BH-Rotas & Destinos Abr 2008

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BEAGÁ MINEIRO Não se deixe levar pela forma como aqui trocam as voltas ao tradicional “beabá”, levando a que o nome da capital mineira, Belo Horizonte, se contraia num “Beagá” melodioso. Primeiro estranha-se a ausência de mar, mas, aos poucos, os olhos habituam-se a ver tudo o que está entre e para lá das montanhas. Afinal, esta foi a primeira capital do Brasil a ser planeada no papel TEXTO DE JOÃO MIGUEL SIMÕES | FOTOS DE MANUEL GOMES DA COSTA BELO HORIZONTE

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BEAGÁ MINEIRONão se deixe levar pela forma como aqui trocam as voltas ao tradicional

“beabá”, levando a que o nome da capital mineira, Belo Horizonte,

se contraia num “Beagá” melodioso. Primeiro estranha-se a ausência

de mar, mas, aos poucos, os olhos habituam-se a ver tudo o que

está entre e para lá das montanhas. Afinal, esta foi a primeira capital

do Brasil a ser planeada no papelTEXTO DE JOÃO MIGUEL SIMÕES | FOTOS DE MANUEL GOMES DA COSTA

BELO HORIZONTE

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elo Horizonte, nome que os locais aprenderam a contrair nummelodioso Beagá para ficar mais conforme aos “uais” do seusotaque musicado, ainda gosta de se dizer uma cidade pequena

e provinciana, mas, na realidade, há muito que a capital mineiradeixou de ser uma coisa e outra. Possui um bom nível de vida,

óptimos restaurantes, uma animação nocturna capaz de fazer inveja à maioria das grandes cidades do país e várias atracções espalhadas por todo o seu perímetro,a começar nos famosos botequins, marca registada da cidade. Mas para a minha primeiraincursão na cidade, que nasceu para ser capital há 111 anos a partir do arraial de Curraldel Rei – eleito por oferecer boas possibilidades de expansão, apesar de rodeado pormontanhas –, eu precisava de mais. Perguntei por isso a um amigo, amante confesso deBeagá, o que mais lhe agradava aqui. Respondeu-me: as flores e a Pampulha.

Beagá perdeu para Curitiba, no Paraná, o título de “Cidade-Jardim”, mas flores não lhefaltam. Até mesmo na Lagoa da Pampulha. Situada a norte do centro de Beagá, já coladaà cidade-satélite de Venda Nova, pode dizer-se que à volta da Lagoa da Pampulha ocorreu,na década de 1940, a alvorada de uma nova metrópole, uma espécie de ensaio para o queviria a ser Brasília anos mais tarde, nascida do entendimento entre um político visionárioque queria ficar na História e um arquitecto disposto a romper com os cânones da época.

A lagoa, apesar de poluída, permanece como uma fonte de prazer para os belo--horizontinos, que têm ali o estádio Mineirão, o Parque de diversões Guanabara, o Zoológicoe até dois dos mais elogiados restaurantes locais – o regional Xapuri (Rua Mandacaru,260), rústico e refinado ao mesmo tempo graças ao comando da simpática Nelsa Trombino, e o Aurora (Rua Alves de Oliveira, 421), cozinha de autor, a cargo de Mauro Bernardes,num belo casarão com quintal e cores vibrantes –, mas é o conjunto que Oscar Niemeyeridealizou apenas numa noite, e que Juscelino Kubitschek aprovou na manhã seguinte, a cereja em cima do bolo.

O visionário do betão, como já lhe chamaram, não viu o hotel também previsto noprojecto inicial passar do papel, e o Iate Club foi sendo desvirtuado por acrescentosposteriores, mas a Casa do Baile, com a sua marquise curvilínea; o Casino, convertidoentretanto em museu por o jogo ter sido proibido no Brasil; e a Igreja de São Franciscode Assis, com as suas inusitadas curvas decalcadas das montanhas à volta e os polémicospainéis de azulejos pintados por Cândido Portinari, fizeram da Pampulha, e consequentementede Belo Horizonte, uma urbe aberta à modernidade.

A parceria entre Kubitschek e Niemeyer não se esgotou, todavia, na Pampulha (vercaixa). Enquanto esteve no comando da cidade e do Estado de Minas, o futuro presidentedo Brasil deu-lhe uma visibilidade que permitiu ao arquitecto receber outras encomendasno centro da cidade. É o caso do prédio da Praça da Liberdade, uma estrutura modularque ilude quanto ao seu número real de andares. Para estetas como Conceição Piló, a incansável curadora do Palácio do Governador (ver guia) – a verdadeira jóia arquitectónicada praça mais simbólica de Beagá –, pode não passar de um “espigão”, apenas superadona falta de harmonia pela “Rainha da Sucata” (a alcunha jocosa do Museu de Mineralogia,nas imediações), mas o facto é que a Liberdade, quadrada à boa maneira francesa, converteu--se, com o tempo, numa mescla de estilos e num ponto de encontro, sobretudo aos domingosde manhã, à sombra das suas palmeiras imperiais e ipês amarelos. Claro que a sede do

