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    Esta Coleo, ao resgatar a histria dos

    bairros da cidade, leva para as novas gera-es algo mais: a histria das pessoas, detantos personagens annimos que, no seucotidiano, produziram cultura, arte e tradi-es - nosso patrimnio imaterial.

    No por acaso, Belo Horizonte hojeuma Cidade-Educadora, que trouxe de suamemria - visvel e invisvel - as bases para aconstruo de um lugar melhor para se viver,com dignidade, paz e cidadania para todos.

    A cidade atual resultado da ao pio-neira de muitos - negros, indgenas, comuni-dades quilombolas, homens e mulheres que,

    ao longo do tempo, construram pontes aoinvs de muros, e ligaram BH ao Brasil e aomundo, por meio de sua graa, sua msica,sua arte, sua gente.

    Neste territrio das Gerais, habita um povogeneroso, contador de causos e belas histrias.

    Maca Maria Evaristo

    Secretria Municipal de Educao

    Ao completar 20 anos, o Arquivo Pblico daCidade de Belo Horizonte, fundado em 21 demaio de 1991, presenteia os belo-horizontinoscom a finalizao de um trabalho iniciado hmais de uma dcada: a Coleo Histrias deBairros de Belo Horizonte.

    A iniciativa da Coleo baseou-se na cons-tatao, por ocasio das comemoraes do 1Centenrio de Belo Horizonte, de que era che-gada a hora de um equipamento pblico comoo Arquivo, depositrio de documentos arquivs-

    ticos de valor inestimvel para a histria da ci-dade, preparar um trabalho de flego que noapenas apoiasse o professor em sala de aula,como pudesse se constituir em fonte organiza-da de pesquisa para estudiosos e interessados,em geral, na cultura e histria de Belo Horizonte.

    Assim a Coleo. Trabalho cuidadoso deuma equipe competente e motivada, que bemconhece a potencialidade de uma documen-tao arquivstica garantida e preservada pelotexto da Lei e pela Prefeitura de Belo Horizonte.

    A Fundao Municipal de Cultura, da qual oAPCBH rgo vinculado, muito se orgulha de

    apresentar os trs ltimos cadernos sobre as re-gionais Pampulha, Oeste e Norte que comple-tam o esforo contido na Coleo. Atravs dela edas aes de difuso, como exposio e cursos deformao para professores e bibliotecrios, tem-seprocurado garantir a funo social do Arquivo: re-colher, tratar, guardar e difundir um acervo valiosoque de todos e a todos deve retornar!

    Thas Velloso Cougo Pimentel

    Presidente da Fundao Municipal de Cultura

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    Histrias de bairros [de] Belo Horizonte : Regional Oeste /

    coordenador, Raphael Rajo Ribeiro. Belo Horizonte:

    Arquivo Pblico da Cidade, 2011.

    62 p. : il. ; 21 cm. [+ linha do tempo + mapas]

    Produzido pelo Arquivo Pblico da Cidade

    de Belo Horizonte.

    ISBN: 978-85-64559-01-1

    1. Belo Horizonte (MG) - Bairros - Histria. 2. Oeste, regio-

    nal (Belo Horizonte, MG) - Bairros. I. Ribeiro, Raphael Rajo. II.

    Arquivo Pblico da Cidade de Belo Horizonte.

    CDD 981.51

    H673

    Este caderno se encontra em versodigital no site do Arquivo Pblicoda Cidade de Belo Horizonte:www.pbh.gov.br/cultura/arquivo

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    Belo Horizonte a cidade onde moramose vivenciamos nosso dia-a-dia. Ns e mais dedois milhes de habitantes! No vaivm dirio,nem pensamos sobre o espao onde vivemos.

    Voc j se perguntou como so criados oslugares que chamamos de cidade? Ser quea cidade em que voc vive sempre foi assim?

    Como ela era antes? Como ficou desse jeito?Ser que todos os seus habitantes a veem damesma forma que viam h alguns anos?

    Toda cidade tem sua histria. E histria tambm transformao: nossa cidade no foisempre da forma como a conhecemos. Ela

    o resultado da ao dos seres humanos sobrea natureza. E isso acontece no apenas quan-do eles realizam construes, mas tambmquando se servem das guas, do solo, da ve-getao e dos recursos minerais.

    So diversas as razes que levam ao nas-cimento de uma cidade. Elas podem surgir

    a partir de uma igreja ou podem ser plane-jadas antes mesmo de haver ruas ou edifica-

    es. Normalmente no so feitas de umavez s. Elas so construdas e reconstrudas

    ao longo de sua existncia.As pessoas que moram em uma cidade

    convivem de diferentes formas. Durante todoo tempo, elas lutam pelo que pensam ser omelhor. A cidade est sempre em movimen-to, sendo alterada. Por meio da pintura de ummuro, da mobilizao para que uma casa an-

    tiga ou uma rvore no seja derrubada... ela sempre palco de disputas e negociaes.

    Diferentes aes criam as mudanas doespao que habitamos. Os governos, muitasvezes, tentam planejar o desenvolvimentodas cidades, para que as coisas sigam um de-

    terminado caminho. Mas, s vezes, as pesso-as ou os governantes preferem manter algu-mas coisas como eram no passado nem sde transformaes vive a cidade; ali as coisastambm permanecem.

    E a nossa cidade, Belo Horizonte, comoela surgiu? Como se transformou? Que cami-

    nhos seguiu? O que se manteve? O que mu-dou? Conheamos um pouco dessa histria!

    Oqueevivernacidade

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    UmabrevehistoriadeBHPontodepartidapara

    outrashistorias

    H pouco mais de cem anos, Ouro Pre-to deixava de ser a capital de Minas Gerais.Nascia ento uma nova cidade, inteiramenteplanejada e construda para ser a capital do

    estado. Era Belo Horizonte. No local ondea cidade foi edificada, existia um pequenoarraial, o Curral del Rei, que foi quase total-mente demolido. O plano da nova capital,elaborado por uma equipe de engenheiros,arquitetos e outros tcnicos, previa uma ci-dade dividida em trs reas: uma rea cen-

    tral, denominada urbana; em torno desta,uma outra denominada suburbana; e umaterceira rea, chamada rural.

    A nova capital foi inaugurada em 12 dedezembro de 1897, mesmo estando aindaem obras, e com seu plano apenas parcial-

    mente implementado.Hoje, muitos dos espaos planejados eedifcios construdos na poca da origem dacidade ainda esto preservados. A Praa daLiberdade com suas secretarias e o palcio,o Parque Municipal e a Praa da Estaosoalguns exemplos. Pelo plano da nova cidade,

    a Avenida Afonso Pena seria a via mais im-portante da cidade, como, de fato, se tornou.

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    Escala 1:35.700

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    E a avenida que contornava toda a rea ur-bana planejada, chamada por isso de Ave-nida do Contorno, tambm permanece athoje. A paisagem desses lugares mudou,mas eles ainda existem na cidade, comgrande importncia.

    Nos seus primeiros anos, a cidade era cor-tada por algumas linhas de bondes e pelos cr-regos naturais. Os bondes j no existem e a

    maioria dos crregos no est mais visvel, poiseles foram canalizados. A ligao de BH comoutras cidades e outros estados se fazia pela es-trada de ferro que, hoje, no a via de acessomais comum. A populao de Belo Horizonteera formada pelos antigos habitantes do arraial,por funcionrios pblicos que vieram de Ouro

    Preto e por trabalhadores e imigrantes estran-geiros que foram empregados na construoda cidade, no comrcio, ou nas colnias agrco-las que foram criadas em torno da rea urbana.

    A cidade de Belo Horizonte cresceu, e seucrescimento foi marcado pelo planejamen-

    to inicial. A rea urbana, dentro dos limites daAvenida do Contorno, recebeu ao longo dotempo mais infraestrutura, como, por exemplo,nos transportes coletivos e no fornecimento deservios como gua, luz e esgotos. Ali se con-centrou a maior parte dos servios e das ativi-dades como comrcio, hospitais e escolas. J

    a rea fora dos limites da Avenida do Contor-no cresceu de forma mais desorganizada, no

    Hoje ainda possvel enxergar diferen-as entre a parte da cidade que foi planejadae aquela que cresceu de forma mais espon-tnea e desorganizada. Um exemplo a dis-

    posio das ruas. Dentro da Avenida do Con-torno, se observarmos em um mapa, as ruasformam um desenho quadriculado e exato.As avenidas so mais largas e muitos cruza-mentos formam praas, como a Praa Sete ea Praa Raul Soares. Fora da Contorno, elasformam um desenho bem menos organiza-

    do, com ruas mais estreitas e cheias de cur-vas, acompanhando o relevo natural.

    recebendo a mesma infraestrutura. Os bairrossurgiam mesmo sem esses servios. A desigual-dade social fez aparecer vilas e favelas nos ar-redores desses bairros, mas tambm prximasaos bairros dentro da rea central.

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    06.PraaRaulSoares,1960.

    07.LagoadaPampulha,1948.

    05.PraaSete, AvenidaAfonsoPena,1954.

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    A partir das dcadas de 1940 e 1950, ocrescimento de Belo Horizonte teve um im-pulso cada vez maior, devido expanso dasindstrias. A rea central da cidade continua-va concentrando os principais servios, comocomrcio e bancos. Como ela j estava quasetoda ocupada e no havia mais terrenos livrespara a construo, teve incio a expanso paracima. Surgiam os primeiros arranha-cus.

    nibus e automveis tornaram-se os meiosde transporte mais comuns. Eles trafegavamtambm em direo aos novos bairros, pelasavenidas Antnio Carlos, Pedro II e Amazonas,construdas nesse perodo. A construo da la-goa e dos edifcios modernistas da Pampulha um marco daquelas dcadas.

    Nas dcadas de 1960 e 1970, a cidadecontinuou seu crescimento, com o surgimen-to de muitos bairros. O centro j estava re-pleto de grandes edifcios, que passaram asurgir tambm nos bairros vizinhos. No en-tanto, permanecia a diferena social entre a

    rea central, com mais infraestrutura, e a redede bairros que se expandia na periferia, compoucos ou nenhum servio urbano.

    Com a expanso urbana, reas mais afas-tadas do centro de Belo Horizonte se transfor-maram. Barreiro e Venda Nova so exemplosde regies que tinham um ritmo lento de cres-

    cimento e que passaram a ter uma vida maisdinmica com o avano da metrpole. Essa

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    O qUE O baIrrO?

    muito bom falar e ouvir falar do bairroem que moramos ou em que nascemos. Nesse

    lugar, construmos as relaes do nosso dia-a-dia: andando pelas ruas do bairro, comum re-conhecermos as pessoas que por ali circulam.Perto de casa, cumprimentamos os vizinhos.Na padaria da esquina, conhecemos os produ-tos. Sabemos os nomes das ruas e o que ire-mos encontrar nelas... Essas coisas nos fazem

    sentir em casa! Se vivemos muito tempo emum bairro, temos a sensao de dominar aque-le espao como a nossa prpria casa.

    Mas o bairro tambm uma diviso ofi-cial da cidade para facilitar a comunicaode seus habitantes e a prestao de servios

    para eles. um meio de identificar onde aspessoas vivem.Ento, o bairro tanto o lugar de vivn-

    cia de seus moradores quanto uma divisoadministrativa da cidade.

    Vivenciaurbanaeadministracaomunicipal

    regionaisebairros

    crescente ampliao dos espaos ocupadosatingiu tambm municpios vizinhos a BeloHorizonte, ultrapassando e desmanchandoas divisas, especialmente nas direes nortee oeste, como aconteceu com Betim, Conta-gem e Santa Luzia.

