BENJAMIN - A Origem Do Drama Trágico Alemão
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7/23/2019 BENJAMIN - A Origem Do Drama Trgico Alemo
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BENJAMIN, Walter. Origem do drama trgico alemo. Belo Horizonte: Ed.
Autntica, !"".
#Na $erce$%o em$&rica, em 'ue a( $ala)ra( (e decom$u(eram, ela(
$o((uem, $aralelamente, ao (eu lado (im*+lico, mai( ou meno( e(condido, um
e$l&cito (igni-icado $ro-ano. a*e ao -il+(o-o re(tituir $ela re$re(enta%o o
$rimado do carter (im*+lico da $ala)ra, no 'ual a ideia c/ega ao (eu
autocon/ecimento, 'ue 0 o o$o(to de toda a comunica%o orientada $ara o
eterior.1 2. 3
#no (e trata de $re(enti-ica%o de imagen( $or )ia intuiti)a4 $elo contrrio, na
contem$la%o -ilo(+-ica a ideia en'uanto $ala)ra (olta5(e do rece((o mai(
&ntimo da realidade, e e((a $ala)ra reclama de no)o o( (eu( direito( de
nomea%o. 6...7 na origem de((a atitude, no e(t, em 8ltima anli(e, 2lato,
ma( Ado, o $ai do( /omen( no $a$el de $ai da -ilo(o-ia. 6...7 nele (e con-irma
o e(tado $aradi(&aco $or ecelncia, a'uele 'ue ainda no tin/a de lutar com o
(igni-icado comunicati)o da( $ala)ra(.1 2. 3
#A re$re(enta%o de uma ideia no $ode em ca(o algum dar5(e $or con(eguida
ante( de (e ter $ercorrido )irtualmente todo o c&rculo de todo( o( etremo( nela
$o((&)ei(.1 2. 93
J a $o0tica *arroca alem, a-irma5no( Benamin, $reocu$a)a5(e com de 'ue
maneira o trgico $oderia atender o lema #et $rode((e )olunt et delectare
$oetae1 6lema rena(centi(ta e no /oraciano, como no( alerta ar$eau $. 9;,
'ue identi-ica em Ale((andro 2iccolomini a (olu%o $ara o teor eclu(i)olatente na conun%o #aut1 do lema /oraciano, )alor 'ue tornaria a literatura ou
um di)ertimento -8til e incon(e'uente, ou um o*eto moralizante (0rio7. O
$ro*lema re(ol)eu5(e na com$reen(o de 'ue o deleite da o*ra e(t na (ua
montagem < (olu%o $ouco original de o*(er)armo( 'ue Ari(t+tele(
a$onta)a $ara a m&me(e a ca$acidade de (er agrad)el a de($eito do
conte8do.
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omo #Ari(t+tele( amai( a-irmou 'ue (+ a( trag0dia( $odiam de($ertar terror e
$iedade1 6$. ;"7, Benamin con(idera e((e( e-eito( no( e($ectadore( crit0rio(
in(u-iciente( $ara cla((i-ica%o de uma o*ra dramtica como trag0dia
6entendendo $or trag0dia e($eci-icamente a trag0dia tica cl((ica7.
#Nada (e diz 6...7 com a con(tata%o de 'ue a o*ra na(ce nece((ariamente de
uma di($o(i%o (u*eti)a do (eu autor1. 2. ;
Benamin 6$. ;;7 a$roima a literatura da $a((agem do (0culo =I= $ara o
(0culo == da literatura *arroca a $artir da cita%o do /i(toriador de literatura
>ictor Mann/eimer, 'ue em "?!; con(tata)a a a-inidade no $lano da $oe(ia:
#Interiormente )azio( ou $ro-undamente dilacerado(, eteriormente a*(or)ido(
$or $ro*lema( t0cnico5-ormai( 'ue, @ $rimeira )i(ta, no (e encontra)am com
a( 'ue(te( ei(tenciai( do (eu tem$o: eram a((im 'ua(e todo( o( $oeta(
*arroco(, e a((im (o 6...7 o( $oeta( 'ue mai( contri*uem $ara dar @ $rodu%o
do no((o tem$o um $er-il $r+$rio.1
# (o*retudo no $lano da linguagem 'ue a( analogia( entre a( cria%e(
*arroca( e a( do $a((ado recente e contem$orCnea( (o mai( e)idente(.1 2.
