BANDEIRAS EXPANSÃO DA PECUÁRIA DROGAS DO SERTÃO Profª Sônia Rosalie Buff.

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BANDEIRAS

EXPANSÃO DA

PECUÁRIA

DROGAS DO SERTÃO

Profª Sônia Rosalie Buff

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A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL ATÉ SÉC. XVII

“Como caranguejos, arranhando o litoral...

A INTERIORIZAÇÃO DO POVOAMENTO A PARTIR

DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVII

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OS AGENTES DO POVOAMENTO DO INTERIOR

Os vaqueiros do sertão nordestino e a pecuária

Os bandeirantes, em busca de Indígenas para escravizar inicialmente, e depois em busca de metais preciosos

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IMPORTÂNCIA DA PECUÁRIA POVOAMENTO DO

SERTÃO DO NORDESTE

POVOAMENTO DO SUL DO PAÍS

SUBSISTÊNCIA DA COLÔNIA

FORMAÇÃO DE NÚCLEOS DE POVOAMENTO

EXPORTAÇÃO DO COURO

LIGAÇÃO ENTRE O SUL E O NORTE DO PAÍS

DESENVOLVIMENTO DO MERCADO INTERNO

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A PECUÁRIA: ATIVIDADE SUBSIDIÁRIA À CANA DE AÇÚCAR

Utilidade do gado: alimento, transporte e como força de tração para a moagem da cana.

Com o aumento dos rebanhos, a atividade criatória foi transferida para o sertão na zona da caatinga, imprópria para o cultivo da cana.

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O “rio dos currais” e as feiras de gado

Vale do rio São Francisco : água e existência de barreiros de sal, foi fator determinante para a fixação do gado na região.

O São Francisco passou a ser conhecido como o "rio dos currais“.

Os contatos entre o sertão e o litoral ocorriam por ocasião das feiras de gado.

As feiras reuniam criadores e comerciantes e deram origem a núcleos de povoamento, como Feira de Santana, na Bahia, Pastos Bons, no Maranhão, e Vila da Mocha, atual Oeiras, no Piauí.

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A pecuária no sertão do Nordeste Facilidade na obtenção de terras,

determinou concentração de imensas propriedades nas mãos de um só dono.

Montar uma fazenda não exigia grandes investimentos. As instalações eram simples. Bastava uma pequena casa coberta de palha, currais e algumas cabeças de gado.

A mão-de-obra era reduzida. Era formada pelo vaqueiro e seus auxiliares, "os fábricas".

O proprietário em geral morava longe, às vezes em seu engenho no litoral e mantinha pouco contato com sua propriedade.

O vaqueiro dirigia a fazenda recebendo ¼ das crias ao final de cinco anos.

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A ÉPOCA DO COUROO couro era exportado sob a forma de

solas, e servia também para embalar o fumo destinado à exportação. Usava-se o couro para quase tudo.

Capistrano de Abreu observou que os sertanejos atravessaram a "época do couro", tal a sua importância na fabricação de roupas e de instrumentos necessários à vida dos vaqueiros.

Era de couro tudo o que os cercava: a porta das cabanas, leitos, cordas, cantil, alforje, mochila, bainhas de faca e até as roupas com que enfrentavam a caatinga.

Até hoje, em muitas regiões, os vaqueiros conservam o costume de se vestirem de couro.

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A ATIVIDADE MINERADORA E A EXPANSÃO PASTORIL

A descoberta do ouro, em fins do século XVII, permitiu a interligação da pecuária do Nordeste e do Rio Grande do Sul com a região mineradora.

Os habitantes das Gerais - áreas dos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso - tendiam a dedicar-se exclusivamente à atividade_mineradora, precisando comprar tudo o que consumiam de outros locais.

Não foram raras, ali, as crises de abastecimento e de falta de alimentos.

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AS TROPAS DE MULASTropeiros: “ os caminhoneiros” do Brasil Colônia

. Devido à proximidade dos "currais" do Rio São Francisco com as Gerais, os fazendeiros do sertão passaram a vender seu gado aos mineradores.

No lombo de mulas o ouro chegava ao porto do Rio de Janeiro, de onde era embarcado para Portugal.

as tropas de mulas constituíram uma autêntica infra-estrutura da mineração", na medida em que o gado muar desempenhou um papel chave no transporte da região.

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Estâncias no RS gado introduzido pelos jesuítas

espanhóis em missões religiosas às margens rio Uruguai.

