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B A T M A ND O A M A N H Ã
Quando nos deparamos com o moderno molde do personagem facetado no
título deste Argumento, presenciamo-nos com um arquétipo capaz de extravagar à
fantasia alicerçada nas estórias de exposição gráfica, com fácil compreensão de fatos
e assuntos que podemos analisar no seu conjunto, as seculares HQs. A hodierna
adaptação vivenciada nos cinemas, não só transcendeu os contos em quadros
matizados, mas como suplantou as películas antecessoras, cujo a abstração se fazia
presente em esmero. Estabelecer um paralelo entre a realidade concatenada no
enredo, como uma perspectiva cinematográfica, e a existência de fato, como a
realidade propriamente dita, é algo que não se conjecturava para as películas de
noutrora, pois existia somente a preocupação em amoldar a estória em mini-quadros,
a uma feitura da cinematografia. Agora nos tempos atuais, uma mera aclimatação ao
cinema, que visa apenas transplantar um panorama qualquer, seja este de alcunha
literária, ou duma adaptação de personagens emblemáticos, não se faz palatável a
crítica e as exigências de mercado. Isto só evoca a necessidade de engajar o processo
de criação dum filme, de maneira que a temática abordada se transforme numa
miscelânea de eventos atrelados a uma função social. É dessa forma que pretende-se
transcursar esta proposta de roteiro, a qual está fadada a apropinquar o panorama do
filme, à distrição social do mundo contemporâneo; máxime na questão da epidemia
de furor avistada nas urbes conurbadas. Entretanto se faz imprescindível um
escrúpulo, uma austeridade para que o propósito da película se consagre. Um
exemplo claro de malogro do desígnio dum filme, é o do afamado Tropa de Elite, do
Skywalker
realizador José Padilha. Apesar do pleno êxito comercial, a obra não conseguiu
pleitear a acepção do mal, necessário?, em que a Polícia se transverteu. O
entendimento empíreo e assimilado pelo público, tangenciou apenas a superfície que
envolve a problemática da segurança comunal. Resumir uma solução para a
irascibilidade nas cidades, baseando-se apenas numa política do Big Stick, é algo que
só demonstra o desarranjo de governo e população. Por fim as últimas películas que
retrataram o figura deste pré-roteiro, granjearam uma aproximação maior com a
existência real, assim como encabeçaram um novo modelo, que visa conciliar um
prospecto surreal à um conspecto fixado na sociedade. Um exemplo clássico deste
protótipo de filme, O labirinto do fauno, do cineasta Guillermo Del Toro, é citado
como objeto de motivação para este Argumento. A película mencionada abarca dois
mundos contrastantes, que conquanto dissímeis em seus motes, perlustram um só
objetivo no composto. Não há uma fusão dos panoramas em Fauno, o que existe é a
coexistência entre universos paralelos, que se intercalam em permuta, como uma
simbiose entre o meio da quimera e a esfera do real. Contudo este pré-roteiro
predestina-se a ascender mais um degrau rente a realidade; vislumbra-se aqui uma
colisão completa dos domínios que abrangem a estória do personagem, a ponto de
formar uma terceira dimensão de distância prolixa com o mundo contemporâneo.
Acredito que a dubitação em respeito de intrincar um enredo de caráter social,
voltado a ponderar questões, nas quais afigura-se as aflições da sociedade, é algo
presente tão quanto a descrença sobre os filmes de outrora. Christopher Nolan foi o
percursor duma adaptação, cujo o limiar estava saturado de arrepsia. Poucos
creditavam sucesso numa aclimatação realista de personagens com origens nas HQs.
Destarte a consagração da variante de Nolan, nos permite antojar uma versão
posterizada da figura dramática que conduz este Argumento. Uma representação
engajada, comprometida a reflexionar a conjuntura da ordem capitalista-
neoliberalista-globalizada, donde emana a contristação do mundo hodierno.
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Antes de dar vazão para o decurso do enredo, um lacônico parecer a cerca do
móbil desta propositura audiovisual será consolidado doravante ao manuscrito.
Ultimamente tem se constatado uma série de reportagens veiculadas nos meios de
comunicação, como inquéritos radiodifundidos, filmados ou televisivos. Uma
abordagem indiscreta da mídia vernácula, a qual é marcada historicamente, como
segmento leviano que visa representar interesses do âmbito particular. Uma cobertura
perfunctória da onda de violência que avassala a sociedade coetânea, é avistada nos
diversos canais de intercurso informativo. Este suposto préstito dos veículos de
comunicação, não passa duma especulação dos problemas sociais, sem quaisquer
intento agatoide, que seja capaz de levar à audiência a ponderar de maneira
proveitosa, a contextura sociológica envolta de tamanha disceptação cultural. A
irreflexão é algo inconcusso na Mídia brasileira, a mesma atua desapegada, sem
comprometimento com um precógnito dever cívico, o de destinar respectivo espaço
para uma reflexão comungada entre, problemática da violência, Estado e população.
De fato há um elíptico lapso na programação da mídia eletrônica, que promove a
informação sem propósito, mas com um mero intento de alarmar a massa mirone.
Dessarte fica perspícua a pujança que a comunicação compreende, sendo ela coberta
de engajamento, como desafeiçoada de finalidade civil. Esta sobejidão da mídia se dá
em virtude da influência na ação da informação, uma vez que a ideologia opera como
condutor político, no intuito de tornar um pensamento; uma ótica; um ponto de vista
qualquer, numa verdade promíscua, e em alguns casos, num axioma. Nisto vemos
uma face perversa da preeminência da optimacia, que em tempos modernos se dispõe
de forma ramificada, ao invés duma força centralizada, mas ainda persiste a macróbia
visão oligárquica de domínio, algo típico em países emergentes, os quais se percebe
uma herança colonial, a tal Elite Tácita. Diante disso habita as acepções de Michel
Foucault a respeito do organismo de coibição do Estado, que em vez de alavancar a
mudança social, manobra a fim de manutenir o anelo da escol, já não mais colonista,
mas proeminentemente de anseio argentário, e com uma força finória supina. Neste
ínterim é possível epilogar a atividade da Mídia pátria, como um sustentáculo, a
Skywalker
própria égide da engrenagem de dominação ideológica. Os diversos veículos de
devoção comunicativa, em conjuminância, personificam uma das pilastras que
paramenta a instituição de jugo plutocrático. A inércia do Estado desempenha o papel
da politicalha de consentimento, na qual se apercebe uma amalgamação entre o
campo público e privado, que por sua vez segue no encalço de fautorias, em troca
dum apoio sectário. Dessa forma aquele que melhor manipular o ferrajão, usucapirá a
soberania da informação, e com esta, obtêm-se o alcance do topo da cadeia nas
relações de poder. Entretanto é factível aduzir que a temática da violência estende-se
há uma discussão estruturalista, de caráter implexo nas diversas interações sociais.
Sendo assim a superficialidade da Mídia é justificada como mecanismo de
permanência das classes dominantes.
Em meio a esta atmosfera de desalento social, agourar um porvindouro deveras
hermético, é algo que se aparece como uma unanimidade a margear o inconsciente
coletivo. A desídia humana caminha a colher seus frutos na medida duma cólera
vinda dos belisários por vassalagem. As ações reiteradas de perjúrio político, do
abandono estatal, e do ditame das privatizações, impeliram a lacuna que intermedeia
o equilíbrio na distribuição dos haveres. Assim a denotação da mídia a cerca da
violência, promulga uma reação de forma imponderada. Quem não se recorda do
incôndito promovido pela noticiada dos ataques executados pela organização
facínora, cujo a alcunha se sintetiza no acrograma PCC. O sobressalto da população
foi generalizado; a massa de civis fora compelida a regressar prematuramente aos
lares, o que fomentou o quadro de caos na cidade. Já é corrente a obstrução do
trânsito pela afluência demasiada de veículos e pessoas no final do vespertino, só que
naquela circunstância de conturbação, via-se um cenatório transcendente ao
corriqueiro. Um crepúsculo amotinado prosseguido duma alvorada calada, ambos
excediam o habitual. O dia consecutivo foi demarcado pelo acobardamento
conluiado, em decorrência da repercussão jornalística que lancinou a investida do co-
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Estado, instituído pelo desleixo crônico de prosápias passadas.
Estamos na temporada de coleta da juncada das gerações que nos precederam.
A herança do abandono, da denegação, da aquiescência daqueles que têm o vigor da
transformação em arpéus, é propalada e compartilhada em equável comunhão, na
famigerada política de repartição do bolo faccionário, e de concentração da riqueza.
As sequelas da ordem econômica presente, atingem inexoravelmente os subalternos
por condição social. Ora os com melhor afluência: se fortificam por meio da
blindagem de seus carros; das edificações que abarcam uma autossuficiência; e em
último caso, quando não se pode acastelar o patrimônio particular, tem se como
medida profilática, na forma dum isolamento criminoso, a criação de muralhas
físicas, envolta das então zonas carentes. Acantoar a periferia da cidade, só exibe a
faceta perversa do capitalismo, do mesmo tino, perpetua o distanciamento criado pelo
hiato entre as classes. Enfim o legado a ser transmitido para a citerior posteridade,
torna-se escalonadamente turvo a cada dia findo. O que devemos esperar dos que
foram abstraídos da civilização; apartados do bem comum; subjugados a uma
condição de inexistência em predicamento?. Hoje quando algum lordaça visita um
ponto de amostra cultural do país, como um Museu, ao se deparar com as exposições
urbanísticas, irá espreitar uma visão hipócrita das cidades, onde problemas como a
favelização e miséria são omitidos sem o menor desplante perpassável. Monumentos
em São Paulo e Rio de Janeiro ganham o relevo da impressão ádvena, não na
pressuposição que estes outros jejuam do cenário de discrepância social nas nações
insurgentes, mas certamente isto ocorre para evitar o impacto de culturas destoantes.
Pois por maior conhecimento obtido a cerca duma realidade, não se equipara a
vivência ou o recontro com aquela. Além disso, a presença dum complexo de
cortiços, mesmo na forma de gravuras e imagens, suscita uma ar de inquietude, de
desconforto social, duma instigação por mudança. Todavia a incurialidade se faz
presente em todo o arcabouço sociológico, dês da estrutura de penacho, como nas
Skywalker
relações triviais entre pessoas. Outrossim a ciência estatística, como ferramenta
interpretativa dos fenômenos coletivos, é empregada com indolência precogitada. A
perfídia é tanta que existem minuciosos dados sobre a frota de veículos automotivos
nas grandes cidades; informações a respeito do sistema de aviação nacional, em
detrimento da crise aérea apregoada pela camada prócere; estudos relacionados ao
surto temerário de influenza suína; teorias relacionadas ao pleonasmo do colapso
econômico mundializado, em países que nasceram na ergastenia resultada da
exploração. Entretanto há um inexpressivo saber a respeito do desdobre da população
de indigentes; do subalternado e menor abandonado; da prática execrável e
contraproducente da amblose; dos meninos rueiros por circunstancialidade; e de toda
a flagelação que assola o submundo. A veleidade é característica na ordem
neoliberalista, por conseguinte a ausência duma apreciação que franqueie a resmuda
da gritante tessitura iníqua, apenas corrobora para a conservação deste quadro
ululante. A procrastinação já faz parte da cultura de cuna, mas seu revés na política é
fundando com outro sentido. A prolação consuetudinária difere da estadista, uma é
fruto dos costumes, a diversa engrena o artifício de governo unilateral, onde o ânimo
por conservação é arraigado por séculos de predomínio. Portanto a insciência dos
problemas que atingem a população apedeuta, alicerçada na insuficiência de estudos
geográficos a respeito da evolução do abismo social, frustra a senil esperança dum
futuro arribado.
O amanhã é o circuncisfláutico âmago deste Argumento; e quando se fala do
crás, não há como olvidar-se daqueles que herdaram a potaba que os antecede.
Mormente a barda de jovens que compõe a pirâmide etária do país, onde quão sumo é
esta faixa de idade em determinada região, maior será o transtorno social, lá avistado.
Pelo menos é esta a interpretação que prepondera nas escolas e silogeu desta plaga.
Tal informação só pode ser considerada como resultado duma conformação que se
reitera por estirpes de governança. A inferência que associa o mancebil a iracúndia
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urbana, é prematura e não deve servir de proposição, mas sim como empeço para
uma isonomia de progenituras. A máxima que proclama: “Numa grei em que há a
predominância de mancebos na distribuição etária, prevalece a violência”, pode ser
sucumbida pela disquisição: “Por que as políticas públicas permitem há tempos,
uma disparidade no meio etático?”. O reducionismo é uma prática da metodologia de
ensino e consequentemente um aspecto da estrutura governamental, o que favoneia
para a perpetuação das injúrias, cá precitadas. Entrementes a obstinação desta
propositura esta conjugada a consumição em ver o futuro obnubilar-se com o
declínio, que beira a uma extinção, da perspectiva imberbe. O acúleo da juventude
marginalizada, acresce na medida dos exemplos que a sacramenta. A criminalidade
aponta-se como único caminho para uma existência graduada, onde visa-se atingir
uma audiência, mesmo que arraigada numa repudia da moralidade. Um salteador que
carrega um revólver, galeia diariamente o destaque na mídia; mas um condutor de
carroças só angaria alguma importância, quando a sua via-crúcis é cardada com o
vulgar propósito de fazer daquilo um espetáculo. Alienar-se destes problemas, no
direito do eximido por falta de obrigação, na tergiversação de que cabe ao Estado esta
tal responsabilidade, é o paliativo para digestir e naturalizar as injustiças sociais. A
amurada metafísica que segrega as raças é constituída: de tijolos e ideologismo; do
pão e circo; da pragmática do conformismo; e do ergástulo provindo da obliquidade
política. Desse modo o lenimento deste pré-roteiro, esta assentado na iniciativa de
demudar a expectativa do juvenalesco; em assoalhar uma nova vereda, soerguida pelo
traslado intrépido, de alguém que afluiu dos escombros da sociedade; e arvorou-se no
sobrexceder da condição de indigência, saltando para a compleição de indígete. O
indivíduo criador da afiguração fincada na vigilância e no temor, em prol duma
higienização do caráter coletivo, é o espelhito capaz de demonstrar a opcionalidade, e
refutar o condicionamento das massas a uma vida na criminalidade. O alento deste
personagem será o inquietante incitamento sobre a atual perspetiva do marginalizado.
A procedência húmile do sabagante paracleto dos outeiros malocados, a qual se
desencadeará pela enredadela, servirá como exemplo de que é possível jazer em meio
Skywalker
à pobreza e não ceder a delinquência, mesmo se pressionado a dolência, ou a uma
vida de míngua constante. Então veremos a constatação, onde aquele que se rende ao
crime é tido como um poltrão, mas alguém que sobreleva a circunstância de
pauperismo sem dobrar-se ao celerado, será visto como uma fortaleza psicológica.
Este baluarte é o grande foco do redigido, pois representa a inversão de valores do
que entonce vigora. Senão esta amalgamação da ficção com a exatidão dos fatos,
permite idear a superação dos problemas sociais inerentes à violência generalizada. A
instituição deste figura, em meio as favelas, nascendo delas, irromperá a conflagração
dos enlevados, das classes alienadas, daqueles com parte ativa na via política, mas
alheios nas questões humanitárias. O abstraído divergi do insciente, de um se espera a
allure engajada, porquanto é arrojado com conhecimento, do outro pouco pode-se
requerer, uma vez que a compostura de oprimido turva o intelecto. Porém o ausente
subsiste, não por ignorar a sua potestade de revolução, mas devido a um pensamento
de gênero elitista, onde aguarda-se a intervenção do Estado em situações
desfavoráveis a ordem dominante, como na recente e cíclica crise econômica. No
entanto quando se cogita a interposição do governo, em busca da igualdade na
distribuição de renda, na forma simplificada: “beliscar um faneco da riqueza dos que
a ostentam”, o sobressalto é extremamente adversante. Assim vemos que a ideia de
roteiro forceja atingir distintos lados da esfera que simboliza a problemática da
violência. O simulacro em colisão com a conjuntura real constitui a base da película e
a partir daí caminha a malhada em reciprocidade com o paralelo coevo. Contudo a
contumaz imagem de um párvulo portando uma arma é a abissal inquietação do
Argumento, visto que refleti o pélago donde estanca a determinação do espírito
esperançoso. Decerto a conjuntura, em que o sonho duma criança desacorçoada e
nascida nos morros, se sumariza em angariar um berrante, conduzir um veículo,
semelhante à bicicleta, mas movido por motor, e por cabeiro, ser o senhor do tráfico,
é algo agourento, logo manifesta a expectação dos sofreados. Enfim transfigurar este
cenário é a atroante iniciativa deste pré-roteiro, que consiste em maximizar o clamor
contrito das pessoas subestimadas socialmente, assim como espertar aqueles com
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envergadura política, mas de conduta apartada por prerrogativa. Feito esta
deliberação, prosseguir-se-á de cá em diante, a locomotiva que transporta as
aspirações da urdidura. A primeira vista, a qual personifica o medular Ato da película,
se desdobrará abaixo dum viaduto na cidade do garoar intermitente e da frieza
urbana.
E é sob o librinar paulista que se preludia a inaugural imagem do filme, onde
vemos uma cunhã, por entre a cortante atmosfera da urbe em aglomeração. A cachopa
andava pelo bulevar; procurava desviar dos flancos de borriços, assim como de se
defrontar com as pessoas e veículos que lá pervagam. Conforme a moça caminha,
lobriga-se a fisionomia aflitiva e um andar que revela alguma preocupação em não
ser apercebido. A mulher carregava algo no colo, o qual estava ocultado por uma
espécie de mortalha, na tentativa de livra-lo do molinheiro, ou das lentes de terceiros,
mas não se sabe ao certo qual a pretensão de tal tessitura. O pesadume fica cada vez
mais evidente; passa a voltar-se contra a fardelagem que aquela criatura conduzia
afora do ventre. O consome da rega se enleava com o aljôfar que escorria pelo
semblante da abadessa, pois com uma colgadura sobre a cerviz, na forma dum
toucado, a moleca transparecia a imagem duma madre. Pero as abarcas simplórias
apartam a ideia pudica e aprochegam o personagem a uma adolescente da periferia. O
pranto, a carga lancinante, além da acatadura humilde, são espreitados duma maneira
abafada, tanto pela ambiência ao arredor, quanto por o ânimo da garota ser
demasiadamente recatado. Afinal a plebeia atravessa algumas quadras; aparenta estar
desnorteada, ao mesmo passo que o ritmo arrastado, obtestava uma arrelia interna. A
nutriz segue numa tropelia cerne, até o ponto em que uma sandália se contorce,
devido ao aforçuramento, aí a cadência é contida, mas o aperto intrínseco continua. O
arredar finalmente angaria êxito, em face duma alameda devoluta, onde um caminho
suspenso e constituído de concreto, eleva a rodovia por forqueaduras. Neste lugar a
menina dos outeiros obductos, apazigua momentaneamente o alento ébrio. Ela agora
Skywalker
anda docilmente, mas ainda não sabe para onde ir, nem o que fazer para livrar-se do
fardo. Naquela altura, a coisa embuçada que até então permanecia inanimada, solta
um carpido característico dum chicuta. O vagido sobressaia o sonido dos confins de
asfalto. A recoveira percebendo que o fragoído poderia despertar atenção, prosseguiu
com alguns passos para o interior do viaduto em eminência. Acolá o capelo na forma
de véu é retirado, permitindo ver a fisionomia da mulher, assim como possibilita à
ela, um visar panorâmico. Despida do capuz sobre o rosto, deslumbra-se a face de
guria na adolescência. O ancenúbio carafuzo é entrevisto nas fácies da badameca com
origem infortunada por raça e condição financeira. Na parte escura da pontícula, onde
há pouca incidência de luz, o pacote viçoso é frouxamente desempapelado, não no
tentame de desentaipar o ser, mas com objetivo de emudecê-lo acintosamente. Os
gadanhos começam a descobrir o corpúsculo, com um simples subtrair dos panos que
o embalavam. Entretanto o desembrulhar é interrompido, quando o nuelo pronuncia
alguns soluçares. A mãe malogra a coragem de silenciar a criança, o pranto desta, faz
com que ressurja a moléstia de noutrora. Agora o ataraú íntimo compele a progenitora
em uma atitude desesperada; ela singra, com o gibi na frente e um pouco avante do
seu bandulho, ainda sob o efeito da maresia anímica. Ao atravessar o interior do
elevado, ela fixa os lúzios numa montoeira de entulho desprovido de vida; e afronta-
se com uma porção de sacos plásticos, com variadas cores e volumes, os quais
comportavam o lixo orgânico daquela banda da cidade. E neste recanto soturno, o
recém-nado é despejado e congregado a cenosidade do local. Ainda envolto em uma
fronha formada pelo tecido grosso de malha e algodão, a criança permanece derrelita,
esmorecida mediante ao pajonal e saquitéis do desvão. Após os átimos de abandono,
a genitora evade o lugar, sem prestar cerimônia ou transluzir compunção pelo que
havia feito. A aperreação que reprimia a vontade dela de afugentar-se, desmoronou
juntamente com a ptose que lançou o exíguo organismo, a condição de dejeto
sociogenético. Enquanto o bacorinho se sacolejava por adentro dos restos, a prófuga
debandava-se com a freima que antes era cingida. A cada percorrer da trânsfuga, um
olhar para atrás, na mira do enjeitado, que estilava lágrimas e erguia os braços para o
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alcantilado, com se buscasse um abraço; já a mãe desertora, enxugava o lacrimejo
com uma mão, a outra recolhia o bioco acima do rosto. No lance em que a fugitiva
sumia no horizonte, ascendia no contorno da esquina, uma nova figura no contexto.
