BACTERIOSENSOR
-
Upload
aldoferreira -
Category
Documents
-
view
704 -
download
2
description
Transcript of BACTERIOSENSOR
BACTERIOSENSOR – TECNOLOGIA DE SENSORIAMENTO BACTER IOLÓGICO A
FIBRA ÓPTICA
Aldo Pacheco Ferreira
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA
BIOMÉDICA.
Aprovada por:
___________________________________________ Prof. Marcelo Martins Werneck, Ph.D.
___________________________________________ Profa. Celuta Sales Alviano, D.Sc.
___________________________________________ Profa. Margareth Crisóstomo Portela, Ph.D.
___________________________________________ Prof. Luiz Carlos Guedes Valente, D.Sc.
___________________________________________ Prof. Ricardo Marques Ribeiro, D.Sc.
___________________________________________ Prof. Renan Moritz Varnier R. Almeida, Ph.D.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
DEZEMBRO DE 2000
“Dê início a tudo o que você puder fazer, ou a tudo o que você
julgar que pode fazer. A audácia traz em si o talento, o poder e
a magia” - GOETHE
Agradecimentos
Ao Professor Marcelo Martins Werneck que aceitou mais este desafio na
orientação desta tese.
Ao Professor Ricardo Marques Ribeiro pelas discussões e acompanhamento nos
experimentos.
A todo corpo técnico e alunos do Laboratório de Instrumentação e Fotônica, pela
colaboração nos experimentos, pelas discussões técnicas, pela atenção e convívio.
Aos Professores do Programa de Engenharia Biomédica da COPPE/UFRJ,
pela formação e ensinamentos.
Ao corpo técnico de funcionários do Programa de Engenharia Biomédica.
Ao Dr. Paulo Buss, Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública, pelo interesse e
estímulo para o desenvolvimento desta tese.
Aos colegas do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental, da Escola de
Saúde Pública - Ensp/Fiocruz.
Aos colegas da Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Agradecimentos Especiais
A meu pai.
A Manoel Jacintho Coelho.
A Regina, Fabio e Amanda.
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
BACTERIOSENSOR – TECNOLOGIA DE SENSORIAMENTO BACTER IOLÓGICO A
FIBRA ÓPTICA
Aldo Pacheco Ferreira
Dezembro/2000
Orientador: Marcelo Martins Werneck
Programa: Engenharia Biomédica
Um sensor a fibra óptica – Bacteriosensor - em campo evanescente para
detectar bactérias é proposto e estudado experimentalmente. A técnica é baseada na
atenuação do campo evanescente do sinal óptico guiado pelo contato físico direto dos
microrganismos em crescimento.
O sistema sensor para detecção bacteriana foi projetado, construído e
caracterizado quanto a sensibilidade, reprodutibilidade e linearidade da resposta. Para
isso, implementaram-se provas em microrganismos aerobiológicos coletados no
ambiente hospitalar, em microrganismos isolados da água de dois hospitais públicos e,
finalmente, a caracterização do sensor frente a bactéria padronizada cedida pelo
Centers for Disease Control and Prevention [CDC].
Com os resultados experimentais fica sustentável a viabilidade de implementar
um protótipo para detectar, principalmente, baixas concentrações de microrganismos
em curto espaço de tempo, bem como, aprofundar estudo da metodologia
desenvolvida.
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
BACTERIOSENSOR – TECHNOLOGY OF BACTERIOLOGICAL SENS ING BY
OPTICAL FIBER
Aldo Pacheco Ferreira
December/2000
Advisor: Marcelo Martins Werneck
Department: Biomedical Engineering
A fiber-optic sensor – Bacteriosensor - in evanescent field for detect bacteria is
proposed and experimentally studied. The technique is based upon the attenuation of
the evanescent field of the optical signal guided by the direct physical contact with the
microorganisms in growth.
The sensor system for bacterial detection was projected, built and characterized
in sensibility, reproducibility, and linearity of sensor response. For that, experiments
were implemented in aerobiological microorganisms collected at the hospital
environment, in microorganisms isolated from water of two public hospitals and, finally,
in the characterization of the sensor with a standard sample of bacteria supplied by the
Centers for Disease Control and Prevention [CDC].
With the experimental results obtained it is maintainable the viability of the
implementation a prototype for detecting, mainly, low concentrations of microorganisms
in short space of time, as well as, to deepen the study of this developed methodology.
ÍNDICE
Folha de rosto................................................................................................................. i
Ficha catalográfica......................................................................................................... ii
Resumo......................................................................................................................... iii
Abstract......................................................................................................................... iv
Dedicatória..................................................................................................................... v
Agradecimentos............................................................................................................ vi
Índice........................................................................................................................... viii
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO....................................................................................... 1
CAPÍTULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................. 6
II-1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 6
II-2. DETECÇÃO BACTERIANA POR TÉCNICAS BIOLÓGICAS......................... 7
II–2–1. DETECÇÃO BACTERIANA POR MICROSCOPIA................................. 8
II-2-2. DETECÇÃO BACTERIANA POR CULTURA........................................... 9
II-2-3. DETECÇÃO BACTERIANA POR TÉCNICAS IMUNOLÓGICAS............ 10
II-2-2. DETECÇÃO BACTERIANA POR TÉCNICAS MOLECULARES............. 10
II-3. DETECÇÃO BACTERIANA POR TÉCNICAS ÓPTICAS............................... 12
II-3-1. CONCEITO DE SENSOR BIOLÓGICO................................................... 16
II-3-2. SENSOR BIOLÓGICO POR ONDA EVANESCENTE............................. 17
II-3-3. TIPOS DE SENSORES BIOLÓGICOS ÓPTICOS EM
CAMPO EVANESCENTE DE USO CORRENTE................................... 20
CAPÍTULO III. METODOLOGIA.................................................................................. 25
III-1. PRINCÍPIOS.................................................................................................. 25
III-2. MONTAGEM DO CIRCUITO ÓPTICO (set-up)............................................ 28
III-3. EXPOSIÇÃO DO CAMPO EVANESCENTE NA FIBRA ÓPTICA................. 29
III-4. EXPERIMENTOS, MATERIAIS E MÉTODOS.............................................. 29
III-4-1. MONITORAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE PATÓGENOS
AEROBIOLÓGICOS............................................................................. 30
III-4-2. ENSAIOS METODOLÓGICOS PARA CARACTERIZAÇÃO
DO BACTERIOSENSOR.................................................................... 34
III-4-3. DETECÇÃO DE Legionella pneumophila EM HOSPITAIS................. 40
III-4-3-1. Coleta de Amostras para Provas Físico-Químicas........................ 43
III-4-3-2. Coleta de Amostras para Provas Microbiológicas......................... 45
III-4-3-3. Análises de Legionella pneumophila............................................. 48
CAPÍTULO IV – RESULTADOS.................................................................................. 51
IV-1. RESULTADOS OBTIDOS DA MONITORAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE
PATÓGENOS AEROBIOLÓGICOS............................................................. 51
IV-2. RESULTADOS OBTIDOS DOS ENSAIOS METODOLÓGICOS PARA
A CARACTERIZAÇÃO DO BACTERIOSENSOR........................................ 56
IV-3. RESULTADOS OBTIDOS NA DETECÇÃO DE Legionella pneumophila.... 73
IV-3-1. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS........................................................... 73
IV-3-2. ANÁLISES COLIMÉTRICAS............................................................... 74
IV-3-3. ISOLAMENTO DE Legionella pneumophila........................................ 76
IV-4. ESPALHAMENTO DE LUZ: ASPECTOS DA TEORIA MIE......................... 80
CAPÍTULO V – DISCUSSÃO...................................................................................... 90
V-1. DISCUSSÃO DA DETECÇÃO DE PATÓGENOS NO AMBIENTE
HOSPITALAR.............................................................................................. 91
V-2. DISCUSSÃO DA CARACTERIZAÇÃO DO BACTERIOSENSOR................ 93
V-3. DISCUSSÃO DA DETECÇÃO DE Legionella pneumophila......................... 97
V-4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NA ASSINATURA ÓPTICA 102
CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES E SUGESTÕES.................................................... 104
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 107
ANEXOS
ANEXO 1. Artigo publicado - Biotechnology Techniques................................. 134
ANEXO 2. Artigo submetido – Biosensors & Bioelectronics............................. 135
ANEXO 3. Patente: Depósito no BRASIL......................................................... 136
ANEXO 4. Patente: Depósito nos EUA............................................................. 137
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1a. Representação de onda evanescente 19
Figura 1b. Representação de onda evanescente 19
Figura 2. Representação esquemática de plasmons superficiais (SPR) 22
Figura 3. Representação de biosensor por espelho ressonante 23
Figura 4. Representação de biosensor por guias de ondas planares 24
Figura 5. Representação esquemática de Imunosensor 24
Figura 6. Curva de crescimento (generalizada) de uma cultura bacteriana 26
Figura 7. Esquema de Montagem Óptica Experimental do Bacteriosensor 29
Figura 8. Esquema ilustrativo de material utilizado para filtração por membrana 46
Figura 9. Isolamento bacteriano por membrana filtrante à vácuo 47
Figura 10. Sinal óptico de detecção Iout(t) para MRSA 53
Figura 11. Sinal óptico de detecção Iout(t) para Streptococcus pneumoniae 53
Figura 12. Controle negativo: Iout(t) do meio de cultivo Baird-Parker agar base 54
Figura 13. Controle negativo: Iout(t) do meio de cultivo Trypticase soy blood
agar base 55
Figura 14. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 10 de E. coli O157:H7 57
Figura 15. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 20 de E. coli O157:H7 57
Figura 16. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 30 de E. coli O157:H7 58
Figura 17. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 40 de E. coli O157:H7 58
Figura 18. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 50 de E. coli O157:H7 59
Figura 19. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 60 de E. coli O157:H7 59
Figura 20. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 70 de E. coli O157:H7 60
Figura 21. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 80 de E. coli O157:H7 60
Figura 22. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 90 de E. coli O157:H7 61
Figura 23. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 100 de E. coli O157:H7 61
Figura 24. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 200 de E. coli O157:H7 62
Figura 25. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 400 de E. coli O157:H7 62
Figura 26. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 800 de E. coli O157:H7 63
Figura 27. ∆tLAG (minutos) versus diferentes N0 de E. coli O157:H7 64
Figura 28. Iout(t) para N0 = 200 de E.coli O157:H7discutindo as três fases 65
Figura 29. Curva de Calibração do Bacteriosensor 66
Figura 30a. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 20x 67
Figura 30b. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 40x 68
Figura 30c. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 80x 68
Figura 30d. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 80x 69
Figura 30e. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 200x 69
Figura 30f. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 800x 70
Figura 31a. Microfotografia eletrônica de E. coli O157:H7. Aumento de 20x 70
Figura 31b. Microfotografia eletrônica de E. coli O157:H7. Aumento de 400x 71
Figura 31c. Microfotografia eletrônica de E. coli O157:H7. Aumento de 800x 71
Figura 31d. Microfotografia eletrônica de E. coli O157:H7. Aumento de 2000x 72
Figura 32. Controle negativo: Iout(t) do meio de cultivo BCYE agar base 77
Figura 33. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 100 de de L. pneumophila 78
Figura 34. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 500 de de L. pneumophila 78
Figura 35. Resposta óptica Iout(t) para N0 = 1000 de de L. pneumophila 79
Figura 36. Diagrama esquemático de Espalhamento e Absorção 81
Figura 37. Espalhamento Angular - Escherichia coli O157:H7 86
Figura 38. Espalhamento Angular - Legionella pneumophila 89
Figura 39. Gráfico representativo dos polinômios de Legendre anexo 14
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Espécies de Legionella spp. 42
Tabela 2. Contagem de CFU para MRSA e Streptococcus pneumoniae 52
Tabela 3. Resultados das análises físico-químicas da água do Hospital A 73
Tabela 4. Resultados das análises físico-químicas da água do Hospital B 74
Tabela 5. Resultados das análises colimétricas do Hospital A 75
Tabela 6. Resultados das análises coliméticas do Hospital B 75
Tabela 7. Resultados de L. pneumophila sorogrupo 1 nos Hospitais A e B 76
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
É fundamental que a saúde esteja sempre, direta ou indiretamente, envolvida
em diversas pesquisas para o entendimento das causas de doenças e para o
desenvolvimento de procedimentos que visem a proteção da população em relação a
estas, propiciando a organização de programas de saúde para trazer tecnologia de
ponta para a solução de problemas centrais de uma nação ou comunidade. Em geral,
no vasto campo da saúde, as contribuições que, por sua originalidade, têm modificado
as ações, condutas e atitudes a ela, são o produto de avanços tecnológicos. Do ponto
de vista fisiológico, a saúde traduz o funcionamento harmônico das diversas partes
que integram qualquer organismo vivo. O meio interno ou fisiológico regula a
complexidade dos fenômenos físico-químicos gerados como resposta aos estímulos
do meio externo, ou seja, é o resultado de um ajuste dinâmico adequado do organismo
com os agentes que tendem a alterá-lo. Não é uma inter-relação passiva entre as
substâncias que integram o organismo e os fatores que pretendem romper a
harmonia, mas uma resposta ativa das forças corporais que funcionam estabelecendo
o ajuste. Analisando tais conceitos, a saúde pode ser interpretada como produto de
inter-relação harmônica entre o organismo e o ambiente que a rodeia, fator este de
caráter dinâmico [1].
O controle de doenças transmissíveis baseia-se em intervenções que, atuando
sobre um ou mais elos conhecidos da cadeia epidemiológica de transmissão, sejam
capazes de vir a interrompê-la. Entretanto a interação do Homem com o meio
ambiente é muito complexa, envolvendo fatores em constante modificação. Assim
sendo, os métodos de intervenção tendem a ser aprimorados ou substituídos, na
medida em que novos conhecimentos são aportados, seja por descobertas científicas,
seja pela observação sistemática do comportamento dos procedimentos de prevenção
e de controle estabelecidos. A evolução desses conhecimentos contribui para a
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos serviços de saúde, na
contínua busca de seu aprimoramento.
Ao tratar-se de enfermidades de incidência transitória ou permanente, sua
repercussão pode ser evidenciada por políticas assistenciais. Porém quando tais
enfermidades são de natureza infecto-contagiosa, conseqüentemente os danos na
população tem, em ocasiões expressivas, maior transcendência. Para direcionar as
ações para a prevenção de enfermidades, o prolongamento da vida e o fomento da
saúde e da eficiência, têm-se como meta o controle de infecções transmissíveis, aliado
a um nível de ambiente adequado para a conservação da saúde. Entretanto várias
periculosidades ambientais estão longe de solução imediata. As questões de controle
de ambiente e saúde se tornaram conceitualmente intercambiáveis, e o controle
microbiológico tornou-se estratégico, de forma a permitir a integração sustentável nos
modos específicos de prevenção da área privada ou pública. Não é mais possível falar
sobre o ambiente sem se referir à saúde, e vice-versa.
O desenvolvimento de uma sociedade depende da melhoria das condições
sócio-econômicas, combinando crescimento econômico com a melhoria da qualidade
de vida da população, e a invenção de novas tecnologias para racionalizar produção,
processos e serviços. Desta forma, pesquisa e desenvolvimento são setores chaves
de sociedades modernas. Problemas sérios de saúde ambiental são compartilhados
tanto por países desenvolvidos quanto por países em desenvolvimento, afetando
milhões de pessoas que sofrem de doenças, as quais tiveram como causa principal a
exposição a agentes biológicos.
De acordo com recentes dados da Organização Mundial de Saúde [2], há um
quadro de deterioração das condições de saúde da população mundial, e descreve-se
enfaticamente a repetição de doenças comunicáveis e emergentes, as quais
disseminam um quadro mórbido que afeta o mundo inteiro. A situação se complica
drasticamente quando surgem microrganismos resistentes, em especial, nas
incidências de infecção hospitalar, as quais expressam uma resistência causada por
drogas antimicrobianas e outros agentes, tornando-se mais um problema de Saúde
Pública. O problema é agravado pelo fato desta resistência não ter nenhuma barreira
natural, gerando variedades genéticas que podem, em alguns casos (ebola, vírus
recombinante antrax), conduzir rapidamente a um impacto mundial.
Uma doença evidencia formas de interação dos diferentes fatores relativos ao
meio ambiente e ao agente que determina o comportamento desse agravo na
população. Pode-se, portanto, conceituar o comportamento normal ou endêmico de
um agravo à sua ocorrência dentro de padrões regulares, com a elevação brusca do
número de casos, caracterizando, de forma clara, um excesso em relação ao normal
esperado. Desta forma, os conceitos discutidos neste trabalho são desdobramentos de
pesquisas na detecção de microrganismos, com o intuito de ser uma ferramenta de
apoio, em tempo real, na prevenção de acometimentos à população. De uma forma
geral, a presença e a concentração de alguns dos referidos microrganismos afeta por
exemplo: a qualidade (potabilidade e balneabilidade) da água para consumo em
metrópoles e balneários, o que pode causar, entre outras doenças, a diarréia; afeta a
qualidade dos alimentos, o que genericamente pode causar a intoxicação alimentar e,
em particular, o “mal de hambúrguer”; afeta a qualidade do ar em clínicas,
ambulatórios e hospitais, onde a presença de microrganismos aerobiológicos constitui-
se, por exemplo, em um importante vetor das “infecções hospitalares”. Qualquer que
seja o caso, pode ser de interesse, ou mesmo de suma importância, detectar a
presença de certos microrganismos em tempo real ou quase real, e, por conseguinte,
monitorar a sua evolução temporal com o intuito de agilizar ações.
Este trabalho tem como meta o sensoriamento de organismos patogênicos,
utilizando tecnologia óptica, incorporando como objeto das ações a incidência do
acometimento de doenças, o risco e o impacto ambiental, com mecanismos de
detecção bacteriana. O modelo adota novas tecnologias em que os processos ópticos
e microbiológicos constituem parte essencial, e fundamentam o sensor biológico. A
combinação da tecnologia de fibras ópticas e sensores ópticos avançados promete
abrir novos horizontes em aplicações médicas, clínicas e monitoramento ambiental [3-
6]. Tal fato fundamenta-se na necessidade premente de instrumentação seletiva e
sensitiva para a análise destas amostras. Como resultado desta alta especificidade, a
aplicação principal desta tecnologia está na identificação imediata de microrganismos
em substituição aos métodos tradicionais de detecção, nos quais o tempo de
identificação se dá em um período de 3 a 14 dias [7].
O sensor em questão traduz uma tecnologia para realizar a detecção de
microrganismos, utilizando uma combinação de procedimentos microbiológicos com
dispositivos construídos com fibras ópticas e componentes relacionados. A tecnologia
adotada combina procedimentos microbiológicos que permitem que os
microrganismos possam ser seletivamente culturados, com um circuito de fibras
ópticas convenientemente construído que é adequadamente posto em contato físico
direto com o referido meio de cultura biológico. O sensor como um todo é fisicamente
constituído de três sub-sistemas: circuito de fibras ópticas e componentes, elemento
sensor de fibra óptica e o meio de cultura biológico seletivo.
Para fins de melhor sistematização, este trabalho foi dividido em tópicos que
expressam as principais vertentes abordadas no desenvolvimento do bacteriosensor.
A revisão bibliográfica é apresentada no Capítulo II, onde são explanados
vários métodos usados por outros autores para a detecção de microrganismos.
A metodologia usada para o desenvolvimento do sensor de detecção
bacteriana a fibra óptica (Capítulo III) se divide em 5 partes: Introdução, Princípios,
Montagem do Circuito Óptico, Campo Evanescente e Experimentos de
Sensoriamento.
Os resultados são apresentados nos Capítulos IV. No Capítulo V é feita uma
discussão dos resultados experimentais, analisando comparativamente a tecnologia
desenvolvida e as apresentadas por outros autores. Aplicações práticas, sugestões e
desdobramentos de futuras teses são descritos no Capítulo VI.
Os Anexos (1-4) constam de artigo publicado na revista “Biotechnology
Techniques”, de artigo submetido à revista “Biosensor & Bioelectronics”, resumos das
patentes depositadas no Brasil (21/7/2000) e nos Estados Unidos (31/7/2000).
CAPÍTULO II
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
II-1. Introdução
As primeiras medidas volumétricas de microrganismos no ar foram publicadas
por Pasteur, em 1861, no estudo da geração espontânea da vida. Desde então a
monitoração biológica passou a ser um conceito importante e estabelecendo-se por
estimação individual ou de grupo de risco. Os métodos principais para amostragem de
microrganismos são baseados na impactação ou filtragem com inoculação posterior
em meios de cultivo, sendo que tais procedimentos, após período de incubação,
necessitam de um tempo de, pelo menos, 72 horas para identificação e quantificação
do microrganismo. Diferentes modos de detecção biológica são possíveis, mas
progressos gerais têm sido feitos com sensoriamento óptico na monitoração de
patógenos.
É bastante vasto o conhecimento médico para o combate aos patógenos que já
tenham infectado o organismo humano, em especial aqueles causadores de infecção
hospitalar. A magnitude do problema das infecções hospitalares no nosso meio é
subestimada em função do escasso volume de informações a respeito da matéria. A
situação se complica com a prática de intervenções cirúrgicas cada vez mais
audaciosas, a internação de pacientes cada vez mais graves e a presença de germes
cada vez mais resistentes. Atualmente, o uso de drogas fotoquímicas ativadas com
diodos semicondutores de alta potência óptica (LEDs), tem obtido destaque no
combate a pacientes infectados com tais microrganismos, permitindo a erradicação
destes sem prejudicar o paciente [8]. Da mesma forma, tem-se em uso um método de
caracterização das bactérias envolvidas nos processos de infecção hospitalar,
conhecido como eletroforese em campo pulsado, o qual é capaz de rastrear com
precisão os microrganismos envolvidos em infecção hospitalar, mapeá-los e avaliar o
nível de impacto ambiental num período de 7 a 14 dias [9].
II-2. Detecção Bacteriana por Técnicas Biológicas
A abordagem para a descoberta de bactérias em humanos, animais, plantas ou
no ambiente é conceitualmente idêntica. A primeira doença causada por bactéria,
comprovadamente, foi o anthrax. Os postulados de Kock são universais e intencionam
provar a relação etiológica entre um microrganismo descoberto e a doença que causa.
Estes microrganismos podem ser observados nas lesões [10] e obtidos em cultura
pura, sendo que a inoculação destes organismos culturados em animais de
experimentação, pode causar, a princípio, uma doença idêntica de onde foi isolado.
A primeira detecção de bactéria foi por microscopia, sendo logo melhorada pela
introdução de procedimentos histológicos.
Culturas puras foram indispensáveis para o estudo da patogenicidade e para o
estabelecimento da relação etiológica entre uma bactéria em particular e doenças. Foi
logo percebido que técnicas sobre meios artificiais eram mais sensíveis do que a
microscopia para a detecção bacteriana. Algumas bactérias, ainda, multiplicam-se in
vitro somente dentro de células eucarióticas e alguns patógenos humanos podem
ainda não ser cultivados in vitro. Era impossível diferenciar em aspectos morfológicos,
exclusivamente, o sempre crescente número de bactérias observadas em doenças,
órgãos e o ambiente. Isto resultou no estudo de suas características fisiológicas e
bioquímicas na cultura, para propósitos de classificação e identificação, permitindo
estudos subseqüentes de patogenicidade e virulência entre os grupos de organismos.
Durante os últimos 20 anos a tecnologia de DNA tem emergido e as
ferramentas da biologia molecular são, agora, disponíveis para detecção, assim como
para a caracterização de microrganismos. As primeiras aplicações foram direcionadas
a provas de hibridização com fragmentos de ácidos nucléicos específicos. Mais tarde,
desenvolveram-se procedimentos de amplificação in vitro de ácido nucléico. Nesse
ponto acreditava-se que esta duplicação enzimática e a amplificação de seqüências
específicas de ácido nucléico poderiam, gradativamente, substituir culturas
bacterianas. Entretanto, rapidamente, tornou-se claro que o diagnóstico molecular
possui dificuldades próprias em termos de sensibilidade, especificidade, tempo e
custo. Como conseqüência, sua aplicação tem sido restrita à solução daqueles
problemas para os quais ele é superior a técnicas convencionais [11]. Técnicas
moleculares devem ainda implementar o conhecimento de patogenicidade e virulência.
II–2–1. Detecção Bacteriana por Microscopia
A detecção bacteriana por microscopia através de esfregaços frescos,
preferivelmente por contraste de fase, pode dar uma primeira aproximação presuntiva
do agente etiológico, pela evidenciação da motilidade e da presença de endosporos
[12,13].
A microscopia em campo escuro é um procedimento de escolha para a
observação de espirochetas em lesões muco-cutâneas, associadas ao estágio
primário da sífilis, como também do exame de sedimentos de urina e fluido cérebro-
espinhal e urina de pacientes com leptospirose.
Mais informação é obtida pelo exame de esfregaços após a fixação. Alguns
métodos diretos de fixação são direcionados para visualizar estruturas, tais como
esporos, flagelos ou grânulos. Contudo, os métodos mais largamente utilizados são as
colorações de Gram e Ziehl-Neelsen. Estas colorações diferenciais não só melhoram a
visualização da bactéria, mas também dão importantes pistas de suas identificações.
Ambas as técnicas são ancoradas na composição da parede celular e estruturas
associadas. A detecção de bacilos álcool-ácido resistente no escarro ou outros fluidos
corpóreos continua sendo um dos pilares para o diagnóstico de tuberculose no mundo,
com a limitação de que outras micobactérias, além da Mycobacterium tuberculosis
possam, ainda, ser responsáveis pela doença. Na prática diária, a morfologia e as
características observadas na coloração de Gram da bactéria, junto com a natureza do
espécime nas quais são observadas, permitem um diagnóstico presuntivo da espécie.
