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Revista da Saeb - Sociedade de anestesiologia do estado da Bahia e da Coopanest-BA - Cooperativa dos médicos anestesiologistas da Bahia - Ano IV - N.3 - Dez/2009

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Missão CumpridaFim de mandato é o momento certo para se olhar para trás

e verificar o que foi feito e também o que se deixou de fazer. O objetivo é fortalecer a SAEB para que ela se torne cada vez mais eficiente.

De um modo geral, as realizações nestes dois anos deram mais força à Associação, a 22ª JORBA foi um grande evento, onde tivemos o maior número de participantes dos últimos tempos. Foi criada a JORBADOR como forma de incentivar o estudo da dor. Foram realizados os Workshops de Via Aérea Difícil, Ultrassom e Bloqueios Regionais e o SAVA. Como forma de melhorar a relação com a odontologia, fizemos o Simpósio com a Buco Maxilo Facial. A interiorização do conhecimento científico foi mantida com a realização dos ENAIS em Vitória da Conquista e Guanambi e o lançamento do Projeto SAEB no Interior. Ajudamos na realização do 56º CBA que se mostrou um grande sucesso de público e crítica. Mas talvez a maior realização desta gestão tenha sido a concretização da união dos vários CET’s na formação teórica dos sócios aspirantes. Aproveito a oportunidade para parabenizar os responsáveis por CET pela possibilidade disto se tornar realidade.

Com relação à Defesa Profissional, a SAEB participou ativamente de todas as atividades relacionadas com a especialidade, desde as vistorias com a CEREM nos possíveis novos centros de treinamento até intermediar áreas de conflito entre sócios e hospitais. Gostaria de lembrar a todos, porém, que a SAEB não tem poder de polícia, mas estaremos sempre a postos para defender a especialidade, dentro, é claro, das nossas limitações.

Por fim, gostaria de agradecer a todos que participaram desta gestão que ora termina, à diretoria, à CAS e todos os seus componentes, aos funcionários e à parceria com a COOPANEST-BA. Agora só me resta desejar boa sorte aos que darão continuidade aos trabalhos à frente da SAEB.

Até breve.

Dr. Ricardo Almeida de Azevedo

Presidente da SAEB

BAHIANEST é uma publicação da SAEB - Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia em parceria com a COOPANEST-BA- Cooperativa dos Médicos

Anestesiologistas da Bahia.

RedaçãoAv. Garibaldi, 1815, Sobreloja, Bloco B, Centro Médico Empresarial, Ondina, Salvador - Bahia.

Fone: 71 3247-4333

DIRETORIA Presidente

Dr. Ricardo Almeida de Azevedo CRM-Ba 9.921

Vice-presidente Dr. Rodrigo Leal Alves

CRM-Ba 14.068

Secretário Geral Dr. Gustavo Gomes Pereira França

CRM-Ba 14.142

1ª Secretária Dra. Lúcia Pereira Nascimento

CRM-Ba 10.478

1º Tesoureiro Dr. José Admirço Lima Filho

CRM-Ba 15.231

2º Tesoureiro Dr. Luiz Alberto Vicente Teixeira

CRM-Ba 5.139

Diretor Científico Dr. Durval Campos Kraychete

CRM-Ba 10.486

Diretor de Defesa Profissional Dr. Aurino Lacerda Gusmão

CRM-Ba 7.182

Responsável pela revista Dr. Ricardo Almeida de Azevedo

CRM-Ba 9.921

Textos e EdiçãoCinthya Brandão - Jornalista DRT 2397

www.cinthyabrandao.com.br

Designer GráficoCarlos Vilmar

www.carlosvilmar.com.br

FotografiasHitanez Freitas

Tiragem 500 exemplares

ImpressãoCartograf

Editorial

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Capa

Cerca de dois mil congressistas participaram da abertura do 56º CBAA solenidade de instalação do 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 6º Congresso de Dor e 5º Congresso de Reanimação e Ressuscitação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, dia 15, no auditório Yemanjá, no Centro de Convenções da Bahia reuniu cerca de dois mil anestesiologistas nacionais e internacionais.

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Os discursos seguiram primeira-mente com o presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, Dr. Ricardo Almeida de Azevedo que deu boas vindas e falou da tradição da Bahia em realizar o CBA. “A Bahia já tem régua e compasso na realização de congressos brasileiros, este é o sexto realizado aqui.” Dr. Ricardo ressaltou a disposição do baiano em trabalhar para proporcionar eventos grandiosos. Falou sobre a semelhança entre a Bahia e o Brasil. “O Brasil tem muito em comum com a Bahia, não é à toa que o berço da nossa nação foi aqui. Portanto, todo brasileiro é um pouco baiano.” E salientou o esmero do conteúdo científico do 56º CBA. “A SAEB esteve presente em todo o momento formando uma parceria perfeita. Agradecemos a Carlos Eduardo Araújo, todas as comissões em nome de

Adhemar Chagas Valverde, aos familiares e funcionários”, finalizou.

O Secretário de Saúde do Estado, Dr. Jorge Solla falou da importância do evento justamente no momento em que o Governo do Estado se mobiliza com investimentos na área de saúde no intuito de minimizar as dificuldades enfrentadas pela população que depende do SUS. O secretário anunciou a inauguração de 1.100 novos leitos hospitalares na rede pública, um novo hospital de urgência e emergência do estado previsto para funcionar no próximo ano e garantiu a duplicação do número de leitos de UTI na capital. Dr. Solla voltou a salientar a necessidade de ampliação no número de vagas nos Centros de Ensino e Treinamento em Anestesiologia no estado. Segundo o secretário, o número de anestesiologistas ainda é insuficiente para suprir a demanda dos hospitais baianos.

Em seguida, o presidente do 56º CBA discursou amplamente. Dr. Adhemar Chagas Valverde manifestou a imensa alegria de receber anestesiologistas de diversas regiões do Brasil. Desejou dias agradáveis e produtivos no âmbito científico e aproveitou o momento para fazer reivindicações de melhorias e reconhecimento por parte das autoridades governamentais brasileiras. “Em 1960, o Brasil tinha menos de 30 Escolas de Medicina, atualmente são 177. Nós somos campeões em faculdades de Medicina no mundo e isto não é mérito, e sim preocupante. Da mesma forma ocorre com as escolas de Direito.” Dr. Adhemar Valverde deixou claro o papel e a intenção da Sociedade Brasileira de Anestesiologia que é formar especialistas qualificados para assim exercerem com competência o Ato Anestésico. “Cabe-me alertar aqueles preocupados com

Compuseram a mesa de abertura, o Presidente do 56º CBA, Dr. Adhemar Chagas Valverde, o Presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Dr.

