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BEATRIZ DE QUADROS LEME Professor: FÁBIO SANTANA. Disciplina: GEOGRAFIA. ANO/SÉRIE. 6º ANO. TURMA A.B.C.D.E NOME.__________________________________Nº CHAMADA.;____________ NÚMERO ROTEIRO DE ESTUDOS DE GEOGRAFIA. RECUPERAÇÃO: SEMESTRAL. ALUNOS QUE NÃO FIZERAM USO DOS MEIOS DIGITAIS. TEMAS DE ESTUDOS: DEGRADAÇÃO AMBIENTAL, CARTOGRAFIA E PAISAGEM. Mundo do trabalho. Natureza, ambientes e qualidade de vida. OBJETOS DO CONHECIMENTO: Transformação das paisagens naturais e antrópicas. Atividades humanas e dinâmica climática. HABILIDADES: EF06GE19* Relacionar o processo de urbanização com as problemáticas socioambientais e identificar os fatores de vulnerabilidade, riscos e desastres em diferentes lugares EF06GE13 Analisar causas e consequências das práticas humanas na dinâmica climática, discutir e propor ações para o enfretamento dos impactos decorrentes das alterações climáticas em diferentes lugares EF06GE30* Analisar os desastres socioambientais ocasionados pela construção de usinas hidrelétricas, barragens, desmatamento entre outros e discutir as consequências sociais, culturais, econômicas, políticas e ambientais em diferentes lugares. EF06GE32* Diferenciar fenômenos naturais e fenômenos provocados pela ação humana e relacionar com os fenômenos climáticos (radiação solar, a radiação ultravioleta, Ilha de Calor, o aquecimento global, El Niño, La Niña, Efeito Estufa e Camada de Ozônio entre outros). Degradação ambiental: é qualquer processo que diminua a capacidade de determinado ecossistema em sustentar a vida. Esse processo está ligado a alterações biofísicas que afetam o equilíbrio ambiental, modificando a fauna e flora natural, eventualmente causando perdas da biodiversidade. Geralmente tem a ação humana neste cenário de degradação.

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BEATRIZ DE QUADROS LEME

Professor: FÁBIO SANTANA.

Disciplina: GEOGRAFIA.

ANO/SÉRIE. 6º ANO. TURMA A.B.C.D.E

NOME.__________________________________Nº CHAMADA.;____________ NÚMERO

ROTEIRO DE ESTUDOS DE GEOGRAFIA.

RECUPERAÇÃO: SEMESTRAL. ALUNOS QUE NÃO FIZERAM USO DOS MEIOS DIGITAIS.

TEMAS DE ESTUDOS: DEGRADAÇÃO AMBIENTAL, CARTOGRAFIA E

PAISAGEM. Mundo do trabalho.

Natureza, ambientes e qualidade de vida.

OBJETOS DO CONHECIMENTO:

Transformação das paisagens naturais e antrópicas.

Atividades humanas e dinâmica climática.

HABILIDADES:

• EF06GE19* Relacionar o processo de urbanização com as problemáticas

socioambientais e identificar os fatores de vulnerabilidade, riscos e desastres

em diferentes lugares

• EF06GE13 Analisar causas e consequências das práticas humanas na dinâmica

climática, discutir e propor ações para o enfretamento dos impactos

decorrentes das alterações climáticas em diferentes lugares

• EF06GE30* Analisar os desastres socioambientais ocasionados pela construção

de usinas hidrelétricas, barragens, desmatamento entre outros e discutir as

consequências sociais, culturais, econômicas, políticas e ambientais em

diferentes lugares.

• EF06GE32* Diferenciar fenômenos naturais e fenômenos provocados pela ação

humana e relacionar com os fenômenos climáticos (radiação solar, a radiação

ultravioleta, Ilha de Calor, o aquecimento global, El Niño, La Niña, Efeito Estufa

e Camada de Ozônio entre outros).

Degradação ambiental: é qualquer processo que diminua a capacidade de

determinado ecossistema em sustentar a vida. Esse processo está ligado a alterações

biofísicas que afetam o equilíbrio ambiental, modificando a fauna e flora natural,

eventualmente causando perdas da biodiversidade.

Geralmente tem a ação humana neste cenário de degradação.

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No seu caderno escreva o que pode ser feito para diminuir os danos ao meio

ambiente.

Nos processos de degradação ambiental ocorrem alterações biofísicas do meio que provocam

alterações na flora e na fauna natural, podendo acontecer inclusive eventual prejuízos na

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biodiversidade, com diferentes graus de intensidade. ... A degradação do meio ambiente pode

acontecer pela ação humana ou de forma natural.

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

GEOGRAFIA

Degradação Ambiental, Saiba mais sobre a Degradação Ambiental, Quais são as consequências

da Degradação Ambiental, Ilha de calor, Efeito estufa, Chuva ácida

Chuva ácida

A chuva, neve ou neblina com alta concentração de ácidos em sua composição, conhecida

como chuva ácida, é um problema ambiental que afeta particularmente a Ásia hoje, por causa

do consumo crescente de combustíveis fósseis na região.

O óxido de nitrogênio (NO) e os dióxidos de enxofre (SO2), principais componentes da chuva

ácida, são liberados na queima de carvão e óleo, fontes de energia que movem as economias

asiáticas. No decorrer da década de 90, os países da região lançam na atmosfera cerca de 34

milhões de toneladas de dióxido de enxofre ao ano, 40% a mais do que emitem os Estados

Unidos (EUA), até então o maior responsável pela ocorrência do fenômeno.

Esses números devem triplicar até 2010, sobretudo na China, Índia, Tailândia e Coréia do Sul,

não só por causa do aumento da produção industrial e da frota de veículos, mas também

porque esses países usam basicamente carvão para gerar energia. Na China, por exemplo, 70%

da energia provém da queima desse combustível.

Ao retornar à superfície por meio da chuva, os ácidos alteram a composição do solo e das

águas, comprometendo as lavouras, as florestas e a vida aquática. Também podem corroer

edifícios, estátuas e monumentos históricos, o que já acontece em vários lugares da Europa e

nas ruínas maias do México.

As precipitações ácidas se concentram historicamente nas áreas industriais do hemisfério

norte. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) estima que cerca de 35% dos ecossistemas

europeus se encontram degradados pela acidez da chuva. No leste dos EUA e na Europa

Ocidental já foram registrados índices de acidez entre 2 e 3, numa escala de 0 a 14 –

indicadores abaixo de 7 são considerados ácidos. Muitas espécies de peixes e quase todas as

de moluscos não sobrevivem a índices abaixo de 4,8.

Desertificação

A perda de produtividade do solo por causa do manejo inadequado das culturas, do uso

excessivo de fertilizantes e da destruição da cobertura vegetal é responsável hoje pela

desertificação de extensas áreas do globo. Conforme o Worldwatch Institute, organização

norte-americana que acompanha o estado atual dos recursos naturais do planeta, cerca de

15% da superfície terrestre está sob risco de desertificação em algum grau. As áreas mais

afetadas são o oeste da América do Sul, o nordeste do Brasil, o norte e o sul da África, o

Oriente Médio, a Ásia Central, o noroeste da China, a Austrália e o sudoeste dos Estados

Unidos (EUA).

Já em 1977, ano da primeira Conferência Mundial sobre Desertificação, realizada no Quênia, o

problema era conhecido. Na ocasião, os cientistas chamaram a atenção para a diferença entre

o fenômeno de desertificação e a progressão natural dos desertos. A desertificação resulta da

degradação do solo, que o torna estéril, e vem sendo provocada principalmente pelo homem,

por meio do desmatamento de extensas áreas de floresta, da agropecuária intensiva e da

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mineração desordenada. Essas atividades destroem a cobertura vegetal natural do solo,

contribuindo para o surgimento de terrenos arenosos, impermeáveis à absorção de água. Na

década de 90, o manejo agrícola inadequado foi responsável pela degradação de 562 milhões

de hectares de terra, ou seja, 38% do total da área plantada no mundo, conforme o relatório

do World Resources Institute (WRI).

Parte dessa extensão de terra foi apenas levemente prejudicada pela erosão, mas uma fatia

considerável ficou seriamente comprometida em sua capacidade produtiva. Segundo o WRI, as

perdas acumuladas desde o início de 1990 ficam entre 5 e 6 milhões de hectares. O

esgotamento do solo em conseqüência da atividade humana predatória pode ser remediada,

mas leva tempo e exige enormes recursos financeiros.

Efeito Estufa

O carbono presente na atmosfera garante uma das condições básicas para a existência de vida

no planeta: a temperatura. A Terra é aquecida pelas radiações infravermelhas emitidas pelo

Sol até uma temperatura de -27oC. Essas radiações chegam à superfície e são refletidas para o

espaço.

O carbono forma uma redoma protetora que aprisiona parte dessas radiações infravermelhas

e as reflete novamente para a superfície. Isso produz um aumento de 43oC na temperatura

média do planeta, mantendo-a em torno dos 16oC. Sem o carbono na atmosfera a superfície

seria coberta de gelo.

O excesso de carbono, no entanto, tenderia a aprisionar mais radiações infravermelhas,

produzindo o chamado efeito estufa: a elevação da temperatura média a ponto de reduzir ou

até acabar com as calotas de gelo que cobrem os pólos. Os cientistas ainda não estão de

acordo se o efeito estufa já está ocorrendo, mas preocupam-se com o aumento do dióxido de

carbono na atmosfera a um ritmo médio de 1% ao ano. A queima da cobertura vegetal nos

países subdesenvolvidos é responsável por 25% desse aumento. A maior fonte, no entanto, é a

queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, principalmente nos países desenvolvidos. O

Japão é o que tem registrado maior crescimento: de 1985 a 1989, sua emissão de dióxido de

carbono passa de 265 milhões de toneladas por ano para 299 milhões.

Novo dilúvio – Pesquisas realizadas pela Nasa mostram que a temperatura média do planeta já

subiu 0,18oC desde o início do século. Nos anos 80, fotos tiradas pelo satélite meteorológico

Nimbus em um período de 15 anos registram a diminuição do perímetro de gelo em volta dos

pólos. Supondo o efeito estufa em ação, os cientistas projetam um cenário de dilúvio: o

aquecimento do ar aumenta a evaporação da água do mar, cria um maior volume de nuvens,

faz crescer o nível de chuvas e altera o regime dos ventos. Haveria chuvas intensas em áreas

hoje desérticas, como o norte da África e o nordeste do Brasil, e faltaria água em regiões

férteis, como o meio-oeste dos EUA. O degelo das calotas polares elevaria o nível do mar,

inundando ilhas e áreas costeiras. Holanda, Bangladesh, Miami, Rio de Janeiro e parte de Nova

York, por exemplo, sumiriam do mapa.

O aumento da temperatura global também provocaria a multiplicação de ervas daninhas e

insetos e a transferência das pragas de clima quente – como a mosca tsé-tsé, que vive no

centro da África – para regiões de clima frio. A absorção do excesso de dióxido de carbono

faria a vegetação crescer mais rapidamente e retirar mais nutrientes do solo. Segundo essas

projeções, as florestas temperadas só sobreviveriam no Canadá.

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El Niño

O surgimento da fase positiva (El Niño) está associado ao enfraquecimento dos ventos alísios,

e caracteriza-se pelo aquecimento das águas superficiais do Pacífico Tropical e pelo registro

negativo do IOS.

Os pescadores peruanos já conviviam com esse fenômeno que causava uma diminuição na

quantidade de peixes na Costa do Peru, sempre na época do Natal, e por isso lhe deram o

nome de El Niño (menino-Deus, em espanhol), repassando essa cultura aos seus habitantes

O El Niño - Oscilação Sul (ENOS) é um fenômeno de interação atmosfera-oceano, associado a

alterações dos padrões normais da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e dos ventos

alísios na região do Pacífico Equatorial, entre a Costa Peruana e a Austrália.

Além da temperatura do mar, o fenômeno ENOS pode ser medido pelo Índice de Oscilação Sul

(IOS), que é a diferença média da pressão ao nível do mar entre os setores do centro-leste

(Taiti/Oceania) e oeste (Darwin/Austrália) do Pacífico Tropical. Esse índice está relacionado ao

aquecimento/resfriamento das águas na região.

As fases positivas e negativas do fenômeno ENOS são denominadas de El Niño e La Niña,

respectivamente. Estes são fenômenos naturais que existem há vários anos e continuarão

existindo como fenômenos cíclicos, entretanto sem um período regular.

Eventos de La Niña apresentam maior variabilidade e ocorrem com uma freqüência menor do

que eventos de El Niño. De 1900 a 1997, ocorreram 28 episódios de El Niño e 18 de La Niña,

permanecendo 53% dos anos sem ocorrência dos fenômenos. Em geral, o episódio começa a

desenvolver-se em meados de um ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano, e

dissipa-se em meados do ano seguinte (tab. 1).

Anos de El Niño e La Niña

O El Niño faz com que os ventos em altos níveis (12 km de altitude), chamados de Jato

Subtropical, tornem-se mais intensos que o normal em decorrência do aumento do gradiente

de temperatura entre o Equador e os Polos. O fortalecimento destes jatos cria um bloqueio

para os sistemas frontais que chegam no estado, permanecendo estacionados sobre esta área.

Desta forma, ocorre um aumento da precipitação (anomalia positiva) nesta região,

principalmente na primavera do ano em que o fenômeno se inicia, e no outono-inverno do ano

seguinte, abrangendo mais intensamente as áreas próximas ao oceano (GRIMM et al., 1996).

Intensificação do Jato Subtropical e consequente bloqueio dos sistemas frontais.