;3
#A /i(t+ria do conceito de Dogo na e(t0tica alem con/ece tr( $er&odo(: o
Barroco, o la((ici(mo e o Fomanti(mo. No $rimeiro, o im$ortante 0 o $roduto,
no (egundo a $rodu%o e o no terceiro am*a( a( coi(a(.1 2. G? No Barroco e
no Fomanti(mo uma $rtica de acentua%o o(ten(i)a de((e carter l8dico da
o*ra -oi a'uele 'ue recorreu ao #di(-arce mundano do e($etculo dentro do
e($etculo1 6Id., i*id.7 $ara o-erecer o (entido tran(cendente. 2or i((o, noBarroco #O deu( do no)o $alco 0 o arti-&cio1 6Id., i*id.7. O teatro de -antoc/e( e
o( interl8dio( aleg+rico( (o algun( e$ediente( $ara e((e e($etculo dentro
do e($etculo, o( 'uai(, na( o*ra( mai( $lena( da 0$oca, como a( de
alder+n de la Barca 6e, acre(centemo(, /ae($eare7, #a((ume $lenamente o
$a$el 'ue na ar'uitetura da 0$oca 0 atri*u&do @ )oluta: re$ete5(e at0 ao in-inito,
e miniaturiza at0 ao im$re)i(&)el o c&rculo 'ue circun(cre)e1 6$. "7.
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Benamin 6$. 3;7 alerta 'ue o( ela*oradore( de $o0tica( do Barroco alemo
#no $rocura)am en(inamento(, t0cnico( ou de conte8do, no autor grego, ma(
(im 6...7 no cla((ici(mo /oland( e no teatro do( Je(u&ta(1, e(tando, $or
eten(o da $o0tica de(te, a$arentado ao( auto( religio(o( medie)ai( 6$. G7.
A reiterada re-erncia @ $o0tica de caliger, de -undamento ari(tot0lico, )i(a)a
mai( @ demarca%o do argumento de autoridade do( no)o( autore( e
$en(adore( de literatura, $or com$ro)ar (eu eruditi(mo, 'ue -iliar a $rodu%o
*arroca ao( ditame( o*tido( da leitura do E(tagirita.
#uma teoria da catar(e 'ue $a((a)a $elo( mi(t0rio(1 $. 33
#O temor e a $iedade, $or eem$lo, no (o $en(ado( como $arte da
totalidade integral da a%o, ma( como elemento do de(tino da( -igura( mai(
im$ortante(. O temor 0 de($ertado $ela morte do )ilo, a $iedade $ela do *om
/er+i. Biren ac/a e(ta de-ini%o ainda dema(iado cl((ica, e em )ez de temor
e $iedade a$onta como -inalidade do drama trgico a glori-ica%o de Keu( e a
edi-ica%o do( concidado(.1 2. 33 Biren L igmund )on Biren, $oeta *arroco
alemo
#A -un%o do drama trgico 0 a de -ortalecer a )irtude do( (eu( e($ectadore(. E
(e /a)ia )irtude 'ue -o((e o*rigat+ria $ara o /er+i edi-icante $ara o $8*lico, ela
era a da PQR SDa$atia, atitude o$o(ta @ cat(tro-e 6D$t/o(7T. 1 2. 33
Benamin 6$. 3U7 di-erencia a trag0dia tica do 'ue denomina como
#Vrauer($iel1, drama lutuo(o na tradu%o ao $0 da letra, no conte8do: o
o*eto da $rimeira 0 o mito e o do (egundo 0 a /i(t+ria < a $r+$ria $ala)ra, no
(0culo =>II #a$lica)a5(e tanto ao drama como ao( acontecimento( /i(t+rico(1
6$. 37. omo re(ultado de um racioc&nio l+gico 'ue conecta o conte8do do
drama lutuo(o ao conte8do da /i(t+ria e (ua -orma com a -orma do( mi(t0rio(medie)ai(, Benamin relaciona o drama trgico *arroco alemo @ crnica cri(t.
