BDMG e Fapemig Apoio à inovação em Minas Gerais

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m operação desde o final de junho, logo após o lançamento do Pró-Inovação e do Proptec, 13 projetos chegaram para avaliação da Comissão Técnica – integrada por executivos do BDMG, da Fapemig e convidados –, que já aprovou cinco deles, encaminhando-os para processamento operacional. De posse de toda a documentação, em até 30 dias o BDMG deli- berará sobre os créditos. Na opinião do presidente do banco, Mattheus Cotta de Carvalho, ao oferecer às empresas inovadoras produtos ade- quados, em termos de custos, prazos e garantias, além da agili- dade operacional, o BDMG e a Fapemig formam aliança para cumprir uma das determinações do g overno estadual, que é a de dar apoio aos investimentos em inovação, qualquer que seja o setor, na busca da competitividade e sustentabilidade da eco- nomia mineira e de empregos com qualidade. Para o presidente da Fapemig, Mario Neto Borges, essa “é uma das ações mais importantes dos últimos tempos, em razão do pioneirismo, uma vez que une um banco de desen- volvimento e uma agência de fomento. Ela completa a carteira de modalidades da Fapemig, que contempla desde a Iniciação Científica Júnior até a formação das empresas, oferecendo con- dições para que elas se firmem no cenário internacional de ino- vação”. Primeiros projetos Um dos projetos enquadrados pela Comissão Técnica traz inovações em assessoria para estru- turação de crédito de carbono, mudanças climáticas e gover- nança em sustentabilidade. Outro projeto propõe o uso de RUMOS - 24 – Julho/Agosto 2011 E câmeras sofisticadas para inspeção ótica industrial e de pla- cas eletrônicas, análise dimensional e reconhecimento de caracteres. Foi enquadrado ainda o projeto de fabricante de amortecedores tubulares com alta pressurização, amortece- dores radiais e estruturas tubulares para fabricação de veícu- los urbanos. Os outros dois projetos enquadrados apresentam como inovações a fabricação de pizzas sem colesterol, gorduras saturadas e gordura trans; e o desenvolvimento de software e hardware para o mercado de smartgrid, responsável pelo con- trole das redes de distribuição de energia para sistemas infor - matizados. Segundo um dos membros da Comissão Técnica repre- sentante do BDMG, o gerente Carlos Fernando Vianna, essas linhas estão sendo muito bem aceitas porque, além de terem os juros mais baixos do mercado, para viabilizar o projeto é necessário apenas o aval dos sócios das empresas, para valores de até R$ 2 milhões no Proptec e até R$ 1 milhão no Pró- Inovação. Sem contar o prazo de 30 dias para o BDMG res- ponder sobre a viabilidade do crédito, depois que o cliente entregar toda a documentação. Também integram a Comissão a analista de Desenvolvi- mento do BDMG, Gláucia Anete Ferreira da Silva, os repre- sentantes da Fapemig, professor Cláudio Furtado e Elza Fer- nandes de Araujo, assessora adjunta de Inovação. Como con- vidados participam da Comissão o superintendente de Inova- ção Tecnológica da Secretaria de Estado de Tecnologia (Se- tec), José Luciano Assis Pereira, e o gerente de Inovação e Sus- tentabilidade do Sebrae/MG, Anízio Dutra Vianna. Apoio à inovação em Minas Gerais Numa ação conjunta, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) lançaram, em junho deste ano, duas linhas de financiamento voltadas à inovação. Trata-se do Pró-Inovação, para apoiar projetos de desenvolvimento e/ou implantação de inovação de produtos e serviços; e o Proptec, para pr ojetos de empresas localizadas em parques tecnológicos do estado. Por Maria José Goulart Taucce BDMG e Fapemig REPORTAGEM

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m operação desde o final de junho, logo após o lançamento do Pró-Inovação e do Proptec, 13 projetos chegaram para avaliação da Comissão Técnica – integrada por executivos do BDMG, da Fapemig e convidados –, que já aprovou cinco

deles, encaminhando-os para processamento operacional. De posse de toda a documentação, em até 30 dias o BDMG deli-berará sobre os créditos.

Na opinião do presidente do banco, Mattheus Cotta de Carvalho, ao oferecer às empresas inovadoras produtos ade-quados, em termos de custos, prazos e garantias, além da agili-dade operacional, o BDMG e a Fapemig formam aliança para cumprir uma das determinações do governo estadual, que é a de dar apoio aos investimentos em inovação, qualquer que seja o setor, na busca da competitividade e sustentabilidade da eco-nomia mineira e de empregos com qualidade.