Esta convergia em direção ao mausoléu, o qual sepultava morosamente o jito ser
renegado. Mesmo distal, via-se o principiante carrear pelo espinhaço, um veículo, que
embora carcomido, debuxava o instrumento de trabalho deste homem. A frente do
estrênuo, hasteava uma espécie dum haltere em molde de lavanca, por onde exercia-
se a energia de arranque necessária para o proveito. O advir dele é amiudado pela
fleuma translatícia à de alguém que se esforça compulsoriamente, empós do passadio,
duma vida digna, mesmo em circunstâncias de penúria. O sujeito tinha tom de pele
adusto, não pela genética, senão por labutar o dia inteiriço nas ruas; a velhice casual é
derivada do mistifório de resignação física e moral, nas quais se destaca a cariz
consternada, o fornimento guenzo, um labíolo ralo e disforme, assim como as
vestimentas modestas, sem grandes ornatos, mas esquálidas nas estampas. O
aproximar do pelejador deixa claro que se trata dum carroceiro em busca da matéria-
prima do seu sustento, a dejeção suburbana na forma do papel grosso e resistente,
seria ele um genuíno catador de papelão. Um tipo de excogitação é gerada sob este
adscrito, aquela instintual indagação: “como é que esta criatura suporta tamanho
encargo, sem esmorecer, ensandecer ou vergar-se ao crime?”. Nisso surge a
subsequência do último pensamento, onde há a ilação, pela qual fica fósmeo a
compreensão da geografia dos desvalidos e os caminhos que a mesma palmilha.
Atualmente acredita-se num simples transferir de renda, como o suficiente para
colmatar um forame que amove em direções antagônicas, as distintas classes sociais.
No entanto o óbice vai além da pecúnia, até por se tratar com experiências de vida,
que encruzilha gerações esteadas na desigualdade histórica. A resultância disto é um
complexo de culturas, que coexiste em planos paralelos, os quais se intercalam de
maneira apática nuns pontos, noutros colidem fervorosamente. Na prossecução do
enredo; O aditado marcha quase que num sobrestar, derivado do peso arriba de seus
ombros. O supositício tropeiro traspassa o recôndito da ponte alteada, um deflúvio
Skywalker
similar ao da jovem que escorraçou-se junto à cerração. O mesmo espavento que
agitou a moça, ao deparar-se com o entulho, compulsa o cangalheiro em igual
manejo, mas com ímpeto díspar do dela. O arrieiro vendo o amontoado de destroços,
aferra-se no fito do monturo. Uma congérie é encontrada naquele esconso, o que
embaraça a percepção do homem, na busca por papelório reciclável. A caçamba é
largada para que o colheiteiro possa granjear um bocado de amanho para própria
subsistência. O carrete parqueia numa postura carregada, na qual o esteio conservar-
se mirado para o alto, na contraposição do pequeno vagão, por onde se estocava a
coleta. Então o gari informal avança para a ribanceira da lixaria; e com as mãos, ele
começa a revirar o despejo, que se misturava com escorrer d'água, pelo chuviscar
descontinuado. O barulho do gotejar sobre as algibeiras de plástico, ofuscava a
poluição sonora da leva de carros que trafegava no pináculo da pista. Em meio ao
garimpar, um miúdo alarido derruba a concentração do homem. O gemido do
bacorim transmutaria o encadeamento de trabalho do carroceiro, levando a ele, uma
nuvem de curiosidades que transviou o presente impulso. O remoinhar dos refugos,
ganha veemência na varredura pela fonte do estrépito suasivo. Em algum momento
da rebusca, o pertinaz chega a se acalmar no pensar que poderia tratar-se duma
alimária à toa, mas o desamparado fazia questão de inflamar com um choro
compulsivo, a presença dum neném largado. Entretanto a criança malogra aos poucos
a vitalidade, pois havia um soterrar no cardume de sacos com lixo, onde o renegado
mergulhava gradativamente na profundura do detrito. Porém o encalço tem sua
postimária, no santiamém em que o catador soergue com os braços, retirando do
aglomerado de sacos encardidos, uma criança de colo, um manino ser encoberto pelo
velame vindo da maternidade que o demandou. Como dois esteiros que se esbarrão
pelo bambúrrio, assim depara-se o escanado defronte ao implume. As patolas do
maduro bateram de recontro com os pequeninos pulsos do recém-nascido, proscênio
no qual tanto um quanto outro, ficam face a face, guardando as justas proporções. O
bebê, quase desnudo por inteiro, permanece por algum tempo, pendurado e agarrado
pelas munhecas, o que traz a tona os traços marcantes desta criatura. Um cordame
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umbilical, inda é presente no párvulo, e o precitado piola, queda-se contíguo as
margens dos joelhos da criança, daqui pênsil. A cute negra toma realce com o
desenfronhar do achádego inoportuno. O homem demonstra-se estatelado nos
sentidos, como num estupor que arrebatou-lhe o raciocínio producente. Nisto o nuelo
insufla um bramido estridente, que arrancou do entorpecimento, o deparador de
peripécias. O trabalhador finalmente cai em si; ele compreende que estava perante
duma coisa vivaz, que retumbava uma guaia pungente; o pequeno esperneava,
incomodado com os pingos da chuva acima da cabeça, acrescentado duma posição
desconfortável, dependurado na frente do adulto. Logo o indivíduo maturado,
acomoda o nenê no regaço; o carroceiro ampara o incapaz, levando-o em seu corpo,
duma forma curvada, para proteger do regadio e frio, oriundos da lebreia, o
coadjuvado ser. No rés-do-chão da construção que permite a passagem superior de
carros, os dois homens de idades distantes, habitam em concórdia, no ensombro da
arquitetura da ponte. E num embalo figulino, o chicuta é acolhido pelo catador de
papel reutilizável; ele estaca-se contemplando o pequenito cenho do acalentado, que
exprimia uma tristeza percuciente, como se existe nele, a compreensiva dos
acontecimentos findos, mesmo prendado numa idade pseudo irracional.
Inconformado com o entristecimento do bacorinho, o obsequiador recolhe da acica,
um naco de pão que guardava para o interregno da labuta. Ele rasga uma parte com os
dentes, ao levar com a mão desocupada, o gravanço inconsútil para a boca; já a outra
lasca é direcionada para o chichuta acabrunhado, usando a mesma ganchorra livre,
sendo que um braço é reservado para o ninar. O homem mastigava o nutrimento com
esgana, mas o implume mal ingeria o cibo. O alimento era conduzido nos dedos do
barbado, rumo a cavidade do rosto da criança, mas não passava do focinho daquele.
O buenacho desiste das frações sólidas da pitança; ele larga na querência os ditos
fragmentos, e coloca numa palma da manopla, a fração que dantes ruminava. O viso
quebrantado é sobrepujado pela avidez da subjuntiva cria, que ingurgitava a espécie
de papa, resultante do regurgitar do manjua urdido. Um gáudio enrustido é observado
no pequito, logo após de iniciar o saciar da rafa, como num simples verter de ânimo
Skywalker
que fez encetar um sorriso retraído, em pontaria do benfeitor. A comoção tomou conta
do carroceiro; ele estava tão perdido quanto o acolhido; ambos permaneceram
debaixo do viaduto, um olhando para o outro, como num maravilhar comum,
originário do primeiro avistar duma coisa insólita. O homem fica admirando a
negrura nos ocelos do pitorra, enquanto este era aninado pelo fartar de agora pouco.
O acalmar do miúdo, permite um raciocínio afiado do acoitador; ele decide aguardar
pela genitora, ou por alguém capaz de responder pela criança, que repousava após a
breve refeição. Durante o adormecimento do infante, o matreiro atenta para uma reles
fita circunscrita no pulso do sopitado, a mesma continha uma minúscula escritura,
resguardada e enovelada por um invólucro de material resistente a compressão. Neste
ápice nota-se a dificuldade para o deciframento do texto; o inexperto segue com o
dedo indicador sob o redigido, tentando recitar, o que lá estava grafado. Um nome é
visto de relance na tira em forma de argola, o mesmo é tingido de caneta
esferográfica, com letra d'mão e dum jeito garrancho, mesmo assim revela a alcunha
do recém-nado, a qual foi concebida junto a clínica de gestantes. Neste instante é
possível espreitar por imediato o antenome: “Moises”, cujo a acentuação fora
suprimida pela umidade, proveniente do sobrevir da chuva, adentro da papeleta. Ao
espectador fica inteligível o velacho, mas para o personagem avelhado, permanece
uma lacuna de significação, que o induz numa inculca pela tradução da sequência de
letras entre os dois espaços em branco. A espera pela genetriz não gera corolário, pelo
contrário, causa uma eupatia, que delimita apenas um juízo, o de zelar pela cria, até
alguém assumir tal cuidado. Com o decorrer do tempo, vem o cessar da cruviana, e
um prelúdio de alteração da expectativa do catador; ele começa a se conformar com o
tento de adotar a criança, mesmo que dum modo clandestino. O passo sequente,
resolve surdir o homem daquele lugarejo insalubre; ele apascentava em pé, com o
nuelo no colo, que dormia placidamente nas espáduas do caritativo. A tirinha que
circulava o braço delicado, é arrancada e levada ao bolso do colheiteiro, que galgava
no curso da carroça abdicada. Ali o sédulo improvisa um berço, ao revirar as estilhas
de papelão recolhidas, e defrontar-se com uma caixa de sapato, que serviria de base
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para a estrutura. Então a caixola é forrada numa mistura de trapos, com pedaços de
papéis variados. O pequeno leito é cravejado numa armação, constituída por fios de
alambres maleáveis para a modelação. E nesta garupa, o bebê é efuso de maneira
retouça. A traquitana é convertida num carro-leito, e o opífice dispõe-se em testa-lo,
antes de qualquer andamento. Certificando-se da segurança da invenção, o caroável
procede na tramontana da civilização. A carroça se altera num riquixá, típico nos
países do Extremo Oriente, onde um passageiro é puxado manualmente por um
homem. Dentre as cenas promovidas no enredo, a que se concatenará adiante, tende a
ser impactante em sublimidade: “Uma criança de cueiro, sendo acarreada dentro
dum caixote, acoplado no interior duma sege, que é conduzida por um carroceiro”. E
assim o desfecho do introito do primário Ato da película se perfaz, no qual vislumbra-
se um pitoco ser que repousava, adentrado numa caçamba; e a cada roçagar do
veículo, um balanceio a favor do sopor para a criatura.
Uma escolha proveitosa para capturar as imagens, tanto de desarrimo, quanto
as afigurações de recolhimento, é a de ângulos aéreos, onde a noção de espaço
abrangente permite um cabedal com detalhes coadunados ao centro dos
acontecimentos. Dessarte vê-se o retrato duma criança ressonando, no íntimo dum
objeto oco em forma de receptáculo, que por sua vez conservar-se no interior duma
caçamba de formato parelho ao da anca, mas com dimensões alargadas; como numa
visão desenhada de uma caixa retangular, com menor extensão, aglutinada a de maior
comprimento. Este zênite do enlace, faz requerer uma trilha sonora, como verdadeiro
tema capaz de personificar as emoções lançadas na malhada, de maneira que o
público possa desenrijar-se em face a dramatização. Desse modo é constituído o
firmamento da película, por meio de três personagens, e nenhum diálogo
significativo. A estória do filme, até este ponto, não deliberou a colisão com a ficção
da figura-título, uma vez que o foco é engatilhar um início plausível para o
personagem, um degrau de partida factível, que se aproxime categoricamente da
Skywalker
realidade. Quando o fundamento de abertura da obra se consignar, na altura em que
não se faz mais necessário perlustrar a origem do personagem, dar-se-á vasão para o
ingresso da fábula, que ganhará espaço com graduação, onde a abstração cresce
vertiginosamente. Este método pode ser facilmente identificado na primeira
adaptação de Christopher Nolan, em Batman Begins, o qual é demarcado por uma
introdução realista.
Na continuação do entrecho: o fretador se atina na persecução do significado
dos grafemas no papelete em forma de argola, que antes circulava o punho do recém-
nado; ele atinge o alto de algumas quadras, adiante do viaduto que plasticizou o
abandono. De volta a muvuca da cidade, o encontro com um comerciante ambulante,
trará o sentido das letras incompreendidas. Aqui será vinculado o primeiro diálogo de
relevo na película, um breviloquente interlóquio, mas de grande valia, tanto para o
personagem, sendo que a descoberta do nome “Moisés” provém desta conversa;
quanto para os destinatários da ação audiovisual, que vislumbraram a extrema
dificuldade de comunicação do carroceiro, um reflexo da modéstia enrustida deste
homem, além da acatadura acanhada, como se algo o intimidasse a se relacionar com
os demais. Então incandescido com a revelação do velacho, o acolhedor avança na
eminência de seu lar; segue numa cadência agitada, repetindo para si, o nome que
acabara de compreender. Afinal o apanhador alcança o dito habitar; uma terriola
afastada do progresso urbano, um recanto devoluto, ainda mais por estar cercado com
a sujidade resultante do consumo desenfreado. O catador morava em pleno eirado
dum lixão, situado no município do garuar incessante. A localidade interatuava como
um habitat para a pobreza, um retiro para aqueles que se inibem ante a fulgência do
poder aquiritivo. Ali não havia a luxaria da esfera consumista, mas a chafurda
procedente desta, é o que predominava. Enfim o catador de papelão acerta-se para o
repouso, após a refrega de um dia inteiro; ele adentra num barraco, no imo daquele
cômoro de escombros orgânicos; prossegue acompanhado da carroça de ofício, na
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qual debruçava Moisés. Ao imobilizar o carrete, o anoso pelejador apanha do vagão,
a criança que pernoitava num sono profundo. A caixola que fora improvisada com um
berço, também é colhida dos estoques, no intuito de manter um leito para o remido.
Em algum esconso desta dependência, o figurado arranjo duma cama gradeada, é
alocado rente ao piso meio barrento. A noite descia dos lugares altos, cobrindo a
montureira de dejetos que rodeava as proximidades. Contudo o carroceiro, observa
mais uma vez, a ataraxia que arrebatava o pequito. Aquilo parecia imbuir no
ambiente, uma calmaria capaz de suplantar a melancolia da penúria residente. Um
alívio revitalizador, assim como uma alegria fora de série, permitem ao acolhedor
uma atmosfera de família. Entretanto o entusiasmo é demasiado intenso, que o
obsequente deixa de aperceber o abordo dum cercão, um cômpar com a mesma
ocupação do então garrido. O morador adentra na vivenda, como de costume, e se
depara com o consorte, o qual permanecia apreciando o nuelo em seu repousar. Neste
fastígio da trama, irá emergir o segundo diálogo de relevância para a película. Um
colóquio contundente, uma discussão sobrecarregada de rancor, amargura e
impropérios em forma de palavras afrontosas. O consectário desta parlenda, colocou
em descrença a capacidade do hospitaleiro em acudir um párvulo, uma vez que cuidar
de si, já era uma tarefa imensamente onerosa. Depois de alguns instantes da pegadilha
entre vicinais, espreita-se o prestadio cabisbaixo, depresso com os fraseios que ouvira
à pouco. O homem estava esmorecido, o alegramento de antes fora sucumbido pelo
padecimento resultante desta conversa. Algumas das verbiagens ditas, o atingiram
como agulhas no peito, algo que a tempos não sentia. O cansaço dum dia inteiriço de
trabalho, não se equiparava com mágoa que desalentava seu ser material e moral. A
verdade é que o catador esperava uma reação positiva do cupincha, como se ambos,
por realizarem mesmo ofício, logo compartilhariam de igual alegria. Contudo isso, o
catador de papelão abdica-se de sua casa; ele parte na direção da urbe, que já não se
via no horizonte, pois a noite predominava nesta altura. Ele largou Moisés no barraco,
o nuelo permanecia dormindo dentro da cama improvisada. Em uma reação, de certo
modo estúrdia, o paternal por casualidade, caminha apressadamente na direção da
Skywalker
selva de pedra; ele percorria os limites do lixão, e via-se nele, aquele mesmo aperto
que sobrecarregara a mãe prófuga. Desse modo percebe-se uma cadeia de sensações,
a qual se desenrola em permuta pelo enredo. Entretanto o objetivo desta mutualidade
vai além da iteração, o mesmo tem como mister, escancarar a ideia de que pessoas
estão sujeitas as mesmas situações, mas a resposta diante delas, diverge em infindos
modos. A experiência histórico-social é um dos fatores determinantes a uma dada
resposta, não em absoluto, mas como ponto de partida para uma reação em cadeia,
com uma pluralidade de fins. Afinal o homem velhentado atinge o povoamento
urbano; ele seguia abalado com os pensamentos que o reprimiam. A amofinação só
tem ocaso, quando o carroceiro se depara com a entrada dum hospital; acolá a
primeira iniciativa do escanado, era a de encontrar algum servidor, na esperança de
que este o acudisse com a criança resgatada. No entanto o húmile é barrado
justamente no limiar do nosocômio; um segurança o impede de sequer adentrar no
prédio; o sobrestante indaga o carroceiro, mas o anoso mal consegue expressar o que
se passava. Para o atalaia, a imagem dum indivíduo esquálido, ligado a sua
dificuldade de comunicação, representa plenamente um multívago que poderia estar
alcoolizado ou até sob efeito de drogas. Aqui a prenoção se dissemina duma forma
perversa no enredo; aquilo que acontece em estabelecimentos do campo privado,
passa a acaecer num local comunal, que deveria ofuscar a segregação social,
permitindo a todos um acesso livre e igualitário, mesmo com uma diferença entre os
cabedais de casta, beirando ao absurdo. Após ser vítima de preconceito, o espectador
deve esperar um aprofundamento da atimia do vetusto, o que tampouco ocorre, pois
ser rejeitado era algo corriqueiro na vida deste homem. O catador tenta de todas as
formas expressar que havia uma criança abandonada, mas a cada gesto dele, mais se
intensificava a afiguração de um desatinado. Por fim o vedeta praticamente expulsa o
carroceiro da frente do hospital. No começo da tentativa de esclarecimento feita pelo
catador, percebe-se ainda uma vontade de compreender, por parte do guarda-noturno.
No entanto o retraimento do queba, impossibilita uma comunicação fluente entre os
dois sujeitos. Agora uma nova característica do escanado é lançada no enredo, um
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aspecto marcante da fala deste personagem, onde fica indutiva a ideia de alguém
ébrio. O velho carroceiro inicia as conversas, mirado para o receptor, mas com o
decorrer da alocução, ele perde o foco, e passa a falar com um tom de voz rasteiro,
direcionando a interpretação para si mesmo. Por conseguinte a extrusão do
changador, em face da casa de saúde, espera-se um declive do transtorno vivenciado
pelo personagem. Porém ao invés dum abalamento sobre ele, o que veremos é a
recuperação do juízo, um restabelecimento da lucidez do homem. Neste átimo da
dramatização, os pensamentos do vetusto serão reclinados para a criança esquecida.
O conjunto dos acontecidos fez surgir no carroceiro uma crença, a convicção de que
ele estava predestinado a acautelar o implume desprovido de jazigo. A consolidação
deste tino, cresce com altivez, na medida em que o estrênuo recompõe sua
perspectiva. Destarte o catador, parte obstinadamente numa correria semelhante a de
outrora, na qual fora compelido do lixão em busca de ajuda. A diferença é que o peso
de antes, derivado duma pseudo culpa, fora alicaído pela restauração da esperança do
acolhedor. Um enfado de quem procurava socorro, é substituído pela segurança
daquele que se tornara a solução. E assim o persistente regressa para o valhacouto,
um terreno ábdito da civilização, que de certo modo não deixa de ser uma periferia da
mesma. Os estrupícios da passada discussão, já não faziam a repressão sobre o
homem. A caminhada serviu como vazão para a reflexão do que havia se passado na
conversa inesperada. A dissensão entre os consortes, fundamentou em sobejo a
intenção do carroceiro de adotar o implume. O desfecho desta etapa da trama, ocorre
em conjuminância com o retorno do vetusto ao refúgio dos depreciados.
