BENCATEL, Diana Ornellas – Avaliação e redução do risco de dano associado à luz

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    BENCATEL, Diana OrnellasAvaliao e reduo do risco de dano associado luz solar em duas novas galerias .Ensaios e

    Prticas em Museologia. Porto, Departamento de Cincias e Tcnicas do Patrimnio da FLUP, 2012, vol. 2, pp. 92-110.

    Avaliao e reduo do risco de dano associado luz solar em duasnovas galerias do Victoria and Albert Museum

    Diana Ornellas Bencatel12

    Resumo - Abstract

    O risco de dano provocado pela luz natural em bens uma questo muito

    importante para qualquer instituio cultural que pretenda preservar as suas colees,

    sobretudo aquelas em exposio.

    Este artigo foca uma avaliao realizada no Victoria and Albert Museum

    (Londres) que visava detetar o risco de dano associado luz solar num conjunto de

    peas de escultura a expor em duas novas galerias do museu. Para esta avaliao

    procurou-se conhecer os nveis de radiao visvel no interior das galerias, informao

    que foi cruzada com o plano de distribuio das esculturas no espao e com informao

    relativa sensibilidade luz de cada pea. O estudo incluiu a avaliao da eficcia da

    utilizao de blackouts nas janelas.

    Esta avaliao foi decisiva para a definio de medidas de preveno que

    permitissem minimizar o risco de um tipo de dano provocado pela radiao visvel

    que se caracteriza por ser cumulativo e irreversvel.

    For many cultural institutions with conservation concerns, the risk of damage on

    collections caused by sunlight is an important issue.

    12Profissional de Conservao Preventiva, formada em Arqueologia e com Mestrado em Museologia.

    Desenvolveu trabalho de Conservao no Victoria and Albert Museum (Londres), no Arquivo Distrital do

    Porto e no Museu da Cermica (Caldas da Rainha). Desde Janeiro de 2012 coordenadora da

    Conserva.me!, uma equipa de conservadores que pretende contribuir para promover e implementar em

    Portugal boas prticas de conservao preventiva.

    Preventive Conservator, with a degree in Archaeology and an MA in Museum Studies. In the past few

    years conservation work was carried out at the Victoria and Albert Museum (London, UK), at Arquivo

    Distrital do Porto (Porto, Portugal) and at the Museu da Cermica (Caldas da Rainha, Portugal). Since

    January 2012, Diana Bencatel coordinates Conserva.me!, a team of conservators that aims to contribute

    to promote and implement good practices of preventive conservation in Portugal.

    [email protected]

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    Prticas em Museologia. Porto, Departamento de Cincias e Tcnicas do Patrimnio da FLUP, 2012, vol. 2, pp. 92-110.

    This paper is focused on a risk assessment performed at the Victoria and Albert

    Museum (London) related to the eventual negative effect of sunlight on a set of

    sculpture that would be displayed in two new galleries of the museum. This assessment

    included the analysis of: information concerning light levels inside the galleries, the

    planned location of the sculpture throughout the galleries and the characteristics of each

    sculpture, which determined its sensitivity to light. The effectiveness of using blackout

    blinds on the windows was also assessed.

    At the end, the objects with higher risk of damage were identified and

    procedures to reduce the risk were presented.

    Palavras-chave - Keywords

    Luz solar, dano, escultura, museu, blackouts.

    Sunlight, damage, sculpture, museum, blackout blinds.

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    Avaliao e reduo do risco de dano associado luz solar em duasnovas galerias do Victoria and Albert Museum

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    Diana Ornellas Bencatel

    Em muitas instituies culturais, o dano provocado pela luz utilizada para a

    visualizao dos bens expostos afigura-se, por vezes, como algo difcil de evitar. Em

    termos de iluminao, as opes podem variar entre uma maior utilizao da luz

    artificial em detrimento da luz natural, ou vice-versa, procurando-se nalguns casos a

    soluo que permita um melhor controlo da intensidade da luz e do tipo e quantidade de

    radiao emitida pela fonte de luz. Em qualquer dos casos, bens sensveis luz iro

    deteriorar-se sempre que estiverem expostos a este agente de dano.