Além do El Niño, existem outros fatores que influenciam na climatologia de chuvas e

enchentes no estado, como as temperaturas do Oceano Atlântico, na costa catarinense, por

exemplo, que podem ser responsáveis pelo aumento da precipitação no litoral.

Destruição de Florestas

Uma das principais atitudes que prejudica e destrói as florestas é o desmatamento.

Este processo de destruição, em grande escala, das florestas, que já atinge a metade das matas

nativas do mundo. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), as florestas cobrem

atualmente cerca de 33.000.000 de km² (12.000.000 são tropicais, 21.100.000 são temperadas

e 200.000.000 são mangues), número que corresponde a 22% das terras emersas do planeta. A

Organização de Alimentação e Agricultura (FAO) estima que, entre 1981 e 1990, foram

derrubados 150.000.000 de ha de matas tropicais no mundo.

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Na Amazônia, segundo dados do governo brasileiro, a taxa de desmatamento cresceu 34%

depois de 1992: a extensão devastada, que até 1991 totalizava 11.130 km², passou a 14.896

km² no ano de 1996. As regiões de proteção ambiental abrangem apenas 6% das florestas

remanescentes, área equivalente à do México. Em poucos anos a floresta Amazônica já perdeu

cerca de 10% do seu domínio original. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, 61% das

terras que hoje pertencem ao nosso país eram ocupadas por matas. Desde então,

simultaneamente à ocupação do território e à expansão do povoamento, o território brasileiro

começou a ser desmatado.

OS MOTIVOS DA DEVASTAÇÃO - Eles têm sido diversos: obtenção de lenha para as fornalhas

dos engenhos de açúcar, limpeza do terreno para a instalação de lavouras ou de pastagens

para o gado, exploração da madeira etc. A primeira floresta a ser devastada foi a mata

Atlântica e, restam hoje apenas 5% daquilo que ela era originalmente. A extensão das florestas

brasileiras corresponde atualmente a menos de 30% da superfície do país.

FORMAS DE DESMATAMENTO – Uma das principais formas de desmatamento têm sido as

queimadas de extensas áreas para a prática de agricultura e pecuária. A expansão dos centros

urbanos, a construção de estradas e a implantação de grandes projetos agrominerais e

hidrelétricos também motivam as devastações. Outra causa importante é a comercialização da

madeira e, em menor grau, o extrativismo de inúmeras outras espécies de interesse

econômico. Segundo a WWF, em 1991 a exploração mundial dos recursos florestais rendeu

cerca de US$ 400 bilhões. A extração de madeira – matéria-prima para a construção de

moradias e importante fonte de energia – responde por grande parte desse valor. Em países

como Zaire, Tanzânia e Gabão, a atividade corresponde a até 6% do PIB. Em Camarões, o

desmatamento aumentou 400% desde 1993.

CONSEQÛENCIAS DO DESMATAMENTO - As principais são:

Destruição da biodiversidade;

Genocídio e etnocídio das nações indígenas;

Erosão e empobrecimento dos solos;

Enchentes e assoreamento dos rios;

Elevação das temperaturas;

Desertificação;

Proliferação de pragas e doenças.

A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado

da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. Um efeito do

desmatamento é o agravamento dos processos erosivos. A erosão é um fenômeno natural,

que é absorvido pelos ecossistemas sem nenhum tipo de desequilíbrio. A retirada da cobertura

vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As conseqüências dessa interferência humana são

várias:

Aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos, como resultado de

sua camada superficial, e, muitas vezes, acaba inviabilizando a agricultura;

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Assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca

desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, muitas vezes, trazer

dificuldades para a navegação;

Extinção de nascentes; o rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração da

água das chuvas no subsolo;

Diminuição dos índices pluviométricos, em conseqüência do fenômeno descrito acima, mas

também do fim da evapotranspiração. Estima-se que metades das chuvas-ácidas sobre as

florestas tropicais são resultantes da evapotranspiração, ou, seja da troca de água da floresta

com a atmosfera;

Elevação das temperaturas locais e regionais, como conseqüência da maior irradiação de calor

para a atmosfera a partir do solo exposto;

Agravamento dos processos de desertificação, devido à combinação de todos os fenômenos

até agora descritos;

Redução ou fim das atividades extrativas vegetais, muitas vezes de alto valor socioeconômico;

Proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrios nas cadeias alimentares.

Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há também um perigoso

impacto em escala global. A queima das florestas seja em incêndios criminosos, seja na forma

de lenha ou carvão vegetal vem tem colaborado para aumentar a concentração de gás

carbônico (CO2) na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é um dos principais

responsáveis pelo efeito estufa.

IMPACTOS AMBIENTAIS EM ECOSSISTEMAS NATURAIS - Um dos principais impactos

ambientais que ocorrem em um ecossistema natural é a devastação das florestas,

notadamente das tropicais, as mais ricas em biodiversidade. E por que ocorre com tanta avidez

o desmatamento de milhares de quilômetros quadrados de florestas tropicais? Essa

devastação ocorre basicamente por fatores econômicos, tanto na Amazônia quanto nas

florestas africanas e nas do Sul e Sudeste Asiático.

A exploração madeireira é feita clandestinamente ou, muitas vezes, com a conivência de

governantes inescrupulosos e insensíveis aos graves problemas ecológicos decorrentes dela.

Não levam em conta os interesses das comunidades, nem os interesses da nação que os abriga

porque, com raras exceções, esses projetos são comandados por grandes grupos

transnacionais, interessados apenas em auferir altos lucros.

Ilha de Calor

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Na realidade é nos grandes centros urbanos que o espaço construído pelo homem, a Segunda

natureza, alcança seu grau máximo. Quase tudo aí é artificial; e, quando é algo natural, sempre

acaba apresentando variações modificações provocadas pela ação humana. O próprio clima

das metrópoles, o chamado clima urbano, um tipo específico de microclima constitui um

exemplo disso. Nas grandes aglomerações urbanas faz mais calor e chove um pouco mais que

nas áreas rurais vizinhas; além disso, nessas áreas são também mais comuns as enchentes

após algumas chuvas. Todos os fatores que provocam o aumento dessas temperaturas médias

nos grandes centros urbanos serão estudados no decorrer desta pesquisa.

Nos espaços altamente urbanizados, é significativa a diferença de temperatura entre a região

central, mais quente, e a periferia, com menor temperatura. Em alguns casos, a diferença pode

chegar a 9ºC. Isso ocorre porque nas áreas centrais os automóveis e indústrias lançam

poluentes, que provocam o aumento da temperatura. O concreto e o asfalto absorvem

rapidamente o calor, cuja dispersão é dificultada pela poluição.

Uma das formas de evitar a formação dessas ilhas de calor é a manutenção de áreas verdes

nos centros urbanos pois a vegetação altera os índices de reflexão do calor e favorece a

manutenção da umidade relativa do ar.

O clima recebe influência de fatores naturais e do impacto provocado por algumas atividades

humanas. As grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, apresentam hoje

o chamado clima urbano, resultante da poluição industrial e da emissão de monóxido de

carbono (CO) dos automóveis. Os gases formam nuvens que permanecem perto da superfície,

retendo parte da radiação infravermelha responsável pelo aumento da temperatura e

formando "ilhas de calor".

As cidades também são mais sujeitas a enchentes, já que o solo impermeabilizado não absorve

com rapidez a água da chuva. Outra característica do clima dos centros urbanos são as

inversões térmicas, que resultam no agravamento da poluição do ar. O fenômeno acontece no

inverno, quando as camadas atmosféricas próximas da superfície estão mais frias que as

camadas superiores, o que dificulta a dispersão dos gases, intensificando a poluição

atmosférica.

Alterações climáticas graves são provocadas ainda pelo desmatamento. A derrubada e a

queimada de florestas aumentam a temperatura do ar e deixam a superfície devastada, sem

condições de reter a energia do sol nem de gerar fluxos ascendentes de ar. Assim, as nuvens

não se formam e não chove, o que prejudica a agricultura e ameaça a vegetação.

Ilha de calor: é um dos fenômenos típico que afeta as grandes cidades, colabora para

aumentar os índices de poluição nas regiões urbanizadas.

A ilha de calor resulta da elevação das temperaturas médias nas zonas centrais da mancha

urbana, em comparação com as zonas periféricas ou com as rurais. As variações térmicas

podem chegar até 7ºC e ocorrem basicamente devido às diferenças de irradiação de calor

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entre as regiões edificadas e as florestas e também à concentração de poluentes, maior nas

zonas centrais da cidade.

A substituição por grande quantidade de casas e prédios, ruas e avenidas, pontes e viadutos e

uma série de outras construções, que é tanto maior quanto mais se aproxima do centro das

grandes cidades, faz aumentar significativamente a irradiação de calor para a atmosfera em

comparação com as zonas periféricas ou rurais, onde, em geral, é maior a cobertura vegetal.

Além disso, na atmosfera das zonas centrais da cidade, é muito maior a concentração de gases

e materiais particulados, lançados pelos automóveis e pelas fábricas, reponsáveis por um

"efeito estufa" localizado, que colabora para aumentar a retenção de calor. Sem contar com os

milhares ou, dependendo da cidade, milhões de automóveis, que são uma grande fonte de

produção de calor, o cal se soma ao calor irradiados pelos edifícios, acentuando o fenômeno

da ilha de calor.

Deve-se salientar, no entanto, que uma cidade pode Ter vários picos de temperatura

espalhados pela mancha urbana, cacterizando assim várias ilhas de calor. Uma região

fortemente edificada e industrializada como o eixo da marginal Tietê apresenta picos de

temperatura mais elevados do que a região do Morumbi, ainda com bastante áreas verdes.

As cidades apresentam temperaturas médias maiores do que as zonas rurais de mesma

latitude. Dentro delas, as temperaturas aumentam das periferias em direção ao centro. Em

casos externos, a diferença de temperatura entre as zonas periféricas e o centro pode atingir

até 10ºC. Esse fenômeno, resulta em muitas alterações humanas sobre o meio ambiente.

O uso de grande quantidade de combustíveis fósseis em aquecedores, automóveis e indústrias

transforma a cidade em uma fonte inesgotável de calor.

Os materiais usados na construção, como o asfalto e o concreto, servem de refletores para o

calor produzido na cidade e para o calor solar. De dia, os edifícios funcionam como um

labirinto de reflexão nas camadas mais altas de ar aquecido. À noite a poluição do ar impede a

dispersão de calor.

As áreas centrais de uma cidade concentram a mais alta densidade de construções, bem como

atividades de emissoras de poluentes. A massa de ar quente carregada de material particulado

que se forma sobre essas áreas tende a subir até se resfriar. Quando se resfria, retorna a

superfície, dando origem a intensos nevoeiros na periferia da mancha urbana. Daí, volta a

região central. É um verdadeiro círculo vicioso de fuligem e poeira.

Apesar de todo esse calor, as grandes cidades recebem em média menos radiação solar do que

as áreas rurais. É que a poeira suspensa no ar absorve e reflete a radiação antes que ela atinja

a superfície. Entretanto, a produção de calor e a conversão do calor latente realizadas pelas

construções urbanas mais do que compensam essa perda.

As áreas metropolitanas costumam apresentar vários "picos" de temperatura. As atividades

que causam esse afeito podem estar concentradas em várias regiões do tecido urbano, que

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funcionariam como o "centro". Bairros fabris pouco arborizados tendem a ser mais quentes

que bairros residenciais de luxo, com baixa densidade de construção e muitas áreas verdes.

Mas quais são as conseqüências desse leve aumento das temperaturas? Quais são as

conseqüências do surgimento desses microclima urbano? A elevação da temperatura nessas

áreas centrais da mancha urbana facilita ascensão do ar, quando não há inversão térmica,

formando uma zona de baixa pressão. Isso faz com que, os ventos soprem, pelo menos

durante o dia, para essa região central, levando muitas vezes, maiores quantidades de

poluentes. Assim, sobre a zona central da mancha urbana forma-se uma "cúpula" de ar

pesadamente poluído. No caso de São Paulo, os ventos que sopram de zonas industriais

periféricas – cidades do ABC, Osasco, Guarulho, etc. – rumo as zonas centrais da metrópole

concentram ainda maiores quantidades de poluentes. Quando se chega à cidade, pode-se ver

nitidamente uma "cúpula" acinzentada recobrindo-a.

Os fenômenos descritos acima são impactos produzidos pela sociedade urbano-indústrial em escala local. Mas a sociedade moderna produz sérios impactos também em escala regional e global, que não se limitam às cidades. Estamos falando fundamentalmente do efeito estufa, da destruição da camada de ozônio e das chuvas ácidas. nversão Térmica CLIMA: Sabe-se que o clima é constituído de vários elementos: temperatura, chuva, umidade, ventos, massas de ar e pressão atmosférica. Esses elementos do clima sofrem a influência de vários fatores, como, por exemplo: a posição astronômica e geográfica da região ou país, a configuração do território, as altitudes e as linhas mestras do relevo, a latitude, a altitude, a proximidade do mar, a vegetação e a continentalidade. POSIÇÃO ASTRONÔMICA E GEOGRÁFICA: Sabemos que a maior parte do território brasileiro (cerca de 92%) localiza-se na zona tropical (entre os trópicos de Câncer e Capricórnio). Essa localização do Brasil permite que a maior parte do território seja bem iluminada e aquecida pelos raios solares no decorrer do ano, possibilitando que o clima seja de modo geral quente. Apenas uma menor parcela do território localiza-se ao sul do trópico de Capricórnio, onde os raios solares incidem de forma inclinada, apresentando um menor aquecimento. A quase totalidade do território brasileiro localiza-se no hemisfério sul, que é o hemisfério das águas, isto é , existe um predomínio das massas líquidas sobre as massas continentais. Tal fato confere ao território brasileiro um acentuado grau de umidade (as massas de ar que atuam no Brasil, provenientes do oceano, são úmidas).