Ataques bandeirantes missões destruídas gado solto pelos pampas,crescendo em estado selvagem .

. Início século XVIII, os paulistas

começaram a se interessar por esse gado. A necessidade de carne e couro para abastecer a região mineradora incentivou o deslocamento para os campos do sul.

Condições favoráveis à criação: relevo plano, pastagens de boa qualidade, clima ameno e um grande número de rios e riachos.

A partir século XVIII: charqueadas, fábricas de carne seca, se desenvolvem no Rio Grande do Sul

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OCUPAÇÃO OFICIAL NO LITORAL NORTE: FORTES MILITARES

• Os fortes, instalados ao longo do século XVII: eram unidades pequenas, com poucos homens e escassas peças de artilharia.

• Enfrentavam os ataques frequentes de estrangeiros ou de nativos.

• Natal, Fortaleza e Belém surgiram como fortes militares.

• . FORTE DOS REIS MAGOS NATAL – RNConstruído no século XVI

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AS MISSÕES RELIGIOSAS E A OCUPAÇÃO DO VALE AMAZÔNICO

As missões e os fortes desempenharam papéis importantes no Vale do Amazonas.

Contribuíram para fixar marcos da penetração portuguesa naquele território disputado por outros povos.

FORTE DO PRESÉPIO EM BELÉMDO PARÁ

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AS “DROGAS DO SERTÃO”Ordens religiosas

competiam com os colonos pelo "direito de administrar o indígena", visto tanto como mão-de-obra quanto como fiel servo de Deus.

Nos anos finais do século XVII as missões religiosas cobriam grande parte do espaço que viria a constituir a atual região amazônica brasileira.

papel do indígena na

ocupação do Vale do Amazonas: guias, canoeiros, caçadores e coletores das “ drogas do sertão”

As “drogas do sertão” eram exportadas para a Europa e comercializadas com grande lucro.

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PARA SABER MAIS...A Amazônia no século XVII foi percorrida por vários grupos: pelos sertanistas em busca das chamadas “drogas do sertão” – especiarias cobiçadas pelos colonos e comercializados pela Metrópole - ; pelas expedições oficiais comandadas por militares e sertanistas que visavam assegurar os domínios portugueses contra ingleses, holandeses e espanhóis; pelas tropas de apresamento, também chamadas de “resgate”, em busca do índio cativo; e também pelos missionários que, com os “descimentos”, arrebatavam indígenas com o propósito de aldeá-los e catequizá-los. Essa forte presença portuguesa resultou na ampliação do território, na fundação de núcleos, fortificações e missões ao longo dos rios Amazonas, Branco, Negro, Madeira, Tapajós e Xingu. Mais tarde, para evitar conflitos, o rei dividiu, entre as ordens religiosas a região amazônica, ficando os jesuítas com a calha sul do Amazonas e as outras congregações religiosas com a calha norte. Muitas vezes houve interesses conflitantes entre os religiosos e os colonos, apesar de todos servirem direta ou indiretamente ao rei. Os missionários, sobretudo os jesuítas, opunham-se à escravização dos indígenas. Nessa luta, a figura que mais se destacou foi a do padre Antônio Vieira, conselheiro do rei de Portugal, D. João IV. Graças à sua posição, pôde fazer valer suas denúncias e conseguir importantes vantagens para os aldeamentos jesuíticos na Amazônia, em detrimento das outras ordens missionárias. Os colonos de Belém e de São Luís, assim como as demais ordens religiosas, revoltaram-se e expulsaram os jesuítas em 1661. Contudo, os missionários conseguiram convencer o rei da dramática situação da colônia e fizeram com que uma nova lei fosse promulgada, numa linha de conciliação: os indígenas poderiam trabalhar para os colonos desde que recebessem um pagamento, geralmente em tecidos. Esse pagamento simbólico foi burlado e os indígenas continuaram sendo escravizados. Em 1680, o padre Vieira recuperou sua influência política e seu prestígio junto ao rei, que tinham sido abalados com sua prisão, ordenada pela Inquisição. Dom Pedro II, o novo rei de Portugal, restabeleceu a autoridade dos jesuítas na Amazônia e decretou a liberdade dos indígenas, determinando severas punições para os que não cumprissem a lei. Naturalmente essas medidas sofreram forte oposição na Colônia. O rei determinou então a criação da Companhia de Comércio para o Estado do Maranhão, que obteve o controle de todo o comércio da região, inclusive das mercadorias produzidas nas missões. Além disso, para resolver o problema da mão-de-obra, a companhia foi obrigada a fornecer quinhentos escravos africanos por ano, durante vinte anos. Contudo, essa companhia monopolista realizou uma política contrária aos interesses dos colonos. Não cumpriu o contrato referente à mão-de-obra, estabeleceu preços abusivos para todos os produtos essenciais, falsificou pesos e medidas e vendeu produtos de má qualidade e em quantidade insuficientes. Em 1684, os habitantes de São Luís, liderados pelos irmãos Beckman, revoltaram-se, exigindo a revogação do monopólio e a expulsão dos jesuítas. O novo governador mandou executar os líderes da revolta, a companhia monopolista foi extinta e os jesuítas mantiveram suas missões na Amazônia. Apesar de terem sido várias vezes expulsos da Colônia, os jesuítas foram os únicos que conseguiram criar uma certa estrutura independente em relação à Metrópole. Com seus próprios recursos adquiriram fazendas de gado, de cana-de-açúcar, algodão, cacau e tinham parte do controle das drogas do sertão. Essa independência econômica permitiu que tivessem uma postura mais crítica em relação ao Estado português. Desafiando o poder metropolitano, acabaram sendo expulsos pelo marquês de Pombal em 1759. (http://www.geocities.ws/terrabrasileira/contatos/missaoam.html)