    No entanto, em muitos casos possvel conciliar a exposio de colees com a

    sua preservao a longo prazo. Para isso fundamental a implementao de medidas de

    conservao preventiva adaptadas a cada caso, medidas que contribuam para controlar

    os nveis de radiao a que os bens esto expostos e que resultem na minimizao do

    risco da ocorrncia de danos inaceitveis. Para planear a aplicao de medidas

    adequadas podem efetuar-se anlises e avaliaes de natureza diversa (Ashley-Smith

    1999), de acordo com a especificidade de cada coleo e com as caractersticas dos

    espaos onde as peas esto ou sero expostas.

    O trabalho apresentado no presente artigo foi desenvolvido no ano de 2010, no

    Victoria and Albert Museum (V&A), em Londres. Consistiu numa investigao

    relacionada com a incidncia da luz solar em duas renovadas galerias deste museu, onde

    13Artigo baseado no projeto de investigao intitulado Gesto de risco de dano associado luz

    solar: nova exposio de escultura no Victoria & Albert Museum, desenvolvido no mbito do

    Mestrado em Museologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, segundo a orientaodo Professor Doutor Armando Coelho Ferreira da Silva.

    Article based on the research project entitled "Risk assessment and modeling daylight at the V&As

    Sculpture 1300-1600 Galleries", developed in the context of the Museology Master degree course at

    Oporto University Humanities Faculty, under the supervision of Professor Armando Coelho Ferreira da

    Silva.

    Disponibilizado em/Available at URL: http://hdl.handle.net/10216/57335.

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    iria ser exposta, durante 10 anos, uma coleo de peas de escultura, pertencente ao

    acervo do V&A, produzidas entre o sculo XIV e XVII.

    A investigao teve incio em abril de 2010, estando agendada para novembro

    do mesmo ano a abertura ao pblico das referidas galerias (nmero 26 e 27). Durante

    este trabalho foram aplicadas metodologias experimentais de estudo e de minimizao

    do impacte nocivo que a luz teria sobre a coleo a expor.

    Na sequncia da deciso dos responsveis do projeto da nova exposio de

    adotar nestes espaos expositivos uma soluo de iluminao mista, ou seja, uma

    combinao de iluminao artificial com iluminao natural, no foram levantadas

    questes relativamente ao impacto da luz artificial nas peas, j que seria instalado um

    sistema de iluminao novo, adaptado s necessidades dos visitantes e sensibilidade

    luz das peas da coleo.

    O mesmo no se verificou com a iluminao natural. Foram levantados

    problemas quanto exposio das peas a esta fonte de luz (Pretzel 2004)mais difcil

    de controlar, visto que ambas as galerias se encontram particularmente expostas luz

    solar, que entra atravs de dez janelas de grandes dimenses, orientadas a Oeste,existentes em cada galeria.

    O risco de dano associado radiao ultravioleta (UV) no foi considerado nesta

    investigao, dado que as janelas das galerias seriam revestidas com filtros UV

    (referncia: SUN-X-MT90). No entanto, foi necessrio equacionar o risco apresentado

    pela radiao visvel (tambm designada por luz ou iluminncia), j que a hiptese

    de bloquear totalmente a entrada de luz solar (direta e difusa), cobrindo-se

    completamente as janelas, foi excluda: os designers envolvidos no projetoconsideravam importante manter as janelas parcialmente desobstrudas, para que os

    visitantes tivessem a possibilidade de observar o jardim do museu a partir do interior

    das galerias.

    Embora menos energtica que a radiao UV, nveis demasiado elevados de

    iluminncia podem contribuir para a ocorrncia de reaes fsicas ou qumicas

    indesejveis em peas sensveis luz. Destas reaes podem resultar danos graves,

    cumulativos e irreversveis, nomeadamente sob a forma de esvanecimento,

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    escurecimento, alterao das cores (Michalski 1987: 4) e fragilizao do suporte das

    peas (Thomson 1986: 13). Os danos podem tornar-se visveis de forma mais ou menos

    rpida, dependendo dos nveis de iluminncia a que as peas estejam expostas, do

    perodo de exposio e da maior ou menor sensibilidade luz dos materiais

    constituintes. Caso no seja feito atempadamente um controlo que minimize a

    ocorrncia de dano, este pode acabar por ser to extenso e profundo que a pea perde as

    suas caractersticas originais e parte (ou mesmo a totalidade) do seu valor.