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“COM A OBRA DA PAMPULHA, O VOCABULÁRIOPLÁSTICO DA MINHAARQUITETURA, NUMJOGO INESPERADO DE RETAS ECURVAS, COMEÇOUA SE DEFINIR”. OSCAR NIEMEYER

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Nesta pág., em cima, e na pág. ao lado, à dir.: a Igreja São Francisco de Assis, na Pampulha, causou estranheza e foimesmo rejeitada pelo bispo da época, D. Cabral, que não gostou de ver um cão rafeiro pintado por Portinari no paineldo altar-mor. Em cima, da esq. para a dir.: restaurante Dádiva; clube Mp5;Alessa Gelato & Caffé. Em baixo: lombo depanela no restaurante Xapuri. Dupla de entrada: mezanino do Palácio das Artes e vista geral da Avenida Afonso Pena.

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o Cantina do Lucas (número 233, lj. 18). Na cidade com maioríndice de botecos por habitante do Brasil (ver guia), é da praxepassar ao menos por um para saber como é. Munido de tão nobremissão, cheguei mesmo a deslocar-me de propósito ao bairro deSanta Tereza, outrora frequentado por Milton Nascimento e oseu “Clube da Esquina”, onde estão alguns dos mais castiçoscomo o Chef Túlio, o Temático e o Bolão, e concluí o seguinte(que me perdoem os puristas): o boteco é, sobretudo, um pontode encontro e de reunião entre amigos, pelo que perde a graçaquando se está em inferioridade numérica.

Em hora de almoço, fui à procura de outras esquinas de Beagá, que encerram, tantas vezes, verdadeiros triângulos daperdição. Bastou-me descer a rua de Santa Catarina, já em direcçãoao bairro de Lourdes, para encontrar o que queria no número1235. A Favorita não é só um espaço bonito, assinado pelaarquitecta Freuza Zechmeister (também figurinista do grupo dedança mais famoso da cidade, o Corpo), para ver e ser visto. A sua cozinha de múltiplas influências, com o jovem chef RobsonViana a assumir que faz muita experimentação, é tida como

Governo mineiro, com a sua escadariafiligranada em ferro forjado belga, os lustresde cristal alemão e checo ou o mobiliárioestilo Luís XV e XVI, merecia melhorcompanhia, mas, até 2010, os edifícios maisnobres da praça vão deixar de acolher órgãosgovernamentais e passarão a ter uma vertentemais lúdica e cultural.

De todas as avenidas que cortamtransversalmente Beagá, a Avenida AfonsoPena é a principal. Em extensão e emimportância. Não é mais ladeada pelos ficusaparados de antes, mas árvores não lhe faltam– um dos parques mais bonitos e antigos dacidade, o Municipal, inspirado na BelleEpoque francesa e responsável pelo elevadoíndice de verde na cidade, dá mesmo paraaqui. Quando Oscar Niemeyer projectou oPalácio das Artes estava previsto que a suaentrada se fizesse pelo parque, mas quandofoi inaugurado em 1971 o responsável pelaobra era já Helio Ferreira Pinto, pelo quehoje a sua fachada (atribuída a Niemeyer,bem como o mezanino) está no número1537 da Afonso Pena. Com a FundaçãoClóvis Salgado (ver guia) aqui instalada, este é um espaço culturalvivo, com óptimos recursos, onde, certa noite, pude comprovarin loco a boa acústica do Grande Teatro.

DE BOTECO EM BOTECOEstá aberto até ao final da tarde, mas é de manhã, e à hora dasrefeições – afinal estão aqui representados botecos ilustres nacidade como o Palhares e o Casa Cheia –, que vive um maiorfrenesim. Entro no Mercado Central, pela Augusto de Lima,ciente de que já não é apenas um mercado, mas também umaatracção turística com direito a livros e a tratados a seu respeito.Diz quem o conhece desde sempre que ficou muito melhordepois de ter sido remodelado e privatizado. Não tenho comocomparar, mas não fico imune à sua explosão de cores nem à oferta de óptimos produtos regionais de Minas. É um pontoincontornável de compras.