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OCUPAÇÃO LINEAR E RALA DA REGIÃO NORTEPelos cursos d'água - "estradas líquidas",, iam

sendo coletadas especiarias diversas, : plantas alimentícias e aromáticas como cravo, canela, castanha , salsaparrilha, cacau etc.

Também eram extraídas madeiras valiosas e produtos de origem animal, desconhecidos, como uma espécie de óleo utilizado na alimentação e na iluminação, obtido dos ovos da tartaruga, ou o "manacuru" (peixe-boi), exportado salgado e seco.

A colonização fundamentou-se nas atividades extrativas

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HERÓIS OU BANDIDOS?A IMPORTÂNCIA DOS BANDEIRANTES

Destruíram as missões jesuíticasEscravizaram milhares de indígenasexploraram o sertão, avançando além Tordesilhasdescobriram o ouro criaram pousos que deram origem a inúmeras vilasPARA SABER MAIS assista ao vídeo “Entradas e bandeiras” – episódio 4 – Historias

do Brasil em http://www.youtube.com/watch?v=oB78PHvkugw

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O PONTO DE PARTIDA DA BANDEIRASA capitania de São Vicente Distantes de outras

capitanias e da Metrópole , o que dificultava a exportação do açúcar.

isolamento econômico e geográfico da vila de São Paulo: presença da Serra do Mar dificultava o contato entre o litoral e o planalto

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"Para curar a pobreza": a expansão bandeirante

Distante de outras capitanias e da Metrópole , o que dificultava a exportação do açúcar.

bandeirantes iam curar sua pobreza buscando índios, pedras e metais preciosos

Impossibilitados de adquirir escravos negros, os paulistas lançaram-se ao apresamento de índios

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O CAMINHO DAS BANDEIRAS

Pelos rios, principalmente os da bacia do

Tietê, que correm para o interior, as bandeiras alcançaram os atuais Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul

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A ORGANIZAÇÃO DAS BANDEIRASformadas por centenas ou até

mais de mil homens, maioria de mamelucos e índios .

percorriam o sertão durante meses e até por anos.

Cada bandeira tinha um capelão.

Mamelucos guiavam a expedição→ elementos de ligação entre as duas culturas, europeia e indígena.

Índios: guias, carregadores, caçadores e coletores de alimentos para o grupo.

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BANDEIRAS DE APRESAMENTO fase áurea: primeira metade do

século XVII

Razão da expansão das bandeiras de apresamento: domínio holandês no Nordeste e na região de Angola, na África

Holandeses passaram a monopolizar a vinda de africanos para a Colônia, trazendo escravos apenas para o Nordeste holandês.

Bahia e do Rio de Janeiro, áreas não dominadas pelos holandeses, obrigados a recorrer aos índios capturados pelos paulistas.

Estudos recentes mostraram que a maior parte dos indígenas apresados era utilizada na própria região de São Paulo

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PRINCIPAIS BANDEIRAS DE APRESAMENTO

As missões tornaram-se o alvo favorito das bandeiras apresadoras, por abrigarem um grande número de nativos já aculturados.