A partir deste ponto, o ritmo dos acontecimentos da trama, será demarcado por
uma aceleração, afim de deliberar a impressão de movimento dos anos, que
progressivamente causa a noção de crescimento dos personagens centro. Todavia a
estória do enredo, tem introito caracterizado por um andamento em tempo real, ou
algo próximo disto. A necessidade de se enquadrar este desenvolvimento paralelo a
Skywalker
realidade, é justificada com a devassa por um começo possível para o figura-título do
Argumento. Logo para atingir o êxito dos prelúdios, nada mais adequado do que
ajustar um prosseguimento contínuo e com poucas entrepausas, até para permitir uma
melhor assimilação do público. No entanto o curso do enredo, após a instituição da
convicção do carroceiro, a dilúcida certeza de perfilhação extrajudicial do menino
abandonado, não carece de cadência. Deste degrau em diante veremos uma celeridade
nos acontecimentos, com intuito de abalizar a relação entre os dois figuras. Enquanto
um tiriúma se converte num pai protetor, o enjeitado torna-se um filho heréu em
diversos aspectos. Aqui se faz inescusável a incrementação duma banda sonora,
talhada com a capacidade de envolver as cenas, dirimindo os diálogos conjeturados e
permeando as ações em fluxo alígero, embalado. Uma opção eficaz para representar
essa alteração no tempo dos eventos, os que comportam a ideia de crescimento do
figura Moisés, e de envelhecimento do catador de papelório reciclável, será descrita
de agora em diante: Em uma mesma vista, ou numa tomada ininterrupta, nota-se o
estrênuo conduzindo a carroça pelas vielas, descensionalmente a uma avenida
soerguida por colunas de cimento; um lugar escampado, uma vez que a agitação se
concentrava no alto da pista. A cena se inicia neste transcursar do carroceiro, no
fundo da alameda, e se rompe com a imagem de transfiguração dos personagens,
onde um envelhece, ao oposto do outro. Para o triunfo deste planejamento, é
consentâneo produzir a ideia de que a cada passagem do catador, por detrás dos
pilares, uma mudança abrupta na fisionomia dos figuras acontece. Desse modo a
impressão de ultrapassar dos anos se constitui duma forma elaborada, com uma deixa
propícia para incorporar temas sonoros a película. Do ponto de vista do espectador
teremos em sequência: o homem escanado arrastando uma sege, numa perspectiva de
flanco, mas sem a presença do rebento; posteriormente o maduro atravessa uma
escora que sustenta a estrada de rodagem; neste átimo a imagem se obscurece, para
representar o plano em que o carroceiro transcorre a coluna de cimento; a volta do
realce é acompanhada do ingresso de Moisés na cena, numa idade infante e
segurando o tutor pelas calças, pois o mesmo seguia acarreando o veículo de trabalho.
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E este método se reitera por algumas feitas, de maneira que no último plano veremos
o carroceiro em estado avelhado, seguido do sucessor, que já era um menino crescido.
E assim temos o desfecho desta aceleração da trama, sendo que a retomada da
cadência ocorre na derradeira passagem do carroceiro por atrás duma coluna, pois na
saída desta, veremos a caçamba sendo levada tanto pelo pai, quanto pelo filho.
Portanto a retrocedência da regularidade na trama, é uma decorrência da
consolidação do relacionamento afetuoso entre os figuras. Mediante disto, o
prosseguimento dos eventos, dar-se-á em concordância com a afiguração, na qual há
o comungar do peso em carregar o veículo de manuseio. Neste ponto observa-se o
carroceiro numa condição de provecto; a velhice casual é destituída pela idade
avançada, afora duma lassidão perceptível. A canície é conspícua, mas não intimida o
pinante de andar como um sequaz, no rastro dos passos deste grandevo. Logo Moisés
encontra-se em pleno vigor da puerícia; um pouco disperso e com avidez voltada
sobre todas as coisas desconhecidas. Então apontam-se, cruzando a estremadura da
autovia, na qual delineou-se a cena antepassada, o par de catadores do papelão
reutilizável, tendo visto que Moisés acabara por legar o ofício do pai. Ambos
traquejavam no longe do estradado, após o dia de labutação nas ruas. Como dois
andarilhos, assim apercebia-se a parelha de trabalhadores. O ensolarado descia, mas o
calor campeava do alto das cabeças, até as bordas de pavimento asfáltico. Uma
canseira insidiosa tomava conta do vetusto, o que pungiu o estado de preocupação em
Moisés. Aqui há a incursão de pequenos diálogos, que denotam a convivência dos
personagens. O trato entre os figuras é caraterizado por uma sequidão, derivada da
penúria aferrada no quotidiano dos mesmos. As poucas palavras, as formas de
expressão lacônicas, assim como o alento obstinado, representam o arcabouço
sociocultural que margeia os figuras do enredo, da mesma forma manifesta a
resistência destes indivíduos, defronte a pobreza circunstancial. Neste instante os dois
andarengos percorriam a beirada duma estrada, que ligava os contérminos da cidade,
Skywalker
as bifurcações em rodovias, nas quais se notava o avultado magote dos veículos de
transporte. Enfim eram bandas ermas, isoladas do povoamento e destinadas ao
tráfego de automóveis. A sensação de tebaida, superava em todos os sentidos, o
interior devoluto da ponte atravessada em momento precedente. A traquitana
permanecia nas mesmas condições dantes ao recolhimento do pequeno derrelito, só
com alguns pontos oxidados pelo caminhar dos anos. E assim diante daquele
bochorno atípico, rompia no extremo da senda, a visualidade dos lidadores em meio
ao mormaço da pavimentação de ruas e estradas. O ar quente fazia tremular a imagem
dos consócios, como no fenômeno caraterístico em dias férvidos, onde a aragem
carregada de ardor provindo do solo, se emaranha com a refração da luz de tal forma,
que nos causa a impressão de distorção da visão. Todavia existia nestas horas uma
espécie de revezamento entre os comparsas, para definir um carreamento retilíneo da
maxambomba. Neste turno era do colmilhudo, o fardo de carrejar a caçamba
rubiginosa. Contudo Moisés percebendo a estafa do pai, resolve assumir a direção do
carro, mas o entibiado não admitia uma dirupção dos afazeres. Então o guri se
emparelha com o palinuro, na frente do mainel frontal da caçamba, demonstrando ao
calejado, que não se tratava de desrespeito, e sim dum mimo do párvulo para o
protetor. Ainda que o peso houvesse sido dividido, o alquebramento acima do
acolhedor, intumescia-se intensamente a cada andadura da sege. Aquilo deixou
Moisés estarrecido, ainda mais em saber que nos arrabaldes das imediações, apenas
se via um conglomerado de terrenos baldios pelo través; à ilharga nota-se a corrente
de carros, numa leva infinita. Os arruídos das conduções, por algumas ocasiões,
anulava a vontade de paleio entre os sofreados. O trajeto do carreamento chega a uma
extensa curvatura da estrada, aonde o caminho passadiço, vira um estreitado. O cerro
ao lado dos esparsos, restringia a uma única opção, o escape daquele beco. O sirtes
eram eminentes, dado que a chusma de automóveis transpassava na margem livre da
quelha. Alguns dos veículos de grande porte, como os cargueiros, cruzavam a
sinuosidade em nível rasante às corporaturas dos figuras. As canelas do confrangido,
estremeciam com o guidão da carroça, como se já não suportasse aquele peso acima
22
do corpo. A fisionomia do anoso transmitia ares nuviosos e uma morbidez no
ambiente, como num presságio de uma tragédia anunciada. Para Moisés, ver o pai
arquejando e combalido, com abrolhos por todo à aparência, era o enunciar duma
emoção que jamais pensara em viver. Entrementes o pronóstico veio a acaecer, o
longevo desaba resvés com o chão; ele cambaleia ao dar uns passos incertos, como
quem vem num vanguejar seguido de um tropeço súbito e letífero. A vertigem no
princípio, fez o carroceiro acreditar que tratava-se de mais uma daquelas sensações de
decesso, as quais vêm de uma hora para outra, e se esvai no mesmo embalo. No
entanto com o recalcitrar do vágado, vem a certeza de um infortúnio, que incita um
senso de despedida entre o paternal e a criatura acolhida. A queda brusca do homem
fez com que a caçamba ficasse estirada para o céu assoalhado e rodeado de nuvens,
pois o vagão de estoque estava abarrotado do papelório reciclável, como num
contrapeso preciso. A trigança nos acontecimentos imediatos, refreou qualquer reação
em Moisés, que teve de observar atônico, seu pai se debruçando rés ao solo insípido.
Até o próprio tormento do carroceiro era contido, como se estivesse a lutar contra si,
para não reluzir dor ao rebento. Entretanto o párvulo não se acanha diante daquela
situação; ele corre desesperadamente na direção dos carros, que seguiam como vultos
pelo trecho sinuoso. Porém nada se estagnava, nem a decedura do pai, quanto o fluxo
do tráfego de veículos. Aqui lobriga-se um traço crebro no enredo, onde fica
denunciado a conjuntura de vilipêndio na sociedade, na qual a indiferença é radicada
como algo racional e conivente. Quando Moisés fora abandonado, o único a ressentir
e agir perante àquela circunstância, fora o indivíduo que menos se espera, nem se
cogita alguma allure engajada. Embora belisário, o longevo dispunha de uma
sensibilidade incomum, uma aguçadura peculiar que não se compra com vinténs, ou
se adquire nos estudos. Nesse ínterim, o heréu retorna para um desvelo com o pai,
pois a busca por socorro, em meio ao manante de máquinas-transporte, não havia
dado resultado. Algures daquela imensidão, espevita-se Moisés segurando o
padroeiro pelas mãos, na tentativa de trazer um bálsamo para este confrangido.
Apenas o quengo do mentor pode ser acolhido no colo da criança; esta colocou a
Skywalker
cabeça do pai entre os joelhos e pernas flexionados, que estavam assentados cerce ao
piso, como numa posição de “lótus”, a postura (de Yoga) “Padmasana”. E na sombra
da carroça inclinada, espreita-se as lágrimas de Moisés, que escorriam pelo rosto em
direção a face prostrada do orientador. O que um dia acalentou uma cria, ora é
embalado nos miúdos braços desta. Enquanto isso um caminhoneiro na orilha da
estrada, enguiça seu veículo de carga e dirige-se a pé, na direção dos esmorecidos. O
estranho mal se abeira dos infaustos, visto que de longe já revelava-se um proscênio
brumal. O ádvena compreendendo o incidente nefasto, arranca da jaleca, um aparelho
celular, pelo qual faz contato com a emergência da localidade. Lestamente aporta-se
na cena, uma ambulância que corricava nas margens da fatídica ocorrência. Entre
todos os portes que deslocavam-se por aquelas ourelas remotas, o adjutório partiu de
um veículo desconjuntado, o qual era conduzido por um homem azafamado com o
ofício de praxe; um transcurso análogo ao do esboço da estória, quando um recém-
nado fora salvo pelo eremita, que guiava uma caçamba com um par de rodas.
Dessarte o acorro promana em duas feitas na estória, de indivíduos que são tachados
como ignotos por acepção perfunctória. O remate deste trecho da trama é visto com a
figuração de Moisés, na qual constata-se um carpido destoante, diante da perda do
pai; os paramédicos tentavam afastar o menino do obliterado, mas os cavernames
estavam entrelaçados, como num amplexo imperturbável. O pueril é arrancado à
força da presença do tutelar, que desfalecia com um declínio subitâneo da
temperatura do corpo-lúteo, como se o calor dele estivesse a dissipar para o meio
estuante. Os braços curtos do menino deslizavam pelas mãos nos cotovelos do finado,
no tentame de agarrar os punhos do pai, mas a sacadela dum enfermeiro era nímia
para uma criança suportar. Por conseguinte, Moisés é levado colado ao ombro do
auxiliar de esculápio, o qual descendeu da equipe de resgate acionada. O rebento é
colocado no piso da calçada, e deixado um pouco distante da defunção do carroceiro,
no intuito de conceder um espaço dissoluto para o trabalho dos medicinais. O
encerramento desta etapa apronta-se com um enquadramento afixo no semblante de
Moisés, donde entreve-se a resignação siderada do mancebo; ele permanecia sentado
24
no lancil da autopista, ao passo que o parente fortuito era dado como falecido pelos
servidores públicos. Neste ápice o espectador tende a afitar, por meio de uma
focagem conveniente, a face do menino entristecido; da testa franzida de absinto, dos
olhos sobreaguados de heu, até os lábios esmarridos pela quentura do ambiente,
assim centra-se o foco e a imagem de remate deste estágio da trama. A filmagem deve
colimar o cenho do garoto, de maneira que o sentimento de consternação seja
exteriorizado com concisão para o alvo observante. Afinal daqui adiante ocasiona-se
a separação dos personagens cabais, sendo que a vicissitude é um fruto dos adregos
no enredo. Naquilo que refere-se a amissão de entes queridos, os sortilégios do
Argumento compenetraram o ouvinte, em um discernimento a cerca do que
acontecera na vida do criaturo arredio. Se para alguém com uma estrutura
educacional e solidez financeira, a perca de uma pessoa dileta é algo abalador, que
causa a flagelação do intelecto; o que há de advir com uma criança desventurada e
carecente de adminículo? Moisés perdera o único elo de afeição, aquele que lhe
permitiu uma existência afetuosa, mesmo numa condição de paupérie inarredável. A
importância do carroceiro para o cá órfão, ultrapassa o acolhimento e as ações de
broquel, tangenciando a formação do caráter de Moisés. E desse modo a imisção do
vetusto na estória do figura súpero, o que virá a ser um condescendente do sentinela
notívago, é esclarecida em concordância com a destinação do lavor. É também
cogitado uma extinção da identificação cultural de Moisés, uma vez que a morte do
pai simboliza o desencontro com uma ordenada vivência. Finalmente é fovente os
rudimentos de ingresso da abstração, sendo que o cunho do personagem centro esta
praticamente ocluso, só restando a abalroação com o engendrar da malhada.
Skywalker
Em deferência a sucessão dos eventos, é apresto uma segunda mudança no
ritmo dos mesmos. Assim como foi elaborado uma dileção para representar o crivo
do tempo, torna-se receptível um urdido específico, a respeito da passagem seguinte:
Nisto vemos Moisés recostado acima dum meio-fio que rondava a estrada do
falecimento; com os cotovelos e braços sobre os joelhos recurvados, como se
estivesse sentado sobre os calcanhares; ainda vê-se a cariz desalentada do andejo,
como num abatimento profundo. De modo repentino os arredores e toda a atmosfera
que circunda o personagem se transmuda diametralmente; o que era uma ribanceira
atrás do figura, se transverte em um conglomerado de prédios; a guia estreita que
pairava Moisés, replica-se em uma extensa calçada precintado de pessoas; os fragores
da leva de automóveis é recomposto pelo burburinho da turba na cidade; unicamente
o menino permanece inalterado, com a mesma expressão de desarrimo e na igual
postura de alapado. Esta intercadência nos acontecimentos, pode ser considerada
como uma transposição do personagem, de um cenário descampado para a paisagem
do centro urbano. Este planeio se assemelha em alinho com a realização do cineasta
Fernando Meirelles, na feitura Cidade de Deus, no ato em que o personagem
Buscapé passa por uma eclosão súbita, por meio duma técnica de precipitação do
tempo. O único ponto de divergência entre a escolha efetuada na obra de Meirelles e
a ação aqui proposta, é o fato de que Buscapé cresce em conformidade com a
mudança da paisagem, ao contrário de Moisés, que estanca-se imutável ante a
resmuda do ambiente. A decisão de manter Moisés intacto diante do transfigurar da
ambiência, é uma maneira de prorrogar o sentimento crepe na traquinada, como se a
falta do criamoso entranhasse nele um desconsolo perdurável. Doravante teremos os
primeiros indícios duma ingerência, no raconto, da afabulação do figura-rótulo deste
pré-roteiro. Destarte a película é demarcada, até o presente momento, por dois saltos
no curso dos eventos, nos quais denota-se uma elaboração dedálea para reapresentar
uma necessária condução do tempo.
26
No avio do enredado ter-se-emos: a imagem de Moisés cabiscaído na guia do
calçadão, em um panorama comutado após o ato de traspasse do carroceiro. As vestes
dele permaneciam parelhas ao momento transato, como se nicles houvesse sido
alterado, nem os aspectos emocionais, quanto o seu indumento. Moisés fora
literalmente arrebatado de um meio inabitado, para o bojo do progresso urbano. A
zona metropolita é debruada por um complexo de culturas distintas, e Moisés era só
mais uma fagulha no mar de gente. No entanto o retrato estancado do mancebo se
esvai em consonância com o restaurar do compasso na trama. E aquele transunto
quedo começa a se flabelar, no mesmo passo da envolvência, ou seja, aqui há o
encerro da diligência no tempo. Então o menino se levanta do trecho pavimentado e
elevado à parte central da rua, por onde transitam os veículos. Acolá o rosto
meditabundo de Moisés se miscigena com a multidão, cada qual seguindo sua rotina,
sem abjungir da vereda ou desviar-se em motivo de intempéries. Agora vemos o
protagonista se dirigir aos assentos duma praça, que estava cercada por plantas
ornamentais e engraxates de sortidas procedências. E neste comenos percebe-se que
não só há um desaparecimento do pai, mas como o ofício do mesmo fora trocado pela
tarefa de lustrar sapatos. Nisto o limpa-botas resolve dar início ao ônus, não como
execução, mas em seu rédito derradeiro. A mangorra de outrora, fora transpassada
como uma reminiscência, que coincidiu com a retomada do pulso contínuo na estória.
Portanto a ocupação se inaugura, como num retorno de um remanso, que ao invés de
suscitar refolgo, instiga a recordação do acoitador na memória do desamparado.
Contudo Moisés aparenta habituação com o práxis; sem devotar constrangimento, ele
se apodera dos instrumentos de trabalho, os quais se arranjavam no interior de um
receptáculo composto com madeira e acomodado ao ombro; contendo verniz, escovas
e alguns espanadores; na cobertura da caixola tinha uma armação de sarrafos, para o
apoio dos pés de modo alternado. Nas cercanias observava-se a malta de rueiros, em
busca da empalmação perfeita, numa roda mesclada com os silvícolas em plena urbe.
Enquanto isso Moisés exercia a faina com igual empatia a que lhe era expressada; se
o freguês incita uma conversa, ele correspondia com mesura; pero se a recepção fosse
Skywalker
regela, ele permanecia recatado ao maneio, sem desgostar o comprador, mas
intimamente compenetrado com a realização do serviço. Nesse ínterim nota-se a
aparição de um frequentador inaudito; um homem sempiterno de estatura arrojada,
com traços do senhoril, num porte de quem já fora um tipo atlético ou pertencera a
ordenança militar. Este estranho manifestava uma vontade latente de interagir com o
guri cerne, mas por razão etnológica, o mesmo só podia observar, com demasiado
afinco, o vivenciamento do menor. O sujeito praticava um ramerrão semanal por
aquele pátio público; ele surgia pela matina, vindo dum conversível prisco, que era
manobrado por um chofer com o mesmo tom de pele do personagem medular; o
automóvel tisnado, parqueava no limiar da pracinha, e acolá o manobrista saía do
veículo para acolitar o bedegueba a se locomover, uma vez que este só movia-se com
o amparo de uma bengala emadeirada. Quando via-se os dois homens juntos,
percebia-se que não havia uma diferença aguda entre eles, pois não se sabia quem
assistia, ou qual era o coadjuvado, porquanto existia lá, uma dupla de homens idosos.
Entretanto o usuário forâneo do largo comunal, recusava ao máximo a assistência do
seu mordomo, porque havia nele um prazer em lidar com as dificuldades corriqueiras.
Todavia os estrangeiros apresentavam uma discrição altanada, e somente Moisés, por
atuar integralmente naquelas bandas, descortinava o que foi dito anteriormente. E
assim vinha na direção do lugar largo e espaçoso, ordinariamente rodeado de
edifícios, o anoso amo, já apartado da presença do agregado, que voltava para o
veículo couraçado, para logo sumir na paisagem. O cajado em forma de muleta,
suprimia a perna deficiente, e o andar do estropiado é definido com pequenos
pinchos, onde o báculo toca o chão em primeiro, para que haja um amortecimento
favorável ao membro inferior avariado. O achegar do estrangeiro permite perceber
suas características nítidas, entre as quais, a gibosidade sobre os ombros, é a de maior
altivez, além do ar carrancudo e duma rudeza provinda da senescência dos anos.