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A CONFIGURAÇÃO DO TERRITÓRIO: O território brasileiro assemelha-se a um triângulo com a base voltada para o hemisfério norte e um dos vértices voltado para o sul. Essa porção voltada para o sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) sofre a influência marítima, impedindo que se estabeleça um clima de neve, encontrado em espaços e latitudes semelhantes aos dos estados acima citados. " Se o triângulo estivesse invertido, a área contígua a base teria condições de tempo e clima comparáveis às da América do Norte". (Gilberto Osório de Andrade). AS LINHAS MESTRAS E AS ALTITUDES DO RELEVO BRASILEIRO O relevo brasileiro possui altitudes baixas: As terras entre 0 e 200m. de altitude abrangem 41% do território brasileiro; As terras entre 200 e 500m. de altitude abrangem 37%; As terras entre 500 e 1.200m. de altitude abrangem 21,5%; e as terras com altitude superior a 1.200m. abrangem apenas 0,5%. As altitudes baixas do relevo brasileiro facilitam a circulação atmosférica. As massas de ar que se originam no oceano conseguem penetrar a fundo o território, levando as suas características de temperatura e umidade para o interior do país. Não existem, portanto grandes barreiras naturais (altas montanhas) que impeçam a circulação das massas de ar. Além das altitudes modestas do território, devem-se considerar as linhas mestras do relevo brasileiro. Estas se dispõem no sentido longitudinal, isto é, no sentido dos meridianos. Desse modo, facilitam a penetração de massas de ar, como é o caso da massa polar atlântica. Essa massa de ar, que se origina no sul da Argentina, avança em direção do território brasileiro seguindo as "aberturas" entre os alinhamentos do relevo, as quais facilitam a sue penetração. Cumpre também destacar os vales fluviais. Eles funcionam como verdadeiros corredores para a circulação das massas de ar. É esse o caso do vale dos rios Paraná, Paraguai, São Francisco, além do grande vale amazônico por onde penetram massas de ar originárias de um centro dispersor no Atlântico Norte (os Açores). A LATITUDE A latitude influi na temperatura do ar atmosférico. Quanto maior a latitude, isto é, quanto mais próximos estivermos dos pólos, menor será a temperatura do ar atmosférico. Isso pode ser explicado: Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Pelas diferentes inclinações dos raios solares segundo a latitude;

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Pelas diferentes espessuras das camadas de ar atmosférico que aumentam com a latitude; A ALTITUDE: A altitude é outro fator que exerce influência na temperatura na temperatura do ar atmosférico, pois o aquecimento da atmosfera se faz por irradiação do calor absorvido pela Terra. Quanto maior for a altitude, menor será a temperatura do ar atmosférico. Desse modo, a temperatura do ar atmosférico, nas altas montanhas, é menor do que nas áreas de baixa altitude. Em média, a cada 200m. de altitude, a temperatura do ar atmosférico diminui 1°C. No caso do território brasileiro, devemos lembrar que as terras altas povoadas localizam-se nas regiões Sudeste e Sul. Assim, podemos observar a influência da altitude na temperatura do ar atmosférico, comparando algumas cidades brasileiras, umas situadas no litoral e outras em planaltos. Existem outros fatores, como proximidade do mar, a presença de florestas ou matas, a continentalidade e as correntes marítimas. Os dois últimos são inexpressivos no caso do clima no Brasil. Quanto à proximidade do mar, esta exerce influência na formação das brisas, em virtude das diferenças de aquecimento, pelos raios solares, das terras e das águas. Esse fator também influi na queda das chuvas, pois de modo geral, mas não determinante, as áreas litorâneas ou próximas a elas recebem mais facilmente a umidade oceânica em forma de chuva, trazidas pelas massas de ar, cujo centro de origem se localiza no oceano. Já as áreas cobertas por florestas provocam um abaixamento de temperatura do ar atmosférico, pois dificultam a penetração dos raios solares. Além de todos esses fatores apontados, existem aqueles resultantes da ação do homem sobre o espaço: construção de cidades, desmatamentos, poluição do ar atmosférico e muitos outros. CLIMA, TEMPO ATMOSFÉRICO, E TIPO DE TEMPO - CONCEITOS. Conceito de clima: Clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo Conceito de tempo no sentido climático ou meteorológico Tempo é uma combinação passageira dos elementos do clima Quando percebemos que num dado momento o tempo está quente e chuvoso, como podemos entender tal fato?

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Isso resulta de uma certa combinação dos elementos que formam o clima, destacando-se principalmente a temperatura elevada e a umidade. No entanto, no outro dia, ou mesmo em poucas horas, o tempo pode "mudar". Pode tornar-se frio e seco ou mesmo adquirir outras características ou qualidades Contudo, por que ocorrem as mudanças de tempo? Por causa das massas de ar, pois são elas as responsáveis, nos seus deslocamentos de um ponto para outro da superfície terrestre, pelas mudanças de tempo e pelo clima de uma certa área ou região. MASSA DE AR O ar atmosférico está sempre em movimento na forma de massa de ar ou de vento Massa de ar é uma porção da atmosfera que carrega consigo as características de temperatura e umidade das áreas onde se forma. Se uma massa de ar possui características particulares de temperatura e umidade, é ela a responsável pelo tempo e, portanto pelo clima de uma certa área. As massas de ar estão constantemente deslocando-se sobre o globo terrestre, pois o ar atmosférico está sempre em movimento. Se um certo lugar de superfície terrestre recebe uma massa de ar fria, o tempo desse lugar torna-se frio. Se recebe uma massa de ar quente e úmida, o tempo torna-se quente e úmido. Compreende-se, então, que são os deslocamentos das massas de ar durante o ano que caracterizam o tempo, o tipo de tempo e, portanto, o clima. Por que as massas de ar se deslocam de uma área para outra da superfície terrestre? Isso é explicado pelas diferenças de temperatura do ar atmosférico, entre as regiões frias e quentes da superfície terrestre. As áreas frias são consideradas de alta pressão atmosférica e constituem áreas de dispersão de massas de ar. É o caso das áreas polares e das áreas subtropicais. Tais tipos de área recebem o nome de áreas anticiclonais. Áreas anticiclonais são áreas dispersoras ou que emitem massas de ar ou ventos. As áreas equatoriais e temperadas, de baixa pressão atmosférica, recebem as massas de ar e são denominadas as áreas ciclonais. Compreende-se, então, que os deslocamentos das massas de ar dependem da temperatura e, portanto, da pressão atmosférica. Esta, sendo maior nas áreas frias, faz com que as massas de ar se desloquem daí para as áreas mais quentes. Portanto, são as massas de ar das regiões

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polares que comandam os deslocamentos de todas as massas de ar, isto é, quando é inverno no hemisfério norte, as massas de ar polares migram em direção ao sul, "empurrando" as outras massas de ar também em direção ao norte. Quando é inverno no hemisfério sul, ocorre o inverso: as massas de ar "empurram" as outras massas de ar em direção ao norte. Para facilitar a compreensão do que foi citado, quanto aos deslocamentos das massas de ar, suponhamos que nós da 101, temos aulas seguidas com o professor Arilson, e ficamos,portanto, na sala de aula durante muito tempo. Suponhamos também que a sala esteja com janelas e portas fechadas. Em virtude de várias pessoas estarem respirando dentro da sala de aula, o ar aí contido se aquece, tornando-se, então, mais quente e mais leve que o ar do corredor. Depois de algum tempo abre-se a porta. Se colocarmos uma vela acesa na parte superior da porta, observaremos que a chama da vela estará inclinada para fora da sala, isto é , em direção ao corredor. Estará indicando que o ar contido na sala de aula, por ser mais quente e, portanto, menos denso que o ar do corredor, desloca-se por camadas mais elevadas (pela parte superior da porta). Colocando-se ao mesmo tempo, uma vela acesa na parte inferior da porta, observaremos o contrário. A chama dessa vela ficará inclinada em direção à sala de aula. Portanto demonstrará que o ar do corredor, sendo mais frio, é mais denso e tende a se deslocarem baixa altura ou pelas camadas inferiores. É isso que ocorre na atmosfera quanto aos deslocamentos de massas de ar. Como se explicam as qualidades de temperatura e umidade das massas de ar? Uma massa de ar possui qualidades ou características de temperatura e umidades adquiridas da superfície terrestre onde se formam. O aquecimento da atmosfera se faz indiretamente ou por irradiação. Nas zonas onde os raios solares caem inclinados (zonas glaciais e temperadas), o aquecimento das terras e das águas é menor que nas zonas onde os raios solares caem perpendicularmente (zona equatorial e tropical). Assim, nas médias e altas latitudes, a atmosfera possui temperaturas baixas e, nas áreas de baixa latitude, as temperaturas são elevadas. Logo, nas áreas de médias a altas latitudes, formam-se massas de ar frias. Nas áreas de baixa latitude formam-se massas de ar quentes. Quanto à umidade de uma massa de ar, devemos lembrar que o globo terrestre possui terras e águas. Os oceanos, mares, lagos e rios fornecem umidade para a atmosfera através da evaporação de suas águas. Assim, nas áreas oceânicas ou marítimas, formam-se massas de ar úmidas e, nas áreas continentais, formam-se geralmente massas de ar secas; constituem exceção as áreas de

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grande florestas (Amazônia por exemplo), em que os vegetais colocam vapor de água na atmosfera pela transpiração – evaporação. AS MASSAS DE AR QUE ATUAM NO BRASIL Dependendo da estação do ano, pois as áreas de alta e baixa pressão atmosférica deslocam-se no decorrer do ano, essas massas de ar avançam o território brasileiro ou recuam. Os seus avanços ou recuos é que vão determinar o clima, pois as massas de ar são portadoras de uma certa combinação de elementos (temperatura e umidade). Elas imprimem em cada área sobre a qual pairam certas características de tempo e de tipo de tempo, decorrentes de suas qualidades ou propriedades. No entanto, as massas de ar recebem da superfície terrestre, para onde se deslocam, certas qualidades que acabam por transformá-las. Mas a climatologia é dinâmica, isto é, que a atmosfera está em constante movimento. Uma massa de ar é substituída por outra, existindo sempre uma troca ou substituição. Por exemplo, a massa de ar polar atlântica, quando chega o inverno no hemisfério sul, avança em direção ao território da América do Sul, perdendo as suas propriedades iniciais quando atinge, vamos dizer, o interior do Brasil (planalto Central), depois de algum tempo de atuação. Mas poderá vir logo em seguida, ou ao mesmo tempo, à sua diluição outra massa polar atlântica, na mesma área de dominação da primeira. A ação dessas massas de ar no território brasileiro apresenta certas características. Umas decorrem da altitude do relevo e de suas linhas mestras, outras da configuração do território e da posição astronômica e geográfica do Brasil. CLASSIFICAÇÕES CLIMÁTICAS Classificação de Arthur Strahler Baseado no estudo das dinâmicas das massas de ar, dos elementos e dos fatores do clima, os especialistas propuseram várias classificações climáticas. Uma delas cabe a Arthur Strahler e a segunda a Wilhelm Köppen. A classificação de Strahler baseia-se nas áreas da superfície terrestre, controladas ou dominadas pelas massas de ar. Assim sendo é uma classificação que deriva do estado das massas de ar. Classificação climática de Köppen A segunda classificação, de Wilhelm Köppen, ainda utilizada, pertence á escola tradicional ou separatista. Estuda separadamente os elementos do clima (temperatura, umidade, pressão do vento) para depois recompô-los no seu todo. Contudo, pode ser utilizada pela escola dinâmica. Esta classificação foi adaptada no Brasil por Lysia Maria Cavalcante Bernardes, geógrafa do Conselho Nacional de Geografia, e por outros geógrafos.