Entretanto, a identificação da maioria dos casos é possível, somente, até o nível de
gênero.
A detecção bacteriana por microscopia atua em uma faixa de 104 a 105
organismos por ml e, como decorrência do diagnóstico presuntivo, é relativamente
induzida a erros por traços de dúvidas no julgamento da forma, reação de Gram e
motilidade do microrganismo.
II-2-2. Detecção Bacteriana por Cultura
O isolamento por cultura de patógenos microbianos permanece como o método
mais confiável nos laboratórios de diagnóstico microbiológico. O refinamento de
técnicas de cultura in vitro provém dos mecanismos e processos de infecção [12,13].
Originalmente, todas as culturas bacterianas eram semeadas em meio líquido.
A necessidade de culturas puras levou ao desenvolvimento de meios sólidos e
permitiu mais facilmente e precisamente a quantificação de bactérias. As
características das colônias bacterianas em meio sólido tornaram-se importante
ferramenta de identificação. Ao longo de muitas décadas, principalmente por tentativa
e erro, os meios de cultivo foram desenvolvidos e melhorados para diferentes
propósitos na microbiologia clínica. Meios de cultivo de isolamento primários servem,
normalmente, para recuperar o patógeno de fontes estéreis, enquanto que meios
seletivos são usados para recuperar o patógeno de fontes polimicrobiais ou
implementar características de isolados primários.
A despeito dos valores estabelecidos, as culturas in vitro possuem alguns
fatores limitantes, dentre eles está o tempo requerido para isolar e identificar o agente
etiológico pelo melhor método disponível, os quais variam de dias a semanas.
II-2-3. Detecção Bacteriana por Técnicas Imunológic as
Esforços para aperfeiçoar a sensibilidade e a especificidade da detecção
bacteriana por microscopia, através do uso de imunofluorescência, usando anticorpos
monoclonais em bacteriologia médica, são limitados a infecções por rickettsiae,
chlamydiae e legionellae [12,13].
Técnicas imunológicas tendem a melhorar a sensibilidade do diagnóstico, em
especial, em imunoensaios enzimáticos. Contudo, levam várias horas em análises e
requerem múltiplos controles, fazendo-os mais adequados para testes múltiplos do
que espécimes individuais, assim perdendo a vantagem da rapidez.
II-2-4. Detecção Bacteriana por Técnicas Moleculare s
Técnicas moleculares são indicadas para a detecção de organismos que não
podem crescer in vitro ou para os quais as técnicas correntes de cultura são muito
insensíveis e, também, para a detecção dos organismos que requererem meios
sofisticados culturas de células ou tempos de incubação prolongados.
O princípio básico de qualquer teste diagnóstico molecular é a detecção de
uma seqüência específica de ácido nucléico por hibridização a uma seqüência
complementar de DNA ou RNA. A detecção bacteriana por teste do ácido nucléico foi,
primeiramente, aplicada no campo das doenças infecciosas por MOSELEY et al. [14],
para a detecção de enterotoxigênica Escherichia coli, pela hibridização DNA-DNA, em
amostras crescidas em placas de Petri com agar MacConkey. Esta aplicação ilustrou a
maior vantagem deste conceito: bactérias patogênicas podendo ser detectadas e
identificadas em uma mistura de bactérias patogênicas e não-patogênicas,
pertencendo à mesma espécie presente na mesma amostra, e difíceis de distinguir por
culturas tradicionais e técnicas de identificação, devido a suas similaridades
bioquímicas.
A detecção de patógenos por provas diretas sem amplificação de seus ácidos
nucléicos foi desenvolvida para vários patógenos bacterianos. É usada com sucesso
para a detecção de Chlamydia trachomatis [15], embora esta técnica seja,
provavelmente, no futuro substituída por testes de amplificação. Para muitas outras
possíveis aplicações, especialmente a detecção de patógenos respiratórios como as
espécies Legionella [16], Mycobacterium pneumoniae [17], Chlamydia pneumoniae e
Mycobacterium tuberculosis [18], o procedimento perde a sensibilidade necessária a
ser aplicada no diagnóstico clínico laboratorial.
A detecção bacteriana por métodos de amplificação é possibilitada pelo fato de
qualquer extensão de ácido nucléico pode ser copiada usando uma DNA-polimerase,
contanto que alguns dados de sucessão sejam conhecidos pelo desenho apropriado
de primers. A replicação in vitro de DNA foi possível quando KORNBERG [19]
descobriu a DNA-polimerase I, mas não se teve progresso até que, em 1986, foi
introduzida a idéia da reiteração do processo da polimerização do DNA [20],
alcançando um incremento exponencial de ácido nucléico pela reação polimerásica
em cadeia (PCR).
Técnicas alternativas de amplificação de ácido nucléico foram desenvolvidas,
usando diferentes enzimas e estratégias, mas todas elas foram baseadas em reações
reiterativas. Na maioria destas, o ácido nucléico é amplificado e, em algumas, este é
multiplicado. Nas técnicas de amplificação de ácido nucléico com PCR, o sistema
baseia-se na transcrição [21] a partir de uma seqüência de replicação [22], derivando
uma seqüência amplificada de ácido nucléico e a amplificação transcritiva mediada,
para fins comerciais [23,24]. Sistemas de amplificação in vitro têm muitas vantagens
sobre métodos clássicos para a detecção de patógenos bacterianos. São altamente
específicos, provêm escolha de primers específicos para um organismo em particular
ou grupo de organismos, assim permitindo imediata identificação. Novos organismos,
muitos dos quais nunca tendo sido cultivados em meios artificiais, estão sendo
detectados e identificados, bem como associados a doenças [25].
Entretanto, há inúmeras restrições práticas. A sensibilidade clínica pode ser
mais baixa do que a sensibilidade analítica. O sucesso desta técnica é altamente
dependente de quantas moléculas possam ser concentradas na amostra teste, da
presença de inibidores de processos enzimáticos responsáveis por reações falso-
negativas e do volume da amostra. Além disso, os procedimentos são particularmente
propensos a contaminação cruzada, através de fragmentos de ácidos nucléicos
previamente amplificados [26]. Conseqüentemente, faz-se necessária a
disponibilidade de pessoal bem treinado, o uso específico de alguns laboratórios e o
uso de material apropriado. Resultados negativos devem ser substanciados pela
inclusão de controles internos específicos. Resultados positivos devem ser
confirmados por uma segunda reação de amplificação de uma fragmento de ácido
nucléico alternativo [27]. Tudo isso torna as técnicas de amplificação bastante caras e
complexas.
II-3. Detecção Bacteriana por Técnicas Ópticas - Se nsores a Fibra Óptica
O primeiro laser foi construído em 1954 e, em apenas uma década, os lasers
cobriram o espectro do infravermelho ao ultravioleta. A utilização de fontes coerentes
de alta potência permitiu a descoberta de todo um conjunto de novos efeitos ópticos
não-lineares (geração de harmônicos, mistura de freqüências). A tecnologia
necessária para produzir sistemas de comunicação óptica, desenvolveu-se
rapidamente. A área militar despertou um interesse no uso do ferramental óptico, que
vai desde a elaboração de “bombas inteligentes”, dispositivos infravermelhos de visão
noturna, até o desenvolvimento de sensores biológicos, em especial.
Desde os anos 70 é focado o uso de fibras ópticas em Telecomunicações.
Avanços na tecnologia de manufaturamento de fibras ópticas, optoeletrônica e
componentes semicondutores promoveram, mais adiante, a intensificação de
pesquisas no campo de sensores a fibra óptica [28]. Projetos iniciais de sensores a
fibra óptica empregavam fibras ópticas como guias de luz através de um sistema
óptico convencional modificado, de tal forma que as medições podiam ser feitas
diretamente no local da reação [29]. Isto imediatamente expandiu o uso de fibras
ópticas para sensoriar diversas aplicações, no lugar de métodos ópticos tradicionais
que já estavam estabelecidos. Outro fato impulsionador deve-se à aplicação de
modernas técnicas eletrônicas integradas ao processamento de sinais.
Em geral, as metodologias ópticas de sensoriamento são baseadas nas
mudanças das propriedades ópticas, através de medidas de reflexão, interferência,
absorção, espalhamento, refração e difração. Quando um ou mais destes fenômenos
acontecem, as mudanças nas propriedades ópticas serão refletidas na modulação de
uma ou mais das seguintes propriedades: comprimento de onda, amplitude, fase ou
polarização. Em comparação aos sensores convencionais puramente eletrônicos,
sensores a fibra óptica oferecem mais vantagens, podendo-se destacar dentre outras:
isolamento elétrico e imunidade a interferência eletromagnética [30].
A maior importância atribuída ao sensor a fibra óptica dá-se pelo fato de fibras
ópticas detectarem mudanças ocorridas em micro-ambientes em torno de sua
superfície. Hoje em dia, presume-se que em termos de detecção biológica, não há
nada que possa deixar de ser monitorado com sensores de fibra óptica, em especial,
em ambientes hospitalares, onde se almeja obter alarmes gerais indicativos de
presença de microrganismos patogênicos. Diferentes modos de monitoração
microbiológica são possíveis, mas progressos gerais têm sido feitos usando
mediadores eletrônicos na monitoração das atividades bacterianas [31].
O primeiro sensor biológico desenvolvido é datado dos anos 50, quando
LELAND C. CLARK, da Fundação de Pesquisa do Hospital de Crianças, em
Cincinnati, elaborou um eletrodo para medir oxigênio dissolvido no sangue de
pacientes em cirurgias. Ele envolveu um eletrodo de platina e um eletrodo de
referência com uma membrana plástica permeável a gases. A voltagem no eletrodo de
platina era fixa, de forma que a taxa de fluxo gasoso pelo circuito dependia da taxa de
oxigênio difundido pela membrana, que, em troca, era diretamente proporcional à
concentração externa de oxigênio.
Em 1962, CLARK estendeu a aplicabilidade do eletrodo de oxigênio de forma a
poder sensoriar níveis sangüíneos de glicose [32]. Ele cobriu o sensor de oxigênio
com uma camada de gel contendo um biocatalisador, a enzima glicose oxidase,
seguida por uma diálise semi-permeável que permitiu à glicose difundir-se dentro do
sensor, mas impediu a enzima de difundir-se fora. Da mesma forma, a membrana
impediu a entrada de enzimas que poderiam degradar o biocatalisador. Quanto mais
entrava glicose no sensor, mais oxigênio era consumido pela enzima. Baixas leituras
de oxigênio traduziam diretamente altos níveis de glicose.
Este sensor nunca firmou-se no cuidado de paciente de rotina. Sua precisão
dependeu criticamente da taxa a qual oxigênio e glicose se difundiam no sensor,
sendo que esta poderia mudar ou com o nível de oxigênio no sangue do paciente, ou
com coágulos que se formavam na superfície do sensor. Não obstante, o dispositivo
proporcionou uma base conceitual para trabalhos subseqüentes, ou seja, um sistema
biológico sensível a uma combinação particular, um transdutor físico para converter a
mudança química em uma medida e membranas para separar elementos do sensor.
A inovação seguinte deu-se em 1969, quando GEORGE G. GUILBAULT, da
Universidade Estadual de Lousiana, em Nova Orleans, construiu um sistema para
medir uréia em fluidos corpóreos. Tal dispositivo usava urease, enzima que converte
uréia em dióxido de carbono e amônia. Um eletrodo era afetado por mudanças na
concentração do íon amônio. O sensor de GUILBAULT [33] marcou um avanço
significativo pelo fato de estar ancorado em detecção potenciométrica, técnica esta
largamente utilizada.
Considerando que o sensor de CLARK media a corrente que fluía através do
eletrodo, o sensor potenciométrico media a propensão de voltagem requerida para
manter a corrente de fluxo zero. O eletrodo não consumia nenhum dos substratos
reativos, sendo então menos suscetível a erros causados por mudanças nas
condições externas.
Nas décadas posteriores, o desenvolvimento de métodos eletroquímicos
abarcaram mais de 100 enzimas diferentes, as quais têm sido amplamente utilizadas
em biosensoriamento. SIDWELL & RECHNITZ [34], da Universidade do Havaí,
desenvolveram métodos proporcionando uma seqüência complexa de reações,
obtendo respostas a aminoácidos e outras importantes moléculas biológicas. Dentre
estas, destacam-se a polpa de banana para medir dopamina, núcleos de milho para
piruvatos, folha de pepino para cisteína, açúcar de beterraba para tirosina, fígado de
coelho para guanina e músculo pulverizado de coelho para adenosina monofosfato.
Sensores biológicos estão, de forma geral, em desenvolvimento para
aplicações práticas in vitro e in vivo, sendo dependentes de uma combinação de várias
tecnologias multidisciplinares, de natureza biológica, bioquímica e física [35,36].
Ensaios convencionais são considerados poderosos acessos para análise de
microrganismos em meios complexos, requerendo mais habilidades com automação
para obterem-se resultados seguros. Entretanto, o desenvolvimento de técnicas de
sensoriamento biológico, geralmente, oferece a possibilidade de redução de preparos
em técnicas microbiológicas auxiliares, a detecção de microrganismos e o
monitoramento em tempo real [37-39].
II-3-1. Conceito de Sensor Biológico
Sensores baseados em materiais biológicos são procedimentos analíticos que
medem interações de biomoléculas. Os sensores ópticos baseados em tecnologia por
campo evanescente atuam pela incorporação do elemento sensitivo, convertendo o
parâmetro físico de um sistema biológico em um sinal mensurável. Avaliam as perdas
mensuráveis de luz como um meio de detectar mudanças externas e, em geral, esta
perda é devida às mudanças no índice de refração ou absorção de luz em uma região
da fibra onde se retirou a proteção (casca). O área sensitiva responde a uma
substância que está sendo medida (o componente biológico). É convertida esta
mudança observada (química ou física) em um sinal mensurável, usualmente um sinal
eletrônico ou óptico onde a magnitude é proporcional à concentração de um (ou mais)
dos compostos que se está medindo [40-42].
Sensores biológicos estão sendo usados em aplicações científicas gerais, e
nesta Tese, onde elaborou-se em bacteriosensor, visou-se a qualidade biotecnológica
ambiental, através da mensuração e alerta dos microrganismos que podem causar
impactos adversos.
A chave para a elaboração de qualquer sensor é a seletividade e a
sensibilidade, caracterizadas pelo reconhecimento reativo, tendo como base o tipo de
teste e a escolha da técnica de detecção. Além do fato de poder-se trabalhar com a
célula total, manipulações de espécies microbianas têm uma vulnerabilidade particular
a uma toxina ou grupo de toxinas, que podem aparecer e tornarem-se um
requerimento para dados específicos e, mesmo com tais problemas, proporcionam a
possibilidade de um sistema estável [43].
No trabalho com biosensoriamento, emerge o desenvolvimento de tecnologias
de sensibilidade biológica e óptica. Sistemas de detecção sensitivos são requeridos
para detectar e distinguir uma grande variedade de substâncias. Esforços na pesquisa
de sensores biológicos requerem, cada vez mais a manipulação biológica ou mesmo
passos de inibição ou indução de procedimentos sensitivos e específicos, visando a
detecção de microrganismos em tempo real. Diferentes modos de monitoração
microbiana são possíveis, mas progressos gerais têm agora sido alcançados na
monitoração de microrganismos ambientais [44,45].
II-3-2. Sensor Biológico por Onda Evanescente
Nos sensores por onda evanescente, em geral, o mecanismo sensitivo conta
com a absorção da onda luminosa guiada por meio do campo evanescente acoplado
(Figura 1a ). Quando o feixe de luz toca a interface entre o núcleo e a casca da fibra
óptica, uma reflexão interna total ocorre quando o ângulo de incidência se torna maior
que o ângulo crítico [46]. Neste caso, uma onda evanescente penetra na casca da
fibra, na ordem de um comprimento de onda além da superfície refletora. A
profundidade de penetração (dp) da onda evanescente (Equação 1 ) significa a
distância cuja magnitude do campo elétrico à superfície está a 1/e de seu valor. É
definida como:
dp = ( ) 2/1222 sin2 clco nn −θπλ
(1)
onde θθθθ é o ângulo de raio incidente interno com a normal para a interface de
núcleo/casca, λλλλ é o comprimento de onda no vácuo, con e cln são os índices de
refração do núcleo e da casca, respectivamente. A reflexão total interna ocorre quando
a luz atravessa uma interface onde há uma mudança no índice de refração e quando o
ângulo o qual a luz faz com a interface excede o ângulo crítico. Quando o ângulo
crítico é excedido, ocorre a reflexão total interna e a luz é refletida de volta no primeiro
meio (Equação 2 ). Com uma onda luminosa atuando entre a interface de dois meios
de índices de refração n1 e n2, a reflexão total interna ocorre quando o ângulo de
reflexão θθθθ é tal que:
sin = n
n e n > ncrítico
2
12 1θ (2)
onde n1 refere-se ao meio interno e n2 ao meio externo. Se θθθθ > θθθθcrítico , há uma onda
evanescente através da interface na direção z, que penetra no meio n2 a uma
distância dp, que é dependente do comprimento de onda (Figura 1b ). Pode ser
mostrado que o vetor campo elétrico desta onda (E) é mais intenso na interface (Eo) e
decai exponencialmente com a distância (z), como mostrado na Equação 3 :
−
p0 d
z exp E = E (3)
A luz se propaga de forma confinada através do núcleo de uma fibra óptica. No
entanto, o seu campo evanescente se estende, penetrando por cerca de um
comprimento de onda na casca da fibra.
Figura 1 (a-b). Representação de onda evanescente na interface entre dois meios
ópticos
O campo eletromagnético evanescente (ou onda evanescente) é uma
característica óptica intrínseca que surge quando a radiação eletromagnética (luz) se
propaga ao longo de guias de onda dielétricos, notadamente as fibras ópticas.
A condição necessária para que a radiação eletromagnética possa propagar-se
ao longo de um guia de onda dielétrico (isolante) é que a propagação evolua através
de um meio material com índice de refração superior ao meio material adjacente. No
caso das fibras ópticas, isto é exemplificado pelo fato da luz propagar-se ao longo de
seu núcleo de índice de refração nnúcleo , onde este último está sempre circundado por
uma casca de índice de refração ncasca ligeiramente menor (nnúcleo > ncasca ).
Conclui-se então que o campo evanescente poderá ser acessado, ou seja,
poderá interagir com um certo meio material, caso este meio material esteja
suficientemente próximo da periferia do núcleo, ou mais especificamente de uma
distância ≅≅≅≅ λλλλ.
Devido à existência do campo evanescente, é fácil concluir-se que a propagação
da luz através de uma fibra óptica se processa com uma parte desta luz se
propagando no núcleo de índice de refração nnúcleo , e outra parte através da casca
com índice de refração ncasca . Por conseguinte, o sinal luminoso como um todo, ao se
propagar através de uma fibra óptica, irá experimentar um certo índice de refração
efetivo neff, de tal forma que nnúcleo > neff > ncasca . De uma forma geral, é fácil inferir
que, se o meio adjacente ao núcleo for outro que não seja a casca, o seu índice de
refração será diferente e a luz irá experimentar um índice de refração efetivo neff,
também diferente. Caso o meio exterior mude de características com o passar do
tempo, por uma causa qualquer, o seu índice de refração irá variar e,
conseqüentemente, o índice de refração efetivo também, ou seja, neff = neff (t), onde t
simboliza a coordenada de tempo.
II-3-3. Tipos de Sensores Biológicos Ópticos em Cam po
Evanescente de Uso Corrente
Conceitualmente, sensores biológicos ópticos em campo evanescente
compreendem transdutores para a detecção da presença de moléculas biológicas,
mas o termo adquiriu uso mais específico, significando um transdutor de detecção de
moléculas em uma superfície.
Historicamente, transdutores de superfície foram introduzidos por serem mais
sensíveis, fato este enfatizado pela grande maioria dos processos biológicos de
reconhecimento que atuam em superfícies, como por exemplo em interface
sólido/líquido (citoplasma/membrana) ou interface sólido/sólido (antígeno/anticorpo),
conseqüentemente, estabelecendo o princípio do uso de sensores ópticos para
investigar propriedades biológicas e seu corolário, pelo uso de sistemas biológicos,
como detectores (imunosensores).
A técnica de acoplamento do campo evanescente em uma fibra óptica tem sido
sugerida para a implementação de sensores biológicos que permitam realizar medidas
e, conseqüentemente, a automação de processos de sensoriamento biológico.
Em uso corrente, nas diversas aplicações envolvendo sensores por onda
evanescente, destacam-se as seguintes técnicas: ressonância de plasmons
superficiais (SPR), ressonância através de espelhos e guias de ondas planares.
A técnica SPR é baseada na reflexão interna total (RIT). A onda evanescente a
partir da interface penetra no meio de índice refrativo menor, decaindo
exponencialmente. Quando um filme metálico é inserido na interface, um novo
fenômeno ocorre. O metal tem nuvens de elétrons livres que podem ser acoplados e
são arrastados pelo campo eletromagnético evanescente com certos ângulos
incidentes de luz. Estas nuvens de elétrons (plasmons) possuem uma onda coletiva
paralela à interface. A ressonância absorve energia da luz incidente e a intensidade de
luz refletida é observada. O perfil da onda evanescente é dependente do índice de
refração do meio de prova. Pela mudança do índice de refração, a onda é alterada.
Isto requer um novo ângulo de luz incidente para a ressonância do modelo
experimental e isto é, subsequentemente, medido por uma troca no “ângulo imerso”
refletido, onde a ressonância tiver absorvido energia da luz incidente [47,48]. A Figura
2 reproduz o método de reflexão total atenuada por excitação de plasmons, usando o
arranjo de KRETSCHMANN [49], onde n1, n2, n3, são os índices de refração do prisma
de vidro, da camada metálica e amostra, respectivamente.
Figura 2. Representação esquemática de sensor biológico evanescente por
ressonância de plasmons superficiais (SPR)
A técnica por espelho ressonante usa uma construção similar, exceto pela
superfície sensitiva, onde o filme metálico é substituído por uma camada ressonante
dielétrica de alto índice de refração (ex.: titânio), visando a observação de interações
biomoleculares [50]. No ponto ressonante, a luz se acopla dentro da camada de alto
índice de refração e propaga-se ao longo da interface sensitiva, antes do acoplamento
no prisma (Figura 3 ). O ângulo de excitação da ressonância é, novamente, muito
sensível às mudanças na interface sensitiva e isto pode ser detectado por alterações
de medidas no ângulo de excitação.
Figura 3. Representação esquemática de sensor biológico evanescente por espelho
ressonante
A Figura 4 está relacionada ao sensor biológico em campo evanescente por
guias de ondas planares, o que é o caso particularmente usado em imunosensores
[51]. Mudanças no índice de refração da amostra são medidas pela alteração da forma
da onda propagada. Os imunosensores usam como apoio uma adaptação de técnica
usada em laboratórios de testes imunológicos, o teste ELISA (enzyme-linked
immunosorbant assay), que consiste em evidenciar a presença de patógenos através
de uma reação com anticorpos específicos (monoclonais ou policlonais) [52] marcados
(p. ex.: isotiocianato de fluoresceína), como mostrado na Figura 5 . Dessa forma,
procede-se em detectar a interação antígeno-anticorpo dentro da onda evanescente
de uma fibra óptica [53-57].
Figura 4. Representação esquemática relacionada ao sensor biológico evanescente
por guias de ondas planares
Figura 5. Representação esquemática do mecanismo de interação antígeno-anticorpo
em um Imunosensor
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
A Tese aqui apresentada refere-se ao desenvolvimento de um sensor de
detecção bacteriana, baseado na tecnologia óptica, com mecanismo de funcionamento
baseado na modulação de intensidade da luz, através do acoplamento do campo
eletromagnético evanescente. É fundamentada por uma forte natureza multidisciplinar,
na medida em que, para sua implementação, são necessários conhecimentos de
Óptica, tecnologia de fibras ópticas, Biologia, Eletrônica e Informática.
Para o desenvolvimento desta Tese, tendo em vista ser uma linha de pesquisa
nova no Laboratório de Instrumentação e Fotônica (LIF/PEB/COPPE/UFRJ), foi
necessária a adequação física de alguns espaços para a montagem de infra-estrutura
óptica e realização de testes químicos e biológicos, sem descartar o apoio
bacteriológico, fundamental, do Laboratório de bacteriologia da Escola Nacional de
Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ). Incluiu, também, várias coletas de amostras em
diferentes tipos de ambientes, inúmeros testes na elaboração da montagem
experimental para detecção do sinal da reação (bactéria/fibra/área evanescente) e o
desenvolvimento do programa de aquisição do sinal, no software Labview (National
Instruments Corporation).
III-1. Princípios
Crescimento e Reprodução Bacteriana
O aumento na população de células, ou seja, a divisão celular dá-se por um
processo assexuado, chamado de fissão binária, e a evolução do crescimento
bacteriano segue um padrão, como descrito por PELCZAR et al. [12], compreendido
por quatro fases definidas (Figura 6 ):
Figura 6. Curva de crescimento (generalizada) de uma cultura bacteriana
Na fase lag os organismos estão se ajustando ao ambiente (pequena ou
nenhuma divisão). Estão sintetizando DNA, ribossomas e enzimas para nutrientes de
apoio, a serem usados para crescimento.
