Zermatt-Rotas & Destinos February 2009

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ZERMATT St. Moritz ostenta com outro garbo a sua riqueza e Verbier demonstra um sentido mais apurado de estilo, mas é a Zermatt, detentora de condições difíceis de igualar para a prática de desportos de Inverno, que todos acodem quando desejam comungar de uma vivência mais informal ou admirar o maior ex-líbris da Suíça, o glaciar de Matterhorn. TEXTO DE JOÃO MIGUEL SIMÕES | FOTOGRAFIAS DE PEDRO SAMPAYO RIBEIRO

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ZERMATT

St. Moritz ostenta com outro garbo a sua riqueza e Verbier demonstra um sentido maisapurado de estilo, mas é a Zermatt, detentora de condições difíceis de igualar para a prática de desportos de Inverno, que todos acodem quando desejam comungar deuma vivência mais informal ou admirar o maior ex-líbris da Suíça, o glaciar de Matterhorn.

TEXTO DE JOÃO MIGUEL SIMÕES | FOTOGRAFIAS DE PEDRO SAMPAYO RIBEIRO

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esmo não querendo, há comparações que são inevitáveis. O ano passado,por esta mesma altura, estava em St. Moritz, talvez a rival mais directa deZermatt, e não pude deixar de reparar nas diferenças à chegada… Em vezde Rolls-Royce estacionados à porta tinha agora uma dúvida pela frente:

o que fazer com as malas numa vila onde não circulam carros por opção dos seus moradores, querejeitaram estoicamente, em 1972, a construção de uma auto-estrada de ligação com Täsch?

Esta e outras particularidades, que muitos podem entender, à primeira vista, como merasexcentricidades, são o que dá carácter a Zermatt, no Sudoeste da Suíça, na região germânica de Valais(daí falarem num dialecto derivado do alemão), e que a tornam, aos olhos dos seus mais fiéisdefensores, um lugar único. Claro que Zermatt está (muito) longe de ser uma estância despojadade conforto ou de mordomias, mas tem preferido manter uma postura discreta, e menos ostensiva,em relação à sua riqueza, o que facilita a vida dos muitos famosos que por ali circulam todos os anose quase não são incomodados pelos flashes dos paparazzi, ao contrário do que sucede em outrasestâncias mais mundanas.

Zermatt tem ainda uma outra coisa a favor para quem chega de Portugal: a língua. Leu bem, euescrevi “língua”. Isto porque, apesar de o maior contingente de visitantes vir da própria Suíça seguidosdos alemães, dos britânicos, dos japoneses ou dos norte-americanos, reside aqui, pelo menos sazonalmente,uma significativa comunidade portuguesa, pelo que, um pouco por todo o lado, vai ouvir falarportuguês. São eles que conduzem as carruagens, que levam as malas, que servem o café, que vendemo jornal, que abrem as camas ou até que dão as boas-vindas, mas sempre de uma forma afável, o quefaz deles uma presença estimada, ainda que à parte. Entre os visitantes ilustres, há quem se lembre deVale e Azevedo e a sua família serem uma presença assídua, mas isso era dantes...

Como em tantos outros lugares rodeados por montanhas, Zermatt só recebeu os primeiros turistasno século XVIII e apenas em 1928 se pôde realmente falar de uma primeira temporada de Invernodigna desse nome, mas desde logo a sua vertiginosa propensão para a verticalidade, e não são arranha--céus, coisa que por aqui não existe, com mais de 30 cumes acima dos quatro mil metros de altitude,garantiu-lhe condições excepcionais que asseguram a presença de neve durante todo o ano, pelo queaté mesmo em pleno Verão é possível esquiar, em mangas de camisa, em certas zonas.