Para o presidente da Fapemig, Mario Neto Borges, essa “é uma das ações mais importantes dos últimos tempos, em razão do pioneirismo, uma vez que une um banco de desen-volvimento e uma agência de fomento. Ela completa a carteira de modalidades da Fapemig, que contempla desde a Iniciação Científica Júnior até a formação das empresas, oferecendo con-dições para que elas se firmem no cenário internacional de ino-vação”.

Primeiros projetos – Um dos projetos enquadrados pela Comissão Técnica traz inovações em assessoria para estru-turação de crédito de carbono, mudanças climáticas e gover-nança em sustentabilidade. Outro projeto propõe o uso de

RUMOS - 24 – Julho/Agosto 2011 RUMOS - 25 – Julho/Agosto 2011

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Ecâmeras sofisticadas para inspeção ótica industrial e de pla-cas eletrônicas, análise dimensional e reconhecimento de caracteres. Foi enquadrado ainda o projeto de fabricante de amortecedores tubulares com alta pressurização, amortece-dores radiais e estruturas tubulares para fabricação de veícu-los urbanos.

Os outros dois projetos enquadrados apresentam como inovações a fabricação de pizzas sem colesterol, gorduras saturadas e gordura trans; e o desenvolvimento de software e hardware para o mercado de smartgrid, responsável pelo con-trole das redes de distribuição de energia para sistemas infor -matizados.

Segundo um dos membros da Comissão Técnica repre-sentante do BDMG, o gerente Carlos Fernando Vianna, essas linhas estão sendo muito bem aceitas porque, além de terem os juros mais baixos do mercado, para viabilizar o projeto é necessário apenas o aval dos sócios das empresas, para valores de até R$ 2 milhões no Proptec e até R$ 1 milhão no Pró-Inovação. Sem contar o prazo de 30 dias para o BDMG res-ponder sobre a viabilidade do crédito, depois que o cliente entregar toda a documentação.

Também integram a Comissão a analista de Desenvolvi-mento do BDMG, Gláucia Anete Ferreira da Silva, os repre-sentantes da Fapemig, professor Cláudio Furtado e Elza Fer-nandes de Araujo, assessora adjunta de Inovação. Como con-vidados participam da Comissão o superintendente de Inova-ção Tecnológica da Secretaria de Estado de Tecnologia (Se-tec), José Luciano Assis Pereira, e o gerente de Inovação e Sus-tentabilidade do Sebrae/MG, Anízio Dutra Vianna.

Pró-Inovação e Proptec – O Pró-Inovação financia investi-mentos fixos, intangíveis e capital de giro associado de proje-tos de desenvolvimento ou, ainda, para o financiamento na implantação de inovações em produtos e serviços das empre-sas mineiras. Cada empresa poderá receber até R$ 2 milhões e poderão financiar até 80% do investimento, incluindo capital de giro de até 30% do valor do investimento total. Os juros são de 8% ao ano, sem correção monetária. A carência é de 12 meses com prazo de 48 meses para amortização.

O Proptec financia projetos de investimento para implan-tação, ampliação e modernização de ativos fixos, investimen-tos intangíveis e capital de giro associado, de empresas locali-zadas em parques tecnológicos do estado. Cada empresa pode financiar até R$ 2 milhões, com juros fixos de 9% ao ano. As demais condições são as mesmas do Pró-Inovação. Estão dis-poníveis R$ 100 milhões para os dois produtos, sendo metade dos recursos do BDMG e a outra metade da Fapemig.

Opiniões – Para o presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec) e ex-reitor da UFMG, Ronaldo Tadeu Pena, o resultado da parceria entre a Fapemig e o BDMG é muito interessante, sobretudo pela redução do tem-po de análise, exigência menor de garantias e por não ter valor mínimo, podendo chegar a até R$ 2 milhões. “Sem contar que o custo é muito baixo em se tratando de Brasil”, disse. Para Pena, essa é a prova do interesse do setor público de Minas Gerais em viabilizar a inovação e os parques tecnológicos. “O lançamento do Proptec demonstra a grande confiança que o BDMG e a Fapemig têm nas equipes gestoras dos parques tec-

nológicos. Em Minas, trocamos o planejamento pela ação”, esclarece.