Luiz Antônio Vane, o Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, Dr. Ricardo Almeida de Azevedo, o Secretário de Saúde do Estado da

Bahia, Dr. Jorge José Santos Pereira Solla, representando o Governador Jaques Wagner, o Secretário Municipal da Saúde, Dr. José Carlos Brito, Presidente

do Conselho Federal de Medicina, Dr. Roberto Luiz D’Avila representado pelo Conselheiro e 1º Secretário Dr. Desire Carlos Callegari, o Presidente da

Associação Médica Brasileira, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, o Presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia, Dr. Jorge Raimundo de Cerqueira,

o Presidente da Associação Bahiana de Medicina, Dr. Antônio Carlos Vieira Lopes, representado pelo Diretor Administrativo da ABM, Dr. José Siquara

da Rocha Filho, a presidente da Federação Brasileira das Cooperativas de Anestesiologia, Dra. Maria Célia Ferreira da Costa, o Diretor Científico do 56º

CBA, Dr. Jedson dos Santos Nascimento e o Presidente da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia, Dr. Carlos Eduardo Aragão de Araujo.

Após A AberturA oficiAl dA solenidAde por dr. luiz Antônio VAne, houVe A execução do hino nAcionAl cAntAdo por Wil cArVAlho. em seguidA, AcontecerAm As premiAções.

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a formação de novos especialistas, em Salvador, que demonstram em expor as suas vaidades quando se arvoram em abrir residências sem vínculo com a SBA que é a instituição que visa incessantemente buscar a excelência científica.” Fez amplos agradecimentos a Dr. Irimar de Paula Posso, ao GABA – Grupo de Anestesiologia da Bahia do qual pertence, ao Dr. Jorge Valente Filho, ao Serviço de Anestesiologia da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, à Interlink, expositores, funcionários e colaboradores da SAEB, Comissões, congressistas, familiares, amigos e despediu-se com a frase: Jamais serei suficientemente grato a vocês!

Finalmente, Dr. Luiz Antônio Vane, presidente da SBA, quebrou o protocolo de deferir o relatório anual das atividades da SBA e abordou o assunto de maior impacto na noite que, com certeza, renderá amplas discussões. “A SBA não pode ser vista friamente como uma sociedade de classe de iguais, buscamos incansavelmente o aprimoramento dos especialistas a ela vinculados. Não fazemos ciência por ciência, nossa missão é com a saúde e bem estar da população. As dificuldades são muitas, mas precisamos romper com as barreiras do pacifismo”. De acordo com Dr. Vane a abertura de concursos públicos para médicos sem especialização e residentes médicos sem qualificação vai de encontro ao propósito da SBA e acredita que a esperança está nos profissionais em formação. “A SBA é a estância primordial de conhecimento para os especialistas em anestesiologia. É a segunda maior do mundo e enfrenta o desafio de modernizar-se. Não acreditamos em pessoas que salvam, mas em estruturas que funcionam.” A última conquista da SBA foi a ISO 9001/2008 em sete meses de trabalho. A primeira sociedade de especialidade médica no país a receber tal qualificação. Dr. Vane finalizou saudando a toda equipe da SBA pelo empenho, garra e determinação.

Depois os convidados desfrutaram do show do Balé Folclórico da Bahia seguido de um coquetel.

Jornalista Responsável: Cinthya Brandão

DRT-Ba 2.397

“A Bahia já tem régua e compasso na realização de congressos brasileiros, este é o sexto realizado aqui.”

Dr. Ricardo Almeida de Azevedopresidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia

“Em 1960, o Brasil tinha menos de 30 Escolas de Medicina, atualmente são 177. Nós somos campeões em faculdades de Medicina no mundo e isto não é mérito, e sim preocupante. Da mesma forma ocorre com as escolas de Direito.”

Dr. Adhemar Chagas Valverde presidente do 56º CBA

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A animação tomou conta demais de três mil participantes

do 56º Congresso Brasileiro deAnestesiologia, 6º Congresso

de Dor e 5º Congresso deRessuscitação e Reanimação

da Sociedade Brasileira deAnestesiologia na festa de

confraternização, dia 17, na Casa Espetáculo.

Ao som de Chiclete com Banana, oespaço reviveu o clima de uma autêntica festa de largo onde todos dançaram e cantaram os sucessos da banda que move multidões pelo Brasil.

Uma estrutura confortável com mesas, cadeiras, espaço para a dança, banheiros cuidadosamente higienizados, comida e bebida à vontade comportou congressistas, acompanhantes, exposito-res, funcionários e colaboradores em total harmonia por sete horas seguidas de festa.

Os visitantes desfrutaram de um cardápio variado com petiscos típicos da Bahia. A marca da culinária baiana não podia faltar com o tradicional acarajé, além do abará, beiju de tapioca e compotas de frutas regionais.

Descontração e alegria na festa de encerramento do 56º CBA

Depois a festa ficou sob comando da Banda Lordão, de Itabuna, no Sul da Bahia, que toca os mais variados estilos musicais.

O momento também teve espaço para homenagens. Dr. Irimar de Paula Posso, Dr. Alfredo Augusto Vieira Portella, Dr. Waston Vieira Silva e a Interlink, empresa organizadora do 56º CBA, receberam uma placa do presidente, Dr. Adhemar Chagas Valverde.

Satisfeitos, os congressistas elogiaram a iniciativa. “A festa foi maravilhosa! A Banda Chiclete com Banana dispensa comentários. A banda local é muito boa também, mas o que mais me impressionou foram o tempo

e a qualidade do serviço. O 56º CBA vai ficar na história e deixará saudade”, comemorou Gustavo Nascimento, da SAESP.

O diretor da Comissão Social, Dr. Marco Guerra, comemora o resultado dos dois anos de preparativos. “A sensação é de dever cumprido. Todo cansaço e dedicação valeram à pena porque a festa agradou a todos os participantes pela qualidade do atendimento, segurança, alimentação e os shows de alto nível. Nossa maior satisfação foi perceber a felicidade no rosto de todos e isso não tem preço.”, ressaltou.

Jornalista Responsável: Cinthya Brandão

DRT-Ba 2.397

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Durante dois anos, os envolvidos no congresso presidido por Dr. Adhemar Chagas Valverde trabalharam com esmero na seleção na programação científica, social, na escolha da estrutura para receber anestesiologistas nacionais e internacionais e na elaboração do material impresso. E o resultado valeu à pena. A prova disso foi comprovada nas salas de aulas lotadas.

252 palestrantes de diversos estados brasileiros e de sete países transmitiram o que há de mais moderno e pertinente para a especialidade. A sensação do dever cumprido e a alegria de concretizar o sexto CBA na Bahia comprovam o quanto os baianos estão preparados e dispostos a aceitar novamente desafio para os próximos anos.