Na mesma rua, no Edifício Maleta, reduto comercial e boémio,figuram outros botecos – bares populares onde se pode petiscare matar a fome com um PF (prato feito) – bem conhecidos como

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BELO HORIZONTE CONSERVADORA E POLITIZADA, A SOCIEDADE DE BEAGÁ MANTÉM O SEU ESPÍRITOCRÍTICO E É, A PARDE CURITIBA, UMADAS CIDADES ONDENOVOS PRODUTOSSÃO TESTADOSANTES DE SEREMLANÇADOS NORESTO DO BRASIL

NIEMEYER EM 10 PASSOSO visitante mais incauto poderá ter uma bela surpresa ao chegar a BeloHorizonte. Na realidade, atrevo-me mesmo a dizer, até mais do que uma.Concentremo-nos, por agora, na questão arquitectónica. É que a amizadeentre o estadista Juscelino Kubitschek e o arquitecto Oscar Niemeyer deu maiores frutos do que apenas o conjunto da Lagoa da Pampulha (ver texto), amplamente citado nos guias da cidade. Muito a propósito,a celebração do centenário de Niemeyer em Dezembro de 2007 serviu depretexto para que se prestasse maior atenção às dez obras do arquitectoque reinventou a capital mineira. É certo que nem todas gozam hoje deum estado de preservação exemplar, mas o seu potencial é inegável e hájá quem tenha percebido que pode ser uma mais-valia no futuro para umsegmento de turismo que se interessa e procura este tipo de curiosidades.Assim, e caso queria seguir a incursão mineira de Niemeyer passo a passo,comece logo pela Pampulha, onde, além da Casa do Baile, da Igreja de São Francisco e do Museu de Arte da Pampulha, vai encontrar tambéma Casa Kubitschek, em breve convertida em Museu JK, o Iate Clube e o edifício central do Zoológico, que esteve para ser um clube de golfe.No centro da cidade, a assinalar o Edifício Niemeyer e a Biblioteca Pública,na Praça da Liberdade; a fachada e o mezanino do Palácio das Artes,na Avenida Afonso Pena; o Edifício JK, na Rua Timbiras; o ex-prédio do Bemge, na Praça Sete; e a Escola Estadual Governador Milton Campos(Estadual Central), no Bairro Santo Antônio.

Em cima: o jovem chefRobson Viana, que faz muitaexperimentação e recorre a influências várias para criaros seus pratos, é um dostrunfos do restaurante A Favorita, eleito pela revistaVeja como o melhor do género em 2007. Outroatractivo da casa é a arquitectura de FreuzaZechmeister.Ainda nesta pág.: esquina da GetúlioVargas, na Savassi. À esq.:Casa do Baile, onde JuscelinoKubitschek era assíduo

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melhores DJs de música electrónica.Mas Lourdes divide o protagonismo na

cena de Beagá com o seu vizinho do lado,Savassi. Até 2006, toda esta área estavaenglobada no bairro antigo de Funcionários,agora a norte, mas a prefeitura decidiu daridentidade própria a uma zona que tinhaficado conhecida graças à padaria doimigrante italiano Amilcare Savassi, famosana década de 1930 entre políticos, a altasociedade e um bando de boémios que“aprontava” muito e era apelidado de “Turmada Savassi”. O nome ficou, a padaria foi-see hoje a grande referência do lugar é o centrocomercial Pátio Savassi, com boas lojas, casasnocturnas e até uma filial da melhor geladariada cidade, a Easy Ice.

Fica também aqui uma das esquinas maisbadaladas para quem gosta de sair à noite,no encontro das ruas Pernambuco e Toméde Sousa, com especial destaque para a quinta--feira, altura em que os estudantes tomamde assalto os vários bares e botecos. Não muitolonge daqui, no Graças a Deus (Rua PadreOdorico, 68), um bar de três publicitários

que não escondem a sua paixão por futebol, a média de idadesnão varia muito e o engate sobe na mesma proporção com queos copos se esvaziam. Para quem preferir um programa “maisfamiliar”, Savassi e arredores possuem restaurantes agradáveis – como o D. Lucinha (Rua Padre Odorico, 38, São Pedro) e o D. Derna (Rua Tomé de Sousa, 1343, 2.º) –, pastelarias derenome – a portuguesa Maria Fernanda Afonso faz sucesso nonúmero 949 da Rua Santa Rita Durão – e, sobretudo, váriaslivrarias que tiveram o bom gosto de se associar a cafés quepermanecem abertos à noite, onde apetece estar sem pressas –destaque para o Café com Letras (Rua Antônio de Albuquerque,781) e o Café da Travessa (Av. Getúlio Vargas, 1405).

Dizem os manuais da cidade que quem quiser fugir à “ditadura” das lojas padronizadas dos centros comerciais de Beagá deve ir ao bairro Barro Preto, entre as ruas Augusto de Lima, Mato Grosso e Araguari, onde se reúnem vários retalhistasnacionais, mas é na Fernandes Tourinho, na divisa entre Savassie São Pedro, que encontro não só livrarias, um restaurante de comida natural (o Mandala, no número 390) e um bar

a melhor no seu género em Beagá, e até os pães, deliciosos, vêmda Casa Bonomi (Rua Cláudio Manoel, 460, Funcionários),criada pela ex-bailarina Paula Bonomi.