Afinal o lordaça atinge um maquidum da área verde, e ali ele resserena da incoação
do dia, até o último arrebol do sol, no cair engrujado da tarde bandeirante. Durante o
tempo em que Moisés labutava, ouvia-se um vozerio dum noticiário, proveniente
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dum televisor situado dentro duma locanda nas imediações do terreno amplo e
arborizado. A soada informava uma inundação de pragas, conhecidas como as raposas
voadoras, dentro do ambiente urbano dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O
sobrosso só não era acentuado, porque os andirá-açus tinham comportamento
notívago e hábito alimentar, insetívoro ou fitófago, como então ora se via pelas
regiões da América do Sul e Central. A incursão destes animais nas cidades, devia-se
a imódica quantidade de edificações, onde a falta de conservação, falhas na
construção e até detalhes arquitetônicos, criados para o embelezamento, acabam
constituindo verdadeiras cavernas artificiais para alojá-los. A notícia enfatizava o
fato de haver uma migração, quase que diária, duma abundante manta de morcegos,
partindo dum ponto rural, perpassando em plena zona urbanizada, impregnada de
prédios e contraste social. A motivação deste suposto deslocamento periódico, não se
explicava como resultado de uma alteração ambiental, e um enigma pairava acerca
disso. O recém relato jornalístico promulgado, tende a passar desapercebido pelo
protagonista, sendo que o foco é direcioná-lo para a audiência endereçada, assim
como propiciar um prenúncio da ficção, prestes de vir à tona. Destarte a rotineira
perdurara da alvorada até a entrada do vespertino, e daqui por diante nada de
habitudinário irá recair no contexto. Com o entardecer as pessoas e comerciantes do
campo expresso ou informal que transitavam na praça, ausentam-se para seus lares, e
aquele lugareiro pátulo, passa a ser ocupado por pseudos cidadãos, os homens,
mulheres e crianças socialmente invisíveis. Moisés também fazia parte dos irrisórios,
mas isto não o impedia de permanecer sóbrio, contrariamente do resto dos meninos
da sua idade, que lá coabitam. A grande maioria dos infantes subalternos, havia
desistido da inteireza moral, e dobrado-se para a delinquência, de maneira que
Moisés, adjunto a um subgrupo, conservara-se íntegro entre os jovens. A maior parte
dos brunidores de botas, possuía uma residência própria, e o personagem principal
era um dos poucos que morava nas ruas, além de ser o mais juvenil, no meio dos
engraxadores. Para os outros, exercer o serviço de engraxate era como eternizar uma
vida de privação dos desejos, frente a um mundo consumista, na busca incansável por
Skywalker
divícias em forma de emolumentos. É claro que a conduta e vivenda de Moisés
incomodava o outrem, mas ele só não era extirpado de lá, porquanto tornara-se um
objeto de extorsão e escarnecimento para os demais alcachinados ao crime. Pero a
clientela se esvai com a romaria no curso das moradias, e o párvulo intemerato ficara
numa flanância superveniente ao meio evacuado. Ainda assim o franduleiro escanado
permanece no local, como se pressentisse uma desgraça a florescer. O estranja
estadia-se num tacanho banco da praça, abaixo duma densa árvore, a qual projetava
uma planturosa sombra na superfície da terra; ele quedava-se abscôndito no
obumbramento dos galhos na copa composta pela ramagem, em forma convexa.
Indubitavelmente o palmeirim fora o único dos civis que estavam presentes, desde o
primeiro clarear do horizonte, a remanescer no adro na orla da caruca. Mesmo com a
ocultação pelo sombreado, notava-se a presença de alguém, por meio de reflexos dum
anel prateado, e pela regular tosse rouca do dito-cujo. O sujeito não seria obsesso,
conquanto que ficasse quieto como um velho abalienado. Durante o enoitar, entrevia-
se uma malta de arreliados, desregrados e mandriões, indo na direção do menino
Moisés que entrouxava os pertences de confecção da tirineta diurnal. O corrilho fazia
uma roda ao derredor do efebo, que retrai-se de medo, mesmo já acostumado com
aquela situação de estorvamento. E numa sequência de esbordoadas, esmurros e
panázios, assunta-se Moisés erguendo o braço, com uns trocados do dia de serviço,
na mão cerrada e trêmula. O espanco ocorrera em razão do imberbe ter implorado
pelo pecúlio, aduzindo que estava com uma fome estridulante, e precisaria dos
ganhos para adquirir esculência. Mas a pancadaria não se detera com a súplica do
párvulo solito, e o término do obtundir é marcado por altas gargalhadas, como num
deleite comungado. Por conseguinte o bando arreda-se do pátio, deixando Moisés
combalido no piso ladrilhado, sem os proventos de um dia inteiro. Ainda cocava-se a
presença de um guarda-municipal, assim como a constância do ádvena, ambos viram
e ouviram tudo que acaecera, mas nenhuma intervenção ou manifestação partira
destes. A incógnita sobre o policial, logo será alumiada com o abocamento entre a
corja e este oficial da ausente justiça. Os pivetes corriam para longe da praça, mas
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aquele que resguardava a pecúnia afanada, andava lentamente na querena do fardado.
Acolá espevita-se uma tributação vulgar, onde o maloqueiro repassa parte do
montante dos furtos, e com isto ele acautela uma cobertura para o celerado, através da
dissimulação das autoridades. Em detrimento dos acontecidos, constata-se que a
corrupção atinge até os pormenores níveis da sociedade hodierna. Pouco depois da
sova, Moisés reajunta a parafernália que ficara esparramada ao chão; ele prossegue
no curso das imediações duma igreja desocupada, aonde dará de encontro com um
leito, forrado com camadas de papelão, no lado externo da gangarina. Os outros
meninos de rua pernoitavam em grupo, mas Moisés era insulado deles, pois não
compartilhava do uso da cola, dentre outras drogas, do mesmo modo das aspirações
que a súcia idealizava. É apropriado para reproduzir as decorridas cenas inscritas,
incutir a perspectiva do anoso palmeiro, uma vez que a localização no centro do
território, franqueava uma contemplação panorâmica dos acontecidos. Sendo assim o
teatino pôde observar as nequícias que atingiram Moisés, mas constantemente
empedernido diante das atrocidades, sem demonstrar qualquer reação, o que deveras
implicará a sensação de revolta e repulsa nos presenciadores do filme. Dessarte a
compreensão do que acontecera com Moisés, não virá por meio dos diálogos, mas em
virtude do conjunto de ademanes e gestos, como numa pantomima eventual. Aliás a
interpretação só se depreende, no lance em que espreita-se, no redor dos
escarnecedores, um braço esticado e estremecido, com uma porção embolada de
moedas e notas, indicando a rendição em busca dum quiete e o fim do estorvo. Em
continuidade ao enredo: Durante o tempo em que Moisés aprontava a dormida, via-se
finalmente o impassível em deslocamento vagaroso. O manquitó parecia tomar o
curso do veículo encostado na baliza rente a praça, mas é o mordomo quem vem ao
encontro do patrono (neste momento a película volta a retratar a óptica do
protagonista); os dois ficam de conversa, um frente ao outro, impelindo acenos em
mira da capela. Quando parecia que a dupla iria partir para longe dali, o inesperado
acontece; ambos aferram-se na pontaria do desadunado. A dobradinha de forasteiros
se achega no aposento do garoto desirmanado; um lugar escancarado ao ar livre, e
Skywalker
isolado dos outros menores de rua. O homem que usava a muleta, se abaixa até o
chão, dobrando os joelhos e com a ajuda do parceiro; visava apropinquar-se do
menino que estava com as pernas esticadas no piso, mas com o tronco erguido e reto.
Para aquele lugar um diálogo surpreendente se reproduz; o homem rengo se apresenta
como o Sr. Wayne, ora o serviçal se alcunha com o nome de Lucius Fox. Contudo o
fâmulo atua como tradutor e intérprete, o que afasta a alusão dum empregado, mas o
aproxima a um administrador dos recursos de Wayne, o qual ainda não tinha
conhecimento do idioma local. Uma sucessão de perguntas são atiradas para acima de
Moisés, que respondia sem objeção, mesmo não sabendo o motivo da disquisição.
Ambos os franduleiros almejam conhecer um pouco da biografia do mancebo,
partindo do nascimento até o ponto em que ele fora parar nas ruas. Mal sabia Moisés
que os forâneos tinham um plano de retira-lo do desolamento, por meio da
contrafeição do fenecimento dele. Os estranjas tinham ciência do pavoroso; eles não
ignoravam os outros, visto que havia na marginalidade uma espécie de hierarquia,
mesmo subjugados pela sociedade. Se para nós, os desfavorecidos são tidos como
impercebíveis socialmente, entre eles há uma recognição imparcial, de si e daqueles
cujo o recato ainda provém do Estado apático, ou da ascendência do capital. Por esta
razão se fazia necessário simular o exício de Moisés, pelo menos para dar uma
explicação perpassável, àqueles que perceberão a ausência do escorchado. Mr. Wayne
sabia que se, de um dia para outro, o bode expiatório desaparecesse dali, logo seria
notado, tanto pelo atalaia, quanto para o bando ordinário. Na prossecução da palra
entre estranhos: Uma indagação perturbava Bruce, e Lucius apercebia isto; parecia
que Wayne queria ouvir da própria boca de Moisés, sem a necessidade da tradução, o
porque da relutância em restribar o crime, se era tão fácil e esperado declinar a
corruptela da moral. Nisto o menino responde aquela questão capciosa, e dentre as
três palavras proferidas, somente uma ganha enfoque, o que abstêm a iniciativa de
traduzir do intérprete. Ao ouvir a menção do pai de Moisés, o indagador se quebranta
por inteiro, pois aquilo trazia uma memória análoga ao do consorte. O homem que
estava agachado, agora debruça-se no solo, com a força das recentes declarações do
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menino. Moisés vendo a reação do adulto, pensa ter dito algo de ofensa ou
inapropriado, mas Fox logo lhe esclarece, no dialeto vernáculo, que o patrono
também havia perdido o progenitor, mas independente disto, nunca malograra-se dos
ensinamentos, como numa herança imaterial. As revelações do preterido, robustecem
as expectativas da gringada, e a sabatina encerra-se com uma proposta mirabolante,
onde Moisés, que fora sucessivamente abandonado, teria a chance de uma nova
existência, antípoda a miserabilidade atual. O menino sem hesitar, aceita a veleidade
estipulada, como quem acredita ser uma evagação fortuita. Então Bruce Wayne retira
do bolso uma drágea, enquanto Lucius Fox explanava as implicações da referida
pílula. O travestido de chofer, instrui o medicado a deglutir uma pastilha antes do
repouso, o qual deverá ser profundo e supinamente duradouro ao de habitude.
Naquilo Moisés abre as duas palmas da mão, e num formato de concha, o
comprimido na forma sólida de um pó medicamentoso, é recebido sem arrepsia. Por
fim Lucius Fox se despede, ratificando o alvitre, no qual o párvulo haveria de ter um
sono estriduloso, mas que o amanhã seria absolutamente variegado. E assim os
intercessores desaparecem da cena, ao passo que Moisés ingeria o rebuçado; um
garoto deitado e coberto por folhas de jornal; numa postura de lado e pensativa,
adjacente ao leito de papelão.
O dia consecutivo renasce com o romper da aurora; os moradores a céu aberto
já se espalhavam pelos cantos da cidade, juntamente com o aflato do conjunto de
comércios paulistanos. A molecada desocupava a contiguidade do igrejário, pois o
mesmo samango ímprobo dantes, catucava os napeiros com um bastão de borracha e
alça numa das pontas. O amazelado se dirigia primeiramente no agregado de
menores; alguns mal despertavam da estagnação, de tão embriagados e alucinados
pelas drogas, mas a traulitada descia nos desavisados, que bordejavam debaixo das
pauladas, para afora do reduto. O despejar se completa por ali, mas noutro lado da
basílica ainda persiste um maltrapilho adormecido. O homem de farda sabia que
Skywalker
aquele espaço se destinava a pernoita avulsa do aperreado, e isto intriga o gambé,
sendo que Moisés matinava muito antes da mamparra. Nisto o mílite parte na
iniciativa de despertar, o que considera ser um vadio remanescente. Algumas
cutiladas brandas são emitidas na mira do empedernido, devido ao histórico de
comportamento irrepreensível, mas a esperada manifestação não revém. Então o
atalaia parte numa ação mais agressiva; ele sacoleja peremptoriamente o moleque,
indagando uma resposta razoável. Nesse ínterim o sobrestante apercebe a ínfima
tempérie do corpo de Moisés, e neste mesmo instante o sacudir é interrompido como
num susto intempestivo; o vigia passa as mãos sobre a cabeça e cabelos, já voltando o
quepe acima do rosto, como se estivesse a recompor as ideias depois do angatecô
nuvioso. Neste comenos há a constatação duma virtual decedura de Moisés; a palidez
sobrecabada é típica dum delfino; os párpados vedados, aliado a rigidez dos
membros, assela a concepção de morte. Nisso o vedeta resolve tomar o pulso do
menino, como a cabal sobreprova do atinado; o homem se ajoelha rente a criança,
cuja a parte do corpo entre o antebraço e a mão, é curtamente erigida; ao apalpar com
os dedos as pulsações da artéria radial, o beleguim se acerta por convicto sobre a
defunção do alvo de extorso das redondezas. Em pouco tempo as sirenes começam a
ressoar, anunciando uma fatalidade consumada. Uma olhadela furtiva é lançada
naquela direção, e no meio daquilo, observa-se de relance, algumas pessoas que
conheciam o vitimado; via-se a inconformação dos engraxates; o estupor dos
frequentadores da praça; a incompreensão dos moradores de rua; até mesmo os
viciados reparavam naquela cena abstrusa. O demandante acionador da equipe de
salvamento, também informara à estes, a cerca da constatada cessação definitiva de
existência no imolado, uma vez que os requisitos duma morte clínica, já haviam sido
atestados. Consequentemente como não existia assomos de vida, um rabecão do IML
é remetido para a ocorrência, na disposição de agilizar o procedimento de remoção da
vítima. Incontinenti os socorristas do sistema tétrico atingem o chamado; um deles
retira do veículo cimério, o prosaico saco com fecho, que serve para transportar um
cadáver e preservar as provas nele contidas. E neste envoltório de plástico, Moisés é
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impetuosamente inserto; o zíper percorre da ponta dos pés, achegando na
extremidade do crânio, onde vemos a serenidade no semblante do figura, como um
ser que encontra paz, após uma agonia impreterível. Em seguida o defunto é
introduzido numa bandeja de metal, conectada a um cacifo dentro do carro, no qual
comportam-se os corpos rumo ao núcleo de perícias médico-legais da região. Aqui há
o registro de cenas que denotam a perspectiva do corpo de Moisés, e os caminhos
trilhados por este. Evidentemente que nem o protagonista, quanto a plateia, hão de
compreender por imediato, o arquitetado pelo nababo. A indignação promulgada pela
aparência enganosa dos últimos eventos, logo será suplantada de sobremaravilhar,
com a consagração do orquestrado por Bruce Wayne. O pecunioso elaborara um
roteiro rebuscado para o menor derrelito. Antes de tudo, aconteceria uma aparente
defunção do menino. A opção dum medicamento sólido, que deve ser ingerido
durante o repouso, têm o desígnio de proporcionar algo de natural na falsa morte da
criança. Wayne sabia como simular um decesso, com um intricado manipular de
compostos químicos, de maneira que a qualquer momento, o medicado poderia ser
retirado do letargo. Bruce tinha plena convicção de que se o entorpecimento fosse
súbito, ou provocado num curto espaço de tempo, as entidades competentes logo
perceberiam a impostura dos acontecidos, assim como uma causa não natural de
envenenamento, poderia ser atribuída ao ocorrido. Bruce queria afastar ao máximo as
suspeitas, e para isto contara com o conhecimento superficial do guarda local, em
assuntos da medicina. A reputação dos drogados na localidade, é outro fator que
corrobora para o planeio do forâneo, porquanto a imagem abatida de Moisés seria
associada a uma decorrência da dependência química. Bruce Wayne também ressabia
que numa noite inteira, os resquícios do fármaco já não se veriam pelo dilúculo, pois
o próprio organismo haveria de consumi-los. Contudo a partida do corpo de Moisés à
caminho do Instituto Médico Legal, determina o ponto em que há a instância da
intercessão dos estrangeiros, no prepósito de recuperar a materialidade do cachopo.
Bruce temia que no exercício da perícia, o embuste fosse desmascarado, ou por
quiproquó, um verdadeiro óbito seria ocasionado. Portanto para o rapto do furtivo
Skywalker
defunto, os lordaças haviam preparado um esquema, no qual o poder do pecúlio será
revelado. Dessarte na retornança do enredo; O protagonista prossegue adentrado no
carro-necrotério, num armário de ferro, o qual servia para comportar os corpos até a
propriedade do IML. Chegando lá, os funcionários do laboratório atuam com
celeridade na ablação da vítima, para a posterior autópsia, visto que o garoto já era
dado como morto. O descaso das autoridades com a existência do menino de rua, fora
outro coeficiente colaborador com a deliberação de Wayne, haja visto que ninguém
levaria a fundo, minuciosamente, o caso de decesso dum janistroques, sem préstimo e
nem família. Entrementes o corpo partia para a repartição da polícia científica, numa
espécie de coma induzido e profundo, donde há a cessação de todas as reações
motoras e possível perturbações de funções vegetativas, como a respiração. Acolá
Moisés é desunido da cobertura de óbito descartável e colocado em uma chapa de
aço, acima duma maca movível, que é direcionada para o exame cadavérico. Em um
recinto sórdido e taciturno, que mistura o ar antisséptico com objetos metalinos e
cadáveres de variadas anatomias, vê-se um perito realizando a necropsia nos defuntos
figurantes. Ali fica claro que tratava-se duma ala destinada aos indigentes, tendo visto
lá uma relativa quantidade de corpos em estado de putrefação, como se estivessem no
esquecimento, sem ninguém para sepulta-los. O desmazelo se tornava ainda mais
claro, ao reparar que havia apenas uma geladeira, a qual abrangia poucos lugares para
acondicionar os vindimados na morgue. Moisés permanecera naquele local, como
num renque de atendimento contraditório, onde àqueles que estão há mais tempo na
espera, são os últimos a receber o devido tratamento. Neste átimo aparece a ação do
perito criminal, frente ao corpo do protagonista; ele começa a preparar o material
cirúrgico, partindo da esterilização do equipamento de praxe, até o ato em que um par
de luvas é retirado dum autoclave, para a iniciação da peritagem. Entretanto quando o
especialista ajeitava as lunetas sobre o rosto, afim de obter um renovo da nitidez,
alguém afora da sala, enceta um tamborilar na porta de entrada, comunicando a
chegança duma missiva. Naquilo o erudito suspende o afazer, que mal se iniciara,
para receber a correspondência desconhecida; ele indaga o estafeta, na busca do
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remetente, mas o mesmo não fazia ideia de quem se tratava. Percebe-se um volume
denso na carta, que permite a crença de haver algo à mais, além dum bilhete
manuscrito. O douto espera a saída do carteiro para abrir o envelope de origem
capeada; uma reação de espanto é vista no homem, ao ler a mensagem e se deparar
com o conteúdo do enviado. O técnico lia o papel aberto em três dobraduras, que
estava numa mão tremulante, enquanto na outra, via-se uma pequena pedra lapidada e
transparente, de cintilação expressiva. Agora o homem lança um olhar aferrado na
mira do personagem centro, como se estivesse a maquinar uma atitude inconcessa,
obviamente motivada pelo que acabara de embolsar. O cientista forense observa se a
sua volta, havia mais algum funcionário da necrópole, para dar um seguimento, meio
que homiziado, das galizias estipuladas na contrapartida. O apressuramento da
atuação do dissector, é evidenciado com a derrubada de alguns objetos no recinto; um
conjunto de bisturis dispostos em uma diminuta taça raso a parede, debatia na
saliência dos azulejos, e chocando-se na superfície, oscilava sons de talheres no
ambiente. A transpiração escorria numa torrente pelo rosto do perito, cujo os óculos
adstringiam a umidade, resultando um embaraçamento da vista. O apressado se
achega num cadáver, em decomposição avançada, que exigia um sepultamento
célere, sendo já prescrito nas fichas e etiquetas do fulano, a urgência duma inumação.
Diante disso a tinhanha se decifra; a prancheta do indivíduo tábido, que impetrava a
premência de um mortório, seria cambiada pela ficha antropométrica de Moisés, de
acordo com o estipulado na epístola intrincada. Dessa forma o escambo permite a
esquiva do incônscio, diante da solenidade inauferível dum óbito, por meio do
suborno de um oficial. A troca cavilosa ocorre numa fula que dispensa hesitação, pois
se aguardava a chegada do serviço funerário, para encovar um dos obliterados, em
consonância ao obituário preestabelecido. Todavia a vinda da iniciativa feral, já pode
ser notada na trama, da mesma maneira que o término da barganha ilídima. O
funcionário intermediário se aproxima do perito, que age com dissimulação, como
quem quer encobrir uma patranha, mas o atravessador não desvela isto, ao contrário,
uma rotina obstrui a percepção, através do observado. Porém no ato em que a
Skywalker
mercadoria é transferida para os cuidados do terceiro, o perito é tomado por uma
elucidação, assim como o público; ambos hão de intrujir que havia vida em Moisés,
de mesmo modo, o espectador percebe a aparição de Lucius Fox, na compleição do
servidor, o qual haveria de zelar pela veniaga. O facultativo do IML desvenda a
tramoia, só no último ensejo, no átimo do repasse de Moisés, para as mãos do
intermédio; naquele momento, quem pensava enganar, decifra que é ele o engodado.
O perito nota a vivacidade no mancebo, ao tocar o corpo, percebe a volta dum calor
modesto, mas que afasta qualquer possibilidade de morte; ao olhar a face encoberta
por um casquete, daquele indivíduo considerado como um empregado público, o
deluso constata algo além, uma presença assustadora de quem estava intrinsecamente
ligado a estratagema. Sem dilação, Lucius Fox recolhe o menino da jurisdição do
IML, que ficara aturdido, mediante a figura abismada do perito criminalista. Por
maior compreensão do dissector a cerca da infuca, um logogrífico vácuo de aclaração
ainda impera, sobretudo no que concerne ao porquê de tamanho ludíbrio. Fox arreda-
se da fundação dum modo tão alfaraz, que nenhuma manifestação pôde ser vista no
esculápio, a não ser o sentimento de confusão, ante aos acontecimentos inexplicáveis.
