esquer-da, direita ou centro. Esquerda e direita estão empatadas na ca-sa dos 20% dos eleitores cada, e o centro vem atrás, com 10%.

"Culturalmente no Brasil, quando alguém define posição política, é como se passasse um recibo de que é manipula-do, que tem segundas inten-ções. É um pouco da nossa cul-tura também, essa visão de que a política é sempre ruim", diz Caio Machado, diretor exe-Sentimento de pertencimento pode levar a espalhar fake news

LUCIANA MALINEcutivo do Instituto Vero e pes-quisador da Universidade de Oxford, do Reino Unido.

A pesquisa afirma também que 21% dos brasileiros admiti-ram ter alguma vez comparti-lhado uma notícia política mes-mo suspeitando que a informa-ção não fosse verdadeira.

O que leva essas pessoas a, na prática, toparem espalhar uma mentira? Segundo o pro-fessor da Ufes, esse comporta-mento de disseminação de fake news está relacionado ao sentimento de pertencimento a um grupo ideológico.

Governo trabalhando a favor de fake news semelhante ao Section 230, o Mar-co Civil da Internet (MCI - Lei nº 12.965/2014) também consagrou em seus dispositivos a não respon-sabilização dos provedores de apli-cações de Internet por conteúdos postados por terceiros.

Seguindo os moldes de Trump, o atual presidente do Brasil, Jair Bol-sonaro, também passou a atacar os poderes nas plataformas digitais, uma vez que ele também é um al-vo frequente de remoções de con-

teúdo e sinalizações de postagens com informações inverídicas.

Recentemente foi tornada públi-ca uma minuta de decreto sob es-tudo pelo Governo Federal, regula-mentando o MCI, que impossibili-taria as plataformas de sinalizar conteúdos falsos, remover posta-gens com discursos de ódio e per-fis sem ordem judicial. Além da movimentação do Executivo, a ba-se parlamentar de Bolsonaro no Congresso também se organiza ati- Existem Projetos de Lei para restringir atuação das plataformas

PRINT/INSTAGRAMvamente para atacar a liberdade de expressão nas redes através de pro-jetos de lei que procuram restrin-gir a atuação das plataformas e até mesmo de verificadores de fatos.

“Ao fim, o que esses atores de-sejam é minar a liberdade de ex-pressão e de acesso à informação com campanhas de desinforma-ção em massa, tendo como falsa justificativa a liberdade de ex-pressão deles próprios”, afirma o relatório do instituto Vero.

Page 6: Aventuras e cultura Reféns das fake news

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Geral 7SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021

AGNES [email protected]

No Espírito Santo exis-tem belezas naturais que tanto capixabas q u a n t o t u r i s t a s

amam para se aventurar. Nesta semana, os destinos são Afonso Cláudio e Marechal Floriano. A população de Afonso Cláudio é, em sua maioria, descendente de imigrantes italianos. Já Mare-chal Floriano foi predominante-mente colonizado por alemães e também por italianos, os quais influenciaram diretamen-te em sua cultura. Esses traços podem ser percebidos na culi-nária, dança, música e arquite-tura presentes da cidade.

Apesar de Afonso Cláudio ter um clima predominantemente ameno, a depender da estação a temperatura varia bastante. No verão, chega a atingir até 37ºC, já que, é a cidade mais baixa da re-gião serrana. Todavia, em épocas frias, a temperatura é compará-vel à de outras cidades da região, sendo inferior a 18ºC, devido à sua altitude, relevo, hidrografia e condições florestais.

Marechal Floriano é referência pelo seu clima, que é denomina-do tropical de altitude, o que faz o município possuir uma tempe-ratura amena durante quase o ano todo. A média é de 17,5ºC, e a mínima pode chegar a -3ºC, ide-al para quem gosta de curtir o friozinho capixaba.

Luan Caliman, 25, personal trainer, nascido em Afonso Cláu-dio, conta sobre um lugar criado recentemente. “Em Afonso Cláu-dio há um local chamado Miran-te do Valente, onde as pessoas da Grande Vitória vão para conhe-cer. Chegando ao topo do miran-te, há uma vista espetacular que dá para ver um pouco da cidade”.

Para os aventureiros, Caliman fala sobre o “Cartão Postal da Cida-de”, chamado Três Pontões. “Esse lugar é para os aventureiros que gostam de fazer caminhada. A tri-lha é um pouco longa e tem que ter um preparo físico antes. Mas, no final, é recompensador. Todos costumam ir para ver o nascer e o pôr-do-sol”, fala Caliman, cheio de orgulho de onde veio.

Filipi Coutinho, 23, estudante de engenharia química, diz que o zoológico de Marechal Floriano é o ponto principal para os turis-tas e capixabas que desejam co-nhecer o local. “Na cidade gran-de, por não ter esses atrativos, as pessoas vão até o zoológico para contemplar as belezas do local e

Clima europeu e aventura na região serrana do ESAfonso Cláudio e Marechal Floriano são novas dicas de ESHOJE para curtir a estação do frio

LUAN CALIMAN/DIVULGAÇÃO

Em Afonso Cláudio, o cartão postal é a Pedra dos Três Pontões; já em Marechal Floriano, o Zoo Park da Montanha é uma das atrações

observar os diversos animais que ali existem”, disse.

Coutinho ainda conta que em Marechal existe um pequeno dis-trito chamado Araguaia, que nor-malmente é o local onde as pes-soas param para conhecer a cul-tura local italiana.

“Em Araguaia sempre tem eventos voltados à cultura italia-na. Nos festivais os moradores fa-zem desfiles com roupas tradi-cionais da Itália para ressaltar a cultura. Além dos festivais, te-mos comidas típicas”, contou.

O estudante relata, também, que os turistas usam esse ponto para conhecer melhor a cidade e que as pousadas do local são ótimas para aproveitar o frio do inverno capixaba.

“As pessoas vão à Pedra

dos Três Pontões para ver o nascer e o pôr do sol”LUAN CALIMAN, personal trainer

SERVIÇO

Onde comer em Afonso Cláudio RESTAURANTE DO MARCÃO

• prato da Casa: Pizza • valor: A partir de R$ 20,00 • endereço: Av. Pres. Vargas, 265 - Centro, Afonso Cláudio - ES, 29600-000

SINFRÔNIO RESTAURANTE SELF-

SERVICE E CHURRASCARIA

• prato da Casa: Churrasco • valor: Por quilo • endereço: ES-264, 335 - Gra-ma, Afonso Cláudio - ES, 29600-000 RESTAURANTE PRATO FINO

• prato da Casa: Comida Caseira • valor: A partir de R$ 25,00 • endereço: Rua José Jorge Haddad - Centro, Afonso Cláudio - ES, 29600-000

Onde ficar em Afonso Cláudio POUSADA AFONSO CLÁUDIO

• preço: R$ 180,00 • café da Manhã: Incluso • endereço: R. Quintino Bocaiú-va, 128 - Centro, Afonso

Cláudio - ES, 29600-000

HOTEL 3 PONTÕES

• preço: R$ 180,00 • café da Manhã: Não incluso • endereço: R. Francisco Ávila Apolinário, 146 - João Valim, Afonso Cláudio - ES, 29600-000 POUSADA RURAL ACAPULCO

• preço: R$ 180,00 • café da Manhã: Incluso • endereço: Córrego Ingá, s/n - Zona Rural, Afonso Cláudio - ES, 29600-000

Onde comer em Marechal Floriano VITAL – RESTAURANTE E

LANCHONETE

• prato da casa: Comida caseira • valor: A partir de R$ 25,00 • endereço: R. Helena Stª. Clara Effgen, 104 - Centro, Mal. Floriano - ES, 29255-000 RESTAURANTE STEIN