Xaz, entretanto, uma re((al)a: #en'uanto o( mi(t0rio( e crnica( cri(to( do a
)er a totalidade do $roce((o /i(t+rico 6...7 o drama de a((unto /i(t+rico e
$ol&tico $o(terior ocu$a5(e de uma $arte a$ena( do( acontecimento(
em$&rico(1 6$. G37. om e((e (eno, o $en(ador alemo de(taca o carter
-ragmentrio da -orma e do conte8do da o*ra *arroca.
Outra di-eren%a e((encial entre e((a( -orma( trgica( 0 o -ato de 'ue, natrag0dia tica a( a%e( (o di-erente( ma( o /er+i trgico 0 (em$re #o me(mo
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eu o*(tinadamente -ec/ado (o*re (i $r+$rio1 6$. "";7, en'uanto 'ue no drama
lutuo(o a a%o 0 a me(ma e o( $er(onagen( 0 'ue (e multi$licam. Benamin
6$. "";7 e(clarece e((a di(tin%o a-irmando 'ue a multi$licidade do
$rotagoni(ta do drama lutuo(o 0 o (intoma da $er(egui%o, $elo( -ragmento(,
da unidade e((encial do /omem *arroco ideal, o mrtir. 2or eten(o,
entendemo( 'ue na trag0dia tica a multi$licidade da( a%e( tam*0m e(conde
uma unidade, a da in(taura%o da u(ti%a de contrato ci)il.
Outra di($aridade le)antada $or Benamin 0 a con-igura%o -uncional do coro
na( dua( -orma( de drama. En'uanto na trag0dia tica o coro no lamenta,
$oi( e(t acima do( (o-rimento(, e (er)e tanto de -iltro entre a comunidade e o
e($ectador 6$. ";7 como de elemento de $rogre((o da a%o 6$.e., anunciando,
comentando entrada( de $er(onagen(7, o coro da trag0dia lutuo(a 0 um coro
lutuo(o, um coro 'ue eecuta a lamenta%o, (er)indo5l/e como um -ri(o
ornamental, acentuando ante( a eecu%o da o*ra en'uanto -atura, do 'ue
como alin/a)e da a%o 6$. "37.
omo )i(to, o drama lutuo(o e a trag0dia tica no $o((uem muito em comum,
a no (er o( (entimento( de terror e $iedade 'ue $retendem gerar no $8*lico
e, acre(centa ainda Benamin 6$. 3U7, a $re(en%a de um /er+i r0gio. O carter
de(te, $or0m, di-erencia5(e e((encialmente em cada uma de((a( -orma( de
drama. O drama lutuo(o concentra5(e na #$erce$%o da( intriga( di$lomtica(
e a ge(to de toda( a( ma'uina%e( $ol&tica(1 6$. 3G7 elemento( inei(tente(
na trag0dia grega. O $er(onagem r0gio (urge ne((e ca(o $or'ue #O (o*erano
re$re(enta a /i(t+ria1 6$. 3?7, con-orme ate(ta)am a( teoria( do E(tado de
ento, a( 'uai( conce*iam o( $r&nci$e( como (ere( $rede(tinado( a (erem o
de$o(itrio de um $oder ditatorial na( (itua%e( de e(tado de ece%o
Ym acr0(cimo -inal @ teoria de Benamin 6$. ""37 0 a identi-ica%o na -igura de+crate( a origem do drama de mrtir, ti$o de drama lutuo(o. O drama /i(t+rico
de +crate(, $ara Benamin 6Id.7, $arodia a trag0dia cl((ica e, $or i((o,
(inaliza $ara 2lato o -im da trag0dia e o in&cio de uma no)a -orma. A((im, o(
dilogo( (eriam uma -orma art&(tica de crnica dramtica, 'ue centrada na
#imita%o1 de outro( /omen( com com$leto a*andono da )oz $r+$ria de (eu
criador.
A com$ara%o do $r&nci$e com o ol 0 comum.