Na fase logaritímica ou log a divisão está em uma taxa constante (tempo de
geração), mas varia com espécie, temperatura e meio de cultivo. A Equação 4 mostra
que o tempo requerido para a população dobrar após a fase lag é chamado de tempo
de geração (g). É definido a partir do número de gerações (n) que ocorrem em um
período de tempo (t), em minutos:
nt
g = (4)
A Equação 5 é obtida a partir da definição anterior podendo-se chegar
a uma fórmula mais prática:
( )01010 NlogNlog3,3
tg
−= (5)
onde t é o tempo (minutos), N é o número de bactérias no tempo t e No é o
número inicial de bactérias.
A Equação 6 mostra que velocidade de crescimento é inversamente recíproca
ao tempo de geração g e, dessa forma, a população instantânea N(t) na fase log pode
ser derivada da equação anterior, sendo:
( ) t/go 2NtN ×= (6)
Na fase estacionária a morte e a divisão de organismos estão em equilíbrio. A
morte deve-se a nutrientes reduzidos, mudança de pH, desprendimento tóxico ou
oxigênio reduzido. As células são menores e têm menos ribossomas. Em alguns
casos, as células não morrem, entretanto não mais se multiplicam.
Na fase de declínio ou morte a população está morrendo em uma progressão
geométrica, de forma que há mais mortes do que células novas. As mortes são
devidas à ações de enzimas líticas, que são lançadas ao meio quando a bactéria se
degenera.
III-2. Montagem do circuito óptico ( set-up )
A Figura 7 ilustra esquematicamente a montagem experimental. A potência
óptica a partir de um laser pigtail GaAlAs de 3-mW a 840 nm, é unido a um acoplador
óptico bidirecional de 3 dB. Metade da potência óptica emitida segue para o elemento
sensitivo (fibra com o campo evanescente exposto) e incide no fotodiodo (PD2) para
gerar o sinal físico. A outra metade da luz é usada como um sinal de referência e
incide no fotodiodo (PD1). Os dois sinais são medidos por um medidor de potência
óptica de dois canais (S 380 - Graseby Optronics), que eletronicamente adquire o sinal
de referência e o sinal da amostra. Uma placa A/D controlada por um programa de
aquisição elaborado em LabView digitaliza ambos sinais de saída a partir do
optômetro [Sinal AMOSTRA e Sinal REFERÊNCIA] por meio de sua interface IEEE-488. São
coletados 800 pontos por minuto (80 pontos a cada intervalo de 6 segundos), sendo
registrada a média por minuto durante o tempo de aquisição.
O mecanismo sensitivo é baseado na absorção da onda luminosa guiada por
meio do campo evanescente acoplado. Como as bactérias crescem no entorno do
sensor, a onda luminosa guiada varia em intensidade. O meio de cultura é aderente à
área sensitiva e, normalmente, a luz que viaja dentro da fibra óptica sofre reflexão
interna total quando o feixe luminoso toca a interface entre o núcleo e a casca. Isto
ocorre quando o ângulo de incidência é maior que o ângulo crítico. Assim, uma
propagação óptica de uma onda através de uma fibra óptica é limitada pelo núcleo,
mas permite interagir com meios externos pelo acoplamento do campo evanescente,
quando este campo é exposto [58,59].
Estufa
Sensor
Fibra Óptica
Optômetro Placa A/D
Terra óptico
Laser
Acoplador de 3 dB
hPd2
SinalAMOSTRA
SinalAMOSTRA
SinalREFERÊNCIA
SinalREFERÊNCIA
Figura 7 . Esquema de montagem óptica experimental do Bacteriosensor
III-3. Exposição do Campo Evanescente na Fibra Ópti ca
Em uma fibra óptica multimodo de índice gradual (50/125 µm), atacou-se
quimicamente 20 cm para expor o campo evanescente com ácido hidrofluorídrico
(38%) para deixar de 0,5 a 1,0 µm de casca em torno do núcleo da fibra.
O monitoramento do corrosão química [60] foi elaborado a partir de uma
técnica de geração de imagens tridimensionais, permitindo medições precisas,
correlacionando o tempo de exposição da fibra na solução ácida e a espessura final da
fibra na área, utilizando um microscópio óptico calibrado em campo claro [61].
Com este esquema a área sensitiva do sensor foi de, aproximadamente, 33
mm2.
III-4. Experimentos, Materiais e Métodos
Face às respostas obtidas no testes iniciais [62], pesquisas na área hospitalar,
em especial no ambiente hospitalar, foram direcionadas para o monitoramento de
patógenos aerobiológicos, visando-se testar a sensibilidade do sensor em amostras de
campo. Os testes foram realizados em hospital público do Município do Rio de Janeiro
que enfrentava reiterados problemas de infecções hospitalares, destacando-se a
incidência de Staphylococcus aureus meticilina-resistente (MRSA) e Streptococcus
pneumoniae, corroborando com incidências abordadas pela literatura [63-65].
III-4-1. Monitoração e Diagnóstico de Patógenos Ae robiológicos
É bastante relevante dar-se soluções à veiculação problemática de patógenos
aerobiológicos no ambiente hospitalar, sobretudo em áreas críticas, impelindo a
ciência na elaboração de mecanismos de controle como desafios para a área de
proteção à saúde humana contra microrganismos aerobiológicos patogênicos [66-71].
Neste sentido, o zoneamento de unidades e ambientes funcionais deve atentar para a
sensibilidade e risco de transmissão de infecções aos pacientes hospitalizados, no
intuito de minimizar manifestações clínicas por microrganismos oportunistas [72,73].
Concomitantemente, as condições ambientais necessárias ao auxílio do controle da
infecção hospitalar dependem de pré-requisitos ambientais das diferentes áreas
hospitalares. Atribui-se importância destacada à veiculação aérea pelo expressiva
incidência letal [74] e este monitoramento faz-se fundamental pelo descobrimento de
agentes patogênicos a tempo de preverem-se surtos, evitando-se, assim, que o óbito
por infecção hospitalar cause um impacto adverso no ambiente hospitalar,
principalmente quando se tenham intervenções cirúrgicas complexas.
A transmissão de infecções hospitalares provocada pela movimentação de
aerossóis, partículas e poeiras, contendo ou não germes potencialmente
contaminantes, carece de ser monitorada, já que estes fatores abrangem as
alterações na ecologia microbiana hospitalar, pela seleção de microrganismos
resistentes de difícil erradicação, bem como a contaminação de artigos de alto e de
médio risco de transmissibilidade por esses agentes [75]. Esta colonização é afetada
pelo local onde encontra-se o paciente, sendo mais pronunciada nos CTIs. Entre os
fatores que concorrem para que estes pacientes sejam mais afetados do que os de
enfermaria pode-se destacar: gravidade da doença de base, terapia antibiótica
prolongada, comprometimento das floras da faringe intestinal e o emprego de
procedimentos invasivos [76].
A microbiologia no controle de infecções hospitalares tem importância central
na manutenção da qualidade das áreas funcionais do hospital, uma vez que o
fenômeno epidemiológico das infecções hospitalares é identificado, principalmente,
com a monitoração da distribuição de microrganismos no ambiente hospitalar por
apresentarem maior grau de patogenicidade. Dessa forma, o controle do ambiente
hospitalar deve ser procedido de modo sistematizado, a fim de diagnosticar as
infecções hospitalares e direcionar o plano de ação, impedindo o acometimento à
pacientes, em especial, àqueles de áreas críticas (salas de operação ou de parto, CTI,
unidade de queimados, berçário de alto risco, sala de hemodiálise).
Área de Coleta e o Amostrador de Ar Biológico
As técnicas mais comuns para coleção e monitoração de aerobiológicos são os
amostradores de fenda [77] ou impactadores em cascata [78]. Neste trabalho, a
amostragem microbiológica do ar foi feita com a técnica de impactação sobre um gel,
empregando o equipamento de amostragem aérea Merck MAS-100 (Merck Air
Sampler ). Este equipamento consiste em uma bomba de vácuo, com uma taxa de
fluxo volumétrico de 100 litros por minuto por um tela perfurada. O fluxo de ar
resultante, que leva partículas com diâmetros abaixo de 10 µm, é direcionado sobre a
superfície do agar em uma Placa de Petri de 90 mm. As amostras foram coletadas em
um setor localizado na emergência com 12 m2, a 1,3 m do chão e o volume de ar
ambiente aspirado no local de amostragem em cada placa. O equipamento foi
programado para 10 coletas/placa/minuto, perfazendo um total de 1 m³.
Técnica de Coleta e Incubação
Dezoito coletas foram executadas em seis dias escolhidos aleatoriamente no
período de duas semanas. Nos três primeiros dias foi utilizado o meio de cultura
específico para MRSA e, nos três últimos, foi utilizado um meio de cultura específico
para S. pneumoniae.
Após a coleta, as amostras foram incubadas em estufa a 35oC, durante 48 h.
Duas placas foram usadas para contagem de unidades formadoras de colônias (CFU),
identificação e caracterização de especificidade. A outra placa de Petri recebeu o
sensor e, então, 500 µl de salina fosfatada tamponada (PBS), pH 7.0, foi adicionado
para providenciar uma melhor distribuição dos microrganismos no entorno da área
sensitiva da fibra óptica. Após os procedimentos iniciais, as placas de Petri foram
colocadas em uma estufa. Durante as 30 h seguintes, o bacteriosensor monitorou o
crescimento bacteriano sobre a placa, enquanto que as outras duas placas foram
usadas como controle. Após o tempo de incubação total de 48 h, todas as três placas
de Petri foram submetidas a testes de controle de identidade e seletividade.
Meios Seletivos de Cultura e Identificação dos Microrganismos
Os meios seletivos de cultura foram escolhidos para melhorar a sensibilidade
do isolamento e promover o crescimento dos microrganismos selecionados neste
estudo. Para MRSA foi empregado Baird-Parker Agar Base (Difco Laboratories,
Detroit, Michigan - Difco 0768-17-3) suplementado com 4 µg/ml de oxacilin (Sigma-
Aldrich, São Paulo, Brasil), com temperatura de incubação de 35°C. Para S.
pneumoniae, foi empregado Trypticase soy blood Agar Base (Difco Laboratories,
Detroit, Michigan - Difco 0026-17-1) suplementado com sangue de carneiro a 5%,
100.000 U de polimixina B (Sigma-Aldrich, São Paulo, Brasil), 4 µg/ml de neomicina
(Sigma-Aldrich, São Paulo, Brasil), 0,5 µg/ml de ácido fusídico (Sigma-Aldrich, São
Paulo, Brasil), com temperatura de incubação de 35°C. Em todos os meios de cultura
acima descritos, adicionou-se glicerol a 0,2%, no intuito de evitar-se ressecamento das
culturas durante os testes ópticos.
Para o controle negativo (especificidade) desses meios de cultura, testes foram
feitos com outros microrganismos, sendo eles: Escherichia coli, Pseudomonas
aeruginosa e Proteus mirabilis. Não houve crescimento de nenhum destes, mesmo
após 72 h.
Após as medidas ópticas com o bacteriosensor, culturas de
microrganismos foram submetidas a testes de identidade, visando assegurar que
somente microrganismos específicos tiveram crescimento em cada placa de Petri. As
colônias de S. aureus crescidas foram verificadas com MRSA, através do emprego do
método de aglutinação de partículas (Staphaurex Plus, Murex Diagnostics Ltd.). A
identificação das colônias de S. pneumoniae foram verificadas por meio de testes de
solubilidade de bile e fermentação de carboidratos [79,80].
III-4-2. Ensaios Metodológicos para Caracterização do Bacteriosensor
A maior desvantagem das técnicas convencionais de detecção de patógenos é
a falta de meios seguros e sensíveis para medir a sua presença em tempo real. A
tecnologia de sensoriamento por onda evanescente é uma técnica satisfatória para
medida de microrganismos em sua forma natural que pode ser aplicada ao
desenvolvimento de sensores biológicos tirando proveito do entendimento atual da
arquitetura de célula microbiana [35,43].
Em todos os experimentos descritos nesta fase, usou-se a cepa de Escherichia
coli O157:H7 CDC EDL-933 (ATCC 43894), cedida pelo Centers for Disease Control
and Prevention (CDC, USA).
Os testes preliminares apresentaram resultados significativos [81,82,83] e,
dentro de sua concepção original, realmente funciona e apresenta reprodutibilidade.
Caracterizou-se o sensor com relação à sua seletividade biológica e resposta
temporal. Esta caracterização não só permitiu conhecer mais profundamente a
interação bactéria-fibra-luz, como também permitiu calibrar o sensor. Em decorrência
do procedimento de calibração, foi determinada com grande precisão a sensibilidade e
a faixa dinâmica de operação do sensor.
Escherichia coli O157:H7 - Considerações Clínicas
A E. coli O157:H7 pode ser transmitida através de alimentos, água e contato
pessoa-pessoa. A maioria dos casos dá-se pela ingestão de alimentos contaminados,
principalmente aqueles de origem bovina. A ingestão de alimentos mal-cozidos,
provenientes de restaurantes ou mesmo de origem doméstica, tem denotado ser uma
fonte expressiva de surtos de incidência, aliada ao poder de transmissão através de
alimentos contaminados, destacando-se aqueles de origem bovina, em especial os
hambúrgueres (“Mal dos hambúrgueres”), águas de balneabilidade ou de consumo
[84].
O reconhecimento de que águas poluídas com material de origem fecal podem
disseminar infecções tem proporcionado o desenvolvimento de métodos sensitivos
para exames de rotina que assegurem que a água para consumo humano esteja livre
de tais contaminações. Embora seja possível a detecção de inúmeros patógenos na
água, os métodos de isolamento e enumeração são freqüentemente complexos e
demandam bastante tempo, o que torna o monitoramento impraticável. Dessa forma,
optou-se pelo uso de Escherichia coli como indicador de potabilidade, subtendendo-se
ainda critérios que denotem o nível de tratamento e de desinfecção. Ela é encontrada
em grande quantidade nos excretas de humanos e em quase todos os animais de
sangue quente, servindo, assim, como um seguro indicador de contaminação fecal
recente [85,86]. É um bastonete gram-negativo, não formador de esporos, aeróbico ou
anaeróbico facultativo. Seu metabolismo é respiratório e fermentativo, com produção
ácida na fermentação da glicose e lactose, produção de catalase, não produção de
oxidase e redução de nitratos a nitritos. A tipagem sorológica é baseada em antígenos
somáticos (O), antígenos capsulares (K) e antígenos flagelares (H).
Segundo NATARO & KAPER [84], a E. coli segue um requisito estratégico de
infecção: (i) colonização de um sítio da mucosa, (ii) evasão das defesas do
hospedeiro, (iii) multiplicação e (iv) dano ao hospedeiro. É um habitante normal do
intestino e a grande maioria de suas cepas são não-patogênicas. Entretanto subtipos
são capazes de causar doenças gastrointestinais. Tais cepas de E. coli causam
doença intestinal por uma variedade de mecanismos. São identificadas quatro classes
responsáveis por diarréias: enteropatogênicas, enteroinvasivas, enterotoxigênicas e
enterohemorrágicas (produtoras de verocitotoxinas). Subtipos enteropatogênicos de E.
coli foram primeiramente reconhecidos como resultado de exames sorológicos de
cepas isoladas de surtos diarréicos em crianças. Associações de sorotipos particulares
com doenças foram observadas, mas os mecanismos patogênicos correspondentes
não são totalmente compreendidos e tais cepas têm sido particularmente associadas
com surtos de gastroenterites infantis. Cepas enteroinvasivas produzem disenterias
por um mecanismo similar do Shigella sp., ou seja, com tropismo pela mucosa
gástrica, desencadeando uma diarréia sanguinolenta. Cepas enterotoxigênicas
causam distúrbios intestinais com ampla faixa etária de ação pela produção de
enterotoxinas termolábeis e enterotoxinas termoestáveis.
Embora cepas enteropatogênicas, enteroinvasivas ou enterotoxigênicas
possam causar sérios danos, as evidências sorológicas denotam baixa incidência na
população. Entretanto as cepas enterohemorrágicas de E. coli, reconhecidas pela
ativa produção de citotoxina contra culturas de células Vero, tiveram grande
predominância de amostras do sorogrupo O157:H7 e causam doenças que variam da
diarréia à colite hemorrágica [87]. São, ainda, responsáveis pela síndrome urêmica
hemolítica, comum em crianças e adolescentes, caracterizada pela falha aguda do
sistema renal, trombocitopenia e anemia hemolítica. A síndrome urêmica hemorrágica
se portando como uma anemia hemolítica, causa trombocitopenia e falha do sistema
renal. Esta síndrome pode causar dano aos rins e é letal a, pelo menos, 50% dos
casos. As manifestações clínicas iniciais incluem oligúria ou anúria e, algumas vezes,
calafrios. A maioria dos pacientes recupera-se com apropriada terapia de apoio, mas
de 13 a 15% das crianças afetadas morrem e cerca de 12 a 30% terão seqüelas
severas, tais como: mau funcionamento do sistema urinário, hipertensão ou ainda
manifestações do sistema nervoso central [88,89]. Tal potência danosa, referenciada a
este sorotipo, levou ao reconhecimento de uma classe nova e incrivelmente entérica
patogênica causadora associativamente de doenças intestinais e renais [90].
Assim como qualquer microrganismo tipado como “patógeno emergente”, a
questão que surge é se o organismo esteve sempre presente e foi simplesmente não
diagnosticado, ou se é verdadeiramente um novo patógeno. Após a E. coli O157:H7
ter sido reconhecida como causadora de colite hemorrágica, o CDC reviu cerca de
3000 cepas sorotipadas entre 1973 e 1983 e encontrou somente um caso de O157:H7
[91]; na Inglaterra, o Public Health Laboratory encontrou somente um caso entre
15.000 amostras sorotipadas entre 1978 e 1982 [92] e, no Canadá, o Laboratory
Centre for Disease Control encontrou seis casos de O157:H7 entre 2.000 isolados de
pacientes com diarréia entre 1978 e 1982 [93]. HARCH [94] enfatiza que o patógeno
E. coli O157:H7 talvez seja o mais perigoso entérico que microbiologistas clínicos em
países em desenvolvimento estarão fadados a encontrar. A American
Gastroenterological Association [95] ressalta depoimentos de gastroenterologistas,
enfatizando que a abordagem à E. coli O157:H7 tornou-se a mais significante
contribuição à microbiologia entérica e, da mesma forma, por nefrologistas devido ao
perigo da síndrome urêmica hemorrágica [88,89,93,96]. Outro dado alarmante é seu
expressivo grau tóxico, pois são necessárias somente 10 bactérias desta cepa para
causar infecção [84].
Meio de Cultura Seletivo e Identificação de E. coli O157:H7
Um meio de cultura seletivo foi escolhido para promover um rápido
crescimento, mantendo as características específicas do microrganismo.
Primeiramente, o conteúdo de uma ampola com E. coli O157:H7 foi cultivada em
placas de Petri com Sorbitol MacConkey Agar (SMAC) (Difco Laboratories, São Paulo
- Difco 0079-17-7), incubadas a 35ºC, durante 24 h. Após o período de crescimento,
foram realizados testes de identidade, de forma a avaliar a pureza dos
microrganismos. Uma outra placa com SMAC foi inoculada e incubada a 35ºC por 24
h, sendo as outras foram estocadas a 4ºC.
Para a caracterização do bacteriosensor, usou-se um número variável de
microrganismos no início de cada aquisição. Empregou-se: N0 = 10, 20, 30, 40, 50, 60,
70, 80, 90, 100, 200, 400 e 800 microrganismos. Para cada medida, coletavam-se as
colônias crescidas após 24 h em SMAC e procedia-se à contagem das células,
usando-se um contador Coulter Counter (Beckman), o qual permite um alto grau de
acurácia e precisão de +/- 1% em uma amostra. Então, a solução era ajustada para a
concentração inicial de microrganismos desejada com PBS, pH 7.4.
Características Bioquímicas
A E. coli O157:H7 não fermenta D-sorbitol rapidamente, em contraste a cerca
de 75 a 94% de outras cepas de E. coli [97,98]. Uma característica expressiva desta
cepa que a distingue de outras cepas de E. coli é sua inabilidade de produzir β-
glucuronidade, o qual hidrolisa 4-methyl-umbellieryl-D-glucorinide (MUG) e substratos
relacionados [99].
Procedimentos para a Cultura Bacteriana
Durante 24 h o bacteriosensor monitorou o crescimento bacteriano sobre a
placa. As placas de Petri que receberam o elemento sensor para cada medida de
caracterização foram incubadas em estufa a 35oC. Para as provas com número inicial
de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70 e 80 microrganismos recebidas no sensor, usou-se 100 µl
PBS, pH 7.4. Para 90, 100, 200, 400 e 800, o volume usado foi 500 µl PBS, pH 7.4.
Estes volumes foram inoculados no entorno do elemento sensor. A seguir, a aquisição
de dados pelo bacteriosensor era iniciada.
Procedimentos para a Aquisição de Fotografias
Para observação direta da interação dos microrganismos com a fibra óptica
durante a prova, foi feita aquisição de fotografias pelo emprego de microscopia
eletrônica de varredura (fase logarítmica) e microscopia óptica (fase estacionária).
Para imagens obtidas na microscopia óptica, foram usadas amostras de provas
inicializadas com No = 100 microrganismos. O tempo de prova foi de 378 minutos,
correspondendo ao sinal óptico estacionário da concentração usada. As células foram
fixadas com 2% (v/v) glutaraldeído em PBS, pH 7.4, por 3 h a 4°C. Após este período
de tempo, as amostras foram lavadas por três vezes, por 15 minutos, com PBS, pH
7.4. As imagens obtidas em contraste interferente diferencial com o microscópio Zeiss
Axioplan 2 (Carl Zeiss), foram fotografadas com uma Polaroid MC200 (Carl Zeiss),
usando o filme Kodak Tmax 100.
Para imagens obtidas na microscopia eletrônica de varredura foram usadas
amostras de provas inicializadas com No = 20 e 400 microrganismos. O tempo de
prova foi de 393 e 312 minutos, respectivamente, correspondendo ao tempo no qual o
bacteriosensor alcança a metade do sinal óptico, para estas concentrações iniciais. As
células foram fixadas com 2% (v/v) glutaraldeído em PBS, pH 7.4, por 3 h, a 4°C. Após
lavagem por três vezes com PBS, pH 7.4, 4% (v/v) de tetróxido ósmio foi adicionado a
cada amostra durante 1 h, a 4°C. Após desidratação em diluições seriadas de etanol,
as células foram levadas ao ponto crítico de secagem com CO2 (Samdri-780A,
Tousimis Research Corporation). As amostras foram cobertas com uma fina camada
de ouro por meio de um ejetor iônico (JFC-1100 Ion Sputter, JEOL) e examinadas
sobre um microscópio de varredura digital (Carl Zeiss – DSM940A). As fotografias
foram tiradas em filme preto e branco (Agfa APX 100).
III-4-3. Detecção de Legionella pneumophila em Hospitais
O controle de qualidade de água destinada ao consumo humano, desde os
sistemas produtores (mananciais, captação, tratamento), aos sistemas de distribuição
(reservatório, redes), normalmente é realizado pela empresa responsável de
saneamento local e monitorada pelas Secretarias de Saúde Estaduais. Este
monitoramento, estabelecido pela Norma no 36/GM, do Ministério da Saúde, prevê
números mínimos de amostras ou planos de amostragem, além dos padrões para a
água potável, restritos ao trecho que se inicia na captação e se encerra nas ligações
domiciliares dos consumidores [85]. O inter-relacionamento de ações que visem
propiciar o entendimento de meios de aquisição específicos e reservatórios de
patógenos é crucial para o desenvolvimento de métodos para a redução da incidência
de infecções hospitalares. É de destacada importância a monitoração continuada do
ambiente, especialmente reservatório de água, como fonte de inúmeros patógenos
nosocomiais [100-102]. O refugo de legionelosis em hospitais, identificados como
legionelosis nosocomiais, são freqüentemente associados com sistemas de águas
potáveis [103-110]. Na verdade, não se tem um monitoramento regular no que diz
respeito à qualidade sanitária da água de uso hospitalar de onde o produto
acondicionado é realmente consumido.
Neste sentido, este capítulo tem a preocupação de analisar por, amostragem, a
incidência de Legionella pneumophila, de maneira a estabelecer uma metodologia de
seleção prioritária de análise de águas representativa da possibilidade de
contaminação. O objeto de estudo levou em consideração não só a qualidade
bacteriológica, que a princípio é uma água tratada obtida de fonte segura, mas
também a qualidade físico-química, mesmo que praticamente não seja modificada, a
não ser em casos restritos na distribuição.
A família Legionellaceae ocorre naturalmente no ambiente aquático e engloba
um grupo de bactérias fastidiosas que requerem técnicas especiais de isolamento,
gram-negativas, aeróbias, das quais L. pneumophila é o membro mais comumente
encontrado como causa de doença humana [111-115]. Antes de 1976 não tinha sido
evidenciado algum acometimento desta bactéria, até que um surto de doença
respiratória aguda ocorreu entre membros de uma Legião Americana que participavam
de uma conferência em um hotel da Filadélfia, onde foram registrados 221 casos
graves com 34 óbitos [116]. Este organismo é um patógeno oportunista, infectivo,
sobretudo pela exposição a partir de aerossóis gerados por águas saídas de
nebulizadores, torneiras e chuveiros, bem como sistema de ventilação central [117].
Para a doença ocorrer, uma pessoa suscetível deve inalar um aerossol infectado de
partículas de tamanho suficientemente pequenas para penetrar no nível alveolar.