Um dos palestrantes, o Dr. Alfredo Augusto Vieira Portella (RJ) tem uma ligação forte com a Bahia. O pai é baiano, o irmão e outros familiares moram em Salvador. Vir à Bahia, segundo ele, causa uma imensa satisfação e fala sobre o 56º CBA. “Minhas considerações não são motivadas pela emoção. A programação científica do congresso está de altíssimo nível com palestrantes qualificados e cuidadosamente escolhidos. A frequência das aulas é o que mais me impressiona, mesmo com sol forte e convidativo ao lazer, as aulas mantiveram-se cheias. A inovação da planilha com a programação diária foi excelente.”, afirma.

Dra. Cristina Roichman (Pe) também elogiou o 56º CBA. “Foi sem dúvida um dos melhores Congressos que a que já fui: tanto a parte científica quanto a organização, as festas, tudo foi maravilhoso. E a isso, juntou-se o carinho e a alegria dos baianos, tornando este um Congresso inesquecível. Parabéns a todos!”, exalta.

Cinthya Brandão Jornalista DRT-Ba 2.397

O 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 6º de Congresso de Dor e 5º Congresso de Ressuscitação e Reanimação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia pela primeira vez teve a presença de um procurador do trabalho. O Dr. Pedro Lino de Carvalho Jr, do Ministério Público do Trabalho da Bahia, foi bastante acionado durante sua palestra e mesmo depois de encerrada a mesa redonda, ficou cercado de

profissionais de diversos estados que aproveitaram a oportunidade única para tirar suas dúvidas.

O procurador falou sobre os diversos desvios verificados em cooperativas investigadas pela entidade e insistiu em deixar claro que toda adesão deve ser voluntária, nenhum especialista deve ser coagido a participar de cooperativa para receber pelo seu serviço. Pedro

Lino também revelou que os contratos firmados com um único tomador de serviços são frequentemente alvo de investigação, pois em boa parte dos casos a cooperativa é criada por hospitais para burlar o pagamento de encargos trabalhistas.

Alan Rodrigues Jornalista DRT-Ba 1.625

56º CBA bate recorde de inscrições

O 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia,

6º Congresso de Dor e 5º Congresso

de Ressuscitação e Reanimação da

Sociedade Brasileira de Anestesiologia foi

recorde em inscrições com 3.398 participantes.

Um número que enaltece e gratifica todas as

comissões responsáveis pela realização do maior

evento associativo e científico da SBA.

Visão do judiciário ajuda a definir parâmetros durante o 56º CBA

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Novidades não faltam. Aparelhos de anestesia com rotâmetro eletrônico, em fase de pré-lançamento, foram conhecidos pelos congressistas. O novo aparelho permite maior precisão no controle de gases durante a ventilação mecânica. Outra atração, que não chega a ser novidade, são os aparelhos de ultrassom portáteis que permitem a exata monitoração do local onde se aplica a anestesia, bloqueando a área desejada, com mais segurança, economia de material e redução do período de internação. Nos EUA esses aparelhos são de uso obrigatório, mas no Brasil ainda são mais usados por cirurgiões que por anestesistas.

Nenhuma novidade chamou tanta atenção, no entanto, quanto o pré-lançamento da emulsão de propofol livre de lipídios. O medicamento desenvolvido a partir da nanotecnologia isolou as células provenientes de soja e ovo, permitindo a administração do anestésico *um dos mais comuns entre os anestesiologistas -, em pacientes alérgicos e eliminando a necessidade de refrigeração, podendo ser conservado à temperatura ambiente.

Alan Rodrigues Jornalista DRT-Ba 1.625

Stands reúnem os avanços da tecnologia no 56º CBA

Enquanto nas dezenas de salas do Centro de Convenções, especialistas de todas as partes do Brasil e de alguns países convidados debatiam técnicas e procedimentos da anestesiologia, combate à dor e reanimação, dois andares abaixo, laboratórios e fabricantes de equipamentos médicos exibiam o que há de mais moderno para a utilização em hospitais.

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A polêmica discussão em torno da suposta falta de profissionais anestesiologistas e a demanda do Estado por mão-de-obra dominou boa parte dos debates do 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 6º Congresso de Dor e 5º de Reanimação e Ressuscitação, no Centro de Convenções da Bahia, inclusive nos discursos da Solenidade de Abertura. O principal impasse está no interesse do governo estadual de abrir mais vagas para residência em anestesiologia, o que preocupa as entidades médicas quanto à qualidade dessa formação.

O Superintendente de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), Alfredo Boa Sorte, argumenta que a demanda reprimida de cirurgias eletivas na rede pública chega a 100 mil procedimentos e que o estado precisa de alternativas para aumentar o quadro, uma vez que a rede hospitalar vem sendo ampliada. “Até o ano que vem serão 1,2 mil novos leitos públicos, não se pode resistir à ampliação de quadros diante da demanda da população”.

Para o presidente da COOPANEST-BA, Cooperativa Dos Médicos Anestesiologistas do Estado da Bahia, Dr. Carlos Eduardo Araujo, o déficit alegado

Capacitação responsável X Demanda reprimida: o desafio da anestesiologia

pelo Governo é fruto da concentração de profissionais nas grandes cidades. A falta de condições de trabalho, e de vida, segundo ele, afasta o anestesiologista dos hospitais do interior. “A sociedade de anestesiologia não se opõe à abertura de novos centros de treinamento, mas é preciso que eles realmente capacitem”, afirma Araujo, lembrando que o tempo de formação de um instrutor é o mesmo de um especialista – três anos após a conclusão do curso de medicina – e que mesmo capacitado, o futuro instrutor ainda precisa passar numa prova para ter o direito de ensinar.

A coordenadora do CET do Hosipital Santo Antônio – OSID, Dra. Vera Azevedo, compartilha da mesma preocupação. “O receio é que se coloque no mercado médicos com formação deficiente com o objetivo de atender a uma demanda urgente. Existe uma necessidade de varias especialidades da área médica, porém, pelo fato da classe anestésica ser estruturalmente mais organizada e com maior poder de pressão, estamos sendo acusados de querermos fazer reserva de mercado. O que queremos é manter a qualidade na formação dos anestesiologistas da Bahia obedecendo aos regulamentos, estatutos e critérios da nossa sociedade de especialidade

(SBA), respeitada e referenciada em todo Brasil e pelas outras sociedades de anestesiologistas do mundo”, alerta.

O presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), Dr. Luiz Antônio Vane, sustenta o argumento do colega baiano. Ele lembra que existem hoje 120 centros de especialização e treinamento (CET´s) no Brasil, apenas 85 chancelados pela SBA. Segundo Vane, os 678 anestesiologistas formados a cada ano são suficientes para suprir a demanda nacional. Estatísticas mostram que há 10 mil profissionais afiliados à SBA em atividade e estima-se que outros 5 mil estejam no mercado sem o vínculo com a entidade, totalizando 15 mil. A demanda do País é estimada em 18 mil anestesiologistas e cresce em 215 por ano de acordo com o avanço populacional. Para Vane, descontando-se essa ampliação necessária anualmente, o excedente de formandos levará ao equilíbrio entre demanda e oferta de mão-de-obra em seis anos.