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endo im$o((&)el medir o( rei( $or meio de crit0rio( da ordem comum,
im$eram o( etremo( na con-igura%o de((e $er(onagem: ele 0 o tirano, a
'uem (e de)e temor, ou o mrtir, a 'uem (e dedica $iedade. 6$. U;7
O mrtir 0 #um e(toico radical, $o(to @ $ro)a a $reteto de algum con-lito
din(tico ou de uma di($uta religio(a cuo de(-ec/o l/e traz a tortura e a morte1
6$. G!7. Ym elemento $articular de((e ti$o de drama lutuo(o 'ue c/ama a
aten%o de Benamin 0 a o $rotagoni(mo $or $er(onagen( -eminina(,
normalmente $rince(a( ca(ta(. J o tirano 0 um (o*erano conduzido @ ru&na,
geralmente $ela loucura. Ne((e $er(onagem Benamin 6$. UU7 encontra o 'ue
c/ama, mai( adiante, de drama criatural: o regente torna5(e )&tima da
de($ro$or%o entre a re($on(a*ilidade e $oder 'ue l/e ca*em e a /umildade
da condi%o /umana. O $rimeiro (intoma de((a di((onCncia entre a
ca$acidade da criatura e o de)er do regente e(t na inca$acidade de deci(o
do tirano 6Id., i*i.7, a -orma )icio(a da a$atia. O tirano 0 mai( determinado,
(egundo Benamin 6$. UG7 $or im$ul(o( -&(ico( do 'ue $or ideia(.
A$e(ar da incom$ati*ilidade ti$ol+gica do( $er(onagen(, Benamin 6$. U Z U?7
energa no -undo do( drama( de tirano em derrocada a ei(tncia de um
drama de mrtir, de)ido ao (o-rimento #muita( )eze( me(mo mai( $ela tortura
-&(ica 'ue o a-lige do 'ue $elo( tormento( da alma1. E((a unidade e((encial
entre o tirano e o mrtir ocorre $or'ue, no drama lutuo(o, #a cau(a da
cat(tro-e no e(t na tran(gre((o moral, ma( no $r+$rio e(tado criatural do
/omem1 6$. G7. A'ui no)amente demarca5(e o -undamento cri(to 'ue
caracteriza a e((ncia da arte *arroca em todo continente euro$eu: a 2aio e
o ri(to (o a( grande( in($ira%e( do enredo e do( $rotagoni(ta( do dramalutuo(o, 'ue, tran(-erindo $ara o (o-rimento, o pthos, ao /omem, (+ $ode
a((inalar a de($ro$or%o entre o mundo $ro-ano e o mundo di)ino, entre a
criatura e o riador. ri(to, Fei do( rei(, e a e$ia%o, (eu pthos, 0 a
re-erncia inating&)el do drama lutuo(o da criatura acometida $or uma
re($on(a*ilidade e $oder acima da( -or%a( /umana(. Inating&)el $oi(, (endo de
natureza di)ina, no criatural, ri(to 0 o 8nico rei 'ue re(i(te ao de(e($ero e @
loucura e 'ue, (ucum*indo @ tortura e ani'uila%o do cor$o, (u*(i(te a ela(.
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Mai( di-&cil, recon/ece Benamin 6$. U?7, 0 )eri-icar a conten%o de um drama
de tirano num drama de
Em con-ronto com o (o*erano, tirano ou mrtir, o drama lutuo(o di($e do
intrigui(ta 6$. ?37, antagoni(ta tanto de um ti$o de (o*erano como do outro.
Benamin 6Id., i*id.7 a((inala 'ue e((a $er(ona 0 toda #inteligncia e )ontade1 e
'ue 0 i(enta de con)ic%e( re)olucionria(, (endo moti)ada a$ena( $elo
calculi(mo $ol&tico 6$. G7. Ainda (egundo Benamin 6$. G"7, o drama lutuo(o,
como a( $e%a( e(u&tica( da 2aio, i(ola o( intrigui(ta( em cena( na( 'uai(
e((e( con-e((am (eu( $lano( e a$re(entam (eu( (u*ter-8gio(, (em, no
entanto, e(clarecer a moti)a%o. Val au(ncia de a$ro-undamento interior
ad)0m da con(tata%o de 'ue a )ida /i(t+rica, i(to 0, a )ida criatural, 0
de($ro)ida de )irtude e, $ortanto, irrele)ante 6$. ?!7. A$ena( a a(ce(e, o
mart&rio 'ue encerra a )ida mundana e de)ol)e o /omem @ unidade com o
di)ino reamlente im$orta. E((a de-icincia 0 marcante a $onto de (er
nece((rio o recur(o a nota( de roda$0 e$licati)a(.