    A partir daquelas dcadas e nos anos se-guintes, as diferentes regies da cidade, cadavez mais distantes do centro, tornaram-se me-

    nos dependentes da rea central. Surgiramncleos de comrcio e de convivncia nosbairros, desde a Savassi at o Barreiro e VendaNova. Muitos outros centros regionais surgi-ram em torno das grandes ruas e avenidas ouno interior dos bairros, e continuam surgindoat hoje. Mas ser que esses centros regio-

    nais so autossuficientes? Eles esto ligadoscom as outras reas do municpio? O transpor-te coletivo suficiente para a circulao daspessoas entre todas as regies da cidade?

    Outras questes surgem, tambm, a par-tir dessa histria de crescimento da cidade:

    ser que o centro de Belo Horizonte perma-nece como espao de identidade entre osbairros e as regies? A vida nos bairros amesma que era h cem anos? Como se ad-ministra, nos bairros, o problema das desi-gualdades sociais? Os bairros de uma mes-ma regional tm uma identidade? Pensando

    nessas perguntas que procuramos estudara histria dos bairros de Belo Horizonte.

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    COmO SUrgIram OS baIrrOSEm bELO hOrIzOnTE?

    Belo Horizonte foi inaugurada em 1897.Tem essa caracterstica especial: uma cidadeque no surgiu de ocupao espontnea deum espao por um grupo de pessoas. Foi pro-

    jetada para existir de uma determinada manei-ra e ser construda segundo um traado. Ser

    que a ocupao da cidade seguiu esse plane-jamento, tal como foi feito pelo poder pblico?A cidade no surgiu de uma s vez. A Belo

    Horizonte que conhecemos hoje tem muitopouco a ver com aquela que foi projetada econstruda h mais de 110 anos. Pelo projetooriginal, Belo Horizonte possua sees urba-

    nas e suburbanas, como se pode ver atravsda Planta Geral da Cidade de Minas. Depoisvieram as colnias agrcolas, outra formade ocupar a cidade pensada pelo governo,que deveriam ficar nas sees suburbanas. Apartir da ocupao dessas colnias e sees

    pela populao, surgiram, ento, os bairrosque conhecemos hoje. Muitos desses aindapossuem, como nome oficial, o nome da co-lnia ou da seo urbana de origem.

    COmO OS baIrrOS rECEbEmOS SEUS nOmES?

    A histria dos bairros, assim como a dacidade e a das pessoas que nela vivem, vaise transformando com o tempo e os seus no-mes refletem isso. Para os bairros de nossacidade, por exemplo, dois tipos de nomesso usados hoje: os oficiais e os populares.

    Os nomes oficiais, para alguns bairros,so os que foram dados no projeto originalda cidade: 3 Seo Suburbana. Para outros,que surgiram depois do planejamento inicial,o nome oficial o da poca da aprovaodo loteamento do bairro:Vila Marinhos, Par-que Nova Granada,etc. Para outros, ainda,

    o nome oficial foi dado por lei, depois queaquela regio j estava ocupada, como ocaso do Hava.

    Os nomes populares so aqueles pelosquais conhecemos nossos bairros. Sua ori-gem est ligada a alguma caracterstica fsica

    ou cultural do lugar. Pode vir de uma igrejaou de um santo de devoo, de uma fazen-da, de um estabelecimento, do nome de umantigo morador. Ou seja, esse o nome que

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    tem a cara do bairro: Prado, Morro dasPedras, Cabana Pai Tomaz...

    Nos diversos usos que a cidade faz dos

    bairros, esses nomes se misturam. Para oscartrios, o bairro Estrela do Oriente, parao dia-a-dia, Betnia.

    Em alguns bairros, o nome oficial e o nomepopular so o mesmo ou houve poucas varia-es, como o Buritis. Em outros, ainda, o nome

    popular se tornou o nome oficial depois. Porexemplo, oCalafate, que tem esse nome ofi-cialmente, incorporou o nome da antiga Fazen-da do Calafate.

    H ainda os nomes que no existem mais.

    Vargem do Tejuco,Vila Mato da Lenhaso

    nomes que no esto mais em uso, s existemna memria de antigos habitantes da cidade. Issonos mostra que a cidade muda no tempo.

    E a administrao municipal procuraacompanhar as mudanas para atender s

    novas necessidades.Neste caderno, quando tratarmos debairros, utilizaremos o nome popular, que omais conhecido. Como a confuso grande,

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    optamos por seguir um critrio nico: usamosos nomes que constam do mapa gerado pelaPRODABEL em dezembro de 2003.

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    a rEgIOnaL E OS baIrrOS

    Belo Horizonte possui uma rea de

    330,90km. Administrar uma cidade to gran-

    de muito complicado. Para facilitar esse

    processo, a Prefeitura criou, em 1983, unida-

    des administrativas que ficaram conhecidas

    como regionais. Suas reas foram definidas

    em lei no ano de 1985. Duas regionais, po-

    rm, j existiam antes dessas leis: Barreiro eVenda Nova. Atualmente existem nove regio-

    nais na cidade: Barreiro, Centro-Sul, Leste,

    Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampu-

    lha e Venda Nova. Existe uma proposta de

    chamar oficialmente as regionais de distritos,

    mas isso j outra histria...

    Como a regional uma unidade admi-nistrativa, os bairros que a compem se loca-

    lizam em uma mesma regio. Assim, eles tm

    aspectos em comum: alguns foram ocupados

    em um mesmo perodo que outros. Eles tm

    certa identidade, mas no so iguais.

    Para fazer esta publicao, organizamos

    cadernos sobre os bairros, agrupando-os por

    regional. Do mesmo modo que a Prefeitura

    dividiu a cidade em regionais, para facilitar

    a administrao, ns dividimos a publicao

    em regionais, para facilitar a organizao das

    informaes. Neste caderno, trataremos dosbairros da Regional Oeste.

    A inteno no contar a histria de to-

    dos os bairros, at porque isso no seria pos-

    svel. Muitas so as histrias, muitos so os

    documentos... O que queremos dar refern-

    cias para voc, referncias para compreender

    a trajetria de seu bairro e aprender a lidarcom os documentos do APCBH para continu-

    ar pesquisando as histrias de nossa cidade.

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    no mesmo? Alis, voc j fez algo paraajudar a melhorar o seu bairro?

    As histrias dos bairros da Regional Oes-

    te de Belo Horizonte nos ajudam a entenderum pouco como as pessoas se envolvem comas transformaes da cidade e dos locaisonde vivem. Nos ajudam tambm a perce-ber como muitos conflitos e debates surgemdessa participao. Em diferentes momentos

    da histria de Belo Horizonte, foram milharesos habitantes que ajudaram a dar aos bairrosa cara que eles tm hoje. Isso se iniciou ain-da na poca em que BH estava sendo cons-truda, quando antigas fazendas, como a doCalafate, a do Cercadinho e a da Gameleira,comearam a se modificar para atender s

    necessidades da nova capital de Minas Ge-rais. E, ainda nos dias de hoje, vemos quea histria dessa parte da cidade nos ensinamuito sobre como o lugar em que vivemos resultado da atuao de diversas pessoas egrupos. Todo o tempo, eles disputam e ne-

    gociam seus diferentes interesses.Para conhecermos melhor a histria dosbairros da Regional Oeste, vamos passar portrs momentos diferentes da cidade, em que osbairros dessa parte de Belo Horizonte surgiram.

    O primeiro momento ser o dos anosiniciais da nova capital de Minas Gerais. Por

    essa poca, Belo Horizonte era uma jovemcidade que precisava se desenvolver. Ainda

    No caminho para a escola, o que vocobserva? Percebe muitas transformaes noseu bairro? Ou ele da mesma forma h mui-to tempo? Ele possui muitas casas? Prdios?

    Grandes construes? Comrcio? Fbricas?Avenidas? Praas? H lugares de encontrose de reunies? Ele necessita de melhorias?

    H tantas coisas para serem vistas no seubairro, no mesmo? Voc j se perguntouquem fez tudo isso? O seu bairro, como mui-tos outros, como a prpria cidade em que

    vivemos, resultado da ao de milhares depessoas e de grupos. Em busca do que elesacham melhor para si e para o local onde vi-vem, agem de diferentes formas e ajudam acriar os bairros que conhecemos hoje.

    Essas pessoas no pensam todas da

    mesma maneira. As mudanas que um gru-po deseja, nem sempre so iguais s dosdemais. como quando vamos fazer umtrabalho em grupo: a princpio, cada umtem uma ideia e, muitas vezes, s chega-mos a uma deciso depois de muita dis-cusso. Agora imagine se tivesse que fazer

    esse trabalho com milhares de pessoas.Quantos debates no seriam necessrios,

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    OsbairrosdaRegionalOESTE

    deBH

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    importantes na regio e participaram ativamen-te das recentes modificaes desses lugares.

    Na sequncia, conheceremos os bairros

    criados no momento em que Belo Horizontepassava por um grande crescimento. Isso acon-teceu entre os anos 1940 e 1960. Nessa poca,a cidade j havia superado os seus problemasiniciais e se industrializava. Cada vez mais pes-soas vinham para c em busca de oportuni-

    dades. No entanto, nem todas conseguiamencontrar espao nos bairros mais antigos. Ou-tras, que viviam nessas reas h mais tempo,foram removidas para a construo de escolas,de hospitais, mas tambm foram retiradas paradar lugar a moradias de classes mais altas. Umnovo problema surgia na cidade: como abrigar,

    com qualidade, novos e antigos moradores?Na busca por uma soluo, o poder pblico eos habitantes da cidade, se envolveram e aju-daram a formar os bairros Cabana Pai Tomaz,Jardinpolis, Madre Gertrudes, Nova Cintra,Nova Gameleira, Patrocnio, Salgado Filho,

    Vila GlalijeVista Alegre.Por fim, no terceiro momento, vamos pas-sar pela cidade que j havia se tornado umametrpole. Com populao de mais de ummilho de pessoas, tudo por aqui ficava maior:o nmero de habitantes, a largura das ruas edas avenidas, a altura dos prdios e, tambm,

    a dimenso dos problemas. Nessa poca, acidade tinha poucos espaos disponveis para

    08. Instituto Ezequiel Dias, bairro Gameleira, 1940.

    tinha poucos habitantes e faltavam muitasmelhorias na cidade. A Regional Oeste erauma rea em que se planejava manter um es-tilo de vida mais rural, com a manuteno dechcaras e de fazendas. Elas ajudariam, de

    vrias formas, a cidade recm-inaugurada.No entanto, rapidamente, aquela paisagemcomeou a se transformar, dando origem aosbairros Alto Barroca, Barroca, Calafate, Ga-meleira, Graja, Gutierrez, Jardim Amri-ca, Morro das Pedras, Nova Granada, Nova

    Sussa e Prado. Dois grupos foram muitoimportantes para essa mudana: as institui-es governamentais, como o Instituto JooPinheiro e a Fazenda Modelo, e os operrios,expulsos de outras partes de Belo Horizonte,que lutaram pelo direito de viver na cidade ese instalaram em alguns desses bairros. Ainda

    hoje, podemos observar que as instituies go-vernamentais e a populao trabalhadora so

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    o surgimento de novos bairros. Com uma po-pulao crescente, as pessoas tinham neces-sidade de novas moradias. As construtoras e

    as corretoras, que compem o chamado mer-cado imobilirio, viam a oportunidade de au-mentar seus lucros com a construo de casase de prdios. Esse avano dos edifcios come-ava a ameaar as poucas matas e montanhasque restavam na cidade. Contra isso, o poder

    pblico e os cidados se mobilizaram paradebater como possibilitar novas moradiassem destruir todo o meio ambiente dali. Foiem meio a essa questo que foram ocupadoso Bairro das Manses, o Betnia,o Buritis,o Cinquentenrio, o Conjunto HabitacionalBetnia, o Estoril, o Estrela Dalva, o Hava,

    o Maraj, o Nova Barroca, o Palmeiras e oParque So Jos.