Há, todavia, um cume, de forma afunilada ou piramidal se preferir, que sobressai, ao elevar-sea uma altura de 4478 metros, acima de todos os outros… Falo do glaciar de Matterhorn, que osfranceses apelidam de Mont Cervin e os italianos de Monte Cervina, um ex-líbris tão fotografadoe reproduzido que se tornou uma mania ou obsessão nacional (até a forma do chocolate suíçoToblerone não é pura coincidência). Com uma aura sagrada à sua volta, está provado que o Matterhorn

M

Na página ao lado, de cima para baixo: chalés restaurados para o turismo, na parte mais antiga da vila; criação do chefJean-Daniel Bieri, no Hotel Post; charrete e cocheiro português ao serviço dos Hotéis Seiler; Igreja e praça de Zermatt. Nas págs. anteriores: plataforma de Riffelberg, a 2582 metros de altitude, com o glaciar de Matterhorn ao fundo

Zermatt rejeitouas auto-estradasna década de 1970e assumiu quepoderia passarmuito bem semcarros nocentro da suavila. Da mesmaforma, cultiva um glamourdiscreto queagrada aos ricose famosos

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Ficar afastado do centro da vila tem os seus custos, mas as vantagens estão à vista no Rifflelalp Resort, erguido a 2222 metros de altitude, que possui a mais alta piscina ao ar livre do mundo, viradapara o Matterhorn. À dir., o seu restaurante Al Bosco e detalhes de uma Suite Chalé

Inaugurado há menos de uma década, o riffelalpResort proporciona aexperiência ímpar de se ficaralojado em plena montanha,mas rodeado de mordomias próprias de um cinco estrelas

se formou, há cerca de 90 milhões de anos, quando a plataforma africana chocoucom a plataforma europeia, e ainda que date já de finais do século XIX a primeiraexpedição bem sucedida a atingir o seu topo – e bem sucedida é uma força deexpressão, pois quatro dos sete homens que integravam a equipa liderada pelobritânico Edward Whymper perderem a vida na descida –, continua a exercer umfascínio que há muito galgou as fronteiras da minúscula Suíça.

De cima para baixoApeio-me na estação de Zermatt já passa das oito da noite e logo me dou contade que os comboios até Gornergrat já não circulam mais todos os 24 minutos.Felizmente, ainda me restam algumas opções antes do último, que só sai às 23h30,pelo que aproveito para jantar num café colado a estação até serem horas. De outraforma, não teria como atingir o Rifflelap Resort, que, como tratou de incorporarno seu nome, fica a 2222 metros de altitude.

Construído em estilo alpino, com predominância da madeira e da pedra, o Riffelalp Resort aparenta uma maior antiguidade no seu posto, mas, na realidade,contas feitas, ainda nem soma dez anos de actividade. Ficar afastado do centro davila, em plena montanha, foi um risco calculado, pelo que o staff (do qual tambémfazem parte inúmeros portugueses) já se habituou a apaziguar as dúvidas dos maiscépticos que temem correr o risco de tédio em estadas mais longas – com umaclientela predominantemente suíça, a que se seguem os britânicos e alemães, o hotel pode gabar-se de uma taxa de ocupação em torno de 98% no Inverno,chegando mesmo a exigir estadas mínimas de dez noites em períodos maisconcorridos como o Natal e o Ano Novo.

Com uma estrutura labiríntica, que exige algum sentido de orientação atéacertarmos com a ala onde fica o nosso quarto, este é um resort e não um simpleshotel porque vale por si mesmo. Na verdade, com várias opções de lazer queincluem quatro restaurantes para propósitos diferentes ou ainda um centro debem-estar equipado com uma piscina exterior aquecida que se gaba de não terrival no mundo numa altitude equiparável, muitos são os hóspedes que acabampor não arredar pé daqui, até porque as pistas não estão longe e são difíceis deenumerar todas as hipóteses de caminhadas ao redor. Já o inverso dá-se com maiorfrequência, sendo comum ver forasteiros que vêm de propósito aqui para, porexemplo, degustar uma deliciosa pizza, cortada no formato do glaciar Matterhorne servida com muita rúcula fresca, marca registada do seu restaurante Al Bosco.