#O al0m 0 e()aziado de tudo a'uilo 'ue $o((a conter o m&nimo (o$ro
mundano, e o Barroco etrai dele uma $an+$lia de coi(a( 'ue at0 a& (e
-urta)am a 'ual'uer con-igura%o art&(tica, trazendo5a(, na -a(e do (eu
a$ogeu, )iolentamente @ luz do dia.1 2. U"
#[uando a$roima o 'ue e(t mai( di(tante, o maior e o menor, a( e(trela( e
a( -lore(, o (entido de toda( a( (ua( met-ora( 0 o da atra%o de toda( a(
coi(a( criada( uma( $ara com a( outra(, e$licada( $ela (ua origem comum.1
2. ?9
#a( coletCnea( eram um normal in(trumento de tra*al/o $ara a'uele( $oeta(1
'ue colecionam ne((e( com$ndio( #no a$ena( -ato(, ma( tam*0m -loril0gio(
$o0tico(1 $. ?
E((e( e(critore( o(tentam (ua erudi%o a((inalando o con/ecimento da
natureza atra)0( do e(tran/amento e da de(co*erta. 2. ? 6li)re com$reen(omin/a7
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#A criatura 0 o e($el/o em cua moldura, e (+ nela, o mundo moral (e
a$re(enta)a ao Barroco. Ym e($el/o cnca)o, $or'ue i((o (+ era $o((&)el
com di(tor%e(.1 2. ?!
#o )erdadeiro o*eti)o do drama, (egundo a teoria de caliger 6ni(to com$at&)el
com o( intere((e( do Barroco7 era a de tran(mitir o con/ecimento da alma1 6$.
??7, (endo caracter&(tico #da e)olu%o do (0culo =>II 'ue a re$re(enta%o do(
a-eto( (e -a%a cada )ez com maior n-a(e, ao $a((o 'ue o delineamento *em
marcado da a%o 6...7 (e torna cada )ez mai( )acilante1 6$. "!!7
Ym $reconceito #ao 'ue $arece, continua in'ue(tionado. Vrata5(e da (u$o(i%o
de 'ue a( a%e( e o( com$ortamento( de $er(onagen( do drama $o((am (er
utilizado( $ara a anli(e de $ro*lema( morai( do me(mo modo 'ue (e u(a um
mane'uim $ara o en(ino de anatomia. \ o*ra de arte, 'ue ningu0m (e atre)e a
con(iderar le)ianamente como uma re$rodu%o -iel da natureza, atri*ui5(e (em
re(er)a( o e(tatuto de ] c+$ia eem$lar de -enmeno( morai(1 $. "!3 Z "!U
Ni((o e(t em ogo um du$lo $ro*lema: #Vm a( a%e( e o( com$ortamento(,
tal como uma o*ra de arte o( a$re(enta, um (igni-icado moral en'uanto
re$rodu%e( da realidade^ E ainda: $oder o conte8do de uma o*ra (er
ade'uadamente a$reendido $or meio de no%e( de ordem moral^1 $. "!U
#A arte no $ode, de -ato, $ermitir de -orma alguma 'ue algu0m a $romo)a, na(
(ua( o*ra(, a tri*unal da con(cincia, dando mai( aten%o ao a((unto
re$re(entado do 'ue @ re$re(enta%o.1 2. "!U
A trag0dia tica o$e5(e @ e$o$eia #$or (er uma reela*ora%o tendencio(a da
tradi%o1 6$. "!7. En'uanto a e$o$eia e(ta*elece um con-lito entre o /er+i e omundo, a trag0dia (e #a((enta na ideia do (acri-&cio 6...7 ao me(mo tem$o
inaugural e terminal1 6Id., i*id.7 de uma ordem (ocial. Vrata5(e da ordem
ur&dica, a troca da u(ti%a -amiliar, do (angue $ela u(ti%a do contrato (ocial da
coleti)idade.