• prato da Casa: Churrasco • valor: Por quilo • endereço: R. Santana, 136 - Centro, Mal. Floriano - ES,

29255-000 RESTAURANTE PRATO CHEIO

• prato da casa: Comida Caseira • valor: A partir de R$ 20,00 • endereço: R. Eduardo Rupf - Mal. Floriano, ES, 29255-000

Onde ficar em Marechal Floriano POUSADA RECANTO PRIMATA

• preço: A partir de R$ 265,00 • café da Manhã: Incluso • endereço: R. Gustavo Hertel, S/N - Zona Rural, Mal. Floriano - ES, 29255-000

SÍTIO DOS LAGOS – POUSADA E

RESTAURANTE

• preço: A partir de R$ 686,00 • café da Manhã: Incluso • endereço: Soido de, R. Niterói de Cima, Domingos Martins - ES, 29260-000 COBERTURA DAS MONTANHAS

• preço: R$ 270,00 • café da Manhã: Incluso • endereço: R. Bernardino Monteiro, 708 - Centro, Do-mingos Martins - ES, 29260-000

Page 8: Aventuras e cultura Reféns das fake news

SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 20218 #VacinaHoje

LYDIA LOURENÇ[email protected]

C o m a pandemia da Co-vid-19 diversos setores da economia capixaba tive-ram perda de renda, seja

com a paralisação de suas ativida-des ou com a diminuição da de-manda. Os feirantes, por serem considerados setor essencial, em sua maioria não deixaram de tra-balhar, nem no momento mais crí-tico da doença aqui no Estado.

Na próxima quarta-feira (25) é comemorado o Dia do Feirante. E nesta data é preciso ressaltar os im-pactos sofridos por quem leva co-mida nossa a mesa, bem como a perspectiva desses trabalhadores com o atual contexto pandêmico.

César Colkue, de 40 anos, é fei-rante há 7 anos e relata que o setor sentiu maior impacto no primeiro momento da pandemia. "Foi um período muito difícil para nós, de adaptação com as novas regras exi-gidas. Agora estamos tentando re-tomar nossa normalidade, mas ainda não está 100%", conta.

A princípio, ele, que atua numa feira de Vila Velha, afirma que além dos protocolos sanitários outras adaptações foram necessárias ao

Feirantes comemoram vacinaSetor começa a se recuperar a partir do avanço da imunização em todo Espírito Santo

trabalho. "Chegamos a ter que re-duzir os funcionários. Agora que estamos chamando novamente. Perdemos muita renda neste perí-odo", enfatiza.

Ruth Rezende, de 43 anos, traba-

lha no setor há 20 anos e diz que o momento mais crítico foi a falta de conhecimento sobre a doença. "Era um medo de uma doença desco-nhecida somado a perda de renda pela diminuição do consumo. Tive-

mos perdas significativas no últi-mo ano", pondera.

ESPERANÇA A feirante conta que já percebeu

um retorno das pessoas às feiras da

Capital. "Já observamos uma melho-ra. Os idosos, por exemplo, que são os que mais frequentavam a feira, já voltaram a vir com a tomada das du-as doses da vacina", relata Ruth.

De mesmo modo, Natália Fran-cisco, de 52 anos, acredita que seja possível vislumbrar um futuro di-ferente para 2022. "Já vemos um au-mento no fluxo de clientes. As pes-soas estão vacinando e retornando. Eu mesma já tomei a primeira do-se e estou esperançosa com o pró-ximo ano", afirma.

Para ela, além da vacinação, a fis-calização da prefeitura para o cum-primento dos protocolos possibili-tou a manutenção da atividade. "Agora, com a vacina, podemos tra-balhar mais tranquilos. A prefeitu-ra pegou bem firme com as exigên-cias, como uso de álcool em gel e máscaras. Isso deu mais confiança aos clientes", ressalta.

LYDIA LOURENÇO

Feirantes relatam aumento do fluxo de clientes e se dizem esperançosos com os próximos meses

Situação nas feiras livres da Grande Vitóriaem vila Velha, de acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos, foram realizadas ações de orien-tação de biossegurança desde o período crítico da pandemia. Além disso, a cidade adotou to-das as orientações do governo do Estado e do Ministério Público.

Em 2021, em nenhum momen-to houve suspensão total das fei-ras livres, apenas a redução de 50% dos tabuleiros, sempre se-guindo orientação do mapa de risco do governo do Estado.

Na Serra, todas as feiras do muni-cípio seguiram funcionando den-tro dos critérios da Organização Mundial da Saúde durante todo o

período da pandemia e atualmen-te elas estão em plena atividade.

Em Cariacica, não houve restri-ções no funcionamento das feiras livres. Contudo, foram adotadas medidas para evitar a propagação do vírus. De acordo com a prefeitu-ra, não foi verificado impactos ne-gativos, visto que o volume de mer-cadorias comercializadas não apre-sentou alteração. Os feirantes se-guem trabalhando normalmente, sempre observando as regras sani-tárias para enfrentamento à Co-vid-19. Não há subsidio municipal para auxílio aos feirantes, pois o funcionamento das feiras livres não foi afetado. Movimento já voltou à normalidade nas feiras de Vitória

LYDIA LOURENÇOJá em Vitória, segundo a prefei-

tura, em nenhum momento a Ca-pital ficou sem feiras livres, ape-nas sofreu adaptações como uso continuo de álcool e máscara. De acordo com o Secretário Munici-pal da Central de Serviços, Leonar-do Amorim, a permanência das feiras se deu devido a sua essencia-lidade. Contudo, no momento mais crítico o setor teve perdas de receita pelo receio de contágio.

“No primeiro momento da pan-demia, que toda a população se as-sustou, teve um impacto de que-da de vendas, mas através da nos-sa percepção o movimento já vol-tou à sua normalidade", afirma.

“Os idosos, que são os que

mais frequentam a feira, voltaram a vir com a vacina”RUTH REZENDE, feirante

Page 9: Aventuras e cultura Reféns das fake news

Política 9SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021

“Eu não mudei, eu evolui.” Foi assim que Carlos Mana-to, deputado fe-

deral por quatro vezes e pré--candidato ao Governo do Esta-do, abriu a entrevista que con-cedeu a ES Hoje.

Na última segunda-feira (16), Manato, que em 2018 ficou em segundo lugar na disputa e vai tentar novamente a cadeira de governador, publicou nas redes sociais uma foto com uma le-genda em que oferecia flores a seus adversários. Muita gente estranhou. Mas essa ação faz parte de uma estratégia de re-posicionamento de imagem do

“O capixaba não aguenta mais os mesmos nomes”Pré-candidato ao Palácio Anchieta, Carlos Manato fala sobre seu “reposicionamento”

DIVULGAÇÃO

Apesar de bolsonarista, Manato afirma que diverge do presidente em determinadas questões

pré-candidato, que contratou o jornalista e consultor de ima-gem e reputação Fernando Car-reiro. Ele já trabalhou para ou-tros grandes nomes da política no Espírito Santo, como Sérgio Vidigal (PDT), Da Vitória (Cida-dania), Rodney Miranda (Repu-blicanos) e, mais recentemente, o presidente da Assembleia, Eri-ck Musso (Republicanos).

Na entrevista a seguir, Mana-to garante que, eleito, vai gover-nar inclusive para os que não votarem nele: “não haverá per-seguição”, e defende o fim do “duopólio” Renato Casagrande – Paulo Hartung: “chega! Parece cargo vitalício”, dispara.