A conclusão do presidente da SBA é simples. Não faltam profissionais, mas condições de fixar o profissional onde existe mais carência. “Se você pinga um pouco de mel, logo junta formiga, onde não tem mel, não tem formiga”, compara. Para Dr. Luiz Vane, equipar os hospitais e criar condições para que os

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A Bahia é o quarto estado brasileiro em número de anestesiologistas formados, como mostra a planilha abaixo:

ESTADO REGIAO DESCRICAO ME1/2009 ME2/2009 ME3/2009 TOTALAC Norte Acre 0 0 0 0

AL Nordeste Alagoas 0 0 0 0

AM Norte Amazonas 6 6 6 18

AP Norte Amapá 0 0 0 0

BA Nordeste Bahia 29 28 22 79

CE Nordeste Ceara 13 9 10 32

DF Centro- Oeste Distrito Federal 19 21 13 53

ES Sudeste Espírito Santo 6 6 5 17

GO Centro-Oeste Goiás 7 7 9 23

MA Nordeste Maranhão 0 0 0 0

MG Sudeste Minas Gerais 42 39 37 118

MS Centro-Oeste Mato Grosso do Sul 7 4 4 15

MT Centro-Oeste Mato Grosso 7 7 5 19

PA Norte Para 4 4 3 11

PB Nordeste Paraíba 0 0 0 0

PE Nordeste Pernambuco 14 16 17 47

PI Nordeste Piauí 0 0 0 0

PR Sul Paraná 8 16 15 39

RJ Sudeste Rio de Janeiro 80 89 84 253

RN Nordeste Rio Grande do Norte 0 0 0 0

RO Norte Rondônia 0 0 0 0

RR Norte Roraima 0 0 0 0

RS Sul Rio Grande do Sul 18 16 17 51

SC Sul Santa Catarina 15 15 15 45

SE Nordeste Sergipe 0 0 0 0

SP Sudeste São Paulo 186 176 159 521

TO Norte Tocantins 0 0 0 0

460 459 421 1340

anestesiologistas possam viver com suas famílias em cidades de menor porte é fundamental para redistribuir o serviço e aliviar a demanda reprimida. “O SUS quer pagar de R$ 1,8 a R$ 2 mil pra um especialista trabalhar no interior. Um cabeleireiro ganha R$ 20 num corte e se errar o cabelo cresce de novo. Nós temos uma responsabilidade enorme”.

pArecer dA sAeb“O modelo atual de formação dos

aspirantes em anestesiologia sofre com a dicotomização entre o Ministério da Educação e o modelo da SBA. Nem todos os centros de formação tem a qualificação de CET/SBA, o que torna os

residentes só MEC em adjuntos perante a sociedade. Sem contar que o mercado valoriza os formados com o aval da SBA, pois esta exige uma melhor qualificação na formação do especialista. Para a SAEB o importante é que a capacitação científica seja valorizada e que qualquer centro formador seja caracterizado como capaz de se tornar um CET/SBA, isto não significa, de maneira alguma, que haja qualquer tentativa em se fazer reserva de mercado. Claro que muitos profissionais tem receio de uma possível saturação do mercado, já que houve um aumento de quase 70% no número de vagas de residência na Bahia nos últimos 5 anos e que ainda não houve uma repercussão

na prática mercadológica, pois a maioria ainda não terminou o período de formação de 3 anos. A realidade é que não existe um estudo mostrando qual o verdadeiro déficit de anestesiologistas no estado da Bahia, o que existe é muita especulação sobre o assunto. Portanto, o importante é garantir o nível de qualidade na formação dos sócios aspirantes para que no futuro se houver a tão temida saturação do mercado, que seja pelo menos de anestesiologistas competentes e conscientes das nossas responsabilidades, ressaltao o presidente da SAEB. Dr. Ricardo Almeida de AzevedoPresidente da SAEB

Jornalistas Responsáveis:

Alan Rodrigues - DRT-Ba 1.625 Cinthya Brandão - DRT-Ba 2.397

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SAEB

A solenidade iniciou com a homenagem a um ex-presidente como sempre acontece. Este ano o escolhido foi Dr. Oliveiros Guanais de Aguiar, presidente da SAEB de 1968 a 1969, que não pode comparecer por problemas de saúde, mas foi muito bem representado pelo filho, Dr. Oliveiros Guanais de Aguiar Filho. Depois de receber a placa das mãos do presidente da SAEB, Dr. Ricardo Almeida de Azevedo, Dr. Guanais Filho fez questão de agradecer a tão honrada homenagem, segundo ele. “Meu pai não pôde estar aqui, mas está muito feliz pelo reconhecimento e grato pela homenagem”, ressaltou.

Depois seguiram as premiações. Dra. Vera Azevedo, coordenadora do CET das Obras Sociais Irmã Dulce, entregou ao Dr. Gustavo Henrique Leão Gomes, do CET das Obras Sociais Irmã Dulce, o Prêmio Professor Menandro Augusto Leão de Faria pela conquista da maior nota baiana de ME1/2008 – Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

Dr. Hugo Dias Caminha, do CET da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, recebeu de Dr. Ricardo Almeida de

Azevedo o Prêmio Professor Roberto Rochael da Rocha Alcântara pela maior nota baiana de ME 2/2008 – SBA. Dr. Tomaz Gonzales Passos Estrela, do CET das Obras Sociais Irmã Dulce, alcançou a mesma pontuação, mas não esteve presente.

Dr. David Luiz Ramos Brandão, do CET das Obras Sociais Irmã Dulce, foi o vencedor do Prêmio Professor Walter Vianna, pela maior nota baiana de ME 3/2008 – SBA. Essa foi a primeira vez que essa premiação foi concedida. Dr. David Brandão está atuando em Juazeiro, no Norte do Estado, por isso, não esteve presente e foi representado pela Dra. Vera Azevedo.

Em breves palavras, Dr. Ricardo Azevedo ressaltou a importância do Professor Walter Vianna para anestesiologia baiana e revelou como surgiu a escolha. “Como ainda não havia o prêmio para o ME3, restava apenas definir o nome para ele, propus o de Dr. Walter na reunião da diretoria e foi aceito por unanimidade, pois ele foi sócio fundador da SAEB e seu primeiro diretor científico, além de também ter sido presidente da associação”.

Premiações e homenagens marcam o Dia do Anestesiologista na SAEB

Os anestesiologistas baianos foram presenteados

pela Sociedade de Anestesiologia do Estado

da Bahia com uma noite especial, em 15

de outubro, véspera do Dia do Anestesiologista.