Seja como for, e como viria a constatar mais tarde, num dia de forte nevãoque fechou praticamente todas as pistas de Zermatt e imobilizou a linha deGornergrat, estar alojado a mais de dois mil metros de altitude, além dos muitosencantos descritos – a que junto uma vista de cortar a respiração para o Matterhornsempre que o mesmo não fica escondido entre as nuvens –, pode acarretar otranstorno não previsto inicialmente de se ficar “ilhado” por várias horas ou, napior das hipóteses, dias! Nada a que os empregados do Riffelalp Resort não estejamjá habituados (resignados é, talvez, a palavra adequada), mas não posso deixar de

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existe em Zermatt uma das maiores comunidades de portugueses na suíça, o que faz com que a língua de camões seja das mais ouvidas um pouco por todo o lado

Por se encontrar rodeada de altas montanhas quase dáa sensação de que a vila deZermatt (ao lado) não está 1620 metros acima do níveldo mar. Em pleno coração

da sua avenida principal fica,por sua vez, o Hotel Post, quetem na suite 402 o seu maior

tesouro (nesta pág.)

a funcionar hámais de 100 anos, a linha degornergratpermite subir docentro da vila a uma altitude de 3089 metros em menos de meiahora, facto raroe muito difícil de igualar,sobretudo forade túneis

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partilhar aqui o meu alívio por ter escapado, por um triz, de viver essa derradeiraexperiência.

Até porque, acredite, tudo ganha outra graça quando, a par da neve fofa e luzidia, o vento afasta as nuvens e deixa o Sol reinar. Foi numa manhã iluminadaque fiz o trajecto entre Riffelalp e a estação de Riffelberg, a 2582 metros de altitude,tendo por companhia inúmeros grupos de esquiadores e snowboarders que nãoquiseram perder a benesse. Em dias de sol como este, quem realmente aprecia a vida na montanha e a prática de desportos de Inverno só recolhe ao lusco-fusco.Riffelberg, além de um hotel, possui ainda um restaurante com uma esplanadadivina virada para o glaciar de Matterhorn. A bem da verdade, não é a esplanadaque é divina, mas sim a sua localização e o convívio que aqui se gera nos momentosde pausa.

Próxima e última paragem: Gornergrat. Para quem vem da vila de Zermatt,a subida até esta plataforma ensolarada, a 3089 metros de altitude, não chega ademorar 30 minutos, mas o bom deste sistema, inaugurado há mais de 100 anos,no já remoto ano de 1898, é que, além das ligações regulares (são dois confortáveiscomboios que viajam em sentidos opostos), efectua escalas entre os dois terminais.É assim que, após ter iniciado o trajecto em Riffelalp, o retomo em Riffelberg.

Pelo vasto panorama dos Alpes que oferece de bandeja os olhos alcançam nãosó o Matterhorn, mas toda uma sucessão de gargantas e desfiladeiros formadosentre os outros 29 cumes que atingem os quatro mil metros de altitude, percebe-sefacilmente a razão de Gornergrat aparecer quase sempre mencionada nos guias deZermatt como uma “atracção incontornável”. Mas se há quem venha pelas pistas,pela vista ou até pela oportunidade ímpar de subir e descer no caminho--de-ferro mais alto do mundo – daí o sistema de cremalheira, que permite,precisamente, ajustar a altura e o ângulo de elevação das linhas –, há quem o façaigualmente pelo Kulmhotel, que se eleva no Gornergrat a 3100 metros e tirapartido das duas torres com cúpulas que continuam a fazer as vezes de observatórios.