    Comecemos, ento, nosso passeio pelosdiferentes momentos da histria dos bairrosda Regional Oeste de Belo Horizonte.

    prImEIrO mOmEnTO:naSCImEnTO da nOva CapITaL

    A construo de Belo Horizonte, pensa-da para ser a nova capital de Minas Gerais, foifeita a partir de um planejamento. Nele, estava

    previsto como vrias partes da cidade seriam. Area onde hoje se encontram os bairros da Re-

    gional Oeste possua muitas chcaras, matase fazendas e deveria ajudar a cidade de diver-sas formas: produzindo alimentos, fornecendo

    recursos naturais, como gua e materiais paraconstruo, servindo de espao de lazer e depasseios, etc.

    Mas, ainda nos 40 primeiros anos da cida-de, esses espaos perderam suas caractersticasrurais e ganharam novos usos. Foi o que aconte-

    ceu com os bairros Alto Barroca, Barroca, Ca-lafate, Gameleira, Graja, Gutierrez, JardimAmrica, Morro das Pedras, Nova Granada,Nova Sussae Prado, cujas trajetrias acompa-nharemos neste primeiro momento.

    A transformao desses bairros contou coma participao de dois importantes grupos. O

    primeiro deles se refere a grandes instituies,na sua maioria, pblicas, que se instalaram ali eincentivaram o desenvolvimento local. O outrocorresponde populao operria que foi res-ponsvel pela ocupao inicial da regio.

    Antes da construo de Belo Horizonte, ha-

    via duas importantes fazendas na regio dessesbairros, a Fazenda da Gameleira e a Fazendado Calafate. Com o surgimento da nova capital,elas se transformaram e passaram a servir ci-dade de outras maneiras.

    A Fazenda do Calafate comeou a ser divi-dida ainda na poca da construo da cidade.

    Muito prxima das reas urbana e suburbanada nova capital, no demorou a ganhar outro

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    09. Instalaes do Prado Mineiro, bairro Prado, dcada de 1910.

    perfil e abandonar suas caractersticas rurais.

    Isso aconteceu h mais ou menos 100 anos,quando o Calafate comeou a ser ocupadopor alguns operrios, muitos deles imigran-tes estrangeiros. Eles antes viviam na rea ur-bana da cidade, mas foram removidos de lpela Prefeitura, que concedeu a eles alguns

    terrenos da antiga fazenda.Outro importante incentivo para a trans-formao dessa fazenda foi a construo deum hipdromo, o Prado Mineiro, que deunome ao bairro Prado. Ali aconteceram v-rias corridas de cavalo e, depois, os primeiroscampeonatos de futebol da cidade. Isso, h

    mais de 100 anos! Para atender ao hipdro-mo, foi construda uma linha de bondes. Com

    isso, a regio do Calafate ganhou um fcil

    acesso parte central da cidade.A construo da linha do bonde e a exis-

    tncia de pequenas fbricas na regio esti-mularam ainda mais a presena dos operriosali. Eles transformaram tanto a paisagem daregio, que no fazia mais sentido ser chama-

    da de rea rural de Belo Horizonte. Em 1912,a Prefeitura decretou que o Calafate passavaa integrar a zona suburbana da cidade.

    Muitos donos de terrenos viram a oportu-nidade de lucrar com a presena dos oper-rios e comearam a lotear suas propriedadespara receber mais moradores. A Prefeitura

    preferia que a populao pobre da cidade fi-casse fora da rea urbana e incentivava a ida

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    A Fazenda Modelo da Gameleira e o Ins-tituto Profissional Joo Pinheiro indicavam im-portantes atividades da economia de MinasGerais, naquela poca e ainda hoje: a agricul-tura e a pecuria. Alm disso, a cidade rece-

    beu vrias exposies agropecurias em seusprimeiros anos. Elas aconteciam na regioOeste, principalmente no Prado Mineiro.

    Outras reas rurais, parte das Fazendasdo Calafate e da Gameleira e de povoadosda regio, tambm se transformaram nos pri-meiros 40 anos da cidade, dando origem a

    outros bairros da Regional Oeste. O desen-volvimento do Prado, do Calafate e do Ga-

    10. Igreja So Jos do Calafate, bairro

    Calafate, dcada de 1960.

    dos trabalhadores para ali. Com isso, o Cala-fate cresceu rapidamente.

    Cerca de dez anos depois, o bairro j vivia

    os problemas de seu crescimento, faltava guae o transporte de tantos operrios era difcil. Porisso, eles tiveram de se mobilizar para conseguira expanso das redes de abastecimento e dalinha de bondes para a regio. Alm das melho-rias urbanas, a populao deixava suas marcas

    na regio, com a criao da Igreja de So Jos,padroeiro dos operrios, e do time de futeboldo bairro, o Calafate F. C.

    Enquanto a antiga Fazenda do Calafatese transformava pela presena da populaooperria, outra antiga propriedade rural, aFazenda da Gameleira, ganhava novos usos,

    que ajudaram a dar a cara atual do bairro Ga-meleira. J nos primeiros anos de Belo Hori-zonte, ela foi transformada em fazenda mo-delo, um espao para realizao de estudose de experincias para o desenvolvimento daagricultura do Estado de Minas Gerais. Umagrande rea foi reservada para isso.

    Ali tambm foi instalado, pelo Governodo Estado de Minas Gerais, o Instituto Profis-sional Joo Pinheiro, onde era desenvolvido oaprendizado de prticas agrcolas por jovens.Como seria se voc, na sua escola, aprendessea cultivar uma plantao? Voc consegue ima-

    ginar? Saberes ligados agricultura era o queos alunos dessa instituio estudavam.

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    ram levados os moradores retirados, na d-cada de 1930, da antiga Favela da Barroca,situada nos atuais bairros Lourdes e SantoAgostinho. Esses operrios comearam atransformar a antiga pedreira em bairro. Ou-

    tra parte da regio teve um uso bem diferen-te. Por muitos anos, serviu de aterro sanitrio.

    Com o crescimento da cidade e a neces-sidade, cada vez maior, por moradia, muitaspessoas se mudaram para o Morro das Pe-dras, que cresceu bastante a partir da dca-da de 1950. Com o aumento do bairro, v-rias pessoas acabaram indo morar perto dodepsito de lixo, o que gerou problemas erepresentou um grande risco sade e aobem-estar dessa populao.

    No Morro das Pedras, nascem cursosdgua que do origem ao Crrego das Pi-

    teiras. Esse tambm era o nome de um po-voado, situado onde hoje esto os bairros

    meleira, e a expanso da Avenida Amazonas,incentivaram a ocupao dos bairros AltoBarroca, Barroca, Gutierrez e Nova Sussa.

    A presena das instituies ligadas aoGoverno do Estado de Minas Gerais ajudoua transformar a antiga Fazenda da Gameleirano bairro de mesmo nome. Muitos prdiospblicos e espaos para eventos se instala-ram ali. O Parque de Exposies da Gamelei-

    ra, a Fundao Ezequiel Dias e o Expominasso os que mais se destacam.A presena de edifcios pblicos impor-

    tantes para o desenvolvimento da regiotambm pode ser observada no caso do bair-ro Nova Sussa, que abriga a unidade prin-cipal do CEFET-MG, um conhecido colgio

    tcnico federal.O Morro das Pedras contou com uma

    grande participao dos operrios na sua for-mao, da mesma forma que observamos noCalafate. Antes de se tornar bairro, ali existiuuma pedreira que forneceu muitos materiaisde construo durante o nascimento de BeloHorizonte. At uma estrada de ferro foi feitapara transportar o que se retirava dali. Umadas locomotivas que circulava era a famosaMariquinha que hoje est em exposio noMuseu Histrico Ablio Barreto.

    Depois de vrios anos de explorao, a

    pedreira esgotou e dois novos usos foramdados para o lugar. Para parte da regio, fo-

    11. Avenida Amazonas, bairro Barroca, dcada de 1940.

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    essa transformao acontecesse, e os bair-ros que conhecemos surgissem, inmeraspessoas participaram. O poder pblico teve

    uma forte atuao, definindo o lugar ondeas pessoas deveriam morar, criando institui-es, fornecendo luz, gua, transporte. Mastudo isso foi feito a partir dos pedidos e dasreclamaes de operrios, professores, do-nos de terras, ex-escravos e tantos outros.

    Eles ainda foram responsveis pela criaode suas prprias casas, igrejas, fbricas, co-mrcios, times de futebol, etc. Contriburammuito para fazer de Belo Horizonte a cidadeque conhecemos hoje.

    12. Rua Viamo, bairro Alto Barroca, dcada de 1940.

    SEgUndO mOmEnTO:

    SUrgImEnTO da mETrpOLE

    Voc sabe o que uma metrpole? Jouviu essa palavra antes? Pois saiba que vocvive em uma metrpole: Belo Horizonte. Elatem essa condio, pois uma cidade queconcentra vrios produtos e servios e atingeuma posio poltica, cultural e econmica dedestaque sobre as demais cidades vizinhas,que compem sua regio metropolitana. Onmero de habitantes no define uma metr-pole, mas a presena de milhes de pessoasnos ajuda a identific-la.

    Nossa cidade chegou a essa condio h,mais ou menos, 40 anos. Porm, as transforma-

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    Graja, Jardim Amrica e Nova Granada.A presena das guas foi importante naquelaregio, o que levou construo de um dosprimeiros reservatrios para o abastecimentoda cidade, a Caixa dgua dos Pintos, no Gra-

    ja. Esses bairros foram os que mantiveramsua caracterstica rural por mais tempo.

    Hoje, poucas recordaes se tem dos tem-pos do Povoado das Piteiras, os crregos es-to canalizados sob as avenidas Baro Homemde Melo, Silva Lobo e Francisco S. Poucos soaqueles que se lembram dos antigos tempos.A comunidade dos Luzes, um grupo que viveno bairro Graja h mais de 100 anos, umadessas comunidadades que ainda mantm umpouco desse passado. Eles so descendentesde ex-escravos que se instalaram ali antes daconstruo de Belo Horizonte.

    A cidade atual muito diferente daque-la nova capital recm-inaugurada. Para que

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    es que levaram a isso, aconteceram um pou-co antes, no final da dcada de 1940, quandoa cidade comeou a se industrializar e teve um

    grande crescimento de sua populao.Foi nesse momento que a expanso da

    cidade comeou a atingir os limites do muni-cpio. Belo Horizonte cresceu tanto que suasfronteiras comearam a se confundir com as deoutras cidades, como Contagem, por exem-

    plo. Ficava difcil definir onde uma terminava ea outra comeava. Esse processo conhecidocomo conurbao.

    Uma das principais direes em que acidade cresceu foi para oeste. Dois fatoresforam importantes para isso: a expanso daAvenida Amazonas e a construo da Cidade

    Industrial, que concentrava grandes e impor-tantes fbricas. Era um momento, tambm,em que a populao da cidade crescia muitodevido vinda de vrias pessoas, que viviamnas regies rurais, e que buscavam oportuni-dades de emprego aqui. Sem muito dinhei-ro, elas acabaram indo viver nas partes maisafastadas do Centro.