E se de dia, Lourdes, endereço certo de condomínios luxuosos,empresas e comércio de marca, seduz pelos magotes de árvoresa permear o asfalto e pela forma como tentou imitar o bairrochique dos Jardins em São Paulo – com direito a antiquários,os melhores pastéis (número 70) e a pastelaria mais bonita(Graciliano, número 40) na rua Marília de Dirceu –, de noitetudo acontece nas esquinas das ruas Curitiba, onde ficam oDádiva – o maître Maurício prefere o movimento das tardes desábado, altura em que aquela esquina mais lhe parece o Mónaco!– e o Tizé, e a Bárbara Heliodora, poiso do Maria de LourdesBotequim. Dita quem vai em modas que se coma aqui e depoisse vá tomar a sobremesa à geladaria pós-moderna Alessa Gelato& Caffé, na Rua São Paulo, número 2112. Madrugada alta, épegar no carro (ou no táxi) e zarpar para a Avenida Raja Gabaglia,mais a sul, reduto de bares e discotecas in como o MP5 (número4000), um misto de galeria e de pista de dança ao som dos

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BEAGÁ CONTINUA A SENTIR-SE

NA SOMBRA DE SÃOPAULO E DO RIO DE JANEIRO, MAS O CERTO É QUE,CADA VEZ MAIS,

SE ASSUME COMOUMA CIDADE

COSMOPOLITA QUEPOUCO OU NADAFICA A DEVER EM

MATÉRIA DE OPÇÕES

Nesta pág., em cima, na pág.ao lado, à dir.: o Dádiva é, por

excelência, um restaurantepara ver e ser visto, numa dasesquinas mais movimentadas

do bairro de Lourdes, comdireito a Ferraris e Jaguares

estacionados à porta. Oespaço moderno foi assinadopor Mariana Junqueira Lessa.

Da esq. para a dir.: NelsaTrombino, a “maga” do

Xapuri que começou a cozinhar para os amigos

no quintal da sua casa; filetede raia, receita d’A Favorita

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BEAGÁ POR RONALDO FRAGAPedimos a Ronaldo Fraga (ver texto), que conquistou as passarelas da modaa partir de Belo Horizonte, para partilhar connosco os seus lugares de eleiçãona cidade.

Restaurantes: Aurora (Rua Expedicionário Mário Alves de Oliveira, 421,São Luís), de cozinha contemporânea, e o Xapuri (Rua Mandacaru, 260,Pampulha), de comida regional.

Botequins: Família Paulista (Rua Luther King, 242, Cidade Nova), famosopelas suas couvinhas recheadas com feijão tropeiro, e o Kobes (Rua ProfessorRaimundo Nonato, 31, Horto/Santa Tereza), que funciona numa garagem e possui cardápio criativo.

N.A.: Fraga costuma ser um dos jurados do Comida di Buteco (ver guia)

Antiquários e artistas plásticos: Galeria Selma Albuquerque (Rua Antônio de Albuquerque, 885), Velho Armazém (Rua Itapecerica, 613,Lagoinha), instalado num velho casarão que só por si já é um regalo, ou LeoSantana (atelier em Macacos, tel. 0055 31 9279 1957), escultor responsávelpela estátua de Drummond no Rio de Janeiro.

Museus: Histórico Abílio Barreto (Av. Prudente de Morais, 202, Cd. Jardim,encerra às segundas), onde elege também o Café de Museu, Inhotim(www.inhotim.org.br, ver texto), em Brumadinho, Artes e Ofícios (Pç. RuiBarbosa, encerra às segundas) e Giramundo (Rua Varginha, 235, Floresta,às terças, quartas e quintas), com cerca de 350 bonecos criados por ÁlvaroApocalypse, o mais importante marionetista do Brasil.

Livraria: Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 275, Savassi), espaço com café e um bom entendedor em livros.

Colado ao Parque Municipal, com entrada pelo principaleixo de circulação da cidade, o Palácio das Artes é umespaço cutural vivo com exposições, ciclos de cinema,espectáculos de dança e uma vasta oferta de lazer

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de pão de queijo: esta casa é mais umas das surpresas de Beagá.Ao unir-se à sua amiga Freuza Zechmeister, a arquitecta responsávelpelo projecto, com quem pesquisou durante anos várias lojaspor todo o mundo, Zezé conseguiu dar forma ao seu velho sonhode construir um palácio onde as mulheres pudessem sentir-seprincesas. Foi assim que, numa linguagem moderna, pegaramem fotos de móveis franceses ou dos pisos em parquet e dosfrescos do Palácio da Liberdade e os aplicaram, segundo a velhatécnica do trompe-l’oeil, em paredes ou consolas, que trataramdepois de misturar com biombos, cadeiras estilo Luís XV forradasa tapeçaria, e tantas outras coisas que valorizam, sem anular, a roupa e acessórios expostos. E nada escapa, dos provadores,com paredes acolchoadas, às casas de banho, com fotos desupermodelos.