Ciente do seu enorme potencial, e da curiosidade que desperta graças às suasparticularidades, o hotel não se limita a receber hóspedes e associou-se a uma sériede programas para quem está de passagem e quer, por exemplo, um jantar à luzde velas, comer um fondue depois de visitar os observatórios e/ou de ficar até maistarde para admirar o luar espelhado no manto branco que cobre toda a região atéà entrada da Primavera (no Verão, passa-se o inverso e vem-se aqui para testemunharo nascer do Sol). Em paralelo, Gornergrat oferece a possibilidade de compras, deassistir gratuitamente à preparação das pistas todas as quintas-feiras ou ainda derealizar caminhadas e travessias guiadas no glaciar até ao refúgio do Monte Rosa.

Mas, por mais atractivos que possua, Gornergrat é apenas uma das quatroopções possíveis em Zermatt para se ter a sensação de estar no topo do mundo,pelo que disputa as atenções com as plataformas de Rothorn Paradise, a 3103metros, e de Matterhorn Glacier Paradise, a 3883 metros. Esta última, comocalcula, é a cereja em cima deste imenso bolo coberto por creme glacé, não só porse tratar da plataforma panorâmica mais alta dos Alpes – em dias de boa visibilidade,

Em cima: à espera do comboio na plataforma de Riffelberg. À esq.,

de cima para baixo: capacete à venda na Bayard; grupo de esquiadores em

Riffelberg; um dos quatro restaurantesdo Hotel Post, onde é servido o buffet

de pequeno-almoço; comboio de Gornergrat, que usa um sistema

de cremalheira que permite adaptar a altura e o ângulo de elevação das linhas;

uma das empregadas do showroomde Heinz Julen, designer local

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avista-se a Itália e a porção francesa dos Alpes –, mas também por ser servida porteleférico, uma mordomia rara a tal atitude.

A partir daqui, das duas uma: ou se dá por satisfeito por ter atingido o chamado“Pequeno Matterhorn”, e encerra a aventura, ou arrisca uma caminhada de duashoras e meia, a partir desta mesma estação, até ao cume do vizinho Breithorn, a 4164 metros, a mais escalada de todas as montanhas acima dos quatro mil metrosnos Alpes por ser a mais fácil e por exigir “apenas” bom preparo físico, roupaadequada, habituação à altitude e a companhia de um guia. Já o “GrandeMatterhorn”, o tão desejado Horu, não é, como se adivinha, pêra doce. Diz quemsabe que a escalada é mais “acessível” pelo lado italiano, mas ainda assim, dos trêsmil que tentam a sua sorte todos os anos, muitos ficam pelo caminho e são obrigadosa admitir a falta de pedalada para tamanha façanha.

De baixo para cimaQuando se está nas alturas e descemos de novo à vila, é normal que sintamos, atécerto ponto, o alívio de estar a pisar novamente terra firme. Mais não é, todavia,do que uma ilusão óptica, pois a vila está a uma altitude de 1620 metros e só passaessa impressão errada por se encontrar rodeada de montanhas gigantes.

Quem passa toda a temporada de Inverno na vila acaba por sentir, de umaforma ou de outra, o peso desse isolamento, mas quem vem de férias agradece nãosó o sossego, como até se habitua rapidamente ao facto de não poder trazer o carroaté aqui (quem optar por vir de carro, tem de o deixar em Täsch e, a partir daí,apanhar o comboio ou um táxi). Em Zermatt, quando neva, em vez de umapassadeira encarnada, quem chega tem à sua frente um imenso tapete branco quetorna os veículos motorizados obsoletos. Com apenas uma artéria principal, a Bahnhofstrasse, o facto é que os veículos eléctricos e as carruagens puxadas porcavalos, usados na maior parte dos casos pelos hotéis para transportar os hóspedese as suas bagagens, dão perfeitamente conta do recado.

Com uma periferia que se estende, sempre que possível, pelas encostas maisacessíveis, a vila de Zermatt preserva no seu coração uma parte mais antiga, e quiçámais genuína, onde ainda é possível observar vários exemplares dos antigos chalésde madeira assentes em estacas sobre rodelas de pedra, hoje quase todos exploradoscomo casas para arrendar.