    Os bairros Cabana Pai Tomaz, Jardi-npolis, Madre Gertrudes, Nova Cintra,Nova Gameleira, Patrocnio, Salgado Fi-lho, Vila Glalij e Vista Alegre surgiramnesse momento de transformao da cida-

    de. Suas histrias nos ajudam a compre-ender melhor como a populao pobre de

    Belo Horizonte buscou solues para viverna metrpole que nascia e participou des-sa grande mudana.

    H mais ou menos 70 anos, a rea hojeocupada por esses bairros no passava deuma regio rural. A nica indicao de queelas faziam parte de uma cidade era a pre-sena de uma linha de trem e de uma grandeavenida em construo, a Amazonas. Para

    alm disso, no se via muito mais ali.Apesar das poucas mudanas naque-la regio, Belo Horizonte vinha crescendo esuas reas centrais se transformando. O pre-feito na poca era Juscelino Kubitschek. Eleconduziu vrias alteraes na cidade, com di-versas construes. Uma das partes escolhi-

    das por ele para realizar suas obras foi a dosbairros Lagoinha e Pedreira Prado Lopes, naRegional Noroeste. Ali ele fez uma praa, umhospital, uma escola e um grande conjuntohabitacional de prdios, o IAPI.

    S que para fazer tudo isso, foi precisoremover centenas de famlias que viviam naPedreira Prado Lopes. Foram, mais ou me-nos, 3.000 pessoas! Toda essa gente retiradade suas casas precisava de um novo lugarpara viver. A soluo dada pela Prefeitura foia mudana para um novo bairro, chamado

    Vila Mato da Lenha, mesmo nome de uma

    antiga fazenda que antes existia ali. Atual-mente, esse lugar o bairroSalgado Filho.

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    15. Bairro Cabana Pai Tomaz, 2001.

    14. Bairro Cabana Pai Tomaz, 1993.

    13. Grupo escolar da Vila Salgado Filho, bairro Salgado

    Filho, dcada de 1950.

    No incio da dcada de 1940, a Prefeituraadquiriu o terreno da Fazenda Mato da Lenhae iniciou a construo do bairro. Com tantos

    novos habitantes de uma s vez, era preciso fa-zer muitas melhorias ali. Os primeiros temposdo bairro Salgado Filho foram difceis. Como passar dos anos, foram chegando a gua,o transporte, o comrcio... houve, inclusive, acriao de um armazm de abastecimento na

    Vila Operria Mato da Lenha.Tanto nessa rea ocupada a partir da atu-ao da Prefeitura, quanto nos bairros criadosapenas com o esforo da populao, muitosproblemas e falta de servios bsicos foram vis-tos: ausncia de redes de luz, abastecimentode gua e captao de esgoto, alm de siste-

    mas de transporte e coleta de lixo deficientes.A Avenida Amazonas e a linha de trem

    que seguia o curso do Ribeiro Arrudas fo-ram importantes para ajudar na ocupao daregio. O Jardinpolis, por exemplo, situados margens da ferrovia, foi recebendo lenta-mente algumas casas e outras construesdesde a expanso da Avenida Amazonas, nadcada de 1940.

    Com a chegada de uma grande popu-lao, vinda das zonas rurais de Minas Ge-rais e de outros estados, a grande maioria,com pouco dinheiro, muitas ocupaes no

    aprovadas aconteceram a partir da dcadade 1950. Os bairros Cabana Pai Tomaz e

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    O crescimento de uma cidade a de-monstrao de que naquele lugar h muitosempregos e servios e de que as pessoas que-

    rem viver ali. Veem nesse espao uma espe-rana de vida melhor. Mas para que isso acon-tea realmente, vrios problemas precisam sersuperados para garantir, ao menos, uma vidadigna a todos os seus habitantes.

    Vista Alegre surgiram nessa poca. Rapida-mente, eles j possuam milhares de habitan-tes, que construram suas casas naquela regio

    que no contava com nenhuma urbanizao.No havia ruas, gua encanada, luz eltrica. Oseu dia-a-dia lembrava um pouco da realidadeque aquelas pessoas j conheciam no campo,no s pelas dificuldades, mas tambm pelocontato mais direto com a natureza.

    Mas eles j no habitavam as zonas ruraise, cada vez mais, outras pessoas chegavam epovoavam o lugar, que comeava a sofrer coma falta de servios. As melhorias foram muitolentas e levaram dezenas de anos para aconte-cer. Ainda hoje, parte da populao do bairrovivencia os mesmos problemas.

    Em volta dessas ocupaes, outros bairrossurgiram, como o Madre Gertrudes, o NovaCintra, o Nova Gameleirae o Patrocnio. Elesforam criados a partir da dcada de 1950, emreas autorizadas, mas nem por isso deixaramde sofrer com a falta de servios, como os detransporte, que nem sempre eram suficientespara a quantidade de moradores que vivia ali.

    AVila Glalijfoi a de formao mais re-cente. Ela mostra que alguns elementos des-sa histria ainda continuam. Localizada smargens do Anel Rodovirio, sua populaoocupou o terreno em busca de uma opo

    de moradia, mesmo sem contar com nenhumbenefcio urbano.

    17. Conjunto de Casas Populares no bairro Madre Gertrudes, 1995.

    16. Rua Padre Jos Maurcio, bairro Vista Alegre, 1990.

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    TErCEIrO mOmEnTO:OS dESaFIOS da mETrpOLE

    Nos anos 1970, Belo Horizonte j possuamais de um milho de habitantes. As antigasreas rurais da cidade haviam passado porenormes transformaes. Poucas lembranasdaqueles primeiros tempos ainda podiam servistas. Matas e fazendas foram substitudas

    pelo asfalto das ruas e pelas construes. Anti-gos crregos estavam escondidos embaixo degrandes avenidas. As serras e os morros quemarcavam a paisagem da cidade estavam, qua-se todos, tomados por prdios e casas.

    Algumas partes do municpio de Belo Ho-rizonte, no entanto, ainda mantinham o antigo

    aspecto e garantiam que a cidade pudesse con-tar com serras, matas e cursos dgua. Um pou-co de natureza para fazer frente a tanto asfalto econcreto que tomava conta da metrpole. Essesespaos ajudavam a manter um clima mais agra-dvel na cidade, a combater a poluio do ar,a proteger as nascentes de vrios crregos, etc.

    O Bairro das Manses, o Betnia, o Bu-ritis, o Cinquentenrio, o Conjunto Habita-cional Betnia, o Estoril, o Estrela Dalva, oHava, o Maraj, o Nova Barroca, o Palmei-ras e o Parque So Jos foram bairros quemantiveram um aspecto mais rural at a dca-

    da de 1970. Ali existiam vrias matas e nascemcrregos importantes para a cidade.

    Se por um lado eles mantinham elemen-tos naturais que, a cada dia, desapareciamda cidade, por outro, eram valorizados por

    serem espaos que poderiam ser transfor-mados em bairros para abrigar a crescentepopulao de Belo Horizonte.

    Inicialmente, os bairros que surgiram na re-gio possuam muitas casas. Cinquentenrio,Conjunto Habitacional Betnia, Maraj, Nova

    Barroca, Palmeiras e Parque So Jos foramocupados a partir dos anos 1970, mas manti-veram um pouco do aspecto de interior: haviamuitas casas, vrias delas com grandes quintais,o que no era to comum nas regies mais ur-banas da cidade. Crregos como o da PonteQueimada e o do Cercadinho seguiam abertos.

    Mas Belo Horizonte, como uma metrpole,tinha necessidade de construes que abrigas-sem mais pessoas. A cada dia, mais e mais ha-bitantes precisavam de novas moradias. Era umgrande problema decorrente do crescimento.

    18. Crrego do Cercadinho, bairro Hava, dcada de 1990.

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    que eles ficavam numa rea muito prximada Serra do Curral e de nascentes de impor-tantes cursos dgua como os crregos daPonte Queimada e do Cercadinho.

    Era um desafio para a metrpole que BeloHorizonte havia se tornado. De um lado, a

    necessidade de novas moradias, do outro, apreservao da natureza, que garantia a quali-dade de vida de toda a cidade. Voc j perce-beu isso? Muitas vezes, as transformaes dosnossos bairros tm lados positivos e negativospara todas as pessoas envolvidas. Por esse mo-tivo, as pessoas e os grupos assumem posiescontrrias. Isso faz parte do dia-a-dia de umacidade. O importante que todos tenham es-pao para serem ouvidos e possam participarda soluo dos problemas, o que, infelizmente,nem sempre acontece.

    No caso do Bairro das Manses, do Buritis

    e do Estoril, algo importante para a preserva-o da regio era a permisso de se construir

    Para isso, a cidade comeou a ter muitosconjuntos habitacionais de prdios. Eles erammais baratos que os edifcios construdos nas

    partes centrais da cidade e conseguiam abri-gar muitos moradores das classes baixa e m-dia baixa. A presena desse tipo de conjuntohabitacional ocorreu nos bairros Betnia, Es-trela Dalva e Hava. Eles foram construdosnos anos 1970 e 1980.

    Com o crescimento da cidade e o surgi-mento desses novos bairros, cada vez mais aocupao urbana chegava prxima da Serrado Curral, que tem uma parte no sul da Re-gional Oeste. A presena das matas tambmdiminua. Para garantir um pouco da preserva-o e da qualidade do meio ambiente foram

    criados parques na regio, como o Horto Flo-restal do Betnia, que, em 1998, passou a sechamar Parque Jacques Cousteau.

    Um dos motivos que fez com que esses bair-ros surgissem por ltimo, era a dificuldade dese chegar at ali. No entanto, a criao de duasgrandes avenidas, a Baro Homem de Melo ea Raja Gabaglia, facilitou o acesso ao local e fezcom que aquela rea fosse vista como uma dasmelhores para se fazer novas casas e prdios.

    Na dcada de 1980, o mercado imo-bilirio tinha grande interesse na regio ecomeou a fazer muitos investimentos para

    garantir a aprovao do Bairro das Man-ses, do Buritis e doEstoril. O problema

    19. Bairro Estrela Dalva, 1986.

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    apenas casas e pequenos prdios. Dessa for-ma foram definidos os projetos originais.

    No entanto, no Buritis outro rumo foi toma-

    do e ele representou um caso diferente. No seuprojeto houve uma mudana de planos e foi au-torizada a construo de grandes prdios. Almdisso, o bairro, que ficava aos ps da Serra doCurral, cresceu em direo montanha. Muitosdos primeiros moradores no gostaram da ideiade perderem a vista da serra e a presena dasmatas prximas de suas casas, e se manifestaram.

    Os primeiros moradores do bairro e os am-bientalistas da cidade entendiam que a cons-truo de novos prdios iria atingir a serra e asnascentes dos cursos dgua. Isso comprome-teria a qualidade de vida no s do bairro, mas

    de toda a regio. Alm disso, diziam que eramuito complicado se fazer tantos prdios numlocal cercado por montanhas.

    J as construtoras, representantes do mer-cado imobilirio, defendiam que novos prdioseram importantes. Diziam que a cidade precisa-va crescer e que era uma oportunidade de de-senvolvimento da economia de Belo Horizonte.

    Por fim, a fora do mercado imobiliriofalou mais alto e a construo dos prdiosfoi autorizada. A participao dos moradoresgarantiu que ao menos um parque ecolgi-co fosse criado em 1996, o Parque Municipal

    Aggeo Pio Sobrinho. Alm disso, a Mata doCercadinho, que protege importantes nas-

    20. Parque Aggeo Pio Sobrinho, bairro Buritis, 2001.

    centes se tornou uma Estao Ecolgica, dasmaiores de Belo Horizonte.