Há 13 anos à frente do Instituto Inovação, Paulo Renato Macedo Cabral está sempre buscando processos e mecanismos específicos para esses tipos de negócios. O Instituto é uma empresa que atua em dois segmentos. Um deles é a unidade de consultoria denominada Inventta, que atua com projetos de ges-tão da inovação para grandes empresas, universidades e gover-nos. O outro é a área de gestão de fundos, por meio da Inseed, que atua na prospecção e no investimento em empresas de tec-nologia. “Atualmente já analisamos mais de 1.600 oportunidades e já investimos em 30 empresas de tecnologia localizadas em sete regiões do Brasil”, afirma Cabral.

Ele recebeu com entusiasmo a notícia da aliança entre o BDMG e a Fapemig: “Para mim, só essa união já é uma grande inovação. Fiquei surpreso pela qualidade da linha de crédito e pela oportunidade que ela representa para as empresas inovadoras.

A gerente de Apoio ao Crédito e Inovação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Letícia Carla Atai-de, comemorou a parceria entre o BDMG e a Fapemig, que pas-sam a oferecer, além de seus produtos tradicionais, duas linhas de crédito para apoiar a inovação nas empresas.

Segundo Letícia, o BDMG sempre foi muito atuante no mer-cado, disponibilizando soluções financeiras que viabilizam inves-timentos de empresas de variados portes em quase todos os seto-res. A Fiemg é parceira do banco na divulgação dessas linhas em todo o estado: “Agora, mais uma demanda crescente das empre-sas que possuem projetos de inovação poderá ser atendida por intermédio do BDMG”, disse. n

Apoio à inovação em Minas Gerais Numa ação conjunta, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) lançaram, em junho deste ano, duas linhas de financiamento voltadas à inovação. Trata-se do Pró-Inovação, para apoiar projetos de desenvolvimento e/ou implantação de inovação de produtos e serviços; e o Proptec, para projetos de empresas localizadas em parques tecnológicos do estado.

Por Maria José Goulart Taucce

BDMG e Fapemig

REPORTAGEM

A Comissão Técnica, formada por membros do BDMG, da Fapemig e convidados, analisa os projetos em sua primeira reunião.

Page 2: BDMG e Fapemig Apoio à inovação em Minas Gerais

m operação desde o final de junho, logo após o lançamento do Pró-Inovação e do Proptec, 13 projetos chegaram para avaliação da Comissão Técnica – integrada por executivos do BDMG, da Fapemig e convidados –, que já aprovou cinco

deles, encaminhando-os para processamento operacional. De posse de toda a documentação, em até 30 dias o BDMG deli-berará sobre os créditos.

Na opinião do presidente do banco, Mattheus Cotta de Carvalho, ao oferecer às empresas inovadoras produtos ade-quados, em termos de custos, prazos e garantias, além da agili-dade operacional, o BDMG e a Fapemig formam aliança para cumprir uma das determinações do governo estadual, que é a de dar apoio aos investimentos em inovação, qualquer que seja o setor, na busca da competitividade e sustentabilidade da eco-nomia mineira e de empregos com qualidade.

Para o presidente da Fapemig, Mario Neto Borges, essa “é uma das ações mais importantes dos últimos tempos, em razão do pioneirismo, uma vez que une um banco de desen-volvimento e uma agência de fomento. Ela completa a carteira de modalidades da Fapemig, que contempla desde a Iniciação Científica Júnior até a formação das empresas, oferecendo con-dições para que elas se firmem no cenário internacional de ino-vação”.

Primeiros projetos – Um dos projetos enquadrados pela Comissão Técnica traz inovações em assessoria para estru-turação de crédito de carbono, mudanças climáticas e gover-nança em sustentabilidade. Outro projeto propõe o uso de

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Ecâmeras sofisticadas para inspeção ótica industrial e de pla-cas eletrônicas, análise dimensional e reconhecimento de caracteres. Foi enquadrado ainda o projeto de fabricante de amortecedores tubulares com alta pressurização, amortece-dores radiais e estruturas tubulares para fabricação de veícu-los urbanos.

Os outros dois projetos enquadrados apresentam como inovações a fabricação de pizzas sem colesterol, gorduras saturadas e gordura trans; e o desenvolvimento de software e hardware para o mercado de smartgrid, responsável pelo con-trole das redes de distribuição de energia para sistemas infor -matizados.

Segundo um dos membros da Comissão Técnica repre-sentante do BDMG, o gerente Carlos Fernando Vianna, essas linhas estão sendo muito bem aceitas porque, além de terem os juros mais baixos do mercado, para viabilizar o projeto é necessário apenas o aval dos sócios das empresas, para valores de até R$ 2 milhões no Proptec e até R$ 1 milhão no Pró-Inovação. Sem contar o prazo de 30 dias para o BDMG res-ponder sobre a viabilidade do crédito, depois que o cliente entregar toda a documentação.