ESHOJE: Seu pontapé pré--eleitoral foi com flores, uma imagem “paz e amor”, bem diferente de seu comporta-mento em toda trajetória po-lítica. Que mudança é essa?

MANATO: Eu não mudei, eu evolui. O capixaba me conhe-ce, continuo com as minhas ideias, claro, mas a experiência traz serenidade e sabedoria pra gente e isso acaba se refle-tindo em todos os campos da vida de forma natural. Quem saiu o mesmo desses tempos de tantos desafios não enten-deu nada ou não se importa com as histórias que acomete-ram tantas famílias.

O senhor será candidato por qual partido?

Na política e na vida, para to-mar a decisão certa é preciso conversar e ouvir muito. Eu es-tou nessa fase. Agora, sou um político conservador, é natural que eu escolha uma casa que te-nha minha cara. Preciso de par-tidários que apoiem uma cam-panha e governança que defen-da os ideais da família, o com-promisso com a ética e que me ajudem a promover a desonera-ção tributária e o choque de tec-nologia que são remédio para que nosso Estado viva um novo ciclo de crescimento.

Manato é o nome mais bol-sonarista no ES. Como vê as manifestações contra o atual Governo Federal?

Veja bem, nem eu, por exem-plo, concordo com tudo que mi-nha mãe, meu irmão e meus amigos dizem ou fazem, assim como não concordo com tudo o que faz o presidente. Logo, vejo isso com naturalidade. Como vi-vemos em uma democracia, anormal seria se não tivéssemos

ENTREVISTA COM CARLOS MANATO

esse contraditório. Eleito gover-nador, vou governar também para aqueles que não votaram e não concordam comigo, bem como dialogar com uma Assem-bleia que terá diferentes repre-sentações partidárias e ideias. O espaço para diferenças valoriza nossa democracia e lapida me-lhores soluções; meus muitos anos na Câmara Federal me en-sinaram isso.

Qual o maior feito do gover-no Bolsonaro para o ES?

Essa resposta é simples: no meu braço e no braço de cada capixaba vacinado existe a digi-tal do Governo Federal. Isso, sem dúvida, fez toda diferença.

O que o senhor acha do go-verno de Renato Casagrande?

Uma administração com ide-ais menores do que o Espírito Santo. Um governo precisa rea-lizar e, me conta, qual a grande obra dessa administração? Infe-lizmente o legado que temos ho-je são 12 mil capixabas que per-deram suas vidas na pandemia, 269 mil pessoas desempregas e 25 mil empresas fechadas. Os homicídios estão em alta, cresci-mento de 16,9% na comparação de julho deste ano com o do ano passado. Considerando o pri-meiro trimestre do ano passado, os assaltos ao comércio aumen-taram 146% em 2021. Sincera-mente? O Espírito Santo está cansado desse duopólio entre o atual governador, Renato Casa-grande, e seu antecessor, Paulo Hartung. Quando não é um, é outro. Há 20 anos é assim. Pare-ce cargo vitalício. E agora já se fala em outro candidato apoia-do pelo ex-governador. O capixa-ba não aguenta mais os mesmos nomes. Existe um outro cami-nho para o Espírito Santo.

Quais maiores erros e acer-tos da gestão atual neste con-texto de pandemia?

Sou médico por formação e acho que politizaram em exces-so essa questão. Saúde devia vir antes, política depois. Mas, pra não fugir da sua pergunta, digo: salvar vidas é obrigação consti-tucional e cristã, não é mérito de governo algum! Agora, é fa-to que o Espírito Santo alcançou o 7° lugar no ranking com mais mortes por 100 mil habitantes nessa pandemia, um triste nú-mero que fala por si. Dito isto, ainda temos famílias que perde-ram sua renda, fecharam seu co-mércio. Penso que o remédio para salvar vidas devia ser apli-cado junto com um para salvar o comércio e os empregos, isso não aconteceu. Temos a maior taxa de desocupação desde 2017. Dos empreendedores que con-seguiram mantém suas ativida-des, 58% tiveram que se endivi-dar buscando empréstimos e 64% têm dificuldade para man-ter seus negócios abertos. Que o processo eleitoral possa amadu-recer soluções para que nosso Estado saia de vez desse quadro desesperador. Com todo respei-to, quem não enxerga os graves problemas que temos nem de-veria se candidatar para ser lí-der do nosso Estado.

Realçando qualidadesfernando carreiro repele o título de marqueteiro: “Depois do Mensalão, virou sinônimo de bandido”, assinala o jovem jornalista e consultor de ima-gem de 36 anos, que já coorde-nou 38 campanhas eleitorais no Espírito Santo, na Bahia e em Minas Gerais. No ano passa-do, seu escritório, que leva seu nome, foi o que mais elegeu prefeitos no Estado: sete no to-tal; um feito inédito em territó-rio capixaba. Carreiro, agora, carrega a tarefa de suavizar a imagem de Carlos Manato, pré--candidato a governador.

Responsável pela estratégia nesse período até a pré-campa-nha, ele nega mudanças brus-cas na figura de Manato, que, na última segunda (16), apare-ceu nas redes sociais oferecen-do flores aos seus adversários. “Embora alguns profissionais usem dessa ferramenta para lu-dibriar pessoas, a função do marketing político é realçar as qualidades e, evidentemente, trabalhar os pontos mais frá-geis dos candidatos. A repagi-nação da imagem de Manato vai pontencializar as caracterís-ticas da personalidade dele”, diz. E emenda: “O marketing

político e eleitoral aumenta o potencial do candidato, mas não faz nenhum milagre.”

Mutante, principalmente ao longo das últimas duas elei-ções, por causa do avento da in-ternet e o surgimento das fake news, a próxima campanha eleitoral, segundo Carreiro, não difere no que é essencial. “A comunicação precisa ser segmentada. O grande erro das campanhas eleitorais é trans-portar a linguagem da televi-são para o rádio e do impresso para a internet. É falar para a classe D como se estivesse con-versando com a classe A. Imagi-ne você, falar grego para um público que só entende portu-guês, ou coreano para quem só entende inglês. Um mesmo conteúdo assume linguagens e formas diferentes dentro da co-municação política. E isso pre-cisa ser respeitado”, assevera.

Sobre Manato ser um candi-dato de direita e ligado a Bolso-naro, que teve a popularidade mal-avaliada segundo as últi-mas pesquisas, Fernando Car-reiro minimiza: “o eleitor é pragmático e escolhe quem po-de melhorar a vida dele, inde-pendentemente de ideologia”.

Page 10: Aventuras e cultura Reféns das fake news

10 SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021

Reeleição...Pesquisa encomendada por

grupo político da oposição ao Governo Renato Casagrande, apontou que hoje, em todos os cenários, o atual chefe do Exe-cutivo estadual seria reeleito. Está na frente, inclusive, do ex--governador Paulo Hartung.

... apontada em...O nome do governador está

na frente de PH, Contarato, Guerino Zanon, Erick Musso, Audifax e Manato (não necessa-riamente nesta ordem). Indivi-dualmente, esses nomes não venceriam o projeto de reelei-ção de Renato Casagrande, mas Paulo Hartung com algum de-les, por exemplo, dificulta a vi-da do governador.

... pesquisa!Nesta mesma pesquisa, o

eleitorado capixaba, hoje, da-ria a reeleição a Jair Bolsonaro se o segundo turno fosse entre o presidente e o líder do PT, Lula da Silva.