Especial não somente pela data em si, mas

pela presença de profissionais que

dignificam e fortalecem a SAEB. Na programação,

premiações, homenagens e apresentação teatral.

Dr. Oliveiros Guanais Filho recebeu a placa em homenagem ao pai das mãos de Dr. Ricardo Azevedo

Dr. Ricardo Azevedo entregou o prêmio ao Dr. Hugo Dias Caminha ME 2

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...Dra. Cristina Roichman sai de um hospital para assumir outro plantão com diversas cirurgias programadas. Durante o percurso, fala pela celular com a filha e o esposo que cobram sua presença já que há alguns dias não se encontram devido à agitada rotina de trabalho.

Em seguida, os convidados desfrutaram de um momento de descontração com a peça teatral “Anestesista” com a participação duas anestesiologistas pernambucanas, Dra. Cristina Barreto Campello Roichman e Dra. Sônia Amara Cutz Samico.

Dra. Cristina Roichman conta como surgiu a idéia. “A SAEPE me pediu para fazer uma palestra sobre “Qualidade de Vida” na JAEPE/2007, decidi inovar. Chamei então uma amiga, Sônia Samico, com quem conversava muito sobre o tema e sobre a vida de anestesista. A partir daí, passamos a anotamos os pontos que não poderiam ficar de fora (a família, que ficava sempre em segundo plano, relacionamento com cirurgiões, instabilidade de horários, estafa, casos que tínhamos presenciado ou sabido histórias, etc) e resolvemos dar um viés cômico para ficar mais interessante. Tudo anotado, fizemos um curso rápido de roteiro no SESI, pegamos a nossa história, de casos soltos e a transformamos em um roteiro. A grande dificuldade era a

falta de recursos cênicos: como fazer para que o palco fosse hospital, rua, sala de pré-anestesia e em seguida sala de cirurgia?”.

A peça começa com um filme gravado nas ruas de Recife, onde a Dra. Cristina Roichman sai de um hospital para assumir outro plantão com diversas cirurgias programadas. Durante o percurso, fala no celular com a filha e o esposo que cobram sua presença já que há alguns dias não se encontram devido à agitada rotina de trabalho.

Ela é parada por um policial que ameaça multá-la, mas quando percebe que ela aceita a punição, pede propina para liberá-la. Chegando ao hospital, já em cena, a Dra. Cristina começa a avaliação pré-anestésica com tipos excêntricos.No desenrolar da trama, ocorrem uma cirurgia e acontecimentos que valemconferir de perto.

Objetivo da encenação é justamente chamar a atenção para a necessidade de conciliar melhor o tempo destinado ao trabalho e à vida pessoal. “A exibição foi um sucesso e a discussão durou mais de uma hora. Alguns colegas choraram. Muitos diziam ‘isso é a minha vida, o que é que estou fazendo com ela?!’. Bom, o que interessa é que serviu para refletir e marcou muito mais que uma palestra. Nosso objetivo foi alcançado”, comemora.

A atuação das anestesiologistas gerou muitas risadas e diversão. Dr. Adhemar Chagas Valverde fez uma homenagem às médicas artistas com a entrega de flores. Após a apresentação todos participaram do jantar de confraternização.

Cinthya Brandão

Jornalista DRT-Ba 2.397

Dra. Vera Azevedo entregou o prêmio ao Dr. Gustavo Henrique Leão Gomes ME1.

Dr. Ricardo Azevedo, Dra. Sônia Samico, Dr. Adhemar Valverde e Dra. Cristina Roichman

Dra. Cristina Roichman e Dra. Sônia Samico.

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Os opióides são a pedra angular do manejo da dor do câncer2 e da dor pós-operatória3, de moderada a elevada intensidade, entretanto, recentes estudos sugerem que as medicações opióides podem também ser utilizadas no tratamento de dor crônica não-oncológica4. Em função do uso corrente dos opióides surge a preocupação com os seus efeitos colaterais, com o risco de dependência física e adição, com o desenvolvimento de tolerância e, mais recentemente, com a hiperalgesia induzida por

opióides.

O objetivo deste artigo de revisão é discutir o manejo da hiperalgesia induzida por opióides, observando os seus aspectos etiológicos e clínicos.

A hiperalgesia induzida por opióides é definida como a sensibilização nociceptiva causada por exposição à opióides. Trata-se de uma entidade caracterizada pela resposta paradoxal a estes fármacos, já que se apresenta como uma maior sensibilização a dor em pacientes usuários de opióides para o tratamento de um quadro álgico de qualquer etiologia5-6. Exemplos práticos de hiperalgesia induzida por opióides são vistos diariamente por profissionais que atuam na área de dor e se traduzem através da presença de dor excessiva em pacientes usuários crônicos de opióides ou

HIPERALGESIA INDUZIDA POR OPIÓIDES

Artigo

Os fármacos opióides, foram inicialmente conceituados por Acheson, como sendo medicações com ação semelhante à da morfina, porém com estrutura química diferente1. O termo opióide atualmente inclui todas as substâncias naturais, semi-sintéticas ou sintéticas que reagem com os receptores opióides como agonista ou antagonista.

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em pacientes submetidos a procedimentos anestésicos nos quais foram utilizados opióides em infusão contínua ou de maneira intermitente, em doses variáveis7. Acredita-se que este fenômeno seja resultante de modificações neuroplásticas no sistema nervoso central e periférico, levando a sensibilização de vias pronociceptivas.

A hiperalgesia induzida por opióides é um fenômeno clínico que se diferencia da tolerância, a qual é conceituada como sendo a necessidade de incremento na dose de opióide para a manutenção da analgesia8.

Entretanto, é importante lembrar que a perda de eficácia analgésica pode também indicar hiperalgesia induzida por opióides e que esses fenômenos podem coexistir em um mesmo paciente. Como visto a diferenciação entre hiperalgesia induzida por opióides e tolerância não é fácil e merece ser discutida.

Na tolerância observa-se uma dessensibilização das vias nociceptivas aos opióides, que se desenvolve gradualmente no curso do tratamento, podendo ser facilmente revertida pelo incremento da dose de opióide. A hiperalgesia induzida por opióides, por sua vez, é agravada pelo aumento da dose deste fármaco. Pacientes recebendo opióides paradoxalmente tornam-se mais sensíveis a dor como uma ação direta da terapia analgésica implementada9.