No santiâmen em que Moisés aparta-se do necrotério, ao romper a porta de duas
folhas do centro de autópsia, espreita-se Lucius retirando da fardeta, uma seringa com
função de alexetério, para arrancar do estado de inconsciência, o párvulo mortificado.
A aplicação do fluídico, propicia de maneira espontânea, uma matiz vívida, mas não
o regresso da consciência de Moisés. Logo a revitalização do protagonista é
convergida em etapas, sendo crucial o acesso as instalações de Bruce Wayne,
porquanto existia lá um vasto leque de recursos. Enfim Moisés parte num
Okuriguruma, um tipo de carro fúnebre com origem nipônica, que esbanja opulência
e uma sensação penetrante de luto, além de reforçar a concepção de poderio dos
Wayne. Por conseguinte Lucius Fox toma a frente da direção do automóvel
nocticolor, posteriormente ao acomodamento da criança, num postiço féretro, que de
fato constituía uma câmara de oxigênio. Fox arranja os filetes no corpo do
empedernido, assim como uma máscara de gás, numa forma de losango, é colocada
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na face do menino. O fecho deste lance é visto em uma cena peculiar e presciente,
que instiga a perspectiva do protagonista: “um tampão que se fecha, em uma
delusória ataúde, a qual simboliza o fim da vida, mas que no Argumento, representa
o inédito incunábulo para o personagem”. A transcorrência do tempo tende a se
exprimir de maneira implícita, onde atingirá um perficiente significado, com a
distensão da nova vida de Moisés, que perigual ao espectador, destoldará aos poucos
a verdade. Para tanto se torna fundamental combinar numa filmagem ininterrupta, na
ótica do corpo da figura-centro, o auto em que a esquife é cerrada, seguido da
abertura em face a um novo mundo. Pode-se dizer que numa questão de segundos, a
visão do personagem apagaria-se no obstruir da tampa do caixão, mas sem
intermissão, uma fulguração despontaria, indicando a envasadura do fechal, como
num renascimento. Com isto o panorama de Moisés seria alienado ao observante, que
haveria de ser a consciência da criança, no âmbito de suas sensações, durante o
estado de inação daquela mente. Ainda dava para se ouvir as vozes atarefadas de
Lucius e Bruce, mesmo sem as imagens dos citados, logo após o arrastar da cobertura
móvel do túmulo. Finalmente Moisés despertaria, como de um sono prolixo, que para
nós seria alcançado no derradeiro piscar de olhos, o qual traduz a passagem do
necrotério para a morada dos Wayne.
Agora Moisés é tomado por uma luminosidade que obseda, mas aos minguados
a mesma se atenua, no passo do recuperar da nitidez, até o ponto do estabilizar-se
duma lâmpada acima do figura, num teto límpido. Então Moisés ressuscita, como em
um afogamento malogrado, de um mergulho entranhado, onde o seu tronco é
soerguido transversalmente, num proscênio similar ao de alguém que acorda dum
pesadelo. Acolá o menino observa boquiaberto os arredores, e constata uma compacta
sala de tratamento, uma clínica particular repleta de aparatos tecnológicos, que
colhiam informações de seu organismo, em meio ao conjunto de fios coligados no
corpo. Moisés se desespera diante daquele ambiente; ele arranca com abrasamento a
Skywalker
tubagem que o diagnosticava, assim como as fitas terapêuticas das narinas e dos
pulsos, para logo sumir dali. Todavia havia naquele lugar uma criança comum, que
temia a atmosfera dos hospitais, ainda mais por nunca ter vivenciado neste tipo de
órbita. Depois do mondar, Moisés corre para afora da ala de reabilitação, coberto de
um choro contido, mas que estava prestes a deblaterar-se; ele atravessa a UTI, uma
sigla conspícua numa placa acima do marco da entrada, e se depara com uma
imensidade de caminhos, ramificações com passagens relativamente estreitas e
compridas, dentro da casa, que liga uma parte a outra, um cômodo a outro, num
alegórico labirinto. Ali mais uma vez o garoto retêm o pranto, mesmo defronte de
uma solitude incondicionada. Nisto Moisés é guiado por um ruído acérrimo, que
emanava numa direção espalhada, mas possível de se acompanhar. A saída do espaço
medical, permitiu uma acalmada nos ânimos do mancebo, que passa a esquadrinhar
os detalhes da dependência, reconhecendo lá uma mansão. Moisés nota a rusticidade
da casa, pelos objetos e mobília nos corredores, assim como um pugilo de quadros
dependurados no elemento de vedação arquitetônica, uma alargada parede, típica em
habitações tradicionais. Nas pinturas podia-se ver os retratos de familiares, além da
molduragem que contrastava com a tintura do tabique. A cobertura elevada consolida
uma concepção de antiguidade, como também permite imaginar que não se tratava de
um lugar urbano, mas dum recanto no interior da cidade. Ora o soído acresce, a ponto
de Moisés aperceber um vozeamento, que insurgia no meio silencioso, mas de um
jeito limitado, como se algo o comprimisse. O pinante sente que estava perto do
bulício, onde a cada passo dado naquela direção, mais comperto ficava o rumorejo,
como num vozido entremeado com sons de apitos em variados timbres, e duma
chiadeira acessional. Movido por uma deturbadora curiosidade, Moisés gira a
maçaneta, da qual a grazinada derivava; ao rangir da portela, uma engenhosidade se
amostra para o menino; ele se atina com uma espécie de escritório, debruado com um
considerável acervo aparelhado, que recebe sinais radiofônicos e os decodifica,
transformando-os em ondas sonoras interpretáveis. O que parecia ser um
conglomerado de pessoas, na verdade não passa duma central de captação das ondas
40
eletromagnéticas, originadas da transcepção do sistema de radiocomunicação em
diversas localidades. Lá dentro, Moisés ausculta as chamadas de socorro, além de
presenciar a troca de informações entre os servidores públicos da saúde, do âmbito da
segurança, até alguns repiques do mando carcerário. Ainda observa-se por ali um rol
de computadores híbridos, no qual estabelecia-se uma interligação com a radiofonia
adjunta numa engrenagem de radares, que por sua vez transcrevia imagens dum
satélite. Naquilo Moisés se atenta para cada um dos estampidos peculiares de
circuitos eletrônicos, os quais se interpolavam com o burburinho das locuções de
rádio, causando um desnorteamento no arfante. Por conseguinte Moisés coloca as
mãos sobre os ouvidos, como quem quer tapar um som túrbido, e prossegue alguns
passos, rumo a uma sala dentro do sítio de espionagem, mas isolada da grulhada. Ao
cerrar a porta que silencia os sons da aparelhagem, o aflante se acerta com uma
departição administrativa, porquanto havia no centro um gabinete rodeado duma
papelada, que sacudia com a aragem dum ventilador sobranceiro. No tapume posto
atrás da mesa medial, Moisés vislumbra num mural, o tablier cartográfico, com
gigantescos mapas dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, de maneira que a
palma do mancebo cabia em cada divisão das coordenadas cartesianas. Aqui vê-se o
mapeamento social da violência pela representação bidimensional, uma vez que
existia variadas demarcações com diminutos pinos, nas regiões carentes de
equanimidade, mas minadas de revolta. Porém o petiz não para por ali, ele segue mais
adiante por um trajeto inexplorado que desembocava num copioso galpão. Adentro
do repartimento avista-se o infante por idade, mas mancebil de fato, num estado
perplexo defronte ao conteúdo do espaço; o meninote lança um olhar para o alto,
admirando o arquipélago de estantes que resguardava uma coleção inestimável de
livros. Na biblioteca particular, observa-se uma coletânea diversificada e organizada
por gêneros do conhecimento humano, abrangendo dês das ciências sociais,
perpassando pelo ramo das exatas, mas o maior repertório estava voltado para a
erudição jurídica. Portanto fica transparente a inclinação impositiva de Mister Wayne,
pois se uma instituição de ensino pode ter uma embocadura, Bruce acreditava numa
Skywalker
orientação específica para uma educação. Contudo Moisés perambulava entre
prateleiras com a livrarada, onde os atris se assemelham com arranha-céus, na
perspectiva da criança. O protagonista se sentia no centro da cidade, onde os reflexos
da luz do sol no alto dos prédios, era substituído pelo revérbero vindo da claridade
das vidraças do depósito de cartapácios. Os fragoídos dos carros e pessoas, se trocava
com os cantos dos pássaros e remexer das árvores no exterior da habitação. Moisés
andejava por entre as fileiras de brochuras, revoluteando em torno de si, dando giros
com o pescoço, como se procurasse algo no meio daquele lugar de coisas e extensões
graúdas, que o faziam se sentir perigual à uma fagulha no palheiro. Naquele dédalo
vemos uma criança que parecia retroagir um sentimento de derrelição; matutando a
possibilidade de ter sido enganado pelos lordaças. Enquanto o pequenote pensava
perder as estribeiras, um vulto farrusco vaza dum vitral, a mesma janela que servia
como clareira e pertuito para os sonidos. Moisés mal teve tempo para se agachar em
lágrimas, pois a figura indistinta fez com que tragasse aquele pranto, para logo
encher-se de medo. O badameco fixa a visão na cobertura do aposento, tendo visto o
espectro flanar na parte inferior do telhado, o que lhe permitiu acreditar num ser com
capacidade de voar. Uma ave pequena, esse era o maior pensamento de Moisés, que é
fortificado com o ouvir dum debater de asas no recinto. Ao estabelecer um contato
visual com a coisa, ele constata o que acredita ser um arranca-milho, mas com a
proximidade, a crença é derrubada na imagem dum andirá. O assombro só não tomara
conta do protagonista, porque o animal partia com açodamento dali, sem prestar
atenção ao menino, como se estivesse hipnotizado e sugado para uma direção oblíqua
da casa. O rapazelho vendo o desaparecer do animal silvestre, resolve com demasiado
receio, seguir o percurso que se acaba numa fenda na quadrela da biblioteca, donde
ocorrera a última visonha do bicho. Aí Moisés descobre que fora apartado da terra do
garoar, ao cindir um ádito do armazém de livros, e se afrontar com um longal vergel,
circunfuso com plantas de incomensuráveis espécimes; rochedos de proporções
piramidais, formavam arcos na altura do jardim, que abrangia um verdume célico; a
arvorecência e flora eram características do principal destino turístico na América
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Latina, quanto mais por contar com grandes elevações rochosas. O rapagote chega a
crer que havia falecido, e aquele lugar seria o próprio paraíso. Entretanto a sensação
de ultravida é esfacelada com a volta dos mamíferos voadores; Moisés andava
distraidamente num corredor verdeal, segurava as folhas dos galhos, contemplando o
orvalho e os insetos hexápodes, como quem colhia uvas; repentinamente o que veio
antes como um vulto, agora atravessa o figura, numa leva inumerosa, perpassando
por ambos os lados do guri; outra vez o menino é ignorado, e o bando prossegue
rumo a declividade do relevo, que termina numa desembocadura duma itaoca. Vendo
mais uma assentada vultosa e alucinada do magote de morcegos, Moisés parte no
itinerário trilhado pelo cardume voante, só para satisfazer o interesse em saber a
razão do desvario coletivo, que se apresenta com um recrutamento forçado. Nesse
ínterim o garoto avista, no ponto extremo da declinação, o sumiço da porção
pertencente a família dos Phyllostomidae, com habitat conhecido em regiões tropicais
e subtropicais das Américas. No limiar dum recôncavo, vê-se o desaparecimento dos
troglóxenos em meio a caligem da cavidade natural rochosa, que possuía
desenvolvimento horizontal e vertical, pois os andirás imergiam por diversos cantos
do penedio. Lá dentro, Moisés caminha vagarosamente, devido a baixa intensidade da
luz, como também pela preocupação excessiva de não esbarrar nas pedras
pontiagudas. Para aquele local, Moisés nota um arrampado engenhado, com pedaços
de corrimão para facilitar o acesso as profundezas do aljube, o que ressuma a ação
humana, no meio natural. A escuridão é minorada com o alvissarar dum conjunto de
cortinas e escorrimentos no interior da cavernícola, que na mistura com a radiação
solar oriunda das claraboias, desprende um colorido esverdeado, do agregado de
musgos. Trazido pelos ecos e sombras dos animais da ordem Chiroptera, Moisés
finalmente se encontra com Bruce Wayne, que se achava no pico dum penhasco,
situado no hipógeo da gruta; feixes de luz escorriam das frestas pela cobertura, e
alumiavam parte do corpo de Wayne; o pulgueiro era rutilado pelo farol luminoso,
assim como o dorso de Bruce, que permanecia de costas para Moisés; as partículas de
terra que se levantam do chão, em meio ao facho reluzente, ouriçavam em diversas
Skywalker
direções. Diante do alcantil, existe uma estrutura em forma de plataforma, onde
quanto mais distante, maior era altura e o estreitamento, de modo que Bruce estava
no cume, um precipício larval. Aqui alumbra-se a estada do apinhado de morcegos,
que ao invés de refestelar-se na saliência do fojo, na postura de ponta cabeça,
repousava na superfície com espeleotemas de diversificantes grandezas. Diante disso
percebe-se a interferência dos estranjas na constituição do subterrâneo, de maneira a
compor uma caverna do avesso; onde o acúmulo e alojamento dos andirás era feito
em oposição ao de costume; uma passagem arquitetada e esculpida, fora alocada em
forma de trampolim rochoso, que afigurava um despenhadeiro, o qual iniciava rente
ao solo, elevando-se ao topo com uma borda alcandorada e de angustura beiral; bem
abaixo da escarpadura, concentrava-se um abastoso cardume de morcegos, que
ocupava totalmente o espaço dividido em duas bandas pelo fraguedo centralizado e
soerguido no planejamento de Wayne. Daqui pra frente se consigna por esmerado, o
abalroamento entre realidade e abstração, haja visto que há um preparado diálogo, o
qual deixará translúcida as intenções de Bruce Wayne, tanto para o público, quanto a
Moisés. Para tanto Bruce haverá de falar no idioma local, mas com muita dificuldade.
Pero o mancebo descobre o círculo em que jazera um palmeirim, o qual permanecia
em pé, com o auxílio dum cajado entre as duas mãos e o queixo, como quem
contempla um horizonte de maravilhas; o negrume era predominante, e Moisés dava
passos melindrosos na mira do abstraído. Entrementes o encalço é interrompido, no
comenos em que o protagonista tropeça num pedrisco, o qual rola desenfreadamente
nas batidas rumo ao abismo, emitindo fragores característicos de algo quebrando-se
em etapas. O barulho retira da meditação, um longevo homem, e coloca em estado de
choque, a aparvalhada criança. Neste lance Moisés compreende a altura da
plataforma, pois a queda da pedrita, o fez olhar no fundo do arcabouço, onde
habitavam os mamíferos com asas. O mancebo ficara petrificado ante a altitude,
assim como ao fixar os lúzios no escuro entremeado com morcegos polinizadores; ele
não arrisca mais algum passo, tendo visto que o medo paralisou seu corpo, mas não
sua mente, pois esta se inclinava para o discurso iluminativo de Mister Wayne.
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Contudo a reação de Moisés ao ouvir todos os esclarecimentos do velhusco, não fora
outra a não ser de repugnância e denegação. Para o mancebo, Sr. Wayne não passava
dum estranho que enlouquecera na velhice; talvez a fala empolada, cheia de
estranhezas e lentidão no sotaque, tenha favorecido para tal acepção do garoto. Em
face da aversão de Moisés, o emérito vigilante, retira das mangas sua cartada
decisiva; ele saca no punho cerrado, um dispositivo parecido com um controle
remoto, e o estira pro deslado, juntamente com o braço esticado; ali o aparelho é
acionado e um LED, com diodo emissor de luz vermelha, passou a oscilar igualmente
a um sinaleiro. Sem compreender coisa alguma, Moisés acompanha com os olhos, o
movimento da manápula de Mr. Wayne, que conduzia o aparato como um regente de
orquestra marcando um compasso musical. Numa questão de segundos, o cenário é
mergulhado no inenarrável, onde a condição empedernida do cético, avançava para
uma apoplexia de corpo e alma. No rudimento da quimera, Moisés sente o
estremecimento do soterrâneo, seguido do assombroso levante do enxame caliginoso.
Os andirás se alvoravam num redemoinho em torno de Bruce Wayne, que estancava-
se no epicentro do diâmetro formado pelo ajuntamento. O vórtice era maciço, a ponto
de Moisés não conseguir mais avistar o idoso no núcleo da agitação de sentido
antitrigonométrico. Uma esterroada ensurdecedora derruba, o cá trepidante, no
terrado da caverna, que alastrava por todos os ângulos, um zéfiro do ruflar de asas em
comunhão. Como não era possível enxergar Bruce, nas entranhas do circuito
tremebundo, o figura- cerne passa a observar um tremeluzir, do que personifica uma
batuta de maestro. Mesmo sentado no torrão, Moisés conseguia entrever a deslocação
da lume vermelhusca, e nisto ele decifra o segredo da funcionalidade daquele
mecanismo remoto. O terrificado percebe que a caterva de morcegos, traquejava na
mesma direção do luzimento rubro, oriundo da espécie de bastão curto, que traçava o
andamento daquela leva inabalável. Mediante disso, quando a rutilação ia para um
lado, o bando convergia para o mesmo, mas mantendo um perímetro invariável com a
fonte de resplandecência. Nisto Moisés atenta para um fluxo que penetrava por
diversos orifícios do antro, rumo ao enxame em formação, como se fossem atraídos
Skywalker
para a confluência previamente incitada. No entanto o velho Wayne, toscando o
ensurdecimento do menino, resolve se aproximar de Moisés, que começa a retrotrair-
se, recuando com temor do levante. Aqui Bruce Wayne articula uma alocução, que
reivindica uma superação do medo, frente ao extraordinário, mas a criança de tão
aterrorizada, têm os sentidos deturpados. Então o matreiro lança aquele dispositivo
controlador, por acima do torvelinho, num trajeto em parábola, do píncaro da sáfara,
até as mãos de Moisés. Na cola da batuta, vinha o cardume de andirás, não mais na
composição dum rodamoinho, mas numa forma afunilada, onde a ponta seguia o
rastro da curva plana. No susto, o mancebo agarra o objeto coruscante, e o bando vêm
no mesmo embalo da lançadura, rumo a face de Moisés, que ficara sem qualquer
reação. Quando o cachopo percebera que seria atravessado pelo magote, ele obstrui
as pálpebras numa resposta do corpo, em face a um eminente acidente. Entretanto
Moisés nota de olhos cerrados, uma brisa tênue, ao invés da amolação do físico. No
ato em que há a reabertura das vistas, a criança contempla, maravilhado, uma
separação da corrente sombria, onde uma parte seguia em sentido inverso, já a outra,
num curso trigonométrico. Moisés encontrava-se no centro da voragem, assim como
permanecera Bruce, enquanto tinha posse do luzeiro. Somente ali o protagonista
compreendera os propósitos de Wayne, e nenhuma dúvida restara a respeito do que o
velho havia dito. Moisés tinha uma farta convicção sob algo além das carquilhas do
idoso, pois mesmo no meio do redemunho, via-se no alto da colina, o escanado com
um tipo de olhar carregado de suntuosidade, como alguém que resguarda um passado
portentoso. Destarte Moisés sobrexcedia aos parcos, a agoniação derivada do culape,
e uma sensação de desassombro, dominava o seu ser. A corônide da presente cena é
propagada em aglutinação com o terceiro e decisivo salto no roteiro, quiçá o de maior
notabilidade, sendo que exprime o concluimento do proêmio da figura-macota deste
Argumento. Desse modo a arte abstrata assume o comando da maranha, tendo visto
que não é mais de valimento ilustrar os primórdios do personagem, mas sim efetivar
o consagramento dele no ambiente social coetâneo.
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Em relação ao derradeiro salteamento no enredo, é preconcebido uma
construção congenérica a dos pulos já descritos, sempre evitando a viciosidade nos
mesmos, de maneira a se criar algo de novo em cada um deles, sem afastar a ideia de
transição do tempo. Diante disso teremos: o protagonista no íntimo da voluta em
espiral do enxame de morcegos; a película deverá abranger a perspectiva de Bruce
Wayne, ou do espectador, com o fim de obter um panorama de alguém que esta afora
do torvelim. Desta forma veremos, dum modo lobrigado, um menino no
semidiâmetro do rodamento, por entre a circunfusão helicoidal de andirás. Com o
suprimento duma melodia, ter-se-á uma constituição dum mito; a trilha musical há de
acondicionar o episódio de confrontação do medo, onde um mancebo supera os
temores, ao mesmo passo do amadurecer, até o ponto de transfigurar-se num homem
crescido. Portanto quando Moisés sair do alveário, não será mais aquela criança
medrosa, coalhada de receios e dúvidas, as quais caracterizam um indivíduo que mal
obteve acesso a educação para desenvoltura do intelecto. O desenlace da voragem, é
visto com um homem maduro no lugar do badameco, mas ligado a Moisés por traços
particulares, como a cor de pele, representado desta maneira a definitiva precipitação
do tempo. O desmanchar do remoinho entorno do protagonista, é acompanhado com
o cessamento da trilha sonora, a mesma que serviu para embalar a maturação, assim
como a retomada da cadência na trama, sem mais transposições. Porém a crescença
de Moisés é concomitante com o fortalecimento de seu caráter, até mesmo a relação
de estranhos, passará a ter um vínculo inquebrantável, como da prole para com um
educador, sendo este entalhado na imagem de Bruce Wayne. Portanto os momentos
terminantes hão de ser descritos doravante, uma vez que a formação do cunho de
Moisés fora modelada, segundo os preceitos dum preceptor e paredro, sem afastar a
herança etérea do falecido carroceiro. Embora um conselheiro, a figura do lordaça
não veio para reciprocar a paternidade do acolhedor, mas como via de gnose, pois
através dele, uma enormidade de meios pecuniários, se farão disponíveis ao
discípulo. Contudo a lembrança de quem o acorrera, jamais cairá no olvidamento do
protagonista, mesmo se não existisse um encontro com um novo universo, Moisés
Skywalker
permaneceria firme nos ensinamentos do ancestral, e este é o pensamento mor que o
público deve absorver. Todavia não havia um dia sequer em que Moisés deixava de
pensar no almo, naquele que o manumitiu das vísceras do acogulado de despejos,
dando-lhe uma existência respeitável, mesmo em meio a tantas dificuldades.