Seja como for, o seu eixo de gravitação está na Bahnhofstrasse, que começana estação de comboios, endereço não só de alguns dos hotéis mais prestigiadosda estância, com o Mont Cervin à cabeça, como também da maioria do comércioe da restauração. À volta, mas nunca muito longe, ficam outros pontos de interessecomo o museu dedicado ao glaciar Matterhorn, na Kirchplatz junto à torre sineirada igreja que ainda dá as horas imitando o repicar dos sinos, ou o showroom doartista local Heinz Julen, na Hofmattstrasse, com peças de mobiliário ou sacolastão originais que merecem ser apreciadas sem nos fixarmos muito na etiqueta do preço. Este último, já que falo nele, possui ainda o atractivo extra de estar

Na mesma família desde o século XIX, o Hotel Post passoupor uma remodelação radicalem 2007 que o tornou ainda maiscosmopolita e moderno, sendo,com os seus bares e clubes,incontornável

Em dias de forte nevão, é comum muitasdas pistas de Zermatt ficarem fechadas,o que pode fazer com que os hóspedesdo Riffelalp Resort (nesta pág.) fiquem “ilhados”. À dir., de cima para baixo:

Suite 404, lobby e Martin Perren, fotografado na suite 402, do Post, umdos locais mais mundanos de Zermatt

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paredes-meias com o Vernissage, um três-em-um (bar, cinema e galeria), e porexcelência um dos espaços mais noctívagos de Zermatt.

É óbvio que a vila se esforça para ser tão auto-suficiente quanto possível e nãodeixar ninguém apeado, mas não esquece a sua condição de estância de Inverno.Daí que, em dias normais de actividade, quando o grosso das pessoas está nasmontanhas a esquiar ou em passeios, as ruas fiquem praticamente desertas e aslojas encerrem para almoço. Tudo muda ao final da tarde, altura em que começao vaivém de gente e os cafés e os bares se enchem. É o famoso pós-esqui que tempouso certo em lugares como o GramPi’s, popular sobretudo entre os instrutores,ou o Papperla Pub.

Não é, contudo, preciso sair da Bahnhofstrasse para encontrar num só lugarvárias propostas que há muito animam as madrugadas de Zermatt até às quatroda manhã. O Hotel Post, o terceiro mais antigo de Zermatt e nas mãos da mesmafamília desde o século XIX, há muito que firmou os seus créditos como um pontode encontro privilegiado para várias gerações de frequentadores da estância ou nãoficasse aqui um dos bares mais conhecidos de sempre, o Broken, mas, sobretudodesde a abertura do design hotelOmnia, faltava-lhe um toque de modernidade.

Martin Perren assumiu o legado há cerca de sete anos e sentiu a necessidadede, em 2007, fechar o Post para umas obras de remodelação. Quem pensava tratar-se apenas de mudar as cortinas e pouco mais depressa se assustou com a envergadura dos trabalhos e não faltou mesmo quem o apelidasse de louco porquerer fazer tudo em apenas sete ou oito meses. A verdade é que conseguiu,mantendo a estrutura original do edifício, mas abrindo mão de todo o recheiopara que ressurgisse dos escombros um Post em versão melhorada, com umadecoração alpina, mas assumidamente contemporânea.

O “novo” Post possui agora quatro restaurantes, cinco bares e clubes, funcionandoainda como uma espécie de galeria, o que implica algum espírito de sacrifício aoshóspedes que se deitam mais cedo. De toda a forma, o perfil do Post assenta quenem uma luva a um tipo de hóspede na casa dos 30, 40 anos que aprecia este tipode burburinho cosmopolita e se revê nos toques de autor, e também de algumairreverência (como prova a utilização de um conhecido padrão de Piero Fornasettiem papel de parede aplicado por cima dos mictórios), do hotel.