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A classificação climática de Köppen baseia-se fundamentalmente na temperatura, na precipitação e na distribuição dos valores de temperatura e precipitação durante as estações do ano. Camada de Ozônio Situada na estratosfera , entre os quilômetros 20 e 35 de altitude, a camada de ozônio tem cerca de 15 km de espessura. Sua constituição, há cerca de 400 milhões de anos, permitiu o desenvolvimento de vida na Terra, já que o ozônio, um gás rarefeito cujas moléculas se compõem de três átomos de oxigênio, impede a passagem de grande parte da radiação ultravioleta emitida pelo Sol. Redução da camada – Como a composição da atmosfera nessa altitude é bastante estável, a camada de ozônio manteve-se inalterada por milhões de anos. Nas últimas décadas, entretanto, vem ocorrendo uma diminuição na concentração de ozônio, causada pela emissão de poluentes na atmosfera. O maior responsável é o cloro presente em clorofluorcarbonetos (CFCs). Ele é utilizado como propelente de sprays, em embalagens de plástico, chips de computador, solventes para a indústria eletrônica e, especialmente, em aparelhos de refrigeração, como geladeira e ar-condicionado. Um novo inimigo é descoberto em 1992: o brometo de metila, um inseticida usado em plantações de tomate e morango, que existe em quantidade bem menor que o CFC, mas é 50 vezes mais prejudicial. Calcula-se que o bromo encontrado no brometo de metila seja responsável por 5% a 10% do total da destruição da camada de ozônio no mundo. O ozônio é um gás atmosférico azul-escuro. A diferença entre o ozônio e o oxigênio dá a impressão de ser muito pequena, pois se resume a um átomo: enquanto uma molécula de oxigênio possui dois átomos, uma molécula de ozônio possui três. Essa pequena diferença, no entanto, é fundamental para a manutenção de todas as formas de vida na Terra, pois o ozônio tem a função de proteger o planeta da radiação ultravioleta do Sol. Sem essa proteção, a vida na Terra seria quase que completamente extinta.O ozônio sempre foi mais concentrado nos pólos do que no equador, e nos pólos ele também se situa numa altitude mais baixa. Desde 1957 são feitas medições na camada de ozônio acima da Antártida e os valores considerados normais variam de 300 a 500 dobsons. No ano de 1982, porém, o cientista Joe Farman, juntamente com outros pesquisadores da British Antartic Survey, observaram pela primeira vez estranhos desaparecimentos de ozônio no ar sobre a Antártida. Como estavam usando um equipamento já um tanto antigo, e os dados que estavam coletando não tinham precedentes, em vista da grande diminuição da concentração do gás (cerca de 20% de redução na camada de ozônio), acharam por bem aguardar e fazer novas medições em outra época, com um aparelho mais moderno, antes de tornar público um fato tão alarmante. Além disso, o satélite Nimbus 7, lançado em 1978 com a função justamente de monitorar a camada de ozônio, não havia até então detectado nada de anormal sobre a Antártida. Joe Farman e seus colegas continuaram medindo o ozônio na Antártida nos dois anos seguintes, no período da primavera, e constataram não só que a camada de ozônio continuava diminuindo como ainda que essa redução tornava-se cada vez maior. Agora estavam usando um novo equipamento, o qual lhes indicou, em 1984, uma redução de 30% na camada de

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ozônio, valor este confirmado por uma outra estação terrestre situada a 1.600 km de distância. Nos anos seguintes a concentração de ozônio continuou a cair na época da primavera e, em 1987, verificou-se que 50% do ozônio estratosférico havia sido destruído, antes que uma recuperação parcial ocorresse com a chegada do verão antártico. O satélite Nimbus 7 não havia detectado as primeiras reduções na camada de ozônio por uma razão muito simples: ele não havia sido programado para detectar níveis de ozônio tão baixos. Valores abaixo de 200 dobsons eram considerados erros de leitura, e por isso não eram levados em conta… Naquela época Joe Farman ainda não podia imaginar que a destruição ainda aumentaria muito mais nos próximos anos, que o buraco se alargaria, que sua ocorrência não ficaria restrita a alguns dias por ano, que apareceria um segundo buraco no Ártico e que surgiriam outros pontos no globo com decréscimo do nível de ozônio. Em 1991, a NASA anunciou que o ozônio estratosférico sobre a Antártida havia atingido o nível mais baixo até então registrado: 110 dobsons para um nível esperado de 500 dobsons. Também em 1991, o Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente (PNUMA) revelou que, pela primeira vez, estava-se produzindo uma perda importante do ozônio tanto na primavera como no verão, e tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul, em latitudes altas e médias. Este fato fez crescer a apreensão geral, já que no verão os raios solares são muito mais perigosos que no inverno. Em 1992 os pesquisadores constataram que a destruição estava se generalizando mais ainda, ocorrendo de forma global desde a Antártida até o Ártico, nos trópicos e nas regiões de latitudes médias, com uma redução variando entre 10% e 15%. A partir daquela época, os habitantes das ilhas Falklands/Malvinas passaram a ficar expostos ao buraco todos os anos durante o mês de outubro. A figura abaixo mostra a variação do buraco na Antártida ano a ano, de 1979 até 1992. Observa-se um crescimento contínuo durante a década de 80, com ligeira redução de suas dimensões nos anos de 1986 e 1988. A partir de 1989, porém, o buraco não se reduz mais. Em setembro de 1994, 226 cientistas de 29 países entregaram à OMM um relatório onde afirmavam que de 1992 a 1994 haviam sido registrados "níveis recordes" de destruição da camada de ozônio. O gráfico abaixo mostra a variação da concentração média de ozônio sobre a Antártida nos meses de outubro, medida em unidades Dobson, de 1960 a 1994: Em 1995 a OMM avisou que o buraco na camada de ozônio na Antártida havia atingido o tamanho recorde de 10 milhões de km², área aproximadamente igual a da Europa. A revista Veja do mês de setembro de 1995 reagiu desta forma ao anúncio da OMM: "O cenário de homens consumidos por violentos carcinomas de pele voltou a povoar os pesadelos do século com o anúncio feito na semana passada pela Organização Meteorológica Mundial." Em novembro daquele ano, também de acordo com a OMM, o buraco apresentava a maior área já registrada para aquela época do ano, em seu movimento cíclico de expansão e

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redução: 20 milhões de km². Entre setembro e outubro de 1996, o tamanho da destruição era de nada menos que 22 milhões de km²... O efeito imediato da redução da camada de ozônio é o aumento da nociva radiação ultravioleta UV-B .No ano de 1993, o Dr. Paul Epstein, da Universidade de Harvard, alertava que em razão do aumento da radiação ultravioleta, o bacilo do cólera poderia estar sofrendo mutações mais aceleradas, adquirindo fatores resistentes a antibióticos presentes nos gigantescos blocos de algas flutuantes nos mares. Em 1996 o buraco sobre o hemisfério norte começou dois meses mais cedo e foi o mais profundo e duradouro até então observado. Em março daquele ano, o assessor especial da Organização Meteorológica Mundial, Romen Boykov, alertou: "Não estamos falando de regiões desérticas, mas de regiões povoadas, onde os níveis de radiação duplicaram. Isso é muito preocupante!" Boykov fazia referência agora à redução constatada de 45% de ozônio em um terço do hemisfério norte. Os dados disponíveis em 1996 indicavam que a média anual de radiação ultravioleta no hemisfério norte estava aumentando 6,8% por década, incluindo áreas da Inglaterra, Alemanha, Rússia e Escandinávia. No hemisfério sul, a taxa de crescimento da radiação era de 9,9% por década, atingindo o sul da Argentina e do Chile. O cientista atmosférico Jay Herman avisou: "O aumento da radiação UV-B é maior nas latitudes altas e médias, onde a maioria das pessoas mora e onde a maior parte da agricultura ocorre. " No Brasil, no início de 1997, chegava a notícia de que sobre os Estados do Nordeste o nível de radiação ultravioleta havia aumentado 40% em comparação com igual período de 1996… Enquanto surgia o novo buraco sobre a Argentina e o Chile, o pioneiro sobre o pólo Sul aparecia mais cedo. O ozônio começou a decrescer já em março, registrando-se um nível de 225 dobsons; em maio o buraco sobre a Antártida já estava completamente formado. Era a primeira vez que isto acontecia. No Ártico a situação não era melhor. O Dr. Pawan K. Bhartia, cientista do projeto TOMS (Total Ozone Mapping Spectromer) avisava que estavam sendo detectados os mais baixos valores já medidos de ozônio nos meses de março e abril: 219 dobsons. Os dados de satélite indicavam que a área afetada estendia-se por 5,3 milhões de quilômetros quadrados. Como é de praxe, já começaram a aparecer algumas idéias mirabolantes para resolver o problema crescente da destruição da camada de ozônio no planeta. Pesquisadores russos apresentaram um estudo segundo o qual seria possível reparar a camada de ozônio utilizando equipamentos de raios laser e satélites. O projeto consiste na montagem de um sistema com 30 a 50 satélites que bombardeariam a atmosfera com raios laser ultrapotentes, estimulando a produção de até 20 milhões de toneladas anuais de ozônio; esses cientistas acreditam que o problema pode ser contornado em dez anos, a um custo estimado de 100 bilhões de dólares... Tem gente também que quer fabricar ozônio no solo e comboiá-lo até a estratosfera em foguetes, grandes jatos e balões... Apenas com base numa amostragem de todos os fracassos humanos já colecionados nas tentativas anteriores de dominar, intervir ou até mesmo prever fenômenos da natureza, já podemos afirmar, sem medo de errar, que mesmo que tais projeto fossem exeqüíveis, o

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resultado final seria mais um fiasco. Se for para incentivar atitudes desse tipo, exacerbadas e irrealistas, é melhor que se continue apresentando outras iniciativas, também inócuas mas pelo menos não tão dispendiosas, como a desesperada proibição da fabricação de CFC e a decretação do "Dia Internacional do Ozônio", comemorado em 16 de setembro de cada ano. Mas quais são os efeitos que a redução da camada de ozônio pode trazer ao planeta, e aos seres humanos em particular? A redução da camada de ozônio causa maior incidência dos raios ultravioleta, o que diminui a capacidade de fotossíntese nos vegetais e afeta as espécies animais. Nos seres humanos compromete a resistência do sistema imunológico e causa câncer de pele e doenças oculares, como a catarata. Em 1975, um cientista chamado Mike McElroy, ao estudar os efeitos que adviriam de uma destruição da camada de ozônio, advertiu que isto poderia ser usado como uma nova arma de guerra. Um composto químico como o bromo, se lançado deliberadamente na atmosfera, daria origem a um buraco na camada de ozônio sobre o território inimigo, incapacitando pessoas desprotegidas e destruindo plantações. Nós conseguimos perceber com os nossos sentidos uma parte da energia emitida pelo Sol, através da luz e do calor. Mas o Sol emite energia também fora da faixa que denominamos luz visível, e que não é portanto percebida pelos nossos olhos. A faixa "acima" da luz visível é chamada infravermelha e a faixa "abaixo" dela é chamada ultravioleta. "Acima" e "abaixo" significam comprimentos de onda de irradiação maiores ou menores. Mas isso não vem ao caso, o que interessa saber é que irradiações com comprimentos de onda menores contêm muito mais energia concentrada, sendo portanto muito mais fortes, ou, em outras palavras, muito mais perigosas. A natureza, sabiamente, protegeu o planeta Terra com um escudo contra a irradiação ultravioleta prejudicial. Esse escudo, a camada de ozônio, absorve grande parte da radiação ultravioleta perigosa, impedindo que esta chegue até o solo. Toda a vida na Terra é especialmente sensível à radiação ultravioleta com comprimento de onda entre 290 a 320 nanômetros. Tão sensível, que essa radiação recebe um nome especial: UV-B, que significa "radiação biologicamente ativa". A maior parte da radiação UV-B é, pois, absorvida pela camada de ozônio, mas mesmo a pequena parte que chega até a superfície é perigosa para quem se expõe a ela por períodos mais prolongados. A Agência Norte-Americana de Proteção Ambiental estima que 1% de redução da camada de ozônio provocaria um aumento de 5% no número de pessoas que contraem câncer de pele. Em setembro de 1994 foi divulgado um estudo realizado por médicos brasileiros e norte-americanos, onde se demonstrava que cada 1% de redução da camada de ozônio, desencadeava um crescimento específico de 2,5% na incidência de melanomas. A incidência de melanoma, aliás, já está aumentando de forma bastante acelerada. Entre 1980 e 1989, o número de novos casos anuais nos Estados Unidos praticamente dobrou; segundo a Fundação de Câncer de Pele, enquanto que em 1930 a probabilidade de as crianças americanas terem melanoma era de uma para 1.500, em 1988 essa chance era de uma para 135.Em 1995 já se observava um aumento nos casos de câncer de pele e catarata em regiões do hemisfério sul, como a Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Patagônia. Em Queensland, no nordeste da Austrália, mais de 75% dos cidadãos acima de 65 anos apresentam alguma forma de câncer de pele; a lei local obriga as crianças a usarem grandes chapéus e cachecóis quando vão à escola, para se protegerem das radiações ultravioleta.

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Academia de Ciências dos Estados Unidos calcula que apenas naquele país estejam surgindo anualmente 10 mil casos de carcinoma de pele por causa da redução da camada de ozônio. O Ministério da Saúde do Chile informou que desde o aparecimento do buraco no ozônio sobre o pólo Sul, os casos de câncer de pele no Chile cresceram 133%; atualmente o governo fez campanhas para a população utilizar cremes protetores para a pele e não ficar exposta ao Sol durante as horas mais críticas do dia. Além de tornar mais fáceis as condições para que os tumores se desenvolvam sem que o corpo consiga combatê-los, supõe-se que haveria um aumento de infecções por herpes, hepatite e infecções dermatológicas provocadas por parasitas. A maior parte das plantas ainda não foi testada quanto aos efeitos de um aumento da UV-B, mas das 200 espécies analisadas até 1988, dois terços manifestaram algum tipo de sensibilidade. A soja, por exemplo, apresenta uma redução de 25% na produção quando há um aumento de 25% na concentração de UV-B. O fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha, assim como as larvas de alguns peixes, também sofrem efeitos negativos quando expostos a uma maior radiação UV-B. Já se constatou também que rebanhos apresentam um aumento de enfermidades oculares, como conjuntivite e até câncer, quando expostos a uma incidência maior de UV-B. Ressalte-se que todos esses efeitos são ocasionados por um ligeiro acréscimo da radiação UV-B. Existe, contudo, um outro tipo de radiação ainda mais temível: a UV-C. A radiação UV-C apresenta comprimentos de onda entre 240 e 290 nanômetros e é (até agora) completamente absorvida pelo ozônio estratosférico. Sabe-se que a UV-C é capaz de destruir o DNA (ácido desoxirribonucléico), a mo.

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Diferentes paisagens ao redor do

mundo.

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Conceito de paisagem

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A paisagem, que é composta por elementos do presente e do passado, é dotada de

aspectos naturais e culturais do mundo.

Existem vários elementos conceituais sobre os quais nós podemos melhor observar e

compreender o espaço geográfico e suas inúmeras formas de análise. Um dos

elementos mais importantes nesse ínterim é o conceito de paisagem, que representa

um dos aspectos mais notórios e necessários para a compreensão do mundo em que

vivemos.