No retrocesso do entrecho: A espiralagem ao derredor do menino, vai
escarcavelando numa malemolência, partindo das arestas, onde todo o alor maquinal,
provocado pelo estado de torpor induzido e coletivizado, é convertido numa
naturalidade do adejar dos morcegos, rumo a reentrância da caverna. A artificialidade
se desmorona, no mesmo andar que rompia o enxame negro no vértice do
desfiladeiro. As laterais são desocupadas, não a ponto de desencerrar o mancebo, pois
este permanecia coberto no núcleo do sorvedouro, mas ainda se espreitava o
dispositivo remoto, que agora emitia uma luz víride, como se indicasse uma
inatividade. Nisto a tarja vultuosa que encobria Moisés, se desfaz inteiramente,
permitindo assim constatar a medrança do personagem; de princípio o recente
panorama traz a impressão duma outra pessoa no lugar do figura, mas o sinais de
nascença derrubam tal interpretação. Aquele cujo o olhar era contrito e vexado, passa
a demonstrar uma autoconfiança realçada no próprio semblante, ainda mais em vê-lo
segurar o controle na palma da mão, como quem tinha pleno domínio de suas
funções. Rapidamente o archote se apaga, e nenhum andirá ficara sobrevoando o
penedal, confirmando deste modo que a hipnotização estava associada a algum
mecanismo do aparelho, não relacionado precisamente com a luz emitida, mas
afincado na ecolocalização. Então com o controlador praticamente desligado, Moisés
segue na mira de Bruce, que se achava no cimo da plataforma engenhada, na mesma
contextura em que fluíra o vórtice com a precipitação dos anos. No apropinquar dos
figuras, vê-se a solidificação do relacionamento, uma vez que ambos passam a
dialogar no mesmo idioma do estrangeiro. Se Moisés havia amadurecido, Wayne
parecia um pouco mais velho, sendo possível notar o acréscimo de algumas rugas no
48
rosto, mas nada que desviasse o foco da muda dum menino para um adulto. Ali um
indivíduo que em noutrora, mal sabia comunicar-se no dialeto nacional, esbanja
traquejo ao confabular com o idoso, num trato poliglota, expressando uma
familiaridade e contubérnio. Moisés se ajunta com o vedro, na intenção de auxilia-lo
a descer do rocado, já que apenas o arrimo do bordão, não era suficiente para a
locomoção dum encarquilhado coxo. Diante do sucedimento nupérrimo, fica
perceptível uma arrancadura nos acontecimentos, a qual eclipsou alguns eventos
salientes, que de cara ao espectador, pode gerar uma lacuna de significação. Portanto
é valedouro ressaltar de forma subentendida, com o uso de entrelinhas no enredo, os
notórios panos de fundo dum filme, nos quais haverá o colmatagem dos vazios até
aqui gerados. Logo em segundo plano ter-se-emos um conglomerado de informações,
por meio de jornais, fotos, rádios e outras mídias, de maneira a transfundir a ideia
duma atmosfera contemporânea, que revela a problemática da violência. De volta ao
enredado: Um manjaleco e o caiongo seguem passos cuntatórios para adiante do
algar, no exterior do propugnáculo de andirás, rumo a talude que deságua num
opíparo horto. Acolá Bruce pede um favor a Moisés, que imediatamente compreende
a pretensão de prosseguir para o privativo cemitério, dentro do jardim. Sem remediar,
ambos adentram no fossário, mas é o velhustro a ficar comovido, ao se deparar com
uma sepultura, e na laje colocada em forma de lápide, vê-se a inscrição em nome de
“Alfred Pennyworth”. Ali Bruce pratica uma rotina de condolências, que abaliza a ideia
da estância dos lordaças, há um longo tempo no país tropical. Acabando-se a
solenidade, os figuras partem para o interior da casa, como numa visão dum avô e um
neto, o qual amparava a caminhada do outro manco de uma das pernas. Na
privacidade da habitação, os dois compadres logo se afrontam com uma terceira
pessoa, o qual também envelhecera durante o salto da cadência, mais ainda mantinha-
se melhor conservado do que Bruce Wayne. Ali vemos novamente a presença do
procurador de Wayne, Lucius Fox, aquele que tinha a incumbência de representar o
patrono, além de promover os mais diversos recursos, logicamente financiados. Após
o encontro dos personagens, o trio parte para o repartimento de observação, pois Fox
Skywalker
anunciara que um grande rebuliço se fazia presente nas comunicações radiofônicas.
No sítio de captação e monitoramento de ondas moduladoras, o respectivo centro de
inteligência da bastilha, nota-se a tríade numa compenetração perene. A concentração
estava volvida para a noticiação urente, que cobria o colapso parcial no fornecimento
de energia elétrica da região. O alvoroço se ampliava, porque a autoria do blecaute já
era conhecida e antecipadamente declarada; as rádios cariocas discutiam
energicamente a questão do apagão, não pela calamidade pública ocasionada, mas
pelo fato da omissão das autoridades, em face de algo que repercutia a um longo
período nas ruas. Deveras quase toda a população tinha conhecimento de que a
qualquer instante, poderia acontecer um black-out premeditado, a queima de veículos
de transporte comunitário, ou algo mais ruinoso, pois sabia-se do aparecimento duma
nova seita criminosa, a qual prenunciara a tomada do governo e do controle
incondicionado de serviços basilares, como num atentado terrorista. Dessarte a
criminalidade fontal se organizava dum modo conturbado, ao mesmo passo que
incorria uma unificação, mas tal coalização originou o colapso e confronto entre as
facções do crime. Pouco podia-se conjecturar a cerca da origem deste hermético
grupo de insurrecionados, até mesmo cogitar qual era o seu ânimo, se este estava
arraigado no piáculo, numa busca por lucro, ou na iniciativa de ONGs. Alguns
arriscavam dizer que um bando estrangeiro viera ao país para instaurar uma moderna
ordem para a ilicitude, porquanto circulava pelas comarcas uma droga alucinogênica
de ínfimo custo, tanto ao produtor, quanto para as demandas. Por conseguinte a
retomada do abastecimento de energia, vêm a público, os representantes do Estado,
para desdizer e mistificar a causa da pane difundida. O secretário de segurança da
localidade, num discurso categórico, renega quaisquer envolvimento do facinoroso,
na interrupção do suprimento de eletricidade; ele ainda acrescenta à prédica, que o
governo, em nenhum momento, havia dado costas para as ameaças, pelo contrário,
uma ação extremada fora implementada desde o primeiro arreganho. A arenga
termina com palavras de tranquilização, nas quais objetiva-se desatemorizar a
população, além de trazer garantias de que os atos de violência organizada, vistos em
50
meados de 2006, não se repetiriam por lá. O pronunciamento era transmitido em
todos os canais abertos, por estado fluminense afora, mas o encerramento do mesmo,
já é seguido pela cobertura imprudente das mídias televisivas. Perdita a leviandade
destes meios de comunicação, possa estar ligada à aquela primitiva necessidade em
apresentar explicações para a massa paisana, como quem acredita trajar uma
realidade absoluta. Francamente as organizações de informação, manifestam uma
determinada presunção, maquiando-a como se ela representasse uma exatidão,
mesmo em circunstancias nebulosas, onde parte alguma pode deter ou precisar a
verdade. Contudo a sublevação que pairava no ar, constituía num agravamento das
investidas do celerado, contra o bem estar social; se de fato fosse atribuído
malfeitoria ao desligamento de energia, que com isto seria proposital, uma
sabotagem, teríamos a intensificação das ações criminosas, com uso sistemático do
terror para oprimir ou impor a vontade. Sendo assim quase todos os canais
televisionados, realizavam uma cobertura jornalística sobre os recentes
acontecimentos; inclusive a maior parte da programação das emissoras fora
interrompida, só para dar exclusividade aos latentes impulsos do crime. Enquanto um
lado se convencia da autoria, a outra parte culpabilizada se achava desmantelada, pois
nem mesmo os líderes sabiam o que acontecera realmente. A estrutura criminosa
havia sofrido uma abaladura voraz, a qual empestou de acracia, um sistema resultante
da negligência dos águias estadistas, assim como das classes optimates. A
bandidagem estava tão preocupada em se reestruturar, que mal dera atenção para a
conjetura veiculada pela Mídia. O durame da organização criminal, o coração que
bombeia e sustenta a máquina da ilegalidade, fora completamente demolido pela
presença dum mercador, o qual trouxera consigo uma produção de narcóticos com
suma competitividade. A concussão transcendia o mercado das drogas, atingindo todo
o liame que dela transverbera. Uma velada crise econômica, flutuava no âmbito dos
negócios, em virtude da queda abrupta dos índices de lucros, apresentados por
algumas empresas. Um desmascarar começava dali em diante, pois a ruína da
economia, arrancou o véu daqueles que atuavam as escondidas na injuridicidade, na
Skywalker
gestação dos entorpecentes, dês da importação para o manufaturar, até a sua
distribuição. É sabido que para o acesso e efetivação do comércio das substâncias
tóxicas, causadoras da síndrome de abstinência, é necessário uma segmentação de
vistas grossas da aristodemocracia, na qual vive-se hoje. Porém com o cair da
anteface dos empreendedores da droga, tornou-se difícil uma inércia para as
autoridades, e uma intervenção do Estado, passou a ser vista desde então. Um certo
número de prisões se concluíra, da mesma forma ocorrera o fechamento dos
estabelecimentos de fabricação dos tóxicos, mas nada que perturbasse a manutenção
do empreendimento. O que a mídia interpretava como um confronto de poderes, na
realidade se restringia a manipulação de alguém bem acima e seguramente oculto.
Em contrapartida notava-se uma colossal iniciativa privada, que abraçava da
implementação de casas para o sazonamento de dependentes químicos, estendendo-se
a ações de substrução, como o revigoramento do ensino público, principalmente nas
zonas carecidas. As atividades de capital misto, nas quais colima-se a reestruturação
do alicerce para o venturo, estavam supostamente ligadas aos grandes eventos que o
Rio haveria de sediar. Entretanto a mesmo coligação ádvena, reputada por fundar um
ditame modernoso para o mercadejo da droga, também seria a responsável por
refocilar o pedestal da sociedade, mas isto não se podia revelar. Com este escólio fica
clarividente que não houvera somente um salto na vida dos personagens, mas idem a
conjuntura do enredo lançara-se para um ponto improrrogável, o apogeu da intriga. A
balduína que açambarca o entusiasmo da estória, chegara num estágio derradeiro,
onde há a realização da figura-título, assim como sua edificação por meio dum
aparecimento imponente. Dessa forma haviam duas forças que se intensificaram na
trama; de um lado ocorrera o putativo recrudescimento do crime, baseando-se numa
inovadora traficância da droga; na contraposição, contemplava-se o conjunto de atos
para a reconstituição do vindouro, com base no amparo à educação, algo que
aparentemente é conferido as Olimpíadas porvindouras, pois já era esperado uma
margem de investimentos para a aclimação de tal evento. Afinal a retrogradação do
urdume é vista com a catadura de Bruce, com um riso reticencioso e dotado de ironia,
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em face do sensacionalismo apregoado pelas mídias locais. Ora as comunicações são
cortadas pelo velhustro, com intuito de reintegrar as atenções do compadrio, tendo
visto que aquele era o momento tempestivo para a consumação do planejado. Ali é
realizado uma espécie de reunião, que definirá o papel de cada um dentro do
esquema, que forceja escancarar a todos, quem era e qual é a finalidade deste grupo
sibilino. Moisés auspiciando que haveria de agir em breve, é lestamente tomado por
uma escandescência capaz de levar a uma ansiedade nociva, ou transformar-se em um
ímpeto e adustível. Entrementes o protagonista ansiara a tanto tempo por esta
oportunidade, que quando a conquistara, não acreditara nela de início. Decerto os
longos anos de aprendizagem e preparação, finalmente seriam colocados a provação,
algo que de fato já se fazia corrente, pois Moisés combatia o crime duma maneira
sigilada, nos bastidores da atuação. Quase que diariamente, via-se o feito partir em
ações de inteligência; sempre portado com uma jaqueta escura e capacete de
motoqueiro, parecendo-se mais com um funcionário encarregado de fazer entregas
rápidas de motocicleta, além de ir acompanhado dum radiocomunicador, pelo o qual
interagia diretamente com Bruce e Fox, situados na mansão interiorana; ainda
percebia-se em sua roupagem, um aparelhamento iconoscópico destinado a capturar
imagens, uma genuína câmera fotográfica, com a qual registrou os maiores pontos da
criminalização, como num mapeamento das facções e milícias; o protagonista
também trazia consigo uma cédula de identidade, com a adscrição de “Moisés Wayne”,
agora caligrafado com uma acentuação em múltiplos sentidos. Em suma as investidas
do cá coadjuvante, foram fundamentais para derrocar a atual injunção da droga, que
como sequela motivou a pernície da criminalidade. Pero o leitor mais assíduo há de
indagar a razão da imaginada corrução de Wayne, haja visto que o mesmo influía
como um filantropo, ao empregar recursos para a desenvolução das comunidades, no
mesmo passo de operar como um modernista traficante dos psicotrópicos. No entanto
o que aparecia-se como uma substância psicoativa, na efetividade a mesma atingia
níveis de antitoxina adverso ao consumo degenerado, como um inibidor e
desestimulante da respectiva apetência. Por si só, o remédio jamais sanearia a imane
Skywalker
massa de praticantes do pó, mas irrefragavelmente aquilo tinha como escopo os
indivíduos baldos, que afundaram num grau irrecuperável do vício. A medicação
criada, não chegara a uma produção em larga escala pública, em virtude do alto
custeio e da tecnologia envolvidos, sem contar as prioridades duma plutocracia, pois
se o desamparo abrange a criança, o idoso, …, quiçá então os drogados. Ainda assim
o fármaco na forma de pseudo-cocaína, servia como o pontapé primordial para um
tratamento numa das clínicas de reabilitação recém abertas e com livre acesso, as
quais tiveram origem na ostensível ação de capital privado. Aliás não há nada melhor
para se capiscar os trâmites do tráfico, do que realizar integralmente o circuito da
droga; partindo do importar no estrangeiro (algo que de fato acontecia, pois Bruce
possuía inúmeras empresas e laboratórios no exterior); seguido do corrompimento
sacramental; e atingindo-se a estaca final, o empório e a comercialização do produto
ilícito. Destarte fica escrachado apenas ao espectador, que Bruce Wayne agira como
um grande manipulador, onde a Mídia, o crime, a população e o Estado alegorizam
fantoches involuntários. Agora a conduta espontânea difere da inconsciente, haja
visto que a primeira beira ao descaso, a um consentimento daqueles com consciência
de grupo. Portanto os títeres cônscios da atualidade, emblemam uma classe social que
se deixa manipular, na escusa de quem não têm o gravame da mudança, mesmo
detendo o poder para isto. Com tudo isso a risota lançada pelo velho Bruce têm sua
significância, do mesmo jeito o peso que seria colocado nos ombros de Moisés, cujo
o sobrenome também passara a pertencer a dinastia dos Wayne, como um lítico
herdeiro. Nesse ínterim o sob pressão, conseguira assimilar os fatos, e aquele choque
inicial, já tinha-se como ultrapassado, o que nivelou corpo e mente em uma vertente
estratégica. Com desempeno o trio se desaduna, e cada qual segue uma vereda, mas
Bruce fazia questão de acompanhar o discípulo, pelo menos até o grau de sua
independência. Ambos cruzaram as acomodações do alcácer, num ritmo açodado,
mas que abriga uma atmosfera silente, como numa liturgia ou em uma atitude
extrema, de excessiva concentração. Eles alcançam um elator, o qual desaguava numa
potencial garagem da morada, pois mesmo com as luzes apagadas, ouvia-se
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estampidos de motores. A iluminação do repartimento é encetada, e seu alagar-se
ocorre dum modo gradativo, mas com o desenrolar-se, ficara inteligível que o local
sobrexcedia um trivial abrigo para automóveis, porquanto havia lá uma área imensa e
apenas dois veículos. Aquilo representa um estande de testes corpóreos e
psicológicos, tanto para homens, quanto a instrumentos, mas ainda era servidiço
como armazém para estocagem do maquinário. Lá dentro havia uma câmara num
formato retangular e de material cristalino; no centro do cubículo via-se, dependurado
por uma haste, uma agongorada armadura de matiz integralmente lúrida. O contraste
partia da clareza do recinto, para o negrume dos objetos, como quem pretendente uma
camuflagem, para o ambiente noturno das cidades. Sem evagação a dupla parte na
mira da espécime de Arnês; Bruce permanecera afora do tetrágono, enquanto Moisés
ingressava no reservado deste compartimento diáfano. Agora o preletor aciona uma
série de alavancas, que fazem mover a armação da arca, resultando na abertura do
traje caliginoso. O esqueleto do induto é repartido duma maneira lógica, que
possibilita a completa acomodação de Moisés, numa colocação centralizada ao
deslocamento efetuado, recostado em uma ara vertical, donde instalara-se aquele
manufato. A estrutura era composta por um exosqueleto escleral, uma placa de couro
curtido com a função de guarnecimento anfibológico, além de adornos que trazem o
acabamento do artefato. Naquilo o protagonista muda a postura do corpo, estendendo
os membros a estremadura exequível, como num abrir de braços e pernas, que
facilitará a ensambladura da fardamenta. Nisto vê-se várias demarcações pelo
tabuame, o qual guarnecia a sumptuosa armadura, mas que passou a comportar o
personagem basilar da trama, num ritual de encarne envolvendo máquina e homem.
O delineamento que define a posição correta para o êxito do encaixe, só corrobora
com a acepção inventiva do maquinado, criado por alguém que conserva um vasto
conhecimento em engenharia diversa. Sem pejo, o mentor inicia a sequência de
comandos, que fundirá o corpo da criatura com a ossamenta da coisa arquitetada.
Primeiramente ocorre a juntura do dorso, que é a base da carcaça, para a finalização
posterior, com o paramentar dos adornos, as peças de revestimento cabais, mas de
Skywalker
valor constitutivo. Em nenhum instante houvera uma movimentação, a não ser da
mecânica braçal que conectava a parafernália no figura, o qual permanecia atado
verticalmente num altar de construção. Como em uma linha de produção, tinha-se a
percepção visória e auditiva do funcionamento daquela engenhoca. A cada aparafusar
e conjungir das engrenagens, escapulia a imagem de Moisés, na mesma proporção
que transmontava a pirilampagem de algo medonho. No final da montagem, restara
unicamente uma monstruosidade, e qualquer resquício do homem paciente, não se
fazia mais presente. Nisto a mesa de criação realiza um movimento de rotação,
perpendicular ao arranjo anterior, remanejando a nova criatura numa postura de de
ponta-cabeça a pavimentação. Agora uma espécimen de pálio é enovelada em
Moisés, ou pelo menos no que remanescera dele; ali a capa é posta como um casulo e
involutório que possibilita a absoluta mimetização no meio das sombras, como um
criso para o personagem. Completado a operação de ensamblagem, onde há a
unificação da armadura com o manejador, percebe-se um salteamento de nervos no
compósito, que representa alguma coisa vivida dentro do entraje. Vislumbrando a
gênese dum mito, Bruce resolve promover a soltura dos ferros que mantinham
acinésico o invento fascinante, e ao mesmo tempo tenebroso. A liberação do
acafelado é vista com a inclinação da estrutura de armação, a qual conservara o
palendrengue obscuro, ora maneado pelo figura portento. Aqui a câmara especular é
tomada pela névoa, oriunda da evacuação de gases adiáforos a obragem que
conjuntou em Moisés, uma armadura mística. Ali o que apresentava-se como algo
excessivamente pesado, passa a locomover-se livremente, só tolhido pela força
natural da gravidade. Com a dissipação da bruma é possível tornar a ver, o
personagem basilar, trajado num manto dedáleo, de valor incalculável. Ali um
homem é transfigurado num ser pasmoso, fundado na psicologia do medo, como
artifício imperativo para a destruição do ímpeto criminoso. Se Moisés já aparentava
uma anatomia corpulenta, com a vestimenta não seria diferente; um aspecto supino
fora agregado ao figura mascarado, além duma flexura potencializada, após o uso da
vestidura. Desse modo ficara implícito, que o traje iria muito além da sorrelfa, como
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um recurso de adaptação, ou mimetismo as eventuais necessidades. Por fim a
comunicação entre Bruce e Moisés, é restabelecida, não mais oralmente, mas por via
rádio; o paredro saca do bolso um emissor e receptor portátil, com o qual ouve da
própria boca do discípulo, a confirmação triunfal da acoplagem do traje. Por
conseguinte ambos partem para o tracejado, cada um numa trilha específica e
estuante em matéria, mas alinhada num mesmo desígnio. Ainda há um último
colóquio entre os figuras, no qual um deseja sorte ao outro, mesmo sabendo da
irrelevância daquilo. No ato em que Bruce regressa ao elevador, Moisés partira para a
montaria num veículo de duas rodas diametrais, movido por um motor de explosão
rumorosa, e chapeado com uma blindagem negra. O pneu traseiro de maior
proporção, é engatado com o torque da embreagem, cujo a queima fez abrasar no
asfalto, um anel vaporoso, envolta da dita roda. O roncar do arranque fora alternado
por um mutismo ocultante, logo após a primária ignição, o que indica uma função
tecnomilitar. Enfim a condução adentra no completório do depósito, interiormente a
um tunelamento, que por sua vez emergia numa estrada, no lado externo da mansão.