Para esta nova temporada, Martin Perren, que protagonizou por graça umanúncio ao estilo 007 para a marca de relógios Roamer e acabou por ver a sua caraa circular num autocarro de Hong Kong, resolveu aumentar a parada ao trazerpara o Portofino, o restaurante mais elegante da casa, o chef Jean-Daniel Bieri.Com uma classificação de 13 pontos no Gault Millau, um guia que serve debarómetro nas lides culinárias, Bieri, que está a praticar uma ementa mediterrânicasazonal, é agora um dos mestres-cuca mais estrelados de Zermatt e uma alternativade peso à Meca gourmet de Findeln, nas redondezas.

Rivalidades à parte, o certo é que, estrela a estrela, a estância no seu colectivosobe mais um degrau no firmamento do Olimpo e ganha pontos junto de quemjá não consegue imaginar os seus Invernos sem ela. n

Agradecemos a colaboração da e dos Leading Hotels of the World

Graças à altitude elevada damaioria das suas montanhas,Zermatt possui neve durantetodo o ano, facto que a leva a ser eleita como local detreino pelas equipas olímpicasda suíça ou da Croácia

Zermatt possui uma área total de pistassuperior a 300 quilómetros, uma dasmais extensas de todos os Alpes, dividida por quatro zonas. Entre elas está Riffelberg, integrada em Gornergrat, uma plataforma ensolaradacom óptimas condições para a práticade esqui e de snowboard, mas que possui ainda outras benesses como sejaa possibilidade de efectuar caminhadasou de relaxar numa agradável esplanada virada para o Matterhorn

COMO IRA Swiss (www.swiss.com) possui voosdirectos entre Lisboa e Zurique com preçosa partir de € 113 até 31 de Março (parareservas realizadas até 31 de Janeiro) e a partir de € 175 (todo o ano). A partir do aeroporto internacional, há ligações de comboio para Zermatt, bastando fazerum transbordo em Visp. A viagem tem umaduração total de 3h35 e um bilhete de idae volta sai por cerca de €150 em segundaclasse. Informações e reservas emwww.rhb.ch. Caso opte por ir de carro,tenha em atenção que terá de o estacionarem Täsch, seguindo depois de comboio oude táxi (cerca de €3,25 por passageiro).

DESLOCAÇÕES E PASSESZermatt possui uma área total de pistas deesqui superior a 300 quilómetros, divididaspor quatro zonas: Gornergrat, MatterhornGlacier Paradise, Rothorn Paradise e Cervinia/Valtournenche (Itália). Todasestas zonas estão interligadas entre si, pelo que convém informar-se sobre as váriasmodalidades de passes combinados em www.zermatt.chPara além do esqui e do snowboard, Zermattestá preparada para caminhadas nórdicas,cross-country, voos de parapente, sledding,escalada, passeios guiados, entre muitasoutras actividades. Na vila, pode deslocar-seem veículos eléctricos ou de charrete.

CÂMBIO1 Fraco Suíço (CHF) vale cerca de €0,65

ONDE FICARExistem muitas alternativas de alojamentona estância de Zermatt, mas estas são asnossas sugestões:

Riffelalp Resort 2222 mTel. 0041 27 966 0555, www.riffelalp.comReservas através dos Leading Hotels of theWorld: www.lhw.com

Diárias desde €400, pacotes de sete noitescom passe de esqui e em regime de meia--pensão desde €1735.

Hotel PostBahnhofstrasse, 41Tel. 0041 27 967 1931, www.hotelpost.chDiárias desde €300 com pequeno-almoço