Mirando a presidênciaNão chamem para a mesma

mesa o deputado estadual Ren-zo Vasconcelos e o presidente do Progressistas no Espírito Santo, Marcus Vicente. O parla-mentar tentou, em Brasília, com a executiva nacional, assu-mir o comando do partido.

Fora PH (I)Não há quem não reconheça

o peso político-eleitoral do ex--governador Paulo Hartung (sem partido). Nem mesmo o deputado federal Da Vitória, que ensaiou candidatura ao Se-nado em 2022, mas recuou após os movimentos de aliados de PH. Mesmo assim, quando questionado sobre a candidatu-ra dele, Da Vitória nem titubeia: “para mim ele já está fora da po-lítica. Mas, tem todo direito”.

Fora PH (II)Da Vitória, militar de carreira,

é um dos poucos políticos capi-xabas que não tem Paulo Har-tung como referência política.

“Nunca tivemos relação, a não ser institucional, como deputa-do e governador. O modelo dele nunca serviu para mim, como político. Acredito que um líder dialoga”, disparou.

Todos os ladosNas eleições 2022 o ex-prefei-

to de Serra, Audifax Barcelos disse que quer ser o elo de entre os grupos de direita, esquerda ou centro. Já o prefeito de Vitó-ria, Lorenzo Pazolini, diz que não faz parte de grupo algum e que essa divisão está deixando o país estagnado em relação ao resto do mundo.

“Estamos juntos!”Sobre as eleições do ano que

vem, na qual o Republicanos quer ter protagonismo no Espírito San-to, Pazolini, já tido como coorde-nador da campanha de Erick Mus-so, disse que considera o deputado um irmão e que estará com ele on-de quer que o parlamentar deva estar – concorrendo ao Governo do Estado ou a deputado federal.

DesagradouO vereador Leandro Piquet

desagradou os participantes da audiência pública da Comissão de Educação da Câmara de Vitó-ria para debater o projeto “Construindo caminhos: olha-res sobre o andamento das me-tas do Ideb”. Segundo as críti-cas, ele estava mais preocupado em ir embora do que em dar voz aos manifestantes aprova-dos em concurso.

Deputado RamalhoO secretário de Segurança, co-

ronel Alexandre Ramalho, está sendo estimulado a concorrer em 2022. E não faltam convites de partidos políticos que o que-rem candidato a deputado esta-dual ou federal.

Prévias tucanasO governador de São Paulo

João Dória, que já tem o apoio integral do ex-governador ca-pixaba, Cesar Colnago, partici-pa de evento neste fim de se-mana no Espírito Santo, de

olho nas eleições 2022. Ele terá encontro, a portas fechadas – oficialmente será jantar de cor-tesia – com o governador Rena-to Casagrande, que quer, nova-mente, aliança com o PSDB no pleito estadual.

BASTIDORES DA POLÍTICATATI BELING

Pesquisa da oposição mostra Casagrande reeleito em 2022

Page 11: Aventuras e cultura Reféns das fake news

11SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021

HUGO BORGES

“Já podeis, da Pátria filhos / Ver contente a mãe gentil / Já raiou a liberdade / No horizonte do Brasil”. Este provavel-mente será o 7 de setembro mais equivocado da história bra-sileira. A Pátria-Mãe não tem sido gentil... E a liberdade....

Ah, essa liberdade perdida, surrupiada, subtraída do po-vo brasileiro exatamente por quem tem o dever constitu-cional de assegurar paz e jus-tiça para todos.

Não há o que comemorar. Não somos independentes. Não somos, sequer, dependentes. Somos um povo desalentado, sem esperança, que assiste esse impávido colosso do divórcio entre governo e sociedade civil.

Não sei se Jair Bolsonaro, não sei se Lula e o Partido dos Tra-balhadores, não sei se o Con-gresso Nacional, o Supremo Tri-bunal Federal ou a pandemia provocada pelo coronavírus, mas esses tempos bicudos têm servido, magistralmente, para

nos mostrar de forma cabal que os governantes existem apenas para si próprios.

Dane-se (eu preferia um f*da--se), o povo é apenas um deta-lhe insignificante, irrelevante. Tem sua utilidade restrita a três meses a cada quadriênio. Fora disso, somos apenas figurantes, manipulados por gente do mal.

Há, por incrível que parece, em nosso País, um mal ainda pior do que a corrupção, que atende apenas aos interesses do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

Te m o s , s i m . A g u e r r a d e narrativas é o grande câncer que vem corroendo, uma por uma, todas as células do teci-do social.

Guerra de narrativas

COLUNA FEU ROSA ARTIGO

Há neste mundo um exército em ação. Ele tem cerca de 300.000 sol-dados. Nos idos de 2020 combateu ferozmente em lugares tão dis-tintos como Somália, República Democrática do Congo, Afeganistão, Síria etc. - foram, em síntese, 21 conflitos.

Um exército

Apurou-se que em meio a tantos comba-tes encarniçados 5.748 soldados deste exér-cito foram feridos. Ao longo daquele ano 2.674 morreram. Vítimas foram de tiros, bombas e até de minas terrestres que bus-cavam desarmar com as mãos nus.

Este exército é de crianças. Algumas com apenas seis ou sete anos de idade. São re-crutadas à força. Do dia para a noite passa-ram a ter como folguedos a arte de matar e como brinquedos seus instrumentos.

Neste ponto alguém diria: uma pena, mas o que posso fazer? Vivo no Brasil, afi-nal. Distante desta triste realidade. Aliás, para que escrever sobre isso? Para que nos trazer desnecessariamente tal angústia?

Defendo-me: escrevi algumas linhas sobre esse exército para falar de um ou-tro - este, sim, próximo de sua casa. Dis-solvê-lo está ao nosso alcance enquanto sociedade civil organizada. Refiro-me aos batalhões de crianças tragadas para a guerra do crime.

Li, em um relatório da ONU, que nos idos de 2017 registrou-se a perda diária de 32 crianças por conta deste conflito travado sob as nossas vistas. Decidi fazer algumas contas. Concluí que ao longo do ano foram

11.680 baixas neste exército - contra apenas 2.674 daquele outro que combate na Áfri-ca e Ásia. Tradução: morrem 4,3 vezes mais soldados mirins aqui no Brasil - que está em paz - do que pelas guerras travadas no outro lado do Oceano Atlântico.

Examinemos, agora, os campos de bata-lha. Situam-se, aqui no Brasil, não raramen-te a poucos metros das sedes de nossas mais importantes instituições. Em alguns casos do outro lado da rua.

Em função do que parece ser um "acor-do tácito" essas áreas de conflagração são constantemente protegidas dos nossos olhares por barreiras físicas ou policiais, de molde a garantir-se aos mais iguais uma certa "sensação de segurança".

Que não tenhamos pena daquelas crianças que estão "do lado de lá" - afinal, como disse Josh Billings, "ter dó não cus-ta nem vale nada". A hora é de ação. De co-brarmos, enquanto sociedade organiza-da, a presença efetiva do Estado em cada canto e recanto dos cinturões de miséria que nos rodeiam.

PEDRO VALLS FEU ROSADesembargador do TJES

O risco de racionamento de eletricidade decorrente da falta de chu-vas este ano, fator agravante da crise provocada pela Covid-19, aler-ta para a necessidade de ampliar a diversificação da matriz energé-tica nacional, reduzindo a dependência das usinas hidrelétricas.

Energia limpa

Nesse sentido, é relevante a contribuição do setor sucroalcooleiro, cujas fontes têm grande potencial, são renováveis e apresen-tam baixos índices de emissão de carbono, com reconhecidos ganhos ambientais.