    Tendo em conta os j conhecidos efeitos destrutivos da luz (Ashley-Smith,

    Derbyshire, Pretzel 2002), ainda numa fase inicial do projeto, os responsveis

    determinaram que seriam instalados blackouts de um material totalmente opaco em

    todas as janelas das galerias, de modo a possibilitar a reduo da entrada de alguma luz

    natural. Ficou em aberto a questo relativa altura a que os blackouts seriam colocados,

    um fator determinante para a entrada de maior ou menor quantidade de luz atravs das

    janelas: era necessrio manter as janelas parcialmente desobstrudas e, simultaneamente,

    evitar a ocorrncia de danos acelerados nas peas expostas sensveis luz.

    Ficou a cargo da autora deste artigo, em estgio no Departamento de

    Conservao do V&A, a realizao de uma avaliao do risco de dano provocado pela

    radiao visvel proveniente da iluminao natural na coleo a expor nas galerias 26 e

    27, de acordo com o plano de exposio existente na altura. Os resultados da avaliao

    serviriam como base para o planeamento e apresentao de medidas de minimizao do

    risco detetado ainda na fase de projeto da exposio.

    O objetivo principal desta investigao centrou-se na identificao das peas da

    coleo que ficariam sob maior risco de dano associado a nveis excessivos de

    iluminncia. Para ir ao encontro deste objetivo procurou-se conhecer: 1. Caratersticas

    da coleo; 2. Plano de distribuio da coleo nas galerias; 3. Nveis de iluminncia no

    interior das galerias; 4. Eficcia dos blackouts.

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    1. Caratersticas da coleo

    Dado que determinados materiais e substncias tm maior tendncia que outros

    para sofrer dano perante elevados nveis de iluminncia, era importante conhecer os

    suportes e revestimentos existentes nas peas que constituem a coleo a expor.

    A nvel de suportes verificou-se a presena de diversos tipos de madeira,

    terracota, bronze, alabastro, mrmore, calcrio e estuque; no que se refere a

    revestimentos, faziam parte do conjunto peas policromadas ( base de pigmentos,

    corantes e lacas), envernizadas e vidradas.

    Recorrendo escassa informao documental disponvel acerca das

    caratersticas da coleo e anlise macroscpica efetuada a algumas esculturas, foi

    determinada para cada pea um nvel potencial de sensibilidade luz. Optou -se por

    fazer uma categorizao pessimista, considerando como mais sensveis aquelas peas de

    que se desconhecia a origem do revestimento, geralmente o elemento das peas mais

    facilmente deteriorvel perante nveis elevados de iluminncia (Crews 1987). Foram

    consideradas trs categorias, de acordo com as regras determinadas pelo V&A Light

    Policy (2006). As trs categorias indicam a resistncia luz do material (que incluisuportes e revestimentos) que constitui as peas:

    Material estvel inclui escultura de metal ou pedra e escultura nopolicromada. Estas peas no requerem restries especficas de exposio luz;

    Material durvel inclui a maioria da escultura policromada. Esta pode serexposta at 250 lux, durante cerca de 8 horas dirias (correspondentes ao horrio de

    abertura do museu ao pblico);

    Material sensvel por uma questo de preveno, inclui escultura revestidacom vidrados cuja origem se desconhece e com policromias onde se verificou a

    presena de lacas. Considerou-se que, idealmente, estas peas devem ser expostas a uma

    mdia de 50 lux14, tendo sempre presente a dose adequada gesto do risco de dano.

    1450 lux foi considerado por Thomson (1986) como o nvel mnimo de iluminncia indispensvel, de uma

    forma geral, para uma boa perceo das peas expostas por uma pessoa como uma acuidade visual

    normal.

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    Lux (o mesmo que lmen por m2) a unidade utilizada para medir a quantidade

    de iluminncia numa superfcie.