Ao sair de lá, reparo que o Sion, um bairro de origem judiaque cresceu em torno do Colégio Nossa Senhora, mantém osseus casarões da velha elite belo-horizontina, mas está cada vezmais espartilhado por redutos da classe média, como a Anchieta,onde ficam alguns botecos interessantes, e por endereços populares

(o Redentor, número 509), como tambémuma das melhores lojas de roupa vintage dacidade, a Santíssima (número 385, sobreloja),e Ronaldo Fraga (número 81), o criadormineiro de maior projecção dentro e fora deportas. Fraga (ver caixa) é uma figura, afávele sem vedetismos, que começou por ter a sualoja em Pompeia, mas com as crescentesdemolições no bairro acabou por se mudarpara aqui. Criou uma loja à sua medida, quevai mudando em função das colecçõesexpostas. Com uma linha muito própria eacessível, onde o humor e a tragédia andama par e passo, este estilista conhece comopoucos a cidade onde vive e gosta dedesconcertar, tanto que na parede da lojaimprimiu: “Em minha calça está grudadoum nome que não é meu de baptismo ou decartões. Um nome… estranho. Eu, etiqueta.”

PRINCESAS E BAIRROS DE ELITEPara fazer o contraponto à linguagem maisalternativa de Ronaldo Fraga, decido rumarao número 111 da Rua Turibate, já no Sion,outro bairro da Zona Sul, onde fica a nova loja de Zezé Duarte.É claro que chamar loja ao espaço de 700 metros quadrados,inaugurado em finais de Novembro de 2007, não só édespropositado, como, viria a constatar mais tarde, não faz detodo jus ao conceito. Confesso que, ao deparar-me à chegadacom uma casa de arquitectura moderna, discreta, mas aindaassim de porta fechada e seguranças, temi o pior – ou seja, penseique uma das mais conhecidas e prestigiadas empresárias de Beagá,no ramo há mais de 15 anos, tinha cedido à tentação de criaraqui uma Daslu em escala menor, que em São Paulo se tornousinónimo de ostentação e novo-riquismo.

Não é o caso. É certo que a loja se destina a uma clientelaVIP, disposta a pagar caro – ou não, dependendo do ponto devista – por peças de criadores nacionais e estrangeiros escolhidasa dedo pela própria Zezé, que, devidamente assessorada pela suaequipa, viaja regularmente pelas capitais da moda em busca deinspiração e de novidades. Mas, não há como negá-lo – por maisque nos queiramos distrair com as empregadas que oferecem a todo o momento bombons, prosecco ou café com miniaturas

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NIEMEYER ASSUMEQUE A PAMPULHA FOI UM ENSAIOPARA BRASÍLIA.ALIÁS, BEAGÁ É UMA CIDADEQUE, DESDE MUITOCEDO, SE SOUBEABRIR A VÁRIASINFLUÊNCIASARQUITECTÓNICAS

PONTO DE PARTIDAO propósito desta reportagem é provar que, por si só, Belo Horizonte possui ingredientessuficientes para ser descoberta e devidamente saboreada do “jeitim” que os mineiros gostam:sem pressas. Mas, contrariadas as evidências, é bom não perder de vista que a capital deMinas Gerais será sempre um ponto de partida para explorar outras atracções de maior pesoturístico, como é o caso das cidades históricas. Para quem não dispõe de muito tempo, umaboa sugestão de roteiro passa por combinar numa só viagem as três capitais. A saber: antes deBeagá, Mariana (a 116 km de BH e a 15 km de Ouro Preto) foi a primeira capital do Estado,pelo que preserva um bonito centro histórico, seguida de Ouro Preto (a 107 km de BH), quiçáa mais conhecida devido ao seu impressionante, e bem preservado, núcleo barroco com obras

relevantes de Aleijadinho e Mestre Athayde. Belo Horizonte apresenta ainda como vantagemacrescida o facto de possuir ao seu redor, a menos de 100 quilómetros, vários pontos com um charme tipicamente provinciano na melhor acepção da palavra. Aliás, um dos programasfavoritos de fim-de-semana dos habitantes de Beagá é pegar no carro ou na moto e zarparrumo aos hotéis-fazenda de Brumadinho, Esmeralda e Florestal, ficando a opção dehospedagem em pousadas por conta de São Sebastião das Águas Claras. Para quem deseja ire vir no mesmo o dia, Nova Lima, a escassos 30 quilómetros da capital, é uma boa alternativa,com dois óptimos e muito concorridos restaurantes: o La Victoria (R. Hudson, 675, Jd. Canadá)e o diVino (5.ª Avenida, 144, Cond. Vale do Sol).

Pág. à esq. e nesta pág., emcima: a Praça da Liberdade,epicentro de Beagá,tem no refinado Palácio do Governador o seu melhorcartão de visita, tanto que o showroom de Zezé Duarte(em cima) se inspirou nosseus interiores para criaruma atmosfera ímpar.No topo, à esq.: ConceiçãoPiló, curadora do Palácio.