Conforme mostrado na Tabela 1 , há correntemente 14 sorogrupos de L.
pneumophila e pelo menos 29 outras espécies de legionella, embora ainda haja
alguma discordância sobre determinadas cepas pertencerem ou não à família
Legionellaceae. Segundo BUTLER et al. [118] L. pneumophila sorogrupo 1 é a
responsável por mais de 80% de todas as infecções e, em escala bastante reduzida,
aparecem os sorogrupos 4 e 6 como responsáveis pelo restante dos acometimentos.
A freqüência de legionelosis como causa de pneumonia varia entre 2% e 15%, com
mortes ocorrendo em cerca de 15% dos casos [111]. Usualmente inaladas na forma
de aerossóis, após penetração nos pulmões, reproduzem-se intracelularmente nos
macrófagos alveolares, finalmente resultando em pneumonia. Apresenta sintomas
clínicos quase que exclusivamente em indivíduos imunodeprimidos. Além disso, é
responsável por infecções extra-pulmonares fatais pela limpeza de incisões cirúrgicas
de cirurgias pós-cardíacas e, principalmente, em transplantes de órgãos [119-123].
Tabela 1. Espécies de Legionella spp.
Legionella pneumophila sorogrupos 1-14 ∗∗∗∗ L. londiniensis
L. anisa ∗∗∗∗ L. longbeachii ∗∗∗∗
L. birminghamensis L. maceachernii ∗∗∗∗
L. bozemanii ∗∗∗∗ L. micdadei ∗∗∗∗
L. cherrii L. nautarum
L. cincinattiensis L. oakridgensis
L. dumoffii ∗∗∗∗ L. parisiensis
L. erythra L. quateriensis
L. feeleii ∗∗∗∗ L. rubrilucens
L. geestiae L. sainthelensi
L. gormanii ∗∗∗∗ L. santicrucis
L. hackeliae ∗∗∗∗ L. spiritensis
L. israelensis L. steigwaltii
L. jamestownniensis L. wadsworthii ∗∗∗∗
L. jordanis ∗∗∗∗ L. worsliensis
∗ isoladas de acometimentos de pneumonia em pacientes
No Brasil, apesar de dados que demonstram a grande probabilidade de
incidência de L. pneumophila, existem poucas abordagens na literatura sobre esta
questão. VERONESI e colaboradores [124] são os precursores da investigação de
legionelosis no país, em inquérito sorológico em doadores de sangue e trabalhadores
de UTIs de três hospitais de São Paulo, quando evidenciaram anticorpos em 19% das
amostras. Trabalho semelhante foi feito em Petrópolis (RJ) e Curitiba (PR) [125,126].
LEVIN e colaboradores [127] discorreram sobre um surto epidêmico causado por L.
pneumophila em uma unidade de transplante renal em São Paulo, demonstrando a
necessidade de ter-se um monitoramento regular no ambiente hospitalar, em especial,
no setor de transplantes, visando identificar e erradicar a presença de L. pneumophila.
A ecologia e sobrevivência das legionellas no ambiente está intimamente
relacionado a protozoários (Hartmanella vermiformis, Tetrahymena pyriformes) e
amebas (Acanthamoeba castellani, Naegleria spp.) que podem suportar a
multiplicação de L. pneumophila. O mecanismo infectivo dá-se pela invasão de L.
pneumophila nestes hospedeiros, a qual apropria-se de macromoléculas intracelulares
destes para realizar multiplicação intracelular. Segue, então, a fase de replicação
intracelular até o ponto em que lisam a célula hospedeira e reinvadem novos
hospedeiros [128-132].
Dentre os cinco hospitais da esfera Municipal, Estadual e Federal
inspecionados de alguns municípios do Rio de Janeiro, dois positivaram quanto à
presença de L. pneumophila. É importante ressaltar que os aspectos físico-químicos e
colimétricos (coliforme fecal e total) foram também analisados, no intuito de ter-se um
conjunto de medidas que evidenciassem a qualidade da água consumida nestes
hospitais pesquisados. Tendo-se como base o trabalho de VICKERS et al. [133],
coletas semanais foram levadas a cabo nestes dois recintos por 10 semanas,
perfazendo um total de 320 análises, com 260 análises físico-químicas, 40 análises
colimétricas e 20 análises para legionella. Os pontos de amostragem foram: setor de
pediatria do hospital A e ambulatório geral do hospital B.
III-4-3-1. Coleta de Amostras para Provas Físico-Qu ímicas
As amostras para provas físico-químicas foram coletadas em frascos
esterilizados com um volume de 1000 ml. As amostras foram submetidas a exames
laboratoriais para os seguintes testes: Sólidos totais (faixa de aceitação: 500,0 –
1200,0 mg/l), ferro (0,3 – 1,0 mg/l), cobre (0,2 – 1,0 mg/l), cálcio (50,0 – 100,0 mg/l),
cloro (1,5 – 3,0 mg/l), zinco (1,5 a 3,0 mg/l), magnésio (50,0 – 150,0 mg/l), sulfato
(200,0 – 400,0 mg/l), carbono orgânico (até 1,0 mg/l), cloretos (até 250,0 mg/l),
nitrato+nitrito (até 50,0 mg/l), dureza total (75,0 mg/l) e pH (6,0 – 8,0).
Os valores da faixa de aceitabilidade das provas realizadas estão preconizadas
pela APHA, WHO e CDC [134-136]. As concentrações dos compostos orgânicos
(nitrato+nitrito, sulfato e cloretos) foram medidas com um cromatógrafo a gás (XL,
Perkin-Elmer) e as concentrações dos metais (Fe, Cu, Ca, Zn, Mg) foram analisadas
com um espectrofotômetro de absorção atômica (A Analyst 300, Perkin-Elmer). A
determinação de pH foi realizada com o objetivo de simplificar a representação da
concentração de ións hidrogênio numa solução. O pH é fator primordial nos processos
de coagulação, desinfecção e abrandamento das águas, bem como no controle da
corrosão e no tratamento biológico de esgotos e despejos industriais. As análises
foram feitas pelo método potenciométrico. A dureza de uma água é causada,
principalmente, pela presença do cálcio e do magnésio, aos quais se juntam como
elementos secundários outros metais como Sr, Fe, Mn, Al. Esses cátions associados a
vários ânions como os bicarbonatos CO3=, SO4
=, Cl-, NO3-, evidenciam efeitos
indesejáveis a equipamentos por incrustações. Foi utilizado o método complexométrico
do EDTA para sua determinação. Para a determinação do teor de cloro residual foi
empregado o método da ortotoluidina.
III-4-3-2. Coleta de Amostras para Provas Microbiol ógica s
Análise de Coliformes Totais e Fecais
Para as análises de coliformes totais e fecais utilizaram-se frascos estéreis
contendo 50 µl de uma solução de tiosulfato de sódio (Na2S2O3) a 1%, de forma a
neutralizar qualquer cloro residual. Coletou-se 100 ml para as análises que foram feitas
pelo método de filtração por membrana [137]. Todas as amostras foram, em prazo
máximo de três horas, encaminhadas para exames laboratoriais acondicionadas em
banho de gelo e ao abrigo da luz.
Isolamento de Coliformes - Filtração por membrana
Conforme mostrado na Figura 8 , o volume da amostra foi filtrado a vácuo
utilizando uma membrana de 0,45 µm (Millipore HAWG 04700). A membrana foi
colocada em placa de Petri de 47 mm (Millipore PD 100 4700) sobre uma almofada
absorvente (Millipore HAWP 04700) saturada com meio líquido (Figura 9 ). Nas
análises de coliformes totais a almofada absorvente foi saturada com 20 ml do meio de
cultura Endo Broth (BBL Microbiolgy Systems, USA). Incubou-se o material a 37°C por
22-24 horas. Nas análises de coliformes fecais a almofada absorvente foi saturada
com 20 ml do meio de cultura FC Broth (BBL Microbiolgy Systems, USA). Incubou-se o
material a 44,5°C por 22-24 horas [137].
número total de colônias contadas Contagem por 100 ml = 100 x ------------------------------------------------------ (7)
ml da amostra testada
Figura 8. Esquema ilustrativo de material utilizado para filtração por membrana
Figura 9. Isolamento bacteriano por membrana filtrante à vácuo
III-4-3-3. Análises de Legionella pneumophila
Para as análises de L. pneumophila utilizaram-se frascos estéreis contendo 750
µl de uma solução de tiosulfato de sódio (Na2S2O3) a 1%, de forma a neutralizar
qualquer cloro residual. Foram coletados em cada hospital 1500 ml e para o isolamento
e concentração de L. pneumophila utilizou-se o método de filtração por membrana.
Todas as amostras foram, em prazo máximo de três horas, encaminhadas para
exames laboratoriais acondicionadas em banho de gelo e ao abrigo da luz.
Isolamento de legionella - Filtração por membrana
Com adequações dos trabalhos descritos na literatura [138,139,140,141],
montou-se o protocolo descrito a seguir para o isolamento de L. pneumophila:
• Após filtração, a membrana de 0,45 µm (Millipore HAWG 04700) foi colocada
assepticamente em um erlenmayer estéril de 30 ml com tampa de rosca contendo 5 ml
de água destilada estéril com 8 pérolas de vidro. A solução foi vigorosamente
homogeneizada.
• Procedeu-se, então, o tratamento ácido (eliminação da microflora competitiva).
Retirou-se 1 ml da solução anterior, colocou-se 9 ml de tampão HCl-KCl,
homogeneizou-se e deixou-se a solução em repouso por 3 minutos.
• Após o período de reação, foi inoculado 0,1 ml em uma placa de Petri com
BCYE Selective Agar GVPC (Oxoid). Incubou-se a 35°C em estufa com atmosfera
umidificada, por 96 horas.
• As colônias foram então especificadas bioquimicamente (Legionella Latex Test –
Legionella species test reagent DR0803M, Legionella pneumophila serogroup 1
DR0801M, Legionella pneumophila serogroup 2-14 DR0802M, OXOID).
• Após a identificação das colônias, procedeu-se a manutenção em laboratório por
repiques semanais de L. pneumophila sorotipo 1 em BCYE Agar (BBL Microbiology
Systems), até que se realizassem provas ópticas no bacteriosensor.
Para testes no bacteriosensor, usou-se um número variável de microrganismos
no início de cada aquisição. Foram realizadas duas provas com números iniciais de
100, 500 e 1000 microrganismos.
Para cada aquisição, foram coletadas as colônias crescidas após 48 h em
BCYE Agar e procedeu-se à contagem das células, usando-se um contador Coulter
Counter (Beckman), o qual permite um alto grau de acurácia e precisão de +/- 1% em
uma amostra. Então, a solução foi ajustada para a concentração inicial de
microrganismos desejada com água destilada estéril (N0 de 100, 500 e 1000).
Durante 2000 minutos (~33 horas) o bacteriosensor monitorou o crescimento
de L. pneumophila sobre a placa de Petri com BCYE Agar com glicerol a 0,2%, que foi
adicionado no intuito de evitar-se ressecamento da cultura durante os testes ópticos.
As placas de Petri que receberam o elemento sensor para cada medida de
caracterização foram incubadas em estufa a 35oC.
Usou-se um volume de 500 µl de Mueller-Hinton Broth, pH 7.3, vertidos na área
sensitiva, antes da deposição dos microrganismos, visando uma melhor distribuição
destes no entorno da área sensitiva da fibra óptica. Cada prova teve início com a
inoculação de cada concentração inicial de microrganismos previamente aferida para
conter 100, 500 e 1000 microrganismos em um volume fixo de água destilada estéril
(100 µl), que foi colocado no elemento sensor.
CAPÍTULO IV
RESULTADOS
IV-1. Resultados Obtidos da Monitoração e Diagnósti co de Patógenos
Aerobiológicos
A Tabela 2 mostra a contagem de CFU de cada microrganismo nas coletas de
controle realizadas no ambiente hospitalar. Este procedimento visou verificar os dados
prévios da comissão de infecção hospitalar da incidência de MRSA e S. pneumoniae
naquele hospital.
Na etapa posterior, coletaram-se amostras do ambiente em dias alternados e
estas foram analisadas opticamente. Assim, pôde-se avaliar a sensibilidade do
bacteriosensor, em especial, pelos microrganismos estarem no ambiente hospitalar
(em condições adversas), podendo, ainda, inferir se a metodologia microbiológica
associada à montagem experimental tinha possibilitado, realmente, a detecção.
As Figuras 10 e 11 mostram, respectivamente, o sinal óptico do sensoriamento
para MRSA e para S. pneumoniae. As linhas 1, 2 e 3 representam o sinal de saída
IOUT(t) provenientes das amostras 1, 2 e 3. Usando-se a Equação 6 , foi
correlacionado o sinal óptico representativo do crescimento dos microrganismos em
teste com o número estimado destes, o que é expresso pela linha 4 . Vale ressaltar
que foram empregados nos cálculos para MRSA N0 = 94 e para S. pneumoniae N0 =
91, como também, o tempo de geração g = 30 minutos para MRSA e g = 48 minutos
para S. pneumoniae [12]. Destaca-se o fato de que todas as medidas mostraram
valores acima dos padrões aceitáveis para bactérias patogênicas de veiculação aérea
em sítios críticos [142].
Tabela 2. Contagem de CFU nas coletas de controle realizadas no ambiente
hospitalar para Staphylococcus aureus (MRSA) e Streptococcus
pneumoniae
Microrganismo Dia No. Coleta No. CFU (m -3)
1
1
2
3
112
94
Teste no sensor (Figura 10,
linha 1)
2
1
2
3
104
100
Teste no sensor (Figura 10,
linha 2)
MRSA
3
1
2
3
80
76
Teste no sensor (Figura 10,
linha 3)
4
1
2
3
76
81
Teste no sensor (Figura 11,
linha 1)
5
1
2
3
92
107
Teste no sensor (Figura 11,
linha 2)
S. pneumoniae
6
1
2
3
98
96
Teste no sensor (Figura 11,
linha 3)
Staphylococcus aureus
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 500 1000 1500 2000
Tempo [minutos]
Iout
(t)
[uni
dade
s ar
bitr
ária
s]
1,0E+01
1,0E+02
1,0E+03
1,0E+04
1,0E+05
1,0E+06
1,0E+07
1,0E+08
1,0E+09
Núm
ero
estim
ado
de b
acté
rias
Linha 1
Linha 4
Linha 2
Linha 3
Figura 10. Sinal óptico de detecção Iout (t) para Staphylococcus aureus (MRSA)
Streptococcus pneumoniae
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Tempo [minutos]
Iout
(t)
[uni
dade
s ar
bitr
ária
s]
1,0E+01
1,0E+02
1,0E+03
1,0E+04
1,0E+05
1,0E+06
1,0E+07
Núm
ero
estim
ated
o de
bac
téria
s
Linha 1Linha 2
Linha 3
Linha 4
Figura 11. Sinal óptico de detecção Iout (t) para Streptococcus pneumoniae
Para ter-se certeza de que o sinal óptico representava, realmente, a
interação das bactérias/fibra/campo evanescente na área sensitiva, foram realizadas
provas de controle do sinal óptico dos meios de culturas utilizados. As Figuras 12 e 13
evidenciam as respostas ópticas dos meios de cultivo estéreis testados (controle
negativo).
Dessa forma, todos os procedimentos de aquisição de sinais foram feitos nos
meios de cultura utilizados para a detecção de MRSA (Baird-Parker agar base) e S.
pneumoniae (Trypticase soy blood agar base), com o mesmo tempo de duração.
Figura 12. Controle Negativo: Sinal óptico do Meio de Cultivo Baird-Parker
Figura 13. Controle Negativo: Sinal óptico do Meio de Cultivo Trypticase soy blood
agar base
IV-2. Resultados Obtidos dos Ensaios Metodológicos para a Caracterização do
Bacteriosensor
Nesta etapa serão mostrados resultados de testes realizados para a
caracterização do bacteriosensor. Foi usado no esquema de aquisição uma fibra
óptica multimodo (62,5/125 µm). A área sensitiva passou a ser de 40 mm2.
Para caracterizar a sensibilidade do bacteriosensor realizaram-se várias
medidas durante 24 h (1440 minutos), pelo emprego de 13 diferentes concentrações
iniciais (N0), variando de 10 a 800 microrganismos (E. coli O157:H7). As Figuras 14 –
26 mostram gráficos respectivos às concentrações testadas de cada resposta óptica
temporal Iout (t) em unidades arbitrárias. As Linhas 1 e 2 representam o sinal de saída
Iout (t) provenientes das Amostras 1 e 2 . A Linha 3 representa o número estimado de
microrganismos, de acordo com a Equação 6 .
Figura 14. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 10 de E.
coli O157:H7
Figura 15. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 20 de E. coli
O157:H7
Figura 16. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 30 de E. coli O157:H7
Figura 17. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 40 de
E. coli O157:H7
Figura 18. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 50 de E.
coli O157:H7
Figura 19. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 60 de E.
coli O157:H7
Figura 20. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 70 de E.
coli O157:H7
Figura 21. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 80 de E.
coli O157:H7
Figura 22. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 90 de E.
coli O157:H7
Figura 23. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 100 de E.
coli O157:H7
Figura 24. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 200 de E.
coli O157:H7
Figura 25. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 400 de E.
coli O157:H7
Figura 26. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 800 de E.
coli O157:H7
Pela demonstração de reprodutibilidade das curvas nas repostas para
diferentes N0, foram iniciadas análises seqüenciais de cada fase bacteriana obtida pelo
bacteriosensor, relacionando, diretamente, as fases de E. coli O157:H7. O gráfico da
Figura 27 mostra o tempo da fase lag de todos os resultados obtidos. Observe que
esse tempo pouco varia, independentemente do número inicial de bactérias, sendo de
270 ± 4 min.
0 200 400 600 800 10000
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600F
ase
Lag
(min
utos
)
N0
Figura 27. Intervalo de tempo na fase lag ∆∆∆∆tLAG (minutos) versus diferentes N0 de E.
coli O157:H7
A Figura 28 exibe a resposta óptica Iout (t) para N0 = 200, sendo uma curva de
aquisição do bacteriosensor (obtida), outra curva representando o número estimado de
bactérias (calculada) e três linhas representando cada fase de crescimento de E. coli
O157:H7 (fase lag, fase log e fase estacionária) em relação à resposta obtida do
bacteriosensor.
Figura 28. Resposta óptica Iout (t) para N0 = 200 de E.coli O157:H7
Em dados calculados da fase lag de todas as curvas obtidas, a amplitude
máxima de ruído encontrada foi de ∼1,2 dB para N0 = 10, decrescendo com o
incremento de N0 até alcançar ∼ 0,3 dB para N0 = 800.
No início da fase log Iout (t), é demonstrada uma forma derivativa do sinal em
declive (ILOG). Após seu término, obtêm-se o sinal da fase estacionária (ISTAT),
evidenciando um nível DC menor que o nível DC de ILAG.
A partir de análises feitas com cada N0, obteve-se a atenuação óptica ∆∆∆∆IOUT (em
dB). Com análises da largura temporal das declividades (duração da fase log),
evidenciou-se uma variação do tempo de fase log para cada N0 (∆∆∆∆tLOG) em horas. As
medidas indiretas da derivada temporal ββββLOG de Iout (t) na fase log variam com N0,
podendo ser calculado com a Equação 8 , da seguinte forma:
LOG
out0LOG
∆t∆I
)(Nβ ≡ (8)
Na Figura 29 é mostrado um gráfico da sensibilidade do bacteriosensor ββββLOG
(dB/h) com N0 de 10 a 400. Uma linha com um coeficiente de regressão linear de
0,938 ajusta uma curva de calibração ββββLOG(N0) = (∆∆∆∆ββββLOG/∆∆∆∆N0). Concluiu-se que
∆∆∆∆ββββLOG/∆∆∆∆N0 = 0,012 ± 0,001 dB/h/bactéria o que fornece um erro de ~6%.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 5500
1
2
3
4
5
6
7
8
Sen
sibi
lidad
e na
fase
log
[dB
/h]
N0
Figura 29. Curva de calibração do bacteriosensor. É mostrado a derivada temporal
ββββLOG de Iout (t) na fase log com função de N0
O crescimento bacteriano ocorre indefinidamente, se uma quantidade
adequada de nutrientes for disponibilizada, assim como condições de temperatura, pH
e umidade residual do meio de cultura. Contudo, usando um meio de cultura em uma
placa de Petri é, obviamente, um meio biológico finito e, dessa forma, limita a faixa de
tempo de crescimento. Os primeiros experimentos mostraram que, partindo-se de
concentrações iniciais de 1000 microrganismos, a E. coli O157:H7 continuou em
crescimento, mesmo após 48 h de incubação, o que implica em chegar à fase
estacionária após este período de tempo.
As Figuras 30 (a-f) exibem imagens da interação física bactéria/fibra, obtida
através da microscopia óptica. A prova foi realizada com N0 = 100.
Figura 30-a. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 20 x
Figura 30-b. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 40 x
Figura 30-c. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 80 x
Figura 30-d. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 80 x
Figura 30-e. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 200 x
Figura 30-f. Microfotografia óptica de E. coli O157:H7. Aumento de 800 x
As Figuras 31 (a-d) exibem imagens da interação física bactéria/fibra através
da microscopia eletrônica. A prova foi realizada com N0 = 20 (figuras 31-a e 31-b) e
com N0 = 400 (figuras 31-c e 31-d).
Figura 31-a. Microfotografia eletrônica de E. coli O157:H7 [N0 = 20]. Aumento de 200 x
Figura 31-b. Microfotografia eletrônica de E. coli O157:H7 [N0 = 20]. Aumento de 400 x
Figura 31-c. Microfotografia eletrônica de E. coli O157:H7 [N0 = 400]. Aumento de 800
x
Figura 31-d. Microfotografia eletrônica de E. coli O157:H7 [N0 = 20]. Aumento de 2000 x
IV-3 Resultados Obtidos na Detecção de Legionella pneumophila
IV-3-1. Análises Físico-químicas
A Tabela 3 e a Tabela 4 mostram resultados das análises físico-químicas da
água do Hospital A e do Hospital B .
Tabela 3 . Resultados das análises físico-químicas da água do Hospital A
Hospital A
Coleta n °°°°
Análises 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sólidos totais 865 943 110
5
1145 997 980 880 910 940 935
Ferro 0,5 0,4 0,5 0,61 0,5
6
0,46 0,7
7
0,6
4
0,44 0,33
Cobre 0,3
6
0,41 0,1
5
0,22 0,3
1
0,33 0,4 0,2
2
0,38 0,21
Cálcio 107 88 61 60 82 93 87 91 64 93
Cloro 0,8 1,2 0,6 0,5 1,3 1,5 1,4 1,9 1,1 1,6
Zinco 2,2 1,7 1,3 0,9 3,1 2,3 2,2 4,1 1,8 0,9
Magnésio 88 96 187 192 98 66 133 157 161 113
Sulfato 188 170 125 222 234 190 201 216 178 165
Carbono orgânico
total
0,9 0,6 0,3 0,88 1,2
3
1,11 0,9
8
1,0
3
1,33 0.88
Cloretos 134 122 156 141 98 101 57 49 67 73
Nitrato+nitrito 33 22 28 31 17 42 35 61 40 37
Dureza 34 12 17 19 23 14 8 22 17 14
pH 6,7 6,1 6,3 6,6 5,8 5,6 6,3 6,0 5,7 5,5
Tabela 4 . Resultados das análises físico-químicas da água do Hospital B
Hospital B
Coleta n °°°°
Análises 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sólidos totais 480 550 605 588 493 555 603 662 545 679
Ferro 0,22 0,31 0,17 0,12 0,16 1,2 0,4
7
0,98 0,8
7
0,6
6
Cobre 0,06 0,04 0,05 0,14 0,12 0,2
1
0,2 0,23 0,2
2
0,1
8
Cálcio 65 73 78 85 61 102 99 134 147 151
Cloro 1,5 1,8 1,6 1,2 1,5 0,8 1,0 0,9 1,1 1,4
Zinco 0,11 0,16 0,38 0,25 0,34 0,4
1
0,5
2
0,99 1,1 0,9
Magnésio 127 98 106 88 134 166 157 144 119 163
Sulfato 188 133 145 178 222 210 98 94 123 65
Carbono orgânico
total
0,1 0,22 0,16 0,08 0,12 0,3
4
0,4
5
0,31 0,1
6
0,2
Cloretos 110 93 99 82 78 110 102 134 56 69
Nitrato+nitrito 23 33 49 51 63 32 47 56 45 38
Dureza 23 22 15 19 28 25 11 9 19 26
pH 6,0 6,2 6,1 5,7 6,3 6,4 6,2 5,6 6,0 5,9
IV-3-2. Análises Colimétricas
Os resultados das análises colimétricas do hospital A são expressas na Tabela
5 e os resultados das análises colimétricas do hospital B são expressas na Tabela 6.
Tabela 5. Resultados das análises colimétricas do hospital A
Hospital A
Coleta
n°
Coliformes
totais/100 ml
Coliformes
fecais/100 ml
1 2 1
2 0 0
3 0 0
4 0 0
5 0 0
6 0 0
7 1 0
8 0 0
9 2 1
10 0 0
Tabela 6. Resultados das análises coliméticas do hospital B
Hospital B
Coleta
n°
Coliformes
totais/100 ml
Coliformes
fecais/100 ml
1 0 0
2 1 0
3 4 2
4 2 1
5 7 3
6 13 7
7 0 0
8 3 1
9 5 4
10 1 0
IV-3-3. Isolamento de Legionella pneumophila
Espécies de Legionella Isoladas nos Hospitais Pesquisados
Legionella spp. foram isoladas em 60% das amostras coletas no Hospital A e
100% das amostras coletadas no Hospital B . No Hospital A isolou-se: Legionella
bozemanii, Legionella anisa, Legionella micdadei e Legionella pneumophila
sorogrupos 1 , 3 e 4. No Hospital B isolou-se: Legionella micdadei e Legionella
pneumophila sorogrupo 1. A Tabela 7 exprime os resultados das análises de pesquisa
de isolamento de L. pneumophila sorogrupo 1 , no Hospital A e no Hospital B .