A paisagem é, pois, os aspectos perceptíveis do espaço geográfico, isto é, a forma

como compreendemos o mundo a partir de nossos sentidos, tais como a visão, o

olfato, o paladar, entre outros. É claro que a visão é, geralmente, o mais

preponderante dos sentidos quando falamos em compreensão da paisagem, porém

não é o único, de forma que podemos perceber o espaço também pelos seus cheiros,

sons, sabores e aspectos externos.

A análise da paisagem permite-nos verificar as diferentes dinâmicas concernentes ao

funcionamento das sociedades, pois ela revela ou omite informações, de forma a

denunciar as características econômicas, políticas e culturais que estruturam o

processo de formação e organização do espaço social. Afinal de contas, o espaço

geográfico é o resultado de uma complexa interação entre sociedade e a sua

paisagem.

É interessante observar que as paisagens apresentam aspectos e elementos

referentes ao presente e ao passado, que muitas vezes convivem em um mesmo

espaço. Se observarmos, por exemplo, a paisagem de uma cidade histórica, podemos

notar elementos do passado que foram conservados em conjunto com aspectos do

presente ou que surgiram em tempos mais recentes. Assim, é possível comparar

essas paisagens e observar ao menos algumas de suas principais características,

como a sua arquitetura, estilos culturais e outros.

Além do mais, a paisagem carrega consigo aspectos naturais e aspectos culturais ou

humanizados. Quando uma determinada área é formada apenas pelos elementos da

natureza, falamos de uma paisagem natural, mas quando ela apresenta alguma

intervenção humana, então falamos de paisagem cultural, também chamada de

“paisagem humanizada” ou de “paisagem geográfica”.

Uma área de floresta com rios, cachoeiras e animais silvestres constitui um exemplo de paisagem natural. Já a área de uma cidade ou um campo de cultivo agrícola são exemplos de paisagens culturais. Em muitos casos, é possível observar cenários em que os dois tipos se apresentam conjuntamente, o que representa, ao menos em tese, um equilíbrio entre natureza e sociedade.

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Exemplo de um tipo de paisagem natural sem a intervenção direta do ser humano

Exemplo de paisagem cultural, uma cidade construída a partir da alteração do meio

Não obstante, é preciso considerar que as paisagens também possuem seus aspectos diferenciados não tão somente pelas suas características físicas em si, mas também de acordo com o olhar de quem observa. É comum que duas pessoas diferentes observem uma mesma paisagem e possuam visões, impressões e opiniões distintas sobre ela, fazendo com que exista uma relação de identidade e subjetividade entre a paisagem e o ser humano, o que remete à ideia de cultura, que influencia a forma como a sociedade enxerga a sua realidade.

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A paisagem carrega consigo os elementos perceptíveis do espaço

Degradação ambiental.

A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL.

POLUIÇÃO

1- O que é poluição

Dá-se o nome de poluição a qualquer degradação (deterioração, estrago) das

condições ambientais, do habitat de uma coletividade humana. É uma perda,

mesmo que relativa, da qualidade de vida em decorrência de mudanças

ambientais. São chamados de poluentes os agentes que provocam a poluição,

como um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam os

rios ou praias ou ainda um cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de

uma paisagem. Seria possível relacionar centenas de poluentes e os tipos de

poluição que ocasionam, mas vamos citar apenas mais dois exemplos. Um

deles são os agrotóxicos (DDT, inseticidas, pesticidas), muito utilizados para

combater certos microrganismos e pragas, em especial na agricultura. Ocorre

que o acúmulo desses produtos acaba por contaminar os alimentos com

substâncias nocivas à saúde humana, às vezes até cancerígenas. Outro

exemplo é o das chuvas ácidas, isto é, precipitações de água atmosférica

carregada de ácido sulfúrico e de ácido nítrico. Esses ácidos, que corroem

rapidamente a lataria dos automóveis, os metais de pontes e outras

construções, além de afetarem as plantas e ocasionarem doenças respiratórias

e da pele nas pessoas, são formados pela emissão de dióxido de enxofre e

óxidos de nitrogênio por parte de certas indústrias. Esses gases, em contato

com a água da atmosfera, desencadeiam reações químicas que originam

aqueles ácidos. Muitas vezes essas chuvas ácidas vão ocorrer em locais

distantes da região poluidora, inclusive em países vizinhos, devido aos ventos

que carregam esses gases de uma área para outra. O problema da poluição,

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portanto, diz respeito à qualidade de vida das aglomerações humanas. A

degradação do meio ambiente do homem provoca uma deterioração dessa

qualidade, pois as condições ambientais são imprescindíveis para a vida, tanto

no sentido biológico como no social.

2- A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A POLUIÇÃO.

Foi a partir da revolução industrial que a poluição passou a constituir um

problema para a humanidade. É lógico que já existiam exemplos de poluição

anteriormente, em alguns casos até famosos (no Império Romano, por

exemplo). Mas o grau de poluição aumentou muito com a industrialização e

urbanização, e a sua escala deixou de ser local para se tornar planetária. Isso

não apenas porque a indústria é a principal responsável pelo lançamento de

poluentes no meio ambiente, mas também porque a Revolução Industrial

representou a consolidação e a mundialização do capitalismo, sistema

socioeconômico dominante hoje no espaço mundial. E o capitalismo, que tem

na indústria a sua atividade econômica de vanguarda, acarreta urbanização,

com grandes concentrações humanas em algumas cidades. A própria

aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois implica

numerosos problemas ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume

de esgotos, os congestionamentos de tráfego etc. Mas o importante realmente

é que o capitalismo é um sistema econômico voltado para a produção e

acumulação constante de riquezas. E tais riquezas nada mais são do que

mercadorias, isto é, bens e serviços produzidos - geralmente em grande escala

- para a troca, para o comércio. Praticamente tudo que existe, e tudo o que é

produzido, passa a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo.

Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: tudo tem

de ser útil economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O

importante nesse processo não é o que é bom ou justo e sim o que trará

maiores lucros a curto prazo. Assim derrubam-se matas sem se importar com

as consequências a longo prazo; acaba-se com as sociedades

preconceituosamente rotuladas de “primitivas”, porque elas são vistas como

empecilhos para essa forma de “progresso”, entendido como acumulação

constante de riquezas, que se concentram sempre nas mãos de alguns. A

partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a

natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio

ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O

homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la,

dando origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza modificada

ou produzida pelo homem - como meio urbano, por exemplo, com seus rios

canalizados, solos cobertos por asfalto, vegetação nativa completamente

devastada, assim como a fauna original da área, etc. - , que é muito diferente

da primeira natureza, a paisagem natural sem intervenção humana. Contudo,

esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz conseqüências

negativas para a qualidade da vida humana em seu ambiente. O homem,

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afinal, também é parte da natureza, depende dela para viver, e acaba sendo

prejudicado por muitas dessas transformações, que degradam sua qualidade

de vida.

3. A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

Desde os tempos mais remotos o homem costuma lançar seus detritos nos

cursos de água. Até a Revolução Industrial, porém, esse procedimento não

causava problemas, já que os rios, lagos e oceanos têm considerável poder de

autolimpeza, de purificação. Com a industrialização, a situação começou a

sofrer profundas alterações. O volume de detritos despejados nas águas

tornou-se cada vez maior, superando a capacidade de purificação dos rios e

oceanos, que é limitada. Além disso, passou a ser despejada na água uma

grande quantidade de elementos que não são biodegradáveis, ou seja, não são

decompostos pela natureza. Tais elementos - por exemplo, os plásticos, a

maioria dos detergentes e os pesticidas - vão se acumulando nos rios, lagos e

oceanos, diminuindo a capacidade de retenção de oxigênio das águas e,

consequentemente, prejudicando a vida aquática. A água empregada para

resfriar os equipamentos nas usinas termelétricas e atomelétricas e em alguns

tipos de indústrias também causa sérios problemas de poluição. Essa água,

que é lançada nos rios ainda quente, faz aumentar a temperatura da água do

rio e acaba provocando a eliminação de algumas espécies de peixes, a

proliferação excessiva de outras e, em alguns casos, a destruição de todas.

Um dos maiores poluentes dos oceanos é o petróleo. Com o intenso tráfego de

navios petroleiros, esse tipo de poluição alcança níveis elevadíssimos. Além

dos vazamentos causados por acidente, em que milhares de toneladas de óleo

são despejados na água, os navios soltam petróleo no mar rotineiramente, por

ocasião de lavagem de seus reservatórios. Esses resíduos de petróleo

lançados ao mar com a água da lavagem representam cerca de 0,4 a 0,5% da

carga total.

A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

A poluição atmosférica caracteriza-se basicamente pela presença de gases

tóxicos e partículas sólidas no ar. As principais causas desse fenômeno são a

eliminação de resíduos por certos tipos de indústrias (siderúrgicas,

petroquímicas, de cimento, etc.) e a queima de carvão e petróleo em usinas,

automóveis e sistemas de aquecimento doméstico. O ar poluído penetra nos

pulmões, ocasionando o aparecimento de várias doenças, em especial do

aparelho respiratório, como a bronquite crônica, a asma e até o câncer

pulmonar. Esses efeitos são reforçados ainda pelo consumo de cigarros. Nos

grandes centros urbanos, tornam-se frequentes os dias em que a poluição do

ar atinge níveis críticos, seja pela ausência de ventos, seja pelas inversões

térmicas, que são períodos nos quais cessam as correntes ascendentes do ar,

importantes para a limpeza dos poluentes acumulados nas camadas próximas

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à superfície. A maioria dos países capitalistas desenvolvidos já possui uma

rigorosa legislação antipoluição, que obriga certas fábricas a terem

equipamentos especiais (filtros, tratamento de resíduos etc.) ou a usarem

processos menos poluidores. Nesses países também é intenso o controle

sobre o aquecimento doméstico a carvão, o escapamento dos automóveis etc.

Tais procedimentos alcançam resultados consideráveis, embora não eliminem

completamente o problema da poluição do ar. Por exemplo, pesquisas

realizadas há alguns anos mostraram que chapas de ferro se corroem muito

mais rapidamente em São Paulo do que em Chicago, apesar de esta metrópole

norte-americana possuir maior quantidade de indústrias e automóveis em

circulação. Calcula-se que a poluição do ar tenha provocado um crescimento

de teor de gás carbônico na atmosfera, que teria sofrido um aumento de 14%

entre 1830 e 1930. Hoje em dia esse aumento é de aproximadamente 0,3% ao

ano. Os desmatamentos contribuem bastante para isso, pois a queima das

florestas produz grande quantidade de gás carbônico. Como o gás carbônico

tem a propriedade de absorver calor, pelo chamado “efeito estufa” , um

aumento da proporção desse gás na atmosfera pode ocasionar um

aquecimento da superfície terrestre. Efeito estufa: ação que certos gases

exercem sobre a radiações do calor da terra, interceptando-as e transmitindo-

as de volta a superfície. Baseados nesse fato, alguns cientistas estabeleceram

a seguinte hipótese: com a elevação da temperatura média na superfície

terrestre, que no início do século XXI será 2ºC mais alta do que hoje, o gelo

existente nas zonas polares (calotas polares) irá se derreter.

Consequentemente, o nível do mar subirá cerca de 60 m, inundando a maioria

das cidades litorâneas de todo o mundo. Alguns pesquisadores pensam

inclusive que esse processo já começou a ocorrer a partir do final da década de

80. Os verões da Europa e até da América têm sido a cada ano mais quente e

algumas medições constataram um aumento pequeno, de centímetros, do nível

médio do mar em algumas áreas litorâneas. Todavia, esse fato não é ainda

admitido por grande parte dos estudiosos do assunto. Outra importante

consequências da poluição atmosférica é o surgimento e a expansão de um

buraco na camada de ozônio, que se localiza na atmosfera - camada

atmosférica situada entre 20 e 80 Km de altitude. O ozônio é um gás que filtra

os raios ultravioleta do Sol. Se esses raios chegassem à superfície terrestre

com mais intensidade provocariam queimaduras na pele, que poderiam até

causar câncer, e destruiriam as folhas das árvores. O gás CFC -

clorofluorcarbono -, contido em sprays de desodorantes ou inseticidas, parece

ser o grande responsável pela destruição da camada de ozônio. Por sorte,

esses danos foram causados na parte da atmosfera situada acima da

Antártida. Nos últimos anos esse buraco na camada de ozônio tem se

expandido constantemente.

4. OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DOS GRANDES CENTROS

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De modo geral, os problemas ecológicos são mais intensos nas grandes

cidades que nas pequenas ou no meio rural. Além da poluição atmosférica, as

metrópoles apresentam outros problemas graves: Acúmulo de lixo e de

esgotos. Boa parte dos detritos pode ser recuperada para a produção de gás

(biogás) ou adubos, mas isso dificilmente acontece. Normalmente, esgotos e

resíduos de indústrias são despejados nos rios. Com frequência esses rios

“morrem” (isto é, ficam sem peixe) e tornam-se imundos e malcheirosos. Em

algumas cidades, amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que provoca a

multiplicação de ratos e insetos. Congestionamentos frequentes, especialmente

nas áreas em que os automóveis particulares são muito mais importantes que

os transportes coletivos muitos moradores da periferia das grandes cidades

dos países do Sul, em sua maioria de baixa renda, gastam três ou quatro horas

por dia só no caminho para o trabalho. Poluição sonora, provocada pelo

excesso de barulho (dos veículos automotivos, fábricas, obras nas ruas, grande

movimento de pessoas e propaganda comercial ruidosa). Isso pode ocasionar

neuroses na população, além de uma progressiva diminuição da capacidade

auditiva. Carência de áreas verdes (parques, reservas florestais, áreas de lazer

e recreação etc.). Em decorrência de falta de áreas verdes agrava-se a

poluição atmosférica, já que as plantas através da fotossíntese, contribuem

para a renovação do oxigênio no ar. Além disso tal carência limita as

oportunidades de lazer da população, o que faz com que muitas pessoas

acabem passando seu tempo livre na frente da televisão, ou assistindo a jogos

praticados por esportistas profissionais (ao invés de eles mesmos praticarem

esportes).