Também integram a Comissão a analista de Desenvolvi-mento do BDMG, Gláucia Anete Ferreira da Silva, os repre-sentantes da Fapemig, professor Cláudio Furtado e Elza Fer-nandes de Araujo, assessora adjunta de Inovação. Como con-vidados participam da Comissão o superintendente de Inova-ção Tecnológica da Secretaria de Estado de Tecnologia (Se-tec), José Luciano Assis Pereira, e o gerente de Inovação e Sus-tentabilidade do Sebrae/MG, Anízio Dutra Vianna.

Pró-Inovação e Proptec – O Pró-Inovação financia investi-mentos fixos, intangíveis e capital de giro associado de proje-tos de desenvolvimento ou, ainda, para o financiamento na implantação de inovações em produtos e serviços das empre-sas mineiras. Cada empresa poderá receber até R$ 2 milhões e poderão financiar até 80% do investimento, incluindo capital de giro de até 30% do valor do investimento total. Os juros são de 8% ao ano, sem correção monetária. A carência é de 12 meses com prazo de 48 meses para amortização.

O Proptec financia projetos de investimento para implan-tação, ampliação e modernização de ativos fixos, investimen-tos intangíveis e capital de giro associado, de empresas locali-zadas em parques tecnológicos do estado. Cada empresa pode financiar até R$ 2 milhões, com juros fixos de 9% ao ano. As demais condições são as mesmas do Pró-Inovação. Estão dis-poníveis R$ 100 milhões para os dois produtos, sendo metade dos recursos do BDMG e a outra metade da Fapemig.

Opiniões – Para o presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec) e ex-reitor da UFMG, Ronaldo Tadeu Pena, o resultado da parceria entre a Fapemig e o BDMG é muito interessante, sobretudo pela redução do tem-po de análise, exigência menor de garantias e por não ter valor mínimo, podendo chegar a até R$ 2 milhões. “Sem contar que o custo é muito baixo em se tratando de Brasil”, disse. Para Pena, essa é a prova do interesse do setor público de Minas Gerais em viabilizar a inovação e os parques tecnológicos. “O lançamento do Proptec demonstra a grande confiança que o BDMG e a Fapemig têm nas equipes gestoras dos parques tec-

nológicos. Em Minas, trocamos o planejamento pela ação”, esclarece.

Há 13 anos à frente do Instituto Inovação, Paulo Renato Macedo Cabral está sempre buscando processos e mecanismos específicos para esses tipos de negócios. O Instituto é uma empresa que atua em dois segmentos. Um deles é a unidade de consultoria denominada Inventta, que atua com projetos de ges-tão da inovação para grandes empresas, universidades e gover-nos. O outro é a área de gestão de fundos, por meio da Inseed, que atua na prospecção e no investimento em empresas de tec-nologia. “Atualmente já analisamos mais de 1.600 oportunidades e já investimos em 30 empresas de tecnologia localizadas em sete regiões do Brasil”, afirma Cabral.

Ele recebeu com entusiasmo a notícia da aliança entre o BDMG e a Fapemig: “Para mim, só essa união já é uma grande inovação. Fiquei surpreso pela qualidade da linha de crédito e pela oportunidade que ela representa para as empresas inovadoras.

A gerente de Apoio ao Crédito e Inovação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Letícia Carla Atai-de, comemorou a parceria entre o BDMG e a Fapemig, que pas-sam a oferecer, além de seus produtos tradicionais, duas linhas de crédito para apoiar a inovação nas empresas.

Segundo Letícia, o BDMG sempre foi muito atuante no mer-cado, disponibilizando soluções financeiras que viabilizam inves-timentos de empresas de variados portes em quase todos os seto-res. A Fiemg é parceira do banco na divulgação dessas linhas em todo o estado: “Agora, mais uma demanda crescente das empre-sas que possuem projetos de inovação poderá ser atendida por intermédio do BDMG”, disse. n

Apoio à inovação em Minas Gerais Numa ação conjunta, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) lançaram, em junho deste ano, duas linhas de financiamento voltadas à inovação. Trata-se do Pró-Inovação, para apoiar projetos de desenvolvimento e/ou implantação de inovação de produtos e serviços; e o Proptec, para projetos de empresas localizadas em parques tecnológicos do estado.

Por Maria José Goulart Taucce

BDMG e Fapemig

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A Comissão Técnica, formada por membros do BDMG, da Fapemig e convidados, analisa os projetos em sua primeira reunião.