A bioeletricidade produzida a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, uma das vertentes da contribuição do setor, já representa 62% do total de 18,5 gigawatts (GW) da cogeração existente no País de ca-pacidade instalada em operação comer-cial. Essa possibilidade viabilizou-se pela mecanização da colheita e do plantio, da qual resultaram níveis de sustentabilida-de incomparáveis em todo o mundo. O gás natural responde por 17% e o licor negro, 14%. Este é um fluido resultante do proces-so produtivo da indústria papeleira.

Outra fonte importante de eletricidade é o biogás, cujo potencial no Brasil é de 170.912 GWh (fonte: ABiogás), o maior do mundo. Em volume, 21,1 bilhões de normais metros cúbicos por hora (Nm³/h) . Esse com-bustível, em sua versão purificada, compa-ra-se, em termos energéticos, ao gás natural fóssil, com a vantagem de ser totalmente re-novável e ter pegada negativa de carbono.

O etanol de cana-de-açúcar completa o

aporte do setor à matriz energética nacio-nal. De acordo com o primeiro levantamen-to da safra 2021/22 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção se-rá de 27 bilhões de litros. O Brasil é o segun-do maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.

Cabe lembrar que o etanol de cana-de--açúcar é praticamente neutro em emis-sões de carbono e renovável, além de gerar renda, empregos e ingresso de dólares re-sultantes da exportação. Somente no pri-meiro bimestre deste ano, na comparação com igual período de 2020, as vendas ex-ternas cresceram 50,9%, alcançando 343,31 milhões de litros, e a receita aumentou 22%, somando US$ 158,22 milhões (fonte: Secex/Ministério da Economia).

Apesar de todas as dificuldades inerentes à pandemia, o setor sucroalcooleiro forne-ce energia limpa para mover fábricas, ilumi-nar cidades, abastecer o transporte e gerar divisas no comércio exterior. São combustí-veis que contribuem para a retomada do crescimento econômico nacional.

JOÃO GUILHERME SABINO OMETTO Engenheiro

César [email protected]

De um lado, os gângsteres sustentados por uma mídia corrupta e desonrada. Do ou-tro, gângsteres se valendo das redes sociais para disse-minar o ódio, o enfrentamen-to, a discórdia.

O povo é apenas um detalhe...O mesmo presidente que

prometeu combater implaca-velmente a corrupção, entre-gou sua própria cabeça ao centrão.

E o mesmo poder ditatorial exercido pelo desmoralizado e desacreditado Supremo Tribu-nal Federal, assegura liberdade a Luiz Inácio Lula da Silva, o ho-mem mais corrupto da história brasileira, e André do Rap, o maior traficante nacional.

Como nossas cadeias estão lotadas de gente sem julga-mento sequer em primeira ins-tância, quero crer que Lula e Andrezinho foram soltos para que o jornalista Osvaldo Eustá-

quio e o ex-deputado Roberto Jefferson (que não é flor que se cheire) ocupassem seus catres. Afinal, como deixar em liberda-de dois delinquentes de altíssi-ma periculosidade, que ousa-ram criticar o inominável STF?

Não há que se falar em in-versão de valores, mas em subversão da ordem pública. A Constituição Federal, para essa gente, é papel higiênico de má qualidade.

Isso sem contar a forma deta-lhada e absolutamente clara, inquestionável, com que minis-tros como Gilmar Mendes, Luiz Roberto Barroso, Luiz, Fux, Ale-xandre de Moraes, Marco Auré-lio e Joaquim Barbosa se referi-ram a seus pares.

“Vossa Excelência é filho dis-so...”

“Sou, sim, mas não sou corno o pai de Vossa Excelência”

Baixaria da altura do STF que tem, hoje, a pior composição

de toda a história republicana.Estamos caminhando, diante

da truculência ilegal e incons-titucional adotada pelo Supre-mo Tribunal Federal, para o momento em que um cidadão, ao receber mandado de prisão assinado por Alexandre de Mo-raes, irá exibi-lo com orgulho, um documento com a força de atestado de bons antecedentes.

Que me perdoem Vossas Ex-celências, mas tirando os baju-ladores subservientes da es-querda psicopata e a não me-nos desprezível Ordem dos Ad-vogados do Brasil, uma espécie de braço direito atrofiado de Jo-sé Dirceu, os brasileiros de bem estão morrendo de vergonha de vossas lambanças

- Joãozinho, seu pai faz o quê?- É traficante, professora!- Como traficante? Pensei que

era ministro do STF.- É, sim, mas morro de vergo-

nha de dizer isso publicamente.

Page 12: Aventuras e cultura Reféns das fake news

12 Esportes SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021

RUY MONTE DÁ O [email protected]

O Rio Branco de Venda Nova tem chances de passar para a segunda fase da Série D do Brasileiro e poderia estar mais tranquilo se tivesse vencido, ao invés do empate de 2 a 2.

Resta o RB de Venda Nova

A situação do time polen-teiro não é tão cômoda, mas tem grande chance de pas-sar para outra fase. Com 17 pontos, se conseguir mais 7 pontos em 3 jogos chega a 22 e pode se classificar.

O time do Rio Branco não é uma super equipe, mas tem bons jogadores e um bom conjunto. Não sei se esse time de Venda Nova se classifica entre os quatro primeiros no geral da Série D e , c o n s e q u e n t e m e n t e , conseguirá chegar à Série C

do ano que vem. Já o Rio Branco Atlético

Clube vai ter que cumprir a tabela nos três jogos restan-tes e não vejo chances de classificação.

O Espírito Santo não tem sido feliz nesta Série D do Brasileiro, nesses mais de 10 anos de disputa. Aliás, o time alvinegro não conseguiu for-mar a sua equipe com efici-ência desde o Capixabão de 2021, mesmo com troca de treinadores e de jogadores que não corresponderam.

DIVULGAÇÃO

Rio Branco de Venda Nova é o quarto colocado do grupo A6 na Série D e tem mais três jogos para assegurar a classificação para a próxima fase

O Circuito Brasileiro de Bodyboarding está de volta! Após um longo tempo de espera devi-

do à pandemia, o Wahine Body-boarding Pro foi confirmado e abre temporada do campeonato nacional. Entre os dias 23 e 26 de setembro, a Praia da Barra do Jucu, em Vila Velha (ES), será a ca-sa dos melhores bodyboarders do país nas disputas das catego-rias Profissional, Open, Master, to-das nos naipes masculino e femi-nino, além da Sub-16 Masculino.

Para a segurança dos mais de 150 atletas esperados, equipe de apoio e demais envolvidos com a competição, serão realizados testes de Covid-19 durante o cre-denciamento dos atletas. A me-dida faz parte do protocolo pa-ra evitar o contágio e será ofere-cida de forma gratuita pela or-ganização do evento.

O Wahine Bodyboarding Pro foi confirmado para abrir o Cir-cuito Brasileiro da modalidade por conta do trabalho desenvol-vido por Neymara Carvalho. Co-nhecida como “Pequena Notá-vel”, ela é recordista mundial de títulos no bodyboarding e há anos representa Vila Velha e o Es-pírito Santo na elite do bodybo-arding nacional e mundial.

"É uma satisfação enorme tra-zer a etapa de abertura do Circui-to Brasileiro de Bodyboarding para a minha cidade. Acredito que em momentos de dificulda-de é preciso fazer mais do que competir. Sendo assim, fico con-tente em poder ajudar o esporte

O bodyboard está de volta!Primeiro evento após o início da pandemia, Wahine Bodyboarding Pro abre Circuito Brasileiro 2021 no ES

que me deu tudo na vida", co-menta Neymara, dona de cinco títulos mundiais.