Tabela 7. Resultados das análises da água para Legionella pneumophila sorogrupo 1
nos Hospitais A e B
Hospital A Hospital B
Coleta n° CFU/ litro de L. pneumophila sorogrupo 1
1 0 2,3 x 105
2 0 4,0 x 102
3 1,2 x 103 5,1 x 104
4 0,4 x 102 3,2 x 105
5 0 3,9 x 103
6 1,1 x 103 5,3 x 104
7 2,5 x 104 4,2 x 103
8 0 1,8 x 104
9 0,3 x 102 2,4 x 105
10 2,2 x 104 6,6 x 106
Resultados dos Testes Ópticos
Na Figura 32 é mostrada a resposta óptica (controle negativo) do meio de
cultura BCYE agar base. As Figuras 33-35 representam duas respostas ópticas para
cada teste de detecção de L. pneumophila sorogrupo 1 com N0 = 100, N0 = 500 e N0 =
1000, respectivamente. A Linha 1 diz respeito ao primeiro teste óptico e a Linha 2 ao
segundo teste óptico.
Figura 32. Controle Negativo: Sinal óptico do meio de cultivo BCYE agar base
Figura 33. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 100 de
Legionella pneumophila
Figura 34. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 500 de
Legionella pneumophila
Figura 35. Resposta óptica Iout (t) do bacteriosensor parametrizado por N0 = 1000 de
Legionella pneumophila
IV-4. Espalhamento de Luz: Aspectos da Teoria Mie
Este tópico descreve a possibilidade de uso de novo método para
predição de células microbianas, através de parâmetros biológicos com base nos
perfis de espalhamento de luz. Enfoca, ainda, considerações preliminares e discute
resultados teóricos impulsionados pelas novas diretrizes de pesquisa envolvendo o
espalhamento de luz em meios biológicos.
Recentes trabalhos têm sugerido que o uso da espectroscopia do
espalhamento de luz pode proporcionar um método valioso, não-invasivo para
diagnóstico morfológico de tecidos, diferenciando tecidos normais de acometidos por
alguma anomalia em diferentes materiais biológicos, tais como: pele, bexiga e cólon
[143-145]. Os métodos ópticos são muito poderosos para medidas não-invasivas de
amostras biológicas. Porém, as medidas quantitativas são muito duras, porque as
amostras biológicas vivas são normalmente turvas, e isto torce os parâmetros ópticos
observáveis. Superar estes problemas impele investigações do transporte de fóton em
meios turvos [146].
Quando o transporte de luz é descrito por uma equação de transporte, adquiri-
se um perfil temporal da intensidade I(t) da luz como I(t) = Io(t)exp(-uvt) onde u é o
coeficiente de absorção, v é a velocidade da luz e Io(t) é o perfil temporal com
ausência da absorção. Assim, é extraída a absorbância do perfil temporal da luz. Há
muitos caminhos de fótons que atravessam meios turvos e uma luz pulsada é alargada
por estes. O perfil temporal da intensidade da luz espalhada reflete o caminho da
distribuição no meio. Quando a absorção do meio aumenta, a intensidade da luz se
atenua e a atenuação é forte ao longo de caminhos mais longos (Figura 36 ).
.
Figura 36 . Diagrama esquemático de Espalhamento e Absorção
A natureza da luz sempre foi um dos temas que chamaram a atenção dos
grandes cientistas desde a antigüidade (300 a. C.), com Euclides, até Einstein e
Planck, no século XX. Hoje em dia, duas teorias que explicam a natureza da luz são
aceitas: a teoria corpuscular e a teoria ondulatória. Na teoria ondulatória, a luz é
tratada como campos eletromagnéticos oscilantes propagando-se no espaço. Essa
teoria explica fenômenos como reflexão, refração, difração. Na teoria corpuscular, a
luz é tratada como pacotes de energia chamados fótons. Essa teoria explica
fenômenos como o efeito Compton e o desvio do raio luminoso ao passar perto de
corpos celestes.
Quando se leva em conta a teoria ondulatória, a luz é regida pelas equações
de Maxwell. Assim, se resolverem-se as equações de Maxwell para as condições
(chamadas condições de contorno) da fibra óptica, que é um guia de onda, tais como
diâmetro do núcleo, comprimento de onda, abertura numérica, etc., encontra-se um
certo número de soluções finitas. Dessa maneira, a luz que percorre a fibra óptica não
se propaga aleatoriamente, mas é canalizada em certos modos especiais, como nas
fibras ópticas multimodo utilizadas no bacteriosensor.
Modo de propagação é, portanto, uma onda com determinada distribuição de
campo eletromagnético que satisfaça as equações de Maxwell e que transporta uma
parcela individual (mas não igual) da energia luminosa total transmitida. Esses modos
podem ser entendidos e representados como sendo os possíveis caminhos que a luz
pode ter no interior do núcleo. Numa fibra óptica, o número de modos está relacionado
com a freqüência normalizada V que é uma grandeza definida por:
Va AN= ⋅ ⋅ ⋅2 πλ
(9)
onde:
• a é o raio do núcleo
• λλλλ é o comprimento de onda
• AN é a abertura numérica
Para fibras de índice gradual a relação entre a freqüência normalizada e o número de
modos M é dada por:
4
2VM = (10)
Em um estudo piloto sobre a quantificação de bactérias em suspensão via
multi-ângulos gerados pelo espalhamento da luz, JONES et al. [147] abordam que a
intensidade do espalhamento da luz em provas microbianas é dependente (não-
linearmente) de vários fatores, tais como: o comprimento de onda, o tamanho relativo
do espalhamento e a diferença entre o índice de refração do microrganismo e o do
meio.
O espalhamento é o mecanismo de atenuação que causa desvio de parte da
energia luminosa guiada pelos vários modos de propagação para outras direções. A
atenuação do sinal óptico provocado pelas bactérias em crescimento exprime o
espalhamento Mie, tendo-se como suporte os achados de BURMEISTER &
MASCHKE, YGUERABIDE & YGUERABIDE, QUINTEN et al., SORENSEN &
FISCHBACH [148-151]. Ocorre, principalmente, devido a não homogeneidade
microscópica de flutuações de disposição de partículas esféricas e coeficiente de
extinção de ondas evanescentes, que é uma dedução atribuída a GUSTAV MIE
(Prêmio Nobel de Física, 1908). Fica também evidenciado um efeito óptico linear onde
há transferência de potência de modos guiados para modos vazados ou radiantes, no
mesmo comprimento onda, ocorrendo, principalmente, na direção de propagação da
luz [152].
Pelo fato do uso de provas de espalhamento Mie com microrganismos como
medida de crescimento [147] e, principalmente, com células/tecidos biológicos [153-
162], buscou-se simular condições preliminares de observação do comportamento de
dois microrganismos utilizados na Tese (E. coli O157:H7 e L. pneumophila) em provas
de espalhamento Mie. Estes procedimentos pretendem discutir a possibilidade de, em
futuro próximo, ter-se uma diretriz de estudo de espalhamento Mie de forma a
evidenciar, assim, uma assinatura óptica individualizada por tipo de microrganismo. O
programa de modelagem da teoria Mie foi empreendido para uma análise do
espalhamento angular [163]. Parâmetros utilizados: raio, comprimento de onda, índice
de refração no meio, índice de refração da partícula e índice de refração imaginário.
Na modelagem angular da teoria Mie com E. coli O157:H7, objetivou-se estimar
a assinatura óptica de E. coli O157:H7. A Figura 37 mostra o espalhamento angular
de E. coli O157:H7.
Dados:
====================================
Mie calculation Input parameters: wavelength = 0.84000 radius = 1.50000 ref. index = 1.45000 +i 0.00000 ref. index of medium = 1.53000 Angular scattering 1. column: angle in degrees 2. column: perpendicular polarization 3. column: parallel polarization ==================================== 0.0 2.29915E+04 2.29915E+04 1.0 2.25957E+04 2.25850E+04 2.0 2.14434E+04 2.14029E+04 3.0 1.96356E+04 1.95523E+04 4.0 1.73263E+04 1.71958E+04 5.0 1.47032E+04 1.45307E+04 6.0 1.19656E+04 1.17642E+04 7.0 9.30168E+03 9.08982E+03 8.0 6.86910E+03 6.66675E+03 9.0 4.78179E+03 4.60648E+03 10.0 3.10323E+03 2.96699E+03 11.0 1.84730E+03 1.75493E+03 12.0 9.85304E+02 9.34305E+02 13.0 4.57483E+02 4.39458E+02 14.0 1.86585E+02 1.89667E+02 15.0 9.12275E+01 1.02908E+02 16.0 9.70691E+01 1.06739E+02 17.0 1.44507E+02 1.45205E+02 18.0 1.92409E+02 1.81495E+02 19.0 2.18145E+02 1.96906E+02 20.0 2.14730E+02 1.87184E+02 21.0 1.86256E+02 1.57549E+02 22.0 1.42812E+02 1.17665E+02 23.0 9.59191E+01 7.74735E+01 24.0 5.51800E+01 4.44656E+01 25.0 2.64320E+01 2.24681E+01 26.0 1.13444E+01 1.17413E+01 27.0 8.11780E+00 9.93665E+00 28.0 1.28158E+01 1.34215E+01 29.0 2.08470E+01 1.85348E+01 30.0 2.82136E+01 2.24859E+01 31.0 3.22961E+01 2.37764E+01 32.0 3.21091E+01 2.21767E+01 33.0 2.81032E+01 1.83916E+01 34.0 2.16737E+01 1.35866E+01 35.0 1.45671E+01 8.93552E+00 36.0 8.35128E+00 5.29816E+00 37.0 4.06031E+00 3.07410E+00 38.0 2.05703E+00 2.21983E+00 39.0 2.09269E+00 2.37851E+00 40.0 3.50233E+00 3.05622E+00 41.0 5.45631E+00 3.78539E+00 42.0 7.19439E+00 4.23591E+00 43.0 8.19039E+00 4.25942E+00 44.0 8.22424E+00 3.87393E+00 45.0 7.36573E+00 3.20972E+00 46.0 5.89402E+00 2.44179E+00 47.0 4.18634E+00 1.73027E+00 48.0 2.60863E+00 1.18240E+00 49.0 1.43288E+00 8.39486E-01 50.0 7.93804E-01 6.85099E-01 51.0 6.85767E-01 6.65857E-01 52.0 9.91615E-01 7.15627E-01 53.0 1.52988E+00 7.75635E-01 54.0 2.10604E+00 8.06466E-01 55.0 2.55600E+00 7.91287E-01 56.0 2.77429E+00 7.32234E-01 57.0 2.72461E+00 6.43130E-01 58.0 2.43419E+00 5.41683E-01 59.0 1.97677E+00 4.43430E-01 60.0 1.44969E+00 3.58472E-01 61.0 9.50785E-01 2.90889E-01 62.0 5.59423E-01 2.40048E-01 63.0 3.24292E-01 2.02700E-01 64.0 2.58878E-01 1.74972E-01 65.0 3.44021E-01 1.53682E-01 66.0 5.35862E-01 1.36833E-01 67.0 7.76964E-01 1.23454E-01 68.0 1.00823E+00 1.13113E-01 69.0 1.17954E+00 1.05414E-01 70.0 1.25749E+00 9.96853E-02 71.0 1.22943E+00 9.49453E-02 72.0 1.10341E+00 9.00726E-02 73.0 9.04719E-01 8.40800E-02 74.0 6.69744E-01 7.63599E-02 75.0 4.38614E-01 6.68161E-02 76.0 2.47846E-01 5.58519E-02 77.0 1.24306E-01 4.42365E-02 78.0 8.13441E-02 3.29031E-02 79.0 1.17572E-01 2.27416E-02 80.0 2.18265E-01 1.44336E-02 81.0 3.58916E-01 8.35797E-03 82.0 5.10148E-01 4.56988E-03 83.0 6.43039E-01 2.83873E-03
84.0 7.33933E-01 2.72473E-03 85.0 7.67951E-01 3.67180E-03 86.0 7.40759E-01 5.10064E-03 87.0 6.58436E-01 6.49112E-03 88.0 5.35652E-01 7.44814E-03 89.0 3.92620E-01 7.74688E-03 90.0 2.51418E-01 7.35435E-03 91.0 1.32355E-01 6.42411E-03 92.0 5.09487E-02 5.26305E-03 93.0 1.59286E-02 4.27195E-03 94.0 2.84742E-02 3.86689E-03 95.0 8.26756E-02 4.39286E-03 96.0 1.67014E-01 6.04482E-03 97.0 2.66530E-01 8.81160E-03 98.0 3.65275E-01 1.24557E-02 99.0 4.48661E-01 1.65351E-02 100.0 5.05374E-01 2.04671E-02 101.0 5.28631E-01 2.36230E-02 102.0 5.16674E-01 2.54389E-02 103.0 4.72536E-01 2.55233E-02 104.0 4.03181E-01 2.37401E-02 105.0 3.18231E-01 2.02544E-02 106.0 2.28479E-01 1.55296E-02 107.0 1.44429E-01 1.02776E-02 108.0 7.50348E-02 5.36766E-03 109.0 2.67747E-02 1.70940E-03 110.0 3.14033E-03 1.26916E-04 111.0 4.53847E-03 1.24305E-03 112.0 2.85695E-02 5.38999E-03 113.0 7.05953E-02 1.25581E-02 114.0 1.24492E-01 2.23888E-02 115.0 1.83474E-01 3.42106E-02 116.0 2.40885E-01 4.71122E-02 117.0 2.90878E-01 6.00416E-02 118.0 3.28913E-01 7.19184E-02 119.0 3.52057E-01 8.17450E-02 120.0 3.59079E-01 8.87046E-02 121.0 3.50357E-01 9.22357E-02 122.0 3.27639E-01 9.20779E-02 123.0 2.93708E-01 8.82854E-02 124.0 2.51988E-01 8.12107E-02 125.0 2.06156E-01 7.14618E-02 126.0 1.59782E-01 5.98399E-02 127.0 1.16043E-01 4.72660E-02 128.0 7.75072E-02 3.47025E-02 129.0 4.60192E-02 2.30789E-02 130.0 2.26597E-02 1.32267E-02 131.0 7.78358E-03 5.82765E-03 132.0 1.11283E-03 1.37896E-03 133.0 1.86722E-03 1.74855E-04 134.0 8.91347E-03 2.30492E-03 135.0 2.09158E-02 7.66647E-03 136.0 3.64743E-02 1.59885E-02 137.0 5.42400E-02 2.68633E-02 138.0 7.30028E-02 3.97834E-02 139.0 9.17487E-02 5.41794E-02 140.0 1.09687E-01 6.94562E-02 141.0 1.26256E-01 8.50261E-02 142.0 1.41104E-01 1.00337E-01 143.0 1.54059E-01 1.14893E-01 144.0 1.65093E-01 1.28272E-01 145.0 1.74278E-01 1.40132E-01 146.0 1.81750E-01 1.50216E-01 147.0 1.87673E-01 1.58352E-01 148.0 1.92209E-01 1.64446E-01 149.0 1.95504E-01 1.68476E-01 150.0 1.97670E-01 1.70484E-01 151.0 1.98781E-01 1.70560E-01 152.0 1.98875E-01 1.68839E-01 153.0 1.97959E-01 1.65487E-01 154.0 1.96014E-01 1.60692E-01 155.0 1.93010E-01 1.54655E-01 156.0 1.88912E-01 1.47586E-01 157.0 1.83697E-01 1.39693E-01 158.0 1.77362E-01 1.31183E-01 159.0 1.69929E-01 1.22252E-01 160.0 1.61457E-01 1.13083E-01 161.0 1.52044E-01 1.03849E-01 162.0 1.41823E-01 9.47022E-02 163.0 1.30966E-01 8.57785E-02 164.0 1.19674E-01 7.71946E-02 165.0 1.08169E-01 6.90479E-02 166.0 9.66840E-02 6.14158E-02 167.0 8.54521E-02 5.43563E-02 168.0 7.46919E-02 4.79091E-02 169.0 6.45978E-02 4.20961E-02 170.0 5.53296E-02 3.69235E-02 171.0 4.70057E-02 3.23835E-02 172.0 3.96996E-02 2.84569E-02 173.0 3.34401E-02 2.51156E-02 174.0 2.82157E-02 2.23255E-02 175.0 2.39821E-02 2.00493E-02 176.0 2.06722E-02 1.82496E-02 177.0 1.82083E-02 1.68912E-02 178.0 1.65140E-02 1.59443E-02 179.0 1.55257E-02 1.53857E-02 180.0 1.52012E-02 1.52012E-02
Figura 37. Espalhamento angular – E. coli O157:H7
O mesmo procedimento foi feito com L. pneumophila na modelagem angular
com base na teoria Mie. Objetivou-se também a obtenção preliminar de uma
assinatura óptica de L. pneumophila. Os cálculos foram realizados pelo programa de
simulação. A Figura 38 mostra o espalhamento angular de L. pneumophila.
Dados: ================================== Mie calculation Input parameters: wavelength = 0.84000 radius = 3.00000 ref. index = 1.45000 +i 0.00000 ref. index of medium = 1.53000 Angular scattering 1. column: angle in degrees 2. column: perpendicular polarization 3. column: parallel polarization 0.0 7.80775E+05 7.80775E+05 1.0 7.25355E+05 7.24927E+05 2.0 5.79005E+05 5.77682E+05 3.0 3.91386E+05 3.89531E+05 4.0 2.17869E+05 2.16381E+05 5.0 9.56693E+04 9.52393E+04
6.0 3.28823E+04 3.34647E+04 7.0 1.39191E+04 1.48356E+04 8.0 1.47281E+04 1.52582E+04 9.0 1.70283E+04 1.69353E+04 10.0 1.41375E+04 1.37138E+04 11.0 8.12390E+03 7.81227E+03 12.0 3.31689E+03 3.31134E+03 13.0 1.66422E+03 1.82613E+03 14.0 2.12290E+03 2.20411E+03 15.0 2.67674E+03 2.57552E+03 16.0 2.29656E+03 2.11078E+03 17.0 1.31640E+03 1.19893E+03 18.0 5.54689E+02 5.55491E+02 19.0 3.91630E+02 4.37197E+02 20.0 5.86511E+02 5.81661E+02 21.0 7.06855E+02 6.31753E+02 22.0 5.70944E+02 4.81781E+02 23.0 3.12764E+02 2.68768E+02 24.0 1.46569E+02 1.51426E+02 25.0 1.43613E+02 1.54564E+02 26.0 2.13871E+02 1.93819E+02 27.0 2.38333E+02 1.90513E+02 28.0 1.83300E+02 1.39000E+02 29.0 1.01463E+02 8.33959E+01 30.0 5.65368E+01 5.86601E+01 31.0 6.29477E+01 6.23321E+01 32.0 8.81234E+01 7.03382E+01 33.0 9.47935E+01 6.57095E+01 34.0 7.39980E+01 4.99347E+01 35.0 4.39378E+01 3.41675E+01 36.0 2.66161E+01 2.61133E+01 37.0 2.84294E+01 2.52741E+01 38.0 3.90585E+01 2.65962E+01 39.0 4.40063E+01 2.58164E+01 40.0 3.71421E+01 2.18962E+01 41.0 2.36722E+01 1.64632E+01 42.0 1.36276E+01 1.20219E+01 43.0 1.28554E+01 1.01922E+01 44.0 1.88672E+01 1.06880E+01 45.0 2.40101E+01 1.16176E+01 46.0 2.24754E+01 1.10378E+01 47.0 1.49992E+01 8.57562E+00 48.0 7.55468E+00 5.65510E+00 49.0 5.65798E+00 4.09557E+00 50.0 9.56102E+00 4.42600E+00 51.0 1.44638E+01 5.51425E+00 52.0 1.51730E+01 5.75888E+00 53.0 1.07302E+01 4.58153E+00 54.0 4.90154E+00 2.80392E+00 55.0 2.43531E+00 1.70804E+00 56.0 4.77218E+00 1.82357E+00 57.0 9.05202E+00 2.57765E+00 58.0 1.09904E+01 2.97580E+00 59.0 8.73669E+00 2.52986E+00 60.0 4.25525E+00 1.57633E+00 61.0 1.28246E+00 8.29526E-01 62.0 1.96571E+00 7.07637E-01 63.0 5.18838E+00 1.04876E+00 64.0 7.81664E+00 1.36726E+00 65.0 7.50526E+00 1.31519E+00 66.0 4.55966E+00 9.24878E-01 67.0 1.42734E+00 4.91428E-01 68.0 5.01061E-01 2.79427E-01 69.0 2.19905E+00 3.28966E-01 70.0 4.82457E+00 4.83991E-01 71.0 6.11065E+00 5.59980E-01 72.0 5.04575E+00 4.85375E-01 73.0 2.53318E+00 3.19620E-01 74.0 5.13659E-01 1.71639E-01 75.0 3.94823E-01 1.08422E-01 76.0 2.04656E+00 1.22148E-01 77.0 4.04317E+00 1.59952E-01 78.0 4.83079E+00 1.74379E-01 79.0 3.86504E+00 1.52219E-01 80.0 1.90472E+00 1.09562E-01 81.0 3.49776E-01 6.91815E-02 82.0 1.99613E-01 4.29615E-02 83.0 1.40003E+00 2.97052E-02 84.0 2.98262E+00 2.32238E-02 85.0 3.80852E+00 1.97659E-02 86.0 3.34487E+00 1.88962E-02 87.0 1.95419E+00 2.00877E-02 88.0 5.66312E-01 2.06785E-02 89.0 2.21411E-02 1.77921E-02 90.0 5.51241E-01 1.17366E-02 91.0 1.69598E+00 6.62465E-03 92.0 2.67043E+00 6.87891E-03 93.0 2.87413E+00 1.26960E-02 94.0 2.22750E+00 1.90242E-02 95.0 1.15425E+00 1.96874E-02 96.0 2.73610E-01 1.35404E-02 97.0 2.49870E-02 7.22693E-03 98.0 4.49212E-01 1.13989E-02 99.0 1.22265E+00 3.24564E-02 100.0 1.88211E+00 6.58440E-02 101.0 2.08574E+00 9.64622E-02 102.0 1.76637E+00 1.06995E-01 103.0 1.11950E+00 8.92858E-02 104.0 4.65735E-01 5.13614E-02 105.0 8.12566E-02 1.50562E-02 106.0 8.33010E-02 4.94188E-03 107.0 4.09870E-01 3.46271E-02 108.0 8.79203E-01 9.81983E-02 109.0 1.28355E+00 1.71722E-01 110.0 1.47096E+00 2.24180E-01 111.0 1.38817E+00 2.32241E-01
112.0 1.08131E+00 1.91499E-01 113.0 6.66093E-01 1.18905E-01 114.0 2.83703E-01 4.55964E-02 115.0 5.64289E-02 3.78991E-03 116.0 5.27256E-02 1.37045E-02 117.0 2.68805E-01 7.58969E-02 118.0 6.31084E-01 1.71599E-01 119.0 1.01965E+00 2.70192E-01 120.0 1.30684E+00 3.40357E-01 121.0 1.39908E+00 3.60588E-01 122.0 1.26772E+00 3.25598E-01 123.0 9.57600E-01 2.47052E-01 124.0 5.70006E-01 1.49129E-01 125.0 2.26672E-01 6.08756E-02 126.0 2.83733E-02 7.94721E-03 127.0 2.33931E-02 6.03011E-03 128.0 1.96409E-01 5.74407E-02 129.0 4.79872E-01 1.51348E-01 130.0 7.81378E-01 2.67133E-01 131.0 1.01540E+00 3.79733E-01 132.0 1.12772E+00 4.65546E-01 133.0 1.10548E+00 5.07509E-01 134.0 9.71993E-01 4.98323E-01 135.0 7.71630E-01 4.41329E-01 136.0 5.52138E-01 3.49086E-01 137.0 3.51410E-01 2.40215E-01 138.0 1.92019E-01 1.35364E-01 139.0 8.29829E-02 5.32315E-02 140.0 2.53857E-02 7.42757E-03 141.0 1.78241E-02 4.67517E-03 142.0 5.89529E-02 4.44740E-02 143.0 1.46620E-01 1.20049E-01 144.0 2.75045E-01 2.20181E-01 145.0 4.32313E-01 3.31433E-01 146.0 6.00023E-01 4.40328E-01 147.0 7.55666E-01 5.35133E-01 148.0 8.77004E-01 6.07062E-01 149.0 9.46886E-01 6.50858E-01 150.0 9.56907E-01 6.64800E-01 151.0 9.08850E-01 6.50277E-01 152.0 8.13650E-01 6.11081E-01 153.0 6.88401E-01 5.52568E-01 154.0 5.52312E-01 4.80845E-01 155.0 4.22711E-01 4.02054E-01 156.0 3.11991E-01 3.21841E-01 157.0 2.26082E-01 2.45010E-01 158.0 1.64617E-01 1.75372E-01 159.0 1.22547E-01 1.15716E-01 160.0 9.26599E-02 6.78897E-02 161.0 6.83059E-02 3.28949E-02 162.0 4.56088E-02 1.09886E-02 163.0 2.46346E-02 1.74967E-03 164.0 9.21197E-03 4.12099E-03 165.0 5.44116E-03 1.64457E-02 166.0 1.92758E-02 3.65309E-02 167.0 5.38823E-02 6.17691E-02 168.0 1.07656E-01 8.93339E-02 169.0 1.73685E-01 1.16444E-01 170.0 2.41040E-01 1.40661E-01 171.0 2.97606E-01 1.60159E-01 172.0 3.33544E-01 1.73923E-01 173.0 3.44085E-01 1.81806E-01 174.0 3.30627E-01 1.84444E-01 175.0 2.99747E-01 1.83051E-01 176.0 2.60676E-01 1.79144E-01 177.0 2.22406E-01 1.74264E-01 178.0 1.91630E-01 1.69759E-01 179.0 1.72151E-01 1.66643E-01 180.0 1.65536E-01 1.65536E-01
Figura 38. Espalhamento angular – L. pneumophila
CAPÍTULO VI
CONCLUSÕES e SUGESTÕES
Embora o bacteriosensor aqui descrito tenha demonstrado grande potencial,
algumas desvantagens devem ser apontadas, tais como:
� Só uma cepa bacteriana é possível de ser mensurada. Isto significa que a
monitoração de patógenos diferentes irá requerer sistemas individuais para
cada uma. Uma aproximação para superar esta limitação seria a
miniaturização da área sensitiva, de tal forma que a detecção pudesse ser
multiplexada. Sistemas possíveis: WDM (Wavelenght Division Multiplexing) que
é uma multiplexação óptica em comprimento de onda ou SDM (Space Division
Multiplexing) que é uma multiplexação por divisão no espaço.