Poluição visual, ocasionada pelo grande número de cartazes publicitários,

pelos edifícios que escondem a paisagem natural etc. Na realidade, é nos

grandes centros urbanos que o espaço construído pelo homem, a segunda

natureza, alcança seu grau máximo. Quase tudo aí é artificial; e, quando é algo

natural, sempre acaba apresentando variações, modificações provocadas pela

ação humana. O próprio clima das metrópoles - o chamado clima urbano -

constitui um exemplo disso. Nas grandes aglomerações urbanas normalmente

faz mais calor e chove um pouco mais que nas áreas rurais vizinhas; além

disso, nessas áreas são também mais comuns as enchentes após algumas

chuvas.

As elevações nos índices térmicos do ar são fáceis de entender: o asfaltamento

das ruas e avenidas, as imensas massas de concreto, a carência de áreas

verdes, a presença de grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera

(que provoca o efeito estufa), o grande consumo de energia devido à queima

de gasolina, óleo diesel querosene, carvão, etc., nas fábricas, residências e

veículos são responsáveis pelo aumento de temperatura do ar. Já o aumento

dos índices de pluviosidade se deve principalmente à grande quantidade de

micropartículas (poeira, fuligem) no ar, que desempenham um papel de

núcleos higroscópicos que facilitam a condensação do vapor de água da

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atmosfera. E as enchentes decorrem da dificuldade da água das chuvas de se

infiltrar no subsolo, pois há muito asfalto e obras, o que compacta o solo e

aumenta sua impermeabilização. Todos esses fatores que provocam um

aumento das médias térmicas nas metrópoles somados aos edifícios que

barram ou dificultam a penetração dos ventos e à canalização das águas - fato

que diminui o resfriamento provocado pela evaporação - conduzem à formação

de uma ilha de calor nos grandes centros urbanos. De fato, uma grande cidade

funciona quase como uma “ilha” térmica em relação às suas vizinhanças, onde

as temperaturas são normalmente menores. Essa “ilha de calor” atinge o seu

pico, o seu grau máximo, no centro da cidade. A grande concentração de

poluentes na atmosfera provoca também uma diminuição da irradiação solar

que chega até a superfície. Esse fato, juntamente com a fraca intensidade dos

ventos em certos períodos, dá origem às inversões térmicas.O fenômeno da

inversão térmica - comum, por exemplo, em São Paulo, sobretudo no inverno -

consiste no seguinte: o ar situado próximo à superfície, que em condições

normais é mais quente que o ar situado bem acima da superfície, torna-se mais

frio que o das camadas atmosféricas elevadas. Como o ar frio é mais pesado

que o ar quente, ele impede que o ar quente, localizado acima dele, desça.

Assim, não se formam correntes de ar ascendentes na atmosfera. Os resíduos

poluidores vão então se concentrando próximo da superfície, agravando os

efeitos da poluição, tal como irritação nos olhos, nariz e garganta dos

moradores desse local. As inversões térmicas são também provocadas pela

penetração de uma frente fria, que sempre vem por baixo da frente quente. A

frente pode ficar algum tempo estagnada no local, num equilíbrio momentâneo

que pode durar horas ou até dias.

ÁGUA: UMA ESCASSEZ ANUNCIADA

O volume de água na Terra está estimado em 1 trilhão e 386 bilhões de

quilômetros cúbicos (Km3), sendo a maior parte - 97,2% desse total - formada

pela água salgada dos mares e oceanos. Algo como 1,8% da água total está

estocada sob a forma de neve ou gelo, no topo das grandes cadeias de

montanhas ou nas zonas polares. Outra porção é a água subterrânea, que

abrange cerca de 0,9% desse total, restando então a água atmosférica

(0,001%) e os rios e lagos de água doce, que ficam com somente 0,0092%

dessa água do nosso planeta.

A cada ano, a energia do Sol faz com que um volume de aproximadamente

500.000 Km3 de água se evapore, especialmente dos oceanos, embora

também de águas e rios. Essa água retorna para os continentes e ilhas, ou

para os oceanos, sob a forma de precipitações: chuva ou neve. Os continentes

e ilhas têm um saldo positivo nesse processo. Estima-se que eles “retirem” dos

oceanos perto de 40.000 Km3 por ano. É esse saldo que alimenta as

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nascentes dos rios, recarrega os depósitos subterrâneos, e depois retorna aos

oceanos pelo deságue dos rios. No entanto, o ritmo acelerado de

desmatamentos das últimas décadas, e o crescimento urbano e industrial, que

necessita sempre de mais água, vem alterando esse ciclo hidrológico. Estudos

da ONU mostraram que o desmatamento e o pastoreio excessivo diminuem a

capacidade do solo em atuar como uma grande esponja, absorvendo águas

das chuvas e liberando seus conteúdos lentamente. Na ausência de coberturas

vegetais, e com solos compactados, a tendência das chuvas é escorrer pela

superfície e escoar rapidamente pelos cursos de água, o que traz como

consequências as inundações, aceleração no processo de erosão e diminuição

das estabilidade dos cursos de água, que ficam diminuídos fora do período de

cheias, comprometendo assim a agricultura e a pesca. Não faltam sinal de

escassez de água doce. O nível dos lençóis freáticos baixa constantemente,

muitos lagos encolhem e pântanos secam. Na agricultura, na indústria e na

vida doméstica, as necessidades de água não param de aumentar,

paralelamente ao crescimento demográfico e ao aumento nos padrões de vida,

que multiplicam o uso da água. Nos anos 50, por exemplo, a demanda de água

por pessoa era de 400 m3 por ano, em média no planeta, ao passo que hoje

essa demanda já é de 800 m3 por indivíduo. Em países cada vez mais

populosos, ou com carência em recursos hídricos, já se atingiu o limite de

utilização de água. Constatou-se que atualmente 26 países, a maioria situada

no continente africano, totalizando 235 milhões de pessoas, sofrem de

escassez de água. As outras regiões do mundo também não são poupadas.

Sintomas de crises já se manifestam em países que dispõem de boas reservas.

Nos locais onde o nível de bombeamento (extração) das águas subterrâneas é

mais intenso que sua renovação natural, se constata um rebaixamento do nível

de lençóis freáticos, que, por esse motivo, exigem maiores investimentos para

serem explorados e ao mesmo tempo vão se tornando mais salinos.

CRISE AMBIENTAL E CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Desde a década de 70 a humanidade vem tomando consciência de que existe

uma crise ambiental planetária. Não se trata apenas de poluição de áreas

isoladas, mas de uma real ameaça à sobrevivência dos seres humanos, talvez

até de toda a biosfera. O notável acúmulo de armamentos nucleares nas

décadas de 50, 60 e 70 ocasionou um sério risco de extermínio, algo que

nunca tinha sido possível anteriormente. A multiplicação de usinas nucleares

levanta o problema do escape de radiatividade para o meio ambiente e coloca

a questão do que fazer com o perigoso lixo atômico. O acúmulo de gás

carbônico também na atmosfera representa um risco de catástrofe, pois

ocasiona o crescimento do efeito estufa, que eleva as médias térmicas da

maior parte dos climas do planeta. Muitos outros problemas ambientais podem

ser lembrados. Um deles é a contaminação de alimentos por produtos químicos

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nocivos à saúde humana, como agrotóxicos, adubos químicos, hormônios e

medicamentos aplicados comumente ao gado para que ele cresça mais

rapidamente ou não contraia doenças. Podemos acrescentar ainda a crescente

poluição dos oceanos e mares, o avanço da desertificação, o desmatamento

acelerado das últimas grandes reservas florestais originais do planeta

(Amazônia, bacia do rio Congo e Taiga), a extinção irreversível de milhares ou

até milhões de espécies vegetais e animais etc. Podemos falar numa

consciência ecológica da humanidade em geral, embora com diferente ritmos -

mais avançada no Norte e mais tardia nos países subdesenvolvidos - , que se

iniciou por volta da década de 70 e cresce a cada ano. Trata-se da consciência

de estarmos todos numa mesma “nave espacial”, o planeta Terra, o único que

conhecemos que possibilitou a existência de uma biosfera. Trata-se ainda da

consciência de que é imperativo para a própria sobrevivência da humanidade

modificar o nosso relacionamento com a natureza. A natureza deixa aos

poucos de ser vista como mero recurso inerte e passa a ser encarada como um

conjunto vivo do qual fazemos parte e com o qual temos que procurar viver em

harmonia.

UM PROBLEMA MUNDIAL

Um fato que ficou claro desde os anos 70 é que o problema ambiental, embora

possa apresentar diferenças nacionais e regionais, é antes de mais nada

planetário, global. A longo prazo, de nada adianta, por exemplo, transferir

indústrias poluidoras de uma área (ou país) para outra, pois do ponto de vista

da biosfera nada se altera. Não podemos esquecer que a atmosfera é uma só,

que as águas se interligam (o ciclo hidrológico), que os ventos e os climas são

planetários. Vamos imaginar que estamos numa enorme casa, com todas a

janelas e portas fechadas, e há uma fogueira num quarto nobre envenenando o

ar. Alguém propõe então transferir a fogueira para outro quarto, considerado

menos nobre. Isso elimina o problema de ar contaminado? Claro que não. No

máximo pode dar a impressão de que por algum tempo melhorou a situação

dos que ocupam o quarto nobre. Todavia, depois de um certo período (horas

ou dias), fica evidente que o ar da casa é um só e que a poluição num

compartimento propaga-se para todo o conjunto. A biosfera, onde se inclui o ar

que respiramos, as águas e todos os ecossistemas, é uma só apesar de muito

maior que essa casa hipotética. O ar, embora exista em grande quantidade, na

realidade é limitado e interligado em todas as áreas. Poderíamos abrir portas e

janelas daquela casa, mas isso não é possível para a biosfera, para o ar ou as

águas do nosso planeta.

Outro aspecto do caráter mundial que a crise ambiental possui é que

praticamente tudo o que ocorre nos demais países acaba nos afetando. Até

algumas décadas atrás era comum a opinião de que ninguém tem nada a ver

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com os outros, cada país pode fazer o que bem entender com o seu território e

com as suas paisagens naturais. Hoje isso começa a mudar. Vai ficando claro

que explosões atômicas russas ou norte-americanas, mesmo realizadas no

subsolo ou em áreas desérticas desses países, acabam mais cedo ou mais

tarde nos contaminando pela propagação da radiação.Também a poluição dos

mares e oceanos (e até dos rios, que afinal desembocam no mar), mesmo

realizada na litoral de algum país, acaba se propagando, atingindo com o

tempo outros países. As enormes queimadas de florestas na África ou na

América do Sul não dizem respeito unicamente aos países que as praticam;

elas fazem diminuir a massa vegetal sobre o planeta ( e as plantas, pela

fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio do ar) e, o que é mais

importante, liberam enormes quantidades de gás carbônico na atmosfera, fato

que acaba por atingir a todos os seres humanos. Inúmeros outros exemplos

poderiam ser mencionados. Todos eles levam à conclusão de que a questão

do meio ambiente é mundial e é necessário criar formas de proteção da

natureza que sejam planetárias, que não fiquem dependentes somente de

interesses locais - e as vezes mesquinhos - dos governos nacionais.

POLÍTICA E MEIO AMBIENTE

A crise ambiental vem suscitando mudanças na política. Não apenas as

preocupações ecológicas cresceram enormemente nos debates e nos

programas de políticos e de partidos, como também novas propostas surgiram.

Até mais ou menos a década de 60 era o raro partido político, em qualquer

parte do mundo, que tivesse alguma preocupação com a natureza. Hoje esse

tema ganha um certo destaque nos programas, nas promessas eleitorais, nos

discursos e algumas vezes até na ação dos diversos partidos, em muitas

partes do mundo. Multiplicaram-se os ecologistas, as organizações e os

movimentos ecológicos, assim como os partidos denominados verdes que

defendem uma política voltada basicamente para uma nova relação entre a

sociedade e a natureza. Como infelizmente é comum em nossa época

mercantilizada, também no movimento “verde” há muito oportunismo: às vezes

a defesa do meio ambiente resulta em promoção pessoal e mesmo em altos

ganhos. Ë o caso das empresas que visam apenas ao lucro com a venda de

produtos ditos naturais. Podemos lembrar ainda os constantes shows musicais

cuja renda se destinaria aos indígenas ou aos seringueiros da Amazônia - que

em geral até hoje nunca viram um centavo desses milhões de dólares. Apesar

de tudo isso, não se pode ignorar a renovação que a problemática ambiental

ocasionou nas ideias políticas. Até alguns anos atrás falava-se em progresso

ou desenvolvimento e aparentemente todo mundo entendia e concordava.