Diferentes estudos têm sido realizados abordando a hiperalgesia induzida por opióides, os quais têm resultados controversos. Dentre os modelos dos estudos disponíveis destacam-se: (1) hiperalgesia induzida por opióides em pacientes com história de adição a opióides; (2) hiperalgesia induzida por opióides em pacientes que fazem uso de metadona como terapia de manutenção; (3) exposição perioperatória em pacientes submetidos a cirurgia; (4) hiperalgesia induzida por opióides em voluntários saudáveis após exposição aguda a opióides, utilizando testes experimentais de dor e (5) estudos observacionais prospectivos em pacientes virgem de opióides submetidos a iniciação de terapia opióide crônica. Qualquer que seja o modelo do estudo, o que se acredita é que a hiperalgesia induzida por ópioides é um processo neurobiologicamente multifatorial.

Os possíveis mecanismos envolvidos com a hiperalgesia induzida por opióides ocorrem em nível central e periférico e são representados principalmente pela sensibilização de neurônios aferentes primários; pelo aumento e liberação de neurotransmissores excitatórios e diminuição de sua recaptação; pela sensibilização dos neurônios de segunda ordem

pelos neurotransmissores excitatórios e por modificações na medula ventromedial rostral que pode aumentar a facilitação descendente.

estrAtégiAs pArA o mAnejo AdequAdo dA hiperAlgesiA

induzidA por ópioides

Como dito anteriormente, o preciso mecanismo molecular responsável pelo desenvolvimento da hiperalgesia induzida por ópioides permanece desconhecido. Apesar disto, modelos pré-clínicos envolvem o sistema glutaminérgico e a ativação patológica de receptores NMDA no processo de sensibilização central. Conseqüentemente, ensaios clínicos têm sido realizados com o intuito de prevenir e atenuar a expressão da hiperalgesia induzida por ópioides, através da utilização de antagonistas de receptores NMDA, inibidores seletivos da COX-2 e alfa-2 agonistas. As evidências clínicas de cada um destes fármacos serão discutidas a seguir.

AntAgonistAs dos

receptores nmdAO receptor NMDA é constituído por

subunidades (NR1, NR2A-D e às vezes NR3A/B) que são diferentemente expressadas em várias regiões do cérebro. A combinação destas subunidades irá determinar uma diversidade na expressão do receptor NMDA e, por conseguinte, na resposta de cada indivíduo ao estímulo doloroso e aos fármacos utilizados para o seu controle10-11.

A cetamina é um antagonista do receptor NMDA com propriedades anestésicas e analgésicas12-16 que tem sido utilizada desde a década de 60, apresentando-se como um fármaco capaz de propiciar hipnose, com mínimo efeito sobre a função cardiovascular e respiratória17-18. A presença de efeitos colaterais a ela relacionados, especialmente de efeitos psicomiméticos têm limitado o seu uso, entretanto, o reconhecimento do papel dos receptores NMDA na fisiopatologia da dor têm renovado o interesse clínico no seu uso. Sabe-se que estímulos dolorosos ativam os receptores NMDA e produzem hiperexcitabilidade dos neurônios do corno posterior da medula espinhal, desencadeando o processo de sensibilização central, o fenômeno de “wind-up” e a memória da dor. Recentemente, alguns estudos têm examinado o uso da cetamina em baixa dose em conjugação com medicações opióides, com o intuito de atenuar a hiperalgesia induzida por opióides e a tolerância analgésica, principalmente por sua ação na subunidade RA dos receptores NMDA.

Um estudo que avaliou a combinação de cetamina e tramadol em pacientes submetidos à cirurgia abdominal demonstrou que

A hiperAlgesiA induzidA por opióides é um fenômeno clínico que se diferenciA dA tolerânciA, A quAl é conceituAdA como sendo A necessidAde de incremento nA dose de opióide pArA A mAnutenção dA AnAlgesiA

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acetamina e o tramadol estão associados à melhor analgesia, traduzida pelo menor escore de dor, pelo menor consumo de morfina e pelo menor índice de sedação, quando comparados ao tramadol sozinho. É importante observar que neste estudo o escore de dor no grupo controle foi em torno de 40mm e que o consumo de morfina através da bomba de PCA foi de 33mg/dia. Baixos escores de dor alcançados pela administração de pequena dose de morfina sugere que a cetamina em baixa dose pode prevenir a hiperalgesia induzida pela morfina19.

Em resumo, acredita-se que a administração de baixas doses de cetamina possa modular a expressão de hiperalgesia induzida por opióide e da tolerância analgésica, fato que é compatível com a hipótese de que o antagonismo do receptor NMDA modula modificações no sistema antinociceptivo e pronociceptivo.

inibidores seletiVos dA cox-2

Os inibidores seletivos da COX-2 são analgésicos antiinflamatórios que ao atuarem em sítios periféricos e centrais interferem com os mecanismos da dor. Eles são freqüentemente utilizados para o tratamento da dor de leve, de maneira isolada, ou em combinação com opióides em situações de dor de moderada a forte intensidade. Pacientes que recebem analgésicos não opióides em conjugação com morfina em sistema de PCA alcançam melhor controle do quadro álgico quando comparados com aqueles que recebem morfina isoladamente20.

Os inibidores da COX-2 bloqueiam a síntese de prostaglandinas pela inibição da ação das enzimas cicloxigenases tipo II, contribuindo para a redução dos mediadores e do processo inflamatório21. Como as prostaglandinas estão envolvidas na modulação da dor em nível central e estimulam a liberação de glutamato, um aminoácido excitatório, no cordão espinhal, acredita-se que os inibidores da COX-2 antagonizem a função dos receptores NMDA no sistema nervoso central e atenuem o desenvolvimento de tolerância a opióides em modelos animais22-23, o que fortalece a hipótese de que a inibição da síntese de prostaglandina no cordão espinhal pode atenuar ou inibir a expressão da hiperalgesia induzida por

opióides através da modulação da função do receptor NMDA 24-25.

O parecoxibe, uma pró-droga do valdecoxibe, tem sido investigado em ambas, administração pré e pós-operatória, como parte de um esquema multimodal para o tratamento de dor pós-operatória, demonstrando que a administração deste fármaco está associada a um efeito poupador de opióide, a uma redução dos efeitos colaterais dos opióides e a uma melhora na qualidade da analgesia, contribuindo para um aumento da satisfação do paciente com o esquema analgésico implementado26. Mais, recentes evidências sugerem um papel do parecoxibe na modulação da hiperalgesia induzida pela administração de remifentanil, evidenciando benefício do uso do mesmo antes do início da infusão do opióide27.