� Requer do operador boa prática de manipulação microbiológica.
� A miniaturização do protótipo colide, ainda, com o fato de não se ter nesse
momento um substrato de crescimento bacteriano mantenedor de umidade (na
forma de filme fino), fundamental para o transporte ativo de nutrientes para o
interior da célula.
Entretanto, acena o futuro com uma possibilidade bastante interessante de
utilização de fibras ópticas plásticas (POFs) no sensoriamento biológico, por
permitirem variadas manipulações, além do fato de serem mais resistentes a
manipulações. Recentemente foram introduzidos experimentos piloto com POFs [172]
e, fundamentalmente, estes serão inseridos nos trabalhos futuros com sensores
biológicos.
Existe o interesse por metodologias de diagnóstico rápido de infecções
oportunistas, como as pneumonias em pacientes pós-operados, constituindo-se em
19% de todas as infecções hospitalares, sendo as mais fatais. O problema de
infecções hospitalares assume também grande relevância para pacientes no CTI.
Nestes pacientes, a incidência chega a 40% e a taxa de mortalidade a 47%,
diferentemente da taxa de mortalidade de 13% de pacientes não-infectados [2]. Estes
dados demonstram falha nos métodos de controle antiinfecciosos.
Segundo ZANON [173], a rede hospitalar brasileira, no que diz respeito ao
controle de infecções hospitalares, tem graves problemas com surtos epidêmicos
constantes, advindos das mais variadas causas e, por conseguinte, as taxas de
morbidade e letalidade em números bastantes expressivos. Reitera, ainda, a
priorização quanto ao grau de desenvolvimento técnico de cada unidade hospitalar, e
procedimentos com estreitas normas de segurança ambiental.
Esta Tese também se insere nos apelos dos órgãos institucionais
governamentais da área da saúde, respaldando-se em duas leis, fundamentais, para
as ações gestoras de saúde. A promulgação da lei 8.080 que instituiu, em 1990, o
Sistema Único de Saúde – SUS [174], a qual teve importantes desdobramentos em
termos de explicitar a importância de pesquisas continuadas na busca de resolver as
incidências de acometimentos na área da saúde, conceitua-se como “um conjunto de
ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva,
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das
doenças ou agravos”. Baseia-se, ainda, nos dados da Norma Operacional Básica do
Sistema de Saúde [175]: “O direito à saúde, o que significa que cada um e todos os
brasileiros devem construir e usufruir de políticas públicas – econômicas e sociais –
que reduzam riscos e agravos à saúde”, no que tange ao acesso universal e eqüânime
a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.
A detecção de microrganismos patogênicos, em tempo real, é um problema
altamente complexo e, inegavelmente, requerendo esforços multidisciplinares.
Investigações adicionais, empregando tecnologia óptica, são fundamentais para
melhorar várias características do bacteriosensor em estudo, podendo destacar,
dentre outras, sua possível aplicabilidade a outros microrganismos e ambientes.
Crê-se que os resultados aqui apresentados [61,62,81-83,176-180] e os
desdobramentos que advirão poderão contribuir, significativamente, para a solução
real de monitoramento e diagnóstico de patógenos, abrandando muitos dentre vários
problemas de Saúde Pública.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] PIRES-FILHO, F.M. “O que é Saúde Pública?”, Cadernos de Saúde Pública v. 3, n.
1, pp. 62-70, 1987.
[2] WORD HEALTH STATISTICS ANNUAL. World Health Organization, Genève, 1998.
[3] SCHELLER, F., SCHUBERT, F., PFEIFFER, D., HINTSCHE, R., DRANSFIELD, I.,
RENNERBERG, R., WOLLENBERGER, U., RIEDEL, K., PAVLOVA, M.,
KUHN, M. and MULLER, H.G. “Research and development of biosensors”,
Analyst v. 114, pp. 653-662, 1989.
[4] TURNER, A.P.F., KARUBE, I. and WILSON, G.S., Biosensors – fundamentals and
applications. Oxford Science Publications, pp. 34-67, 1989.
[5] CASS, A.E.G., Biosensors: a practical approach. Oxford University Press, pp. 45-
113, 1990.
[6] VADGAMA, P. and CRUMP, P.W. “Biosensors: recent trends”, Analyst v. 117, pp.
1657-1670, 1992.
[7] HIGSON, S.P.J. and VADGAMA, P.M. “Biosensors: a viable monitoring
technology?”, Medical & Biological Engineering & Computing v.32, pp. 601-
609, 1994.
[8] PEARCE, H., MESSAGER, M. and MAILLARD, J.Y. “Effect of biocides commonly
used in the hospital environment on the transfer of antibiotic-resistance
genes in Staphylococcus aureus”, Journal of Hospital Infection v. 43, n. 2,
pp. 101-107, 1999.
[9] BIRRON, B. and LAI, E., “Pulsed field electrophoresis: A practical guide”. Academic
Press, San Diego, pp. 99-107, 1993.
[10] AMANN, R.I., LUDWIG, W. and SCHLEIFER, K.H. “Phylogenetic identification and
in situ detection of individual microbial cells without cultivation”,
Microbiology Reviews n. 54, pp. 143-169, 1995.
[11] IEVEN, M. and GOOSSENS, H. “Relevance of nucleic acid amplification
techniques for the diagnosis of respiratory tract infections in the clinical
laboratory”, Clinical of Microbiological Reviews n. 10, pp. 242-256, 1997.
[12] PELCZAR, M.J., CHAN, E.C.S., KRIEG, N.R. and EDWARD, D.D. Microbiology:
Concepts and Applications, McGraw-Hill Publishing Company, USA,1993.
[13] ATLAS, R.M. Priciples of Microbiology, Mosby-Year Book, USA, 1999.
[14] MOSELEY, S.L., HUQ, I., ALIM, A.R.M.A., SO, M., SAMADPOUR-MOTALEBI, M.
and FALKOW, S. “Detection of enterotoxigenic Escherichia coli by DNA
colony hybridization”, Journal of Infectious Diseases v. 51, n. 1, pp. 892-
898, 1980.
[15] WOODS, G.L., YOUNG, A., SCOTT Jr, J.C., BLAIR, T.M.H. and JOHNSON, A.M.
“Evaluation of a nonisotropic probe for detection of Chlamydia trachomatis
in endocervical specimens”, Journal of Clinical Microbiology n. 28, pp. 370-
372, 1990.
[16] DOEBBELING, B.N., BALE, M.J., KOONTZ, F.P., HELMS, C.M., WENZEL, R.P.
and PFALLER, M.A. “Prospective evaluation of Gen-Probe assay for
detection of legionellae in respiratory specimens”, European Journal
Clinical Microbiology and Infectious Diseases n. 7, pp. 748-752, 1988.
[17] DULAR, R., KAJIOKA, R. and KASATIYA, S. “Comparison of Gen-Probe
commercial kit and culture technique for the diagnosis of Mycoplasma
pneumoniae infection”, Journal of Clinical Microbiology n. 26, pp. 1068-
1069, 1988.
[18] GONZALES, R. and HANNA, B.A. “Evaluation of Gen-Probe DNA hybridization
systems for the identification of Mycobacterium tuberculosis and
Mycobacterium avium-intracellulare”, Diagn. Microbiology Infectious
Diseases n. 8, pp. 69-77, 1987.
[19] KORNBERG, A. “Enzymic synthesis of desoxyribonucleic acid”, Harvey Lect. n.
53, pp. 83-112, 1959.
[20] MULLIS, K., FALOONA, F., SCHARF, S., SAIKI, R., HORN, G. and ERLICH, H.
“Specific enzymatic amplification of DNA in vitro: the polymerase chain
reaction”, Cold Spring Harb. Symp. Quant. Biol. v. 51, n. 1, pp. 263-273,
1986.
[21] KWOH, D.Y., DAVIS, G.R., WHITFIELD, K.M., CHAPELLE, H.L., DiMICHELE, L.J.
and GINGERAS, T.R. “Transcription based amplification system and
detection of amplified human immunodeficiency virus type 1 with a bead-
based sandwich hybridization format”, Proc. Natl. Acad. Sci. n. 86, pp.
1173-1177, 1989.
[22] GUATELLI, J.C., WHITFIELD, K.M., KWOH, D.Y., BARRINGER, K.J., RICHMAN,
D.D. and GINGERAS, T.R. “Isothermal, in vitro amplification of nucleic
acids by a multienzyme reaction modeled after retroviral replication”, Proc.
Natl. Acad. Sci. n. 87, pp. 1874-1878, 1990.
[23] COMPTON, J. “Nucleic acid sequence-based amplification”, Nature n. 350, pp. 91-
92, 1991.
[24] GINGERAS, T.R., PRODANOVICH, P., LATIMER, T., GUATELLI, J.C. and
RICHMAN, D.D. “Use of self-sustained sequence replication amplification
reaction to analyze and detect mutations in zidovudine-resistant human
immunodeficiency virus”, Journal of Infectious Diseases n. 164, pp. 1066-
1074, 1991.
[25] RELMAN, D.A., SCHMIDT, T.M., MACDERMOTT, R.P. and FALKOW, S.
“Identification of the uncultured bacillus of Whipple’s disease”, New Engl. J.
Med. n. 327, pp. 293-301, 1992.
[26] NOORDHOEK, G.T., KOLK, A.H.J., BJUNE, G., CATTY, D., DALE, J.W. and
FINE, P.E.M. “Sensitivity and specificity pf PCR for detection of
Mycobacterium tuberculosis: a blind comparison study among seven
laboratories”, Journal of Clinical Microbiology n. 30, pp. 2122-2128, 1994.
[27] IEVEN, M., URSI, D., Van BEVER, H., QUINT, W., NIESTERS, H.G.M. and
GOOSSENS, H. “Detection of M. pneumoniae by two polymerase chain
reactions and role of M. pneumoniae in acute respiratory tract infections in
pediatric patients”, Journal of Infectious Diseases n. 173, pp. 1445-1452,
1996.
[28] CULSHAW, B., Optical fibre sensing and signal processing. Peter Peregrinus,
Stevenage, Chap. 1, 1984.
[29] SCHULTZ, J.S., MANSOURI, S. and GOLDSTEIN, I.J. “Affinity sensor: A new
technique for developing implantable sensors for glucose and other
metabolites”, Diabetes Care v. 5, pp. 245-253, 1982.
[30] WERNECK, M.M, Transdutores e Interfaces. Livros Técnicos e Científicos, Rio de
Janeiro, capítulo 10, 1996.
[31] KARUBE, I., Micro-organism based sensors, in A.P.F. TURNER, I. KARUBE and
G.S. WILSON (Eds), Biosensors: Fundamentals and Applications, Oxford
University Press, Chap. 2, pp. 13-29,1994.
[32] CLARK, L.C. and LYONS, C. “Electrode systems for continuous monitoring in
cardiovascular surgery”, Ann. N. Y. Acad. Sci. v. 102, pp. 29-32, 1962.
[33] GUILBAULT, G.G., Practical Fluorescence, Second Edition, Marcel Dekker, Inc.,
New York, pp. 28, 1990.
[34] SIDWELL, J.S. and RECHNITZ, G.A. “Bananatrode – an electrochemical sensor
for dopamine”, Biotechnology Letters v. 7, pp. 419-425, 1985.
[35] WATTS, H.J., LOWE, C.R. and POLLARD-KNIGHT, D.V. “Optical biosensor for
monitoring microbial cells”, Analytical Chemistry v.66, pp. 2465-2470, 1994.
[36] MULLER, C., HITZMAN, B., SCHUBERT, F. and SCHEPER, T. “Optical chemo
and biosensors for use in clinical applications”, Sensors & Actuators v.B40,
pp. 71-77, 1997.
[37] SCHELLER, F., SCHUBERT, F., PFEIFFER, D., HINTSCHE, R., DRANSFIELD, I.,
RENNERBERG, R., WOLLENBERGER, U., RIEDEL, K., PAVLOVA, M.,
KUHN, M. and MULLER, H.G. “Research and development of biosensors”,
Analyst v. 114, pp. 653-662, 1989.
[38] GOLDEN, J.P., ANDERSON, G.P. OGERT, R.A. BRESLIN, K. and LIGLER, F.S.
“An evanescent wave fiber optic biosensor: Challenges for real world
sensing”, SPIE v. 1796, pp. 1-8, 1992.
[39] RAMSDEN, J.J. “Optical Biosensors”, Journal of Molecular Recognition v.10,
pp.109-120. 1997.
[40] ANDERSON, G.P., GOLDEN, J.P., CAO, L.K., SHRIVER-LAKE, L.C. and LIGLER,
F.S. “Development of an evanescent wave fiber optic biosensor”, IEEE
Engineering in Medicine and Biology v. 13, n. 3, pp. 358-363, 1994.
[41] HUTCHINSON, A.M. “Evanescent wave biosensors”, Molecular Biotechnology v.
3, pp. 47-54, 1995.
[42] EGGINS, B.R., An introduction to biosensors. Wiley&Teubner, New York, 1996
[43] BOUSSE, L. ”Whole cell biosensors”, Sensors & Actuators v. B34, pp. 270-275,
1996.
[44] ROGERS, K.R. and LIN, J.N. “Biosensors for environmental monitoring”,
Biosensors & Biolectronics v. 7, pp.317-322, 1992.
[45] KARUBE, I. and NAKANISHI, K. “Microbial biosensors process and environmental
control”, IEEE Engineering in Medicine and Biology, pp. 364-374, 1994.
[46] HARRICK, N.J., Internal Reflection Spectroscopy. Wiley Interscience, New York,
pp. 203-265, 1967.
[47] MATSUBARA, K., KAWATA, S. and MINAMI, S. “Multilayer system for high
precisiony surface plasmon resonance sensor”, Opt. Letters v. 115, pp.75-
77, 1990.
[48] LIEDBERG, B., LUNDSTRÖM, I. and STENBERG, E. “Principles of biosensing
with an extended coupling matrix and surface plasmon resonance”,
Sensors & Actuators v. B11, pp. 63-72, 1993.
[49] KRETSCHMANN, E. “The determination of the optical constants of metals by
excitation of surface plasmons”, Z. Physik v. 241, pp. 313-324, 1971.
[50] CUSH, R., CRONIN, J. M., STEWART, W. J., MAULE, C. H., MOLLOY, J. and
GODDARD, N. J. “The resonant mirror: A novel optical biosensor for direct
sensing of biomolecular interactions. Part I: Principle of operation and
associated instrumentation”, Biosensors & Bioelectronics v. 8, pp. 347-353,
1993.
[51] LUCOSZ, W., CLERC., D., NELLEN, P. M., STAMM, C. and WEISS, P. “Output
grating couplers on planar optical waveguides as direct immnunosensors”,
Biosensors & Bioelectronics v. 6, n. 3, pp. 227-232, 1991.
[52] HOCK, B. “Antibodies for immunosensors: A review”, Analytica Chimica Acta v.
347, pp. 177-186, 1997.
[53] GOSLING, J.P. “A decade of development in immunoassay methodology”, Clinical
Chemistry v. 36, n. 8, pp. 1408-1427, 1990.
[54] ROBINSON, G.A. “Optical immunosensors: An overview”, in Advances in
biosensors v. 1, A.P.F. TURNER, ed., London, pp. 229-256, 1991.
[55] HUBER, W., BARNER, R., FATTINGER, C., HÜBSCHER, J., KOLLER, H.,
MÜLLER, F., SCHLATTER, D. and LUKOSZ, W. “Direct optical
immunosensing (sensitivity and selectivity), Sensors & Actuators v. B6, pp.
122-126, 1992.
[56] VO-DINH, T., SEPANIAK, M.J., GRIFFIN, G.D. and ALARIE, J.P.
“Immunosensors: Principles and Applications”, Immunomethods v. 3, pp.
85-92, 1993.
[57] VO-DINH, T. “Biosensors and antibody probes for environmental and biomedical
applications”, SPIE v. 2293, pp. 132-138, 1995.
[58] RAHNAVARDY, K., ARYA, V, WANG, A. and WEISS, J.M. “Investigation and
application of the frustated-total-internal-reflection phenomenon in optical
fibers”, Applied Optics v. 36, n. 10, pp. 2183-2187, 1997.
[59] SNYDER, A.W. and LOVE, J.D., Optical Waveguide Theory. Chapman and Hall,
London, 1983.
[60] LIGLER, F.S., GOLDEN, J. P., SHRIVER-LAKE, L.C., OGERT, R.A., WIJESURIA,
D. and ANDERSON, G.P. “Fiber-optic biosensor for the detection of
hazardous materials”, Immunomethods v. 3, pp.122-127, 1993.
[61] MULLER, M., SQUIER, J., WILSON, K.R. and BRAKENHOFF, G.J. “3D
microscopy of transparent objects using third-harmonic generation”, Journal
of Microscopy v. 191, n. 3, pp. 266-274, 1998.
[62] FERREIRA, A.P., WERNECK, M.M. e RIBEIRO, R.M. “Ensaios preliminares de
um biosensor em campo evanescente para detecção microbiana”, IV
Fórum Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde, pp. 189-190, 1998,
Curitiba, Brasil.
[63] DANCER, S.J. and CRAWFORD, A. “Keeping MRSA out of a district general
hospital”, Journal of Hospital Infection v. 43, Suppl. S, pp. S19-S27, 1999.
[64] BARAKATE, M.S., YANG, Y-X., FOO, S-H, VICKERY, A.M., SHARP, C.A.,
FOWLER, L.D., HARRIS, J.P., WEST, R.H., MacLEOD, C. and BENN,
R.A. “An epidemiological survey of methicillin-resistant Staphylococcus
aureus in a tertiary referral hospital”, Journal of Hospital Infection v. 44, n.
1, pp. 19-26, 2000.
[65] KMIETOWICZ, Z. “Hospital infection rates in England out of control”, British
Medical Journal v. 320, n. 7234, pp. 534-543, 2000.
[66] SCHAAL, K.P. “Medical and microbiological problems arising from airborne
infection in hospitals”, Journal of Hospital Infection v. 18, suppl. A, pp. 451-
459, 1991.
[67] SCHEIBEL, J.H., JENSEN, I. and PEDERSEN, S. “Bacterial contamination of air
and surgical wounds during joint replacement operations”, Journal of
Hospital Infection v. 19, n. 3, pp. 161-174, 1991.
[68] BURREL, R. “Microbiological aspects as health risks in indoor air”, Environmental
Health Perspectives v. 95, pp. 29-34, 1991.
[69] AYLIFE, G.A. ”Role of the environment of the operating suite in surgical wound
infection”, Reviews of Infections Diseases v. 13, suppl. 10, pp. 800-804,
1991.
[70] ALLEGRA, L., BLASI, F., TARSIA, P., AROSIO, C., FASETTI, L. and GAZZANO,
M. “A novel device for the prevention of airborne infections”, Journal of
Clinical Microbiology v. 35, n. 7, pp. 1918-1919, 1997.
[71] GOSDEN, P.E., MacGOWAN, A.P. and BANNISTER, G.C. “Importance of the air
quality and related factors in the prevention of infection in orthopaedic implant
surgery”, Journal of Hospital Infection v. 39, n. 3, pp. 173-180, 1998.
[72] TALON, D. “The role of the hospital environment in the epidemiology of multi-
resistant bacteria”, Journal of Hospital Infection v. 43, n. 1, pp. 13-17, 1999.
[73] DASCHNER, F.D. and DETTENKOFER, M. “Protecting the patient and the
environment: New aspects and challenges in hospital infection”, Journal of
Hospital Infection v. 36, n. 1, pp. 7-15, 1997.
[74] UPPER, C. and HIRANO, S.S. “Aerial dispersal of bacteria”, Biotechnology v. 15,
pp. 75-93, 1991.
[75] BERARDI, B.M. and LEONI, E. “Indoor air climate and microbiological airborne:
contamination in various hospital areas”, Zentralbl. Hyg. Unwetlmed v. 194,
n. 4, pp. 405-418, 1993.
[76] BAUER, T.M, OFNER, E., JUST, H.M. and DASCHNER, F.D. “An epidemiological
study assessing the relative importance of airborne and direct contact
transmission of microorganisms in a medical intensive care unit”, Journal of
Hospital Infection v. 15, n. 4, pp. 301-309, 1990.
[77] ANDERSEN, A.A. “New sampler for the collection, sizing, and enumeration of
viable airborne particles“, Journal of Bacteriology v. 76, pp. 471-484, 1958.
[78] TJADE, O.H. and GABOR, I. “Evaluation of airborne operating room with a Biap
slit sampler“, J. Hyg. Camb. v. 84, pp. 37-40, 1980.
[79] DAVIES, S. “Detection of methicilin-resistant Staphylococcus aureus: the
evaluation of rapid agglutination methods“, British Journal of Biomedical
Science v. 54, pp. 13-15, 1997.
[80] GARDAM, M.A. and MILLER, M.A. “Optochin revisited: Defining the optimal type
of blood agar for presumptive identification of Streptococcus pneumoniae“,
Journal of Clinical Microbiology v. 36, n. 3, pp. 833-834, 1998.
[81] FERREIRA, A.P., WERNECK, M.M. and RIBEIRO, R.M. “Pathogen detection
using evanescent wave fiber optic biosensor”, Proceedings of SPIE v.
3749, pp. 395-396, 1999, San Francisco, USA.
[82] FERREIRA, A.P., WERNECK, M.M. and RIBEIRO, R.M. “Aerobiological pathogen
detection by evanescent wave fibre optic sensor”, Biotechnology
Techniques v. 13. n. 7, pp. 447-452, 1999.
[83] FERREIRA, A.P., WERNECK, M.M. and RIBEIRO, R.M. “Development of an
evanescent-field optical-fibre bacteriosensor”, Symposium on Applied
Photonics, 1999, Glasgow, Scotland.
[84] NATARO J.P. and KAPER, J.B. “Diarrheagenic Escherichia coli”, Clinical
Microbiological Reviews v. 11, n. 1, pp. 142-201, 1998.
[85] BRASIL. Ministério da Saúde. Padrão de potabilidade da água destinada ao
consumo humano. Portaria n° 36/GM, Brasília, 1990.
[86] AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, Standard methods for the
examination of the water and wastewater, 19 ed., New York, 1995.
[87] HUILAN S., ZHEN L.G. and MATHAN M.M. “Etiology of acute diarrhoea among
children in developing countries: a multicentre study in five countries”,
Bulletin World Health Organisation v. 69, pp. 549-555, 1991.
[88] PICKERING, L.K., OBRIG, T.G., STAPLETON, F.B. “Hemolytic-uremic syndrome
and enterohemorragic Escherichia coli”, Pediatric Infectious Disease
Journal v. 13, pp.459-476, 1994.
[89] SIEGLER, R.L. “The hemolytic uremic syndrome”, Pediatric Clinical North America
v. 42, pp. 1505-1529, 1995.
[90] WEIGHTMAN, N.C. and KIRBY, P.J.G. “Nosocomial Escherichia coli O157
infection”, Journal of Hospital Infection v. 44, n. 2, pp. 107-111, 2000.
[91] RILLEY, L.W., REMIS, R.S., HELGERSON, S.D., MCGEE, H.B., WELLS, J.G.,
DAVIS, B.R., HEBERT, R.J., OLCOTT, E.S., JOHNSON, L.M.,
HARGRETT, N.T., BLAKE, P.A. and COHEN, M.L. “Hemorrhagic colitis
associated with a rare Escherichia coli serotype”, New England Journal of
Medicine v. 308, pp. 681-685, 1983.
[92] DAY, N.P., SCOTLAND, S.M., CHEASTY, T. and ROWE, B. “Escherichia coli
O157:H7 associated with human infections in the United Kingdom”, Lancet
v. i, pp. 825-829, 1983.
[93] JOHNSON, W.M., LIOR, H. and BEZANSON, G.S. “Cytotoxic Escherichia coli
O157:H7 associated with haemorrhagic colitis in Canada”, Lancet v. i,
pp.76-78, 1983.