    Os limites de iluminncia a que as peas deveriam estar expostas nas novas

    galerias foram definidos tendo em conta que, no V&A, foi definido que aceitvel

    ocorrer nas peas do acervo do museu apenas uma Alterao Percetvel (1 AP) em 50

    anos, provocada pela luz. Esta deciso foi tomada partindo do princpio que 10 AP

    correspondem a um nvel de dano inaceitvel e que 30 AP equivalem ao esvanecimento

    total das cores existentes. (Victoria and Albert Museum 2001, 1)

    No caso de esculturas sensveis luz, a gesto do nmero de horas e dos nveis

    de iluminncia a que esto expostas pode ser feita de diferentes formas: pode optar-se

    por expor as peas a 50 lux durante oito horas dirias o que resulta num valor de

    exposio total diria de 400 lux.hora ou a nveis superiores a 50 lux durante um

    nmero mais limitado de horas por dia (por exemplo 100 lux durante quatro horas),

    atendendo sempre ao limite total dirio aceitvel, de 400 lux.hora (Lei da

    Reciprocidade) (Homem 2008). No caso de as peas especialmente sensveis luz

    serem expostas a nveis de iluminncia muito superiores a 50 lux durante longos

    perodos de tempo, aconselhvel o seu posterior armazenamento no escuro (por

    exemplo em espao de reserva) durante perodos de tempo a definirpor vezes vrios

    anosde acordo com a exposio luminosa j acumulada.

    2. Plano de distribuio da coleo nas galerias

    Na Planta 1 indicada a localizao prevista para cada escultura nas galerias,

    data desta investigao. Foi atribuda a cada pea uma cor correspondente ao respetivo

    nvel potencial de sensibilidade luz: verde corresponde a material estvel, amarelo a

    material durvel e vermelho a material sensvel. Esta esquematizao contribuiu para,

    numa fase posterior, identificar as peas sob maior risco de dano.

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    Figura 6 - Plano de distribuio das peas nas galerias

    3. Nveis de iluminncia no interior das galerias

    Para conhecer os nveis de iluminncia provenientes da luz solar no interior das

    galerias 26 e 27, foi feita monitorizao de valores verificados naqueles espaos entre

    12 de maio e 18 de junho. O objetivo era conhecer valores referentes a todos os meses

    do ano, visto que a exposio teria um carter permanente. No entanto tal no foi

    possvel devido indisponibilidade da quantidade de equipamento de monitorizao

    necessrio durante um perodo de tempo to longo, no esquecendo tambm que a

    exposio iria abrir ao pblico muito em breve, em novembro de 2010.

    A monitorizao foi feita com recurso a 30 monitores de luz (luxmetros)

    Hanwelldo museu, instalados em diferentes pontos dentro das galerias. A maioria dos

    monitores foi colocada em zonas prximas de localizaes previstas para a exposio de

    peas da coleo, ao nvel dos olhos entre 1,40 m e 1,60 m de distncia do cho ,

    virada para Oeste (direo a partir da qual a luz solar entra nas galerias, atravs das

    janelas), e na vertical, de acordo com as concluses retiradas do exame efetuado forma

    das esculturas (que revelou que a rea vertical das esculturas era, em mdia, muitomaior do que a rea horizontal).

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    Figura 7 - Distribuio dos monitores de luz na galeria 26 e 27

    Sabendo que os monitores utilizados tinham um ponto de saturao que rondava

    os 5.000 lux (acima do qual os nveis de iluminncia no eram lidos corretamente) e que

    no perodo em que a monitorizao foi realizada os nveis de luz natural atingiam

    frequentemente valores mais altos, recorreu-se a adaptaes do equipamento: o sensor

    dos monitores instalados em zonas das galerias onde se verificavam nveis de luz mais

    altos foi revestido com uma ou duas camadas de filtro de luz (referncia: Sun-X MT20

    Dark Neutral Ultraviolet Filter), de acordo com a sua proximidade das janelas, para

    garantir que os nveis de luz fossem, de alguma forma, medidos. Foram posteriormentefeitos clculos para determinar os verdadeiros valores verificados nestes locais, tendo

    em conta a percentagem de radiao visvel transmitida por uma ou duas camadas de

    filtro (cerca de 24% e 5%, respetivamente).

    Os monitores foram programados para registar automaticamente um valor de

    iluminncia de 60 em 60 segundos, 24 horas por dia, sete dias por semana.