Deste ponto em diante será descrito a incursão da figura-master, no indiferente centro
urbano até as temíveis e imêmores periferias da Cidade Maravilhosa, com o intuito de
declarar socialmente, um regimento tranchã.
O calar da noite flumínea é observado precocemente, nem mesmo a
asseveração proclamada pelo ministério da segurança, fora capaz de conter o
sobressalto da população, no qual houve o acovardamento ao lares, dos que pelo
menos possuíam algum. As ruas ficaram desertas, o comércio fechara antetempo, e
um policiamento se intensificou por diversos cantos da urbe. Inúmeros comboios de
viaturas, transcursavam pelas ruelas da cidade, e quem fosse encontrado
perambulando na caruca, era cotado como um agente do crime. Os remanentes que
não se recataram, seja por razão do retarde no trabalho, pela falta de transporte, ou
por uma inexistência de domicílio, tinham ampla probabilidade de parar numa blitz.
Skywalker
Um toque de recolher, com natureza instintiva, fora instaurado e absorvido por todas
as classes sociais. Até mesmo a Mídia não ousava uma cobertura terrestre, mas a
utilização de aeronaves, com suficiência de elevar-se verticalmente, pairar no ar e se
deslocar por meio de rotores, passou a ser cruciante na atividade jornalística. A
verossimilhança com o clima experimentado nos ataques do Primeiro Comando da
Capital, é a matriz das seções noticiosas, mas havia uma lucubração a respeito do
envolvimento de facções criminosas da localidade, especialmente do Comando
vermelho, o medular articulador do crime no estado do Rio de Janeiro. Mesmo não
decretado uma suspensão parcial das garantias constitucionais, para se combater
ameaça interna, a própria massa civil havia promulgado tal atmosfera de conturbação
social. A taciturnidade campeava num ambiente de mandiola disseminada, e o sistema
prisional já repulsava ares de sedição, o que fomentou um reforçamento na guarda
das penitenciárias da região. Uma ventania encarrilhada, vaticinava a vinda dum
plúvio grávido, mas que ficara só na predição, pois sequer houvera o precipitar de um
chuvisco. O barulho da folhagem sendo carreada pela corrente de ar, adensado ao
arquipélago de nuvens plúmbeas no páramo, nutria a ambiência de sobrosso
socializado. Todavia Moisés, revestido num trajo profuso, partia na montaria duma
máquina motorizada, de tração integral para superfícies acidentadas, mas que permite
uma lepidez e fricção sublime no asfaltamento. O sentinela seguia no conjunto de
autoestradas que permeia os cinturões verdes, os hortifrutigranjeiros, e as vias rurais
ao estamento urbano, rumo a metrópole da discordância. No percurso o personagem
atravessa uma cordilheira de entulhos, o aterro sanitário do Jardim Gramacho, em
Duque de Caxias; no topo do monturo, havia uma porção de infantes, que
trebelhavam em meio a um volutabro colateral ao consumo infrene. A fantasmagoria
alvoroça a molecoreba, a qual dispersara em distintas direções, na busca de qualquer
adulto que possa aquinhoar da assombração presenciada. Porém o vulto é tão fugaz,
que nenhum vestígio restara no nicho da inópia, a não ser retalhos de papelicos, os
quais ficaram em suspensão, após a corredura da figura muliada. Ainda o pertransir
do protagonista, transpõe o umbral duma edificação morruda, que constitui um asilo
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afastado da megalópole, reservado para o confinamento de orates, os cometedores de
delitos em insânia. Na frontaria do frenocômio, via-se de relance uma placa com a
epígrafe: “Elizabeth Arkham Asylum”, seguida do algarismo romano “II”. O hospício
fora inaugurado recentemente, mas tinha um filão indistinguível; dentro do enredo,
sua implantação é atribuída a uma ação de capital dissimilar, que representa a
aplicação de recursos privados para a restruturação do sistema de reclusão. A
fundação tinha o intuito de separar o joio do trigo, desvencilhando a conduta criminal
do alento vesano, além de descongestionar as cadeias locais. Contudo a instituição do
manicômio concebera-se através do empreender de variegadas empresas, as quais
aparentavam autarcia e distinção, mas por mais que fossem independentes entre si,
não deixariam de submeter-se a um alvedrio empíreo. A existência de alguém
nubívago, capaz de manipular politicamente os interesses ambíguos, o poder público
e privado, é inapercebida na trama, e somente o espectador descerrará um instituidor
arcano. Entretanto quando o debordamento parecia penetrar na conurbação, o esculca
metuendo desvia da rota iluminada, para adentrar numa carreira de terra obscurante.
A estrada carroçável culminava num matagal, que forçara a abdicação do protótipo e
tunagem duma Chrysler Tomahawk, para um itinerário a pé, mas de equivalente
freima. Acolá o fero rompia com prurido, um semideiro debruado num jângal, que
projetava-se numa elevação obstante ao alcance humano. Porém Moisés ao avistar o
aglomerado de rochas, que excogitam uma barragem natural, não demonstrara
abstenção, pelo contrário, um aceleramento extremo fora dedicado dali em diante.
Nisto apercebe-se o enrijecer da musculatura do figura, onde a canelura de nervos
salta para afora do traje; o esforço anagógico é atrelado ao denodo físico, como num
salto olímpico, que requer a máxima disciplina do corpo e mente; uma padreação
gradual passou a ser executada junto a manobra de transposição. Agora os pernames
do figura realizam um alor estrídulo, começando com miúdos pulos, aonde os
membros inferiores revezam a tungada com o solo. Decerto a cada passada, mais
impulso o personagem angariava, de modo que no último pincho, as duas pernas
cravam no relvado, e o flectir dos joelhos proporciona uma impulsão sobrenatural, a
Skywalker
ponto do figura escalar os rochedos intransponíveis. Depois da encravada que
concedeu a extranumeral força vertical, o alpinismo granjeara demasiada veemência e
elasticidade. Aqui fica perspícuo na armadura, uma possibilidade de potencialização,
para aquele que desfrutar do entraje, mas ainda é imprescindível a habituação com
tais articulações. No manto existe um mecanismo, que recupera a energia cinética
desperdiçada e liberada pelo calor, transformando-a num sprint ao utente do traje, um
tipo de KERS baseado no sistema anaeróbio do corpo humano. Dessarte o
escalamento atinge a desinência da serrania, no pico da colina, assim como o
arranque do induto caliginoso é finalizado. Na sumidade do monte, a figura pitoresca
dum mito, caminhava para a fímbria do outeiro, no ressalto de um rochedo que
termina num resvaladouro mortiço. No cúspide da ladeira, o varonil justiceiro dobra
os tendões patelares, com o intuito de manter-se inclinado naquela extremidade. Ali
contempla-se no horizonte visual, o cenário noturnal duma banda da cidade, onde a
astrotesia no céu se equiparava com os pingos luminosos da urbanificação, como
numa postiça constelação. Nesse ínterim a comunicação entre os cúmplices é
reintegrada, e Moisés aguardava pacientemente a autorização dos experientes, para
dar continuidade a saltada no morro. O intercurso era gerido por Bruce, mas a
participação de Lucius Fox é axial, uma vez que a vênia se restringia a atribuição que
desempenhara. Pero o longevo banto apregoa que sua parte havia se consignado, e
dali pra frente regressaria ao poscênio da estratagema, reunido-se a Bruce no
tabernáculo interiorano. O fecho da conferência é marcada com um sobreaviso do
velho Wayne; com uma rouquidão na voz e sagacidade de espírito, o regente da
cavilação reafirma a ruptura radiofônica que há de advir, onde o trio ficará
incomunicável por indeterminado período de tempo; o dirigente também assela a
onusta crença em seu tutelado, como num elóquio motivador e derradeiro. Depressa a
radiofonia é abortada, concorde ao vaticinado, donde fala alguma remanescera, a não
ser os zumbidos dos grilídeos saltadores no silvado. Entrementes Moisés inclinara a
visão para os confins do povoamento, na pontaria dos pontículos cintilantes, como se
esperasse um presságio permissivo. Aí ocorre sumariamente uma obliteração na rede
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elétrica do território, como numa queda repentina, que superabundou o clima de
assombro na cidade; gradualmente via-se o desluzimento da região, como se alguém
manipulasse um mero interruptor, mas de eficácia descomunal. O artífice do blecaute
é finalmente revelado, mas tão somente ao público, pois até aqui nenhum pródito do
mesmo havia sido exposto. Portanto Lucius Fox fora o promotor do embargo
energético, que refundou na ablepsia, o fôlego dos que julgavam desvelar os
acontecimentos transatos. Nas esquinas desabitadas, não existia um sequer tato, olfato
ou quaisquer resquício da gente urbana, só imperara o sentimento inquietante que se
tem diante duma ameaça contínua. O enjaulamento da massa policiada é optativo,
mas dificilmente alguém atreveria nadar contra a maré conformista. Seja lá qual fora
a ardileza que Fox utilizou para depor o luzimento dos poucos favorecidos,
certamente todos seriam colocados como semelhantes diante da cismática escuridão.
Em meio a tudo isso podia-se ver Moisés a encarar aquela negridão sobre o aterro
civilizado, que ao invés de relumbrar por entre a cadeia de postes e edificações,
refratava borrisco lumiosos do tráfego remanente. Assegurando-se da completa
caligem no meio povoado, o sobrestante incógnito resolve dar prosseguição ao
assalto petrificador, que revelara uma adversão para os alarifes do crime. Mediante a
ajuda do traje, sobretudo no seu encobrimento em forma de véu, desenrola-se o
arremesso rumo a civilização; o protagonista pratica um mergulho letífero do
penhasco no qual conservara-se, até as circunvizinhanças da faveleira adjacente. Num
descenso perecedouro, quando parecia que o impacto com a terra seria inevitável,
observa-se a distensão da capa, imutando-se em um par de apêndices membranosos,
como uma Asa-delta. O velame se convertera numa armação triangular de rigidez
estrutural, coberta por tecido, onde o controle da direção e velocidade é obtido nas
oscilações das posturas do corpo conduzido. O plainar do figura prescreve mais um
recurso da vestimenta, que sem dúvida transcendera a função de homiziação,
permitindo assim uma armadura dotada duma pluralidade de aplicações. Então
Moisés pairado no ar, procedia ascensionalmente aos contornos da cidade, que
permanecera numa obscuridade inalterável. Não se podia afirmar que havia a
Skywalker
proficiência de um voo, mas o salto planado providenciou a flutuação do
personagem, mesmo que de modo transitório. Logo é dado cabo a indescritível queda
livre, bem atrás dum ponto sorrateiro e sigiloso, que possibilita um ocultamento para
o acometimento. O descimento é visto num afincar de pés junto ao chão, como numa
cravada de paraquedismo, desprovida do fim esportivo, mas conjugada as técnicas
militares. Por conseguinte ao pouso, o retesamento do envoltório também é desfeito,
onde o que agora a pouco era uma dilatação em forma de guarda-chuva aberto,
retrocede ao atributo de ocultação. A aterragem é sucedida do regresso da
conversação entre os cúmplices, conforme o planejamento delineado. As direções
oriundas da mansão seriam cruciais no deslocamento em terra do protagonista,
porquanto a fruição dum satélite geoestacionário faculta uma vantagem para a
orientação espacial. Agora o trajeto de Moisés penetra furtivamente no cabeçorro,
sem usar qualquer meio de transporte, aproveitando-se das sombras da noite absoluta.
O avance alcança um amplo córrego, que precede o acesso ao desconjuntamento da
caixa de fósforos. As escorralhas do esgoto se caldeavam com a lameira descendida
da carestia dum saneamento básico, que merma a população local, assim como
segrega os salvantes de tal ambiência. A figura desenvolta percorria o corpo d'água
corrente de pequeno porte, continuamente no encalço de escombros, os cantos
homiziadouros que mimetizam a própria compleição corporal. Em determinado
comenos da sorrelfa, nota-se o protagonista deter o exercício furtivo, onde nenhum
passo é mais rompido. A estagnação transcursara em face dum aqueduto que obliqua
o corgo diro e pétreo. Acolá via-se dentro dum buraco no conduto, uma família
inteira, vivendo em pleno miolo da construção, sem a menor salubridade tolerável. Os
rostos dos olvidados eram fulgurados com os faróis de carros, os quais recresciam
numa estrada na ribeira do miúdo regato. Um casal é avistado no côncavo da ponte-
canal, a qual servira de abrigo e cancha para a prática do crack, pois ambos
manifestam as sequelas da inédia. A cada alumiar dos semblantes, observa-se os
espasmos e tremura pelo organismo nos viciados, e sobre a mulher apercebe-se algo
aquém sendo aninado. A mãe acalentava um nuelo entre o colo e os braços, mesmo
62
com a contração involuntária e convulsiva dos músculos, como num embalar
alvoroçado e inoportuno, uma vez que ouvia-se o apojado choro de rejeição daquela
cria. Aquela imagem nua e crua compungira Moisés em sobremaneira, que até Bruce
notou a soledade do marçano, pois palavra alguma se pronunciara dês da comoção.
Na cabeça do abismado, repercutia outra vez as citações do falecido carroceiro,
sobretudo as lembranças de como o pai ilustrava um nascimento em meio as ruínas.
O acolhedor frequentemente enarrava para Moisés, o dia do seu aparecimento, que
prefigurara mais um encontro impressentido e recíproco, como se nada existisse antes
daquilo. Afinal a brecha da qual deriva o orto do personagem é elucidada, e Moisés
pôde bispar além do interstício, através dum proscênio parecente ao que ocorrera
anteriormente. A presença dum implume debruçando-se no regaço de uma viciada,
reproduzia o que provavelmente acontecera com o protagonista. Defronte a isso,
Moisés sentia uma vontade turgescente de intervir na contextura túrbida, donde o
descuido levaria a um abandono perverso, similarmente ao que já vivenciara. Mesmo
ante a um passado remoto, o personagem pôde reavivar em sua mente, um pedaço de
existência apagado, e o incidente visório ativou a anamnese perdida. Contudo Bruce
apreende o aturdimento que emudecera o epígono, lançando-o numa disjunção do
caminho idealizado, na busca de livrar aquela criança duma derrelição eminente. Ali
estende-se uma altercação, onde um lado vindica o cumprimento do bosquejado, já a
outra parte pleiteia a remição do recém-nado, baseando-se numa experiência própria,
até aqui abalienada. Os argumentos do docente pujam a iniciativa do prosélito, no
mesmo andar que a devolução da consciência revela a este uma exaltação dos
ânimos, como num ato de recognição. O arroubo inflamara uma chama amortiçada,
mas a arguição de Bruce revertera o incendiar em aguilhões para a observância do
tramado, pois o mesmo abrangeria de forma latitudinária o clamor dos enjeitados. A
asserção restauradora ainda enfatiza que o múnus de Moisés, em nenhum momento
transluziria a afiguração de um salvador, ou de alguém acima das forças humanas e
de suas possibilidades. O velho Wayne possuía a crença de que, se em uma sociedade
procria-se a psicopatia, o estupro, a pedofilia e entre outras práticas obnóxias; a
Skywalker
oposição de tudo isto não seria algo utopista, quanto menos uma alegoria heroica,
mas um indivíduo que ofusca a vanglória em vista do altruísmo, afincado no
sacrifício e renúncia. Segundo Bruce o heroísmo seria uma conduta inalcançável, que
jamais realizaria-se de fato, mas o oposto dum psicopata, um arquétipo capaz de
antagonizar tal distúrbio comportamental, personifica suas pretensões para com
Moisés. Sendo assim a retirada do assecla em frente a sentina é realizada, dum modo
enfreado, porque ainda se ouvia o carpido da pequena criatura, como num rogo de
amparo. Definitivamente o personagem principal não se transformara num herói, haja
visto que a primeira deprecação por socorro fora recusada; e a cada distanciar do
socavão, um olhar de contrição além da retaguarda. O compungimento convertera-se
em denodo, pois via-se a celeridade nos passos de Moisés, como alguém que esta
pejado de motivação, deslocando-se com extrema fugacidade. Nisto toda àquela
meticulosidade para não ser presenciado é descartada, e a partir desse momento o
protagonista fará questão de ressurtir em meio ao bulcão, como num alastrar
temeroso duma imagem pantafaçuda e mitológica. O que parecia um deambular, um
meato sem destino, se abeira ao povoado, num complexo de habitações precárias,
pouco depois da desinência do filete de água corrente. O incorrimento atinge os
barracos do cerco, aonde alguns olhares, no recôndito das arribanas, pelas lucarnas na
parede, se lançavam em mira da figura aterradora. O tropel de passos coarctava os
sobrantes rumo as choças, e quem arriscara-se a afrontar aquela coisa medonha,
ficara arredado e no mínimo empedernido, sem transparecer qualquer reação. O clima
transudante ressoava por todos os recantos da região, compelindo um avultante
recuamento dos habitantes, onde se divisara apenas o relance de olhos, redistribuído
comumente, por adentro das cabanas. Evitava-se até mesmo um respirar altissonante,
com liberdade ou agudez, sob a crença de que só haveria uma hostilidade do pretenso
invasor, no caso do vingar duma perturbação do silêncio manifesto. A saltada
palmilhara as escadarias do morro, perpassando pela mixórdia de casitas, sempre na
ascendência do cole, na pontaria de seu picum. Enfim a surtida topeta a cimeira da
colina, numa vista privilegiada para o domínio territorial, quanto à uma defesa
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armada. Mais a frente localiza-se uma manufatura abandonada, a qual passou de
construção desocupada para propugnáculo das organizações criminosas, além de
eventualmente residir os comícios de coordenação e bailes festivos. Logo na soleira
do bastião, notava-se uma agitação intensa, que sustou a intrepidez de Moisés,
obrigando-o a enlapar-se de novo. Proximamente ao herdade via-se uma quadra
poliesportiva, mas que tornara-se um lugar propício para o consumo de substâncias
alucinógenas; inclusive a sintetização da delusória cocaína já era testemunhada, não
para a cheiração, mas na a análise e decomposição do conteúdo. Uma frágua no
derredor daquele espaço ao ar livre, imprimia o contraste com a faiscação dos
isqueiros utilizados pelos usuários. Ali o retovado decide acercar o torrão ripário,
meio que de sorrate, avançando sob as muretas e recostando-se encolhidamente no
parapeito delas. A apropinquação com o ginásio do celerado, permite ao olhapim uma
mensuração do número de pessoas que lá circulavam, assim como a melhor maneira
de infiltrar naquele liceu também era matutada. O malsim consegue dimensionar os
elementos circum-adjacentes; por volta de dois camburões farruscos, se achavam
estacionados na entrada do casbá; alguns homens da polícia alijavam pacotes de
alcaloides venéficos, rumo ao ádito da fábrica, porquanto havia lá uma circulação
com idas e vindas da droga. O degustar do polvilho narcótico também é observado,
pois existia uma difidência a respeito da fidedignidade do produto, como se o mesmo
tivesse sido adulterado, mas a convicção disto não se cientificara de fato. As poças
d'água que orbiculavam o território, favoreciam a espreita do espião, porque o
resplendor da lua nelas, acentuava a localização dos inimigos no âmbito material.
Então num ato de arrojo abrupto, o sentinela notívago quebra a acalmia e discrição,
transpondo o limiar do trincheirado, e deixando alvoroçados os adversos flagiciosos.
A ação partira dum muro baixo, perpassando pelo lamedo, até a porta do forte, onde o
protagonista saltara sobre os capôs dos tintureiros, que dispararam as sirenes rúbidas
e de soar estridente, como num sinal de alarme. O pulo sobre a cobertura dos veículos
vigera uma arrancadela na direção da laje do edifício, como se os feixes de lâminas
de metal situados nos eixos, induzisse um lançamento, onde as molas funcionaram
Skywalker
semelhantemente a uma catapulta. No entanto o despenque retumbante, fez com que
uma parte do bando, albergada no prédio, surdisse para o exido tumultuado. Enquanto
a malta se convergia para o quinchoso, Moisés deslizava no mirante da alcáçova,
socalcando o telhado deteriorado e quebradiço. Acolá o protagonista se depara com
uma ventana jequi, mas que transvazava no interior do recinto, donde ainda
apercebia-se alguns cabeças do crime. Alapardado em um batente, num fulcro que
derivara da janela, o acirrado auscultava e entrevia os caudilhos do narcotráfico.