[94] HARCH, H. Verocytoxin-producing Escherichia coli infection in Europe: diagnostics
and public health perspectives, p. 13-16. In M. A. Karmali and A. G. Goglio
(ed.), Recent advances in verocytoxin-producing Escherichia coli infections.
Elsevier Science B. V., Amsterdam, 1994.
[95] American Gastroenterological Association: Consensus Conference Statement:
“Escherichia coli O157:H7 infections -- an emerging national health crisis”,
Gastroenterology v. 108, pp. 1923-1934, 1995.
[96] KARMALI, M.A., STEELE, M., PETRIC, M. and LIM, C. “Sporadic cases of
haemolytic uremic syndrome associted with faecal cytoxin and cytoxin-
producing Escherichia coli in stools”, Lancet v. i, pp. 619-620, 1983.
[97] FARMER, J.J. and DAVIS, B.R. “H7 antiserum-sorbitol fermentation medium: a
single screening method for detecting Escherichia coli O157:H7 associated
with hemorrhagic colitis”, Journal of Clinical Microbiology v. 22, pp. 620-
625, 1985.
[98] MARCH, S.B. and RATNAM, S. “Sorbitol-MacConkey medium for detection of
Escherichia coli O157:H7 associated with hemorrhagic colitis”, Journal of
Clinical Microbiology v. 23, pp. 869-872, 1986.
[99] THOMPSON, J.S., HODGE, D.S. and BORCZYK, A.A. “Rapid biochemical test to
identify verocytoxin-positive strains of Escherichia coli serotype O157”,
Journal of Clinical Microbiology v. 28, pp. 2165-2168, 1990.
[100] STOUT, J.E., YU, V.L., YEE, Y.C., VACCARELLO, S., DIVEN, W. and LEE, T.C.
“Legionella pneumophila in residential water supplies: environmental
surveillance with clinical assessment for Legionnaires' disease”,
Epidemiology and Infection v. 30, pp. 537-539, 1992.
[101] LIU, W.K., HEALING, D.E., YEOMANS, J.T. and ELLIOIT, T.S.J. “Monitoring of
hospital water supplies for Legionella”, Journal of Hospital Infection v. 24,
pp. 1-9, 1993.
[102] MARRIE, T.J., JOHNSON, W. and TYLER, S. “Potable water and nosocomial
legionnaires’ disease—check the water from all rooms in which patient has
stayed”, Epidemiology and Infection v. 114, pp. 267-276, 1995.
[103] SHANDS, K.N., HO, J.L. and MEYER, R.D. “Potable water as a source of
legionnaires’ disease”, JAMA v. 253, pp. 1412-1416, 1985.
[104] HANRAHAN, J.P., MORSE, D.L. and SCHARF, V.B. “A community hospital
outbreak of Legionellosis: transmission by potable hot water”, American
Journal of Epidemiology v. 125, pp. 639-649, 1987.
[105] HART, C.A. and MAKIN, T. “Legionella in hospitals: a review”’, Journal of
Hospital Infection v. 18, suppl A, pp. 481-489, 1991.
[106] JOLY, J. and ALARY, M., Occurrence of nosocomial legionnaires’ disease in
hospitals with contaminated potable water supply. In: Barbaree JD,
Breiman RF, Dufour AP, eds. Current Status and Emerging Perspectives.
Washington, DC: American Society of Microbiology //94;39.
[107] MERMEL, L.A., JOSEPHSON, S.L., GIORGIO, C.H., DEMPSEY, J. and
PARENTEAU, S. “Association of legionnaires’ disease with construction:
contamination of potable water?”, Infection Control and Hospital
Epidemiology v. 16, pp. 76-91, 1995.
[108] RUTALA, W.A. and WEBER, D.J. “Water as a reservoir of nosocomial
pathogens”, Infection Control and Hospital Epidemiology v. 18, n. 9, pp.
432-441, 1997.
[109] GOETZ, A.M., STOUT, J.E., JACOBS, S.L., FISHER, M.A., PONZER, R.E.,
DRENNING, S. and YU, V.L. “Nosocomial Legionnaires' disease
discovered in community hospitals following cultures of the water system:
seek and ye shall find”, American Journal of Infection Control v. 26, pp. 8-
11, 1998.
[110] LIN, Y.E., VIDIC, R.D., STOUT, J.E. and YU, V.L. “Legionella in water distribution
systems”, Journal of the American Water Works Association v. 90, pp. 112-
121, 1998.
[111] YU, V.L. “Legionnaires' disease: an epidemiologic overview”, JAMA v. 245, pp.
24-29, 1981.
[112] BEST, M., YU, V.L., STOUT, J., GOETZ, A., MUDER, R.R. and TAYLOR, F.
“Legionellaceae in the hospital water supply—epidemiological link with
disease and evaluation of a method of control of nosocomial legionnaires’
disease and Pittsburgh pneumonia”, Lancet v. 2, pp. 307-310, 1983.
[113] RUF, B., SCHURMANN, D., HORBACH, I., SEIDEL, K. and POHLE, H.D.
“Nosocomial Legionella pneumonia: demonstration of potable water as the
source of infection”, Epidemiology and Infection v. 101, pp. 647-654, 1988.
[114] MARRIE, T.J., MACDONALD, S., CLARKE, K. and HALDANE, D. “Nosocomial
legionnaires’ disease: lessons from a four-year prospective study”,
American Journal of Infection Control v. 19, pp. 79-85, 1991.
[115] GILPIN, R.W. “The Saga of Legionella”, The Analyst v. 2, pp. 12-27, 1995.
[116] FRASER, D.W., TSAI, T.R. and ORENSTEIN, W. “Legionnaires’ disease:
description of an epidemic pneumonia”, New England Journal of Medicine
v. 297, pp. 1189-1197, 1977.
[117] CORDES, L.G., WISENTHAL, A.W., GORMAN, G.W., PHAIR, J.P., BROWN, A.,
YU, V.L., MAGNUSSEN, M.H., MEYER, R.D., WOLD, J.S., SHANDS, K.N.
and FRASER, D.W. “Isolation of Legionella pneumophila from hospital
shower heads”, Annals of Internal Medicine v. 94, pp. 195-197, 1981.
[118] BUTLER, J.C., FIELDS, B.S. and BREIMAN, R.F. “Prevention and control of
legionellosis”, Infectious Diseases in Clinical Practice v. 6, pp. 458-464,
1997.
[119] SINGH, N., MUDER, R.R., YU, V.L. and GAYOWSKI, T. “Legionella infection in
liver transplant recipients: implications for management”, Transplantation v.
56, pp. 1549-1551, 1993.
[120] BANGSBORG, J.M., ULDUM, S., JENSEN, J.S. and BRUUN, B.G. “Nosocomial
legionellosis in three heart-lung transplant patients: case reports and
environmental observations”, European Journal of Clinical Microbiology and
Infectious Diseases v. 14, pp. 99-104, 1995.
[121] PATTERSON, W.J., HAY, J., SEAL, D.V. and MCLUCKIE, J.C. “Colonization of
transplant unit water supplies with Legionella and protozoa: precautions
required to reduce the risk of legionellosis”, Journal of Hospital Infection v.
37, pp. 7-17, 1997.
[122] CHOW, J. and YU, V.L. “Legionella: a major opportunistic pathogen in transplant
recipients”, Seminars in Respiratory Infections v. 13, pp. 132-139, 1998.
[123] KOOL, J.L., FIORE, A.E., KIOSKI, C.M., BROWN, E.W., BENSON, R.F. and
PRUCKLER, J.M. “More than 10 years of unrecognized nosocomial
transmission of legionnaires’ disease among transplant patients”, Infection
Control and Hospital Epidemiology v. 19, pp. 898-904, 1998.
[124] VERONESI, R. BARBOSA, S.F.C., COSCINA, A.L. e LIMA, A.C. “Legionelose no
Brasil: Inquérito sorológico entre doadores de sangue e trabalhadores em
unidades de terapia intensiva de três hospitais em São Paulo”, Revista
Clínica da Faculdade de Medicina de São Paulo v. 39, n. 6, pp. 257-259,
1984.
[125] DE PAULA, A.B., CALAZANS, C.A.C., VILELA, A.L. e FERREIRA, E., “Doença
dos legionários em Itatinga, MG”. Anais do III Congresso Brasileiro de
Infectologia, 1986, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil.
[126] GOMES, J.C.P., GODOY, C.V.F., MAZIERI, N.A.D., ROCHA, A.S. e VERONESI,
R., “Síndrome do desconforto respiratório adulto por Legionella
pneumophila, comprovado por isolamento e sorologia”. XXIV Congresso
Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia, 1988, Curitiba, Brasil.
[127] LEVIN, A.S.S., FILHO, H.H.C., and SINTO, S.I. “An outbreak of nosocomial
legionnaires’ disease in a renal transplant unit in Sao Paulo, Brazil”, Journal
of Hospital Infection v. 18, pp. 243-248, 1991.
[128] ROWBOTHAM, T.J. “Preliminary report on the pathogenicity of Legionella
pneumophila for fresh water and soil amoebae”, Journal of Clinical
Pathology v. 33, pp. 1179-1183, 1980.
[129] ROWBOTHAM, T.J. “Isolation of Legionella pneumophila from clinical specimens
via amoebae, and the interaction of those and other isolates with
amoebae”, Journal of Clinical Pathology v. 36, pp. 978-986, 1983.
[130] ROWBOTHAM, T.J. “Current views on the relationship between amoebae,
legionellae and man”, Israel Journal of Medical Sciences v. 22, pp. 678-
689, 1986.
[131] FIELDS, B.S., SANDEN, G.N., BARBAREE, J.M., MORILL, W.E., WADOSWSKI,
R.M., WHITE, E.H. and FEELEY, J.C. “Intracellular multiplication of L.
pneumophila in amoebae isolated from hospital hot water tanks”, Current
Microbiology v. 18, pp. 131-137, 1989.
[132] CIRILLO, J.D., FALKOW, S. and TOMPKINS, L.S. “Growth of Legionella
pneumophila in Acanthamoeba castellani enhances invasion”, Infection and
Immunity v. 62, pp. 3254-3261, 1994.
[133] VICKERS, R.M., YU, V.L., HANNA, S.S., MURACA, P., DIVEN, W. and
CARMEN, N. “Determinants of Legionella pneumophila contamination of
water distribution systems: 15-hospital prospective study”, Infect Control v.
8, pp. 357-363, 1987.
[134] AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, “Standard methods for the
examination of the water and wastewater”, 19 ed., New York, 1995.
[135] WORLD HEALTH ORGANIZATION, “Guidelines for drinking-water quality”, 1996.
[136] CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, “Guidelines for
prevention of nosocomial pneumonia”. MMWR v. 46, pp. 31-34, 1997.
[137] HOLT, J.G., KRIEG, N.R., SNEATH, P.H.A., STALEY J.T. and WILLIAMS, S.T.,
“Bergey's manual of determinative bacteriology”, Baltimore: Williams &
Wilkins, 1994.
[138] VICKERS, R.M., STOUT, J.E., YU, V.L. and RIHS, J.D. “Culture methodology for
the isolation of Legionella pneumophila and other Legionellaceae from
clinical and environmental specimens”, Seminars in Respiratory Infections
v. 2, pp. 274-279, 1987.
[139] CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, “Procedures for the
recovery of Legionella from the environment”. Centers for Disease Control
and Prevention, U.S. Department of Health and Human Services, Atlanta,
USA, 1992.
[140] TA, A.C., STOUT, J.E., YU V.L. and WAGENER, M.M. “Comparison of culture
methodologies for monitoring Legionella in hospital potable water systems
and recommendations for standardization” Journal of Clinical Microbiology
v. 33, pp. 2118-2123, 1995.
[141] SCHULZE-ROBBECKE, R., HARTMEMANN, P., FIMMERS, R. and HAGENAU,
C. “Comparison of membrane filtration methods for the recovery of
legionellae from naturally contaminated domestic drinking water supplies”,
Zentralblatt fur Hygiene and Unweltmedizin v. 202, pp. 51-59, 1998/99.
[142] WHYTE, W., LIDWELL, O.M., LOWBURY, E.J. and BLOWERS, R. “Suggested
bacteriological standards for air in ultraclean operating rooms”. Journal of
Hospital Infection v. 4, n. 2, pp. 133-139, 1983.
[143] MARCHESINI, R., BRAMBILLA, M., CLEMENTE, C., MANIEZZO, M.,
SICHIROLLO, A., TESTOTI, A., VENTUROLI, D. and CASCINELLI, N. “In
vivo spectrophotometric evaluation of neoplastic and non-neoplastic skin
pigmented lesions”. Journal of Photochemistry and Photobiology v. 53, pp.
77-84, 1991.
[144] MOURANT, J., BIGIO, I., BOYER, J., JOHNSON, T., CONN, R., JOHNSON, T.
and SHIMADA, T. “Spectroscopic diagnosis of bladder cancer with elastic
light scattering”, Lasers Surgery in Medicine v. 17, pp. 350-357, 1995.
[145] MOURANT, J., BIGIO, I., BOYER, J., JOHNSON, T. and LACEY, J. “Elastic
scattering spectroscopy as a diagnostic for differentiating pathologies in the
gastrointestinal tract: preliminary tests”, Journal of Biomedical Optics v. 1,
pp. 192-199, 1996.
[146] MOURANT, J., FREYER, J., HIELSCHER, A., EICK, A., SHEN, D. and
JOHNSON, T. “Mechanisms of light scattering from biological cells relevant
to noninvasive optical-tissue diagnostics”, Applied Optics v. 37, pp. 3586-
3593, 1998.
[147] JONES, A., YOUNG, D., TAYLOR, J., KELL, D.B. and ROWLAND, J.J.
“Quantification of microbial productivity via multi-angle light scattering and
supervised learning”, Biotechnology and Bioengineering v. 59, n. 2, pp.
131-143, 1998.
[148] BURMEISTER, G. and MASCHKE, K. “Scattering by time-periodic potentials in
one dimension and its influence on electronic transport”, Physics Review v.
B57, pp. 13050-13060, 1998.
[149] YGUERABIDE, J. and YGUERABIDE, E.E. “Light-scattering submicroscopic
particles as highly fluorescent analogs and their use as tracer labels in
clinical and biological applications”, Analytical Biochemistry v. 262, pp. 157-
176, 1998.
[150] QUINTEN, M., PACK, A. and WANNEMACHER, R. “Scattering and extinction of
evanescent waves by small particles”, Applied Physics B v. 68, issue 1, pp.
87-92, 1999.
[151] SORENSEN, C.M. and FISCHBACH, D.J. “Patterns in Mie scattering”, Optics
Communications v. 173, n. 1, pp. 145-153, 2000.
[152] CHOWDHURY, D.Q., BARBER, P.W. and HILL, S.C. “Energy-density distribution
inside large nonabsorbing spheres by using Mie theory and geometrical-
optics”, Applied Optics v. 31, n. 18, pp. 3518-3523, 1992.
[153] RIUS, J.M, PARRON, J., UBEDA, E. and MOSIG, J.R. “Integral equation Mie
applied to three-dimensional arbitrary surfaces”, Electronics Letters v. 32,
pp. 324-332, 1997.
[154] SOKOLOV, K., DREZEK, R., GOSSAGE, K. and RICHARDS-KORTUN, R.
“Reflectance spectroscopy with polarized light: is it sensitive to cellular and
nuclear morphology”, Optics Letters v. 5, pp. 302-317, 1999.
[155] ZONIOS, G., PERELMAN, L., BACKMAM, V., MANOHARAN, R.,
FITZMAURICE, M., VAN DAM, J. and FELD, M. “Diffuse reflectance
spectroscopy of human adenomatous colon polyps in vivo”, Applied Optics
v. 38, pp. 6628-6637, 1999.
[156] MOURANT, J., FUSELIER, T., BOYER, J., JOHNSON, T. and BIGIO, I.
“Predictions and measurements of scattering and absorption over broad
wavelength ranges in tissue phantoms”, Applied Optics v. 36, pp. 949-957,
1997.
[157] MULLANEY, P. and BRUNSTING, A. “Light scattering from coated spheres:
model for biological cells”, Applied Optics v. 3, pp. 675-680, 1972.
[158] SLOOT, P. and FIGDOR, C. “Elastic light scattering from nucleated blood cells:
rapid numerical analysis”, Applied Optics v. 25, pp. 3559-3565, 1986.
[159] DUNN, A. and RICHARDS-KORTUM, R . “Three-dimensional computation of
light scattering from cells”, IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron v. 2, pp.
898-894, 1996.
[160] DUNN, A., SMITHPETER, C., WELCH, A. and RICHARDS-KORTUM, R. "Finite-
difference time-domain of light scattering from single cells”, J. Biomed.
Optics v. 2, pp. 262-266,1997.
[161] DREZEK, R., DUNN, A. and RICHARDS-KORTUM, R. "Light scattering from
cells: finite-difference time-domain simulations and goniometric
measurements", Applied Optics v. 38, pp. 3651-3661, 1999.
[162] DREZEK, R., DUNN, A. and RICHARDS-KORTUN, R. “A pulsed finite-difference
time domain (FDTD) method for calculating light scattering from biological
cells over broad wavelength ranges”, Optics Express v. 6, n. 7, pp. 147-
157, 2000.
[163] http://www.unternehmen.com/Bernhard-Michel/Java/mieApplet
[164] ARFKEN, G., Legendre Functions. Ch. 12 in Mathematical Methods for
Physicists, 3rd ed. Orlando, FL: Academic Press, pp. 637-711, 1985.
[165] BINNEY, J. and TREMAINE, S., Associated Legendre Functions. Appendix 5 in
Galactic Dynamics. Princeton, NJ: Princeton University Press, pp. 654-655,
1987.
[166] KOEKOEK, R. and SWARTTOUW, R.F., Legendre / Spherical. §1.8.3 in The
Askey-Scheme of Hypergeometric Orthogonal Polynomials and its q-
Analogue. Delft, Netherlands: Technische Universiteit Delft, Faculty of
Technical Mathematics and Informatics Report 98-17, p. 44, 1998.
ftp://www.twi.tudelft.nl/publications/tech-reports/1998/DUT-TWI-98-
17.ps.gz.
[167] SANSONE, G., Expansions in Series of Legendre Polynomials and Spherical
Harmonics. Ch. 3 in Orthogonal Functions, rev. English ed. New York:
Dover, pp. 169-294, 1991.
[168] ROMAN, S., The Bessel Polynomials. §4.1.7 in The Umbral Calculus. New York:
Academic Press, pp. 78-82, 1984.
[169] NUSSENZVEIG, H.M., Causality and dispersion relations. Academic Press, New
York, pp. 33-56, 1972.
[170] WHYTE, W., LIDWELL, O.M., LOWBURY, E.J. and BLOWERS, R. “Suggested
bacteriological standards for air in ultraclean operating rooms”. Journal of
Hospital Infection v. 4, n. 2, pp. 133-139, 1983.
[171] STATES, S.J., CONLEY, L.F., CERASO, M., STEPHENSON, T.E., WOLFORD,
B.S., WADOWSKY, R.M., McNAMARA and LEE, R.B. “Effects of metals on
Legionella pneumophila growth in drinking water plumbing systems”, Applied
and Environmental Microbiology v. 50, pp. 1149-1154, 1985.
[172] RIBEIRO, R.M., WERNECK, M.M. FERREIRA, A.P., CANEDO, J. and KAWASE,
L.R., “Development of Plastic Optical Fibers in Brazil: Passive Devices for
Telecom, Sensing, Engineering and Education”, Boston, USA, August, 2000.
[173] ZANON, U. “Infecções Hospitalares: mitos e fatos”, Jornal Brasileiro de Medicina
v. 57, n. 2, pp. 66-82, 1989.
[174] LEI NO 8078, Sistema Único de Saúde. Diário Oficial de 11/09/1990.
[175] NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE/NOB-SUS
96 – Brasília: Ministério da Saúde, 1997.
[176] A.P. FERREIRA, M.M. WERNECK e R.M. RIBEIRO. Patente de Invenção:
“MÉTODO E DISPOSITIVO PARA DETECÇÃO DE MICRORGANISMOS À
FIBRA ÓPTICA”, depósito n° PI0003066-0, INPI, Brasil, 21/07/2000.
[177] A.P. FERREIRA, M.M. WERNECK and R.M. RIBEIRO. Patent: “METHOD AND
DEVICE FOR THE ETECTION OF MICROORGANISMS BY FIBER OPTICS”,
USA, 31/07/2000.
[178] M.M. WERNECK, A.P. FERREIRA and R.M. RIBEIRO. “Bacteriosensor:
Technology for biological sensing with optical fiber”, Chicago 2000 World
Congress on Medical Physics and Biomedical Engineering, Chicago, USA,
July, 2000.
[179] A.P. FERREIRA, M.M. WERNECK and R.M. RIBEIRO. “Sensitivity
characterization of an evanescent-field coupling fibreoptic biosensor for
Escherichia coli O157:H7”, XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIA BIOMÉDICA - CBEB/2000, Florianópolis, Brasil, Setembro,
2000.
[180] A.P. FERREIRA, M.M. WERNECK and R.M. RIBEIRO. “Sensing Escherichia coli
O157:H7 growth by fiber optic evanescent sensor characterization”,
Submetido a Biosensors & Bioelectronics, Fev/2000.
A N E X O 1
A N E X O 2
Composição do meio de cultura Baird-Parker Agar Base
Baird-Parker Agar Base
Composição por litro
Agar 17,0 g
Glicina 12,0 g
Piruvato de Sódio 10,0 g
Digesto pancreático de caseína 10,0 g
Extrato de carne 5,0g
LiCl 5,0 g
Extrato de levedura 1,0 g
Solução de sulfametazona 10 ml
pH 7.0 ± 0.2 a 25°C
Composição do meio de cultura Trypticase soy blood Agar Base
Trypticase Soy Agar Blood Agar
Composição por litro
Digesto pancreático de caseína 15,0 g
Agar 15,0 g
Digesto papaíco de soja 5,0 g
NaCl 5,0 g
Sangue de carneiro desfibrinado 50 ml
pH 7.3 ± 0.2 a 25°C
Composição do meio de cultura Sorbitol MacConkey Agar
Sorbitol MacConkey Agar
Composição por litro
Peptona 20,0 g
Agar 15,0 g
Sorbitol 10,0 g
NaCl 5,0 g
Sais de bile N° 3 1,5 g
Vermelho neutro 0,03 g
Cristal violeta 1,0 mg
pH 7.1 ± 0.2 a 25°C
Composição do meio de cultura Endo Broth
Endo Broth
Composição por litro
Lactose 12,5
g
Peptone 10,0
g
NaCl 5,0
g
Digesto pancreático de caseína 5,0 g
Digesto péptico de tecido animal 5,0 g
K2HPO4 4,375
g
Na2SO3 2,1
g
Extrato de levedura 1,5 g
KH2PO4 1,375
g
Fucsina básica 1,05
g
Deoxicolato de sódio 0,1 g
Etanol (solução 95%) 20,0 ml
pH 7.2 ± 0,2 a 25°C
Composição do meio de cultura FC Broth
FC Broth
Composição por litro
Lactose
12,5 g
Triptose
10,0 g
NaCl 5,0
g
Proteose peptone No. 3 5,0
g
Extrato de levedura 3,0 g
Sais de bile 1,5
g
Anilina azul 0,1
g
Solução ácida rosólica 10,0
ml
pH 7.4 ± 0,2 a 25°C
Composição do Tampão HCl-KCl
Tampão HCl-KCl (pH 2,2)
3,9 ml 1,2 M HCl
2,5 ml 0,2 M KCl
Composição do meio de cultura BCYE Selective Agar with GVPC (Buffered Charcoal
Yeast Extract Selective Agar with Glycine, Vancomycin, Polymixin B, and
Cyclohexomide)
BCYE Selective Agar with GVPC Composição por 1014 ml
Agar 15,0 g
Extrato de levedura 10,0 g
ACES buffer (2-[2-Amino-2-oxoethyl)-
amino]-ethane sulfonic acid 10,0 g
Carvão ativado 2,0 g
α-Cetoglutarato 1,0 g
Fe4(P2O7)3.9H2O 0,25 g
Solução de antibióticos 10,0 ml
Solução L-Cisteína-HCL-H2O 4 ml
pH 6,9 ± 0,2 a 25°C
Composição da solução L-Cisteína-HCL-H 2O
Solução L-Cisteína-HCL-H 2O
Composição por 10 ml
L-Cisteína-HCL-H2O 1,0 g
Composição da Solução de antibióticos
Solução de antibióticos
Composição por 10 ml
Glicina 3,0 g
Cicloheximida 0,08 g
Vancomicina 1,0 mg
Polimixina B 79200 U
Composição do meio de cultura BCYE Agar (Buffered C harcoal Yeast Extract
Agar)
BCYE Agar
Composição por litro
Agar 15,0 g
Extrato de levedura 10,0 g
ACES buffer (2-[2-Amino-2-oxoethyl)-
amino]-ethane sulfonic acid 10,0 g
Carvão ativado 2,0 g
α-Cetoglutarato 1,0 g
L-Cisteína-HCL-H2O 0,4 g
Fe4(P2O7)3.9H2O 0,25 g
pH 6.9 ± 0.2 a 25°C
Composição do meio de cultura Mueller-Hinton Broth (BBL Microbiology
systems, Difco)
Mueller-Hinton Broth
Composição por litro
Hidrolisado ácido de caseína 17,5 g
Extrato de carne 3,0 g
Amido 1,5 g
PH 7.3 ± 0.1 a 25°C
A N E X O 3
Aspectos Teóricos do espalhamento Mie
A solução do espalhamento Mie inicia-se com a discretização das Equações de Maxwell
no domínio do tempo. Usando a representação complexa de vetores de indução elétrica (E) e de
indução magnética (H) as Equações de Maxwell assumem a forma:
(11)
(12)
(13)
(14)
Definindo:
(15)
as equações de onda dos vetores elétricos e magnéticos se tornam:
(16)
(17)
Segundo SORENSEN & FISCHBACH [151], para obter-se a solução da equação de
onda escalar, desde que assumido que a partícula tem simetria esférica, coordenadas esféricas
são a escolha óbvia. Por outro lado, fica evidenciado que o espalhamento ocorrendo para outras
formas de partículas, possa ser resolvido nesta conjuntura pela escolha de um sistema de
coordenada na qual a forma de partícula tenha assumido uma forma particularmente simples.