    Para aceder aos registos efetuados pelos monitores recorreu-se a relatrios

    criados a partir do OCEAN (Object Centred Environmental Analysis Network), o

    sistema centralizado de gesto ambiental utilizado pelo V&A. Este sistema permite a

    recolha automtica das medies realizadas por monitores ambientais espalhados pelo

    museu, possibilitando um fcil acesso aos dados em tempo real em computadores

    pessoais. Este sistema baseia-se na utilizao da radio-tecnologia, permitindo a

    utilizao de cerca de um milhar de monitores. A data e hora a que correspondem os

    dados recolhidos so indicadas automaticamente.

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    Tendo em conta que foi possvel monitorizar nveis de iluminncia no interior

    das galerias apenas durante pouco mais de um ms, procurou-se uma forma de conhecer

    valores aproximados de iluminncia para os meses no monitorizados.

    Existe o pressuposto de que a quantidade de luz natural verificada no interior de

    um espao pode ser calculada tomando como base nveis de luz medidos no exterior

    desse espao (BRE 1986). Esta relao considerada por McMullan (2007, 150)

    teoricamente constante, na medida em que em ambas as localizaes as variaes

    ocorrem na mesma proporo, acompanhando as alteraes das caractersticas do cu.

    Para a avaliao em curso, foi colocada a hiptese de criar um modelo de clculo

    que permitisse conhecer nveis aproximados de iluminncia verificados no interior das

    galerias a partir de valores conhecidos de iluminncia externos. Este modelo de clculo

    poderia ser elaborado no caso de se encontrarem correlaes lineares simples

    satisfatrias entre valores de iluminncia internos e externos obtidos nas mesmas datas.

    No caso de se conseguir elaborar este modelo, poderiam ser calculados valores mdios

    de iluminncia internos para os meses no monitorizados nas galerias 26 e 27 a partir de

    valores de iluminncia externos de meses j passados, obtidos pelo monitor externo

    Hanwell, em permanente funcionamento no telhado do museu desde 2008.

    Neste sentido foram procuradas correlaes entre dois conjuntos de dados: entre

    nveis de iluminncia internos e nveis de iluminncia externos referentes aos meses de

    maio e junho de 2010 perodo em que houve monitorizao tanto no interior das

    galerias como no exterior. Para detetar correlaes lineares simples optou-se por usar

    grficos de disperso, elaborados em Excel. Em cada grfico acrescentou-se a respetiva

    linha de tendncia (linear), equao de reta e coeficiente de correlao.

    Perante um grfico deste tipo, para identificar a presena de correlao linear

    simples entre os dados inseridos pode comear por se analisar a posio dos pontos

    apresentados: se na sua maioria se encontrarem concentrados ao longo (ou prximos) da

    linha de tendncia, porque se dever estar perante uma boa correlao. Se os pontos se

    apresentarem muito dispersos, poder significar que no existe uma correlao linear

    simples entre os conjuntos de dados ou que a correlao existente fraca.

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    Figura 8 - Relao entre os nveis de iluminncia externos e internos (monitor 26) no perodo

    entre as 16h e as 19h (GMT). O coeficiente de correlao confirma a existncia de uma correlao linear

    simples satisfatria entre dados (R2

    = 0,71).

    Para confirmar a presena, ou ausncia, da referida correlao recorreu-se

    anlise do Coeficiente de Correlao (Coeficiente de correlao (R2) corresponde

    poro de variao da varivel dependente relativamente varivel independente) dos

    dados inseridos em todos os grficos elaborados: se o valor se encontrasse entre 0,7 e 1,

    estava-se perante uma boa correlao linear simples (quanto mais prximo de 1, mais

    perfeita a correlao). Se o valor fosse inferior a 0,7, considerava-se que a correlao,

    embora pudesse existir, no era satisfatria.

    No final da anlise a este conjunto de dados, concluiu-se que as raras correlaes

    encontradas se limitavam a perodos do dia muito restritos, a zonas muito especficas

    das galerias e o coeficiente de correlao encontrava-se em todos os casos no limite

    mnimo para se considerar a existncia de uma correlao linear simples satisfatria.

    Estas concluses inviabilizaram a criao de um modelo de clculo fivel, o que

    impossibilitou o clculo de nveis aproximados de iluminncia internos com base em

    valores de iluminncia externos para os meses em que no foi feita monitorizao

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    dentro das galerias. Devido limitao de tempo reservado a esta investigao, no foi

    possvel procurar outros tipos de correlao, que se considera provvel existirem.