Além dela, outros atletas da eli-te nacional são esperados em Vi-la Velha para a abertura do Cir-cuito. Entre eles estão os campe-ões mundiais Uri Valadão (BA) e Eder Luciano (SC), o capixaba Lu-cas Nogueira e a bicampeã brasi-leira Luna Carvalho Hardman, fi-lha de Neymara Carvalho.

WAHINE BODYBOARDING PROA etapa de abertura do Circuito

Brasileito de Bodyboarding 2021 re-cebe o nome de "Wahine", que sig-nifica "mulher" na língua havaia-na. O resgate da conexão com os povos indígenas das ilhas do Havaí inspira o evento esportivo marca-do para a segunda quinzena de se-tembro em Vila Velha.

Além disso, foi em águas havaia-nas um dos pódios mais emblemá-ticos de Neymara Carvalho. Ao sair da Barra do Jucu, ela consagrou seu nome no cenário do bodyboar-ding internacional, sendo a cam-peã de uma das mais acirradas dis-putas do Mundial, na Praia de Pipe-line, em 2006 e 2011.

As inscrições do Wahine Bodybo-arding Pro estão abertas no site ofi-c i a l d o e v e n t o - h t t p s : / /www.e-inscricao.com/cbrasb/wahi-ne_bb_pro2021. Além disso, os atle-tas profissionais que se enqua-dram no critério TOP (Profissional Masculino e Feminino), devem re-alizar a inscrição no mesmo site da f i l iação. O evento oferece R$21.600,00 em dinheiro para as categorias profissionais, além de

pranchas, nadadeiras, troféus e kits para todos os finalistas das catego-rias amadoras.

O Wahine Bodyboarding Pro é uma realização do Instituto Ney-mara Carvalho e conta com o pa-trocínio do Governo do Estado do Espírito Santo e apresentação da ArcelorMittal. A supervisão da eta-pa é da CBRASB - Confederação Brasileira de Bodyboarding. A pri-meira etapa do Circuito Brasileiro de Bodyboarding conta com o apoio da Real Café, Prefeitura de Vila Velha, Enseado do Suá, Gene-sis, VEXS, Farmácia São Rafael e Ca-bana do Açaí.

MARCELLO PEDRO

Pentacampeã mundial Neymara Carvalho marcará presença no evento junto à filha Luna Hardman

“É uma satisfação

enorme trazer a etapa de abertura para minha cidade”NEYMARA CARVALHO, atleta

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Série B do CapixabãoComeça neste fim de semana a segunda fase do estadual

da Série B, com Nova Venécia, Castelo, Atlético de Itapemi-rim e CTE. O Castelo joga com o Nova Venécia no mata-mata e o Itapemirim com o CTE. Aliás, diga-se de passagem, a Sé-rie B deste ano foi bem movimentada, com bons jogos. Al-guns jogadores se destacaram, como Rael, artilheiro da com-petição e um jogador de qualidade.

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SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2021 Cultura 13

GUSTAVO GOUVÊ[email protected]

Quem frequentou os eventos e shows under-ground na década de 1990 até o início dos

anos 2000, sobretudo da cena punk/hardcore do Espírito Santo, sabe que é um “zine”. Algo que é desconhecido e pode até soar “cringe” para a galera da geração Z. Entretanto, muito mais do que somente um meio de comunica-ção de baixo custo, os zines, que são revistinhas autopublicadas por artistas independentes, tive-ram um papel fundamental na disseminação da contracultura, divulgando ideias, trabalhos lite-rários, musicais e outras expres-sões artísticas de diversas verten-tes, como forma de resistência.

E é nesse espírito que o poeta capixaba Nelson Phelipe de Pi-na, vulgo nelsimjahbless, lan-çou na última semana “Rua de Versos”, seu primeiro zine, que é uma coletânea de 20 poesias compostas pelo artista nos úl-timos anos e por ele seleciona-das. Nelsim, que já foi flaneli-nha na região do Centro de Vi-tória e passou por albergues da Capital, explica que as poesias e reflexões contidas no zine surgiram de sua própria vivên-cia nas ruas.

“O diferencial desse zine é que traz a arte surgida a partir dessa minha vivência. Por isso a obra tem o título de ‘Rua de Ver-sos’. O zine faz parte da cultura underground, que é uma cultu-

Poesia ao estilo da velha escolaPoeta capixaba nelsimjahbless lança "Rua de Versos" sua primeira coletânea de poesias em formato de zine

ra que comunica e fala muito comigo, além de ser um meio de produção independente e de baixo custo. A intenção é produ-zir mais zines e compartilhar com irmãos e irmãs que estão em situação de rua, afinal eles também são parte desses escri-tos”, já adianta o poeta.

Dentre os temas abordados no zine, nelsimjahbless enfati-za a “sensibilidade”. “Apesar de alguns temas serem bastante confrontadores eu destacaria a sensibilidade. Como eu falei, as poesias surgiram de conversas e vivências da própria rua. E daí surgiu uma obra. Então, por is-so que eu destaco a sensibilida-de que nos falta no mundo atu-almente. Tudo é muito rápido, as relações são fluidas, não há afeto, profundidade. A sensibili-dade nos faz enxergar as rela-ções de forma diferente, princi-palmente com os mais vulnerá-veis. A gente só quer ser enxer-gado como gente, como ser hu-mano”, reflete ele.

LITERATURA MARGINALO poeta define seu estilo poé-

tico como oriundo da literatura marginal, explicando que esta se encontra “à margem” da lite-ratura considerada “formal”. “É uma linguagem própria, da rua. Trata de temas cotidianos de re-giões que são esquecidas por muitos. É uma literatura de his-tórias e vivências de que está à margem mesmo. Literatura marginal ou periférica é a voz que vem das ruas, dos morros, vielas. É uma cultura muito ri-ca!”, enfatiza.

Nelsimjahbless cita diversos artistas capixabas da literatura marginal com influências suas, tais como Stel Miranda, Poesira, Eduarda Barreto, Emerson Poe-ta Morto, Iago Gatti, Loh Loh Amorim, Gislayne da Pretx Flow, dentre outros. “O que me encan-ta mesmo é o meu povo. Então

as inspirações são os nossos mesmo, a galera da literatura marginal aqui do ES, principal-mente da Grande Vitória. É mui-ta gente talentosa e que real-mente me inspira demais!”, co-memora o poeta.

Neste sábado (21), nelsimjah-bless será o convidado do pro-grama Radiola Digital, apresen-tado pela organização Zulu Na-tion, pioneira no Hip-hop mun-dial. O programa é apresentado pelo DJ NattyDread e acontece às 17 horas, pelo instagram da organização no Espírito Santo: @chapterruavixesbrasil.

Para comprar o zine “Rua de Versos” é preciso entrar em con-tato com o poeta através do Ins-tagram @nelsimjahbless e soli-citar a obra, que tem o custo de somente R$5,00. A entrega grátis para a região da Grande Vitória. Nelson Phelipe, o nelsimjahbless, é adepto da poesia marginal

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ChaveExistem poesias que não têm a

possibilidade de serem escritas.Há sentimentos que não vêm à tona, mas a alma grita.

Há poesia em tudo, entretanto, nem tudo é verso, prosa e estrofe.

Só sabe quem passa, quem sofre.Há muitas coisas para além do que os olhos podem

enxergar.Nem tudo é palpável, que dá para pegar.Nem tudo se resume em palavras, sabe?