Missões destruídas: Guairá, no Paraná; Itatim

( sul de Mato Grosso do Sul) e

Tape ( centro de RS) Calcula-se em 60 mil o nº de

indígenas apresados nas missões

Segunda metade do séc. XVII declínio do bandeirismo de apresamento devido reconquista de Angola , expulsão dos holandeses do Nordeste e normalização do abastecimento de escravos africanos

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PARA SABER MAIS SOBRE A DESTRUIÇÃO DAS MISSÕES PELOS BANDEIRANTES...

Em 1628 a bandeira de Raposo Tavares transpôs o rio Tibagi e destruiu, uma após outra, as localidades Santo Antônio, Encarnação, Los Angeles e outras aldeias.“Uma parte da bandeira invadiu e destruiu 12 aldeamentos de índios no vale do Iguaçu. Com 20.000 índios capturados, em 1º de maio de 1629 Raposo Tavares voltou para São Paulo, aonde vende seusescravos. Os ataques principais seguintes, entretanto, foram dirigidos contra Vila Rica e Guaíra. Vila Rica foi invadida em 1631 pela primeira vez e em 1632 definitivamente destruída. Dos 100.000 índios convertidos na zona da redução, 15.000 foram mortos, 60.000 vendidos como escravos em São Paulo. (Maack, p. 38)(...) A crueldade não tinha limites, pois os que eles não podiam levar eram mortos ou queimados. Percorriam cerca de 300 léguas a pé até chegar a Vila de São Paulo. Os que morriam eram largados sem enterro. Segundo o Pe. Montoya usavam a prática de matar os feridos, ou mesmo velhos e crianças que estavam ao alcance, para que os que estavam cativos, não empreendessem fuga para se juntar aos que haviam ficado.(...) Com as crianças e as mulheres a crueldade também era ilimitada:“Assim um deles tomou uma mulher pelos cabelos, mas ela se defendia como homem, apesar de achar-se embaraçada com um filhinho seu de seis meses. Não podendo o traidor subjugá-la, arrebatou-lhe o filho e o levou consigo. Ainda não comia o menino, e por isso o padre foi pedi-lo (de volta) para que não morresse de fome. (...) Porém não queria dá-lo, em vez disso solicitou a mãe do petiz como prisioneira, a qual não parava de lamentar a sorte de seu filhinho. Até muito tarde esteve o padre procurando abrandar o coração bestial daquele tigre(...) Todos os que daqui nos foi possível fazer fugir, enviamo-los a Loreto e Santo Inácio, que eram os únicos que de treze povos não se haviam atingido. (Montoya, p. 131, 132) adaptado de http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2009_unioeste_gestao_escolar_md_nestor_luiz_morgan.pdf

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AS BANDEIRAS MINERADORAS

séculos XVI e XVII: inúmeras entradas partiram de : Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Ceará. Eram expedições oficiais

Ainda no século XVI, os vicentinos descobriram ouro de lavagem na própria capitania de São Vicente

Segunda metade do séc. XVII, após União Ibérica:Portugal em grave crise econômica, acentuada pela decadência do açúcar brasileiro

Tornava-se necessário encontrar novas fontes de renda, que propiciassem lucros à Coroa: Cartas régias solicitam aos paulistas encontrar metais preciosos.

Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhaguera ou Diabo Velho, tenta assustar os índios goiases, colocando fogo numa cabaça com aguardente

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AS BANDEIRAS MINERADORAS

1699 – Rodrigues Arzão descobre ouro em Minas Gerais

Inicia-se a corrida do ouro que levará ao povoamento de Minas Gerais e ao surgimento de inúmeras vilas na região

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O SERTANISMO DE CONTRATObandeirantes contratados

para combater tribos indígenas rebeladas e os negros fugidos.

A mais importante bandeira de contrato foi a de Domingos Jorge Velho que reprimiu várias tribos rebeladas na chamada Guerra dos Bárbaros, nos atuais Estados do Rio Grande do Norte e Ceará.

Em 1649, Domingos Jorge Velho destruiu o Quilombo de Palmares, no atual Estado de Alagoas

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PARA SABER MAIS... O QUILOMBO DE PALMARES

O Quilombo dos Palmares, foi a maior comunidade de escravos fugidos que existiu no Brasil. Palmares, que ficava na Serra da Barriga, atual Estado de Alagoas e chegou a reunir cerca de 30 mil pessoas. Era uma região montanhosa de difícil acesso e densa floresta que encobria os mocambos. Recebeu esse nome devido à grande quantidade de palmeira pindoba encontrada nessa região.