AlfA-2 AgonistAs

Os alfa-2 agonistas foram inicialmente utilizado como descongestionantes nasais, entretanto o uso continuado dos mesmos demonstrou que eles eram possuidores de efeito hipotensor, sedativo, analgésico e bradicardizante28, o que possibilitou a sua utilização em larga escala na anestesiologia e na clínica de dor a partir da década de noventa. Apesar dos alfa-2 agonistas serem utilizados com freqüência como parte de esquemas multimodais de tratamento da dor, apenas um pequeno número de estudos têm avaliado o seu papel na modulação da hiperalgesia induzida por opióides, os quais têm resultados controversos. Acredita-se que os alfa-2 agonistas apresentem propriedade analgésica por atuarem na medula espinhal29, embora haja evidência de sítios supra-espinhal. Entretanto, futuros estudos deverão ser realizados para demonstrar a eficácia da clonidina e da dexmedetomidina na modulação da hiperalgesia induzida por opióides.

conclusão

A hiperalgesia induzida por opióides é um tema atual e que merece a atenção dos anestesiologistas e algologistas. A compreensão dos seus mecanismos moleculares e suas implicações clínicas é fundamental para um melhor manejo dos pacientes, sejam eles usuários crônicos de opióides ou submetidos à analgesia

Pacientes que recebem analgésicos não opióides em conjugação com morfina em

sistema de PCA alcançam melhor controle do quadro álgico quando comparados

com aqueles que recebem morfina isoladamente

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aguda após procedimentos cirúrgicos de médio e grande porte.

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Dra. Anita Perpetua Carvalho Rocha de Castro Anestesiologista e Algologista

Hospital Santa Izabel CRM-Ba 12.938

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33ª JONNA26 a 28 de março de 2009

Belém - Pará

44ª JOSULBRA18 a 20 de abril de 2009

Florianópolis - SC

6ª COPA14 a 17 de maio de 2009

São Paulo - SP

43ª JASB25 a 27 de junho de 2009

Rio de Janeiro - RJ

40ª JORNADA DO BRASIL CENTRAL13 a 15 de agosto de 2009

Goiânia - GO

17ª JAEPE 10 a 13 de setembro de 2009

Porto de Galinhas - PE

20ª JOMA 25 a 27 de setembro de 2009

Ouro Preto - MG

56º CBA14 a 18 de novembro de 2009

Salvador - BA

Agenda do Presidente 2009

O SAVA – Suporte Avançado de Vida em Anestesiologia, foi realizado na capital baiana, nos dias 19 e 20 de setembro, a primeira vez aconteceu em 2001. Uma iniciativa da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, através do presidente, Dr. Ricardo Azevedo. “Este ano, por causa do 56º CBA, não houve JORBA, por isso, a SAEB investiu ainda mais na educação continuada com cursos de excelência e o SAVA não podia ficar de fora”.

O SAVA segue as diretrizes da Sociedade Brasileira de Anestesiologia e visa proporcionar um treinamento essencialmente prático aos anestesiologistas, desenvolvendo habilidades técnicas e abordando aspectos humanos no gerenciamento de crises.

De acordo com o coordenador do curso, Dr. Márcio Pinho, a reanimação cardíaca é a situação mais grave durante um procedimento cirúrgico e quando a parada cardíaca ocorre na presença de um anestesiologista as chances de sucesso são maiores. “Além do conhecimento das manobras, o anestesiologista precisa contar com drogas, desfibriladores e experiência para contornar a situação. O SAVA serve justamente

para diminuir o tempo de resposta do início da parada à ressuscitação. A cada 1 minuto de parada cardíaca a sobrevida do paciente reduz em 10%”, saliente.

Inicialmente, os participantes são submetidos a uma avaliação escrita. Um valor é estabelecido e somado à nota final. As aulas teóricas começam com abordagem das principais causas da parada cardíaca durante o procedimento anestésico, inclusive, em situações específicas como em gestantes e em crianças.

Nas aulas práticas ocorrem o treinamento das condutas e a forma de atuação das manobras e medidas para o controle da via aérea utilizando manequins. Ao final, os participantes são submetidos a outro teste teórico e também é chegado o momento de demonstrar o aprendizado em diversas situações de reaminação cardíaca.

Cinthya Brandão Jornalista DRT/Ba 2.397

SAVA é realizado pela segunda vez em Salvador

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Segundo Lorraine Grubbs – West, “As pessoas são o nosso maior patrimônio”. A COOPANEST-BA acredita de verdade neste conceito, o aplica na prática e não o tem como mero slogan.

Funcionários ao se sentirem valori-zados e felizes se relacionam bem com colegas, cooperados e com os nossos clientes, transformando-se assim numa poderosa vantagem competitiva, principalmente num setor difícil e instável como a área de saúde.

Contratar pessoas baseando-se na filosofia de vida que elas seguem, e depois, oferecer treinamento e condições de trabalho para a função que vão desempenhar se traduzem em bons resultados.

Neste processo, os nossos colabora-dores aprendem a absorver os princípios de uma cultura empresarial que se destaca pelo exercício da lealdade, do humor, da solidariedade e da rejeição ao desperdício e à burocracia.

Como reflexo do tratamento e da confiança que recebem de seus diretores e motivados a se sentirem parte da empresa, nossos funcionários estão sempre dispostos a darem mais de si – não importa quando e quanto. O resultado é que, em vez de

funcionarmos como uma imensa empresa com inúmeros colaboradores, a COOPANEST-BA opera como uma grande família.

Dr. Carlos Eduardo Araujo Presidente da COOPANEST-BA

COOPANEST-BA: NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO

A segunda edição da Campanha COOPANEST-BA Solidária foi lançada durante o 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 6º Congresso de Dor e 5º Congresso de Ressuscitação e Reanimação da SBA e muitos médicos já autorizaram o débito das doações. Durante o evento, 79 anestesiologistas deram prova de solidariedade e contribuíram com valores a partir de R$ 30,00. A arrecadação total somou R$ 4.230,00. Para marcar a participação,

os profissionais recebem um belo chaveiro comemorativo.

As doações podem ser feitas até o fim de dezembro quando o valor arrecadado será convertido em alimentos para entidades carentes de Salvador. Após o 56º CBA, as autorizações devem ser feitas através da secretaria da COOPANEST-BA pelo telefone 71 3237-9950.

Cinthya Brandão Jornalista DRT-Ba 2.397

COOPANEST-BA SOLIDÁRIA

Participe desta campanha em prol de instituições carentes da Bahia.

A Responsabilidade Social é um dever de todos!

Os médicos trabalham para salvar vidas e agora também podem manter viva a chama da solidariedade. Faça sua doação!

Autorize sua participaçao com a Coopanest-Ba.

Informações:

COOPANEST-BA

(71) 3237-9950 / [email protected]

COOPANEST-BACOOPERATIVA DOS MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS DA BAHIA

Realização:

Apoio:

Campanha COOPANEST-BA Solidária inicia arrecadações durante o 56º CBA

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Poucos temas do 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 6º Congresso de Dor e 5º Congresso de Ressuscitação e Reanimação da SBA foram tão concorridos quanto à discussão acerca do cooperativismo. A modalidade, que vem se consolidando como a principal alternativa de contratação dos serviços de anestesia pelo poder público em vários estados do país, também vem sendo utilizada por algumas instituições privadas como forma de burlar a legislação trabalhista, precarizando as relações de trabalho entre médicos e entidades hospitalares.