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BEAGÁ TEM HOJE UM TRÂNSITO

CAÓTICO, MAS, AINDA ASSIM,

CONSEGUE A PROEZADE POSSUIR MAIS DE DOIS MILHÕES

DE ÁRVORES, O DOBRO DO

RECOMENDADO PELA ORGANIZAÇÃOMUNDIAL DE SAÚDE

como o Verdemar (Av. Nossa Senhora do Carmo, 1900), apontado por muitoscomo tendo o melhor pão de queijo da cidade, ou o Pinguim (Rua Grão Mongol,157), recomendado por oito em cada dez pessoas, só que, para quem está de fora,não passa de uma grande e, vá lá, bem frequentada cervejaria.

Também o bairro de Mangabeiras, delimitado pela Serra do Curral, as avenidasAgulhas Negras e Bandeirantes – não deixe de passar no número 1839 para provaros melhores sumos naturais da cidade, em 60 inusitadas combinações de frutas,hortaliças e sorvetes, na Néctar da Serra – e ainda pelo Parque das Mangabeiras,com paisagismo de Burle Marx, desperta ciúme e curiosidade na vizinhança menosabastada ao seu redor, pelo que, não raras vezes, é costume esticar as suas fronteirasfísicas para caber lá dentro.

Mas há certas coisas que nem a fazer vista grossa terão lugar neste bairro burguêsda zona centro-sul, projectado na década de 1960, aos pés da serra e colado aosegundo maior parque urbano do Brasil, logo a seguir à Floresta da Tijuca, no Riode Janeiro. Aqui imperam as grandes vivendas ajardinadas, muitas delas comtraçados ousados saídos dos estiradores de arquitectos famosos – nesse quesito valea pena espreitar a casa da joalheira Angla Geo, na Avenida José do PatrocínioPontes, 1354 –, que, na medida do possível, se esforçaram para estar à altura dolegado modernista deixado pelo projecto de Niemeyer e Burle Marx no Paláciodas Mangabeiras, residência estival dos governadores mineiros, mandado construirpor Juscelino Kubitschek na Rua Professor Lair Rennó Remusat.

Na sua qualidade de bairro eminentemente residencial, o Alto Mangabeiras,que foi buscar o nome ao infeliz córrego soterrado pelas obras de arruamento, nãoatrai curiosos aqui apenas para espreitar as casas dos muito ricos; menos aindapelo seu comércio ou serviços, que são praticamente inexistentes. A maioria daspessoas, tal como eu numa certa manhã, vem mesmo é pela vista sobre o resto da cidade. Um horizonte a que nem mesmo João Paulo II, aquando da sua visitaa Beagá em 1980, terá ficado indiferente, pelo que, depois da missa campal realizadano local, a até então Praça Israel Pinheiro passou a chamar-se Praça do Papa.

A lembrá-lo, os símbolos cristãos erectos no meio da praça fazem pontaria aocéu, mas a sua cor de fuligem não tem como competir, nesta altura do ano pelomenos, com o lilás supremo das quaresmeiras em flor, decalcadas sobre o fundoverde da serra e do parque. Uma autêntica selva urbana, com o seu quinhão demata atlântica, bichos, trilhas e diversas infra-estruturas de lazer, que não deixamorrer por completo o espírito de “roça grande”, paredes-meias com o asfalto e o betão. Nem abdica, ao que parece, de certos fenómenos naturais como o daRua do Amendoim, nas proximidades da Rua Professor Otávio Coelho Magalhães,onde, com um pouco de boa-vontade, se dá pelo carro de motor desligado a subire não a descer a ladeira – há quem insista em fazer disto um mistério insolúvel,mas a explicação pode ser simples se tivermos em conta a presença de um certomagnetismo no subsolo, rico em minérios.

A ARTE DE INHOTIMNão adianta, contudo, pormo-nos com ideias, nem desencadear uma verdadeiracaça ao ouro nos quintais daqui. A prova disso está no bairro vizinho da Serra – onde o motivo da romaria é outro e dá pelo nome de Estabelecimento, o botecodo momento na Rua Monte Alegre, com direito a mexido de linguiça e couve às quartas e roda de samba aos sábados –, tido ainda hoje como o ponto de partidada cidade que conhecemos como Belo Horizonte. Conta-se que, no distante anode 1701, o bandeirante João Leite da Silva Ortiz chegou à Serra do Curral, entãoainda conhecida como Serra de Congonhas, em busca do metal precioso, mas,

Nesta pág.: o restaurante Xapuri (em cima e em baixo), num dos bairros da Pampulha, é apontado como o melhor da cidade para comer iguarias regionais, sobretudo aos fins-de-semana. Já o Graciliano (ao centro)é uma das melhores pastelarias da cidade, com direito ao financier, famoso bolinho de amêndoa, servidocom o café. Pág. ao lado, da esq. para a dir.: arranha-céus da Afonso Pena; Inhotim; café do Palácio das Artes.Em baixo: parque ambiental do Inhotim e prédio de Niemeyer na Praça da Liberdade, o “Copán de Beagá”.