    Chegamos aqui ao fim de nosso passeiopela Regional Oeste em diferentes momentosda histria de Belo Horizonte. Ao conhecermosum pouco da trajetria de tantos bairros, po-demos ver que, a cada perodo, novos proble-mas surgiram e novas solues foram criadaspara melhorar o dia-a-dia da capital de MinasGerais e de seus habitantes.

    Com a histria de cada bairro aprende-mos um pouco mais sobre a nossa cidade evemos como ela o resultado da participa-o de muitas pessoas e de muitos grupos.A convivncia entre eles marcada por acor-

    dos e por disputas. Nem sempre as soluesagradam a todos os lados. Apesar disso, nesse dia-a-dia, que conta com a atuao demilhes de habitantes, que a cidade e os bair-ros so transformados e se tornam o lugar emque vivemos e fazemos nossas histrias.

    barrOCa

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    OSBAIRROSDAREGIONALOESTE

    BREVESInFORMAcoES

    ORIGEM DO NOME:Referncia ao barro vermelho quepredominava em vrios barrancos dali.

    OUTROS NOMES:Vila Alvina ORIGEM DO BAIRRO: Antigamente a regio englobava uma

    rea muito maior. Seus primeiros loteamentos datam do final

    da dcada de 1920. O prolongamento da Avenida Amazonas,na dcada de 1930, estimulou sua ocupao.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Avenida Amazonas

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE OBAIRRO: Reportagem do Jornal O Tempo, 2000 (Clippings daSala de Consultas): traz relatos de antigos moradores do bairro.

    ORIGEM DO NOME:Referncia ao terreno do bairro,ngreme e composto de barro vermelho.

    OUTROS NOMES:Vila Progresso ORIGEM DO BAIRRO:Localizado na rea da antiga regiodo Calafate, teve seus primeiros loteamentos aprovados nadcada de 1920.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Parquia Nossa Senhora do Pilar

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBREO BAIRRO: Documentos da Secretaria Municipal deAdministrao, 1988 (Fundo Secretaria Municipal deAdministrao e Recursos Humanos): relata a construo daEscola Municipal Amrico Ren Gianetti.

    aLTO barrOCa

    OUTROS NOMES: Estrela do Oriente ORIGEM DO BAIRRO:Localizado na regio da antigaVrzea do Felicssimo. Comeou a ser oficializado nadcada de 1960, sob o nome de bai rro Estrela do Oriente.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Praa da Amizade

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Horto Florestal do Betnia

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Documentos da Secretaria Municipal de Governo, 1993-1996(Fundo Secretaria Municipal de Governo): informa a construoda Praa Estrela do Oriente.

    bETnIa

    ORIGEM DO NOME:Referncia presena de casas e degrandes lotes no bairro.

    OUTROS NOMES:Estoril ORIGEM DO BAIRRO:Situado na antiga Fazenda do

    Cercadinho, o bairro teve seus primeiros loteamentosaprovados no final da dcada de 1970. A ocupaoaconteceu apenas a partir dos anos 1980, sendopredominante a presena de casas.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Avenida Baro Homem de Melo

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBREO BAIRRO:Documentos da Secretaria Municipal dePlanejamento, 1984 (Fundo Secretaria Municipal Adjunta dePlanejamento): apresenta levantamento sobre abastecimentode gua no bairro.

    baIrrO daS manSES

    ORIGEM DO NOME:Devido presena do Buriti, um tipo

    de palmeira. OUTROS NOMES: Fazenda do Cercadinho ORIGEM DO BAIRRO:Parte da antiga Fazenda do

    Cercadinho, o Buritis teve seus primeiros loteamentos nofim dos anos 1970. A princpio planejado para receber casase pequenos prdios, no bairro, hoje, predominam os altosedifcios residenciais.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Parque Municipal Aggeo Pio Sobrinho

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Relatrio de Prefeito, 1957 (Coleo Relatrios anuais de

    atividades da Prefeitura de Belo Horizonte): apresenta ovolume de lixo destinado, entre 1955 e 1959, cela localizadano Cercadinho.

    bUrITIS

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    ORIGEM DO NOME:H vrias verses para o nome do bairro,a mais provvel a de que seja referncia ao ttulo de umconhecido romance abolicionista estadunidense.

    OUTROS NOMES:Vargem do Tejuco ORIGEM DO BAIRRO:Situado em regio de topografia

    acidentada, o bairro teve sua ocupao acelerada na dcadade 1960. O aglomerado se compe de inmeras vilas, comoAntena, Cabana e So Sebastio.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Centro de Sade Waldomiro Lobo

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Fotografia, 1993 (Fundo Assessoria de Comunicao Social doMunicpio ASCOM): bairro Cabana Pai Tomaz, visto do alto.

    Cabana paI TOmaz

    ORIGEM DO NOME:Calafate o nome de uma antigaprofisso, ligada a construo de barcos. H verses de que umdos proprietrios da fazenda desempenhava esse ofcio quandovivia em Portugal.

    OUTROS NOMES:Vila das Oliveiras ORIGEM DO BAIRRO: Parte da antiga Fazenda do Calafate,

    o bairro foi planejado para ser rea agrcola da cidade, o queno aconteceu. J nos primeiros anos de Belo Horizonte, eraum dos bairros mais populosos, ocupado, na sua maior parte,por operrios.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:

    Parquia So Jos Calafate REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Estao Frrea do Calafate

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Reportagem do Jornal Hoje em Dia, 1997 (Clippings da Sala deConsultas): relembra a abertura do restante da Rua Platina porocasio da visita do ento presidente, Getlio Vargas.

    CaLaFaTE

    ORIGEM DO NOME:Referncia ao aniversrio de 50 anos deBelo Horizonte, comemorado em 1947.

    OUTROS NOMES:Vila Cinquentenrio ORIGEM DO BAIRRO:Localizado na regio da antiga Vrzea do

    Felicssimo. Teve seus primeiros loteamentos aprovados em 1950,no entanto, sua ocupao se iniciou tempos depois, no final dadcada de 1960.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:

    Escola Municipal Francisca de Paula EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Documentos do Gabinete do Prefeito, 1990 (Fundo Gabinete doPrefeito): relata urbanizao de via no bairro Cinquentenrio.

    CInqUEnTEnrIO

    OUTROS NOMES:Betnia ORIGEM DO BAIRRO:Aprovado, originalmente, como parte do

    Bairro das Indstrias em 1974. dividido pelo Ribeiro Arrudas,atualmente canalizado e cercado pela Avenida Teresa Cristina.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Avenida Teresa Cristina

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Crrego Bonsucesso

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Documentos da Secretaria Municipal de Planejamento, 1984

    (Fundo Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento):apresenta levantamento sobre capacidade de atendimentode sade no bairro.

    COnjUnTOhabITaCIOnaL bETnIa

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    ORIGEM DO NOME:Referncia a uma regio de Portugal. OUTROS NOMES:Fazenda So Domingos ORIGEM DO BAIRRO: Localizado na regio da antiga Fazenda

    do Cercadinho, teve seus primeiros loteamentos aprovadosno incio da dcada de 1980. A construo da Avenida BaroHomem de Melo estimulou sua ocupao.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Parque da Vila Pantanal

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:

    Jornal do nibus, 1995 (Fundo Empresa de Transporte eTrnsito de Belo Horizonte BHTRANS): noticia a inauguraoda 1 Estao de Reciclagem de Entulho da cidade, localizadano bairro Estoril.

    ESTOrIL ORIGEM DO NOME:Fazenda da Gameleira. A gameleira uma

    rvore que existia em abundncia na regio. OUTROS NOMES:Vila Cavalieri ORIGEM DO BAIRRO:Localizado na regio da antiga

    Fazenda da Gameleira, o bairro teve boa parte de sua reaocupada por instituies pblicas. Foi Fazenda Modelo paraexperimentos agrcolas. A partir do final dos anos 1920, tevealgumas pores loteadas e ocupadas por residncias.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Expominas

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Instituto Joo Pinheiro

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE OBAIRRO:Revista da Produo, 1938 (Coleo Revistas Diversas):

    noticia a realizao da Stima Exposio Nacional de AnimaisDerivados, na Fazenda da Gameleira.

    gamELEIra

    ORIGEM DO NOME: Jardim Estrela Dalva OUTROS NOMES:Conjunto Habitacional Paineiras ORIGEM DO BAIRRO:Situado em parte da antiga

    Fazenda do Cercadinho. Seu povoamento iniciou-seno final dos anos 1970, com a sua oficializao pelaPrefeitura. No incio da dcada de 1980, recebeu umconjunto habitacional de prdios.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Escola Municipal Prefeito Aminthas de Barros

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Crrego do Cercadinho

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBREO BAIRRO: Documentos da Secretaria Municipal dePlanejamento, 1989-1991 (Fundo Secretaria MunicipalAdjunta de Planejamento): informa a construo do Centrode Sade Havai, na Rua Manila, n. 42.

    ESTrELa daLva OUTROS NOMES:Vila Ldia ORIGEM DO BAIRRO:Parte do antigo Povoado das Piteiras,

    o bairro teve seus primeiros loteamentos aprovados nofinal dos anos 1920. A ocupao, no entanto, foi lenta e seestendeu por dcadas.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Comunidade dos Luzes

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Reservatrio dos Pintos

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE OBAIRRO:Revista Bello Horizonte, 1937 (Coleo Revista BeloHorizonte): apresenta texto de Ablio Barreto sobre a origemdos nomes de diversas regies da cidade, dentre as quais a

    Fazenda das Piteiras, hoje bairro Graja.

    graja

    jardIm amrICa

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    ORIGEM DO NOME:Vila Jardim Amrica OUTROS NOMES:Vila Bom Pastor ORIGEM DO BAIRRO:O bairro apresenta ocupao bem

    variada. Seus primeiros loteamentos foram aprovados na

    dcada de 1920. A ocupao foi porterior a isso, tendo seintensificado na dcada de 1960.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Parquia So Jorge

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Asilo Bom Pastor

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE OBAIRRO:Relatrio de Prefeito, 1959 (Coleo Relatrios anuaisde atividades da Prefeitura de Belo Horizonte ): informa sobre ainaugurao de armazm regulador na Vila Bom Pastor.

    jardIm amrICa

    33

    ORIGEM DO NOME: Sobrenome de antigo proprietrio deterras da regio.

    OUTROS NOMES: 3 Seo Suburbana ORIGEM DO BAIRRO:Com seus primeiros loteamentos

    aprovados no final da dcada de 1920, o bairro s teve suaocupao intensificada nos anos 1970, aps a canalizaodo Crrego dos Pintos sob a Avenida Francisco S e daconstruo da Praa Leonardo Gutierrez.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Praa Leonardo Gutierrez

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Cermica Gutierrez

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O

    BAIRRO: Relatrio de Prefeito, 1966 (Coleo Relatriosanuais de atividades da Prefeitura de Belo Horizonte):informa a Canalizao do Crrego dos Pintos na AvenidaFrancisco S.

    gUTIErrEz

    ORIGEM DO NOME:Vila Hava

    OUTROS NOMES:Haiti ORIGEM DO BAIRRO:Parte da antiga Fazenda doCercadinho, o Hava recebeu as primeiras aprovaes deloteamento no final da dcada de 1970, quando j vinha sendolentamente ocupado. Nessa poca, a Vila Ventosa j estava emformao.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Vila Ventosa

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE OBAIRRO:Documento da URBEL, 1995 (Fundo CompanhiaUrbanizadora de Belo Horizonte URBEL): informa o

    desenvolvimento, na Vila Ventosa, do Projeto Alvorada.

    hava

    ORIGEM DO NOME:Vila Jardinpolis OUTROS NOMES:Fazenda da Gameleira ORIGEM DO BAIRRO:Parte da antiga Fazenda da

    Gameleira, o bairro teve seus primeiros loteamentosaprovados na dcada de 1920. Situado prximo linhafrrea, foi ocupado lentamente por casas.