O que provocava maiores polêmicas eram os meios para chegar a isso: para

alguns o caminho era o capitalismo, para outros o socialismo; certas pessoas

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diziam que um governo democrático era melhor para se alcançar o progresso,

outras afirmavam que só um regime forte e autoritário poderia colocar ordem

na sociedade e promover o desenvolvimento. Mas o objetivo era basicamente o

mesmo: o crescimento acelerado da economia, a construção de um número

cada vez maior de estradas, hospitais, edifícios, aeroportos e escolas, a

fabricação de mais e mais automóveis, a extensão sem fim dos campos de

cultivo. A natureza não estava em questão. O único problema de fato era a

quem esse desenvolvimento beneficiário: à maioria ou a minoria da população.

Usando uma imagem, podemos dizer que o progresso era um trem no qual

toda a humanidade viajava, embora alguns estivessem na frente e outros atrás,

alguns comodamente sentados e outros de pé. Para os chamados

conservadores (isto é, a “direita”), isso era natural e inevitável: sempre

existiriam os privilegiados e os desfavorecidos. Para os denominados

progressistas ( ou seja, a “esquerda”), essa situação era intolerável e tornava

necessário fazer uma reformulação para igualar a todos. Mas todas as pessoas

concordavam com a idéia de que o trem deveria continuar no seu caminho, no

rumo do “progresso”; havia até discussões sobre a melhor forma de fazer esse

trem andar mais rapidamente. A grande novidade da crise ambiental é que ela

suscitou a seguinte pergunta: Para onde o trem está indo? E a resposta parece

ser: Para um abismo, para uma catástrofe. De fato, ao enaltecer o progresso

durante séculos, imaginava-se que a natureza fosse infinita: poderíamos

continuar usando petróleo, ferro, manganês, carvão, água, urânio etc. à

vontade, sem problemas. Sempre haveria um novo espaço a ser ocupado, um

novo recurso a ser descoberto e explorado. A natureza, vista como um mero

recurso para a economia, era identificada com o universo, tido como infinito.

Mas hoje sabemos que a natureza que permite a existência da vida e fornece

os bens que utilizamos - a natureza para os homens, afinal - ocorre somente no

planeta Terra, na superfície terrestre. E ela não é infinita; ao contrário, possui

limites que, apesar de amplos, já começam a ser atingidos pela ação humana.

Não há espaço, atmosfera, água, ferro, petróleo, cobre, etc. para um progresso

ilimitado ou infinito. É necessário portanto repensar o modo de vida, o

consumo, a produção voltada unicamente para o lucro e sem nenhuma

preocupação com o futuro da biosfera. Essa é a grande mensagem que o

movimento ecológico trouxe para a vida política.

A QUESTÃO AMBIENTAL DA NOVA ORDEM MUNDIAL

Durante a ordem mundial bipolar a questão ambiental era considerada

secundária. Somente os movimentos ecológicos e alguns cientistas alertavam

a humanidade sobre os riscos de catástrofes ambientais. Mas a grande

preocupação dos governos - e em especial das grandes potências mundiais -

era com a guerra fria, com a oposição entre o capitalismo e o socialismo. O

único grande risco que parecia existir era o da Terceira Guerra Mundial, uma

guerra atômica entre as superpotências de então. Mas o final da bipolaridade e

da guerra fria veio alterar esse quadro. Nos anos 90 a questão do meio

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ambiente torna-se essencial nas discussões internacionais, nas preocupações

dos Estados - e principalmente dos grandes centros mundiais de poder -

quanto ao futuro. Já antes do final dos anos 80 percebia-se que os problemas

ecológicos começavam a preocupar as autoridades soviéticas, norte-

americanas e outras, mas sem ganharem muito destaque, Houve em 1972, na

Suécia, a Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, promovida

pela ONU e com a participação de dezenas de Estados. Naquele momento, a

questão ambiental começava a se tornar um problema oficial e internacional.

Mas foi a Segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, a ECO-92 ou

RIO-92, realizada no Brasil vinte anos depois da primeira, que contou com

maior número de participantes (quase cem Estados-nações) e os governos

enviaram não mais técnicos sem poder de decisão, como anteriormente, e sim

políticos e cientistas de alta expressão em seus países. Isso porque essa

segunda conferência foi realizada depois do final da guerra fria e o

desaparecimento da “ameaça comunista” veio colocar a questão ambiental

como um dos mais importantes riscos à estabilidade mundial na nova ordem.

Além disso, os governos perceberam que as ameaças de catástrofes

ecológicas são sérias e precisam ser enfrentadas, e que preservar um meio

ambiente sadio é condição indispensável para garantir um futuro tranqüilo para

as novas gerações. Mas a problemática ambiental suscita várias controvérsias

e oposições. Os países ricos voltam suas atenções para queimadas e os

desmatamentos nas florestas tropicais, particularmente na floresta Amazônica,

a maior de todas. Já os países pobres, e em particular os que têm grandes

reservas florestais, acham natural gastar seus recursos com o objetivo de se

desenvolverem. “Se os países desenvolvidos depredaram suas matas no

século passado, por que nós não podemos fazer o mesmo agora?”,

argumentam. Alguns chegam até afirmar que essa preocupação com a

destruição das florestas tropicais ou com outras formas de poluição nos países

subdesenvolvidos ( dos rios, dos grandes centros urbanos, perda de solos

agrícolas por uso inadequado, avanço da desertificação, etc.) nada mais seria

que uma tentativa do Norte de impedir o desenvolvimento do Sul; a poluição e

a destruição das florestas, nessa interpretação, seriam fatos absolutamente

naturais e até necessários para se combater a pobreza. Outros ainda -

inclusive países ricos, como o Japão, a Suécia ou a Noruega - argumentam

que é uma incoerência os Estados Unidos pretenderem liderar a cruzada

mundial contra a poluição quando são justamente eles, os norte-americanos,

que mais utilizam os recursos naturais do planeta.Todos esses pontos de vista

têm uma certeza razão, e todos eles são igualmente limitados ou parciais. Os

atuais países desenvolvidos, de fato, em sua maioria depredaram suas

paisagens naturais no século passado ou na primeira metade deste, e isso foi

essencial para o tipo de desenvolvimento que adotaram: o da Primeira ou da

Segunda Revolução Industrial, das indústrias automobilísticas e petroquímicas.

Parece lógico então acusar de farsante um país rico preocupado com a

poluição atual nos países subdesenvolvidos. Mas existe um complicador aí: é

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que até há pouco tempo, até por volta dos anos 70, a humanidade não sabia

que a biosfera podia ser irremediavelmente afetada pelas ações humanas e

existiam muito mais florestas ou paisagens nativas no século passado do que

hoje.

Nas últimas décadas parece que o mundo ficou menor e a população mundial

cresceu de forma vertiginosa, advindo daí um maior desgaste nos recursos

naturais e, ao mesmo tempo, uma consciência de que a natureza não é infinita

ou ilimitada. Assim, o grande problema que se coloca nos dias atuais é o de se

pensar num novo tipo de desenvolvimento, diferente daquela que ocorreu até

os anos 80, que foi baseado numa intensa utilização - e até desperdício - de

recursos naturais não renováveis. E esse problema não é meramente nacional

ou local e sim mundial ou planetário. A humanidade vai percebendo que é uma

só e que mais cedo ou mais tarde terá que estabelecer regras civilizadas de

convivência - pois o que prevaleceu até agora foi a “lei da selva” ou a do mais

forte - , inclusive com uma espécie de “Constituição” ou carta de gestão do

planeta , o nosso espaço de vivência em comum. É apenas uma questão de

tempo para se chegar a isso, o que provavelmente ocorrerá no século XXI.

A BIODIVERSIDADE

Um elemento que ganha crescente destaque dentro da questão ambiental é a

biodiversidade, ou diversidade biológica ( de espécies animais e vegetais, de

fungos e microrganismos). Preservar a biodiversidade é condição básica para

manter um meio ambiente sadio no planeta: todos os seres vivos são

interdependentes, participam de cadeias alimentares ou reprodutivas, e

sabidamente os ecossistemas mais complexos, com maior diversidade de

espécies, são aqueles mais duráveis e com maior capacidade de adaptação às

mudanças ambientais. Além disso, a biodiversidade é fundamental para a

biotecnologia que, como já vimos, é uma das indústrias mais promissoras na

Terceira Revolução Industrial que se desenvolve atualmente. A humanidade já

catalogou e definiu quase 1,5 bilhão de organismos, mas isso é muito pouco:

calcula-se que o número total deles na Terra chegue a no mínimo 10 bilhões e

talvez até a 100 bilhões! E a cada ano milhares de espécies são exterminadas

para sempre, numa proporção que pode atingir 30% das espécies totais dentro

de três décadas, se o atual ritmo de queimada e desmatamentos nas florestas

tropicais ( as mais ricas em biodiversidade), de poluição nas águas, etc.

continuar acelerado. Isso é catastrófico, pois essas espécies foram o resultado

de milhões de anos de evolução no planeta, e com essa perda a biosfera vai

ficando mais empobrecida em diversidade biológica, o que e perigoso para o

sistema de vida como um todo. Não podemos esquecer a importância

econômica e até medicinal de cada espécie. Por exemplo: as flores que

cultivamos em jardins e os frutos e hortaliças que comemos são todos

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derivados de espécies selvagens. O processo de criar novas variedades, com

cruzamentos ou com manipulação genética, produz plantas híbridas mais

frágeis que as nativas, mais suscetíveis a doenças ou ao ataque de

predadores, que necessitam portanto de mais proteção para sobreviverem e,

de tempos em tempos, precisam de um novo material genético para serem

corrigidas e continuarem produzindo colheitas. Por isso, precisamos ter a maior

diversidade possível, principalmente das plantas selvagens ou nativas, pois são

elas que irão fornecer esse novo material genético.

Os organismos constituem a fonte original dos princípios ativos* dos remédios,

mesmo que estes posteriormente sejam produzidos artificialmente em

laboratórios. Os antibióticos, por exemplo, foram descobertos a partir do bolor (

fungos que vivem em matéria orgânica por eles decomposta); e a aspirina veio

originalmente do chá de uma casca de árvore da Inglaterra. É por isso que há

tanto interesse atualmente em pesquisas de florestas tropicais ou dos oceanos,

em mapeamento genético de organismos. A grande esperança de um novo tipo

de desenvolvimento, menos poluidor que o atual, está principalmente na

biotecnologia: produzir fontes de energia ou plásticas a partir de bactérias,

alimentos em massa a partir de algas marinhas, remédios eficazes contra

doenças que matam milhões a cada ano originados de novos princípios ativos

de microrganismos ou plantas, etc. A biodiversidade, assim, é também uma

fonte potencial de imensas riquezas e o grande problema que se coloca é

saber quem vai lucrar com isso: se os países ricos, que detêm a tecnologia

essencial para descobrir novos princípios ativos e fabricá-los , ou se os países

detentores das grandes reservas de biodiversidade, das florestas tropicais em

especial. O mais provável é um acordo para compartilhar por igual as

descobertas e os lucros, mas ainda estamos longe disso. Os países

desenvolvidos, como sempre, têm um trunfo na mão, a tecnologia; mas alguns

países subdesenvolvidos, os que têm grandes reservas de biodiversidade, têm

agora outro trunfo, uma nova forma de matéria-prima que não está em

processo de desvalorização, como as demais ( os minérios e os produtos

agrícolas).

OS MOVIMENTOS ECOLÓGICOS

Nos países desenvolvidos, que se constituem como “sociedade de consumo”, a

poluição tende a alcançar graus elevados. A publicidade intensa voltada para

os lucros das empresas, convida as pessoas a consumirem cada vez mais. As

embalagens de plástico, lata ou papel tornam-se mais importantes que o

próprio produto. A moda se altera rapidamente para que novos produtos

possam ser fabricados e lançados no mercado. A cada ano que passa as

mercadorias são feitas para durarem cada vez menos, para não diminuir nunca

o ritmo de crescimento: um automóvel hoje é fabricado para durar no máximo

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quinze anos; as habitações construídas atualmente têm duração muito menor

que as do passado e o mesmo se pode dizer das roupas, além de vários outros

produtos. Mas é justamente nesses países desenvolvidos que os movimentos

ecológicos, as reivindicações populares por um ambiente melhor estão mais

avançados. Isso porque a tradição democrática nessas nações é mais antiga e

mais forte. Uma das principais formas de se avançar com a democracia, hoje,

consiste em lutar por uma melhor qualidade de vida, o que já vem ocorrendo

com as associações de consumidores, que lutam por seus direitos, com as

organizações de moradores, que reivindicam certas melhorias em seus bairros

ou lutam contra a instalação de alguma indústria poluidora, etc.

Além disso, os cidadãos de certos países exigindo - e, em boa parte,

conseguindo - a aprovação de leis que combatam a poluição e facilitem os

processos judiciais contra empresas que poluem o ambiente. Tudo isso leva os

governos desses países desenvolvidos - que, normalmente, têm uma certa

preocupação com eleições e votos - a se voltarem para a questão do meio

ambiente, com planos de reurbanização de certas cidades, com a

intensificação da fiscalização sobre as empresas poluidoras e com alguns

tímidos projetos de reflorestamento ou preservação das poucas matas originais

que restam.