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-fazenda – e de se estimar que outrosprojectos hoteleiros, de maior porte, estejama caminho –, muitos são os habitantes dacapital que não conhecem ainda o centrode arte contemporânea do Inhotim(www.inhotim.org.br), em Brumadinho, a pouco mais de uma hora de carro de Beagá.Caso para dizer que não sabem o que andama perder. Como tantas vezes acontece, talvezo nome ‘arte’ ou ‘centro cultural’ sirva depretexto para explicar a relutância de alguns,mas o facto é que se trata de um dos projectosmais inovadores dentro do seu género. Paracomeçar porque ocupa cerca de 40 hectaresde uma vasta propriedade de 120 pertencenteao magnata da mineração Bernardo Paz, da Itaminas, que desde 1980 tem vindo a amealhar uma colecção de arte contem-porânea nada desprezível. A dada altura, o acervo atingiu uma tal dimensão quedecidiu expor parte dele ao público; primeirode forma condicionada, depois já a títulopermanente, a partir de Outubro de 2006,no centro tal como hoje o vemos.

Com ligação às mais importantes bienaisde arte, o Inhotim expõe o trabalho de váriosartistas brasileiros e internacionais, de formapermanente ou itinerante, em nove galeriasde arquitectura moderna – duas delas foraminauguradas em Março, com destaque paraa que leva a obra da carioca Adriana Varejão– ou a céu aberto no parque ambiental, quedeve o seu paisagismo original a Burle Marx.

Aliás, é esta combinação feliz e pouco usual – pelo menos comesta dimensão – entre a natureza, com um cuidado primorosoque passa pela preservação de espécies botânicas brasileiras, earte, que faz de Inhotim um lugar único e que já colocou acomunidade de Brumadinho, até então quase exclusivamentefamosa pelo seu forró de sexta-feira no terminal da rodoviária,no mapa internacional. Que ninguém tenha dúvidas, o Inhotimé muito bom em qualquer parte do mundo – para mais, contatambém com uma vasta e bem preparada equipa, um excelenterestaurante e, diz-se, em breve uma pousada desenhada porFreuza Zechmeister –, mas está a 60 quilómetros da capitalmineira. O que só confirma a minha suspeita inicial: esta cidadenão pára de alargar o horizonte. O dela e o de todos aqueles quese derem ao trabalho de a enxergar para lá do óbvio e dos cânonesuseiros de beleza. ■■

Agradecemos a colaboração da e da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais na realização desta reportagem

no seu lugar, encontrou uma bela paisagem, de clima ameno epróprio para a agricultura, pelo que criou aqui a primeira fazendada região e esteve na origem do que viria a ser o próspero povoadode Curral del Rei, a partir do qual nasceria a nova capital mineiraem 1897.

Mas, por muito que a Serra do Curral seja o símbolo maisamado da cidade, a verdade é que o bairro homónimo se apresentaagora como uma região assimétrica, com lugar para empresasde grande porte, prédios e casas de alto padrão, boas escolas eum dos melhores clubes da cidade, é certo, mas também abrigaa maior favela de Beagá, formada por seis comunidades. Talvezpor isso, e na busca de uma paisagem mais idílica, muitos belo--horizontinos estejam, cada vez mais, a optar por viver fora doperímetro urbano, em lugares como Nova Lima, ou até mesmomais distantes, como Brumadinho, Florestal ou Esmeraldas,todos eles num raio inferior a 100 quilómetros. E quem não o faz não enjeita a proposta como uma das mais tentadoras parauma escapada de fim-de-semana.

Ainda assim, e apesar de o lugar já possuir bons hotéis-

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COMO IROs novos voos directos da TAP Portugal(www.flytap.com) para a capital do Estado de MinasGerais realizam-se, nos doissentidos, às segundas,quartas, quintas, sábados e domingos, com partida deLisboa às 10h00 (o voo temuma duração aproximada de nove horas).Tarifas a partir de €822 (taxas incluídas)Outra vantagem é a depermitir aos portuguesesexplorar a região, comespecial destaque paracidades históricas como OuroPreto, a pouco mais de 100quilómetros de distância.

FORMALIDADESPassaporte válido

CÂMBIO1 Real vale cerca de €0,43.Pode levantar dinheiro nosATM do Bradesco (e poucomais), mas atenção que só funcionam até às 22h00.A maioria dos cartões de crédito é aceite.