Sensibilidade é a chave.-nelsimjahbless-

“Esse zine traz poesias

e reflexões que surgiram da minha própria vivência na rua”

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SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 202114 Sabores

COLUNA DO VINHOCarolina Correa )) [email protected]

Veja na coluna de hoje as diferenças entre esses dois tipos de vinhos, cada vez mais consumidos pelos amantes da bebida

Vinho orgânico e biodinâmico: qual a diferença?

Já ouvimos falar e cada vez mais consumimos alimentos or-gânicos, mas você sabia que al-guns vinhos também são feitos a partir de uvas orgânicas? E os bio-dinâmicos, sabe o que significa?

Pois bem, observe que hoje al-guns rótulos possuem essa infor-mação e os apaixonados pelo mundo do vinho têm buscado cada vez esse tipo de produto. Não é à toa que esse mercado vem crescendo cada dia mais e observamos que produtores têm investido pesado nesse estilo de produção. A produção de vinhos orgânicos começou nos anos 60 na Califórnia e hoje cerca de 4% da produção mundial da bebida é orgânica. Vale res-saltar que um dos vinhos mais caros do mundo, o Ro-manée-Conti, pro-duzido pela família Villaine em Borgo-nha, é orgânico. Sua garrafa pode ultrapassar a baga-tela de R$ 20.000.

Nos vinhos orgâ-nicos, o plantio das uvas é baseado na utilização de recursos naturais (adubo natu-ral) para o controle de pragas, vi-sando a integração da natureza e a biodiversidade, sem o uso de defensivos químicos. Essa infor-mação possivelmente estará no rotulo da garrafa.

Muitas vinícolas ainda estão no processo de mudança para a produção de uvas orgânicas, mas é algo que não se muda de um dia para o outro. Apesar de ainda não existirem estudos que mostrem ao consumidor final diferenças significativas para saúde no consumo desses vi-nhos, sabemos dos malefícios do uso de defensivos agrícolas ao

longo de nossas vidas. Para os produtores, além da prevenção dessas doenças, a principal fun-ção é a de “casar” a produção agrícola com a com a conserva-ção ambiental.

No vinho biodinâmico, além de ser orgânico, existem outros aspectos talvez até curiosos que envolvem sua produção. Nesses vinhos os produtores traba-lham com a cultura do orgâni-co, mas se baseiam também no cosmos e na astrologia.

Segundo alguns especialistas, pode parecer estranho, mas uma das propostas é que se retornem às técnicas milenares de nossos ancestrais. É levado em conside-

ração as estações do ano, as fases da lua, energias da nature-za, a integração en-tre reino animal, ve-getal e mineral, pa-ra plantio e colhei-ta. Utilizam-se chá para diminuir as ca-rências do solo e preparados homeo-páticos feitos de mi-nerais, plantas me-

dicinais, esterco e quartzo, que são envoltos em órgãos de ani-mais como intestino, crânio e o mais usado, os chifres. Para o con-trole de pragas plantam-se rosei-ras entre as videiras.

Tudo pode parecer um pouco estranho, mas é muito mais com-plexo do que imaginamos e os re-sultados têm se mostrado cada vez melhores no produto final.

Caso ainda não tenha provado algum desses estilos de vinho, saiba que no mercado capixaba podemos encontrar. Prove e faça a análise para depois nos contar.

Um brinde aos prazeres e curiosidades do mundo do vi-nho!

DIVULGAÇÃO

Produção de vinhos biodinâmicos, com adubo inserido em chifre de animais: proposta de retornar a técnicas milenares

No vinho biodinâmico produtores se baseiam também no cosmos e na

astrologia

JÚ MARTINS@chefjumartins

A gastronomia sempre me en-

cantou por nos propor-cionar experi-

ências fantás-ticas. Hoje vou

apresentar uma receita com uma iguaria que muita gente torce o nariz (e às vezes, nunca provou): a “Língua de Boi”. Mas, eu garanto, uma língua bem-fei-ta é uma delícia.

Aliás, quando mencionamos outros alimentos pouco utilizados no nosso dia a dia, como fígado, rim, coração, língua, cérebro e ou-tras vísceras, eles não são vistos com bons olhos pela maioria das pessoas. Há um enorme precon-ceito quando se trata da baixa gas-

JU MARTINS

A língua de boi está em uma das principais lendas do bumba-meu-boi na festa de São João

LÍNGUA DE BOI RECHEADA E PURÊ DE BATATA

Ingredientes • 1 un. de língua (inteira) • 2 un. cebola grande cortada em cubos médios

• 1 un. alho poró cortado em rodelas • 1 un. cenoura cortada em cubos médios

• 3 dentes de alho amassados • 2 ramos de tomilho • 30g de noz moscada ralada • 3 colheres de azeite • 1 xícara de bacon (para recheio) • 1 xícara linguiça calabresa (para re-cheio)

• 250ml de vinho tinto seco • 200ml de vinagre • 3 litro de água • 50g de extrato de tomate • 50g de trigo • pimenta calabresa (a gosto) • pimenta do reino (a gosto) • sal (a gosto) • salsinha

Modo de preparo • limpe bem a língua, retirando o excesso de gorduras e peles, depois em uma panela coloque 1,5 lt água e 200ml de vinagre. Na água fervendo, coloque a língua e deixe ferventar por aproximada-mente 5 min. Retire e faça nova-mente uma limpeza retirando o excesso da pele grossa e gorduras da mesma;

• faça um vinhadalhos (tipo marina-da) de 250ml de vinho, 1,5 lt água, 1 xícara de cebola, 3 dentes de alho, (pimenta do reino, pimenta calabresa, noz moscada a gosto), sal e deixe por duas horas ou de um dia para o outro para pegar o tempero;

• retirar a língua do vinhadalhos (reserve), fazer um furo no centro da língua e começar a rechear com ingredientes que você mais gosta.

A chef Jú Martins usou bacon, linguiça calabresa e queijo minas curados cortados em cubos para facilitar na hora de rechear;

• na panela de pressão, coloque 3 colheres de azeite e refogue a 1 xí-cara de cebola, 1 xícara de cenou-ra, 1∕5 xicara de alho poró, 2 ramos de tomilho, deixe dourar, acrescen-te o extrato de tomate, deixe dourar mais um pouco, em seguida acrescente a língua e mexa. Após dourar um pouco, coloque o vinhadalhos até cobrir a língua e deixe cozinhar em fogo baixo-mé-dio por aproximadamente 30min a 40 min, ou até estiver macia;

• retire a língua, corte em fatias (opcional) e reserve. Coe o caldo e retorne para uma panela a língua e o caldo e deixe reduzir o caldo mais um pouco, e pronto. Depois é só servir.

Você já provou língua de boi?Apesar de ser vista com preconceito por algumas pessoas, uma língua bem feita é uma delícia!

tronomia, mas, o que poucos sa-bem, é que se bem preparados es-ses alimentos são deliciosos e ga-nham toques requintados.

Consumido com maior frequ-ência na região Nordeste do Bra-sil (por lá podem ser frita, na bra-sa, assada ou cozida com molho reduzido) a iguaria está presen-te na cultura e é uma das princi-pais histórias contadas no São João, durante as apresentações do bumba meu boi do Mara-nhão, por exemplo.

E se você caro leitor não sabe, existe uma lenda que faz parte da cultura brasileira, especialmente na região do Nordeste, como cita-do acima. Essa lenda gira em tor-no de um casal de escravos que trabalhava em uma fazenda on-de Catirina, grávida, desejou co-mer a língua do boi mais bonito da fazenda do patrão. Francisco,

sem escolha, abate o boi mais bo-nito, atendendo ao desejo da es-posa. Quando ficou sabendo que o seu boi morreu, o fazendeiro pediu ajuda aos seus vaqueiros para prender Pai Francisco, que foge com a sua esposa. Durante a fuga, Pai Francisco tem a ideia de procurar a tribo indígena e pedir ao pajé que faça um ritual para trazer o boi de volta à vida. O ritu-al indígena dá certo e o boi é res-suscitado. Que história hein?!