O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral, fez uma explanação sobre o Projeto de Lei 131/2008, que tramita no Congresso para regulamentar a atuação das cooperativas. Ele demonstrou preocupação, compartilhada com a maioria dos especialistas, com a proposta de se estabelecer piso e jornadas de trabalho para anestesiologistas, e lembrou que

o cooperativismo é o último reduto para o exercício liberal da profissão.

O presidente da COOPANEST-BA, Dr. Carlos Eduardo Araújo, faz um contraponto à preocupação da AMB e cita a relação, iniciada em 2007, com o Governo da Bahia, como exemplo de parceria de sucesso. Dr. Carlos Eduardo explica que a cooperativa conseguiu suprir a necessidade emergencial do sistema público de saúde no estado estabelecendo uma relação saudável de remuneração, onde cada especialista recebe pelo trabalho realizado, cabendo a cada anestesiologista definir sua carga horária semanal, optando pelo local que deseja assumir. Graças ao acordo entre COOPANEST-BA e SESAB, chancelado pela Procuradoria Geral do Estado, atualmente cerca de 60 profissionais passaram a prestar serviço na rede pública. O relacionamento entre as instituições está pautado na obediência dos princípios éticos e legais.

Alan Rodrigues Jornalista DRT/BA 1.625

Cooperativismo: último reduto para profissionais autônomos

Dr. Carlos Eduardo Araujo, presidente da COOPANEST- BA

Para marcar o Dia do Anestesiologista, foi criada uma campanha de valorização ao Anestesiologista e ao Ato Anestésico. A inicitiva foi uma parceria entre a Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia e a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado da Bahia.

Com o tema “16 de Outubro – Dia do Anestesiologista, mas pode chamar de Dia do Anjo da Guarda”, a campanha esteve presente com publicações em jornais de maior circulação na Bahia, em out door pela capital e interior, inserções de spot e entrevistas em rádio.

Mais uma vez, a mobilização das entidades que representam os profissionais da anestesiologia revela a força e a união em prol dos seus sócios e cooperados.

Cinthya Brandão Jornalista DRT/Ba 2.397

SAEB e COPANEST-BA realizam campanha no Dia do Anestesiologista

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Findo o exercício de 2009, faz-se necessário um balanço da situação dos processos judiciais que envolvem a COOPANEST-BA, a fim de avaliar os resultados obtidos e traçar metas de atuação para os próximos anos.

A COOPANEST-BA é parte, hoje, em 307 processos judiciais ativos, dos quais 299 em curso na Justiça Estadual da Bahia e 8 (oito) na Justiça Federal Seção do Distrito Federal.

Dentre os processos em curso na Justiça Estadual da Bahia, 71 são perante os Juizados Especiais, todos relacionados ao movimento para implantação da CBHPM, nos quais tem sido quase unânime o entendimento pela exclusão da COOPANEST-BA da lide. Dos processos perante a Justiça comum merece destaque a ação proposta em face do Município do Salvador e Sul América Saúde, visando a não incidência do ISS nos atos praticados pela COOPANEST-BA, no qual após a sentença de primeiro grau favorável, encontra-se em fase de julgamento dos recursos no Tribunal de Justiça.

Entre os processos perante a Justiça Federal do Distrito Federal, merecem

destaque as ações que discutem a incidência de PIS e COFINS (pendente de julgamento do TRF), bem como as discussões acerca das penalidades impostas pelo CADE, ainda em julgamento em primeira instância, mas com depósitos integrais dos montantes exigidos. Registre-se que, no que se refere aos processos propostos pelo CADE, após o encontro realizado no dia 07/12/2009, em Brasília, surgiu a possibilidade de se foralizar um acordo.

Por fim, vale registrar também que, no ano de 2009 a COOPANEST-BA sofreu duas fiscalizações por parte da Superintendência Regional do Trabalho, nas quais foi atestada a sua absoluta regularidades, não havendo qualquer foi autuação ou diligência solicitada pelos fiscais.

Em suma, o que se verifica é que a situação judicial da COOPANEST-BA é bastante satisfatória, apresentando índices mínimos de risco, para os exercícios posteriores.

Dr. Adriano Argones Consultor Jurídico

COOPANEST-BA

Balanço jurídico da COOPANEST-BA

SAEB firma parceria com a Triação para proporcionar aos sócios mudança

de hábitos em prol da saúde.

www.triacao.com.br

[email protected] | Tel/Fax: 71 3263-3473

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O ano de 2009 é brindado com festa pela COOPANEST-BA

Colaboradores e familiares.

Espaço montado para as crianças. Diversão garantida na piscina do bolas.

Discurso de Dr. Carlos Eduardo Araujo e membros da diretoria.

Descontração e alegria entre os convidados.

A festa mais esperada do ano pelos colaboradores da COOPANEST-BA foi realizada em clima de muita animação, dia 11 de dezembro, às 20h, no Costa Verde Tênis Clube, em Piatã. Funcionários, familiares e colaboradores de diversos serviços de anestesia de Salvador encontraram uma estrutura confortável e aconchegante para a confraternização.

Pela primeira vez, foi criado um espaço reservado para as crianças. Um parquinho com pula-pula, piscina de bolas, balanço, escorrega e até algodão doce fizeram a festa dos meninos e meninas. Alegria também para os pais que puderam se divertir enquanto os filhos brincavam. “A idéia foi maravilhosa. Nós trazíamos os filhos e eles ficavam correndo entre as mesas sem um espaço adequado para brincar. Este ano, eles estão muito satisfeitos e nós ainda mais.”, comemora uma das funcionárias.

Fotos de momentos importantes da rotina de trabalho foram projetadas num telão, uma forma de homenagear a todos. Antes do tão esperado sorteio dos prêmios, o presidente da COOPANEST-BA, Dr. Carlos Eduardo Araujo, fez um discurso de agradecimento aos funcionários ao lado de Dr. Roque Archanjo do Santos, Dr. José Siquara Rocha Filho, Dr. Djalma Neves Costa, Dr. Aurino Lacerda Gusmão, Dr. Marco Guerra e Dr. Gilvan da Silva Figueiredo, membros da diretoria e representantes de serviços de anestesia. Na oportunidade, Dr. Carlos Eduardo anunciou o resultado das eleições 2010/2011 da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, com a presença do presidente eleito, Dr. Marco Guerra.

Enfim, o sorteio comandado por Dr. Roque Archanjo que com irreverência e alegria entregou os presentes. Depois, a noite foi de dança comanda por uma banda de baile.

Cinthya Brandão Jornalista DRT/Ba 2.397

Dr. Marco Guerra, presidente eleito da SAEB, também participou da entrega dos prêmios.

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FANEM®

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