TRANSPORTESO trânsito é, hoje, uma das grandes dores de cabeçapara quem circula na capitalmineira (falta concluir o trechofinal da via que vai ligardirectamente o AeroportoInternacional de Confins ao centro da cidade).Apesarde não ser propriamentebarato (em média, umaviagem custa entre €3 e €4),o táxi continua ser o meio de transporte mais cómodopara quem vem de fora;os autocarros não oferecem segurança e o metro de superfície(www.metrobh.gov.br) tem uma cobertura limitada.Do terminal rodoviário(www.pbh.gov.br/rodoviaria),no centro, saem diariamenteautocarros para diversospontos de Minas Gerais e do Brasil.

ONDE FICARBeagá é uma cidade muitovirada para os negócios e issoreflecte-se, até ver, no tipo de acomodações que

disponibiliza. Prefira hotéiscentrais, nas imediações debairros nobres como Savassi,Lourdes ou São Pedro.Mercure – Av. do Contorno,7315, Lourdes,www.accorhotels.com.brTido como um dos maismodernos e bem equipados.Diárias desde €110Quality Afonso Pena – Av.Afonso Pena, 3761,Mangabeiras,www.atlanticahotels.com.br Surpreende pela decoraçãocontemporânea, piso só para mulheres e boa vista.Diárias desde €100Caesar Business – Av. LuísPaulo Franco, 421, Belvedere,www.caesarbusiness.com.brAbriu em finais de 2007,possui spa e fica próximo do centro comercial BH.A desvantagem é que ficalonge do centro.Diárias desde €135Ouro Minas Palace – Rua Cristiano Machado,4001, Ipiranga,www.ourominas.com.brContinua a ser o único cincoestrelas, mas está a precisarde uma renovação.Compensa o facto de estarafastado do centro com uma boa estrutura de apoioao hóspede.Diárias desde €185

ONDE COMERConsultar texto.

ONDE COMPRARConsultar texto.

COMIDA DI BUTECOBeagá é conhecido em todoo Brasil por possuir o maioríndice de botecos oubotequins – no fundo, sãobares populares onde se bebe e come –, quiçá paracompensar a falta de praia emar. Seja como for, o assuntoé levado (muito) a sério porali, tanto que, em 2000, seinstituiu o concurso gastro-nómico Comida di Buteco(ver lista em www.comidadibuteco.com.br), em que umnúmero cada vez mais repre-sentativo de bares coloca à prova os seus tira-gostos

(acepipes). Este ano, o eventovai decorrer de 11 de Abril a 11 de Maio, com a Saideira(eleição do vencedor) a 17 e 18 de Maio, na praça com o mesmo nome.

A NÃO PERDERObra de Niemeyer: vercaixa e textoInhotim: ver textoPasseios: não é preciso sairda cidade para se embrenharno mato, basta fazer comotantos locais e seguir as trilhas da Serra do Curral,que delimita os bairros de Mangabeiras e da Serra.A Trilhas de Minas(www.trilhasdeminas.com.br)é uma das empresas que organiza passeios ali.Parques: vale a penaexplorar zonas verdes como o bonito Parque Municipal.Palácio das Artes: estepólo cultural da Av.AfonsoPena, que abriga a FundaçãoClóvis Salgado (www.palaciodasartes.com.br), possui umavasta programação de exposi-ções e mostras de cinema,bem como espectáculos de dança e teatro. Possui umabiblioteca e café.Palácio da Liberdade:um dos mais belos edifíciosde Beagá, inaugurado em 1897 para acolher os governadores do Estado.Visitas das 8h00 às 14h00.Mercado Central: fica na Av.Augusto de Lima(mercadocentral.com.br) e funciona todos os dias,das 7h00 às 18h00 (13h00aos domingos).Feira de Arte eArtesanato Afonso Pena:esta feira decorre aosdomingos, das 8h00 às14h00, na principal avenida.Museu Histórico AbílioBarreto: ver caixa Fraga

MAIS INFORMAÇÕESConsulte os siteswww.belohorizonte.mg.gov.br(oficial), www.belotur.com.br,www.viajeaqui.com.br (“Guia Quatro Rodas”),vejabrasil.abril.com.br/belo-horizonte (suplemento daVeja), www.guiabh.com.br(guia local).

GUIA DE VIAGEMÀS PORTAS DA

CAPITAL MINEIRAFICAM OUTRAS

ATRACÇÕES, COMOÉ O CASO DO

CENTRO DE ARTECONTEMPORÂNEA

DO INHOTIM, NOBRUMADINHO, UM

ESPAÇO DE VALORINTERNACIONAL

Não deu imediatamente nasvistas quando abriu, em

Outubro de 2006, mas, aospoucos, o Centro de Arte

Contemporânea doInhotim, a 1h15 de Beagá,

está a receber a atençãomerecida, até porque não

há muitos espaços iguais nomundo. Em cima, à dir.:

misto de galeria e clubenocturno, o MP5 atrai não

só os melhores DJ’s demúsica electrónica como

também muita gente bonita