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:

    Guarda do Congado Nossa Senhora do Rosrio Aparecida EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O

    BAIRRO:Relatrio de Prefeito, 1982 (Coleo Relatriosanuais de atividades da Prefeitura de Belo Horizonte):anuncia o calamento das ruas Caviana, Gloriosa,Itapecuru e Jaboato.

    jardInpOLIS

    ORIGEM DO NOME:Homenagem fundadora dacongregao Irms Sacramentinas, que mantm seu institutono bairro.

    OUTROS NOMES:Vila Magnesita ORIGEM DO BAIRRO: Localizado s margens do Anel

    Rodovirio, os primeiros loteamentos do bairro foram aprovadosna dcada de 1950, poca em que a rodovia era construda. Suaocupao se intensificou na dcada de 1960, com a construode conjuntos habitacionais.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Instituto das Irms Sacramentinas de Brgamo

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Documentos da Secretaria Municipal de Planejamento, 1990(Fundo Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento): relata arealizao de Rua de Lazer na Rua Avelino Fscolo.

    madrE gErTrUdES

    nOva CInTramaraj

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    ORIGEM DO NOME:Vila Nova Cintra OUTROS NOMES:Fazenda Imbabas ORIGEM DO BAIRRO: O bairro teve seus primeiros

    loteamentos aprovados no incio dos anos 1930. A ocupaoda regio, no entanto, se expandiu a partir da dcada de 1950. REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:

    Cemitrio Parque da Colina REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:

    Praa Cardeal Arco Verde EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:

    Planta do Cemitrio Parque da Colina, 1970 (Fundo SecretariaMunicipal Adjunta de Regulao Urbana): apresenta ruasinternas e edificaes do Cemitrio Parque da Colina.

    nOva CInTra

    3434

    ORIGEM DO NOME:Referncia ao bairro vizinho Gameleira,cujo nome se deve Fazenda da Gameleira.

    OUTROS NOMES: Fazenda da Gameleira ORIGEM DO BAIRRO: Situado na rea da antiga Fazenda

    da Gameleira, o bairro teve seus primeiros loteamentosoficializados na dcada de 1950. Sua ocupao se intensificou na

    dcada de 1980. REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE: Conjunto Habitacional Henrique Silva Arajo REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:

    Alvorada Futebol Clube EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:

    Reportagem do Jornal O Tempo, 2000 (Clippings da Sala deConsultas): fala sobre inaugurao do Conjunto Henrique SilvaArajo, popularmente conhecido como Henrico.

    nOva gamELEIra

    OUTROS NOMES:Vila Flrida ORIGEM DO BAIRRO:Localizada em rea da antiga Fazenda

    do Cercadinho, o bairro foi oficializado no incio dos anos 1980,

    poca em que vrias ruas e casas j estavam instaladas ali. REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Congregao das Irms Franciscanas Alcantarinas

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Crrego Ponte Queimada

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE OBAIRRO:Relatrio de Prefeito, 1982 (Coleo Relatriosanuais de atividades da Prefeitura de Belo Horizonte): informasobre o calamento de vrias ruas do bairro.

    maraj

    ORIGEM DO NOME:Referncia pedreira que existiu ali. OUTROS NOMES: Pedreira Morro das Pedras ORIGEM DO BAIRRO:Situada em rea de pedreira que

    forneceu material desde o incio da construo de BeloHorizonte, a regio comeou a ser povoada por famliasretiradas de antigas favelas da cidade ainda na dcada de

    1930. Sua grande expanso aconteceu a partir dos anos 1950. REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:

    Centro Social da Vila So Jorge EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O

    BAIRRO:Fotografia, 1991 (Fundo Assessoria de ComunicaoSocial do Municpio ASCOM): praa na Vila So Jorge.

    mOrrO daS pEdraS

    OUTROS NOMES: Hava ORIGEM DO BAIRRO:Situado na regio da antiga Fazenda do

    Cercadinho, foi oficializado, nos anos 1970, como parte do bairroHava. Sua ocupao se intensificou no final da dcada de 1980.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Escola Estadual Doutor Simo Tamm Bias Fortes

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Fotografia, dcada de 1990 (Fundo Assessoria de ComunicaoSocial do Municpio ASCOM): Rua Dona Maria Diniz Ferreira.

    nOva barrOCa

    paLmEIraS

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    ORIGEM DO NOME: Parque Nova Granada OUTROS NOMES:Vila Filomena ORIGEM DO BAIRRO: A aprovao dos primeiros

    loteamentos do bairro Nova Granada aconteceu no final dosanos 1920. A ocupao, contudo, foi lenta. Apenas com aconstruo das avenidas Silva Lobo e Baro Homem de Meloo povoamento se intensificou.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Escola Estadual Mrio Casassanta

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Relatrio de Prefeito, 1958 (Coleo Relatrios anuais deatividades da Prefeitura de Belo Horizonte): anuncia a conclusode perfurao de poo artesiano na Vila Nova Granada.

    nOva granada

    ORIGEM DO NOME:Vila Nova Sussa, referncia ao pas deorigem do proprietrio do loteamento, Carlos Norder. OUTROS NOMES:Vila Adelina ORIGEM DO BAIRRO: O bairro teve seus primeiros

    loteamentos aprovados na dcada de 1920, como vilas NovaSussa, Adelina, Ambrosina, Atlntida e Marinhos. A extensoda Avenida Amazonas, na dcada de 1940, favoreceu aocupao da regio.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:CEFET-MG - Campus I

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Jornal do nibus, 1998 (Fundo Empresa de Transporte eTrnsito de Belo Horizonte BHTRANS): noticia festejos noviaduto da Avenida Amazonas, bairro Nova Sussa, dentro doprojeto Carnaval Prapular.

    nOva SUSSa

    ORIGEM DO NOME:Chcara das Palmeiras OUTROS NOMES:Fazenda do Cercadinho ORIGEM DO BAIRRO: Parte da antiga Fazenda do

    Cercadinho, a regio de caractersticas rurais teve seusprimeiros loteamentos oficializados no final da dcada de 1970,poca em que j era parcialmente ocupada.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Avenida Raul Mouro Guimares

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE OBAIRRO: Documentos da Secretaria Municipal de Governo,1996 (Fundo Secretaria Municipal de Governo): informaa aprovao, por meio do Oramento Participativo, daconstruo de praas no bairro.

    paLmEIraS

    OUTROS NOMES:Cinquentenrio ORIGEM DO BAIRRO:Teve seus primeiros loteamentos

    oficializados na dcada de 1980. Sua ocupao iniciou-se antesdisso, sem aprovao.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Praa So Jos

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Documentos da Secretaria Municipal de Ao Comunitria,1984 (Fundo Secretaria Municipal de Ao Comunitria):apresenta aes da associao dos bairros Parque So Jos,Cinquentenrio, Palmeiras e adjacncias.

    parqUE SO jOS

    ORIGEM DO NOME:Vila Patrocnio OUTROS NOMES:Vila Vista Alegre ORIGEM DO BAIRRO:Prximo de bairros j povoados, foi

    oficializado em meados dos anos 1970, poca a partir da qualcomeou a ser ocupado.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Escola Municipal Joo do Patrocnio

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Decreto Municipal 2.909 de 23 de julho de 1976: aprova o

    loteamento clandestino Vila Patrocnio que passou a integrar aVila Vista Alegre.

    paTrOCnIO

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    ORIGEM DO NOME:Devido ao Prado Mineiro, um hipdromo,construdo nos anos 1900, hoje ocupado pela Polcia Militar do

    Estado de Minas Gerais. OUTROS NOMES:4 Seo Suburbana ORIGEM DO BAIRRO:Parte da antiga Fazenda do Calafate,

    comeou a ser povoado desde o incio da cidade. Sedioupequenas fbricas, na maioria propriedade de imigrantes. Foi oprimeiro bairro a se urbanizar na Regional Oeste.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Rua Platina

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Prado Mineiro

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:

    Relatrio de Prefeito, 1906 (Coleo Relatrios anuais deatividades da Prefeitura de Belo Horizonte): anuncia a conclusode linha de bondes para a regio, com total de 2.300 metros.

    pradO

    ORIGEM DO NOME:Homenagem, feita em 1950, ao Ministroda Aeronutica Joaquim Pedro Salgado Filho.

    OUTROS NOMES:Vila Mato da Lenha

    ORIGEM DO BAIRRO:Na dcada de 1940, a regio da antigaFazenda Mato da Lenha, foi loteada para receber famlias queestavam sendo removidas de outras regies da cidade, como aPedreira Prado Lopes.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Centro Cultural Salgado Filho

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Relatrio de Prefeito, 1960 (Coleo Relatrios anuais deatividades da Prefeitura de Belo Horizonte): informa a construode mercado popular na Vila Salgado Filho.

    OUTROS NOMES:Vila Esporte Clube ORIGEM DO BAIRRO:Situada s margens do Anel Rodovirio,

    a Vila Glalij composta por casas, construdas a partir dadcada de 1960, em loteamento no aprovado.

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Documentos do Gabinete do Prefeito, 1991 (Fundo Gabinete doPrefeito): informa a previso de implantao de rede de esgoto ede construo de muro de arrimo na Vila Sport Club.

    SaLgadO FILhO

    vILa gLaLIj

    ORIGEM DO NOME:Vila Vista Alegre OUTROS NOMES:Vila So Jos ORIGEM DO BAIRRO:A aprovao dos primeiros loteamentos

    do bairro aconteceu na dcada de 1970, poca em que muitascasas j haviam sido construdas na regio.

    REFERNCIAS URBANAS DO PRESENTE:Centro de Sade Ccero Idelfonso

    REFERNCIAS URBANAS DO PASSADO:Centro Comunitrio do Bairro Vista Alegre

    EXEMPLO DE DOCUMENTO DO APCBH SOBRE O BAIRRO:Decreto Municipal 2.647 de 19 de novembro de 1974: aprova oloteamento denominado Vila Vista Alegre.

    vISTa aLEgrE

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    OqueeoArquivoPublicodaCidadedeBeloHorizonte

    Como o prprio nome j diz, o APCBH o arquivo de Belo Horizonte. o lugar ondese guardam os documentos que contam avida e a histria de nossa cidade.

    No APCBH, no guardamos apenas oschamados documentos textuais, ou seja, as

    cartas, os ofcios, etc. Guardamos, tambm,fotografias em papel, negativos de fotografias,CDs, DVDs, fitas em VHS, etc. No importa oformato ou como as informaes esto guar-dadas, tudo pode ser documento de arquivo.

    O que o acervo, ou seja, o que o conjun-to de documentos variados do APCBH tem

    em comum a origem e o tema de que trata.A maioria dos documentos tem sua origemna Prefeitura de Belo Horizonte, incluindotodos os seus rgos, como a BHTRANS, aSecretaria de Sade, entre outros.

    O APCBH tambm recebe documentos

    da Cmara Municipal de Belo Horizonte, opoder legislativo da cidade. Alm desses do-

    cumentos do poder pblico, recebemosdoaes de pessoas comuns. Quando essesdocumentos chegam ao APCBH, a equipetcnica avalia se eles so registros importan-tes da vida da cidade que devem ser guarda-dos para preservar a memria de algo queos documentos do nosso acervo no contm.