O Quilombo dos Palmares, começou a ser formado no final de 1590 e resistiu aos ataques dos holandeses, luso-brasileiros e bandeirantes paulistas até 1694, quando foi destruído.

O crescimento de Palmares, por volta de 1580, preocupava o governador da Capitania de Pernambuco. Durante um longo período, o local passou a sofrer ataques constantes. Proprietários de escravos, além do próprio governo da Capitania de Pernambuco, passaram a financiar expedições, as entradas, com o objetivo de destruir o local. Em troca, prometiam aos vencedores terras e negros. Foram realizadas cerca de 18 expedições contra a região.

Em 1678, depois de sofrer inúmeros ataques, Ganga-Zumba, primeiro grande líder de Palmares, que conseguiu unir os mocambos em torno de uma Confederação, liderada por um comandante-geral, decidiu negociar com as autoridades um acordo de paz. Líderes dos mocambos não concordaram com a negociação, o que gerou conflito e a quebra da unidade da Confederação do quilombo.

Zumbi que não acreditava na paz com os brancos conquistou a maioria do Conselho. Ganga-Zumba, morreu envenenado por Zumbi que, passou a liderar a comunidade de Palmares e

conseguiu repelir os sucessivos ataques por 16 anos. Em 1692, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho aceitou a proposta de conquistar, destruir e

extinguir o Quilombo dos Palmares. Fracassou na primeira tentativa, mas dois anos depois, retornou à região com 9 mil homens e seis canhões.

Palmares resistiu por quarenta e dois dias aos ataques dos invasores. Mas em 5 de fevereiro, Macaco, a capital do quilombo, na Serra da Barriga foi destruída.

Mais de 400 quilombolas morreram no local e cerca de 500 foram presos e vendidos fora da Capital de Pernambuco. Milhares fugiram, mas quase todos acabaram capturados.

Zumbi conseguiu escapar, mas em 20 de novembro de 1695, foi capturado e morto. Sua cabeça exposta em local público, no Recife, para lembrar aos escravos que eles deveriam obedecer a seus senhores.

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A CONFEDERAÇÃO DOS CARIRIS, DESTRUÍDA PELOS BANDEIRANTES

Confederação dos Cariris, também chamada de "Guerra dos Bárbaros", foi um movimento de resistência de indígenas brasileiros da nação Cariri (ou Kiriri) à dominação portuguesa, ocorrido entre 1683 e 1713.

Os cariris viviam em vastas áreas dispersas entre os rios São Francisco (Bahia) e Parnaíba ( Piauí).

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AS MONÇÕES

A descoberta de ouro no Centro Oeste marcou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São Paulo e Cuiabá.

As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, às margens do rio Tietê, levando em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.

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O TRATADO DE MADRI, DE 1750, RECONHECEU A OCUPAÇÃO PORTUGUESA ALÉM TORDESILHAS

Tratado de Madri (1750) : anulação do Tratado de Tordesilhas

Portugal garantia o controle da maior parte da Bacia Amazônica, enquanto que a Espanha controlava a maior parte da bacia do Prata.

Brasil passa a ter uma configuração quase igual à atual

princípio do usucapião (“uti possidetis”): a terra pertence a quem a ocupa, defendido por Alexandre de Gusmão

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Sacramento passaria à Espanha

Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai passariam à Coroa Portuguesa

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GUERRAS GUARANÍTICAS: OPOSIÇÃO DE INDIOS E JESUÍTAS AO TRATADO DE MADRI

Padres jesuítas espanhóis e indígenas guaranis deveriam mudar-se para margem esquerda do Rio Uruguai

Incentivados pelos jesuítas, guaranis recusam-se a sair: Guerras Guaraníticas ( 1753-1756).

Destruição de Sete Povos por tropas espanholas e portuguesas

Anulação do Tratado de Madrid

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NOVAS NEGOCIAÇÕES ENTRE PORTUGAL E ESPANHA

1761 – Tratado de El Pardo – anulação do Tratado de Madrid

Tratado de Santo Ildefonso (1777) – Sete Povos voltam à Espanha. Sacramento continua com a Espanha.

Tratado de Badajós (1801) Sete Povos para o Brasil praticamente repetiu as

fronteiras estabelecidas em 1750, pelo Tratado de Madrid