Assim, assumindo uma simetria esférica, podemos fazer uma separação direta de variáveis na
equação de onda esférica obtendo uma solução geral:
(18)
onde )(xP ml são polinômios de Legendre [164-167], como mostrado na Figura 39.
Figura 39. Gráfico representativo dos polinômios de Legendre
Segundo ROMAN [168], esta série demonstra que as condições limite são
especificadas em coordenadas esféricas (de acordo com a simetria da partícula), onde a
onda incidente é planar e determinada em coordenadas cartesianas. Assim, expressa-se a
onda incidente e condições de contorno no mesmo sistema de coordenada, de forma a
transformar a onda plana em vetores esféricos harmônicos ou as condições de contorno
da partícula em coordenadas cartesianas. A expansão desejada da onda plana complexa
(denotada Ec) em termos de se mostrar harmônicos esféricos sendo dada por:
(19)
Se a onda plana está polarizada na direção e movendo-se ao longo do eixo , então
somente contribui, de forma que a expansão torna-se:
(20)
A combinação de vetores harmônicos esféricos ocorrendo nesta expansão pode ser
dividida em dois componentes escalares, cada um dos quais contêm uma função esférica
Bessel de primeira ordem. O campo inicial fora da esfera torna-se, então, conhecido: o
espalhamento da onda fora da partícula (aqui representado por uma bactéria) e a onda
produzida no interior do campo. Segundo RIUS et al. [153] e SANSONE [167], ambos
são similares quanto à forma de expansão da onda incidente, mas o espalhamento da
onda externa da partícula envolve funções esféricas (Hankel), enquanto que
interiormente envolve funções esféricas (Bessel). A razão para esta simetria é devido as
funções esféricas de Hankel serem combinações lineares das funções esféricas de Bessel
de primeira ordem, que são singulares a infinidade de funções esféricas de Bessel de
segunda ordem (também conhecidas como funções Weber ou Neumann).
A N E X O 4
Development of an evanescent-field optical-fibre bacteriosensor
A.P. Ferreira1, M. M. Werneck2 and R. M. Ribeiro3
1Department of Sanitation and Environmental Health, National School for Public Health,
Oswaldo Cruz Foundation, Rio de Janeiro, Brazil.
2,3Biomedical Engineering Department, Federal University of Rio de Janeiro, PO Box
68564,
21945-970, Rio de Janeiro/RJ, Brazil.
[email protected] Abstract
A large number of bacteria have becoming pathogenic for different environment. Conventional techniques allow the biological detection but needs at least 1-10 days. We have being developing a technique based on an evanescent-field optical-fibre sensor - bacteriosensor - for detecting/monitoring pathogens.
Firstly, the evanescent field fibre optic sensor was employed for detecting and monitoring aerobiological pathogen contamination in hospital environment. Measurements of methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) and Streptococcus pneumoniae colonies were detected in 6 and 13 hours, respectively, faster than those obtained by means of conventional techniques.
The biosensor was calibrated using Escherichia coli O157:H7, motivated by countless cases of diarrheic infections occurred in developing countries, we understand that urges the necessity to search such facts, in special, for this pathogen which is, perhaps, the most dangerous enteric pathogens that clinical microbiologists are likely to encounter. The level of biohazard is high due to the extremely low dose required for infection (10 microorganisms). The device sensitivity has been calibrated for colony forming units (CFU) from 10 to 800 yielding an error less than 11%. A correlation between optical response and the instantaneous number of bacteria was achieved. The optical output signal was 0.016 (±0.001) dB per hour per bacteria. In all cases detection started after (270 ± 4) minutes, 5-10 times faster than conventional bacteriological techniques. Key-words: Optical-fibre sensor, evanescent field, bacteria detection, biosensor Introduction
The greatest drawback for pathogen-detection techniques is the lack of reliable and sensitive means for measuring their presence in real time. Evanescent-wave-coupling sensor technology is a suitable technique for microorganism measurement in its natural form that may be applied to the biosensors development taking advantage of the current understanding of the whole cell architecture of the microbial. Are important devices for the environmental monitoring embracing a rapid measurement of pathogens presence in the environmental control of hospital areas, specially in intensive care units (ICU).
Firstly, at the hospital environment where we found the most varied dissemination infection forms, especially aerobiological pathogens, it were done emphasis in detection of methicillin-resistent Staphylococcus aureus (MRSA) and Streptococcus pneumoniae, for the fact of its presence in the great majority of expressive attacks of hospital infections [1,2] The Centers for Disease Control (CDC, USA) defines emergent diseases as those infectious diseases whose incidence increased in the last two decades or they tend to increase in the future [3]. In the sense of specifying that definition better, they are mentioned different
circumstances that can characterize the emergency of new problems of health, in special, possible connections among genetic engineering/new pathogenic agents and biological weapons, the global traffic of microorganisms and the exchange of diseases between the old and the new world. Escherichia coli has been recognised as a commonplace microorganism found in the intestinal tract of human and other warm-blooded animals. Usually it remains harmlessly confined to the intestinal lumen only becoming pathogenic in the debilitated or immunosuppressed host, or when gastrointestinal barriers are violated. Enterohemorrhagic Escherichia coli O157:H7 is an emerging pathogen, which is the cause of foodborne illness, the major cause of serious outbreaks and sporadic cases of hemorrhagic colitis and hemolytic-uremic syndrome [4-6]. The major challenge of induced diarrhoeal disease is on children under the age of 10 years and elderly people, living in less-developed countries of the world in which bacterial diarrhoeal diseases remain a significant public health problem. E. coli O157:H7 is the cause of acute and persistent diarrhoeal disease and ongoing morbidity that has as contributors the poor nutrition [7].
A fibre optic-based biological sensor has been designed in our laboratory and was described elsewhere [8,9]. In this work, using the same measurement principle the sensor has been designed to measure and quantify E. coli. We have chosen E. coli O157:H7 as prototype for the sensor development because it is one emerging pathogen of worldwide public health importance, responsible for expressive outbreaks and by the fact that few pathogens can routinely cause such striking clinical syndromes in different organ systems as can E. coli O157:H7. By monitoring its presence it will be possible to diagnose and detect outbreaks. Methodology
The sensing mechanism of the biosensor described here relies upon the attenuation of a
guided lightwave by means of evanescent-field coupling that takes place at the fibre optic
sensor. As the bacteria grow in the neighbourhood of the sensor, the guided lightwave is
changed in intensity. The guided evanescent field of the lightwave penetrates beyond the core
surface and exponentially decreases in its magnitude an order of a wavelength away from the
core/clad-reflecting interface. The biosensor described here may be envisaged as comprised by
three parts: The optical circuitry, the evanescent probe-fibre and the biological culture medium.
The probe-fibre was put over the culture medium in which the bacteria grows, selectively.
The sensing mechanism of the biosensor described here relies upon the attenuation of a
guided lightwave by means of evanescent-field coupling that takes place at the so called
sensitive fibre. As the bacteria grow in the neighbourhood of the sensitive fibre, the guided
lightwave is changed in intensity. The culture medium is adherent to the cladding of the almost
unclad sensitive fibre. Normally, the light travelling inside the fibre experiences total internal
reflection when light beams strike the interface between the fibre core and the cladding. This
occurs when the angle of incidence is greater than the critical angle. Thus, a propagating optical
wave through the optical fibre is bounded in its core, but allowed to interact with the outside
medium by evanescent-field coupling when this field is exposed [10].
The most common techniques for airborne microorganisms collection and monitoring are slit samplers or cascade impactors. In this work the microbiological air sampling collection was done by impaction-on-a-gel technique employing a Merck MAS-100 air sampler equipment. It consists of a vacuum pump with a volumetric flow rate of 100 litres per minute aspirating ambient air through a perforated plate for 30 seconds. The resulting air stream, which carries particles with diameters below 10 µm, is directed onto the agar surface of a 90-mm standard Petri plate. Eighteen collections were performed in six random days, three per day, for two weeks. In the three first days we used a specific culture medium for MRSA and in the three last ones we used a specific culture medium for S. pneumoniae. After collection, the samples were taken to an oven at 35oC for incubation, during 48 hours. Two Petri plates were used for c.f.u. count, identification and specificity characterization. The other Petri plate received the sensor, and then 500 µl of phosphate-buffered saline (PBS), pH 7.4, was poured into it in order to provide a better microorganism distribution around the fibre optic sensitive area (see the description of the sensor below). After those initial procedures, the Petri plates were put into the oven. During the following 30 hours the sensor monitored the bacteria growth on one plate, whereas the other two plates were used as control. After the total incubation time of 48 hours all three Petri plates were taken to identification of the bacteria for selectivity control.
The device sensitivity had been calibrated using Escherichia coli O157:H7 CDC EDL-
933 (ATCC 43894), supplied by the Centre for Disease Control and Prevention (CDC/USA).
Fig. 1 shows a schematic drawing of the biosensor set-up. The optical source is a 3-mW CW GaAlAs laser with graded-index multimode fibre pigtail, emitting at 840 nm. The output fibre was spliced with a bi-directional optical fibre coupler. Half of the emitted optical power propagates over the probe-fibre (sensing element). The light modulated by the growing bacteria exits the fibre and is detected by the photodiode PD2 providing the electrical signal Samplein. The other half of the optical power is detected by the photodiode PD1 from which an electrical reference signal Refin is obtained. Both electrical signals are amplified and measured by a two-channel calibrated optical power meter (Graseby Optronics). An A/D board controlled by the LabVIEW software (National Instruments Corporation) digitises both output signals from the optical power meter (Sampleout.and Refout) by means of its IEEE-488 interface. The A/D board collects 800 points per minute of both Sampleout.and Refout recording and storing the respective averages for a period of 24 hours. For exposition of the evanescent lightwave field of the optical fibre, 20 cm of a graded-index
multimode optical fibre (62.5/125 µm) was clad-stripped by chemical etching. The
etching was performed by means of hydrofluoric acid solution (38%) during 11 minutes
in order to leave between 0.5 to 1 µm of clad over the core of the fibre. After this time,
the chemical reaction was stopped by immersion in deionised water and then in PBS
(pH 7.4) for 15 minutes in order to remove all remains of water from the probe. The
exact etching time was determined by monitoring diameters in a previous experience
using a calibrated optical microscope [11]. After the chemical etching the fibre was
wound into a single loop, with a total sensitive surface area of approximately 40.0 mm2,
in which the evanescent field can be accessed.
Oven
Microbial sensor
Optical fibre
Optometer A/D Board
Index matching
Laser3 dB Coupler
hPd2
Samplein Refin
Sampleout
Sampleout Samplein
Samplein
Figure 1. Optical set-up of the biosensor
The selective culture media for microorganisms growth Selective culture media were chosen to improve the sensitivity of isolation and promote
the growth of the microorganisms selected in this study. For MRSA it was employed the Baird-Parker Agar Base (Difco Laboratories, Detroit, Michigan - Difco 0768-17-3) at an incubation temperature of 35°C. For S. pneumoniae it was employed the Trypticase soy blood agar base (Difco Laboratories, Detroit, Michigan - Difco 0026-17-1) supplemented with sheep blood (5%) at an incubation temperature of 35°C. In all culture media above described, glycerol at 0.2% was added in order to avoid the culture from going dry during all tests. For E. coli O157:H7 growth, the selective culture medium employed was MacConkey Sorbitol Agar (SMAC) from Difco Laboratories (São Paulo/Brasil - Difco 0079-17-7) at an incubation temperature of 35°C.
In order to calibrate the biosensor for its sensitivity, several tests were performed using different initial number of bacteria (N0). E. coli O157:H7, available lyophilised in ampoules, was restored with 1.0 ml of PBS, pH 7.4, inoculated in several Petri plates with SMAC and incubated for 35°C for 24 hours. At the end of this period, the purity of the material was checked and the Petri plates were stored at 4°C, for further dilution. For obtaining a dilution with N0=10, 20, 30, 40, 50, 60, 70 and 80 microorganisms, it was used 100 µl of PBS, pH 7.4 whereas for N0 = 90, 100, 200, 400 and 800 the volume used was 500 µl of PBS, pH 7.4. For each sample the cells were counted using the Coulter Counter (Beckman), which allows an accuracy of ±1%. Finally, the probe was inserted into the Petri plates with the culture as described above, the dilution with a known number of microorganisms was poured onto the sensitive area of the probe and the hardware and software were started. In all cases the SMAC was supplemented with glycerol at 0.2% that allows the maintenance of the residual humidity and provides a better interaction between the microorganisms and the sensitive area. This was done in order to avoid the culture going dry during the tests and thus inserting another variable into the process.
Results
Fig. 2 and Fig. 3 shows respectively the optical signal of the sensor for MRSA and S. pneumoniae growth. Line 1, line 2 and line 3 represent the output signal for sample 1, sample 2 and sample 3 respectively. Line 4 correlates the bacteria growth with the estimated number of bacteria, according to the following formula:
GT
t
o2N)t(N = , (1)
where t is the time in minutes, N is the total number of bacteria at time t, No is the initial number
of bacteria (equals to 94 for MRSA and 91 for S. pneumoniae) and GT is the generation time
(equals to 30 minutes for MRSA and 48 minutes for S. pneumoniae) [12].
Figure 2. Output signal from the sensor with MRSA. Lines 1-3 are the output of the sensor and line 4 is the estimated number of bacteria.
Staphylococcus aureus
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 500 1000 1500 2000Time [minutes]
Out
put p
ower
[arb
itrar
y un
its]
1,0E+01
1,0E+02
1,0E+03
1,0E+04
1,0E+05
1,0E+06
1,0E+07
1,0E+08
1,0E+09
Est
imat
ed n
umbe
r of
bac
teria
Line 1Line 2Line 3
Line 4
Figure 3. Output signal from the sensor with S. pneumoniae. Lines 1-3 are the output of the sensor and line 4 is the estimated number of bacteria.
In order to characterize the sensitivity of the biosensor, several measurements were
carried out, each one during a 24-hour interval (1440 minutes) employing thirteen different values of colony forming units (CFU), or initial numbers of bacteria, N0. These values varied from 10 to 800 E. coli O157:H7 bacteria samples. Fig. 4 shows the plot of the temporal optical response I out(t) (in arbitrary units) of three of such measurements (N0 = 10, 80 and 800). The results of the optical measurements were reproducible. The reproducibility is also observed in all measurements corresponding to different N0 (Lag phase, Log phase and Stationary phase). It should also be observed the curves closely match between themselves. In the first phase, it may be observed a DC level I out(t)=I LAG with an almost similar time range. The ILAG level is assigned to the biosensor response in which the E. coli O157:H7 remains in its lag phase during ∆∆∆∆tLAG time delay.
0 1 0 0 2 0 0 3 0 0 4 0 0 5 0 0 6 0 0 7 0 0 8 0 0 9 0 00 ,0
0 ,2
0 ,4
0 ,6
0 ,8
1 ,0
1 ,2
N0 = 8 0 0
N0 = 8 0
N0 = 1 0
Out
put p
ower
[arb
itrar
y un
its]
T im e [m in u te s ]
Figure 4. Optical response I out(t) of the biosensor parameterised by the initial number N0 = 10, 80 and 800 of E. coli O157:H7.
S tr e p to c o c c u s p n e u m o n ia e
0
0 . 2
0 . 4
0 . 6
0 . 8
1
1 . 2
0 5 0 0 1 0 0 0 1 5 0 0 2 0 0 0
T im e [ m in u t e s ]
Out
put p
ower
[arb
itrar
y un
its]
1 . 0 E + 0 1
1 . 0 E + 0 2
1 . 0 E + 0 3
1 . 0 E + 0 4
1 . 0 E + 0 5
1 . 0 E + 0 6
1 . 0 E + 0 7
Est
imat
ed n
umbe
r of
bac
teria
L in e 1L in e 2L in e 3
L in e 4
Fig. 5 shows a plot of ∆∆∆∆tLAG against N0 for all measurements. The linear relationship with an almost null angular coefficient was fitted with an average of 270±4 minutes or approximately 4.5 hours, meaning a repeatability of ~1.5%. ∆∆∆∆tLAG may be attributed to the time range that E. coli O157:H7 spent in its LAG phase despite their initial number N0.
0 200 400 600 800 10000
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
Lag
phas
e: ti
me
dela
y (m
inut
es)
N0
Figure 5. Time delay in the LAG phase ∆∆∆∆tLAG (minutes) against the initial number N0 of E. coli O157:H7.
The optical attenuation ∆Iout (in dB) for each N0 it means the difference between the time
width ∆tLOG (in hours) of the log phase for each N0. The time derivative βLOG of Iout(t) in the log phase varies with N0 and may be calculated from Eq.2:
LOG
out0LOG
∆t
∆I)(Nβ ≡ (2)
Fig. 6 shows a plot of the biosensor sensitivity ββββLOG (dB/hour) at the log phase when the initial number of bacteria is changed from N0=10 to N0=400. A linear fit with a correlation coefficient of 0.985 provides a straight-line calibration curve ββββLOG(N0)=(∆∆∆∆ββββLOG/∆∆∆∆N0)N0.
0 1 0 0 2 0 0 3 0 0 4 0 0 5 0 00
1 0 0 0
2 0 0 0
3 0 0 0
4 0 0 0
5 0 0 0
6 0 0 0
7 0 0 0
Sen
sitiv
iy a
t LO
G p
hase
(dB
/h)
N0
Figure 6. Biosensor calibration curve. It is shown the time derivative βLOG of Iout(t) in the log phase against N0. A linear dependence was fitted.
The angular coefficient was calculated to be ∆∆∆∆ββββLOG/∆∆∆∆N0 = (0.016 ± 0.001) (dB/hour)/bacteria meaning that for each E. coli O157:H7 bacterium inoculated upon the Petri plate, the speed of the biosensor response at the log phase increases by 0.016 dB/hour. For N0 = 800 the angular coefficient ββββLOG(800)~6 dB/h. Therefore, it is possible to tell from the output signal, the initial number of bacteria by measuring the angular coefficient of the log phase. The CFU is directly related to the degree of contamination of the sample, when applying the system in vivo.
Discussion and Conclusions
The biosensor response relies on the interaction between the lightwave and the bacteria causing the optical attenuation at the probe-fibre. The optical interaction rises from the evanescent-field coupling since there is a physical contact between the fibre and the bacteria. The physical contact between the SiO2 (probe-fibre) and the whole cell occurs because the bacteria are allowed to grow around the fiber-probe. This mechanism greatly simplifies the construction of a biosensor when compared with other processes, for instance the silanization technique [13]. This technique consists of a complex immune procedure by which means antibodies from microbiological species are covalently linked to the SiO2 of the fiber thus forming a tightly structure capable of coupling the lightwave travelling inside the fiber. The cells that happen to be all over the Petri plate, without physical contact with the probe-fibre remains growing for 72 hours because there are enough nutrients. However, these “optically isolated” bacteria do not affect the biosensor response I out(t) since they are out of reach of the sensing mechanism, the evanescent field, which extends only about one wavelength from the core-clad interface. On the other hand, the bacteria that touched the fiber during the inoculation, together with those that happen to grow over and around the fiber are within the evanescent field and are sensed and monitored. However, since the probe-fibre was rested upon the surface of the biological medium prior to the optical measurements, the lightweight probe-fibre was not completely buried inside the gel-like culture medium because of the superficial tension and the nutrients in excess slowly slide down from the top of the probe-fibre. Also due to the surface tension, only a thin film of culture medium will remain touching the fibre. Therefore, the bacteria that happen to be isolated in the probe-fibre will grow and reproduce until the exhaustion of this limited amount of nutrients.
It is possible to observe in Fig. 2 and Fig. 3 which present three distinct regions (or time
derivative): the first one is a plateau in which no response was detected (lag phase). The results
for MRSA and S. pneumoniae have shown a time-detection threshold (lag phase) of
approximately 6 and 13 hours respectively. This difference is related to the different generation
times of each microorganism: 30 minutes for the MRSA and 48 minutes for S. pneumoniae. The
second region exhibits a negative slope, first with a relatively small time derivative, followed by
a higher time derivative. This region is the exponential phase of the bacteria growth; the initial
smaller time derivative reflects the coexistence of the lag and exponential phases. The decaying
curves last a total time of 560 minutes for MRSA and 700 minutes for S. pneumoniae. The
reason for this difference is also due to the different generation time for each bacteria. The third
region is characterised by a volume saturation occurring around the sensor fibre. This is not yet
the stationary phase of the culture, since the bacteria continue to grow for a total time of 48
hours. What occurred at the this point was that the bacteria growth filled all volume around the
sensor and therefore no more light could be coupled out of the fibre.
The calibration of the biosensor sensitivity with N0 as shown by Fig. 4, features a linear dependence of ββββLOG (= ∆∆∆∆I out/∆∆∆∆tLOG) from N0=10 until N0=400. For N0=800 it was observed a deviation from the linear dependence which suggests a possible saturation of the biosensor response. The linear relationship with an almost null angular coefficient was fitted with an average of 270±4 minutes or approximately 4.5 hours, is shown in Fig. 5 and the biosensor sensitivity ββββLOG (dB/hour) was demonstrated in Fig. 6.
In order to increase the sensitivity and the time derivative (speed at the log phase) of the biosensor in its presently basic configuration, some simple improvements are suggested: a) Optimisation of the wavelength for a better sensitivity. For instance, by using a longer wavelength we would have a larger sensitivity area because the evanescent field would also be larger. By testing the sensor with a modulated light source, several wavelengths could be tested; b) The use of a longer probe-fibre (the actual measures 20 cm) will absorb more light and therefore will present a higher sensitivity for the same bacteria concentration; c) Since it is possible to detected only one microorganism at a time, one approach to overcome this limitation would be the miniaturisation of the probe fibre such that an array of them, each one specific for different microorganisms, could be wavelength division multiplexing (WDM).
Acknowledgements: We would like to thank the Escola Nacional de Saúde Pública of the
Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ) for the bacteriological support on this work; the
Foundation for the Research Support of the State of Rio de Janeiro (FAPERJ) and the Brazilian
National Research Centre, (CNPq/PADCT) for financial support.
References
[1] R. Burrel. “Microbiological aspects as health risks in indoor air”, Environmental Health Perspectives, vol. 95, pp. 29-34, 1991. [2] G. A. Aylife. “Role of the environment of the operating suite in surgical wound infection”, Reviews of Infections Diseases, vol. 13, suppl. 10, pp. 800-804, 1991. [3] CDC. Addressing emerging infectious diseases threats: a prevention strategy for the United States, 1994; Atlanta (USA). [4] L. K. Pickering, T. G. Obrig and F. B. Stapleton. “Hemolytic-uremic syndrome and enterohemorragic Escherichia coli”, Ped. Infect. Dis. J., vol. 13, pp. 459-476, 1994. [5] R. L. Siegler. “The hemolytic uremic syndrome”, Ped. Clin. North America, vol. 42, pp. 1505-1529, 1995. [6] J. P. Nataro and J. B. Kaper, “Diarrheagenic Escherichia coli”, Clin. Microbiol. Rev., vol. 11, number 1, pp.142-201, 1998. [7] S. Huilan, L. G. Zhen and M. M. Mathan, “Etiology of acute diarrhoea among children in developing countries: a multicentre study in five countries”, Bulletin World Health Organization, vol. 69, pp. 549-555, 1991.
[8] A. P. Ferreira, M. M. Werneck and R. M. Ribeiro, “Pathogen detection using evanescent wave fiber optic biosensor”, in 18th Congress of the International Commission for Optics, Proceedings of The International Society of Optical Engineering (SPIE), vol. 3749, pp. 395-
396, 1999.
[9] A. P. Ferreira, M. M. Werneck and R. M. Ribeiro, “Aerobiological pathogen detection by evanescent wave fibre optic sensor”, Biotech. Tech., vol. 13, number 7, pp. 447-452, 1999.
[10] K. Rahnavardy, V. Arya, A. Wang and J. M. Weiss, “Investigation and application of the frustated-total-internal-reflection phenomenon in optical fibres”, Applied Optics, vol. 36, number 10, pp. 2183-2187, 1997.
[11] M. Muller, J. Squier, K. R. Wilson and G. J. Brakenhoff, “3D microscopy of transparent objects using third-harmonic generation”, J. Microsc., vol. 191, number 3, pp. 266-274, 1998.
[12] M. J. Pelczar, E. C. S. Chan, N. R. Krieg and D. D Edward, Microbiology: Concepts and Applications, McGraw-Hill Publishing Company, USA,1993. [13] H. H. Weetall, “Preparation of multiplexed into a single optical fibre bus, using immobilized proteins covalently coupled trough silane coupling agents to inorganic supports”, Appl. Bioch. and Biotech., vol. 41, pp. 157-188, 1993.