#a( $er(onagen( de grande $oder e dignidade (o mai( ade'uada( @ trag0dia
$or'ue a de(gra%a 'ue (e no( o-erece como de(tino de uma )ida /umanaeige uma grandeza 'ue $o((a (u(citar terror no e($ectador, 'ual'uer 'ue (ea
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ele... Ora, a( circun(tCncia( 'ue le)am uma -am&lia *urgue(a @ de(gra%a e ao
de(e($ero (o, ao( ol/o( do( $odero(o( e rico(, in(igni-icante(, e $odem
re(ol)er5(e com auda /umana1 $. ""
#A -igura cmica 0 um rai(onneur, na (ua re-leo ela tran(-orma5(e em
marioneta de (i $r+$ria1 $. "9"
2re(en%a do adere%o L (on/o(, a$ari%e( $. "9
O de(eo da e(t0tica romCntica de c/egar ao con/ecimento de um a*(oluto 6...7
$ermitiu 'ue (e in(tala((e no( mai( (im$li(ta( de*ate( e(t0tico( um conceito
de (&m*olo 'ue nada tem de comum com o autntico 6...7 oriundo do dom&nio
teol+gico. 6$. "U?7
om o( $rogre((o( da Fe-orma, o (im*+lico como e$re((o do( mi(t0rio( da
religio tendeu a de(a$arecer, naturalmente, cada )ez mai(... O )el/o amor
$elo concreto mani-e(ta)a5(e agora... em re$re(enta%e( (im*+lica( de
natureza moral e $ol&tica, uma )ez 'ue a alegoria $reci(a)a dar -orma (en(&)el
@ )erdade rec0m5de(co*erta. 6$. "G7
A( muita o*(curidade( na rela%o entre (igni-ica%o e (igno 6...7 e(timula)am
6...7 a atri*ui%o de )alor (im*+lico a atri*uto( cada )ez mai( remoto( do(
o*eto( 6$. "37
de tal modo 'ue uma e 6$. "37 a me(ma coi(a $odiam (im*olizar tanto uma
)irtude como um )&cio, em 8ltima anli(e tudo 6$. "U7
o Barroco re)ela5(e como (o*erana ant&te(e do la((ici(mo, lugar at0 agora
atri*u&do a$ena( ao Fomanti(mo 6$. "G7
O Barroco orgul/a5(e da ri'ueza de (igni-icado( e a am*iguidade 0 uma
ri'ueza 'ue e'ui)ale a e(*anamento. A'ui / uma o$o(i%o de $rinc&$io ao
la((ici(mo, 'ue e(te, $autado na natureza, rege5(e $ela economia, como a
natureza, en'uanto a'uele, $autado na re)i(o e ru&na da tradi%o, rege5(e$ela o(tenta%o. 6$. "7
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#O 'ue az em ru&na(, o -ragmento altamente (igni-icati)o, a ru&na: 0 e(ta a
mai( no*re mat0ria da cria%o *arroca.1 6$. "?!7
A *eleza 'ue $erdura 0 um o*eto do (a*er 6$. "?;7
no ei(te o*eto *elo 'ue no ten/a em (i algo 'ue mere%a (er (a*ido 6$. "?;7
na( a$oteo(e( da $intura co(tuma tratar5(e com etremo reali(mo o $rimeiro
$lano, $ara tornar cred&)ei( o( o*eto( )i(ionrio( mai( di(tante(. O $rimeiro
$lano, a((im e)idenciado, $rocura)a concentrar em (i todo o acontecer
mundano, no a$ena( $ara in)e(tir e(ta 8ltima do mimo $o((&)el de
au(teridade, eclu(i)idade e im$laca*ilidade. 6$. "?37
e um o*eto (e torna aleg+rico #ele (er inca$az de irradiar a $artir de (i
$r+$rio 'ual'uer (igni-icado ou (entido4 o (eu (igni-icado 0 a'uele 'ue o
alegori(ta l/e atri*uir. 6...7 Na( (ua( mo(, a coi(a tran(-orma5(e em algo de
di)er(o, atra)0( dela ele -ala de algo de di)er(o e ela torna5(e $ara ele a c/a)e
'ue l/e d ace((o a um (a*er oculto 'ue ele )enera na coi(a como (eu
em*lema.1 6$. "?U7