    Propomos agora que voc continue suaviagem pelos bairros da Regional Oeste, co-nhecendo alguns documentos do acervo doAPCBH sobre esse tema. Elaboramos ativida-

    des para voc conversar com esses docu-mentos. Bom passeio!

    ATIVIDADE 01

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    O ESPORTE NOS BAIRROS

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    va-se que o sucesso de suas corridas fizesse de-saparecer os domingos sem graa e tediosos dacapital, permitindo que Belo Horizonte, em bem

    pouco tempo, pudesse chegar ao nvel do Rioe de outras importantes cidades. Mas, ao ladodesse entusiasmo, surgiu um problema para arealizao do projeto: a Prefeitura ainda no ha-via construdo a linha de bondes que facilitariao acesso ao hipdromo, como havia se com-prometido a fazer, por contrato. Isso era muitoimportante, porque ele ficava a 2 quilmetrosdo centro da cidade. Por esta razo, teve inciouma campanha da imprensa, principalmentecontrria administrao da poca, cobrandoessa realizao.

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    A histria dos esportes em Belo Ho-rizonte est muito relacionada com a Re-gional Oeste. Foi ali que surgiu o primei-ro espao dedicado ao esporte na cidade.Era um hipdromo, lugar onde acontecemcorridas de cavalos, cujo nome era PradoMineiro. No trecho a seguir, conheceremosum pouco mais sobre ele. O texto foi adap-tado de um estudo feito na UniversidadeFederal de Minas Gerais sobre os primei-ros esportes em Belo Horizonte. Vejamos oque ele diz:

    A construo do Prado foi iniciada no in-cio de 1906 e o levantamento do ponto maisalto das arquibancadas foi marcado por umafesta que mereceu destaque de alguns jornaisda capital (...).

    Durante o perodo da construo, as expec-tativas em relao a esse novo espao de diverti-

    mentos na cidade foram crescendo a ponto de adiretoria do Prado chegar a pedir ajuda polciapara evitar os abusos. Algumas pessoas, que-rendo ver a construo, afastavam os arames dacerca e cometiam outras irregularidades.

    As manifestaes de entusiasmo com rela-

    o construo do Prado Mineiro passaram aser frequentes. (...) Segundo os jornais, espera-

    (RODRIGUES, Marilita Aparecida Arantes. Constituio e en-

    raizamento do esporte na cidade: uma prtica moderna de lazerna cultura urbana de Belo Horizonte (1894-1920). 2006. 338 f.Tese (Doutorado em Histria Social da Cultura) Faculdade deFilosofia e Cincias Humanas, Universidade Federal de MinasGerais, Belo Horizonte, 2006. p. 132-133. Adaptado. Acervo AP-CBH, Sala de Consultas)

    1.A importncia do Prado Mineiro foi per-cebida desde a poca em que ele foi cons-trudo. Cite dois fatos apresentados no tre-cho que demonstram o grande interesse

    que o hipdromo despertou na sociedadede Belo Horizonte.

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    Os esportes sempre so vistos comoestmulo para o desenvolvimento da cida-de e dos bairros. Na sua opinio, atravsdo esporte, as cidades podem melhorar?De que forma isso pode acontecer? Comoos grandes eventos esportivos, como aCopa do Mundo e as Olimpadas, podemajudar as cidades a se desenvolverem?

    Voc acha que, alm das melhorias duran-te os eventos, elas podem mudar a cidadede uma forma duradoura?

    O esporte uma das diverses preferi-das das pessoas. No dia-a-dia dos bairros,

    ele sempre est presente, com destaquepara o futebol. Por diversas vezes, os mora-dores se unem para criar um time no bairro.A seguir, vamos ver algumas fotos feitas poruma revista da cidade que se chamava Se-mana Illustrada. Elas mostram um pouco da

    vida esportiva do bairro Calafate, na Regio-nal Oeste. Observe com ateno.

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    2.A criao do hipdromo foi to importan-te para o desenvolvimento da regio, que atdeu nome ao bairro onde estava localizado:

    Prado. Segundo o trecho, quais as melhoriasseriam trazidas para a regio com a constru-o do Prado Mineiro? Justifique sua resposta.

    3. No texto Os bairro da Regional Oeste deBelo Horizonte, na pgina 20, h uma ima-gem do Prado Mineiro. Observe atentamen-

    te a imagem e siga as instrues:a. Faa em seu caderno um desenho represen-tando o hipdromo, com todas as instalaesque esto registradas na fotografia.b.Indique, no desenho, quais os locais ondeeram as arquibancadas, a pista de corrida e a

    cocheira dos cavalos.c. Como vimos, no Prado Mineiro tambmaconteceram os primeiros campeonatos de fu-tebol. Indique, em seu desenho, onde seria olocal de realizao das partidas, ou seja, o cam-po de futebol no hipdromo.

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    (SEMANA ILLUSTRADA. Belo Horizonte, n. 46, abr. 1928. p. 13.Acervo APCBH, Coleo Revistas Diversas.)

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    1. Toda foto um documento. Para conseguir-mos compreend-las, temos que fazer algumas

    perguntas a elas. Para entender melhor a foto1, responda as seguintes questes:a.Quando ela foi feita?b. Em que lugar ela foi tirada?c. Quem fez a foto?d. Para que a foto foi feita?

    e. O que est retratado na foto?

    2. Neste jogo, o time do Calafate Futebol Clu-be, enfrentou o time do Palmeiras, do bairro

    de Santa Efignia. Observe a imagem. Hmuitas diferenas entre os jogadores de fu-tebol daquela poca e os de hoje? Descrevaos uniformes, os equipamentos esportivos, oestdio e outros elementos da foto.

    Foto1

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    (SEMANA ILLUSTRADA. Belo Horizonte, n. 37, fev. 1928. p. 17.Acervo APCBH, Coleo Revistas Diversas.)

    Foto3

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    2.A partir das fotos 1, 2 e 3, como podemosdescrever a participao dos clubes esportivosno dia-a-dia do bairro Calafate? Descreva, pelomenos, trs formas dos moradores se relacio-narem com os clubes. Como os homens parti-cipavam do dia-a-dia desses locais de lazer? E

    as mulheres? E as crianas?

    ITEM FOTO 2 FOTO 3

    AMBIENTE DO CLUBE ONDE

    A FOTO FOI TIRADA

    EVENTO DURANTE O QUAL

    A FOTO FOI TIRADA

    TIPO DE ROUPA USADA

    PELAS PESSOAS

    1.Essas fotos so de outra associao es-portiva do mesmo bairro: o Sport ClubCalafate. Elas foram publicadas na mesmarevista, tambm no ano de 1928. Para com-preender melhor as fotos 2 e 3, descreva osseguintes itens:

    DDESO/Secretaria Municipal de Esportes

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    O seu bairro possui clubes ou times es-portivos? Quais so as atividades que elespromovem? Quem so as pessoas que par-ticipam dos clubes ou times? Qual a atua-o dos homens? E das mulheres? Crianas eidosos tambm participam? De que formas?

    Com o desenvolvimento da cidade,muitos bairros foram perdendo os seuscampos de futebol e as suas quadras es-portivas, que deram lugar a casas, prdios,ruas e avenidas. Para ajudar na manuten-o dos espaos esportivos que restaramna regio, a Secretaria Municipal de Es-

    portes e a Administrao Regional Oestedesenvolveram alguns projetos. Eles fo-ram apresentados em um relatrio, que o resumo das atividades realizadas porum rgo durante um perodo de tempo.Nesse caso, entre os anos de 1993 e 1996.

    Vejamos o que diz o documento:

    (RELATRIO de atividades da Administrao Regional Oeste1993/1996. Belo Horizonte: Administrao Regional Oeste, 1996.Acervo APCBH, Fundo Secretaria Municipal de Governo.)

    DDESO/Secretaria Municipal de Esportes

    PROJETOS: Quadras Abertas, Pr-Cam-

    pim, Dente de Leite

    1993 Implantao dos ProjetosQuadra Aberta e Pr-Campim: 21 quadrasabertas e 02 pr-campim, um na Vila Alpese outro na Pedreira

    1994 Reposio de material para

    quadras abertas Implantado Projeto Dente de

    Leite no Morro das Pedras e Aglomerado Ca-bana; funcionando at nos dias atuais.

    (...)Copa Oeste de Futebol Amador

    Realizada entre 1994 e 1995: em 1994contou com a participao de 20 clubes e em1995 com 30 clubes quadro A e B.

    4 Observe os dados das duas edies da Copa

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    O acesso ao lazer e prtica dos espor-tes visto hoje como um direito de todos.Da mesma forma que um direito o acesso educao, sade e cultura. O seu bair-

    ro tem espaos para que os moradores pos-sam praticar atividades esportivas? Na suaopinio, o poder pblico que tem o deverde oferecer esse direito aos cidados? Qualseria o papel dos cidados na manutenodesses espaos? O esporte ajuda a melhorar

    a vida das crianas e dos jovens? E a vida dosadultos? E a dos idosos? De que formas?

    4. Observe os dados das duas edies da CopaOeste de Futebol Amador.a. possvel afirmar que muitos dos bairros da Re-

    gional Oeste tinham times de futebol? Por qu?b. A presena de clubes de futebol formadospor moradores dos bairros indica no s a exis-tncia de campos na regio, como tambmuma maior convivncia entre as pessoas. Vocacha que o desenvolvimento dos bairros alte-ra essa convivncia? Isto pode ter contribudo

    para diminuir o nmero de times de futebol nacidade? Por qu?

    1. Cite as quatro aes esportivas desenvolvi-das nos bairros da Regional Oeste.

    2. Com o crescimento de Belo Horizonte, muitosbairros perderam os seus campos de futebol. Osbairros se valorizaram, em termos comerciais, eas construtoras queriam novos espaos para fa-

    zer e vender prdios neles. No lugar dos anti-gos campos de futebol, foram feitos prdios egrandes construes. Mas isso no aconteceuem todos os lugares da cidade.

    O documento anterior mostra que o Projeto

    Pr-Campim ajudava os moradores de duas vi-las do Morro das Pedras a equipar e a melhoraros seus campos de futebol. De acordo com otexto Os bairros da Regional Oeste de BeloHorizonte e as fichas de bairros, explique porque o Morro das Pedras tem mais campos queos bairros vizinhos.

    3. O projeto Dente de Leite oferecia aulas defutebol para crianas e adolescentes dos bairrosMorro das Pedras e Cabana Pai Tomaz. Na suaopinio, por que a Prefeitura achava importantea prtica do futebol nesses bairros? Voc acha

    que aulas de futebol devem ser oferecidas parasas crianas e para os adolescentes? Por qu?

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    ATIVIDADE 02

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    ATIVIDADE 02ONDE qUE EU VOU MORAR?

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    So Jorge), transporte para a mudana e ma-

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    Desde o incio da histria de Belo Hori-zonte, foram muito comuns as remoes defamlias que construram suas casas em reasno aprovadas pela Prefeitura. Isso aconteciaprincipalmente nas regies mais centrais e maisvalorizadas da cidade. A populao retiradadesses locais ajudou na ocupao de muitos

    dos novos bairros. O texto abaixo aborda esseassunto. Ele faz parte de uma pesquisa feita nauniversidade sobre a presena das moradiasda populao pobre em Belo Horizonte. Leiaatentamente o trecho a seguir:

    Em 1930, a Vila Concrdia era a rea ope-rria da Capital, onde estava sendo concludaa rede de guas para abastecer os seus 1.880lotes. No entanto, despontavam outros lugaresonde eram feitas concesses de lotes para ostrabalhadores, a ttulo oneroso, como a Vila SoJorge e a Vila Alvina. (...)