    4. Eficcia dos blackouts

    Para avaliar a eficcia da utilizao dos blackouts, que seriam instalados em

    todas as janelas, na reduo da entrada de luz natural, realizaram-se medies para

    calcular a percentagem de iluminncia verificada no interior das galerias com os

    blackouts posicionados a diferentes alturas.

    Tendo em conta que estes mecanismos de bloqueio de luz seriam instalados nasgalerias 26 e 27 j depois de terminado o estgio da autora desta investigao no V&A,

    as medies foram realizadas numa galeria de escultura de caractersticas muito

    semelhantes s das galerias em anlise, em cujas janelas haviam sido instalados

    blackouts similares queles escolhidos para as galerias em remodelao.

    Recorrendo a um luxmetro,Megatron DL3, foram feitas medies rpidas num

    ponto a trs metros de distncia das janelas (aproximadamente a meio da profundidade

    da galeria), ao nvel dos olhos (a cerca de 1,60 m do cho). Os blackouts foram

    colocados a quatro alturas diferentes: totalmente subidos, a cobrir 1/3 da rea das

    janelas, a cobrir 2/3 da rea das janelas e totalmente descidos. Foram feitas 10 medies

    em cada uma das quatro posies, o que permitiu obter uma mdia considerada bastante

    fivel.

    A anlise dos valores de iluminncia obtidos revelou que, com os blackouts a

    cobrir 1/3 da rea das janelas, se verificou em mdia uma reduo dos nveis de luz de

    cerca de 31%; a cobrir 2/3, cerca de 68%; e a cobrir a totalidade da rea das janelas,

    cerca de 97%. De acordo com estes resultados, a reduo dos nveis de iluminncia

    proporcionada pelos blackouts parece ser aproximadamente proporcional rea das

    janelas coberta.

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    Prticas em Museologia. Porto, Departamento de Cincias e Tcnicas do Patrimnio da FLUP, 2012, vol. 2, pp. 92-110.

    Figura 9 - Percentagem de iluminncia verificada no interior da galeria com os blackouts a

    quatro alturas diferentes.

    As concluses quanto eficcia dos blackouts e os valores obtidos durante a

    monitorizao dos nveis de iluminncia internos durante os meses de Maio de Junho

    permitiram a identificao de variaes de nveis de iluminncia nas diferentes zonas

    das galerias ao simular diferentes posicionamentos dos blackouts. O exemplo mostrado

    a seguir refere-se galeria 27, sendo a situao da galeria 26 muito semelhante.

    O primeiro grfico (Figura 5) representa a exposio mdia diria (em lux hora)

    da galeria 27 luz natural, durante o perodo de monitorizao, sem blackouts nas

    janelas 24 horas por dia.

    Figura 10 - Exposio mdia diria da galeria luz natural sem blackouts nas janelas 24 horas

    por dia

    O segundo grfico (Figura 6) representa a exposio mdia diria da galeria

    simulando a presena de blackouts a cobrir cerca de 63% da rea das janelas 24 horas

    por diaesta rea coberta foi calculada tendo em conta a proposta dos designers quanto

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    altura a que consideravam adequado manter os blackouts nas janelas. Comparando os

    dois grficos e respetivas escalas facilmente percetvel a diferena entre os valores

    obtidos nas duas situaes, verificando-se uma reduo muito significativa do valor de

    iluminncia acumulado se os blackouts cobrirem uma rea significativa das janelas.

    Figura 11 - Exposio mdia diria da galeria luz natural com blackouts a cobrir cerca de

    63% da rea das janelas 24 horas por dia.

    Tendo em conta que data desta investigao ainda no tinha sido decidido se

    os blackouts seriam mantidos totalmente descidos fora do horrio de abertura do museu

    ao pblico ou no, calculou-se ainda a exposio mdia diria das galerias no caso de a

    de a sua altura ser gerida se forma a cobrirem 63% da rea das janelas durante o horriode abertura do museu ao pblico (das 10h s 18h) e 100%, ou seja, a totalidade da rea

    das janelas, durante as restantes 16 horas (entre as 18h e as 10h). Os valores obtidos

    nesta ltima simulao, comparados com aqueles representados no grfico da Figura 6,

    revelaram uma reduo de cerca de 16% da exposio mdia diria das duas galerias

    luz natural. Esta reduo, concluiu-se, daria mais um contributo significativo para

    reduzir a velocidade de dano nas peas mais sensveis luz expostas naqueles espaos.