A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

1. RECURSOS NATURAIS E CONSERVACIONISMO

Constituem recursos naturais todos os bens da natureza que o homem utiliza,

como o ar, a água e o solo. Costuma-se classificar os recursos naturais em

dois tipos principais: renováveis e não renováveis. Os recursos naturais

renováveis são aqueles que, uma vez utilizados pelo homem, podem ser

repostos. Por exemplo: a vegetação (com o reflorestamento), as águas em

geral (com excesso dos lençóis fósseis ou artesianos), o ar e o solo (que pode

ser recuperado através do pousio, da proteção contra erosão, da adubação

correta, da irrigação etc.) Os recursos naturais não renováveis são aqueles

que se esgotam, ou seja, que não podem ser repostos. Exemplos: o petróleo, o

carvão, o ferro, o manganês, o urânio, a bauxita (minério de alumínio), o

estanho, etc. Uma vez utilizado o petróleo, por exemplo, através da produção -

e da queima - da gasolina, do óleo diesel, do querosene etc., é evidente que

não será possível repor ou reciclar os restos. Essa separação entre recursos

renováveis e não renováveis é apenas relativa. O fato de um recurso ser

renovável, ou reciclável, não significa que ele não possa ser depredado ou

inutilizado: se houver mau uso ou descuido com a conservação, o recurso

poderá se perder. Por exemplo, degradação ou destruição irreversível de solos,

desaparecimento de uma vegetação rica e complexa, que e substituída por

outra pobre e simples, etc. E mesmo o ar e a água, que são extremamente

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abundantes, existem em quantidades limitadas no planeta: a capacidade deles

de suportar ou absorver poluição, sem afetar a existência da vida,

evidentemente não é infinita. Dessa forma, mesmo os recursos ditos

renováveis só podem ser utilizados a longo prazo por meio de métodos

racionais, com uma preocupação conservacionista, isto é, que evite os

desperdícios e os abusos. Conservacionismo ou conservação dos recursos

naturais é o nome que se dá à moderna preocupação em utilizar

adequadamente os aspectos da natureza que o homem transforma ou

consome. Conservar, nessa caso, não significa guardar e sim utilizar

racionalmente. A natureza deve ser consumida ou utilizada para atender às

necessidades do presente dos seres humanos, mas levando em conta o futuro,

as novas gerações que ainda não nasceram, mas para as quais temos a

obrigação de deixar um maio ambiente sadio.Foi somente a partir da

degradação do meio ambiente pelo homem - e da extinção de inúmeras

espécies animais e vegetais - que surgiu essa preocupação conservacionista.

O intenso uso da natureza pela sociedade moderna colocou, especialmente no

nosso século, uma série de interrogações quanto ao futuro do meio ambiente:

Quando se esgotarão alguns recursos básicos, como o petróleo ou o carvão?

Como evitar a destruição das reservas florestais que ainda restam em nosso

planeta e ao mesmo tempo garantir alimentos e recursos para crescente

população mundial? O que fazer para que não ocorra a extinção total de certas

espécies ameaçadas, como as baleias? Como os países subdesenvolvidos

poderão resolver seus problemas de pobreza, fome e subnutrição sem

depredar a natureza? O conservacionismo procura responder a essas e outras

questões semelhantes conciliando o desenvolvimento econômico com a defesa

do meio ambiente, por meio da utilização adequado dos bens fornecidos pela

natureza.

2. O PATRIMÔNIO CULTURAL - ECOLÓGICO

Somente a utilização racional dos recursos naturais não basta. O

conservacionismo é uma atitude necessária, mas insuficiente. Além do uso

racional da natureza, isto é, pelo maior tempo possível e beneficiando o maior

números de pessoas, é necessário também preservá-la, resguardá-la tal como

ela ainda existe em certas áreas. Daí ter surgido a idéia de patrimônio cultural e

ecológico da humanidade. Trata-se de paisagens culturais ou obras de cultura

que possui um valor inestimável; por exemplo, um rico ecossistema, uma

cidade ou um monumento que retratem ou simbolizem uma época ou uma

civilização. São exemplos de patrimônio ecológico: o Pantanal Mato-Grossense

(que possui a fauna mais rica e variada do continente americano), a Amazônia,

a floresta do Congo na África, a Antártida. Como patrimônios culturais podemos

citar a Grande Muralha da China, as pirâmides do Egito as cidades de Meca e

Jerusalém. Por que surgiu a necessidade de preservar ou resguardar certas

áreas ou obras, tanto culturais como naturais? E por que se fala em patrimônio

cultural-ecológico?

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Coma industrialização e a chamada vida moderna, tudo se transforma, tudo é

constantemente modificado em nome do “progresso”. As memórias do passado

e a diversidade criada pela natureza são destruídas a cada dia. Não se respeita

nem a História - as tradições e obras das gerações anteriores - nem a natureza

(os ecossistemas em diversidade). Para que as futuras gerações tenham uma

idéia da riqueza do que foi produzido no planeta, para que sobrevivam

amostras de todos os valores produzidos pela natureza ou pela História, é

necessário definir esses patrimônios, que são áreas consideras intocadas,

protegidas, resguardadas contra a ambição do lucro do comércio. O

estabelecimento de áreas tombadas ou protegidas pelo poder público um

avanço na defesa da natureza e das obras artísticas, arquitetônicas ou

urbanísticas importantes do passado. Sem essa proteção, tais obras estariam

condenadas à destruição para dar lucro a alguns.

CARTOGRAFIA.

: A linguagem cartográfica tem um papel importante no processo de

aprendizagem em Geografia, no sentido de contribuir para o desenvolvimento

de habilidades necessárias para o entendimento das interações, dinâmicas,

relações e dos fenômenos geográficos em diferentes escalas e para a

formação da cidadania e da criticidade e autonomia do estudante. Essa

atividade tem como objetivo a construção do conhecimento espacial, local e as

transformações ocorridas no meio urbano e rural com a ação humana.

Formas de representação e pensamento espacial

Relações entre os componentes físico-naturais.

Temas para estudo:

"Mapas e imagens de satélite; Representação das cidades e do espaço urbano

Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras"

*

Expectativas de aprendizagem visam buscar a conscientização do estudante

para perceber-se membro de uma sociedade dinâmica e em constante

transformação e que ele faz parte desse processo de mudança.

Os objetivos que o aluno(a) deve alcançar está relacionado com a sua

percepção de mundo a partir do seu entorno, como rua, avenida, trajeto até o

mercado, caminho para escola e as observações e a maneira como ele age no

seu cotidiano e sua responsabilidade consigo mesmo e com os outros.

OBJETO DO CONHECIMENTO: "Mapas e imagens de satélite; Representação

das cidades e do espaço urbano

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Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras".

Identidade Sociocultural

"(EF06GE25*) Analisar os tipos de produtos do Sensoriamento Remoto,

Sistemas de Informações Geográficas (SIG), Sistema de Posicionamento

Global (GPS) e Cartografia Digital e relacionar com a produção de imagens de

satélite e mapas digitais entre outros.

"(EF06GE22*). Distinguir os elementos do mapa, tais como título, legenda,

escala, orientação, projeção, sistema de coordenadas, fontes de informação

entre outros em diferentes representações cartográficas.

"(EF06GE24*). Aplicar técnicas de representação utilizadas na cartografia

temática, em especial a diferença entre mapas de base e mapas temáticos.

MAPAS. O que são? Para que servem?

Os mapas são instrumentos de comunicação, servem para representar

graficamente uma dada área do espaço terrestre. Os mapas e cartogramas não

objetivam representar todas as informações presentes na superfície, mas

apenas aquilo que o autor deseja demonstrar.

os mapas podem ser divididos em vários tipos e a sua classificação varia de

acordo com o tema tratado. Por esse motivo, dá-se o nome de mapas

temáticos:

Os cartógrafos, que são profissionais responsáveis por elaborar mapas,

desenvolveram uma série de códigos ou convenções aceitas

internacionalmente, como forma de padronizar a utilização desses recursos em

todo o mundo, facilitando assim o trabalho:

Também foram criados os símbolos (figuras, desenhos, cores, linhas ou

hachuras) que são extremamente importantes na interpretação de mapas, a

partir dos quais torna-se possível reproduzir as características da área de

estudo desejada, esses símbolos são chamados de legenda.

O interesse e a necessidade de compreender o mundo e suas riquezas

motivaram o homem a criar formas de representar os principais aspectos gerais

dos mais diferentes tipos de paisagens e lugares seja natural ou construído.

A partir dessa necessidade teve início o processo de registros em forma de

desenhos e escritos gráficos, em um primeiro momento os dados eram

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inseridos em objetos simples como madeira, cerâmica, pergaminho e

posteriormente o papel.

Com essa prática surgiu a cartografia que corresponde a um ramo da geografia que tem como objetivo reunir um conjunto de técnicas, métodos e arte de

Atividade 2 MAPAS. O que são??. Para que servem??? Os mapas são instrumentos de comunicação, servem para representar graficamente uma dada área do espaço terrestre. Os mapas e cartogramas não objetivam representar todas as informações presentes na superfície, mas apenas aquilo que o autor deseja demonstrar. os mapas podem ser divididos em vários tipos e a sua classificação varia de acordo com o tema tratado. Por esse motivo, dá-se o nome de mapas temáticos: Os cartógrafos, que são profissionais responsáveis por elaborar mapas, desenvolveram uma série de códigos ou convenções aceitas internacionalmente, como forma de padronizar a utilização desses recursos em todo o mundo, facilitando assim o trabalho: Também foram criados os símbolos (figuras, desenhos, cores, linhas ou hachuras) que são extremamente importantes na interpretação de mapas, a partir dos quais torna-se possível reproduzir as características da área de estudo desejada, esses símbolos são chamados de legenda. O interesse e a necessidade de compreender o mundo e suas riquezas motivaram o homem a criar formas de representar os principais aspectos gerais dos mais diferentes tipos de paisagens e lugares seja natural ou construído. A partir dessa necessidade teve início o processo de registros em forma de desenhos e escritos gráficos, em um primeiro momento os dados eram inseridos em objetos simples como madeira, cerâmica, pergaminho e posteriormente o papel. Com essa prática surgiu a cartografia que corresponde a um ramo da geografia que tem como objetivo reunir um conjunto de técnicas, métodos e arte destinados à elaboração de mapas. Os mapas correspondem a uma representação gráfica de um espaço real, em uma superfície plana, como um papel. Em um mapa é possível representar diferentes lugares do planeta, partindo do particular como um bairro, cidade ou estado e geral como um país, continente ou o mapa mundi. Os mapas são temáticos e são elaborados de acordo com a abordagem do estudo, dentre os vários tipos existentes os principais são Mapa Político (no caso de estado apresenta o nome do mesmo e sua capital), Mapa Físico (realiza o mapeamento dos recursos naturais como vegetação, hidrografia e relevo) e Mapa Histórico (mapeamento de acontecimentos históricos como o Tratado de Tordesilhas).

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A partir da visualização de um mapa é possível realizar uma análise de regiões de nosso convívio ou lugares muito distantes, mas que apesar disso podemos conhecer outras realidades em distintos temas como população, clima, economia entre outras. O nível de eficiência do trabalho cartográfico é proveniente de todas as evoluções tecnológicas ao qual a sociedade vem atravessando, principalmente nos últimos dez anos. A precisão dos mapas atuais é provocada pela quantidade de tecnologia utilizada para coleta de dados, no qual são adquiridas através de fotografias aéreas, imagens de satélites e radares, além de informações oriundas de pesquisa de campo que produz um trabalho com maior riqueza de detalhes. As fotografias aéreas correspondem a um recurso usado para coleta de dados de uma determinada área que se pretende mapear, assim para conceber tais informações são acopladas câmeras especiais a bordo de aviões que fotografam os aspectos da área em questão. A fotografia aérea já se tornou um processo antigo comparado as imagens de satélites, no entanto, configuram como um importante instrumento no processo de criação de mapas, pois possibilita a retirada de dados precisos e com grandeza de detalhes. Em 1903 foi realizada uma das primeiras fotografias aéreas, quem promoveu esse feito foi o fotografo alemão Julius Neubronner quando fixou pequenas máquinas fotográficas em pombos. As imagens de satélites são obtidas a partir de satélites que giram em torno da Terra, os sensores fixados nesses retêm energia emitida pela superfície terrestre reproduzindo em forma de imagens que são importantes fontes de dados para criação de mapas. A partir das imagens de satélite é possível promover medidas de planejamento para antecipar o crescimento urbano, além de conhecer os problemas ambientais e na proteção de florestas. As imagens de satélites permitem ainda identificar reservas de minérios e auxiliar nos serviços meteorológicos. Vamos ver as imagens e alguns mapas e depois você irá explicar a importância deles.

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Você percebeu que eu não identifiquei meus mapas.? Faça uma pesquisa (se você tiver condições) e cole aqui os mapas solicitados.

• Mapas físicos:

• Mapas econômicos:

• Mapas demográficos:

• Mapas políticos:

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• Mapas históricos:

ATIVIDADES.

1. FAÇA O RESUMO DOS TEXTOS.

2. FAÇA O ENTENDIMENTO(ISTO É AQUILO QUE VOCE ENTENDEU DE TUDO O

QUE VOCE LEU).

3. FAÇA UMA LISTA DAS PALAVRAS E DOS TERMOS QUE VOCE NÃO CONHECE. E

PESQUISE O SIGNIFICADO.

4. FAÇA UM COMENTARIO SOBRE CADA IMAGEM. APROXIMADAMENTE 10 LINHAS

PARA CADA IMAGEM, PODE PESQUISAR SE ACHAR NECESSARIO.

5. COMO É O MEIO AMBIENTE ONDE VOCE MORA??? TOTAL MENTE URBANO,

TOTALMENTE RURAL, OU MISTURADO?? EXPLIQUE COLE UMA FOTO.

TUDO ISSO NO CADERNO, LEIA COM MUITA ATENÇÃO, VALENDO NOTA. ESTAS

ATIVIDADES FORAM POSTADAS NO BLOG DA ESCOLA E NA PLATAFORMA TEAMS,

VOCE NÃO ACESSO, AGORA TERA QUE FAZER A RECUPERAÇÃO. OK./

BOM TRABALHOOOOOOOO.