    Nos anos 30, praticamente no existiammais favelas na zona urbana, exceo da Bar-roca que se encontrava em processo de remo-o, iniciado em 1929, cujo trmino se deu em1945. Em 1930, foram expedidas 1.867 intima-es para a demolio de cafuas na Barroca.

    Aos desalojados, a Prefeitura oferecia lotes naVila Concrdia ou no Morro das Pedras (Vila

    So Jorge), transporte para a mudana e material de construo aproveitvel. Em 1931, foiaberto um crdito especial para a Prefeitura

    acorrer s despesas de demolio de cafuas daBarroca (Decreto 96, de 15/01/31); foi de 2.002o nmero de viagens feitas pelos caminhespara transferir os removidos.(GUIMARES, Berenice Martins. Cafuas, barracos e barraces: BeloHorizonte, cidade planejada. 1991. 323 f. Tese (Doutorado em Cin-cias Humanas: Sociologia) Instituto Universitrio de Pesquisa doRio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1991. p. 176-177. Acervo APCBH,

    Sala de Consultas)

    1.Este um texto produzido na universidade eque utilizou muitos documentos da poca. Porisso, ele tem palavras que no usamos no nos-so dia-a-dia. Localize os termos que voc noconhece. Procure no dicionrio o sentido maisprximo do usado. Depois que houver localiza-do todos os significados, releia o texto.

    2.O trecho apresenta dois locais que no fa-zem parte da Regional Oeste. A Vila Concrdia,atual bairro Concrdia, na Regional Nordeste ea Favela da Barroca, onde hoje so os bairrosLourdes e Santo Agostinho. H dois lugares

    que correspondem a bairros da Regional Oes-te: Vila Alvina e Vila So Jorge.

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    Trecho 1 mentos etc. Com o decorrer dos anos, com a

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    Trecho 2

    (BELO HORIZONTE (MG). Prefeitura. Relatrio do exerccio de1975, enviado Egrgia Cmara Municipal pelo Prefeito Luiz Vera-no. Belo Horizonte: [s.n.], 1976. p. 25.07. Acervo APCBH, ColeoRelatrios anuais de atividades da Prefeitura de Belo Horizonte).

    (BELO HORIZONTE (MG). Prefeitura. Relatrio do exerccio de 1972,enviado Egrgia Cmara Municipal pelo Prefeito Oswaldo Pieruc-cetti.Belo Horizonte : [s.n.], 1973. p. III.7.d. Acervo APCBH, ColeoRelatrios anuais de atividades da Prefeitura de Belo Horizonte).

    1.Segundo os dois documentos, por quantosanos o Centro de Triagem existiu?

    2.Segundo o trecho 1, qual seria a funo doCentro de Triagem?

    3.De acordo com o trecho 2, por que o Centrode Triagem foi desativado?

    4. Segundo as informaes presentes nosdois trechos:a. O Centro de Triagem cumpriu o objetivoproposto na sua criao?

    2.9 CENTRO DE TRIAGEM

    O Centro de Triagem, localizado nos altosdo Bairro Gameleira, constitui-se de 330 cmo-dos ou alojamentos, mais um galpo da admi-nistrao. O Centro de Triagem destina-se acomodao de emergncia para famlias desa-brigadas durante a execuo de desfavelamen-tos destinados realizao de obras pblicas. O

    Centro passou a dispor de depsito de gua,cmodo da administrao e energia eltrica,tendo sido recuperados diversos cmodos paraabrigar famlias em conseqncia das chuvasde novembro. Em outubro havia 39 cmodosvagos, os quais se achavam reservados para si-

    tuaes de emergncia e que atenderam as ne-cessidades de mais de 30 famlias desabrigadasquando da Catstrofe de Novembro.

    E - CENTRO DE TRIAGEM, NO BAIRRODA GAMELEIRA

    O Centro de Triagem era composto degalpes de madeira, com 330 cmodos, e des-tinado a dar acomodao de emergncia sfamlias desabrigadas pelas enchentes, desaba-

    permanncia das famlias no local, e, ainda, comas invases dos cmodos vagos, o Centro de

    Triagem passou a ser uma das grandes favelasde Belo Horizonte. Em 1974, foi iniciado o traba-lho de remoo dos moradores do ncleo. Em

    julho de 1975, aps pequena paralisao pormotivos financeiros, o trabalho foi reiniciado, emcarter de urgncia.

    b. Na sua opinio, quais podem ter sido O que at 1983 no acontecia. Quase todas as

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    os motivos para que ele tenha se tornadouma das grandes favelas de Belo Horizon-

    te? Justifique.

    Nas ocupaes no aprovadas, como, porexemplo, as favelas, os moradores vivemuma grande insegurana. Eles no sabemat quando podero viver ali. Alm disso,eles tm dificuldades de cobrar da Prefeitu-ra e de outros rgos os servios que todos

    os bairros merecem ter. Sobre esse tema, aCompanhia Urbanizadora de Belo Horizon-te URBEL, que a instituio responsvelpelas melhorias nas vilas e favelas da cidade,escreveu um documento em que comentavaos avanos alcanados por vrias comunida-des. Esse documento foi produzido em 1988

    e resume algumas aes da URBEL.

    As favelas de Belo Horizonte apresentam,em sua maioria, situao relativamente privile-giada, no s pela sua legalizao, mas tambmno que concerne instalao de equipamentosde infra-estrutura urbana, pois a CEMIG, COPA-SA e TELEMIG levam estas melhorias s favelas.

    favelas esto localizadas dentro da malha urba-na, facilitando as ligaes virias e os equipa-

    mentos urbanos (gua, luz, esgoto, telefone etc.) Resta, no entanto, maioria das favelas,a soluo do problema do direito terra. (...)

    Com a Titulao, a favela vira Vila e Ur-banizada vira Bairro Popular, integrado Comu-nidade, passando para as administraes regio-nais como simples bairros populares.

    (...)

    FavELaS j TITULadaS daTa

    vILa vISTa aLEgrE 783 TTULOS 10/86

    vILa pUC 17 TTULOS 12/86

    vILa OESTE 176 TTULOS 03/87

    vILa nOva dOS

    mILIOnrIOS

    128 TTULOS 06/87

    vILa SO paULO 342 TTULOS 10/87

    vILa SO jOrgE I 391 TTULOS 03/88

    vILa SO jOrgE II 312 TTULOS 06/88

    vILa anTEna 219 TTULOS 10/88

    vILa COpaSa 48 TTULOS 07/89

    vILa CnEgO pInhEIrO 85 TTULOS 07/89vILa SanTa SOFIa 481 TTULOS 07/89

    vILa TIradEnTES 218 TTULOS 09/89

    (URBEL.Programa Municipal de Regularizao de Favelas (PRO-FAVELA). Belo Horizonte: Companhia Urbanizadora de Belo Hori-zonte URBEL, [s.d.]. folhas 06 e 07. Folder: 1 ciclo de debates

    Favela: uma questo de moradia. Acervo APCBH, Fundo Gabi-nete do Prefeito)

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    ATIVIDADE 03O TRANSPORTE COLETIVONA REGIONAL OESTE

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    NA REGIONAL OESTE

    (OMNIBUS: uma histria dos transportes coletivos em Belo Hori-zonte. Belo Horizonte: Fundao Joo Pinheiro, Centro de Es-

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    Com o grande crescimento vivido pela cidade,as distncias entre os bairros aumentaram muitoem comparao s dcadas anteriores. Novaspartes da capital mineira foram ocupadas. BeloHorizonte passava a ser ligada por grandes e ex-tensas avenidas. Para que os moradores de umbairro recm-criado pudessem trabalhar e se lo-

    comover na cidade, eles precisavam contar comum bom sistema de transporte pblico. Isso, noentanto, nem sempre acontecia. Em busca dessedireito, a populao de diversas partes da cida-de se organizou. O trecho, a seguir, foi retiradode um livro que estudou a histria do transporte

    coletivo em Belo Horizonte. Nele veremos quaiseram as reivindicaes de alguns habitantes debairros da Regional Oeste. Leia com ateno.

    O movimento [pela melhoria do transportepblico] perdeu fora na regio do Barreiro a par-tir do segundo semestre de 1979, mas j havia se

    espalhado por diversos bairros de Contagem e deIbirit. Em novembro de 1980, os moradores doJardim Amrica, Ventosa e So Domingos tam-bm realizaram reunies com o dono da empre-sa Nova Sua pedindo mais veculos, transportenoturno, criao de ramais na regio, campanhacontra o fumo nos coletivos, limpeza dos nibuse curso de relaes humanas para funcionrios.

    tudos Histricos e Culturais, 1996. p. 259. Acervo APCBH, Salade Consultas)

    1.Segundo o trecho, as reivindicaes dos mo-radores do Jardim Amrica, Ventosa e So Do-mingos eram isoladas ou elas eram comuns sque se viam em outras partes da cidade? Justi-

    fique sua resposta.

    2.Enumere as reivindicaes feitas pelos mo-radores. Depois compare com a realidade dotransporte coletivo que temos hoje. Quais pro-blemas ainda existem hoje? Quais no existem

    mais? Justifique.

    3.As vilas Ventosa e So Domingos situam-sena divisa dos bairros Jardim Amrica, Hava,Salgado Filho e Nova Barroca. Na poca emque as reivindicaes foram feitas, essas reastornavam-se mais populosas devido ao fcil

    acesso garantido pela construo da AvenidaBaro Homem de Melo. De acordo com o tex-to acima, apenas a presena de uma grandeavenida garante a boa locomoo dos mora-dores? O que mais preciso?

    4. E voc? Quais so suas reivindicaes parao transporte coletivo que voc e seus familiares

    utilizam no dia-a-dia? Redija uma carta endere-d d t t t

    as razes para a escolha do bairro como locald t i l d i ibili

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    Por mais que muitas pessoas tenham vecu-los particulares, a grande maioria da populaode Belo Horizonte depende do transporte cole-tivo no seu dia-a-dia. Dentre os meios de trans-porte, os nibus so os que atendem a maiorparte dos usurios. Na sua opinio, os nibusatendem de forma adequada populao? Elesso o meio de transporte coletivo mais eficien-te? Quais so suas vantagens e desvantagens?

    O documento abaixo foi produzido em1987 pela CBTU, a Companhia Brasileira deTrens Urbanos. Ele apresenta a proposta para aconstruo de uma nova rodoviria, localizadaem um dos terrenos pblicos do bairro Game-leira. Entretanto, esse projeto nunca foi realiza-do. O trecho que veremos a seguir apresenta

    ada empresa de transporte que atua no seubairro apresentando as suas sugestes para a

    melhoria desse servio.

    do novo terminal de passageiros e as possibili-dades de se construir uma linha de metr para

    ligar a antiga rodoviria que seria construda.Leia-o atentamente.

    Localizao a oeste, de prefernciana regio da Gameleira, prxima a vias quesirvam de fcil acesso aos usurios, comoa Via Urbana Leste-Oeste, Avenida Amazo-

    nas e a Avenida Silva Lobo; Acesso para nibus rodovirios sem

    atravessamento da cidade, direto ao anelrodovirio;

    (...) Necessidade de integrao entre os

    dois terminais, o antigo e o novo, utilizan-do um modo de transporte rpido, eficaz ede alta capacidade.

    (...)Neste mesmo local, o DEMETR

    planeja a construo de uma nova estaodo trem metr