    Peas sob maior risco de dano

    A anlise dos dados da monitorizao realizada no interior das galerias permitiu

    ainda conhecer nveis mdios de iluminncia por hora verificados em cada ponto

    monitorizado. Foram feitos clculos para determinar os valores que se teriam verificado,

    durante o perodo de monitorizao, num cenrio provvel: com os blackouts instalados

    nas janelas altura prevista (a cobrir cerca de 63% da rea das janelas) durante o

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    horrio de abertura do museu ao pblico e totalmente descidos durante as restantes 16

    horas.

    Estes valores mdios horrios, por terem sido obtidos a partir de um conjunto de

    dados recolhidos num perodo em que se verificaram em geral nveis muito elevados de

    iluminnciaentre os meses de maio e junho de 2010 , permitem ter uma boa noo

    dos locais onde se verificam nveis de luz mais ou menos elevados em ambas as

    galerias, quando comparados entre si (nos meses de Outono e Inverno, os nveis mdios

    de iluminncia devero ser significativamente mais reduzidos do que aqueles

    apresentados na Figura 7).

    Os nveis mdios de iluminncia por hora (indicados em lux) obtidos foram

    cruzados com a informao referente localizao prevista para cada escultura nas

    galerias. Desta forma foram identificadas as peas que, perante estes nveis mdios de

    iluminncia e de acordo com a sensibilidade luz de cada escultura e correspondente

    limite de iluminncia a que aconselhvel ser exposta, teriam associado um risco de

    dano mais acentuado e inaceitvel, em comparao com as restantes peas.

    Foram identificadas trs peas em cada galeria sob maior risco, assinaladas nogrfico de superfcie seguinte (Figura 7): na galeria 26, uma pea de material sensvel

    luz e duas de material durvel, e na galeria 27 duas peas de material sensvel e uma de

    material durvel.

    Figura 12 - Identificao das peas sob maior risco de dano acelerado

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    Propostas de medidas de mitigao do risco de dano

    As concluses resultantes da avaliao efetuada constituram a base para a

    apresentao de propostas de medidas de mitigao do risco de dano detetado. As

    propostas, apresentadas a todos os profissionais envolvidos no projeto das novas

    galerias, foram as que a seguir se apresentam:

    a) Manuteno dos blackouts altura proposta pelos designers (a cobrir cerca de

    63% da rea das janelas)ou, preferencialmente, a uma altura mais baixa, durante o

    horrio de abertura do museu (entre as 10h e as 18h) e totalmente descidos durante as

    restantes 16 horas, entre as 18h e as 10h.

    b) Alterao da localizao das seis esculturas identificadas como

    estando sob maior risco de dano acelerado. Recomendou-se a elaborao de um novo

    plano de exposio destas peas dentro das galerias, distribuindo-as por zonas das

    galerias com nveis mdios de iluminncia mais reduzidos, mais adequados

    sensibilidade luz de cada escultura. Foram fornecidos aos Conservadores responsveis

    por esta questo os valores mdios de iluminncia verificados nas galerias, para que

    pudessem identificar mais facilmente as zonas preferenciais de exposio.

    c) Revestimento das janelas com filtros de luz Sun-X MT80 Dark Neutral

    Ultraviolet Filter, de modo a bloquear a entrada de 80% de radiao visvel proveniente

    do exterior sem obstruir a visibilidade para o jardim.

    A partir de informao conhecida relativa a limitaes de ordem oramental e a

    conflitos de interesse entre as partes envolvidas no projeto, sabia-se que era provvel a

    implementao de apenas duas das medidas apresentadas, a a) e a b).

    Estas foram apenas propostas, na medida em que, depois de terem acesso a toda

    a informao contida no relatrio redigido aps a avaliao, ficou a cargo dos

    responsveis pelo projeto optar pelas medidas a aplicar, de acordo com a sua

    viabilidade.

    No foi possvel apresentar sugestes de eliminao de risco. Para o eliminar

    seria necessrio cobrir todas as janelas com um tipo de estrutura que no permitisse

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    qualquer entrada de luz natural no interior das galerias atravs das janelas, o que no foi

    considerado como opo pelos designers do projeto.