Adentro da casamata ocorria um consílio de comuna facínora, e os líderes acenavam
em direção da restolhada, da qual brotava o estouro dos alarmes, atraindo um egresso
dos sotas para afora dali. Na distração da quadrilha, Moisés pôde, mesmo do alto,
bispar num laptop acima duma mesa, a videoconferência entre os corifeus do crime, a
qual partira de lá, coligando-se com uma chefia longínqua, direto dum presídio.
Inclusive ouvia-se a voz de alguém, exinanindo do aparelho, e requestando por uma
atenção, mas a evagação tolhera o corrilho de maneira integral. Se existia um
momento oportuno para uma aparição, Moisés o auspiciara com toda aquela ocasião
conturbada. Agora o guardião solífugo percorre lestamente o lajeamento da
edificação, na disposição de aproximar-se da portada, a única via de acesso do
imóvel. Os facínoras ainda apercebem uma movimentação, na forma duma
vultuosidade em meio a escureza do ambiente, o que os deixara desmedidamente
atônitos. Logo após a passagem do rascunho assombroso, os malfeitores lobrigam a
obstrução da entrada, precedida de um estrondo provindo da queda duma entulhada, a
qual configurara uma barragem rente ao umbral. A armadilha implicara em um
preparo retrasado, como se Moisés conhecesse de antemão o espaço fitado, sabendo
exatamente o que fazer e como proceder. Do lado de fora a agitação era desmanivada,
quanto mais pelo desmoronamento que selou a entrada do ginásio, assim como
obliterara a iluminação de reserva. A ideia de que Moisés preconcebia a área de
militância, é reforçada com o despejo de destroços, uma vez que o personagem fora o
promotor da emboscada. Decididamente o velada entabula uma invasão voraz, capaz
de sorver medo até mesmo naqueles que se consideravam impávidos por devoção.
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Aqui o místico salta do teto para o piso do laboratório de entorpecentes, bem no
círculo em que estanciara a liderança do morro, num alojar-se revolto depois da
sombração. A descida é vista num enraizar no pavimento das pernas estendidas e
unidas, sucedido do pendor da capa, de uma forma gradual e compassada, resultando
no encobrimento do personagem. A osculatriz de bandidos pressentia um inimigo,
mas a baixa luminosidade que só era composta por candeeiros e feixes das lanternas
dos veículos afora, inibia a localização do adversário. Os relâmpagos de uma chuva
que ficara só na promessa, lampejavam em uma intercadência, amostrando a imagem
apavorante de um borro caliginoso e vívido. Quando um dos bandoleiros maquinava
sacar um pinga-fogo, mesmo com a mão trêmula de receio, a corporatura negra sumia
da vista, a cada relampo novo. Naquilo Moisés atestando-se da posição de cada
indivíduo dentro do reduto, resolve atacar fisicamente os opositores, haja visto que o
golpe psicológico era notório. O exordiar da ação de opugnação é visionada no
santiamém em que o ascético põe as manzorras sobre uma espécime de talim,
plantado envolta da cintura do indumento; ele haure dum esgalho um objeto esférico
e negro, mas que cabia perfeitamente na palma da manopla; nisso vemos o arremeter
daquela cápsula orbicular, a qual deslizara no chão, fragmentando-se em corpúsculos
menores e ainda globosos. O Mover-se suavemente acima da superfície era
encaminhado aos infensos da orbe, que apenas distinguiram um soído assemelhado
com o de búlicas rolando num saguão. Consecutivamente vê-se uma sequência de
implosões derivadas dos globos melânicos, projetando no ambiente verdadeiros
clarões, como numa trovoada factícia. Os malevas ficaram redondamente
esturvinhados, sem divisar coisa alguma; uns içaram os braços na busca de rumar
tateando, ao passo que outros prologaram uma pistolada a esmo, e o restante ficou
paralisado, só palpando os olhos cegados. Exclusivamente o protagonista
permanecera intacto, invulnerado mesmo no centro dos relumes de abalo violento,
produzidos pela expansão abrupta da massa sólida das granadas. Sem a mínima
demora, Moisés avança na direção de cada anelante, os quais espalharam-se no
recinto após o jacto do projétil hexil e lacrimejante. As topadas entre os maloqueiros
Skywalker
com o sentinela mítico eram súbitas e não permitiam a menor reação dos afrontados.
A primeira iniciativa do sobrestante ao deparar um oponente era a de desarma-lo,
extirpando desse a posse da artilharia, para logo travar nele uma imobilização
forçosa, através duma sucessão de pancadas reumatizantes. Uma gritaria sem
precedentes se entreouvia pelos arredores do herdade, desencorajando aqueles que
tentavam abrir caminho entre os escombros do portão. A cada berrego no interior,
via-se a desistência de alguém fora da peladura, de modo que nenhum cúmplice
ousou continuar naquele local. O clamor no recôndito do ginásio, imprimia a pressa
do afugentar daqueles que restaram no quintal, onde alguns destes corriam numa
debandada, caindo pelo barro e cobrindo-se de assombro. Não obstante ocorria o
delíquio dos larápios que ficaram trancafiados na indústria de psicotrópicos; os
sopapos de Moisés equivaliam a patadas de um ursídeo, quanto mais pelo auxílio do
traje que incrementara a potência das pancadas desferidas. A síncope dos manatas é
realizada por meio dum golpe de jiu-jitsu, no qual o personagem se coloca detrás do
oponente, enastrando-o pela gorja, com as articulações do braço e o antebraço
enrijecidas, de forma a pressionar uma lipotimia do referido. Findado o desmaio do
opositor, sobrevinha o amordaçamento do mesmo, repetido dum enlaçar de braços e
pernas num único nó, em plena simetria lombar, com quem maniatava o gado.
Claramente que nem todos cediam a domação, e sobre estes intransigentes
prevalecera a força bruta em prol de uma represália e repreendimento, como artifício
de imposição do temor. Encerrado o aloite, restara apenas um silêncio de
obstupefação, como numa grulhada retida na consciência, mas que ainda era
exprimida por exíguos mugidos, os quais transcendiam as mordaças fixadas. A matula
ficara esparramada pelo pavimento, atordoada com a situação e indagando uma
explicação admissível, mas o clima sombrio tolhera quaisquer entendimento. Sobre
alguns padecia um lacrimejar invito, em decorrência da irritação ocular provocada
nas explosões. Unanimemente não sobrara um sequer desatado, pois a ofensiva de
Moisés fisgara a cáfila de modo absoluto. Até mesmo o vozear que manara dum
notebook se calou, e a conexão via internet também fora abortada durante a surtida
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cabalística. Reconhecendo o excídio do laboratório ilícito, assim como da captura dos
líderes da boca de fumo, Moisés resolve resilir dali, uma vez que a fama se espalhara
com ligeireza pelos quatro cantos da urbe. Antes de desarvorar-se, o sentinela retorna
ao telhado, onde deixa aceso um sinalizador, o instrumento pirotécnico que
denunciará o antro dos criminosos, através duma fumaça volumosa e enrubescida. De
longe já se enxergava a grande massa de vapor acinzentado, pois a escuridão
invertera o cetrino por um nevoeiro cinéreo. Os íncolas da favela abriram vários
chamados, tanto no corpo de bombeiros, como nas centrais de polícia, porquanto
pairava laivos dum incêndio. Todas as atenções logo seriam voltadas para aquela
localidade, até mesmo a Mídia haveria de ceder um espaço a cerca do acontecimento
umbroso. Seguro de que o lugar seria subitamente ocupado por diversas autoridades,
Moisés inicia a escapadela do circunstante, não pelo mesmo caminho de incursão,
mas por um trajeto radicado numa mata costeira. O figura portento abandona o
quartel das drogas, na íntegra destroçado, com a chefatura enclausurada e espavorida.
Dos cativos, a maioria se estrebuchava nos tacos da pavimentação, mas sobre a cariz
de alguns descia flúmens de lágrimas, não devidamente de choro, senão dum
irritamento que ainda persistia. No momento em que o protagonista adentra no cipoal,
vemos o regresso da eletrificação urbana, como se alguém sapiente, racionasse o
provimento de energia. A soturnidade que infestara os domínios, dá lugar para a
iluminância já conhecida, a qual de maneira alguma desobscureceria o báratro social
vigorante. A regressão das luzes encoraja os moradores a um adage coletivo, no qual
uma leva envereda-se no destino da nébula, ora pigmentada com a ruborização da
tocha sinalizadora. A plebe mantinha distância com o ginásio enevoado, mas nada os
impedia de segredar, presumindo vagamente o que ali sucedera-se. Nas quebradas e
ladeiras da morraria, distinguia-se longinquamente marchando, um referto comboio
de viaturas das distintas policias. Os uivos em forma de avisos sonoros, os quais
badalavam dos veículos trombudos, repelia a pretensão daqueles que se dirigiam na
mira do herdade nublado. Todavia Moisés rasgava a boscagem com suprema
pertinácia, lacerando a galhada por meio do prolongamento dos punhos, na carnadura
Skywalker
de tridentes afiados. Num terreno repecho, o indígete se depara com a margem
derradeira, um perau, o declive brusco que deságua no mesmo córrego de abordo
anterior. Mais uma queda é executada, racionalmente com os recursos de planação do
entraje, na ambição de alcançar o solo do atalho fundo. O personagem só não
aproveitara deste trajeto para a vinda, porque o mesmo é abnodoso, sem qualquer
entremeio ou rochedos que facilitem uma subida regular. No meato do regueiro,
apercebe-se o ofego de Moisés, como quem acaba de realizar um esforço
desmesurado e extenuante. O figura tropicava nos granizos do corgo, com uma mão
sobre o abdômen ferido, mais a outra palma na cabeça mascarada e oscilante. A
fadiga só se revelara aqui, bem depois do marco histórico efetuado, como uma
condição de quem intenciona a brilhantura em pleno anonimato. A extenuação de
Moisés preocupa a cúpula senil, a qual fora responsável por restituir o mantimento da
corrente elétrica, dando termo ao blecaute fementido. Ominando a astenia do
discípulo, Bruce locuciona encômios, num desejo de galvanizar o seu tutelado. O
heréu absorve a congoxa do paredro, e para aquietar os ares de acracia, o prodígio
reafirma que mesmo diante do abatimento físico, sua mente conservara-se inabalada.
Em determinada circunstância da hégira, num cruzamento do talvegue, o personagem
se depara com o rebuliço do alto duma ponte esconsa. A bulha compelira Moisés para
debaixo da estrutura de madeirite, onde obsidiara uma grandiosa batida policial. Ali o
protagonista constata entre os detidos, alguns integrantes da quadrilha de narcóticos,
pelo menos aqueles que ficaram no exterior do ginásio, e fugiram após o sobrosso
comungado. Os milicos revistavam cada um dos represados, numa varredura por
provas que liguem o bando ao sucedimento minaz. Porém nada era achado em posse
dos suspeitos, resultando na liberação de um a um, o que deixara Moisés por hora
cismado e ressentido com tudo aquilo. Contudo o afuroado é compreendido, quando
o sentinela senti algo tocar os pezunhos do induto; em uma olhada descensional, ele
nota rente ao curso d'água, uma armaria sendo arrastada pela corrente do regato.
Destarte ficara presumível que a corja, ao afrontar a tropa mílite, baldeara os
venábulos para as profundezas do ribeiro, pelo alambrado do elevado. Aliás até os
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malotes de cocaína foram alvejados no riacho, como tentativa de coonestar os cá
trasvisto. A acumulação dos ilícitos crescia ao rebalde do protagonista, e pelo fluxo
do ribete, depositavam-se no limbo pedregoso. Logo os retidos são eximidos, e a
frota de viaturas partira rumo a usina de narcóticos, da qual ainda exalava-se uma
fumarada maviosa. O que parecia um fracasso, algo concitador duma animadversão
contra o diligente, na verdade lhe conferira uma assaz esperança, além da convicção
de sucesso dos intentos programados. Por mais que as circunstâncias induzissem a
atitude de abandono da matulagem, Moisés acreditava em alguma coisa acima dos
adregos, a qual extrapolara a reação de covardia, perante a uma condição de
constrangimento. Para o vigilante a afetação que resultara no divórcio entre os
remanentes do crime, e os objetos de perversão emersos no arroio, representara numa
mudança de índole, ou ao menos num primeiro passo para uma circunspecção do
próprio celerado. Moisés não lamentara a escapatória dos réprobos, pois crera que
aquela seria uma mantena oportunidade para se repensar os ideais de comportamento.
Assim como os canas, o pugnaz aparta-se da presença dos escusos, mesmo tendo os
visto atuar na criminalidade. Moisés continua no caminho do córrego colubrino, na
vereda de voltar para a mansão reservada. Entretanto a récua situada no topo da
ponte, ainda conseguira entrever na fundura do álveo, um vulto sinistro e lampeiro,
desaparecendo nas sombras do muramento urbano. O grupo que acabara de
recuperar-se dum susto, agora padece de cólicas consumptivas, porquanto o recordo
das emoções vividas no herdade, retorna na visagem daquela figura indistinta.
Finalmente temos o desfecho da estória, com uma miscelânea de imagens,
entre as quais há a chegada das autoridades, no lugar delatado pelo nevoeiro
candente; também será visto a abordagem das mídias locais, como um meio de
alastrar e testificar o evento sepulcral; em último contempla-se Moisés, do alto dum
monte, esperando com reverência, a alba então reverdecida, num despontar do
primeiro alvor do dia. A erupção das vicissitudes tende a epilogar o enredo, com uma
Skywalker
oscilação da continuidade na trama, onde há o desdobramento do que virá após o
marco histórico vivenciado. Sendo assim teremos duma forma compendiosa, mas de
valor precípuo e sucinto, a reação da sociedade em face do que acontecera no antro
edificado, ao mesmo passo da resposta dos delinquentes. A compilação revelara um
retraimento das instituições do crime, pois acreditava-se que a repressão estava
associada ao advento de uma nova facção, uma pandilha com a pretensão de
desbancar a ordem vigente. Um discrímen aniquilara as pequenas seitas criminosas,
em virtude do conflito entre as organizações de maior porte. Derradeiramente vê-se
nos dias que sucederam a saltada no ginásio, um comportamento coletivizado das
populações dos morros, onde ainda persiste o toque de recolher, durante o enoutar
sobressaltado. Ao invés do corte de energia, os próprios moradores, no acuamento
entrosado, abscidavam as luzes das moradias, na ideia de convocar o sentinela
notívago. Do longe já se via as malocas numa escuridão parcial, não devido a um
blecaute intencionável, mas pela vontade dos habitantes, pois acreditavam que com
aquilo viria a benevolência e proteção do suposto ser sobrenatural. A mistificação das
ações que fulminaram os diversos pontos de droga, só endossara a recuada do
celerado. Em suma a primeira aparição do protagonista, mudara completamente os
hábitos na cidade, de maneira que criara-se um mito contra os criminosos e seus
simpatizantes. Dessarte a concludente imagem do filme, condensará o que aqui fora
descrito: Agora vemos o figura portento, logo após a saída da favela, parado no
mesmo monte onde deixara recovo, o veículo que o conduzira para a urbe. No alto do
outeiro, Moisés aguardava o amanhecer, enquanto Bruce Wayne o congratula pelos
feitos realizados. Ali nota-se a respiração serenada do personagem, como quem
conjetura ares novos. E no raiar da aurora tem-se o coroamento da película, onde
surge juntamente com o sol, uma narração dum locutor de rádio. O irradiador
comunicara o venturo, os acontecimentos que provirão depois do vitupério no
laboratório dos psicotrópicos. Portanto a narrativa suprimirá a efetivação da
conjuntura cá prenunciada, como se o orador estivesse situado em tempo a frente e
ulterior ao do protagonista. A feição abrandada do personagem centro, assim como o
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deslumbramento do alvorejar, trazem o acabamento peremptório para a feitura.
Mesmo com os presságios em forma de relatos distintos, ainda restará um vazio a
cerca do futuro, mas que certamente fora sortido de esperança com a chegada de
Moisés. Em síntese a trajetória do protagonista percorrera: o abandono ao
acolhimento; da perda de quem o aninhara, ao encontro como um novo universo; da
morte para o renascimento neste desconhecido mundo; e por fim, do obscurantismo
saltara para a compleição dum mito, um arquétipo alicerçado na psicologia do medo,
como ardileza para afastar a conduta criminosa e fortalecer ímpeto frugal.
E assim desvela-se a proposta de roteiro, a qual cristalizou a abstração contida
na gesta do personagem, sem demover uma função social para a obra. A consonância
obtida na permuta entre realidade e ficção, satisfará as expectativas do público
enfastiado com a reiteração, o ciclo vicioso donde nada de original é apresentado. A
iniciativa de trazer uma figura estrangeira para o cenário nacional, não objetiva
desmerecer a tão martirizada e ofuscada cultura de berço. A xenofobia no mundo
hodierno, atua como um dos mecanismo de defesa das etnias minoritárias em pecúlio,
com a finalidade de evitar a extinção dos costumes de cuna. Em uma sociedade
globalizada, o estrangeirismo não é somente um fruto do consumo de mercadorias,
mas até mesmo o âmbito da educação encontra-se parcialmente elícito. O
neocolonialismo exerce o domínio econômico, por meio duma exploração
segmentada, além de suplantar as tenências nativas, por um reputado modelo de vida
próspero. No entanto o problema não esta centrado na sobreposição de culturas, mas
como no monopólio das nações hegemônicas, tanto no campo mercadológico, quanto
na esfera do conhecimento. Dessa forma a construção do saber é amoldada segundo
as tinetas das potências numulárias, onde preconiza-se um ideal de prosperidade
condicionado a sujeitação das maiorias, para o luxo de poucos influentes. Embora o
domínio seja difuso, ainda notamos um páreo que permite a superação das barreiras,
rumo a uma independência alvissareira, ou no mínimo menos subordinada. Todavia o
Skywalker
cinema é uma das vertentes que busca um fortalecimento, baseado-se numa extensão
do alcance vernáculo. A cinematografia é um marmo ramo das artes, que possibilita a
inserção de uma entidade cultural, do mesmo jeito o respectivo modo de vida, num
círculo de relevância mundial. Portanto a inclusão duma ilustração ádvena, de
notoriedade incontrastável, só vem a majorar o alcançamento da propositura
audiovisual. Afinal a filmografia brasílica já é amplamente reconhecida pela
sensibilidade e engajamento de seus temas, o que não seria diferente com a sugestão
de roteiro elaborada. É provável que esta tal vocação engajada, seja um fruto dos
movimentos literários de cunho social ou da continuidade deles, como na obra de
Clarice Lispector “A hora da estrela”, onde a argúcia reflexiva fora inescurecível. O
mesmo siso da feita de Clarice, imagina ser atingido neste enredo, especialmente na
retratação da severidade que circunda a vida dos sofreados. Acredito que o sujeito
patrício, por ser desgarrado dum nacionalismo exaspero, tem o condão de opinar ou
transmitir pensamentos de uma forma idônea, sem deixar-se influenciar pela
comodidade da estrutura de éctipo exploratório. Se por um lado a segnícia patriota
impede uma consciência irrestrita de nação ou classe, em compensação o parecer
tende a ser lhano e dessujeito dos interesses privados. Entrementes a personagem
Macabéa de “A hora da estrela”, vive integralmente em um ambiente doloroso,
resignado a flagelação contida e renitente. Logo como resultado da constância
sofrente temos o turvamento da figura, como se mais nada de valor existisse, a não
ser o seu martírio permanente e abafado pelo cotidiano. A desestima da autora para
com Macabéa, chega a espiritar no leitor uma ânsia pela mudança da situação do
personagem, que de fato não acontece. Diante disso percebe-se que a temática social
da literatura inspirara a constituição de enredos do cenário nacional cinematográfico,
como em “Central do Brasil”, cujo a contextura da estória é demarcada pela quase
imutável circunstância de aperto anímico. Entretanto sobre a figura mor deste
Argumento, o personagem Moisés, é conjeturado um outro foco, algo além da
tribulação oriunda da carência financeira. Ao invés da fomitura como principal objeto
de discorrimento da película, vemos a valorização daqueles que sobrelevam a
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condição de estreiteza, sem emparvecer ou cimbrar-se a uma conduta criminosa.
Todavia a proposta aspira transfigurar a concepção indiferente dos indivíduos cotados
como invisíveis ou imperceptíveis socialmente, diamantizando a simplicidade e
honestidade contida neles. Ao maximizar o clamor dos abstidos, a película promove
um reconhecimento de classe, porquanto a existência duma voz, contraria o ânimo
apático. Enfim alterar a acepção dos ignorados, para a edificação de pilotis da
equanimidade, é o medular desígnio do Argumento, uma vez que aqueles onde
posição é vista na margem da sociedade, são os mesmos a escusarem, sustentando a
dignidade, um mergulho no completo obscurantismo.
Skywalker