ONDE COMERAl Bosco – Riffelalp Resort 2222 m,www.riffelalp.comCozinha italiana em ambiente alpino, tendo por marca registada uma pizza coma forma do glaciar Matterhorn.Brown Cow Snack Bar – Hotel Post,Bahnhofstrasse, 41, www.hotelpost.chIdeal para sanduíches, sopas, saladas e hambúrgueres. Chez Heini – Wiestistrasse, 45Dan Daniell é o anfitrião deste espaçoespecializado em cordeiro assado em fornode lenha, com 12 pontos no guia GaultMillau. Findlerhof – Findeln, www.findlerhof.chFranz e Heidi Schwery fazem desta casa um acontecimento gastronómico quejustifica a deslocação a Findeln, com 13 pontos no guia Gault Millau.Heimberg – Bahnhofstrasse, 84,www.heimberg-zermatt.chCozinha regional alpina servida em décorcondizente.Pizzeria Broken – Hotel Post,Bahnhofstrasse, 41, www.hotelpost.chO freguês cria a sua própria versão, que vaidepois a assar em forno de lenha.Portofino – Hotel Post, Bahnhofstrasse,41, www.hotelpost.chCozinha mediterrânica sazonal a cargo do chef Jean-Daniel Bieri, no restaurantemais elegante do Hotel Post.Vernissage – Hofmattstrasse, 4,www.vernissage-zermatt.chCozinha moderna com destaque para os tártaros de vaca e de atum.

ONDE COMPRARBahnhofstrasse – É a principal artériacomercial de Zermatt, onde encontra um pouco de tudo, inclusive as marcas de relógio topo de gama na HorlogerieSchindler (n.º 5) ou várias sucursais da Biner,misto de padaria e pastelaria, especializadasem doces tentações regionais.Bayard – Bahnhofstrasse, 2,www.bayardzermatt.chPossui diversas lojas ao logo da artériaprincipal, cobrindo desde as roupasdesportivas e o aluguer de equipamento até ao pronto-a-vestir mais fashion.Boîte à Chocolat – Bahnhofstrasse, 7A,www.boiteachocolat.chÉ uma novidade desta temporada, misto de café, no primeiro andar, e dechocolataria, no rés-do-chão.Heinz Julen Shop – Hofmattstrasse, 4,www.heinzjulen.comShowroom do mais célebre designer local,com peças de autor.

BARES, CAFÉS E DISCOTECASBroken Bar/Disco – Hotel Post,Bahnhofstrasse, 41, www.hotelpost.chUm dos pontos de encontro mais antigosde Zermatt, aberto até às 3h30.Brown Cow Snack Bar – Hotel Post,Bahnhofstrasse, 41, www.hotelpost.chAberto praticamente durante todo o dia, é um lugar de convívio por excelência.GramPi’s – Bahnhofstrasse, 70,www.grampis.chO bar é dos mais concorridos no períodopós-esqui, sobretudo entre os instrutores.Havanna Bar – Mont Cervin,Bahnhofstrasse, 31, montcervinpalace.chÉ um bar de hotel, ideal para momentosdescontraídos à volta da lareira, commúsica ambiente.Montrose Bar – Seiler Hotel Monte Rosa,Bahnhofstrasse, 80, www.seilerhotels.comMais um bar de hotel, voltado para o

glamour de comer ostras acompanhadaspor champanhe.Papperla Pub/Schneewittchen –Steinmattstrasse, 34, www.apresski.chEm matéria de pós-esqui é uma lenda vivaem Zermatt, com DJs e música ao vivo. Nacave, a discoteca Schneewittchen funcionaaté às 3h30.The Pink Live Music Bar – Hotel Post,Bahnhofstrasse, 41, www.hotelpost.chMais uma aposta do Post, desta vez comactuação de bandas de jazz, soul e funk.Vernissage – Hofmattstrasse, 4,www.vernissage-zermatt.chUm dos espaços mais polivalentes da vila,com sala de cinema, bar, lounge,restaurante, concertos e exposições.Village Dance Club – Hotel Post,Bahnhofstrasse, 41, www.hotelpost.chÉ apontada como a discoteca do momento.

PARA MAIS INFORMAÇÕESContacte o Turismo da Suíça através dos sites http://www.swissinfo.org/ ouwww.myswitzerland.com, ou de Zermattatravés do e-mail [email protected] ou no site www.zermatt.ch

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GUIA PRÁTICO

Boîte à chocolotatJean-Daniel Bieri, Hotel Post

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