    Consideraes finais

    Este trabalho acabou por se revelar um exemplo da forma como grande parte das

    instituies culturais de Londres encara o trabalho de conservao de acervos: mesmo

    quando os recursos so escassos, como o eram para o projeto desta nova exposio no

    Victoria and Albert Museum, existe o cuidado de avaliar, de forma mais ou menos

    profunda, de que modo que os bens so afetados quando inseridos num contexto, que

    pode ser novo ou no. Este tipo de avaliao, que pode focar um ou vrios agentes de

    dano (destacando-se frequentemente a luz pelo tipo de degradao que provoca),

    contribui geralmente de forma significativa para se tomarem atempadamente medidas

    preventivas que ajudam a evitar, retardar ou interromper a ocorrncia de danos em bens

    que se pretende preservar. Entre as medidas consideradas adequadas a cada situao,

    normalmente existem opes mais ou menos dispendiosas: por muito escassos que

    sejam os recursos, nomeadamente financeiros, materiais e humanos, sempre possvelfazer alguma coisa para reduzir o risco de dano existente. Ao aplicar algumas medidas,

    est-se simultaneamente a evitar perdas patrimoniais e a evitar a necessidade de

    recorrer, mais cedo ou mais tarde, a intervenes profundas, e de um modo geral muito

    dispendiosas, nos benspor exemplo de restauro.

    Contatar com esta realidade londrina contribuiu para perceber que em Portugal

    h ainda muito a fazer na rea da Conservao Preventiva. J existem muitos

    profissionais de museus, bibliotecas e arquivos sensibilizados para estas questes, masparece haver ainda muito desconhecimento quanto quilo que se pode fazer com os

    (poucos) recursos disponveis. O acesso a bibliografia atualizada, a formao contnua

    na rea, a disponibilizao de recursos e o apoio dado a estes profissionais por parte de

    quem lidera as instituies que zelam pelo nosso patrimnio fundamental para evitar

    perdas, tantas vezes desnecessrias, de objetos, memrias edinheiro.

    No que se refere ao tema da presente investigao, um trabalho que poder

    servir de introduo e de exemplo para avaliaes de carcter diverso que se pretendam

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    realizar, mesmo que em muito menor escala, em qualquer instituio onde a luz, em

    especial a solaruma fonte de luz econmica e de grande qualidade , tenha um papel

    de destaque para a observao e, em muitos casos, degradao de bens.

    Referncias bibliogrficas

    Ashley-Smith, Jonathan. 1999. Risk assessment for object

    conservation. Oxford: Butterworth & Heinemann.

    Ashley-Smith, Jonathan; Derbyshire, Alan e Pretzel, Boris. 2002. The

    continuing development of a practical lighting policy for Works of art on paper and

    other object types at the Victoria and Albert Museum. Apresentada no ICOM 13th

    Triennial Meeting. Rio de Janeiro.

    Bencatel, Diana Ornellas. 2010. Gesto de risco de dano associado luz

    solar: nova exposio de escultura no Victoria & Albert Museum. Relatrio de Estgio

    do Mestrado em Museologia. Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

    Bencatel, Diana Ornellas. 2010. Risk assessment and modeling daylight at the

    V&As Sculpture 1300-1600 Galleries. Science Report N 10/101/DOB. London:

    Victoria and Albert Museum.

    Building Research Establishment (BRE). 1986. Estimating daylight in

    Buildings: an aid to energy efficiency.Digest 309, parte 1.

    Crews, Patricia Cox. 1987. The fading rates of some natural dyes. Studies in

    ConservationN. 2, Volume 32: pp. 65-72.

    Homem, Paula Menino. 2006 2007. Ferramentas inovadoras para

    monitorizao ambiental e avaliao de danos para objectos em museus, palcios,

    arquivos e bibliotecas: a exposio luminosa e os dosmetros LightCheck(R).

    Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

    Homem, Paula Menino. 2008. Radiaes electromagnticas visveis/invisveis.

    Apresentao Power Point. Apresentada na unidade curricular de Riscos, Museus e

    Vulnerabilidades do Mestrado em Museologia. Faculdade de Letras da Universidade do

    Porto.

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