Para as pessoas que torcem o nariz, garanto que, a partir dessa receita, vão querer fazer e provar essa iguaria. Então vamos deixar o preconceito de lado e aprovei-tar as experiências que os ingre-dientes exóticos nos proporcio-nam. Mas atenção, antes de pre-pará-lo, precisamos fazer um pré--preparo muito bem feito. Todas as dicas seguem abaixo.

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PUBLICAÇÃO LEGALEDITAIS • COMUNICADOS • BALANÇOS • CONVENÇÕES • PRESTAÇÕES DE CONTAS

COMUNICADOGOLAÇO BAR, RESTAURANTE E E VE NTO S LT DA , C N P J n º . 05.007.346/0001-35, torna público que obteve da SEMMA através do processo no 19036 / 2020 a Licença LMS no 185/ 2021 para a at iv idade CASA DE FESTAS E EVENTOS. Na lo-ca l idade de AV. DES . MARIO COVAS, No 19, BAIRRO JARDIM LIMOEIRO, SERRA/ES

COMUNICADOVALORIZE RECICLAGEM CO-MERCIO E TRANSPORTE DE DERIVADOS - E IRELI , CNPJ : 26.086.869/0003-56, torna público que requereu da SEM-MA, a l icença LMR, para ativi-dade de Tr iagem, desmonta-gem[. . . ] recic láveis não peri-gosos, Cód. 19.01, com inscri-ç ã o i m o b i l i á r i a d e 010.1.004.0716.002, na loca-l idade de Planalto de Carapi-na, no município da Serra - ES.

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COMUNICADO“LEONIR BRAZ VULPI”, torna público que requereu da SEM-M A , a t r a v é s d o P r o c . N º 47017/2021, Licença LMS, pa-ra a atividade de “Fabricação e/ou manutenção de estrutu-ras metál icas”, COD.5 .05 ( I ) , na local idade de Rua Itororó, nº135, Alvorada, Município de Vila Velha – ES.

COMUNICADOA empresa J .N . TOZATO JÚ-NIOR ME torna público que re-cebeu da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMA, a t r a v é s d o p r o c e s s o n º 34221/2016, Licença Munici-p a l d e O p e r a ç ã o – L M O n º 184/2021 – CLASSE I - com va-l idade de 1460 dias para FA-BRICAÇÃO DE APARELHOS E EQUIPAMENTOS DE MEDIDA, TESTE E CONTROLE em Serra/ES.

COMUNICADOCOMDIP COMERCIAL DISTRI-B U I D O R A D E P E Ç A S LT DA , torna público que REQUEREU da SEMMA/PMVV através do processo n° 22264/2018 , a Licença Municipal Simplificada (LMS) para a atividade de Pátio de Estocagem, Armazém ou Depósito para Cargas Gerais, em Galpão Fechado, COD 22.08 (N), situada na Av. Carlos Lin-demberg, nº. 2721, Nossa Se-nhora da Penha - Vi la Velha/ES.

COMUNICADOTOMAZELI COMÉRCIO DE MA-TERIAL DE CONSTRUÇÃO E SERVIÇOS LTDA – Me. CNPJ: 07.700.888/0001-14 torna públ ico que requereu da Se-c ret a r i a M u n i c i p a l d e M e i o Ambiente de Boa Esperança--ES, através do Processo nº 3617/2021 , Licença Ambien-t a l d e Re g u l a r i z a ç ã o ( L A R ) para at iv idade de Ater ro de Resíduos Sólidos na Fazenda Rio do Norte, s/nº , zona rural no Município de Boa Esperan-ça-ES.

COMUNICADOTOMAZELI COMÉRCIO DE MA-TERIAL DE CONSTRUÇÃO E SERVIÇOS LTDA – Me. CNPJ: 07.700.888/0001-14 torna públ ico que requereu da Se-c ret a r i a M u n i c i p a l d e M e i o Ambiente de Boa Esperança--ES, através do Processo nº 3636/2021 , Licença de Ope-ração (LO) para at iv idade de Extração de Areia em Leito de Rio na Fazenda Rio do Norte, s/nº , zona rural no Município de Boa Esperança-ES.

COMUNICADO"POSTO CAMPO BELO LTDA", torna públ ico que obteve da SEMDEC através do processo 2 1 6 7 4 / 2 0 2 0 a L i c e n ç a L I D n°28/2021, para atividade de posto revendedor de combustí-veis na localidade de Rodovia Leste Oeste, n° 2398, Campo Belo, Mun. de Cariacica/ES.

COMUNICADOG I G R I O L A S I L V A A L V E S 09185825719 - torna público que requereu da SEMDESU, atra-vés do processo nº 15263/2021 a Licença (LMS) para (atividade, bo-ates, bares, casa de shows, ceri-moniais e similares, com sonoriza-ção eletrônica ou música ao vivo), (COD. 18.18), na localidade de Alecrim – Rua Jarbas de Oliveira nº76 – Mun. de Vila Velha – ES.

COMUNICADO“F. B. LIMA BRANLIMAR SERVI-ÇOS MARÍTIMOS EIRELI ME”, tor-na público que requereu da SEM-M A , a t r a v é s d o P r o c . N º 46760/2021, Licença LMAR, para a atividade de “Reparação ou ma-nutenção de peças e equipamen-tos”, COD.5.07 (I), na localidade de Rua Juventina Gama de Souza, nº 09, Nossa Senhora da Penha, Mu-nicípio de Vila Velha – ES.

COMUNICADO“BOTEQUIM DO VITAL EIRELI ”, torna público que requereu da SEMMA, através do Proc. Nº 47972/2021, Licença LMAR/LMS, para a atividade de “Ba-r e s c o m s o n o r i z a ç ã o . . . ” , COD.18.18 (n) , na local idade de Rua Tr inta e Dois , nº148, Santa Mônica, Município de Vi-la Velha – ES.

COMUNICADOPESCATO COMERCIO DE ALI-M E N T O S L T D A , C N P J N ° 39.624.833 / 0001-69, torna p ú b l i co q u e R E Q U E R E U d a SEMMA a LMS, para a ativida-de de PEIXARIA, comércio va-rej ista de carnes, e produtos al imentíc ios em geral , com a i n s c r i ç ã o i m o b i l i á r i a 006.3 .025.0063.001, na lo-cal idade de Bairro de Fátima, município da Serra - ES.

COMUNICADO“RVG EMPREENDIMENTOS E E NT RE TE N I M E NTO LT D A”, torna público que requereu da SEMMA, at ravés do Proc . Nº 46461/2021, Licença LMAR/LMS, para a atividade de “Ba-r e s c o m s o n o r i z a ç ã o . . . ” , COD.18.18 (N) , na local idade d e R u a C a s t e l o B r a n co , n º 8 5 5 , C e nt ro d e V i l a Ve l h a , Município de Vila Velha – ES.

COMUNICADO"RAFAEL OLIVEIRA MENDES - ME", torna públ ico que ob-teve da SEMDESU, através do processo n° 50934/2017, Li -cença LMAR N°20/2020, para at iv idade de of ic ina mecâni -ca de ve ícu los automot ivos , (cod. 5 .07) , na local idade de R u a S ã o S i m ã o n ° 0 8 , Va l e Encantado, Município de Vi la Velha/ES.